Um eixo é um elemento geralmente de seção transversal
circular, utilizado para suportar algum elemento girante ou
para transmitir potência ou movimento.
Ele provê a linha de centro de rotação ou de oscilação de
elementos como engrenagens, polias, volantes de inércia,
manivelas, etc.
DIMENSIONAMENTO DE EIXOS
Um eixo fixo é um elemento não rotativo, que não
transmite torque nem movimento, usado para suportar
elementos girantes.
Um eixo rotativo é um elemento que transmite potência ou
movimento de rotação.
A transmissão de movimento ou torque é feita através do
uso de polias, engrenagens, rodas de atrito, acoplamentos,
etc.
DIMENSIONAMENTO DE EIXOS
DIMENSIONAMENTO DE EIXOS
DIMENSIONAMENTO DE EIXOS
DIMENSIONAMENTO DE EIXOS
DIMENSIONAMENTO DE EIXOS
DIMENSIONAMENTO DE EIXOS
CONEXÕES E CONCENTRAÇÕES DE TENSÕES
É comum que os eixos apresentem ressaltos, onde o
diâmetro mude para acomodar mancais, engrenagens,
polias, catracas, volantes, etc.
Além disso, a presença de chavetas, anéis retentores e
pinos transversais são comuns em eixos.
Estes elementos geram concentrações de tensões e,
portanto, boas técnicas de engenharia devem ser utilizadas
para minimizar estes efeitos.
CONEXÕES E CONCENTRAÇÕES DE TENSÕES
PROJETO DE EIXOS
O projeto de eixos envolve:
•Seleção do Material;
•Escolha da Geometria;
•Determinação das Tensões (estáticas e de fadiga);
•Determinação das Deflexões (de flexão e de torção);
•Determinação das Velocidades Críticas.
MATERIAIS PARA EIXOS
Para minimizar as deflexões, uma escolha lógica é o aço,
que apresenta alto módulo de elasticidade.
Algumas vezes se utiliza o ferro fundido ou nodular,
especialmente quando engrenagens ou outras junções
forem integralmente fundidas com o eixo.
Em ambientes marítimos ou corrosivos, lança-se mão de
bronze, aço inoxidável, titânio ou inconel.
A maioria dos eixos de máquinas são construídos de aço
de baixo e médio carbono (AISI 1020-1050: laminados a
frio ou a quente).
Se uma maior resistência é necessária, aços de baixa liga
como o AISI 4140, 4340 ou 8640 podem ser selecionados,
utilizando-se tratamentos térmicos adequados para se
obter as propriedades desejadas.
MATERIAIS PARA EIXOS
Os aços laminados a frio têm sua maior aplicação em eixos
de diâmetros abaixo de 3 in e os laminados a quente para
diâmetros maiores.
Os aços laminados a frio têm propriedades mecânicas mais
elevadas que os laminados à quente, devido ao
encruamento a frio, porém surgem tensões residuais de
tração na superfície, que são indesejáveis.
MATERIAIS PARA EIXOS
1º passo: dimensionar as engrenagens e polias para as
velocidades e potências desejadas:
- O diâmetro de raiz dos dentes da engrenagem ou do
sulco da polia, somado ao espaço radial necessário para
um rasgo de chaveta, fixa uma restrição para o diâmetro do
eixo.
- Com o tamanho da engrenagem ou da polia determinado,
as forças no sistema são fixadas.
RESTRIÇÕES GEOMÉTRICAS
2º passo: selecionar mancais para prover vida adequada
dos estas forças e velocidades:
- O furo do mancal impõe um limite ao diâmetro do eixo;
3º passo: considerar a deflexão de eixo e tensão como
delineamento a seguir.
RESTRIÇÕES GEOMÉTRICAS
Distorção: Em corpos materiais, a distorção é inevitável
sob carga.
RESTRIÇÕES GEOMÉTRICAS
TENSÕES NO EIXO
As tensões de interesse são calculadas para os pontos
críticos do eixo.
•As tensões de flexão média e alternada máximas estão na
superfície e calculadas através das expressões:
Onde kf e kfm são fatores de concentração de tensão de fadiga por
flexão para componentes alternada e média respectivamente.
TENSÕES NO EIXO
• Como um eixo típico possui seção transversal sólida e
circular:
resultando em:
TENSÕES NO EIXO
• As tensões torcionais de cisalhamento média e alternada
são dadas por:
Onde kfs e kfsm são fatores de concentração de tensão torcional de
fadiga para componentes alternada e média respectivamente.
TENSÕES NO EIXO
• Para uma seção transversal circular e sólida:
resultando em:
Se um carregamento axial Fz estiver presente, terá
tipicamente um única componente média:
TENSÕES NO EIXO
Para carregamento combinado de flexão e torção,
geralmente segue uma relação elíptica e os materiais
frágeis falham com base na tensão principal máxima.
TENSÕES NO EIXO
FLEXÃO ALTERNADA E TORÇÃO FIXA
Este é um subconjunto do caso geral de flexão e torção
variadas. É considerado um caso de fadiga multiaxial
simples.
O dimensionamento pelo método ASME, utiliza a curva
elíptica da figura abaixo como envelope de falha:
FLEXÃO ALTERNADA E TORÇÃO FIXA
Partindo da equação da elípse:
Introduz-se um coeficiente de segurança:
Da relação de Von Mises (p/ cisalhamento puro):
FLEXÃO ALTERNADA E TORÇÃO FIXA
Substituindo σa e τm, encontramos:
Resolvendo para d:
FLEXÃO E TORÇÃO VARIADA
Quando o torque não é constante, sua componente
alternada cria um estado de tensão multiaxial complexo no
eixo.
Encontram os as tensões equivalentes de Von Mises:
FLEXÃO E TORÇÃO VARIADA
Estas tensões equivalentes são introduzida em um DMG
para o material escolhido, afim de se encontrar o fator de
segurança.
FLEXÃO E TORÇÃO VARIADA
Para o propósito de projeto, deseja-se o diâmetro do eixo e,
neste caso, várias iterações são necessárias para encontrá-
lo, o que torna a tarefa enfadonha, exceto como uso de
programas computacionais.
Se um caso particular de falha for admitido para o DMG, as
equações podem ser manipuladas para se encontrar uma
equação de projeto para d.
FLEXÃO E TORÇÃO VARIADA
Por exemplo, se supormos carga axial zero e uma razão
constante entre o valor da carga alternada e média,
encontramos:
DEFLEXÃO DO EIXO
Eixos estão submetidos a deflexão por flexão e por torção,
que precisam ser controladas.
No caso de flexão, ele é considerado como uma viga e o
único fator de complicação para integração da equação da
linha elástica é que, em função dos ressaltos, o momento de
inércia também varia ao longo do comprimento do eixo.
Se os cargas e momentos variar ao longo do tempo,
devemos utilizar os maiores valores para calcular as
deflexões.
DEFLEXÃO DO EIXO
Para a Torção:
(constante de
mola)
Qualquer coleção de seções adjacentes, de diâmetros
diferente, diferentes momentos polares, podem ser
consideradas como um conjunto de molas em série:
DEFLEXÃO DO EIXO
Para a Flexão: o eixo é considerado como uma viga e
calculamos a declividade e a flecha a partir da equação do
momento fletor.
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
Todos os sistemas que contêm elementos de
armazenamento de energia possuirão um conjunto de
frequências naturais nas quais o sistema vibrará com
amplitudes potencialmente grandes.
Quando um sistema dinâmico vibra, uma transferência de
energia ocorrerá repetidamente dentro do sistema, de
potencial a cinética e vice-versa.
Se um eixo estiver sujeito a uma carga que varia no tempo
ele vibrará.
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
A frequência natural é dada por:
Existem três tipos de vibrações de eixo preocupantes:
vibração lateral, rodopio do eixo e vibração torcional.
Os dois primeiros se devem á deflexões por flexão e o
terceiro à deflexões torcionais.
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
Uma análise completa das frequências naturais de um eixo é
um problema complicado e é mais facilmente resolvido com
ajuda de programas de Análise de Elementos Finitos.
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
Vibração Lateral: O método de Rayleigh dá uma ideia
aproximada de pelo menos uma frequência natural e se
baseia na igualdade da energia potencial e cinética do
sistema.
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
Rodopio do Eixo: é um fenômeno de vibração auto
excitada ao qual todos os eixos estão potencialmente
sujeitos.
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
Vibração Torcional: da mesma maneira que um eixo pode
vibrar lateralmente, ele também pode vibrar torcionalmente e
terá uma ou mais frequências torcionais naturais.
•Para um único disco montado em um eixo:
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
• Para dois discos em um mesmo eixo:
Um problema mais interessante é aquele em que dois ou
mais discos são colocados em um mesmo eixo.
Os dois discos oscilarão torcionalmente na mesma
frequência natural com defasagem de 180º.
Haverá um lugar chamado nó no eixo, onde não ocorrerá
deflexão angular.
Em ambos os lados do nó, pontos no eixo rodarão em
direções angulares opostas durante a vibração.
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
• Para dois discos em um mesmo eixo:
VELOCIDADES CRÍTICAS DE EIXOS
• Para discos múltiplos em um mesmo eixo:
N discos, terão N-1 nós e N-1 frequências naturais.
Por exemplo, 3 discos montados em um mesmo eixo, os
quadrados das frequências naturais serão as raízes da
equação:
CHAVETAS
As chavetas são padronizadas pelo tamanho e pela forma
em vários estilos:
•Chavetas paralelas: são as mais usadas. As
padronizações da ANSI e ISO definem suas dimensões.
•Chavetas cônicas tem a mesma largura das paralelas e
sua conicidade é padronizada em 1/8 in/ft.
•Chavetas Woodruff (meia-lua) são usadas em eixos
menores. São auto alinhantes, portanto são preferidas para
eixos afunilados.
CHAVETAS
CHAVETAS
CHAVETAS
CHAVETAS
As chavetas falham por cisalhamento ou por esmagamento.
Se o torque for constante, o coeficiente de segurança é
calculado pelo quociente entre a tensão de escoamento do
material pela tensão de cisalhamento atuante na chaveta.
Se variável no tempo, o enfoque será calcular as
componentes média e alternada da tensão de cisalhamento,
calcular as tesões média e alternada de Von Mises e utilizar
um DMG para calcular o coeficiente de segurança.
CHAVETAS
Os materiais mais comumente utilizados para chavetas são
os aços de baixo carbono.
Se o ambiente for corrosivo, deve ser utilizado um material
resistente à corrosão.
Como a largura e a profundidade das chavetas são
padronizados em função do diâmetro do eixo, ficamos
somente com o comprimento da chaveta como variável de
cálculo.
CHAVETAS
Fatores de concentração de tensão para um assento de
chaveta, produzido por fresa de topo, em flexão.
ESTRIAS
São utilizadas quando é preciso transmitir mais torque do
que pode ser passado pelas chavetas.
ESTRIAS
Podem ser estrias de seção transversal quadrada ou de
involuta.
A SAE e a ANSI padronizam os eixos estriados.
A SAE considera que 25% dos dentes estão em contato,
logo o comprimento da parte estriada é:
ESTRIAS
A área submetida a cisalhamento é:
A tensão de cisalhamento na estria é calculada por:
ESTRIAS – AJUSTE DE INTERFERÊNCIA
São utilizadas quando não se quer utilizar chavetas para
interligar um eixo a um cubo.
ESTRIAS – AJUSTE DE INTERFERÊNCIA
Pressão criada pela interferência:
Torque que pode ser transmitido:
ESTRIAS – AJUSTE DE INTERFERÊNCIA
VOLANTES - PROJETO
Os volantes são usados para minimizar as variações nas
velocidades de determinadas máquinas, tais como
compressores, motores de combustão, prensas, punções,
esmagadores, etc., através do armazenamento e liberação
de energia.
VOLANTES - PROJETO
A energia cinética em um sistema em rotação é dada por:
• Im é o momento de inércia da massa girante;
• t é a espessura do disco.
VOLANTES - PROJETO
Variação de Energia em um Sistema em Rotação:
VOLANTES - PROJETO
Sendo:
N1 - velocidade máxima em rpm
N2 - velocidade mínima em rpm
N - elocidade média em rpm
O coeficiente de flutuação de velocidade é dado por:
VOLANTES - PROJETO
ACOPLAMENTOS
São elementos utilizados para interligação de eixos, tendo
as seguintes funções:
• Ligar eixos de mecanismos diferentes;
• Permitir a sua separação para manutenção;
• Ligar peças de eixos (que pelo seu comprimento não seja
viável ou vantajosa a utilização de eixos inteiriços);
• Minimizar as vibrações e choques transmitidas ao eixo
movido ou motor;
ACOPLAMENTOS
• Compensar desalinhamentos dos eixos ou introduzir
flexibilidade mecânica.
Os acoplamentos podem ser divididos em duas categorias
gerais: os rígidos e os flexíveis.
ACOPLAMENTOS
Acoplamentos rígidos: nenhum desalinhamento é
permitido entre os eixos.
São utilizados quando se necessita precisão e fidelidade de
transmissão é requerida.
São exemplos de aplicação: máquinas automatizadas e
servomecanismos.
ACOPLAMENTOS
Os acoplamentos flexíveis permitem algum
desalinhamento.
Os desalinhamentos possíveis são: axial, angular, paralelo
e torcional.
Estes desalinhamentos podem surgir isolados ou
combinados.
ACOPLAMENTOS
Acoplamento engrenagem: Acoplamento mandíbula:
Acoplamento estrias: Acoplamento espiral:
ACOPLAMENTOS
Acoplamento sanfonado: Acoplamento disco flexível:
Acoplamento schmidt: Acoplamento rzeppa:
ACOPLAMENTOS
Acoplamento hooke (junta universal):
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Para minimizar as tensões e deflexões, o comprimento do
eixo deve ser o menor possível e os trechos em balanço
minimizados ao máximo;
Deve-se usar preferencialmente o eixo biapoiado ao invés
do em balanço, a não ser que existam restrição de
projeto;
Um eixo vazado tem uma razão melhor de rigidez/massa
(rigidez específica) e frequências naturais mais altas que
aquelas de um eixo comparativamente rígido ou sólido,
mas será mais caro e terá um diâmetro maior;
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Colocar concentradores de tensão longe das regiões de
grandes momentos fletores e minimize seu efeito com
grandes raios e aliviadores de tensão;
Se a principal preocupação é minimizar a deflexão, talvez
o material mais indicado seja o aço de baixo carbono,
porque sua rigidez é tão alta quanto aquela de aços mais
caros, e um eixo projetado para pequenas deflexões
tenderá a ter tensões baixas;
CONSIDERAÇÕES GERAIS
As deflexões nas posições de engrenagens suportadas
pelo eixo não devem exceder cerca de 0,127 m e a
inclinação relativa entre os eixos da engrenagem deve ser
menor que cerca de 0,03º;
Se forem usados mancais de deslizamento, a deflexão do
eixo ao longo do comprimento do mancal deve ser menor
que a espessura da película de óleo no mancal;
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Se forem usados rolamentos não auto-compensadores, a
inclinação do eixo nos rolamentos deve ser mantida
menor que aproximadamente 0,04º;
A primeira frequência natural do eixo deve ser pelo menos
de 3 a 4 vezes a frequência máxima da carga esperada
em serviço (ideal 10 x ou maior).