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O que é projeto gráfico?
Técnicas Gráficas em Jornalismo Professor mestre Artur Araujo ([email protected])
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Antes, alguns lembretes...
O exercício sobre projeto gráfico já está disponível no site. Deve ser entregue daqui a 14 dias, em 11 de março.
Estamos a 56 dias da entrega do trabalho individual sobre publicações.
Estamos a 77 dias da prova prática.
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Uma definição preliminar
Jornais e revistas são, a princípio, coisas que se vêem: do todo do espaço bidimensional se parte para os grandes títulos, para os textos e para as ilustrações. Jornais e revistas são também –e isso tira-lhes o status de coisas puramente visuais– um discurso, que precisa, de alguma maneira, estar harmonizado com a aparência.
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Branding
O conceito de projeto gráfico, acrescente-se, tem sua origem e fundamento em uma idéia de fundo econômico, de individualizar o produto jornalístico por meio de um padrão gráfico, diferenciando-o no mercado. Faz parte do “branding” da marca de uma empresa jornalística.
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Dos batalhões às empresas
“Muitos dos elementos e características do design gráfico surgiram não apenas nos pôsteres, mas também na própria guerra. Os militares precisavam de um sistema de signos para organizar e identificar suas equipes e seus suprimentos. (...) Além das insígnias regimentais para distinguir as tropas, o uso de transporte motorizado tomou necessária a criação de símbolos para identificar unidades e divisões do exército.
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Projetos gráficos no Brasil
Na imprensa brasileira, o surgimento de “projetos gráficos”, de modo planificado e sistematizado como atualmente vemos, ocorreu na década de 1950, com os jornais Última Hora e Jornal do Brasil, ambos do Rio de Janeiro.
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Especificações de um projeto gráfico o conteúdo do noticiário, formato de página (broadsheet, standart, berlini, tablóide,
A4), o uso de marcas de identificação (cabeçalho e logomarcas) o papel (jornal, cuchê, alta-alvura etc), o uso da cor, as famílias de tipos, o uso ou não de elementos gráficos (fios e ornamentos), o uso de fotos, ilustrações e infográficos, e o uso do branco [nota do professor: branco, em
diagramação, é o espaço vazio em uma página] que compõem um jornal.
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Traduzir a forma no conteúdo
Essas especificações, porém, não podem ser desenvolvidas sem se levar em conta o conteúdo do jornal: elas precisam traduzir o teor da publicação. Exemplo: um jornal de esporte utiliza fotos e textos de um modo diferente que uma revista sobre literatura ou um jornal de economia.
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Tony Sutton, designer canadense
“Nossa principal tarefa não é criar páginas bonitas que impressionem a outros diagramadores, mas sim a de persuadir pessoas comuns a lerem matérias bem escritas e ajudá-las a entender mais suas vidas e o lugar delas neste mundo (...) Infelizmente, a maioria dos editores e diretores pensa que a reforma gráfica consiste em fazer o jornal mais bonito. Não é assim que funciona”.
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Conhecendo de longe
A padronização gráfica deve ser concebida de tal modo que preserve a identidade de um veículo, levando o público a identificar o produto à distância, seja na banca de jornal, seja no sofá da sala, criando um padrão que permita ao leitor senti-la como algo que lhe é familiar.
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Como inovar e manter o padrão?
O que diz Ricardo Parpagnoli: “O trabalho exige esforço e concentração.
Manter o estilo é relativamente fácil. A manutenção do estilo não significa, porém, que se deva estacionar e que se apresente ao leitor, todos os dias, os mesmos recursos técnicos. Dentro do estilo estabelecido, a variação é necessária”
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Uma função semântica também
A padronização gráfica, portanto, cumpre o papel de contemplar a função semântica de identificação do órgão de imprensa e pode ser observada também, por meio de recursos audiovisuais diferentes, em telejornais e no radiojornalismo.
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A força das convenções
A padronização gráfica é também uma reunião de convenções arbitrárias. Quando observamos, por exemplo, que, na imprensa britânica, o formato tablóide tornou-se sinônimo de imprensa sensacionalista, estamos diante de um costume específico daquele país.
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Tablóide e sensacionalismo
Nada em uma página de 28 cm de largura por 32 cm de altura obriga um determinado editor a pôr ali um conteúdo sensacionalista. Há até teorizações sobre isso, mas é pura balela: o formato não explica o conteúdo. Quando alguém tem essa impressão, ela deriva mais de costumes aquiridos com determinados jornais do que uma real relação de causa e efeito.
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Imprensa séria x imprensa popular
Nas reflexões acima, já vínhamos mencionando uma dicotomia entre dois padrões. De um lado, a imprensa dita “séria”, de outro, a imprensa dita “popular”, também chamada de “sensacionalista”, apesar de os termos não serem de fato equivalentes. Quais seriam as diferenças entre elas?
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Diferenças
Assuntos “chamativos”A imprensa popular leva ao leitor fatos chamativos, espetaculares, para prender-lhe a atenção.
Assuntos “densos”A imprensa séria convida o leitor a refletir sobre determinados temas sobre o interesse público.
Imprensa popularImprensa séria
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Diferenças
Textos pouco extensos
Nos projetos editoriais para jornais dirigidos a públicos com menor nível aquisitivo e menor nível de instrução, parte-se do pressuposto que o leitor não gosta de grandes textos.
Textos grandes
Nos projetos editoriais para jornais dirigidos a públicos de maior poder aquisitivo e maior nível de instrução, parte-se do pressuposto que o leitor deseja ler mais.
Imprensa popularImprensa séria
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Diferenças
Design tende a ser mais estravagante, ‘barroco’
Design tende a ser sóbrio, ‘limpo’ (clean)
Imprensa popularImprensa séria
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Diferenças
Uso mais livre das cores no projeto gráfico
Uso moderado da cor em boxes, fios etc.
Imprensa popularImprensa séria
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Diferenças
Títulos mais “escandalosos” semanticamente
Títulos mais “sóbrios” semanticamente
Imprensa popularImprensa séria
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Diferenças
O uso de textos e imagens tende a explorar mais emoções
O uso de textos e imagens tende a explorar menos emoções
Imprensa popularImprensa séria
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Diferenças
Menor número de páginas
Maior número de páginas
Imprensa popularImprensa séria
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Diferenças
Linha editorial privilegia entretenimento, esportes e polícia
Linha editorial privilegia política, administração pública e cultura
Imprensa popularImprensa séria
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... e no entanto... Todo esse jogo de diferenças, destaque-se
aqui, são convenções de gosto consolidadas nas últimas décadas. Nada impede que, em um futuro distante, uma nova geração de designers e jornalistas remodelem os paradigmas atuais. Isso já ocorreu no passado e nada indica que vai deixar de ocorrer no futuro.
Na década de 1960, por exemplo, predominava a dicotomia jornal de esquerda x jornal de direita...
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Tudo é relativo
As artes gráficas são ao mesmo tempo uma técnica e um objeto a ser estudado cientificamente. Como técnica, ela obedece a um conjunto de convenções estabelecidas no decorrer dos séculos. As artes gráficas abrangem desde o modo de produção até a idéia do que deve ser a “excelência” do produto final.
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Não há superioridade
Tanto os modos de produção quanto o ideal de excelência mudam ciclicamente no decorrer dos séculos. Nenhuma técnica, nenhuma convenção estética é, por si, superior à outra. Há, de fato, exemplos de obras convencionalmente mal executadas cujo produto final, convencionalmente, é pouco apreciado.
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Próxima aula: oficina de page makerAula teórica do dia 11/3: Tipografia
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Recomendação
Baixem o arquivo “apostila de page maker”, que consta no site do professor.