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CENTRO EDUCACIONAL ELIÃ - CEEL

ENGENHARIA AMBIENTAL

GERMANO RAMOS

JOEL GOMES

MAYLON CARVALHO

OTAVIO ARANHA

WANDERSON VIEIRA

GEOPOLÍTICA MUNDIAL: do Pós-Guerra à Nova Ordem Mundial

TAILÂNDIA - PA

2013

GERMANO RAMOS

JOEL GOMES

MAYLON CARVALHO

OTAVIO ARANHA

WANDERSON VIEIRA

GEOPOLÍTICA MUNDIAL: do Pós-Guerra à Nova Ordem Mundial

Trabalho apresentado à disciplina de Con-trole Ambiental – Setor Secundário 1 do Curso de Engenharia Ambiental, do Cen-tro Educacional Eliã - CEEL. Profº. Eng. CLEYTON NEDER MATOS

TAILÂNDIA - PA

2013

RESUMO

O presente trabalho buscou expor brevemente atores, que após a segun-

da guerra mundial deram novos rumos políticos e econômicos ao mundo, a bipolari-

zação de duas potências, de um lado o capitalismo comandado pelos Estados Uni-

dos e do outro o socialismo pela União Soviética, destacam a guerra fria, com seus

eventos como: a construção do muro de Berlim separando as divisas de ambas as

potências, a disputa de ideologias em conquistas espaciais e armamentistas e mais

tarde a queda do muro de Berlim aponta para o fim da potência do socialismo, que

em muitas crises não conseguiu se erguer vindo a ser extinta completamente em

1991. Bem como, destacar os novos atores que a partir de então influenciarão a

uma nova ordem, marcada pela Unipolaridade militar, multipolaridade econômica

(Estados Unidos, Japão e União Europeia), globalização e a formação de novos blo-

cos econômicos (NAFTA, MERCOSUL e UINÃO EUROPEIA).

.

Palavra-chave: Capitalismo, Bipolaridade, MERCOSUL, Políticos, Potências.

ABSTRACT

The present study sought to briefly actors, that after the second-world war gave new

direction to the political and economic world, bipolari-tion of two powers, on the one

hand capitalism led by the State Uni-socialism and the other by Soviet Union, the

Cold War stand out with their events as: the construction of the Berlin Wall separat-

ing the currencies of both powers, the contest of ideologies achievements in space

and armaments and later the fall of the Berlin wall points to the end of power of so-

cialism, which in many crises could not pry been completely extinguished in 1991. As

well as highlight new actors from then influence a new order marked by military

unipolarity, multipolarity economic (United States, Japan and the European Union),

globalization and the formation of new economic blocs (NAFTA, MERCOSUR and

UINÃO EUROPEAN).

Keyword: Capitalism, bipolarity, MERCOSUR, Political Powers.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Divisão dos Estados com suas respectivas potências ............. 11

FIGURA 2 - Bipolarização Generalizada do mundo ..................................... 13

FIGURA 3 - Disputas aos avanços espaciais .............................................. 14

FIGURA 4 - Construção do Muro de Berlim ................................................. 15

FIGURA 5 - Queda do Muro de Berlim ........................................................ 16

LISTA DE GRÁFICO

GRÁFICO 1 - Disputas aos avanços armamentistas .................................... 14

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8

2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 9

2.1. GERAL ................................................................................................................. 9

2.2. ESPECÍFICO ........................................................................................................ 9

3. METODOLOGIA .................................................................................................. 10

4. GEOPOLÍTICA ...................................................................................................... 11

5. GUERRA FRIA E MUNDO BIPOLAR................................................................... 11

5.1. CORRIDA ESPACIAL E ARMAMENTISTA/NUCLEAR ...................................... 13

5.2. A QUEDA DO MURO DE BERLIM ..................................................................... 14

6. DESMORONAMENTO DA UNIÃO SOVIÉTICA ................................................... 16

7. O MUNDO PÓS-GUERRA FRIA........................................................................... 17

8. NOVA ORDEM MUNDIAL: NOVOS POLOS DE PODER .................................... 20

8.1. GLOBALIZAÇÃO ................................................................................................ 21

8.2. BLOCOS ECONÔMICOS ................................................................................... 22

9. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 24

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 25

8

1. INTRODUÇÃO

O tema a ser apresentado é considerando de extrema importância para a

nossa atualidade, haja vista, que a geopolítica trata das práticas e relações interna-

cionais dos países, em duas áreas cruciais a política e a economia. Ambas tem in-

fluências vitais a ponto de nortearem as futuras ordens mundiais.

Com o fim da segunda guerra mundial, a história vive um momento que

vai destacar-se pela chamada guerra fria, pois a guerra não era pela disputa com

tiroteios como em outros momentos, mas uma luta acirrada de quem desenvolver

mais tecnologias, nos mais diversos sentidos sendo mais notórias as corridas de

produção de armas nucleares e conquista espacial. O mundo vive período de bipola-

rização, ou seja, o domínio político e econômico por duas potências o capitalismo

representado pelos Estados Unidos e o socialismo representado pela União Soviéti-

ca.

Diante da queda do muro de Berlim em 1989, e em meio às diversas cri-

ses do socialismo, em 1991 a União Soviética chega a sua extinção, teoricamente

permanece vitoriosos os Estados Unidos, e por fim, o mundo destina-se a uma era

de novas ordens. Deixando a bipolarização, tornando unipolar no sentido militar,

multipolar economicamente, visto que os Estados Unidos divide juntamente com Ja-

pão e a União Europeia as grandes influências econômicas. A globalização que em-

bora tenha começado na velha ordem foi-se aprimorando durante esse período, vin-

do, portanto, a aflorar com maior intensidade nos tempos atuais. Também, a forma-

ção de novos blocos econômicos os quais se destacam: o NAFTA, MERCOSUL e

UNIÃO EUROPEIA, são eventos que destacam a nova ordem mundial.

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2. OBJETIVOS.

2.1. Geral

Apresentar parte da história quanto à geopolítica, considerando alguns mo-

mentos de mais destaques do pós-guerra, ou seja, a guerra fria até a nova

ordem mundial.

2.2. Especifico:

Destacar fatores que marcaram a guerra fria como: a bipolarização generali-

zado do mundo, disputas ideológicas, a construção do muro de Berlim, bem

assim, sua destruição apontando para o fim da referida guerra e logo após o

fim do socialismo;

Exibir elementos que crucialmente destinaram a uma nova realidade mundial

destacada pela geopolítica: a unipolaridade militar, a multipolaridade econô-

mica, a globalização e a formação de blocos econômicos.

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3. METODOLOGIA

As atividades necessárias para o desempenho de nosso trabalho decorre-

rão por conta e basicamente de dados e informações de pesquisas bibliográficas e

de análise documental. Toda equipe acadêmica se responsabilizará pela coleta de

dados em diversas fontes e posteriores análises acompanhada de seleção das prin-

cipais matérias que enfoque o tema. O objetivo principal deste trabalho é pesquisar

dados sobre a geopolítico mundial do pós-guerra à nova ordem mundial, para efeito

de conhecimento e contribuição acadêmica para os discentes durante a disciplina de

Controle Ambiental – Setor Secundário 1 que está sendo ministrada pelo professor

Cleyton Neder Matos, para o curso de Engenharia Ambiental, no Centro Educacional

Eliã - CEEL, no município de Tailândia.

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4. GEOPOLITICA

A Geopolítica é uma área da Geografia que tem como objetivo fazer a in-

terpretação dos fatos da atualidade e do desenvolvimento políticos dos países usan-

do como parâmetros principais ás informações geográficas. A geopolítica visa tam-

bém compreender e explicar os conflitos internacionais da atualidade e as principais

questões políticas da atualidade.

Para TEIXEIRA (2012), Geopolítica pode ser definida como sendo a for-

ma, o jeito, a maneira dos países se relacionarem, em especial no campo da cha-

mada política internacional.

5. GUERRA FRIA E MUNDO BIPOLAR

Durante a segunda Guerra Mundial os Estados Unidos e a União Soviéti-

ca lutaram do mesmo lado, com o objetivo comum de derrotar o Eixo nazifacista. Ao

fim da 2º Guerra o mundo havia mudado a sua estrutura de poder, com a Europa

enfraquecida e os Estados Unidos como a grande potência capitalista. Ao mesmo

tempo a URSS emergia como a grande potência socialista, mesmo diante das pesa-

das baixas humanas e da infra-estrutura comprometida do país.

Após o conflito se configura o que chamamos de Guerra fria, com a ex-

pansão do socialismo soviético. A divisão pode ser observada no mapa abaixo (figu-

ra 1), através dos Estados socialistas, capitalistas e os Não-alinhados, o terceiro

grupo são os que preferiram uma terceira via, sem se submeter tanto ao poder das

duas grandes potências.

Figura 1 – Divisão dos Estados com suas respecti-

vas potências.

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O ano de 1947 marca o início do conflito para muitos autores. Neste ano

são lanças as bases do Plano Marshall e da Doutrina Truman. Os EUA passam a

apoiar a economia dos países europeus capitalistas, configurando o que ficou co-

nhecido como Plano Marshall, que por sua vez fazia parte de uma doutrina, que ti-

nha como objetivo impedir o avanço do socialismo, a Doutrina Truman. A ideia era

isolar a URSS, e desta forma enfraquecê-la. A partir destas iniciativas surge a O-

TAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, organização militar, formada pa-

ra rivalizar com os países socialistas. Mais tarde o bloco socialista cria o Pacto de

Varsóvia, para fazer frente a OTAN.

Uma característica marcante do conflito foram às fronteiras que surgiram

entre as esferas de influência. O melhor exemplo é o europeu, com a cortina de ferro

ou cordão sanitário que separava o continente.

Nesse contexto, houve uma bipolarização generalizada do mundo, com a

exceção dos países participantes nas conferências dos não-alinhados, Bandung em

1945, Belgrado em 1961, Argel em 1973 e Chipre em 1992. Dessa bipolarização

decorreu uma corrida aos armamentos e a divisão do mundo em duas forças: uma

organizada em torno da NATO, liderada pelos EUA, outra em torno do Pacto de Var-

sóvia, liderada pela URSS (figura 2). Surgiram também múltiplos conflitos regionais

em que as duas superpotências não se envolviam diretamente, mas apoiavam as

forças em confronto, avaliando-se mutuamente. Assim como se deu a divisão da

Alemanha e a construção do muro de Berlim.

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Neste período de afrontamento bipolar as circunstâncias envolventes e

motivadoras foram-se alterando sucessivamente, desde a guerra-fria inicial (1945-

1955), passando pela coexistência pacífica (1955-1962), pelo desanuviamento

(1962-1973) e pela existência de um mundo destabilizado (1973-1985).

5.1 – CORRIDA ESPACIAL E ARMAMENTISTA/NUCLEAR

Estados Unidos e União Soviética travaram uma grande disputa no que

se refere aos avanços espaciais (figura 3). Ambos corriam para tentar atingir objeti-

vos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia disputa entre as potências, com

o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de

1957, a União Soviética lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser

vivo a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompa-

nhar pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-

americana.

Figura 2 – Bipolarização Generalizada do mundo.

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O gráfico a seguir mostra a corrida armamentista/nuclear desenvolvida

pela União Soviética e Estados Unidos (GRAF. 1):

5.2 – A QUEDA DO MURO DE BERLIM

Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, a capital alemã, Berlim, foi

dividida em quatro áreas. Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética

passaram a comandar e administrar cada uma destas regiões. No ano de 1949, os

países capitalistas (Estados Unidos, França e Grã-Bretanha) fizeram um acordo para

integrar suas áreas à República Federal da Alemanha (Alemanha Oriental). O setor

Figura 3 – Disputas aos avanços espaciais

Gráfico 1 – Disputas aos avanços armamentistas.

Fonte: Revista Veja (2008)

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soviético, Berlim Oriental, passou a ser integrado a República Democrática da Ale-

manha (Alemanha Ocidental), seguindo o sistema socialista, pró-soviético.

Até o ano de 1961, os cidadãos berlinenses podiam passar livremente de

um lado para o outro da cidade. Porém, em agosto de 1961, com o acirramento da

Guerra Fria e com a grande migração de berlinenses do lado oriental para o ociden-

tal, o governo da Alemanha Oriental resolveu construir um muro dividindo os dois

setores (figura 4). Decretou também leis proibindo a passagem das pessoas para o

setor ocidental da cidade. O muro, que começou a ser construído em 13 de agosto

de 1961, não respeitou casas, prédios ou ruas. Policiais e soldados da Alemanha

Oriental impediam e até mesmo matavam quem tentasse ultrapassar o muro. Muitas

famílias foram separadas da noite para o dia. O muro chegou a ser reforçado por

quatro vezes. Possuía cercas elétricas e valas para dificultar a passagem. Havia

cerca de 300 torres de vigilância com soldados preparados para atirar. Em 9 de no-

vembro de 1989, com a crise do sistema socialista no leste da Europa e o fim deste

sistema na Alemanha Oriental, ocorreu a queda do muro (figura 5). Cidadãos da A-

lemanha foram para as ruas comemorar o momento histórico e ajudaram a derrubar

o muro. O ato simbólico representou também o fim da Guerra Fria e o primeiro passo

na reintegração da Alemanha.

Figura 4 – Construção do Muro de Berlim

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6. DESMORONAMENTO DA UNIÃO SOVIÉTICA

A União Soviética era um país socialista localizado na Europa e na Ásia,

constituído por quinze Repúblicas, em que a maior e mais importante era a Rússia,

com a localização da capital Moscou. Enquanto se manteve o sistema bipolar, vigo-

rou uma estabilidade adquirida por todos os atores mundiais, fundada na estratégia

da dissuasão mútua entre Estados Unidos e União Soviética.

Em 1985, Mikail Gorbatchev assume o governo soviético e estabelece

mudanças com a abertura política e a reestruturação econômica do país, não obten-

do êxito devido à diversidade étnica e a oposição dos burocratas. No entanto, com a

precipitação da queda do chamado “muro da vergonha” de Berlim em 1989 e da de-

cisão administrativa de abertura da fronteira entre as duas Alemanhas, produziu-se

uma alteração na comunidade internacional, cujo efeito dominó se refletiu nos paí-

ses de influência soviética.

Por arrastamento, a queda do comunismo soviético leva ao desmembra-

mento da União Soviética, vendo-se esta confrontada com uma tripla crise, a saber:

- Ideológica, na medida em que o papel dirigente do comunismo e do pró-

prio Partido Comunista da União Soviética - PCUS é posto em causa ao ficar proibi-

do de toda a atividade depois de um golpe falhado em 1991.

- Econômica, devido à desorganização da economia soviética (inflação,

déficit orçamentário, endividamento externo) e incapacidade de concorrência ao

mercado externo.

Figura 5 – Queda do Muro de Berlim

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- Política, porque o incremento da “Perestroika” e “Glasnost” desestabiliza

o poder soviético e atesta a sua capacidade de se reformar sem mudar radicalmente

o sistema. O Presidente Mikhail Gorbatchev enfrenta dificuldades para implementar

as reformas face ao conservadorismo existente, vendo-se obrigado a abandonar o

cargo. Então, mais que nunca, como causa e consequência do fim do comunismo, o

desmembramento da União Soviética acelera-se. Uma a uma, cada República Sovi-

ética proclama a sua soberania. Por isso, “a grande modificação no sistema interna-

cional começou com desconstrução do sovietismo que culminou com um fenômeno

de uma excepcional amplitude: o brutal desaparecimento da União Soviética”.

A crise da União Soviética assinalou também a crise no socialismo, o fim

da guerra-fria e consequentemente a passagem de um mundo bipolar para multipo-

lar.

Muito embora em 1991, os Presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielo-Rússia

decidam criar uma Comunidade de Estados Independentes, a que a aderiram as

outras Repúblicas ainda no mesmo ano, a verdade é que se trata apenas de um

conjunto de países que se organizam entre si para tentar evitar perder o protago-

nismo que obtinham quando se mantinham na ex-União Soviética. Além disso, es-

ses países possuíam leis e nacionalidade próprias. Como era evidente, esse orga-

nismo estava votado ao fracasso, tendo a Rússia vindo a “herdar” da União Soviéti-

ca o lugar de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Mas também fora da ex-URSS, as estruturas implantadas quando da

constituição do seu bloco como oposição à NATO e aos EUA, foram também rapi-

damente postas em causa, dado já não fazer sentido a sua existência. Depois da

dissolução do CAEM (Conselho de Assistência Econômica Mutua) ou Comecom em

Junho de 1991, também o Pacto de Varsóvia acabou por ser dissolvido, tendo as

tropas soviéticas retirado de todos os países da Europa de Leste. Pode agora dizer-

se, com uma relativa certeza que a distância histórica se encarregará de afirmar,

que a superpotência soviética era um colosso com pés de barro, não conseguindo a

sua economia suportar o fardo imperial que pretendia.

7. O MUNDO PÓS-GUERRA FRIA

Neste período, foi retomado o diálogo americano-soviético, nomeadamen-

te através dos acordos de desarmamento nuclear de alcance intermédio, ocorridos

em 1987. Foi depois no ano de 1989, em Paris que ocorreu a Conferência para a

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proibição das armas químicas. Depois em 1991, uma reunião em Moscou, foi classi-

ficada como a primeira cimeira do pós-guerra fria em que George Bush e Mikhail

Gorbatchev tentam estabelecer uma parceria sólida, tendo assinado em 31 de Julho

desse ano o Tratado START.

Com o final da guerra-fria e do consequente mundo bipolar em que os Es-

tados se reviam, alguns dos receios ou mesmo expectativas e ambições que se en-

contravam cerceadas, encontraram um movimento libertador pelo qual não espera-

vam e pelo qual também não lutaram. Sendo por isso, também com total surpresa

que possibilitou a emergência de algumas situações que não eram imagináveis.

Nesse sentido a queda do muro de Berlim constitui uma mudança para a comunida-

de internacional, que é difícil ignorar, porque “o fim da bipolarização política mundial

e, mais importante ainda, o fim dos governos comunistas europeus e a implosão da

União Soviética permitiram a adesão voluntária de vários países, um pouco por todo

o mundo, aos valores democráticos ocidentais”.

O fim da guerra-fria baralhou as cartas do jogo planetário. A dissolução do

bloco soviético, numa aparente vitória da superpotência da América do Norte, os

EUA, descortinou realidades novas, que prefiguram o próximo século. Se anterior-

mente, o poder das armas valia mais que o poder do dinheiro, a verdade é que o

ocidente, como expressão geopolítica que abarca os Estados de economia de mer-

cado, tanto ocidentais como orientais, organizava-se em torno da hegemonia dos

Estados Unidos, cuja liderança militar se associava a um grande poderio econômico.

Neste período ocorrem vários efeitos ditados pelo final da guerra-fria até então a-

dormecidos, mas que de alguma forma trazem consigo também alguns dilemas, cuja

resolução não é de todo pacífica. Podendo sumariamente indicar-se os seguintes,

ainda que com prejuízo da ausência de algum, cuja relevância doutrinariamente seja

diversa:

Efeitos despoletados pelo final da guerra-fria:

Declínio da Rússia e ascensão da China, Índia, Japão e União Europeia

agora sem um oponente de peso;

A aceleração do processo da Mundialização ou Globalização, consoante

a perspectiva seguida;

Indefinição das ameaças existentes e uma nova tipologia dos conflitos, is-

to é, intra-estatais, étnico-religiososo, os nacionalismos e os separatis-

mos;

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A reabilitação da ONU, “encarcerada” pelo poder dos dois blocos antagô-

nicos, conseguindo ganhos numa nova perspectiva – o multilateralismo,

sobretudo no que se refere à ingerência humanitária.

Os dilemas decorrentes da guerra-fria:

Como lidar com a supremacia americana e qual a prioridade do “pós con-

tainment”;

Os riscos de uma desordem e instabilidade internacional;

Os riscos da transição da União Soviética para a Rússia vindo a reduzir-

se drasticamente territorialmente, e cuja geoestratégia passa para a zona

euro-asiática e deixa em grande parte a Europa. Até porque sendo ape-

nas uma das antigas regiões da União Soviética, a Nova Rússia, continua

a ser o 5º maior Estado do mundo;

Existe também um risco de proliferação das Armas de Destruição Massi-

va, devido à desintegração soviética e a possibilidade de se “perder” o

controle desse armamento.

Tal como já anteriormente foi referido este período de mudança do século

XX, originou não só efeitos e dilemas como também fatos e decisões que sem essa

alteração, ou não existiam ou muito dificilmente se concretizavam:

09.11.89 – Queda do Muro de Berlim;

5/6.07.90 – Declaração de Londres sobre a Aliança do Atlântico Norte

transformada. Não havia ainda tempo para, na realidade, se anunciar uma

transformação significativa;

07.91 – Fim do Pacto de Varsóvia;

25.12.91 – Queda de M. Gorbachev;

31.12.91 – Desmembramento da União Soviética;

31.01.92 – Agenda para a paz da ONU;

09.00 – Nós, os povos, do Secretário-Geral da ONU (Kofi A. Annan).

Mas o que este período deixa de forma indelével, é que os Estados Uni-

dos “sentem” que passam a ser a única superpotência em exercício, porque “de fato,

a primeira importante decisão dos Estados Unidos, depois da União Soviética ter

arreado a bandeira em cima do Muro de Berlim, foi a de acrescentar, à liderança da

defesa ocidental, a responsabilidade de preencher o vazio estratégico mundial”.

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Essa mesma noção foi transmitida pelo Presidente G. Bush, quando num

debate em plena guerra do Golfo Pérsico, avançava com a ideia de que o resultado

do fim do comunismo seria a criação de uma nova era, marcada pela paz e pela

harmonia universal. Mas a leitura que neste momento se pode fazer é que se tratava

afinal de expressar o mito americano de que o comunismo era a causa de todos os

problemas internacionais. Não se tendo coibido sequer de afirmar existir agora um

“mundo livre”.

A verdade é que, alguns anos após o fator detonador da queda do muro

de Berlim, ficou claro que o sistema internacional não se ajusta por si, e que na au-

sência de controlo mundial exercido pelas potências precedentes, algo teria de ser

feito para preencher esse vazio. Até porque a própria ONU, se debatia com a falta

de recursos, tornando impraticável o controlo desejado. Dadas essas circunstâncias,

o pragmatismo e a importância relativa da ONU, dotou os Estados Unidos, de uma

forma crescente, do controle unilateral praticado em nome da comunidade interna-

cional.

Apesar dos contratempos, tenta na medida das suas capacidades, contra-

riar e confrontar a hegemonia dos Estados Unidos, “estando sempre em cima” dos

acontecimentos e intervindo politicamente, “mostrando-se”. Nesse sentido promove

uma parceria estratégica com a China, ao mesmo tempo que desenvolve laços pro-

fundos com a Sérvia, Irão, Iraque, Síria e Índia, sobretudo no que respeita à expor-

tação de armamentos e energia. No entanto, o poder mundial tende agora a concen-

trar-se em macroáreas do hemisfério norte que aglutinam a riqueza e a caducidade

de inovação tecnológica.

8. NOVA ORDEM MUNDIAL: NOVOS PÓLOS DE PODER

As características dos polos de poder mudaram com o fim da Guerra Fria.

Se Estados Unidos e União Soviética rivalizavam e mantinham suas regiões de in-

fluência mediante poder militar, com armas convencionais e de destruição em mas-

sa, outros aspectos garantiriam poder para os países ou grupos de países na Nova

Ordem Mundial.

Tríade – anos 90, com o fim do socialismo soviético o capitalismo tornou-

se o sistema econômico hegemônico mundial. Assim, as maiores economias do

mundo caracterizavam-se como países de maior influência no Sistema Internacional.

21

Seriam eles: EUA (maior economia do mundo), Japão (20 maior economia mundial

nos anos 90) e União Europeia que congregava países como Alemanha (unificada),

França e Reino Unido.

Poder Unipolar, no ano de 2001 os Estado Unidos foram atacados em seu

território nos episódios de 11 de setembro. A reação americana envolveu o lança-

mento de um novo modelo geopolítico – a Doutrina Bush – que dava ao país o direi-

to de pressionar ou atacar “preventivamente” os países que potencialmente atentas-

sem contra suas necessidades ou sua segurança. Mesmo com a oposição de potên-

cias mundiais como Rússia, França e Alemanha, os Estado Unidos conseguiram

viabilizar ações como as guerras do Afeganistão e, principalmente, do Iraque. Para

alguns analistas, esse fato evidenciava a formação de um mundo unipolar no qual os

Estados Unidos seriam potência hegemônica, pois aliavam poder militar (convencio-

nal e nuclear) e econômico.

Multipolaridade – 2008, a crise econômica mundial de 2008 fragilizou a

economia dos países centrais aumentando a inserção de países semi-periféricos no

Sistema Internacional. Grandes economias como a do Brasil, da China, da Índia e da

Rússia fizeram desses países importantes jogadores do Sistema Internacional. A

atuação desses países é ainda mais destacada em conjuntos como BRIC, MERCO-

SUL e G-20. A Nova Ordem Mundial é palco da intensificação do processo de globa-

lização e da difusão de um meio tecnificado por recursos de informática e telecomu-

nicações.

É importante o entendimento do processo de globalização, da produção

do meio tecnificado, das suas relações e consequências.

8.1 - GLOBALIZAÇÃO

A globalização pode assim ser definida como a intensificação das rela-

ções sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que

acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de

distância e vice-versa. Esse processo foi facilitado nas últimas década por fatores

como:

Transformação nos sistemas de comunicação e transporte. As comunicações via

satélite, uso de fibra ótica e computadores em rede criaram uma condição de

instantaneidade para a produção e difusão de informações. Além disso, as tec-

22

nologias de transporte (com destaque para marítimo e aéreo) tornaram as dis-

tâncias pouco importantes.

Fim do socialismo. Apesar de existirem tecnologias de comunicação e transporte

bem desenvolvidas nos anos 1970/80, o intercâmbio entre regiões era limitado

pela geopolítica da Guerra Fria. Com o fim socialismo e difusão do capitalismo

neoliberal as barreiras nacionais para circulação de investimentos e mercadorias

forma relaxadas ou eliminadas.

O meio técnico-científico-informacional. Para o entendimento da fluidez das mer-

cadorias, pessoas, capitais e informações no cenário de globalização são ne-

cessários o entendimento das características e evolução do meio artificial e tec-

nificado que o homem criou e o engloba na atualidade – o meio técnico-

científico-informacional. Identificado no pós-guerra, especificamente após a Ter-

ceira Revolução Industrial (recursos de informática e comunicações – micropro-

cessador, fibra ótica, comunicação via satélite). Os objetos desse meio são dis-

tintos dos demais por duas razões. Primeiro, são objetos que só podem ser pro-

duzidos com acentuado desenvolvimento das ciências: ciência e engenharia de

materiais, física, química, biologia. Além disso, as informações são os recursos

de alimentação e processamento por esses objetos. Segundo, o desenvolvimen-

to do meio técnico-científico-informacional permite conexões mais eficientes en-

tre regiões distantes: transportes mais volumosos e baratos de cargas e pesso-

as; instantaneidade da difusão de informações e capitais.

8.2 - BLOCOS ECONÔMICOS

No cenário de globalização dos anos 90 e século XXI houve difusão dos

chamados “blocos econômicos”, isto é, acordos entre países para aumentar a circu-

lação econômica entre eles.

Os países europeus já ensaiavam um bloco econômico desde o final da

Segunda Guerra Mundial – a Comunidade Econômica Europeia. Na atualidade, são

importantes blocos econômicos: NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comér-

cio), MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), UNIÃO EUROPÉIA. Eles podem ser

categorizados de três formas:

Zona de Livre Comércio: as barreiras comerciais entre os países são lenta-

mente extintas. É o caso do NAFTA na América do Norte.

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União Aduaneira: os países membros unificam sua relação comercial com os

países de fora de bloco. O MERCOSUL é, formalmente, uma união aduaneira

desde a criação da Tarifa Externa Comum (TEC) nos anos 90.

Mercado Comum: livre circulação dos fatores de produção entre os associa-

dos. Assim, trabalho e investimento circulam livremente. A União Europeia é

um exemplo de mercado comum.

Apesar desses blocos institucionalizados, é possível identificar forte influ-

ência dos Estados Unidos em todo o continente americano, da Europa em partes da

Ásia e da África e do Japão no Extremo Oriente e Oceania.

24

9. CONCLUSÃO

Após apreciação dos dados da pesquisa preliminar e elaboração do pre-

sente trabalho, notamos o quanto é divertido estudar os tempos históricos antes de

nossa vivência, conhecer motivos e razões que conduziram tal momento da presen-

te história. Também é interessante destacar que observando o passado é possível

identificar fatores que se estabelecerão no contexto futuro, podemos compreender

melhor os elementos que conduziram os Estados Unidos a ser a superpotência atu-

al, através do presente estudos. Foi vital buscar profundamente o conhecimento so-

bre a geopolítica, apesar de termos certa noção quando registramos via televisão,

jornais, rádios essa inter-relação dos países em geral. Pra nós acadêmicos o assun-

to é crucial, e necessitamos continuar buscando o conhecimento do tema exposto

para melhor discernir o nosso contexto de vida, pois os fatores de ações positivas

e/ou negativas entre os países potencialmente político e econômico, reflete em nos-

so contexto.

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REFERÊNCIAS

TEIXEIRA, Gilvan. Geopolítica do Pós-Guerra. 17 abr. 2012. Disponível em:

<http://profgilvanteixeira.blogspot.com.br/2012/04/geopolitica-do-pos-guerra.html>

Acesso em: 18 set. 2013;

UFRJ. Pesquisa: A nova política na era da globalização. Disponível em:

<www.race.nuca.ie.ufrj.br/journal/s/sardenberg16.doc> Acesso em: 18 set. 2013

INFOESCOLA. Pesquisa: Nova Ordem Mundial. Disponível em:

<http://www.infoescola.com/historia/nova-ordem-mundial/> Acesso em: 19 set. 2013

OLIVA, Jaime. A ordem pós-segunda guerra. Disponível em: <http://jaimeoliva.blogspot.com.br/2010/02/ordem-pos-segunda-guerra.html> Acesso em: 17 set. 2013

INFOESCOLA. Pesquisa: Geopolítica. Disponível em: <http://www.infoescola.com/ciencias/geopolitica/> Acesso em: 17 set. 2013.


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