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Page 1: SUMÁRIO: Introdução; Conceito; Desenvolvimento:  Século XVII; e Século XX. Conclusão. LABORATÓRIO CIENTÍFICO PARA MARTE UTILIZE O “RATINHO”

SUMÁRIO:

Introdução;Conceito;Desenvolvimento: Século XVII; e Século XX.

Conclusão.LABORATÓRIO CIENTÍFICO PARA MARTE

UTILIZE O “RATINHO”

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De forma análoga e paralela ao desenvolvimento do pensamento científico, o método científico foi sofrendo transformações.

Para tudo que se faça, é preciso um roteiro, uma estrutura lógica, uma maneira de se fazer tal coisa. A isto denominamos método.

Método é termo abrangente. Significa qualquer procedimento explícito e passível de ser repetido, para alcançarmos determinado objetivo. É modo de proceder, ou maneira de agir, ou caminho escolhido, para se atingir determinado fim.

Já , quando lhe é dado o atributo de científico, sua amplitude restringe-se ao objetivo da produção do conhecimento que, acumulado e sistematizado, constitui a Ciência.

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MÉTODO CIENTÍFICO é um conjunto de regras básicas, para desenvolver uma investigação científica. É o arcabouço teórico dessa investigação, a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes.

O conhecimento Científico é o resultado do trabalho dos cientistas, materializado nas publicações científicas que, para fazerem parte desse conhecimento, precisam ser apresentadas e divulgadas em forma padronizada.

É o MÉTODO CIENTÍFICO, também, responsável pelo estabelecimento dessa padronização.

Para muitos autores, o MÉTODO CIENTÍFICO nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.

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O processo de formulação, aceitação e testes de uma teoria em geral parece bem estabelecido para o cientista. Mas, para os filósofos da ciência, esta é uma questão tão aberta quanto qualquer outro assunto filosófico.

Provocado pelo desenvolvimento da filosofia da ciência, ocorreu o desenvolvimento da metodologia científica.

Início do Século XVII GALILEU GALILEI (1564-1642), físico, matemático e astrônomo italiano propõe o método indutivo-experimental: a partir da observação de casos particulares, chegar-se a uma lei geral (indução) com base na experimentação.

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Seu método constituía-se das seguintes etapas: observação (dos fenômenos); análise preliminar (dos elementos constitutivos dos fenômenos); estabelecimento de relações quantitativas (entre os elementos constitutivos);indução de hipóteses (com base na análise preliminar); verificação das hipóteses (por meio de procedimentos experimentais; generalização (do resultado para situações similares); confirmação (da generalização do resultado); e enunciação (da lei geral).FRANCIS BACON (1561-1626), filósofo inglês, especifica

o "método das coincidências constantes" em seu trabalho Novum Organum. Nesse método Bacon destaca a essencialidade da observação e da experimentação.

Na base do método proposto por Bacon, está a constatação de

que um fenômeno depende, para sua ocorrência, de uma causa necessária e suficiente, em cuja ausência o fenômeno não ocorrerá.

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Bacon propõe, para a operacionalização do "método das coincidências constantes" , os passos seguintes:

realização de experimentos sobre o problema, para que se possa observar e registrar, de forma sistemática, as informações coletadas;

após a análise dos resultados experimentais, devem ser formuladas as hipóteses, que sugiram explicações sobre as relações causais entre os fatos;

repetição dos experimentos em outros locais e por outros cientistas, com a finalidade de acumular novos dados, que servirão para a formulação de hipóteses;

teste das hipóteses com nova repetição experimental; e

formulação de leis gerais para o fenômeno estudado, fundamentadas nas evidências experimentais obtidas, com posterior generalização destas leis, para os fenômenos similares ao que foi estudado.

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RENÉ DESCARTES (1596-1650), filósofo, físico e matemático francês propõe o ”método cartesiano”, que se afasta em essência dos anteriores.

O método cartesiano consiste no Ceticismo Metodológico - duvida-se de cada idéia que possa ser duvidada. A certeza somente poderá ser alcançada pela razão.

È a metafísica, que vai prescrever ao cientista o que ele deve buscar, qual o problema e, para tanto, é necessário utilizar o método dedutivo, do geral para o particular.

Nesta sequência experimental é possível:aumentar a intensidade daquilo que se presume ser a causa do fenômeno, para verificar se a resposta se dá de maneira correspondente;variar a experiência aplicando a mesma causa a diferentes objetos;variar a experiência aplicando um fator contrário à suposta causa, com a finalidade de verificar se o efeito contrário acontece.  No "método das coincidências constantes", o grau de confirmação das hipóteses depende da quantidade de evidências favoráveis.

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As quatro regras clássicas de seu método são:

EVIDÊNCIA: não aceitar jamais como verdadeira uma coisa, que não se reconheça evidentemente como verdadeira, abolindo a precipitação, o preconceito e os juízos subjetivos;

ANÁLISE: dividir as dificuldades para resolvê-las, quanto for possível e necessário;

SÍNTESE: conduzir ordenadamente o pensamento em uma sequência natural de complexidade crescente, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, até culminar com os objetos mais complexos; e

ENUMERAÇÃO: ter certeza de nada haver omitido, por meio de discriminações e enumerações as mais completas, bem como de revisões as mais gerais.

A análise pode ser entendida como o procedimento que permite decompor o todo em suas partes constituintes, indo do mais geral para o particular, ou do complexo para o simples. Já com a síntese é feita a reconstituição do todo, indo do simples para o complexo.

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KARL POPPER (1902-1994), filósofo da ciência, austríaco naturalizado inglês, propõe o “método de tentativas e eliminação de erros”, ou “método hipotético-dedutivo” , que procura uma solução, através de tentativas (conjecturas, hipóteses, teorias) e eliminação de erros. É admitido, pela maioria, como logicamente válido. Tem o grande mérito de simplificar muitos aspectos do método científico.

O método hipotético-dedutivo propõe a conclusão de consequências a partir das hipóteses. A seguir, com o teste dessas consequências, é dada ênfase para o falseamento das hipóteses, para a descoberta de erros, com vistas à progressiva tentativa de aproximação da verdade.

POPPER propõe 3 (três) etapas para o método hipotético-dedutivo:

PROBLEMA - formulação de uma ou mais hipóteses a partir das teorias existentes;

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SOLUÇÃO - dedução de consequências na forma de proposições;

TESTES DE FALSEAMENTO - tentativas de refutação ou aceitação das hipóteses.

Portanto, o método hipotético dedutivo consiste na construção de conjecturas (hipóteses) que devem ser submetidas : aos mais diversos testes possíveis; à crítica intersubjetiva; ao controle mútuo pela discussão crítica; à publicidade, sujeitando o assunto a novas críticas; e ao confronto com os fatos, para verificar quais são as hipóteses, que persistem como válidas, resistindo as tentativas de falseamento, sem o que seriam refutadas.

É um método de tentativas e eliminação de erros, que não leva à certeza, pois não é alcançado o conhecimento absolutamente certo e demonstrável.

O método proposto por POPPER, consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio:

“o problema surge quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes, para a explicação de um fenômeno.

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Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências, que deverão ser testadas para serem falseadas”.

Falsear significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura, a todo custo, confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la.

IMRE LAKATOS filósofo, físico e matemático húngaro (1922-1974), muito influenciado pelas idéias de Popper, propôs o “método dos programas de pesquisa científica”. A história da ciência deve ser vista como a história dos programas de pesquisa e não das teorias isoladas.

O “método dos programas de pesquisa científica” é uma estrutura na qual se destacam: núcleo rígido (ou firme); cinturão protetor; heurística negativa; e heurística positiva.

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O núcleo rígido (firme) de um programa de pesquisa científica é aquilo que o identifica e o caracteriza essencialmente. É teoria ou conjunção de hipóteses, contra a qual não é aplicada a "retransmissão da falsidade”. O núcleo firme ( rígido) é convencionalmente aceito e, portanto, irrefutável por decisão provisória.

O núcleo rígido da astronomia de Copérnico consistia da hipótese assumida: “a Terra gira sobre si mesma em um dia e em torno do Sol em um ano, e de que os demais planetas também orbitam o Sol”. O "cinturão protetor" é constituído por hipóteses e teorias auxiliares -“ sobre cuja base se estabelece as condições iniciais" (LAKATOS, 1989; p.230) - e também pelos métodos observacionais. Ele protege o "núcleo rígido", sendo constantemente modificado, expandido, complicado.

Por exemplo, quando foi observado pelos newtonianos, que a órbita prevista para Urano era discordante com as observações astronômicas, não consideraram que a Mecânica Newtoniana estivesse refutada. Adams e Leverrier, por volta de 1845, atribuíram tal discordância à existência de um planeta ainda não conhecido - o planeta Netuno - e, portanto, não considerado no cálculo da órbita de Urano.

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Essa hipótese permitiu, também, calcular a trajetória de Netuno, orientando os astrônomos para a realização de novas observações que, finalmente, confirmaram a existência do novo planeta. Dentro deste método proposto por LAKATOS, poderíamos facilmente argumentar que, se nas pesquisas, os cientistas reforçassem o "cinturão protetor" com hipóteses e teorias auxiliares, só com a intenção de proteger o "núcleo rígido", a priori, nenhuma teoria poderia ser refutada. LAKATOS responde a esta conclusão concordando com o argumento, mas observa que, para a ciência, o acúmulo desse tipo de hipóteses e teorias (“ad hoc”) é desconfortável. Isso é um dos motivos, que leva a comunidade científica a abandonar determinada teoria em detrimento de outra. A “heurística negativa” constitui-se praticamente da decisão metodológica de o "núcleo rígido" de um programa de pesquisa ser "decretado" não-refutável e da regra decorrente: “Possíveis discrepâncias com os resultados empíricos são eliminadas pela modificação das hipóteses do cinturão protetor”.

A “heurística negativa” do programa, tem a função de limitar, metodologicamente, a incerteza, quanto a parte da teoria atingida pelas "falseações".

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O que LAKATOS afirma é que a "heurística negativa" do programa proíbe que, frente a qualquer caso problemático, "refutação" ou anomalia, seja declarado falso o "núcleo firme"; a falsidade incidirá sobre alguma ou mais hipóteses auxiliares do "cinturão protetor".

A “heurística positiva” dos “programas de pesquisa científica” é mais vaga e difícil de caracterizar que a “heurística negativa”.

Quando os cientistas se deparam com algum fato incompatível com as previsões teóricas –alguma "refutação" ou anomalia - a "heurística positiva" orienta, parcialmente, as modificações que devem ser feitas no "cinturão protetor".

Como os programas de pesquisa têm, desde o início, um "oceano de anomalias", a "heurística positiva" impede que os cientistas se confundam, indicando caminhos que poderão, lentamente, explicá-las e transformá-las em corroborações.

A "heurística positiva" consiste num conjunto parcialmente articulado de sugestões: sobre como mudar e desenvolver as variantes refutáveis do programa de Pesquisa; e sobre como modificar e sofisticar o cinto protetor refutável, para garantir a irrefutabilidade do núcleo rígido .

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O pensamento filosófico sobre a ciência provoca, ou arrasta o desenvolvimento da metodologia científica. Assim, durante a Idade Média, suas trevas feudais não permitiram o pensar e, consequentemente, ciência e método científico não se fizeram notar.

Já, no século XVII, sob as esperanças do Renascimento: ruptura com as estruturas medievais; reconhecimento e revalorização das referências culturais da antiguidade. Sob a perspectiva das luzes do Iluminismo, caracterizado: pelo racionalismo, pelo repúdio a qualquer religião, pelas posições anticlericais, pelo exame crítico às tradições, pela fé numa ordem racional do Universo e pela certeza de que o aperfeiçoamento teria que ser realizado pelo próprio homem, novo pensar sobre a ciência e as consequentes propostas para nova metodologia científica.

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No século XX, principalmente, sob as influências da revitalização do método dialético com outras estruturas, pelos filósofos alemães Hegel e Marx, surgiram novas propostas para a metodologia científica.

A dialética, dentro do pensamento desses filósofos alemães, deixou de ser arte de argumentar na concepção dos filósofos gregos da antiguidade, Sócrates e Zênon de Eléa, criadores dessa metodologia, para passar a ser modo de pensarmos as contradições da realidade e de compreendermos a realidade, como essencialmente contraditória e em permanente transformação.

Podemos observar, dentro desse movimento do pensar, que o Método Científico mudou da concepção de observar e experimentar, a fim de formular hipóteses, para formular hipóteses, observar e experimentar para torná-las aceitas.FONTES:TRABALHOS: “Méodo Científico” - Paulo C. Razuk; eA Metodologia Dos Programas De Pesquisa: a Epistemologia De Imre Lakatos -Fernando Lang da Silveira.

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SITES:cp.utfpr.edu.br; feb.unesp.br; euconsigo.net; edsongil.wordpress.com; nutes2.nutes.ufrj.b; webartigos.com; e wikipedia.org.

IMAGENS DOS SITES: adrianarossi.com; aratrice.it;folha.uol.com; ime.unicamp.com.br;karl_popper.com; e zegeraldo.wordpress.com.

MÚSICA: Pour Elise – Ludwig Van Beethoven


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