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ESCOLA SECUNDÁRIA 3EB DR. JORGE AUGUSTO CORREIA, TAVIRA _____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ Disciplina: Filosofia Disponibilizado para a Biblioteca para publicação e divulgação.

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O filme “ As Serviçais” retrata o racismo e a discriminação sentida na década de

60. Nele é visível a separação entre a classe alta constituída, essencialmente, por

“Brancos” e a classe baixa, “Os Negros”, destinada a servir a classe alta.

A história gira à volta de uma jovem escritora caucasiana, Skeeter, e de duas

serviçais, Aibileen Clark e Minny Jackson, numa altura em que o movimento dos

Direitos Civis atua nos Estados Unidos da América, nos anos 60.

Skeeter é uma jornalista que decide escrever um livro, realçando o racismo que

as serviçais “jovens negras” enfrentavam diariamente.

Estas, além de empregadas domésticas, desempenhavam a função de amas de

crianças da classe alta.

O principal objetivo das mães dessas crianças era a vida social, preocupadas

com o luxo e a sua imagem. Assim sendo, pouco tempo tinham para educar os filhos,

deixando-os ao cuidado das serviçais. Estas eram quem os orientavam no seu dia-a-dia,

quem lhes dava amor, afeto e proteção. Porém, embora não acompanhassem o

crescimento dos filhos, incutiam-lhes ideias claras de discriminação e separação entre

pessoas de cor clara e pessoas de cor escura, como não usarem as mesmas casas-de-

banho que as pessoas de cor ou não se sentarem à mesa com elas, tal como é referido

no filme, “Sabes bem que as casas dos brancos devem ter uma casa de banho para as

empregadas de cor”.

Skeeter, não querendo fazer parte e aceitar os costumes desumanos da

sociedade em que vivia, convenceu Aibileen, a empregada de uma sua amiga, a

colaborar consigo, falando de como se sentia e de toda a discriminação que lhe era

feita por causa da cor da sua pele.

Após uma tarefa complicada em convencer as outras serviçais, Skeeter

conseguiu diversas histórias e publicou o seu livro sobre o racismo, cujo nome é “The

Help”.

O filme teve lugar numa cidade chamada Jackson que se situa no Mississípi, um

dos estados sulistas, dos E.U.A.

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Um aspeto importante, presente no filme, foi o facto de os livros não poderem

ser trocados entre negros e brancos, evidenciando a separação entre a classe alta e a

classe baixa.

A coragem é também posta à prova nesta história porque sem ela, Skeeter, a

escritora do livro, nunca teria tido coragem de publicá-lo e de se aventurar pelas

histórias e sentimentos daquelas serviçais.

Sem a coragem, estas empregadas nunca teriam falado tão abertamente sobre

os seus pensamentos e, muito menos, correr o risco de perderem tudo ou até mesmo

a própria vida, tal como podemos assistir numa das passagens do filme, “Todos os

dias, até morreres, quando acordares de manhã, vais ter de tomar decisões.” E “ A

coragem, por vezes, salta uma geração.”

Este filme mostra que devemos respeitar toda a gente, até mesmo os nossos

inimigos e, assim, obteremos a vitória, uma lição de moral também presente numa das

suas passagens, “Se tu conseguires amar o teu inimigo, tu já tens a vitória.”

Na parte final do filme podemos assistir a um pequeno relato de uma serviçal,

contextualizando todos os aspetos, atrás referidos, e enaltecendo valores como o

respeito, a verdade, a coragem, o amor, a compreensão, a tolerância e a liberdade -

“Em dez minutos, a vida que conheci desapareceu. Deus diz para amarmos os nossos

inimigos. É difícil. Mas podemos começar por dizer a verdade. Nunca ninguém me

perguntou se eu gostava de ser quem era. Uma vez, disse a verdade. Senti-me livre. E

comecei a pensar em todas as pessoas que conhecia. E nas coisas que vi e fiz. O meu

filho Treelore sempre disse que um dia teríamos um escritor na família. Acho que

vou ser eu”.

Sendo o racismo um modo de pensar, em que se dá grande importância à

noção da existência de raças humanas distintas, em que umas são consideradas

superiores às outras, somente por características genéticas, considero-o uma

perspetiva aberrante e prejudicial porque dele nascem muitos conflitos entre culturas.

Na realidade, acabamos todos por ser humanos e ter sentimentos, quer

tenhamos uma cor, um tamanho, uma cultura, uma religião…ou outra qualquer

natureza ou opção diferente.

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Na minha opinião, considero que este filme transmite uma importante

mensagem sobre o racismo.

Indicia ainda que ninguém deve ser rejeitado ou mesmo diminuído, através de

ações, atitudes ou palavras, visto que afinal somos todos iguais, ou seja, “todos

diferentes, mas todos iguais”.

Considerando a Ética, a reflexão teórica sobre as razões de considerarmos

válidos os costumes e as normas das diferentes morais e a Moral, o conjunto de

normas que, dentro de cada comunidade específica, regulam o quotidiano dos

indivíduos, podemos contextualizá-las, frequentemente, no filme, no qual os brancos,

com a sua superioridade, subestimavam os negros, quer em relação ao certo ou ao

errado, ideias ou preconceitos pré-definidos ao longo de gerações, quer pelas

diferentes características, costumes, línguas, crenças ou religião de cada qual. Porém,

não concordo com essa desigualdade que, infelizmente, ainda perdura nos nossos dias.

Embora estejamos em pleno século XXI, o racismo e a discriminação ainda

fazem parte do nosso quotidiano, porquanto continuam a existir pessoas que têm

dificuldade em aceitar a diferença. E… é aqui que reside este grande problema da

sociedade, em geral. Enquanto não houver uma mudança de mentalidade, a

humanidade continuará a ter dificuldade em saber viver com as diferenças e fazer a

diferença, ou seja, respeitar os outros.

É urgente, em vez de se criticar ou tentar mudar a essência dos outros, usarmos

a capacidade de pensar e refletir acerca destes temas, para que possamos ter uma

sociedade mais justa, mais tolerante e, consequentemente, um mundo com igualdade

de direitos e deveres. Desta forma, a diferença será uma mais-valia para todos.

Rita Lourenço, n.º 26 – 10º A1

Trabalho orientado pela professora de Filosofia, Maria Alberta Fitas

Maio de 2014


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