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Page 1: Terceira Edição Pirituba Acontece

O Click invade outro meio de comunicação. Através da “Ban-da Tribunal de Rua” e do “Guia Topbairro”, visitamos a rádio Studio100, que há um ano ofi-cialmente anima o bairro de Pi-rituba. Entrevistamos e vimos de perto a rotina do radialista Marcelo Falcão.

#3 Novembro / Dezembro 2011Esta publicação é resultado do projeto Click, um olhar curioso sobre o mundo, que promove oficinas de jornalismo comunitário.

“Meu caso é mais um, é banal...”

Especial(Ver pág. 08) (Ver pág. 03)

Alguns problemas ganham tanta evidência na mídia, que acabamos nos cansando deles.

Pirituba Acontece também no rádio!

Com fogo não se brinca!(Ver pág. 05)

TOPBAIRROwww.topbairro.com.br

A INOVAÇÃO EM DIVULGAÇÃO

Page 2: Terceira Edição Pirituba Acontece

Equipe:

Amanda SanchesBruna Venâncio

Caio HenriqueDaniella Miconi

Edson de SousaHeloisa Berenguel

Igor FrancaJoão Victor

Joice LoyolaJúlia Cristine

Juliana LourençoLara Deus

Lucas SenaLucas Venâncio

Marina BudoiaMarina Nagamini

Pedro AugustoSamuel Parmegiani

Thalita XavierVicthor Fabiano

Mediadores:

Arthur Victor Edson Caldas Evelyn Kazan

Fala, Click!

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Olá, leitores

Estamos sem tempo. Todos nós! Dos mais jovens aos mais velhos! Cheios de tarefas. Acordamos cedo, dormimos tarde, muitas vezes não nos alimen-tamos bem... o mundo exige isso de nós.

Espera aí, o mundo exige isso de nós? Será que nossos pais, quando mais novos, também tinham suas agendas tão lotadas? Não seria melhor parar e pensar no que é realmente importante? Até porque, muitas vezes, nem pensamos. Agimos. Falamos. Só não pensamos.

É nesse momento em que começamos a banalizar coisas importantes. Tudo agora é bullying ou cor-rupção. Este é o tema do Especial desta edição do Pirituba Acontece. Mais uma vez, a Equipe Click trabalhou com muita dedicação para trazer o melhor para o morador da região.

Vale lembrar também que, agora, o Pirituba Acon-tece está no rádio semanalmente! Sintonize na Stu-dio 100 FM, 87,5, todas as segundas-feiras, às 14h. Você pode passar seu tempo ouvindo notícias sobre o que acontece na região, além de fatos de grande repercussão comentados com um olhar jovem e des-contraído.

Esperamos por você!

Os mediadores.

Equipe Click no Pico do Jaraguá

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Eu não tive a oportunidade de ler a primeira edição, mas já virei fã do trabalho de vocês, parabéns! Amanda Gomes, 17 anos

Ficamos muito felizes que tenha gosta-do de nossa segunda edição, Amanda! Você pode conferir a primeira no blog do projeto: clickumolhar.blogspot.com :)

Sobre o eSpecial da última edição:

Adorei o comentário sobre a pílula do dia se-guinte, pois conheço muitas pessoas que tomam muitas vezes, e agora vou poder alertá-las e in-dicar a leitura do jornal. Stephany Barch e Matheus Dias, 16 anos.

Para reportagens de tal importância precisaria de uma atenção maior com a reportagem, algo que prendesse mais a atenção do público. Augusto Alves e Mariane Pereira.

Muito legal, falou sobre um assunto interessan-te, contado por diferentes pontos de vista. Bruno N. Barros.

É necessário consciência do que fazer com esse conhecimento, para justamente não ficar grávi-da, ou engravidar alguém e também, claro, se respeitar e preservar. Tamires Ferreira

A Equipe Click agradece por todas as opiniões e comentários recebidos. Foram muito válidos para o crescimento de nossa publicação.

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O Click invade outro meio de comunicação. Através da “Banda Tribunal de Rua” e do “Guia Topbairro”, visitamos a rádio Studio100, que há um ano oficial-mente anima o bairro de Pirituba. Entrevistamos e vimos de perto a rotina do radialista Marcelo Falcão. Não há como falar da Studio100 sem passar pela história da sua legalização. A emissora ficou 15 anos como rádio comunitária aguardando a sua regulari-zação, que foi garantida por uma lei criada em 1998. Porém, só em 2010 a rádio conseguiu ser legalmen-te reconhecida e, por isso, a imagem de “pirata”, ile-gal, ainda está impregnada na mentalidade da popu-lação, diz Marcelo Falcão. Surpreendentemente, a entrevista aconteceu no ar, ao vivo. O trabalho numa rádio reserva diaria-mente diversos imprevistos e, por isso, necessita muito jogo de cintura. A visita à rádio marcou os repórteres da equipe Click que fizeram perguntas ao locutor. Marcelo também deu dicas para quem deseja seguir a carreira. E mencionou que é preciso persistência e perseverança, pois é difícil encontrar as portas abertas nas primeiras tentativas nesse mer-cado profissional, porém, o radialista ressaltou que a profissão é muito gratificante e que, segundo o pró-prio, “vale a pena” apesar das dificuldades.

Semanalmente, o Pirituba Acontece terá notícias divulgadas através da Studio100 FM 87,5 – terça--feira, a partir das 14 horas. Será mais um meio pelo qual você, leitor, poderá entrar em contato com um jornalismo jovem aqui no bairro. Fique ligado!

Piritubandofique por dentro da nossa região

Ouvindo Vozesa sua opinião aqui

Queremos sa- ber o que você acha de nossa pub l i cação . Mande críticas sugestões e elogios (lógi- co!) para:

[email protected]

Pirituba Acontece também no rádio!

Por Lara Deus

Marcelo Falcão, Thalita Xavier e Lucas Venâncio

Cena do filme “O Chamado”

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A atividade física é extremamente importante para a saúde e bom humor das pessoas, por isso quem oferece esse tipo de serviço deve ser muito bem preparado. Os profissionais de Educação Física são capaci-tados por quatro anos, na faculdade, para se torna-rem aptos a dar aulas de ginástica aeróbica, natação, musculação, entre outras modalidades, na tentativa de atender a necessidade do público e em busca de vaga no mercado de trabalho. “A oferta de pro-fessores é tão grande que a demanda de vagas não acompanha, assim, os salários tendem a diminuir. Em contrapartida, a formação dos professores está sofrendo um ‘déficit’ de qualidade, o que contribui ainda mais para a má remuneração”, diz Thais Li-lian, a gestora administrativa da Academia Água Vida, localizada na Chácara Inglesa (Pirituba). A gestora finaliza a entrevista dizendo sua opi-nião sobre a prática física: “a atividade física não deve ser adotada de forma isolada, ou seja, indepen-dente do objetivo, deve aliar-se à correta alimenta-ção. Adoto a atividade física para a minha vida, pois procuro adquirir hábitos saudáveis e que aumentem a minha qualidade de vida. Para mim, a atividade física aumenta minha disposição, bom humor, pre-vine doenças em geral, enfim, só benefício”. Esse é um ramo em crescimento e as pesso-as de um modo geral devem pensar mais na saú-de, valorizando as atividades físicas e priorizando a qualidade de vida.

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Pirituba é um dos maiores bairros de São Paulo (17,1 km²) e por isso possui muitas vias importan-tes, como a Av. Mutinga, a Av. Raimundo Pereira de Magalhães e a Av. Gen. Edgar Faccó, entre outras. Até alguns anos atrás, os moradores da região cir-culavam pela antiga “Estrada velha de Campinas”, como era conhecida a Av. Raimundo P. de Maga-lhães. Mas o bairro cresceu, o número de veículos também aumentou e a avenida continuou a mesma. Hoje, ela já não suporta mais o fluxo de carros, ôni-bus e caminhões que por ela passam todos os dias. As pessoas procuram então alternativas e, onde antes passavam apenas alguns carros, acabou se transformando em rotas diárias de ligação aos po-pulosos bairros vizinhos de Pirituba, como Jaraguá, Perus, Taipas etc. Já na Av. Gen. Edgar Faccó, grandes mercados, redes de fast food, comércio etc., só fazem piorar o trânsito por causa das filas duplas que se formam nos estacionamentos ou nos drive thrus. Para quem mora em Pirituba a única forma de atravessar a cidade e chegar às outras regiões é a Marginal Tietê, conhecida pelos seus longos con-gestionamentos, acidentes, obras e alagamentos. As velhas casas do bairro, em que antes mora-va apenas uma família, estão agora dando lugar a enormes condomínios que também contribuem para aumentar o fluxo de veículos, especialmente nos ho-rários de pico. O crescimento do bairro é tanto que devem surgir até um centro de convenções e novos shoppings nos próximos anos, porém os serviços de transporte público da região não acompanham essa evolução e centralizam as poucas linhas de ônibus em um único terminal rodoviário. Solução possível seria investir mais no transporte público, aumentando o número de ônibus e trazendo uma linha do metrô para o bairro.

Atividade física como hábito diário

Por Marina Nagamini

Aula de hidroginástica na Água Vida

Pirituba cresce, mas não anda

Por Samuel Parmegiani

Vista aérea

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Além de perigoso o fogo, quando em contato com superfícies inflamáveis, pode devastar elementos do meio ambiente, como a fauna e a flora, e fazer mal à saúde dos que estão em volta, provocando pro-

blemas respiratórios que, combinado ao clima seco, afetam principalmente crianças e

pessoas idosas.Queimadas não ocorrem apenas

em ambientes verdes e inabitados. Há também aquelas em lugares fe-

chados como casas ou lojas (mais conhecidas como

incêndio) e, por isso, é importan-te tomar cuida-do com velas, gás de cozi-nha, palitos de fósforo e pro- dutos químicos. Segundo os Sargentos Edson

Candido e Ronal-do Alexandre Sil- va, de julho a outu-

-bro, o índice maior de atendimento são em ra-

zão das queimadas em mato-seco, causa-das pelo calor, ou muitas vezes por cigar-

ros jogados no mato “por dia, varia de 4 a 5 ocorrências”, completam. O bombeiro é praticamente um “faz tudo”, pois não atende apenas as emergências rela-

cionadas ao fogo. Esse profissional socorre de gatinhos em árvores a grandes incêndios.

Lembre-se: fogo não é brincadeira.

Hoje se veem em todos os cantos e lugares, mais exatamente em gramados ou matas, as queimadas. Elas são cada vez mais vistas como um incidente comum, fazendo parte do coti-diano. No nosso bairro, por exemplo, toda sema-na acontece uma queima-da, que pode ter sido causada pelo calor excessivo do sol com-binado ao ar seco, ou também, como em muitas vezes, provocada por al-guém, um ato que agride o meio am-biente, polui o ar e consequentemente prejudica a saúde do bairro, do plane-ta, além de colocar em risco muitas vidas. Es-sas queimadas acontecem com maior frequência em Piri-tuba devido às muitas áreas verdes que embe-lezam a paisagem da região. Crescemos escutando de nossas mães e avós que não se deve brincar com fogo, mas ainda assim, tem gente que insiste na brin-cadeira. “Há meninos que, para empinar pipas em áreas abertas e com muito mato, limpam o terreno com o fogo”, diz o Sar-gento Edson Candido, do Corpo de Bombeiros.

Imagine alguém que estava dirigindo e, então, para

no farol justamente quando seu cigar-

ro acabou. Ele tem a brilhante ideia de jogá-lo pela janela, sen-do que do outro

lado há uma pequena mata com algumas

folhas secas. Seu cigarro cai em cima delas causan-do um incêndio pequeno, no começo, mas que se alastra pelo mato com o vento, tornando-se perigoso para as pessoas que estão no entorno da região.

Com fogo não se brinca!

Posto do Corpo de Bombeiros

Simulação de resgate em altura

Por Heloisa Berenguel, Marina Budoia e Lara Deus

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A Amora foi fundada em março de 2001, inicial-mente com perfil de associação de bairro, por um grupo de moradores preocupados com a área pública abandonada. Na região havia três casas totalmente depreda-das, sem água, luz, telhado, portas ou janelas. As práticas ilícitas no local beiravam à marginalidade, colocando em risco as pessoas que por ali passavam e a comunidade como um todo. Voluntários preocupados com o bem estar dos moradores do bairro, reuniram-se para realizar o primeiro mutirão de limpeza do local, com apoio da subprefeitura de Pirituba. Parte da comunidade sentiu-se responsável em dar continuidade aos tra-balhos numa constante e diária ação: cuidando do espaço, articulando voluntários e buscando apoio entre comerciantes, empresários e administradores públicos da região.

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Amora - Cidadania e Inclusão Social

Por João Victor

“A Amora é um processo vivo de construção da cidadania.”

(Aida Kazue Matsumoto - Presidente da Amora)

A Amora já realizou inúmeros projetos. E hoje, cede espaço para a realização do projeto “Cli-ck, um olhar curioso sobre o mundo”, projeto de Educomunicação, que acolhe jovens da região de Pirituba, através de iniciativas culturais e pedagó-gicas, trabalhando com diversas mídias: impressa, Pirituba Acontece; o jornal online, clickumolhor.blogspot.com; e recentemente a conquista de um es-paço na rádio Stúdio 100 FM 87,5 toda terça-feira às 14 horas.

Hoje a Amora é autossus-tentável, recebe doações de algumas entidades, que au-xiliam no trabalho realizado com as crianças da comu-nidade Spama. Como uma forma de gerar receita, nesse mês de novembro há uma campanha de recolhimento de óleo usado para produ-ção de sabão. Quem quiser ajudar é só guardar o óleo utilizado em fritura e levar até a casa rosa.

Atividade lúdica desenvolvida no contra turno escolar

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O site Urbanias é um portal que une o real ao tecnológico, compartilhan--do informa- ções, e rece-bendo reclama- ções de usuá-rios insatisfei-tos com algum serviço. Você mesmo pode ajudar se ca-dastrando no site e pronto. É só recla-mar! E Urba-nias tomará providências. Segundo o próprio site: “A nossa proposta é im-pulsionar o ativismo, provendo mecanismos e ferra-mentas que facilitam e estimulam o empreendedo-rismo individual e a melhoria de todos os aspectos relacionados à qualidade de vida na cidade, rotinas dos moradores, trânsito, problemas nos bairros, meio ambiente e vida política, entre outros”. Neste espaço público–virtual–real, cidadãos, ONGs, associações, meios acadêmicos, empresas e governo se encontram e se deparam com temas e questões relevantes para reflexão, debate e tomada de decisão coletiva, com o objetivo de encaminhar deliberações ou propostas aos órgãos competentes.” O grupo conta também com um blog, onde você pode acompanhar os pedidos feitos aos órgãos e o andamento dos mesmos. O endereço é www.blog-dourbanias.blogspot.com. Já que a revolução tecnológica está batendo à nossa porta desde os últimos anos, por que não usar essa ferramenta para algo que beneficie e simplifi-que a vida de muitos brasileiros? É a melhoria em apenas um clique.

SP em Piritubao que acontece na cidade?

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Morar numa cidade grande como São Paulo para muitos ainda se resume a apenas aspectos negati-vos como a violência, poluição e trânsito caótico. Mas o fato é que viver numa metrópole traz ex-celentes oportunidades de contato cultural de qua-lidade. Melhor ainda se for gratuito ou pelo menos a um preço acessível. Só para se ter uma ideia, no mês de novembro ocorreram diversas promoções pela cidade, como a 5ª edição da Semana Ticket Cultura & Esporte, que apresentou uma série de eventos (circo, esportes, cinema), dos dias 4 a 13 e todos com entrada gratuita. Também devido ao dia do cinema nacional, o Cinemark reservou um dia inteiro com o ingresso custando R$2,00 para assistir a filmes brasileiros. E ainda para quem gosta de oficinas a Galeria Olido promoveu aulas de dança, literatura, desenhos e muitos outros sem custo algum. Agora você já sabe, se estiver sem grana, porém com muita disposição para curtir um bom teatro, museu, etc. há alguns locais que podem ser desfru-tados sem precisar pôr a mão no bolso! A Pinacoteca do Estado tem acesso grátis todos os sábados, das 10h às 18h. Praça da Luz, 02 – Luz. Tel. (11) 3229-9844, www.pinacoteca.com.br. No Museu da Língua Portuguesa a entrada é franca aos sábados . Praça da Luz, 01 – Luz. Tel. (11) 3326-0775, www.estacaodaluz.org.br/. E muito mais... você pode conferir no nosso blog, com maiores detalhes.

[email protected]

V I P

Interação e informaçãoPor Daniella Miconi

informaçãointeração e

Aqui você é “vip”! Por Bruna Venâncio e Juliana Lourenço

V I PV I P

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Especial

Periodicamente, alguns problemas do nosso cotidiano ganham certa evidência

na mídia. Mas, o enfoque exagerado pode causar um fenômeno que prejudica o modo como encaramos tais situações:

a banalização. Isso ocorre quando um problema que precisa de medidas cai no uso comum, vi-rando até mesmo brincadeira. Alguns dos

exemplos mais comuns de hoje são:

No Brasil, é cada vez mais comum se ouvir generalizações como “todo político é corrupto” ou “nenhum político presta”. O que se vê, na verdade, é uma população extremamente desiludida e desacreditada quanto à classe política que a representa. O que se chama de corrupção tem sido a maior causa dessa falta de espe-rança. Por mais que exista quase um consenso sobre os efeitos negativos dessa prática, o brasileiro mostra não saber ao certo no que ela consiste e onde ela se dá. A grande mídia brasileira costuma contribuir para essa ignorância. Seria muito positivo se fossem mostrados para a população todos os absurdosque ocorrem envolvendo o dinheiro público, contanto que essa exposição atendesse às proporções da realidade. Infelizmente, os meios pelos quais a maior parte das pessoas se informa mostram tendenciosa-mente apenas os casos de corrupção vindos de alguns grupos políticos, para a proposital imagem “limpa” de outros. Por isso, há alguns meses, São Paulo tem presen-ciado volumosos atos denominados “contra a corrupção”. Eles vêm acontecendo em alguns feriados (7 de setembro e 12 de outubro) e reúnem grande quantidade de pessoas que, sem nenhum objetivo saliente, são a expressão do que vem ocorrendo no Brasil: a banalização desse assunto. Se tornar banal não consiste (de forma alguma) no ato de se manifestar publicamente, mas na falta de clareza sobre a corrupção no país. Produto de “notícias” carregadas de opinião, o grupo reunido na aveni-da Paulista rara-mente expressou enxergar o problema como um desafio a ser enfrentado por todos os setores da sociedade, já que esta ainda está acostumada a empurrar a culpa para Brasília e viver abrindo mão da sua parcela de culpa.

Equipe Click

CorrupçãoCorrupção CorrupçãoCorrupçãoCorrupção

“Meu caso é mais um, é banal...mas preste atenção, por favor...” Trecho da canção “Garçom”,

de Reginaldo Rossi

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Bullying tem sido uma expressão muito ouvida e dita nos últimos tempos. O termo é utilizado para descrever atos de violências físicas ou psicológicas e que tem como objetivo intimidar ou agredir uma pessoa ou um grupo de pessoas, que são considera-das incapazes de se defenderem.

Ouvimos diariamente a expressão que, agora é usa-da pela mídia como uma forma de aumentar a au-diência, sem ser levado em conta o sofrimento das vítimas, mostrando então que hoje em dia qualquer agressão pode ser justificada por como bullying co-metido com o agressor anteriormente, refletindo na sua conduta. Se a sociedade se acostumar a ignorar as causas e as justificar como bullying, continuaremos a ter pro-blemas insolúveis, pois, assim como tem aconteci-do, as nossas autoridades fecham os olhos e deixam os problemas passarem despercebidos.

Bullying

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Lição de casavocê faz a sua? crônicas,

desenhos e afins

A premiação do Concurso de Redação e Desenho da E. E. Ermano Marchetti ocorreu no dia 13 de outubro. Foram premiados os cinco primeiros co-locados de cada categoria: relato pessoal, texto de opinião e desenho. A premiação ocorreu num ato solene, com a exe-cução do Hino Nacional. Um cerimonial bem orga-nizado, com a presença da diretora da escola San-dra Regina Ortelan; dos patrocinadores do projeto - FTD, Ed. Saraiva, Wizard, Eurodata, Cybertech, Easy Company; dos professores que contribuíram para a realização do projeto com oficinas e com-prometimento e da coordenadora Neide Medeiros Kazan, que viabilizou a realização do projeto de forma eficiente, mostrando seu compromisso e de-dicação com a educação. Segundo Silvia Parmegiani, professora de Lín-gua Portuguesa e responsável pelo projeto, esse concurso deve ser estendido para outras edições. “Quando saiu o resultado e vi o meu nome no primeiro lugar, fui falar com a Prof. Nei-de para me certificar se não houve algum enga-no. Me senti mais confiante depois disso”, diz Rebeca Freitas, 16 anos. Já Caio Gouveia, 18 anos, reconhece “Não ga-nhei em primeiro, mais fiquei muito orgulhoso.” Por fim, Kevin Boletti, 17 anos, arremata “Fi-quei muito feliz, eu achava que iria ser quase im-possível. Como é um concurso, há vários concor-rentes fortes.” Os prêmios foram diversos: notebooks, bolsa de estudo de inglês, de informática, DVD player e outros. Parabéns a todos os participantes dessa ação que estimula e incentiva a produção de conhecimento e a vontade de quem quer aprender.

Quem, no mundo virtual, nunca conheceu os famosos “sites” onde se agrupam mensagens e fatos sobre uma pessoa? É! Isso mesmo que você está imaginando ago-ra... um blog. Blogs são para internautas que desejam expressar sua opinião de forma virtual, elevar sua popularidade, nar-rar suas experiências, expor seus talentos, mostrar tra-balhos, defender causas ou, simplesmente, ter um blog para, periodicamente, deixar algo ali de importante para seus amigos. São mundos diferentes que compartilham des-sa ferramenta que, aliás, mesmo sendo tão popu-lar, há aqueles que ainda não sabem domá-la. Que tal uma ajuda? Antes de tudo, você deve saber ou procurar saber o site que usará para montar seu blog; é, aquele que ocupa a segunda parte do endereço do blog de alguém. Exem-plo: escolhi o site amoescrever.com, meu blog será lá; então o endereço da minha página será: victhorfabiano.amoescrever.com (é claro que essa página para blogs não existe! ;D). Após selecionar seu site de blog (Blogger e Wordpress são os mais usados), você poderá seguir os seguintes passos:• Crie uma conta nesse site, pois assim você poderá in-gressar na rede e iniciar o uso.• Siga sempre as instruções que o próprio site lhe dará para postar e fazer as configurações. Aliás, ninguém conhece tão bem os serviços como eles mesmos! • O tempo e a prática ajudarão a acabar com todas as suas dúvidas com o uso do blog.• Aproveite e chame seus amigos para acessar e curtir o que você posta.

Um blog, uma história

Por Victhor Fabiano

NO

VOlhar

diário da educação

Premiação de talentosincentivo à educação de qualidade

Um blog é uma história. Você vai fazer a sua?

Por Victhor Fabiano

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Quem é morador de Pirituba e de outros bairros também (principalmente os mais ca-rentes) já deve ter percebido que há sempre uma quantidade considerável de jovens nas ruas. Não são jovens que não têm onde morar, mas são aqueles que preferem passar o dia na rua, divertindo-se com os colegas, a ficar em casa ou na escola.

Você já imaginou estar imune a qualquer doença e nunca envelhecer? Cientistas americanos estão cada vez mais próximos de “dar” eternidade para a humanidade. A empresa norte-americana Technology Innova-tions criou os NANOS – ROBÔS, que são capazes de se movimentar via bluetooth dentro das veias sanguíneas, combatendo doenças incuráveis e fortalecendo células fracas. Fazendo um check up pelo corpo humano, esses microrrobôs irão facili-tar muito a vida das pessoas, porque, quando elas tiverem qualquer tipo de doença eles as curarão.

crônicas, desenhos e afins N

OVOlharJovens e Futuro: uma combinação

nem sempre brilhante

Na verdade, a escola, para muitos desses jovens, é um sacrifício: anseiam terminar o 3º ano do Ensino Médio para poderem dizer “Estou livre!” E, na maioria das vezes, pensam na faculdade como mais um empecilho na vida. Apenas a fazem por obrigação, como uma forma de preencher o currículo e nada mais. É claro que apenas uma minoria fará alguma faculdade, a maior parte sequer irá se lembrar do ensino superior. Mas afinal, o que querem jovens assim para os seus futuros? É da consciência de todos que conseguir um em-prego de qualidade, com um bom salário muitas vezes é difícil quando se termina a faculdade, quanto mais sem formação acadêmica. Se a relação “muito estudo versus bom emprego” é tão valorizada na sociedade, por que muitos continuam nas ruas só se divertindo com os amigos, e não reservando tempo para os estudos? Esse fato pode ser explicado pela educação familiar. Muitos pais não valorizam o conhecimento e acabam transmitindo essa visão de mundo para os seus filhos. Há ainda o fator cultural do país. O tão famoso “jeitinho brasileiro” também influi nos jovens. Basta ver nas mídias a quantidade de pessoas que compra diplomas, por ser mais fácil que “perder” quatro ou cinco anos em salas de aula. Também não se pode deixar de incluir na lista de fatores a situação vegonhosa em que o ensino público no Brasil está. Professores com condições de trabalho ruins ficam desmotivados e isso reflete nos alunos, que criam uma imagem negativa do ambiente escolar. São poucos os que conseguem deixar essa visão de lado e sobressair--se no futuro.

a vida eterna, Será?

Por Lucas Venâncio

E para que se preocupar com a velhice, se ela nunca chegará? Os criadores dos NANOS – ROBÔS, têm certeza de que eles aju-darão a saúde das pessoas, mas não sabem em que podem prejudicar, ou danificar um órgão que esteja em perfeita atividade. OS NANOS – ROBÔS até agora só foram testados em ratos de laboratórios e apre-sentaram reações perfeitas. Provavelmente daqui a 10 ou 15 anos serão transportados para seres humanos. Será um grande passo para a humanidade, implantar robôs dentro do ser humano prolongando a vida. O homem sempre procurará um modo de combater a mor-te, com invenções de robôs e remédios para prolongar e melhorar a qualidade de vida.

Com jovens que não se interessam por um futuro melhor, há uma tendência de se repetir o que, na maio-ria das vezes, já ocorre em seus lares. Cria-se, então, um ciclo: os pais não incentivam o filho a estudar que, ao ir para a escola pública, fica ainda mais desmotiva-do e crescerá sem muitas chances de êxito na vida. Ele então passará a mesma criação que teve para seus fi-lhos fazendo, assim, uma cadeia que prejudicará a vida de muitos, seja financeira ou culturalmente. Percebe-se, então, que o problema que esses jovens podem enfrentar vai além de não ter uma boa formação nos ensinos Fundamental e Médio, tem a ver com a fal-ta de informação da família. Portanto, investir também na cultura da família pode ser uma boa forma de se melhorar as condições de vida de cada brasileiro.

Lucas Sena

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A INOVAÇÃO EM DIVULGAÇÃO

Eu sempre gostei de separar as pessoas da escola em dois grupos: “os Descolados” e os “sem moral”. Eu me enquadro no segundo grupo, mas sempre quis ser um cara descolado. Só que quando você é um fracasso na escola, nos esportes e no amor como eu, suas chances são bem reduzidas. Os Descolados geralmente fazem coisas meio es-tranhas quando estão em grupo; minha única chan-ce era fazer esse tipo de coisa também. Eles matam aulas para seus pais não suspeitarem das suas ações, por exemplo. Um dia eu tomei coragem, disse ao professor que ia ao banheiro, mas na verdade eu fui aonde os Descolados estavam. Chego perto e um de-les me pergunta “Ei brother, você fuma também?”, eu quase morro de nervoso mas respondo que sim. Eles me dão um pedaço de seda aceso com alguma coisa enrolada nele. Eu dou uma tragada e minha mente começa a viajar, vejo e faço coisas que não faria se estivesse normal. Vou ao banheiro e vejo que meus olhos estão muito vermelhos e quando estou voltando para sala fico preocupado que o ins-petor da escola perceba o que eu fiz. Passo por ele morrendo de medo, mas ele apenas olha pra mim e diz para si mesmo: “Isso não é novidade por aqui”. Num sábado à noite, “os Descolados” me levam para uma festa. Eles pedem para eu ir pegar umas cervejas no bar. Eu chego lá e a garçonete me dá as cervejas. Pergunto se não tem nenhum problema eu ser menor e beber, mas ela apenas dá uma risada e diz: “Essa é a sua primeira vez por aqui, não é que-rido?”. Eu estou um pouco tenso, e então eles me dão uma bala que me deixa alucinado. Pego mais e mais e depois de um tempo começo a passar mal. Não sinto meus pés no chão e tudo parece estar caindo. Acabo caindo no chão e começo a me contorcer de dor. Umas pessoas me carregam. Tudo está confuso. Eu simplesmente ouço as pessoas gritando a palavra “overdose”. Eles me largam na rua e eu me pergunto se não irão me ajudar, então alguém responde “Você não é o primeiro e nem será o último que passa mal aqui, isso já não é novidade”. Eu fico lá somente esperando o que iria me acontecer. No fim, eu consegui o que queria. Vivi como um Descolado, e morri como um também.

Quem já prestou o Exame Nacional do Ensino Mé-dio (ENEM) sabe bem do que falo aqui. Todos os anos surgem notícias de vazamentos de provas, anu-lações de questões, enfim, erros em geral em um exame que deveria ser à prova deles. Esse ano não foi diferente. Nem bem se passaram três dias da realização da prova, já havia o dilema se ela seria anulada por causa das catorze questões que vazaram no estado do Ceará. Quanto a isso, não podemos taxar como incompetentes as pessoas que trabalham na formulação do exame, mas sim de de-sonestos os que usam o poder em benefício próprio. A oportunidade que esse exame proporciona às pessoas que buscam uma chance em boas faculda-des é ótima, mas a falta de preparo da organização é muito grande, o que acaba gerando o desconforto que vemos todo ano. Os erros do Enem não surpreendem mais. Existe o dito popular que diz: “A certeza da vida é a mor-te.” Pois eu acho que na vida temos duas certezas: a morte e os erros do Enem, enquanto o ensino for tra-tado como brincadeira. Sejamos sinceros, há muito que se melhorar.

crônicas, desenhos e afinsN

OV

Olhar

Por Amanda Sanches

Erros, eles já viraram rotina

Os DescoladosPor Igor Franca


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