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  • FACULDADE BRASILEIRA

    CURSO DE GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

    GABRIEL COMARELA BORTOLINI

    MAYKE DIAS SARMENTO

    RENAN DIAS SARMENTO

    THIAGO CARLTTI MAITAM RIZZO

    VICTOR BRUNORO DE FREITAS

    ANLISE DO MODELO DE PRODUO ENXUTA EM UMA EMPRESA DE CONSTRUO CIVIL DA GRANDE

    VITRIA

    VITRIA ES

    2015

  • 2

    GABRIEL COMARELA BORTOLINI

    MAYKE DIAS SARMENTO

    RENAN DIAS SARMENTO

    THIAGO CARLTTI MAITAM RIZZO

    VICTOR BRUNORO DE FREITAS

    ANLISE DO MODELO DE PRODUO ENXUTA EM UMA EMPRESA DE CONTRUO CIVIL DA GRANDE

    VITRIA

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao

    Departamento de Engenharia Civil da MULTIVIX

    Faculdade Brasileira, como requisito parcial para a

    obteno do grau de Bacharel em Engenharia Civil.

    Orientadora: Profa. Me. Poline Fialho

    VITRIA ES

    2015

  • 3

    RESUMO

    O objetivo do presente trabalho analisar o Modelo de Produo Enxuta em uma

    empresa de construo civil setor edificaes, da regio da Grande Vitria

    Esprito Santo. Para tanto, os pesquisadores empregaram uma pesquisa

    bibliogrfica, levantando assuntos que norteiam os principais estudos acerca do

    lean construction. Assim, conceitos como o da Qualidade, da norma de

    desempenho de edificaes habitacionais e dos servios de reboco e pintura

    foram elucidados, na tentativa de encadear ideias slidas para a construo do

    parmetro avaliativo adotado. No que se refere a metodologia deste Estudo de

    Caso, aps serem realizadas observao emprica e entrevistas com a equipe

    tcnica dos servios de reboco e pintura das duas obras da referida organizao,

    desenvolveram-se mtodos comparativos a partir do confronto da atual situao

    dos servios de reboco e pintura com os conceitos de construo enxuta. Foram

    construdos os fluxogramas dos referidos servios com o intuito de identificar as

    atividades que agregam e as que no agregam valor. A partir das descries

    detalhas obtidas nas entrevistas com os colaboradores da construtora A, foi

    possvel auferir as mdias de conformidade ao modelo lean das atividades de

    reboco e pintura. Dessa forma, os resultados evidenciaram que, apesar da

    empresa executar alguns princpios da construo enxuta, ainda no h um

    alinhamento geral entre a filosofia construtiva da empresa A e o lean

    construction. A partir desta constatao, foram sugeridas algumas melhorias a

    partir das oportunidades, nos mbitos gerencial e operacional das obras civis da

    empresa em estudo.

    Palavras-chave: Construo enxuta. Lean construction. Just in time.

  • 4

    LISTA DE QUADROS

    QUADRO 1 Dados gerais da Pesquisa..........................................................28

    QUADRO 2 Fluxograma de Atividade do Sistema de Revestimento Completo

    de Argamassa....................................................................................................29

    QUADRO 3 Fluxograma de Atividade do Sistema de Pintura........................31

    QUADRO 4 Percentagem de Conformidade Grupo A....................................35

    QUADRO 5 Percentagem de Conformidade Grupo B....................................36

    QUADRO 6 Percentagem de Conformidade Grupo C....................................36

  • 5

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 Aplicao de tinta..........................................................................17

    FIGURA 2 Lixamento......................................................................................18

    FIGURA 3 Emassamento...............................................................................18

    FIGURA 4 Execuo do reboco......................................................................20

    FIGURA 5 Execuo do emboo....................................................................20

    FIGURA 6 Localizao da empresa A, Vila Velha ES.................................23

  • 6

    SUMRIO

    1. INTRODUO ....................................................................................................................... 7

    1.1 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 9

    1.1.1 O OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 9

    1.1.2 OS OBJETIVOS ESPECFICOS ............................................................................ 9

    1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 9

    1.3 LIMITAES DO TRABALHO .................................................................................... 10

    2. REFERENCIAL TERICO ................................................................................................. 12

    2.1 CONCEITOS DE LEAN CONSTRUCTION ............................................................... 12

    2.2 O QUE QUALIDADE? ............................................................................................... 14

    2.3 O SISTEMA DE PINTURA ........................................................................................... 15

    2.4 REVESTIMENTO COMPLETO DE ARGAMASSA .................................................. 19

    2.5 ABNT NBR 15-575/2013 Edificaes Habitacionais Desempenho ................ 21

    3. METODOLOGIA .................................................................................................................. 23

    3.1 APRESENTAO DA EMPRESA .............................................................................. 23

    3.2 AMOSTRA DA PESQUISA .......................................................................................... 24

    3.3 MTODO ......................................................................................................................... 25

    3.4 COLETA DE DADOS .................................................................................................... 26

    4. APRESENTAO E ANLISE DE DADOS .................................................................. 29

    4.1 O SISTEMA DE REVESTIMENTO COMPLETO DE ARGAMASSA

    CONSTRUTORA A .............................................................................................................. 30

    4.2 O SISTEMA DE PINTURA CONSTRUTORA A .................................................... 32

    4.3 INCONGRUNCIAS E NO CONFORMIDADES AO LC ...................................... 34

    4.4 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS ......................................................................... 36

    4.5 OPORTUNIDADES DE MELHORIA ........................................................................... 37

    5. CONCLUSO ....................................................................................................................... 39

    REFERENCIAS ........................................................................................................................ 40

  • 7

    1. INTRODUO

    Durante o boom imobilirio iniciado por volta dos anos 2000 no Brasil, muitas

    construtoras impulsionaram seus negcios. Em paralelo, vrias outras surgiram

    e conseguiram prosperar. No mdio prazo, tais caractersticas mercadolgicas

    criaram um cenrio pouco hostil ao amadorismo. Ou seja, diante da relativa

    facilidade de sobrevivncia dinmica do mercado, o esforo para o

    desenvolvimento de novas abordagens gerenciais na construo foi tmido.

    Ao incio da segunda dcada de 2000, o cenrio da construo de edificaes

    residenciais no se encontrava to amistoso, como anteriormente descrito.

    Acompanhando os efeitos da crise imobiliria com epicentro nos EUA (2007), os

    pases do globo sentiram seus efeitos com fortes quedas do volume de negcios

    nacionais, assim como nos ndices de emprego. No que tange o setor imobilirio,

    o qual apresentava ofertas pulsantes de lanamentos em territrio brasileiro,

    algo havia mudado: a concorrncia havia se acirrado de forma substancial. Como

    consequncia, as empresas do ramo passaram a concentrar esforos a fim de

    tornar suas gestes e processos mais eficientes. Ou seja, era preciso produzir

    mais, em menos tempo, de forma inteligente e econmica para enfrentar a

    concorrncia

    Assim, diante das falhas nestes processos de planejamento, gerenciamento e

    execuo na construo civil, um novo conceito denominado construo enxuta

    (ou Lean construction) invadiu o mercado brasileiro. Idealizado na Finlndia por

    Lauri Koskela, esta filosofia construtiva chegou como promessa de soluo dos

    problemas de muitas empresas do ramo. Portanto, este movimento ganhou fora

    a partir da percepo dos construtores que os mtodos convencionais de

    construo se encontravam obsoletos, uma vez que os mesmos apresentavam

    grandes perdas, desperdcios, qualidade insuficiente e funes que no

    agregavam valor suficiente para as organizaes.

    O sucesso obtido pelo sistema lean no setor fabril despertou ento uma viso

    empreendedora no mercado da construo, fazendo com que autores

    buscassem se aprofundar cada vez mais em estudos voltados para rea da

    construo civil, agregando conceitos como o da gesto da qualidade.

  • 8

    O Lean Construction (LC) apresenta uma padronizao em favor dos processos,

    tomando como base conceitos como o just in time e a automao, oriundos do

    movimento Toyota. Entende-se por automao a interferncia humana que

    abrange o aumento da produtividade atravs da separao dos tempos das

    atividades evitando que erros sejam produzidos em srie. A partir disso, a

    filosofia abordada de qualidade para o produto final, visando um menor tempo

    e custo na execuo dos servios, ao passo que atribui maior valor aos

    funcionrios.

    Com a identificao dessas tcnicas ultrapassadas e com o conceito do LC,

    possvel transformar situaes atuais prticas. Como por exemplo: determinados

    servios que antes dependiam de vrios de profissionais diferentes, so agora

    executados por apenas um funcionrio polivalente, preparando-o para mais de

    uma funo. Com esta viso de reengenharia de processos, a empresa adquire

    potencial para ganhar tempo, reduzir custos e valorizar seus funcionrios, j que

    agrega valor a si mesma atribuindo-lhe multifunes.

    Levando em considerao os servios macros das edificaes (fundao,

    estrutura, superestrutura, alvenaria, etc.), este trabalho busca no conceito LC a

    fim de detectar oportunidades de melhoria em gesto, planejamento e execuo

    de servios. Aqui, so abordadas novas tcnicas e ferramentas com alto nvel

    de preciso em uma empresa de construo civil operante na regio da Grande

    Vitria ES. Afinal, entende-se que o produto criado recebido e utilizado pelos

    clientes que so cada vez mais exigentes.

    As caractersticas das aplicaes deste conceito inseridas na construo civil

    sero discutidas posteriormente com maior abrangncia.

  • 9

    1.1 OBJETIVOS

    1.1.1 O OBJETIVO GERAL

    Identificar oportunidades de melhoria de procedimentos nos servios de

    reboco e pintura da construtora A, a partir as incongruncias encontradas

    com o modelo do LC.

    1.1.2 OS OBJETIVOS ESPECFICOS

    Analisar o modelo de construo enxuta de forma comparativa ao modelo

    atual da empresa, considerando os aspectos gerenciais e operacionais;

    Elencar as principais incongruncias encontradas em uma obra com a

    teoria da construo enxuta.

    1.2 JUSTIFICATIVA

    O cenrio econmico brasileiro, juntamente com as caractersticas locais do

    mercado imobilirio da Grande Vitria, tem desafiado as construtoras por novas

    concepes operacionais. Segundo Formoso (2000), foi a partir dos anos 80 que

    se observou no pas uma tendncia de aplicao de ferramentas da Gesto da

    Qualidade Total, quando muitas empresas de construo passaram a adotar e

    desenvolver sistemas de gesto de qualidade para melhorar seus processos

    produtivos.

    Tendo em vista os aumentos de ndices inflacionrios, as despesas e custos

    construtivos passaram a acompanham este movimento. Por outro lado, a grande

    oferta de imveis no mercado local tem gerado presses competitivas, fazendo

    com que as construtoras busquem solues alternativas ao aumento do preo

    de apartamentos.

    Neste mbito, a implantao da filosofia Lean Construction tem gerado ganhos

    de eficincia produtiva e gerencial em obras civis. Assim, este modelo se

    apresenta como uma forte ferramenta de vantagens competitivas, seja pela

    manuteno da lucratividade do negcio ou mesmo para potencializar tais

    resultados financeiros.

  • 10

    Alm do forte motivo mercadolgico, encontram-se ainda as justificativas

    pontuais. Devido ao pleno acesso s informaes da Construtora A, foi possvel

    observar claros indcios de perdas e falhas operacionais-gerenciais como por

    exemplo a ausncia de Procedimentos Operacionais Padro (POPs)

    aumentando a variabilidade do produto acabado; e a espessa camada de

    emboo (reboco) em vrios pontos.

    [...] Do ponto de vista da gesto de processos, existem duas razes para a

    reduo da variabilidade. Primeiro, do ponto de vista do cliente, um produto

    uniforme em geral traz mais satisfao, pois a qualidade do produto efetivamente

    corresponde s especificaes previamente estabelecidas. [] Em segundo

    lugar, a variabilidade tende a aumentar a parcela de atividades que no agregam

    valor e tempo necessrio para executar um produto. [] (FORMOSO, 2000, p.6)

    Ainda, a escolha das etapas de obra reboco e pintura se encontram

    atualmente em execuo, permitindo a observao in loco da atividade. Alm

    disso, representam servios ditos interdependentes e sequenciais no fluxo de

    trabalho em obras. Juntos representam em torno de 5% dos custos orados de

    cada empreendimento dessa empresa, ao passo que demandam significativo

    investimento de tempo.

    Portanto, o conjunto de oportunidades de anlise e melhorias potenciais se

    mostra bastante favorvel realizao deste estudo.

    1.3 LIMITAES DO TRABALHO

    Dentre as principais limitaes percebidas pelos pesquisadores referentes a este

    trabalho, tem-se:

    Os vieses em relao coleta de dados;

    A impossibilidade de generalizao dos resultados ao mercado da

    construo civil setor edificaes, da Grande Vitria;

    A no ocorrncia de aprofundamento no conceito geral do LC.

  • 11

    Quanto coleta de dados, foi percebido pelos pesquisadores certo receio dos

    respondentes ao realizarem avaliaes negativas frente as questes das

    entrevistas, mesmo com todo o esforo de se manter a imparcialidade dos

    respondentes e extrair os dados com maior fidedignidade. Vale ressaltar que um

    dos pesquisadores familiar do diretor da empresa. Isto pode ter gerado

    desconforto e postura defensiva em alguns entrevistados.

    Admite-se tambm a impossibilidade de generalizao dos resultados ao

    mercado da construo civil setor edificaes, da Grande Vitria. Isso se deve

    ao fato de a amostra englobar poucos indivduos, ao passo que existe a suspeita

    de alguns dados no representarem o posicionamento real de alguns

    colaboradores da construtora analisada.

    Por fim, pode-se citar a no ocorrencia de aprofundamento no conceito geral do

    modelo Lean Construction perante a empresa A, visto que os princpios que

    norteiam esta filosofia produtiva se estendem alm dos dois servios analisados

    neste trabalho.

    Para pesquisas futuras, se sugere o aprofundamento em empresas que baseiam

    assumidamente suas atividades no modelo LC, a fim de desvendar as principais

    entropias e dificuldades existentes nos processos rotineiros em canteiro de

    obras.

  • 12

    2. REFERENCIAL TERICO

    Esta seo apresenta alguns conceitos fundamentais ao desenvolvimento deste

    trabalho. Abaixo, seguem as definies do Lean Construction; da Qualidade; do

    Sistema de Pintura; do Sistema de Revestimento Completo de Argamassa, e das

    normas de desempenho de edificaes habitacionais.

    2.1 CONCEITOS DE LEAN CONSTRUCTION

    Em vrias subreas da nova filosofia de produo, uma srie de princpios para

    fluxo de processos de projeto, controle e melhoria evoluram. H ampla evidncia

    de que atravs destes princpios, a eficincia dos processos de fluxo nas

    atividades de produo podem ser consideravelmente e rapidamente

    melhorados. (KOSKELA, 1992, pag. 3).

    Segunda Koskela (1992), o Lean Construction o modelo Toyota de produo

    em construes. Tem como principal objetivo reduzir os tempos, os estoques,

    melhorar a qualidade, reduzir a variabilidade, reduzir as atividades que no

    agregam valor, controle e foco sobre o processo completo, aumentar a

    percepo de valor entregue ao cliente com foco em suas necessidades, diminuir

    desperdcios, melhoria contnua e por fim, a simplificao e racionalizao dos

    processos. Atravs da investigao de Koskela, estes princpios so

    considerados universais: eles se aplicam tanto produo de materiais e de

    informao, bem como em projetos. Ainda, podem ser aplicados em modelos de

    produo em massa ou produo unitria.

    Ao avaliar a metodologia da construo enxuta, no caso de obras residenciais,

    fica evidente a existncia de servios diversos ao passo que cada um deles

    possui uma cadeia produtiva independente e em volume substancial. Em suma,

    para que esta filosofia surta efeito na prtica da construo, torna-se

    indispensvel a anlise e aplicao destes conceitos em cada uma das reas.

    No mbito de todas essas metodologias, diversas tcnicas teis, ferramentas e

    procedimentos foram desenvolvidos. Por exemplo, as 7 ferramentas de

  • 13

    qualidade e os crculos de qualidade, utilizados como forma de gerenciamento e

    monitoramento. No entanto, preciso avaliar as peculiaridades inerentes aos

    mercados locais da construo para que se intervenha no fluxo de atividades

    dirias, de modo a adaptar-se clientela local.

    O Just in Time; a Engenharia Simultnea; a Gesto da Qualidade Total; a Gesto

    Visual; a Manuteno Produtiva Total; o Redesenho de Processos; a

    Competio Baseada no Tempo e o Envolvimento dos Trabalhadores concebem

    o conceito de Lean Construction.

    Em decorrncia destes conceitos, o presente estudo abordar ferramentas

    anteriormente construdas para avaliar a congruncia conceitual de sua unidade-

    caso com a temtica de Koskela, elencada nos 11 princpios seguintes:

    1. Reduzir a parcela de atividades que no agregam valor

    2. Aumentar o valor do produto pela considerao sistemtica dos requisitos

    dos clientes

    3. Reduo da variabilidade

    4. Reduo do tempo de ciclo

    5. Simplificao pela minimizao do nmero de passos, partes ou ligaes

    6. Aumento da flexibilidade de sada

    7. Aumento da transparncia do processo

    8. Foco no controle de todo o processo

    9. Melhoria contnua nos processos

    10. Equilbrio da melhoria de fluxos com a melhoria de converses

    11. Benchmarking

    No tpico seguinte sero abordadas algumas premissas da Qualidade, tema

    relevante anlise deste trabalho e que vai ao encontro dos objetivos do Lean

    Construction.

  • 14

    2.2 O QUE QUALIDADE?

    Segundo Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988), a Qualidade geralmente

    definida como conformidade s especificaes do produto e/ou servio

    fornecido. Ou seja, se uma empresa se prope a realizar um servio de

    determinada maneira, a qualidade seria entregar este produto/servio

    exatamente desta maneira. No entanto, ressalvam que este conceito pode ser

    enganoso, pois nem sempre as especificaes de qualidade da empresa so

    aquelas que os clientes esperam. Portanto, Qualidade passa a ser

    conformidade s especificaes do cliente, ou seja, a definio de qualidade

    do consumidor que importa e que deve ser trabalhada nas empresas.

    Segundo Jocou e Lucas (1996, apud DALAZANA, FERREIRA e TALAMINI,

    2007):

    [...] A qualidade se prope puramente em empenhar todos os recursos da empresa

    em um caminho de progresso contnuo, a qual visa, atravs de uma otimizao de

    todos os processos, prover aos clientes e a todos os envolvidos, produtos e

    servios excelentes, obtidos em condies cada vez mais econmicas [...].

    Apesar de existirem diversos conceitos da Qualidade, Monroe e Krishnan (1983,

    apud PARASURAMAN, ZEITHAML e BERRY, 1985, p. 41) descrevem que a

    explicao e mensurao da qualidade tambm representam problemas para os

    pesquisadores, que geralmente ignoram definies e se utilizam de auto relatos

    mensurados unidimensionalmente para capturar o conceito. (JACOBY, OLSON

    e HADDOCK, 1973 apud PARASURAMAN ZEITHAML e BERRY, 1985, p. 41).

    [...] Enquanto a substncia e determinantes da qualidade possam estar pouco

    definidos, a sua importncia para as firmas e consumidores inequvoca.

    Pesquisas demonstraram os benefcios estratgicos da qualidade ao contribuir

    com a quota de mercado e retorno de investimentos [...]. (ANDERSON e

    ZEITHAML, 1984 apud PARASURAMAN, ZEITHAML e BERRY, 1985, p. 41).

  • 15

    A partir das ideias acima apresentadas, pode-se concluir que os consumidores

    esto agora demandando maior qualidade nos produtos como nunca antes.

    (LEONARD e SALSER, 1982 apud PARASURAMAN, ZEITHAML e BERRY,

    1985, p. 41).

    No bastando presso por produtos e servios de maior qualidade advindo dos

    consumidores, ocorre que:

    [...] a hipercompetitividade pressiona as empresas a buscarem cada vez mais

    melhoria contnua para a qualidade de seus produtos e servios a fim de

    aperfeioarem seus negcios e serem excelentes em tudo que oferecem.

    (DALAZANA, FERREIRA e TALAMINI, 2007).

    Ao passo que as empresas trabalham por resultados cada vez melhores, os

    clientes e a competitividade extrema criaram um cenrio hostil s empresas

    incapazes de oferecer qualidade. Assim, constata-se que a busca pela qualidade

    passou a representar um dos principais desafios dos profissionais e das

    organizaes modernas, no qual quelas que no responderem ao mercado

    altura de sua exigncia, podero colocar a perpetuao de suas atividades em

    xeque.

    Neste mbito, ao considerar os conceitos da Qualidade definidos por

    Parasuraman junto os aspectos da Construo Enxuta (Koskela), foram

    considerados para este estudo a anlise do Sistema de Pintura e o Revestimento

    Completo de Argamassa, a fim de alcanar os objetivos inicialmente propostos.

    2.3 O SISTEMA DE PINTURA

    Os melhores resultados da proteo e do acabamento so alcanados usando-se

    um sistema de pintura, que inclui geralmente trs camadas de diferentes tipos de

    produtos ou tintas: as composies de fundo, que so isolantes ou selantes, os

    impermeabilizantes, os preparadores ou simplesmente, as tintas de fundo; Podem

    ser preparadores de parede ou anticorrosivos, quando, em geral, so chamados

    primers; As massas, usadas para regularizar a superfcie; Os produtos de

    acabamento, que so as tintas propriamente ditas, com a qualidade e cores

    pretendidas. (FURTADO, 2014, p. 209)

  • 16

    Segundo Salgado (2009), o sistema de pintura apresenta diversos objetivos.

    Dentre eles, podem ser citados: o impedimento da umidade a fim de evitar a

    proliferao de fungos e mofo, principalmente em ambientes de pouca ventilao

    e insolao; a proteo e o selamento do substrato para evitar granulaes e

    aumentar a vida til; a regularizao e padronizao de superfcies; o

    embelezamento e harmonizao de ambientes e a proteo de peas e

    elementos construtivos em geral.

    Em obras residenciais, o sistema de pintura mais recorrente (objeto deste estudo

    de caso) consiste basicamente na aplicao de tintas s mais diferentes

    superfcies. Engloba o preparo do substrato, incluindo aplicao de fundo

    preparador (selador), o emassamento; o lixamento; o preparo e a diluio de

    tintas diversas; a aplicao das tintas e suas diferentes demos; o uso de

    utenslios e ferramentas.

    De acordo com Salgado (2009), alguns problemas podem surgir com a pintura,

    por isso importante saber as principais patologias. Tais como: bolhas; crateras;

    descascamento e enrugamento. Por isso, de suma importncia atentar a

    diversos fatores que garantam a qualidade do servio acabado, a fim de evitar

    retrabalho, desperdcio e custos desnecessrios.

    Abaixo, uma breve descrio acerca dos servios que compem o sistema de

    pintura e que sero posteriormente analisados no Captulo 4:

    Preparo do substrato: inclui a limpeza de granulados e impurezas

    assentadas sobre as superfcies.

    Selador: composio lquida que visa reduzir e uniformizar a absoro

    intil e excessiva da superfcie.

    Emassamento: para fechar fissuras e pequenos buracos que ficarem na

    superfcie e que s aparecem aps a primeira demo de selador.

    Lixamento: procedimento realizado com a finalidade de regularizar e

    homogeneizar paredes e tetos.

    Preparo e diluio de tintas: nesta etapa, o material a ser utilizado na

    diluio da tinta dever estar de acordo com as especificaes dos

  • 17

    fabricantes para melhor definio dos diluentes, obedecendo suas

    propores.

    Aplicao: processo de lanamento do produto pigmentado s

    superfcies.

    Utenslios e ferramentas: conjunto de equipamentos necessrios

    execuo do grupo de servios.

    Uma vez selecionado o sistema de pintura, muito importante aplica-la

    adequadamente, a fim de se conseguir a melhor proteo e um acabamento

    excelente. Uma pintura bem especificada, porm mal aplicada, pode acarretar

    problemas que exigiro solues posteriores, muitas vezes difceis e retardadoras,

    e sempre onerosas. (FURTADO, 2014, p. 229)

    Figura 1 Aplicao de Tinta

    Fonte: acervo pessoal (2015).

  • 18

    Figura 2 - Lixamento

    Fonte: acervo pessoal (2015).

    Figura 3 - Emassamento

    Fonte: acervo pessoal (2015).

  • 19

    As figuras acima ilustram algumas das principais etapas da realizao de pintura

    em uma obra civil residencial.

    Aps este relato acerca do Sistema de Pintura, ser elencado em sequncia a

    definio do Revestimento Completo de Argamassa, descrito por Salgado (2009)

    - o segundo grupo de servios objeto de observao e anlise deste estudo.

    2.4 REVESTIMENTO COMPLETO DE ARGAMASSA

    As argamassas so os revestimentos mais comuns e tradicionais; praticamente,

    no h obra em que no sejam utilizadas. Ainda, o revestimento mais

    apropriado para proteger alvenarias internas e externas, sejam de vedao ou

    estruturais. Sua forma de aplicao geralmente lisa, podendo, ao critrio do

    arquiteto, assumir diferentes texturas e desenhos, o que pode enriquecer o

    aspecto das fachadas. (SALGADO, 2009, p. 264)

    A fase de revestimento completo de argamassa constituda de 3 etapas. A

    primeira etapa chamada de chapisco, que consiste no lanamento da primeira

    camada de argamassa diretamente sobre a alvenaria ou estrutura, a fim de

    proporcionar melhor aderncia para a camada seguinte. Em seguida, aplica-se

    o emboo, com a finalidade de regularizar a superfcie da alvenaria,

    preenchendo os eventuais vazios, e principalmente corrigir distores

    encontradas no prumo quando da execuo da alvenaria. A terceira e ltima

    camada do revestimento o reboco tambm conhecido como revestimento

    fino, para dar acabamento ao emboo executado, a fim de corrigir eventuais

    falhas.

    Segundo Salgado (2009), cada vez mais comum a utilizao de somente duas

    camadas de revestimento. A primeira imprescindvel por causa da necessidade

    de melhoria da aderncia, que o chapisco, principalmente ao revestir reas

    externas. A segunda, o emboo, preparado com areia mdia peneirada,

    sarrafeado e alisado finalmente com espuma. importante salientar que a

    execuo do revestimento de argamassa com esta configurao, comumente

  • 20

    intitulado com o jargo Reboco Paulista. Alguns autores recomendam a

    execuo de reboco paulista em reas internas, vide menor exposio da

    superfcie revestida s intempries.

    comum na prtica se referir ao conjunto de servios de revestimento completo

    de argamassa resumidamente como reboco. No entanto, utilizar este jargo,

    apesar de compreendido e amplamente utilizado no setor construtivo, no

    apropriado tecnicamente.

    Figura 4 Execuo do reboco

    Fonte: acervo pessoal (2015)

  • 21

    Figura 5 Execuo do Emboo

    Fonte: acervo pessoal (2015)

    A seguir, uma breve descrio acerca da NBR 15-575 (ABNT,2013) na qual se

    encontram motivaes adicionais ao desenvolvimento deste trabalho.

    2.5 ABNT NBR 15-575/2013 Edificaes Habitacionais Desempenho

    A ABNT 15.575 traz alguns conceitos inditos nas normativas brasileiras, como

    o conceito de vida til para os sistemas. Quando adquirir um imvel, o comprador

    passa a saber exatamente o perodo mnimo de tempo pelo qual cada sistema

    deve manter seu desempenho, desde que operados e mantidos de forma

    correta. Isso deve propiciar um aumento do nvel de exigncia de qualidade por

    parte dos usurios, alm de sugestes de prazos de garantia que podem ser

    usados como referncias pelos fabricantes. A partir de agora, caso o morador

    verifique algum problema em sua casa ou apartamento, ele ter um critrio

    objetivo para responsabilizar ou no no caso de uso inapropriado ou por falta

    de manuteno - a construtora ou incorporadora que lhe vendeu o imvel.

    (CBIC, Braslia, 2013)

  • 22

    A normativa brasileira de desempenho de Edificaes Habitacionais passou a

    garantir ao cliente de imveis algumas premissas de qualidade. Como exemplo,

    tem-se a garantia por lei que, a partir da entrega de imveis, as construtoras

    devem prestar assistncia tcnica por at cinco anos, no que se refere as

    instalaes e equipamentos. No caso da superestrutura, este tempo estendido

    para dez anos. A partir desta nova regulamentao, as construtoras se viram

    obrigadas a adequar suas polticas de trabalho s novas exigncias. Para isso,

    passaram a buscar novas filosofias de trabalho, a fim de garantir o cumprimento

    da norma. Dentre os novos modelos produtivos, o Lean Construction se tornou

    um dos principais ao passo que racionalizava todo o fluxo de trabalho e

    materiais, tambm apresentava resultados satisfatrios no que tangia

    qualidade do produto acabado. Assim, foi possvel estabelecer padres

    executivos de construo que visavam no apenas o aprimoramento dos

    desempenhos construtivos, mas tambm a economia futura com a diminuio

    das despesas de ps-obra.

    A metodologia descrita em sequncia perseguir da forma mais clara possvel

    s respostas e justificativas das rotinas laborais que interessam este estudo.

  • 23

    3. METODOLOGIA

    3.1 APRESENTAO DA EMPRESA

    A construtora A est inserida no setor da Indstria da Construo Civil do Estado

    do Esprito Santo, particularmente no municpio de Vila Velha, onde foi fundada

    em 1991. Atua na construo de empreendimentos em geral em sua maioria

    residenciais abrangendo o mercado imobilirio e incorporaes de

    empreendimentos.

    Desde sua fundao, a empresa entregou sete edifcios residenciais, sendo

    quatro deles no bairro de Itaparica e os demais em Itapo. Atualmente possui

    dois projetos em andamento: duas incorporaes para construo de imveis

    residenciais (um empreendimento com imveis de trs quartos e um

    empreendimento com imveis de dois quartos).

    Hoje, a empresa A possui sessenta e cinco empregados registrados como

    funcionrios de obra e administrativos.

    Abaixo, extrado diretamente do web site da construtora em abril de 2015, segue

    a auto-descrio institucional da organizao A:

    Misso Garantir o bem-estar das pessoas atravs da construo de imveis

    de qualidade, assumindo compromissos com seus clientes, colaboradores e

    comunidades, a fim de estabelecer relacionamentos duradouros e idneos.

    Valores A construtora A acredita no profissional correto, honesto e que conduz

    sua vida e seu trabalho dentro dos princpios legais e ticos. Tem a seu favor a

    considerao, o apreo, a admirao e a confiana de todos.

    Viso A construtora A se projeta como uma empresa reconhecida

    regionalmente, a partir do crescimento e desenvolvimento

    estruturado/sustentvel de sua equipe. Almeja ainda a extenso das atividades

    para os demais estados do pas, se tornando modelo nacional de empresa

    responsvel.

  • 24

    Figura 6 Localizao da empresa A, em Vila Velha - ES

    Fonte: Google Maps (2015)

    3.2 AMOSTRA DA PESQUISA

    A primeira etapa desta pesquisa foi desenvolvida a partir da observao in loco

    das atividades que compem o fluxo de servios analisados por este trabalho

    (Revestimento Completo de Argamassa e Sistema de Pintura). Tais servios

    foram investigados separadamente, ou seja, em uma das obras foram

    levantadas informaes acerca da Pintura, e na outra as atividades referentes

    ao Revestimento de Argamassa.

    Em seguida, foram realizadas entrevistas abertas com os colaboradores das

    obras a respeito do procedimento de cada servio aos quais esto relacionados.

    Foram eles:

    2 mestres-de-obra

    3 pedreiros e 3 ajudantes prtico;

    1 operadores de prancha

  • 25

    1 operador de betoneira

    1 encarregado de pintura e 2 pintores

    1 gerente de obras

    importante salientar que a empresa A no mantm engenheiros contratados

    em tempo integral. No entanto, conta com supervises peridicas (consultoria)

    de uma engenheira contratada, quando do surgimento de anomalias e impasses

    nos projetos.

    Foram necessrias a observao emprica, juntamente com as entrevistas

    diretas para a construo mais fidedigna do fluxo de atividades referentes aos

    servios analisados. Aliado a isto, ainda foram levadas em considerao as

    observaes e queixas levantadas pelos colaboradores entrevistados que

    tenham relao com os servios investigados. Os roteiros das entrevistas

    empregados esto dispostos no Apndice A, B e C deste estudo.

    A partir desta descrio, foi possvel obter a comparao de cada procedimento

    executado pela construtora A, com a filosofia Lean. Assim, tornou-se evidente

    as incongruncias operacionais e gerenciais entre os modelos, pondo em

    evidncia possveis melhorias, sugeridas neste trabalho aps a anlise de

    dados.

    3.3 MTODO A pesquisa cientfica realizada foi qualificada por ser um Estudo de Caso.

    Abaixo, uma breve definio acerca deste modelo de pesquisa:

    [] consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de

    maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente

    impossvel mediante outros delineamentos j considerados. [] encarado

    como delineamento mais adequado para investigao de um fenmeno

    contemporneo, dentro de seu contexto real []. (GIL, 2010, pag. 37)

  • 26

    possvel tambm descrever esta pesquisa como descritiva, posto que foi

    realizada a apresentao dos dados observados da organizao A. Quanto

    classificao, esta pesquisa se caracteriza como exploratria com abordagem

    qualitativa, tendo em vista a peculiaridade de imerso no objeto de estudo ao

    realizar entrevistas diretas e observao in loco das atividades analisadas.

    A utilizao da entrevista como instrumento inicial da coleta de dados deveu-se

    ao fato de a mesma se mostrar perfeitamente aplicvel em relao a uma

    reduzida amostragem e objetivo-fim: extrair informaes e observaes da

    organizao de forma aprofundada, a fim de descrever o fluxo de atividades

    referentes a pintura e revestimento de argamassa com a maior veracidade

    possvel.

    As perguntas referentes as entrevistas realizadas foram construdas a partir das

    prticas recomendadas pelos 11 princpios bsicos do Lean Construction. Estas

    perguntas esto dispostas nos apndices A, B e C, ao final deste trabalho.

    A subseo seguinte apresenta analiticamente o procedimento de coleta de

    dados, posteriormente examinados com o intuito de viabilizar a construo do

    mapa de fluxo de atividades de cada um dos dois servios em questo.

    3.4 COLETA DE DADOS

    Aps definidos os pr-requisitos fundamentais para aplicao da pesquisa, os

    pesquisadores foram a campo obter informaes atravs de entrevistas

    estruturadas e observao emprica.

    Tendo como ponto de partida as entrevistas estruturadas, as mesmas foram

    previamente explicadas aos entrevistados (profissionais definidos na subseo

    Amostra da Pesquisa), de forma a elucidar o processo e seus objetivos, a fim

    de obter maior grau de confiana e conforto por parte dos respondentes. Esta

    etapa se mostrou fundamental para a descrio verossmil das rotinas dos

    servios investigados, da maneira como costumam ocorrer.

  • 27

    As entrevistas foram realizadas no ambiente laboral de cada colaborador, ou

    seja, apenas o Gerente de Obras foi entrevistado no escritrio da matriz. O

    restante dos atores respondeu ao roteiro no canteiro, mais especificamente no

    escritrio de administrao de cada obra. O processo foi realizado

    individualmente com cada respondente, com o objetivo de diminuir as

    barreiras/censuras de informao quando da presena de outras pessoas. Ou

    seja, o ambiente de entrevista foi previamente preparado para a obteno de

    respostas objetivas e factuais. Foi elucidada a necessidade de gravar a

    entrevista aos perguntados, quando foi garantido aos mesmos o desvinculo

    deste estudo a qualquer interesse da construtora, bem como a privacidade e

    anonimato.

    Em seguida, a segunda poro da pesquisa deu sequncia lgica de

    levantamento de dados da primeira etapa. Aps realizar as entrevistas e zelar

    pela apreciao cientfica das etapas, foi dado incio a fase de investigao da

    dinmica laboral relacionada aos servios de pintura e reboco (jargo utilizado

    pelos profissionais referente ao servio de Revestimento Completo de

    Argamassa). Aqui, cada profissional listado foi acompanhado por algumas horas,

    orientados a trabalhar conforme diariamente o fazem.

    No caso de pedreiros e ajudantes, a atividade de reboco foi acompanhada na

    ntegra, desde o pedido de material de chapisco e emboo (argamassa), at o

    acabamento final da superfcie de revestimento de argamassa de uma das

    paredes do cmodo em execuo. Por analogia, o encarregado de pintura e os

    respectivos pintores sob sua superviso tambm foram observados em servio,

    desde a preparao e limpeza da superfcie, at o aplique final da segunda

    demo de tinta. Quanto aos operadores de betoneira e prancha, foram

    verificadas as sequencias lgicas de solicitao e entrega de pedidos de

    materiais, assim como o transporte dos profissionais durante o expediente.

    Em relao ao Mestre-de-obras, este foi acompanhado no decorrer de um dia

    til normal, a fim de que fossem constatadas as rotinas de superviso, controle

    e inspeo dos servios de reboco e pintura. O Gerente de obras da construtora

    no foi observado em atividade.

  • 28

    Vale ressaltar que com a realizao das entrevistas aliadas ao exame emprico

    de cada atividade, foi possvel construir o mapa processual de cada servio. Ou

    seja, todo o fluxo de materiais, converses e informaes foi desvendado e

    desenhado. A partir desta esquematizao de cada servio, a anlise e

    confrontao com modelo Lean Construction e seus princpios foi evidenciada,

    j que as incongruncias pontuais e gerais de cada atividade vieram tona.

    O Captulo 4, a seguir, teremos a apresentao e anlise de dados obtidos.

  • 29

    4. APRESENTAO E ANLISE DE DADOS

    Os discursos contendo as respostas das entrevistas realizadas foram gravados.

    Os arquivos de udio foram transferidos para computador a fim de que os

    pesquisadores pudessem analisar sistematicamente as respostas.

    As anlises aqui apresentadas nortearo os 11 princpios do Lean Construction,

    de forma que o conjunto observao-entrevistas constitua parmetros

    comparativos entre a realidade dos servios em voga (pintura e reboco) e s

    recomendaes da filosofia de construo enxuta.

    Abaixo, seguem alguns dados gerais da pesquisa realizada com os

    colaboradores da construtora. Cada profissional envolvido nas atividades aqui

    analisadas foi entrevistado, totalizando 14 entrevistas. Vale ressaltar que todos

    os respondentes trabalham em dois diferentes empreendimentos (obras) da

    construtora em questo.

    Profissional Nmero de Respondentes

    Mestre-de-obra 2

    Pedreiro 3

    Ajudante prtico 3

    Operador de prancha 1

    Operador de betoneira 1

    Encarregado de Pintura 1

    Pintor 2

    Gerente de Obras 1

    TOTAL RESPONDENTES 14

    TOTAL OBRAS 2 QUADRO 1 Dados gerais da pesquisa

    Mais adiante, algumas das respostas sero particularmente abordadas de forma

    mais analtica, a fim de evidenciar as dissonncias entre as prticas dos servios

    sob investigao nesta empresa frente as recomendaes e fundamentos do

    modelo de construo enxuta.

  • 30

    4.1 O SISTEMA DE REVESTIMENTO COMPLETO DE ARGAMASSA CONSTRUTORA A

    QUADRO 2 Fluxograma de Atividade do Sistema de Revestimento

  • 31

    O Sistema de Revestimento Completo de Argamassa iniciado a partir do

    Pedido de Argamassa. Esta solicitao realizada pelo pedreiro diretamente ao

    operador de betoneira, quando do incio de sua atividade diria. Na sequncia,

    o operador de prancha transporta os trabalhadores aos pavimentos no qual

    executam suas tarefas. Enquanto o operador de betoneira realiza a Reunio dos

    insumos e a Produo da argamassa, os pedreiros aguardam em mdia 20

    minutos a chegada do material. Assim que pronta, feito o Transporte da

    argamassa de revestimento pelo operador de prancha ao seu destino de

    aplicao (local onde a argamassa ser despejada em superfcie de zinco). Logo

    aps o Recebimento da argamassa pelo ajudante prtico, o mesmo auxilia o

    pedreiro ao levar parte do material para este profissional, despejando em

    recipiente denominado caixote conforme a necessidade e velocidade do

    servio.

    Nesta parte, o pedreiro inicia o lanamento de argamassa na superfcie a ser

    revestida, ou seja, comea a fase de Execuo do reboco. Depois de executar

    todo o procedimento que contempla a etapa anterior, finalmente feita a

    Inspeo do servio pelo mestre-de-obras, onde caso haja alguma no

    conformidade no servio realizado pelos parmetros do mestre-de-obras,

    determinado se haver a necessidade de retrabalho e/ou rejeito total do reboco

    pronto. Caso contrrio, o servio considerado finalizado.

  • 32

    4.2 O SISTEMA DE PINTURA CONSTRUTORA A

    QUADRO 3 Fluxograma de Atividade do Sistema de Pintura

    Legenda:

    Continuidade do Processo

    Retrocesso causado por algum tipo de rejeito ou retrabalho no processo

  • 33

    O Fluxograma da Atividade de Pintura se inicia com o pedido de material

    realizado pelo encarregado de pintura, quando o mesmo executa esta solicitao

    ao almoxarife. Este pedido rene a demanda em quantidade de todos os

    pintores. Nesta etapa, ento, o Transporte de massa corrida, seladores e tintas

    realizado pelo operador de prancha, sob a superviso do almoxarife, quando

    este libera os materiais. Aps, os pintores recebem e preparam os materiais,

    amontoando os sacos de massa corrida em cima de folhas de papelo e

    separando as latas de selador para incio da atividade. Inicia-se a Preparao e

    selagem da superfcie quando os pintores executam o lixamento das paredes

    rebocadas, a fim de regularizar imperfeies existentes no mesmo. Em seguida,

    aplicada uma demo de selador, para que os micro poros presentes na

    superfcie se tornem menos permeveis.

    Logo depois da secagem do selador, comea a fase de emassamento, na qual

    o pintor com o auxlio de uma desempenadeira de ao lisa e esptula aplica e

    espalha a massa corrida sobre o reboco, at que seja feito o cobrimento

    necessrio. Respeitado o tempo de secagem da massa corrida, realizado o

    lixamento da mesma, para que a superfcie se torne a mais regular e plana

    possvel.

    Em seguida feita a primeira inspeo do servio. Caso seja observada

    qualquer imperfeio como arranhes, buracos, locais sem o devido lixamento

    e/ou qualquer imperfeio, necessrio o retrabalho, retornando a um novo

    emassamento ou lixamento nas partes reprovadas pelo encarregado de pintura.

    No entanto, se no identificada nenhuma no conformidade na etapa, o processo

    segue para a Pintura 1 Etapa.

    Aqui, os pintores realizam a primeira demo de tinta. possvel que a superfcie

    apresente irregularidades no identificadas nas fases anteriores, havendo assim

    a necessidade de uma nova inspeo. Caso sejam necessrios, so feitos

    pequenos retoques de emassamento, lixamento e novamente uma demo de

    tinta. Vencida esta fase e considerando a superfcie sem irregularidades, o

    servio segue com a Concluso da Pintura, momento que realizada a segunda

  • 34

    demo de tinta e finalmente, a inspeo final. Por fim, o servio de pintura dado

    como concludo se no houver nenhuma no conformidade, que exija retrabalho.

    4.3 INCONGRUNCIAS E NO CONFORMIDADES AO LC

    Tendo em vista o modelo de Lean Construction de Koskela (1992), foram

    observadas vrias incongruncias e no conformidades de procedimentos

    executados pela empresa A, a partir dos resultados apresentados pela

    observao in loco e entrevistas. Vale ressaltar que a abordagem dos servios

    de reboco e pintura serviram de base para evidenciar as dissonncias destes

    servios frente ao LC, bem como outras discrepncias existentes entre os

    mesmos, de forma mais ampla.

    Baseado nos princpios bsicos do LC que norteiam este trabalho, observou-se

    a existncia de algumas atividades que no agregam valor no decorrer de cada

    servio. Em relao a pintura, foram identificados movimentos em excesso no

    que tange as inspees deste servio. Por exemplo, so realizadas 3 inspees

    no decorrer da pintura. Segundo Koskela, este movimento de fluxo deve ser

    evitado, considerando que haja maior foco no controle de todo o processo.

    Observa-se que ao enxugar o nmero de inspees, obtm-se reduo de tempo

    de ciclo deste servio, ao simplificar e minimizar o nmero de passos da

    atividade.

    O processo de planejamento e controle da produo facilita a implementao

    desse princpio na medida em que se busca reduzir atividades de movimentao,

    inspeo e espera, bem como aquelas que consomem tempo, mas no agregam

    valor ao cliente final. Dessa forma, o estudo e elaborao do arranjo fsico do

    canteiro que minimizem distncias entre os locais de descarga de materiais e seu

    respectivo local de aplicao podem reduzir a parcela das atividades de

    movimentao. (BERNARDES, 2003, p. 25)

    No que tange a atividade de Revestimento de Argamassa, tambm foi possvel

    constatar a existncia de atividades que no agregam valor, bem como

    peculiaridades que no colaboram com a reduo do tempo de ciclo. Pode-se

    citar o intervalo de espera entre o pedido de material e a efetiva entrega ao

    profissional que ir executar o servio. Neste momento, os profissionais Pedreiro

    e Ajudante prtico se encontram ociosos. Outra incongruncia observada, ainda

  • 35

    no reboco, foi a inexistncia de procedimentos industriais em sua execuo. Ou

    seja, a empresa A ainda realiza os servios de reboco da forma tradicional, ao

    passo que tambm no busca novos mtodos executivos para efetuar o servio

    em questo.

    No que se refere a reduo da variabilidade, ambos os servios apresentaram

    no conformidades. A comear pelo cumprimento falho de treinamentos

    peridicos, de capacitaes de funes e desenvolvimento de novas

    habilidades. Do ponto de vista da padronizao das atividades, no foram

    observadas iniciativas da construtora em relao a instrues de mtodos

    executivos atravs da preparao de procedimentos operacionais padro (POP).

    Tambm no foi verificada a existncia de manuais de procedimento de

    quaisquer atividades, assim como a existncia de esforos para a motivao,

    diminuio do desperdcio e capacitao peridica das equipes de trabalho. Ou

    seja, tal realidade tende a gerar maior probabilidade s falhas processuais.

    Aliado a isto, a melhoria contnua se torna refm das atuais prticas da

    construtora A, visto que a mesma se mostra inerte frente as potenciais

    aplicaes realizadas em outras empresas-referncia neste segmento

    mercadolgico. Portanto, foi demonstrado que o Benchmarking, apesar de

    considerado, no tem causado iniciativas a fim de evoluir os servios de reboco

    e pintura.

    Quanto a transparncia dos processos em questo, no foram constatadas

    movimentaes a fim de elucidar e instruir os atores participantes das atividades

    de reboco e pintura. Ou seja, apesar da descrio dos servios dos profissionais

    entrevistados terem sido satisfatrias em relao ao conhecimento dos

    processos, evidenciou-se a ausncia de mapas, plantas ou esboos do passo a

    passo de cada atividade para facilitar a sua compreenso.

    Uma forma de se aumentar a transparncia do processo de planejamento e

    controle da produo com a utilizao de plantas ou esboos durante a

    discusso das metas, de maneira a facilitar a compreenso por parte das equipes

    de produo. Nesse caso, a discusso pode ser interpretada, inclusive, como um

    meio potencial para troca de ideias sobre possveis melhorias relacionadas aos

    processos que esto sendo executados ou os que ainda sero executados.

    (BERNARDES, 2003, p. 29)

  • 36

    Frente aos requisitos do LC, ainda foram analisadas as respostas das entrevistas

    realizadas com os trs diferentes grupos de profissionais. (Apndices A, B e C).

    Tal analise e tabulao dos dados sero apresentados a seguir.

    4.4 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS

    A anlise e tabulao dos resultados das entrevistas seguiu a metodologia de

    conformidade das respostas aos parmetros esperados em cada pergunta. Cada

    grupo de respondentes foi entrevistado de acordo com as perguntas referentes

    a hierarquia de seus servios, sendo o Grupo A (Operacional), Grupo B

    (Gerencial) e Grupo C (Estratgico).

    Abaixo, seguem os resultados de conformidade das respostas aos parmetros

    esperados. A percentagem refere-se a razo entre o nmero de respostas em

    conformidade ao parmetro esperado e o total de perguntas.

    QUADRO 4 Percentagem de Conformidade Grupo A

    Grupo A - Pedreiros, Ajudantes, Pintores e Operadores

    Pedreiros 49,67%

    Ajudante prtico 42,00%

    Op. de prancha 50,00%

    Op. de betoneira 62,50%

    Pintores 22,20%

    Mdia de Conformidade 45,27%

  • 37

    QUADRO 5 Percentagem de Conformidade Grupo B

    QUADRO 6 Percentagem de Conformidade Grupo C

    Foram auferidas as mdias aritmticas de Conformidade de cada grupo

    respondente: Grupo A (45,27% de Conformidade); Grupo B (44,75% de

    Conformidade) e Grupo C (13,00%).

    4.5 OPORTUNIDADES DE MELHORIA

    A pesquisa apontou algumas oportunidades de melhoria, principalmente no que

    diz respeito aos problemas-chave enfrentados no controle dos servios de

    reboco e pintura. Dentre eles:

    Tendo em vista o falho controle gerencial dos servios investigados,

    recomenda-se a implantao do Sistema de Gesto de Qualidade (SGQ),

    ferramenta que padroniza servios, processos, estabelece rotinas de

    controle e de melhoria contnua de processos. Ainda, contempla

    instrues de treinamentos peridicos acerca da capacitao de

    profissionais para servios especficos; determina o estabelecimento de

    Procedimentos Operacionais Padro (POPs) ferramentas-exemplos

    nos Anexos I e II;

    Grupo B - Mestre-de-obras e Encarregado

    Mestre-de-obras 46,50%

    Enc. pintura 43,00%

    Mdia de Conformidade 44,75%

    Grupo C - Gerente de Obra

    Gerente de Obras 13,00%

    Mdia de Conformidade 13,00%

  • 38

    Reengenharia dos processos e fluxos de servio de reboco e pintura, a

    fim de diminuir a ocorrncia de ociosidade e o nmero de inspees, ao

    passo que colabora para um tempo de ciclo mais enxuto. Aliado a isto,

    implantar mapas autoexplicativos para orientao e esclarecimento dos

    processos aos profissionais envolvidos;

    Investimentos em novas tecnologias produtivas com o objetivo de agilizar

    o fluxo de trabalho, em especial a atividade de converso. Exemplo:

    implantao de mtodos industriais de produo, como o reboco

    projetado e/ou bombeado e sistema de pintura industrial (emassamento,

    lixamento e aplicao das tintas);

    Busca no mercado/feiras de construo civil por novas prticas e tcnicas

    operacionais e gerenciais, para aumentar o controle de materiais e de

    recursos financeiros;

    Sistematizao e informatizao dos processos e dados da empresa. A

    partir disso, diversas informaes poderiam ser construdas para anlise

    e embasamento de decises;

    Estabelecimento de reunies peridicas entre a alta direo e os

    profissionais gestores, com o intuito de atualizar e formalizar o

    acompanhamento das etapas de desenvolvimento dos servios.

    As observaes feitas in loco corroboram alguns dos resultados descritos acima,

    tema que ser evidenciado nas concluses a seguir.

  • 39

    5. CONCLUSO

    A pesquisa realizada teve como objetivo principal identificar oportunidades de

    melhoria de procedimentos nos servios de reboco e pintura da construtora A, a

    partir das incongruncias encontradas com o modelo do LC. Dessa forma,

    compreende-se que a empresa investigada neste estudo de caso apresenta

    diversas no conformidades em comparao com os princpios da construo

    enxuta. Cada grupo de entrevistados apresentou diferentes mdias percentuais

    de conformidade, o que no representa concluso qualitativa ao compar-los.

    Os resultados alcanados mostraram que a construtora A ainda se encontra

    aqum de alcanar um alinhamento com os princpios bsicos do LC, visto que

    as mdias de conformidade auferidas pelas entrevistas encontraram-se abaixo

    da razo de 50%. Os servios de reboco e pintura foram tomados a fundo a fim

    de elucidar o processo de execuo, ao passo que foi possvel salientar outras

    caractersticas peculiares da organizao que envolvem ambos os processos.

    razovel considerar um estado crtico vivenciado pela empresa em estudo.

    Com isso, torna-se urgente o incio da discusso gerencial/operacional acerca

    dos controles existentes no canteiro de obras, na tentativa de recuperar/estancar

    os danos causados por uma gesto imprecisa. Dessa forma, provvel que as

    intervenes de melhoria sejam at mesmo vitais para a empresa; pois a

    permanncia do modelo atual, principalmente no mbito gerencial, poder

    causar efeitos irreversveis ao resultado econmico dos empreendimentos, e

    mesmo comprometer a perpetuao da construtora no mercado da Grande

    Vitria.

    Conclui-se, ento, que a construtora A apresenta um modelo operacional e

    gerencial vulnervel no que tange a estes servios. Apesar de no ser possvel

    estender esta concluso para as demais atividades do objeto de estudo, as

    observaes realizadas em conjunto com as entrevistas deixam vestgios de que

    as demais reas tambm sofram das mesmas falhas operacionais-gerenciais

    aqui destacadas.

  • 40

    REFERENCIAS

    BERRY, L.; PARASURAMAN, A.; ZEITHAML, V.; The Service-Quality Puzzle.

    Business Horizons. September October, 1988.

    COELHO, H. Diretrizes e requisitos para o planejamento e controle da

    produo em nvel de mdio prazo na construo civil. 2003. Monografia

    (Ps- Graduao em Engenharia Civil) Escola de Engenharia, Universidade

    Federal do Rio Grande do Sul.

    DALAZANA, F.; FERREIRA, G.; TALAMINI, E. Qualidade na percepo dos

    clientes internos: Uma aplicao da escala SERVQUAL em uma indstria

    metalrgica do Rio Grande do Sul. In: SEGET - SIMPSITO DE EXCELNCIA

    EM GESTO E TECNOLOGIA, 2007, Resende. Anais eletrnicos. Disponvel

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    FURTADO, Paulo. Pintura Imobiliria. Rio de Janeiro: LTC, 2014.

    GIL, Antnio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 Edio. So

    Paulo: Atlas, 2010.

    GONALVES, W. Utilizao de Tcnicas Lean e Just in Time na Gesto de

    Empreendimentos e Obras. 2009. Dissertao (Obteno de Grau de Mestre)

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    KOSKELA, L. Lean production in construction. VTT Building Technology -

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    15-575/2013 CBIC, Braslia, 2013. Disponvel em:

    Acesso em: 14 abr. 2014.

  • 41

    PARASURAMAN, A.; ZEITHAML, V.; BERRY, L. A Conceptual Model of Service

    Quality and Its Implications for Future Research. Journal of Marketing, Vol. 49

    (Fall 1985), p. 41-50.

    PICCHI, F. Oportunidades da Aplicao do Lean Thinking. Ambiente

    construdo Revista da Antac. Janeiro Maro, 2003.

    SALGADO, Jlio. Tcnicas e Prticas Construtivas para Edificao 2

    Edio. So Paulo: rica Ltda, 2012.

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    Sistema Toyota de produo em uma empresa de construo de edifcios a partir

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    Construo Porto Alegre, 2005.

    TOSTA, Joice. Aula 2 Conceitos Histricos Nova Gesto de Produo.

    Princpios Filosofia Lean Construction (BERNARDES, Maurcio Moreira e Silva,

    2003) - Notas de Aula - 2014

    TOSTA, Joice. Na construo enxuta, um processo consiste em um fluxo de

    materiais (FORMOSO, Carlos Torres, p. 6, 2000). Notas de Aula - 2014.

    YAZIGI, Walid. A Tcnica de Edificar 14 Edio revisada. So Paulo: PINI,

    2009.

  • 42

    ANEXOS

  • 43

    ANEXO I

  • 44

    ANEXO II

  • 45

    APNDICES

  • 46

    APENDICE A

    Roteiro de Entrevista Pedreiros, Ajudantes, Pintores e Operadores

    GRUPO A

    1- Descreva detalhadamente todos os passos do servio de (reboco ou

    pintura) que voc realiza.

    2- Voc recebeu algum tipo de treinamento, incluindo NRs, Procedimentos

    Operacionais Padro, Capacitaes? Voc recebe treinamentos

    peridicos?

    3- H algum tipo de desperdcio de material na sua atividade? Qual e por

    qu? H algum tipo de ao de conscientizao a respeito do

    desperdcio?

    4- Em algum momento do dia, voc fica ocioso? Exemplo: demora da

    chegada de materiais, falta do material, demora da chegada da prancha,

    etc.

    5- Voc sempre encontra a rea para iniciar suas atividades da maneira

    adequada, ou seja, limpa, desimpedida e sem servios pendentes?

    6- A empresa fornece ferramentas adequadas para a realizao das suas

    atividades?

    7- Voc se sente motivado em seu ambiente de trabalho? O que a empresa

    faz a respeito?

    8- Voc possui alguma queixa a respeito desta sua atividade? Qual?

    9- Em que voc acredita que pode evoluir para melhorar este servio? E a

    empresa?

    Pergunta adicional para Operador de Betoneira e Pintor

    1- Como realizado o pedido de material? Descreva detalhadamente.

  • 47

    APENDICE B

    Roteiro de Entrevista Mestres-de-obra e Enc. De Pintura GRUPO B

    1- Descreva detalhadamente todos os passos do servio de (reboco ou

    pintura) que voc realiza.

    2- Voc recebeu algum tipo de treinamento, incluindo NRs, Procedimentos

    Operacionais Padro, Capacitaes? Voc recebe treinamentos

    peridicos?

    3- A empresa possui algum tipo de manual de Procedimentos Operacionais

    Padro para os servios de pintura e reboco? H algum sistema de

    qualidade vigente?

    4- A empresa fornece ferramentas adequadas para a realizao das suas

    atividades?

    5- Voc se sente motivado em seu ambiente de trabalho? O que a empresa

    faz a respeito?

    6- Voc possui alguma queixa a respeito desta sua atividade? Qual?

    7- A betoneira e o local de armazenagem do cimento/areia e dos materiais

    de pintura foram estudados previamente para uma logstica mais efetiva?

    8- Voc possui mo-de-obra polivalente?

    9- Voc realiza algum tipo de inspeo sobre os servios de reboco e

    pintura? Explique como realizado.

    10- Como a comunicao com a Gerncia em relao ao Custo-Prazo-

    Cronograma dos servios de reboco e pintura?

    11- Voc inspeciona e tem responsabilidade sobre todos os servios desta

    obra? Delega funes de controle e inspeo dos servios de Reboco e

    Pintura a outros profissionais?

    12- feita a limpeza regular no canteiro? Quando ela iniciada?

    13- como ocorrer retrabalho nos servios de reboco e pintura? O que feito

    para serem evitados?

    14- Como a comunicao e a interveno para a soluo de problemas nos

    servios de reboco e pintura?

    15- Em que voc acredita que pode evoluir para melhorar os servios de

    reboco e pintura? E a empresa?

  • 48

    APENDICE C

    Roteiro de Entrevista Gerente de Obras GRUPO C

    1- Voc se sente motivado em seu ambiente de trabalho? O que a empresa

    faz a respeito?

    2- A empresa possui algum tipo de manual de Procedimentos Operacionais

    Padro para os servios de pintura e Reboco? H algum sistema de

    qualidade vigente?

    3- Como a comunicao com os mestres-de-obra e encarregados em

    relao ao Custo-Prazo-Cronograma dos servios de reboco e pintura?

    4- Como so feitos os levantamentos e compra dos insumos para os

    servios de reboco e pintura?

    5- H flexibilidade para o cliente em relao a escolha das tintas utilizadas?

    6- A empresa investe continuamente em treinamentos, capacitaes,

    motivao, conscientizao sobre segurana e desperdcio? So valores

    declarados da empresa?

    7- A empresa investe em novas tecnologias produtivas para pintura e

    reboco? Quais?

    8- A empresa conhece a filosofia Lean Construction? Se sim, aplica esta

    filosofia nos servios de pintura e reboco?

    9- Em que voc acredita que pode evoluir para melhorar os servios de

    reboco e pintura? E a empresa?

  • 49

    APENDICE D

    Modelo de Tabulao dos Resultados Entrevista GRUPO A

    GERENTE OBRAS 1

    Nmero da Pergunta Parmetro esperado Conformidade da

    resposta

    1 Sim. A empresa deve apresentar

    mecanismo motivador efetivo

    2 Sim, para todos.

    3 Comunicao diria com

    acompanhamento

    4 Planejamento estruturado

    5 Sim

    6 Sim, Sim.

    7 Sim

    8 Sim. Sim

    9 Sugestes Livres

    PERCENTAGEM DE CONFORMIDADE

  • 50

    APENDICE E

    Modelo de Tabulao dos Resultados Entrevista GRUPO B

    MESTRE DE OBRA

    Nmero da Pergunta Parmetro esperado Conformidade da resposta

    1 Descrio satisfatria do servio

    que executa

    2 Sim, para todos.

    3 Sim para todos

    4 Sim

    5 Sim. A empresa deve apresentar

    mecanismo motivador efetivo

    6 No detectar grandes

    insatisfaes

    7 Sim

    8 Sim

    9 Sim, inspeo formal.

    10 Comunicao diria com

    acompanhamento

    11 No. Sim

    12 Sim, limpeza peridica.

    13 Menos comum possvel.

    Inspeo formal

    14 Comunicao instantnea e

    efetiva

    15 Livre

    PERCENTAGEM DE CONFORMIDADE

  • 51

    APENDICE F

    Modelo de Tabulao dos Resultados Entrevista GRUPO C

    PEDREIRO

    Nmero da Pergunta Parmetro esperado Conformidade da resposta

    1 Descrio satisfatria do

    servio que executa

    2 Sim, para todos.

    3 Desperdcio - No

    Ao de Conscientizao - Sim

    4 No

    5 Sim

    6 Sim

    7 Sim. A empresa deve

    apresentar mecanismo motivador efetivo

    8 No detectar grandes

    insatisfaes

    9 Sugestes Livres

    PERCENTAGEM DE CONFORMIDADE


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