Download - Tinham tudo em comum
Prefácio:
-A ideia de não fazer teologia de textos narrativos, como o livro de Atos.
-É claro que devemos cuidar para que experiências pessoais ou mesmo coletivas não sirvam para normatizar as relações sociais e com Deus. É importante ver como a questão resoa nos demais livros e especialmente nos textos que ele chama de didáticos.
-Temos que cuidar para não dicotomizar a Bíblia. Os textos sempre devem ser analisados em seus contextos imediatos e amplos.
-A propaganda que Jhon Stott faz para a Macintosh (máquina Apple Macintosh Plus).
Introdução a Lucas:
-Há uma crítica a respeito da veracidade histórica do livro.
-O prefácio de Atos está em Lucas 1.1-4
-Lucas escreve sobre fatos que se cumpriam, ou seja, ligados às profecias do AT. Coletou dados das testemunhas oculares e investigou outras fontes.
-Lucas: médico, companheiro de Paulo nas viagens, fez pesquisa de campo (do tipo etnográfica, de descrição densa) para compor o evangelho e o livro de Atos.
-Muito provavelmente teve contato pessoal com Maria, mãe de Jesus, os apóstolos.
-Lucas comporta-se como embaixador, procurando apresentar a igreja que surgia como inofensiva ao Estado, uma sequência do judaísmo já legalizado, demonstrar que personagens importantes da política romana não conseguiram incriminar Jesus nem a Paulo, e relatar conversões ao cristianismo de pessoas também importantes e conhecidas politicamente.
-Também procurou advogar a unidade da igreja e a superação dos conflitos. Especialmente conciliar os ensinos de Pedro e Paulo.
-Lucas era teólogo-evangelista. Não somente historiador.
-É evangelista. Fala da salvação que se cumpre e é proclamada. Foi preparada por Deus, dada por Cristo e oferecida a todos os povos. Jesus é o salvador do mundo.
Introdução a Atos:
-Relata o que Cristo fez diretamente (evangelho) e o que seguiu fazendo através da igreja (Atos).
Capítulo 1: À espera do Pentecoste (Atos 1: 6-26)
-A obra de Jesus pode ser descrita, de forma geral, através de três eventos: a vinda, o envio do Espírito Santos (Pentecoste) e a volta.
-O reino de Deus foi de fato inaugurado pelo Emanuel. A dádiva do ES era a clara continuidade desse ato inaugural, ou seja, Deus continuava conosco, logo não houve uma interrupção do reino entre nós com a morte, ressurreição e ascensão de Cristo.
-O ES veio sobre Jesus para capacitá-lo ao ministério público e agora, viria sobre a Igreja: para sermos testemunhas, compartilhar o evangelho.
-Ficaram em Jerusalém esperando o cumprimento da promessa. Foram 50 dias: 40 dias entre a ressurreição e a ascensão e 10 dias da ascensão até a vinda do ES. Pentecoste ocorre justamente no dia da festa da colheita (Ex. 23.14), para a igreja, substituindo-a. A palavra significa ‘quinquagésimo dia’. Foi comemorado/celebrado por parte da igreja cristã em 24/05/2015.
-Nesse período de 50 dias ocorreram muitas coisas. Primeiro, passaram os 40 dias com Jesus ressuscitado. Foram várias aparições como relata Lucas (v. 3) e isso deve ter agitado bastante o cotidiano de todos. Também, os cuidados em relação à perseguição por parte dos membros do Sinédrio.
-Além disso, em termos de atividade dos apóstolos e demais seguidores de Jesus, destaca-se nesse período de 50 dias:
1) O comissionamento dos apóstolos (v.6-8):
-Jesus, mesmo após a ressurreição, continua se ocupando do tema do Reino de Deus e do Espírito Santo (v. 3-5).
-Então a pergunta: restaurar o reino – pensavam no reino político e territorial, em Israel e para já. Confundiram, ou na verdade, não haviam de fato entendido o que Jesus dizia a respeito do seu Reino.
-Nos v. 7 e 8 Jesus corrige a incompreensão:
a)O Reino de Deus é espiritual:
-arrepender e crer nas boas novas. Mas opera na terra: é chegado, ele está próximo, está aí. Somos testemunhas.
-O seu poder é especial, diferente do poder dos reinos terrestres. Pode ser traduzido nas bem aventuranças, no fruto do Espírito, no exercício dos dons, no perdão e no amor.
-Não possui identificação ideológica política nenhuma, mas possui implicações políticas e sociais radicais: os valores do Reino entram em conflito direto com os valores deste mundo. Naquele tempo diziam “Cristo é o Senhor, não Cesar”.
b)O Reino de Deus é internacional quanto aos seus membros
-Diferente da ideia do Velho Testamente de que as nações iriam até Israel, a igreja vai até as nações. Esse é o mandato missionário. E é isso que o próprio livro de Atos registra: na Judeia, Samaria, e toda terra habitada.
c)O Reino de Deus é gradual quanto a sua expansão
-As coisas vão acontecendo devagar, ou no seu tempo, à medida que conhecemos e seguimos em conhecer a Deus. Não adianta curiosidade nem impaciência.
-A igreja caminha para o fim, a consumação dos tempos, não importa quando, mas importa a caminhada, o como, o que temos que fazer enquanto caminhamos e, principalmente, que dispomos da dádiva do Espírito Santo, do seu poder.
2) Eles viram Jesus subir ao céu (1: 9-12):
a) Lucas se contradiz?
-O relato do final do evangelho contradiz o do início de Atos?
b) A ascensão ocorreu realmente?
-Há contestações no nível da construção teórica, não a partir da comparação de relatos históricos. A contestação vai no sentido do “princípio da analogia”: só podemos acreditar em algo estranho á nossa experiência se pudermos reproduzir algo semelhante dentro da nossa experiência.
-A ascensão é fato único, confirmada em outras partes do NT (At. 2:31, o relato é sóbrio não espalhafatoso, com testemunhas oculares, Ele deixou de aparecer aos discípulos, teve um sentido simbólico de ser definitiva e que viria outra pessoa.
c)Qual o valor permanente da história da ascensão?
-Da mesma forma que Ele foi, voltará: por vontade própria. Esse mesmo Jesus voltará do mesmo modo.
-Enquanto não volta, devemos ser testemunhas. A sequência histórica é: Jesus foi assunto ao céu, ocorreu o Pentecoste, a Igreja sai para testemunhar, então Jesus voltará.
-O Espírito vem e nós vamos.
-De uma forma geral, devemos abandonar a tentação do ativismo (fazer a utopia na terra) e do pietismo (somente o céu).
3) Eles oraram pela chegada do Espírito Santo (1: 12-14)
a) a oração era unânime – os discípulos, Maria, outras mulheres (Lc. 8.2-3) e mais pessoas. Em torno de 120 como está no verso 15.
-Unânime: tanto no sentido de estarem no mesmo lugar fazendo a mesma coisa, como orando a mesma coisa: uma só mente, um só coração.
b) a oração era perseverante.
-Significa estar ocupado ou ser persistente em toda a atividade. Usa a palavra em outros lugares (2.42, 6.4)
-A oração estava fundada na promessa – as promessas de Deus não tornam a oração supérflua.
4) Eles substituíram Judas por Matias como Apóstolo (1:15-26)
-A substituição era necessária pois:
a) Judas havia morrido (v.18-19)
b) A substituição estava apoiada na promessa do VT
c) Matias é escolhido
-Os critérios de candidatura: testemunhas da ressurreição (2.32, 3.15, 4.32, 10.40-42, 13.30)
-A escolha seguiu quatro passos: a fundamentação bíblica, o bom senso, a oração e o lançar sorte.
-Tiago não é substituído: Atos 12.1-2. Por quê?
-A vaga de Judas foi substituída. A de Cristo ainda não... próxima lição.