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Page 1: Tribuna 10/01/09

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1a Quinzena de Outubro de 2009Ano XXX - No. 1072 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

Três Homens, Três Dest inos

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

José Sócrates - o povo português mais uma vez lhe deu uma vitória nas eleições legislativas, esta com maioria relativa. Esperemos que pros-siga com o espírito reformador como em 2005, de que tanto Portugal precisa.

Hélio Beirão - o maior Mestre da Viola da Terra ou Viola da Terceira, como também lhe chamam, está nomeado para o National Endowment for the Arts Na-tional Heritage Fellowship. Um grande orgulho para a nossa comunidade. Pág. 28

António Costa Moura - o novo Cônsul Ge-ral de Portugal em San Francisco, tomou posse no dia 21 de Setembro. Que objectivos terá e o que a Comunidade espera dele, brevemente sabe-remos. Pág. 2

GUSTINE em 19 0 0 ’sPáginas 14,15,16,18

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2 1 de Outubro de 2009SEGUNDA PÁGINA

Year XXX, Number 1072, Oct 1, 2009

Juventude... o futuro

EDITORIAL

COMUNICADOO Consulado-Geral de Portugal em San Francisco apresenta os seus me-lhores cumprimentos e tem a honra de comunicar que o Senhor Dr. An-tónio Costa Moura assumiu funções de Cônsul-Geral de Portugal em San Francisco, no dia 21 de Setem-bro corrente.Junto se envia a biografia do novo Cônsul-Geral de Portugal em San Francisco.

San Francisco, 25 de Setembro de 2009.

BIOGRAFIA ANTÓNIO MANUEL COELHO DA COSTA MOURA

Nasceu em 16 de Janeiro de 1963, no Porto; licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa; pós-graduado em Estudos Euro-peus e em Ciências da Informação pela mesma Universidade; adjunto do Gabinete do Secretário de Esta-do Ajunto do Ministro da Agricul-tura, Pescas e Alimentação, em 15 de Setembro de 1987; aprovado no concurso de admissão aos lugares de adido de embaixada, aberto em 30 de Dezembro de 1989; adido de embaixada, na Secretaria de Esta-do, em 21 de Dezembro de 1990; adjunto do Gabinete do Ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação,

em Dezembro de 1990; adjunto do Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros, em 29 de Novembro de 1991; secretário de embaixada, na Secretaria de Estado, em 15 de Dezembro de 1992; na Embaixada em Luanda, em 20 de Julho de 1994; na Delegação Permanente junto da Organização do Tratado do Atlânti-co Norte, em Bruxelas, em 8 de De-zembro de 1997; primeiro secretário de embaixada, em 21 de Dezembro de 1998; conselheiro de embaixada, em 18 de Abril de 2002; na Secreta-ria de Estado, como substituto legal do Chefe de Gabinete do Ministro

dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas, em 1 de Setembro de 2002; Director de Ser-viços do Gabinete de Assuntos Eco-nómicos, em 1 de Janeiro de 2004; Correspondente Europeu, Director de Serviços de Política Externa e Segurança Comum da Direcção-Geral de Política Externa, em 7 de Dezembro de 2004; na Embaixada em Paris, em 11 de Agosto de 2005; Cônsul-Geral em San Francisco, em 21 de Setembro de 2009.Oficial da Ordem do Infante D. Hen-rique; Oficial da Ordem da Repúbli-ca da Tunísia.

Quem por sorte ouviu a entrevista bem conduzi-da pela Aida Barbosa ao Nelson Ponta-Garça, na KSQQ, na Terça-feira, 29 de Setembro, pôde apreciar toda a capacidade deste jovem, que é

importante importante referir e não esquecer.Será com jovens como o Nelson e tantos outros que espa-lhados estão pela nossa comunidade, que esta prosseguirá no futuro. Esta juventude precisa urgentemente de tomar as rédeas do “poder” de muitas organizações, para que possamos se-guir em frente, trazendo outros mais novos, que no futuro serão os seus líderes também.É importante que os mais idosos comecem a ajudar esta ju-ventude que está muito interessada em aprender com eles, pois foram os mais idosos, os responsáveis pela maioria das muitas coisas boas que esta comunidade tem.

Com este jornal já quase a ser imprimido, soubemos da triste notícia do falecimento do Padre Carlos Macedo. Ele morreu no dia 1 de Outubro, em Los Banos, na New Be-thany House.Padre Macedo nasceu a 30 de Novembro de 1924 em Ponta Delgada, Ilha de São Miguel. Veio para a California como estudante e foi para o Seminário Saint Patrick. Foi orde-nado em 1948 na Catedral de St. Mary em San Francisco, California, pelo Arcebispo John J. Mitty.A sua primeira missa foi dita na Igreja de St. Louis Ber-trand em Oakland, quando tinha apenas 24 anos de idade.Nessa Igreja conheceu Monsenhor John Silva, nascido em São Jorge. Lá permaneceu por cinco anos. Na nossa próxima edição daremos mais informações àcer-ca desta importante figura da Igreja Católica da Califor-nia.Paz à sua alma.

jose avila

Já chegou o novo Cônsul - GeralAntónio Costa Moura

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3COLABORAÇÃO

Memórias do Castelo (2)Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

Valdemar Mota, estimado amigo de longa data, em “Fortifica-ções da Ilha Terceira” (Sepa-rata do Instituto Histórico da

Ilha Terceira, 1993-1994), descreveu ser o Monte Brasil “um verdadeiro filão de fortificações, fortes, cortinas, baluartes e redutos. Todo este manancial tem o apoio grandioso do Grande Castelo, cidade inex-pugnável na defesa insuperável dos mares dos Açores e da própria terra açoriana. Por isso, encaixa-se perfeitamente nesta forta-leza ímpar o epíteto de Gibraltar Açoria-na, que lhe atribuiu o Marquês de Sá da Bandeira.Efectivamente, o Grande Castelo com suas baterias e revelins sobre a cidade de An-gra, como que na prevenção de qualquer ataque por terra, foi sempre considerado como uma praça inacessível e uma das mais poderosas fortificações peninsula-res”.Através dos tempos, e ainda hoje, há circu-lado a ideia de que esta enorme fortaleza teria sido feita com o intuito de amedron-tar os moradores da ilha. Numa relação de 1709 enviada a D. João V por António do Couto lê-se que o Caste-lo, em forma de cidadela, fora construído mais p’ra sujeitar a cidade de Angra que p’ra defendê-la”. (Arquivo dos Açores, Vo-lume XII, pg. 460).Embora não obliterando por completo tal insinuação, Valdemar Mota adiantou que, na verdade, “afigura-se pouco crível que os espanhóis tenham levantado um dinos-sauro daquele tamanho e grandeza bélica apenas com o receio de meia dúzia de sau-dosistas antoninos, defensores da Causa

Nacional e duma população saqueada, enxovalhada nos seus brios de liberdade, sem armas e sem líderes.Por isso, parece-nos mais real que D. Fi-lipe desejasse possuir no Atlântico uma grande feitoria, contra a qual não tivessem poderes nem inimigos, nem piratas nem experimentados corsários, e assim pudes-se ter a bom recado, no resguardo segurís-simo dum castelo inacessível, as fabulosas riquezas e colossais fortunas, que as naus e galeões traziam das partes das Índias de Oriente e Ocidente”.Manuel Coelho Baptista de Lima (director do Arquivo Distrital de Angra nos meus tempos de estudante), numa comunicação intitulada “Angra Universal Escala do Mar do Poente no Século XVI”, apresentada no Colóquio Internacional realizado em An-gra em Agosto de 1983 e reproduzida no volume “Os Açores e o Atlântico, Séculos XIV-XVII”, publicado pelo Instituto His-tórico da Ilha Terceira em 1984, transmitiu preciosas informações àcerca do Castelo:“Por mandado do Cardeal D. Henrique em 1567, que enviou aos Açores o arquitecto italiano Tomasso Beneto de Pesaro, deu-se início ao estudo da fortificação dos mais importantes pontos estratégicos das ilhas. Ao tempo, o arquitecto preconizara a forti-ficação do Monte Brasil, com a construção duma grande fortaleza, tornando inacessí-vel o acesso, não só do lado da terra mas também do mar, conferindo assim a dese-jada segurança à própria cidade de Angra.Este plano só teria seguimento após a con-quista da Terceira pelos espanhóis, ten-do sido autor do projecto o arquitecto de nome João de Vilhena, de naturalidade ou

espanhola ou portuguesa. A construção estaria já em curso em 1591, pois há notícia de que em 1597 as riquezas transportadas por uma armada, e avalia-das em mais de trinta milhões de ouro, haviam sido transferidas p’ró interior da fortaleza do Monte Brasil, embora Maldo-nado haja apontado o ano de 1601 como data do lançamento da primeira pedra p’rà construção da fortaleza, cuja guarnição (no século 17) era constituída por cerca de mil homens, alguns dos quais ali residiam com as respectivas famílias”.Vitorino Nemésio (1901-1978), que à roda do Castelo passou a adolescência e o co-meço da mocidade, recordá-lo-ia nostal-gicamente num capítulo do Corsário das Ilhas...

“Esta fortaleza de Angra, longe de ter ba-fejado um berço de cidade, foi uma garga-lheira pesada que lhe puseram ao colo. As suas muralhas ciclópicas, o sistema de fos-sos exteriores, e uma segunda linha altero-

sa de bastiões e de parapeitos, ainda hoje mostram bem o cuidado de assegurar de-fesas totais do pináculo escolhido contra o mar e contra a terra. Será difícil encontrar, depois do Escorial, monumento filipino mais expressivo que este castelo tentacu-lar, erigindo-se do meio do Mar Atlânti-co e perdurando nos poentes dos Açores como um dos últimos sonhos dourados de Filipe II, o Europeu”.

A fechar, este par de quadras de Vitorino Nemésio:

Ó Angra, tarro de leite,Estava quase a beber...Estrela do meu destino!Castelo do meu bem-querer!

Ó Angra, nobre cidade,Que tens baraço e cutelo!Vê-se a croínha do PicoDas muralhas do Castelo.

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4 1 de Outubro de 2009COLABORAÇÃO

Da Música e dos Sons

Nelson Ponta-Garç[email protected]

A Escola JARDIM INFANTIL DOM DINIS apresenta Portu-guês Para Crianças, que terá iní-cio em Setembro. Este programa tem como objectivo assistir fa-mílias que tentam ensinar as suas crianças a manter e desenvolver a língua portuguesa durante a in-fância.

Crianças entre os três e os seis anos de idade:

Segundas-feiras e/ou Quintas-feiras das 9.30h às 11.00h

Crianças entre os cinco e os nove anos de idade:

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Chame já e reserve um espaço para a sua criança para Setembro. Para mais informações chame para o número

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Um Poeta e um Compositor

Português para Crianças

Como este ano se come-mora o décimo aniver-sário da morte da Amá-lia, lembrei-me de falar

de dois indivíduos que tiveram muita influência na sua carreira. e que, talvez, sejam desconheci-dos para muitos dos estimados leitores. No entanto, tenho qua-se a certeza de que, ao lerem os títulos, recordarão os fados que tanto sucesso deram a Amália . Trata-se do poeta Pedro Homem de Mello e do compositor Frede-rico Valério.Como nem sempre conhecemos quem está por detrás do suces-so dos nossos artistas, aqui vão dois “traços” sobre estas grandes figuras da poesia e música portu-guesas que ainda hoje conitnuo a admirar . As suas palavras e os seus sons jamais cairão no esquecimento.

Pedro Homem de Mello nas-ceu na cidade do Porto em 1904. Foi poeta, estudioso folclorista, professor do liceu, exerceu a ad-vocacia e foi magistrado do Mi-nistério Público. Apresentou um programa de televisão na RTP so-bre o folclore português do qual era grande devoto.O seu primeiro livro de poesia, Caravela ao Mar, foi publicado em 1935. Recebeu o Prémio An-tero de Quental em 1940 e o Pré-

mio Nacional de Poesia em 1973. A sua última publicação, Poesias Escolhidas, saíu em 1983. Pedro Homem de Mello faleceu no Por-to em 1984.Pedro Homem de Mello foi autor dos seguintes grandes êxitos de Amália:Povo que Lavas no Rio, Fria Cla-ridade, Havemos de ir a Viana, Rapaz da Camisola Verde, Cui-dei que Tinha Morrido, Entrega, Gondarém, Olhos Fechados,

Prece, Verde Verde, A Minha Terra é Viana.

Frederico Valério nasceu em Lisboa em 1913. Com apenas 13 anos de idade, começou a interessar-se pela música e pela composição. O seu primeiro êxi-to foi a canção Carvoeiras da re-vista Milho Rei. Apesar de ele ter composto para vários artistas, foi, sem dúvida, para Amália que ele escreveu os seus maiores su-cessos. Frederico Valério foi autor das bandas sonoras dos filmes, Capas Negras, Madragoa e Sangue Tou-

reiro e um dos poucos composi-tores portugueses a ter sucesso internacional. Viveu por alguns anos em New York onde compôs dois musicais para a Broadway,On With the Show e Hit the Trail.Em 1979 Frederico Valério ca-sou em segundas núpcias com a actriz Laura Alves e faleceu em Lisboa três anos mais tarde. Ele era tio da cançonetista Maria José Valério.Os seguintes fados foram exclusi-vamente compostos para Amália, incluindo alguns que o próprio Frederico Valério também foi au-tor da letra.Amália, Ai Mouraria, Confesso,

Fado do Ciúme, Que Deus me Perdoe, Fado da Madragoa, Só à Noitinha, Fado Malhoa, Sabe-se Lá, Não Sei Porque te Foste Em-bora, Maria da Cruz, Boa Nova, Fado Xuxu, Sangue Toureiro, Eu Disse-te Adeus, Amor Sou Tua, A Minha Canção é Saudade, É Pecado, Um Só Amor.

Traços do Quotidiano

Margarida da [email protected]

ERATOXICA “Too Good” For Califórnia

Uma Era ainda muito tóxica para a sensibilidade pimbo-fado-folclórica da grande maioria dos Portugueses e Luso descendentes na Califórnia.Vencedores do prémio, voto popular, no concurso Lu-

savox 2009 realizado no centro de convenções do Arade, Algarve e transmitido pela RTP1 e RTPi, promovido pela Secretaria das Comunidades, no passado mes de Agosto, não conseguiram juntar mais do que uma dezena de dúzias no Salão de San Diego, na ulti-ma edição do Festival de Folclore da Califórnia.O que vale é que estes Senhores da musica feita nas comunidades já viveram isto nos “Fall Rivers” e “NewBedords” da diáspora. Já viram e venceram! Andam anos luz a frente destas tendências popularuchas. Alias, há alguns anos, muitos destes Senhores da mu-sica tocavam com os maiores Pimbas da zona. Deixaram-se disso!A iniciativa em San Diego, valeu por isso. Onde estavam os jovens que se queixam de falta de opções?A maioria dos presentes, perplexados com a qualidade do grupo não sabiam bem o que fazer! Quando os Eratoxica executaram o tema, “Dá-me o teu Amor” (original de grande sucesso que os levou a Portugal recentemente e que faz parte de um reportório que já foi apresentado nos Açores e Continente com grande aceitação) o salão Português de San Diego parecia estar perante algo paranor-mal! Penso que ninguém reconheceu o tema, avaliar pela reacção e aplausos.

Quando o grupo, após uma inteligente avaliação da audiência tocou a “Laurentina” a audiência respondeu com um instinto subconscien-te quase assustador mas compreensível, porque reflecte o costume. Por favor acabem com ele! É um mau costume.Tratava-se de um concerto, não era mais um baile meus senhores... No final fez-se festa, diga-se de passagem, e os presentes gostaram do que viram.Culturalmente, em certos âmbitos, ainda se vive na idade da Pedra, na terra que viu nascer o Google, Yahoo, Apple, Youtube, Facebook etc...Quem vê isto por fora! Quem vê isto por fora, tem pena...Quem vê isto por fora e já viu por dentro, tem mais do que um arti-go nas Tribunas Portuguesas para escrever.Quem vê uma comunidade a morrer e sem indicativos de transição claros e objectivos, quase que se deve aproveitar dela?Este ano...“Os Lá Fora” em Artesia, com grande empenho dos organizadores, promoção em Jornal, Radio, TV resultado: menos de 50 pessoas.Tributo dos Açores na Banda Velha de San José: pouco mais de meia casa para apresentar o seu último álbum.Eratoxica em San Diego com menos de meia casa.Quanto mais tempo água mole tem de bater em pedra dura até furar?

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Muito Bons Somos Nós

Joel [email protected]

COLABORAÇÃO

Eu não gosto de ler

Alguma coisa se passa entre os portugueses e os livros. Veja-se, por exemplo, a pres-

tação do cozinheiro Vítor Sobral no inquérito proustiano da Públi-ca do último domingo. Pergunta: “Com que idade percebeu que falhou na vida?” Resposta: “Até agora não dei por isso.” Pergunta: “Qual a sua qualidade que mais irrita os seus amigos?” Resposta: “A minha capacidade de liderar.” Pergunta: “Com que figura públi-ca se acha fisicamente parecido?” Resposta: “Comigo mesmo!” Um homem importante. Um vence-dor. Um líder nato. Uma figura pública de referência. E, portan-to, qual é a resposta qual é ela, no momento em que se lhe pergunta que objecto ele faria tudo para salvar de um eventual incêndio lá em casa? Pois claro: “Os meus livros.”Em Portugal, é assim: um ho-mem pode ser ao mesmo tempo vaidoso e francamente despro-vido de sentido de humor – se é “uma figura pública”, então de certeza que foi sobre “os livros”

que se fundou. Outro exemplo? A doutora Laurinda Alves. Pouco depois de inundar o debate euro-peu de propostas tão marcantes como a da promoção de “uma verdadeira democracia europeia” ou a da potenciação de “um mo-delo europeu de desenvolvimento humano sustentável”, a Sra. D. X tornou-se numa espécie de diva oficial do nosso Verão 2009. Já se sabe: toda a silly season merece a sua diva. E, entretanto, esta mes-ma revista onde tenho o prazer de escrever foi ouvi-la falar da sua biblioteca pessoal.Ah, isso é que uma figura públi-ca portuguesa gosta de falar dos seus livros. E, então, lá foi ela por ali fora: a inevitável Sophia e o inevitável Mia Couto, o saltinho do costume a Torga e a paragem obrigatória em Agustina, um mo-mentozinho de propaganda com Novalis e a sempre segura con-clusão com a Bíblia Sagrada, em-bora “com orientação” exegética (a jornalista fez-nos o favor de nos poupar a pormenores). Pelo meio, esta pérola: “É fácil gostar dele [de Luís Sepúlveda]. Mas

gosto especialmente de russos.” E, portanto, qual é a resposta qual é ela, no momento em que se lhe pergunta com que autor ela aprendeu a gostar de ler? Pois cla-ro: “Enid Blyton.” “Leio muito”, diz Laurinda. “Eu gosto muito de ler”, diria Catarina Furtado.Em Portugal, é assim: pergunte-se a uma “figura pública” que li-vros mais a marcaram e lá desata ela a percorrer o catálogo paper-back da Penguin, juntando-lhe entretanto “a Sophia”, “o Torga” e “o Mia”, para aportuguesar um bocado. E eu anseio pela primei-ra vez que uma destas figuras seja capaz de dizer alguma coisa refrescante, como por exemplo: “Eh, pá, ler é que não. Não gos-to de ler.” Naturalmente, se for a Maya ou a Luciana Abreu, não conta: é preciso saber ler mes-mo. Mas isso, sim, seria novo. Com vantagens. Quem não passa o dia a ler não passa o dia a fa-zer a mesma coisa que Laurinda Alves, estando por isso (em prin-cípio) a salvo da travadinha que deu à doutora. Por outro lado, um país onde os livros fossem menos

valorizados seria, provavelmente, um país com um dose menor de Manuel Alegre, o que não deixa de ter o seu mistério.Pelo contrário, vou ao Google.Pt, e escrevo “adoro ler”, com aspas e tudo. Resultado: 162.000 entradas. Mudo para “detesto ler”: apenas 3.500. Desconfiado, experimento “não gosto nada de ler”: escassas 269, sendo que a primeira é de um adepto de fu-tebol que “não gosta nada de ler certas crónicas” que falam mal do seu clube, mas “adora ler ou-tras” que falam bem. Já quando vou a “gosto muito de ler”, fico esmagado: 180 mil entradas. Aparentemente, toda a gente em Portugal gosta de ler, adora ler e não pode mesmo viver sem ler “os clássicos”, “os russos” e “o Mia”. “Eu devoro livros. Devoro, devoro, devoro!”, dizem, numa inspirada metáfora digestiva que recupera in extremis Vítor Sobral para esta crónica.Por outro lado, os estudos mos-tram-nos índices de leitura bai-xíssimos, incluindo níveis de ili-teracia quase terceiro-mundistas

e uma obsessão por telenovelas-da-TVI (e afins) que nem no Burquina Faso. Aparentemente, é esse o nosso problema: só os leitores se pronunciam nos jor-nais, na Internet, na televisão – e, se algum dia alguém diz que não vai passar a tarde seguinte a ler, não é nunca como atitude estética, mas antes como men-sagenzinha, não deixando nunca de salvaguardar-se com versos de Pessoa (“Ai que prazer/ não cum-prir um dever./ Ter um livro para ler/ e não o fazer”). É um reba-nho, no fundo. Os livros também têm o seu rebanho – e não é por ser dos livros que deixa de ser um rebanho como os outros.

“Oh Angra nome de baíacidade sentada na banqueta da tarde

(…)” Marcolino Candeias

Naquele tempo todos os cami-nhos iam dar ao Pátio da Al-fândega. Com o Monte Brasil em frente,

o Pátio da Alfândega era a porta de entra-da e saída de Angra do Heroísmo. E era a varanda para o mar. A brisa que vinha da baía. O edifício da Alfândega. O Café Atlântico, ali ao lado, a esplanada repleta de mesas e cadeiras de vimes, os bancos verdes, os gradeamentos, os candeeiros e as duas escadarias de acesso ao cais…Por esse cais um dia saí de Angra mas An-gra não saiu de mim.Esta cidade foi o meu lugar de iniciação, o epicentro da minha vida, o atlas da minha geografia afectiva e o roteiro do meu ima-ginário sentimental.Eu morava na Rua de Santo Espírito e no Pátio da Alfândega fui menino e aprendi a sonhar o mundo na contemplação do mar. Sim, o Pátio da Alfândega era o local das minhas brincadeiras. Foi ali que despertei para a vida e para o conhecimento das coi-sas. Ali aprendi o espírito dionisíaco dos terceirenses e de lá vi, pela primeira vez, a morte a rondar por perto: subitamente, numa tarde ventosa de Outono, surgiu o cadáver de uma velhota a boiar no mar revolto da baía, naquela que foi a imagem mais surrealista que até hoje me foi dado ver… Tenho belas e doces saudades do tempo em que eu andava de trotineta no Pátio da Alfândega, onde cabia todo o universo em “Dia de São Vapor”: homens, mulheres e crianças, gente da cidade e gente do mon-te, passageiros, marítimos, operários, pes-cadores, magalas do Castelo, funcionários públicos, caixeiros-viajantes, marginais, concubinas, maricas de dar ao rabo… Era um fervilhar de animação e algazarra. O

navio “Carvalho Araújo” (ou o “Lima”) fundeado(s) ao largo da baía, as lanchas no vaivém do carrega, descarrega – as chega-das e as partidas, as separações e os reen-contros…Vi muitos lenços a acenar e muitas lágri-mas no cais da Alfândega – vertidas pelos que, com esperança, partiam para as Amé-ricas e pelos que marchavam para a guerra colonial, contrafeitos…No Pátio da Alfândega éramos todos so-nhadores de viagens…Subi e desci as suas escadarias vezes sem conta, a olhar as garças, o posto da Guarda Fiscal, a imponente igreja da Misericór-dia!

Maliciosamente eu surpreendia os pares de namorados, nas banquetas do Pátio da Alfândega, trocando beijos e carícias com os olhos postos nas ondas inquietas da baía… Não poucas vezes ali servi de “pau de cabeleira” à minha irmã, dada a namo-ros de perdição…Eu e outros pequenos brincávamos por ali, com os poucos brinquedos que nossos pais compravam no “Pedrinho Amiguinho”. Jogávamos aos jogos da cabra cega e do pé coxinho e, volta e meia, apanhávamos lagartixas para lhes cortar os rabos e vê-los saltar como minhocas acabadas de tirar

do lodaçal… Nos dias em que não havia desembarques jogávamos à bola no cais – jogo rasteirinho para que a dita não fosse parar ao mar…Não esqueço o Pátio da Alfândega das noi-tes de festas e de lua cheia… Os emprega-dos do Café Atlântico, de casaca, luvas e papillon, aviavam, para a esplanada, cafe-zinhos e conhaques em cálices do tama-nho de um dedal… As senhoras da cidade, muito reluzentes nos seus vestidos de tafetá debroados a rendas de seda e algumas lan-tejolas, bebericavam chá e comiam bolos e bolacha araruta… Enfarpelados e todos janotas, os seus consortes bebiam “Cuca” e “S. Jorge” (as “loiras e frescas” cerve-

jas) e, fumando placidamente, refastelavam-se nas cadeiras de vimes com digníssimos es-paldares de for-mas suaves que contornavam as mesas brancas e circulares de ferro. Alguns dos hóspedes da Pensão Lisboa também por ali

apareciam em amenas cavaqueiras, rindo alto, bebendo pirolitos do “Frederico A. Vasconcelos”. Que gente era aquela? “Bi-cos-finos”, já se sabe, em nítido contraste com os pobretanas e beberrolas das adegas da Rua de Santo Espírito que bebiam vi-nho de cheiro e aguardente da terra, petis-cavam favas ou molhanga de caranguejo e só apareciam no Pátio da Alfândega altas horas, quando já estavam caídos de bê-bados… Ouviam-se, no silêncio da noite, queixas, gritos, gargalhadas, mexericos, uma ou outra palavra obscena…O Pátio da Alfândega tinha as suas figu-

ras decorativas. Recordo-me especialmen-te do Leôncio, boémio, vago anarquista e “filósofo da rua”, que demonstrava a sua superior inteligência, desafiando-nos:-Eu digo-te à primeira, mas tu só percebes à segunda.Havia também o Evaristo, engraxador, com cara de poucos amigos, sempre de escova na mão a lustrar os sapatos dos senhores ricos da cidade. Estou a vê-lo: transportando a caixa com as suas divi-sões de onde retirava, pachorrentamente, o auto-brilhante da “Nugget”, a latinha de graxa meio dourada da “Camel”, a espon-ja, o unto, a pomada “Coutinho”…Por lá também aparecia, vindo da Pra-ça Velha, o “Já Deu”, aliás, José da Silva Brum, transportando, nas mãos, dois ces-tos de asa com sacos de “freiras”, pevi-des, favas torradas e amendoins, mais os deliciosos chocolates da Base: “Snickers”, “Butterfingers” e “Three Mosketeers”… E, na Rua Direita, era uma alegria quando ouvíamos a campainha da carroça do Ma-nuel de Sousa, mais conhecido pelo Ma-deira, todo janota no seu colete branco e boné de pala preta, a vender, a um escudo, deliciosos gelados de cores suaves…Revivo o Pátio da Alfândega e o cais da saudade…Passeio-me, hoje, pela marina e sinto que Angra se reencontrou com o mar, fazen-do jus ao papel que outrora desempenhou na rota das Índias. O Pátio de Alfândega ajuda-me agora a compreender que a ilha não é só cais aberto ao mundo, umbigo do Atlântico, sentinela avançada ou espaço geo-estratégico – é sobretudo lugar de cul-tura e de culturas. Nela habita um povo sá-bio, historicamente definido, dotado de um imaginário e de uma memória, possuidor de uma identidade própria – o povo aço-riano, expressão que os novos colonialistas querem retirar da Constituição…Sic transit gloria mundi

Crónicas Terceirenses

Victor Rui Dores

[email protected]

O Pátio da Alfândega

... anseio pela primeira vez que uma destas figuras seja capaz de dizer alguma coisa refrescante, como por exemplo: “Eh, pá, ler é que não. Não gosto de ler.” Natural-mente, se for a Maya ou a Luciana Abreu, não conta: é preciso saber ler mesmo.

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6 1 de Outubro de 2009COLABORAÇÃO

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Faz agora um ano que, tendo eu aca-bado de regressar de um fórum, na

Terceira, e de uma semana de férias em Cancun, no México, o meu estado de saúde se alterou drastica-mente com a descoberta de uma doença que normal-mente não perdoa.Dizem que atravessar o oceano faz descobrir certas doenças! Verdade ou não, o facto é que fui afectado, tendo sucedido o mesmo a muita gente com quem te-nho falado.Estando aqui hoje para vos falar de como vou passando, faço-o contudo com o mo-ral muito em baixo e assaz comovido em virtude do fa-lecimento, a semana passa-da, devido a uma forma de cancro, de mais um amigo meu, o Antonino A. Vieira, natural de Vila Franca do Campo.Como sabem, já ando por aqui a tentar retomar a nor-malidade da minha vida, o que nem sempre é possível, como é óbvio. Uma vez por mês, tenho consulta com a minha médica, faço aná-lises ao sangue e prossigo com uma forma de trata-

mento mais moderado, em casa, com comprimidos de quimioterapia (Etiopode), que tomo durante cinco dias em cada mês.Deus é minha testemunha, quando afirmo estar a sen-tir-me muito melhor, base-ado no facto de que previa-mente não podia sólidos ou líquidos, mas que agora já posso, quando o apetite mo permite, claro. Por outro lado, tenho vindo a aproxi-mar-me do meu peso regu-lar, e sinto que a tempera-tura do corpo está longe da frigidez que o envolvia em meses recentes. Consegui tratar do quintal, para que pudesse saborear de produ-tos naturais, sem quaisquer vestígios de químicos. Cur-ti cebolas para acompanhar os pratos de peixe ou os caldos de couves (couves aferventadas, no linguajar micaelense), etc.Todavia, e mesmo com toda a coragem, esperança e fé com que me possa forta-lecer, não posso deixar de pensar quão a minha vida está por um fio e sem um sistema que me possa de-fender das infecções que andam por aí, tais como a gripe A, por exemplo.

Foi por isso que tive decli-nar com muito pesar o hon-roso convite que a Direcção das Comunidades Açoria-nas me fez para participar no Encontro de Escritores, Tradutores e Divulgadores da Literatura Açoriana, sob o lema Escritas Dispersas - Convergências de Afectos, em Outubro próximo, na Universidade dos Açores, em S. Miguel. Tive sim-plesmente muito medo, pois aqui ninguém me aconse-lhou a ir. Falando há dias com a mi-nha médica, disse-me ela sem que eu o esperasse, que a minha doença não tem cura. É para indo tentean-do com doses mensais de quimioterapia na forma de comprimidos.Francamente, é difícil ser-se optimista e corajoso em semelhantes circunstâncias. Mas vou tentar, com todas as minhas forças possíveis e imagináveis, juntamente com a vontade de Deus.No dia 22 do corrente, de-verei saber algo mais de concreto, pois acabo de fazer um TAC (tomografia computerizada) ao cérebro, abdómen e pulmão.

Crónica de Montreal

Antonio [email protected]

Um ano depoise ainda com a vida por um fio

Assembleia Geral

Presidente Norberto AzevedoVice-Presidente António Dutra1º Secretário Manuel Monteiro2° Secretário Heitor Nunes

Conselho Fiscal

Presidente Nelo BettencourtVice-Presidente Domingos RegoSecretário Jorge PiresRelator Lina Butera

Direcção

Presidente João SoaresVice-Presidente António Martins

VP Administ. Abel ChadinhaVP Ass. Sociais Diamantina MartinsVP Desporto Jorge BernardinoVP Património Rogério SilveiraVP Adjunto Cândido MonteiroVP Adjunto José NunesSecretário Geral José Mendes

A Casa do Benfica no primeiro trimestre deste ano teve um saldo positivo nas suas contas de $26,587.69

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7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

O rígido calendário elei-toral tinha de ser cum-prido.O tradicional roteiro

tauromáquico não podia ser al-terado.As datas coincidiram, o tempo cooperou e o povo não se fez ro-gado.A afluência ultrapassou de longe todas as expectativas.A moldura humana era deveras impressionante.A abstenção nas urnas, de facto, não tem nada a ver com a compa-rência no arraial.O voto é livre mas, na festiva perspectiva da gente da minha terra, a festa torna-se prática-mente obrigatória. Quem não comparece é que fica a perder.

E o povo perde mesmo o juizo por uma boa tarde de toiros.A particularidade desta ser à bei-ra mar, primorosamente associa-da às veraneantes delicias duma pitoresca zona balnear, motiva multidões a deslocarem-se em massa para darem largas à sua boa disposição no mais bonito arraial que anualmente se espraia ao Norte da ilha.A anual “romaria” ao porto dos Biscoitos em fins de Setembro, de facto, é digna de registo.Aquilo que há trinta e tal anos atrás se cingia a um singular do-

mingo de festa solenizada com missa e procissão em honra de Santo António pela manhã e a famosa tourada à corda pela tarde transformou-se num ex-tenso fim de semana de intensa folia animadamente curtida em acampamentos improvisados ao luar romântico das serenatas a entoarem-se já da sexta feira à noite para o sábado de madru-gada. O pessoal vem cedo para apanhar lugar e aproveitar umas banhocas, sempre apeteciveis na despedida do Verão.Contudo, apesar dos aperitivos preparativos da véspera se torna-rem aliciantes, na alma festeira da minha mimosa Ilha Liláz, o Domingo do Porto continua rei…sem rivalLogo ao romper da aurora come-ça o desfile de carros rumo à aco-lhedora orla maritima a fim de se arranjar um bom estacionamento e agarrar o melhor calhau com vista jeitosa para se poder assistir aos toiros e desfrutar à grande o máximo do dia, que nunca desi-lude ninguem.Para o terceirense aficionado e amante duma panorâmica toura-da à corda, a do porto dos Bis-coitos é, sem dúvida alguma, das mais aguardadas ao longo do ano inteiro. A ambiência é incom-parável e o convívio, saboreado à beira mar, torna-se ainda mais agradável. Porque o piquenique

– quer com lapas frescas, lingui-ça assada, polvo guisado, alcatra quentinha ou apenas umas bifa-nas temperadas a rigor, para não falar no resto da ementa sempre adocicada em pormenor com um delicioso cacho de uvas locais a fazerem crescer água na boca seja a quem for – é comparti-lhado com um caprichoso “mata bicho”, sempre bem apetecido e acalorado repetidamente pela tarde fora.Quando estaleja o foguete para que saia o primeiro toiro, a mal-ta já está aviada. As palmas, os risos, os gritos e os “ais” juntam-se ao manso murmurar das ondas nos calhaus e as vozes roucas dos bravos “capinhas” a desafiarem o “bicho”, inquieto para fazer das suas.Eu, cá na minha, é que não vou lá. Tenho medo de cornos que me pelo.O povo, regra geral, tambem tem. Mas lá gosta de ver um homem ensarilhado ao de leve nos galhos embolados do toiro. Logo que não se magoe…tudo bem.

Magoados – mal explodiu o últi-mo foguete ao recolher do quar-to toiro – ficaram certamente os votantes de tom laranja ao aperceberem-se do zunzum que circulava de boca em boca sobre a projectada vitória côr de rosa nas eleições legislativas, curio-

Cornada de Boa Fé

samente, agendadas para aquele mesmo dia.As sondagens, afinal, não tinham mentido.Engaiolados os toiros, escrutina-dos os votos – as projeções, liber-tadas em primeira mão ao cair da noite nos ecrans televisivos, não traziam grande surpresa.A “laranjada”, contudo, perma-necia incrédula.A vontade popular – ignorando as polémicas e contestadas politicas governamentais – indicava que o país preferira manter o mesmo rumo, prolongar o “status quo”.Seria possivel, após tão volumo-sos protestos de rua e veemen-te contestação parlamentar, a maioria do eleitorado continuar efectivamente a querer mais do mesmo?Parece que sim.A Oposição não se impôs como alternativa suficientemente cre-dível e a abstenção, de novo, fala

por si.Aparentemente, há um contenta-mente descontente que se arras-ta e deixa a populaça de orelha murcha, como quem diz, mal por mal…

Bem é que as coisas não vão.Mas as autárquicas estão à porta.Pode ser que desta vez o povo se compenetre um pouco melhor do seu dever cívico e (quem não vota não pode ter razão de queixa) não deite patéticamente a perder a força do seu voto, deixando por mãos alheias a oportunidade úni-ca que tem de pegar o toiro pelos cornos – ou melhor – puxar o(s) politico(s) pelas orelhas.Basta de paleio ôco, promessas vãs, suspeitas parvas – cornadas à falsa fé!Deixem-se de politiquice pacóvia e toca a trabalhar no duro!Para o ano que vem a festa pro-mete ser ainda mais rija.

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8 1 de Outubro de 2009PATROCINADORES

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9CONVENÇÃO

I D E S C o n v e n t i o n

The 117th Annual Convention of the Irmandade do Divino Espirito Santo do Estado da California was held July 18-19, 2009 at the Dou-bletree Hotel in Modesto, CA.It was a bittersweet moment as we Congratulated Mr. Anthony Men-des, the 108th Supreme President and Miss Elizabeth Cardoso, the 20th Supreme Youth President of our Beloved Organization. One Hundred and Twenty Four years of memories in the Portuguese Com-munity, and as of January 1, 2010 the IDES, SES, UPEC and UPPEC will effectively become the Portuguese Fraternal Benefit Society.May the P.F.S.A. continue to promote the values and brotherhood of our Portuguese Forefathers, and may the I.D.E.S. always remain in your hearts.

009 - 2010 President & First Lady Anthony and Gloria Mendes

Fraternal Council of the YearIDES Council # 14, HaywardHad over 7,000 Volunteer hours in their community

IDES 2009 Supreme Board of Directors - Standing L-R) Angelo Gorgulho, Donald Valadão, and Donald Cos-ta; (Seated L-R) Odette Pinheiro, Joe R. Peres, Carol Rodrigues, and Marjorie Gifford

2009 Supreme Line Officers: Standing (L-R) Regina Arieas, Pianist, Genuino Silveira, Master of Ceremonies, Matthew Lund, Inside Guard. Seated (L-R) Richard Arieas, 2nd Vice-President, Liliana O. Lourenço, Secretary/Treasurer, Anthony W. Mendes, President, Jess Loya, 1st Vice President, Duane Oliveira, Legal Advisor

2009-2010 Supreme Youth President Elizabeth M. Cardoso 2009 - 2010 Queens Court: Natalie Faria, Senior Queen; Kathlina and Angelina Anacleto, Princesses - 2009-2010 Katelyn N. Meirinho-Gover, Little Queen; Kristin T. Meirinho-Gover and Madison P. Aguiniga, Princesses

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10 1 de Outubro de 2009COLABORAÇÃO

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Será que aquela gente sabe pensar?

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

Prelúdio:Os cidadãos portugueses votaram e ex-pressaram a sua vontade.Boa sorte, Democracia! Resolvi encetar mais cedo o meu jejum político para melhor observar a decanta-ção da poeira semântica resultante da as-sompradura ideológica da campanha em curso. Daí que o texto que se segue é apenas um pequeno registo de segredos esquecidos na gaiola da freguesia micaelense de São Roque. A taramela da memória continua algures sumida nos entrefolhos do tempo. Quando a musicalidade do eco nos é fa-miliar, então há que ir ao encontro da voz original... 1 – Believe those who are seeking the tru-th; doubt those who find it. (André Gide)

Para não recuar na mágoa dos tempos, va-mos começar por dizer que alguns anos antes do começo da II Guerra Mundial, a endemia da pobreza micaelense (e não só) dormitava sob o latejar das suas necessi-dades, procurando atenuar com goles de cachaça (quase sempre falsificada) a ro-maria do seu calvário. Naquele tempo, as mães, as noivas, e as “viúvas” dos vivos e dos mortos eram religiosamente forçadas a acreditar que a miséria era castigo de “nosso-sinhô”, para remissão dos pecados da pobreza envergonhada; algumas des-

confiavam que as famílias ricas recebiam, ocasionalmente, a sua dose de castigo, sempre que as suas “meninas” apareciam de “barriga-à-boca”, alguns meses depois duma eventual distracção no interior mei-go e perfumado duma estufa, ou entre ma-lotes de ananases emparedados, em véspe-ra de embaraque...Mas a pobreza vigiada pela má-língua da vizinhança era assaz dolorosa. Mui-tas muheres “de respeito” nem sequer se atreviam a estender ao ar livre as suas mo-destas roupinhas íntimas, para não dar de “falar” à vizilhança: - Ai credo! já vistes, Queceição, a nojen-ta daquela Lurdes “peidona” ainda usa as mesmas calcinhas do seu dote de casa-mento...- Eh melhér da minh’alma, tá calada! Di-zim até que o maride só usou ceroulas duas vezes na vida: no dia do casamento, e quando foi à inspecção para embarcar... (e sabes? se ele ficou “cortado” pelo doutor, alguma coisa foi...) .../.../... Foi nesse ambiente (que aliás não é ex-clusividade micaelense) que o tio “Xico” André veio encontrar a sua terra natal, quando em finais da década de 30 foi obrigado a abandonar o “seu” Fall River (Massachusetts), devido à crise resultante da primeira (maior?) crise do capitalismo internacional.

Há cerca de 80 anos (ele nessa altura ain-da andava pelos seus 40 anos de idade) tio Xico André fora depressa guindado ao trágico estatuto de “retornado”; na altura, pouca gente da ilha possuia a preparação mínima para interpretar o que se passava à sua volta. A sua querida filha Ilda (hoje com mais de 80 anos, enferma irreversí-vel de Alzheimers, em fase adiantada) irá morrer sem ter entendido o que se passou no xadrez psicológico do seu saudoso pai... que chegara a ser um emigrante remedia-do, porque era muito habilidoso de mãos e muito “dado” com pessoas...Uma vez regressado a São Roque, tio Xico André começou a sentir uma espécie de “limbo” existencial à sua volta. Resolveu apostar na tarefa gaiteira de vendilhão ambulante de peixe. É sabido que, tradi-cionalmente, a freguesia de são Roque tem mais “farmácias” para um “bom-quarti-lho” do que fontenários para recolher água potável. Ora aconteceu que, sistemáticamente, ti Xico André regressava da venda de peixe com os cestos e os bolsos vazios. Cedo co-meçou a padecer de ataques de nostalgia: a altas horas da noite, Xico André era visita frequente do cemitério da canada das Sil-vas, onde pai e mãe estavam sepultados. Consta que rezava em voz alta, depois de “plantar” uma procissão de velas acesas que iluminavam a silhueta (para muitos macabra) do itinerário que vai do portal até à campa materna.

Entretanto, a imaginação popular come-çou a espalhar o boato de que o tio Xico André tinha duas ou três caveiras seleccio-nadas por onde bebia o vinho pela “alma” do seu pai, que morrera com fama de ser “bom copo”...O certo é que os residentes da zona que vai da canada de João-Leite à canada da Glória (periferia ocidental do Livramento) não disfarçavam o pavor de passar à noite no canto em baixo da canada das Silvas. Consta que numa dessas noites tenebro-sas de princípios de Novembro de 1938, quando o vento desaparecera (talvez como sinal de respeito ao medo), ti Xico André colocou-se no meio da estrada, rodeado de velas acesas e a gesticular aos céus. Ora naquele tempo, os automóveis eram ainda poucos, mas já sabiam matar por interpos-ta pessoa...Passados mais de 80 anos, é fácil imaginar que o indivíduo que naquela fatídica noite ia ao volante (consta que aquela área havia apenas um Ford Coupe, modelo 1936), não terá tido calma suficiente para retirar o pé do acelerador. Resultado: a “pancada” foi violenta e mortal... Na manhã seguinte, o corpo do ti Xico André estava inerte e em paz, emoldura-do por meia dúzia de pedaços de sucata do tal Ford que (supostamente) atropelara um simples emigrante da vida, com passapor-te em dia para comparecer na fronteira do outro lado da existência...

A Taramela da Memória

O verão acabou. Com a entrada do Outono, umas breves reflexões sobre este verão de

2009, particularmente o ambien-te político nos Estados Unidos. Para quem esteve nos Estados Unidos, e mesmo para quem viajou além fronteiras, deve ter acompanhado a vergonhosa campanha montada pela extrema direita americana para derrubar qualquer modificação na saúde pública americana. Foi espan-toso, diria mesmo vergonhoso, ver-se o tom racista e vil das manifestações orquestradas pela extrema direita americana, com o apoio das grandes seguradoras. Diria que foi triste, e até mesmo doloroso, ver tamanha apologia da ignorância. Foi caricato ver-se homens e mulheres, cada qual mais nutrido, já na reforma, a usufruírem do sistema público Medicare, e argumentando con-tra um segura nacional. Será que aquela gente sabe pensar? Então estão a receber benefícios gover-namentais, vivem de um plano da segurança nacional e não querem que o governo tenha qualquer voz na saúde pública. Depois, utilizavam os mais ne-fastos e retrógrados cartazes jamais imagináveis. Fomos, du-rante praticamente todo o verão bombardeados com estas tristes imagens. É que embora se sai-ba que esta gente não representa a verdadeira América, também se sabe que existe no seio desta sociedade um forte elemento de racismo, um ódio colectivo por tudo o que é diferente. Mais do

que um verão cheio de manifes-tações contra a reforma na saúde pública americana, os protestos, preparados e financiados pelas grandes seguradoras e as insti-tuições publicas por elas finan-ciadas, foram mais um sinal claro e inequívoco que a mesma Amé-rica que elegeu Barack Obama continua, particularmente no sul do país, e nas zonas mais rurais, infestada pelo racismo e pela in-compreensão.E desses sentimentos, manifesta-dos nas ruas de algumas cidades e vilas americanas, ao longo dos últimos meses, nasceu ainda um sentimento extremamente nocivo para os Estados Unidos. É que tudo o que o presidente Barack Obama possa fazer é devastado por uma direita que até há pou-cos anos estava nas margens, mas que hoje é o cerne do Par-tido Republicano. Refiro-me ao discurso que o presidente norte-americano fez no começo do ano escolar e que a Casa Branca su-geriu fosse apresentado a todos os alunos, quer da primária, quer da secundária. Logo que a notí-cia circulou na comunicação co-meçaram os assaltos da direita. O discurso foi, imediatamente rotulado como uma doutrinação das gentes mais jovens. Barack Obama, cuja mensagem era uma de responsabilidade e trabalho, foi apresentado na comunicação social americana como uma es-pécie de papão que iria lavar os cérebros das nossas crianças. A resposta da extrema-direita americana—entenda-se no mun-do de hoje como o “mainstream”

do Partido Republicano—ficou por um assalto ao mensageiro, mesmo sem conhecer a mensa-gem. O presidente não tinha o “direito” de falar às crianças e à juventude americana porque os iria doutrinar com princípios tão perniciosos como a responsabili-dade individual, o valor do traba-lho, a justiça social e a igualdade de oportunidades. Gritaram em todos os cantos e em todas as praças. Só que se esqueceram que outros presidentes já o tinha feito. Recorde-se que George W. Bush tinha lido (ou tinha tenta-do ler) às crianças; George H. W. Bush tinha falado a estudantes sobre assuntos políticos e o pai do conservadorismo moderno, o antigo actor de Hollywood, Ronald Reagan tinha feito um discurso sobre os benefícios da redução fiscal. Mas estes, por serem Republicanos e brancos podiam falar às nossas crianças. Aliás, convém relembrar o dis-curso, que apesar da asfixia dos conservadores, acabou por ser feito, mas com pouco impacto. Aqui ficam algumas das palavras do presidente norte-americano para os alunos deste país no co-meço do ano lectivo:

Todos vocês são bons em algu-ma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar. E é a vocês que cabe descobrir do que se trata. É essa oportu-nidade que a educação vos pro-porciona.Talvez tenham a capacidade de ser bons escritores - suficien-temente bons para escreverem

livros ou artigos para jornais -, mas se não fizerem o traba-lho de Inglês podem nunca vir a sabê-lo. Talvez sejam pesso-as inovadoras ou inventores - quem sabe capazes de criar o próximo iPhone ou um novo medicamento ou vacina -, mas se não fizerem o projecto de Ci-ências podem não vir a perce-bê-lo. Talvez possam vir a ser mayors ou senadores, ou juízes do Supremo Tribunal, mas se não participarem nos debates dos clubes da vossa escola po-dem nunca vir a sabê-lo.No entanto, escolham o que escolherem fazer com a vossa vida, garanto-vos que não será possível a não ser que estudem. Querem ser médicos, profes-sores ou polícias? Querem ser enfermeiros, arquitectos, advo-gados ou militares? Para qual-quer dessas carreiras é preciso ter estudos. Não podem deixar a escola e esperar arranjar um bom emprego. Têm de traba-lhar, estudar, aprender para isso.E não é só para as vossas vi-das e para o vosso futuro que isto é importante. O que vocês fizerem com os vossos estudos vai decidir nada mais nada me-nos que o futuro do nosso país. Aquilo que aprenderem na escola agora vai decidir se en-quanto país estaremos à altura dos desafios do futuro.Vão precisar dos conhecimen-tos e das competências que se aprendem e desenvolvem nas ciências e na matemática para curar doenças como o cancro

e a sida e para desenvolver novas tecnologias energéticas que protejam o ambiente. Vão precisar da penetração e do sentido crítico que se desenvol-vem na história e nas ciências sociais para que deixe de haver pobres e sem-abrigo, para com-bater o crime e a discriminação e para tornar o nosso país mais justo e mais livre. Vão precisar da criatividade e do engenho que se desenvolvem em todas as disciplinas para criar novas empresas que criem novos em-pregos e desenvolvam a econo-mia.Precisamos que todos vocês de-senvolvam os vossos talentos, competências e intelectos para ajudarem a resolver os nossos problemas mais difíceis. Se não o fizerem - se abandonarem a escola -, não é só a vocês mes-mos que estão a abandonar, é ao vosso país.

Como vêm este é um discurso subversivo, doutrinário e parti-dário, não é? Só mesmo um partido espatifa-do e regressivo odeia aceitar que em seu nome se fizessem as mais infames insinuações às intenções do presidente americano. Há mesmo gente que não aceita um presidente afro-americano! Que pena! Vão ficar no lado errado da história. O pior é que enquanto se aconchegam ao lado errado da história semeiam uma amalgama de embustices que são verdadeiras nódoas para o sonho americano.

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11COLABORAÇÃO

Devido à contínua actividade de “Cooperatives Working Toge-ther” que direccionaram mi-lhares de vacas para o merca-

do da carne, o presente número de vacas, diminuíu ligeiramente, mas o volume de leite produzido nos Estados Unidos é ba-sicamente o mesmo ou um pouco mais que no mesmo trimestre do ano 2008, devido ao fraco mercado de exportação. Continu-amos com problemas de ajustamento na oferta e procura dos produtos do leite, se-gundo o economista Jim Dunn, da “Penn State University”. O mercado não pode absorver a produção corrente, e os preços de suporte oferecidos pelo Departamento da Agricultura são demasiado baixos para oferecer protecção aos produtores.Devido à situação económica, quer domes-tica, ou global, os consumidores não estão aumentando o consumo destes produtos, portanto, cortes na produção são o único caminho para preços justos e estáveis, se-gundo este economista.Desafortunadamente qualquer diferença nos preços à produção só lhes chega aos bolsos 60 dias mais tarde, e na presente ocasião e situação 60 dias e uma eterni-dade. Em princípios do corrente Verão de “milk futures” aumentou com os olhos postos no futuro, mas foi de curta duração, espera-se no entanto, segundo este econo-mista,, que os preços aumentarão antes do fim do corrente ano. No entanto melhores preços, que venham atenuar a corrente situação económica da industria de lacti-cínios só são esperados para 2010. O De-partamento da Agricultura anunciou uma nova remessa do “Dairy Export Incentive

Program” parcialmente em resposta aos largos inventários da União Europeia, cujos produtores, na Bélgica, Alemanha e Franca estão atirando quantidades de leite nas suas terras lavradias em protesto pe-los baixos preços, ao mesmo tempo que a produção recebe subsídios governamen-tais. Inventários globais de produtos do leite continuam altos, o que indica que os preços mundiais não vão aumentar a curto prazo, segundo este economista.Segundo as projecções de USDA, e isto é preço geral para toda a Nação, os preços para o terceiro trimestre deste ano ronda-ra entre $11.05 e $11.45, comparado com $18.63 em igual período do ano passado.No quarto trimestre espera-se que os pre-ços aumentarão para uma media entre $12.50-$13.20 para todo o leite, ainda mui-to aquém do mesmo período do ano passa-

do que foi uma media de $16.80, e muito

aquém dos altos custos de produção.

Números recentemente publicados sobre a agricultura em geral na Califórnia, indi-cam um saudável crescimento das expor-tações dos produtos produzidos neste Es-tado em 2008. A mais recente informação indica que os produtores agrícolas rece-beram $39.6 biliões em valor bruto, pelos seus produtos em 2007, últimos números que possuímos, uma subida de 13% sobre a média dos prévios 3 anos 2004-2006. Os números que se esperam para 2008-2009 prometem ser mais moderados devido a uma serie de regulamentos ambientais, crise económica, e principalmente falta de água para a agricultura. Assunto que es-tará na agenda dos nossos Governantes e de todos nos que de uma forma ou outra estamos ligados à agricultura, e não só.

Temas de Agropecuária

Egídio [email protected]

Bem-vindos a San Jose Gastroenterology (SJGI)Agradecemos a oportunidade de oferecer os melhores cuidados médicos em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva.

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Eduardo daSilveira, M.D.Diplomado em Gastroenterologia.Especialista em Doenças do Fígado e do Aparelho Digestivo.

O Dr. Eduardo da Silveirafala múltiplas línguas incluindo o Português, Inglês, Espanhol e Francês.

Mais vacas mais leite

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12 1 de Outubro de 2009COMUNIDADE

Perspectivas

Fernando M. Soares Silva

[email protected]

A comunidade internacional entrou, nas últimas décadas, numa euforia tecnológica que muito tem facilitado o movi-

mento e a expansão de produtos, serviços e inovações nos diversos continentes. Para esse inédito movimento, e para essa ex-pansão sem precedentes históricos, muito tem contribuído a globalização mercantil agora em alta voga no palco mundial. E inegáveis têm sido os seus numerosos be-nefícios em muitas partes do globo. No entanto, o processo de globalização empreendida pelos diversos blocos ou grupos mercantis internacionais não tem sido isento de graves faltas e problemas. Muitos e abalizados críticos apontam para uma enorme “distorção” e graves “peri-gos” aparentes em sistemas económicos multinacionais. Impelidas ou seduzidas por prospectos de enormes lucros corpo-rativos, muitas companhias e corpora-ções de vários países industrializados têm transferido uma grande variedade dos seus serviços e muitas das suas fábricas e labo-ratórios para distantes continentes e para outras nações onde salários comparativa-mente ínfimos e descontroladas situações laborais lhes permitem auferir lucros des-medidos, e, por vezes, verdadeiramente escandalosos. Entre muitas outras, duas das maiores corporações tecnológicas do mundo, IBM e Intel, assim o fazem, alegando a neces-sidade de confrontarem crescentes exi-gências corporativas e competitivas, mas preferindo ignorar o facto de que as suas estratégias de globalização da manufactu-ra e venda dos seus produtos atiram para o desemprego, nos países onde estão sedia-das, centenas de milhares de trabalhado-

res e técnicos que se vêem em apuros para obter novos empregos e normalizar as suas situações económicas. Cada vez mais, essas manobras da globa-lização comercial tornam prósperos e pro-dutores países em nervosos consumidores carentes de recursos financeiros... Assim, por exemplo, é o caso dos EUA, outrora o maior produtor mundial, agora tornado no maior consumidor. Não obstante a rea-lidade dos seus enormes recursos naturais, tecnológicos e financeiros, e, também, das proporções gigantescas do seu próprio mercado interno, os economistas não acre-ditam no seu regresso à posição cimeira na produção mundial...

******O proeminente economista Clyde Pres-towitz, presidente de Economic Strate-gy Institute, em Washington, e autor de “Three Billion New Capitalists: The Great Shift of Wealth and Power to the East”, tem alertado que, além de transtornarem, muitas vezes catastroficamente, a situação socioeconómica de muitas nações que pra-ticam a globalização, as correntes tácticas desse processo chegam mesmo a inverter a ordem dos factores. Frisa ele, por exemplo, que nos EUA, que detinham a primazia na produção e na co-mercialização de produtos de alta tecnolo-gia, o cenário passou de sobra ou “surplus” para deficitário. Em outros países também envolvidos em intensa globalização, tais como o Japão e a Coreia do Sul, que, devi-do a sistemáticas estratégias globalistas, se tornaram “ricos”, verifica-se aí, com certa surpresa e ironia, que as suas respectivas populações pouco evoluíram no sentido de maior consumo.

Parte desta problemática disparidade ex-plica-se pelo facto de que nem todas as nações envolvidas no jogo da globalização seguem normas sensatas ou obedecem às estabelecidas regras do processo, sendo os EUA um dos maiores culpados, salienta Prestowitz. Por um lado, os governos de vários países, tais como os de Israel, Ma-lásia, China e Irlanda, embora proporcio-nando condições laborais menos desejá-veis, todavia oferecem “grátis” avultados subsídios pecuniários, isenção parcial ou total de impostos, terreno, localidade ou infra-estruturas, e, ainda, apetitosos in-centivos financeiros às companhias que queiram construir ou instalar fábricas ou laboratórios, nos seus respectivos países. Esta prática cria sérias dificuldades e pe-nosos dilemas para os dirigentes executi-vos de muitas corporações, como as men-cionadas IBM e Intel, os quais, perante a pressão e a responsabilidade fiduciária de maximizar lucros e proventos para os seus accionistas, acabam por não resistir às promessas e recompensas de além-mar, sobretudo às da China, a nação mais popu-losa do mundo, com um mercado potencial de imensas proporções.

******Em contraste, os EUA, um dos principais iniciadores da globalização mercantil e fi-nanceira, têm manifestado complacência com o “status quo” da situação, enquanto outros países se aventuram a novos em-preendimentos e tratados de considerável importância e lucro. O citado economis-ta Prestowitz é da opinião que os EUA e outros países do seu bloco comercial, tais como o Canadá, o Reino Unido e o Chile, não têm estratégia bem estruturada e de-

finida, no contexto da globalização, para competir com os outros blocos mercantis internacionais.Os proponentes e praticantes da globali-zação mercantil e económica, para conse-guirem o desejável êxito justo e sensato, não devem permitir ou continuar a prática corporativa de transplantação, em grande escala, de recursos, negócios, fábricas e laboratórios para outras nações sem pré-via e ponderada consideração das suas responsabilidades sociais e morais, e das obrigações contraídas em relação aos seus funcionários, às suas respectivas comuni-dades, e ao próprio país. Esquecer ou minimizar a importância des-ta norma fundamental constitui grave erro que, além de dificultar ou arrasar as vidas de inumeráveis vítimas de insensatas e injustificáveis manobras globalistas, tam-bém poderá resultar, em última análise, em suicídio para companhias, firmas ou corporações que continuem a preferir os rumos da vil e abusiva exploração dos di-reitos humanos, num frenesi desenfreado de sempre crescentes e indecentes lucros.

******O mundo pode auferir enormes vantagens e benefícios de uma coerente e bem regu-lamentada globalização que ofereça maior e mais íntegro intercâmbio mercantil entre todas as nações, que proporcione melho-res condições e meios de vida, e que traga mais e novos produtos mais acessíveis às possibilidades pecuniárias dos consumi-dores. Isto só poderá ser possível quando a desmedida, injusta e abusiva ganância passar a ser condenada e controlada pelos governos e pela força dos consumidores, a verdadeira razão de ser do comércio.

GlobalizaçãoBoa ideia - má implementação

Pomar das CastanhasAmaral Chestnut Orchard

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A venda começou na primeira semana de Setembro

Sales began the first week of September

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Informa-se a comunidade portuguesa do centro da Califórnia que está em funcionamento mais um ano escolar e na escola secundária Tulare Union High School, e como tal começou também mais um ano de actividades com o novo S.O.P.A.S.—Society of Portuguese-American Students, que neste ano es-colar de 2003-04 trabalhará em estreita colabora-ção com o Instituto de Estudos Açor-Americanos da mesma cidade. Mais, gostaríamos de participar à nossa comunidade que o SOPAS, clube português da Tulare Union, tem neste momento cerca de 90 alunos inscritos e activos, sendo um dos maiores de todos os clubes dirigidos por alunos naquela escola. Os directores para este ano escolar de 2009-10 são: Luís Rebelo, PresidenteJeslyn Moules, 1ª Vice-PresidenteJennifer Bettencourt, 2ª Vice-PresidenteEricka Andrade, SecretáriaChad Simões, TesoureiroKrista Câmara, Directora de PublicidadeRyan Ferrumpau, Dalila Faria, representantes do clube na Associação de Estudantes da Tulare Union (ASB)

Directores:

Nicole Pimentel, Daniel Lopes, Helder Toste, Aa-ron Alves, Jessica Oliver, Brittany Pinheiro, Vanes-sa Gomes, Raquel Rebelo, Stephanie SimõesProfessor Diniz Borges, director executivo e conse-lheiro do clube.

Informamos ainda a nossa comunidade que o clu-be realiza reuniões de quinze em quinze dias, nas quais promovemos a cultura portuguesa, e de quin-ze me quinze dias com os directores para planea-mento de actividades. Pedimos aos pais dos alunos, às nossas associações, e à comunidade em geral que apoie o clube de estu-dantes da Tulare Union High School—SOPAS. Só com o apoio de todos é que poderemos promover a nossa cultura junto dos jovens luso-descendentes e na população estudantil em geral. A associação

está apta e pronta para trabalhar com as nossas as-sociações portuguesas locais para promovermos a cultura portuguesa. Para outras informações podem ligar para Diniz Borges: 559-686-4761 extensão 2803 ou pelo cor-reio electrónico [email protected].

S e m a n a d e C u l t u r a A ç o r i a n a e m Tu l a r eA associação estudantil SOPAS—Society of Por-tuguese-American Students—das escolas secun-dárias de Tulare celebra uma semana de cultura açoriana. O evento será nas escolas secundárias de Tulare, para toda a população estudantil e para a comunidade em geral. A semana cultural será de 5 a 9 de Outubro e terá o seguinte programa:De segunda a sexta haverá uma série de anúncios no boletim diário das escolas secundárias de Tula-re com informações sobre os Açores e sobre açor-americanos que se têm distinguido nesta sociedade. Nas aulas de português estarão em destaque vários aspectos da cultura açoriana. Na terça e na quinta-feira (dias 9 e 11) haverá, durante a hora do almoço dos alunos, uma série de actividades e venda de co-midas da culinária açoriana. Na quinta-feira, dia 8 de Outubro, haverá uma noite cultural no auditório da escola Tulare Union High School com um texto dramático paresentado por alunos de português orientados pelo poeta Álamo Oliveira, seguindo-se algumas modas tradicionais dos Açores com os alunos de Português IV. Este acontecimento tem entrada livre e tem por objectivo celebrar os Açores com os alunos, suas famílias e a comunidade em geral. Toda a comuni-dade está convidada. A noite terminará com uma apresentação de doces tradicionais açorianos no refeitório da escola, tam-bém grátis para todos.Venham todos apoiar a nossa juventude. Venham celebrar com os jovens a cultura açoriana.Na sexta-feira, 9 de Outubro celebrar-se-á o IX

SOPAS tem novos dirigentesfestival cultural açoriano para a juventude, com uma amalgama de apresentações e actividades lúdicas no salão português TDES em Tulare. Mais de 300 alunos das escolas secundárias de Tulare participarão neste evento. O fes-tival realiza-se das 9 da manhã até às 3 da tarde e tem o patro-cínio do Clube Carbrillo do Con-dado de Tulare, do TDES e de outras organizações e entidades, como o programa do governo fe-deral GATE.Este é o quinto ano que se dedica uma semana à cultura açoriana nas escolas secundárias de Tula-

re. Este evento tem por objectivo celebrar a cultura açoriana e os contributos que os açor-america-nos têm feito para esta cidade e este estado. Um dos objectivos da associação SOPAS, para este ano escolar 2009-10, é aproximar cada vez mais a escola à comu-nidade, com eventos que sejam para os alunos e para a comuni-dade em geral. Esta aproxima-ção, segundo o corpo directivo da associação, passa por eventos culturais como este e por forjar alianças e protocolos de trabalho entre esta associação e as nossas organizações portuguesas.

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13COLABORAÇÃO

No passado dia 20 de Setembro, a Portu-guese Heritage Publications of California iniciou no PAC, em São José, o ciclo de lançamento a nível estadual (São José, San Leandro, Tulare e Artesia) de dois livros, “My Californian Friends” do Dr. Vasco Pereira da Costa e “The Portuguese Pre-sence in California” do Professor Doutor Eduardo Mayone Dias.A sessão foi presidida por José do Couto Rodrigues da PHPC e teve como co-pa-trocinadores o Portuguese Athletic Club e a Luso-American Education Foundation. Durante a sessão, usaram da palavra a Sra. Katharine F. Baker (que - com Diniz Bor-ges e o Dr. Bobby Chamberlain - fez a tra-dução das obras apresentadas), o Dr. Dé-cio de Oliveira, em representação do PAC, e José Luís da Silva, em nome da LAEF. Os dois momentos altos da noite foram a apresentação de um vídeo produzido por Osvaldo Palhinha sobre a vida e obra do Dr. Mayone Dias (que não pôde estar presente,) e as carismáticas e eloquentes palavras de Vasco Pereira da Costa, ex-director regional da cultura nos Açores e grande amigo das comunidades açorianas na Califórnia, vindo expressamente para o lançamento do seu livro.“My Californian Friends” é uma edição bilingue (português/inglês) do livro do mesmo nome publicado no ano 2000 em português. Durante a sessão, foi lido um interessantíssimo texto do consagrado poeta terceirense Álamo Oliveira (que, por razões de última hora, não se pôde deslocar à Califórnia) no qual enalteceu a obra de Vasco Pereira da Costa como “um conjunto de poemas que entende como os sentidos e os sentimentos podem navegar por rumos certos e, sobretudo, decifrar o efeito das aculturações, mostrando-as como objectivos de sucesso ou como for-mas de ludibriar a saudade.”“The Portuguese Presence in California” é a tradução em inglês do livro “A presen-ça Portuguesa na Califórnia”, com algu-mas actualizações que reflectem factos ocorridos desde a sua publicação em por-tuguês em 2002. O presidente da PHPC, José do Couto Rodrigues, ao usar da pala-vra sobre essa obra, referiu que é um livro de valor inestimável para o conhecimento da realidade da imigração portuguesa na Califórnia. Acrescentou ainda que é inten-ção da PHPC fazer uma vasta distribuição da obra por todo o estado, especialmente

a programas de língua e cultura portuguesas. Nessa óptica, fez a doação de 50 exemplares do livro ao programa de Português de San Jose High.Ao terminar a sessão, foram ser-vidos aos presentes vinhos e ape-

ritivos esmeradamente confec-cionados pela direcção do PAC.

JLS

Vasco Pereira da Costa lendo uma passagem do seu livro, vendo-se atrás dele José Rodrigues que apresentou o livro “My Californian Friends”

Vasco Costa autografando livros, tendo a seu lado Kathy Baker, que, com Diniz Borges, traduziu o livro para Inglês

Agua Viva

Filomena [email protected]

Foi uma viagem longa de autocarro, primeiro com o propósito de proporcionar aos elementos do Grupo Folcórico Tempos de Outrora, o mereci-do passeio do ano, desta vez à Disneyland, ex-

periência primeira para alguns e uma repetição depois de alguns anos para outros e embora houvesse um pouco de cansaço pela caminhada e diversão, fez-se no mesmo dia o retomar do caminho com destino a San Diego, à Cida-de e Vila do Mar, Baía de Cabrilho finalmente assumida, depois de vários séculos de teimosia ou ignorância, onde durante anos, tantos visitantes de raças distintas chegam, normalmente em grupos de cariz turistico ou de estudo, para constactar a verdade de factos nem sempre outro-ra contados com a clareza necessária sobre este João, a quem já chamaram e ainda muitos chamam de Juan, como quem tem medo da transparência ou tem falta de orgulho patriótico. É dessa falta de brio que os mais atrevidos se aproveitam para chamar a eles os direitos que não têm nem nunca tiveram.Por isso, foi bom, deu gosto ver como os nossos jovens do grupo folclórico Tempos de Outrora, depois de ordei-ramente terem participado no Festival de Folclore da Ca-lifornia, (segundo propósito da viagem), aderiram à ideia de ir ao miradouro de Cabrilho para admirar a estátua do primeiro português a descobrir esta costa da América e registar em fotografia um passeio que lhes ficará para sempre na memória.Na memória, com certeza há-de ficar o seu enconto com outros jovens e amigos que de perto e de longe se junta-ram para cada um à sua maneira mostrar a sua dedica-ção às tradições e ao mesmo tempo um pouco do amor e apego à terra dos seus antepassados. E há que respei-tar esses sentimentos transmitidos ao longo de gerações, como acontece no Hawai, onde há uma sede enorme da nossa cultura Portuguesa, mas San Diego ainda tem gente nova que veio das Ilhas e Continente e não está tão isolada como as ilhas Havaianas. Por isso, creio que este Festival de Folclore ficou muito aquém do que podia, devia e deve ser feito um verdadeiro Festival de Folclore, e não mais uma réplica do espectáculo do Luso, com todo o respeito por este.Foi pena! Mas desde o princípio até final, desde o piso do palco à apresentação sempre em Inglês, passando por uma amálgama de trajes sem nexo, arcos de marchas em tempo de Santo António e São João, o “brinquinho” da Madeira com os Açores e Continente, entre outras irregu-laridades, sinceramente deu-me vontade de chorar em vez de rir, pois salvo dois ou três grupos, mais nenhum reunia as verdadeiras condições para participar no que se chama rigorosamente um Festival de Folclore.Por agora, resta aguardar o ano 2010 para ver o próximo Festival que terá lugar na cidade de Hilmar. Até lá, que se pergunte, que se investigue como se deve trazer aos tempos de hoje o que foi o passado, para que não morram, no meio da fantasia, as verdadeiras raízes de que viemos, a começar pela nossa língua que cada vez mais está mor-rendo nos eventos mais portugueses.A estátua de João Rodrigues Cabrilho ficou de costas para o Mar na atitude de quem chega e pretende ficar para contar. Os que vieram depois também têm por obrigação continuar a dizer aos presentes o que os avós lhes trans-mitiram sem misturarem alhos com bugalhos e da mesma forma sentirem orgulho no seu passado.

1600 Colorado AvenueTurlock, CA 95382Telefone 209-634-9069

Festival de Folcloreficou muito aquém...

Apresentação de Livros

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14 1 de Outubro de 2009FESTAS

Fotos de Jorge Ávila “Yaúca”Festa de Nossa Senhora dos Milagres

Os artistas Ana Marina e Bruno Iglesias ao lado do Presidente José Mendonça, Jesualda e João Pinheiro (lado esquerdo) acompanhados por toda a Direcção da Festa dos Milagres, os nosso musicos locais e ainda Paulo Matos, o apresentador da noite fadista (foto de João Freitas)

Bonitos aspectos do criativo Bodo de Leite da Festa de Nossa Senhora dos Milagres

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15 FESTAS

O Bodo de Leite deste ano primou pela criatividade, como já vem sendo hábito há um bom par de anos. Não haja dúvida que é necessário evoluir, inventar, contar novas histórias, revolu-cionar os nossos tão tradicionais bodos de leite. Isso só quer dizer - SUCESSO.

Jessica Teixeira, Samantha Bass e Tracy Teixeira A festa brava sempre presente nos bodos de leite

Labita, sempre ele, recordando as nossas touradas à corda da Ilha Terceira

Embaixo: uma grande e bonita junta de bois

Folclore é a musica do povo

Lexi Nunes, Ashley Brasil e Hope Brasil-Braaten no bodo de leite

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16 1 de Outubro de 2009FESTAS

(Past President) José Silveira; (Past President) John e Florie Nunes; (Vice-Presidente) João e Sandra Toste; (Presidente) José e Fátima Mendonça; (Secretário) Walter e Nancy Costa; (Tesoureira) Durvalina e Eric Snoke

Padre Paulo Borges (de Santa Maria, Açores) coroando a Rainha Grande, Saman-tha Bass

Embaixo: Aia Hope Brasil-Braaten; Rainha Pequena Ashley Brasil, aia Lexi NunesAia Jessica Teixeira, Rainha Grande Samantha Bass, aia Tracy Teixeira

Embaixo: Padre Paulo Borges tendo a seu lado Monsenhor Myron Cotta e Leonard Trindade (que pouco se vê) coroa o Presidente da Festa, José e Fátima Mendonça

Durante uma semana houve as novenas habituais, a cargo do Padre Paulo Borges, vindo da Ilha de Santa Maria, Açores, ajudado pelo Reverendo Leonard Trinda-de, acompanhados pelo Coro Português de Nossa Senhora dos Milagres, do San-tuário de Gustine.Na Quinta-feira, dia 10 de Setembro teve lugar a Grande Noite de Fados, com os fa-distas Ana Marina e Bruno Iglésias, com Luis Ribeiro à guitarra e à viola Duarte Santos. Também a presença de Jesualda

Azevedo e João Pinheiro. Estes últimos artistas foram acompanhados pelo Grupo de Guitarras 7 Colinas.Na Sexta-feira houve comédias e um acto de variedades que foram muito aplaudi-dos.Sábado, o tradicional Bodo de Leite com o tema “Os primeiros transportes”.O Pézinho esteve a cargo de José Pláci-do, Manuel Santos, Vasco Aguiar, José Fernandes, João Pinheiro, Adelino Tole-do, José Ribeiro. Tocadores Pedro Reis,

Dimas Toledo, Manuel Avila e Jorge Reis,Terminado o bodo de leite exibiram-se diversos grupos folclóricos - Luso Youth Council #24 Northern San Joaquin Val-ley; Luso Youth Council #18 de Gustine-Los Banos, Alma Ribatejana e Saudade do Bravo.À noite houve missa e Procissão de Velas até ao Parque, onde a Imagem de Nossa Senhora ficou exposta toda a noite.No Salao houve Baile ao som do Grupo Genica, de Artesia, e cantoria ao ar livre.

Domingo, a tradicional missa da festa, seguida da Procissão, com varias imagensLeilão de ofertas e concertos de filarmó-nicas ocuparam a tarde da festa.Baile com o mesmo conjunto de Sábado e depois a Imagem regressou em Procissão ao Santuário.Na segunda-feira Corrida de Toiros com os cavaleiros Pedro Salvador e Paulo Fer-reira, matador Luis Procuna, com toiros do Pico dos Padres e Forcados de Turlock.

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17PATROCINADORES

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18 1 de Outubro de 2009FESTAS

Festa dos Milagres Quinta de Castanhas

Também têm abóboras para venda.Boas para sopas, doces, paios ou mesmo para assar no forno.

O Coro Português de Nossa Senhora dos Milagres

Vir de Colorado Springs, do Estado de Colorado, para participar na Festa de Nossa Senho-ra dos Milagres, não só foi uma alegria para os Californianos, como será recordado por todos os que nos visitaram.

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19PATROCINADORES

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20 1 de Outubro de 2009COLABORAÇÃO

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

A Irmandade do Espírito Santo, de Sausalito, levou a efeito um jantar de boas vindas para os novos membros da Organiza-

ção e achou por bem convidar o novo Côn-sul Geral de Portugal em San Francisco, o Dr. António Costa Moura e incumbiram-me de ir buscá-lo.Se uma pessoa marca encontro comigo, normalmente, chego sempre alguns mi-nutos adiantado. Cheguei ao consulado quinze minutos antes da hora combinada. Toquei a campainha duas ou três vezes e nada. Desci as escadas e vim para a rua. Dei umas voltas e quando o meu relógio mar-cava três e meia da tarde, a hora acertada para o Sr. Cônsul se encontrar comigo, a porta do consulado abriu-se como que por magia e ele alí estava. Dei-lhe as boas tar-des e disse que havia tocado a campainha duas ou três vezes. Ele perguntou-me: não era às três e meia que me vinha buscar? Eu disse que sim e expliquei que gosto de vir sempre mais cedo, ao que ele me retorquiu: três e meia, são três e meia! Pedi desculpa de ter tocado a campainha mais cedo e ele disse-me a razão porque não havia aberto a porta e que para mim foi justa e válida. Voltei a pedir desculpas e lá fizemos viagem para Sausalito. Ao atravessar a ponte ele ficou admira-do com a beleza e paramos no vista point para ver a cidade. Seguimos viagem e em poucos minutos chegávamos ao salão da IDESST.

Apresentei o Sr. Cônsul aos Directores e Oficiais da Organização e a outras pessoas presentes. Mostrei-lhe o nosso salão e ele ficou deveras admirado por os Portugueses marcarem presença nessa tão bela cidade. A Irmandade tem 121 anos e, que eu sai-ba, esta foi a primeira vez que se fez um jantar para dar as boas vindas aos novos membros. Foi uma ideia do Vice Presiden-te Vasco Morais, com a qual a Directoria concordou. A ementa foi preparada pelo famoso che-fe do restaurante La Salette, em Sonoma, o Manuel Azevedo que juntamente com uma equipa de membros da Organização prepararam um bacalhau á Gomes de Sá e uma carne de porco a Alentejana, capaz de ressuscitar os mortos. Depois das apresentações do Sr. Cônsul, de Maria João Bonifácio, Directora do Escritório do AICEP em San Francisco, que também havia sido convidada, o Sr. Cônsul usou da palavra e tenho a dizer que ele falou muito bem. A certo ponto do seu discurso disse que era essa a sua pri-meira visita oficial como Cônsul Geral em San Francisco e que a comunidade poderia contar com ele para o que fosse necessário, que estava aqui para servir a comunidade e que era essa a sua missão. Acrescentou que o consulado era a nossa casa e que veio parar aqui por um acaso, mas que nós é que cá estamos para ficar, engrandecer e honrar o nome de Portugal. Durante o jantar troquei impressões sobre vários assuntos com ele, com a Sra. Maria João e com o Padre Thomas Parenti, tam-

bém convidado especial e novo Pároco da Igreja Católica Star of the Sea, em Sausa-lito. Nunca havia tido a oportunidade de falar com Maria João e tenho a dizer que a Senhora foi muito simpática. Penso que o escritório do AICEP, em San Francisco, tem uma Directora com nível. Na vinda para casa, fiz um balanço da noite

a fim de ver se o saldo era positivo. Correu tudo às mil maravilhas e não achei nada que fosse necessário corrigir, quando me lembrei das palavras do Sr. Cônsul: três e meia, são três e meia. Pensei com os meus botões: se o Homem continua assim, temos Cônsul.

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Maria João Bonifácio, Directora do AICEP e o novo Cônsul António Costa Moura

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21 COLABORAÇÃO

Sorriso amarelo...Sabor Tropical

Elen de [email protected]

Custo: $150,000.00 dolares.Aceitam-se ofertas

Depois das férias pro-longadas passadas dentro de casa por causa do vírus da gri-

pe suína – H1N1 - o carioca res-pira aliviado com a chegada da primavera e o calor ameno dos seus dias ensolarados. Com o fim do inverno despede-se também – e por enquanto - o receio da do-ença e faz renascer aquele sorriso alegre que se abre com facilidade, característica nossa, o que denota que a vida volta à rotina. Triste rotina, hoje em dia, a do medo, que nos faz reféns da gri-pe, da crise financeira, dos assal-tos, dos narcotraficantes, da polí-cia e o pior de todos os medos que é o medo de ter medo.O Governo mobilizou-se para conter o avanço da gripe. Impor-tou remédios, comprou milhões de máscaras, montou postos de saúde para atender a população, fez campanhas educativas ensi-nando que após segurar maça-netas para abrir portas, apoiar-se em corrimãos, etc., devíamos la-var as mãos com bastante água e sabão e deixou-nos aterrorizados quanto às pessoas que espirra-vam ao nosso redor sem que es-tivessem usando proteção. Pela primeira vez vi o rico e o pobre no “mesmo barco”, porque o re-médio para combater o vírus não era vendido em farmácias: só os postos do Governo podiam dis-ponibilizá-lo. No final, um saldo alarmante pu-blicado pelo Ministério da saúde, em princípio de setembro, relata-va a morte, em todo país, de 899 pessoas pelo vírus H1N1, dos 9.249 casos confirmados. Assus-

tador, sim, mas positivo, se levar-mos em conta o estardalhaço feito em torno da doença, todo aparato para evitá-la – louvável da parte dos encarregados da saúde dos brasileiros - e se compararmos esse número ao das mortes ocor-ridas pela violência urbana, só na cidade do Rio de Janeiro. No en-tanto, nos entristecem as provi-dências tomadas, pois bem pouco têm adiantado.Os turistas e os moradores da zona sul da cidade contam com um policiamento mais ostensivo, conseqüentemente com maior proteção, entretanto, quem mora nos subúrbios vive prisioneiro em seus próprios lares para se resguardar dos assaltos, da bru-talidade dos narcotraficantes, das balas perdidas trocadas entre bandos rivais e em confrontos entre policiais e bandidos.Infelizmente a nossa polícia também é violenta e este é um fato histórico segundo afirma o Sociólogo Ignácio Cano, Profes-sor de Sociologia numa Univer-sidade do Rio: “Esta violência tem origem histórica. A polícia foi criada no século XIX (com a chegada da família Real) para controlar os grupos mais pobres, os negros e os imigrantes, e gol-pear os escravos. Quando um proprietário considerava que seu escravo merecia um castigo, o le-vava até à polícia que o golpeava e logo o devolvia. Esta tradição de violência não evolucionou por 200 anos”. As autoridades deci-diram mudar esta péssima tradi-ção e aceitaram ajuda da CICV (Cruz vermelha internacional), com o objetivo de “introduzir nas diretivas das polícias as nor-

mas de direitos humanos”.Acabar com a violência numa so-ciedade dominada pela exclusão e pelas desigualdades sociais re-conheço que é difícil, porém não será impossível se houver boa vontade, educação e empregos para todos e se os nossos políti-cos derem exemplo e o primeiro passo, mandando para a cadeia os que entre eles assaltam os cofres públicos.E em meio ao caos do medo da gripe e da violência urbana, uma notícia publicada pela revista Forbes, do inicio de setembro, devolveu um pouco da alegria – e do orgulho - do carioca: nova-mente o Rio de Janeiro lidera a lista das dez cidades mais felizes do mundo, segundo o ranking da revista.

A pesquisa ouviu 10 mil pessoas em mais de 20 países. “Desde que Fred Astaire e Ginger Rogers apa-receram no filme ‘Voando para o Rio’, em 1933, o mundo ficou fas-cinado com o Rio de Janeiro. O ideário popular da cidade é reple-to de imagens de jovens dançan-do pela noite, tendo ao fundo as montanhas e o mar”, afir-ma a revista em seu site, sem esquecer-se de citar o carnaval carioca.Quem sabe essa tal “felicidade”saia da fic-ção e se torne, nova-mente, realidade! Nossa esperança são as mu-danças e os melhora-mentos que estão sendo feitos na cidade para a

Copa do Mundo de futebol que iremos sediar em 2014! Quem vi-ver verá! Só espero que não nos encontrem de sorriso amarelo.

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22 1 de Outubro de 2009DESPORTO

Liga dos CampeõesPorto soma e segue

Carlos Queiroz convocou 22 jogadores para o duplo e decisivo compromisso do Grupo 1 de apuramento para o Mun-dial-2010, com a Hungria (10 de Out., no Estádio da Luz) e Malta (14, no Estádio D. A. Henriques, em Guimarães).Destaque para os regressos de César Peixoto, do Benfica, e Nuno Assis, do V. Guimarães, bem como de Paulo Fer-reira, do Chelsea, este último após longa ausência dos relvados devido a lesão.«Depois de um longo processo de re-cuperação de uma lesão grave, [Paulo Ferreira] voltou à competição e ao grupo dos seleccionados, pela confiança que tenho nele», disse Queiroz, justificando a chamada de Assis e Peixoto com as «exibições, capacidades e qualidades que têm vindo a mostrar no V. Guima-rães e Benfica».Face à entrada destes três jogadores, e em relação aos eleitos para os jogos com a Dinamarca e Hungria, Carlos Queiroz deixou de fora o central José Castro (De-portivo), o lateral direito Miguel (Valên-cia) e o médio Maniche (Colónia).«O conjunto de jogadores que está nes-ta convocatória dá-me garantias. Estou optimista de que vamos cumprir com os nossos objectivos, que passam por ga-nhar os dois jogos com a Hungria e com Malta», afirmou Queiroz, em declara-ções ao site da Federação Portuguesa de Futebol.«Temos uma boa equipa, temos jogadores convictos, um espírito de grupo fantásti-co e uma vontade extrema de conseguir o grande objectivo que é qualificarmo-nos para o Mundial», reforçou o timo-neiro da equipa das quinas, apelando ao apoio dos adeptos portugueses.«Há um jogador especial que eu convo-co de forma inequívoca, que são os nos-sos adeptos. Com a ajuda do Cristiano Ronaldo, do Simão, do Pepe, do Bruno Alves e de todos os outros, este jogador fantástico que são os nosso adeptos vai ajudar-nos a ganhar», vaticinou.A dois encontros do final da fase de qua-lificação para o Mundial-2010, a equipa das quinas ocupa a terceira posição do Grupo 1, com 13 pontos, menos dois que a Suécia, segunda classificada, e a cinco da líder Dinamarca. Portugal precisa por isso de vencer os encontros com Hungria e Malta, mas, mesmo nesse caso, ficará dependente de terceiros para garantir o segundo lugar e o consequente apura-mento para o ‘play-off’.

Lista de convocados:

Guarda-redes: Beto (FC Porto), Eduardo (Sp. Braga) e Rui Patrício (Sporting);

Defesas: Bosingwa (Chelsea), Bruno Al-ves (FC Porto), Paulo Ferreira (Chelsea), César Peixoto (Benfica), Pepe (Real Ma-drid), Ricardo Carvalho (Chelsea) e Ro-lando (FC Porto);

Médios: Deco (Chelsea), Duda (Mála-ga), João Moutinho (Sporting), Nuno Assis (Vi. Guimarães),

Miguel Veloso (Sporting), Raúl Meire-les (FC Porto) e Tiago (Juventus);

Avançados: Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Liedson (Sporting), Nani (Manchester United), Nuno Gomes (Benfica) e Simão (Atl. Madrid)

In Record

Carlos Queiroz convoca 22

LIGA EUROPAAEK Atenas - 1 Benfica- 0Desinspiração na hora do remate dita desaire

Sem a chama habitual, assim a capacida-de para transformar em golos várias das oportunidades criadas, os encarnados perderam (0-1) em Atenas diante um ad-versário que, pese o empenho, não possui um valor por aí além…Após a vitória sobre o BATE Borisov, na jornada inaugural da Liga Europa, a equi-pa portuguesa deu um passo atrás na luta pela passagem aos 16 avos de final. O jogo ficou ainda marcado pela expulsão do gre-go Georgeas, a cinco minutos do final.O grupo I é agora liderado pelo Everton, com seis pontos, contra três do Benfica e do AEK.

Austria Viena- 1 Nacional- 1Equipa portuguesa estevea ganhar

Depois da derrota caseira frente ao Wer-

der Bremen na 1.ª jornada do Grupo L, a formação portuguesa apresentou-se em bom plano na Áustria e inaugurou o mar-cador graças a um excelente golo de Ru-ben Micael aos 35. Mas Schumacher fixou o resultado final aos 76’.O Nacional arrancou os primeiros pontos no Grupo L da Liga Europa ao empatar no terreno do Áustria Viena. A formação madeirense ainda esteve em vantagem, mas permitiu o empate na segunda parte.

Sporting - 1 Hertha Berlim - 0

Remate de Adrien põe fimao enguiço alemão

Um golo de Adrien, aos 18 minutos, valeu ao Sporting a segunda vitória em outros tantos jogos na Liga Europa. Frente ao Hertha (1-0), a equipa de Paulo Bento não conseguiu uma boa exibição, e acabou mesmo em sofrimento, mas deu um passo importante rumo ao apuramento, confir-mando a liderança no grupo D, com seis pontos. Fica assim quebrada a tradição le-onina de nunca ganhar a equipas alemãs.

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23PATROCINADORES

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A Revista da Tertúlia Tauromáquica Terceirense “Festa na Ilha” já chegou à Califor-nia. Custa $4.50 euros ou seja $6.50 dólares.Estará à venda na Padaria Popular (San José), Rosa Trade Rite Market (San José), Fer-nandes Linguiça (Tracy), Tribuna Portuguesa (Modesto).Sao 93 páginas de belas fotos e bons artigos sobre a Festa Brava da Terceira, Graciosa, São Jorge e até da California. Não perca o melhor das Ilhas.

Segunda garrafa5 cents

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24 1 de Outubro de 2009TAUROMAQUIA

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Forcados de Turlockem Albufeira

Tiro o meu chapéu ao José Luis Gomes, Cabo de Forcados de Lisboa, pelos conselhos e amizade que dedi-cou aos Forcados de Turlock durante a sua estadia em Portugal.

Tiro o meu chapéu aos Forcados da Chamus-ca por alguns deles terem vindo a Lisboa ver os seus amigos americanos a pegar no Campo Pequeno. Assim se fazem amizades.

Fico com o meu chapéu de lado, triste, e a pensar na falta de camaradagem de outros grupos de forcados portugueses. Sempre pensei que a forcadagem fosse um escola.

Na próxima edição falarei sobre outros porme-nores que observei durante a nossa estadia em Portugal. A Festa Brava está a atravessar uma crise de verdade, de falta de responsabilidade e de aficion. Na parte económi-ca, o Campo Pequeno tem-se revelado um sucesso, e o número de assistentes este ano às corridas, aumentou em todo o País, mas isso pode ter outra explicação.

Fico com o meu chapéu enterrado até às orelhas por ter visto o estado da iluminação da Praça de Albufeira. Aqui fica o meu pedido ao dono da praça e antigo matador de toiros, Fernando Santos - por favor ilumine melhor a sua bonita praça. Os aficionados, fotógrafos e artistas agradecerão.

Eu nem queria acreditar e o meu chapéu até voou com uma rabanada de vento forte de Oeste, nestes ultimos dias de Setembro. Com que então os nossos ami-gos, digo bem, amigos, da Festa de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine, ficaram com os bilhetes dos toiros e não os deram aos seus verdadeiros donos? Quem é que patrocinou aqueles bilhetes? Quem é que passou horas a desenhar aqueles bonitos bilhetes para serem atirados ao lixo?Em que mundo é que vivemos? Será que estamos no Afe-ganistão e somos amigos dos Talibans, que não gostam de toiros, nem de bilhetes coloridos?Fiquei realmente triste em saber esta notícia. Foi difícil de engoli-la.Nunca pensei, que, depois do bom exemplo da Festa do Espirito Santo de Gustine, se pudesse voltar a um passa-do que não tem justificação nenhuma. Só fica mal para quem o faz.

1ª foto: Grupo de Forcados de Turlock em Albufeira2ª foto: Pega bonita e fácil de Jason McDonald3ª foto: Pega falhada de Frank Parreira4ª foto: Boa pega de Michael Lopes, que subtituíu Frank P.Ao alto: Onde está o toiro? Pega de Donaldo Mota (a máqui-na recusou-se a focar durante o princípio da pega. Aquela luz!!!!

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25PATROCINADORES

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26 1 de Outubro de 2009ARTES & LETRAS

EntreMargens de Afectosde Gabriela Silva e Aida Baptista

Gabriela Silva pediu-me que fosse eu a oficializar o lança-mento na sua ilha do livro que escreveu de parceria com a sua

amiga Aida Baptista. Acedi, nem poderia ser de outro modo, mas depois de me ocor-rer que se tratava de um livro de autoras que afirmam a sua condição de mulheres e dela fazem gala, julgo que não deveriam ter aceitado um galo na festa (por mais que me queiram lembrar que o livro tem – ele próprio – a presença de um homem, o pin-tor Manuel Martins). Como já me aconteceu pior – no Funchal pediram-me uma vez que fosse eu a falar no lançamento de um livro sobre “O Padre António Vieira e as mulheres “ – não me será sobremodo difícil atravessar de novo para o outro lado do género. Dizia-se há décadas a propósito do socialismo de Má-rio Soares que desse socialismo até Ro-nald Reagan gostava. Pois agora também eu digo que deste feminismo até eu gosto, mas por razões que nada têm a ver com essa piada a Mário Soares, como adiante espero demonstrar.Sou de há muito admirador da verve e do verbo de Gabriela Silva. Foi exactamente essa admiração que me levou a convidá-la para a série de entrevistas que há quase uma década fiz para a RTP-Açores com personalidades açorianas. A reacção a esse programa confirmou perante os meus amigos e o público em geral que eu tinha razão nas referências que a ela frequente-mente fazia. Imagino que o impacto dessa sua presença televisiva terá levado a pró-pria RTP-Açores a lembrar-se dela ao criar um programa exclusivamente dedicado às mulheres e por elas produzido. A Gabrie-la –uma das três produtoras - encheu esse programa com a sua presença, a sua voz, o seu espírito.Sempre achei que eram de gravar muitas das suas frases. Já o fiz com e-mails seus. De uma vez agarrei de um deles e, sem tocar no conteúdo, apenas lhe dei a forma de poema partindo-o em versos. Enviei-o depois à própria Gabriela e a alguns ami-gos. Há dias, na Universidade dos Açores, o professor Urbano Bettencourt disse-me que, ao ter de falar numa aula a alunos es-trangeiros (da Galiza, Alemanha e Estados Unidos) sobre o tempo meteorológico aço-riano, socorreu-se desse e-mail-poema e leu-o aos alunos visitantes. Diz assim:

Onésimo Almeida

Ao entrarmos no Outono de 2009, pu-blicamos um magnífico texto do nosso amigo e distinto colaborador Onésimo Teotónio Almeida, professor catedrático na prestigiosa Brown University e um dos escritores mais prolíferos e profícu-os na língua portuguesa. Para esta pági-na de artes e letras é sempre uma honra termos um texto de Onésimo Almeida. É que os textos do Onésimo são sempre obras de arte. Desta vez escreve sobre um livro de duas amigas e grandes se-nhoras: Gabriela Silva e Aida Baptista.Leiam o texto do Onésimo e comprem o livro da Gabriela e da Aida.

Abraçosdiniz

Perguntam-me do outro lado do mundo, assustados com as notícias da TV,se o temporal nas Flores fez muitos es-tragos.Cá nada!Aqui, não há tempestade que valha a pena.Estou sempre a ver se há qualquer coisa para animar este marasmoum vulcãoum tsunami.Mas nada!Ventos a 100 quilómetros à hora?Isso é alguma coisa?Cada um tem as tempestades que mere-ce.

Neste livro, Gabriela surge igualmente vulcânica, mas mais serena. Se ele é todo produto de uma escrita “uterina”, como ela mesma sem rebuço a classifica, há também nesta escrita uma humanidade sem género. “Dia de Vapor”, “Noites de Julho”, “Chei-ro intenso a amor”, o próprio prefácio, são textos de um vigor notável, jactos em verbo fluente, rico e sugestivo, autênticos mergu-lhos no imaginário ilhéu, particularmente o das Flores. Mas destacarei aqui “Onde fica a América”, peça antológica sobre a presença histórica no imaginário açoriano das Califórnias perdidas de abundância de que fala o clássico (e tantas vezes citado) poema “Ilha”, de Pedro da Silveira. Não é

nada comum alguém que atingiu estatuto social nos Açores atrever-se a extravasar sobre a América sentimentos como os nesse texto expressos, porque eles são no fundo os sentimentos das gentes da clas-se mais pobre que nunca acreditou que a República Ideal sonhada por Platão fosse na Atlântida dos seus Açores. Para esses açorianos, a Ilha da Felicidade sonhada pela Margarida de Mau Tempo no canal ficava bem mais para Oeste, precisamente no continente americano. Nesse belo texto de Gabriela Silva – e que oportuna coin-cidência é salientá-lo aqui nesta Festa do Emigrante! – a voz da autora assume sem querer uma representatividade colectiva passando a simbolizar todas as mulheres que ela diz no prefácio pretender homena-gear com este livro. Mas porque não fo-ram apenas as mulheres com dificuldades

materiais que abalaram atrás do sonho de uma América que lhes matou a fome, essa voz é também a dos homens das ilhas, que nestas páginas igualmente se reverão em cheio.Os versos do livro são crónicas e só a intimidade os distingue do tom da prosa porque toda essa prosa poderia, como no caso que eu acima citei, ser transformada formalmente em verso. Afinal, esta lin-guagem é toda ela linguagem poética.Como o livro tem mais uma autora – Aida Baptista – passarei a ela, mas antes disso não resisto a uma sugestão da Leonor, mi-nha mulher. Sobre a Gabriela encontrou um retrato em prosa num quadro depen-durado na parede da sua casa, que a define magistralmente. O texto vem assinado por Pintos (que não sabemos quem seja, e reza assim:

GabrielaFeminino de Gabriel que significa “ho-mem de Deus”.Gabriela é um mistério. A sua sensibi-lidade e vulnerabilidade obrigam-na a proteger-se. Revela-se obstinada, inteli-gente e possui uma intuição que raramen-te engana.Criativa, com imaginação e inspiração, consegue fazer surgir das suas obras a beleza e o amor universais.

Não sei dizer melhor.Sobre a co-autora, Aida Baptista, terei de falar em separado. Se o livro reflecte posturas idênticas e um afecto intenso e profundo entre ambas e se fala abundan-temente de interesses e preocupações co-muns às duas escritoras são diferentes e, sobretudo, têm percursos diferentes. Nas-cida em terra firma, Aida Baptista foi cedo para outra América – a África ao tempo portuguesa que um dia se evaporou, dei-xando em todos os que lá viveram uma saudade sem remédio nem apelo. Angola ficou-lhe nos olhos que de lá trouxeram cores com sabores e cheiros e nunca mais a deixaram. Fala disso abundante e pre-claramente no seu belo livro de crónicas O Chão da Renúncia sobre o tempo em que, integrada num projecto de Ensino da Língua do Instituto Camões, voltou à sua pátria adoptiva.Antes disso, as voltas da vida levaram-na como leitora aos rigorosos frios da Fin-lândia e depois aos não menos gélidos in-vernos do Canadá. Toronto virou cidade sua como tão nitidamente ficou registado nos escritos que por aqui e por ali foi es-palhando e depois reuniu também nou-tro notável livro de crónicas, Passaporte Inconformado, onde revela uma imensa capacidade de identificação com os emi-grantes portugueses (em grande parte aço-rianos) daquele geograficamente imenso país e, particularmente, daquela cidade de Toronto. É por isso outra feliz coincidên-cia o lançamento deste livro aqui na Festa do Emigrante, se bem que nele não sejam muitas as suas referências a essa experiên-cia. Mas basta o texto sobre o livro Sorriso por Dentro da Noite para justificar a minha alusão a essa faceta da escrita da autora pois trata-se na verdade de um retrato pre-ciso da dramática situação actual da saúde de uma mulher que escreveu um dos mais

belos livros açorianos e portugueses sobre o sonho americano.Outro texto que ajuda a classificar este como um livro sobre a experiência emi-grante é “Candeias às avessas”, sobre o livro Arquipélago de Solidões, de Maria Candeias Leal, uma emigrante com a quar-ta classe. Essas páginas de Aida Baptista são emblemáticas da sua postura perante a emigração, da sua compreensão dessa rea-lidade e dos seus dramas.A força da sua escrita revela-se primoro-samente na crónica “Presépio vivo”, onde a prosa expressiva recria uma fortíssima experiência na sua vida de menina ainda desconhecedora de grandes realidades da vida. Se já não são muitas as moças que poderão ter presenciado e intervin-do numa situação daquelas, muito menos ainda são as que conseguiriam descrevê-la com aquela digna propriedade. Regresso à crónica sobre o livro de Maria Candeias, que acabou voltando à sua ilha natal, o Pico. E faço-o por não resistir a retomar o tópico que há pouco versei na minha charla sobre o modo como os nos-sos escritores se têm relacionado com as suas pátrias – a pátria-berço e a adoptiva. Aida Baptista cita Maria Candeias preci-samente sobre esse tema. Ela escreve:

A verdade é que adoro esta ilha que me viu nascer e onde me criei. Porém, não é menos verdade que amo Toronto. [...] estarei sempre dividida. Nunca serei to-rontina, como nunca serei picoense. É esta a sina de um emigrante: ficar sem pátria.

Cá na minha, acho que é mais enriquece-dor pensar-se que ficámos com duas pá-trias. A atitude positiva da Aida tem-lhe permitido viver com mais.De resto, as autoras deste Entre Margens de Afectos cruzam também elas, constan-temente, margens culturais e de género. O livro salda-se por um atraente equilíbrio entre algo que toca todas as pátrias e gé-neros: a sua humanidade. Ele não está de modo nenhum nas margens, e tem-na mes-mo bem no seu centro.

Lajes das Flores, 17 de Julho de 2009

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

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27 COLABORAÇÃO

Fios / Malhas/ Redes

Ana Cristina Sousa

[email protected]

Antes de apresentar os projectos para o ano lectivo de 2009/2010 da Coordenação de

Ensino Português na Califórnia e outros estados ocidentais (CEP.CA), gostaria de referir aquilo que foi feito até agora no âmbito desta estrutura de apoio técnico e pedagógico que, contando já com praticamente dois anos de existência, continua no entan-to a constituir uma inovação no panorama educativo deste estado e um interessante modelo de Co-ordenação sem paralelo noutros contextos.

O principal traço inovativo desta Coordenação é o facto de ter a sua sede numa universidade (Califor-nia State University, Stanislaus em Turlock) e não num consula-do (ou embaixada), sendo regida por um Memorando de Entendi-mento (Memorandum of Unders-tanding) assinado pelo Governo Português e representantes da-quela instituição, o qual compre-ende, para além das obrigações de serviço contidas na lei portu-guesa, várias outras incumbên-cias de ensino e desenvolvimento curricular inexistentes noutras coordenações. Tendo colaborado na definição deste perfil de co-ordenação, eu própria aceitei as-sumir maiores responsabilidades

numa área que considero ser um prolongamento do meu anterior trabalho como leitora de língua e cultura portuguesas na mesma universidade onde, na década de 90, criei e organizei o currículo de Estudos Portugueses.

Por outro lado, no seguimento dessa minha primeira estada na Califórnia, importantíssima eta-pa da minha vida profissional e pessoal, tenho vindo a desenvol-ver um trabalho de investigação e de intervenção pedagógica no âmbito da formação de professo-res de Português Língua Estran-geira com apoio das tecnologias que, enquanto Coordenadora, posso melhor traduzir na prática. Tendo toda a minha experiência a ver com o ensino, a formação e o desenvolvimento de currículos e professores, e pouco com a ad-ministração de pendor burocráti-co, penso trazer uma mais-valia importante ao Ensino Português na Califórnia. Ou seja, o meu já longo relacionamento com este contexto permite-me ter a pers-pectiva histórica de uma realida-de que me é muito próxima mas, ao mesmo tempo, pelo facto de não me ter aqui estabelecido de-finitivamente, é-me possível uma certa independência e distancia-mento crítico que me ajuda a pen-sar e propor um futuro alternati-

vo para o lento apagamento que a língua portuguesa está a sofrer neste estado.

Tendo pois sido feita a instalação e divulgação das estruturas da CEP.CA durante o seu primei-ro ano de vida, as actividades de apoio técnico e pedagógico aprofundaram-se no ano lectivo de 2008/2009, com o desenvolvi-mento de acções e projectos junto de escolas, professores, alunos e famílias, de acordo com os prin-cípios estratégicos definidos:

1. Desenvolvimento de relações pessoais e profissionais de con-fiança e proximidade;2. Criação de um sentido deper-tença a uma comunidade de prá-tica e aprendizagem em torno do Ensino Português;3. Promoção de uma cultura de colaboração e partilha entre to-dos os profissionais no terreno, independentemente da sua for-mação e qualificação.

Seguindo estes princípios enu-meram-se as principais acções desenvolvidas no ano lectivo pas-sado:

. Visitas a áreas escolares onde existem ou se pretendem criar ofertas de Ensino Português.. Contactos pessoais com admi-

nistradores, professores, alunos, famílias e representantes das ins-tituições comunitárias nos seus locais de trabalho e residência.. Levantamento das necessidades, problemas e possíveis soluções.. Curso online e presencial de formação de professores. Jornada de formação de profes-sores no âmbito da conferência anual da Luso-American Educa-tion Foundation.. Apoio pedagógico presencial e regular a professores nas suas es-colas; assistência a aulas e mode-lação de aulas, em vários níveis de ensino; consultadoria e apoio a projectos de professores e esco-las.. Criação e partilha de material didáctico e desenvolvimento de portais de recursos online.. Oferta de material pedagógico, livros, etc.. Conceptualização e introdução do Portuguese Enrichment Pro-ject que introduz segmentos de Ensino Português no currículo de escolas públicas do ensino bási-co (Elementary School) e 2º ciclo (Middle School).. Realização do projecto PEN in-terface, que promove o intercâm-bio entre turmas e professores do ensino secundário na Califórnia e Portugal.. Participação em actividades de carácter cultural e de divulgação

em escolas e comunidades.. Apresentação de comunicações e realização de oficinas em con-ferências da especialidade sobre o trabalho desenvolvido na Cali-fórnia, nomeadamente na intro-dução de novos materiais e tec-nologias no ensino.. Estabelecimento de relações de trabalho com editoras, sobretudo de material bilingue.

Não esquecendo que a CEP.CA é na verdade uma estrutura unipes-soal condicionada pela capacida-de diária de trabalho de uma só pessoa (a Coordenadora é a sua única funcionária técnico-peda-gógica e administrativa), penso poder afirmar que a Coordena-ção se pode hoje afirmar como um parceiro importante no pa-norama do Ensino Português na Califórnia, estando actualmente em marcha o desenvolvimento de colaborações e parcerias com outras organizações e individua-lidades para de forma mais eficaz e célere levar a cabo os seus pro-jectos no próximo ano lectivo.

Esse será precisamente o assunto do próximo artigo.

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Balanço do ano lectivo de 2008/2009

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28 1 de Outubro de 2009ENGLIH SECTION

portugueses e r v i n g t h e p o r t u g u e s e – a m e r i c a n c o m m u n i t i e s s i n c e 1 9 7 9 • e n g L i s h s e c t i o n

Ideiafix

Miguel Valle Á[email protected]

Mestre Hélio Beirão nominated

Jan. 15, 2006 - 2005 Persons of the Year [with his wife Maria das Dores]: Maestro Hélio Beirão’s masterful recording “Dona Vio-la, Minha Dama” (Lady Guitar, My Gentlewoman) will forever document his talent. This CD was not just a demonstration of Azorean talent as it was also a great example of humanism. [He] recorded the CD with pro-ceeds going to POSSO, […] a San José-based community as-sistance group. As a couple, they are a powerhouse of talent, gene-rosity, and dedication to the Por-tuguese-American community.

May 1, 2006 - The Atlantic Ocean’s turquoise and blue wa-ters announce the approach to the American coastline. On seat 19A of the airliner, I marvel God’s creation — this Earth and this man. On my iPod, Hélio Beirão plays “Lira”. His 15-string viola da terra translates a deep sense of saudade. It magically joins the Atlantic coastlines of the Azores Islands and those of the Ameri-cas. A small tear runs from my eye for Hélio Beirão’s “Olhos Pretos.” The artistic marriage of his guitar skills with his gentle heart make Mestre Hélio Beirão a precious jewel of our Portu-guese-American community and the entire Portuguese Dias-pora throughout the world. Too many times we recognize talent after the person is dearly depar-ted. Talent must be recognized and encouraged at all phases of one’s life. Hélio Beirão is a mas-ter in his own right, but he has also recognized and encouraged talent. From California’s beauti-ful wine country of Napa Valley to the world, Hélio Beirão is a true maestro and gentle man. As the airliner descends over the azure waters of the Atlantic that coat the white sugar sands of the Fort Lauderdale beaches, I turn off my iPod and bid farewell

(momentarily) to my friend Hé-lio and his beloved guitar. Até breve, Mestre!Sep. 15, 2007 - The sun rises from the East on the right side of Continental’s Boeing 737 at the sound of Hélio Beirão’s master-ful guitar interpretation, “O Sol” (The Sun). The same sun that awoke the Azores Islands just a few hours prior is now blessing the Florida coast. […] “Olhos Pretos” (Dark Eyes) plays on my iPod. The emotion of maes-tro Beirão’s guitar playing brin-gs a single tear that runs down my clean shaven face. Is it the Azorean saudade? Is it the re-membrance of that dark Tuesday [Sep. 11, 2001]? Is it the longing of being away from my wife and daughter for a few days? Is it the love for life? Is it the thankful-ness to God for being alive? It may well be a bit of all of the-se—thanks to my friend’s “Meu Bem” (My Dear) who brings the greatest of emotions with his traditional viola da terra.

May 1, 2008 -[During POSSO’s 32nd anniversary dinner] Guitar master Hélio Beirão was joined in a musical jam with newcomer Nelson Ponta-Garça on keybo-ards on a neoclassical rendition of Azorean folk music. These two performers bridge the gene-rations in the love for Azorean music.July 1, 2009—Now cruising at 35,000 feet, I looked for my fa-vorite trans-coastal song. “Bala-da do Pacifico,” composed and played by my dear friend Hélio Beirão. Again the “trinar da vio-la da terra” start the faucet going. Is it because of completing four decades of life, being away from home, expecting a second baby girl, or leaving my wife and dau-ghter on Father’s Day?Hélio Beirão’s masterful artistry brings the deepest of emotions. Bravo, Maestro!

What else to say about Helio Beirão? instrument of his native island.

However, soon after his arrival in California he suffered a crippling industrial accident while working as a cabinet-maker, in which he nearly lost his right hand, dama-ging the joints of his middle three fingers and thumb. After four ye-ars of repeated corrective surge-ries plus grueling physical thera-py, he was advised by doctors to resume playing classical guitar as a form of rehabilitation. The severity of Hélio’s injuries com-pelled him to reconfigure his gui-tar fingerings, but within a few years he was able to resume ac-companying fado singers on the Spanish classic guitar. He started to become a frequent presence on California stages, accompanying the finest Portuguese fado sin-gers of the era—Tony de Matos, Ada de Castro, Flora da Silva and others—who performed at Luso-centric venues up and down the state.Then, one evening in 1981, Hélio was asked to play viola da terra at a fundraising event. Despite limitations still imposed by his old hand injury, he fulfilled the request and, playing on a borro-wed instrument, rekindled his love and admiration for his nati-ve Terceira’s viola da terra. Still experiencing saudades—that famously untranslatable Portu-guese word for overwhelming longings—for his home island, as well as isolation imposed by cultural dissonances and the new language facing any immigrant to a new society, Hélio found the inspiration to resume playing his native viola da terra. The follo-wing year he asked his friend Damasceno Leal to craft him one to the identical centuries-old spe-cifications of an instrument that had been brought to California by a much earlier Terceiran emigrant at the turn of the century.According to the Azores’ lea-ding musical researcher, Lieu-tenant Francisco José Dias, the viola da terra is a hybrid of two instruments. Soon after the archipelago’s discovery by Portu-guese sailors in 1431, the islands’ first inhabitants, hailing from Bra-ga on mainland Portugal, brought with them their native guitar, cal-led the viola braguesa. Then, du-ring the invasion and occupation of the Azores by Spanish troops from 1580 to 1640, the Spanish guitar was introduced into the ge-neral population. Soon thereafter, Terceira’s ever-inventive natives combined the best attributes of both instruments to form a new one, creating the world’s unique marvel—the viola da terra. La-cking instructors and print ma-terials, Hélio mastered the viola da terra himself. Through many years of dedication, he developed chords that not only enhance the fingering over the fret board but also enrich the songs. Such te-chnique can be clearly heard in his recording Violas da Terra. Through this process of expan-ding Azorean folk music and the instrument’s potential, Hélio has affirmed that the viola da terra possesses the capacity to execute neo-classical music, catapulting the instrument beyond its role as strictly a folk instrument to that

of commanding the concert stage. In his commitment to enhancing musical opportunities within age-less melodies, and motivated by his passion for Azorean culture, he reaches into his innermost cre-ative soul to find inspiration for original compositions for the vio-la da terra. As Hélio participated in local cultural events, teaching and stimulating younger indivi-duals, and exploring the range of the viola da terra, people in Por-tuguese communities around the world soon took notice of his ta-lent and this unique instrument. Invitations poured in, especially for recitals in California’s Por-tuguese communities, estimated to be one million strong betwe-en immigrants and descendants. With grace and an ever-present willingness to disseminate the sounds of viola da terra, Hélio has starred on almost every sta-ge among California’s nearly 100 Portuguese community halls.About thirty years ago, after Hé-lio and his wife Maria moved their family to Napa, they began construction of their first adega: in Portuguese this term can mean a rural winery—in the Azores (most commonly on the island of Pico), typically a small stone-walled one room edifice, located in the fields by the grapes where people stored their wine and the implements—or a house where fado singing is performed. Thus the word was doubly apt for the venue the Beirãos built in Napa Valley wine country. After a fire mostly destroyed their humble first adega, they rebuilt a modern one, which serves as a guest-house as well as a salon for inti-mate gatherings promoting many facets of Portuguese culture. In a space accommodating about 100 people, they host evenings of fado and Portuguese folk music, poetry readings, book presenta-tions, an annual Holy Ghost ce-lebration in the tradition of the Azores, fundraising events for charitable organizations, myriad events dealing with teaching the viola da terra, singing groups and rehearsals for different artists. In addition to accompanying many fado singers on California stages, in 1991 Hélio expanded his mu-sical leadership by co-founding the vocal ensemble Harpejo, to “preserve the musical traditions brought by the immigrants from the Azores and add what we are now.” The success of this group, in both originality and quality of interpretations, has led to many requests to perform around the state.In 1997, Hélio assumed direc-torship of the Sacramento-based Grupo 9 Ilhas (Nine Islands Group, referring to the number of inhabited islands in the Azo-res), which includes both vocal and instrumental sections. Upon accepting his role, Hélio imme-diately began researching old ar-chives, interviewing local senior citizens and consulting experts around the world in a quest to find original, nearly forgotten songs from every island in the Azorean archipelago. The enormous suc-cess of this group captured the attention of the Portuguese me-dia, and soon shows were being

scheduled from Sacramento to San Diego in California, and in Vancouver, Toronto and New Be-dford. A few years later the group recorded its first CD, receiving unanimous praise for the quality of their interpretations and origi-nality of the songs.Internationally, Hélio has deli-ghted audiences from Vancouver and Toronto in Canada to Rio de Janeiro and São Paulo in Bra-zil, as well as in Lisbon and the Azorean islands of Santa Maria, São Miguel, Terceira and Pico in Portugal, with the unique sounds of his viola da terra. Besides his well-known stature as an enter-tainer, always ready to volunteer his time, talent and energy for any fundraising for the dozens of Portuguese non-profits inCalifornia, Hélio has donated the proceeds from his recording sa-les to Portuguese Organization for Social Services and Oppor-tunities, known by the acronym POSSO (Portuguese for “I can”).Realizing that misinformed and misguided guitar builders had been modifying the specifica-tions of the original viola da ter-ra by altering dimensions, Hélio has led the effort to preserve the instrument’s integrity and pre-serve the original characteristics of this unique instrument.In March 2004, Dr. Donald War-rin and his team from the Uni-versity of California-Berkeley’s Regional Oral History Office traveled to Napa to interview both Beirãos at length as part of ROHO’s mission to collect and preserve oral histories of “leading participants in or well-placed witnesses to major events in the development of Northern California, the West, and the na-tion.” In 2005, Hélio recorded a solo CD dedicated to the viola da terra. Playing both the most me-morable Azorean folk songs and many of his own compositions for the viola da terra, the CD has become an instant success. From around the globe the praise has poured in for this player and new composer. In 2008, culminating his role as the foremost exponent of and composer for the viola da terra as a concert instrument, the Government of the Azores asked Hélio to join artists, writers and musicians from Portuguese com-munities in creating a book and CD entitled Construir Cultura (Building Culture).The Portuguese Heritage Pu-blications of California believe Hélio Beirão is highly deserving of an NEA National Heritage Fellowship. The NEA’s recogni-tion will redouble Hélio’s deter-mination to continue teaching this instrument, it will allow him more time to compose, help gua-rantee the preservation a unique musical instrument and bring great joy and pride to California’s Portuguese community, of which Hélio is such a beloved and res-pected member.

José Rodrigues, PHPC PresidentFrom the nominating letter to the NEA

The Napa Valley’s Hélio Beirão is recognized as today’s foremost player of the viola da terra

(sometimes called the viola da Terceira) - a 15-string guitarlike instrument unique to his home island of Terceira in the Azores. Besides possessing impeccable musicianship, this Portuguese emigrant residing in Northern California for the past 43 years has: performed widely as a so-loist, accompanist, in ensembles, and with folk music and dance groups, including ones he has organized; composed his own music for the instrument; rese-arched the traditional Azorean music associated with the viola da terra extensively; educated others (especially in Portuguese-American communities) about the folk music of which the viola da terra forms such an integral part, including advocating for the preservation of the integrity

of the original instrument’s de-sign; hosted, with his wife, many Portuguese musical and literary events at their adega (salon); and donated his recording profits to a charitable organization serving Portuguese-American seniors.From an early age this self-tau-ght musician harbored a love for his native island’s folk music and the characteristic instrument at its core, the viola da terra, whi-ch originated on his native Ter-ceira—an island of 148 square miles and a population of just over 50,000 in Portugal’s Azo-res archipelago in the middle of the Atlantic Ocean. In childhood Hélio mastered the classic Spa-nish guitar—on which, by his early teens, he would often ac-company the most renowned lo-cal viola da terra players as well as many of mainland Portugal’s finest fado singers when they came to perform in the Azores.Hélio Beirão’s departure from the Azores in 1966 spurred his love for the music and unique

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29ENGLISH SECTION

Feast of Santo Antonio of Lisbon in San José

About Santo António

Fernando Martins de Bulhões, ve-nerated as Anthony of Padua or Anthony of Lisbon, (1190 or 1195 – 13 June 1231) is a Catholic saint

who was born in Lisbon, Portugal to a we-althy family and who died in Padua, Italy.

Anthony was born in Lisbon to Martim Vicente de Bulhões and wife Teresa Pais Taveira (a descendant of Alfonso VI of

Castile, and thus a half-third cousin once remo-ved of King Afonso II of Portugal, and brother of Pedro Martins de Bu-lhões (ancestor of the de Bulhão or de Bulhões family), in a very rich fa-mily of the nobility who wanted him to become educated; however, these were not his wishes. His family arranged sound education for him at the local cathedral school. Against the wishes of his family, Anthony entered the Augustinian Abbey of St. Vincent on the outskirts of Lisbon. The Canons Regular of St. Augustine, of which he was a member, were fa-mous for their dedication to scholarly pursuits. An-thony studied Scripture and the Latin classics.

After his ordination, Anthony was placed in charge of hospitality in his abbey. In this role, in 1219, he came in contact with five Franciscans who were on their way to Morocco to preach to the Muslims there. Anthony was strongly attracted to the simple Gospel li-festyle of the Francis-can friars. In February 1220, news arrived that the five Franciscans had been martyred in Moroc-co. Anthony meditated on the heroism of these Franciscans. He wanted to obey God’s call to lea-ve everything and follow Him. Anthony obtained

permission from his superiors to join the Franciscan order.

On the return trip to Portugal, his ship was driven by storm upon the coast of Sicily and he landed at Messina. From Sicily he made his way to Assisi and sought admis-sion into a monastery in Italy, but met with difficulty on account of his sickly appea-rance. He was finally assigned, out of pure compassion, to the rural hospice of San Paolo near Forlì, Romagna, Italy, a choi-ce made after considering his poor health.

There he appears to have lived as a hermit and was put to work in the kitchen.

One day, on the occasion of an ordination, when a great many visiting Dominican monks were present, there was some misun-derstanding over who should preach. The Franciscans natu-rally expected that one of the Dominicans would occupy the pulpit, for they were renowned for their preaching; the Domi-nicans, on the other hand, had come unprepared, thinking that a Franciscan would be the ho-milist.

In this quandary, the head of the hermitage, who had no one among his own humble friars suitable for the occasion, called upon Anthony, who he suspec-ted was most qualified, and en-gineered him to speak whatever the Holy Spirit should put into his mouth. Anthony objected but was overruled, and his ser-mon created a deep impression. Not only his rich voice and ar-resting manner, but the entire

theme and substance of his discourse and his moving eloquence, held the attention of his hearers.

At that point, Anthony was commissio-ned by Brother Gratian, the minister pro-vincial, to preach the Gospel throughout Lombardy, a region in northern Italy. From then on his skills were used to the utmost by the Church. Occasionally he took another post, as a teacher, for instan-ce, at the universities of Montpellier and Toulouse—both in southern France—but it was as a preacher that Anthony revealed his supreme gift.

In 1226, after attending the Franciscan chapter at Arles, France, and preaching in the French region of Provence, Anthony returned to Italy and served as envoy from the general chapter to Pope Gregory IX. At the Papal court, his preaching was hailed as a “jewel case of the Bible” and he was commissioned to produce “Sermons for Feast Days.”

Anthony became ill with dropsy and, in 1231, went to the woodland retreat at Cam-posampiero with two other friars for a res-pite. There Anthony lived in a cell built for him under the branches of a walnut tree. Saint Anthony died on 13 June 1231 at the Poor Clare convent at Arcella on the way back to Padua at age of 36.

When he died, it is said that the children cried in the streets and that all the bells of the churches rang of their own accord, rung by angels come to earth to honour the death of the saint. He is buried in a cha-pel.

Anthony of Padua has been cal-led the most celebrated of the followers of Saint Francis of Assisi. He is the patron saint

of Padua and of Portugal, and is especially invoked for the recovery of lost things.[2]

Proclaimed a Doctor of the Church on January 16, 1946, he is sometimes called “Evangelical Doctor”.

Each year on the weekend of the last Sun-day in August, Boston’s North End holds a feast in honor of St. Anthony. Referred to as the “Feast of all Feasts”, St. Anthony’s Feast in Boston’s North End was begun in 1919 by Italian immigrants from Monte-falcione, a small town near Naples, where the tradition of honoring St. Anthony goes back to 1688. The feast has become the lar-gest Italian religious festival in the United States.

On January 27, 1907 in Beaumont, Texas, a church was dedicated and named in ho-nor of St. Anthony of Padua. The church was later designated a cathedral in 1966 with the formation of the Roman Catho-

lic Diocese of Beaumont, but was not formally consecrated. On April 28, 1974, St Anthony Cathedral was dedicated and consecrated by Bishop Warren Boudre-aux. In 2006 Pope Benedict XVI granted St. Anthony Cathedral the designation of minor basilica. St. Anthony Cathedral Ba-silica celebrated its 100th anniversary on January 28, 2007.Seventeenth century Spanish missiona-ries came across a small Native American community along what was then known as the Yanaguana River on the feast day of Saint Anthony and renamed the river and eventually a mission built nearby in his honor. This mission became the focal point of a small community that eventu-ally grew in size and scope to become the city of San Antonio, Texas.St. Anthony is known in Brazil and Portu-gal as a marriage saint, because legend has him as one who conciliated couples. His feast day, June 13, is Lisbon’s municipal holiday, celebrated with parades and mar-riages of humble couples, and he is one of the saints celebrated in the Brazilian Festa Junina (along with John the Baptist and Saint Peter). The previous day, June 12, is the Brazilian Valentine’s Day.In Uvari, in Tamil Nadu, India, the chur-ch of St. Anthony is home to an ancient wooden statue that is said to have cured the entire crew of a Portuguese ship suffe-ring from cholera. St Anthony is said to perform many miracles daily, and Uvari is visited by pilgrims of different religions from all over South India.

Santo António, Doctor of the Church, Wonder Worker, Professor of MiraclesBorn: 15 August 1195 (traditional), Lis-bonDied: 13 June 1231, Padua

Canonized: 30 May 1232, Spoleto, Italy by Pope Gregory IXMajor shrine: Basilica of Saint Anthony of Padua in Padua, ItalyFeast: June 13Attributes: Book; Bread; Infant Jesus; Lily

Patronage: American Indians; animals; barrenness; Beaumont, Texas; San Anto-nio, Texas; Brazil; Elderly people; faith in the Blessed Sacrament; Ferrazzano, Italy; Fishermen; Franciscan Custody of the Holy Land; Harvests; Horses; Lisbon; lost articles; lower animals; Mail; Mariners; oppressed people; Padua, Italy; Philippines (Cavite, Masbate & Sibulan); poor people; Portugal; pregnant women; seekers of lost articles; shipwrecks; starvation; sterility; Swineherds; Tigua Indians; travel hostes-ses; travelers; Watermen

Source: Wikipedia

Five Wounds Portuguese National Church in San José, CA celebrated its annual Feast of St. Anthony of Lisbon the week of September 24-27. Celebrations started with Masses on Thursday and Friday evenings, Mass and dinner on Saturday, and Solemn Mass followed by procession on Sunday accompanied by Sociedade Filarmónica União Popular.The celebrations were presided by Pastor Fr. Donald Mor-gan and Parochial Vicar Fr. António Reis.Fr. Morgan who has taken over for Fr. Tony Mancuso on July 1st, will be officially installed next Sunday, October 4th by San José Bishop Patrick J. McGrath during the eleven o’clock Mass.

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N ã o f a l t e à m e l h o r F e i r a T a u r i n a d a C a l i f o r n i a

FESTAS

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31ENGLISH SECTION

On the Archipelago of the Azores, the once called Jesus Christ’s Island was later rena-

med Terceira Island, due to the fact that it was the third island discovered by the Portuguese in the 15th century, after the islan-ds of Santa Maria and S Miguel were first sighted. Terceira’s ca-pital took the name of Angra, because it fronts a bay, (angra in Portuguese). On opposite sides of the bay, the city of Angra is flanked by a couple of what have become popularly known as Castelos (castles). The first is the Fort of S Sebastião, also called Castelinho (littlecastle). It is located on the east side of Angra Bay, and was named in memory of King Se-bastião of Portugal. Its construc-tion began in 1555. In the 1960’s it served as headquarters for the Port Authority, Maritime Defen-se and Radio Naval. Presently, it has been remodeled for a Pousa-da (touristic inn). The renowned and earliest Azo-rean historian, Gaspar Frutuo-so, wrote: “On the east side of the bay and harbor of Angra is the fortress called S Sebastião.”

(Saudades daTerra, Volume VI). António Cordeiro, another early historian, spoke of it as a fortress “surrounded by a great wall and battlements, with several pieces of artillery to provide protection against attacks by invaders.” (Historia Insulana). King Sebastião, born in 1554, was the son of Prince João, heir apparent to King João III, and the sole survivor of that king’s eleven children. The Prince, plagued by chronic infirmities, married Princess Joana of Spain in 1552. He was 15 years old and she was 17. The prince died on January 2, 1554 before reaching his 17th birthday. On January 19 of that year, princess Joana gave birth to a son, who was named Sebas-tião. On June of 1557, King João III died unexpectedly, when Se-bastião was only three years old. (Joaquim Ferreira, Historia de Portugal, 1951 Edition). In his minority, Sebastião’s gran-dmother and widow-queen, Cata-rina, became the royal regent. She resigned in 1562, and transferred the regency to her brother-in-law and Sebastião’s grand-uncle, Cardinal Henrique. The regency ended on January of 1568 when

Sebastião reached the age of 14. Several historic accounts portray Sebastião as a megalomaniac in-dividual, who fancied himself to be a messianic God’s Captain, a Holy Crusader and the incar-nation of Sir Galahad. Every at-tempt made to get him married was simply unsuccessful. He was so obsessed with dreaming up military adventures and heroic battles, that he completely ne-glected to perform his duties as a sovereign. Contrary to everyone’s advice, including that of King Fi-lipe II of Spain, Sebastião (at age 24) led a motley army of 17,000 men (conscripts and mercenaries) for an invasion of Morocco. The fleet left Portugal on June 25, 1578. At Alcacer Quibir, on Au-gust 4, the Moors defeated and annihilated the invaders. Sebas-tião was killed, leaving no heirs and a country in the throes of total ruin. Two years later, Spain annexed Portugal. The Spanish kings ruled Portugal for the next six decades. After the disaster of Alcacer Qui-bir, Cardinal Henrique was crow-ned the new king of Portugal. He was already a feeble old man at age 66, suffering from tuberculo-

sis. Some attempts were made to secure a dispensation of his vows from Rome, as well as permis-sion to get married, with faint ho-pes of presenting a rightful heir to the throne. However, it never materialized one way or another, as the Cardinal died on January 31, 1580, having ruled the coun-try for 16 months. It was during Spain’s annexation of Portugal that the mighty for-tress of São Filipe was built at the foot of Monte Brasil, on the western edge of Angra on Tercei-ra Island. It was later renamed Castelo São João Baptista, after the 1640 re-volt which took place in Lisbon, when Portuguese nobles and pe-asants expelled the Spaniards, restored Portugal’s independence and elected the Duke of Braganca as King João IV. In 1643 a church was built inside

the Castelo and named São João Baptista. It was destroyed by a fire in 1818 and rebuilt in 1820. Later it was closed and made into a mess hall for the soldiers. In the 1960’s it was repaired and opened for church services. The Castelo is presently used as hea-dquarters for a Portuguese Infan-try Regiment. The construction of Castelo São João Baptista, dubbed the Azo-rean Gibraltar, most probably be-gan in 1591 as a Spanish Presidio. According to Francisco Ferreira Drumond, (Annals of Terceira Is-land, Volume I), the British Earl of Essex unsuccessfully tried to attack Angra in 1597, as he was pursuing the fleet of Spanish Captain Guarivai, who had taken refuge there, and transferred a treasure of millions of gold to the safety of the fortress.

California Chronicles

Ferreira Moreno Castles on Terceira Island

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