UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA PARA O SUCESSO DO INDIVIDUO
E DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Por: MARCOS GERARDO NASCIMENTO CARVALHO
Orientadora Professora
ANA CLAUDIA MORRISSY
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA PARA O SUCESSO DO INDIVIDUO
E DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Apresentação de monografia ao instituto A Vez do
Mestre - Universidade Cândido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão de Instituição Financeiras.
Por: Marcos Gerardo Nascimento Carvalho.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus colegas de trabalho que
participaram comigo dessa jornada
de conhecimentos.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha
querida família, a minha mãe,
esposa, filhos e a todos aqueles que
de alguma forma me deram forças
para que a conclusão deste fosse
possível.
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"A mente do homem deve ser um manancial de bons pensamentos e da prática
do bem. Usá-la para maquinar o mal é o mesmo que espalhar armadilhas pelos
caminhos e, num imprevisto, ter os próprios pés aprisionados." Inácio Dantas
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RESUMO
A presente monografia pretende desenvolver de forma abrangente a
importância da ética para o sucesso do individuo e das instituições financeiras.
Enfatizar-se-á que o sucesso ou fracasso de uma instituição financeira está
ligado ao seu comportamento ético. Tal comportamento adota a
responsabilidade social como estratégia objetivando maiores resultados e
capacitando profissionais sensíveis a esta temática, que os tornem eficientes e
eficazes nestes novos contextos. Buscar-se-á uma transformação democrática,
com direitos e deveres, que envolva todos os segmentos dentro de uma
Instituição Financeira.
Palavras-chaves: Administração de Empresas, Ética Empresarial,
Economia, Instituições Financeiras, Responsabilidade Social.
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METODOLOGIA
A análise dos dados e a base teórica deste trabalho acadêmico apóiam-
se em pesquisa bibliográfica, serão tratados como objetos de estudo, recentes
artigos, revistas científicas, livros textos, artigos de Internet e folders
especializados. Buscados em diversos autores, a exemplo de Aristóteles,
Arruda, Boff, Glock, Hollanda, Jacomino, Lisboa, Motta, Moréira, Medeiros,
Nash, Srour,Veríssimo, entre outros
Dado a relevância e extensão do assunto, a exposição de alguns tópicos
será sucinta, apenas com o intuito de dar compreensão ao tema proposto.
No trabalho discorreu-se sobre a importância da ética para o
sucesso do individuo e das instituições financeiras. Enfatizar-se-á que o
sucesso ou fracasso de uma instituição financeira está ligado ao seu
comportamento ético. Partindo desse conhecimento iniciou-se o texto sobre o
assunto com os títulos: Conceito de ética e sua história; Ética nas instituições
financeiras e Mudanças sobre olhar ético.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I. CONCEITO DE ÉTICA E SUA HISTÓRIA 12 História da ética 13 Ética que se desdobra em várias abordagens 14 CAPÍTULO II. ÉTICA NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 18 2.1 O que é ética empresarial 20 2.2 Razões Para a Empresa adotar um comportamento ético 21 2.3 Ética na vida social 22 CAPÍTULO III.MUDANÇAS SOB O OLHAR ÉTICO 24 3.1 Ética na vida profissional do indivíduo 27 CONCLUSÃO 32 REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34 ANEXOS 36 ÍNDICES 38 FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
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INTRODUÇÃO
Propõe-se nesta monografia analisar a importância da ética para o
sucesso do individuo e das instituições financeiras. Enfatizar-se-á que a ética
profissional e conseqüentemente das organizações é considerada um fator
importantíssimo para a sobrevivência delas, tanto das pequenas, quanto das
grandes empresas. É um conjunto de ações éticas que auxiliam gerentes e
funcionários a tomar decisões de acordo com os princípios da organização.
Quando bem implementado, os valores éticos tendem a especificar a maneira
como a empresa administrará os negócios e consolidar relações com
fornecedores, clientes e outras pessoas envolvidas.
Segundo Veríssimo (2000.p.34), a ética é um comportamento social,
ninguém é ético num vácuo, ou teoricamente ético. Quem vive numa economia
a ética, sob um governo antiético e numa sociedade imoral acaba só podendo
exercer a sua ética em casa, onde ela fica parecendo uma espécie de
esquisitice. A grande questão destes tempos degradados é em que medida
uma ética pessoal onde não existe ética social é um refúgio, uma resistência ou
uma hipocrisia. Já que ninguém mais pode ter a pretensão de ser um exemplo
moral sequer para o seu cachorro, quando tudo à sua volta é um exemplo do
contrário.
Nesta perspectiva as organizações estão percebendo a necessidade de
utilizar à ética, para melhorar a sua própria imagem que permitirá, ou não, um
crescimento da relação entre funcionários e clientes. Em conseqüência de tal
fato toda a sociedade vai se beneficiar através da ética aplicada dentro das
Instituições Financeiras, bem como os clientes, os fornecedores, os sócios, os
funcionários. Se a empresa agir dentro dos padrões éticos, ela só tende a
crescer, desde a sua estrutura em si, como aqueles que a compõem.
De acordo com Moreira, (1999.p.28), a ética empresarial é o
comportamento da empresa entidade lucrativa, quando ela age de
10conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas
pela coletividade.
Ainda de acordo com Moreira, (1999.p.28), o lucro é a parte sensível de
uma organização, por isso exige cuidado no momento do planejamento para
sua obtenção. Isto significa que ser antiético, enganando seus clientes, não é
uma boa conduta para a empresa que almeja se desenvolver e crescer perante
a concorrência. Observa-se que a obtenção do lucro é um dos fatores advindos
as satisfação dos clientes, pois é objetivo do negócio, que a empresa
desenvolve para cumprir suas metas, tendo como retorno o resultado
dos serviços prestados.
Aproveitar-se do poder econômico, constranger adversários que
exprimem idéias distintas, desrespeitar os funcionários, impondo-lhes
condições adversas de trabalho, agredir o meio ambiente, não priorizar a
qualidade na fabricação de produtos ou na prestação de serviços e usar
procedimentos escusos para obter vantagens a todo custo (corrupção,
manipulação de balanços, formação de cartéis entre outros, são alguns destes
desvios que afastam a empresa de sua verdadeira função social).
Não se define mais o valor das empresas apenas e tão somente pelo
peso de seus ativos materiais - os recursos financeiros, as instalações físicas e
os equipamentos. Avaliam-se também os ativos intangíveis: as competências
desenvolvidas, o patrimônio intelectual, as habilidades do pessoal, os segredos
do negócio, as informações confidenciais, bem como as marcas , as patentes,
a reputação e a imagem da empresa. ( Srour 2005.pág.318).
O conceito central na maior parte da ética empresarial atualmente é a
idéia de responsabilidade social. É também um conceito que tem irritado muitos
dos entusiastas do mercado livre tradicional e promovido alguns argumentos
incorretos ou enganadores.
A ética empresarial atinge as empresas e organizações em geral. A
empresa necessita desenvolver-se de tal forma que a ética, a conduta ética de
seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização
11se tornem parte de sua cultura. Os lideres empresariais, entre outras coisas,
descobriram que a ética passou a ser um fator que agrega valor à imagem da
empresa.
Baseado na abordagem Aristotélica dos negócios, a boa empresa não é
apenas aquela que apresenta lucro, mas a que também oferece um ambiente
moralmente gratificante, em que as pessoas boas podem desenvolver seus
conhecimentos especializados e também suas virtudes.
Com base nestes pressupostos, pretende-se nesta monografia buscar
resposta para as seguintes questões: A importância da ética para o sucesso do
individuo e das instituições financeiras. Ética Empresarial. O sucesso ou
fracasso de uma instituição financeira está ligado ao seu comportamento ético?
Os objetivos gerais desse trabalho pretendem discutir a ética
empresarial sob a perspectiva da responsabilidade social da empresa em
função da forte pressão competitiva que caracteriza o ambiente de negócios.
Os objetivos específicos pretendem identificar o significado de ética
empresarial e como ela agrega valor as atividades das instituições financeiras,
Cada vez mais as empresas ética subordinam suas atividades estratégicas a
uma prévia reflexão ética e agem de forma socialmente responsável. buscar-
se-à a elaboração de uma nova visão de mundo, uma nova maneira de pensar.
Assim, esta monografia apresenta-se estruturada em Três capítulos e
seus subtítulos, além da Introdução da Conclusão e das referências
bibliográficas, que inserem os principais enfoques do mesmo:
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CAPÍTULO I
CONCEITO DE ETICA E SUA HISTORIA
Do grego, o termo ethos significa costumes e deve ser entendido como um
conjunto de princípios básicos, que visam disciplinar e regular os costumes, a
moral e a conduta das pessoas. Esse é o aspecto amplo da palavra e no
sentido mais restrito, a ética é utilizada para conceituar deveres e estabelecer
regras de conduta do individuo no desempenho de suas atividades
profissionais e pessoais.
De acordo com Godim, (2005 p.6), ética é o estudo geral do que é bom ou
mal, para ele um dos objetivos da ética é à busca de justificativa para as regras
propostas pela moral, pois é diferente e assim não estabelece regras está
reflexão sobre a ação humana diz que a moral estabelece regras que são
assumidas pelas pessoas como uma forma de garantir o seu bem-viver a moral
depende das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas
que se quer se conhece, mas utilizam este mesmo referencial comum.
Godim,(2005,p.7), a ética tem suas bases na moral (Sócrates) e no dever
(Kant), uma necessidade diferente da natural ou da matemática, pois necessita
da liberdade. O dever obriga moralmente a consciência moral livre e vontade
verdadeiramente boa, devendo agir sempre conforme o dever e por respeito ao
dever, pois agir moralmente significa agir de acordo com a própria consciência.
Já a ética se baseia na liberdade, ou seja, na opção voluntária pelo bem
consciente da possibilidade de preferir o mal.
Segundo o dicionário Aurélio (2005, p.407), conceitua-se ética e moral
como “estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja
relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto”.
13 Aurélio (2005, p.604), conceitua moral como conjunto de regras de
conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer
tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada.
1.1 História da ética
Godim (2005,p.16), comenta que o termo de iníco parece ser recente e
superficial em alguns círculos, no entanto se observarmos a história percebe-se
que é mais antigo e profundo do que se imagina. Se for levado em
consideração a origem do termo, "ética" representa mais que a essência do
modo agir para atingir um objetivo ou uma meta.
Ainda de acordo com Godim (2005,p.16),a incansável busca do homem
para conseguir sua realização, o seu equilíbrio psicofísico, enfim, ter uma vida
virtuosa, vai de encontro a esses conceitos de caráter ético debatidos
exaustivamente por grandes filósofos, desde os tempos de Sócrates, há cerca
de 400 a.C.. A partir de então, foram surgindo novas correntes filosóficas sobre
a ética, porém, sempre dentro de um propósito único que é a definição da
maneira de agir do ser humano, único ser vivo capaz de demonstrar tais
comportamentos dentro da visão ética - e de se relacionar com o meio em que
vive.
Para Lisboa (1997, p.23), na antiguidade, todos os filósofos entendiam a
ética como o estudo dos meios de se alcançar a felicidade (eudaimonia) e
investigar o que significa felicidade. Porém, durante a idade média, a filosofia
foi dominada pelo cristianismo e pelo islamismo, e a ética se centralizou na
moral (interpretação dos mandamentos e preceitos religiosos).
No renascimento e no século XVII, os filósofos redescobriram os temas
éticos da antiguidade, e a ética foi entendida novamente como o estudo dos
meios de se alcançar o bem estar e a felicidade.
14 Segundo a escola cirenaica, a felicidade era o êxtase de todo prazer
imediato. Ito é um controle racional sobre o prazer para que não se
desenvolvesse uma dependência dos prazeres.
De acordo com Demócrito de Abdera, a busca da felicidade, é possível
por meio poucas coisas, o que se faz não deve ultrapassar as forças de cada
para que não ocorra a inquietação. Dizia que "é sábio quem não se aflige com
o que lhe falta e se alegra com o que possui" e que "a moderação aumenta o
gozo e acresce o prazer". Afirmava que a agressividade é insensata porque
"enquanto se busca prejudicar o inimigo, esquecemos o nosso próprio
interesse”.
Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, afirma que a felicidade
(eudemonia) não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas
honras, mas numa vida virtuosa. A virtude (areté), por sua vez, se encontra
num justo meio entre os extremos, que será encontrada por aquele dotado de
prudência (phronesis) e educado pelo hábito no seu exercício.
Para Epicuro a felicidade consiste na busca do prazer, que ele definia
como um estado de tranquilidade e de libertação da superstição e do medo
(ataraxia), assim como a ausência de sofrimento (aponia). Para ele, a felicidade
não é a busca desenfreada de bens e prazeres corporais, mas o prazer obtido
pelo conhecimento, amizade e uma vida simples. Por exemplo, ele
argumentava que ao comermos, obtemos prazer não pelo excesso ou pelo luxo
culinário (que leva a um prazer fortuito, seguido pela insatisfação), mas pela
moderação, que torna o prazer um estado de espírito constante, mesmo se nos
alimentarmos simplesmente de pão e água.
1.2 A ética que se desdobra em várias abordagens
A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social,
possibilitando que ninguém seja prejudicado. Neste sentido, a ética, embora
15não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de
justiça social. Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento
social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. A
ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e
culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os
valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Neste sentido,
podemos citar: ética médica, ética de trabalho, ética empresarial, ética
educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc. O
professor Vanderlei de Barros Rosas explica a questão da ética a partir de uma
visão pessoal através do seguinte quadro comparativo.
Ética Normativa
Ética Teleológica
Ética Situacional
Ética Moral
Ética Imoral
Ética Amoral
Baseia-se em princípios
e regras morais fixas
Baseia-se na ética dos
fins: "Os fins justificam os
meios".
Baseia-se nas
circunstâncias. Tudo
é relativo e temporal.
Ética Profissional e Ética
Religiosa: As regras
devem ser obedecidas.
Ética Econômica: O que
importa é o capital.
Ética Política: Tudo é
possível, pois em
política tudo vale.
Quadro 1) visão pessoal do Prof. Vanderlei de Barros Rosas. de Filosofia e Teologia.
16
Para Lisboa (1997, p.13) a ética profissional pode ser como.
A expressão ética pessoal é
normalmente aplicada em referência
aos princípios de conduta das
pessoas em geral. No mesmo
sentido, a expressão ética
profissional serve como indicativo do
conjunto de normas que baliza a
conduta dos integrantes de
determinada profissão. A ética
profissional, ou moral profissional
denomina-se, também, deontologia.
Segundo Nash, (1999, pg. 3), a atividade de ganhar dinheiro sempre
teve uma aliança meio desconfortável com o senso particular de moralidade
das pessoas, é possível haver conciliação entre a ética da responsabilidade e a
ética da convicção?
Em um estudo realizado por Srour (2000, p. 50), são apresentados duas
teorias éticas: A ética da convicção, entendida como deontologia (estudo dos
deveres); A ética da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo dos
fins humanos). O autor ressalta que as teorias, quando toda atividade orientada
pela ética pode subordinar-se a duas máximas totalmente diferentes e
irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela ética da responsabilidade
ou pela ética da convicção. Isso não quer dizer que a ética da convicção seja
idêntica à ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade à
ausência de convicção. Não se trata evidentemente disso. Todavia, há uma
17oposição abissal entre a atitude de quem age segundo as máximas da ética da
convicção em linguagem religiosa, diremos: "O cristão faz seu dever e no que
diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus" - e a atitude de quem age
segundo a ética da responsabilidade que diz: “Devemos responder pelas
conseqüências previsíveis de nossos atos”.
Deste modo, o "agir correto" é um tema que agora está inserido em
planos estratégicos empresariais e em alguns casos faz parte até mesmo das
metas a serem atingidas pelas equipes de trabalho. É dever de todos nas
instituições manterem a boa imagem de organização perante a sociedade
através da boa conduta de seus funcionários, tanto com os clientes internos
quanto externos.
18
CAPÍTULO II
ETICA NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Devido a abertura de mercado, com a formação de diversos blocos
econômicos, as empresas estão forçadas a adotar uma conduta ética em suas
operações, se quiserem se manter vivas. A livre circulação de mercadorias,
principalmente oferecidas por países desenvolvidos, onde existe uma
preocupação em detalhar seus princípios éticos com toda a sociedade,
respondendo ao que esta contribuiu para o desenvolvimento da economia, fará
com que os consumidores brasileiros busquem o consumo destes produtos já
conhecendo toda a tradição e respeito que estes fornecedores têm com seus
clientes, e este comportamento por parte das empresas acaba atendendo
todos os anseios da sociedade.
Segundo Teixeira (1998.p.34), nas empresas, a diversidade de caráter
dificulta a relação interpessoal, sendo necessário que a cultura da empresa
predomine, estabelecendo padrões, normas, valores, que possam reger tais
comportamentos. Para que exista uma interação ética é necessário ainda, que
haja transparência nas relações, é preciso que cada parte dê exatamente o que
está disposta a dar e o que deseja receber.
De acordo com Sá (1998.p.18), O objetivo central de um Código de Ética
Profissional é, pois, a formação da consciência sobre padrões de conduta em
determinada profissão. a razão da existência da relação entre ética,
profissionalismo e os procedimentos tomados deve-se ao fato de a vida
profissional estar exposta à corrupção em suas variadas formas.
Sá (1998.p.19), ressalta que, no mundo em que vivemos geralmente
ocorrem fatos que são frutos de influências que ferem a ética, em virtude de
forças de diversas naturezas. Tais fatos podem oferecer um exterior ético,
porém, na essência, não são condutas que contribuem para a virtude, nem são
19aceitáveis, pois são derivados da força de capitais, de poderes, dificultando a
liberdade individual ou ameaçando a integridade dos indivíduos, não sendo
conhecimentos constituídos pela verdade.
Segundo o mesmo autor, por serem injustificáveis, distorcerem o que é
eticamente desejável e embora mascarado como ética empresarial, na verdade
são frutos das especulações, do egoísmo, da inveja e das trapaças. A emoção
é um fator importantíssimo e que, não pode ser deixado externo a ética, afinal,
trata-se de um sentimento que advém de estados biológicos e psicológicos que
podem motivar o primeiro impulso para a ação. É de grande variedade o
número de emoções e diferentes são seus efeitos nos indivíduos, podendo
influenciar positiva ou negativamente a qualidade ética.
Segundo Moreira (1999.p.35), é de vital importância que as empresas,
ao decidirem assumir uma postura ética, coloquem em vigor um documento
interno, cuja denominação, segundo o mesmo autor, é código de ética.
O Código de Ética tem a missão de
padronizar e formalizar o
entendimento da organização
empresarial em seus diversos
relacionamentos e operações. A
existência do código de ética evita
que os julgamentos subjetivos
deturpem, impeça, ou restrinjam a
aplicação plena dos princípios...
(MOREIRA, 1999, p. 33).
É importante salientar, que segundo Sá (1998.p.34), a implantação do
código de ética interno confronta com a concorrência antiética de forma
positiva, diminuindo os conflitos interpessoais, posto que nele existem
20disciplina evitando assim, que se macule o bom nome e o conceito social de
uma categoria.
2.1 O que é ética empresarial
A ética empresarial aparece como urgência em recuperar a confiança
nas empresas aliada a necessidade de tomar decisões à longo prazo;
responsabilidade social das empresas; necessidade de uma ética nas
organizações que estabeleça o papel do diretor e o meio para recuperar a
comunidade frente ao individualismo.
Para Arruda (2003.p,34), a ética empresarial não é uma questão de
conveniência, é uma condição necessária para a sobrevivência da sociedade.
A ausência dos valores morais é o pior dos males que podem afligir toda a
sociedade, é como se fosse uma doença que se espalha por todo organismo
destruindo cada uma de suas cadeias de funcionamento, reduzindo assim o
nível de confiabilidade e tornando-se insustentável todo o convívio social.
Devido à necessidade de fundamentar a ética empresarial, surge a
introdução dos chamados Códigos de Ética Empresarial, de acordo com
(MERCIER, 2004 p. 98), com o intuito de ajudar a difundir os elementos da
cultura organizacional, melhora a reputação da empresa, oferece proteção e
defesa contra processos judiciais, melhora o desempenho da empresa,
melhora o comportamento dos subordinados (honestidade e fidelidade), cria
um clima de trabalho integral e de perfeição, criar estratégias para evitar erros
em matéria de ética, assimilar as mudanças da organização, estimular
comportamentos positivos, ajudar a satisfazer a necessidade do investidor,
ajudar a proteger os dirigentes de seus subordinados e vice-versa.
2.2 Razões Para a Empresa adotar um comportamento ético
21 Segundo Nash (1999,p.22), no mundo de hoje, a sociedade de um modo
geral vem passando por transformações comportamentais que
consequentemente influenciaram as empresas a passarem por processos de
mudanças em relação à sua atuação e os impactos gerados por elas. Tais
mudanças são fundamentais para que essas organizações sobrevivam em um
mercado globalizado, como o atual, isto é, se realmente estas companhias
estiverem de fato dispostas a se tornarem competitivas e sobreviverem.
Falam-se muito em globalização, o efeito estufa, e seus efeitos sobre o
planeta; sabemos que isso foi, e continua sendo conseqüências das ações
desastrosas do homem sobre a terra, em busca de riquezas e do progresso,
sem, contudo pensar e planejar sobre o futuro, que é hoje a conseqüência que
o planeta está sofrendo tudo isso por falta da ética na vida do homem.
De acordo com Nash (1999, p. 04), São muitas as razões para a
recente promoção da ética no pensamento empresarial. Os administradores
percebem os altos custos impostos pelos escândalos nas empresas: multas
pesadas, quebra da rotina normal, baixo moral dos empregados, aumento da
rotatividade, dificuldades de recrutamento, fraude interna e perda de confiança
pública na reputação da empresa.
Já não existe espaço para as empresas que não se engajam no que diz
respeito à sustentabilidade e à responsabilidade socioambiental, pois os
consumidores estão mais exigentes e conscientes do papel das organizações
nestas questões, o que gera certa pressão para que elas atuem de maneira
sustentável.
Eis a razão da crescente preocupação, entre os empresários, com a
adoção de padrões éticos para suas organizações. Sem dúvida, os integrantes
dessas entidades serão analisados através do comportamento e das ações por
eles praticadas, tendo como base um conjunto de princípios e valores.
Da mesma forma que o indivíduo é analisado pelos seus atos, as
empresas (que são formadas por indivíduos) passaram a ter sua conduta mais
22controlada e analisada, sobretudo após a edição de leis que visam a defesa de
interesses coletivos.
A credibilidade de uma instituição é o reflexo da prática efetiva de
valores como a integridade, honestidade, transparência, qualidade do produto,
eficiência do serviço, respeito ao consumidor, entre outros.
Daí o motivo de muitas empresas terem adotado elevados padrões
pessoais de conduta para seleção de seus empregados e profissionais da área
de saúde, cientes de que, atualmente, a integridade nos negócios exige
profissionais altamente capazes de tornar compatíveis princípios pessoais e
valores empresariais. Evidentemente, que no caso de empresas dedicadas às
pessoas idosas, há que se levar em conta o talento dos profissionais para
lidarem com esse público.
Nash (1999,p.24), comenta que é possível e absolutamente necessário
aliar lucros, resultados, produtividade, qualidade e eficiência de produtos e
serviços, além de outros valores típicos de empresa, com valores pessoais, tais
como: honestidade, justiça, cooperação, tenacidade, compreensão, exigência,
prudência, entre outros. Além, evidentemente, de habilitação técnica para o
desempenho da função.
2.3 Ética na vida social
Segundo Nash (1999,p.18), a vida social e profissional estão atreladas
dentro do contexto ético, pois tudo que somos se repercute na nossa vida
profissional. A ação do homem ao atingir o seu próximo e o prejudicar, gera
toda uma situação de injustiça e desconfortável, em que a própria sociedade irá
julgar a maneira como se fez determinada atitude injusta. A família também irá
julgá-lo, e o individuo será forçado a refletir sobre o que praticou.
Boff (2002.p.11), afirma que o outro pode ser a pessoa mesma que se
volta sobre si mesma, analisa a consciência, capta os apelos que nela se
23manifestam (ódio, compaixão, solidariedade, vontade de dominação ou de
cooperação, sentido de responsabilidade) e se dá conta de seus atos e das
conseqüências que deles derivam. O outro pode ser aquele que está à sua
frente, homem ou mulher, criança, trabalhador, empresário, portador de HIV,
negro etc. O outro pode ser plural, como uma comunidade, uma classe social,
a sociedade como um todo, ou, numa perspectiva mais global, a natureza, o
planeta Terra como Gaia e, em último termo, Deus. Diante do outro, ninguém
pode ficar indiferente. Tem que tomar posição. Mesmo não tomando posição,
silenciando e mostrando-se indiferente, isto já é uma posição. A ética surge a
partir do modo como se estabelece a relação com estes diferentes tipos de
outro. Pode fechar-se ou abrir-se ao outro, pode querer dominar o outro, pode
entrar numa aliança com ele, pode negar o outro como alteridade, não o
respeitando, mas incorporando-o, submetendo-o ou, simplesmente, destruindo-
o. (BOFF,2002.p.12).
24
CAPÍTULO III
MUDANÇAS SOB O OLHAR ÉTICO
A importância da ética nas empresas cresceu a partir da década de 80,
com a redução das hierarquias e a conseqüente autonomia dada às pessoas.
Os chefes, verdadeiros xerifes até então, já não tinham tanto poder para
controlar a atitude de todos, dizer o que era certo ou errado. A disputa por
cargos cresceu e, com ela, o desejo de se sobressair a qualquer custo.
(MOTTA , 1984, p. 19).
Segundo Motta (1984, p. 69), a ética baseia-se em uma filosofia
de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, “o
agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas
básicas pela Ética: “o que é o homem e para que ele viva”, logo toda
capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios
essenciais da Ética.
Assim, nos últimos anos, os escritórios viraram campos fértil para a
desonestidade, a omissão, a má conduta e a mentira. No dia-a-dia, os sete
pecados capitais (luxúria, ira, inveja, gula, preguiça, soberba e avareza) servem
como uma espécie de parâmetro para o bom ou mau comportamento em
sociedade. No universo corporativo, a falta de ética poderia entrar nessa lista.
A maioria das pessoas age com honestidade porque quer dormir com a
consciência tranqüila - ou então, porque tem medo das conseqüências, que
podem resultar em atos ilegais ou contrários à ética; afirma JACOMINO (2003.
pg.28-37).
Muitas organizações procuram, hoje, criar seu código de ética. Essa
tendência, que à primeira vista pode se assemelhar a um modismo, parece
estar entranhando o tecido social e a comunidade empresarial de forma mais
profunda que um passageiro entusiasmo dos profissionais de recursos
humanos, relações públicas ou auditoria. Segundo Lisboa (1997.p.34), um
25Código de Ética pode ser entendido como uma relação das práticas de
comportamento que se espera e sejam observadas no exercício da profissão,
sendo que normas do Código de Ética visam ao bem-estar da sociedade, de
forma a assegurar a lisura de procedimentos de seus membros dentro e fora da
instituição, afirma ainda, que os objetivos de um código de ética profissional é a
formação da consciência sobre padrões de conduta.
É neste cenário de mudanças que as Instituições Financeiras precisam
de um olhar ético onde os princípios éticos existam naturalmente, por consenso
em uma empresa, em uma comunidade como também apresentar-se na forma
escrita. Lisboa, (1997.p.47), ressalta também que o Código de Ética torna os
princípios éticos obrigatórios aos praticantes, tornando possível que seja
assegurada sua observância.
Se a empresa, como espaço social, produz e reproduz esses valores,
ela se torna importante em qualquer processo de mudança de perspectiva das
pessoas; tanto das que nela convivem e participam quanto daquelas com as
quais essas pessoas se relacionam. Assim, quanto mais empresas tenham
preocupações éticas mais a sociedade na qual essas empresas estejam
inseridas tenderão a melhorar no sentido de constituir um espaço agradável
onde as pessoas vivam realizadas, seguras e felizes.
Empresas são formadas por pessoas e só existem por causa delas. Por
trás de qualquer decisão, de qualquer erro ou imprudência estão seres de
carne e osso. E são eles que vão viver as glórias ou o fracasso da organização.
Por isso, quando se fala de empresa ética, lembra-se de pessoas éticas. Uma
política interna mal definida por um funcionário de qualquer nível pode atingir
dois dos maiores patrimônios de uma empresa: a marca e a imagem.
26Sabendo que é inevitável que ocorram erros, Lisboa assim escreve:
Não se acredita que qualquer
pessoa é completamente ética todo
o tempo. Tais pessoas, se existirem,
excedem tudo o que se conhece
sobre a personalidade humana.
Como profissionais e cidadãos,
precisa-se agir tão eticamente
quanto possível para causar um mal
mínimo e promover o bem-estar
social, (1997, p.130).
Lisboa (1997.p.134), apresenta algumas condutas antiéticas abaixo :
• A empresa diz não ter preconceito, mas não possui nenhum trabalhador
negro;
• Suborno indireto: os compradores negociam corretamente, mas aceitam
vantagens políticas e às vezes até sexuais de seus fornecedores;
• Comprador se envolve com o fornecedor e acaba favorecendo-o mesmo
sem a intenção de fazê-lo;
• Comprador para fornecedor: ou aceita o preço ou o concorrente recebe.
Este procedimento acaba liquidando os pequenos;
• A contratação de pessoal do concorrente para obter informações;
• Subfaturar o produto: o concorrente A pesquisa o mercado e estima que
o valor justo para um determinado produto é X, computando entre outros
itens o seu custo, mão-de-obra e suas vantagens. No entanto, o
27concorrente B fatura o mesmo produto pela metade do preço e paga o
restante por fora;
• Dois concorrentes combinam abaixar o preço de um produto para
liquidar um terceiro;
• Violar o meio ambiente;
• A empresa que opta por uma publicidade enganosa, abusiva ou
escandalosa, uma vez que ela tem responsabilidade nesta escolha e
não só a agência;
• Vender sonho ao invés de produto: propaganda de um sabão que vende
o sonho de uma viagem para a Europa, por exemplo, e não o produto.
As empresas que desejam hoje permanecer no mercado têm de
implantar um programa de ética e monitorar o seu cumprimento.
3.1 Ética na vida profissional do indivíduo
Para Lisboa (1997.p.47), a Ética é o estudo geral do que é bom ou mau,
do que é correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um
dos objetivos da Ética é à busca de justificativas para as regras propostas pela
Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos, Moral e Direito já que não
estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a
Ética.
A ética é indispensável ao profissional, porque na ação humana “o
fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à
eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão.
O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve
assumir no desempenho de sua profissão, ou seja, ético é todo profissional que
tem como meta sentir-se íntegro e pleno da alegria de viver. Convicto de que
28todos os demais podem se sentir assim também. Cultiva o pensamento
cooperativo. Tem um profundo e inabalável respeito pelos acordos firmados.
(LISBOA,1997.p.47).
De acordo com Jacomino (2000, p. 36):
Agir eticamente dentro (ou fora)
da empresa sempre foi e será uma
decisão pessoal. Uma vez que você
tenha despertado para o assunto,
mais e mais ele tende a ser
considerado nas decisões, num
processo permanente, sem fim. É
claro que sempre estamos sujeitos a
deslizes e equívocos. Nunca se
esqueça, porém, de que esse
costuma ser um caminho sem volta.
Para o bem ou para o mal.
Nash, (1999, pg. 78), recomenda que haja reflexões sobre as ações
realizadas no exercício de uma profissão. A fase da escolha profissional, ainda
durante a adolescência deve ser permeada por esta reflexão. A escolha por
uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, os deveres profissionais serão
obrigatórios. Muitas vezes, o jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o
conjunto de deveres que está prestes a assumir.
Segundo Nash, (1999, pg. 73), toda a fase de formação profissional, o
aprendizado das competências e habilidades referentes à prática específica
numa determinada área, deve incluir a reflexão, desde antes do início dos
estágios práticos. Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um
29juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a categoria
profissional onde formalmente ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da
chamada Ética Profissional, esta adesão voluntária a um conjunto de regras
estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício.
Glock (2003.p.3), aconselha o profissional estar sempre bem informado,
acompanhando não apenas as mudanças nos conhecimentos técnicos da sua
área profissional, mas também nos aspectos legais e normativos. Que o
mesmo busque o conhecimento. Muitos processos ético-disciplinares nos
conselhos profissionais acontecem por desconhecimento, negligência. O autor
ressalva ainda que Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às
pessoas, confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade,
envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações
genuínas com as pessoas, responsabilidade, corresponder à confiança que é
depositada no profissional de qualquer área. Comportamento eticamente
adequado e sucesso continuado são indissociáveis.
O indivíduo ao tomar qualquer decisão ética precisa adotar um conjunto
de valores fundamentais. Muitas dessas virtudes nasceram no mundo antigo e
continuam em voga no mundo de hoje. Arruda (2003.p.56), nos apresenta
algumas:
• Ser honesto em qualquer situação: a honestidade é a primeira virtude da
vida nos negócios, afinal, a credibilidade é resultado de uma relação
franca.
• Ter coragem para assumir as decisões: mesmo que seja preciso ir
contra a opinião da maioria.
• Ser tolerante e flexível: muitas idéias aparentemente absurdas podem
ser as soluções para um problema. Mas para descobrir isso é preciso
ouvir as pessoas ou avaliar a situação sem julgá-las antes.
30
• Ser íntegro: significa agir de acordo com os seus princípios, mesmo nos
momentos mais críticos.
• Ser humilde: só assim se consegue ouvir o que os outros têm a dizer e
reconhecer que o sucesso individual é resultado do trabalho da equipe.
Srour (2010.p.23), diz que ser ético nada mais é do que agir direito,
proceder bem, sem prejudicar os outros. É ser altruísta, é estar tranqüilo com a
consciência pessoal. É, também, agir de acordo com os valores morais de uma
determinada sociedade. Essas regras morais são resultados da própria cultura
de uma comunidade. Elas variam de acordo com o tempo e sua localizações. A
regra ética é uma questão de atitude, de escolha.
Lisboa (1997, p.81), em uma de suas afirmações sobre as práticas
antiéticas nos lembra que “o profissional, especialmente quando na condição
de empregado da empresa, não deve deixar que sua eventual dependência
econômica do empregador o obrigue a divulgar informações não verdadeiras.”
A ameaça de perder a estabilidade profissional pode ser uma arma a favor do
empregador que quer corromper seu empregado. Contudo o empregado deve
ser conhecedor dos valores que acredita serem os eticamente elegíveis e
tomar a atitude que o deixe com a consciência tranqüila.
Sá (2000.p.67), afirma que o valor profissional deve fazer-se
acompanhar de um correspondente valor ético, para que exista uma integral
imagem de qualidade. De que adianta um profissional ético sem competência
ou um profissional competente sem valores éticos, já que essas duas virtudes
se complementam? Quando há só competência técnica e científica e não existe
conduta virtuosa, a tendência é de que o conceito no campo do trabalho possa
abalar-se, notadamente em profissões que lidam com maiores riscos, fato que
acontece porque, tendo competência técnica e científica, o profissional pode
usá-la de forma ilícita, prejudicando a empresa e a sociedade. No entanto, se
existe somente a conduta virtuosa, a empresa tem chances de através de
treinamentos, transformarem o profissional, conseguindo, em alguns casos,
31claro, se existir interesse do profissional, conciliar a conduta virtuosa e a
competência.
Sá (2000.p.45), considera ainda que o valor profissional deve fazer-se
acompanhar de um correspondente valor ético, para que exista uma integral
imagem de qualidade. De que adianta um profissional ético sem competência
ou um profissional competente sem valores éticos, já que essas duas virtudes
se complementam?
32
CONCLUSÃO
A partir do exposto, torna-se importante ressaltar que a ética vem sendo
discutida e utilizada desde a antiguidade, com base em um sistema de valores,
e vem apresentando mudanças, principalmente no mundo atual onde o tema
está sendo mais valorizado pela sociedade e pelas empresas. Os debates
atuais quanto às questões éticas estão se ampliando muito no mundo a ponto
de extrapolar os limites em todas as áreas de conhecimento, adaptando-se aos
moldes dos tempos atuais e aos problemas que estão surgindo.
Percebeu-se que a ética é capaz de proporcionar ao indivíduo, e ao
coletivo, o bem maior, isto é, a exaltação dos prazeres advindos de uma
conduta impecavelmente subordinada ao código de ética. A consciência da
humanização é uma questão de vital importância, o respeito, a empatia, a
cordialidade, a solidariedade mútua entre os membros que compõem uma
organização, uma comunidade, ou a sociedade em geral. São atitudes
necessárias, para que essas relações sejam consolidadas e fortalecidas com
caráter positivo, tornando assim o ambiente de trabalho, um local não mais de
discussões, mas sim um ambiente pacífico e tranqüilo, onde os funcionários
possam estabelecer laços de afetuosidade e fraternidade, onde os
comportamentos éticos sejam uma constante.
É necessário que as Instituições Financeiras adotem um comportamento
ético tanto dentro quanto fora das empresas, buscando novos valores que
transcendam os valores da empresas, oferecendo qualidade, respeito a
clientes e colaboradores. O desafio maior das empresas é ter uma ética interna
que oriente suas decisões e permeie as relações entre os seus integrantes.
Ressalva-se que a falta de ética conduz um sentimento de frustração
para o indivíduo e para a sociedade. As empresas precisam implantar medidas
preventivas. O investimento na educação dos seus funcionários, na saúde, na
conscientização ecológica, entre outros, são medidas vitais a serem tomadas.
33 Para tanto é de fundamental importância que haja a reformulação nas
empresas e organizações. Recomenda-se que sejam proporcionados
treinamento e desenvolvimento de seus empregados, que podem absorvidos
como agentes de educação, de recursos humanos e de transformação positiva
da sociedade e para o mundo.
Por fim recomenda-se que sejam adotadas medidas de gestão
empresarial que criem profissionais mais éticos no mundo dos negócios. É
notável perceber que as Instituições para poder sobreviver atualmente, e
obviamente, obter vantagens competitivas, devem agir de forma honesta com
todos aqueles que têm algum tipo de relacionamento com elas. Seus valores,
rumos e expectativas devem levar em conta todo o mundo atual. Acredita-se
que bons resultados profissionais e empresariais devem resultar de decisões
morais ou éticas e que ter padrões éticos pode significar bons negócios em
longo prazo. Visto que já não existe espaço para as empresas que não se
engajam nas questões como; à sustentabilidade e à responsabilidade
socioambiental, pois os consumidores estão mais exigentes e conscientes do
papel das organizações nestas questões, o que gera certa pressão para que
elas atuem de maneira sustentável.
34
REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de. Fundamentos de Ética Empresarial e
Econômica. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2003.
BOFF, Leonardo. Do Iceberg à Arca de Noé: O nascimento de uma ética
planetária. Garamond, Brasil, 2002.
Glock, RS, Goldim JR. Ética profissional é compromisso social. Mundo
Jovem (PUCRS, Porto Alegre) 2003.
HOLANDA, Aurélio Buarque de. Novo dicionário da língua portuguesa. 3 ed.
1999.
JACOMINO, D. Você é um profissional ético?. VOCÊ S/A. São Paulo, n. 25,
pg.28-37, 2000.
LISBOA, Lazaro Plácido. Ética geral e profissional em contabilidade,
FIPECAFI . São Paulo: Atlas, 1997.
MEDEIROS, João Bosco. Português instrumental para cursos de
contabilidade, economia e administração. São Paulo: Atlas, 1994.
MOTTA, Nair de Souza. Ética e vida profissional. Rio de Janeiro: Âmbito
Cultural Edições, 1984.
MOREIRA, Joaquim Magalhães. A ética empresarial no Brasil. São Paulo:
Pioneira, 1999.
NASH, Laura L. Ética nas empresas. São Paulo: Makron Books, 1999.
ROSAS, Vanderlei de Barros © Copyright 2002 - Vanderlei de Barros Rosas-
Professor de Filosofia e Teologia.
SÁ, Antonio Lopes de .Ética profissional .São Paulo: Atlas,1998.
SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. 2ª edição
revista e atualizada. Rio de Janeiro.2010.
SROUR, Robert Henry. Ética empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
35VERÍSSIMO, Luis Fernando. O Desafio ético. Organização de Ari Roitman.
Porto Alegre, Rio Grande do Sul .Garamond, 2000.
36
ANEXO
Plano de Pesquisa
TEMA
Ética Empresarial
TÍTULO
A importância da ética para o sucesso do individuo e das instituições
financeiras.
PROBLEMA
O sucesso ou fracasso de uma instituição financeira está ligado ao seu
comportamento ético?
JUSTIFICATIVA
Justifica-se a realização deste pela escassez de material com o
conteúdo abordado. E ainda, por ser um tema que atinge diversas áreas
sociais. A falta de ética é divulgada pela mídia de maneira óbvia para toda
sociedade, como condutas de alguns políticos e empresários, e de funcionários
públicos e privados, que denigrem a imagem do ser humano, e criam um
constrangimento publico inevitável, e desolador.
OBJETIVO GERAL
Discutir a ética empresarial sob a perspectiva da responsabilidade social
da empresa em função da forte pressão competitiva que caracteriza o ambiente
de negócios.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar o significado de ética empresarial e como ela agrega valor as
atividades das instituições financeiras.
37 Cada vez mais as empresas éticas subordinam suas atividades
estratégicas a uma prévia reflexão ética e agem de forma socialmente
responsável.
DELIMITAÇÃO
Instituições Financeiras e o Sucesso profissional do indivíduo
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia a ser usada para o trabalho será o método dedutível, de
cunho bibliográfico. A partir de uma análise qualitativa, na qual se buscará
respostas possíveis nas leituras em torno da temática, visando reunir diversos
referenciais teóricos e soluções alternativas para o problema em foco.
38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4
EPIGRAFE 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
CONCEITO DE É TICA SUA HISTÓRIA 12
1.1 – História da Ética 13
1.2 – Ética que se Desdobra em Várias abordagens 14
CAPÍTULO II
ÉTICA NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 18
2.1 - O que é ética empresarial 20 2.2 - Razões Para a Empresa adotar um comportamento ético 21 2.3 - Ética na vida social 22 CAPÍTULO III
MUDANÇAS SOB O OLHAR ÉTICO 24
3.1 - Ética na vida profissional do indivíduo 27 CONCLUSÃO 32 REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34
39ANEXOS 36 ÍNDICES 38 FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Instituto A vez do Mestre
Título da Monografia: a importância da ética para o sucesso do individuo e
das instituições financeiras
Autor: Marcos Gerardo nascimento carvalho
Data da entrega: 17/ 08/ 2010
Avaliado por: ANA CLAUDIA MORRISSY Conceito: