Download - Texto4 Fl Quest TrabGrupo
![Page 1: Texto4 Fl Quest TrabGrupo](https://reader036.vdocuments.com.br/reader036/viewer/2022082821/55cf9296550346f57b97bd32/html5/thumbnails/1.jpg)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃODEPARTAMENTO DE HABILITAÇÕES PEDAGÓGICAS Disciplina: Política Educacional da Educação Básica Período letivo: Período letivo: 2014.1Professor: SEVERINO ELIAS SOBRINHO
ESTUDO DE TEXTO – APRESENTAÇÃO INDIVIDUAL ORAL - DEBATE
IMPRIMIR / BAIXAR E LEVAR PARA AULA DO DIA 26/05/2014 - TURMA 05 –
Texto 4: A ESCOLA HOJE E OS ALUNOS QUE NÃO APRENDEM -
1. Apresentação
O texto, em anexo, do professor Roberto Leal Lobo elenca e argumenta sobre, dentre outros, os seguintes paradigmas tão em foco hoje no Brasil:
a) - o “valor universal do trabalho em grupo; b) - a “postura crítica” em vez do conteúdo; c) - a profusão de tudo que é “social” e extracurricular”.
Isto é: a qualidade inquestionável e universal do trabalho em grupo, alémda frouxidão e a permissividade em vez da disciplina e da cobrança e a valorização dos pesquisadores de banalidades.
O estudo do presente texto – polêmico, sem dúvida – é um exercício de reflexão e argumentação acerca destes modelos de práticas em voga no âmbito da escola (básica e superior) brasileira.
Neste sentido, estamos colocando os argumentos do prof. Leal no intuito de “provocar” a manifestação de ideias visando a um debate acerca de atividades tão presentes no nosso atual cotidiano escolar/acadêmico.
2. ORIENTAÇÕES PARA SUA PARTICIPAÇÃO NA APRECIAÇÃO DO
TEXTO (Vale 1,0 ponto):
2.1 – Proceder a leitura do texto na perspectiva de uma análise crítica;
2.2 – Se necessário, reler e aprofundar suas reflexões e ideias sobre a
argumentação do autor, acerca dos paradigmas em foco;
2.3 - Escrever (síntese/essência) das observações da sua leitura/análise
que julgue importantes para expor oralmente em sala de aula.
2.4 – Você terá de 05 (o mínimo) a 10 (o máximo) minutos para expor suas
considerações.
![Page 2: Texto4 Fl Quest TrabGrupo](https://reader036.vdocuments.com.br/reader036/viewer/2022082821/55cf9296550346f57b97bd32/html5/thumbnails/2.jpg)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃODEPARTAMENTO DE HABILITAÇÕES PEDAGÓGICAS Disciplina: Política Educacional da Educação Básica Período letivo: 2014.1Professor: SEVERINO ELIAS SOBRINHOAula do dia 26/05/2014 – TURMA 05 (2ª. noite)
TEXTO 4
A escola hoje e os alunos que não aprendem
É preciso rever modas como o valor universal do trabalho em grupo, a 'postura crítica' em vez do conteúdo, a profusão de tudo que é 'social' ou extracurricular
A educação brasileira está em crise. Além da recorrente violência escolar -a imprensa noticia com frequência casos de alunos armados ou com drogas, além de agressões a professores-, pais e filhos parecem achar que a escola não pode contrariar os alunos ou exigir desempenho.
As próprias famílias não conseguem impor limites aos filhos - às vezes, nem os pais têm limites-, algo que se espraia à sala de aula.
Esse problema, que está se tornando quase epidêmico no Brasil, não é desconhecido em outros países.
Neste momento, vale lembrar um livro francês que nunca foi muito divulgado no Brasil. Para quem está preocupado com a situação das escolas, vale ler "A Escola dos Bárbaros", de Isabelle Stal e Françoise Thom, publicado no Brasil pela Edusp ainda em 1987, apontando um cenário que só se agravaria no Brasil nas décadas seguintes.
As autoras são duas professoras francesas que contam a degradação que viam surgir nas escolas daquele país já na década de 1980. Os problemas que elas enxergaram nunca soaram tão familiares.
Elas consideram que a falta de disciplina nas escolas reflete uma sociedade que "adota o prazer como o ideal, em todas as direções - para tal sociedade, o objetivo da civilização é se divertir sem limites".
Ou seja, a escola desistiu de conduzir os jovens à vida adulta.
Nesse sentido, as autoras acertam em cheio ao apontar a profusão de práticas extracurriculares, fáceis e sem conteúdo, que servem para matar o tempo do jovem, como um dos grandes problemas da escola de hoje em dia. Os pais brasileiros podem reconhecer com facilidade essa moda dominando também as nossas escolas.
![Page 3: Texto4 Fl Quest TrabGrupo](https://reader036.vdocuments.com.br/reader036/viewer/2022082821/55cf9296550346f57b97bd32/html5/thumbnails/3.jpg)
Nas palavras das autoras: "É uma enganação afirmar que a inaptidão para expressar-se, que a ignorância crassa em história, em geografia, em literatura e a incapacidade em seguir um raciocínio elementar" sejam um preço que tenhamos de pagar para que todos se sintam à vontade na escola, permitindo a "inclusão" de todos os alunos.
Sob o pretexto de instaurar na escola a igualdade, o ensino é nivelado por baixo. Não há como escrever melhor do que elas: "A ambição da igualdade a todo preço desencoraja o esforço de aprender, tipicamente individual".
Não se pode abandonar o ensino de conteúdo ou deixar que os alunos escolham o que querem aprender. É possível incluir todos os alunos na escola -isto é, democratizar o ensino, criando uma escola que atenda à massa- sem a atual catástrofe.
Além dessas teses, as autoras criticam, com muita dureza, pedagogos, professores, administradores, sindicatos de professores e a nova geração de pais.
Os sindicatos, especialmente, estão mais preocupados em defender a mediocridade e o corporativismo. Eles apontam soluções simplistas para todos os males que afligem o ensino básico, como o aumento dos orçamentos ou ações tecnológicas nas escolas.
Isso sem falar nas ideologias que banalizam o ensino, como se o papel principal da escola não fosse tirar o aluno da ignorância.
O livro pode ser ácido e ter adjetivos em excesso. Pode até ser injusto com relação à importância de democratizar o acesso à educação, algo fundamental para diminuir as injustiças da sociedade.
Mas ele é preciso ao defender a destruição de alguns paradigmas tão em moda no Brasil, como:
- A qualidade inquestionável e universal do trabalho em grupo;
- A "postura crítica" sobreposta à absorção de conhecimento;
- A frouxidão e a permissividade em vez de disciplina e cobrança;
- A prioridade das atividades "sociais" em vez do estudo persistente;
- A valorização dos pesquisadores de banalidades;
- A ênfase nas metodologias em vez dos conteúdos.
Vale a reflexão: quantas gerações de alunos serão prejudicadas até o estudo persistente e o conteúdo voltarem a ser valorizados?---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ROBERTO LEAL LOBO E SILVA FILHO, 74, professor titular aposentado do Instituto de Física de São Carlos da USP, é presidente do Instituto Lobo. Foi reitor da USP