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Page 1: SOM QUE ECOA: O MOVIMENTO TROPICÁLIA E A MÚSICA

ISSN: 2316-3992

Comunicação & Mercado/UNIGRAN - Dourados - MS, vol. 01, n. 02 – edição especial, p. 208-219, nov 2012

SOM QUE ECOA: O MOVIMENTO TROPICÁLIA E A MÚSICA “ALEGRIA, ALEGRIA”¹.

Palavras-chave: Tropicália ; Caetano Veloso; Música; meios de comunicação;

Resumo

Propõe-se uma análise acerca do tropicalismo e de sua propagação, enfatizando o papel de Caetano Veloso

enquanto um dos principais líderes da tropicália. Para tanto, faremos uma caracterização do movimento e do

contexto histórico no qual se inseri a Tropicália. Neste contexto, pretende-se perceber as propostas de inovação

que o movimento Tropicália buscou instaurar na música popular brasileira e sua vinculação através dos meios

de comunicação.

Jéssica Alves Tropaldi²

¹Trabalho apresentado no 1º Encontro Centro-Oeste de História da Mídia – Alcar CO 2012, 31/10 e 01/11 2012, Uni-gram/ Dourados/ MS. .

²Estudante de Graduação 7º semestre do Curso de História da UFGD, bolsista PIBID, email: [email protected]

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O MOVIMENTO TROPICÁLIA

As manifestações artísticas constantemente estão à procura de novas perspectivas, buscando romper com

conceitos ultrapassados na tentativa de formular uma expressividade coerente com seu tempo. Todavia, a maior

parcela dos indivíduos não estão preparados para linguagens transformadoras, por isso rejeitam o que lhes es-

pantam, o novo e dessemelhante. Foi o que ocorreu com o movimento Tropicália.

Conforme TOFFANO (2009), a tropicália foi um movimento artístico-cultural ocorrido no Brasil e tem

seus episódios instituidores centrados em 1967, ainda que o movimento tenha tomado proporções somente em

1968, a partir de um manifesto despretensioso de Nelson Motta no jornal Última Hora do Rio de Janeiro, inti-

tulado “Cruzada Tropicalista”. O movimento brotou sob influência de diversas correntes artísticas , dentre elas,

se destacam, a vanguarda, a cultura pop nacional e a estrangeira. A tropicália atinge diferentes áreas artísticas,

podendo ser considerada uma síntese do radicalismo cultural que tomou conta da sociedade, sobretudo de sua

juventude.

Segundo Correa (2009), o movimento executou uma espécie de análise crítica da cultura brasileira na

esfera lingüística, do conhecimento e do consumo, provocando, como se aguardava, reações de aversão. Por

meio desta revisão, esse grupo autenticou sua ação, pois instituiu incompatibilidade com outro movimento ou

ideologia avaliada como influente, fazendo releituras de suas problemáticas e apontando suas incoerências.

Devido, as características contidas no diagnóstico a cima, “a singularidade do tropicalismo se revela na situação

em que apareceu, quando comparada com a ideologia de protesto” (FAVARETTO,1996, p.127)

A Tropicália trás consigo uma nova perspectiva que contrapõe as inclinações da música brasileira do

período, Conforme enfatiza ZEMANOVÁ:

A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da qualidade musical no país estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos cujas idéias foram orientadas à esquerda. Contra essas tendências, os tropicalistas procuraram universalizar à linguagem da música popular brasileira incluindo elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodélica, a guitarra elétrica. As idéias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas também da própria cultura nacional. (ZEMANOVÁ, 2009, p.10)

O movimento embasava-se na estética e almejava que as manifestações artísticas mudassem. No âmbito

da musical, restauraram as letras das músicas e incorporaram novas alusões do seu tempo. Os Tropicalistas4

quebraram paradigmas no país, quando misturaram rock mais bossa nova, samba e bolero, logo, que na visão

tradicionalista da temporalidade tais combinações eram impensáveis.

Além da música o movimento abarcou uma diversidade de manifestações artísticas, entre elas, estão: o

teatro, a literatura, as artes plásticas, a poesia e o cinema. No seio destas manifestações tropicalistas são percep-

tíveis fins políticos e sociais, principalmente comportamentais, que encontraram eco em boa parte da população

que vivia sob o regime militar.

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Conforme Napolitano (2001), a tropicália pode ser vista como contestação a uma conjuntura das pro-

postas de engajamento cultural, abalizada na cultura “nacional-popular” e que cada vez mais era submergida

pela indústria cultural e isolada do contato direto com as massas, após o golpe militar de 1964, os gêneros

artísticos tinham como ponto de referência apenas a elite e as produções artísticas buscavam atender, sobretudo,

este público alvo. Sendo assim, as massas estavam vivendo a margem no que se alude à representação cultural,

o movimento tropicalista vem buscar contestar estes padrões. Os tropicalistas inversamente aos artistas nacio-

nalistas de esquerda acreditavam que “entender a cultura de massa tinha tanta importância quanto entender as

massas revolucionárias” (ZELANOVÁ, 2009, 12).

Contrariamente a proposta da esquerda nacionalista, que atuava no sentido da superação histórica do

nosso obsoletismo, os “males de origem”, sendo o subdesenvolvimento e o conservadorismo, conforme Napoli-

tano (2001) o tropicalismo surgiu assumindo as características do país, suas relíquias.

Essa nova postura dos artistas por um lado se afastava da crença da superação histórica do arcaísmo (não só estéticos, mas, sobretudo, socioeconômicos) base da cultura de es-querda [...] o artista, neste princípio, seria um antropófago e ao deglutir elementos estéticos, diferentes entre si aumentaria sua força criativa (NAPOLITANO, 2001, p.65).

Ainda de acordo com o mesmo autor, o estilo adotado pelos tropicalistas causou estranheza por parte do pú-

blico, pois o tropicalismo justapõe elementos múltiplos e fragmentados da cultura brasileira, o movimento retoma

o princípio de antropofagia do poeta Osvaldo de Andrade.

O conceito “devorar” de Osvaldo de Andrade esteve presente no movimento tropicália e foi essencial para

rediscutir a produção cultural e se torna um procedimento seguido pelos próprios tropicalistas para a conquista

da finalidade de ser mais que apenas um movimento musical, como afirma Veloso (1997).

A idéia do canibalismo cultural servia-nos aos tropicalistas como uma luva. Estávamos “comendo” os Beatles e Jimmy Hendrix. Nossas argumentações contra a atitude defensiva dos nacionalistas encontravam aqui uma formulação sucinta e exaustiva. Claro que passa-mos a aplicá-la com largueza e intensidade, mas não sem cuidado, e eu procurei, a cada passo, repensar os termos em que a adotamos. Procurei também e procuro agora relê-la nos termos originais tendo em mente as obras em que ela foi concebida para defender, no con-texto em que tal poesia e tal poética surgiram. Nunca perdemos de vista, nem eu nem Gil, as diferenças entre as experiências modernistas dos anos 20 e nossos embates televisivos e foto mecânicos dos anos 60. (VELOSO, 1997, p.248)

De acordo com Caetano Veloso (1997), os tropicalistas retomaram as considerações de Osvaldo tendo em

vista promover uma reivindicação do cenário cultural brasileiro, buscando a introdução de elementos distintos de

outras matrizes culturais, das raízes mais antigas as mais atuais.

O movimento foi reprimido pelo governo militar com o decreto do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em dezembro

de 1968. Quando Caetano Veloso e Gilberto Gil são presos e, depois, exilam-se na Inglaterra. Porém, a cultura

brasileira estava marcada por esta nova proposta que persiste até os dias atuais.

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A TROPICÁLIA NA ESFERA MUSICAL

Conforme vimos anteriormente o tropicalismo se expressou nas diversas áreas artísticas, contudo, vamos

nos ater, apenas ao gênero musical e foi neste campo que o tropicalismo ganhou maior evidencia e notoriedade,

sobretudo após a apresentação da canção “Alegria, alegria” de Caetano Veloso e “Domingo no Parque” do can-

tor Gilberto Gil essas duas músicas são consideradas o marco do movimento, e foram apresentadas no festival

de 1967.

A música tropicalista tinha como especificidade a inovação estética5 e a experimentação. Os artistas uti-

lizavam algumas das obras literárias de Oswald de Andrade, o que proporcionou canções com status de poesia.

Entre os cantores que participaram do movimento estão, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Guilherme

Araujo, Torquato Neto, Tom Zé, entre outros.

Um dos mais importantes nomes do movimento tropicalista, Caetano Veloso nasceu no dia 07 de agosto

de 1942 na cidade de Santo Amaro da Purificação no estado da Bahia. Em 1965 o músico, cantor, compositor e

escritor inseriu-se profissionalmente no meio músical, com o trabalho ““Cavaleiro/Samba em Paz”, neste perío-

do, Caetano conheceu Gil, Gal e Tom Zé. No ano de 1967, Caetano Veloso lançou a música “Alegria, Alegria”

e passou a ser visto como um dos lideres do movimento Tropicalismo, conforme ZEMANOVÁ (2009).

Nos anos 60, o Brasil passava por uma grande ebulição cultural. A música era a manifestação artistíca

mais aceita, por isso os primeiros ídolos da televisão foram músicos e cantores. Nesse perído a TV Record criou

os Festivais de Música Popular Brasileira, um marco na história da música brasileira, devido a correlação que

estabeleceram, pelas argumentação que explodira, pelo espaço que ocuparam em meio à ditadura militar. Foi

nesse espaço que exclodiu o movimento tropicália, no festival de 1967 onde Caetano apresentou uma canção

que pretendia ser uma espécie de manifesto, uma resumo subjetivo das conversas e discussões sobre os novos

rumos estéticos da música popular brasileira. Conforme Veloso (1997), ao compor a música “Alegria, Alegria”

pretendia que a canção fosse fácil, mas que tivesse como característica uma nova atitude na qual se esperava

inaugurar. A música foi cantada no terceiro Festival de MPB da TV Record, e para o espanto de todos, juntamente

com Caetano estava um grupo argentino de rock tocando guitarras, é importante salientar que os instrumentos

elétricos não eram bem aceitos nos festivais, sendo vistos como uma manifestação de alienação ou de sentimento

antinacionalista. Mesmo diante dos impasses enfrentados, devido às inovações que “Alegria, alegria” trazia, a

música acabou conquistando popularidade.

A letra da canção era totalmente inovadora para a Música Popular Brasileira. Podemos realçar dois as-

pectos que estão contidos na letra de Caetano, que são fundamentais para compreendermos as tendências do

tropicalismo.

O primeiro aspecto destacado pela letra é a critica aos intelectuais de esquerda:

“por entre fotos e nomes

sem livros e sem fuzil

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sem fome, sem telefone

no coração do Brasil”

De acordo com ZEMANOVÁ (2009), Caetano crítica às grandes palavras dos intelectuais, que não se

tornaram reias.

O segundo aspecto é a presença dos meios de comunicação de massa:

“ela nem sabe, até pensei

em cantar na televisão”

Caetano busca enfatizar a efervescência cultural que estava incidindo no Brasil a partir dos meios de

comunicação de massa.

Apesar do nome da música ser “Alegria, Alegria”, muito de seus ouvinte denominou a de “Sem lenço,

sem documento”, logo abaixo, Caetano faz menção as possíveis causas deste fato ter ocorrido e explica qual o

significado de alguns do versos da música.

Não creio que isso se deva simplesmente ao fato de a expressão “alegria, alegria!” não constar da letra da música. É mais provável que a fenda de ironia que separa a canção de seu título tenha dissociado drasticamente uma do outro na mente do ouvinte comum. De todo modo, “sem lenço, sem documento” corresponde à idéia do jovem desgarrado que, mais do que a canção queria criticar, homenagear ou simplesmente apresentar, a platéia estava disposta a encontrar na canção. O verso que se segue à segunda aparição desse quase-título - “Nada no bolso ou nas mãos” - foi tirado diretamente da última página de As palavras de Sartre: numa brincadeira comigo mesmo, eu tinha enfiado uma linha do que para mim era o mais profundo dos livros numa canção de circunstância. A ambição que tinha me levado a compor tal canção, no entanto, era grandiosa e profunda. (VELOSO, 1997, p.114)

Sendo produzida em um período histórico em que o governo ditatorial adotava mecanismos para reforçar o

poder em suas mãos, onde as pessoas não tinham liberdade de escolha e de expressão, Caetano vem quebrar

paradigmas com a música “Alegria, alegria”, sugerindo a liberdade, o destemido nas entrelinhas da canção.

“Alegria, alegria” é carregada de ideologias e idéias que são contrarias as normas estabelecidas, pois

Caetano vem propor um caminho oposto, esta recomendação de aversão, não pauta-se apenas na conduta das

pessoas, mas também na forma de produção cultura. Já que, enquanto muitos artistas combatiam a influencia

da música estrangeira na Música Popular Brasileira, o tropicalismo apóia a evolução musical, adotando instru-

mentos elétricos.

Enfim, o movimento tropicalista foi um marco inovador na história da cultura popular brasileira, causador

de muito polêmica, para os defensores do purismo, para os intelectuais de esquerda, e para os militares que viam

o movimento como subversivo.

Além disso, é necessário enfatiza a importância dos meios de comunicação, sobretudo da TV. A televisão foi

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um dos principais meios de atuação do movimento tropicalista, neste sentido se destacam os festivais de música

popular da época, com as aparatosas apresentações, em arranjos eletrificados. Portanto, os meios de comu-

nicação teve o papel de veículo propagador destas novas manifestações artísticas que rompeu paradigmas e

modificou a configuração cultural no Brasil.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Verdade Tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

NAPOLITANO, Marcos. Cultura brasileira: utopia e massificação. São Paulo: Contexto, 2001.

TOFFANO, Maria Jacira. Caetano Veloso e a tropicália: a releitura da antropofagia. Textos do Brasil: São

Paulo, 2009.

ZEMANOVÁ, Lenka. A vida e a obra de Caetano Veloso na época do tropicalismo. São Paulo: Contemporâ-

neos, 2009.

GUEDES, Andrioli Wallace. Brasil Canibal: Antropofagia no Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade.

2011. 144 f. Dissertação (Mestrado em História) Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal

Fluminense, Niterói. 2011. Disponível em: http://www.historia.uff.br/stricto/td/1529.pdf

CONTIER, Arnaldo Daraya, et al. O movimento tropicalista e a revolução estética. Cad. de Pós-Graduação

em Educ:São Paulo, 2003. Disponível em: HTTP//WWW.mackenzie.br/fileadmin

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