Câmara dos Deputados Comissão Especial PL 037/11
Audiência Pública em 08 de Outubro de 2013
TEMA: DIREITO DE PROPRIEDADE
(Brasília-DF)
INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO 1
* Rigidez locacional; * Risco natural da atividade; * Intensiva em capital e longo prazo para a maturação dos investimentos; * Relacionamento de longo prazo com o território e a com as comunidades é um dos pilares da atividade; *Disponibilidade de Infraestrutura é fundamental.
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CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO
O CICLO DA PRODUÇÃO MINERAL Onde estamos em 2013?
PREÇOS EM ALTA
MAIS PROSPECÇÃO, NOVAS MINAS
AUMENTO DA OFERTA
REDUÇÃO DOS PREÇOS
PROSPECÇÃO REDUZIDA,
FECHAMENTO DE MINAS
REDUÇÃO DA OFERTA
2013
Ciclos econômicos a cada 25-30 anos
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1.000 anomalias
100 alvos sondados
15 depósitos minerais
4 jazidas
2 bons projetos
1 Mina
RELAÇÃO ENTRE OCORRÊNCIAS MINERAIS
Capital de Alto Risco
para a Pesquisa Mineral
Fonte: IBRAM 4
De 1.000 ocorrências
minerais
15 são depósitos
100 Alvos sondados
1
2.000 projetos
com investimento
=> US1M
Ocorrências Minerais
a maioria dos projetos de exploração mineral são
descartados depois de investir US$250K
7 Minas
Projetos de Exploração
1
atuação de juniors,
intermediárias e majors
investimento de intermediárias e majors
aquisições de áreas das juniors companies
investimento de majors
RIS
CO
IN
VESTIM
ENTO
de alto teor
10
a 20
ano
s
10
a 20
ano
s RELAÇÃO ENTRE OCORRÊNCIAS MINERAIS versus VIABILIDADE DE PROJETOS DE MINERAÇÃO
4 jazidas 4 jazidas
2 bons projetos
Fonte: Votorantim e Vale, adaptações IBRAM
investimento de majors
5
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Declaração de Economicidade
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Gate 0 Gate 1 Gate 2 Gate 3 Gate 4
Potencial Geológico Indicativos de Mineralização
Recurso Mineral
Reserva de Minério
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Re
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Via
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dad
e
FRONT END LOADING
1 2 3 6 5 7 8 4
ETAPAS DE UM PROJETO MINERAL
A atuação das empresas juniores estão locadas principalmente entre os Gates 0 e 3, onde o risco é maior
e o investimento menor
A aquisição de projetos minerários das juniores podem reduzir o tempo e o risco de investimento
das Majors e intermediárias
Fonte: Votorantim 6
Escala: 1:100.000
Escala: 1:250.000
Percentagem do território brasileiro coberto por mapeamento geológico :
Mapeamento ideal e gargalo de investimentos
Fonte: IBRAM / MME 7
MAPEAMENTO GEOLÓGICO BRASILEIRO
Proprietário da Terra (Particular ou Poder Público)
O Brasil adotou a separação entre a propriedade do solo e a propriedade do subsolo desde a CF de 1934, endossada em 1988
SOLO E SUBSOLO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
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SOLO
SUBSOLO Propriedade da União CF88: Art. 20: “São bens da União:
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;”
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O art. 176 da Constituição Federal é o mais importante para a mineração, os princípios fundamentais da atividade mineradora são nele definidos:
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. § 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. § 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. § 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ATIVIDADE MINERADORA: ART.176
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Os pontos a destacar são: a) a separação entre subsolo e o solo. Ou seja, vale a dualidade das
propriedades do solo e do subsolo. No Brasil, não vige mais o sistema de acesso, em que o proprietário do solo é também proprietário do subsolo;
b) os recursos minerais no subsolo pertencem à União. Em consonância com o inciso IX do art. 20, que explicita serem os bens minerais patrimônio da União;
c) o produto da lavra é propriedade do minerador. Na condição de lavrado, o bem mineral deixa de ser patrimônio da União e passa para a propriedade do minerador;
d) a pesquisa e a lavra de recursos minerais dependem de autorização ou concessão da União. Disposição que decorre do fato de serem os recursos minerais patrimônio da União. A extração mineral é uma das atividades empresariais que exige autorização do Estado para ser realizada;
...
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ATIVIDADE MINERADORA: ART.176
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... Continuando pontos a destacar são: h) o direito do proprietário do solo à parte do resultado da lavra. O superficiário tem garantida a participação nos resultados da mineração. i) a pesquisa mineral deve ter prazo determinado e a transferência de títulos minerários depende da anuência do poder concedente. Sendo os recursos minerais patrimônio da União e a mineração atividade de interesse nacional, cabe ao poder concedente tomar as medidas necessárias para que o aproveitamento dos minérios ocorra efetivamente e com presteza.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ATIVIDADE MINERADORA: ART.176
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TABELA 3: TRIBUTOS E ENCARGOS INCIDENTES SOBRE A MINERAÇÃO
EXPLÍCITO NO CÓDIGO ATUAL DE 1967: ARTS. 27 A 29
RELAÇÃO COM O SUPERFICIÁRIO:
Art. 27. O titular de autorização de pesquisa poderá realizar os trabalhos respectivos, e também as obras e serviços auxiliares necessários, em terrenos de domínio público ou particular, abrangidos pelas áreas a pesquisar, desde que pague aos respectivos proprietários ou posseiros uma renda pela ocupação dos terrenos e uma indenização pelos danos e prejuízos que possam ser causados pelos trabalhos de pesquisa, observadas as seguintes regras: (...)
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NÃO EXPLÍCITO NO PL 5.807/2013
Fase de Pesquisa
a) Indenizar danos a área (Art.27 do Código de 1967); e b) Pagar renda pelo período de ocupação, limitado ao valor da renda total da propriedade (Art.27 do Código de 1967);
Fase de Lavra
c) Participação no resultado da lavra, ou seja, mediante 50% da CFEM (§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. Art.176 da CF 88) + “a” e “b” com Art. 60: Instituem-se as servidões mediante indenização prévia do valor do terreno ocupado e dos prejuízos resultantes dessa ocupação.
RELAÇÃO COM O SUPERFICIÁRIO SITUAÇÃO ATUAL CÓDIGO 1967
O Código Atual, na fase de pesquisa, detalha também o processo judicial no caso de não haver acordo com o superficiário, atribuindo ao DNPM a obrigação de deflagrar o início do procedimento judicial.
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PL 5807/2013 : ACESSO A ÁREA
...
Comentário: Não há previsão no PL de parâmetros para a negociação com o superficiário
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PL 5807/2013 : ACESSO A ÁREA
? LINHA DO TEMPO
1967 1988 2013
Privado e Público Pesquisando
Privado e Público Pesquisando
Setor Público Pesquisando
Código de 1967
Constituição Federal de
1988
Novo Marco
Regulatório em
Discussão
PESQUISA MINERAL
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CONCLUSÕES
No PL, as relações entre o minerador e o superficiário (proprietário da terra) não estão claras como no Código de 1967;
Alterações simples na redação do PL poderiam aumentar o grau de segurança das relações entre o superficiário e o minerador, tanto na etapa de pesquisa mineral, quanto na fase de lavra;
No que se refere a declaração de utilidade pública (Art. 23. VIII) sua lógica de outorga pode estar invertida. Faria mais sentido que fosse emitida no início do processo e não somente após frustradas as negociações entre as partes.
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OBRIGADO !
www.ibram.org.br
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