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3. Mtodos de interpretao de ensaios de pooExistem vrios mtodos de interpretao dos dados de um ensaio de poo. Estes mtodos podem dividir-se em trs grandes classes: 1) Mtodos convencionais; 2) Mtodos que utilizam as curvas-tipo (type-curve method); e 3) Mtodos numricos associados simulao de reservatrios. Os mtodos convencionais consistem em representar a evoluo dos dados de presso em funo do tempo, atravs de uma linha que permite estimar algumas caractersticas do poo e do reservatrio na vizinhana deste, tal como o horner plot acabado de referir. Estes mtodos convencionais, apesar de serem bons indicadores, tornaram-se obsoletos e poucos seguros com o evoluir do tempo e medida que novos mtodos mais rigorosos foram aparecendo. A sua utilizao deixa dvidas em relao ao diagnstico do escoamento, sendo por vezes difcil encontrar a linha adequada interpretao que se pretende. Os mtodos que utilizam as curvas-tipo (curvas predefinidas num baco utilizando parmetros adimensionais) so considerados hoje em dia mais fiveis quando comparados com os anteriores. Estes mtodos apresentam a possibilidade de se simular, com a ajuda de um modelo analtico, a evoluo da presso obtida durante o ensaio do poo em funo das estimativas das diferentes caractersticas do reservatrio. Estes mtodos acabaram por ser bastante melhorados com a introduo da anlise da derivada de presso. Com o aparecimento e o posterior desenvolvimento dos computadores, foram entrando no mercado softwares especializados na interpretao dos resultados dos ensaios de poo, sendo o SAPHIR (KAPPA) um dos mais utilizados hoje em dia. Este tipo de software permite tambm interpretar dados em tempo real, tornando a deciso de terminar ou continuar o teste mais fcil e fivel.

SUMRIO

1. Mecanismo de Fluxo................................................................

2. Testes em poos completados ................................................. 2.1 Testes de produo com medies superfcie ................. 2.2 Ensaios de poo com medies de fundo do poo ............ 2.3 Ensaios de poo com medies a superfcie .....................2.4 Anlise grfica dos ensaios de poo horner plot ............

3. Mtodos de interpretao de ensaios de poo .......................... 4. Testes em poos no completados .......................................... 4.1 Testes DST4.2 Testes em ferramentas em wireline ..................................

5. Limites de produo ................................................................ 6. Referncias .............................................................................

4. Testes em poos no completados4.1 Testes DST Em poos de explorao, quando h indcios de hidrocarbonetos, muitas vezes necessrio testar a seco atravessada para avaliar a produtividade da mesma e recolher amostras de fluidos de reservatrio. Estes testes so efetuados em open-hole, isto , em poos no completados, usando-se para o efeito uma tubagem de sondagem (drill string) especial, cujas juntas so estanques para evitar a fuga de hidrocarbonetos gasosos. O teste em open-hole conhecido como drill stem test ou DST. Ao efetuar-se um DST num poo de explorao, evita-se o dispndio de verbas avultadas com a instalao das tubagens e respectiva completao. Embora a deciso de se fazer um teste DST seja puramente econmica, dado ficar mais barato, pode entrar em conflito com os interesses dos tcnicos de sondagem por razes de segurana. muito mais arriscado fazer-se um teste de DST em open-hole do que um teste de produo atravs de uma seo devidamente completada (tubagens, completao e packer). Neste ltimo caso, os tcnicos tm o controle total do poo, enquanto que num DST em open-hole h sempre um risco de perdas de circulao e/ou fugas de fluidos entre a formao e o packer, o dispositivo que isola a zona a testar. A irregularidade do poo normalmente a causa dessas fugas, podendo o poo perder a coluna hidrosttica que necessria para suportar a presso do reservatrio. Se isto acontecer, pode dar-se um blowout (produo descontrolada do poo) que pode obrigar a operaes complicadas para a recuperao do seu controlo. Os testes DST em poos no completados so efetuados atravs do isolamento do intervalo a ser testado com um sistema mecnico expansvel designado por packer. No aconselhvel instalar estes dispositivos se a parede do poo mostrar-se irregular. Como foi dito anteriormente, se no houver um bom isolamento entre o packer e formao, pode haver fuga de fluidos para a superfcie do poo, o que pode resultar na perda de controlo do poo. Se houver necessidade de se efetuar vrios testes de DST a vrias profundidades, a maneira mais segura de fazer instalando o casing, cimentando o mesmo, perfurando a seco pretendida e isolando cada intervalo a testar com packers. As vrias seces podem, assim, ser testadas separadamente; antes de se testar o intervalo seguinte, necessrio isolar com cimento o intervalo previamente perfurado, evitando-se assim a comunicao entre zonar.

4.2 Testes com ferramentas em wirelineOs testes em wireline so efetuados com ferramentas prprias, descidas por cado (wireline), tais como MDT, RDT e RCI. Estes testes tm como finalidade medir presses no reservatrio e analisar/recolher fluidos.

Ferramenta wirelineMDT

DesignaoModular tester (MDT). O MDT veio substituir o RFT (repeat formation tester) e este ltimo veio substituir o FT (formation tester).

CompanhiaSchlumberger

RDT RCI

Reservoir description tool. Reservoir characterization instrument (RCI). Esta ferramenta veio substituir o MFT (modular formation tester)

Halliburton Baker Atlas

(Tabela Testes em wireline) As presses obtidas a diferente nveis (profundidades) so teis para avaliar os intervalos com hidrocarbonetos, a posio dos contatos petrleo-gs, petrleo-gua, ou gs-gua e a permeabilidade das formaes. A medio das presses pode ser efetuadas de trs maneira.1- Pontualmente, com o auxlio de uma nica sonda (single probe); 2- Com mais do que uma sonda (multi-probe); 3- Com o auxlio de dois packers (dual packer) permitindo a medida de presses

num intervalo muito mais amplo. Quando mltiplas medies de presso obtidas com o probe so projetadas num grfico em funo de profundidade, obtm-se gradientes de presso variveis de acordo com os fluidos que a formao contm. Assim, na zona do gs e do leo, os gradientes de presso

no na ordem dos 0,09 psi/ft e 0,35 psi/ft, respectivamente. Zonas contendo gua tm gradientes de presso de presso superiores, na ordem dos 0,45 psi/ft. Estes gradientes permitem determinar a posio dos contatos entre os diferentes fluidos. O contato petrleo-gua determinado por esta forma conhecido como FWL (free water level). Os contatos petrleo-gua determinados pelas diagrafias eltricas so conhecidos como OWC (oil water contact). Geralmente (especialmente no caso de reservatrios com maior tendncia de molhabilidade gua, water wet reservoirs), o OWC est em uma profundidade inferior a FWL. A diferena de presso capilar entre OWC e o FWL conhecida como presso capilar threshold. Corresponde presso que preciso vencer para que um fluido comece a mover-se num meio saturado por outro fluido e depende das prioridades do reservatrio. Reservatrios com ms caractersticas petrofsicas tm threshold pressures superiores s de reservatrios com boas caractersticas. Conhecendo as presses da formao e os fluidos que ela contm, possvel calcular a permeabilidade da formao. A permeabilidade calculada por esta via a permeabilidade efetiva paralela a direo de sedimentao, ou seja, paralela camada, designada por permeabilidade horizontal. Combinando a posio das sondas de medida com o duas packer, possvel medir a permeabilidade vertical entre camadas adjacentes. Estes testes so muitas vezes conhecidos como testes de interferncia vertical.

5. Limites de produoA produo total de um campo no somatrio do caudal potencial de todos os poos nesse campo. H uma srie de fatores de eficincia a ter em considerao no clculo da produo total, por forma a calcular o dbito disponvel para exportao. Para ilustrar este problema, propomos uma analise: Imagine um poo que, quando testado ao seu potencial mximo, isto , com o caudal mximo e a presso mnima cabea (min WHFP), de modo que consiga fluir at ao primeiro separador, debita 5000 barris por dia (bodp). Este caudal designado por caudal potencial (WPR well potential rate). O WPR calculado atravs de testes a vrios caudais (multi-rates tests) e curvas de comportamento do poo (well perfomance curves). Contudo, na prtica, o poo nunca pode/deve produzir ao seu potencial mximo, porque pode induzir efeitos de drenagem indesejveis a movimentao de gua e gs (water coning, fingering) afetando o fator de

recuperao. Seguindo as boas prticas de gesto de reservatrio, o poo dever produzir menos; neste exemplo, vamos assumir 3000 bopd. Este ltimo caudal pode ser designado por tcnico (WTR well technical rate). O WTR variar no tempo de acordo com as diretivas que forem surgindo. Se somarmos o WTR de todos os poos, obteremos o caudal tcnico do reservatrio (RTR reservoir technical rate). Durante um ano, o poo/completao sofrer, provavelmente, interrupes na produo devido a vrios fatores, tais como a realizao de diagrafias de produo (PLT, TDT), testes (PBU), trabalhos de manuteno, fecho por motivos de segurana (por exemplo, quando existe uma sonda nas proximidades), trabalho nas completao (string) adjacente (no caso de completaes duplas), etc. Se atendermos a todos esses fatores e descontarmos ao WTR as interrupes anuais devidas produo, o caudal baixar para um valor inferior ao WTR, que, neste exemplo, consideraremos ser de 2930 bodp. Este ltimo conhecido por caudal disponvel (WAR well available rate). A disponibilidade do poo (WA well availability) calculada dividindo o tempo em que o poo est apto a produzir pelo tempo em que o poo est ligado ao sistema de produo. Resumindo,

WAR = WTR x WA


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