POLÍTICA DE RISCO
VIGENTE A PARTIR DE: FEVEREIRO / 2019
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SUMÁRIOPOLÍTICA DE RISCOS ................................................................................................. 41.1 Objeto ................................................................................................................ 4
1.2 Fundamentos da Política de Gestão de Riscos ..................................... 5
Conceito geral ...................................................................................................... 5
Precificação .......................................................................................................... 5
Definição de Perfis de Clientes e Monitoramento .................................... 5
Procedimentos adotados em casos de desenquadramento dosFundos .................................................................................................................... 6
1.2. Risco de Mercado............................................................................................ 71.3. Risco de Crédito e Contraparte ..................................................................... 91.4. Risco de Liquidez .......................................................................................... 12
1.4.3. Critérios Utilizados no Gerenciamento e Controle da Liquidezdos Fundos.......................................................................................................... 15
1.4.4. Elementos da Gestão de Liquidez, Passivo e Resgates dosFundos .................................................................................................................. 15
1.5. Risco Operacional ......................................................................................... 171.6. Risco Legal ..................................................................................................... 181.7. Risco de Imagem ........................................................................................... 181.8. Risco Sistêmico.............................................................................................. 191.9. Governança, Diretor e Organograma da Área de Risco ......................... 191.10. Testes de Aderência às Metodologias ....................................................... 211.10. Vigência e Atualização ................................................................................. 221.11. Disposições Gerais ...................................................................................... 221.12. Controle de versões .......................................................................................... 22
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POLÍTICA DE RISCOS
1.1 Objeto
Pelo presente documento, a TRIAR GESTÃO DE RECURSOS LTDA. (“Triar”), vem, nos
termos da Instrução CVM 555/15 e das normas emanadas pela Associação Brasileira
das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – ANBIMA, definir sua Política
de Risco que serve como base para orientar o fluxo de tomada de decisão da Triar.
A Diretoria de Compliance e Risco da Triar tem como objetivo monitorar a exposição
aos fatores de risco inerentes aos investimentos realizados pelos fundos de
investimento (“Fundos”) e pelas carteiras administradas (“Carteiras”). Tal
monitoramento se dá através de análise acercados limites e da volatilidade dos ativos
em relação à exposição aos mercados, considerando a relação dos mesmos com
diversos cenários, buscando sempre identificar os potenciais eventos que possam vir
a afetar os resultados da Triar, dos Fundos e/ou das Carteiras.
Neste manual estão relacionados os critérios e parâmetros utilizados para
gerenciamento dos tipos de riscos e seus pontos de controle.
A Diretora de Compliance e Risco sempre deverá verificar e apresentar ao Comitê de
Investimentos os parâmetros atuais de risco dos Fundos e das Carteiras. Também
devem ser discutidos e aprovados os limites de crédito.
A gestão de recursos de terceiros é, por sua vez, de responsabilidade do Diretor de
Gestão, auxiliada por seus analistas de gestão (“Diretoria de Gestão”). A Diretoria de
Gestão elabora e submete estudos, análises e recomendações ao Comitê de
Investimentos.
Adicionalmente, os regulamentos e demais documentos dos Fundos sob gestão da Triar
conterão disposição expressa de que a política de gestão de riscos aqui estabelecida
visa monitorar e mitigar os riscos inerentes aos Fundos, entretanto, esta não constitui
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garantia de proteção a perdas que possam ser ocasionadas aos Fundos e seus
investidores.
A Diretoria de Gestão monitora rotineiramente os investimentos realizados e submete
as análises e os relatórios ao Comitê de Investimentos, cujas reuniões têm frequência
mensal, podendo ser convocadas em periodicidade menor caso haja necessidade.
Todas as deliberações do Comitê de Investimentos são formalizadas nos arquivos
internos da Triar.
1.2 Fundamentos da Política de Gestão de Riscos
Conceito geral
A abordagem de risco da Triar foi estruturada para alinhar estratégia e perfil do cliente
com todo o processo de gestão. O acompanhamento dos riscos aos quais as carteiras
sob sua gestão estão expostas é realizado com o auxílio de sistemas contratados pela
Triar, sem prejuízo da utilização de metodologias próprias por ela desenvolvidas.
Precificação
A precificação dos ativos de fundos de investimento geridos pela Triar será realizada
pelo administrador fiduciário, que observará os preços apresentados em bases de
dados públicas. Quando tratar-se de carteira administrada, a Triar precificará os ativos
de acordo com os termos do contrato de gestão celebrado com o cliente ou, ainda, de
acordo com o manual de precificação do prestador de serviços de custódia contratado.
Definição de Perfis de Clientes e Monitoramento
A definição da política de investimentos dos clientes da Triar é realizada após a análise
do perfil do investidor, e está relacionada com a relação risco/retorno que o cliente
pode ou está disposto a suportar em vista de seu perfil. A política de investimentos é
definida em vista do tipo do ativo, da rentabilidade e do risco dos ativos em bases
históricas. A Triar atualizará o perfil do investidor em periodicidade ao menos anual,
bem como avaliará, junto ao cliente, a necessidade de alteração de sua política de
investimento em função da eventual alteração de seu perfil.
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A implementação da política de investimento com base no perfil do investidor é
acompanhada durante toda a duração da relação do cliente com a Triar. O risco de
desenquadramento do perfil do cliente deve ser baixo, levando em consideração toda
análise, levantamento patrimonial e financeiro. Porém, caso ocorra o
desenquadramento, será definida pela Diretoria de Gestão uma nova sugestão de
carteira de acordo com o novo perfil, que será discutida e aprovada pelo cliente,
inclusive com relação ao prazo para implementação.
Procedimentos adotados em casos de desenquadramento dos Fundos
Embora a Triar possua controles de pré-enquadramento para impedir ou mitigar a
ocorrência de desenquadramentos ativos, oscilações naturais de mercado podem
ocasionar desenquadramento passivo de posições nos Fundos. Por desenquadramento
passivo, entende-se fatores exógenos e alheios à vontade da Triar que causem
alterações imprevisíveis e significativas no patrimônio líquido do Fundo ou nas
condições gerais do mercado de capitais. Nesse caso, o prazo para reenquadramento
é de 15 (quinze) dias consecutivos, nos termos da Instrução CVM nº 555/14, devendo
as áreas de risco e compliance diligenciar para que o reenquadramento ocorra neste
prazo.
Não obstante o acima previsto, em caso de qualquer outra situação de
desenquadramento não caracterizado como passivo, a Triar cessará qualquer atividade
que possa agravar o referido desenquadramento e adotará, imediatamente,
providências para reduzir as posições que estejam desenquadradas até a devida
regularização.
Para cada desenquadramento ativo, o Diretor de Gestão deverá justificar, em formulário
próprio ou e-mail, o motivo do desenquadramento, a estratégia e o prazo para
reenquadramento, enviando o mesmo para a Diretora de Compliance e Risco. No
máximo até o dia seguinte ao do desenquadramento, a área de risco deve interagir com
o administrador fiduciário do respectivo Fundo para confirmar e justificar tal
desenquadramento, já informando a estratégia e o prazo de reenquadramento.
A impossibilidade reenquadramento no prazo indicado na estratégia definida deverá ser
formalmente justificada pela área de riscos, por escrito. Tal justificativa deverá ser
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enviada ao administrador fiduciário do Fundo para que este encaminhe à CVM, nos
termos da regulamentação aplicável.
1.2. Risco de Mercado
1.2.1. Definição e objetivos
O Gerenciamento de Risco de Mercado nos veículos regulados pela Instrução CVM 555
(ICVM 555) e Carteiras Administradas, geridos pela Triar, é um procedimento que tem
por objetivo mensurar e controlar a flutuação do valor presente das posições detidas
pelos mesmos. Para que este objetivo seja cumprido, a equipe de gestão avalia
periodicamente os relatórios emitidos e o nível de utilização dos limites previamente
estabelecidos (quando houver).
Este procedimento é efetivo no processo de avaliação dos investimentos, pois
incorpora a já analisada expectativa de retorno, uma ferramenta a mais na
quantificação de risco de mercado.
1.2.2 Abrangência
Está contido nesta análise todos os ativos nos quais a Triar realizou investimento
através dos fundos ICVM 555 e Carteiras Administradas, também existindo a
possibilidade de se realizar simulações sobre investimentos hipotéticos, para que
relações ótimas de retorno e risco sejam encontradas.
1.2.3 Periodicidade
Para efetivo gerenciamento de risco de mercado, a Diretoria de Compliance e Risco
elabora, diariamente, relatórios contendo os investimentos realizados e os respectivos
riscos de mercado incorridos.
1.2.4 Limites
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Os limites de risco, quando aplicáveis, são decorrentes dos respectivos documentos
dos veículos anteriormente citados ou são decorrentes de limites internamente
estabelecidos. O objetivo de elaboração de limites de risco é delimitar valores
conhecidos de oscilação e concomitantemente estabelecer planos de alocação para
eventualidade de ocorrência de retornos diferentes do esperado.
1.2.5 Metodologia
A metodologia para controle de risco de mercado é baseada em cenários de estresse
(“Stress Scenario”). Para definição do Stress Scenario, a Diretora de Compliance e
Risco se reúne, periodicamente, com o Diretor de Gestão e com o COO da empresa.
São apresentados retornos históricos observados em períodos de alta volatidade,
estudos econométricos e cenários de estresse da B3.
Finalmente, são sugeridos cenários para os ativos com efetivo potencial para
investimento.
Diariamente, todas as alocações dos veículos anteriormente citados são reavaliadas
de acordo com o Stress Scenario, posteriormente estes valores são comparados aos
limites previamente estabelecidos, se houver.
1.2.6 Base de dados
Os dados relativos à alocação são recebidos de maneira eletrônica pela Diretoria de
Risco e Compliance. O responsável pela produção de base de dados relativa à alocação
é sempre o respectivo administrador do veículo.
1.2.7 Relatórios
Farão parte dos relatórios as seguintes informações: data base, volume financeiro
alocado por tipo de investimento, respectivo resultado em Stress Scenario, limites
previamente estabelecidos, se houver, e percentual de utilização do limite, se houver.
1.2.8 Da verificação do cumprimento estrutura de risco de mercado
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O cumprimento da presente política deve ser devidamente documentado e objeto de
verificação.
1.2.9 Da Divulgação
Nenhum relatório de risco de mercado pode ser divulgado, mesmo que privadamente,
sem a autorização da Diretora de Compliance e Risco ou do COO da empresa. Se for
constatada a inobservância da regra acima citada, a situação será relatada ao Comitê
Executivo e este providenciará as ações necessárias. Cabe salientar que em alguns
casos podem ser aplicadas advertências formais e em outros, mais significativos, pode
haver o desligamento da instituição por justa causa.
1.3. Risco de Crédito e Contraparte
Possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador
ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à
desvalorização do contrato de crédito decorrente de deterioração na classificação do
risco do tomador, redução de ganhos ou remunerações, às vantagens concedidas na
renegociação e aos custos da recuperação.
O Risco de Crédito está associado a possíveis perdas que o credor possa ter pelo não
pagamento por parte do devedor dos compromissos assumidos.
Cumpre ressaltar que todo ativo de crédito é previamente analisado, sendo que a due
diligence sempre vai se apoiar no conhecimento pregresso dos sócios, a experiência
profissional dos mesmos, e todo o arcabouço de conhecimento técnico. Assim, procura-
se agregar a vivência profissional e expertise para conseguir detectar as melhores
opções nas diversas categorias de ativos, levando também em conta o porte e binômio
preço retorno que é fundamental.
A Triar busca investir majoritariamente e preferencialmente em crédito privado através
de fundos de investimento especializados no segmento. Por meio desse relacionamento
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e estreita parceria com os gestores especializados, a Triar apoia-se em sua análise e
diligência, buscando também referência nas principais Agências de Rating. De qualquer
forma, caso a Triar decida investir em algum papel diretamente, o foco sempre será em
emissores com rating AA, ou melhor, por pelo menos uma das três principais Agências
de Rating, ou, no caso de não atender a esse critério, estar sob o limite de cobertura
do FGC. A Triar não opera ativos exóticos e sempre busca utilizar ao máximo a estrutura
das parceiras que possui no segmento, incluindo acesso à lista de emissores com limite
de crédito aprovado por cada um de seus parceiros (ex. bancos, corretoras, e gestoras).
Ainda assim, é realizada uma análise interna e qualquer ativo e/ou fundo será
submetido para aprovação ao Comitê de Investimentos composto pela equipe de
investimentos e a Diretora de Compliance e Risco, Clara Lerco. Todos possuem direito
a um voto e a aprovação se dará por unanimidade.
Os ativos são acompanhados através da análise constante de demonstrativos
financeiros, conversas mensais com analistas e gestores do segmento, e
acompanhamento do setor como um todo e da economia em geral.
Para cada fundo, quando aplicável, haverá uma exposição máxima para determinado
nível de rating e de concentração por emissor (com exceção para ativos com rating AAA
por pelo menos uma das três principais agências de rating), devendo a Diretoria de
Compliance e Risco monitorar os referidos níveis e conferir eventuais alterações
realizadas pela área de gestão da Triar.
Para a gestão do Risco de Crédito, a Triar buscará estabelecer mecanismos de
mitigação de risco e monitoramento contínuo dos indicadores de crédito escolhidos.
Seguindo o descrito no Ofício-Circular/CVM/SIN/Nº 6/2014, a análise de créditos e
contrapartes feita pela Triar deverá verificar os seis elementos abaixo:
(i) Caráter: fatores como a pontualidade do devedor no cumprimento de suas
obrigações e a sua experiência no ramo;
(ii) Capacidade: eficiência de diferentes setores de um determinado negócio e sua
habilidade em gerar retornos;
(iii) Capital: índices financeiros como lucratividade, endividamento e liquidez;
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(iv) Colateral: aspectos das garantias apresentadas;
(v) Condições: análise referente à existência de concorrentes ao negócio do
devedor; e
(vi) Conglomerado: verificação do grupo econômico do qual o devedor faz parte.
Monitoramento
Para o gerenciamento de risco de crédito, a Triar adota as seguintes práticas,
constantes no Ofício-Circular n° 6/2014/CVM/SIN e no Código ANBIMA de Regulação
e Melhores Práticas para Administração de Recursos de Terceiros:
• Levar em consideração os fluxos de caixa esperados, os prazos de pagamento
de resgate e os períodos em que os resgates podem ser solicitados e manter caixa
suficiente para um determinado período definido de acordo com as características dos
investidores e dos investimentos da carteira dos veículos de investimento;
• Considerar, para a gestão de liquidez de ativos de crédito privado, a
possibilidade de alienação do ativo em mercado secundário;
• Estabelecer, se necessário, uma taxa mínima de conversão de carteira em caixa
ou um percentual de liquidez imediata das transações de crédito, a ser definida pela
Diretora de Compliance e Risco;
Os controles e processos da Triar são capazes de: (i) fazer o cadastramento dos
diferentes ativos que podem ser negociados pelos veículos de investimento,
possibilitando armazenar características desses ativos1, conforme análise realizada
pela Diretora de Compliance e Risco; (ii) fazer a precificação com base no tipo de ativo
e nos demais fatores de risco, e preservar a memória de cálculo, incluindo as fórmulas
e variáveis utilizadas no modelo; (iii) emit ir relatórios gerenciais para monitoramento
das operações adquiridas, bem como mensurar, tanto em nível individual quanto em
nível agregado de operações com características semelhantes, a exposição ao risco de
crédito em condições normais e em cenários estressados; e (iv) projetar fluxos de caixa
não padronizados, representar curvas de crédito e calcular valor presente das
operações.
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Ademais, nas reavaliações, deve-se monitorar a qualidade e capacidade de execução
das garantias dos ativos, quando relevante. Para o monitoramento das garantias, a
Triar deverá:
(i) Avaliar a possibilidade de execução das garantias, definindo critérios
específicos para essa avaliação;
(ii) Considerar a variabilidade do valor de liquidação, atentando também para os
prováveis valores de venda forçada;
(iii) Definir os percentuais de reforço de garantia (overcollateral) em função de um
valor conservador de liquidação forçada;
(iv) Prever, sempre que aplicável, a inadmissibilidade de recebimento em garantia
de bens cuja execução possa se tornar inviável, como bens essenciais à
continuidade da operação de devedor, bens de família, grandes áreas rurais em
locais remotos e imóveis com função social relevante;
(v) Verificar a possibilidade de favorecer ativos que tenham um segundo uso
explícito (por exemplo, terreno industrial que pode ser convertido em
residencial), levando em consideração o potencial econômico do ativo não só
para o usuário atual, mas também em relação a outros potenciais usuários;
(vi) Quando houver o compartilhamento de garantias: (a) assegurar que o
compartilhamento é adequado à operação; e (b) verificar se a parte da garantia
que lhe é cabível está livre e em que condições poderá ser executada.
1.4. Risco de Liquidez
O objetivo deste Política de Liquidez é definir os procedimentos que deverão ser
seguidos, em relação ao risco de liquidez, para o alinhamento entre as exposições
detidas pelos fundos geridos pela Triar e o nível de segurança acordado com a diretoria
da empresa.
Nos termos desta Política, entende-se por risco de liquidez a ocorrência de
desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis, ou sejam descasamentos
entre pagamentos e recebimentos que possam afetar a capacidade de pagamento dos
veículos de investimento, levando-se em consideração as diferentes estratégias e seus
respectivos prazos de liquidação de seus direitos e obrigações.
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1.4.1 Definição do Veículo de Investimento
Especificamente para os fins previstos nesta Política, os veículos de investimento serão
divididos em dois: os veículos abertos a investidores e os veículos com público alvo
restrito, pois enquanto o primeiro grupo deve ser entendido efetivamente como um
condomínio, com os respectivos condôminos convivendo com os riscos inerentes da
estrutura, o segundo grupo deve ser entendido como uma estrutura que viabiliza uma
específica estratégia de investimento, uma alocação elaborada muito especificamente
para aquele público restrito, uma alocação acompanhada muito de perto e com isto, na
própria alocação e posteriores realocações a liquidez já é contemplada. Em adição,
como no segundo grupo há grande concentração das cotas em poucos cotistas, estes
podem, por exemplo, agendar assembleias extraordinárias e alterar o regulamento,
inclusive a liquidez, mais um motivo pelo qual na alocação e posteriores realocações a
liquidez já é contemplada.
A divisão dos veículos entre aberto a investidores ou com público alvo restr ito é feita
preponderantemente pela análise do respectivo regulamento. Eventual reclassificação
entre as duas possibilidades anteriormente antecipadas somente poderá ser realizada
pela Diretora de Compliance e Risco, sendo necessário para esta haver razões
objetivas como: existência de poucos cotistas num veículo aberto a investidores,
concentração de cotistas num grupo com relações comuns ou existência de poderes
específicos para um grupo de cotistas. Eventual reclassificação de veículo aberto a
investidores para veículo com público alvo restrito acarretará o estabelecimento do
limite de liquidez mínima de 50% do limite calculado para o respectivo grupo de
comparação (“Peer Group”), conforme abaixo descrito.
1.4.2 Metodologia
Para os veículos abertos a investidores primeiramente será criado um Peer Group,
sendo este grupo constituído por veículos similares ao veículo aberto para o qual se
deseja entender o risco de liquidez.
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Para o Peer Group, que deverá ter pelo menos 6 veículos, será realizado um estudo,
com dados públicos de patrimônio líquido e número de cotistas, de tal forma que se
encontre os piores casos de liquidez.
A metodologia para controle de risco de liquidez é baseada em Stress Scenario. Para
definição dos cenários de estresse, a Diretora de Compliance e Risco estuda o que
aconteceu no passado com os fundos que compõem o Peer Group e, com intervalo de
confiança de 99,5%, estabelece o Risco de Liquidez em Stress Scenario. O Stress
Scenario obtido para cada uma das famílias corresponde à média do Stress Scenario
obtido para cada um dos fundos, sendo para tanto desprezados os 2 valores extremos.
Como o Peer Group pode sofrer alteração de um período para o outro, eventuais
esclarecimento sobre a composição do Peer Group poderão ser dirigidos a Diretora
Responsável pela Gestão de Risco e Compliance.
Estabelecido o Risco de Liquidez do veículo aberto a investidores, os ativos alocados
devem apresentar liquidez igual ou superior. A liquidez de cada alocação do veículo
aberto a investidores é considerada de acordo com a característica de investimento, ou
seja: liquidez imediata para títulos de renda fixa públicos de emissão pública, liquidez
prevista no regulamento do fundo investido, 20% da média negociada nos últimos 63
dias úteis para ativos negociados no mercado secundário e nenhuma liquidez para
títulos de renda fixa de emissão privada, sendo para estes considerada a data de
vencimento.
Diferentes fatores podem aumentar esse tipo de risco, destacando-se,
exemplificativamente:
(i) Descasamento entre os fluxos de liquidação de ativos e as exigências de
recursos para cumprir obrigações incorridas pelos fundos;
(ii) Condições atípicas de mercado e/ou outros fatores que acarretem falta de
liquidez dos mercados nos quais os valores mobiliários integrantes dos fundos
são negociados;
(iii) ativos dos Fundos que são insuficientes para cobrir exigência de depósito de
margens junto a contrapartes; ou
(iv) Imprevisibilidade dos pedidos de resgates.
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1.4.3. Critérios Utilizados no Gerenciamento e Controle da Liquidez dos Fundos
O gerenciamento e controle da liquidez dos Fundos levam em consideração os
seguintes critérios:
a. Liquidez dos papéis que compõem a carteira: no caso de papéis de risco
privado, quando aplicável ao Fundo, é avaliada a existência de mercado secundário e
a possibilidade de recompra por parte do emissor;
b. No caso de instrumentos financeiros, além de se avaliar a liquidez do ativo,
considera-se também outros instrumentos com mais liquidez que permitam “hedgear” a
posição temporariamente;
c. Liquidez do Fundo como um todo: com base no Stress Scenario calcula-se o
“efeito caixa” nos cenários mais conturbados para o Fundo. Desta forma, pode-se
calcular o quanto uma crise pode impactar o caixa do Fundo para que, além da análise
de perdas potenciais que serão refletidas na cota, seja avaliada também a questão da
solvência do Fundo. Paralelamente, é realizado também um controle da relação ativo /
passivo do Fundo, verificando se está de acordo com o perfil de cada veículo gerido.
1.4.4. Elementos da Gestão de Liquidez, Passivo e Resgates dos Fundos
As dificuldades decorrentes da falta de liquidez estão intimamente relacionadas entre
si, e podem levar à liquidação antecipada e desordenada dos ativos do Fundo, em
prejuízo dos investidores.
Os Fundos contarão com um prazo de resgate adequado para que a rentabil idade das
estratégias não seja prejudicada por um resgate mais significativo.
Será feito o monitoramento diário das carteiras de ativos dos Fundos para que estejam
adequadas à liquidez dos cotistas que solicitaram resgates sem causar prejuízos aos
cotistas remanescentes. Todos os resgates serão acompanhados desde o pedido até a
liquidação, para que se tenha o fluxo completo de saídas de caixa e se verifique a
necessidade agir antecipadamente, reduzindo posições para a liquidação do resgate.
A Triar monitorará também o perfil dos cotistas, montante e quantidade, para analisar
a pior situação de resgates dos investidores.
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Não obstante, considerando um cenário de estresse, os Fundos serão geridos de
maneira tal que [•] ([•] por cento) de suas posições, considerando o caixa e equivalentes
de caixa, sejam liquidáveis dentro do prazo de resgate do Fundo. Para o cálculo do
tempo de zeragem dos ativos, considera-se que cada ativo investido possui uma
liquidez de [•] ([•]) de seu volume médio negociado. O volume médio negociado é a
média aritmética dos volumes diários negociados nos últimos [•] ([•]) dias úteis.
A programação de investimento dos Fundos determina que a liquidez dos ativos deve
respeitar os seguintes parâmetros, definidos pela Diretora de Compliance e Risco:
- Limite de Simulação de resgate de [•]% do patrimônio em um dia considerando a
liquidez dos ativos no mercado.
- Limite de Prazo necessário para resgate de [•]% do portfólio.
Caso assuma a gestão de fundos de investimento destinados ao público em geral
(investidores não qualificados) que invistam mais de 10% (dez por cento) de seu
patrimônio líquido em ativos de crédito privado, a Triar deverá observar a Metodologia
de Cálculo de Liquidez para Fundos com Investimentos em Créditos Privados divulgada
pela ANBIMA, que propõe para os ativos de crédito privado a comparação entre a curva
de liquidez do ativo com a do passivo nos vértices 1, 5, 21, 42, 63, 126, 252 dias úteis.
Essa metodologia implica que a liquidez do ativo deve ser maior do que a do passivo
em todos os vértices.
Ademais, visando sempre o interesse do cotista, a Triar terá para cada um dos Fundos
um nível de patrimônio líquido em que poderá, mesmo que temporariamente, não
aceitar novas aplicações até analisar se a estratégia poderá continuar a performar da
mesma maneira dada a liquidez do mercado.
Gestão de caixa: (i) O controle interno utilizado pela Triar para esta finalidade monitora
o fluxo de caixa dos Fundos, não permitindo que o nível de caixa de cada Fundo fique
abaixo de [1% (um por cento)] do seu patrimônio líquido; (ii) o caixa dos Fundos deve
ser investido preferencialmente em ativos de liquidez diária tais como: (a) títulos
públicos federais e (b) fundos de investimento de renda fixa geridos por bancos de
primeira linha.
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Em casos extremos de iliquidez, os resgates podem ser pagos em ativos financeiros,
desde que tal prerrogativa esteja prevista nos regulamentos dos Fundos.
1.4.3 Relatórios
Os relatórios de Risco de Liquidez serão emitidos semanalmente, sempre às sextas-
feiras, e farão parte dos relatórios as seguintes informações: data base, volume
financeiro alocado, liquidez apresentada pelos ativos alocados, risco de liquidez em
Stress Scenario e respectiva avaliação de conformidade.
Sempre que identificar algum evento de iliquidez relacionado aos fundos de
investimento, a Triar comunicará o administrador fiduciário do referido fundo para que
sejam tomadas as providências necessárias.
1.4.4 Da verificação do cumprimento
O cumprimento da presente política deve ser devidamente documentado e objeto de
verificação.
1.4.5 Divulgação
Nenhum relatório de risco de liquidez pode ser divulgado, mesmo que privadamente,
sem a autorização da Diretora Responsável pela Gestão de Risco e Compliance ou do
COO da empresa. Se for constatada a inobservância da regra acima citada, a situação
será relatada ao Comitê Executivo e este providenciará as ações necessárias. Cabe
salientar que em alguns casos podem ser aplicadas advertências formais e em outros,
mais significativos, pode haver o desligamento da instituição por justa causa.
1.5. Risco Operacional
Ocorre pela falta de consistência e adequação dos sistemas de informação,
processamento e operações, ou de falhas nos controles internos. São riscos advindos
da ocorrência de fragilidades nos processos, que podem ser gerados por falta de
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regulamentação interna e/ou documentação sobre políticas e procedimentos, que
permita eventuais erros no exercício das atividades, podendo resultar em perdas
inesperadas.
O risco operacional é tratado através de procedimentos frequentes de validação dos
diferentes sistemas existentes em funcionamento na Triar, tais como: programas
computacionais, sistema de telefonia, internet, entre outros. As atividades de controle
operacional desenvolvidas consistem no controle e boletagem das operações, cálculo
paralelo de cotas dos Fundos sob sua gestão, acompanhamento da valorização dos
ativos e passivos que compõem as Carteiras, efetivação das liquidações financeiras
das operações e controle e manutenção das posições individuais de cada investidor.
Além disso, a Triar conta com Plano de Contingência e Continuidade de Negócios que
define os procedimentos que deverão ser seguidos pela Triar, no caso de contingência,
de modo a impedir a descontinuidade operacional por problemas técnicos. Foram
estipuladas estratégias e planos de ação com o intuito de garantir que os serviços
essenciais da Triar sejam devidamente identificados e preservados após a ocorrência
de um imprevisto ou um desastre.
1.6. Risco Legal
Decorre do potencial questionamento jurídico da execução dos contratos, processos
judiciais ou sentenças contrárias ou adversas àquelas esperadas pela Instituição e que
possam causar perdas ou perturbações significativas que afetem negativamente os
processos operacionais e/ou a organização da Instituição.
A Triar conta com assessoria jurídica terceirizada e especializada para mitigar o risco
legal na execução de suas operações e contratos.
1.7. Risco de Imagem
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Decorre da publicidade negativa, verdadeira ou não, em relação à prática da condução
dos negócios da Instituição, gerando declínio na base de clientes, litígio ou diminuição
da receita.
A Triar vislumbra nos meios de comunicação um canal relevante de informação para os
diversos segmentos da sociedade e está aberta a atender suas solicitações, sempre
que isso for possível e não existirem obstáculos legais ou estratégicos, que serão
explicitados aos jornalistas quando ocorrerem.
Para mitigar o risco de imagem, a comunicação com os meios de comunicação será
supervisionada pelo Diretor de Compliance, que poderá delegar essa função sempre
que considerar adequado.
1.8. Risco Sistêmico
Decorre de dificuldades financeiras de uma ou mais instituições que provoquem danos
substanciais a outras instituições, ou uma ruptura na condução operacional de
normalidade do sistema financeiro em geral.
1.9. Governança, Diretor e Organograma da Área de Risco
Conforme dispõe o art. 4º, V, da Instrução CVM n.º 558/15, a diretora da Triar
responsável pela Gestão de Compliance e Risco é a Sra. Clara Lerco.
A coordenação direta das atividades relacionadas a esta Política, incluindo, mas não
se limitando à execução, ao monitoramento dos riscos, a execução e a verificação do
cumprimento das políticas de gerenciamento de riscos, bem como informar
imediatamente ao Diretor de Gestão, responsável pela gestão de carteiras, casos de
desenquadramento das carteiras são responsabilidades da Diretora de Compliance e
Risco, conforme definido no Formulário de Referência e no Contrato Social da Triar. A
mensuração, qualidade do processo e metodologia descrita nesta Política fica a cargo
e sob a responsabilidade do Diretora de Compliance e Risco.
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A Diretora de Compliance e Risco deve exercer as suas funções com independência e
não pode atuar em funções relacionadas à administração de carteiras de valores
mobiliários, à intermediação, distribuição, ou em qualquer atividade que limite a sua
independência, na Triar ou fora dela.
Caberá à Diretora de Compliance e Risco se manifestar em relatório, encaminhado aos
demais diretores da Triar, até o último dia útil do mês de abril de cada ano,
relativamente ao ano civil imediatamente anterior à data de entrega, a respeito das
deficiências encontradas em verificações anteriores e das medidas planejadas, de
acordo com cronograma específico, ou efetivamente adotadas para saná-las, nos
termos da Instrução CVM 558/15.
A Diretora de Compliance e Risco é responsável por desenvolver, aprimorar e
implementar as metodologias e procedimentos utilizados pela Triar, a fim de garantir
que os processos sejam aderentes a legislação vigente. Ainda, é incumbência da
Diretora de Compliance e Risco solicitar aos Colaboradores as adequações de
procedimento e conduta cabíveis, fiscalizar o cumprimento das normas estabelecidas
nesta Política.
No desempenho das suas funções e conforme necessidade, a Triar poderá contratar
novos Colaboradores para a Área de Risco, sendo certo que estes deverão se reportar
à Diretora de Compliance e Risco que por sua vez deverá se reportar aos demais sócios
da Triar.
É de responsabilidade da Diretora de Compliance e Risco disponibilizar o
relatório gerado pela área de risco também para as demais áreas, especialmente a de
gestão, com o intuito destas tomarem as providências necessárias para ajustar a
exposição de risco dos portfólios dos Fundos e das Carteiras.
Para o exercício de suas atribuições, a Diretoria de Risco estará incumbida de:
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a. Implementar a Política de Gestão de Riscos, planejando e executando os
procedimentos aqui definidos;
b. Redigir e alterar, quando necessário, as políticas, procedimentos e regras de
risco;
c. Apontar eventuais desenquadramentos e aplicar os procedimentos definidos na
Política de Gestão de Riscos aos casos fáticos; e
d. Coordenar produção dos relatórios de risco e sua entrega ao Gestor.
Todas as informações e relatórios elaborados pela área de risco são discutidos e
formalizados no Comitê de Investimentos da Triar, que separa uma parte específica de
sua reunião para esse tema, tendo inclusive ata própria.
1.10. Testes de Aderência às Metodologias
Serão realizados testes de aderência às metodologias descritas nessa Política em
prazo não superior a 12 (doze) meses. Os testes serão coordenados pela Diretora de
Compliance e Risco, e realizados mediante a identificação de evidências do
cumprimento, bem como da eficácia das regras e procedimentos estabelecidos nesta
Política em cenários de estresse. Mediante a realização dos testes de aderência, a
Diretora de Compliance e Risco avaliará, dentre outros pontos, o desempenho dos
Colaboradores envolvidos na área de gestão de riscos e se os resultados planejados
estão sendo atingidos de forma satisfatória.
A Diretora de Compliance e Risco terá total autonomia para proceder com o tanto
necessário para ajustar as falhas na aderência às metodologias, bem como as
metodologias eventualmente defasadas ou defeituosas. Dentre as medidas que podem
ser adotadas estão a promoção de treinamentos específicos para Colaboradores que
não estejam desempenhando da forma adequada e a elaboração de novos controles
proprietários.
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As metodologias, por sua vez, serão revisadas em prazo não superior a 24 (vinte e
quatro) meses ou em prazo inferior caso os testes de aderência evidenciem
inconsistências que demandem revisão.
1.11.Vigência e Atualização
Esta política será revisada anualmente ou quando da publicação de nova legislação
externa e/ou alteração de procedimentos internos que impactem no gerenciamento do
referido risco e sua alteração acontecerá caso seja constatada necessidade de
atualização do seu conteúdo. Poderá, ainda, ser alterada a qualquer tempo em razão
de circunstâncias que demandem tal providência.
Tais atualizações devem ser avaliadas pelo Diretor de Compliance e Risco da Triar. As
novas versões deverão ser disponibilizadas pelos meios cabíveis a todos os
Colaboradores.
1.12. Disposições Gerais
Em cumprimento ao art. 14, VII, da Instrução CVM n.º 558/15, a presente Política de
Risco está disponível no endereço eletrônico da Triar http://www.triargp.com.br.
1.13. Controle de versões
Versão Data Descrição
1ª 01/01/2017 Versão Original
Atual 01/02/2019 2ª Alteração e Versão Atual