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UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

RAFAEL GRENZEL

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA EM

ACIONAMENTOS DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

EM USINAS HIDRELÉTRICAS – ESTUDO DE CASO

IJUÍ - RS

2013

Page 2: TCC Rafael Grenzel

RAFAEL GRENZEL

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA EM

ACIONAMENTOS DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

EM USINAS HIDRELÉTRICAS – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica, apresentado ao colegiado da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para adquirir o título de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Moises M. Santos

IJUÍ - RS

2013

Page 3: TCC Rafael Grenzel

RAFAEL GRENZEL

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA EM

ACIONAMENTOS DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

EM USINAS HIDRELÉTRICAS – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica, apresentado ao colegiado da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para adquirir o título de Engenheiro Eletricista.

APROVADO EM ___/___/____

_________________________________________ Orientador: Moises M. Santos

___________________________________________

Examinador: Julio C. O. Bolacell

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A meu filho William.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me proporcionar oportunidades e me guiar nos caminhos da vida.

Aos meus pais, Alfredo e Marli, pelo incentivo e apoio na busca de meus ideais e

objetivos.

Aos meus irmãos Reimar e Rogério, pela compreensão e apoio nesta jornada.

A minha esposa Jocelaine, pela compreensão, paciência, apoio e carinho recebido em

todos os momentos.

Aos meus professores, pelo apoio, ensinamentos e participação ao longo desta jornada.

Aos companheiros de profissão, pelo apoio nas atividades desenvolvidas e no

compartilhamento de conhecimentos.

Aos colegas e amigos pela compreensão e colaboração durante a duração do curso.

Page 6: TCC Rafael Grenzel

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo que visa aplicar inversores de frequência no

acionamento de motores assíncronos tipo rotor bobinado em equipamentos de movimentação

de cargas da usina hidroelétrica de Itaúba, substituindo o método de regulação de velocidade

que varia a resistência elétrica no circuito rotórico pelo método de regulação que altera a

frequência de alimentação do circuito estatórico. Busca conhecer o funcionamento dos

sistemas de movimentação dos equipamentos de movimentação de cargas juntamente com o

acionamento dos motores de indução utilizados nestes sistemas. Relata os ensaios em que os

motores foram submetidos, afim de obter parâmetros para calcular o circuito equivalente.

Com os valores de resistências e reatância do circuito equivalente e o desenvolvimento de

uma lógica de programação com o software MATLAB foi possível traçar as curvas

características dos motores e ainda simular a variação de frequência, a rotação e conjugado.

Demonstra algumas características técnicas e a configuração básica que os inversores de

frequência devem possuir para garantir um acionamento com características semelhantes ao

original. Acrescenta os benefícios que este método de regulação de velocidade pode

representar na aplicação em motores de indução trifásicos tipo rotor bobinado.

Palavras chaves: Inversor de frequência; Rotor bobinado; Circuito equivalente; Motor de

indução trifásico; Motores assíncronos; Equipamento de movimentação de cargas;

Acionamento de motores; Regulação de velocidade;

Page 7: TCC Rafael Grenzel

ABSTRACT

This paper presents a study that aims to apply frequency inverters in triggering type

wound rotor induction motors in cargo handling equipment of hydroelectric power plant

Itaúba, replacing the method of speed control that varies the electrical resistance in the rotor

circuit by the method of regulation amending the frequency of stator circuit power of these

engines. Seeks to understand the functioning of the movement of cargo handling equipment

along with the drive of induction motors used in these systems. Reported that tests the engines

were subjected, in order to obtain parameters for calculating the equivalent circuit of these

engines. With the values of resistance and reactance of the equivalent circuit and the

development of a logic programming with MATLAB software was possible to trace the

curves of engines and even simulate the frequency variation, rotation and torque.

Demonstrates some technical and basic configuration that frequency inverters must have to

secure a drive with characteristics similar to the original. Adds the benefits that this method of

speed regulation may represent the application in induction motors wound rotor type.

Keywords: frequency inverter; rotor winding; equivalent circuit, three-phase induction motor,

asynchronous motors, material handling equipment, drive motors, speed regulation;

Page 8: TCC Rafael Grenzel

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Detalhes construtivos do estator do MIT ................................................................. 22

Figura 2 - Componentes de um MIT com rotor gaiola de esquilo. ........................................... 23

Figura 3 - Componentes de um MIT com rotor bobinado. ........................................................ 24

Figura 4 - Circuito equivalente do estator de um MIT .............................................................. 25

Figura 5 - Circuito equivalente do rotor de um MIT ................................................................. 26

Figura 6 - Circuito equivalente do MIT..................................................................................... 26

Figura 7 - Fluxo de potência de um MIT................................................................................... 27

Figura 8 – Circuito equivalente utilizando o teorema de Thevenin .......................................... 28

Figura 9 - Variação da resistência de isolamento em função da temperatura para máquinas

elétricas girantes ........................................................................................................................ 31

Figura 10 – Esquema de medição da resistência do enrolamento em estrela. ........................... 33

Figura 11 – Esquema de medição da resistência do enrolamento em delta. ............................. 34

Figura 12 – Esquema do ensaio a vazio. ................................................................................... 35

Figura 13 – Esquema do ensaio de rotor bloqueado. ................................................................. 36

Figura 14 - Curva de rotação x conjugado com a variação da tensão. ...................................... 39

Figura 15 - Curva de rotação x conjugado com a variação da resistência do rotor. .................. 40

Figura 16 – Curva de conjugado x rotação com a variação de frequência. ............................... 42

Figura 17 – Diagrama detalhado dos componentes do inversor de frequência. ........................ 43

Figura 18 - Gráfico tensão x frequência .................................................................................... 44

Figura 19 – Vetores de corrente de um MIT. ............................................................................ 45

Figura 20 – Conjugado resultante do eixo ................................................................................. 46

Figura 21 – Curva conjugado x rotação..................................................................................... 47

Figura 22 - Curva conjugado X rotação das diferentes categorias ............................................ 48

Figura 23 - Ponte rolante convencional ..................................................................................... 50

Figura 24 - Sistema de levantamento ........................................................................................ 51

Figura 25 - Sistema de translação da Ponte ............................................................................... 52

Figura 26 - Sistema de translação do Carro. .............................................................................. 53

Figura 27 – Pórtico rolante a jusante da UHE Itaúba. ............................................................... 54

Figura 28 – Sistema de translação do pórtico rolante. ............................................................... 55

Figura 29 – Detalhe da roda do sistema de translação do pórtico. ............................................ 56

Figura 30 – Sistema de levantamento do pórtico rolante da UHE Itaúba. ................................ 57

Figura 31 - Diagrama elétrico do sistema de translação do pórtico. ......................................... 58

Page 9: TCC Rafael Grenzel

Figura 32 - Diagrama elétrico do sistema de levantamento do pórtico. .................................... 59

Figura 33 – Medição da resistência de isolamento do motor de movimento do carro .............. 61

Figura 34 – Medição da resistência do enrolamento com o instrumento CPC-100 .................. 64

Figura 35 – Conexão dos cabos para a medição da resistência do enrolamento ....................... 64

Figura 36 – Motores operando a vazio. ..................................................................................... 66

Figura 37 – Instalação do Analisador de qualidade de energia. ................................................ 67

Figura 38 – Registro da medição de tensão do motor de 7,5CV. .............................................. 68

Figura 39 - Registro da medição de corrente do motor de 7,5CV. ............................................ 68

Figura 40 – Registro da medição de potência ativa do motor de 7,5CV ................................... 69

Figura 41 – Registro da medição de tensão do motor de 30CV. ............................................... 69

Figura 42 – Registro da medição de corrente do motor de 30 CV. ........................................... 70

Figura 43 – Registro da medição de potência ativa do motor de 30CV. ................................... 70

Figura 44 – Motogerador utilizado no ensaio. ........................................................................... 71

Figura 45 – Fonte de alimentação inserida no circuito de campo do gerador ........................... 72

Figura 46 – Circuito de alimentação do motor do movimento do carro .................................... 73

Figura 47 – Registro da medição de Corrente do motor de 7,5 CV. ......................................... 74

Figura 48 – Registro da medição de tensão do motor de 7,5 CV. ............................................. 74

Figura 49 – Registro da medição de potência ativa do motor de 7,5 CV. ................................. 75

Figura 50 – Registro da medição de corrente do motor de 30 CV. ........................................... 75

Figura 51 – Registro da medição de tensão do motor de 30 CV. .............................................. 76

Figura 52 – Registro da medição de potência ativa do motor de 30 CV ................................... 76

Figura 53 – Detalhe dos acoplamentos do sistema de translação do pórtico ............................ 77

Figura 54 – Detalhe dos acoplamentos do sistema de levantamento. ....................................... 78

Figura 55 – Circuito equivalente do motor 7,5 CV ................................................................... 79

Figura 56 – Circuito equivalente do motor de 30 CV ............................................................... 80

Figura 57 – Curva conjugado x Rotação do motor do sistema de translação. ........................... 80

Figura 58 – Curva conjugado x Rotação do motor do sistema de levantamento. ..................... 81

Figura 59 – Corrente do estator x Rotação do motor o sistema de translação. ......................... 82

Figura 60 – Corrente do estator x Rotação do motor do sistema de levantamento. .................. 82

Figura 61 - Rendimento x Rotação no motor do sistema de translação. ................................... 83

Figura 62 - Rendimento x Rotação do motor do sistema de levantamento. .............................. 84

Figura 63 - Conjugado x Rotação com variação da frequência do motor do sistema de

translação. .................................................................................................................................. 85

Figura 64 – Faixa de rotação operacional do motor do sistema de translação .......................... 86

Page 10: TCC Rafael Grenzel

Figura 65 – Conjugado x Rotação com variação da frequência do motor do sistema de

levantamento. ............................................................................................................................. 86

Figura 66 - Faixa de rotação operacional do motor do sistema de levantamento ..................... 87

Page 11: TCC Rafael Grenzel

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valor mínimo do índice de polarização para determinada classe de isolação ......... 32

Tabela 2 – Distribuição empírica de reatância de dispersão em MIT ....................................... 37

Tabela 3 - Rendimento de acoplamentos ................................................................................... 49

Tabela 4 – Dados de placa MIT do sistema de translação do pórtico. ...................................... 55

Tabela 5 – Dados de placa MIT do sistema de levantamento do pórtico .................................. 58

Tabela 6 – Medição da resistência de isolamento no motor do guincho ................................... 62

Tabela 7 – Medição da resistência de isolamento no motor do carro........................................ 62

Tabela 8 – Medição da resistência de enrolamento no motor do guincho ................................ 65

Tabela 9 – Medição da resistência de enrolamento no motor do carro ..................................... 65

Tabela 10 – Dados de placa do gerador síncrono do motogerador móvel. ............................... 72

Page 12: TCC Rafael Grenzel

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A Amperes

CV Cavalo a vapor

CEEE-GT Companhia estadual de geração e transmissão de energia elétrica.

Cm Centímetros

°C Graus Celsius

C Conjugado com rotor bloqueado

C Conjugado mínimo

C Conjugado máximo

C Conjugado nominal

C Conjugado resistente da carga

C Conjugado referido ao eixo do rotor

DC Corrente continua

d Diâmetro da polia ou engrenagem no eixo da carga

d Diâmetro da polia ou engrenagem no eixo do motor

EMC Equipamento de movimentação de cargas

E Força contraeletromotriz no enrolamento rotor

E Tensão induzida em uma espira

f Frequência da tensão no enrolamento do estator

f Frequência da tensão no enrolamento do rotor

FMM Força magnetomotriz

f Frequência da tensão no enrolamento do estator no ensaio de rotor bloqueado

F Força Tangencial

G Giga

Hz Hertz

I Corrente elétrica

IGBT Transistor bipolar de porta isolada

I Corrente elétrica no enrolamento do estator

I Índice de polarização

I Corrente elétrica no enrolamento do rotor

I , Corrente elétrica no enrolamento do estator no ensaio a vazio

I , Corrente elétrica no enrolamento do estator no ensaio de rotor bloqueado

Page 13: TCC Rafael Grenzel

I Corrente magnetizante

K Constante que depende do tipo do material

K Fator de correção para a temperatura de referência

K Constante típica da carga

k Kilo

MIT Motor de indução trifásico

M Mega

m/min Metros por minuto

n Velocidade síncrona

N Newtom

N.m Newtom metro

n Velocidade no eixo do motor

N Numero de espiras do estator

n Velocidade da carga resistente

n Velocidade no eixo do rotor

PWM Modulação por largura de pulso

p Pares de pólos do motor

P Perdas no enrolamento do estator

P Perdas no núcleo ferromagnético

P Perdas no enrolamento do rotor

P Potência de entrada

P Potência no entreferro

P Potência convertida para o rotor

P Potência mecânica

P Potência ativa no ensaio a vazio

P Potência ativa no ensaio de rotor bloqueado

Q Potência reativa no ensaio a vazio

Q Potência reativa no ensaio de rotor bloqueado

R Relação do acoplamento entre motor e carga

R Resistência no enrolamento do estator

R Resistência no enrolamento do rotor

R Resistência pelas perdas no núcleo

rad/s Radianos por segundos

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R Resistência de isolamento em 10 minutos

R Resistência de isolamento em 1 minutos

R Resistência de isolamento mínima

R Resistência medida

R Resistência corrigida para a temperatura de referencia

R Resistência referida na fase

R Resistência do ensaio de rotor bloqueado

r Raio de uma circunferência

RPM Rotação por minuto

s Escorregamento

s Escorregamento máximo

S Potência aparente no ensaio a vazio

S Potência aparente no ensaio de rotor bloqueado

T Conjugado eletromecânico

T Conjugado eletromecânico máximo

t Temperatura de referência

t Temperatura medida

T Torque

V Volts

V Tensão no enrolamento do estator

V , Tensão equivalente pelo teorema de Thevenin

V , Tensão do enrolamento do estator no ensaio a vazio

V , Tensão do enrolamento do estator no ensaio de rotor bloqueado

W Watts

X Reatância de dispersão no enrolamento do estator

X Reatância de dispersão no enrolamento do rotor

X Reatância de magnetização

X Reatância no ensaio a vazio

X Reatância no ensaio de rotor bloqueado

Z Impedância no enrolamento do estator

Z Impedância no enrolamento do rotor

Z , Impedância equivalente pelo teorema de Thevenin

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LISTA DE SÍMBOLOS

ω Velocidade angular síncrona

Φ Fluxo magnético

η Rendimento

ω Velocidade angular

Ω Ohms

% Porcentagem

Page 16: TCC Rafael Grenzel

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 18

1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 18

1.1.1 Objetivos Específicos.................................................................................................. 18

1.2 Justificativa ................................................................................................................. 19

1.3 Organização ................................................................................................................ 20

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS: MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS .................. 22

2.1 Aspectos construtivos ................................................................................................. 22

2.2 Principio de funcionamento ........................................................................................ 24

2.3 Circuito equivalente .................................................................................................... 25

2.4 Ensaios para determinação dos parâmetros do circuito equivalente ........................... 30

2.4.1 Ensaio da resistência de isolamento ............................................................................ 30

2.4.2 Ensaio da resistência de enrolamento ......................................................................... 33

2.4.3 Ensaio a vazio ............................................................................................................. 34

2.4.4 Ensaio de rotor bloqueado .......................................................................................... 35

2.5 Regulação de velocidade............................................................................................. 38

2.5.1 Variação de números de polos .................................................................................... 38

2.5.2 Variação de tensão ...................................................................................................... 39

2.5.3 Variação da resistência do rotor .................................................................................. 40

2.5.4 Variação da frequência de alimentação ...................................................................... 41

2.6 Conjugado ................................................................................................................... 46

2.6.1 Conjugado do motor ................................................................................................... 46

2.6.2 Conjugado resistente da carga .................................................................................... 48

3 EQUIPAMENTO DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS (EMC) .................................. 50

3.1 Sistema de levantamento............................................................................................. 51

3.2 Sistema de translação da ponte ................................................................................... 52

3.3 Sistema de translação do carro .................................................................................... 52

3.4 Pórtico rolante em estudo............................................................................................ 53

3.4.1 Características principais ............................................................................................ 54

3.4.2 Controle de velocidade ............................................................................................... 58

4 LEVANTAMENTO DE PARÂMETROS DOS MOTORES ........................................... 61

4.1 Medição da resistência de isolamento......................................................................... 61

4.2 Ensaio de resistência do enrolamento ......................................................................... 63

Page 17: TCC Rafael Grenzel

4.3 Ensaio a vazio ............................................................................................................. 66

4.4 Ensaio de rotor bloqueado .......................................................................................... 71

4.5 Rotação e conjugado resistente da carga referido ao eixo do motor........................... 77

5 ESTUDOS DE SIMULAÇÃO ........................................................................................... 79

5.1 Determinação do circuito equivalente ........................................................................ 79

5.2 A determinação das curvas características .................................................................. 80

5.3 Determinação das curvas caracteristicas com a variação de frequencia . ................... 84

6 DIMENSIONAMENTO DOS INVERSORES DE FREQUÊNCIA ................................. 88

6.1 Especificação dos inversores de frequência ................................................................ 88

6.2 Configuração básica dos inversores de frequência ..................................................... 89

7 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 91

7.1 Sugestões para Trabalhos Futuros ................................................................................ 92

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 93

APÊNDICE A............................................................................................................................ 95

APÊNDICE B ............................................................................................................................ 97

APÊNDICE C ............................................................................................................................ 99

APÊNDICE D.......................................................................................................................... 101

APÊNDICE E .......................................................................................................................... 103

APÊNDICE F .......................................................................................................................... 105

Page 18: TCC Rafael Grenzel

18

1 INTRODUÇÃO

Em usinas hidrelétricas o acionamento de motores elétricos se trata de uma das

principais necessidades na área de manutenção e requer especial atenção. Um exemplo

clássico se refere aos equipamentos de movimentação de cargas (EMC), conhecido como

pontes rolantes, utilizada execução dos movimentos de içamento e de translação de cargas.

Em usinas hidrelétricas esses equipamentos são fundamentais quando se faz necessária a

manutenção de geradores e, portanto, requerem elevada confiabilidade.

Normalmente, o acionamento de EMC se baseia no método de variação da

resistência rotórica, uma das primeiras técnicas de acionamento de motores de indução

trifásicos (MIT). Entretanto método de acionamento implica em baixa confiabilidade em

virtude da necessidade de manutenção periódica chaves eletromagnéticas (contatores);

escovas; e bancos de resistores [1].

Atualmente, uma alternativa ao controle da resistência rotórica é o controle por

frequência, viabilizado pelos os avanços tecnológicos da área de eletrônica de potência

aplicada na área da eletromecânica. Uso de inversores de frequência tem sido amplamente

disseminado, proporcionando acionamentos de altos índices de confiabilidade e de

eficiência energética.

Nesse contexto, busca-se através de um estudo de caso propor a aplicação de

inversores no acionamento do EMC.

1.1 Objetivo Geral

Análise da aplicação de inversores de frequência em acionamento de equipamentos

de movimentação de cargas utilizados em usinas hidrelétricas.

1.1.1 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

Estudar os aspectos teóricos sobre os motores de indução trifásicos e os métodos de acionamentos empregados;

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19

Investigar o funcionamento de um equipamento de movimentação de cargas utilizado na Usina Hidrelétrica de Itaúba;

Realizar ensaios para determinar os parâmetros característicos dos motores instalados no equipamento em estudo;

Modelar e simular as curvas de desempenho dos motores, bem como obter as curvas de conjugado;

Propor e dimensionar um inversor de frequência de acordo com as características de operação verificadas durante os ensaios e simulações.

1.2 Justificativa

Com o avanço da tecnologia, novos métodos de controle de velocidade dos motores

de indução foram sendo desenvolvidos e aprimorados. Um exemplo disso é o

desenvolvimento das chaves de potências de estado sólido que são capazes de variar

unidades como tensão, corrente e frequência para obter variação de velocidade em

máquinas de tensão em corrente alternada [2].

Na década de 60, com a disponibilidade no mercado dos semicondutores, começou

ser desenvolvidos circuitos para a variação de velocidades em máquinas elétricas. A partir

da década de 80, com o desenvolvimento de semicondutores de potência com excelentes

características de desempenho e confiabilidade, iniciou-se a implantação de sistemas de

variação de velocidade eletrônicos. Desde então, os sistemas foram sendo aprimorados até

chegar aos conversores de frequência, mais conhecido como inversor de freqüência [3].

Destinados inicialmente a aplicações mais simples, os inversores de frequência são

atualmente encontrados nos mais diversos usos, desde o acionamento de bombas até

complexos sistemas de automação industrial. Grande parte das aplicações como bombas,

ventiladores e máquinas simples, necessita apenas de variação de velocidade e partidas

suaves, sendo atendidas plenamente com o uso de inversores. Entretanto, através de

inversores de frequência também é possível acionar cargas de elevada inércia e minimizar

de correntes de partidas que causam afundamentos de tensão [3].

Atualmente, os inversores de frequência permitem a programação de rampas de

aceleração e desaceleração suaves, fornecendo ainda torque elevado, eliminando os

choques mecânicos durante as partidas, trocas de velocidade (comparado com a comutação

Page 20: TCC Rafael Grenzel

20

de resistência dos motores de anéis) e paradas suaves, uma vez que o freio mecânico não

mais atraca para frenagem (a frenagem passa a ser elétrica), sendo utilizado apenas para

estacionamento e emergência. Desta forma, reduz-se drasticamente as paradas para

manutenção ou ajuste das sapatas de freio, quebra de acoplamento, mancais, redutores,

bem como maior facilidade e precisão de posicionamento das cargas [3].

Outra vantagem dos inversores de frequência é a possibilidade de automação, pois

possuem sistema de comunicação de fácil integração aos sistemas supervisórios,

permitindo melhor administração do processo [3].

Conforme empresas que prestam serviços de modernizações em pontes rolantes, a

substituição de motores de indução de rotor bobinado por motores de indução de rotor

gaiola de esquilo e utilizando inversores de frequência estão proporcionando uma alta

economia de energia. Um exemplo disso é o caso da modernização em uma ponte rolante

da Companhia Siderúrgica Nacional, que verificou uma redução de 50% do consumo de

energia elétrica na ponte rolante. Além disso, observou uma melhoria significativa no fator

de potência e no custo de manutenção do equipamento [4].

Diante dessas vantagens da aplicação de inversores de frequência em relação aos

métodos convencionais de acionamento, seguem também algumas dúvidas quando ao seu

correto dimensionamento: Qual é a característica da curva de conjugado dos motores

existentes? É possível realizar a regulação de velocidade destes motores, considerando as

características do torque resistente no eixo com a variação da frequência da rede de

alimentação? Qual a faixa de velocidade necessária para a operação do equipamento com a

aplicação desta nova técnica? Qual o tipo de inversor mais apropriado para este

equipamento?

Ao longo desse trabalho objetiva-se explorar e elucidar algumas dessas questões,

através de um estudo de caso referente à aplicação de inversores de frequência no

acionamento de um equipamento de movimentação de carga na usina hidrelétrica de

Itaúba.

1.3 Organização

O presente trabalho se encontra estruturado da seguinte forma: No capítulo 2

apresentam-se os fundamentos teóricos sobre os motores de indução trifásicos. No

Page 21: TCC Rafael Grenzel

21

Capítulo 3, apresentam-se em detalhes os principais componentes e o funcionamento do

equipamento de movimentação de carga (EMC), bem como a descrição do funcionamento

do pórtico rolante em estudo. O Capítulo 4, por sua vez, apresenta um detalhamento nos

ensaios realizados nos motores e os parâmetros do circuito equivalente obtidos. No

Capítulo 5, apresenta o estudo de simulações de curvas características dos motores. As

especificações e as características do inversor de frequência proposto são apresentadas no

capítulo 6. Ao fim, apresentam-se a principais conclusões alcançadas e sugestões de

trabalhos futuros.

Page 22: TCC Rafael Grenzel

22

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS: MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS

A fim de propiciar uma melhor compreensão do acionamento através de inversores

de frequência apresentam-se a seguir uma breve análise teórica sobre os aspectos

construtivos, princípio de funcionamento, ensaios e a modelagem matemática dos motores

trifásicos de indução (MIT).

2.1 Aspectos construtivos

O estator do MIT é constituído por um pacote de lâminas de aço. Estas lâminas

estão dispostas no formato de coroa circular ranhurada e são revestidas umas das outras

por meio de um verniz isolante. As ranhuras são semifechadas e contem, no seu interior,

condutores do circuito elétrico estatórico. Este circuito é formado por um enrolamento com

três conjuntos de bobinas defasadas, entre si, de 120°. Os condutores, que formam as

espiras das bobinas, são isolados com verniz e encontram-se isolados das laminas de ferro

(núcleo magnético) por um material isolante, que forra a parte interior da ranhura, e estão

travados na ranhura por uma cunha de material isolante. Os detalhes construtivos são

verificados na figura 1 [5].

Figura 1 – Detalhes construtivos do estator do MIT

Fonte: Autor

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23

Devido a diferenças das características construtivas dos rotores, os MIT podem ser

classificados em motores de rotor gaiola de esquilo e motores de rotor bobinado.

O rotor gaiola de esquilo é composto por um cilindro de aço laminado, no qual as

barras de cobre ou alumínio são fundidos paralelamente ao eixo em orifícios existentes no

núcleo magnético. Cada terminal da extremidade destes condutores é curto-circuitado em

anéis terminais contínuos, obtendo um formato de uma gaiola. Estas barras não precisam

ser isoladas do núcleo, pois as correntes induzidas no rotor seguem o caminho de menor

resistência. A figura 2 mostra os componentes de um MIT com rotor tipo gaiola de esquilo

[6].

Figura 2 - Componentes de um MIT com rotor gaiola de esquilo.

Fonte: WEG [18]

O rotor bobinado também é constituído de um cilindro de aço laminado, porém os

condutores de cobre são colocados em ranhuras, formato construtivo semelhante a do

enrolamento do estator, isoladas do núcleo de ferro e com o mesmo número de polos do

estator. Cada terminal do enrolamento é conectado a anéis deslizantes isolados do eixo do

motor, permitindo o apoio das escovas de carvão. Estes anéis coletores permitem que os

terminais do rotor tornem-se disponíveis externamente ao motor. Os componentes deste

tipo de MIT são ilustrados na figura 3 [6].

Page 24: TCC Rafael Grenzel

24

Figura 3 - Componentes de um MIT com rotor bobinado.

Fonte: TUVERAS [8]

2.2 Principio de funcionamento

Ao alimentar o circuito elétrico do estator, por uma fonte trifásica com tensões

defasadas de 120° entre fases, faz circular uma corrente elétrica nas bobinas do

enrolamento do estator. Esta corrente resulta num campo magnético girante no entreferro

do motor com a velocidade síncrona que depende do número de polos do motor e do valor

da frequência da fonte de alimentação, conforme a equação 1.

n = × (1)

Os condutores do rotor cortam o campo magnético produzido pelo circuito do

estator que, através da lei de Lentz, induz uma corrente elétrica nestes condutores, criando

um campo magnético que se opõe ao campo magnético que a produziu. O rotor passa a ser

arrastado pela rotação do campo magnético do estator [6]. Portanto o rotor nunca alcançará

a velocidade síncrona do campo rotativo, pois se isso ocorresse, não haveria mais geração

de correntes induzidas e não existiria o campo magnético no rotor. Por isso, o rotor sempre

opera com uma velocidade inferior a do campo magnético rotativo do estator. A taxa da

diferença da rotação do rotor e a rotação síncrona do campo magnético do estator é

denominado de escorregamento, onde é indicado pela equação 2 [9].

s = (2)

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25

2.3 Circuito equivalente

O circuito equivalente monofásico é utilizado para determinar as características de

desempenho das máquinas de indução polifásicas em regime permanente. Através deste

circuito podem-se verificar as variações de corrente, velocidade, as perdas devido à

variação do conjugado e também o conjugado máximo e o de partida.

No circuito equivalente do estator, 푉 corresponde à tensão aplicada à fase do

motor, 퐸 é a força contraeletromotriz gerada pelo fluxo resultante no entreferro, 푅

representa a resistência de enrolamento do estator, 푋 correspondem as reatâncias de

dispersão do estator, 푋 corresponde à reatância de magnetização da máquina e 푅

representa as perdas no núcleo da máquina (Histerese e Foucault). O circuito equivalente

do estator é mostrado na figura 4.

A corrente 퐼 do estator é resultado da corrente de excitação referente às perdas no

núcleo (푅 ) e a reatância de magnetização (푋 ) e a componente de carga 퐼 que produz a

força magnetomotriz (FMM) resultante da corrente induzida no rotor [2].

Figura 4 - Circuito equivalente do estator de um MIT

Fonte: CHAPMAN [10]

O circuito do rotor é composto por uma impedância 푍 onde 푅 e 푋 correspondem

respectivamente à resistência do enrolamento e à reatância de dispersão do rotor. Como o

rotor está acoplado magneticamente com o estator, a impedância do rotor deve ser refletida

para o circuito do estator, a fim de formar um único circuito equivalente.

Basicamente a diferença entre o rotor e o estator está na rotação dos campos

magnéticos, onde essa relação é denominada de escorregamento, como foi visto na

equação 2. Portanto a freqüência da tensão induzida no rotor está relacionada com a

frequência da tensão do estator conforme a equação 3 [2].

Page 26: TCC Rafael Grenzel

26

f = f × s (3)

Com isso, a reatância de dispersão do rotor (푋 ) é refletida para o circuito do estator

com a mesma relação da frequência da equação 3. A representação do circuito do rotor

com os parâmetros refletidos para o circuito do estator é mostrado na figura 5.

Figura 5 - Circuito equivalente do rotor de um MIT

Fonte: CHAPMAN [13]

Então, dividindo os dois componentes da impedância 푍 pelo escorregamento S é

obtido a equação 4. Onde R/s irá corresponder a uma resistência fictícia que representará

toda a potência manipulada pelo rotor da máquina [2].

Z = + jX (4)

O circuito equivalente resultante é demonstrado na figura 6.

Figura 6 - Circuito equivalente do MIT

Fonte: CHAPMAN [10]

O circuito equivalente é utilizado para determinar a potência transferida no

entreferro e a potência convertida para o rotor da máquina de indução. Também podem ser

calculadas as perdas no enrolamento do núcleo, enrolamento do estator e rotor. Como é

representado no fluxo de potência da figura 7.

Page 27: TCC Rafael Grenzel

27

Figura 7 - Fluxo de potência de um MIT

Fonte: Autor

As perdas do enrolamento do estator, núcleo ferromagnético e enrolamento do rotor

são determinados respectivamente pelas equações 5, 6 e 7 [10].

P = 3I R (5)

P = (6)

P = 3I R (7)

Para obter a potência elétrica que entra no circuito do MIT utiliza-se a equação 8.

P = 3V I Cos (φ) (8)

A potência transferida pelo entreferro é calculada através da equação 9. Mas

também pode ser obtida com o decréscimo das perdas no enrolamento do estator e no

núcleo ferromagnético em relação à potência de entrada, conforme o fluxo de potência da

figura 7 [10].

P = 3I (9)

Através da potência no entreferro e as perdas no rotor do MIT, equação 10, pode-se

obter a potência convertida para o rotor.

P = P −P (10)

Substituindo a potência no entreferro e as perdas no rotor da equação 10 pelas

equações 9 e 7 temos uma equação 11 como resultante.

P = 3I − (3I R ) (11)

A simplificação da equação 11 encontra-se na equação 12.

P = 3I R (12)

Quando se deseja enfatizar as relações de conjugado e potência deve-se aplicar o

teorema de Thevenin no circuito equivalente do estator, desconsiderando a impedância do

Page 28: TCC Rafael Grenzel

28

rotor, do MIT. O resultante deste teorema contribui para simplificar as equações do

comportamento do conjugado, velocidade e escorregamento deste sistema [2].

O teorema de Thevenin é aplicado nos pontos a e b do circuito equivalente da

figura 6. Conforme este teorema, o resultante do circuito do estator deverá ser representado

por uma fonte de tensão e uma impedância que fica em série com o restante do circuito.

[11]

A tensão resultante no ponto a e b é calculada através da regra do divisor de tensão,

onde é exemplificado pela equação 13.

V , ̇ = V̇ ( ) (13)

Já a impedância equivalente deste ponto é obtida curto-circuitando a fonte de tensão

V . Com isso, é observado que, a impedância Z está em paralelo com a reatância de

dispersão magnética X , desconsiderando a resistência R . A impedância equivalente é

obtida pela equação 14 [2].

Z , = ( )( )

(14)

O circuito resultante após a aplicação do teorema de Thevenin é detalhado na figura

8.

Figura 8 – Circuito equivalente utilizando o teorema de Thevenin

Fonte: CHAPMAN (13)

Com o circuito equivalente da figura 8 pode-se determinar a corrente I do circuito

do enrolamento do rotor conforme a equação 15 [2].

I ̇ =̇ ,

, (15)

O conjugado eletromecânico do MIT é obtido através da equação 16, onde ω é a

velocidade angular para determinada potencia mecânica P e ω a velocidade angular

síncrona, ambas expressas em rad/s.

Page 29: TCC Rafael Grenzel

29

T = = = (16)

Aplicando a equação 15, referente à corrente rotórica I , na equação 16 é

encontrada a equação 17 que detalha a equação geral do conjunto eletromecânico do eixo

nas máquinas de indução.

T = ,

, ,

(17)

Para determinar a expressão do conjugado eletromecânico máximo, T , devem

ser observadas algumas considerações do circuito da figura 8. O conjugado eletromecânico

é máximo quando a potência entregue para R s⁄ é máxima. Essa potência é determinada

no momento em que a impedância de R s⁄ for igual ao módulo da impedância R , +

j X , + X , como mostrado na equação 18 [2].

= R , + X , + X (18)

Com isso é obtido a equação 19 que corresponde a determinar o valor do

escorregamento máximo. [2]

s =, ,

(19)

Substituindo a componente do escorregamento s da equação 17 com a equação 19

referente ao escorregamento máximo, s , obtém a equação 20 que determina o valor

máximo do conjugado eletromecânico [2].

T =, ,

, , ,

(20)

Page 30: TCC Rafael Grenzel

30

2.4 Ensaios para determinação dos parâmetros do circuito equivalente

Os parâmetros do circuito equivalente, necessário para simular o desempenho de

um MIT submetido a uma carga, são obtidos através dos resultados do ensaio a vazio, rotor

bloqueado e a medida da resistência de enrolamento e isolamento do estator.

2.4.1 Ensaio da resistência de isolamento

A medição da resistência de isolamento é um parâmetro preditivo que auxilia na

verificação do estado do material dielétrico no MIT. Esta medição é útil para verificar se o

motor está no estado adequado para ser submetido a ensaios que poderão “estressar” os

materiais isolantes e com isso, pode romper a rigidez dielétrica destes materiais e danificar

os equipamentos envolvidos nestes ensaios elétricos [12].

A resistência de isolamento é determinada através da relação entre a tensão

contínua aplicada pela corrente resultante em função do tempo apartir do instante da

aplicação da tensão, no qual se utiliza o instrumento denominado Megômetro.

As medidas realizadas pelo megômetro são afetadas por vários fatores, dentre eles

são citados: O estado da superfície, a umidade, a temperatura, a magnitude da tensão

contínua de ensaio e a carga residual do enrolamento [12].

O estado da superfície do material isolante poderá conter componentes estranhos,

como pó de carvão, que juntamente com a umidade poderá tornar-se parcialmente condutor

e reduzir a resistência de isolamento. Portanto é necessário realizar a medição quando a

temperatura do objeto a ser medido estiver acima do ponto de orvalho ou após o motor ter

estado em funcionamento e antes da temperatura do enrolamento diminuir para a

temperatura ambiente. Para o caso de obter um baixo valor da resistência de isolamento,

influenciada por estes fatores, geralmente é aconselhável executar uma limpeza e em

seguida uma secagem do enrolamento do motor [12].

A resistência de isolamento de alguns materiais varia inversamente com a

temperatura. Como cada medição é obtida com diferentes valores de temperatura, é

importante que o valor de cada medição seja corrigido para a temperatura de 40°C. Isso é

necessário para minimizar o efeito da temperatura na comparação com outros valores

medidos ou para analisar valores mínimos recomendados.

Page 31: TCC Rafael Grenzel

31

A correção para a temperatura de 40°C é obtida através da equação 21, onde: 푅 é a

resistência de isolamento corrigida, em Megohms; 푅 é a resistência de isolamento medida

a temperatura T, em Megohms; e 퐾 é o fator de correção da resistência de isolamento da

temperatura T para a temperatura de 40°C, obtida através do gráfico da figura 9 [12].

푅 = 푅 푥 퐾 ( 21)

Figura 9 - Variação da resistência de isolamento em função da temperatura para

máquinas elétricas girantes

Fonte: NBR 5383-1 [12]

A magnitude da tensão contínua de ensaio, utilizada na medição da resistência de

isolamento, deve ficar condicionada a um valor apropriado da tensão nominal do

enrolamento e à condição básica da isolação. Isso significa que, se a tensão aplicada no

ensaio for muito elevada poderá deteriorar ou danificar a isolação do equipamento em

testes. Normalmente, para motores de baixa tensão, é utilizadas tensões continuas em torno

de 500 V [12].

Page 32: TCC Rafael Grenzel

32

O valor da resistência de isolamento aumenta com a duração de aplicação da tensão

continua de ensaio. O aumento geralmente é rápido no início da aplicação da tensão e as

leituras gradualmente se aproximam de um valor constante na medida em que o tempo

decorre. O valor medido num enrolamento em bom estado, limpo e seco, geralmente atinge

um valor praticamente constante em 10 a 15 minutos. Já em um enrolamento sujo e úmido

este valor é geralmente alcançado em 1 a 2 minutos após a tensão de ensaio ser aplicada.

Portanto, a inclinação da curva tempo versus resistência de isolamento é uma indicação do

estado da isolação e , com isso, pode-se determinar um índice da inclinação na curva para

obter o estado da isolação do enrolamento. Este indicativo é denominado de índice de

polarização, onde corresponde na razão entre o valor da resistência de isolamento para 10

minutos e o valor da resistência para 1 minuto como mostrado na equação 22 [12].

퐼 = (22)

Normalmente este índice é comparado com a medição realizada no motor quando

novo, mas na falta deste índice de comparação é utilizado como valores mínimos os

índices indicados na tabela 1.

Tabela 1 – Valor mínimo do índice de polarização para determinada classe de

isolação Classe de isolação Índice de polarização

A 1,50

B 2,00

F 2,00 Fonte: NBR 5383-1 [12]

As medições das resistências de isolamento estarão erradas se existirem cargas

residuais no enrolamento. Por isso, antes de medir a resistência de isolamento, os

enrolamentos devem ser completamente descarregados para o aterramento do equipamento

em teste [12].

A resistência de isolamento mínima recomendada é determinada pela equação 23.

푅 = 퐾푣 + 1 (23)

Onde 푅 representa a resistência de isolamento mínima recomendada, em

megohms, encontrada pela aplicação de tensão em corrente contínua ao enrolamento

durante 1 minuto e corrigido para 40°C. Já o kV indica a tensão de linha nominal do motor

em Kilovolts, no valor eficaz.

Page 33: TCC Rafael Grenzel

33

2.4.2 Ensaio da resistência de enrolamento

Para obter o valor da resistência do enrolamento do estator (R ), realiza-se a

medição da resistência do enrolamento. Onde é aplicada uma fonte de corrente contínua

aos terminais do enrolamento, cuidando para que o valor da corrente seja limitado a 15%

do valor nominal do enrolamento e considerando o tempo máximo de um minuto. Tomar

as leituras simultaneamente de corrente, tensão e temperatura pelos instrumentos

instalados. O diagrama da ligação é mostrado na figura 10 [12].

Figura 10 – Esquema de medição da resistência do enrolamento em estrela.

Fonte: Autor

Através da lei de ohm, equação 24, calcula-se o valor da resistência medida no

estator (Rx).

R = (24)

A resistência elétrica possui a propriedade de variar seu valor em função da

temperatura. Por isso, a resistência medida (R ) é corrigida para um valor (R ) na

temperatura de referência de 25°C, conforme a equação 25 [12].

R = R( )

( ) (25)

Onde: 푡 corresponde à temperatura especificada para correção da resistência, 25

graus Celsius; 푡 é a temperatura do enrolamento por ocasião da medição da resistência,

em graus Celsius; e k uma constante que para o cobre eletrolítico equivale a 234,5 e para o

alumínio é 225.

O circuito equivalente é referenciado para uma fase do MIT. Porém a medição da

resistência do enrolamento do estator é realizada entre duas fases do circuito trifásico do

motor, onde podem ser vistos pelas figuras 10 e 11. Portanto a ligação elétrica entre as

bobinas do motor, estrela ou triângulo, devem ser observadas e com isso o valor da

resistência medida deve ser convertido para um valor de uma única fase.

Rx

I1,nom

VCC +

-

A

V

R1

R1

Page 34: TCC Rafael Grenzel

34

Se o enrolamento do estator for ligado em estrela, como na figura 10, a corrente

elétrica, da fonte de corrente contínua, circula em 2 fases do circuito do MIT, com isso o

valor da resistência medida neste enrolamento é de duas fases do circuito. Então o valor da

resistência por fase no estator é calculado pela equação 26 [11].

R = (26)

Porém se a ligação do enrolamento é em triângulo, como na figura 11, o circuito se

comporta com uma resistência em paralelo com as outras duas do enrolamento. Ao

resolver a resistência equivalente deste circuito, estimulando que os valores das

resistências são iguais, obtém o valor da resistência 푅 por fase, como na equação 27 [11].

Figura 11 – Esquema de medição da resistência do enrolamento em delta.

Fonte: Autor

푅 = × 푅 (27)

2.4.3 Ensaio a vazio

O ensaio a vazio é realizado para fornecer informações sobre a corrente de

excitação e as perdas a vazio.

Com o motor sem potência mecânica no eixo, a vazio, é aplicado aos terminais do

estator tensões trifásicas equilibradas na frequência nominal. Após o motor funcionar por

um determinado tempo são realizadas as leituras da tensão de linha (V , ), da corrente de

linha (I , ) e a potência elétrica da entrada (P ). Deve-se observar a ligação dos terminais

do enrolamento do estator, como o circuito equivalente é referenciado por fase, os valores

das tensões e das correntes também devem ser considerados. Se a ligação do enrolamento

for triângulo, a corrente medida I , deverá ser dividida por √3. Caso a ligação for estrela,

R

I1,nom

VCC +

-

A

V

1

R1

Rx

R1

R1

Page 35: TCC Rafael Grenzel

35

a tensão medida V , deverá ser dividida por √3. O esquema elétrico é mostrado na figura

12 [2].

Figura 12 – Esquema do ensaio a vazio.

Fonte: Autor

O escorregamento a vazio (s ) é muito pequeno, com isso, a resistência do rotor

R s⁄ se torna muito elevada. Portanto a combinação em paralelo da reatância X com a

reatância X e o resistor R s⁄ , de valor elevado, resulta em um valor próximo a reatância

de magnetização X . Então a reatância a vazio X pode ser considerada na equação 28

[2].

X = X + X (28)

Entretanto a reatância a vazio pode ser determinada através da potência reativa a

vazio representada na equação 29 [2].

Q = S + P (29)

O valor da potência aparente a vazio é determinado pela equação 30.

S = 3V I (30)

Com isso, a reatância a vazio (X ) é encontrada com a equação 31.

X = (31)

2.4.4 Ensaio de rotor bloqueado

O ensaio de rotor bloqueado de um MIT fornece informação sobre as impedâncias

de dispersão. O rotor é bloqueado, de modo que não possa girar, e deve ser aplicada aos

terminais do estator uma fonte de alimentação com tensões trifásicas variáveis e

equilibradas. A tensão da fonte deve ser aumentada gradativamente até a corrente de rotor

bloqueado (I ) atingir o valor da corrente nominal. É medida a tensão da linha (V ), a

corrente da linha (I ), a potência elétrica de entrada (P ) e a frequência de ensaio (f ).

I1

A

V Fonte de

tensão

trifásica A

A

MIT

W1

W2

Page 36: TCC Rafael Grenzel

36

Neste caso também devem ser observadas as ligações dos estator, pois todos os valores das

grandezas deverão ser referenciados por fase, como no ensaio a vazio. A figura 13 mostra

o esquema de ligação do ensaio de rotor bloqueado [2].

Figura 13 – Esquema do ensaio de rotor bloqueado.

Fonte: Autor

Com base nas medidas do ensaio com o rotor bloqueado a reatância de rotor

bloqueado é determinada se for obtida a potência reativa com o rotor bloqueado, conforme

a equação 32.

Q = S + P (32)

Onde a potência aparente total com o rotor bloqueado é mostrada na equação 33.

S = 3V I (33)

Então a reatância de rotor bloqueado (X ) é calculada pela equação 34, onde a

frequência é corrigida para o valor nominal no caso do ensaio com a frequência com valor

reduzido [2].

X = (34)

A resistência de rotor bloqueado é obtida com o valor da potência de entrada e

corrente de rotor bloqueado e é representado pela equação 35.

R = (35)

Porém para conhecer X , X , X e R é necessário abrir a impedância equivalente

em função destas variáveis, conforme as equações 36 e 37 [2].

Z = (R + jX ) + ( )( ) (36)

Z = R + R ( ) + j X +( )

( ) (37)

Considerando que R ≪≪ X , então se pode simplificar a equação 37 para a

equação 38.

I1,nom

A

V Fonte

de

tensão A

A

MIT

W1

W2

Page 37: TCC Rafael Grenzel

37

Z = R + R + j X + X (38)

Portanto a resistência e a reatância aparente, em condições de rotor bloqueado, são

dadas pelas equações 39 e 40 respectivamente [2].

R = R + R (39)

X = X + X (40)

A reatância de dispersão do rotor (X ) e a resistência R podem ser encontradas

isolando as variáveis das equações 39 e 40, obtendo as equações 41 e 42 [2].

R = (R − R ) (41)

X = (X − X )( ) (42)

Usando a equação 28 para substituir Xm na equação 42, obtém-se a equação 43.

X = (X − X ) ( )( ) (43)

Na equação anterior são encontrados, através de ensaios, os valores da reatância de

rotor bloqueado (푋 ) e a reatância a vazio (푋 ), no entanto, não é possível determinar os

valores das reatâncias de dispersão do estator (X ) e do rotor (X ) com ensaios ou deduções

de fórmulas. Portanto a relação das reatâncias X e X é determinada pela norma IEEE 112,

dependendo da classe de construção do motor, com a distribuição empírica mostrada na

tabela 2. Se a classe do motor for desconhecida, costuma-se assumir que X e X são

iguais, isto é, a relação X /X é igual a 1 [13].

Tabela 2 – Distribuição empírica de reatância de dispersão em MIT

Classe motor Descrição Relação X1/X2

A Conjugado de partida normal,corrente de partida normal 1,0

B Conjugado de partida normal, corrente de partida baixa 0,67

C Conjugado de partida elevado, corrente de partida baixa 0,43

D Conjugado de partida elevado, escorregamento elevado 1,0

Rotor bobinado Desempenho varia segundo a resistência do rotor 1,0 Fonte: IEEE 112 [13]

Page 38: TCC Rafael Grenzel

38

A relação fracionária X /X é substituída na equação 43 e com isso, obtém-se uma

função quadrática em função de X . Entre os valores das raízes da função quadrática, o

valor de X é escolhido como sendo um valor inferior em relação a reatância a vazio.

A reatância de magnetização é determinada pela equação 28 e, portanto, pode ser

obtido o valor da resistência do rotor (R ) através da equação 41.

2.5 Regulação de velocidade

Ao dimensionar um motor elétrico é importante observar a faixa de velocidade

admitida pela carga mecânica acoplada ao seu eixo. Caso esta faixa estiver fora do

permitido é necessário ajustar a velocidade do eixo do MIT para um valor apropriado a

carga mecânica acoplada.

A velocidade no eixo dos MIT´s está relacionada basicamente com a velocidade

síncrona do campo do estator e o escorregamento entre a velocidade do rotor e estator,

conforme a equação 44, resultante da equação 2. Assim sendo, é possível mudar o valor da

velocidade do eixo (n) variando o valor de escorregamento (s) ou o valor da velocidade

síncrona(ns)[9].

푛 = (1 − 푠)푛 (44)

Portanto, conforme a equação 1, a variação do escorregamento é obtida com a

variação da resistência do rotor, enquanto que a variação da velocidade síncrona é

determinada pela variação da frequência ( f ) de alimentação ou do número de pares de

polos (p) do motor [9].

2.5.1 Variação de números de polos

O método da variação de números de polos consiste na aplicação de um MIT de

polos variáveis. Nestes motores, o enrolamento do estator é projetado de modo que, uma

simples mudanças nas ligações das bobinas, o número de polos é alterado. Esta mudança

resulta na variação do nível da tensão de fase de cada bobina, que modifica os níveis de

densidade de fluxo no entreferro, que por sua vez, altera o conjugado do motor. Neste caso,

Page 39: TCC Rafael Grenzel

39

o rotor deve ser tipo gaiola de esquilo, no qual permite uma fácil adaptação com qualquer

quantidade de polos estaróricos [9].

Na prática este método funciona com o motor partindo numa baixa velocidade e,

após uma temporização pré-ajustada, o circuito de controle do acionamento permite a

comutação para a maior velocidade, possibilitando uma aceleração suave no movimento.

Portanto neste método, a regulação de velocidade é discreta e sem perdas. Porém a

carcaça deste motor será maior do que a de um motor de velocidade única, devido a grande

quantidade de bobinas envolvidas em seu enrolamento [7].

2.5.2 Variação de tensão

O conjugado desenvolvido por um MIT é diretamente proporcional ao quadrado da

tensão aplicado nos terminais de alimentação do circuito do estator, isto é, se a tensão no

estator for reduzida, o conjugado é reduzido e com isso a rotação também assume um valor

menor, como é mostrado na figura 14 [7].

Figura 14 - Curva de rotação x conjugado com a variação da tensão.

Fonte: CHAPMAN [10]

Page 40: TCC Rafael Grenzel

40

A linha tracejada representa o conjugado da carga resistente no eixo do motor. A

rotação será reduzida, para um valor (n), no instante em que a curva característica do

conjugado do motor coincidir com a curva característica do conjugado da carga.

Geralmente, este método é utilizado em motores de ventiladores de pequeno porte.

A desvantagem deste sistema é o baixo rendimento, quando é utilizado com um alto

torque, e o controle de velocidade limitado a uma pequena faixa de variação [7].

2.5.3 Variação da resistência do rotor

O sistema de controle de velocidade com resistor no secundário dos MIT de anéis

(rotor bobinado) baseia-se na variação do valor da resistência no circuito do enrolamento

do rotor, isto é, ao aumentar o valor da resistência do rotor, aumenta o valor do

escorregamento e o motor funcionará com uma baixa velocidade e com um alto torque

conforme é detalhado na equação 45 e na curva de conjugado versus rotação na figura 15.

푠 = × ××

(45)

Figura 15 - Curva de rotação x conjugado com a variação da resistência do rotor.

Fonte: CHAPMAN [10]

Page 41: TCC Rafael Grenzel

41

O MIT de rotor bobinado tem-se enrolamentos trifásicos no estator e no rotor. O

contato entre o rotor e o meio externo é feito por escovas conectadas a anéis fixos no eixo

do rotor, aos quais estão ligados às terminações do bobinado do rotor, permitindo a

conexão com bancos de resistores em série [14].

O funcionamento deste sistema é realizado através do comando de uma chave

mestre com várias posições. Na primeira posição o motor parte conectado com um alto

valor de resistência inserida no rotor e como consequência tem baixa velocidade e alto

escorregamento e torque. Com o aumento da posição da chave, os resistores inseridos no

rotor são desconectados do circuito, gradativamente a velocidade é aumentada. A

utilização de relés de tempo obtém-se um retardo na conexão dos resistores, independente

da rapidez das manobras na chave pelo operador, evitando elevados picos de correntes e

possibilitando uma aceleração suave no acionamento do motor [15].

A principal desvantagem deste método de variação de velocidade está no baixo

rendimento em velocidades reduzidas, devido que as perdas no rotor são elevadas. Além

disso, estes motores necessitam de atividades de manutenções constantes comparados com

os motores de gaiola de esquilo [7].

2.5.4 Variação da frequência de alimentação

O inversor de frequência realiza o controle de velocidade através da variação da

frequência no circuito do estator, variando a velocidade do campo girante [3]. Desta

forma, o comportamento do motor, que corresponde a sua curva de conjugado versus

rotação, permanece com a mesma característica. Entretanto, é observado que, a curva é

limitada pela rotação, dependendo do valor da frequência aplicada. Esta curva é

representada pela figura 16.

Page 42: TCC Rafael Grenzel

42

Figura 16 – Curva de conjugado x rotação com a variação de frequência.

Fonte: CHAPMAN [10]

A variação de rotação em um MIT deve atender a lei de Faraday, equação 46, que

diz: ‘‘ O valor da tensão induzida em uma simples espira de fios é proporcional á razão de

variação das linhas de força que passam através daquela espira.”[6].

E = −N × ∅ (46)

Rearranjando a equação 46, tem-se:

∅ =, × ×

(47)

Para o motor operar com um torque constante em diferentes velocidades, o inversor

varia a frequência f proporcionalmente com a variação da tensão V , mantendo desta

forma, o fluxo magnetizante no motor (∅ ) constante.

Dentre vários tipos de inversores de freqüência que existem no mercado atual, a

figura 17 mostra um esquema com os componentes básicos de um inversor de freqüência

comercial [16].

Page 43: TCC Rafael Grenzel

43

Figura 17 – Diagrama detalhado dos componentes do inversor de frequência.

Fonte: FRANCI [16]

Os componentes básicos de um inversor de frequência são retificador, barramento

DC, unidade de controle e inversor. O retificador recebe da fonte de alimentação o sinal de

tensão alternada trifásica e, através de uma ponte de diodos tipo onda completa, converte

para uma tensão contínua pulsante. Os capacitores do barramento DC filtram essa tensão

em contínua. O inversor recebe a tensão contínua e, com uma ponte conversora de IGBT´s,

converte para tensão alternada com amplitude e frequência variável, conforme a

configuração determinada pela unidade de controle. A unidade de controle, além de

armazenar os dados e parâmetros do equipamento também executa a função de gerar

pulsos de disparo em PWM para o chaveamento [7].

Os controles dos inversores são classificados, basicamente, por dois métodos de

controle: o controle escalar e o controle vetorial.

O controle escalar, também conhecido como controle de voltz/hertz, trabalha com o

conceito original de conversor de frequência. O objetivo deste controle é manter a relação

entre tensão e frequência constante, ou seja, manter o fluxo magnetizante

aproximadamente constante. A figura 18 mostra a relação entre a tensão e a frequência

utilizando o controle escalar [16].

Page 44: TCC Rafael Grenzel

44

Figura 18 - Gráfico tensão x frequência

Fonte: FRANCI [16]

Este tipo de controle é aplicado quando não há necessidade de respostas rápidas a

comandos de torque e velocidade. Além disso, o controle escalar regula somente a

velocidade do MIT, não tendo controle sobre o torque desenvolvido e nem conhecimento

da dinâmica do processo sob controle. Desta forma este tipo de controle é utilizado em

aplicações normais que não requerem elevada dinâmica, elevada precisão e nem controle

de torque, ao qual se torna um sistema de baixo custo [16].

Outra característica do controle escalar é que a regulação de velocidade do MIT

deve ser realizada na faixa de 10 a 60 Hz. Neste caso, para baixas frequências, o torque do

motor é geralmente reduzido, pois a queda de tensão afeta significativamente a magnitude

da corrente de magnetização, na qual é responsável pelo fluxo da máquina rotativa [16].

O controle vetorial é recomendado em aplicações onde é necessário alto

desempenho dinâmico, respostas rápidas e alta precisão na regulação de velocidade. Este

controle parte do princípio de decompor a corrente solicitada pelo motor em vetores que

representam o torque e o fluxo magnético do motor, possibilitando a regulação do torque e

mantendo constante o fluxo magnético em V/Hz [16].

Neste sentido, analisando a circuito equivalente do MIT na figura 6 do capítulo 2, a

corrente total do motor é determinado como sendo a corrente 퐈ퟏ do estator, a corrente 퐈퐦

representa a corrente responsável pelo fluxo magnético e o torque é resultado da corrente

induzida no rotor 퐈ퟐ. Os vetores são mostrados na figura 19 [16].

Page 45: TCC Rafael Grenzel

45

Figura 19 – Vetores de corrente de um MIT.

Fonte: FRANCI [16]

A corrente 퐈ퟐ (퐈퐑) está associada ao torque e depende das características da carga,

sendo proporcional ao escorregamento e está em fase com a tensão do estator. Já a corrente

magnetizante 푰풎 independe das características da carga, está atrasada em relação à tensão

em aproximadamente 90° e seu valor depende da tensão e frequência no estator para

manter um fluxo constante no motor.

O controle vetorial de máquinas assíncronas pode ainda ser dividido em: malha

aberta e com realimentação. O controle vetorial em malha aberta não utiliza sensores para

verificar o seu desempenho na regulação da velocidade. Isto é, o controle é feito com a

medição das grandezas elétricas internas ao inversor, estimando o valor da velocidade e

torque em que o motor está operando. Este tipo de controle é superior ao escalar, pois o

inversor realiza um controle de velocidade mais preciso inclusive em baixas velocidades

[16].

O controle vetorial em malha fechada utiliza sensores de corrente e de velocidade

que verificam o desempenho do inversor e realizam, no mesmo instante, as correções

necessárias no controle da rotação e do torque do motor. Este controle é mais preciso tanto

na regulagem da rotação quanto na regulagem do torque [16].

Page 46: TCC Rafael Grenzel

46

2.6 Conjugado

O conjugado, também chamado de torque ou binário, é o produto da força

tangencial F e o raio do centro de um objeto em que se deseja girar. Como é ilustrado na

figura 20 e detalhado na equação 48 [17].

Figura 20 – Conjugado resultante do eixo

Fonte: Autor

푇 = 퐹 × 푟 (48)

A unidade do conjugado utilizada no sistema internacional de unidades (SI) é

Newton. Metro (N.m).

A propósito, o conjugado também está relacionado com a velocidade angular, em

radianos por segundos, e a potência, em watts, envolvida neste sistema. A equação 49

mostra esta relação [17].

푃 = 푇 × 휔 (49)

Além disso, a equação 49 pode ser representada através da equação 50, onde a

rotação é convertida de rad/s para RPM .

푃 = × 푛 × 푇 (50)

Portanto, com a aquisição destes conhecimentos básicos de conjugado e potência, é

necessário ter o conhecimento das características do conjugado do motor e da carga, com

intuito de auxiliar na seleção do correto acionamento do equipamento.

2.6.1 Conjugado do motor

No dimensionamento de um MIT é importante obter os valores máximos e mínimos

do conjugado fornecido pelo mesmo. Estes valores são representados através da curva

Page 47: TCC Rafael Grenzel

47

conjugado versus rotação, figura 21, onde é verificado os vários níveis de conjugados

desde a partida da màquina, escorregamento 1, até a mesma chegar a rotação nominal [7].

Figura 21 – Curva conjugado x rotação.

Fonte:WEG (18)

No instante da partida da máquina, com escorregamento unitário, encontra-se o

conjugado com rotor bloqueado (퐶 ). Este ponto é interessante obter um valor alto, onde o

motor possa vencer a inércia inicial da carga e possa acelerá-la rapidamente [7].

O menor conjugado desenvolvido pelo motor é o conjugado mínimo (퐶 ). Este

valor não deve ser muito baixo, a fim de evitar partidas demoradas que sobre aquecem o

motor, especialmente nos casos de partidas com alta inércia ou com tensão reduzidas [7].

Como o próprio nome diz, o conjugado máximo (퐶 ), é o máximo conjugado

desenvolvido pelo motor. Neste ponto o conjugado deve ser o mais alto possível, pois o

motor deve ser capaz de vencer eventuais picos de cargas resistentes ou não deve perder

bruscamente a velocidade na ocorrência de quedas de tensões [7].

O Conjugado nominal ou de plena carga (퐶 ) é o conjugado desenvolvido pelo

motor á potência, tensão e frequência nominal [7].

Conforme a aplicação, os MIT são fabricados com suas curvas de conjugado versus

rotação diferenciada por categorias. Estas categorias são normatizadas pela NBR 7094

sendo mostrado na figura 22.

Page 48: TCC Rafael Grenzel

48

Figura 22 - Curva conjugado X rotação das diferentes categorias

Fonte: WEG [7]

A categoria N constitui a maioria dos motores encontrados no mercado e possuem

como principal característica o conjugado de partida normal, corrente de partida normal e

baixo escorregamento [18].

Para cargas que exigem maior conjugado na partida é utilizada a categoria H, que

possui conjugado de partida alto, corrente de partida normal e baixo escorregamento [18].

Já na categoria D, os motores possuem o conjugado de partida alto, corrente de

partida normal e alto escorregamento. Estes são usados onde a carga resistente apresenta

picos periódicos e cargas que necessitam de conjugados de partida muito alta e corrente de

partida limitada [18].

2.6.2 Conjugado resistente da carga

O conjugado resistente da carga é o conjugado requerido pela carga no eixo do

motor. Este conjugado apresenta diversas formas, dependendo do tipo de carga acionada

pelo motor, conforme a equação 51.

C = C + k × n (51)

Onde C representa o valor do conjugado da carga em N.m com o escorregamento

unitário. Já k e n constituem respectivamente a constante dependente da carga e a

velocidade de acionamento [7].

Além disso, é observado na equação 51 que o conjugado da carga varia com a

rotação n. Esta variação depende do parâmetro x, isto é, caso o parâmetro x for zero o

Page 49: TCC Rafael Grenzel

49

conjugado da carga é constante, sendo 1 o conjugado torna-se linear, 2 quadrático e por

fim - 1 no formato hiperbólico.

Porém, entre o eixo do motor e a carga resistente, podem ser evidenciados

acoplamentos que alteram os parâmetros de conjugado e rotação. Portanto o conjugado

requerido pela carga deve ser referido ao eixo do motor, conforme a equação 52 [19].

퐶 = × 푅 × 퐶 (52)

푅 = = = (53)

Onde η representa o rendimento total dos acoplamentos, C o conjugado resistente

da carga e R a relação de transformação entre a carga e o motor. A relação R é detalhada

na equação 53, a qual indica que: n / n é a relação de rotação entre a carga resistente e a

rotação nominal do motor; C /C a relação entre o conjugado do motor e o conjugado da

carga resistente; e d /d a relação entre os diâmetros das polias ou a quantidade de

dentes das engrenagens referente ao eixo do motor e ao eixo da carga [19].

A tabela 3 mostra o rendimento de alguns tipos de acoplamento mais utilizados.

Tabela 3 - Rendimento de acoplamentos

TIPO DE ACOPLAMENTO RENDIMENTO (%)

Direto 100

Tambor 95 – 97

Engrenagem 93 - 97

Eixos 96 - 98 Fonte: PROVENZA [17]

Page 50: TCC Rafael Grenzel

50

3 EQUIPAMENTO DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS (EMC)

Os Equipamentos de Movimentação de Cargas (EMC) são estruturas metálicas

utilizadas para realizar o manuseio e o transporte de cargas, sendo comumente empregados

em usinas hidroelétricas, eclusas de navegação, portos, mineradoras e indústrias em geral

[15]. Estão divididas em duas categorias principais: Ponte rolante e pórticos rolantes.

O pórtico rolante possui a mesma finalidade da ponte rolante, porem são

diferenciados apenas no apoio de suas caixas de rodas que estão em contato com o solo.

Este equipamento é utilizado, em sua maioria, na movimentação de materiais em pátios

externos. Já a ponte rolante é utilizada para movimentação de cargas em locais fechados,

onde as rodas são apoiadas na própria estrutura da instalação civil, na qual é dimensionada

para suportar as cargas adicionais da ponte [20].

A Figura 23 representa esquematicamente uma ponte rolante convencional, similar

a que será estudada.

Figura 23 - Ponte rolante convencional

Fonte: TAMASAKAS [15]

Como pode observar na figura 23, o movimento vertical ou de subida e descida da

carga é executado pelo sistema de levantamento, o movimento horizontal perpendicular as

laterais do prédio é executado pelo sistema de translação do carro e o movimento

longitudinal é executado pelo sistema de translação da ponte [15].

Page 51: TCC Rafael Grenzel

51

Neste capitulo serão detalhados os principais sistemas de movimentação de um

EMC e ainda mostrará as principais características do pórtico rolante da usina de Itaúba, o

qual estará em nosso estudo.

3.1 Sistema de levantamento

A Figura 24 representa os componentes principais do sistema de levantamento de

uma ponte rolante.

Figura 24 - Sistema de levantamento

Fonte: TAMASAKAS [15]

O motor trifásico de indução, normalmente tipo rotor bobinado, é interligado,

através do eixo, a dois freios: Freio tipo magnético e freio de Foucault. O freio magnético é

composto por uma bobina magnética que quando é energizada libera o sistema mecânico

de frenagem. Já o freio de Foucault tem a função de controlar a velocidade máxima de

descida da carga, evitando que o mecanismo de descida dispare e atinja velocidades

maiores do que a do projeto. O eixo do motor também é interligado a um redutor de

velocidade e conectado mecanicamente ao tambor, que contém os cabos de aço dispostos

de uma maneira que realiza o içamento da carga [20].

Page 52: TCC Rafael Grenzel

52

3.2 Sistema de translação da ponte

Através da Figura 25 pode verificar os componentes básicos do sistema de

translação da ponte rolante.

Figura 25 - Sistema de translação da Ponte

Fonte: TAMASAKAS [15]

Na figura 25 observa-se que o freio magnético está acoplado no motor trifásico de

indução com rotor bobinado. O freio magnético opera com o mesmo princípio do sistema

de levantamento. O motor está interligado, através do eixo, no sistema de redução de

velocidade, que por sua vez, está conectado ao eixo das rodas motriz. O movimento é

realizado paralelamente ao caminho de rolamento, conforme a figura 23 [15].

3.3 Sistema de translação do carro

Os componentes fundamentais do sistema de translação do carro são demonstrados

na figura 26.

Page 53: TCC Rafael Grenzel

53

Figura 26 - Sistema de translação do Carro.

Fonte: TAMASAKAS [15]

O princípio de funcionamento e os componentes básicos deste sistema são

semelhantes ao sistema de translação da ponte. Porém o sentido de movimento do carro é

perpendicular ao caminho de rolamento, conforme a figura 23 [15].

3.4 Pórtico rolante em estudo

O equipamento de movimentação de carga (EMC) utilizado para o estudo é o

pórtico rolante localizado a jusante da usina hidrelétrica de Itaúba. A usina é de concessão

da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT), está

localizada no município de Pinhal Grande e possui a capacidade de geração de 500 MW,

dividido em 4 unidades geradoras de 125MW.

O EMC tem a função de auxiliar na instalação das comportas de manutenção na

saída do difusor da unidade geradora. As comportas de manutenção são instaladas com o

intuito de realizar as atividades de manutenções na turbina, no tubo de sucção e no difusor

da unidade geradora. A figura 27 mostra o pórtico em estudo.

Page 54: TCC Rafael Grenzel

54

Figura 27 – Pórtico rolante a jusante da UHE Itaúba.

Fonte: Autor

3.4.1 Características principais

O pórtico rolante possui a capacidade de movimentação de cargas de 8 toneladas e

contém dois sistemas de movimentação: O sistema de translação do pórtico e o sistema de

levantamento.

A figura 28 mostra alguns componentes do sistema de translação do pórtico rolante

em estudo.

Page 55: TCC Rafael Grenzel

55

Figura 28 – Sistema de translação do pórtico rolante.

Fonte: Autor

Em 1 indica um freio tipo sapata de fabricação Bardella, modelo F25, comandado

por um eletromagneto alimentado em 440 V. O MIT tipo rotor bobinado, indicado em 2,

segue detalhado com os dados de placa na tabela 4. A indicação 3 da figura 28 corresponde

a um redutor de fabricação VOGG, modelo V500, com a relação de redução de 1:40. A

indicação 4 mostra um freio com atuação hidráulica que auxilia na parada do pórtico,

quando acionado pelo operador.

Tabela 4 – Dados de placa MIT do sistema de translação do pórtico.

Fonte: Autor

Fabricante: Bardella Borriello eletromecânica SA

Modelo: M132MB/4 Nº Série: 48968

Potência: 7,5CV (5,5kW) Ligação: Delta

Rotação: 1760 rpm Frequência: 60Hz

Tensão: 440V Corrente: 12,5A

Tensão secundário: 190V Corrente secundário: 18A

Regime: S1 (continuo) Isolação: Classe F

Page 56: TCC Rafael Grenzel

56

O redutor, da figura 28, está conectado ao eixo das rodas do pórtico. Entretanto,

entre o eixo e a roda contém uma redução de engrenagens com uma relação de 1:2. Esta

redução é detalhada na figura 29.

Figura 29 – Detalhe da roda do sistema de translação do pórtico.

Fonte: VOGG S.A. INDÚSTRIA METALÚRGICA [21]

Além disso, a movimentação deste sistema de translação ocorre com a velocidade

na faixa de 2 a 27,6 m/min.

Na figura 30 está o sistema levantamento de cargas do pórtico rolante da usina.

Page 57: TCC Rafael Grenzel

57

Figura 30 – Sistema de levantamento do pórtico rolante da UHE Itaúba.

Fonte: Autor

A indicação 1, da figura 30, representa um freio tipo sapata de fabricação Bardella,

modelo FN 50200, acionado eletricamente por um MIT e hidraulicamente por um pistão.

Em 2 mostra um redutor fabricado pela empresa Trasmotécnica, modelo H12-16,

com a relação de redução de 1:35,5.

O tambor, representado por 3, está conectado ao redutor através de uma

engrenagem com relação de 1:4,5 e no seu interior contém 2 cabos de aços que auxiliam o

içamento da carga. Estes cabos de aço estão apoiados em roldanas, localizadas na

extremidade superior e inferior do içamento da carga.

Em 4 está o MIT tipo rotor bobinado onde seus dados de placas estão na tabela 5.

O freio eletromagnético dinâmico, conhecido com freio Foucault, é mostrado em 5.

Este freio é fabricado pela empresa EATON, modelo AB 706, possui a alimentação de 45

V em corrente continua e corrente máxima de operação de 10,54 A.

Já a indicação 6 é um tacogerador que realiza a medida de velocidade de içamento

da carga para o indicador na cabine do operador e para o sistema de frenagem do freio de

Foucault.

Acrescenta-se também que a velocidade de elevação da carga está ajustada no

intervalo de 1 a 7 m/min.

Page 58: TCC Rafael Grenzel

58

Tabela 5 – Dados de placa MIT do sistema de levantamento do pórtico

Fonte: Autor

3.4.2 Controle de velocidade

Como o MIT utilizado é tipo rotor bobinado, o sistema de controle de velocidade é

realizado através da inserção de resistores no circuito do rotor, conforme o diagrama trifilar

da figura 31.

Figura 31 - Diagrama elétrico do sistema de translação do pórtico.

Fonte: VOGG S.A. INDÚSTRIA METALÚRGICA [22]

O funcionamento do sistema de translação do pórtico é realizado através do

acionamento de contatores. Os contatores C1 e C11 realizam a partida e o sentido de

rotação do motor M1, isto é, o movimento para a direita é acionado pelo contator C1 e a

direção para a esquerda pelo acionamento do contator C11. Os contatores C12 a C16 são

responsáveis pela variação da resistência elétrica no rotor do motor, ou seja, o motor parte

com os contatores não acionados e com o valor máximo de resistência no rotor, ao

aumentar a velocidade pelo acionamento da chave do operador, os contatores são

Fabricante: Bardella Borriello Eletromecânica SA

Modelo: M180LA/4 Nº Série: 48967

Potência: 30CV (22kW) Ligação: Delta

Rotação: 1766 rpm Frequência: 60Hz

Tensão: 440V Corrente: 40A

Tensão secundário: 340V Corrente secundário: 39A

Regime: S1 (continuo) Isolação: Classe F

Page 59: TCC Rafael Grenzel

59

acionados e diminuem o valor da resistência do circuito do rotor e aumentam a velocidade

no eixo do motor.

A bobina eletromagnética do freio (FEM1) é alimentada juntamente com o motor,

liberando a frenagem do eixo do motor. Ao desligar o motor, a bobina será desenergizada e

o freio será acionado, limitando o movimento de inércia do pórtico.

O sistema de levantamento de cargas do pórtico, figura 32, também funciona com

o acionamento de contadores. Porem possui um sistema eletrônico, chamado POSITRON,

que auxilia no controle de velocidade do MIT. Este sistema é solicitado quando é ajustada

a chave, na cabine do operador, para o modo automático. No modo manual o

funcionamento é semelhante ao circuito anterior da figura 31.

Figura 32 - Diagrama elétrico do sistema de levantamento do pórtico.

Fonte: VOGG S.A. INDÚSTRIA METALÚRGICA [22]

No modo automático o operador seleciona a velocidade máxima em que se deseja

operar a ponte. O circuito eletrônico positrom verifica a velocidade através de tacogerador

(FVC) e limitam o acionamento dos contatores C22 a C 26 para o valor máximo de

operação na velocidade ajustada. Com a atuação do freio de Foucault, torna a

movimentação mais suave, compensando os solavancos, ocasionados pelo acionamento

dos contatores.

Os contatores C2 e C21 possuem o funcionamento semelhante ao contatores C1 e

C11 do circuito da figura 31. A diferença está no sentido da movimentação: C2 realiza o

movimento de subida e C21 realiza o movimento de descida das cargas içadas pelo pórtico

rolante.

Page 60: TCC Rafael Grenzel

60

O funcionamento do freio eletro-hidráulico (FEM2) ocorre através da energização

do MIT do freio, onde esse atua no pistão hidráulico e libera o freio para a movimentação

da carga.

Page 61: TCC Rafael Grenzel

61

4 LEVANTAMENTO DE PARÂMETROS DOS MOTORES

No intuito de modelar e simular as curvas de desempenho, bem como obter as

curvas de conjugado, realizaram-se diversos ensaios nos motores utilizados no EMC em

estudo visando determinar os parâmetros característicos dos mesmos. Os referidos ensaios

são detalhados a seguir

4.1 Medição da resistência de isolamento

Por uma questão de segurança, o primeiro ensaio realizado se refere à análise da

resistência de isolamento. Para tal, utilizou-se um megômetro analógico modelo MI 5500

de fabricação Megabras. As medições foram realizadas entre o enrolamento e a carcaça de

cada motor, com a aplicação de 500 V em corrente contínua, onde foi registrada a

resistência de isolamento a cada minuto num tempo total de 10 minutos. Na figura 33 é

detalhada a montagem para a realização do ensaio de medição da resistência de isolamento

efetuada no motor de deslocamento do carro.

Figura 33 – Medição da resistência de isolamento do motor de movimento do carro

Fonte: Autor

Page 62: TCC Rafael Grenzel

62

Inicialmente, os motores estavam no estado de repouso, a temperatura e a umidade

relativa no local da medição foram respectivamente de 19 °C e 42%. Por essa razão,

tornou-se necessário corrigir os valores obtidos na medição, na temperatura ambiente, para

a temperatura de referência de 40°C. A correção é efetuada conforme a equação 21, no

qual utiliza como coeficiente 퐾 o valor de 0,25, obtido pelo gráfico da figura 9. Os

valores obtidos das medições dos motores do guincho e do carro estão representados nas

tabelas 6 e 7.

Tabela 6 – Medição da resistência de isolamento no motor do guincho

Tempo de Teste (minutos) 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

Resistência isolamento a temperatura ambiente (GΩ) 22 30 32 38 40 48 48 48 49 50

Resistência isolamento a temperatura de 40 °C (GΩ) 5,5 7,5 8 9,5 10 12 12 12 12,25 12,5

Fonte: Autor

Tabela 7 – Medição da resistência de isolamento no motor do carro

Tempo de Teste (minutos) 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

Resistência isolamento a temperatura ambiente (GΩ) 100 200 300 400 ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞

Resistência isolamento a temperatura de 40 °C (GΩ) 25 50 75 100 ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞

Fonte: Autor

Analisando os dados obtidos a partir das medições, observou-se valor mínimo

medido da resistência de isolação foi de 5,5 GΩ, ou seja, superior ao mínimo permitido de

1,5 MΩ, sinalizando que a resistência de isolamento se mostra adequada. Em termos de

índice de polarização, obtiveram-se valores de 2,27 e acima de 4, para os motores do

guincho e movimento, respectivamente. Assim, considerando-se a classe de isolação dos

motores é “F” e os valores mínimos permitidos para o índice de polarização da tabela 1, a

resistência de isolamento do material isolante contido no enrolamento do motor encontra-

se em excelente estado.

De modo geral, conforme os critérios da norma NBR5383-1 os motores mostraram

aptos para a execução dos ensaios de resistência ôhmica, a vazio e rotor bloqueado.

Page 63: TCC Rafael Grenzel

63

4.2 Ensaio de resistência do enrolamento

Para medir a resistência do enrolamento foi utilizado o instrumento CPC-100 de

fabricação da Omicrom. Este instrumento possui um sistema de teste para

comissionamento e manutenção de subestação, permitindo testes em transformadores de

potência, transformadores de corrente, transformadores de potencial capacitivos e

indutivos, disjuntores, secionadoras, dentre outros [23].

A configuração deste instrumento é realizada de forma automática ou manual. No

estado automático deve-se somente selecionar o equipamento que será aplicado o ensaio, o

tipo do ensaio a ser realizado e os valores nominais do equipamento. Já no estado manual é

selecionada a faixa do sinal de saída e as grandezas que deverão ser monitoradas [23].

Para este ensaio o instrumento foi ajustado em modo automático, onde foram

utilizadas as mesmas configurações para a medição da resistência de enrolamento em

transformadores. Com esta configuração foi selecionado a saída de corrente de 400 A em

corrente contínua e a corrente de teste em 15% da corrente nominal de cada motor: 1,5 A

para o motor com a potência de 7,5 CV e corrente nominal de 12,5 A; 6 A para o motor

com potência de 30 CV e corrente nominal de 40 A. Também foi registrado a temperatura

ambiente através de um termo higrômetro, com isso, o CPC-100 corrige o valor da

resistência obtida para a temperatura de referencia de 25°C, usando a equação 25. A figura

34 mostra o instrumento CPC- 100 sendo utilizado para medição da resistência de

enrolamento do motor do carro.

Page 64: TCC Rafael Grenzel

64

Figura 34 – Medição da resistência do enrolamento com o instrumento CPC-100

Fonte: Autor

Como mostra a figura 34 foi conectado aos terminais do motor um par de cabos

para a aplicação da corrente contínua e um par de cabos para o monitoramento da tensão

resultante.

Figura 35 – Conexão dos cabos para a medição da resistência do enrolamento

Fonte: Autor

As tabelas 8 e 9 mostram os resultados das medições obtidas com o instrumento

CPC-100 nos terminais dos motores.

Page 65: TCC Rafael Grenzel

65

Tabela 8 – Medição da resistência de enrolamento no motor do guincho

Terminais ST RT RS

Corrente aplicada (A) 6 6 6

Corrente medida (A) 6 6 6

Tensão medida (V) 1,616 1,619 1,626

Resistência (Ω) 0,269 0,27 0,271

Temperatura (°C) 21,5 21,3 19,7

Resistência (Ω) corrigida para 25°C 0,273 0,273 0,276

Fonte: Autor

Tabela 9 – Medição da resistência de enrolamento no motor do carro

Terminais ST RT RS

Corrente aplicada (A) 1,5 1,5 1,5

Corrente medida (A) 1,02 1,03 1,03

Tensão medida (V) 1,03 1,03 1,03

Resistência (Ω) 1 1 1

Temperatura (°C) 25 24,7 24,8

Resistência (Ω) corrigida para 25°C 1 1 1

Fonte: Autor

A ligação dos motores em estudo é em Delta. Portando as resistências de

enrolamento por fase nos motores do guincho (30 CV) e do carro (7,5 CV) são

respectivamente 0,41 e 1,5 , calculado com a equação 27.

Page 66: TCC Rafael Grenzel

66

4.3 Ensaio a vazio

O ensaio a vazio foi realizado com intenção de obter as medidas de tensão, corrente

e potência com os motores operando sem carga mecânica aplicada no eixo. Portanto, fez se

necessária a remoção dos acoplamentos que interligam o eixo motor com o eixo da carga

mecânica.

Também foi necessário executar um curto circuito nos terminais das escovas

conectadas no anel coletor do rotor bobinado, a fim de evitar variações das resistências

elétricas que são inseridas no circuito do rotor através do sistema de acionamento dos

motores. Essa manobra torna o MIT com rotor bobinado com características semelhante ao

MIT com rotor gaiola de esquilo com foi visto nos capítulos anteriores.

A figura 36 mostra os dois motores operando a vazio sem acoplamentos e com os

terminais do rotor em curto-circuito.

Figura 36 – Motores operando a vazio.

Fonte: Autor

Para a aquisição das grandezas foi conectado, nos terminais do motor, um

analisador de qualidade de energia, modelo KEW 6310 de fabricação KYORITSU. A

instalação deste analisador foi possível somente no interior do painel de acionamento, pois

Page 67: TCC Rafael Grenzel

67

na caixa de terminais do motor não dispõe de espaço físico para a instalação dos sensores

de corrente e tensão. A figura 37 mostra a instalação deste analisador.

Figura 37 – Instalação do Analisador de qualidade de energia.

Fonte: Autor

Com o motor de deslocamento do carro (7,5CV) operando a vazio, foram

registradas as grandezas de tensão, corrente e potência ativa, como ilustradas

respectivamente nas figuras 38, 39 e 40, no período aproximado de 3 minutos.

Page 68: TCC Rafael Grenzel

68

Figura 38 – Registro da medição de tensão do motor de 7,5CV.

Fonte: Autor

Figura 39 - Registro da medição de corrente do motor de 7,5CV.

Fonte: Autor

Page 69: TCC Rafael Grenzel

69

Figura 40 – Registro da medição de potência ativa do motor de 7,5CV

Fonte: Autor

Foram registrados neste período, a potência média de 7.678W, a tensão média de

460,39 V e a corrente média de 10,65 A .

Já as medições do motor de levantamento (30CV) apresentaram os registros de

tensão corrente e potência ativa conforme as figuras 41, 42 e 43 respectivamente.

Figura 41 – Registro da medição de tensão do motor de 30CV.

Fonte: Autor

Page 70: TCC Rafael Grenzel

70

Figura 42 – Registro da medição de corrente do motor de 30 CV.

Fonte: Autor

Figura 43 – Registro da medição de potência ativa do motor de 30CV.

Fonte: Autor

Os valores médios de potência ativa, tensão e corrente para o motor do sistema de

levantamento foram de 20.356 W, 458,7V e 27,66 A respectivamente.

Page 71: TCC Rafael Grenzel

71

4.4 Ensaio de rotor bloqueado

Este ensaio tem como objetivo obter as medições de corrente, tensão e potência no

motor com o eixo travado. Deste modo, a tensão de alimentação deve ser controlada para

que a corrente no motor não ultrapasse o valor nominal. Então, para este ensaio, utilizou-se

uma fonte trifásica variável de tensão, para variar a tensão até atingir o valor da corrente

nominal nos terminais do motor, e instrumentos de medição para a aquisição das grandezas

de interesse.

A fonte trifásica variável foi obtida através do controle da corrente de campo do

gerador síncrono de um motogerador móvel. O motogerador móvel é ilustrado na figura

44.

Figura 44 – Motogerador utilizado no ensaio.

Fonte: Autor

Os dados de placa do gerador síncrono podem ser visto na tabela 10.

Page 72: TCC Rafael Grenzel

72

Tabela 10 – Dados de placa do gerador síncrono do motogerador móvel.

Fonte: Autor

A tensão do gerador é ajustada de forma automática, isto é, o circuito do regulador

de tensão ajusta a tensão para um valor de, aproximadamente, 380V. Desativa-se o

regulador de tensão do circuito de campo do gerador e insere-se uma fonte de alimentação

de corrente contínua, com o intuito de fornecer tensão e controlar a corrente de campo do

gerador. Como é mostrado na figura 45. A fonte de alimentação de corrente continua é de

modelo HY3005D-3 de fabricação POLITERM, com ajuste de tensão em 0-30V e de

corrente em 0-5A .

Figura 45 – Fonte de alimentação inserida no circuito de campo do gerador

Fonte: Autor

Fabricante: Irmãos Negrini & Cia. Ltda

Modelo: ATX33/TFVF41 Nº Serie: 23521

Potência: 180 KVA Ligação: Delta

Rotação: 1800 rpm Freqüência: 60Hz

Tensão: 380V Corrente: 273A

FP: 0,8 ∆T: 80 °C

Regime: S1 (continuo) Isolação: Classe F

Tensão campo: 50V Corrente campo: 37A

Page 73: TCC Rafael Grenzel

73

Nos cabos, que fornece a tensão ao motor oriunda do gerador foi instalado um

disjuntor para a proteção e seccionamento deste circuito de alimentação. Conectaram-se,

também, os sensores de tensão e corrente do analisador de qualidade de energia. A figura

46 destaca o circuito de alimentação e a ligação do analisador de qualidade de energia.

Figura 46 – Circuito de alimentação do motor do movimento do carro

Fonte: Autor

Durante o ensaio o eixo do motor foi mantido travado, utilizando o freio tipo

sapada do equipamento de movimentação. Também foi mantido o curto circuito nos

terminais das escovas conectadas no anel coletor do rotor bobinado, montado no ensaio

anterior.

Os dados obtidos estão representados nas figuras 47 a 49, para o motor do

movimento do carro, e os gráficos 50 a 52 para o motor do sistema de levantamento.

Page 74: TCC Rafael Grenzel

74

Figura 47 – Registro da medição de Corrente do motor de 7,5 CV.

Fonte: Autor

Na figura 47 observa-se o valor máximo da corrente, 12,54 A, que corresponde a

corrente nominal para o MIT de 7,5CV.

Figura 48 – Registro da medição de tensão do motor de 7,5 CV.

Fonte: Autor

Já a figura 48 indica o valor máximo da tensão, fornecida do gerador para o motor

de 7,5CV, que chegou ao valor de 96,8V.

Page 75: TCC Rafael Grenzel

75

Figura 49 – Registro da medição de potência ativa do motor de 7,5 CV.

Fonte: Autor

Resultando na potência ativa de rotor bloqueado o valor de 2.019W, ilustrado no

registro da figura 49, para o MIT de 7,5 CV.

Figura 50 – Registro da medição de corrente do motor de 30 CV.

Fonte: Autor

A figura 50 é verificado o pico máximo da corrente em 40,3A , que representa o

valor da corrente nominal do motor de 30 CV.

Page 76: TCC Rafael Grenzel

76

Figura 51 – Registro da medição de tensão do motor de 30 CV.

Fonte: Autor

A tensão fornecida para o motor de 30 CV no instante em que atingiu a corrente

nominal foi de 60,67V, conforme a figura 51.

Figura 52 – Registro da medição de potência ativa do motor de 30 CV

Fonte: Autor

Observa-se que a potência ativa de rotor bloqueado no motor de 30CV foi de 4.184

W, conforme figura 52.

Page 77: TCC Rafael Grenzel

77

4.5 Rotação e conjugado resistente da carga referido ao eixo do motor

Como já visto anteriormente, o conjugado de carga é um parâmetro que deve ser

conhecido, pois através dele, observa-se o comportamento da relação deste parâmetro com

a rotação do motor, considerando o intervalo entre a partida do motor e o ponto de

operação nominal do equipamento.

O valor do conjugado da carga resistente e a rotação referida ao eixo do motor do

sistema de translação e levantamento do pórtico é determinado utilizando as equações 52 e

53 do capítulo 2 e as características do equipamento relatado no capítulo 3.

Para o sistema de translação, detalhado na figura 53, o conjugado da carga foi

considerado como sendo o valor do torque desenvolvido nas rodas deste sistema necessário

para executar o movimento. Supondo que a carga total de 8 toneladas é a soma entre o peso

do pórtico e da capacidade máxima de içamento, a força peso em cada roda será de

19,62kN. Então, sendo o raio da roda de 20 cm, o conjugado da carga terá o valor de 3,92

kN.m.

Figura 53 – Detalhe dos acoplamentos do sistema de translação do pórtico

Fonte: Autor

Com a associação do produto das relações do conjunto de redutores, o produto dos

rendimentos do acoplamento (0,9) da tabela 3 e da equação 52 é determinado o conjugado

resistente da carga no eixo do motor do sistema de translação como sendo de 54,4 N.m.

A relação da rotação, para este sistema, será na proporção de 72:1. Portanto o motor

deverá operar na faixa de 115,2 a 1584 rpm, considerando a velocidade de translação de 2

a 27,6 m/min,como foi especificado no capítulo 3.

Page 78: TCC Rafael Grenzel

78

No sistema de levantamento do pórtico, identificado na figura 54, o conjugado

da carga é compreendido como sendo o torque necessário para o tambor tracionar os cabos

de aço para o içamento de uma carga máxima de 8 toneladas. O conjugado no tambor é

obtido pela equação 48, onde a força exercida pelos dois cabos de aço no tambor é de 39,2

kN e o raio do tambor é de 0.2 metros. Com isso, 7,84 kN é o valor do conjugado

resistente na carga.

Figura 54 – Detalhe dos acoplamentos do sistema de levantamento.

Fonte: Autor

Aplicando a equação 52, com o rendimento total de 0,75 e a relação de redução do

conjunto de redutores de 1:159,75, obtém o valor do conjugado resistente da carga refletida

ao eixo do motor no valor de 65,5 N.m.

A rotação do sistema de levantamento será na proporção de 119,7:1. Portanto a

faixa de rotação de operação do motor será de 96 a 671 rpm, considerando a velocidade de

levantamento de 1 a 7 m/min caracterizada no capítulo 3.

Page 79: TCC Rafael Grenzel

79

5 ESTUDOS DE SIMULAÇÃO

A partir dos dados obtidos nos ensaios, tornou-se possível obter o circuito

equivalente dos MITs. Desse modo, podem-se traçar as curvas que demonstram alguns

comportamentos do funcionamento destes motores no equipamento em estudo. Desta

forma, as curvas são utilizadas para obter alguns pontos de operação deste sistema, sendo

útil na seleção das configurações e características dos inversores de frequências requeridos.

5.1 Determinação do circuito equivalente

Os valores das resistências e reatâncias do circuito equivalente do MIT relativo ao

sistema de movimentação do EMC é visto no circuito da figura 55.

Figura 55 – Circuito equivalente do motor 7,5 CV

Fonte: Autor

Estes valores foram calculados com as equações do capítulo 2 e o formulário de

cálculo, desenvolvido pelo MATHCAD, encontra-se no apêndice A.

O circuito equivalente do motor de 30 CV responsável pelo sistema de

levantamento do pórtico rolante é detalhado na figura 56. A planilha com o

desenvolvimento dos cálculos está exposta no apêndice B.

Page 80: TCC Rafael Grenzel

80

Figura 56 – Circuito equivalente do motor de 30 CV

Fonte: Autor

5.2 A determinação das curvas características

Para traçar as curvas características foi necessária a elaboração de algumas rotinas

de programação, baseada nas equações do capítulo 2 e os valores do circuito equivalente,

utilizando o software MATLAB. As rotinas estão detalhadas nos apêndices C e D que

correspondem respectivamente aos motores de 7,5 CV e 30 CV.

A primeira característica a ser analisada é o comportamento destes motores pela

curva de conjugado versus rotação. A figura 57 mostra a curva referente ao motor do

sistema de translação e a figura 58 a curva do sistema de levantamento do EMC.

Figura 57 – Curva conjugado x Rotação do motor do sistema de translação.

Fonte: Autor

Page 81: TCC Rafael Grenzel

81

No motor 7,5 CV o conjugado de partida apresentou o valor de 60,7 N.m.

Figura 58 – Curva conjugado x Rotação do motor do sistema de levantamento.

Fonte: Autor

O conjugado de partida desenvolvido pelo motor de 30 CV foi de 318 N.m.

Com isso, o conjugado de partida dos motores, como previsto, está acima dos

valores do conjugado nominal da carga resistente no eixo do motor. Observa-se, ainda, que

por conta do alto valor da resistência do rotor 푅 as curvas de conjugado obtidas se

semelham a dos motores de gaiola de esquilo da categoria “D”, os quais apresentam um

alto conjugado de partida, útil para o deslocamento horizontal e vertical de cargas.

A próxima característica em análise é a variação da corrente no estator pela

variação da rotação no motor. As ilustrações 59 e 60 visualizam as curvas de corrente do

estator versus rotação dos motores de 7,5 CV e 30 CV, respectivamente.

Page 82: TCC Rafael Grenzel

82

Figura 59 – Corrente do estator x Rotação do motor o sistema de translação.

Fonte: Autor

Figura 60 – Corrente do estator x Rotação do motor do sistema de levantamento.

Fonte: Autor

A corrente de partida do motor de 7,5 CV, como visto na figura 59, é de 18,46 A e

a corrente de partida do motor de 30 CV, projetada na figura 60, foi de 96,3 A.

Como visto anteriormente, a elevada resistência no enrolamento do rotor tornou

baixo o valor da corrente no instante da partida do motor, comparado com um MIT tipo

Page 83: TCC Rafael Grenzel

83

gaiola de esquilo. A corrente do motor do sistema de translação variou 1,5 vezes do valor

da corrente nominal. No motor do sistema de levantamento a corrente elevou-se a 2,5

vezes da nominal.

As curvas de rendimento versus rotação destes motores são apresentadas nas

figuras 61 e 62, nas quais é possível observar que esses motores apresentam rendimentos

muito baixos, inferior a 50%.

Figura 61 - Rendimento x Rotação no motor do sistema de translação.

Fonte: Autor

Page 84: TCC Rafael Grenzel

84

Figura 62 - Rendimento x Rotação do motor do sistema de levantamento.

Fonte: Autor

5.3 Determinação das curvas caracteristicas com a variação de frequencia .

Utilizando as rotinas de programação em MATLAB foram realizadas simulações

do efeito da variação da frequência e tensão na fonte de alimentação destes motores, na

tentativa de emular o funcionamento de um inversor de frequência. Consideraram-se,

também, nas simulações as características do conjugado da carga resistente no eixo dos

motores. A partir desses dados foi possível verificar os pontos de operação destes motores

com o conjugado e a rotação. Nos anexos E e F estão as rotinas utilizadas para a impressão

das curvas dos motores do sistema de translação e sistema de levantamento

respectivamente.

Na figura 63 está impresso as curvas de conjugado versus rotação com a variação

de frequência de 1 até 60 Hz, juntamente com a curva de conjugado versus rotação da

carga resistente no eixo do motor do sistema de translação.

Page 85: TCC Rafael Grenzel

85

Figura 63 - Conjugado x Rotação com variação da frequência do motor do sistema de translação.

Fonte: Autor

Esta curva de torque resistente da carga representa a movimentação horizontal do

pórtico rolante com o levantamento de uma carga máxima de 8 tonelada que é convertida

no eixo do motor, através da relação dos redutores calculada no capítulo 4, em um

conjugado de 54,4 N.m. Analisando-se a figura 63 a intersecção entre a curva de

conjugado desenvolvido pelo motor e o conjugado resistente se refere aos pontos de

operação e, portanto, a faixa da rotação em que este sistema irá operar. Na Figura 64 é

detalhada a faixa de rotação operacional.

Page 86: TCC Rafael Grenzel

86

Figura 64 – Faixa de rotação operacional do motor do sistema de translação

Fonte: Autor

Percebe-se que através de um inversor de freqüência torna-se possível realizar

acionamento até 1050 rpm, mantendo o conjugado requerido pela carga.

A figura 65 mostra as curvas resultantes do conjugado versus rotação referente ao

motor do sistema de levantamento.

Figura 65 – Conjugado x Rotação com variação da frequência do motor do sistema de

levantamento.

Fonte: Autor

Page 87: TCC Rafael Grenzel

87

Para o caso do sistema de levantamento de cargas o conjugado resistente resultante

do deslocamento vertical de uma carga máxima de 8 toneladas convertido para o eixo do

motor é de 65,5 N.m. Na figura 66 é detalha a faixa de rotação operacional do motor do

sistema de levantamento.

Figura 66 - Faixa de rotação operacional do motor do sistema de levantamento

Fonte: Autor

Percebe-se que o inversor de frequência poderá regular a rotação do motor na faixa

de 0 a 1700 rpm. Porém a rotação do motor deverá ser ajustada na faixa de 0 a 671 rpm,

mostrado através da faixa operacional de rotação, valor máximo de velocidade exigido

pelo sistema de levantamento da carga, conforme calculado no capítulo 3.

Page 88: TCC Rafael Grenzel

88

6 DIMENSIONAMENTO DOS INVERSORES DE FREQUÊNCIA

A partir dados e informações obtidos e dos ensaios e simulações realizadas,

apresenta-se a seguir a especificação e configuração de um inversor a ser empregado no

acionamento do EMC na Usina Hidrelétrica de Itaúba.

6.1 Especificação dos inversores de frequência

Dentre as características básicas que os inversores de frequência devem apresentar

é destacado a capacidade, a tensão de alimentação, o tipo de controle, as condições

ambientais, as proteções elétricas e os acessórios.

A capacidade dos inversores de freqüência está relacionada com o

dimensionamento da potência dos motores. Portanto para os motores de 30CV e 7,5CV

deverá ser adquiridos inversores com a capacidade mínima de 46A e 13A,

respectivamente. Esta capacidade será considerada com a tensão de alimentação de 440V,

admitindo-se uma variação de 10% da tensão especificada.

Os inversores de frequência são projetados para operarem em ambientes com certo

grau de umidade do ar e temperatura ambiente. Com a umidade relativa do ar acima do

valor admitido, poderá ocasionar a condensação de água nos componentes internos do

inversor, acarretando em curto-circuito nos mesmos. Já a temperatura acima de um valor

admitido prejudica a refrigeração dos componentes internos, levando a um sobre

aquecimento no equipamento. Desta forma os inversores de frequência devem operar a

uma temperatura ambiente de até 40°C e a umidade relativa do ar limitada a 90% sem

condensação, condições em que a maioria destes equipamentos são projetados.

Em termos de controle, entende-se que controle vetorial é o mais indicado por

conta, do melhor desempenho dinâmico e precisão no ajuste de conjugado e velocidade.

Em função da importância do EMC como ferramenta de manutenção, recomenda-se

o emprego de inversores com proteções de: sub e sobre Tensão; sobretemperatura,

sobrecarga no inversor e motor; sobrecarga no resistor da frenagem; curto-circuito entre

fase ou fase e terra na saída do inversor e nos enrolamentos do motor [24].

Além disso, no circuito de suprimento dos inversores de frequência devem ser

utilizados disjuntores em caixa moldada ou fusíveis ultrarápido com o intuito de proteger o

Page 89: TCC Rafael Grenzel

89

mesmo contra curto circuitos e faltas para terra. Estes dispositivos deverão ser

dimensionados para suportar o nível de curto circuito no ponto em que serão instalados

[24].

Os inversores deverão apresentar a função de frenagem reostatica para a obtenção

de maior conjugados frenantes nos sistemas em estudo. Esta função é executada por

resistores que são acoplados nos inversores para dissipar a elevada tensão dos capacitores,

localizado no barramento de correntes continua do inversor, devido à energia cinética

gerada no regime de operação que tem características de desaceleração rápida e

acionamento de cargas com elevada inércia [24].

.

6.2 Configuração básica dos inversores de frequência

Os parâmetros dos inversores de frequência são agrupados de acordo com suas

características e particularidades e estão basicamente divididos em 4 grupos de parâmetros:

de leitura, de regulação, de configuração e do motor.

Os parâmetros de leitura são variáveis que podem ser visualizadas no display do

inversor, mas não podem ser alteradas pelo usuário. Temos como exemplo o acesso de

grandezas como torque, corrente, potência, rotação e outros.

Os valores ajustáveis a serem utilizados pelas funções do inversor estão

enquadrados nos parâmetros de regulação. Entre esses parâmetros, a variável de tempo de

aceleração e desaceleração deve ser ajustada com a intenção de obter o acionamento

gradual da rotação do motor. Por segurança, é aconselhável que o acionamento da

movimentação da carga seja realizado com um tempo de aceleração alto e um tempo de

desaceleração baixo, com isso, obtém um posicionamento da movimentação da carga mais

preciso.

Outro parâmetro de regulação importante é a referência de velocidade máxima e

mínima. Conforme verificado no estudo, o motor do sistema de translação deverá operar na

faixa de 0 a 1050 rpm e o motor do sistema de levantamento na faixa de 0 a 670 rpm.

O nível de tensão na frenagem reostatica, o valor do resistor de frenagem e o valor

da potência permitida no resistor de frenagem também são configurados nos parâmetros de

regulação. Estas grandezas são determinadas e configuradas conforme a quantidade de

Page 90: TCC Rafael Grenzel

90

frenagem em ciclos pré-determinados. Normalmente a determinação destas grandezas

depende das orientações de cada fabricante de inversores de frequência.

O parâmetro de regulação analisado é o ajuste da corrente de sobrecarga. Este

parâmetro será ajustado no valor da corrente nominal dos motores dos sistemas em estudo.

Os parâmetros de configuração definem as características do inversor de

frequência, as funções a serem executadas, bem como as entradas e saídas. Neste conjunto

de parâmetros, deve-se observar o parâmetro do tipo de controle a ser utilizado nos

inversores de frequência. Neste caso, para os dois sistemas em estudo, será considerado o

controle vetorial em malha aberta.

As características nominais do motor estão configuradas nos parâmetros do motor.

Estes parâmetros devem ser configurados com as informações contidas nos dados de placa

dos motores, tabelas 4 e 5, e os valores das resistências e reatâncias do circuito equivalente.

Page 91: TCC Rafael Grenzel

91

7 CONCLUSÃO

Ao longo do presente estudo foi possível estabelecer algumas características dos

MIT’s tipo rotor bobinado, instalados no EMC e o conhecimento referente ao acionamento

destes motores neste sistema. Estas características auxiliaram na seleção da configuração

do inversor de frequência que será utilizado. Além disso, esta adaptação mostra que, ainda,

poderá trazer melhorias, tanto no aspecto de manutenibilidade, quanto no aspecto de

eficiência energética da instalação.

Dentre as características destes motores, encontradas com a aplicação de ensaios e a

determinação das curvas características, é destacado a alta resistência de enrolamento do

rotor e de isolamento do enrolamento do estator.

A elevada resistência de isolamento do enrolamento do estator sinaliza que os

materiais isolantes envolvidos se encontram em boas condições. Isso também é

comprovado pelo índice de polarização que apresentou resultados em que os enrolamentos

encontram em bom estado, limpo e sem umidade, analisados sob orientação da norma

NBR 5383-1.

Com ensaios a vazio, de rotor bloqueado e de resistência do enrolamento foi

possível encontrar os parâmetros do circuito equivalente e com isso obter as curvas de

conjugado, corrente estatórica e rendimento relacionado com a variação de rotação.

Foi possível verificar as vantagens destes motores como o alto torque e baixa

corrente no instante da partida do motor, resultado devido ao elevado valor da resistência

rotórica encontrada. Porém este parâmetro elevado contribui para o aumento das perdas

rotacionais e por, consequência, traz como desvantagem o baixo rendimento, como foi

verificado na curva que está relacionada com o rendimento.

A obtenção da curva conjugado versus rotação com variação da frequência de

alimentação do enrolamento do estator, juntamente com a curva de conjugado versus

rotação da carga resistente ao eixo do motor foi possível verificar a faixa de operação

destes motores. Nestas curvas pode-se observar que, com a utilização do inversor de

frequência, os motores irão operar em níveis de tensão e frequência abaixo dos valores

convencionais. Como pode ser observado na curva do motor do sistema de levantamento,

para atingir a rotação máxima de 671rpm com conjugado resistente da carga de 65,5N.m, o

inversor de frequência deverá aplicar 50% do valor das grandezas de tensão e frequência.

A redução destes níveis com o fato de que não será utilizado o acréscimo de resistência no

Page 92: TCC Rafael Grenzel

92

enrolamento do rotor, contribui para a redução das perdas rotóricas e com isso, eleva o

rendimento deste motor.

Destaca-se que a partir da utilização do inversor de frequência especificado haverá

redução quanto ao custo de manutenção envolvido nestes equipamentos. Entretanto, por

uma questão de confiabilidade o controle reostático pode ser mantido, utilizando como um

acionamento de retaguarda, em caso de falhas no acionamento através do inversor de

frequência.

7.1 Sugestões para Trabalhos Futuros

No intuito de dar continuidade aos estudos de acionamento de máquinas elétricas

através de inversores de frequência, enumeram-se as seguintes sugestões para trabalhos

futuros:

Implementação dos inversores de freqüência especificados para os motores do

EMC;

Elaboração de um software para simular o comportamento destes MIT com a

alteração de alguns parâmetros do motor com o objetivo de verificar o comportamento da

rotação e conjugado nos sistemas propostos;

Elaboração de um projeto de automatização para estes EMC;

Estudo direcionado à eficiência energética nestes equipamentos.

Page 93: TCC Rafael Grenzel

93

REFERÊNCIAS

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Page 94: TCC Rafael Grenzel

94

[15] TAMASAKAS, A. Metodologia do projeto básico de equipamentos de manuseio e transporte de cargas-Ponte Rolante-Aplicação não siderúrgica. 2000. 125f. Dissertação (mestrado em engenharia mecânica) - Escola Politécnica Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. [16] FRANCI, C. M. Inversor de freqüência: teoria e aplicação. 2.ed. São Paulo: Èrica, 2011. [17] PROVENZA, F. Projetista maquinas. 71.ed. São Paulo: F. PROVENZA, 1996. [18] MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 8.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. [19] MARTIGNONI, A. Construção eletromecânica. 4.ed. São Paulo: Globo, 1984. [20] COMPANHIA ENERGETICA DE SÃO PAULO. Operação de Pórticos e Pontes Rolantes. Ilha Solteira: 1. ed. , 2009. (Apostila). [21] VOGG S.A. INDUSTRIA METALURGICA. Usina hidrelétrica de Itaúba,CEEE: Guindaste rolante do tubo de sucção: Detalhe do suporte do pilar. 5 jul. 1977. N. da obra: 2738/folha 15. [22] VOGG S.A. INDUSTRIA METALURGICA. Usina hidrelétrica de Itaúba,CEEE: Guindaste rolante do tubo de sucção: Comando elétrico. 5 jul. 1977. N. da obra: 2738/folha 59. [23] PAULINO, M. E. C. Testes Automatizados em Equipamentos de subestação: CPC-100. Rio de Janeiro: OMICRON, 2011. (apostila). [24] WEG EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS S.A.. Manual do inversor de freqüência: CFW-09. 1.ed. Jaraguá do Sul:WEG, 2011.

CHAPMAN, S. J. Programação em matlab para engenheiros. 1.ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006.

Page 95: TCC Rafael Grenzel

95

APÊNDICE A

Planilha de cálculo para determinação do circuito equivalente do motor de 7,5 CV

Dados do ensaio de resistência do enrolamento:

Dados do ensaio a vazio: Dados do ensaio rotor bloqueado:

Determinação do circuito equivalente:

(Eq. 30)

(Eq. 29)

(Eq. 31)

(Eq. 33)

(Eq. 32)

R1 1.5

Pvz 7678 Pbl 2019

V1bl 96.8V1vz 460.39

Ibl 12.5Ivz 10.65

I1blIbl

3 I1bl 7.217I1vz

Ivz

3 I1vz 6.149

Svz 3 V1vz I1vz

Svz 8.493 103

Qvz Svz2 Pvz2

Qvz 1.145 104

XvzQvz

3I1vz2

Xvz 100.939

Sbl 3V1bl I1bl

Sbl 2.096 103

Qbl Sbl2 Pbl2

Qbl 2.91 103

Page 96: TCC Rafael Grenzel

96

(Eq. 32) (Eq. 34)

(Eq. 43)

(Eq. 28)

(Eq. 41)

XblQbl

3I1bl2 Rbl

Pbl

3I1bl2

Xbl 18.625 Rbl 12.922

X22 2X2 Xvz Xbl Xvz solve9.7867554535043237576

192.091602500879263

X2 9.787

X1 X2

Xm Xvz X1

Xm 91.152

R2 Rbl R1( )X2 Xm

Xm

2

R2 14.006

R1 1.5

R2 14.006

X1 9.787

X2 9.787

Xm 91.152

Protac Pvz 3 I1vz2 R1

Protac 7.508 103

Page 97: TCC Rafael Grenzel

97

APÊNDICE B

Planilha de cálculo para determinação do circuito equivalente do motor de 30 CV

Dados do ensaio de resistência do enrolamento:

Dados do ensaio a vazio: Dados do ensaio rotor bloqueado:

Determinação do circuito equivalente:

(Eq. 30)

(Eq. 29)

(Eq. 31)

(Eq. 33)

(Eq. 32)

R1 0.41

Pvz 20356 Pbl 4184

V1bl 60.67V1vz 458.7

Ibl 40.3Ivz 27.66

I1blIbl

3 I1bl 23.267I1vz

Ivz

3

I1vz 15.97

Svz 3 V1vz I1vz

Svz 2.198 104

Qvz Svz2 Pvz2

Qvz 2.995 104

XvzQvz

3I1vz2

Xvz 39.153

Sbl 3V1bl I1bl

Sbl 4.235 103

Qbl Sbl2 Pbl2

Qbl 5.953 103

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98

(Eq. 34) (Eq. 35)

(Eq. 43)

(Eq. 28)

(Eq. 41)

XblQbl

3I1bl2 Rbl

Pbl

3I1bl2

Xbl 3.666 Rbl 2.576

X22 2Xvz X2 Xbl Xvz solve76.427909364964499354

1.8777935733392542976

X2 1.87

X1 X2

Xm Xvz X1

Xm 37.283

R2 Rbl R1( )X2 Xm

Xm

2

R2 2.389

R1 0.41

R2 2.389

X1 1.87

X2 1.87

Xm 37.283

Protac Pvz 3 I1vz2 R1

Protac 2.004 104

Page 99: TCC Rafael Grenzel

99

APÊNDICE C

Script para representar a curva velocidade x rotação do motor de 7,5 CV

clc; clear; %parametros nominais do motor para 60 Hz V1=440; polos=4; f=60; R1=1.5; R2=14; X1=9.787; X2=9.787; Xm=91.152; Prot=7500; %calculo da velocidade sincrona omegas=4*pi*f/polos; ns=120*f/polos; %calculo equivalente thevenin do estator V1eq=abs(V1*j*Xm/(R1+j*(X1+Xm))); Z1eq=j*Xm*(R1+j*X1)/(R1+j*(X1+Xm)); R1eq=real(Z1eq); X1eq=imag(Z1eq); %calculo da rotação e conjugado for n = 1:400 s(n)=n/400; %escorregamento rpm(n)=ns*(1-s(n)); %rpm I2=abs(V1eq/(Z1eq+j*X2+R2/s(n))); %corrente no rotor Tmec(n)=3*I2^2*R2/(s(n)*omegas); %conjugado Zf(n)=((R2/s(n)+j*X2)*j*Xm)/((R2/s(n)+j*X2)+j*Xm); Zentrada(n)=R1+j*X1+Zf(n);%impedancia vista da entrada I1(n)=V1/Zentrada(n); %corrente do estator modI1(n)=abs(I1(n));% modulo da corrente do estator Pentrada(n)=3*V1*I1(n)*FP(n);%potência de entrada Pg=3*I2^2*(R2/s(n));%potência no entre ferro Peixo(n)=Pg-Prot; %potência no eixo rend(n)=(Peixo(n)/Pentrada(n))*100;% rendimento if rend(n)<=0 rend(n)=0 end end if s(n)==1 Tp=Tmec(n) %torque de partida Ip=modI1(n) %modulo da corrente de partida end % plotar grafico conjugado x rotação hold on figure(1);

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100

plot(rpm,Tmec) grid on; xlabel('Rotação (rpm)','FontSize',12); ylabel('Tmec (N.m)','FontSize',12); title('Conjugado X Rotação do motor de 7,5CV ','FontSize',12); % plotar grafico corrente estator x rotação hold on figure(2); plot(rpm,modI1) grid on; xlabel('Rotação (rpm)','FontSize',12); ylabel('I1 (A)','FontSize',12); title('Corrente estator X Rotação do motor de 7,5CV ','FontSize',12); % plotar grafico rendimento x rotação hold on figure(4); plot(rpm,rend) grid on; xlabel('Rotação (rpm)','FontSize',12); ylabel('Rendimento ','FontSize',12); title('Rendimento X Rotação do motor de 7,5CV ','FontSize',12);

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101

APÊNDICE D

Script para representar a curva velocidade x rotação do motor de 30 CV

clc; clear; %parametros nominais do motor para 60 Hz V1=440; polos=4; f=60; R1=0.41; R2=2.389; X1=1.87; X2=1.87; Xm=37.283; Prot=20000; %calculo da velocidade sincrona omegas=4*pi*f/polos; ns=120*f/polos; %calculo equivalente thevenin do estator V1eq=abs(V1*j*Xm/(R1+j*(X1+Xm))); Z1eq=j*Xm*(R1+j*X1)/(R1+j*(X1+Xm)); R1eq=real(Z1eq); X1eq=imag(Z1eq); %calculo da rotação e conjugado for n = 1:400 s(n)=n/400; %escorregamento rpm(n)=ns*(1-s(n)); %rpm I2=abs(V1eq/(Z1eq+j*X2+R2/s(n))); %I2 Tmec(n)=3*I2^2*R2/(s(n)*omegas); %conjugado Zf(n)=((R2/s(n)+j*X2)*j*Xm)/((R2/s(n)+j*X2)+j*Xm); Zentrada(n)=R1+j*X1+Zf(n);%impedancia vista da entrada I1(n)=V1/Zentrada(n); %corrente do estator modI1(n)=abs(I1(n)); %modulo da corrente do estator Pentrada(n)=3*V1*I1(n)*FP(n);%potencia de entrada Pg=3*I2^2*(R2/s(n));%potência no entre ferro Peixo(n)=Pg-Prot; %potencia no eixo rend(n)=(Peixo(n)/Pentrada(n))*100;% rendimento if rend(n)<=0 rend(n)=0 end end if s(n)==1 Tp=Tmec(n) %torque de partida Ip=modI1(n) %modulo da corrente de partida end % plotar grafico conjugado x rotação hold on figure(1); plot(rpm,Tmec) grid on;

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102

xlabel('Rotação (rpm)','FontSize',12); ylabel('Tmec (N.m)','FontSize',12); title('Conjugado X Rotação do motor de 30CV ','FontSize',12); % plotar grafico Corrente estator x rotação hold on figure(2); plot(rpm,modI1) grid on; xlabel('Rotação (rpm)','FontSize',12); ylabel('I1 (A)','FontSize',12); title('Corrente estator X Rotação do motor de 30CV ','FontSize',12); % plotar grafico fator de rendimento x rotação hold on figure(4); plot(rpm,rend) grid on; xlabel('Rotação (rpm)','FontSize',12); ylabel('Rendimento (%)','FontSize',12); title('Rendimento X Rotação do motor de 30CV ','FontSize',12);

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103

APÊNDICE E

Script para representar a curva velocidade x rotação com a variação da freqüência

do motor de 7,5CV

clc; clear; %parametros nominais do motor para 60 Hz V1n=440; polos=4; fn=60; R1n=1.5; R2n=14; X1n=9.787; X2n=9.787; Xmn=91.152; Co=54; k=3; %variação de frequencia for f = 1:1:60 %calcular as reatancias e tensão reatancias e a tensão X1=X1n*(f/fn); X2=X2n*(f/fn); Xm=Xmn*(f/fn); V1=V1n*(f/fn); %calculo da velocidade sincrona omegas=4*pi*f/polos; ns=120*f/polos; %calculo o equivalente thevenin do estator V1eq=abs(V1*j*Xm/(R1n+j*(X1+Xm))); Z1eq=j*Xm*(R1n+j*X1)/(R1n+j*(X1+Xm)); R1eq=real(Z1eq); X1eq=imag(Z1eq); %calculo da rotação e conjugado for n = 1:400 s(n)=n/400; %escorregamento rpm(n)=ns*(1-s(n)); %rpm w(n)=omegas*(1-s(n)); I2=abs(V1eq/(Z1eq+j*X2+R2n/s(n))); %I2 Tmec(n)=3*I2^2*R2n/(s(n)*omegas); %conjugado end if s(n)==1 Tp=Tmec(n) end % plotar grafico plot(rpm,Tmec) hold on end %fim do laço variação frequencia omegast=4*pi*fn/polos; nst=120*fn/polos; for n = 1:400 s(n)=n/400; %escorregamento w(n)= omegast*(1-s(n)); Tc(n)=Co+(k/w(n));

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end plot(rpm,Tc,'r-') hold xlabel('Rotação (rpm)','FontSize',12) ylabel('Tmec (N.m)','FontSize',12) title('Conjugado X Rotação do motor de 7,5CV ','FontSize',12) grid;

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APÊNDICE F

Script para representar a curva velocidade x rotação com a variação da freqüência

do motor de 30CV

clc; clear; %parametros nominais do motor para 60 Hz V1n=440; polos=4; fn=60; R1n=0.41; R2n=2.389; X1n=1.87; X2n=1.87; Xmn=37.283; Tc=65,5; %variação de frequencia for f = 0:1:60 %calcular as reatancias e tensão reatancias e a tensão X1=X1n*(f/fn); X2=X2n*(f/fn); Xm=Xmn*(f/fn); V1=V1n*(f/fn); %calculo da velocidade sincrona omegas=4*pi*f/polos; ns=120*f/polos; %calculo o equivalente thevenin do estator V1eq=abs(V1*j*Xm/(R1n+j*(X1+Xm))); Z1eq=j*Xm*(R1n+j*X1)/(R1n+j*(X1+Xm)); R1eq=real(Z1eq); X1eq=imag(Z1eq); %calculo da rotação e conjugado for n = 1:400 s(n)=n/400; %escorregamento rpm(n)=ns*(1-s(n)); %rpm I2=abs(V1eq/(Z1eq+j*X2+R2n/s(n))); %I2 Tmec(n)=3*I2^2*R2n/(s(n)*omegas); %conjugado end if s(n)==1 Tp=Tmec(n) end % plotar grafico plot(rpm,Tmec) hold on end %fim do laço variação frequencia plot(rpm,Tc,'r--') hold xlabel('Rotação (rpm)','FontSize',12) ylabel('Tmec (N.m)','FontSize',12) title('Conjugado X Rotação do motor de 30CV ','FontSize',12) grid;


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