UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA PRODUÇÃO DE
ADUBO ORGÂNICO
Por: Rodolfo André Dias de Almeida
Orientador
Prof.ª Maria Esther
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA PRODUÇÃO DE
ADUBO ORGÂNICO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Ambiental.
Por: Rodolfo A. D. de Almeida
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RESUMO
O trabalho aborda a alternativa da Gestão dos Resíduos Sólidos no
Brasil como forma de amenizar os problemas causados pelo lixo.
A cada dia que se passa mais lixo é gerado pelo ser humano e a grande
questão é: Para onde vai tanto lixo?
A Gestão de Resíduos sólidos para produção de adubo orgânico por
meio da técnica de compostagem surge como uma solução viável para 80% do
lixo orgânico que é enviado para os lixões.
A técnica de compostagem visa a transformação do resíduo orgânico
em adubo, diminuindo a quantidade de lixo nos aterros, gerando renda,
emprego, reduzindo as emissões de gases para a atmosfera e auxiliando o
meio agrícola para produção de alimento.
Palavras – chaves: Resíduos, lixo, compostagem e adubo orgânico.
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METODOLOGIA
O trabalho foi realizado por meio de pesquisas e informações tendo
como fonte de consulta: livros, jornais, revistas, teses e dissertações
acadêmicas, artigos científicos e sites de meio ambiente.
O objetivo da pesquisa foi mostrar a viabilidade da utilização de resíduo
orgânico para produção de adubo.
Os principais autores utilizados na realização deste trabalho foram Lima,
Paiva, Calderoni, Monteiro e Rodrigues.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Resíduos Sólidos 10
CAPÍTULO II - Gestão de Resíduos Sólidos 33
CAPÍTULO III – Compostagem: Produção de
adubo orgânico 43
CONCLUSÃO 66
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 67
WEBGRAFIA 68
ÍNDICE 69
FOLHA DE AVALIAÇÃO 71
8
INTRODUÇÃO
Hoje há uma grande luta e dedicação de muitos para a preservação do
que ainda resta da natureza. São muitos problemas evidentes e poucas
soluções postas em prática.
Segundo Lima, lixo é tecnicamente chamado de Resíduo Sólido.
Conceitua-se como qualquer material quando seu proprietário ou produtor não
o considera mais com o valor suficiente para conservá-lo; por outro lado, o lixo
resulta da atividade humana por isso considerado inesgotável, é diretamente
proporcional à intensidade industrial e o aumento populacional.
O lixo é um grande vilão do meio ambiente. Não há como não produzir
lixo, mas podemos diminuir essa produção.
Como? Reduzindo o desperdício, reutilizando sempre que possível e
separando os materiais recicláveis para a coleta seletiva e utilizando o resíduo
orgânico para produção de adubo orgânico por meio da compostagem.
A reciclagem de materiais é muito importante, tanto para diminuir o
acúmulo de dejetos, quanto para poupar a natureza da extração inesgotável de
recursos.
Pesquisas indicam que cada ser humano produz cerca de 5kg de lixo
por dia, calculando com o número total de habitantes no planeta a quantidade
seria exorbitante.Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. Apenas
2% do lixo brasileiro são reciclados, o que chama muita atenção para o estudo
de técnicas de reciclagem.
Dos 80% do lixo que vão para os lixões, cerca de 50% são orgânicos.
Com o gerenciamento desse resíduo para a produção de adubo orgânico
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acarretaria muitos benefícios para o meio ambiente e a sociedade como um
todo. Menos lixo seria direcionado para os aterros, menor poluição para o ar,
água e solo; geração de emprego e de renda e muitas outras vantagens.
Mediante a tantos problemas causados pelo lixo, este trabalho visa o
estudo de técnicas para a transformação de algo inútil em útil.
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CAPÍTULO I
Resíduos Sólidos
1 - História e conceito do lixo
Desde os tempos mais remotos até meados do século XVIII, quando
surgiram as primeiras indústrias na Europa, o lixo era produzido em pequena
quantidade e constituído essencialmente de sobras de alimentos.
A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir
objetos de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no
mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de
resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver então a era dos
descartáveis em que a maior parte dos produtos — desde guardanapos de
papel e latas de refrigerante, até computadores — são inutilizados e jogados
fora com enorme rapidez.
Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com
que as áreas disponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira
acumulada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as
condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas
regiões menos desenvolvidas. Até hoje, no Brasil, a maior parte dos resíduos
recolhidos nos centros urbanos é simplesmente jogada sem qualquer cuidado
em depósitos existentes nas periferias das cidades.
De acordo com o Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, "lixo é
tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas e sem
valor."
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Já a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – define o lixo
como os "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como
inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido,
semi-sólido1 ou líquido2, desde que não seja passível de tratamento
convencional."
Normalmente os autores de publicações sobre resíduos sólidos se
utilizam indistintamente dos termos "lixo" e "resíduos sólidos". Neste Manual,
resíduo sólido ou simplesmente "lixo" é todo material sólido ou semi-sólido
indesejável e que necessita ser removido por ter sido considerado inútil por
quem o descarta em qualquer recipiente destinado a este ato.
Há de se destacar, no entanto, a relatividade da característica
inservível do lixo, pois aquilo que já não apresenta nenhuma serventia para
quem o descarta, para outro pode se tornar matéria-prima para um novo
produto ou processo. Nesse sentido, a idéia do reaproveitamento do lixo é um
convite à reflexão do próprio conceito clássico de resíduos sólidos. É como se
o lixo pudesse ser conceituado como tal somente quando da inexistência de
mais alguém para reivindicar uma nova utilização dos elementos então
descartados.
A história do lixo pertence à própria história da civilização humana, pois
o homem é o único ser vivo que não consegue ter seus dejetos inteiramente
reciclados pela natureza. Originalmente a palavra lixo vem do latim lix que
significa cinzas ou lixívia. No Brasil, atribui-se ao lixo, segundo a NBR - 10.004
Classificação de 1987 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a
denominação de Resíduo Sólido; residuu, também do latim, significa o que
sobra de determinadas substâncias, e sólido é incorporado para diferenciar
dos resíduos líquidos e gases.
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1.1 – Realidade do lixo
O Brasil produz aproximadamente 240 mil toneladas de lixo por dia,
número inferior ao dos EUA (607 t/dia), mas bem superior ao de países
como a Alemanha (85 t/dia) e a Suécia (10,4 t/dia). Dentre os resíduos
sólidos (lixo) produzidos no país, 76% são jogados nos lixões (amontoados
de lixo num terreno, sem nenhum tipo de tratamento) e outros 13% nos
chamados “aterros controlados”. Apenas 10% do total coletado têm como
destino final os aterros sanitários. A disposição inadequada do lixo em áreas
consideradas impróprias provoca a poluição do solo, água e ar.
A geração de resíduos sólidos no Brasil é um dos graves problemas
enfrentados pelo poder público, principalmente no nível municipal. Os
municípios se defrontam com a escassez de recursos financeiros para investir
na coleta, no processamento e disposição final do lixo onde certos materiais
podem levar até 400 anos para se decompor.
No Brasil, apenas 63% dos domicílios contam com coleta regular de
lixo. A população não atendida queima seu lixo, enterram ou dispõe-no junto a
habitações, logradouros públicos, terrenos baldios, encostas e cursos de água,
contaminando o ambiente e comprometendo a saúde humana.
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1.2 – Classificação dos resíduos sólidos
São várias as maneiras de se classificar os resíduos sólidos. As mais
comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e
quanto à natureza ou origem.
De acordo com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem
ser classificados em:
Classe 1 ou perigosos: São aqueles que, em função de suas
características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade ou
patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do
aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos
ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.
Classe 2 ou não-inertes: São os resíduos que podem apresentar
características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com
possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se
enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos – ou Classe
III – Inertes.
Classe 3 ou inertes: São aqueles que, por suas características
intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando
amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e
submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou
deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo
a norma NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados
a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme
listagem nº 8 (Anexo H da NBR 10.004), excetuando-se os padrões de
aspecto, cor, turbidez e sabor.
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1.3 Quanto à natureza ou origem
A origem é o principal elemento para a caracterização dos resíduos
sólidos. Segundo este critério, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados
em cinco classes, a saber:
Lixo Dméstico ou Residencial: São os resíduos gerados nas
atividades diárias em casas, apartamentos, condomínios e demais edificações
residenciais.
Lixo Comercial: São os resíduos gerados em estabelecimentos
comerciais, cujas características dependem da atividade ali desenvolvida.
Nas atividades de limpeza urbana, os tipos "doméstico" e "comercial"
constituem o chamado "lixo domiciliar", que, junto com o lixo público,
representam a maior parcela dos resíduos sólidos produzidos nas cidades.
O grupo de lixo comercial, assim como os entulhos de obras, pode ser
dividido em subgrupos chamados de "pequenos geradores" e "grandes
geradores".
O regulamento de limpeza urbana do município poderá definir
precisamente os subgrupos de pequenos e grandes geradores. Pode-se adotar
como parâmetro:
Pequeno Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que
gera até 120 litros de lixo por dia.
Grande Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que
gera um volume de resíduos superior a esse limite.
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Analogamente, pequeno gerador de entulho de obras é a pessoa física
ou jurídica que gera até 1.000kg ou 50 sacos de 30 litros por dia, enquanto
grande gerador de entulho é aquele que gera um volume diário de resíduos
acima disso.
Lixo Público: São os resíduos presentes nos logradouros públicos,
em geral resultantes da natureza, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e
areia, e também aqueles descartados irregular e indevidamente pela
população, como entulho, bens considerados inservíveis, papéis, restos de
embalagens e alimentos.
Lixo Domiciliar Especial: Grupo que compreende os entulhos de
obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus. Observe que os
entulhos de obra, também conhecidos como resíduos da construção civil, só
estão enquadrados nesta categoria por causa da grande quantidade de sua
geração e pela importância que sua recuperação e reciclagem vem assumindo
no cenário nacional.
Entulho de Obras: A indústria da construção civil é a que mais explora
recursos naturais. Além disso, a construção civil também é a indústria que mais
gera resíduo. No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada
favorece o desperdício na execução das novas edificações.
Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos proveniente
de novas edificações encontra-se abaixo de 100kg/m2, no Brasil este índice
gira em torno de 300kg/m2 edificado.
Em termos quantitativos, esse material corresponde a algo em torno de
50% da quantidade em peso de resíduos sólidos urbanos coletada em cidades
com mais de 500 mil habitantes de diferentes países, inclusive o Brasil.
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Em termos de composição, os resíduos da construção civil são uma
mistura de materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira,
plásticos, papelão, vidros, metais, cerâmica e terra.
Pilhas e Baterias: oAs pilhas e baterias têm como princípio básico
converter energia química em energia elétrica utilizando um metal como
combustível. Apresentando-se sob várias formas (cilíndricas, retangulares,
botões), podem conter um ou mais dos seguintes metais: chumbo (Pb), cádmio
(Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn)
e seus compostos.
As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem
características de corrosividade, reatividade e toxicidade e são classificadas
como "Resíduos Perigosos – Classe I".
As substâncias contendo cádmio, chumbo, mercúrio, prata e níquel
causam impactos negativos sobre o meio ambiente e, em especial, sobre o
homem.
Outras substâncias presentes nas pilhas e baterias, como o zinco, o
manganês e o lítio, embora não estejam limitadas pela NBR 10.004, também
causam problemas ao meio ambiente.
Já existe no mercado pilhas e baterias fabricadas com elementos não
tóxicos, que podem ser descartadas, sem problemas, juntamente com o lixo
domiciliar.
Os principais usos das pilhas e baterias são:
• funcionamento de aparelhos eletroeletrônicos;
• partida de veículos automotores e máquinas em geral;
• telecomunicações;
• telefones celulares;
• usinas elétricas;
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• sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme e
segurança (no break);
• movimentação de carros elétricos;
• aplicações específicas de caráter científico, médico ou militar.
Lâmpadas Fluorescentes: O pó que se torna luminoso encontrado no
interior das lâmpadas fluorescentes contém mercúrio. Isso não está restrito
apenas às lâmpadas fluorescentes comuns de forma tubular, mas encontra-se
também nas lâmpadas fluorescentes compactas.
As lâmpadas fluorescentes liberam mercúrio quando são quebradas,
queimadas ou enterradas em aterros sanitários, o que as transforma em
resíduos perigosos Classe I, uma vez que o mercúrio é tóxico para o sistema
nervoso humano e, quando inalado ou ingerido, pode causar uma enorme
variedade de problemas fisiológicos.
Uma vez lançado ao meio ambiente, o mercúrio sofre uma
"bioacumulação", isto é, ele tem suas concentrações aumentadas nos tecidos
dos peixes, tornando-os menos saudáveis, ou mesmo perigosas se forem
comidos freqüentemente. As mulheres grávidas que se alimentam de peixe
contaminado transferem o mercúrio para os fetos, que são particularmente
sensíveis aos seus efeitos tóxicos.
A acumulação do mercúrio nos tecidos também pode contaminar
outras espécies selvagens, como marrecos, aves aquáticas e outros animais.
Pneus: São muitos os problemas ambientais gerados pela destinação
inadequada dos pneus. Se deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os
pneus acumulam água, servindo como local para a proliferação de mosquitos.
Se encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam "ocos" na
massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro. Se destinados em
unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes quantidades de
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material particulado e gases tóxicos, necessitando de um sistema de
tratamento dos gases extremamente eficiente e caro.
Por todas estas razões, o descarte de pneus é hoje um problema
ambiental grave ainda sem uma destinação realmente eficaz.
Lixo de Fontes Especiais: São resíduos que, em função de suas
características peculiares, passam a merecer cuidados especiais em seu
manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte ou disposição final.
Dentro da classe de resíduos de fontes especiais, merecem destaque:
Lixo Iindustrial: São os resíduos gerados pelas atividades industriais.
São resíduos muito variados que apresentam características diversificadas,
pois estas dependem do tipo de produto manufaturado. Devem, portanto, ser
estudados caso a caso. Adota-se a NBR 10.004 da ABNT para se classificar
os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II (Não-Inertes) e Classe
III (Inertes).
Lixo Radioativo: Assim considerados os resíduos que emitem
radiações acima dos limites permitidos pelas normas ambientais. No Brasil, o
manuseio, acondicionamento e disposição final do lixo radioativo está a cargo
da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
Lixo de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoferroviários:
Resíduos gerados tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e
veículos de transporte. Os resíduos dos portos e aeroportos são decorrentes
do consumo de passageiros em veículos e aeronaves e sua periculosidade
está no risco de transmissão de doenças já erradicadas no país. A transmissão
também pode se dar através de cargas eventualmente contaminadas, tais
como animais, carnes e plantas.
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Lixo Agrícola: Formado basicamente pelos restos de embalagens
impregnados com pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura,
que são perigosos. Portanto o manuseio destes resíduos segue as mesmas
rotinas e se utiliza dos mesmos recipientes e processos empregados para os
resíduos industriais Classe I. A falta de fiscalização e de penalidades mais
rigorosas para o manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam
misturados aos resíduos comuns e dispostos nos vazadouros das
municipalidades, ou – o que é pior – sejam queimados nas fazendas e sítios
mais afastados, gerando gases tóxicos.
Resíduos de Serviços de Saúde: Compreendendo todos os resíduos
gerados nas instituições destinadas à preservação da saúde da população.
1.4 – Acondicionamento
Acondicionar os resíduos sólidos domiciliares significa preparálos para
a coleta de forma sanitariamente adequada, como ainda compatível com o tipo
e a quantidade de resíduos.
A qualidade da operação de coleta e transporte de lixo depende da
forma adequada do seu acondicionamento, armazenamento e da disposição
dos recipientes no local, dia e horários estabelecidos pelo órgão de limpeza
urbana para a coleta. A população tem, portanto, participação decisiva nesta
operação.
A importância do acondicionamento adequado está em:
• evitar acidentes;
• evitar a proliferação de vetores;
•minimizar o impacto visual e olfativo;
• reduzir a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver
coleta seletiva);
• facilitar a realização da etapa da coleta.
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Infelizmente, o que se verifica em muitas cidades é o surgimento
espontâneo de pontos de acumulação de lixo domiciliar a céu aberto, expostos
indevidamente ou espalhados nos logradouros, prejudicando o ambiente e
arriscando a saúde pública.
Nas cidades brasileiras a população utiliza os mais diversos tipos de
recipientes para acondicionamento do lixo domiciliar:
• vasilhames metálicos (latas) ou plásticos (baldes);
• sacos plásticos de supermercados ou especiais para lixo;
• caixotes de madeira ou papelão;
• latões de óleo, algumas vezes cortados ao meio;
• contêineres metálicos ou plásticos, estacionários ou sobre
rodas;
• embalagens feitas de pneus velhos.
A escolha do tipo de recipiente mais adequado deve ser orientada
em função:
• das características do lixo;
• da geração do lixo;
• da freqüência da coleta;
• do tipo de edificação;
• do preço do recipiente.
Os recipientes adequados para acondicionar o lixo domiciliar devem ter
as seguintes características:
• peso máximo de 30kg, incluindo a carga, se a coleta for
manual;
• dispositivos que facilitem seu deslocamento no imóvel até o
local de coleta;
• serem herméticos, para evitar derramamento ou exposição dos
resíduos;
• serem seguros, para evitar que lixo cortante ou perfurante
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possa acidentar os usuários ou os trabalhadores da coleta;
• serem econômicos, de maneira que possam ser adquiridos
pela população;
• não produzir ruídos excessivos ao serem manejados;
• possam ser esvaziados facilmente sem deixar resíduos no
fundo.
Há ainda outra característica a ser levada em conta: se os recipientes
são com ou sem retorno. Neste último caso, a coleta será mais produtiva e não
haverá exposição de recipientes no logradouro após o recolhimento do lixo,
tampouco a necessidade de seu asseio por parte da população.
Analisando-se o anteriormente exposto, pode-se concluir que os sacos
plásticos são as embalagens mais adequadas para acondicionar o lixo quando
a coleta for manual, por que:
• são facilmente amarrados nas "bocas", garantindo o fechamento;
• são leves, sem retorno (resultando em coleta mais produtiva) e
permitem recolhimento silencioso, útil para a coleta noturna;
• possuem preço acessível, permitindo a padronização. Pode-se
tolerar o uso de sacos plásticos de supermercados (utilizados
para embalar os produtos adquiridos), sem custo para a população.
Entre os recipientes mencionados e considerando a adequação para
acondicionamento do lixo domiciliar, merecem destaque:
Sacos plásticos: O lixo domiciliar pode ser embalado em sacos
plásticos sem
retorno, para ser descarregado nos veículos de coleta.
Os sacos plásticos a serem utilizados no acondicionamento do lixo
domiciliar devem possuir as seguintes características:
• ter resistência para não se romper por ocasião do manuseio;
• ter volume de 20, 30, 50 ou 100 litros;
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• possuir fita para fechamento da "boca";
• ser de qualquer cor, com exceção da branca (normalmente os
sacos de cor preta são os mais baratos).
Estas características acham-se regulamentadas pela norma técnica
NBR 9.190 da ABNT
Contêineres de plástico: São recipientes fabricados em polietileno
de alta densidade (PEAD), nas capacidades de 120, 240 e 360 litros
(contêineres de
duas rodas) e 760 e 1.100 litros (contêineres de quatro rodas),
constituídos de tampa, recipiente e rodas, contendo na matéria prima um
pouco de material reciclado e aditivos contra a ação de raios ultravioleta.
Destinam-se ao recebimento, acondicionamento e transporte de lixo
domiciliar urbano e público. Podem ser utilizados também como carrinho para
coleta de resíduos públicos e conduzidos pelos garis nos logradouros.
O lixo dos grandes geradores, cuja coleta e transporte devem ser
operados por empresas particulares credenciadas pela prefeitura, pode ser
acondicionado em contêineres semelhantes ao da ilustração ao lado,
distinguidos apenas por cor diferente.
Contêineres metálicos: São recipientes providos normalmente de
quatro rodízios, com capacidade variando de 750 a 1.500 litros, que podem ser
basculados por caminhões compactadores .
Papeleiras de rua: Cesta coletora plástica, do tipo papeleira, com
capacidade volumétrica útil de 50 litros, constituída de corpo para recebimento
dos resíduos, tampa e soleira metálica para se apagar ponta de cigarro antes
que seja jogado no seu interior e contendo na matéria-prima um pouco de
material reciclado e aditivos contra a ação de raios ultravioleta.
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Esses recipientes são próprios para pequenos resíduos e refugos
descartados por pedestres em trânsito nos logradouros.
Devem ser instaladas nos parques, praças, jardins, ruas, avenidas e
demais locais públicos de trânsito de pessoas, com o objetivo de reduzir a
quantidade de lixo disposta no solo.
Cesta coletora plástica para pilhas e baterias: Cesta coletora
plástica de pilhas e baterias, do tipo papeleira, com capacidade volumétrica útil
de 50 litros, devendo ser na cor verde, fabricada em polietileno de alta
densidade, protegido contra a ação de raios ultravioleta, constituída de
recipiente inferior e tampa.
Destina-se ao recebimento de pilhas e baterias, através de furo circular
ou oblongo na parte frontal da tampa. As cestas devem ser instaladas nos
parques, praças, jardins, ruas, avenidas e demais locais públicos de trânsito de
pessoas.
Sacos plásticos e contêineres: Os sacos plásticos utilizados no
acondicionamento do lixo público são similares aos usados para embalar o lixo
domiciliar. A única diferença está no volume, pois, para lixo público, é aceitável
o uso de sacos de 150 litros.
Da mesma forma, os contêineres plásticos são exatamente os mesmos
utilizados no acondicionamento do lixo domiciliar, havendo variação apenas
nos contêineres metálicos.
Os contêineres metálicos utilizados no acondicionamento do lixo
público são recipientes estacionários, com capacidade de 5 ou 7m3, que
podem ser basculados por caminhões compactadores.
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Essas caixas metálicas são intercambiáveis. O veículo que as recolhe
quando estão cheias traz consigo outra, vazia, para continuar servindo o local.
Por isso esse sistema se chama "Canguru". Já os veículos que operam essas
caixas são os poliguindastes, pelo fato de serem dotados de um guindaste
servindo a vários propósitos. O sistema também é conhecido como "Brooks" e
as caixas como "caixas Dempsters".
Uma vez disposto em legislação específica que os imóveis comerciais
e industriais com geração diária de resíduos sólidos superior a 120 litros são
considerados "grandes geradores", é necessário estabelecer padronização dos
recipientes para acondicionamento desses resíduos. É conveniente determinar
que os grandes geradores devam possuir contêineres diferenciados (em cor,
de preferência) daqueles da coleta normal, para facilitar a fiscalização.
Para a coleta de lixo domiciliar de grandes geradores ou de
estabelecimentos públicos, estão disponíveis no Brasil duas classes de
contêineres de grande porte (com capacidade superior a 360 litros):
• Contêineres providos de rodas, que são levados até os veículos de
coleta e basculados mecanicamente, fabricados em metal ou plásticos
(polietileno de alta densidade). As capacidades usuais são de 760, 1.150,
1.500 litros e outras.
• Contêineres estacionários (sem rodas), basculáveis nos caminhões
ou intercambiáveis, em geral metálicos. O basculamento nos caminhões
coletores de carregamento traseiro é feito por meio de cabos de aço acionados
por dispositivos hidráulicos, podendo ter capacidade para até 5m3.
Os contêineres intercambiáveis podem ser manejados por sistema de
poliguindastes ou do tipo roll-on, roll-off. São metálicos, com capacidades de 3
a 30m3. Os grandes contêineres (de 20 a 30m3 de capacidade) são
manejados por equipamento roll-on, roll-off, acionados por guinchos (cabos de
aço) ou por cilindros hidráulicos, e podem ser dotados de dispositivos elétricos
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de compactação, quando se transformam em miniestações de transbordo e
são apelidados de "compactêineres".
Resíduos da construção civil: Por causa de seu elevado peso
específico aparente, o entulho de obras é acondicionado, normalmente, em
contêineres metálicos estacionários de 4 ou 5m3, similares aos utilizados no
acondicionamento do lixo público.
O grande problema do entulho está relacionado ao seu
acondicionamento, pois os contêineres metálicos utilizados atrapalham a
passagem de pedestres e/ou o trânsito, bem como o estacionamento de
veículos. Além disso, o entulho de obra também consome muito espaço nos
aterros, espaço este que poderia estar sendo utilizado para a destinação de
outros tipos de resíduos não passíveis de reciclagem.
Pilhas e baterias: As baterias que não estiverem totalmente
descarregadas devem ser estocadas de forma que seus eletrodos não entrem
em contato com os eletrodos das outras baterias ou com um objeto de metal,
por exemplo, a parte de dentro de um tambor de metal. As baterias de níquel-
cádmio que não estiverem totalmente descarregadas deverão ser colocadas,
individualmente, em sacos plásticos antes de serem colocadas junto com
outras baterias de Ni-Cd.
Os contêineres com as baterias estocadas devem ser selados ou
vedados para se evitar liberação do gás hidrogênio, que é explosivo em
contato com o ar, devendo ficar sobre estrados ou pallets para que as baterias
se mantenham secas.
O armazenamento dos contêineres deve ser feito em local arejado e
protegido de sol e chuva.
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Lâmpadas fluorescentes: Os procedimentos para o manuseio de
lâmpadas que contêm mercúrio incluem as seguintes exigências:
• estocar as lâmpadas que não estejam quebradas em uma área
reservada, em caixas, de preferência em uma bombona plástica para evitar
que se quebrem;
• rotular todos as caixas ou bombonas;
• não quebrar ou tentar mudar a forma física das lâmpadas;
• quando houver quantidade suficiente de lâmpadas, enviá-las para
reciclagem, acompanhadas das seguintes informações:
• nome do fornecedor (nome e endereço da empresa ou instituição), da
transportadora e do reciclador;
• número de lâmpadas enviadas;
• a data do carregamento;
• manter os registros dessas notas por três anos, no mínimo;
• no caso de quebra de alguma lâmpada, os cacos de vidro devem ser
removidos e a área deve ser lavada;
• armazenar as lâmpadas quebradas em contêineres selados e
rotulados da seguinte forma: "Lâmpadas Fluorescentes Quebradas – Contém
Mercúrio".
Pneus: Por causa dos problemas relacionados à destinação
inadequada dos pneus, e a exemplo do que foi feito para as pilhas e baterias, o
CONAMA publicou em 1999 a Resolução nº 258, onde "as empresas
fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar
destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes
no território nacional".
Um dos maiores problemas encontrados no armazenamento de pneus
para a coleta ou reciclagem está no fato de propiciar o acúmulo de água
quando estocado em áreas sujeitas a intempéries. Este cenário facilitará a
criação de vetores causadores de doenças. Nesse sentido, recomenda-se que
o acondicionamento de pneus para a coleta siga as seguintes recomendações:
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• nunca acumule pneus, dispondo-os para a coleta assim que se
tornem sucata;
• se precisar guardá-los faça-o em ambientes cobertos e protegidos
das intempéries;
• jamais os queime.
Resíduos sólidos industriais: As formas mais usuais de se
acondicionar os resíduos sólidos industriais são:
• tambores metálicos de 200 litros para resíduos sólidos sem
características corrosivas;
• bombonas plásticas de 200 ou 300 litros para resíduos sólidos com
características corrosivas ou semi-sólidos em geral;
• big-bags plásticos, que são sacos, normalmente de polipropileno
trançado, de grande capacidade de armazenamento, quase sempre superior a
1m3;
• contêineres plásticos, padronizados nos volumes de 120, 240, 360,
750, 1.100 e 1.600 litros, para resíduos que permitem o retorno da embalagem;
• caixas de papelão, de porte médio, até 50 litros, para resíduos a
serem incinerados.
Resíduos radioativos: O manuseio e o acondicionamento dos
resíduos radioativos devem atender às seguintes características:
• o manuseio deve ser feito somente com o uso de equipamentos de
proteção individual – EPI – mínimos exigidos, tais como aventais de chumbo,
sapatos, luvas, máscara e óculos adequados;
• os recipientes devem ser confeccionados com material à prova de
radiação (chumbo, concreto e outros).
Resíduos de portos e aeroportos: O manuseio e o acondicionamento
desses resíduos seguem as mesmas rotinas e se utiliza os mesmos recipientes
empregados no acondicionamento do lixo domiciliar, a não ser em caso de
28
alerta de quarentena, quando cuidados especiais são tomados com os
resíduos das pessoas ou com as cargas provenientes de países em situação
epidêmica.
Resíduos de serviços de saúde: O manuseio de resíduos de
serviços de saúde está regulamentado pela norma NBR 12.809 da ABNT e
compreende os cuidados que se deve ter para segregar os resíduos na fonte e
para lidar com os resíduos perigosos.
No manuseio dos resíduos infectantes devem ser utilizados os
seguintes equipamentos de proteção individual – EPI –:
• avental plástico;
• luvas plásticas;
• bota de PVC (por ocasião de lavagens) ou sapato fechado;
• óculos;
•máscara.
Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados
diretamente nos sacos plásticos regulamentados pelas normas NBR 9.190 e
9.191 da ABNT, sustentados por suportes metálicos, conforme se pode
observar na ilustração que se segue. Para que não haja contato direto dos
funcionários com os resíduos, os suportes são operados por pedais.
1.5 - Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos
Coletar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem o produz
para encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma possível estação de
transferência, a um eventual tratamento e à disposição final. Coleta-se o lixo
para evitar problemas de saúde que ele possa propiciar.
29
A coleta e o transporte do lixo domiciliar produzido em imóveis
residenciais, em estabelecimentos públicos e no pequeno comércio são, em
geral, efetuados pelo órgão municipal encarregado da limpeza urbana. Para
esses serviços, podem ser usados recursos próprios da prefeitura, de
empresas sob contrato de terceirização ou sistemas mistos, como o aluguel de
viaturas e a utilização de mão-de-obra da prefeitura.
O lixo dos "grandes geradores" (estabelecimentos que produzem mais
que 120 litros de lixo por dia) deve ser coletado por empresas particulares,
cadastradas e autorizadas pela prefeitura.
Pode-se então conceituar como coleta domiciliar comum ou ordinária o
recolhimento dos resíduos produzidos nas edificações residenciais, públicas e
comerciais, desde que não sejam estas últimas, grandes geradoras.
A coleta do lixo domiciliar deve ser efetuada em cada imóvel, sempre
nos mesmos dias e horários, regularmente. Somente assim os cidadãos
habituar-se-ão e serão condicionados a colocar os recipientes ou embalagens
do lixo nas calçadas, em frente aos imóveis, sempre nos dias e horários em
que o veículo coletor irá passar.
Em conseqüência, o lixo domiciliar não ficará exposto, a não ser pelo
tempo necessário à execução da coleta. A população não jogará lixo em
qualquer local, evitando prejuízos ao aspecto estético dos logradouros e o
espalhamento por animais ou pessoas.
Regularidade da coleta é, portanto, um dos mais importantes atributos
do serviço.
Em qualquer cidade que disponha de controle do peso de lixo coletado,
é possível verificar matematicamente se a coleta é, de fato, regular,
30
comparando-se os pesos de lixo em duas ou mais semanas consecutivas. Nos
mesmos dias da semana (uma segunda-feira comparada com outra segunda-
feira, e assim por diante) os pesos de lixo não devem variar mais que 10%. Da
mesma forma, as quilometragens percorridas pelas viaturas de coleta devem
ser semelhantes, pois os itinerários a serem seguidos serão os mesmos (para
um mesmo número de viagens ao destino).
Além disso, a ocorrência de pontos de acumulação de lixodomiciliar
nos logradouros e um número elevado de reclamações apontam claramente
qualquer irregularidade da coleta.
O ideal, portanto, em um sistema de coleta de lixo domiciliar, é
estabelecer um recolhimento com dias e horários determinados, de pleno
conhecimento da população, através de comunicações individuais a cada
responsável pelo imóvel e de placas indicativas nas ruas. A população deve
adquirir confiança de que a coleta não vai falhar e assim irá prestar sua
colaboração, não atirando lixo em locais impróprios, acondicionando e
posicionando embalagens adequadas, nos dias e horários marcados, com
grandes benefícios para a higiene ambiental, a saúde pública, a limpeza e o
bom aspecto dos logradouros públicos.
Por razões climáticas, no Brasil, o tempo decorrido entre a geração do
lixo domiciliar e seu destino final não deve exceder uma semana para evitar
proliferação de moscas, aumento do mau cheiro e a atratividade que o lixo
exerce sobre roedores, insetos e outros animais.
Há que se considerar ainda a capacidade de armazenamento dos
resíduos nos domicílios. Nas favelas e em comunidades carentes, as
edificações não têm capacidade para armazená-lo por mais de um dia, o
mesmo ocorrendo nos centros das cidades, onde os estabelecimentos
31
comerciais e de serviços, além da falta de local apropriado para o
armazenamento, produzem lixo em quantidade considerável.
Em ambas as situações são convenientes estabelecer a coleta
domiciliar com freqüência diária.
As viaturas de coleta e transporte de lixo domiciliar podem ser de
dois tipos:
Compactadoras: no Brasil são utilizados equipamentos
compactadores de carregamento traseiro ou lateral;
Sem compactação: conhecidas como Baú ou Prefeitura, com
fechamento na carroceria por meio de portas corrediças.
Um bom veículo de coleta de lixo domiciliar deve possuir as
seguintes características:
• não permitir derramamento do lixo ou do chorume na via pública;
• apresentar taxa de compactação de pelo menos 3:1, ou seja, cada
3m3 de resíduos ficarão reduzidos, por compactação, a 1m3;
• apresentar altura de carregamento na linha de cintura dos garis, ou
seja, no máximo a 1,20m de altura em relação ao solo;
• possibilitar esvaziamento simultâneo de pelo menos dois recipientes
por vez;
• possuir carregamento traseiro, de preferência;
• dispor de local adequado para transporte dos trabalhadores;
• apresentar descarga rápida do lixo no destino (no máximo em três
minutos);
• possuir compartimento de carregamento (vestíbulo) com capacidade
para no mínimo 1,5m3;
• possuir capacidade adequada de manobra e de vencer aclives;
• possibilitar basculamento de contêineres de diversos tipos;
• distribuir adequadamente a carga no chassi do caminhão;
32
• apresentar capacidade adequada para o menor número de viagens
ao destino, nas condições de cada área.
33
CAPÍTULO II
Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil
2 – Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
No Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana foi iniciado
oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio
de Janeiro, então capital do Império. Nesse dia, o imperador D. Pedro II
assinou o Decreto nº 3024, aprovando o contrato de "limpeza e irrigação" da
cidade, que foi executado por Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco
Gary, de cujo sobrenome origina-se a palavra gari, que hoje denomina-se os
trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades brasileiras.
Dos tempos imperiais aos dias atuais, os serviços de limpeza urbana
vivenciaram momentos bons e ruins. Hoje, a situação da gestão dos resíduos
sólidos se apresenta em cada cidade brasileira de forma diversa,
prevalecendo, entretanto, uma situação nada alentadora.
Considerada um dos setores do saneamento básico, a gestão dos
resíduos sólidos não tem merecido a atenção necessária por parte do poder
público. Com isso, compromete-se cada vez mais a já combalida saúde da
população, bem como se degradam os recursos naturais, especialmente o solo
e os recursos hídricos. A interdependência dos conceitos de meio ambiente,
saúde e saneamento é hoje bastante evidente o que reforça a necessidade
de integração das ações desses setores em prol da melhoria da qualidade de
vida da população brasileira.
Como um retrato desse universo de ação, há de se considerar que
mais de 70% dos municípios brasileiros possuem menos de 20 mil habitantes,
e que a concentração urbana da população no país ultrapassa a casa dos
80%. Isso reforça as preocupações com os problemas ambientais urbanos e,
34
entre estes, o gerenciamento dos resíduos sólidos, cuja atribuição pertence à
esfera da administração pública local.
As instituições responsáveis pelos resíduos sólidos municipais e
perigosos, no âmbito nacional, estadual e municipal, são determinadas através
dos seguintes artigos da Constituição Federal, quais sejam:
• Incisos VI e IX do art. 23, que estabelecem ser competência comum da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer das suas formas, bem como
promover programas de construção de moradias e a melhoria do saneamento
básico;
• Já os incisos I e V do art. 30 estabelecem como atribuição municipal legislar
sobre assuntos de interesse local, especialmente quanto à organização dos
seus serviços públicos, como é o caso da limpeza urbana.
Tradicionalmente, o que ocorre no Brasil é a competência do Município
sobre a gestão dos resíduos sólidos produzidos em seu território, com exceção
dos de natureza industrial, mas incluindose os provenientes dos serviços de
saúde.
No que se refere à competência para o licenciamento de atividades poluidoras
e ao controle ambiental, o art. 30, I, já mencionado, estabelece a principal
competência legislativa municipal, qual seja: "legislar sobre assuntos de
interesse local", e dá, assim, o caminho para dirimir aparentes conflitos entre a
legislação municipal, a federal e a estadual.
O Município tem competência para estabelecer o uso do solo em seu
território. Assim, é ele quem emite as licenças para qualquer construção e o
alvará de localização para o funcionamento de qualquer atividade, que são
indispensáveis para a localização, construção, instalação, ampliação e
operação de qualquer empreendimento em seu território. Portanto, o Município
pode perfeitamente estabelecer parâmetros ambientais para a concessão ou
35
não destas licenças e alvará. A lei federal que criou o licenciamento ambiental,
quando menciona que a licença ambiental é exigível "sem prejuízo de outras
licenças exigíveis", já prevê a possibilidade de que os municípios exijam
licenças municipais.
A geração de resíduos sólidos domiciliares no Brasil é de cerca de
0,6kg/hab./dia e mais 0,3kg/hab./dia de resíduos de varrição, limpeza de
logradouros e entulhos.
Grande parte dos resíduos gerados no país não é regularmente
coletada, permanecendo junto às habitações (principalmente nas áreas de
baixa renda) ou sendo vazados em logradouros públicos, terrenos baldios,
encostas e cursos d'água.
De acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE –, realizada em 1989 (Pesquisa Nacional do Saneamento
Básico – PNSB), os domicílios particulares permanentes urbanos
representavam 78,1% do total das moradias brasileiras; desses, 80,0% tinham
seu lixo recolhido direta ou indiretamente pelos serviços municipais de coleta
de lixo, restando, portanto, 19,9% dos domicílios fora do atendimento dos
serviços municipais de coleta.
As diferenças regionais apontam para as regiões Sul e Sudeste como
as que detêm a maior cobertura de atendimento de seus domicílios, com
87,0% e 86,6%, respectivamente, enquanto as regiões Norte e Nordeste têm
apenas 54,4% e 44,6%, respectivamente, de domicílios atendidos por tal
serviço. Ainda de acordo com a PNSB, alguns dados evidenciam a dimensão
da gravidade da situação do setor no país: dos então 4.425 municípios
brasileiros no ano de 1989, 3.216 possuíam serviços de coleta apenas no
distrito-sede, enquanto 280 não dispunham de qualquer tipo de atendimento.
36
Apesar desse quadro, a coleta do lixo é o segmento que mais se
desenvolveu dentro do sistema de limpeza urbana e o que apresenta maior
abrangência de atendimento junto à população, ao mesmo tempo em que é a
atividade do sistema que demanda maior percentual de recursos por parte da
municipalidade. Esse fato se deve à pressão exercida pela população e pelo
comércio para que se execute a coleta com regularidade, evitando-se assim o
incômodo da convivência com o lixo nas ruas. Contudo, essa pressão tem
geralmente um efeito seletivo, ou seja, a administração municipal, quando não
tem meios de oferecer o serviço a toda a população, prioriza os setores
comerciais, as unidades de saúde e o atendimento à população de renda mais
alta.
A expansão da cobertura dos serviços raramente alcança as áreas
realmente carentes, até porque a ausência de infraestrutura viária exige a
adoção de sistemas alternativos, que apresentam baixa eficiência e, portanto,
custo mais elevado.
Os serviços de varrição e limpeza de logradouros também são muito
deficientes na maioria das cidades brasileiras. Apenas os municípios maiores
mantêm serviços regulares de varrição em toda a zona urbanizada, com
freqüências e roteiros predeterminados.
Nos demais municípios, esse serviço se resume à varrição apenas das
ruas pavimentadas ou dos setores de comércio da cidade, bem como à ação
de equipes de trabalhadores que saem pelas ruas e praças da cidade, em
roteiros determinados de acordo com as prioridades imediatistas, executando
serviços de raspagem, capina, roçagem e varrição dos demais logradouros
públicos.
O problema da disposição final assume uma magnitude alarmante.
Considerando apenas os resíduos urbanos e públicos, o que se percebe é uma
ação generalizada das administrações públicas locais ao longo dos anos em
37
apenas afastar das zonas urbanas o lixo coletado, depositando-o por vezes em
locais absolutamente inadequados, como encostas florestadas, manguezais,
rios, baías e vales. Mais de 80% dos municípios vazam seus resíduos em
locais a céu aberto, em cursos d'água ou em áreas ambientalmente protegidas,
a maioria com a presença de catadores – entre eles crianças –, denunciando
os problemas sociais que a má gestão do lixo acarreta.
Integram o sistema de limpeza urbana as etapas de geração,
acondicionamento, coleta, transporte, transferência, tratamento e disposição
final dos resíduos sólidos, além da limpeza de logradouros públicos.
Com relação ao tratamento do lixo, tem-se instalado no Brasil algumas
unidades de compostagem/reciclagem. Essas unidades utilizam tecnologia
simplificada, com segregação manual de recicláveis em correias
transportadoras e compostagem em leiras a céu aberto, com posterior
peneiramento. Muitas unidades que foram instaladas estão hoje paralisadas e
sucateadas, por dificuldade dos municípios em operá-las e mantê-las
convenientemente.
As poucas usinas de incineração existentes, utilizadas exclusivamente
para incineração de resíduos de serviços de saúde e de aeroportos, em geral
não atendem aos requisitos mínimos ambientais da legislação brasileira.
Outras unidades de tratamento térmico desses resíduos, tais como
autoclavagem, microondas e outros, vêm sendo instaladas mais
freqüentemente em algumas cidades brasileiras, mas os custos de
investimento e operacionais ainda são muito altos.
Os dados estatísticos da limpeza urbana são muito deficientes, pois as
prefeituras têm dificuldade em apresentá-los, já que existem diversos padrões
de aferição dos vários serviços. A única informação em nível nacional é fruto
da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB –, ainda que nova
pesquisa tenha sido realizada no ano de 2000, porém, sem a divulgação de
38
seus dados até o presente momento. Com relação aos custos dos diversos
serviços, as informações também não são confiáveis, pois não há parâmetros
que permitam estabelecer valores que identifiquem cada tarefa executada, a
fim de compará-la com dados de outras cidades.
Por outro lado, o manejo e a disposição final dos resíduos industriais,
tema menos discutido pela população que o dos resíduos domésticos, constitui
um problema ainda maior que certamente já tem trazido e continuará a trazer
no futuro sérias conseqüências ambientais e para a saúde da população.
No Brasil, o poder público municipal não tem qualquer
responsabilidade sobre essa atividade, prevalecendo o princípio do "poluidor-
pagador". Os estados interferem no problema através de seus órgãos de
controle ambiental, exigindo dos geradores de resíduos perigosos (Classes I e
II) sistemas de manuseio, de estocagem, de transporte e de destinação final
adequados. Contudo, nem sempre essa interferência é eficaz, o que faz com
que apenas uma pequena quantidade desses resíduos receba tratamento e/ou
destinação final adequado.
As administrações municipais podem agir nesse setor de forma
suplementar, através de seus órgãos de fiscalização, sobretudo considerando
que a determinação do uso do solo urbano é competência exclusiva dos
municípios, e assim, eles têm o direito de impedir atividades industriais
potencialmente poluidoras em seu território, seja através da proibição de
implantação, seja através da cassação do alvará de localização.
No tocante ao gerenciamento dos serviços de limpeza urbana nas
cidades de médio e grande porte, vem se percebendo a chamada privatização
dos serviços, modelo cada vez mais adotado no Brasil e que se traduz na
realidade, numa terceirização dos serviços, até então executados pela
administração na maioria dos municípios.
39
Essa forma de prestação de serviços se dá através da contratação,
pela municipalidade, de empresas privadas, que passam a executar, com seus
próprios meios (equipamentos e pessoal), a coleta, a limpeza de logradouros, o
tratamento e a destinação final dos resíduos.
Algumas prefeituras de pequeno e médio porte vêm contratando
serviços da limpeza urbana, tanto de coleta como de limpeza de logradouros,
com cooperativas ou microempresas, o que se coloca como uma solução para
as municipalidades que têm uma política de geração de renda para pessoas de
baixa qualificação técnica e escolar.
Como a gestão de resíduos é uma atividade essencialmente municipal
e as atividades que a compõem se restringem aoterritório do Município, não
são muito comuns no Brasil as soluções consorciadas, a não ser quando se
trata de destinação final em aterros. Municípios com áreas mais adequadas
para a instalação dessas unidades operacionais às vezes se consorciam com
cidades vizinhas para receber os seus resíduos, negociando algumas
vantagens por serem os hospedeiros, tais como isenção do custo de
vazamento ou alguma compensação urbanística, custeada pelos outros
consorciados.
A sustentabilidade econômica dos serviços de limpeza urbana é um
importante fator para a garantia de sua qualidade. Em quase todos os
municípios brasileiros, os serviços de limpeza urbana, total ou parcialmente,
são remunerados através de uma "taxa", geralmente cobrada na mesma guia
do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU –, e tendo a mesma base de
cálculo deste imposto, ou seja, a área do imóvel (área construída ou área do
terreno).
Como não pode haver mais de um tributo com a mesma base de
cálculo, essa taxa já foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal
Federal, e assim sua cobrança vem sendo contestada em muitos municípios,
40
que passam a não ter como arrecadar recursos para cobertura dos gastos dos
serviços, que podem chegar, algumas vezes, a mais de 15% do orçamento
municipal. De qualquer forma, em todos os municípios, a receita proveniente
da taxa de limpeza urbana ou de coleta de lixo é sempre recolhida ao Tesouro
Municipal, nada garantindo sua aplicação no setor, a não ser a vontade política
do prefeito.
No Rio de Janeiro, a Companhia de Limpeza Urbana da Cidade do Rio
de Janeiro – COMLURB/RJ –, empresa de economia mista encarregada da
limpeza urbana do Município, praticou, até 1980, a cobrança de uma "tarifa" de
coleta de lixo – TCL –, recolhida diretamente aos seus cofres.
O Supremo Tribunal Federal, entretanto, em acórdão de 4/9/1980,
decidiu que aquele serviço, por sua ligação com a preservação da saúde
pública, era um serviço público essencial, não podendo, portanto, ser
remunerado através de tarifa (preços públicos), mas sim por meio de taxas e
impostos. No ano de 2000 a Prefeitura do Rio de Janeiro terminou com a taxa
de limpeza urbana e criou a taxa de coleta de lixo, tendo como base de cálculo
a produção de lixo per capita em cada bairro da cidade, e também o uso e a
localização do imóvel.
Conseguiu-se, com a aplicação desses fatores, um diferencial de sete
vezes entre a taxa mais baixa e a mais alta cobrada no Município.
De um modo geral, a receita com a arrecadação da taxa, que raras
vezes é cobrada fora do carnê do IPTU, representa apenas um pequeno
percentual dos custos reais dos serviços, advindo daí a necessidade de
aportes complementares de recursos por parte do Tesouro Municipal.
A atualização ou correção dos valores da taxa depende da autorização
da Câmara dos Vereadores, que de um modo geral não vê com bons olhos o
aumento da carga tributária dos munícipes.
41
A aplicação de uma taxa realista e socialmente justa, que efetivamente
cubra os custos dos serviços, dentro do princípio de "quem pode mais paga
mais", sempre implica ônus político que nem sempre os prefeitos estão
dispostos a assumir.
O resultado dessa política é desanimador: ou os serviços de limpeza
urbana recebem menos recursos que os necessários ou o Tesouro Municipal
tem que desviar verbas orçamentárias de outros setores essenciais, como
saúde e educação, para a execução dos serviços de coleta, limpeza de
logradouros e destinação final do lixo. Em qualquer das hipóteses, fica
prejudicada a qualidade dos serviços prestados e o círculo vicioso não se
rompe: a limpeza urbana é mal realizada, pois não dispõe dos recursos
necessários, e a população não aceita um aumento das taxas por não ser
brindada com serviços de qualidade.
Felizmente, o que se percebe mais recentemente é uma mudança
importante na atenção que a gestão de resíduos tem recebido das instituições
públicas, em todos os níveis de governo.
Os governos federais e estaduais têm aplicado mais recursos e criado
programas e linhas de crédito onde os beneficiários são sempre os municípios.
Estes, por seu lado, têm-se dedicado com mais seriedade a resolver os
problemas de limpeza urbana e a criar condições de universalidade dos
serviços e de manutenção de sua qualidade ao longo do tempo, situação que
passou a ser acompanhada com mais rigor pela população, pelos órgãos de
controle ambiental, pelo Ministério Público e pelas organizações não-
governamentais voltadas para a defesa do meio ambiente.
Entretanto, em todos os municípios brasileiros, faz-se uma constatação
definitiva: somente a pressão da sociedade, ou um prefeito decididamente
engajado e consciente da importância da limpeza urbana para a saúde da
população e para o meio ambiente, pode mudar o quadro de descuido com o
42
setor. E esse fato só se opera mediante decisão política, que pode resultar,
eventualmente, num ônus temporário, representado pela necessidade do
aumento da carga tributária ou de transferência de recursos de outro setor da
prefeitura, até que a situação se reverta, com a melhoria da qualidade dos
serviços prestados, o que poderá, então, ser capitalizado politicamente pela
administração municipal.
43
CAPÍTULO III
COMPOSTAGEM
3 – Definição de compostagem
O termo compostagem é hoje associado mais ao processo de
tratamento dos resíduos orgânicos do que ao processo para aproveitamento
dos resíduos agrícolas e florestais. De acordo com o Dicionário Porto Editora, a
compostagem é o processo biológico através do qual a matéria orgânica
constituinte do lixo é transformada, pela ação de microrganismos existentes no
próprio lixo, em material estável e utilizável na preparação de húmus.
A compostagem é um processo de oxidação biológica através do qual
os microrganismos decompõem os compostos constituintes dos materiais
libertando dióxido de carbono e vapor de água. Apesar de ser considerado
pela maioria dos autores como um processo aeróbio, a compostagem é
também referida como um processo biológico que submete o lixo
biodegradável à decomposição aeróbia ou anaeróbia e donde resulta um
produto (Eurostat Joint Questionaire on Waste da OCDE).
O processo de compostagem envolve a decomposição da matéria
orgânica por microrganismos e ocorre naturalmente, podendo, contudo ser
acelerado pela intervenção do homem. No entanto, segundo Sean Buchanan,
Paul Moser and Kristi Neptun da Universidade Estadual e Instituto Politécnico
da Virgínia (Virgínia Tech.) a compostagem envolve necessariamente a ação
humana para acelerar a decomposição, através da manipulação dos vários
materiais e do próprio processo de compostagem. Para estes últimos autores,
a compostagem é o processo de decomposição e estabilização biológica dos
substratos orgânicos sob condições que favorecem o desenvolvimento de
44
temperaturas termofílicas que resultam da produção biológica de calor.
O termo composto orgânico pode ser aplicado ao produto compostado,
estabilizado e higienizado, que é benéfico para a produção vegetal (Zucconi &
Bertoldi, 1987). Contudo, em países como o Reino Unido, o termo composto
também é aplicado com o sentido mais abrangente que inclui todos os
substratos para propagação das plantas com base em turfas (Bardos, et al.,
1992).
3.1 – Objetivos da compostagem
O propósito da compostagem é converter o material orgânico que não
está em condições de ser incorporado no solo num material que é admissível
para misturar com o solo.
Outra função da compostagem é destruir a viabilidade das sementes
de infestantes e os microrganismos patogênicos.
A compostagem pode também ser utilizada para reduzir e estabilizar a
matéria orgânica que se destina ao aterro sanitário.
3.2 – Breve história da compostagem
A correção orgânica dos solos com dejetos de animais e resíduos
vegetais é praticada desde que os solos começaram a ser mobilizados para a
produção vegetal, e foi, tradicionalmente, o principal meio de restaurar o
balanço de nutrientes no solo (Avnimelech, 1986).
A compostagem, como método de reciclagem do lixo doméstico para
obtenção de fertilizante orgânico, é conhecida pelos agricultores desde longa
data. Os registros de operações de compostagem em pilhas remontam na
45
China, a mais de 2000 anos, e, existem várias referências bíblicas sobre as
práticas de correção do solo. O agricultor cientista romano Marcus Cato
também a elas se referiu.
Estas práticas foram detalhadamente descritas cerca de 1000 anos
atrás, para o período dos 3000 anos precedentes, num manuscrito de El
Doctor Excellente Abu Zacharia Iahia de Sevilha, o qual foi, posteriormente,
traduzido do árabe para o espanhol por ordem do rei Carlos V e publicado em
1802 como El Libro de Agricultura. Pela sua própria experiência, Abu Zacharia
insistia que os dejetos animais não deviam ser aplicados frescos e isolados ao
solo, mas sim, após misturas com 5 a 10 vezes mais de resíduos vegetais e
com resíduos das camas dos animais, para aproveitar as urinas. Também
Albert Howard, autor do famoso método de compostagem desenvolvido no
início do século XX na província Indiana de Indore, tentou, sem êxito, efetuar a
compostagem com resíduos de uma só natureza, como de restos da cultura do
algodão, da cana do açúcar, da ervilha ou de infestantes de trevo, e concluiu
que tinha de misturar os resíduos.
Na Europa, durante o século XVIII e XIX, os agricultores transportavam
os seus produtos para as cidades em crescimento e, em troca, regressavam às
suas terras com os resíduos sólidos urbanos das cidades para utilizá-los como
corretivos orgânicos do solo. Assim, os resíduos sólidos urbanos eram quase
completamente reciclados através da agricultura para sustentar a produção
vegetal. E, até meados do século XX, não colocaram grandes problemas em
termos de depósito. Qualquer resíduo urbano combustível que existisse era
utilizado nos fogões a lenha, os jornais e papeis velhos eram utilizados como
material para empacotamento, os desperdícios de comida utilizavam-se na
alimentação de animais domésticos ou eram recolhidos pelos agricultores,
roupa velha e metais eram, por rotina, recolhidos por pequenos mercadores, e
os plásticos praticamente não existiam.
46
A expansão das áreas urbanas e o aumento populacional conduziram
a que os métodos de depósito dos resíduos sólidos urbanos se tornassem
rapidamente inadequados. Simultaneamente, a produção agrícola intensificou-
se e a produção animal concentrou-se em empresas com estabulação fixa.
Consequentemente, o volume de depósitos requeridos para os dejetos
orgânicos da produção pecuária aumentou, colocando problemas de higiene e
estéticos. Entretanto, os fertilizantes minerais, na maioria dos países
ocidentais, substituíram completamente os resíduos orgânicos como fonte de
nutrientes para as culturas.
O depósito dos resíduos sólidos urbanos e esgotos das cidades, por
causa da urbanização intensa e das indústrias poluentes, tornaram-se assim,
nos países desenvolvidos, um problema governamental de primeira ordem.
A diversificação dos produtos, em combinação com a proliferação e
sofisticação dos materiais de embalagem, associou-se a um aumento
constante na quantidade de lixo pós-consumidor a requerer depósito ou
reciclagem.
Hoje se produzem, anualmente, grandes quantidades de resíduos de
origem urbana e agro-pecuária, bem como das indústrias de alimentos e de
transformação de produtos florestais, entre outras. No entanto, por razões
tecnológicas e econômicas, o valor destes resíduos tem diminuído
consideravelmente, ao ponto de ser considerado inviável economicamente o
seu processamento, pelo que a maioria destes resíduos tem de ser
depositados em aterros sanitários ou incinerados.
Até aos finais da década de 1960, a compostagem foi considerada
47
como um processo atrativo para estabilizar a fração orgânica dos resíduos
sólidos urbanos. O interesse na compostagem resultava na esperança de
vender o produto acabado, como corretivo orgânico do solo, com algum lucro.
Todavia, na década de 1970 e 1980, a compostagem, nos países
desenvolvidos, perdeu a sua popularidade como método de gestão dos
resíduos urbanos, principalmente porque a qualidade dos resíduos se tornou
cada vez mais inadequada para o processo de compostagem e, também,
devido à inexistência de mercado para o produto acabado.
Na década de 1990 até aos nossos dias, a pressão exercida para a
utilização de métodos com menor impacte ambiental conduz a um novo
interesse no processo de compostagem, particularmente em relação à
reciclagem dos resíduos e dos esgotos urbanos e industriais.
3.3 – Materiais para compostagem
De forma genérica, os materiais vegetais frescos e verdes tendem a
ser mais ricos em azoto do que os materiais secos e acastanhados. Note-se
que o verde resulta da clorofila que tem azoto enquanto que o castanho resulta
da ausência de clorofila. No caso das folhas, a senescência (em que se verifica
o amarelecimento das folhas devido à degradação da clorofila) está associada
à remobilizado do azoto das folhas para outras partes da planta.
Os materiais utilizados para a compostagem podem ser divididos em
duas classes, a dos materiais ricos em carbono e a dos materiais ricos em
azoto. Entre os materiais ricos em carbono podemos considerar os materiais
lenhosos como a casca de árvores, as aparas de madeira e o serrim, as podas
dos jardins, folhas e agulhas das árvores, palhas e fenos, e papel. Entre os
materiais azotados incluem-se as folhas verdes, estrumes animais, urinas,
solo, restos de vegetais hortícolas, erva, etc.
48
A relação C/N de diversos materiais compostáveis encontra-se em
várias publicações, designadamente no Anexo 10 do Código das Boas Práticas
Agrícolas do MADRP e, uma lista mais pormenorizada, no Appendix A Table
A.1 do On-Farm Composting Handbook, 1992 Northeast Regional Agricultural
Engineering Service, U.S.A.
Os materiais para compostagem não devem conter vidros, plásticos,
tintas, óleos, metais, pedras etc. Não devem conter um excesso de gorduras
(porque podem libertar ácidos gordos de cadeia curta como o acético, o
propiónico e o butírico os quais retardam a compostagem e prejudicam o
composto), ossos inteiros (os ossos só se devem utilizar se forem moídos), ou
outras substâncias que prejudiquem o processo de compostagem. A carne
deve ser evitada nas pilhas de compostagem porque pode atrair animais. O
papel pode ser utilizado, mas não deve exceder 10% da pilha. O papel
encerado deve ser evitado por ser de difícil decomposição e o papel de cor tem
que ser evitado, pois contem metais pesados.
Outra característica que é fundamental para o processo de
compostagem é a dimensão das partículas dos materiais. O processo de
decomposição inicia-se junto à superfície das partículas, onde exista oxigênio
difundido na película de água que as cobre, e onde o substrato seja acessível
aos microrganismos e às suas enzimas extracelulares. Como as partículas
pequenas têm uma superfície específica maior estas serão decompostas mais
rapidamente desde que exista arejamento adequado.
As partículas devem ter entre 1,3 cm e 7,6 cm. Abaixo deste tamanho
seria necessário utilizar sistemas de ar forçado enquanto que os valores
superiores podem ser bons para pilhas mais estáticas e sem arejamento
forçado. O ideal é que os materiais utilizados na compostagem não tenham
49
dimensões superiores a 3 cm de diâmetro. Quanto menor for o tamanho das
partículas, maior é a sua superfície específica, e portanto, mais fácil é o ataque
microbiano ou a disponibilidade biológica das partículas mas, em contrapartida,
aumentam os riscos de compactação e de falta de oxigênio.
3.4 – Mistura de materiais
Na construção de uma pilha de compostagem é frequente utilizar uma
mistura de materiais ricos em carbono com outros ricos em azoto. Os materiais
ricos em carbono fornecem a matéria orgânica e a energia para a
compostagem e os materiais azotados aceleram o processo de compostagem,
porque o azoto é necessário para o crescimento dos microrganismos.
Genericamente, quanto mais baixa é a relação C/N mais rapidamente termina
a compostagem.
A relação C/N (peso em peso) ideal para a compostagem é
frequentemente considerada como 30. Dois terços do carbono são libertados
como dióxido de carbono que é utilizado pelos microrganismos para obter
energia e o outro terço do carbono em conjunto com o azoto é utilizado para
constituir as células microbianas (note-se que o protoplasma microbiano tem
uma relação C/N próxima de 10, mas, para efetuar a síntese de 10 carbonos
com um azoto, e assim constituir o seu protoplasma, os microrganismos
necessitam de 20 carbonos, aproximadamente, para obter energia).
As perdas de azoto podem ser muito elevadas (por exemplo, de 50%)
durante o processo de compostagem dos materiais orgânicos, particularmente
quando faltam os materiais com elevada relação C/N. Por esta razão, Lampkin
(1992), refere a necessidade de uma relação C/N de 25 a 35 para uma boa
compostagem. Para relações C/N inferiores o azoto ficará em excesso e
poderá ser perdido como amoníaco causando odores desagradáveis. Para
relações C/N mais elevadas a falta de azoto irá limitar o crescimento
microbiano e o carbono não será todo degradado conduzindo a que a
50
temperatura não aumente, e a que a compostagem se processe mais
lentamente. Um volume de três partes de materiais ricos em carbono para uma
parte de materiais ricos em azoto é uma mistura muitas vezes utilizada. Com o
aumento dos materiais ricos em carbono relativamente aos azotados o período
de compostagem requerido aumenta.
Para calcular a relação C/N da mistura de materiais (material 1,
material 2, etc.) pode ser utilizada a seguinte fórmula:
C/N final = P1 [C1 (100-H1)] + P2 [C2 (100-H2)] +g / P1 [N1 (100-H1)]
+ P2 [N2 (100-H2)] +g
Sendo, P o peso, H a humidade, C a % de carbono e N a % de azoto
nesse material (p/p).
Os fertilizantes minerais azotados podem ser adicionados em vez de
materiais orgânicos ricos em azoto. Neste caso devem ser aplicados através
da rega por aspersão em cada camada de 30 cm de matéria orgânica. Os
fertilizantes amoniacais são preferíveis aos fertilizantes com azoto nítrico
porque os microrganismos responsáveis pela compostagem preferem o azoto
amoniacal ao azoto nítrico. Os fertilizantes fosfatados podem ser utilizados
com vantagens para a compostagem. Pelo contrário, deve-se evitar a utilização
de substâncias alcalinizantes como o calcário ou as cinzas porque contribuem
para as perdas de azoto, por volatilização do amoníaco.
O solo ajuda a manter a estabilidade da pilha e é utilizado como
inoculo de microorganismos responsáveis pela compostagem. O solo recolhido
por baixo de uma pilha velha de compostagem, de um celeiro, ou de um curral
é rico em azoto. A quantidade de solo a utilizar numa pilha de compostagem
não deve exceder um a dois centímetros por cada 30 cm de altura da pilha.
51
Demasiado solo torna a pilha pesada para revolver e pode criar condições de
anaerobiose em clima chuvoso.
3.5 – Rega
Como o processo de compostagem tende a ser um processo de
secagem, devido ao calor provocar a evaporação de água, é conveniente
iniciar o processo de compostagem nos valores superiores de umidade (50 a
60% p/p).
Considerando, P o peso do material, H a umidade do material e Hf o
valor desejado para a umidade final (exemplo 60%); considerando os materiais
1 a n, resulta:
Hf = (P1H1+P2H2+g+PnHn) / (P1+P2+g+Pn)
Se considerarmos três materiais teremos: Hf = (P1H1+P2H2+P3H3) /
(P1+P2+P3)
Resolvendo a equação em ordem a P3 resulta: P3 = (P1H1+P2H2 -
P1Hf - P2Hf) / (Hf - H3)
Considerem-se dois materiais para compostagem (1 e 2), e água (a).
Sendo P o peso, D a densidade, V o volume e H a percentagem de
umidade
A água tem 100% de umidade e densidade 1
Sendo Hf a percentagem de umidade final desejada para a pilha de
compostagem
Va = (P1H1+P2H2 - P1Hf - P2Hf) / (Hf - H3)
Va = (V1D1H1+V2D2H2 - V1D1Hf - V2D2Hf) / (Hf - 100)
52
A umidade de cada material pode ser estimada com base na perda de
peso do material fresco, por exemplo, 10 a 100 g, quando sujeito a
temperaturas da ordem dos 105-110°C durante 24 horas, ou temperaturas
inferiores, mas por períodos de tempo mais prolongados. O peso de cada
material pode ser estimado pelo seu volume multiplicado pela densidade.
Calculando a quantidade de materiais em função da relação C/N e da
umidade desejada, não se obtêm valores iguais. Se quando acertamos a
relação C/N para 30 dá uma umidade superior a 60% então é melhor acertar
para 60% a umidade mesmo que a relação C/N dê superior a 30; se quando
acertamos a relação C/N para 30 dá uma umidade inferior a 60% então
adicionamos água até aos 60%. À medida que se colocam as camadas dos
materiais poderá ser necessário ir regando. Bem como, por exemplo, caso não
chova, durante os primeiros 14 dias de compostagem.
3.6 – Local e volume da pilha de compostagem (exemplo de instalações
agrícolas e domésticas)
A pilha de compostagem não deve ficar exposta diretamente ao sol ou
ao vento, para que não seque, nem à chuva, para não ficar sujeita à lixiviação
de nutrientes. Um local levemente ensombrado e com cortinas contra o vento
pode ser conveniente para não deixar secar demasiada a pilha.
O local escolhido para a compostagem deve ser próximo daquele em
que o composto irá ser utilizado. Poderá ser necessário ter água perto pois a
chuva pode não ser suficiente para umedecer a pilha convenientemente.
A forma e o tamanho da pilha de compostagem também influenciam a
velocidade da compostagem, designadamente pelo efeito que têm sobre o
arejamento e a dissipação do calor da pilha. O tamanho ideal da pilha pode ser
53
variável. O volume de 1,5 m x 1,5 m x 1,5 m poderá ser considerado bom para
a generalidade dos materiais. No entanto, o volume deve depender do sistema
e das tecnologias de compostagem utilizadas.
A pilha muito baixa não composta bem e não aquece rapidamente. Por
isso, nos locais muito frios pode ser preferível pilhas mais altas que 1,5 m. Pelo
contrário, as pilhas demasiado altas, com 2,5 m a 3 m, podem tornar-se
demasiado quentes e matar os microrganismos responsáveis pela
compostagem e podem ficar muito compactas diminuindo o arejamento no seu
interior.
No caso de se proceder à compostagem em pilhas baixas e longas
(windrow) então a altura deverá ser menor e o comprimento maior, como por
exemplo, no processo de compostagem de Indore desenvolvido na índia por
Albert Howard, em que as dimensões são de 10 m x 3 m de superfície e 0,6 m
de altura.
3.7 – Sistemas de compostagem
A compostagem pode ser conduzida de diversas formas: em grandes
instalações centralizadas com matéria orgânica recolhida seletivamente; em
explorações agrícolas ou agro-pecuárias; em pequenas unidades de caráter
familiar (compostagem doméstica) ou grandes unidade de caráter municipal.
Normalmente, são necessários meses para se obter um material
satisfatoriamente compostado, ainda que alguns digestores com temperatura
controlada e constante movimentação dos materiais em compostagem,
providenciem "compostos acabados" em poucas semanas (Donahue et al.,
1983).
Problemas de odores, sementes viáveis de infestantes, pragas como
54
ratos e insetos, parasitas e organismos patogênicos, poderão ser eliminados
através da seleção do sistema de compostagem apropriado para os substratos
a compostar (Throsthrup, 1989).
Existem muitos sistemas para a preparação do composto mas,
normalmente, podem agrupar-se em dois tipos: fermentação (digestão aeróbia
ou compostagem) em pilhas, e fermentação (digestão) em digestores ou
câmaras fechadas (Jiménez & Garcia, 1989).
Estes sistemas são frequentemente considerados em quatro
categorias, designadamente, pilhas longas (windrow) com volteio, pilhas
estáticas, pilhas estáticas com arejamento forçado, e recipientes ou reatores
(in-vessel) abertos ou fechados.
No sistema de pilhas longas estas têm de ser frequentemente
reviradas na fase da compostagem que requer mais oxigênio e em que se
produz mais calor, enquanto que as pilhas estáticas não são reviradas ou só o
são com baixa frequência. Nos outros sistemas é possível exercer um controlo
do oxigênio mais contínuo, bem como, sobre as temperaturas, odores,
organismos patogênicos, etc. As pilhas estáticas exigem menos capital mas
ocupam muito espaço, pelo contrário nos sistemas in-vessel o processo pode
ser melhor monitorizado e com menor necessidade de terreno, mas com
custos de capital e de funcionamento elevados. Nestes últimos sistemas o
composto necessita, normalmente, de um período de amadurecimento e
estabilização posterior.
3.8 – Processo de compostagem
O procedimento para a compostagem envolve a escolha dos materiais,
a seleção do local, e a seleção do sistema de compostagem. O processo de
55
compostagem pode depender dos materiais existentes e do tempo disponível
para a compostagem desses materiais.
A compostagem ocorre quando existe água, oxigênio, carbono
orgânico e nutriente para estimular o crescimento microbiano. No processo de
compostagem os microrganismos decompõem a matéria orgânica e produzem
dióxido de carbono, água, calor e húmus.
O processo de compostagem mais comum na agricultura é conduzido
em pilhas de compostagem por um período de, aproximadamente, 3 meses.
Na gestão dos lixos e das lamas é frequente utilizarem-se sistemas que
requerem menos espaço mas com maior controlo das condições físicas e
químicas em que se processa a compostagem.
3.9 – Biologia
Diferentes comunidades de microrganismos (incluindo bactérias,
actinomicetas, leveduras e fungos) predominam em diferentes fases da
compostagem. Com temperaturas superiores a 40°C começam a predominar
os termofílicos. Com temperaturas acima de 55°C muitas dos microrganismos
patogênicos para os humanos ou para as plantas são destruídos. Acima dos
65 °C são destruídos a maioria dos microrganismos, incluindo aqueles que são
responsáveis pela decomposição.
Um arejamento adequado rega açúcares disponíveis, e carbono
orgânico disponível estimulam o crescimento dos microrganismos. Mas, nem
todos os materiais são facilmente atacáveis pelos microrganismos.
56
Os microrganismos responsáveis pela compostagem preferem o azoto
amoniacal ao azoto nítrico. O pH óptimo para a maioria dos microrganismos
varia entre 5,5 e 8,5.
As sementes de infestantes podem perder a viabilidade na presença
das elevadas temperaturas (40-60°C) no interior da pilha de compostagem. As
sementes que se localizam no exterior da pilha podem, contudo, não ser
mortas por as temperaturas aí não atingirem os valores necessários para esse
efeito. As infestantes podem ser impedidas de germinar no exterior da pilha
utilizando uma cobertura de plástico.
3.10 – Física
3.10.1 – Temperatura
A temperatura é o fator mais importante para determinar se a operação
de compostagem se processa como desejável. A produção de calor de um
material é indicativa da atividade biológica desse material e, por isso,
indiretamente, do seu grau de decomposição (Bidlingmaier, 1985). A produção
de calor depende da velocidade a que a decomposição se processa (ou da
velocidade a que os microrganismos crescem e atuam), e esta, depende do
teor de umidade, arejamento e relação C/N da mistura dos materiais, da forma
e do tamanho da pilha de compostagem (que afeta o arejamento e a
dissipação do calor da pilha) e da temperatura exterior à pilha. Quando a pilha
está estática, os mecanismos de dissipação do calor, do interior da pilha para o
exterior, incluem a condução, a convecção e a radiação.
Deve-se registrar a temperatura de vários pontos da pilha, no interior e
no exterior, ou em diferentes camadas. A temperatura deve alcançar os 40 a
50 °C em dois ou três dias e quanto mais depressa o material for decomposto
mais cedo a temperatura começará a descer.
57
Nas primeiras semanas de compostagem a pilha pode não ser revirada
mas, neste caso, o processo de compostagem poderá ser mais lento. O
número de vezes que o material deve ser revirado depende de diversos fatores
sendo frequente a recomendação de revirar duas ou mais vezes no primeiro
mês e pelo menos mais uma vez no segundo mês. Algum azoto é conservado
quando não se revira a pilha de compostagem.
A compostagem pode ser dividida em duas partes. A primeira é mais
ativa e caracteriza-se por uma forte atividade metabólica e pelo aumento de
temperatura dos materiais em decomposição, e inclui uma fase mesofílica, e
outra termofílica. A segunda parte caracteriza-se por taxas metabólicas muito
mais reduzidas e é conhecida por fase de arrefecimento e maturação, durante
a qual o material se torna estável, escuro, amorfo, com aspecto de húmus e
um cheiro a terra (Witter & Lopez-Real, 1987).
A decomposição ocorre mais rapidamente na fase termofílica (40-
60°C) que pode demorar semanas ou mesmo meses dependendo do tamanho
e da composição da pilha de compostagem. Durante a fase termofílica as
temperaturas elevadas aceleram a hidrólise das principais moléculas
estruturantes dos materiais em compostagem, designadamente, proteínas,
gorduras e hidratos de carbono complexos como as celuloses e hemiceluloses.
Neste período devem ser destruídos os organismos patogênicos e as
sementes de infestantes.
Convém impedir que a temperatura da pilha ultrapasse muito os 65°C
porque os microrganismos benéficos são eliminados. Nestes casos o volteio da
pilha e respectivo arejamento diminuem as temperaturas porque o calor se
dissipa. Contudo, Rifaldi et al. (1992) sugeriram que durante a compostagem a
temperatura deveria alcançar um valor de 65°C, ou superior, para uma
58
umidade de 40%, ou superior, pelo menos 6 dias ou dois períodos de três dias
consecutivos para garantir a eliminação dos organismos patogênicos e da
viabilidade das sementes de infestantes.
A temperatura deve aumentar durante a primeira semana e a pilha
deve estar à temperatura ambiente após 5 a 6 semanas. Nesta altura a pilha
deverá ser revirada para ser arejada. Quando após o volteio da pilha não
resulta um aumento significativo da temperatura poderá considerar-se que a
compostagem está terminada, sem prejuízo da existência de um período mais
longo de amadurecimento (cura) do composto. Um composto estará maduro
quando a sua temperatura se mantém constante durante a movimentação do
material (Jimenez & Garcia, 1989).
Quando se revira a pilha, por exemplo, semanalmente, ou mesmo
mensalmente, a temperatura deverá descer e, posteriormente, poderá voltar a
crescer por recomeçarem as reações aeróbias na matéria orgânica ainda
incompletamente decomposta que se encontrava em zonas de anaerobiose no
interior da pilha antes desta ser revirada.
3.10.2 – Umidade
Um teor de umidade de 50 a 60% é considerado indicado para a
compostagem. Abaixo de 35-40% de umidade a decomposição da matéria
orgânica é fortemente reduzida e abaixo de 30% de umidade praticamente é
interrompida. O limite superior depende do material e do tamanho das
partículas sendo frequentemente considerado entre valores de 55 e 60% de
umidade. Uma umidade superior a 65% retarda a decomposição, e produzem-
se maus odores em zonas de anaerobiose localizadas no interior da pilha de
compostagem, para além de permitir a lixiviação de nutrientes.
59
O teste da esponja é um teste expedito que consiste em pegar numa
mão cheia de composto e apertar e não deverá escorrer água (pode pingar
algumas gotas), mas deve ficar umidade na mão. Idealmente a pilha deve
encontrar-se à capacidade de campo. A pilha ou o composto devem ficar em
cima da terra e não num local impermeável à água.
3.10.3 – Arejamento
O arejamento da pilha favorece a oxigenação, a secagem e o
arrefecimento no seu interior. Isto é, fornece o oxigênio para a atividade
biológica, remove umidade da massa em compostagem, e remove calor
diminuindo a temperatura da massa em compostagem.
O oxigênio é necessário para os microrganismos obterem energia
resultante da oxidação do carbono orgânico. O qual, posteriormente, liberta-se
como carbono inorgânico, na forma de dióxido de carbono. A falta de oxigênio
causa o ambiente redutor resultando compostos incompletamente oxidados.
Apesar de 21% de a atmosfera ser oxigênio, os micróbios aeróbios
consegue sobreviver em atmosferas com 5% de oxigênio. No entanto, abaixo
de 10% de oxigênio este elemento poderá ser limitante. Quando o oxigênio
desce dos 5% criam-se zonas de anaerobiose. No entanto, se a atividade
anaeróbia não for excessiva a pilha de compostagem funcionará como um filtro
que impedirá a libertação dos gases com maus odores que posteriormente
serão degradados no seu interior. Se a atividade anaeróbia for intensa
resultarão cheiros desagradáveis que não devem acontecer se o processo de
compostagem for bem conduzido. Se o composto começar a cheirar mal é
provável que esteja muito molhado e que necessite de arejamento ou de um
material poroso.
60
3.10.4 – Odores
Excesso de umidade falta de porosidade, rápida degradação do
substrato e tamanho excessivo da pilha, pode criar condições de anaerobiose
no interior da pilha de compostagem. A falta de oxigênio causa o ambiente
redutor resultando compostos e que provocam odores desagradáveis quando
se volatilizam.
Os odores causados em anaerobiose provêm de vários compostos
orgânicos incompletamente oxidados, designadamente, ácidos gordos voláteis
de baixo peso molecular (acético, propiónico, butírico), compostos de enxofre,
como o ácido sulfídrico, compostos aromáticos, e aminas. O amoníaco é, no
entanto, o composto que mais contribui, quer em aerobiose quer em
anaerobiose para os odores desagradáveis.
O odor intenso e desagradável dos resíduos orgânicos, normalmente,
diminui durante a fase inicial da compostagem (bio-oxidativa) e praticamente
desaparece no final do processo de compostagem. Quando a maturação ótima
é obtida, os odores desagradáveis não deverão estar presentes na pilha de
compostagem, e não devem aparecer quando se movimentam as massas
compostadas com o consequente arejamento (Jiménez & Garcia, 1989).
3.11 – Química
3.11.1 – Carbono e azoto
Dos muitos átomos que os microrganismos necessitam para proceder
à compostagem, o carbono e o azoto são os mais importantes.
O carbono para além de fonte de energia para a atividade microbiana
61
representa aproximadamente metade da massa das células microbianas. O
azoto é essencial para a composição das proteínas, e estas, representam
aproximadamente metade da biomassa microbiana. Logo, o rápido
crescimento dos microrganismos depende da disponibilidade de azoto.
O azoto nos materiais orgânicos encontra-se principalmente na forma
orgânica. Na fração mineral o azoto encontra-se principalmente como azoto
amoniacal. Se o azoto existir em excesso, e os microrganismos não o
conseguirem utilizar por falta de carbono disponível, o azoto pode acumular-se
e perder-se por volatilização ou por lixiviação.
Apesar da relação C/N 30 ser desejável para o processo de
compostagem, esta relação poderá variar em função das características
específicas dos materiais utilizados para compostar, designadamente com a
disponibilidade do carbono desses materiais para o ataque microbiano. Isto
porque apesar de quase todo o azoto orgânico estar disponível para ser
utilizado pelos microrganismos, o mesmo não se verifica relativamente ao
carbono de determinados materiais, por se encontrar em formas resistentes à
degradação biológica. Por exemplo, os jornais são mais resistentes que outros
papéis, pois são constituídos por fibras celulósicas lignificadas, sendo a
lenhina um composto muito resistente à decomposição.
Nestes materiais com elevada quantidade de lenhina deve ser
considerada uma relação C/N mais elevada para iniciar a compostagem. O
mesmo acontece quando se utilizam caules de milho e palhas. (Note-se que
uma relação inicial de C/N de 30 conduziria, nestes casos, a que parte do
azoto não fosse utilizado por falta de carbono disponível). Por isso, a relação
C/N da mistura a compostar tem que ser ajustada em função da
disponibilidade do C e do N nos materiais.
62
Para além da dificuldade na degradação da lenhina, a presença desta
molécula dificulta também o ataque microbiano às outras moléculas, por
motivos de barreira física, que resultam na menor superfície específica com
que ficam as outras moléculas para serem contatadas pelas enzimas dos
microrganismos decompositores.
As paredes celulares dos tecidos vegetais são constituídas por
celulose, hemicelulose, e lenhina. As lenhinas são as mais resistentes à
decomposição, no entanto, alguns microrganismos, principalmente fungos,
desenvolveram as enzimas necessárias à degradação da lenhina. Esta
degradação ocorre em meio aeróbio, sendo a lenhina persistente à
decomposição por grandes períodos de tempo em meio anaeróbio.
Quando se compostam materiais lenhosos, folhas, ou outros materiais
que possuem elevada relação C/N poderia adicionar-se azoto mineral para
acertar esta relação utilizando os mesmos cálculos descritos anteriormente
para o azoto orgânico. No entanto, como o azoto mineral é muito mais
rapidamente disponível do que o azoto orgânico nem sempre se pode proceder
desta forma. Principalmente quando outros fatores, como a baixa temperatura
ambiente, provocar uma baixa atividade microbiana donde resulta uma baixa
utilização do azoto disponível, e, portanto, a sua potencial lixiviação.
Durante a compostagem metade ou mais de metade do volume da
pilha será perdida com a decomposição dos materiais. Pelo menos metade do
carbono da pilha é perdida principalmente na forma de dióxido de carbono. O
azoto é perdido por volatilização do amoníaco e por lixiviação e desnitrificação
dos nitratos. O carbono é perdido mais rapidamente que o azoto e, por isso, a
relação C/N diminui durante a compostagem. A relação C/N pode diminuir de
30 para 15 ou 10. As maiores perdas de azoto resultam da volatilização do
amoníaco, principalmente quando se areja a pilha de compostagem. As perdas
63
de azoto são, por isso, muito menores durante a decomposição anaeróbia dos
materiais orgânicos. Kirchmann (1985) refere que o azoto nos estrumes
compostados em condições aeróbias é praticamente todo (95%) orgânico,
enquanto que o estrume decomposto em condições anaeróbias tem uma
fração muito maior de azoto amoniacal.
3.11.2 – Outros nutrientes
Os outros nutrientes essenciais para o metabolismo dos
microrganismos encontram-se, geralmente, em grandes quantidades relativas
nos materiais orgânicos originais utilizados na compostagem e, por isso, não
limitam o processo de compostagem. Nalguns casos poderá ser aconselhável
aplicar fósforo. O potássio é perdido por lixiviação enquanto que o fósforo é
conservado porque se encontra geralmente em compostos que não são
lixiviados nem volatilizados.
3.12 – Utilização do composto
Aspectos importantes dos compostos de resíduos orgânicos para aplicação ao
solo incluem: (i) características físicas, como propriedades de manuseamento,
umidade, temperatura, odor e cor, propriedades como substrato para
crescimento vegetal (por exemplo, porosidade, capacidade para
armazenamento de água, densidade aparente e textura), entre outras; (ii)
características químicas, como a percentagem de matéria orgânica, índices de
humificação, poder tampão, relação carbono/azoto na fase sólida e em
extratos aquosos, pH, capacidade de troca catiônica, condutividade elétrica,
sais solúveis, nitratos, nitritos, amoníaco, etileno, ácido acético, nutrientes
minerais, metais tóxicos, poluentes orgânicos, e outros; e, (iii) características
biológicas incluindo efeitos na germinação das sementes, crescimento e
64
composição vegetal, e capacidade de melhorar a fertilidade biológica do solo.
Em acréscimo, os compostos orgânicos comerciais, utilizados como
corretivos do solo, não deveriam conter materiais aguçados perigosos para o
homem ou os animais, plásticos, metais ou pedras de dimensão perceptível à
vista desarmada, sementes viáveis de infestantes, organismos patogênicos
(como Salmonela, Ascaries ou Ténia, ou vírus) ou outros organismos em
quantidade que possam causar efeitos nefastos à saúde humana por ingestão,
inalação ou contacto com a pele (Morel et al., 1985; Bidlingmaier, 1985;
Zucconi & Bertoldi, 1987; Jimenez & Garcia, 1989; Bardos et al., 1992).
No entanto, devido à inexistência de um método universal para avaliar
os compostos de resíduos orgânicos é necessário recorrer a vários métodos
para indicar uma conclusão segura sobre a maturação e a qualidade final dos
materiais compostados.
3.13 – Estudo de Caso
Em 2006 foi criada no Rio de Janeiro, na cidade de Resende, a
primeira empresa licenciada de Compostagem.
A VideVerde Compostagem surgiu como uma alternativa viável para a
destinação de resíduo orgânico provenientes de restaurantes e empresas
geradoras desse tipo de resíduo.
Hoje ela atende a inúmeras empresas no Estado do Rio de Janeiro e
tem capacidade de receber em torno de 350 toneladas por mês de “lixo
orgânico”.
65
O composto orgânico é distribuído nas “leiras” em camadas
intercaladas com grama e inoculo que acelera o processo de decomposição do
resíduo. Em no máximo 60 dias o resíduo foi transformado em adubo orgânico,
que pode ser utilizado em hortas, meio agrícola e paisagístico.
Essa técnica gera muitos benefícios, tais como: diminuição de lixo
enviado para aterro; geração de emprego e renda; diminuição de emissão de
gases para atmosfera; auxilia na estruturação e fertilidade dos solos; produção
de alimento na agricultura, etc.
A VideVerde Compostagem é composta por uma equipe técnica
qualificada, gerando empregos diretos e indiretos sendo ao todo mais de 40
empregos.
66
CONCLUSÃO
O Brasil é um grande gerador de lixo e a maior parte dele é destinada
para locais sem nenhum tipo de controle.
Hoje há uma grande luta e dedicação de muitos para a preservação do
que ainda resta da natureza. São muitos problemas evidentes e poucas
soluções postas em prática. O lixo é um grande vilão do meio ambiente.
Pesquisas indicam que cada ser humano produz cerca de 5kg de lixo
por dia, calculando com o número total de habitantes no planeta a quantidade
seria exorbitante.Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia.
Por isso, a Gestão dos Resíduos Sólidos para produção de adubo
orgânico surge como uma alternativa viável para todos os segmentos.
Para as empresas geradoras de resíduo, surge como uma alternativa
positiva para destinação do lixo; para o meio ambiente favorece em muitos
aspectos, tais como a diminuição dos gases, a não poluição do solo e do lençol
freático, fertilidade e estruturação do solo, geração de alimentos na agricultura
e etc.
A Gestão de Resíduos é uma fonte de renda e geradora de empregos,
ameniza o gasto de energia, pois a maior parte dos resíduos gerenciados é
destinada a reciclagem.
Em suma, gerenciar resíduo para produção de adubo orgânico é uma
forma inteligente de reduzir o impacto ambiental causado pela produção de
lixo, além de gerar renda e emprego para o mundo atual.
67
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – 1987 Resíduos Sólidos
- Classificação (NBR 10004)
LIMA, Luís Mário de Queiroz. Lixo: Tratamento e biorremediação. 3ed. São
Paulo: Hemus, 1995
PAIVA, Julieta Laudelina de. Reciclagem sustentada: um proceso de
tratamento de residuos sólidos para a proteção ambiental. 1990. Dissertação
(Mestrado em Ciência Ambiental) – Departamento de Engenharia Ambiental,
Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ. 1999.
CALDERONI, Sabetai, Os Bilhões Perdidos no Lixo. São Paulo: Ed.
Humanitas, 1999, 3º Ed.
MONTEIRO, José Henrique Penido. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos [et al.]; Rio de Janeiro: IBAM, 2001. RODRIGUES, Francisco Luiz. Lixo: De onde vem? Para onde vai? 2ed. São Paulo.
68
WEBGRAFIA CONSULTADA
HTTP://WWW.CI.ESAPL.PT/COMPOSTAGEM/APRESENTACAO_MANUAL_
DE_COMPOSTAGEM.HTM > Acessado em: 23/02/10
HTTP://WWW.LIXO.COM.BR > Acessado em: 21/02/10
Lixo Rural e Resíduos Sólidos. < URL: http://www.lixo.com.br> Acessado em:
05/03/10
Tratamento Ambiental de Resíduo. <URL:
http://www.faperj.br/boletiminterna.phtlml> Acessado em: 15/02/10
Lixo Espacial. < URL: http://www.super.abril.com.br> Acessado em: 15/02/10
Http://www.ambiente.sp.gov.br> Acessado em: 10/03/10
Aspectos Sanitários Relacionados à Apresentação do Lixo Urbano para
Coleta Seletiva. <URL:
http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=26526&action=geral>
Acessado em: 10/03/10
Os 3 R’S. <URL: http://www.gpca.com.br > Acessado em: 20/02/10
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
(RESÍDUOS SÓLIDOS)
1 – História e Conceito do Lixo 10
1.1 – Realidade do Lixo 12
1.2 – Classificação dos Resíduos Sólidos 13
1.3 – Quanto à Natureza ou Origem 14
1.4 – Acondicionamento 19
1.5 – Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos 28
CAPÍTULO II
(GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL)
2 – Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 33
CAPÍTULO III
(COMPOSTAGEM)
3 – Definição de Compostagem 43
3.1 – Objetivos da Compostagem 44
3.2 – Breve História da Compostagem 44
3.3 – Materiais para Compostagem 47
3.4 – Mistura de Materiais 49
70
3.5 – Rega 51
3.6 – Local e Volume da Pilha de Compostagem 52
3.7 – Sistemas de Compostagem 53
3.8 – Processo de Compostagem 54
3.9 – Biologia 55
3.10 – Física
3.10.1 – Temperatura 56
3.10.2 – Umidade 58
3.10.3 – Arejamento 59
3.10.4 – Odores 60
3.11 – Química
3.11.1 – Carbono e Azoto 60
3.11.2 – Outros Nutrientes 63
3.12 – Utilização do Composto 63
3.13 – Estudo de Caso 64
CONCLUSÃO 66
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 67
WEBGRAFIA 68
ÍNDICE 69
FOLHA DE AVALIAÇÃO 71