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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO SUL DE MINAS – UNIS/MG

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – 6° PERÍODO

CELSO BARBOSA RAMOS

DENIS AZEVEDO

EDMILSON CARIOCA LAURINDO

EMILLAY CANÊLHAS FONTES DE OLIVEIRA

LUCAS MARTINS GOMES

RAFAEL GUSTAVO BICHARA

SEMINÁRIO: Teoria de Sistemas e Teoria da Contingência.

Varginha2012

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CELSO BARBOSA RAMOS

DENIS AZEVEDO

EDMILSON CARIOCA LAURINDO

EMILLAY CANÊLHAS FONTES DE OLIVEIRA

LUCAS MARTINS GOMES

RAFAEL GUSTAVO BICHARA

SEMINÁRIO: Teoria de Sistemas e Teoria da Contingência.

Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia de Produção do 6° Período do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS/MG, sob a orientação do Professor Túlio Marcos Romano.

Varginha2012

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................................04

2 TEORIA DE SISTEMAS..........................................................................................................052.1 ORIGEM..................................................................................................................................052.2 OBJETIVO..............................................................................................................................052.3 TIPOS.......................................................................................................................................062.4 MODELOS..............................................................................................................................072.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS...................................................................................08

3 TEORIA DA CONTINGÊNCIA..............................................................................................103.1 ORIGEM..................................................................................................................................103.2 OBJETIVO...............................................................................................................................123.3 PESQUISAS.............................................................................................................................133.4 AMBIENTE E TECNOLOGIA.............................................................................................153.5 MODELOS...............................................................................................................................173.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS....................................................................................18

4 CONCLUSÃO.............................................................................................................................19

REFERÊNCIAS.............................................................................................................................20

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1 INTRODUÇÃO

O conceito de sistemas proporciona uma visão compreensiva, abrangente e holística de

um conjunto de coisas complexas dando-lhes uma configuração e identidade total. A análise

sistêmica – ou análise de sistemas - das organizações permite revelar o "geral no particular",

indicando as propriedades gerais das organizações de uma maneira global e totalizante, que

não são reveladas pelos métodos ordinários de análise científica. Em suma, a Teoria de

Sistemas permite reconceituar os fenômenos dentro de uma abordagem global, permitindo a

inter-relação e a integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de naturezas

completamente diferentes. A teoria da contingência enfatiza que não há nada de absoluto nas

organizações ou na teoria administrativa, tudo é relativo. As variáveis ambientais são

variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes

dentro de uma relação funcional. Na realidade não existe uma causalidade direta entre as

variáveis, pois o ambiente não causa a ocorrência de técnicas administrativas, assim em vez

de uma relação causa e efeito, existe uma relação funcional entre elas.

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2 TEORIA DE SISTEMAS

A palavra sistema denota um conjunto de partes, funcionalmente inter-relacionadas,

organizadas de modo a alcançar um ou mais objetivos com a máxima eficiência e eficácia

(fator tempo/custo/qualidade). Ao contrario da teria neoclássica que decompunha as

organizações em varias partes para estudá-las individualmente a abordagem sistêmica permite

e visão global delas: os sistemas não podem ser compreendidos isoladamente.

2.1 ORIGEM

De acordo com Chiavenato a TGS (Teoria Geral de Sistemas) surgiu no ano de 1950,

com trabalhos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy. A TGS não busca solucionar

problemas ou tentar soluções praticas, mas produzir teorias e formulações conceituais para

aplicações na realidade empírica. Segundo o próprio Bertalanffy, a idéia central da tese é

identificar as propriedades, princípios e leis característicos do sistema em geral,

independentemente do tipo de cada um, da natureza de seus elementos e das relações entre

eles. Mas foi na década de 60 que a Teoria de Sistemas (ramos especifico da TGS) chegou a

TGA (Teoria Geral da Administração), mostrando que nenhuma organização existe no vácuo,

pois vive e opera num ambiente do qual recebe entradas (materiais, energia, informação) e no

qual coloca seus produtos e saídas (informação).

2.2 OBJETIVO

Os sistemas apresentam características próprias. O aspecto mais importante do

conceito de sistema é a idéia de um conjunto de elementos interligados para formar um todo.

O todo apresenta propriedades e características próprias que não são encontradas em nenhum

dos elementos isolados. É o que chamamos emergente sistêmico: uma propriedade ou

característica que existe no sistema como um todo e não existe em seus elementos em

particular.

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2.3 TIPOS

Há uma variedade de sistemas e varias tipologias para classificá-los. Quanto a sua

constituição os sistemas podem ser:

Físicos ou Concretos - compostos de equipamentos, maquinaria, objetos e coisas reais.

Denominados hardware, podem ser descritos em termos quantitativos de desempenho.

Abstratos ou Conceituais – Compostos de conceitos, filosofias, planos, hipóteses e idéias.

Denominados Software.

Quanto a sua natureza os sistemas podem ser:

Fechados – Sistemas que não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os

circundam. Não influenciam e nem sofrem influência do ambiente. Possui quatro

características básicas: elementos, relações entre elementos, objetivo comum e meio

ambiente. Exemplo: maquina de escrever - Elementos→ teclas, bobina, tinta; Relações Entre

Elementos→ uma parte tem que promover trocas ou ser acoplada a outra: as teclas, quando

apertadas, imprimem os caracteres na folha que esta na bobina; Objetivo Comum→ fazer com

que os textos sejam digitados na folha; e Meio Ambiente→ o que não pode ser controlado:

folha de papel.

Abertos – São sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente através de

entradas e saídas, e trocam matéria e energia regularmente com o meio ambiente. Exemplo:

Bactérias.

O sistema é caracterizado por parâmetros que são constantes arbitrárias que

caracterizam, por suas propriedades, o valor e a descrição dimensional de um sistema ou

componente do sistema. Os parâmetros dos sistemas são: entradas (input), saídas (output),

processamento (interligação dos componentes e transformação das entradas em resultados),

retroação (compara a saída com um critério ou padrão estabelecido) e ambiente.

Fonte: Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=AXAyedb2WSs>

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2.4 MODELOS

Todas as empresas são abertas e há uma constante troca de energia entre elas, com isso

elas podem adquirir equilíbrio, sendo uma forma de evitar a entropia (tendências dos sistemas

fechados, que não trocam energia, morrerem). Existem vários modelos que explicam a

organização como um sistema aberto, mas os principais são:

a) Modelo de Schein - Schein propõe alguns aspectos que a teoria de sistemas considera na

definição de organização: A organização é um sistema aberto, em constante interação com o

meio, recebendo matéria-prima, pessoas, energia e informações e transformando-as ou

convertendo-as em produtos e serviços que são exportados para o meio ambiente; A

organização é um sistema com objetivos ou funções múltiplas; A organização é um conjunto

de subsistemas em interação dinâmica uns com os outros. Os subsistemas são mutuamente

dependentes e as mudanças ocorridas em um deles afetam o comportamento dos outros. A

organização existe em um ambiente dinâmico que compreende outros sistemas. O

funcionamento da organização não pode ser compreendido sem considerar as demandas

imposta pelo meio ambiente. Os múltiplos elos entre a organização e seu meio ambiente

tornam difícil a clara definição das fronteiras organizacionais.

b) Modelo de Katz e Kahn - A partir da teoria dos sistemas, Danel Katz e Robert L. Kahn

criaram um modelo organizacional aplicando-a a teoria das organizações. Segundo os

criadores, as organizações sociais caracterizam-se como sistemas abertos, uma vez que a

organização realiza transações com o meio ao qual esta inserida, sendo assim, converte o

“input de energias” em outro input. As organizações denominadas sistemas abertos se

caracterizam pela importação, transformação, exportação, ciclos de eventos, entropia

negativa, feedback, homeostase, diferenciação e equifinalidade. Importação: fluxo de entrada

de materiais como matéria prima e informações. Transformação: processamento dos insumos

em produtos finais. Exportação: saídas de certos produtos para o ambiente; output. Entropia

negativa : os sistemas abertos necessitam da aquisição de entropia negativa para sobreviver;

inputs são maiores que outputs no processo de transformação. Feedback: está relacionado aos

inputs de informação e possibilitam alertar à estrutura sobre o ambiente e sobre o

funcionamento do próprio sistema. Homeostase: pode ser chamado também de estado firma e

é um equilíbrio caracterizado mais pela dinamicidade do que pela estaticidade; os sistemas

abertos não estão em repouso; os inputs de energia para deter a entropia agem para manter um

equilíbrio no intercâmbio de energia, para que os sistemas sobrevivam. Diferenciação: em vez

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de aspectos difusos e globais, com certa padronização, há a substituição por funções mais

especializadas, hierarquizadas e altamente diferenciadas. Diferenciar-se é uma tendência para

a elaboração da estrutura. Princípio da equifinalidade: diz que um sistema pode atingir um

estado final igual com origem em condições inicias distintas e por meio de diversas formas e

meios de desenvolvimento. Katz e Kahn também definem a organização como: Classe de

sistemas sociais, Cultura e clima organizacionais e a Organização como um sistema de papéis.

c) Modelo Sociotécnico de Tavistock - O modelo Sociotécnico de Tavistock foi proposto por

sociólogos e psicólogos do Instituto de Relações Humanas de Tavistock. Para eles, a

organização é um sistema aberto em interação constante com seu ambiente. Mais do que isso,

a organização é um sistema sociotécnico estruturado sobre dois subsistemas: Técnico e Social.

O Subsistema técnico, que compreende a tecnologia e o território é responsável pela

eficiência potencial. Já o Subsistema Social, compreende as pessoas (as relações sociais),

transforma a eficiência potencial em eficiência real. Os dois subsistemas apresentam um

íntimo inter-relacionamento, são interdependentes e cada um influencia o outro.O modelo

básico adotado pela abordagem sociotécnica é o modelo de importação-conversão-exportação

derivado da teoria de sistema aberto. A organização eficiente é aquela que considera tanto as

importações do subsistema técnico (matéria-prima) quanto do subsistema social (valores e

inspirações).

2.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS

Uma das principais vantagens da teoria sistêmica foi pôr em evidência as relações da

organização com o seu meio ambiente, este aspecto nunca foi considerado relevante pela

Abordagem Clássica, que via as organizações como sistemas fechados formados por

componentes independentes com funções específicas. Uma segunda conseqüência pratica

refere-se ao papel do gestor, este passa a ter que saber interpretar o que passa em redor da sua

empresa e a gerir o delicado equilíbrio entre as forças externas e os seus processos internos. A

terceira vantagem está diretamente ligada à finalidade dos sistemas, esta propriedade alerta o

gestor para a existência de alternativas de organização para atingir o mesmo fim, pondo em

causa a ideia de uma estrutura universal mais racional, defendida pela abordagem clássica.

Por fim, implicação para teoria das organizações advém do fato de a analogia sistêmica trazer

uma nova perspectiva sobre a evolução das empresas. O conceito de adaptação e homeostase

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permitem-nos compreender como as organizações tendem a transformar-se em sistemas cada

vez mais complexos, tendo o gestor um papel fundamental na manutenção do equilíbrio na

relação entre a organização e o seu meio.

A comparação dos sistemas sociais com os sistemas vivos leva-nos facilmente a

pressupor que os primeiros se regem pelas mesmas leis naturais dos segundos. Existem, no

entanto, algumas diferenças entre estes que nos impedem de tratá-los como sistemas

equivalentes; algumas limitações podem ser apontadas ao conceito de organização como

sistema. Nós iremos referir apenas duas, que nos parecem ser as mais importantes. Ao

contrário dos sistemas vivos, que são formados por elementos orgânicos, os sistemas sociais

são constituídos por indivíduos inteligentes e com vontade e interesses próprios. Assim, ao

considerarmos que os sistemas sociais funcionam em resposta ao meio e evoluem por um

mecanismo de selecção natural, estamos a subvalorizar o papel activo que os seres humanos

têm na condução da sua vida. A autonomia intelectual dos seres humanos conduz à segunda

limitação desta analogia. Enquanto nos sistemas vivos encontramos uma unidade de

funcionamento quase perfeita entre os seus subsistemas, nos sistemas sociais essa unidade é

quase impossível de atingir, pela diversidade de interesses e perspectivas dos seus elementos.

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3 TEORIA DA CONTINGÊNCIA

A palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que pode suceder ou não,

dependendo das circunstâncias. Refere-se a uma proposição cuja verdade ou falsidade

somente pode ser conhecida pela experiência e pela evidência, e não pela razão.

3.1 ORIGEM

A Teoria da Contingência surgiu a partir de várias pesquisas feitas para verificar os

modelos das estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresas. A

abordagem contingencial marca uma nova etapa na TGA pelas seguintes razões:

- A Teoria Clássica concebe a organização como um sistema fechado, rígido e mecânico

("teoria da máquina"), sem nenhuma conexão com seu ambiente exterior. A preocupação dos

autores clássicos era encontrar a "melhor maneira" de organizar, válida para todo e qualquer

tipo de organização. Com esse escopo, delineia-se uma teoria normativa e prescritiva (como

fazer bem as coisas), impregnada de princípios e receitas aplicáveis a todas as circunstâncias.

O que era válido para uma organização era válido e generalizável para as demais

organizações.

- A Teoria das Relações Humanas, apesar de todas as críticas que fez à abordagem clássica,

não se livrou da concepção da organização como um sistema fechado, já que também sua

abordagem era voltada para o interior da organização. Nessa abordagem a maior preocupação

era o comportamento humano e o relacionamento informal e social dos participantes em

grupos sociais que moldam e determinam o comportamento individual. A tônica das relações

humanas foi à tentativa de deslocar o fulcro da teoria das organizações do processo e dos

aspectos técnicos para o grupo social e os aspectos sociais e comportamentais. O que era

válido para uma organização humana era válido e generalizável para as demais organizações.

Da mesma forma, permaneceu o caráter normativo e prescritivo da teoria impregnada de

princípios e receitas aplicáveis a todas as circunstâncias.

- A Teoria da Burocracia caracteriza-se também por uma concepção introvertida, restrita e

limitada da organização, já que preocupada apenas com os aspectos internos e formais de um

sistema fechado. A ênfase na divisão racional do trabalho, na hierarquia de autoridade, na

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imposição de regras, e a disciplina rígida e a busca de um caráter racional, legal, impessoal e

formal para o alcance da máxima eficiência conduziram a uma estrutura organizacional

calcada na padronização do desempenho humano e na rotinização das tarefas para evitar a

variedade das decisões individuais.

- Os estudos sobre a interação organização-ambiente e a concepção da organização como um

sistema aberto têm início com a Teoria Estruturalista. A sociedade de organizações aproxima-

se do conceito de um sistema de sistemas e de uma macro abordagem, inter e extra-

organizacional. Além do mais, o conceito de organização e do homem, são ampliados e

redimensionados em uma tentativa de integração entre as abordagens clássica e humanística a

partir de uma moldura fornecida pela Teoria da Burocracia. Dentro de uma visualização

eclética e crítica, os estruturalistas desenvolvem análises comparativas das organizações e

formulam tipologias para facilitar a localização de características e objetivos organizacionais,

em uma abordagem explicativa e descritiva.

- A Teoria Neoclássica marca um retorno aos postulados clássicos atualizados e realinhados

em uma perspectiva de inovação e adaptação à mudança. É um enfoque novo, utilizando

velhos conceitos de uma teoria que é a única que até aqui apresenta um caráter universalista,

fundamentada em princípios que podem ser universalmente aplicados. Ao mesmo tempo em

que realça a Administração como um conjunto de processos básicos, de aplicação de várias

funções, de acordo com princípios fundamentais e universais, também os objetivos são

realçados. Levanta-se aqui o problema da eficiência no processo e da eficácia nos resultados

em relação aos objetivos. A abordagem torna a ser normativa e prescritiva, embora em certos

aspectos a preocupação seja explicativa e descritiva.

- A Teoria Comportamental ampliou os conceitos de comportamento social para o

comportamento organizacional. Passou a comparar o estilo tradicional de Administração com

o moderno estilo baseado na compreensão dos conceitos comportamentais e motivacionais. A

organização é estudada sob o prisma de um sistema de trocas de contribuições dentro de uma

complexa trama de decisões. É com o movimento do Desenvolvimento Organizacional (DO)

que o impacto da interação entre a organização e o mutável e dinâmico ambiente que a

circunda toma impulso em direção a uma abordagem de sistema aberto. Enfatiza-se a

necessidade de flexibilização das organizações e sua adaptabilidade às mudanças ambientais

como imperativo de sobrevivência e de crescimento. Para que uma organização mude e se

adapte dinamicamente é necessário mudar não somente a sua estrutura formal, mas

principalmente, o comportamento dos participantes e suas relações interpessoais. Até aqui, a

preocupação está centrada ainda dentro das organizações, muito embora se cogite o ambiente.

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- É com a Teoria de Sistemas que surge a preocupação com a construção de modelos abertos

que interagem dinamicamente com o ambiente e cujos subsistemas denotam uma complexa

interação interna e externa. Os subsistemas que formam uma organização são interconectados

e inter-relacionados, enquanto o supra-sistema ambiental interage com os subsistemas e com a

organização como um todo. Os sistemas vivos - sejam indivíduos ou organizações - são

analisados como "sistemas abertos". A ênfase é colocada nas características organizacionais e

nos seus ajustamentos contínuos às demandas ambientais. Assim, a Teoria de Sistemas

desenvolveu uma ampla visão do funcionamento organizacional, mas demasiado abstrata para

resolver problemas específicos da organização e de sua administração.

- Mas é com a Teoria da Contingência que há o deslocamento da visualização de dentro para

fora da organização: a ênfase é colocada no ambiente e nas demandas ambientais sobre a

dinâmica organizacional. É no ambiente que estão às explicações causais das características

das organizações.

3.2 OBJETIVO

Os resultados das pesquisas conduziram a uma nova concepção da organização. Essas

pesquisas e estudos foram contingentes, no sentido em que procuraram compreender e

explicar o modo como as empresas funcionavam em diferentes condições que variam de

acordo com o ambiente ou contexto que a empresa escolheu como seu domínio de operação.

Para a abordagem contingencial são as características ambientais que condicionam as

características organizacionais, assim, não há uma única melhor maneira (the best way) de se

organizar. Tudo depende (it depends) das características ambientais relevantes para a

organização. Essas contingências externas podem ser consideradas oportunidades e

imperativos ou restrições e ameaças que influenciam a estrutura e os processos internos da

organização. As características organizacionais somente podem ser atendidas mediante a

análise das características ambientais com as quais se defrontam.

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Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Pag. 504. E adaptado pela equipe.

3.3 PESQUISAS

Foram feitas diversas pesquisas por diferentes autores, cada uma com um foco.

São elas:

Pesquisa de Chandler sobre Estratégia e Estrutura - Alfred Chandler realizou uma

investigação histórica sobre as mudanças estruturais de grandes organizações relacionando-as

com a estratégia de negócios. O autor estuda a experiência de quatro grandes empresas

americanas (Dupont, General Motors, Standard Oil e a Sears Roebuck), e examina

comparativamente essas corporações americanas demonstrando como a sua estrutura foi

sendo continuamente adaptada e ajustada a sua estratégia. A conclusão de Chandler é que a

estrutura organizacional das grandes empresas americanas foi sendo gradativamente

determinada pela sua estratégia mercadológica. A estrutura organizacional corresponde ao

desenho da organização, isto é, a forma organizacional que ela assumiu para integrar seus

recursos, enquanto a estratégia corresponde ao plano global de alocação de recursos para

atender as demandas do ambiente. Para Chandler, as grandes organizações passaram por um

processo histórico que envolveu quatro fases distintas: Acumulação de recursos;

Racionalização do uso dos recursos; Continuação do crescimento; e Racionalização do uso de

recursos em expansão.

Pesquisa de Burns e Stalker sobre Organizações - Dois sociólogos, tom Burns e G. M.

Stalker pesquisaram vinte indústrias inglesas para verificar a relação existente entre as

práticas administrativas e o ambiente externo dessas indústrias. Ficaram impressionados com

os diferentes procedimentos administrativos encontrados nessas indústrias, Parecia haver dois

sistemas divergentes de práticas administrativas: um sistema "mecanicista" apropriado para

empresas que operam em condições ambientais estáveis e um sistema "orgânico" apropriado

AÇÕES ADMINISTRATIVAS

CARACTERISTICAS SITUACIONAIS

RESULTADOS ORGANIZACIONAIS

SÃO CONTIGENTES

DAS

PARA OBTER

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para empresas que operam em condições ambientais em mudança. A Conclusão de Burns e

Stalker é que a forma mecanística de organização é apropriada para condições ambientais

estáveis, enquanto que a forma orgânica é apropriada para condições ambientais de mudanças

e inovação.

Coordenação centralizada; Elevada interdependência;

Padrões rígidos de interação em cargos bem

definidos;

Intensa interação em cargos autode1inidos e

mutáveis;

Limitada capacidade de processamento da

informação;

Capacidade expandida de processamento da informação;

Adequado para tarefas simples e repetitivas; Adequado para tarefas únicas e complexas;

Adequada para eficiência da produção. Adequado para criatividade e inovação.

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Pag. 507. E adaptado pela equipe.

Pesquisa de Lawrence e Lorsch sobre o ambiente - Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch

fizeram uma pesquisa sobre o defrontamento entre organização e ambiente. O nome Teoria da

Contingência derivou desta pesquisa. Estes autores, preocupados com as características que as

empresas devem ter para enfrentar com eficiência as diferentes condições externas,

tecnológicas e de mercado, fizeram uma pesquisa sobre dez empresas em três diferentes

meios industriais (plásticos, alimentos, empacotados e recipientes/containers). Os autores

concluíram que os problemas organizacionais básicos são a diferenciação e a integração. À

medida que os sistemas crescem de tamanho, diferenciam-se em partes e o funcionamento

dessas partes separadas tem de ser integrado para que o sistema inteiro seja viável. A

diferenciação e a integração requeridas referem-se a predições do ambiente da empresa. Não

se referem à diferenciação e à integração existentes na empresa, mas o quanto de

diferenciação e integração o ambiente exige delas. A empresa que mais se aproxima das

características requeridas pelo ambiente terá mais sucesso do que a empresa que se afasta

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muito delas. Em função dos resultados da pesquisa, os autores formularam a Teoria da

Contingência, isto é, não existe uma única maneira melhor de organizar; ao contrário, as

organizações precisam ser sistematicamente ajustadas ás condições ambientais. A Teoria da

Contingência apresenta os seguintes aspectos:

- A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema aberto.

- As características organizacionais apresentam uma interação entre si e com o ambiente e as

características da organização.

- As características ambientais funcionam como variáveis independentes, enquanto as

características organizacionais são variáveis dependentes daquelas.

Em resumo, a Teoria da Contingência explica que não há nada de absoluto nos princípios

gerais da administração. Os aspectos universais e normativos devem ser substituídos pelo

critério de ajuste entre cada organização e seu ambiente e tecnologia.

Pesquisa de Joan Woodward sobre a Tecnologia - Joan, socióloga industrial inglesa,

organizou uma pesquisa para saber se os princípios da administração propostos pelas teorias

administrativas se correlacionavam com êxito do negócio quando colocados em prática. A

pesquisa envolveu 100 empresas de vários tipos de negócios, nas quais foram classificadas em

três grupos de tecnologia de produção: unitária ou oficina; em massa ou mecanizada; e

automatizada ou continua. Com isso pode concluir que há um imperativo tecnológico, isto é, a

tecnologia adotada pela empresa determina a estrutura e comportamento organizacional.

3.4 AMBIENTE E TECNOLOGIA

Ambiente é tudo aquilo o que acontece externamente, mas influenciando internamente

uma organização. A percepção ambiental depende daquilo que cada organização considera

relevante em seu ambiente. Como o ambiente é extremamente dinâmico e mutável, as

organizações são informadas das variações que ocorrem nele. Ela está ligada à captação e o

tratamento da informação externa considerada útil para a organização. O ambiente é

extremamente multivariado e complexo. Ele pode ser separado por dois extratos: o ambiente

geral - É o genérico e comum que afeta direta ou indiretamente toda e qualquer organização, é

constituído de um conjunto de condições semelhantes, são elas tecnológicas, legais, políticas,

econômicas, demográficas, ecológicas ou culturais; e o ambiente de tarefa - ambiente mais

próximo e imediato de cada organização. Constitui o segmento do ambiente geral do qual a

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organização extrai suas entradas e deposita suas saídas. É o ambiente de operações de cada

organização é constituído por: fornecedores de entradas (fornecem todos os tipos de recursos

que uma organização necessita para trabalhar), clientes (consumidores), concorrentes e

entidades reguladoras (sindicatos, associações de classe, órgãos regulamentadores do

governo, órgãos protetores do consumidor, etc.). O ambiente é um só, mas as organizações

estão expostas á apenas uma parte dele que pode ser diferente das demais, é dividido em

tipologias e são características do ambiente de tarefas. Os ambientes podem ser homogêneos

(quando há pouca mistura de mercados) ou heterogêneos (estável quando quase não ocorrem

mudanças e instável quando há mudanças o tempo inteiro, gerando incerteza) de acordo com

sua estrutura. O ambiente homogêneo terá diferenciação menor e os problemas poderão ser

tratados de forma simples, com pouca departamentalização. O mesmo acontece com a

estabilidade e instabilidade.

As organizações hoje em dia têm utilizado algum tipo de tecnologia, seja ela de forma

rudimentar ou sofisticada. É facilmente identificada nas empresas a dependência da

tecnologia para funcionar e alcançar seus objetivos. Nas empresas a tecnologia se desenvolve

por meio de conhecimentos acumulados e desenvolvidos sobre o significado e a execução e

pelas manifestações físicas como máquinas, equipamentos, instalações e o resultado dessa

união são seus produtos ou serviços. A tecnologia pode estar ou não incorporada a bens

físicos. A tecnologia incorporada está contida em bens de capital, matérias- primas

intermediárias etc. A tecnologia não-intermediária encontra-se nas pessoas- como técnicos,

peritos, engenheiros etc. A tecnologia pode ser considerada sob dois ângulos diferentes: como

uma variável ambiental e externa e como uma variável organizacional e interna. Tecnologia

como variável ambiental é um componente do meio ambiente à medida que as empresas

adquirem, incorporam e absorvem as tecnologias criadas e desenvolvidas pelas outras

empresas do seu ambiente de tarefa em seus sistemas. A Tecnologia como variável

organizacional é um componente organizacional à medida que faz parte do sistema interno da

organização, já incorporada a ele, passando assim a influenciá-lo poderosamente e, com isso,

influenciando também o seu ambiente de tarefa. Thompson assinala que "a tecnologia é uma

importante variável para a compreensão das ações das empresas". Ele propõe uma tipologia

de tecnologias conforme o seu arranjo dentro da organização, a saber: tecnologias de elos em

seqüência, mediadoras e intensivas.

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3.5 MODELOS

Os autores da contingência substituem as tradicionais teorias de McGregor, Maslow e de

Herzberg baseadas em uma estrutura uniforme, hierárquica e universal de necessidades

humanas por novas teorias que rejeitam idéias preconcebidas e que reconhecem tanto as

diferenças individuais quanto as diferentes situações em que as pessoas estão envolvidas.

a) O modelo contingencial de motivação proposto por Victor H. Vroom mostra que o nível de

produtividade depende de três forças básicas em cada indivíduo: Expectativas - Os objetivos

individuais, podendo incluir segurança no cargo, dinheiro, e uma infinidade de combinações;

Recompensas - A relação percebida entre produtividade e alcance dos seus objetivos

individuais; e Relação entre Expectativas e Recompensas - É a capacidade percebida de

aumentar a produtividade para satisfazer suas expectativas com as recompensas. Esses três

fatores determinam a motivação do indivíduo para produzir em quaisquer circunstâncias em

que se encontre. O modelo parte da hipótese de que a motivação é um processo que orienta

opções de comportamento para alcançar um determinado resultado final. Esse modelo é

baseado na hipótese de que a motivação é um processo que governa escolhas entre

comportamentos. O indivíduo percebe as conseqüências de cada alternativa de ação como um

conjunto de possíveis resultados provenientes do seu comportamento particular. Esses

resultados constituem uma cadeia entre meios e fins. Quando o indivíduo procura um

resultado intermediário (como produtividade elevada, por exemplo), ele está buscando meios

para alcançar um resultado final (como dinheiro, benefícios sociais, apoio do supervisor,

promoção ou aceitação do grupo).

b) O modelo de Lawler III foi desenvolvido relacionando o modelo de Victor H.Vroom com

dinheiro. Foi estudado até onde a crença de que o dinheiro, tanto satisfará as necessidades,

quanto aumentará o desempenho do indivíduo. Lawler III encontrou evidências de que o

dinheiro motiva não só o desempenho excelente, mas também o companheirismo,

relacionamento com colegas e dedicação ao trabalho.

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Pag. 540. E adaptado pela equipe.

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c) O modelo contingencial de Fiedler enuncia que a liderança eficaz é função da correlação do

estilo do líder e o grau de favorabilidade de uma situação. Fiedler enumerou como variáveis

determinantes deste último, as relações pessoais entre os atores organizacionais, o modo de

estruturação dos processos de trabalho e, ainda, o poder inerente à posição hierárquica do

líder. O autor modera orientações comportamentais com fatores situacionais de modo a prever

a eficácia da liderança. A eficácia tanto pode ser conseguida com uma mais elevada

orientação para a tarefa como com uma mais elevada orientação para o relacionamento –

dependendo do contexto organizacional. Existem alguns fatores que determinam a eficácia da

liderança: relação líder-liderado, o grau de estruturação da tarefa e a quantidade de poder, por

exemplo. Quanto melhor for a relação líder-liderado, mais elevada for à estruturação das

tarefas e elevado o poder decorrente da posição ocupada pelo líder, maior será o controle ou

influência que o mesmo pode ter. Definição da situação: o grau de confiança, credibilidade e

respeito que os membros do grupo têm em seu líder; o grau de procedimentos estabelecidos

no trabalho, ou seja, se as tarefas são estruturadas ou não; e o grau de influência que um líder

tem sobre as variáveis de poder, tais como o poder de contratar, demitir, tomar ações

disciplinares, conceder promoções ou aumentos salariais. Segundo o modelo de liderança

contingencial de Fiedler a eficácia e desempenho do grupo dependem do alinhamento entre o

estilo de liderança e o controle da situação na qual o líder se encontra. A abordagem

contingencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as

técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização.

3.6 VANTAGENS E DESVANTAGES

A teoria da Contingência apresenta os seguintes aspectos positivos: Integrativa, por

absorver conceitos de diferentes teorias administrativas; Esta enfatizada que não há nada de

absoluto nas organizações. Tudo é relativo.

Por ser recente, não é possível de se avaliar seus aspectos negativos, contudo é pode-se

delinear algumas limitações. 1º) Relação entre a organização e o seu meio situacional ser

considerada de uma forma parcial ou seja: Meio situacional → influência sob → estrutura

e funcionamento da organização; e Poucas referências relativamente: → influência da

organização sob → meio externo. 2º) As características organizacionais somente podem ser

atendidas mediante a análise das características ambientais com as quais se defrontam.

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4 CONCLUSÃO

A teoria sistêmica é usada como estratégia da administração, mostrando a importância

da visão holística e da valorização do ambiente nas organizações. Os sistemas vivos - sejam

indivíduos ou organizações - são analisados como "sistemas abertos", isto é, com incessante

intercâmbio de matéria - energia - informação em relação a um ambiente circundante. A

ênfase é colocada nas características organizacionais e nos seus ajustamentos contínuos às

demandas ambientais. Na Teoria Organizacional tudo é composto de variáveis sejam

situacionais, circunstanciais, ambientais, tecnológicas, econômicas; enfim diferem em

diferentes graus de variação. De todas as Teorias, a abordagem contingencial enfoca as

organizações de dentro para fora colocando o ambiente como fator primordial na estrutura e

no comportamento das organizações. De um lado o ambiente oferece oportunidades e

recursos, de outro impõe ameaças à organização, é neste ponto que a tecnologia torna-se

também uma variável importante para o ambiente, dela depende os conceitos de

oportunidades. Assim, para a teoria da Contingência, os dois grandes desafios para as

organizações modernas são o ambiente e a tecnologia. É neste âmbito que a teoria da

Contingência tem muito ainda a ser estudada e atualizada confirmando que a Administração

deve muito a seus conceitos e há muito que adaptar-se a estudos cada vez mais complexos

para o êxito dela própria.

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REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

PORTAL DO ADMINISTRADOR. Teoria da Contingência. Disponível em: <http://www.portaladm.adm.br/Tga/tga89.htm>. Acessado em: 10 setembro 2012.

TRABALHOS FEITOS. Trabalhosfeitos.com/login. Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/minha-conta>. Acessado em: 10 setembro 2012.

YOU TUBE. Teoria Geral dos Sistemas (TGS). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=AXAyedb2WSs>. Acessado em: 10 setembro 2012.

YOU TUBE. Teoria da Contingência. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=b6j3fd9Td1E>. Acessado em: 10 setembro 2012.


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