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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL TITULAR DA ___ VARA DO TRABALHO DE MANAUS:

ROBERTO ANDR XAVIER BEZERRA

OAB/AM 3.158

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL TITULAR DA ___ VARA DO TRABALHO DE MANAUS:

ROBERTA KELLY GOMES DA SILA, brasileira, casada, atendente de lanchonete, natural de Barreirinha, com 33 anos de idade (nascida em: 21/10/1987), portadora da C.I. n: 1591923-4, inscrita no CPF n: 718.258.602-97, filha de Valdeize Ferreira Gomes, residente e domiciliado na Avenida So Jorge, n: 458, apt. 01, Bairro de So Jorge, CEP: 69.040-480, nesta capital, vem respeitosamente, por seus Advogados infra-assinados, procurao inclusa, propor RECLAMATRIA TRABALHISTA em face de CLEBER TOLENTINO DE LIMA CAF CENTER, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n: 03.345.457/0001-26, com sede na Rua 24 de Maio, Loja 27, Ed. Rio Negro Center, n: 220, Bairro: Centro, CEP: 69010-080, Manaus/AM, pelas razes de fato e de direito que seguem:

I DO BENEFCIO DA JUSTIA GRATUITA.

Nos termos do art. 14, 1, da Lei 5.584/1970, das Leis 1.060/1950 e 7.115/1983, bem como do art. 790, 3, da CLT, a Reclamante declara para os devidos fins e sob as penas da Lei, ser pobre, no tendo como arcar com o pagamento de custas e demais despesas processuais sem prejuzo de seu sustento e de sua famlia, pelo que requer os benefcios da justia gratuita.

II DA NO SUBMISSO DA DEMANDA COMISSO DE CONCILIAO PRVIA.

Declara a Reclamante, a teor do art.625-D e respectivo 3 da CLT, que no submeteu a demanda Comisso de Conciliao Prvia por no existir na localidade da prestao dos servios Comisso de Conciliao Prvia instituda no mbito da empresa demandada ou sindicato.

III DO CONTRATO DE TRABALHO

A Reclamante funcionria do Reclamado desde o dia 15/07/2003, tendo sido contratada na funo de atendente de lanchonete, percebendo remunerao mensal de um salrio mnimo, equivalente hoje R$ 600,00 (Seiscentos Reais). Como se comprova com a carteira de trabalho anexa, o Reclamado assinou sua carteira de trabalho no dia 01 de dezembro de 2003, e a Reclamante nunca exerceu somente a funo a qual foi contratada. A Reclamante caixa, chapeira, faz sucos, ou seja, todo o servio da lanchonete.IV RESCISO INDIRETAA Reclamante vem sendo constantemente insultada e agredida verbalmente pelo gerente do Reclamado, o SR. CLEUTON JOS DE LIMA, que irmo do Reclamado, o que est tornando insuportvel o dia a dia da Reclamante naquele local de trabalho. Conforme pode-se provar atravs de testemunhas, o gerente do Reclamado vem espalhando para todo mundo que a Reclamante apanha do marido, todas as vezes que a mesma precisa se ausentar do ambiente de trabalho. Fora outros xingamentos como abestada, lesa, entre outros.No dia 15/10/11 a Reclamante foi pedir um vale do Sr. Cleuton e o mesmo respondeu da seguinte forma: O QUE VOC QUER ROBERTA? VALE? VAI RODAR BOLSINHA NA PRAA.O gerente Reclamado, SR. CLEUTON JOS DE LIMA, no tem hora nem local para intimidar a Reclamante, xinga a mesma at na frente dos clientes. Os funcionrios so obrigados a restituir o valor de cada copo, que por acidente vier a ser quebrado. H mais ou menos 5(cinco) meses, o gerente do Reclamado colocou sua mulher de nome Adriana tambm como gerente, e esta disponibiliza um copo descartvel para todos os funcionrios tomarem gua. A gerente tambm sugere aos funcionrios, que lavem os copos descartveis usados pelos clientes para que eles possam usar para beber gua.Diante de tais fatos e circunstncias a Reclamante tem direito ao pedido de resciso indireta do contrato de trabalho conforme est previsto no Art. 483 da CLT e Indenizao por Danos Morais, pois o gerente do Reclamado, SR. CLEUTON JOS DE LIMA, praticou atos lesivos a honra e a boa fama da Reclamante.S restou esta alternativa a Reclamante, vir procurar o respaldo do Poder Judicirio, objetivando ver atendido os seus direitos, para que haja verdadeiramente reparao pelos danos morais sofridos, ocasionados exclusivamente por CULPA GRAVE do gerente Reclamado de nome CLEUTON JOS DE LIMA.Admite-se a resciso indireta face o disposto na letra e do art. 483 da CLT:

Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando:

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua famlia, ato lesivo da honra e boa famaPortanto, requer Resciso Indireta, j que a Reclamante vem sendo diariamente humilhada pelo gerente do Reclamado com palavras de baixo calo. A Reclamante no responde aos insultos do SR. CLEUTON JOS DE LIMA, pois nota que a inteno do mesmo que a Reclamante pea as contas, para que a empresa que de propriedade de seu irmo, conforme comprovante de inscrio anexo, no precise pagar direitos trabalhistas da Reclamante.V DO DANO MORAL.A prtica do ato ilcito praticados pelo gerente Reclamado repudiada pelo Cdigo Civil em seu artigo 186, sendo garantido o direito de reparao do dano, ainda que exclusivamente moral. o que versa a lei:

Art. 186 Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, cometer ato ilcito.H de ser ressaltado o que est prescrito na Constituio Federal de 1988, in verbis:

"Art. 5.

(...)X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao;"

Com o advento da Carta Magna de 1988, que inseriu em seu texto a admissibilidade da reparao do dano moral, inmeras legislaes vm sendo editadas no pas, ampliando o leque de opes para a propositura de aes nessa rea.O Cdigo Civil agasalha, da mesma forma, a reparabilidade dos danos morais, no mbito do artigo 927 retrotranscrito. Ressalte-se que a personalidade do ser humano formada por um conjunto de valores que compem o seu patrimnio, podendo ser objeto de leses, em decorrncia de atos ilcitos. A constatao da existncia de um patrimnio moral e a necessidade de sua reparao, na hiptese de dano, constituem marco importante no processo evolutivo das civilizaes. Existem circunstncias em que o ato lesivo afeta a personalidade do indivduo, sua honra, sua integridade psquica, seu bem-estar ntimo, suas virtudes, enfim, causando-lhe mal-estar ou uma indisposio de natureza espiritual. Sendo assim, a reparao, em tais casos, reside no pagamento de uma soma pecuniria, arbitrada pelo consenso do juiz, que possibilite ao lesado uma satisfao compensatria da sua dor ntima, compensa os dissabores sofridos pela vtima, em virtude da ao ilcita do lesionador.

Assim, todo mal infligido ao estado ideal das pessoas, resultando mal-estar, desgostos, aflies, interrompendo-lhes o equilbrio psquico, constitui causa suficiente para a obrigao de reparar o dano moral, exatamente como no caso presente, caracterizado pela perpetrao de gravssima ofensa moral pelo Reclamado contra a Reclamante. Os artigos 944 e seguintes, especialmente os artigos 949, 950 e 951 do Cdigo Civil, estabelecem os parmetros ou preceituam o modus operandi para se estabelecer o quantum indenizatrio, dessa forma, a indenizao pecuniria em razo de dano moral como um lenitivo que atenua, em parte, as conseqncias do prejuzo sofrido, superando o dficit acarretado pelo dano. pacfico na doutrina, bem como na jurisprudncia ptria, que a condenao por danos morais, deve ser estipulada com valores a nveis desestimuladores de novas prticas lesivas por parte do Gerente, afinal, Excelncia, a reprimenda pecuniria nfima, torna-se um atrativo para que os responsveis por dano voltem a cometer a mesmssima ilicitude, sem que nada antes tivera acontecido de semelhante. Portanto, Excelncia, pelas razes ora invocadas, faz-se necessrio a condenao do Reclamado na importncia correspondente a R$ 100.000,00 (cem mil reais), o que ora requer por entender, com fulcro na teoria do valor de desestmulo, que estabelece que a condenao em danos morais deve ser expressa por quantum que faa o Reclamado refletir, para no mais ser repetidos novos ilcitos dentro de sua empresa.De j rebatemos a habitual e despropositada linha de defesa dos agressores, onde aduzem que h uma indstria de pedidos de reparao de danos. Ao revs, h, sim, uma indstria de fabricao de danos, que merece, a propsito, a reprimenda pecuniria previsvel legalmente, de sorte a afastar, ento, que estes atos nocivos no venham mais a acontecer.VI. DAS VERBAS RESCISRIAS:

Saldo Salrio......................................................................................... R$ 140,0013 Proporcional.....................................................................................R$ 500,00

13 Indenizado........................................................................................R$ 50,00

Frias Proporcionais...............................................................................R$ 200,00

1/3 Frias Proporcional...........................................................................R$ 66,67

Frias Indenizadas..................................................................................R$ 50,00

1/3 Frias Indenizadas............................................................................R$ 16,67

Aviso Prvio..........................................................................................R$ 600,00

Seguro desemprego..............................................................................R$ 2.700,00 (5x 540)

Total:

R$ 4.323,33

VII. DO PEDIDO:Isto posto, reclama os seguintes pleitos ilquidos:

Indenizao Por Danos Morais................................................................R$ 100.000,00

Pleitos ilquidos:

a) Anotao e baixa na CTPS da Reclamante;b) Condenao do Reclamado em indenizao por danos morais em valores a serem arbitrados por Vossa Excelncia, nos parmetros do item V;c) A condenao do Reclamado em correo monetria e juros de mora, calculados sobre o capital ainda no corrigido;

d) A condenao do Reclamado a recolher o INSS em todo o perodo laborado;

e) A condenao do Reclamado no pagamento das verbas incontroversas, na forma do art. 467 da CLT, haja vista, que o Reclamado no pagou valores devidos ao Reclamante, caso no o faa at a audincia que for designada por Vossa Excelncia;

f) Honorrios advocatcios a serem arbitrados em 20% sobre o valor da condenao.

Requer ainda a notificao do Reclamado para, querendo, contestar a presente Reclamao Trabalhista, sob pena de revelia, sendo ao final condenadas no pagamento integral dos pleitos e custas processuais.

Requer o Reclamante o beneficio da justia gratuita, nos termos do art. 4 da Lei 1.060/50, em face do mesmo ser economicamente pobre e no poder arcar com o nus de custas judiciais, sem prejuzo do sustento prprio e de sua famlia.

VIII DAS PROVAS.

Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, sem exceo de nenhuma, inclusive a testemunhal, documental, percias, etc.

IX DO VALOR DA CAUSA.

D-se a presente causa o valor de R$ 104.323,33 (Cento e Quatro Mil Trezentos e Vinte e Trs Reais e Trinta e Trs Centavos).Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Manaus, 08 de novembro de 2011.ROBERTO ANDR XAVIER BEZERRA

ADVOGADO - OAB/AM 3.158PAGE 9___________________________________________________________________________

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