Auxílio-EducaçãoOrientação para gestores municipais
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 1 11/4/15 2:36 PM
ELABORAÇÃO
Thiago de Jesus Ferreira – SEDE / Nilson Pereira Borges – SEBRAE-MG /
Guilherme Miguel Rufi no Pereira Sarmento – Pesquisador FAPEMIG / Lorena Ribeiro Nogueira – Pesquisadora FAPEMIG
Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico de Minas Gerais
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado
de Minas Gerais - SEBRAE
Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico
Altamir de Araújo Rôso Filho
Secretário-adjunto de Estado de Desenvolvimento Econômico
Rogério Bellini dos Santos
Subsecretário de Indústria, Comércio e Serviços
Luiz Alberto Rodrigues
Secretário-geral do Fórum Permanente Mineiro
de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Fopemimpe
Fernando Passalio de Avelar
Secretário-técnico
Arnaldo Correia da Silva
Presidente do Conselho Deliberativo
Olavo Machado Junior
Diretor Superintendente
Afonso Maria Rocha
Diretor Técnico
Marden Márcio Magalhães
Diretor de Operações
Anderson Costa Cabido
Gerente da Unidade Políticas Públicas
e Articulação Institucional
Jefferson Ney Amaral
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 2 11/4/15 2:36 PM
3
1. Introdução..........................................................................................................................................................................................................................4
2. O Fopemimpe.....................................................................................................................................................................................................................5
3. O Auxílio-Educação............................................................................................................................................................................................................8
3.1 Conceitos e aplicações....................................................................................................................................................................................8
3.2 Público-alvo.....................................................................................................................................................................................................8
3.3 Por que implantar o Auxílio-Educação no município?....................................................................................................................................9
3.4 Benefícios........................................................................................................................................................................................................9
3.4.1 Para as prefeituras......................................................................................................................................................................................10
3.4.2 Para o município...........................................................................................................................................................................................10
3.4.3 Para a sociedade.......................................................................................................................................................................................10
4. Passo-a-passo para a implantação do Auxílio-Educação............................................................................................................................................12
4.1 A Legislação..................................................................................................................................................................................................13
4.2 O credenciamento dos estabelecimentos....................................................................................................................................................13
4.3 A forma de operacionalização......................................................................................................................................................................14
4.4 O monitoramento e o controle do programa................................................................................................................................................14
5. Casos de sucesso.............................................................................................................................................................................................................15
6. Orientações importantes.................................................................................................................................................................................................17
7. Considerações fi nais........................................................................................................................................................................................................18
Anexos..................................................................................................................................................................................................................................19
A. Minuta de Decreto / Lei.......................................................................................................................................................................20
B. Modelo de chamada pública...............................................................................................................................................................22
Sumário
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 3 11/4/15 2:36 PM
4
No Brasil, a compra de material escolar é uma das primeiras despesas
do ano para as famílias e, caso seja feita de forma desordenada, pode
comprometer o orçamento de um ano inteiro. As prefeituras municipais,
no intuito de benefi ciar os alunos das escolas públicas, obrigatoriamente
adotam um processo padronizado para compra do material, obedecendo
aos dispositivos da Lei nº 8.666/1993. Porém, existem algumas questões que
exigem atenção do agente público e podem ser objeto de aprimoramento.
Em muitos casos, a qualidade do material não atende às necessidades dos
alunos e seus responsáveis e as aquisições são feitas junto a empresas
que não pertencem ao mercado local/regional. Esses fornecedores são
empresas de maior porte, que detêm ganhos em escala por oferecerem
muitos produtos com preços mais baixos, lucrando na quantidade
vendida. Além disso, possuem expertise em compras governamentais.
Dessa forma, é preciso fortelecer as microempresas e empresas de
pequeno porte – MPEs do comércio local para o fornecimento de material
escolar às prefeituras. Tal procedimento se desenvolverá em consonância
com a Lei Complementar n.º 123/2006. Em seus artigos 47 e 48, a lei
ressalta que o Poder Público deverá conceder tratamento diferenciado e
simplifi cado para as MPEs, objetivando a promoção do desenvolvimento
econômico e social no âmbito municipal e regional. Sendo assim, não
é exagero concluir que existe a necessidade de aprimoramento desse
processo de compra para que os alunos tenham acesso a bons materiais
– adquiridos no comércio local – e possam fazer a escolha de forma livre.
Pensando nesse sentido é que se propõe a criação de um programa
municipal que vise a aprimorar a aquisição de material escolar, por meio
da escolha livre dos pais ou responsáveis, a fi m de aumentar a satisfação
da população quanto ao material disponibilizado aos alunos e fomentar
o desenvolvimento local e regional. O programa, que neste manual é
denominado Auxílio-Educação, desenvolve-se por meio da disponibilização
de crédito destinado à compra exclusiva de material escolar no comércio
local do segmento de papelarias, para os alunos da rede pública municipal.
Este manual tem como objetivo apresentar as características do Auxílio-
Educação e orientar os gestores públicos municipais em sua implantação.
O processo deve ser feito com o objetivo maior de assegurar que os alunos
continuem estudando. Além disso, deve garantir o desenvolvimento da
economia local por meio da geração de emprego e renda. É importante
ressaltar que a implantação do Auxílio-Educação não deve se restringir
ao que será proposto neste documento e que as particularidades de cada
município devem ser oportunamente consideradas. Por fi m, pretende-
se identifi car em linhas gerais as características do Auxílio-Educação,
demonstrando os benefícios para as prefeituras e para as MPEs, e os
resultados que podem ser alcançados na educação fundamental.
1. Introdução
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 4 11/4/15 2:36 PM
5
O projeto do Auxílio-Educação é um dos grandes resultados obtidos pelo
Fórum Permanente Mineiro das Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte – FOPEMIMPE.
Nos termos da Lei nº 20.826/2013, o FOPEMIMPE é a principal
ferramenta para a construção de políticas públicas voltadas para o
desenvolvimento dos pequenos negócios no Estado. O fórum conta com
a participação da sociedade civil organizada e de empresários, a fi m de
promover debates, diagnósticos e a proposição de ações e projetos que
visem a promover o desenvolvimento socioeconômico em Minas Gerais.
O FOPEMIMPE está estruturado em seis Comitês Temáticos:
Racionalização Legal e Burocrática; Comércio Exterior; Formação e
Capacitação Empreendedora; Investimento, Financiamento e Crédito;
Qualidade e Inovação e Acesso a Mercados. Neste último comitê é que
surgiu a discussão, transformada em proposta para a implantação do
Auxílio-Educação nos municípios mineiros.
A implementação de políticas de cunho regional e municipal é uma
das principais vertentes do FOPEMIMPE, pois é justamente na base da
sociedade que se estabelecem os pequenos negócios.
A criação de espaços de discussão como o FOPEMIMPE propicia
o diálogo permanente entre os atores envolvidos nas questões
relacionadas aos pequenos negócios. Nesse sentido, a consulta aos
segmentos diretamente afetados por determinada política pública pode
contribuir para sua maior efi cácia e sustentabilidade. Isso ocorre pela
possibilidade de compartilhamento de informações nos momentos de
concepção, implementação e avaliação da política.
Percebe-se, assim, que a implantação desses fóruns pode trazer
benefícios para o município, os empresários e a sociedade civil. Os
principais benefícios estão destacados a seguir:
2. O Fopemimpe
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 5 11/4/15 2:36 PM
6
2. O Fopemimpe
Identifi cação e atendimento, por parte da prefeitura, das reais demandas
dos pequenos negócios
Estabelecimento de um canal de comunicação permanente
para empresários
Identifi cação e exploração de oportunidades relacionadas ao
segmento de MPEs e vocação regional
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 6 11/4/15 2:36 PM
7
Aproximação e integração dos atores envolvidos no
desenvolvimento das MPEs
Estreitamento do diálogo e compartilhamento de informações
entre esferas de governo
Acompanhamento da construção e operacionalização da Lei Geral Municipal
e outras políticas voltadas para MPEs
2. O Fopemimpe
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 7 11/4/15 2:36 PM
8
Pensando nas possibilidades e benefícios acima mencionados, a
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico – SEDE do
Governo de Minas Gerais, em parceria com o SEBRAE-MG, elaborou o
“Guia para Implantação de Fóruns das Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte”. Esse guia está disponível para os gestores municipais
na secretaria-geral do Fopemimpe, na SEDE.
3.1 Conceitos e aplicações
O Auxílio-Educação constitui-se num instrumento de compra a ser
fornecido aos pais ou responsáveis dos alunos matriculados na rede
pública municipal de ensino. É um benefício exclusivo para a compra de
material escolar nos estabelecimentos cadastrados junto à Secretaria
Municipal de Educação ou similar. Por meio dele é possível que cada
pai ou tutor compre o material escolar para seu fi lho diretamente no
comércio local, ou seja, no próprio município.
O benefício representa uma disponibilização de crédito que aumenta o
poder de escolha da família quanto ao material, inclusive em relação a
sua qualidade e procedência.
Os créditos são nominais aos alunos e devem ser utilizados por seus
pais ou responsáveis exclusivamente para a compra de material escolar.
O uso do crédito de forma indevida implicará em sanções previstas na
defi nição do programa, que incluem o cancelamento do benefício e a
responsabilização pelo uso indevido de recursos públicos.
3.2 Público-alvo
Conforme delineado acima, os benefi ciários diretos do programa serão os
alunos da rede municipal de ensino – do ensino básico ao fundamental.
Porém, cada prefeitura poderá estabelecer critérios adicionais para a
distribuição dos benefícios, como, por exemplo, a inclusão em programas
sociais de transferência de renda, renda per capita familiar, dentre outros.
2. O Fopemimpe
3. O Auxílio-Educação
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 8 11/4/15 2:36 PM
9
3.3 Por que implantar o Auxílio-Educação no município?
Em consonância com o inciso VII do artigo 208 da Constituição
Federal de 1998, o artigo 4º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
– LDB (Lei nº 9.394/1996) estabelece que a educação constitui-se
num dever do Poder Público, que deverá ser efetivada por meio do:
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação
básica, por meio de programas suplementares de material
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Ancorados na legislação vigente, o Poder Público é responsável pela
educação escolar, incluindo a criação de programas suplementares
e a aquisição de material-escolar. Nesse contexto é que surge a
possibilidade de implantação de um programa para disponibilizar crédito
aos alunos da rede pública para a compra exclusiva de material escolar
em estabelecimentos locais.
Objetivando o fomento da economia local, o Auxílio-Educação constitui-
se num instrumento para o aumento da geração de renda e emprego
no comércio local das cidades. Poderá também, por consequência,
proporcionar aumento da autoestima e rendimento escolar dos alunos,
facilitando o acesso das famílias a materiais de qualidade superior.
No que diz respeito às empresas ligadas ao segmento que fornece
material escolar para as prefeituras, é importante considerar o
tratamento diferenciado, simplifi cado e favorecido estabelecido pela
Lei Complementar nº 123/2006, a ser dispensado às microempresas
e empresas de pequeno porte. Tal lei incentiva o desenvolvimento
das MPEs, bem como a possibilidade de contratação de fornecedores
sediados local e regionalmente (artigos 47 e 48). Esse dispositivo legal
será viabilizado com a implantação do Auxílio-Educação.
3.4 Benefícios
A implantação do Auxílio-Educação traz consigo benefícios que
perpassam os mais diversos setores econômicos do município. Dentre
eles podemos citar alguns principais como geração de emprego e renda,
possível aumento da arrecadação municipal, incentivo à permanência do
aluno na escola, participação da sociedade na fi scalização das contas
públicas e desenvolvimento da economia local.
3. O Auxílio-Educação
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 9 11/4/15 2:36 PM
10
3.4.1 Para as prefeituras:• Aumento da arrecadação municipal
• Possibilidade de melhoria da imagem da prefeitura junto à sociedade
• Agenda política positiva
• Melhoria da entrega efetiva à sociedade
• Simplifi cação do processo de compras
3.4.2 Para o município:• Desenvolvimento da economia local / regional
• Promoção da geração de emprego e renda no município
• Fomento da atividade comercial dos pequenos negócios
3.4.3 Para a sociedade:• Incentivo à permanência do aluno na escola
• Aumento da satisfação da população quanto ao material disponibilizado aos alunos
• Participação da sociedade na fi scalização das contas públicas
• Maior envolvimento da comunidade escolar com a educação
3. O Auxílio-Educação
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 10 11/4/15 2:36 PM
11
Desenvolvimento da economia local e regional
Promoção da geração de emprego e renda no
município
Aumento da arrecadação do ente público
Maior envolvimento da comunidade escolar com a
educação
Simplifi cação do processo do compras
Possibilidade de melhoria da imagem da prefeitura junto à sociedade
Participação da sociedade na fi scalização dos gastos públicos
Aumento da satisfação da população quanto ao material disponibilizado
aos alunos
Fomento da atividade comercial dos pequenos
negócios
Incentivo à permanência do aluno na escola
Melhoria da entrega efetiva à sociedade
Agenda política positiva
3. O Auxílio-Educação
BENEFÍCIOS
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 11 11/4/15 2:36 PM
12
Tentaremos esquematizar aqui os pontos fundamentais a serem obser-
vados durante o processo de implantação do Auxílio-Educação. Os pro-
cedimentos se iniciam com a edição de uma Norma Regulamentadora
(lei ou decreto) que estabelecerá as diretrizes do Programa. Posterior-
mente há o credenciamento (via chamada pública) dos estabelecimentos
interessados em fornecer material escolar para a prefeitura, além das
publicações no Diário Ofi cial e divulgação do programa.
4. Passo-a-passo para a implantação do Auxílio-Educação
Aprovar lei ou decreto municipal para a criação do Auxílio-Educação e autorizar
o executivo municipal a conceder auxílio para aquisição de material escolar
Cadastrar os estabelecimentos aptos ao programa para acesso ao software
de gestão do Auxílio-Educação
Elaborar chamada pública para credenciamento de estabelecimentos
comerciais junto à Secretaria Municipal de Educação ou similar
Elaborar e publicar norma regulamentadora que estabeleça
os procedimentos para a utilização do benefício
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 12 11/4/15 2:36 PM
13
4.1 A legislação
É necessário que o Programa Auxílio-Educação seja criado por lei ou
decreto. Recomenda-se o decreto, devido à sua facilidade de produção
e publicação. A norma que instituir o Programa deverá conter as
informações fundamentais, tais como: objetivos, características, forma
de transferência do crédito pecuniário, forma de credenciamento (por
chamada pública) dos estabelecimentos comerciais, discriminação
dos valores e indicadores de correção anual de cada benefício, lista de
material a ser adquirida, dentre outros.
Os valores concedidos por meio do Auxílio-Educação deverão
ser estabelecidos pelo próprio município, atentando para a Lei
Orçamentária Anual – LOA e para as peculiaridades existentes.
Sendo assim, é temerário sugerir aqui um valor fixo inicial, porém,
é importante mencionar que cada prefeitura deverá reajustar os
valores com base nas evoluções da economia nacional e local. Para
isso, poderá utilizar um índice de reajuste ou outra maneira que, após
análise, seja mais conveniente para o município.
Para facilitar a construção do decreto, este manual traz uma minuta
(Anexo A) que contém as informações necessárias para a publicação.
4.2 O credenciamento dos estabelecimentos
O credenciamento dos estabelecimentos acontecerá por meio de
chamada pública realizada pela própria prefeitura, utilizando critérios
pré-estabelecidos e defi nidos juntamente com a Secretaria Municipal de
Educação ou similar e outro órgão envolvido no processo. Cabe ressaltar
que somente deverão ser consideradas elegíveis ao processo aquelas
empresas que, no ato de homologação do processo, estejam em dia com
suas obrigações fi scais e sociais. Sendo assim, poderá ser estipulado
um prazo para que aquelas que possuam qualquer tipo de pendência
possam se regularizar. Com isso, será possível assegurar que todos os
estabelecimentos do mercado local tenham oportunidade de participar
da chamada pública.
4. Passo-a-passo para a implantação do Auxílio-Educação
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 13 11/4/15 2:36 PM
14
4.3 Forma de operacionalização
Além do que já mencionamos anteriormente, para que o programa seja
iniciado também deverá haver a ampla divulgação do Auxílio-Educação
aos benefi ciários por meio de palestras, folhetos, banners, anúncios em
locais públicos, no comércio local, rádio, jornal, etc.
Após a criação do programa Auxílio-Educação, o benefício será
disponibilizado ao responsável pelo aluno, que deve:
• Retirar a confi rmação de participação no Programa diretamente na
escola em que o aluno está matriculado;
• Solicitar o desbloqueio do benefício (esse procedimento poderá ser
feito por meio telefônico, por exemplo);
• Adquirir, nos estabelecimentos credenciados, o material escolar
constante na “Lista de Material Escolar” disponibilizada juntamente com
o vale ou cartão do benefício.
4.4 Monitoramento e controle do programa
O monitoramento e controle do programa Auxílio-Educação visa a
garantir a integridade do patrimônio público e verificar a conformidade
entre os atos praticados pelos agentes públicos e os princípios legais
pré-estabelecidos. Visa também a auxiliar o gestor público na correta
aplicação dos recursos, garantindo que eles serão efetivamente
utilizados no programa, em benefício da sociedade.
A Administração Pública deve adotar atitude proativa, publicando,
em todas as oportunidades, as informações referentes ao Auxílio-
Educação. Deve, também, facilitar o acesso dos cidadãos a essas
informações, a fim de efetivar o controle social sobre a Administração
Pública e seus projetos.
4. Passo-a-passo para a implantação do Auxílio-Educação
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 14 11/4/15 2:36 PM
15
Alguns municípios brasileiros já têm precedência, e com sucesso, na
utilização de programas semelhantes ao Auxílio-Educação. Podemos
citar Brasília (DF), Bariri (SP), Poços de Caldas (MG), Salto (SP), Capivari
(SP), Agudos (SP) e Serra (ES), dentre outros. Ademais, outras cidades já
iniciaram o processo de implantação do Auxílio-Educação para a promoção
do desenvolvimento econômico local e também para a melhoria da educação.
Destacaremos aqui dados do município de Brasília/DF, onde mais de
R$ 36 milhões foram movimentados no comércio local com o advento do
“Cartão Educação”, nome dado pelo Distrito Federal ao programa.
5. Casos de sucesso
Mais de 200 estabelecimentos do comércio local cadastrados
em 2013 e mais de 300 em 2014
R$ 36 milhões movimentados pelo
programa na economia local
Seriedade do programa e envolvimento de toda
a comunidade
Geração de 600 empregos diretos e indiretos
128 mil alunos beneficiados 1
2
3
4
5
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 15 11/4/15 2:36 PM
16
Foi fi rmada uma parceria entre o governo distrital e o Banco Regional de
Brasília – BRB para a administração dos cartões, e o programa está em
fase de aprimoramento para o segundo ano de desenvolvimento.
A tabela abaixo demonstra exemplos de prefeituras municipais que já
adotam o Auxílio-Educação ou programa similar:
5. Casos de sucesso
CIDADE INICIATIVA DATA TIPO VALOR STATUS
Agudos / SP Prefeitura 23/01/2014 Vale R$ 50,00 Aprovado e implementado
Bariri / SP Prefeitura 13/02/2009 Cartão Material Escolar R$ 80,00 Aprovado e implementado
Brasília / DF Governo DF 28/01/2013 Cartão Material Escolar R$ 226,00 Aprovado e implementado
Capivari / SP Prefeitura 16/09/2014 Cartão Material Escolar R$ 45,00 R$ 50,00
Aprovado e implementado
Poços de Caldas / MG Prefeitura 18/11/2011 Vale Educação R$ 50,00 R$
65,00Entregue em forma de kit
Salto / SP Prefeitura 30/04/2014 Cartão Material Escolar R$ 198,00 Aprovadoe implementado
Serra / ES Prefeitura 01/02/2007 Cartão Não consta Aprovado e implementado
Fonte: ABFIAE( Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares)
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 16 11/4/15 2:36 PM
17
Para a efetivação do projeto, é importante que cada município estabeleça
uma lista de material de acordo com as demandas de cada série ou ciclo
cursado pelo aluno, com o valor máximo de cada material e a quantidade
máxima de cada item. Além disso, é importante também estabelecer no
valor total do crédito uma variação de acordo com a série, tendo em
vista que a necessidade e quantidade de material não é a mesma nos
diferentes ciclos do ensino fundamental.
O município poderá criar uma lista de estabelecimentos credenciados
na qual sejam indicados todos os comerciantes locais autorizados por
meio da chamada pública.
O instrumento de chamada pública deverá mencionar o edital que versará
sobre o credenciamento dos estabelecimentos. Para que o edital seja
completo, recomendamos que conste a lista completa de documentos a
serem exigidos das empresas e sócios, local e data de recebimento da
documentação, condições para a investidura no certame, homologação,
prazo para apresentação de recursos, penalidades e fi scalização, dentre
outros.
É fundamental que seja defi nido um prazo de validade dos créditos a fi m
de evitar que se crie um esquema de poupança e os alunos fi quem sem
o material escolar. Nesse sentido, recomendamos que o prazo máximo
seja de 90 (noventa) dias corridos, a contar do desbloqueio do crédito do
Auxílio-Educação.
6. Orientações importantes
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 17 11/4/15 2:36 PM
18
O Auxílio-Educação é um instrumento que deverá se destinar exclusiva-
mente à aquisição de material escolar, por parte dos pais ou responsáveis
pelos alunos da rede pública municipal de ensino. O benefício visa, tam-
bém, ao desenvolvimento da economia local por meio da geração de
emprego e renda no município, do fomento da atividade comercial e do
aumento da arrecadação municipal, ao incentivo e satisfação do aluno,
à participação da sociedade na fi scalização dos gastos públicos, a um
maior envolvimento da comunidade escolar com a educação, além de
proporcionar a diminuição das irregularidades fi scais e sociais das em-
presas interessadas, dentre outros.
Em suma, a implantação do Auxílio-Educação pode trazer muitos
benefícios no que tange à melhoria da rede pública municipal de ensi-
no. É possível aferir, nos municípios que implantaram o benefício, que
boa parte dos alunos apresenta melhores índices de motivação para
os estudos.
Esperamos que este manual possa auxiliar você, gestor municipal,
a alavancar o desenvolvimento da sua cidade e região, melhorando a
prestação do serviço público e mantendo a riqueza gerada no seu próprio
município.
Para mais informações, entre em contato:
SECRETARIA GERAL DO FOPEMIMPE+55 31 3915-2901
NILSON BORGES – Consultor SEBRAE-MG+55 31 8401-7282
7. Considerações fi nais
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 18 11/4/15 2:36 PM
19
Solicite a versão eletrônica e anexos pelo email:
Anexos
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 19 11/4/15 2:36 PM
20
A. Minuta de Decreto / Lei
Decreto nº xx. xxx, de (dia) de (Mês) de (Ano).
Institui o Auxílio-Educação em (município), e dá outras providências.
O prefeito de (município), no uso das atribuições legais que lhe confere
xxxxxxxx [fazer referência à lei que atribui competências aos atos do
poder executivo municipal], e em atendimento ao disposto nos artigos
208, inciso VII e 211 da Constituição Federal, bem como no artigo 4º,
inciso VIII da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – Lei
nº 9.394/1996, no Capítulo V da Lei 4.611/2011, no artigo 54, inciso VII do
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – Lei nº 8.069/1990, na Lei
Estadual nº 20.826/2013 e na Lei Municipal nº [xxxx], que estabelece o
tratamento favorecido, diferenciado e simplifi cado às microempresas e
empresas de pequeno porte,
DECRETA:
Art. 1º Fica criado o “Auxílio-Educação”, programa destinado à aquisição
direta, por parte dos pais ou responsáveis dos alunos matriculados na
rede municipal de ensino, de materiais escolares e que será regido pelos
termos deste Decreto.
Art. 2º Fica o Poder Executivo Municipal de [município], autorizado a
conceder aos responsáveis legais de todos os alunos regularmente
matriculados na rede municipal de ensino de Educação Básica e
do Ensino Fundamental, auxílio pecuniário para o fi m específi co de
aquisição de material, nos termos deste Decreto.
§1º O auxílio de que trata o caput deste artigo será repassado aos
benefi ciários por meio de [ferramenta escolhida].
§2º O uso do Auxílio-Educação será restrito à aquisição dos itens que
constam nas listas do Anexo XX deste Decreto, em estabelecimentos
previamente cadastrados.
§3º Os créditos repassados aos benefi ciários por meio de [ferramenta
escolhida], e que, por qualquer razão, não forem utilizados serão
automaticamente cancelados ao término do prazo de XX dias [sugerem-
se 90 dias].
Art. 3º Para os efeitos deste decreto considera-se material escolar todo
item de uso exclusivo pessoal, restrito ao processo didático-pedagógico
e que tenha por fi nalidade o atendimento das necessidades individuais
do educando durante a aprendizagem.
Art. 4º O auxílio pecuniário creditado no(a) [ferramenta escolhida] será
equivalente ao valor da soma dos itens constantes na lista básica que
compõe o Anexo XX deste Decreto, correspondendo a:
l- Para o Ensino Básico – R$ xx,xx [valor por extenso], por aluno;
ll- Para o Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano – R$ xx,xx [valor por
extenso], por aluno;
Anexos
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 20 11/4/15 2:36 PM
21
lll- Para o Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano - R$ xx,xx [valor por
extenso], por aluno;
§1º As listas de material constantes no Anexo XX deste Decreto poderão
ser revistas e alteradas anualmente por meio de Resolução da Secretaria
Municipal de Educação sempre que necessário para atendimento ao
plano pedagógico.
§2º - Compete à Secretaria Municipal de Educação, em conformidade
com o calendário escolar, proceder ao levantamento do material
didático-escolar indispensável a ser distribuído aos alunos regularmente
matriculados nas unidades de ensino.
Art. 5° O material escolar poderá ser adquirido nos estabelecimentos
do comércio local que estejam em dia com suas obrigações tributárias
e que foram previamente credenciados pela Secretaria de Educação de
[município].
Art. 6° As empresas fornecedoras de material escolar serão credenciadas
de acordo com os critérios e procedimentos estabelecidos na Chamada
Pública (Anexo B) n° [xx /Ano], publicada no Diário Ofi cial de [município],
de [dia] de [mês] de [ano].
Art. 7º Na ocorrência de fraudes na utilização do Auxílio-Educação
pelos pais ou responsáveis legais dos benefi ciários ou ainda pelos
estabelecimentos credenciados, aplicar-se-ão sanções administrativas,
inclusive com responsabilização cível e criminal dos envolvidos.
§1º Considera-se fraude a utilização do Auxílio-Educação para outros
fi ns que não são objeto deste Decreto.
Art. 8º Para fi ns de recebimento dos valores que lhes serão devidos,
os estabelecimentos comerciais credenciados apresentarão, além da
respectiva nota ou cupom fi scal, termo de recebimento do material
fi rmado pelo pai ou responsável do aluno, em que constem, além da
relação minuciosa do material, os dados do aluno benefi ciado e de seu
responsável.
Art. 9º As despesas decorrentes da execução deste Decreto Lei correrão
por conta de dotações próprias da Secretária Municipal de Educação,
neste exercício, já constantes do orçamento de [Ano], suplementadas se
necessário.
Art. 10 Este Decreto Municipal entra em vigor na data de sua publicação.
Anexos
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 21 11/4/15 2:36 PM
22
EDITAL DE CHAMADA PÚBLICA PARA CREDENCIAMENTO DE EMPRESAS DO COMÉRCIO
LOCAL PARA FORNECIMENTO DE MATERIAL ESCOLAR POR MEIO DO PROGRAMA
AUXÍLIO-EDUCAÇÃONº XXX/20XX
(cidade / Estado)
A PREFEITURA MUNICIPAL DE [cidade], [Estado], por intermédio da
Secretaria Municipal de Educação ou similar, com serviços administrativos
à [endereço], no uso de suas prerrogativas legais, torna público o Edital
de Chamada Pública nº xx/xxxx visando o credenciamento de empresas
do comércio local para fornecimento de material escolar por meio do
Programa Auxílio-Educação, nos termos e condições deste Edital e seus
anexos, em conformidade com a Complementar nº 123/2006, [mencionar
demais legislações pertinentes, inclusive as municipais].
As empresas interessadas em participar deste credenciamento deverão
entregar a documentação exigida pelo Edital no período de xx/xx/20xx
a xx/xx/20xx, no horário de XX:XX às XX:XX horas, na [local e endereço].
O Edital completo pode ser adquirido tanto no endereço eletrônico da
Prefeitura Municipal de [cidade] [www.cidade.mg.gov.br], quanto junto à
Secretaria Municipal de Educação, localizada [endereço], a qual estará
habilitada a prestar os esclarecimentos necessários.
[nome do(a) secretário(a)]
Secretário(a) Municipal de Educação
[nome do prefeito(a)]
Prefeitura Municipal de [cidade]
AnexosB. Modelo de chamada pública
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 22 11/4/15 2:36 PM
23
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 23 11/4/15 2:36 PM
24
T8-011/15 Manual_auxilio_educacao_OK.indd 24 11/4/15 2:36 PM