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UNICSUL ABO ARAÇATUBA
ESPECIALIZAÇÃO ORTODONTIA
WILLIAM RIBEIRO DE ALMEIDA
AMPLITUDE DA CURVA SPEE NAS MÁ OCLUSÕES CLASSE II DE ANGLE
ARAÇATUBA – SP
2008
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WILLIAM RIBEIRO DE ALMEIDA
AMPLITUDE DA CURVA SPEE NAS MÁ OCLUSÕES CLASSE II DE ANGLE
Monografia apresentada à UNICSUL
CAMPUS ABO ARAÇATUBA, ao
curso de ESPECIALIZAÇÃO EM
ORTODONTIA, como requisito
parcial exigido para obtenção do
título de Especialista em
ORTODONTIA.
Orientador: ARTÊNIO JOSÉ ISPER GARBIN
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ARAÇATUBA – SP
2008
FOLHA DE APROVAÇÃO
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DEDICATÓRIA
Para Lygia, Lucas e Vinícius; razões da minha existência.
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AGRADECIMENTOS
AOS PROFESSORES ARTÊNIO, FRANCISCO E GUEDES, QUE NÃO MEDIRAM ESFORÇOS PARA TRANSMITIR SEUS CONHECIMENTOS, O MEU MUITO
OBRIGADO.
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EPÍGRAFE
O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.
(Willian George Ward)
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RESUMO
Este trabalho tem como premissa abordar a amplitude da curva Spee nas má oclusões classe II de Angle, utilizando a técnica de Ricketts. A má oclusão de Classe II, 1ª divisão, foi definida, em primeiro momento, por Angle em 1899, como uma relação mesiodistal deficiente dos arcos dentários, com todos os dentes inferiores ocluindo distalmente em relação ao padrão normal, proporcionando uma desarmonia acentuada na região dos incisivos e nas linhas faciais. Depois de várias pesquisas realizadas, observa-se que esta má oclusão tem como característica alterações esqueléticas como por mudanças dentárias, que refletem de modo negativo no perfil tegumentar dos indivíduos portadores deste problema. Há que se estar ciente de que o sucesso do tratamento depende de vários fatores, é a conscientização de que embora haja grande número de métodos disponíveis na literatura, não há um consenso de qual é o mais indicado. Julgamos importante o clínico saber o que ele quer medir e qual o local mais apropriado para esta mensuração, para tanto o conhecimento a respeito de crescimento craniofacial é imprescindível.
Palavras-chave: Angle – Ricketts – má oclusão – curva Spee
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ABSTRACT
This work is the premise address the magnitude of the curve in bad Spee Class II malocclusion, Angle, using the technique of Ricketts. The Class II malocclusion, 1 st division, was defined in the first time by Angle in 1899, as a poor relation mesiodistal the dental arches, with all the teeth occluding distal lower against the normal pattern, providing a sharp disharmony in the region of incisors and facial lines. After several researches, notes that this malocclusion is to feature as a skeletal dental changes, which reflect so negatively on cutaneous profile of individuals from this problem. We must be aware that if the success of treatment depends on several factors, is the awareness that although there are large number of methods available in the literature, there is a consensus of what is the most appropriate. We think the important clinical know what he wants to measure and what the most appropriate place for this measurement, for both the knowledge about craniofacial growth is essential.
Keywords: Angle - Ricketts - malocclusion - curve Spee
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SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................7
ABSTRACT.................................................................................................................8
INTRODUÇÃO..........................................................................................................10
CAPÍTULO I MÁ OCLUSÕES DE CLASSE II ..........................................................12
CAPÍTULO II AMPLITUDE DA CURVA SPEE NAS MÁ OCLUSÕES CLASSE II DE
ANGLE......................................................................................................................33
CONCLUSÃO ...........................................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................54
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INTRODUÇÃO
A Ortodontia e a Ortopedia Facial tem por objetivo o restabelecimento das
funções bucais normais, como a mastigação, a deglutição, a fonação e a respiração,
e a alcançar de uma oclusão favorável, com condições periodontais satisfatórias e
uma melhora no perfil facial. Para que se possa conseguir a almejada oclusão
“ideal”, tanto nos aspectos estéticos como nos funcionais, deve-se realizar um
tratamento nos três planos do espaço, ou seja, nos sentidos transversal, vertical e
sagital.
A má oclusão de Classe II, 1ª divisão, foi definida inicialmente por Angle
em 1899, como uma relação mesiodistal deficiente dos arcos dentários, com todos
os dentes inferiores ocluindo distalmente em relação ao padrão normal,
proporcionando uma desarmonia acentuada na região dos incisivos e nas linhas
faciais. Depois de várias pesquisas realizadas, observa-se que esta má oclusão tem
como característica alterações esqueléticas como por mudanças dentárias, que
refletem de modo negativo no perfil tegumentar dos indivíduos portadores deste
problema.
Uma oclusão é tida como má oclusão fundamentada em valores culturais
(imagem do corpo e estética), desvios anatômicos de normas morfológicas, bem
definidas pelo clínico, e em considerações funcionais que prejudicam a mastigação.
Observa-se que a má oclusão é um dos problemas que vem sendo
pesquisada ao longo dos tempos em distintas populações, utilizando várias
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classificações, normalmente para o conhecimento de sua prevalência, etiologia e
avaliação de medidas preventivas e curativas.
Dessa forma, a má oclusão afeta grande parte da população do mundo,
estabelecendo, também, um sério problema de saúde pública, uma vez que esta tem
acometido seres humanos desde a Antigüidade e tem despertado grande interesse
de profissionais com o objetivo de preveni-las e corrigi-las.
A publicação da classificação de má oclusão de Angle, em 1899, foi uma
conquista relevante para o avanço da ortodontia, não somente por classificar a
maioria dos tipos de má oclusão, mas também por incluir a primeira definição clara e
simples de oclusão normal da dentição natural.
Há que se considerar que o desenvolvimento por que vem passando a
Odontologia na atualidade, tem colocado a ortodontia numa situação de desafio, se
for considerado que, cada vez mais, aumenta a preocupação no sentido da extensão
de serviços à comunidade. Na literatura ortodôntica existem muitas publicações
sobre os mais variados aparelhos e mecanismos para a interceptação ou para a
correção da Classe II, 1ª divisão, dentre eles a Técnica de Ricketts.
Este trabalho tem como objetivo analisar a importância da amplitude da
curva de Spee nas má ocluões de classe II de Angle, considerando que a procura
permanente por uma melhor terapia para este problema está intimamente ligada às
inúmeras variações dentofaciais que ela exibe e ao envolvimento estético negativo
dos pacientes que a possuem. Em decorrência das diferentes caracterizações
morfológicas que podem ser observadas na Classe II, os ortodontistas dispõem em
seu “arsenal”, de uma gama enorme de recursos ortodônticos e/ou ortopédicos que
liberam forças sobre os dentes e sobre os ossos (maxila e/ou mandíbula),
promovendo alterações.
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CAPÍTULO IMÁ OCLUSÕES DE CLASSE II
A partir dos primeiros momentos da civilização humana a característica
facial e sua estrutura passou a ter um relevante papel na sociedade. Este fato pode
ser observado de vários modos, desde as mais antigas civilizações, “como a egípcia,
há mais de 5.000 anos, por meio das Artes, sendo que as pinturas e esculturas
traduziram a melhor forma de expressão dos valores e do senso de beleza de cada
época” (FERES, 2006, p. 17)1.
Com o surgimento da especialização em ortodontia houve um crescente
interesse tanto pela pesquisa sobre a movimentação dentária (efeito ortodôntico)
quanto na possibilidade de modificação do crescimento e na posição das bases
ósseas apicais (efeito ortopédico). O primeiro tema acha-se bem caracterizado,
devido à facilidade de observação causa-efeito, mas o segundo ainda é controverso
(YOU et al., 2001)2.
Segundo Silva e Telles (1997, apud FERES, 2006, p. 17) “Em qualquer
filosofia de tratamento ortodôntico existe também a preocupação com a harmonia
das formas faciais e a estética, por isso este tema tornou-se tão essencial em nossa
área de atuação”.
1 FERES, Renata Calixto Lopes. Estudo comparativo entre a análise facial subjetiva e análise cefalométrica de tecidos moles no diagnóstico ortodôntico. Universidade Metodista de São Paulo. Faculdade de Odontologia. São Bernardo do Campo: (s/n), 20062 YOU ZH et al. Dentoalveolar changes related to mandibular forward growth in untreated Class II persons. Amer J Orthodont Dentofac Orthop, v.120, n.6, p.598-607, Dec. 2001.
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Parte-se da premissa de que a Ortodontia tem como fundamento o
tratamento em múltiplos aspectos, dentre os quais devem estar sempre
relacionados: a posição dentária e a face de cada indivíduo.
O que se observa é que o século XX foi o ápice de estudos que tinham
como preocupação apenas a posição dos dentes relacionados às suas bases
ósseas; sendo que o diagnóstico e planejamento dos casos ortodônticos se
prenderam principalmente na cefalometria (VON BREMEN; PANCHERZ, 2002)3.
Devido a isso, as análises cefalométricas passaram a ter um grande avanço e
numerosos foram os estudiosos que criaram sua própria análise, as quais levaram
seus respectivos nomes, como se deu com Tweed (1944, apud FERES, 2006)4 e
Ricketts (1957 apud FERES, 2006) 5.
Segundo Colombini (1991)6 uma grande maioria dos pesquisadores,
fundamentados na teoria da matriz funcional, confia que os fatores ambientais locais
sejam os responsáveis fundamentais pelo tamanho final do esqueleto e, por
conseguinte, passível de certa regulação. A outra corrente defende que o controle
primordial é genético, não afetando o crescimento das bases ósseas.
Por consoante, os vários estudos realizados no Brasil têm enfatizado o
fato de que a má oclusão representa um imprescindível problema de saúde pública
devido a sua grande incidência e ao período precoce de surgimento, procuras-e por
intermédio deste trabalho monográfico enfocar a amplitude da curva Spee nas má
oclusões de classe II de Angle, uma vez que os dados pesquisados em diversos
3 VON BREMEN J; PANCHERZ H. Efficiency of early and late Class II division treatment. Amer J Orthod Dentofac Orthop, v.121, n.1, p.31-7, Jan. 2002.4 TWEED, C.H. Indications for the extraction of the teeth in orthodontics procedure. Am J Orthod, v. 30, p.405-428, 1944. 5 RICKETTS, R. M. Planning treatment on basis of the facial pattern and an estimate of its growth. Angle Orthod., v. 27, n.1, p. 14-37, Jan. 1957. 6 COLOMBINI, N.E.P. Cirurgia Maxilofacial. São Paulo, Editora Pancast, 1991.
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países, atingindo entre 17 a 79,3% dos indivíduos, condicionaram a Organização
Mundial de Saúde (OMS) a considerar a má oclusão o terceiro maior problema
odontológico e de saúde pública mundial.
Segundo Moore (1968)7, mais da metade das anomalias de oclusão são
causadas por avulsão precoce de dentes e por perda de substancias dental por cárie
não restaurada adequadamente em tratamento clínico, possibilitando deste modo, a
inclinação dos dentes contíguos sobre o espaço vazio e obstruindo, então à livre
erupção dos dentes permanentes.
Segundo Moraes (1971)8, a necessidade de se definir índices de má
oclusão que possam ser utilizados em grandes grupos de indivíduos tem sido
enfatizada nos últimos anos. Em países dotados de maiores recursos econômicos,
materiais e de pessoal, o problema do atendimento ortodôntico passou à esfera dos
serviços públicos, levando os administradores a solicitarem dos especialistas o
estabelecimento de índices que permitam determinar a extensão e natureza do
problema, conhecer a distribuição dos seus componentes, das necessidades de
tratamento e que, além disso, permitam estabelecer uma hierarquia de prioridades
de tratamento, para melhor distribuição dos recursos disponíveis e que forneçam
elementos para a avaliação de programas de controle e atendimento com relação ao
problema da má oclusão.
De acordo com Corrucini (1981)9, o crescimento dos ossos faciais é
sensitivo especificamente a fatores ambientais que podem levar a má-oclusão, no
7 MOORE , W.J.et al. Changer in the size and shape of the human mandible in Britain. In: Br.Dent J. v. 125, p.163-169, 1968. 8 MORAES, N. Estudo comparativo entre índices de má oclusão: índices OMS, HLD e TPI. Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru: (s/n),1971.9 CORRUCINI, R. S. e Whitley, L. D. Occlusal variation in a rural Kentuchy community. IN: Am J. Ortod. V.79, n.3, p. 250-262, Mar, 1981.
15
entanto, para Meyers, Hertezberg (1988)10, a consistência amolecida e o
refinamento da dieta moderna podem ter seu papel.
A má oclusão de Classe II, é a primeira divisão, sendo definida em
primeiro momento por Angle (1899) – abordado no segundo capítulo – como uma
relação mesiodistal insuficiente dos arcos dentários, com todos os dentes inferiores
ocluindo distalmente levando em considerado ao padrão normal, propiciando uma
desarmonia acentuada na região dos incisivos e nas linhas faciais. Após muitos
estudos realizados, sabe-se que esta má oclusão é caracterizada tanto por
alterações esqueléticas como por alterações dentárias, que repercutem de maneira
negativa no perfil tegumentar dos indivíduos portadores deste problema.
Maj, Luzi e Lucchese (1960)11 e Rothstein (1971)12 afirmavam que a
Classe II era um problema provocado basicamente pela maxila (maior em tamanho
ou protruída). Por conseguinte Oppenheim (1928)13, King (1962)14, Drelich (1948)15,
Craig (1951)16, Kean (1958)17, Carter (1987)18, Baccetti et al (1997)19, Henriques et
10 MEYERS, A e HERTEZBERG, J. Bottle-feeding and malocclusion: is there na association? In: Am J Orthod , v. 93, n. 2, p. 149-152, Feb, 1988.11 MAJ, G.; LUZI, C.; LUCCHESE, P. A. cephalometric appraisal of Class II. and Class III malocclusions. Angle Orthod, v.30, n.1, p.26-. 34, Jan. 1960.12 ROTHSTEIN, T. L. Facial morphology and growth from 10 to 14 years of age in children presenting class II, division 1 malocclusion: a comparative roentgenographic cephalometric study. Am. J. Orthod., Saint Louis, v. 60, n. 6, p. 619-20, Dec. 1971.13 OPPENHEIN, A. Prognathism from the anthropological and orthodontic v iewpoints. Dent. Cosmos, v. 70, p. 1170-84, 1928.14 KING, B. C. Optical determination of aegirine-augitet'ith universal stage. Mineral. Mog.33, 32., 1962.15 DRELICH, R. C. A cephalometric study of untreated class II, division 1 malocclusion. Angle Orthod., Appleton, v. 18, p. 70-5, 1948.16 CRAIG, C. E. The skeletal pattern characteristics of class I and class II, divison 1 malocclusions in norma lateralis. Angle Orthod., Appleton, v. 21, p. 44-56, 1951.17 KEAN, M. R. Some aspects of facial depth in class II, division 1 malocclusion. Angle Orthod., Appleton, v. 28, p. 1-11, 1958.18 CARTER, N. E.; SLATTERY, D. A. Bimaxillary Proclination in ... Angle Orthod, Appleton, v. 59, n. 2, p. 139-144,. Summer 1987.19 BACCETTI, T.; McGILL, J. S.; FRANCHI, L.; McNAMARA JR., J. A.; TOLLARO, I. Skeletal effects of early treatment of Class III malocclusion with maxillary expansion and facemask therapy. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 113, p. 333-343, 1998.
16
al (1998)20 faziam a defesa da idéia de que a base óssea mais envolvida com o
problema era a mandíbula, por causa do seu menor tamanho ou a sua posição mais
retruída.
A cooptação entre o prognatismo maxilar e o retrognatismo mandibular foi
verificada por Angle (1907)21, Martin (1958)22, Servoss (1975)23, Bass (1982)24, Vale
(1987)25, Proffi (1993)26, Freitas et al (2003)27. Não tendo como premissa depender
da alteração esquelética, os autores acedem que a vestibularização dos incisivos
superiores e a convexidade facial são peculiares marcantes nos pacientes com
Classe II, de primeira divisão.
Sabe-se que na literatura ortodôntica há várias publicações sobre os mais
diversos aparelhos e mecanismos para a interceptação ou para a correção da
Classe II, de primeira divisão. A procura permanente por melhor terapia para esta
má oclusão está intimamente ligada às numerosas variações dentofaciais que ela
ostenta e ao envolvimento estético negativo dos pacientes que a possuem.
Devido às dicotômicas caracterizações morfológicas que podem ser
verificadas na Classe II, os ortodontistas dispõem de uma gama muito grande de
20 HENRIQUES, J.F.C. et alii Tratamento de uma classe II, div. 1, com protrusão maxilar e ... 1 ed., São Paulo, Ed. Santos, 1998.21 ANGLE, E. H. Malocclusion of the teeth, 7th ed. Philadelphia, The S.S. White Dental Manufacturing, 1907, In: MISSAKA, M & FANTINI, S. M. Análise telerradiográfica dos componentes da maloclusão de classe II, em norma lateral, em crianças brasileiras com idades entre 8 e 12 anos. Ortodontia, v. 30, n. 3, p. 18-30, set./out./nov./dez. 1997.22 MARTIN, R. A. An analysis of normal cases and class II, division 1 cases by cephalometric evaluation. Am. J. Orthod., Saint Louis, v. 41, p. 146, 1958.23 SERVOSS, J.M. Classification of. occlusion. J Dent Child, v.42,. n.1, p.28-30, Jan./Feb. 1975.24 BASS, N. M. Dentofacial orthopedics in the correction of Class II malocclusion. Br. J. Orthod., Oxford, v. 9, p. 3-31, 1982.25 VALE, D. M. V., MARTINS, D. R. Avaliação cefalométrica das estruturas dentoesqueléticas em jovens portadores de classe II, divisão 1, brasileiros, leucodermas e de origem mediterrânea, Ortodontia, v. 20, p. 5-17, 1987.26 PROFFIT, W. R. Concepts of physical growth and development, In: ____. Contemporary orthodontics. Saint Louis, Mosby, p. 16-38, 1993.27 FREITAS, M. R.; BELTRÃO, R. T. S.; FREITAS, K. M. S.; VILLAS BOAS, J.; HENRIQUES, J. F. C.; JANSON, G. R. P. Um tratamento simplificado para correção da má oclusão de Classe II, divisão 1 com mordida aberta: relato de um caso clínico. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 8, n. 3, p. 93-100, 2003.
17
recursos ortodônticos e/ou ortopédicos que liberam forças sobre os dentes e sobre
os ossos (maxila e/ou mandíbula), gerando alterações ortodônticas, ortopédicas e
tegumentares, beneficiando assim o paciente.
As más oclusões dentárias apresentam diversas formas de classificação.
No entanto, a mais conhecida e utilizada até os dias de hoje, teve como precursor
Angle (1899). Em 1899, o pai da Ortodontia, publicou na revista Dental Cosmos o
primeiro método científico para o diagnóstico e classificação das más oclusões que
baseava-se essencialmente nas posições dentoclusais, onde definiu que o primeiro
molar superior era imutável em relação ao inferior e a partir daí determinou os três
tipos de más oclusões no sentido ântero-posterior (VILELLA, 2007)28.
Contudo, apesar de ser muito prática, a classificação de Angle (1899) não
leva em consideração as discrepâncias nos sentidos vertical, horizontal e
transversal, e nem as relaciona com as estruturas esqueléticas adjacentes. Assim, a
Classe II, primeira divisão segundo a classificação de Angle foi definida como uma
relação mesiodistal deficiente dos arcos dentários, com todos os dentes inferiores
ocluindo distalmente em relação ao padrão normal, propiciando uma desarmonia
acentuada na região dos incisivos e nas linhas faciais.
Em 1907, Angle observou que os casos de Classe I, primeira divisão, tem
como característica uma relação distal da mandíbula em relação à maxila e
geralmente com tamanho menor. Ele afirmou também que a maxila apresentava-se
maior que o normal e, freqüentemente atrésica, e os incisivos superiores
encontravam-se vestibularizados e os inferiores lingualizados. Notou ainda que esta
má oclusão geralmente encontrava-se acompanhada de uma função anormal dos
28 VILELLA, Oswaldo de Vasconcellos. O desenvolvimento da Ortodontia no Brasil e no mundo. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.12 no.6 Maringá Nov./Dec. 2007.
18
lábios e de alguma forma de obstrução nasal e respiração bucal (SANTOS JUNIOR,
2005)29.
Buscando caracterizar a má oclusão de Classe II, Hellman (1922)30
constatou que a mandíbula encontrava-se subdesenvolvida, assim como a maxila.
Lundström, em 192531, posteriormente dar um impulso na literatura em relação à
natureza da Classe II, observou a existência de um padrão esquelético, de origem
hereditária, que dificulta o tratamento ortodôntico, e um padrão dentário de fácil
tratamento (MACHADO et al, 2005)32.
Concordando com o relato de Hellman, em 1936 Oppenheim33 observou
que na maioria das más oclusões de Classe II, ocorre uma falta de desenvolvimento
mandibular. Em seu estudo comparou medidas antropométricas de 18 crânios com
características normais e 18 exibindo má oclusão de Classe II. Concluiu que a
Classe II não se caracterizava por um excesso de crescimento para anterior da
maxila, verificado pelo ponto Próstio, mas que na grande maioria dos casos de
distoclusão, este ponto encontra-se posicionado posteriormente. O autor comentou
ainda que o tratamento desta má oclusão deveria consistir no estímulo do
crescimento e desenvolvimento mandibular (JOSÉ, 2004)34.
29 SANTOS JÚNIOR, José Antônio dos. Avaliação das alterações dentoesqueléticas de pacientes com má oclusão de Classe II de Angle, tratados com o aparelho regulador de função de Frankel (RF-2). São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo (s/n), 2005.30 HELLMAN, M. Growth of the facial and ... Int J Orthod, Milwakee, v.19, p.116, 192231 LUNDSTRÖM, A. F. A contribution to the discussion concerning the nature of distoclusion. Dent. Cosmos, v. 67, p. 956-69, 1925.32 MACHADO, Daniele Teixeira, HENRIQUES, José Fernando Castanha, JANSON, Guilherme et al. Estudo cefalométrico das alterações das alturas faciais anterior e posterior em pacientes leucodermas, com má oclusão de classe II, 1ª divisão de Angle, tratados com e sem extração de quatro primeiros pré-molares. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial, vol.10, no.6, p.26-41;Nov./Dec. 2005. 33 OPPENHEIM A Biologic orthodontic therapy and reality. Angle Orthod. Appleton, v. 6, no. 3, p. 153-183, 1936.34 JOSÉ, Renata. Estudo cefalométrico em jovens brasileiros portadores de classe II, 1ª divisão de Angle, segundo a análise de Jarabak. Marília: UNIMAR, 2004.
19
Anderson, em 1946, apresentou um trabalho onde discutiu diferentes casos clínicos e demonstrou que em muitos deles, a mandíbula apresentava-se bem posicionada e a maxila protruída, gerando uma distoclusão aparente dos molares inferiores e, desta forma, exigindo uma alteração no plano de tratamento. Em 1948, Drelich estudou o padrão facial de 24 jovens com má oclusão de Classe II, 1ª divisão e observou que o mento localizava-se mais para posterior, a base do crânio encontrava-se aumentada e o comprimento da mandíbula diminuído. Afirmou ainda que, a maioria da amostra apresentou um desenvolvimento insuficiente da altura facial póstero-inferior resultando em um plano mandibular mais inclinado e que os incisivos superiores encontravam-se acentuadamente inclinados para vestibular(GIMENEZ et al, 2007) 35.
Neste mesmo ano, pesquisando uma amostra composta por jovens com
más oclusões de Classe I, Classe II, 1ª divisão e Classe II, 2ª divisão, Renfroe
(1948)36, fez comparação entre as alterações cefalométricas dos 3 grupos. Através
de 95 telerradiografias em norma lateral, teve a conclusão de que a mandíbula
encontrava-se posicionada posteriormente nos jovens com más oclusões de Classe
II, 1ª e 2ª divisões, no entanto, observou que o comprimento mandibular
apresentava-se semelhante ao dos jovens com Classe I. considerou ainda que o
ângulo mandibular significava um maior aumento nos jovens com Classe I e que a
maxila, avaliada pelo ponto ENA encontrava-se protruída nos casos de Classe I e de
Classe II, 1ª divisão (JOSÉ, 2004)37.
Nelson; Higley, em 194838, fizeram a comparação do comprimento do
corpo mandibular em 250 jovens dos 7 aos 14 anos de idade, sendo que 153
possuíam oclusão normal e má oclusão de Classe I, e 97 jovens com Classe II, 1ª
divisão. Fizeram uso de medidas cefalométricas lineares para definir o comprimento
35 GIMENEZ, Carla Maria Melleiro; BERTOZ, André Pinheiro; BERTOZ, Francisco Antonio Bertoz. Tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 1 de Angle, com protrusão maxilar utilizando-se recursos ortopédicos. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.12 no.6 Maringá Nov./Dec. 2007.36 RENFROE, E. W. A study of the facial patterns associated with class I, class II, division 1, and class II, division 2 malocclusions. Angle Orthod., Appleton, v. 19, p. 12-5, 1948.37 JOSÉ, Renata. Estudo cefalométrico em jovens brasileiros portadores de classe II, 1ª divisão de Angle, segundo a análise de Jarabak. Marília: UNIMAR, 2004.38 NELSON, W. E., HIGLEY, L. B. The length of mandibular basal bone in normal occlusion and class I malocclusion compared to class II, division 1 malocclusion. Amer. J. Orthod., Saint Louis, v. 34, p. 610-7, 1948.
20
da mandíbula. Posteriormente a interpretação das mensurações cefalométricas, os
resultados demonstraram um menor comprimento do corpo mandibular nos casos de
Classe II, 1ª divisão (JOSÉ; KANG, 2004)39.
Com o objetivo de peculiarizar a má oclusão de Classe II, 1ª divisão,
Salzmann, em 1949 relatou diversas variações desta má oclusão, onde observou
maxila protruída, retrusão mandibular e ainda a combinação destes fatores (SILVA,
2001)40. Fischer (1950)41 classificou a má oclusão de Classe II, 1ª divisão em três
tipos: dentária, dentofacial e facial.
Gilmore, em 195042, analisou várias medidas cefalométricas lineares e
angulares de 128 pacientes, adultos de ambos os gêneros, sendo 61 com oclusão
normal e 67 com má oclusão de Classe II, 1ª divisão. Verificou que as mandíbulas
do grupo com Classe II, 1ª divisão, apresentavam-se significantemente menores
com relação ao grupo de oclusão normal; todavia, não notou alteração significante
na posição ântero-posterior da mandíbula, considerando as medidas angulares nos
casos de Classe II, 1ª divisão.
Tendo o intuito de verificar as dicotomias existentes entre os padrões
esqueléticos faciais da Classe I e da Classe II, 1ª divisão, Craig (1951)43, confrontou
um grupo de 34 pacientes Classe I com 12 anos de média de idade, com um grupo
de 33 pacientes Classe II, 1ª divisão, com média idade de semelhante. Teve como
conclusão, através de justaposições, empregando um sistema gráfico de
39 JOSÉ, Renata. Estudo cefalométrico em jovens brasileiros portadores de classe II, 1ª divisão de Angle, segundo a análise de Jarabak. Marília: UNIMAR, 2004.40 SILVA, R. G.; KANG, D. S. Prevalence of Malocclusion among Latino adolescents. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 119, no. 3, p. 313-315, Mar. 2001. 41 FISCHER, B. Treatment of class II, division 1 (ANGLE) – II differential diagnosis and an analysis of mandibular anchorage. Am. J. Orthod., Saint Louis, v. 34, p 461-90, 1950.42 GILMORE, W. A. Morphology of the adult mandible in class II, division 1malocclusion and in excellent occlusion. Angle Orthod., Appleton, v. 20, p. 137-146, 1950.43 CRAIG, C. E. The skeletal pattern characteristics of class I and class II, divison 1 malocclusions in norma lateralis. Angle Orthod., Appleton, v. 21, p. 44-56, 1951.
21
coordenadas, que ambos os grupos apresentaram um padrão esquelético similar, no
entanto, o grupo da Classe II, 1ª divisão apresentou um menor corpo mandibular,
verificado pela distância linear Go-Gn.
Para verificar a posição espacial da maxila e da mandíbula em relação à
base do crânio nos diferentes tipos de má oclusão, Riedel (1952)44, realizou uma
pesquisa com telerradiografias. A amostra foi composta de 52 adultos com oclusões
normais, na faixa etária dos 18 a 36 anos; 24 jovens com oclusões normais e idades
de 7 aos 11 anos; 38 casos com Classe II, 1ª divisão, 10 casos com Classe II, 2ª
divisão e 9 com Classe III.
Verificou que as alterações mais significantes encontravam-se no
posicionamento ântero-posterior da mandíbula, avaliado pelo ângulo SNB e na
relação maxilomandibular, quando verificada pelo ângulo ANB. Nos casos de Classe
II, 1ª divisão, a mandíbula apresentou-se mais retruída em comparação com o grupo
de oclusão normal (RIEDEL, 1952)45.
Fisk et al., em 195346, verificaram que o complexo dentofacial da Classe II
sofria variação em pelo menos seis momentos:
Maxila e dentes superiores posicionados anteriormente em relação
ao crânio;
Dentes superiores protruídos em suas bases ósseas;
Mandíbula subdesenvolvida;
Mandíbula com tamanho normal, mas posteriormente localizada;
44 RIEDEL, R. A. The relation of maxillary strutures to cranium in malocclusion and in normal occlusion. Angle Orthod., Appleton, v. 22, p. 142-5, 1952.45 RIEDEL, R. A. The relation of maxillary strutures to cranium in malocclusion and in normal occlusion. Angle Orthod., Appleton, v. 22, p. 142-5, 1952.46 FISK, G. V., CULBERT, M. R., GRAINGER, R. M., HEMREND, B., MOYERS, R. The morphology and physiology of distoclusion. Amer. J. Orthod., Saint Louis, v. 39, p. 3-12, 1953.
22
Dentes inferiores retruídos na base óssea ou qualquer combinação
dos fatores anteriormente citados.
Altemus (1955)47 pesquisou e analisou os componentes dentofaciais
horizontal e vertical da má oclusão de Classe II, 1ª divisão. Este considerou
telerradiografias de jovens do gênero feminino e teve como síntese que a maxila
apresentava-se anteriormente posicionada, assim como os molares superiores em
relação ao grupo controle (JOSÉ, 2004)48.
Estudando a morfologia facial, Marcondes (1955)49, comparou
cefalometricamente um grupo de pacientes com Classe II, 1ª divisão, com um grupo
controle com oclusão normal. Verificou que a mandíbula no primeiro grupo,
apresentava um menor tamanho, ainda que mostrasse uma similaridade com o
grupo controle quanto aos componentes das grandezas angulares (JOSÉ, 2004)50.
Em 1957, Henry51 sugeriu uma classificação para a má oclusão de Classe
II, 1ª divisão, dividindo-a em quatro tipos: protrusão maxilar alveolar, protrusão
maxilar basal, deficiência do tamanho mandibular e retrusão mandibular.
Fazendo estudos sobre as características das características faciais em
telerradiografias de jovens com Classe II, 1ª divisão e com oclusão normal, Kean
(1958)52 observou nos casos com Classe II, que a mandíbula encontrava-se
47 ALTEMUS, L. A. comparison of cephalofacial relationships Angle Orthod., v. 30, n. 4, p. 233-40, Oct. 1960.48 JOSÉ, Renata. Estudo cefalométrico em jovens brasileiros portadores de classe II, 1ª divisão de Angle, segundo a análise de Jarabak. Marília: UNIMAR, 2004.49 MARCONDES, A. R. Integration of certain variants as a determinant of facial morphology, 1955. In: AIDAR, L.A.A. Estudo comparativo cefalométrico radiográfico dos padrões de crescimento facial em pacientes portadores de oclusões normal e maloclusões de Classe I, Classe II, divisão 1, Classe II, divisão 2, e Classe III, de Angle, de acordo com Siriwat & Jarabak. São Bernardo do Campo, SP: Instituto Metodista de Ensino Superior (s/n), 1987. 50 JOSÉ, Renata. Estudo cefalométrico em jovens brasileiros portadores de classe II, 1ª divisão de Angle, segundo a análise de Jarabak. Marília: UNIMAR, 2004.51 HENRY, R. G. A classification of class II, division 1 malocclusion. Angle Orthod., v. 27, p.83-92, 1957.52 KEAN, M. R. Some aspects of facial depth in class II, division 1 malocclusion. Angle Orthod., Appleton, v. 28, p. 1-11, 1958.
23
posicionada mais anteriormente em relação ao limite posterior da base craniana, no
entanto, apresentava-se com um tamanho menor do que a média, e que o trespasse
horizontal acentuado resultava da posição mais para anterior dos incisivos
superiores (JOSÉ, 2004)53.
Martin, em 195854 objetivando observar as características da Classe II e
compará-las com um grupo de oclusão normal, realizou um estudo com
telerradiografias de 60 jovens, sendo 20 jovens com oclusão normal e 40 com
Classe II, 1ª divisão. Este deixou evidente que a mandíbula dos pacientes com
Classe II apresentou-se menor e com um posicionamento mais posterior em relação
aos pacientes com oclusão normal. Os resultados mostraram também que, a
espinha nasal anterior e a borda incisal do incisivo central superior estavam
localizadas projetadas para anterior nos casos de Classe II; da mesma forma, o
ponto A posicionou-se mais anteriormente nestes casos.
De Castro, em 196055, realçou que comumente na má oclusão de Classe
II, 1ª divisão a mandíbula apresenta-se retruída, precisando de um estímulo e/ou
redirecionamento de seu centro de crescimento, em vez da aplicação de forças
extrabucais para retração da maxila, quando na maioria das vezes, esta se encontra
bem posicionada.
Com a finalidade de determinar as relações dentoesqueléticas de 50
jovens com Classe II, 1ª divisão, com idades variando de 8 a 15 anos, Maj; Luzi;
53 JOSÉ, Renata. Estudo cefalométrico em jovens brasileiros portadores de classe II, 1ª divisão de Angle, segundo a análise de Jarabak. Marília: UNIMAR, 2004.54 MARTIN, R. A. An analysis of normal cases and class II, division 1 cases by cephalometric evaluation. Am. J. Orthod., Saint Louis, v. 41, p. 146, 1958.55 DE CASTRO, N. The challenge of Class II, division 1 malocclusion. Amer J Orthodont, v.46, n.11, p.829-33, Nov. 1960.
24
Lucchese (1960)56 examinaram que, na maioria dos casos, se deu uma desarmonia
entre as bases apicais, com um posicionamento anterior da maxila e posterior dos
côndilos mandibulares, todavia, o comprimento mandibular total não apresentou
grandes variações.
O que se observou foi que em 78% dos casos, houve uma inclinação
acentuada para vestibular dos incisivos superiores. Concluíram, desta maneira, que
a Classe II, 1ª divisão, advém de resultados de variações dentárias e esqueléticas,
com tendência para a protrusão maxilar e um aumento do trespasse horizontal,
devido a posição dos dentes anteriores.
Em controvérsia aos resultados de Maj; Luzi; Lucchese, King (1962)57 ao
fazer a comparação com as amostras de Classe I e Classe II, de adultos de ambos
os gêneros, deixou evidente que no grupo de Classe II, 1ª divisão, a mandíbula
apresentou-se retrognática em relação à base do crânio, enquanto que os incisivos
superiores mostraram uma maior inclinação para vestibular. Considerando a posição
espacial da maxila, não encontrou diferença significante entre os dois grupos.
Fazendo uma investigação sobre os tipos faciais relacionados à má
oclusão de Classe II, 1ª divisão, Sassouni (1970)58 verificou 128 tipos de alterações
esqueléticas da maxila e mandíbula, nos sentidos horizontal e vertical.
Em 1971, Rothstein59 fez análise e comparação sobre as peculiaridades
morfológicas e o crescimento facial de jovens com oclusão normal e com má oclusão
de Classe II, 1ª divisão. Para que se confirmassem suas hipóteses, utilizou uma
56 MAJ G; LUZI C; LUCCHESE P. A cephalometric appraisal of Class II and Class III malocclusions. Angle Orthodont, v.30, n.1, p.26-34, Jan. 1960.57 KING TB. A cephalometric study of the positional relationship of the incisors and apical bases to each other in Class I and Class II, division 1. Amer J Orthodont, v.48, n.8, p.629-30, Aug. 1962.58 SASSOUNI V. The Class II syndrome: differencial diagnosis and treatment. Angle Orthodont, v.40, n.4, p.334-41, Oct. 1970.59 ROTHSTEIN TL. Facial morphology and growth from 10 to 14 years of age in children presenting Class II, division 1 malocclusion: a comparative roentgenographic cephalometric study. Amer J Orthodont, v.60, n.6, p.619-20, Dec. 1971.
25
amostra de 273 jovens portadores de oclusão normal e 335 com Classe II, 1ª
divisão. Posteriormente comparou com as medidas cefalométricas, tirando como
conclusão que a amostra de Classe II, 1ª divisão apresentou uma maxila maior do
que o normal, um plano palatino inclinado no sentido anti-horário e uma mandíbula
bem posicionada e com tamanho e formas normais.
Pesquisando algumas características mandibulares quanto à posição e
dimensões na Classe I e Classe II, 1ª divisão, Vigorito, em 197360, verificou que a
mandíbula apresentou uma posição mais retruída em relação à base do crânio, nos
casos de Classe II, 1ª divisão; sendo que a borda inferior do corpo mandibular
mostrou tendência para exibir maior inclinação nos casos de Classe II e que nestes
casos, o comprimento mandibular apresentou-se menor.
Objetivando aperfeiçoar a classificação das más oclusões Servoss, em
197561, acrescentou quatro termos à classificação de Angle. Os termos prognatismo
ou retrognatismo referem-se ao posicionamento anterior ou posterior,
respectivamente, das bases ósseas em relação ao esqueleto craniofacial.
Adicionalmente, os termos protrusão ou retrusão descrevem o posicionamento
anterior e posterior dos dentes em relação às bases ósseas.
Estas condições são diferenciadas, no entanto, podem apresentar-se
combinadas. Finalizou que a Classe II, 1ª divisão, pode resultar de uma protrusão
dos dentes superiores, um prognatismo maxilar, uma retrusão do arco dentário
inferior, um retrognatismo mandibular ou mais freqüentemente, de uma combinação
destes fatores (SERVOSS, 1975)62.
60 VIGORITO JW. Estudo comparativo de algumas características mandibulares em maloclusões de Classe I e Classe II, divisão 1, de Angle. Rev Fac Odont USP, v.11, n.1, p.75-82, jan./jun. 1973.61 SERVOSS JM. Classification of occlusion. J Dent Child, v.42, n.1, p.28-30, Jan./Feb. 1975.62 SERVOSS JM. Classification of occlusion. J Dent Child, v.42, n.1, p.28-30, Jan./Feb. 1975.
26
Pfeiffer; Grobéty, em 197563, consideraram que a má oclusão de Classe II
advém do processo combinatório de alterações dentoesqueléticas, e que na maioria
dos casos, a maxila apresenta-se bem posicionada e os incisivos superiores
protruídos. Todavia, a característica mais comumente observada foi a retrusão da
mandíbula com os incisivos inferiores bem posicionados. Estes autores ressaltaram
ainda para a relevância de um correto diagnóstico diferencial para a Classe II,
indicando os mais diversos aparelhos para a sua correção.
Na década de 80, diversos estudiosos passaram a investigar as
características morfológicas da má oclusão de Classe II e sugeriram novas
classificações. A classificação proposta por Woodside (1980)64 para definir a má
oclusão de Classe II incluiu três tipos, dentoalveolar, esquelética e muscular, e foi
dividida em 7 subtipos:
1) Face harmoniosa com Classe II dentoesquelética;
2) Protrusão do complexo nasofaríngeo e mandíbula bem posicionada;
3) Complexo nasofaríngeo normal e mandíbula retruída;
4) Complexo nasofaríngeo normal, mandíbula muito retruída e perfil facial
bastante convexo;
5) Complexo nasofaríngeo e maxila protruídos com mandíbula retruída;
6) Relação maxilomandibular adequada com obstrução nasal
ocasionando retrusão da mandíbula quando em repouso e
7) Variação do subtipo 1 com espaço funcional livre muito aumentado.
63 PFEIFFER JP; GROBÉTY D. The Class II malocclusion: differential diagnosis and clinical application of activators, extraoral traction, and fixed appliances. Amer J Orthodont, v.68, n.5, p.499-544, Nov. 1975.64 WOODSIDE, D.G. Cefalometric roentgenography. In: CLARK, J.W., Clinical dentistry. New York, Harper & Row, 1980.
27
Moyers et al. (1980)65, empregaram uma combinação de programas
computadorizados para descrever uma série de tipos de Classe II, com
características verticais e horizontais bem definidas. Identificaram seis tipos
horizontais: uma “Pseudo-classe II” ou Classe II dentária; quatro síndromes de
Classe II esqueléticas graves; e um caso moderado de Classe II esquelética, com
uma variedade de sintomas.
Estes autores, também encontraram cinco tipos verticais:
O primeiro apresentava o plano mandibular acentuadamente
inclinado para baixo;
No segundo, os planos mandibular, oclusal e palatino
encontravam-se quase paralelos entre si;
O terceiro mostrava o plano palatino inclinado para cima;
No quarto, os planos mandibular, oclusal e palatino apresentavam-
se acentuadamente inclinados para baixo; e
No quinto, os planos mandibular e oclusal denotavam normalidade,
e o plano palatino encontrava -se inclinado para baixo.
Através da marcante relação entre os dois padrões, vertical e horizontal,
foi possível identificar quinze subtipos com características bem definidas.
Salientaram que os indivíduos de um mesmo tipo de Classe II, com uma aparência e
um padrão de crescimento semelhantes, necessitavam de tratamentos similares e
provavelmente deveriam responder da mesma forma.
65 MOYERS RE et al. Differential diagnosis of Class II malocclusions. Part 1: facial types associated with Class II malocclusions. Amer J Orthodont, v.78, n.5, p.477-94, Nov. 1980.
28
A fim de conseguir um correto planejamento para a correção da Classe II
faz necessário identificar a morfologia desta má oclusão. Com a finalidade de
verificar a natureza e a freqüência com que acontecem as principais características
envolvidas na má oclusão de Classe II, Mcnamara Júnior, em 198166, investigou
cefalometricamente uma amostra de 277 jovens, sendo 153 do gênero masculino e
124 do feminino, com média de idade de 9 anos, incluindo tanto a Classe II, 1ª
divisão como a Classe II, 2ª divisão.
Nesta pesquisa, foi possível observar que esta má oclusão não é uma
entidade clínica única, podendo resultar de inúmeras combinações de componentes
dentários e esqueléticos. Este autor observou que, geralmente, a maxila apresentou-
se bem posicionada, ou até mesmo retruída enquanto que a retrusão mandibular foi
a característica mais evidenciada na amostra de Classe II.
Por conseguinte, os pacientes apresentaram uma marcante alteração no
desenvolvimento vertical, e pelo menos na metade da amostra, verificou um
exagerado desenvolvimento vertical. A avaliação dentária revelou que os incisivos
superiores apresentavam-se inclinados para vestibular e os inferiores bem
posicionados, na maioria dos casos.
Bass (1982)67 salientou que existe uma grande influência da musculatura
bucofacial no desenvolvimento da face e no posicionamento dentário, permitindo
inclusive, alterações no crescimento das estruturas faciais. Analisando os
componentes dentoesqueléticos da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, este autor
66 McNAMARA JÚNIOR JA. Components of Class II malocclusion in children 8-10 years of age. Angle Orthodont, v.51, n.3, p.177-202, July 1981.67 BASS, N.M. Dento-facial orthopaedics in the correction of Class II malocclusion. Brit J Orthodont, v.9, n.1, p.3-31, Jan. 1982.
29
verificou uma protrusão da maxila e retrusão mandibular ou ainda, em alguns casos,
a maxila apresentava-se retruída e a mandíbula acentuadamente retruída.
Fazendo a comparação da altura da base do crânio e a dimensão
craniofacial na má oclusão de Classe II, 1ª divisão, Anderson; Popovich, em 198368
avaliaram jovens com idades entre 8 e 16 anos. Verificaram que nesta má oclusão o
ângulo da base do crânio e a altura da base craniana superior encontram-se
acrescidos enquanto que a altura da base craniana inferior apresenta-se diminuída.
A maxila localiza-se suavemente para posterior e a mandíbula acentuadamente.
Realizando a avaliação efalometricamente das estruturas
dentoesqueléticas de 50 pacientes de ambos os gêneros, com Classe II, 1ª divisão,
Vale, em 198569, verificou que:
A posição da maxila apresentou-se variável, com uma suave
tendência para a protrusão;
Os incisivos superiores demonstraram uma tendência excessiva
para a protrusão;
A análise da posição mandibular, utilizando três grandezas
cefalométricas, não permitiu uma conclusão definitiva, quando
comparados entre si.
Contudo, considerou que, uma grande porcentagem dos casos
apresentou uma posição mandibular variando do normal para o retrognatismo; os
incisivos inferiores apresentaram uma posição mais retrusiva; não foi observado
68 ANDERSON, D.L.; POPOVICH, F. Lower cranial height vs craniofacial dimension in Angle Class II malocclusion. Angle Orthodont, v.53, n.3, p.253-60, July 1983.69 VALE DMV. Avaliação cefalométrica das estruturas dentoesqueléticas em jovens portadores de Classe II, divisão 1, brasileiros, leucodermas e de origem mediterrânea. Bauru,SP: USP, 1985.
30
dimorfismo genérico, e se deu uma acentuada predisposição para o
desenvolvimento vertical excessivo do complexo craniofacial, com conseqüente
aumento da altura anterior da face.
As modificações dentofaciais em jovens com más oclusões de Classe II,
1ª divisão não tratados, foram pesquisadas por Carter, em 198770. Este autor
analisou pesquisas cefalométricos que fizeram comparação com os valores médios
para indivíduos com má oclusão de Classe II, 1ª divisão com padrões cefalométricos
normais. Verificou que, nos jovens com Classe II, a maxila apresenta-se bem
posicionada em relação à base do crânio e a mandíbula moderadamente retruída, e
os incisivos superiores mostraram-se protruídos, quando comparados com amostras
controle.
Carter (1987)71 salientou ainda que o aumento médio nas dimensões
lineares foi quase três vezes maior nos jovens do gênero masculino, confrontado ao
feminino. Por conseguinte verificou-se uma considerável variação individual, ocorreu
uma maior tendência de redução do trepasse horizontal nos jovens do gênero
masculino, não observado no gênero feminino.
Com o objetivo de pesquisar o comportamento da mandíbula na má
oclusão de Classe II, 1ª divisão, Buschang et al. (1988)72, colacionaram o
crescimento deste osso em 42 jovens do gênero feminino e 71 do masculino, dos 6
aos 15 anos de idade, com Classe II, 1ª divisão, não tratados, com um grupo de
jovens possuindo oclusão normal. Pelos resultados verificaram um menor
70 CARTER, N.E. Dentofacial changes in untreated Class II Division 1 subjects. Brit J Orthod, v.14, n.4, p.225-34, Nov. 1987.71 CARTER, N.E. Dentofacial changes in untreated Class II Division 1 subjects. Brit J Orthod, v.14, n.4, p.225-34, Nov. 1987.72 BUSCHANG, P.H. et al. Mathematical models of longitudinal mandibular growth for children with normal and untreated Class II, division 1 malocclusion. Europ J Orthodont, v.10, n.3, p.227-34, Aug. 1988.
31
crescimento da mandíbula nos pacientes com Classe II. O ângulo SN.Gn, nestes
jovens verificou-se um maior aumento, quando comparando com o grupo de oclusão
normal, onde a mandíbula exibiu uma rotação no sentido anti-horário.
Procurando peculiarizar a má oclusão de Classe II, 1ª divisão Proffit
(1993)73 considerou que os principais componentes desta má oclusão são definidos
pela deficiência do crescimento mandibular, por um crescimento maxilar excessivo
ou ainda por uma combinação dos fatores supracitados.
Por conseguinte, como vários outros estudos, esta pesquisa teve como
finalidade se concentrar no componente mandibular da má oclusão de Classe II, 1ª
divisão. O intuito foi à avaliação cefalometricamente dos componentes
dentoesqueléticos de jovens com más oclusões de Classe II com mandíbula bem
posicionada ou retruída, Sarhan; Hashim (1994)74, observaram, nos jovens com
mandíbula retruída, uma retrusão maxilar com o ângulo SNA mostrando-se
diminuído, os ângulos dos planos mandibular, palatino e oclusal normalmente
apresentaram-se aumentados bem como a altura facial total, e os incisivos inferiores
denotaram uma inclinação correta.
Por conseguinte, nos jovens com mandíbulas de tamanho normal,
evidenciaram uma protrusão maxilar com o ângulo SNA aumentado, os ângulos dos
planos mandibular, palatino e oclusal mostraram-se diminuídos e os incisivos
inferiores inclinados para vestibular.
No mesmo ano, Karlsen (1994)75 fez uma análise da morfologia
craniofacial na má oclusão de Classe II, 1ª divisão, em dois grupos compostos por
73 PROFFIT WR. Contemporary Orthodontics. 2.ed., St. Louis, Mosby Year Book, 1993.74 SARHAN OA; HASHIM HA. Dento-skeletal components of ClassII malocclusions for children with normal and retruded mandibles. J Clin Pediat Dent, v.18, n.2, p.99-103, Winter 1994.75 KARLSEN AT. Craniofacial morphology in children with Angle Class II-1 malocclusion with and without deepbite. Angle Orthodont, v.64, n.6, p.437-46, Apr. 1994.
32
24 jovens com mordida aberta e 22 com mordida profunda. Outro grupo com 25
jovens apresentando oclusão "normal" foi mantido como grupo controle.
Os resultados mostraram que os jovens com má oclusão de Classe II
apresentavam um comprimento mandibular diminuído e um retrognatismo,
caracterizando a principal causa da relação de distoclusão (JOSÉ, 2004)76. A altura
facial ântero-inferior apresentou-se maior nos jovens com mordida aberta, assim
como o ângulo do plano mandibular, em comparação ao grupo controle. Nos jovens
com mordida profunda, a altura facial ântero-inferior mostrou-se diminuída, em
comparação com o grupo controle.
76 JOSÉ, Renata. Estudo cefalométrico em jovens brasileiros portadores de classe II, 1ª divisão de Angle, segundo a análise de Jarabak. Marília: UNIMAR, 2004.
33
CAPÍTULO II AMPLITUDE DA CURVA SPEE NAS MÁ OCLUSÕES CLASSE II DE
ANGLE
A curva de Spee tem início no vértice do canino inferior seguindo o vértice
das cúspides vestibulares inferiores dos premolares e molares, verificada pela
inclinação mesio distal dos dentes póstero inferiores. No decorrer do exame oclusal
é imprescindível observar sua regularidade. Uma curva muito acentuada, na qual a
harmonia acha-se afetada por migrações dentárias forma-se obstáculos que
impedem os movimentos funcionais (BAYDAS, 2004)77.
A curva de Spee foi aludia pelo anatomista alemão em 1890, com começo
na cúspide do canino inferior, passando ao longo das cúspides vestibulares dos pré-
molares, continuando para cima, pela borda do côndilo da mandíbula. O tema
“Curva de Spee” interessa muito aos profissionais que fazem pesquisa sobre a
articulação temporomandibular, com as posições dos dentes naturais e artificiais e
com as más oclusões (BRIN, 2003)78.
No encontro de 1926, da Chicago Dental Society, Hanau (1931)79
ressaltou que as leis primordiais da articulação são praticamente as mesmas para a
Ortodontia, Periodontia, próteses parcial ou total, portanto, suas aplicações são
diferenciadas (DE PRAETER, 2002)80.
77 BAYDAS, B., et al. Investigation of the changes in the positions of upper and lower incisors, overjet, overbite, and irregularity index in subjects with different depths of curve of Spee. Angle Orthod, v.74, n.3, p.349-55, Jun 2004.78 BRIN, I., et al. External apical root resorption in Class II malocclusion: a retrospective review of 1-versus 2-phase treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.124, n.2, p.151-6, Aug. 2003.79 HANAU, R. L. Full denture prosthesis: intraoral technique for Hanau articulator model. H Dent Outl, v.18, p.58-64, 1931.80 DE PRAETER, J. et al. Long-term stability of the leveling of the curve of Spee. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.121, n.3, p.266-72, Mar. 2002.
34
Guilford (1905, apud MAGILL, 1960)81 foi um dos pioneiros em relação a
preocupação com a correção da sobremordida profunda, fazendo uso de planos de
mordida e planos inclinados adaptados às bandas dos incisivos, para proporcionar a
abertura da mordida.
Fazendo a descrição dos conceitos de normalidade, Angle, em 1907
(apud MISSAKA; FANTINI, 1997)82 apresentou uma fotografia de modelos
perfeitamente articulados, considerando que, numa oclusão normal, cada arco
dentário descreve uma curva graciosa, e que cada dente nesse arco está disposto
harmoniosamente com os seus vizinhos e seus antagonistas.
Case, em 1908 (apud MAGILL, 1960)83, também empregava as placas
com planos de mordida para corrigir a “mordida fechada”. Em 1928, Grieve (apud
JANSON, 2000)84 enunciou astutas observações, assegurando que as placas e os
planos de mordida empregados para a correção da sobremordida profunda não
apresentam resultados duradouros e estáveis. Imputou esta instabilidade à interação
dos dentes com os músculos circunjacentes. Segundo (HAMMOND, 2002)85, a
opinião dos Ortodontistas quanto à etiologia da sobremordida profunda sofre
controversias, uma vez que alguns defendem a ausência de crescimento vertical nas
regiões dos molares e pré-molares, outros crêem na supra-erupção dos incisivos e
caninos, enquanto que outros admitem a combinação de ambas as causas.
81 MAGILL, J. M. Changes in the anterior overbite relationship following orthodontic treatment in extraction cases. Am J Orthod, v.46, n.10, p.775-88, Oct. 1960.82 MISSAKA, M & FANTINI, S. M. Análise telerradiográfica dos componentes da maloclusão de classe II, em norma lateral, em crianças brasileiras com idades entre 8 e 12 anos. Ortodontia, v. 30, n. 3, p. 18-30, set./out./nov./dez. 1997.83 MAGILL, J. M. Changes in the anterior overbite relationship following orthodontic treatment in extraction cases. Am J Orthod, v.46, n.10, p.775-88, Oct. 1960.84 JANSON, G., et al. A radiographic comparison of apical root resorption after orthodontic treatment with 3 different fixed appliance techniques. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.118, n.3, p.262-73, Sept. 2000.85 HAMMOND, A. B. Treatment of a Class II malocclusion with deep overbite. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.121, n.5, p.531-7, May 2002.
35
Considerando a sobremordida profunda, decorrente da supra-erupção dos
incisivos e/ou da infra-erupção dos dentes posteriores, STRANG205 (1934), indicava
a mecânica do Arco de Canto, para corrigir a sobremordida, instruindo os dentes
anteriores e, conseqüentemente, extruindo os posteriores.
Mershon, em 193786, considerou dois tipos de sobremordida:
Sobremordida profunda nas dentaduras que apresentam uma
curva de Spee exagerada, devido à aparente supra-erupção dos
dentes anteriores. Os dentes posteriores apresentam suas
cúspides mais altas e,
“mordida fechada verdadeira” nas dentaduras que exibem uma
infra-erupção dos dentes posteriores, permitindo o fechamento
exagerado da mandíbula.
Os dentes posteriores mostram-se mais curtos e mais largos, reduzindo a
distância entre a maxila e a mandíbula. Como resultado, os pacientes apresentam
uma desarmonia na distância entre o nariz e o mento.
Em 1938, Hemley87, ressaltou sobre a influência dos músculos
hipertônicos sobre o crescimento dos ossos alveolares e que esta influência pode
ser controlada pelas placas de mordida, pois diminuem a pressão muscular anormal,
ensejando assim o crescimento.
Durante um simpósio sobre as placas de mordida, Hopkins88, em 1940,
salientou que a correção da sobremordida, quando se utilizam os planos inclinados
86 MERSHON, J. V. Possibilities and limitations in the treatment of closed-bites. Int J Orthod, v.23, p.581, 1937.87 HEMLEY, S. Bites plates, their application and action. Am J Orthod, v.24, p.721-36, 1938.88 HOPKINS, S. C. Bite planes. Am J Orthod Oral Surg, v.26, p.107-19, 1940.
36
de Oliver, promovem uma abertura da mordida, possibilitando um crescimento
vertical nas regiões dos pré-molares e molares.
Para Steadman (1949 apud BAYDAS, 2004)89, a curva de Spee refere-se
a um plano passando pelas pontas das cúspides vestibulares dos primeiros molares
(e segundos molares, se estivarem presentes), pré-molares, caninos e bordas dos
incisivos laterais e centrais. Classificou quatro tipos de curvas de Spee: normal,
excessiva, reta ou ausente e reversa. Afirmou que a correção da curva de Spee
somente eliminará a sobremordida se a relação de Classe II ou III for corrigida e o
alinhamento estiver perfeito.
Steadman (1949 apud BAYDAS, 2004)90, assegurou ainda que, um hábito
de língua, ou uma falta de crescimento vertical na região ântero-superior, podem
alterar a curva de Spee, resultando numa mordida aberta. Pesquisando a
sobremordida na dentadura mista, observou que a esfoliação dos dentes decíduos
altera as curvas, durante o período de desenvolvimento. Concluiu que a
sobremordida indica apenas que existem curvas de Spee acentuadas e que devem
ser diagnosticadas segundo sua etiologia. O tratamento e a contenção são
facilitados pela elaboração de um diagnóstico lógico, baseado numa etiologia correta
e contando-se ainda com a cooperação do paciente.
89 BAYDAS, B., et al. Investigation of the changes in the positions of upper and lower incisors, overjet, overbite, and irregularity index in subjects with different depths of curve of Spee. Angle Orthod, v.74, n.3, p.349-55, Jun 2004.90 BAYDAS, B., et al. Investigation of the changes in the positions of upper and lower incisors, overjet, overbite, and irregularity index in subjects with different depths of curve of Spee. Angle Orthod, v.74, n.3, p.349-55, Jun 2004.
37
Nesse mesmo ano, Steadman (1949 apud BAYDAS, 2004)91, demonstrou
que em qualquer dentadura observam-se quatro curvas de Spee: duas superiores
(direita e esquerda) e duas inferiores (direita e esquerda). Contra-indicou o uso das
placas e dos planos de mordida, blocos cimentados e similares, a menos que
possam produzir modificações naqueles arcos anômalos, exatamente nos locais
necessários.
O Ortodontista americano Tweed (1944 apud LEACH; IRELAND;
WHAITES, 2001)92 apresentou, em 1941, na Edward H. Angle Society, suas
considerações sobre os princípios do Arco de Canto. Considerou que a linha de
oclusão descrita por Angle é sinônimo de equilíbrio, simetria, harmonia, beleza e arte
dos dentes, relacionados com a face.
Introduzindo algumas modificações na técnica do Arco Vestibular, McCoy
(apud BAYDAS, 2004)93, em 1941, nivelou a curva de Spee pela verticalização dos
molares e intrusão dos incisivos.
Ao estudar cefalometricamente 29 pacientes, Wylie (1944)94 evidenciou
que nos casos com sobremordida profunda ocorria uma deficiência na altura facial,
tanto na posição de oclusão, quanto na de repouso. Em 6 casos, os molares não
irromperam no grau permitido pelo Freeway/space, indicando a necessidade de
extrusão dos dentes posteriores. Nos 23 pacientes avaliados, recomendou a
intrusão dos incisivos, alegando que qualquer outro procedimento seria contraposto
pela musculatura, ocasionando recidiva. 91 BAYDAS, B., et al. Investigation of the changes in the positions of upper and lower incisors, overjet, overbite, and irregularity index in subjects with different depths of curve of Spee. Angle Orthod, v.74, n.3, p.349-55, Jun 2004.92 LEACH, H.A.; IRELAND, A.J.; WHAITES, E.J. Radiographic diagnosis of root resorption in relation to orthodontics. Br Dent J, v.190, n.1, p.16-22, Jan. 2001.93 BAYDAS, B., et al. Investigation of the changes in the positions of upper and lower incisors, overjet, overbite, and irregularity index in subjects with different depths of curve of Spee. Angle Orthod, v.74, n.3, p.349-55, Jun 2004.94 WYLIE, W. L. Overbite and vertical facial dimensions in terms of muscle balance. Angle Orthod, v.14, p.13-7, 1944.
38
Pesquisando as mudanças resultantes da utilização das placas de
mordida, na correção da sobremordida, Bahador; Higley95, em 1944, investigaram as
telerradiografias de 9 pacientes do gênero feminino e 11 do masculino, com idades
entre 10 e 26 anos. Pelas medidas encontradas, comprovaram que ocorreram
diferentes quantidades de abertura da mordida. Encontraram pequena intrusão dos
incisivos inferiores em alguns casos e suave extrusão na maioria deles, e que o
maior aumento vertical ocorreu na região dos dentes posteriores, com maior
extrusão dos superiores que dos inferiores. Demonstraram a eficiência das placas e
recomendaram a realização de maiores estudos quanto à estabilidade dos
resultados após a remoção do aparelho.
Nesse mesmo ano, Sved (1944)96, descrevendo o princípio de atuação da
placa de mordida, considera-o bastante simples, pois quando se libera a força
oclusal, o dente extrui naturalmente. As placas transferem toda a força oclusal para
os dentes anteriores, intruindo-os, e ao eliminá-la na região dos posteriores, propicia
a extrusão. Uma sobremordida profunda pode ser reduzida em uma semana, se a
placa for utilizada o dia todo.
Após o estabelecimento de uma correta relação oclusal, recomenda-se
usá-la somente à noite. Contra-indicou a sobrecorreção, pois pode ocorrer /uma
mordida aberta, de difícil correção.
Estudando a altura dos dentes, desde a dentadura decídua até a
permanente, Diamond97, em 1944, examinou 12 casos com erupção incompleta dos
primeiros molares permanentes. Observou em todos os casos que: a sobremordida
95 BAHADOR, M. A.; HIGLEY, L. B. Bite opening: a cephalometric analysis. J Am Dent Ass, v.31, p.343-52, 1944. 96 SVED, A. Changing the occlusal level and a new method of retention. Am J Orthod, v.30, n.10, p.527-35, Oct. 1944.97 DIAMOND, M. The development of the dental height. Am J Orthod Oral Surg, v.30, n.5, p.589-605, Nov. 1944.
39
nos dentes anteriores decíduos aumenta com a idade; um crescimento deficiente do
ramo da mandíbula interfere tanto no desenvolvimento vertical da maxila, como do
corpo da mandíbula; essa deficiência de crescimento promove uma sobremordida
que futuramente inibe o crescimento mandibular no sentido anterior e; atribuiu
importância à inter-relação espacial entre o crescimento dos maxilares e a erupção
dos dentes.
Em 1946, Wylie98 classificou a sobremordida em suave, média e profunda.
Identificou, em 66 dos 90 casos observados, a presença de sobremordidas média e
profunda, constatando a freqüência dessa anomalia na clínica. Não encontrou
diferença significante quanto ao gênero, idade ou quantidade de sobremordida.
Deixou evidente que existe uma distância menor entre o nariz e o mento, nos casos
com sobremordida média ou profunda.
Em 1949, Neff99 estudou 200 casos com oclusão normal, realizando
medições dos diâmetros mesiodistais dos dentes anteriores superiores e inferiores.
Estabeleceu o coeficiente de oclusão de 1,2 para uma relação harmoniosa. Esse
coeficiente permite prognosticar o grau de sobremordida pós-tratamento.
Para Prakash; Margolis100, em 1952, o grau de sobremordida sofre
variação segundo a idade e com a substituição das dentaduras. Consideraram a
sobremordida profunda como um dos grandes problemas clínicos, podendo,
inclusive, causar algumas enfermidades periodontais. Pesquisaram as
telerradiografias de 120 pacientes leucodermas, com idades entre 12 e 30 anos,
com todos os dentes presentes e em oclusão, assim distribuídos: 36 casos com
oclusão normal, 44 casos de Classe I e 40 casos de Classe II, classificando-os
98 WYLIE, W. L. The relationship between ramus heigth, dental height and overbite. Am J Orthod Oral Surg, v.32, n.2, p.57-67, Feb. 1946.99 NEFF, C. W. Tailored occlusion with the anterior coefficient. Am J Orthod, v.35, p.309-13, 1949.100 PRAKASH, P.; MARGOLIS, H. I. Dento-craniofacial relations in. varying degrees of overbite. Am J Orthod, v.38, n.9, p.657-73, Sept. 1952.
40
conforme o grau de sobremordida em: suave, não excedendo a 2 mm; média, de 2,5
a 6,5 mm; e profunda, acima de 7 mm. Nos casos com oclusão normal, encontraram
6 com sobremordida suave, 29 com média e 1 com profunda.
Björk101, em 1953, estudando as alterações nos trespasses horizontal e
vertical salientou que as mudanças no grau de mordida entre as dentaduras decídua
e permanente são ocorrências normais, com repercussão na posição e na inclinação
dos dentes, na forma e no tamanho dos arcos, bem como na oclusão.
Segundo Braun; Schmidt102, em 1956, concluíram que não há diferença
significante na curva de Spee entre os gêneros masculino e feminino e entre os tipos
de má oclusões, Classe I e Classe II 1ª e 2ª divisão. De Praeter et al (2002)103.
obtiveram estes mesmos resultados com relação à curva de Spee nas diferentes
Classes de má oclusão e gêneros.
Nos modelos onde esta curva estava ausente, observou uma melhor
intercuspidação entre os dentes, sugerindo, portanto, que o nivelamento deveria ser
um dos objetivos a ser alcançado no final do tratamento (ANDREWS, 1975)104.
Constatou também que nos casos com extrusão dos anteriores, a curva de Spee
estava aumentada. Concluiu que, devido à tendência de recidiva apresentada após
o tratamento ortodôntico, justifica-se a sobrecorreção da sobremordida.
Considerou que uma curva de Spee muito acentuada ao final do
tratamento resultaria numa área mais restrita para os dentes superiores, e
inversamente, uma reversão exagerada estabeleceria uma sobrecorreção extrema,
101 BJÖRK, A. Variability and age changes in overjet and overbite. Am J Orthod, v.39, n.10, p.779-801, Oct. 1953.102 BRAUN, M. L.; SCHMIDT, W. G. A cephalometric appraisal of curve of Spee in Class II and Class I, div. I occlusions for males and females. Am J Orthod, v.42, p.255-78, 1956.103 DE PRAETER, J. et al. Long-term stability of the leveling of the curve of Spee. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.121, n.3, p.266-72, Mar. 2002.104 ANDREWS, L. F. The straight-wire appliance: syllabus of philosophy and techniques. 2nd. ed. s.l., s.ed., 1975.
41
com espaço demasiado entre os dentes superiores, tornando impossível, para
ambas situações, uma oclusão normal (LEVANDER; MALMGREN, 2000) 105.
Para Burstone (1977)106, a maior dificuldade na correção da Classe II,
está na eliminação da sobremordida profunda. Considera que, normalmente, a
correção é conseguida pela extrusão dos dentes posteriores e que melhores
resultados são conseguidos quando acontece um crescimento mandibular favorável.
Determinou que a quantidade de intrusão dos dentes anteriores ou de extrusão dos
posteriores deve ser estabelecida antes do início do tratamento, dependendo da
angulação do plano oclusal. Quando for necessária uma maior intrusão dos incisivos
superiores, as dificuldades são maiores, posto no arco inferior a correção é facilitada
pela presença da curva de Spee e pelo menor volume radicular dos dentes
anteriores.
Ao enunciar considerações sobre o tratamento ortodôntico em idade
precoce, Ricketts107, em 1979 afirmou que os elásticos intermaxilares e o
nivelamento da curva de Spee auxiliam o crescimento, proceder numa rotação
mandibular e diminuindo, assim, o grau de sobremordida.
Nada obstante, esses procedimentos são limitados pelo comprimento dos
músculos mastigatórios. Realizando um estudo longitudinal sobre o crescimento
anterior da face e a sobremordida, Barbosa; Martins (1980)108 observaram
leucodermas brasileiros com oclusão normal, sendo 32 jovens do gênero masculino
105 LEVANDER, E.; MALMGREN, O. Long-term follow-up of maxillary incisors with severe apical root resorption. Eur J Orthod, v.22, n.1, p.85-92, Feb. 2000.106 BURSTONE, C. R. Deep overbite correction by intrusion. Am J Orthod, v.72, n.1, p.1-22, July 1977.107 RICKETTS, R. M. Dr. Robert M. Ricketts on early treatment. Part 1. J Clin Orthod, v.13, p.23-38, 1979.108 BARBOSA, J. A.; MARTINS, D. R. Estudo cefalométrico longitudinal do crescimento anterior da face, relacionado com a sobremordida, em adolescentes brasileiros, leucodermas, com "oclusão normal". Ortodontia, v.13, p.86-97, 1980.
42
e 29 do feminino, sendo a idade média inicial para ambos os gêneros foi de 12 anos,
e a final, de 19 anos.
Encontraram uma sobremordida média aos 12 anos de 2,87 mm para o
gênero masculino e 2,57 mm para o feminino e aos 19 anos, de 2,16 mm para o
masculino e 2,42 mm para o feminino. Deixavam evidente uma diminuição
significante com o aumento da idade, principalmente no gênero masculino.
Otto; Anholm; Engel, em 1980109, para estudar a intrusão dos dentes
anteriores, independentemente da idade, selecionaram 55 casos com sobremordida
profunda (24 adultos e 31 jovens). Ao pesquisarem os traçados cefalométricos das
fases inicial e pós-tratamento, averiguaram significante intrusão dos incisivos em
ambas as amostras, além da extrusão na amostra de jovens. Não evidenciaram
influência do padrão facial na quantidade de intrusão obtida. Concluíram que a idade
e o tipo facial não impedem a intrusão dos dentes anteriores na correção da
sobremordida profunda.
Gómez Amezcua; Martins110, em 1982, com o propósito de pesquisar a
correção e a recidiva da sobremordida, a movimentação dos incisivos inferiores e a
rotação mandibular, acontecidas durante o tratamento e pelo crescimento na fase
pós-tratamento, examinaram 30 pacientes leucodermas brasileiros, de ambos os
gêneros. O grupo I constou de 14 pacientes com Classe I e o grupo II, com 16
pacientes com Classe II, 1ª divisão. A idade média inicial foi de 12 anos e 11 meses
e do último controle, de 19 anos e 3 meses. Depois o exame das telerradiografias,
deixaram claro, no grupo I, na fase pós-tratamento, que grande parte da correção foi
conservada, enquanto que no grupo II o grau de recidiva foi elevado. A redução
109 OTTO, R. L.; ANHOLM, J. M.; ENGEL, G. A. A comparative analysis of intrusion of incisor teeth achieved in adults and children according to facial type. Am J Orthod, v.77, n.4, p.437-46, Apr. 1980.110 GÓMEZ AMEZCUA, E.; MARTINS, D. R. Determinação da correção do trespasse vertical e sua recidiva; sua relação com a movimentação dos incisivos e com a rotação mandibular e a correção dos trespasses vertical e horizontal e suas recidivas. Ortodontia, v.15, p.192-208, 1982.
43
média da sobremordida para o grupo I foi de 1,21 mm e para o grupo II, de 0,41 mm,
entre as fases inicial e pós-contenção.
Concluíram que: a correção da sobremordida foi significante em ambos os
grupos; a recidiva observada não se apresentou significante para o grupo I, ao
contrário do grupo II, que foi significante; as mudanças verticais dos incisivos,
transcorridas nas etapas de tratamento e pós-contenção, não mostraram correlação
com as variações na sobremordida; a rotação mandibular, se deu nas fases de
tratamento e pós-contenção, não apresentou correlação com as alterações na
sobremordida; e não foi evidenciada correlação entre a correção dos trespasses
horizontal e vertical e suas recidivas.
44
45
Ainda que a curva de Spee faça parte da prática diária na Ortodontia,
poucas pesquisas se dedicaram a examinar a relação entre a profundidade da curva
de Spee e as estruturas dentofaciais (BAYDAS, 2004)111.
De Praeter et al.(2002)112, em seu estudo sobre nivelamento da curva de
Spee e sua estabilidade avaliou modelos de 149 pacientes tratados
ortodonticamente, 57 masculino e 92 masculinos tratados sem extrações.
Concluíram que a quantidade de nivelamento da curva de Spee está correlacionada
com as mudanças no índice de irregularidade, overjet e overbite, quando se
avaliaram as alterações de T1 para T3. O nivelamento da curva de Spee é um
método relativamente estável quando colacionado com a recidiva do apinhamento
dos incisivos e da sobremordida. Segundo os resultados desta pesquisa o
nivelamento da curva de Spee durante o tratamento ortodôntico parece ser estável a
longo prazo.
Shannon; Nanda (2004)113 fizeram avaliação em pacientes com más
oclusões de Classe I e de Classe II com extrações depois de 2 anos de tratamento,
com a finalidade de determinar as alterações na curva de Spee no decorrer o
tratamento e seus efeitos nas estruturas dentofaciais, como também a estabilidade
da mesma pós-tratamento. Concluíram que a curva de spee apresentou-se
relativamente estável na fase pós-tratamento, com recidiva pequena. A curva de
Spee apresentou 63% de correção durante o tratamento e 16% de recidiva na fase
pós-tratamento. Não houve diferença estatisticamente significante entre os gêneros.
Os pacientes com e sem extrações não apresentaram diferenças estatisticamente
111 BAYDAS, B. et al. Investigation of the changes in the positions of upper and lower incisors, overjet, overbite, and irregularity index in subjects with different depths of curve of Spee. Angle Orthod, Appleton, v. 74, no. 3, p. 349-355, June 2004.112 DE PRAETER, J. et al. Long-term stability of the leveling of the curve of Spee. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.121, n.3, p.266-72, Mar. 2002.113 SHANNON, K. R.; NANDA, R. S. Changes in the curve of Spee with treatment and at 2 years posttreatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.125, n.5, p.589-96, May 2004.
46
significantes. Os pacientes que utilizaram contenções removíveis tiveram maior
recidiva da curva de Spee do que os que usaram contenção fixa.
Houve correlação entre a recidiva da curva de Spee, a sobremordida e o
índice de irregularidade na fase pós-tratamento. Concluíram, também, que quanto
mais o segundo molar apresentou-se irrompido durante o tratamento, maior foi a
recidiva da curva de Spee.
Ricketts (1960)114 pesquisou o alcance do tratamento ortodôntico no
crescimento e desenvolvimento da face. Verificou que a mecânica poderá provocar
influência no crescimento, no entanto, o padrão fundamental é predominante e as
forças de retração pesadas na maxila, paralelas aos eixos longitudinais dos dentes,
podem até mesmo influenciar o crescimento da mesma para baixo e para trás.
Ricketts ressaltou que a interceptação da má oclusão no período da
dentadura mista fazia com que o crescimento ósseo entrasse em seu curso normal
e, em decorrência, observa-se o desenvolvimento correto da oclusão e a
normalização do equilíbrio muscular, o que resultava na estabilidade do tratamento.
Há que se considerar, portanto, que A curva de Spee geralmente é
acentuada em ambos os arcos e os dentes anteriores da mandíbula, podem fazer
contato com a mucosa palatina durante a oclusão ocasionando trauma local (KWON
& LASKIN, 2001)115
114 RICKETTS, R. M. The influence of orthodontic treatment of facial growth and development. Angle Orthod. 1960; 30(3); 103-133.115 KWON PH, LASKIN DM. Clinican’s manual of Oral and Maxillofacial Surgery. 2001; 3 ed. Quintessence Publishing Co.: 428-429.
47
48
Ricketts (1960) considerou que o padrão básico de crescimento da maxila
é predominante, mas forças mecânicas pesadas podem influenciar o crescimento da
mesma para baixo e para trás.
Tendo como finalidade destravar a má oclusão de forma seqüencial, uma
das características da Terapia Bioprogressiva de Ricketts, procede-se a expansão
transversal da arcada superior e um dos dispositivos mais eficientes com que
contamos em nosso armamentarium é o Quadri Hélice.
É utilizado praticamente com três objetivos: corrigir a freqüente mésio
versão dos primeiros molares superiores através de um movimento de disto versão,
expandir transversalmente a arcada superior pela disjunção da sutura meso palatina
nos pacientes jovens e promover expansão por desinclinação dos dentes dos
setores posteriores e ás expensas do periósteo nos pacientes mais velhos.
49
50
De acordo com Ricketts, a arcada superior atua como a “gabarito” da
Mandíbula, determinando, através da oclusão, o seu posicionamento e, dessa forma
pelos impulsos proprioceptivos, orientando o crescimento.
51
Quando da intrusão da bateria incisal, os incisivos laterais sofrerão mais
ação de intrusão que os centrais, uma vez que a força é aplicada pelos braços das
pontes laterais, e teremos uma intrusão com raízes convergentes. Assim
recomenda-se incorporar uma curva reversa no setor anterior, o que irá proporcionar
uma melhor distribuição de forças e nos dará uma intrusão com raízes paralelas.
Conseqüentemente, o Tratamento da Classe II sem extrações pode ser
realizado mediante a combinação do uso de aparelhos ortopédicos numa primeira
fase, seguida da utilização de aparelhos ortodônticos fixos (DE PRAETER, 2002) 116.
A primeira fase do tratamento está orientada a estabelecer uma relação normal entre
as bases ósseas, eliminar as alterações neuromusculares, e guiar o
desenvolvimento da oclusão (LOH, 2000)117.
116 DE PRAETER, J. et al. Long-term stability of the leveling of the curve of Spee. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 121, no. 3, p. 266-272, Mar. 2002.117 LOH S, Yow M. Computer prediction of hard tissue profiles in orthognathic surgery. Int J Adult Orthodon Othognath Surg. 17(4): 342-7, 2002.
52
CONCLUSÃO
A Ortodontia, como ciência agregada à biologia, encontra todos os dias
com a difícil interpretação dos fenômenos que advém de diferentes respostas para
um mesmo tipo de tratamento, influenciando estudos para novas soluções. As
alterações faciais, advindas através de técnicas ortodônticas, têm como objetivo,
especialmente, restituir, aos portadores das más oclusões, suas funções normais.
A má oclusão de Classe II tem como característica possuir uma relação
ântero-posterior que não é adequada entre a maxila e a mandíbula e, por causa dos
diferenciados padrões esqueléticos encontrados nesta condição, muitas opções de
tratamento estão disponíveis na literatura
Devido a origem da má oclusão, cada tipo específico de aparelho e
tratamento deve ser prescrito. Uma das mais relevantes controvérsias em Ortodontia
é o potencial que um aparelho funcional tem em alterar o crescimento da mandíbula.
Estudos provaram haver a possibilidade de modular-se ortopedicamente o
crescimento da cartilagem do côndilo e o comprimento mandibular, no entanto,
alguns resultados são contraditórios.
Alguns autores, verificaram uma amplitude no comprimento mandibular
depois do tratamento com diversos aparelhos funcionais; enquanto outros
estudiosos, têm considerado que o efeito terapêutico de um aparelho ortopédico
funcional não é clinicamente importante.
Ainda que a curva de Spee faça parte da prática cotidiana na Ortodontia,
poucos estudos se voltaram para examinar a relação entre a profundidade da curva
53
de Spee e as estruturas dentofaciais. Por conseguinte, alguns autores encontraram
relação entre a recidiva da curva de Spee e alguns fatores como o índice de
irregularidade, overjet, overbite e a alteração da posição cefalométrica dos incisivos.
Dessa forma, procurando um maior entendimento sobre o assunto, neste trabalho foi
proposto um estudo, sobre a amplitude da curva de Spee nas má oclusões classe II
de Angle verificando que é possível e que este tratamento traz sucesso quando
aplicado eficazmente.
54
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