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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEBDEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CAMPUS I
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – 3º SEMESTRE
TRABALHO DE TEORIA DA CONTABILIDADE: TEORIAS E ESCOLAS
Matheus Rocha
Trabalho apresentado ao Professor Antonio Carlos Ribeiro (ACR) da disciplina Teoria da Contabilidade da turma do Terceiro Semestre, turno matutino do curso de Ciências Contábeis.
Salvador 2013
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Sumário
Introdução____________________________________________________________________________ 3
Desenvolvimento_____________________________________________________________________ 4
Conclusão ____________________________________________________________________________ 12
Referências Bibliográficas _________________________________________________________ 13
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Introdução
O presente trabalho apresenta as principais escolas e teorias do pensamento
contábil. Foram várias escolas que surgiram na história, porém nem todas
trouxeram grandes avanços ao estudo da Ciência Contábil, alterando, apenas, a
forma de apresentação das correntes que foram sendo desenvolvidas. Serão
descritas as seguintes escolas neste trabalho: Materialismo Substancial,
Personalismo, Controlismo, Reditualismo, Aziendalismo, Patrimonialismo,
Neopatrimonialismo, Escola das Cinco Contas, Escola Cerboniana, Escola de
Veneza, Escola Nova, Escola Patrimonialista e Escola Norte-Americana.
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Desenvolvimento
1 – MATERIALISMO SUBSTANCIAL
A base doutrinária afirmava serem as contas abertas a valores e não a
relações pessoais, admitindo a escrita contábil como parte mecânica. Entendia
ser a riqueza aziendal a substância de estudo.Francesco Villa contribuiu com a
evolução científica da Contabilidade por suas diversas enunciações, destacando-
se delas suas bases de raciocínio sobre os meios patrimoniais, a utilidade e os
seus limites, a renda, o princípio da competência, o valor, os fenômenos
contábeis das imaterialidades, Em síntese, os fundamentos que levam aos
conceitos são suficientes para colocar seu trabalho no campo da dignidade
científica.
O materialismo substancial diz que a contabilidade não é uma técnica de
informação, mas algo que se preocupa em conhecer o substancial que se
encontra muito além do registro.
Villa foi importante para delinear todas as relações lógicas que envolvem o
fenômeno patrimonial, ou seja, as essenciais, dimensionais e ambientais, embora
o tivesse feito sem os detalhes que só mais tarde alcançaríamos.
Francesco Villa ainda colaborou com o conceito do patrimônio como o
conjunto de bens diferentes, mas identificados pelo mesmo propósito de
utilização, que chamamos de teoria da agregação.
2 – PERSONALISMO
Esta escola, com profundas raízes jurídicas, de séria reação ao Contismo
transformou a conta em pessoa, capaz de direitos e obrigações baseada na
responsabilidade pessoal entre os gestores e a substância patrimonial, com
cunho administrativo-jurídico, cujo maior líder foi Giuseppe Cerboni e o maior
gênio Giovanni Rossi, este tratava a Contabilidade como pessoal, de ficção, e
aquele dava o caráter científico à corrente, em que colocara responsabilidade na
propriedade, no proprietário, no administrador e na matéria administrada, teve
como grande opositora a Escola Materialista de Fábio Besta.
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Foi Francesco Marchi quem lançou as bases de um Personalismo científico,
abrindo caminho para outros pensadores como Cerboni. Não só combateu a
corrente de Degranges como também apresentou as idéias que viriam
posteriormente a substituir as do Contismo.
Muitos foram os seguidores do Personalismo, porém os pilares dessa
brilhante corrente de pensamento foram Marchi, Varnnier, Cerboni e Giovanni
Rossi.
Partiam do raciocínio de que as relações que motivam os direitos e as
obrigações são importantes objetos de estudo; por essa razão, tem-se como
conceito mais difundido de patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações.
Outro grande contribuidor do Personalismo foi Giovanni Rossi, que
denominou de funções particulares de uma função geral as seguintes relações:
(1) os bens patrimoniais que se encontram à disposição; (2) os fins a que se
propõe a entidade; (3) as necessidades; (4) as influências ou condições em meio
à sociedade; (5) as relações com terceiros; (6) os meios e os modos com os quais
se procedem no curso da vida.
3 – CONTROLISMO
O Controlismo tinha como objeto de estudo da contabilidade o “controle da
riqueza aziendal“. Para esse corrente nem todos correspondentes são devedores
ou credores e nem todos devedores ou credores são correspondentes. Tinha o
patrimônio como um agregado de valores. Outra ideia do Controlismo
considerava a riqueza como ela mesma e não pelos direitos ou obrigações que
ocorrem quando a mesma é dinamizada.
Seu principal nome sem dúvida é Fábio Besta, mas o Controlismo tem outros
defensores como Carlo Ghidiglia, Pietro D´Alvise, Francesco De Gobbis e
Vincenzo Vianello. O Controlismo contribuiu ao identificar o que é uma ciência, o
que é uma azienda e o que é a administração. Além das avaliações de
componentes que se sujeitam a exaustão, a contabilidade para eles era a ciência
que estudava os fenômenos do controle econômico.
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4 – REDITUALISMO
Desenvolveu-se principalmente na Alemanha, tendo como principal líder
Eugen Schmalenbach e, entre outros seguidores, W. Malhberg, E. Geldmacher, M.
R. Lehmannn, E. Walb e Frederich Leiter com seu reditualismo específico.
Era a corrente de pensamento que enunciava ser o resultado (lucro ou
prejuízo) o objeto de estudo da contabilidade, ou seja, o reconhecimento da
perda ou do lucro como fonte principal da continuidade da atividade
empresarial.
Os reditualistas estudavam a dinâmica da riqueza patrimonial, mas
desprezavam a estrutura dos elementos patrimoniais. Schmalenbach visualizava
os fenômenos circulatórios da riqueza patrimonial em sua dinâmica, dando a
essa dinâmica o aspecto temporal não coincidente com o ano calendário, mas
com o ciclo operacional.
O julgamento do rédito deve ser uma medida relativa entre o que o capital
oferece ao empreendedor e o que a azienda oferece à sociedade em que se
encontra. Os reditualistas tiveram a propriedade de reconhecer o valor da
consideração dos fluxos em contabilidade, ou seja, do estudo de uma dinâmica
patrimonial, da relatividade do lucro, da realidade empresarial.
5 – AZIENDALISMO
Os aziendalistas se preocupavam em estudar o conjunto de ciências que
tratavam da azienda como campo de aplicação. Compunha-se da Administração,
da Organização e da Contabilidade, sendo cada ciência apenas parte desse
conjunto.
De acordo com seus adeptos, os fenômenos a estudar são os aziendais, e
admite a Contabilidade apenas como levantamento de fatos patrimoniais,
restringindo-lhe o campo. Cerboni e Besta dirigiram seus estudos ao campo das
aziendas. Gino Zappa o principal representante.
Zappa defendia a economia aziendal, limitando a Contabilidade aos
levantamentos ou relevações da riqueza. Considerava que isolar os fenômenos é
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um erro, pois se formam por meio de um complexo que deve ser estudado, bem
como condenava a elevada importância dada à conta, que na realidade, por si só,
não traz informação alguma, sendo simples instrumento de registro que deve ser
agrupado com outros elementos para que se possa extrair a informação.
Para Zappa, o capital é composto por um fundo de valores e não somente por
moeda. Zappa ainda afirma que na Economia é o rédito que faz o capital e em
Contabilidade é o capital que faz o rédito.
O Aziendalismo contribuiu aos estudos da contabilidade ao considerar o
resultado o mais importante fenômeno econômico de uma entidade, além da
demonstração do resultado da gestão empresarial.
6 – PATRIMONIALISMO
Seu grande expoente é Vincenzo Masi, que considerava como objeto de
estudo da Contabilidade os fenômenos do patrimônio aziendal, dividindo seus
estudos em estática patrimonial, dinâmica patrimonial e relevação ou
levantamento patrimonial.
Para ele, a estática patrimonial examinava a estrutura do grande sistema da
riqueza aziendal, a dinâmica patrimonial tratava da movimentação dessa
estrutura, quer sob o aspecto quer de qualidade dos elementos, quer de suas
expressões de valor, sendo o levantamento patrimonial, a base racional que
permitia ter informações sobre tais relações e aspectos, mas de maneira
científica.
Masi enunciava que se deve dar importância não somente ao aspecto
quantitativo do patrimônio como também ao qualitativo, evidenciando que
muito se extrai da informação sobre o estado patrimonial se forem observados
os aspectos citados cumulativamente, não se fazendo distinção entre eles.
Outra importância dada por Masi era a distinção dos tipos de aziendas em
empresas, aquelas destinadas à obtenção do lucro e as instituições com fins
ideais. Também se preocupou em conceituar o capital como um fundo de riqueza
em constante movimentação, dividindo sua estrutura em capital fixo, que é
destinado ao uso produtivo, e circulante que é destinado à realização do objetivo
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aziendal, evidenciando as suas origens sob a forma de capital de terceiros ou de
próprios.
7 – NEOPATRIMONIALISMO
O Neopatrimonialismo teve sua origem com o Prof. Dr. Antônio Lopes de Sá.
Foi divulgado pela primeira vez ao público no XIII Congresso Brasileiro de
Contabilidade (1988); depois em 1990, na Universidade de Málaga, em 1992,
com a edição da obra Teoria Geral do Conhecimento, e em 1997 a convite da
Universidade de Servilha, Espanha.
Para Lopes de Sá o fenômeno patrimonial, como objeto de indagação, não
foge à norma que requer a compreensão da essencialidade, como ponto de
partida de um entendimento racional.
Os estudos concentram-se em obter uma filosofia do fenômeno patrimonial,
organizando logicamente as relações que são responsáveis pelas causas dos
fatos, distinguido-as em relações lógicas dos seguintes tipos: essenciais,
dimensionais e ambientais, tendo como axioma a eficácia.
As relações essenciais compreendem a necessidade, a finalidade, o meio
patrimonial e a função. As dimensionais, se referem às relações de causa, efeito,
tempo, espaço, qualidade e quantidade. Já as ambientais são formadas pelas
relações de natureza administrativa, pessoal, econômica etc.
O Prof. Lopes de Sá procura fazer uma classificação dos sistemas por
hierarquia de necessidades, tendo então os seguintes sistemas:
. Básico: compreende os sistemas de liquidez, rentabilidade, estabilidade e
economicidade;
. Auxiliar: compreende os sistemas de produtividade e invulnerabilidade;
. Complementar: sistema de elasticidade.
8 – ESCOLA DAS CINCO CONTAS
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O axioma dessa escola é quem recebe deve e quem fornece tem haver, base
que é vista ainda até hoje dentro da contabilidade. Seus estudos foram base para
movimentação das contais integrais, as cinco contas representam coisas e não
pessoas. Uma de suas principais ideias diz que servem de meio de troca:
mercadorias, dinheiro, efeitos a pagar, efeitos a receber e lucros e perdas.
Um dos principais nomes da escola das cinco contas foi Edmundo Degranges,
ficando como grande contribuição dessa escola o fortalecimento da contabilidade
como uma atividade humana.
9 – ESCOLA CERBONIANA
A Escola Cerboniana defendia que toda conta deveria ser aberta a pessoas
físicas ou jurídicas. Também aboliu o intermediário entre proprietários e a
azienda substituiu por administrador. Outro pensamento da escola era a
igualdade entre débito e crédito.
Seu principal integrante foi Giuseppe Cerboni, que com seus estudos
contribuiu com o método logismográfico e método da escrituração. A igualdade
entre crédito e débito já ditos, além de ter elevado a ciência contábil a um
sistema coordenado de princípios.
10 – ESCOLA DE VENEZA
Foi na Escola de Veneza que criou-se a teoria das funções e dos organismos.
Firmou doutrina sobre o patrimônio, inventário, orçamento e balanço, além de
não aceitar a aplicação das teorias do valor e da moeda, do ponto de vista
econômico, aos domínios contabilístico.
Fábio Besta e Giuseppe Zappa foram nomes dessa escola que teve como
grande contribuição ter dado o conceito de Patrimônio.
11 – ESCOLA NOVA
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Foi através dos estudos de Gino Zappa, que a Escola Nova constatou que os
estudos das atividades econômicas de uma empresa são independentes. Também
foi definida a visão sistêmica e complexa dos fatores de produção. Para a Escola
Nova, a teoria contábil era flexível à análise dos fatores independentes da vida da
empresa relacionados com seu presente e com seu futuro.
A capacidade de demonstrar o relacionamento entre os fatos administrativos
e suas conexões é uma das ideias da Escola Nova. Entre suas contribuições ela
desenvolveu um sistema teórico contábil a partir do resultado. Essa escola do
pensamento contábil recusa os fenômenos patrimoniais como objeto da
contabilidade.
12 – ESCOLA PATRIMONIALISTA
A Escola Patrimonialista entende a contabilidade como ciência do
patrimônio. Defendia o estudo do fenômeno patrimonial, utilizando dos
instrumentos de informação como meios. É nessa escola que o patrimônio era
entendido como objeto fim da Contabilidade.
Seu principal nome é Vincenzo Mais, que além do que foi dito contribuiu com
a classificação das contas em: Contas Patrimoniais, Contas de Resultado.
13 – ESCOLA NORTE-AMERICANA
A Escola Norte-Americana formulou um programa para profissionalização
da contabilidade. É exigido m exame de qualificação para os profissionais de
contabilidade. Dessa forma foi feita uma padronização da prática contábil, além
da criação de princípios contábeis. É também dessa escola o crédito pela criação
de órgãos fiscalizadores de informação a serem prestadas ao público.
São diversos nomes que contribuíram no estudo da contabilidade dentro da
Escola norte-Americana, são eles: Charles Ezra Spraque, Carmem George Blough,
Ananias Charles Littleton, Henry Rand Hatfiel, Kenneth Most, Kenneth Forsythe
MacNeal, Lawrence Robert Dicksee e outros.
Entre as contribuições dessa escola podemos citar o periódico para fornecer
informações sobre matérias técnicas contábeis, os órgãos que patrocinaram
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congressos e encontros para discussão de temas contábeis, além da criação de
instituição de órgãos e comitês.
Conclusão
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A Ciência Contábil passou por diversos estágios ao longo da história, cada
uma das escolas e teorias descritas teve sua influência intelectual e cultural para
que hoje possamos aproveitar esse conjunto teórico de grande valia para o
estudo do pensamento contábil, informações extremamente úteis para os dias
atuais e as próximas gerações.
Muito se deve avançar no campo do saber contábil. A ciência requer
constante evolução. Surge, a cada momento, um desafio para os futuros
estudiosos da Contabilidade, e diferente do que o censo comum imagina, os seus
estudos hoje precisam ir muito além do conhecimento tributário. Esse desafio
não se limita mais ao objeto de estudo, mas abrange também o fenômeno
patrimonial dentro do ambiente social.
Referências Bibliográficas
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SÁ, Antônio Lopes de, Teoria da Contabilidade, São Paulo: Atlas, 1998;
RIBEIRO, Antonio Carlos, Hermenêutica contábil, Salvador, EGBA, 2012;
Sites:
http://www.infocontab.com.pt/download/DOUTRINA%20ESCOLAS
%20E%20CIENCIA%20CONTABIL.pdf
http://www.avm.edu.br/monopdf/22/LEONARDO%20JOSE%20SEIXAS
%20PINTO.pdf
http://ged.feevale.br/bibvirtual/Monografia/MonografiaAndreaAlves.pdf
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