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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E DA NATUREZA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MODELOS DE DECISÃO E SAÚDE-DOUTORADO
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA
CRÔNICA (SICADC): UMA FERRAMENTA DE APOIO À DECISÃO
Yana Balduíno de Araújo
João Pessoa
2017
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YANA BALDUINO DE ARAUJO
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA
CRÔNICA (SICADC): UMA FERRAMENTA DE APOIO À DECISÃO
Tese apresentada à Coordenação do Programa de Pós-
Graduação em Modelos de Decisão e Saúde-Nível
Doutorado- do Centro de Centro de Ciências Exatas e
da Natureza da Universidade Federal da Paraíba
como requisito para obtenção do título de doutora.
Linha de pesquisa: Modelos em saúde
Orientadores: Prof. Dr. Sérgio Ribeiro dos Santos
Prof. Dr. João Agnaldo do Nascimento
João Pessoa
2017
A663s Araujo, Yana Balduino de. Sistema de informação de crianças e adolescentes com doença crônica (SICADC): uma ferramenta de apoio à decisão / Yana Balduino de Araujo.- João Pessoa, 2017. 185 f. : il.- Orientador: Profº. Drº. Sérgio Ribeiro dos Santos. Coorientador: Profº. Drº. João Agnaldo do Nascimento. Tese (Doutorado) – UFPB/CCEN 1. Saúde – Modelos de Decisão. 2. Tomada de Decisão. 3. Sistema de Informação. 4. Estudos de Validação . 5. Doença Crô nica – Criança. 6. Doença Crônica – Adolescente. I. Título.
UFPB/BC CDU – 614(043)
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YANA BALDUINO DE ARAUJO
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA
CRÔNICA (SICADC): UMA FERRAMENTA DE APOIO À DECISÃO
João Pessoa, 15 de fevereiro de 2017.
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________
Prof. Dr. Sérgio Ribeiro dos Santos
Orientador – UFPB
____________________________________
Prof. Dr. João Agnaldo do Nascimento
Orientador – UFPB
___________________________________
Prof. Dr. Hemílio Fernandes Campos Coêlho
Examinador Interno – UFPB
___________________________________
Profa. Dra. Neusa Collet
Examinador Externo – UFPB
___________________________________
Profa. Dra. Erika Acioli Gomes Pimenta
Examinador Externo – UFPB
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"O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; é um escudo
para todos os que nele confiam". Salmo 18:30.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pela sua misericórdia e graça salvífica em minha vida, por colocar em meu coração
sonhos, ideias e inspirações e dar as condições e meios para que eu pudesse realizá-los. Toda
honra, glória e louvor à Ti, meu Pai celestial! Sou grata a Ele, por ter me capacitado, me dado
sabedoria e colocado em minha vida todas as pessoas as quais presto os meus sinceros
agradecimentos. Não sou merecedora!
Ao meu amado esposo, Samuel pelo amor, zelo, aliança, compreensão, carinho, tolerância e
paciência nesses 9 anos de caminhada juntos. Obrigada por sempre me abrir os olhos e mostrar
novas possibilidades, por acreditar e estimular o meu melhor! Por ter ouvido tantas e tantas
vezes as minhas angústias e inquietações durante esse curso.
Ao nosso filho, João Pedro, que apesar da sua idade, sempre tentou entender as minhas
privações e dedicação para finalização desse estudo. Para ele, essa tese não tinha fim! Agora,
posso falar: Mainha acabou, João!
Aos meu amados Pais, Joãozinho e Tôzinha, aos quais devo obediência e honra! Painho e
Mainha, fui obediente! Vocês me ensinaram que eu devia vencer pelos estudos! Essa conquista
jamais será individual! Obrigada por toda educação, amor, apoio, correções e preocupação! Se
o sonho de vocês era ter uma filha doutora, com a graça do meu bom Deus, esse sonho foi
realizado! Aos meus irmãos, Giovane e Yanez, meu abraço carinhoso, minha gratidão por
terem aberto mão da oportunidade de estudar, para que eu pudesse entrar na Universidade!
À minha amada sogra, Lucinete Ribeiro, sogro Luís Carlos cunhada Sara Ribeiro, pelo amor,
orações e apoio à mim dispensados!
Ao meu primo João Apolinário (Moreno), sua amada esposa Adriana Ribeiro (Adri) e filha,
Isabela Ribeiro (minha Beloca), pelo amor, carinho, presença e torcida por mim nesse
doutorado!
Aos meus estimados orientadores, Sérgio Ribeiro dos Santos e João Agnaldo do Nascimento
por me receberem como filha e abraçarem a minha ideia, tornando-a nossa ideia. Por toda
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confiança em mim depositada, pelo apoio dado, pelo ouvido acolhedor, pelas valiosas
orientações e condução desse estudo, meu muito obrigada!
Às professoras Neusa Collet e Kenya de Lima Silva por me acompanharem desde a graduação
e serem referências para mim! Obrigada por me proporcionar tantos anos de aprendizado,
crescimento e amadurecimento.
Aos estimados professores Hemílio Coêlho e Erica Acioli, pela empatia, disponibilidade,
competência e alegria em contribuir com esse estudo.
Aos juízes especialistas, aos responsáveis pela autorização deste estudo nos serviços
hospitalares de João Pessoa-PB, aos cuidadores, crianças e adolescentes, e profissionais da
saúde, o meu muito obrigada!
Aos membros do nosso grupo de pesquisa, Érika Leite, Evyllâne Matias, Nívea Trindade,
Camilla Melo, Raquel Sá, Thalita Nóbrega, Laura Christiane e Danilo Rangel por todo
apoio, dedicação, responsabilidade e compromisso durante a construção desse estudo.
À Thaíse Alves, Dhyanine Moraes e Mayra Nascimento, pelo apoio no início desse trabalho!
As minhas amadas amigas irmãs, Maria Denise Celião, Larissa Virgínia Lins, e Klayne
Moura pela torcida incondicional pelo meu êxito!
Aos meus irmãos e irmãs em Cristo, pela oração e consolo nos momentos de choro e de
alegria.
A Kerle Dayana e Layza Deininger que compreenderam meus desabafos durante esses três
últimos anos. Aos meus alunos que torceram e torcem por mim!
Aos professores e funcionários do Programa de Pós Graduação em Modelos de Decisão e
Saúde por todas as contribuições na minha formação docente.
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Aos meus colegas de curso, Luana, Francilene Jane, Gutemberg, Gilmara, Rafaela, Thaíse,
Ane Poline, Clarisse, Laísa, Telmo, Nuno, Jairo, Tamires, muito obrigada pela companhia
e troca de experiências!
À Amira Medeiros, Luciana Moura e Danyele Farias pela escuta acolhedora, pelo carinho e
amizade consolidada, nesses quatro anos de estudo. Obrigada, meninas do meu coração!
Amira, obrigada também pelas sugestões, ideias, e por ter me ensinado muitas coisas na análise
estatística!
A minha amiga Leidyanny Medeiros por estar disponível e ajudar no desbravamento do
WEKA! Minha gratidão, Leidy! E a Karelline, (Karel) por ajudar na formatação final das
referências e tabelas!
A Marconi Duarte por ter captado tão rapidamente a ideia do sistema e por nos surpreender
com a sua criatividade, profissionalismo e ética!
A todos, que de alguma forma, participaram desta realização.
Ao CNPq e a CAPES pelo apoio financeiro.
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Consagração
Ao Rei dos reis consagro tudo o que sou
E de gratos louvores transborda o meu coração
A minha vida eu entrego nas tuas mãos, meu Senhor
Pra te exaltar com todo meu amor
Eu te louvarei conforme a tua justiça
E cantarei louvores, pois tu és altíssimo
Celebrarei a ti, ó Deus, com meu viver
Cantarei e contarei as tuas obras
Pois por tuas mãos foram criados
Terra, céu e mar e todo ser que neles há
Toda a terra celebra a ti
Com cânticos de júbilo
Pois tu és o Deus criador
A honra, a glória, a força
E o poder ao Rei Jesus
E o louvor ao rei Jesus
Aline Barros
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RESUMO
A doença crônica na infância e adolescência pode ser causada por fatores biológicos,
psicológicos ou cognitivos afetando a criança e sua família. Tendo em vista a inexistência de
um instrumento para consolidar dados dessa clientela, nem uma base de dados que armazene
tais informações e possa disponibilizá-las para profissionais da saúde e gestores por meio de
um software que auxilie na tomada de decisão, o presente estudo tem como objetivo:
desenvolver um sistema de informação para crianças e adolescentes com doença crônica que
subsidie a tomada de decisão de gestores e profissionais de saúde. Trata-se de um estudo
metodológico do tipo aplicado, desenvolvido em seis fases: a primeira foi a elaboração do
instrumento de coleta de dados, a partir da revisão de literatura; segunda, a validação do
conteúdo; terceira, a aplicação do instrumento nos campos de pesquisa; a quarta, a análise
descritiva e construção do modelo de decisão; a quinta, a elaboração do banco de dados; e,
sexta, o desenvolvimento de um protótipo de software denominado Sistema de Informação de
Crianças e Adolescentes com Doença Crônica (SICADC). Para a validação do instrumento
proposto, recorreu-se a participação de juízes (especialistas), no desenvolvimento do banco de
dados e do protótipo de software, contou-se com um programador e um designer de software.
Os campos de estudo foram o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), o Complexo
Pediátrico Arlinda Marques (CPAM) e o Hospital Municipal do Valentina (HMV), todos no
município de João Pessoa-PB. Na fase de coleta dos dados, o estudo apresentou um
delineamento transversal. O período de coleta dos dados foi de agosto de 2015 à julho de 2016.
A população participante do estudo foram cuidadores de crianças e adolescentes com
diagnóstico de doença crônica. A amostra do estudo foi do tipo não probabilística e a fonte dos
dados foi primária. O método utilizado para análise dos dados foi a abordagem
quantiqualitativa. A qualitativa para análise da percepção dos especialistas na validação do
instrumento. E, a quantitativa, foi utilizada para atestar a confiabilidade do instrumento de
cadastro com o alfa de Cronbach; para verificar a aceitação entre os juízes sobre as variáveis
do instrumento utilizou-se o percentual de concordância; para descrever o perfil do público
estudado, a estatística descritiva, para verificar a associação entre as variáveis do instrumento
com a variável desfecho fez-se uso do teste qui-quadrado; e, para construir um modelo de apoio
a decisão utilizou-se a árvore de decisão. Para testar o protótipo de software foram inseridos
dados dos cadastros da amostra. Os resultados apontaram que o instrumento é importante para
temática, embora possua limitações. O desenvolvimento do software proporcionou a opção de
facilitar e agilizar a coleta de dados. E, por fim, considerou-se que o SICADC é um sistema de
caráter inovador e será capaz de proporcionar uma visão amplificada quanto aos principais
aspectos que envolvem a criança e o adolescente acometidos por doenças crônicas, dando
visibilidade e auxiliando na tomada de decisão para o seu cuidado.
Palavras-chave: Estudos de Validação; Criança; Adolescente; Doença Crônica; Sistema de
Informação, Tomada de decisão.
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ABSTRACT
Chronic illness in childhood and adolescence can be caused by biological, psychological or
cognitive factors affecting the child and his or her family. In view of the lack of an instrument
to consolidate data of this clientele, and a database that stores such information and can make
it available to health professionals and managers through software that assists in decision
making, the present study has with the objective: to develop an information system for children
and adolescents with chronic disease that subsidizes the decision making of managers and
health professionals. This is a methodological study of the applied type, developed in six
phases: the first was the elaboration of the Instrument of data collection, from the literature
review; Second, content validation; Third, the application of the instrument in the fields of
research; The fourth, the descriptive analysis and construction of the decision model; The fifth,
the elaboration of the database; And, sixth, the development of a software prototype called the
Information System for Children and Adolescents with Chronic Disease (SICADC). For the
validation of the proposed instrument, we used the participation of judges (specialists), the
development of the database and the software prototype, we counted on a programmer and a
software designerThe fields of study were the University Hospital Lauro Wanderley (HULW),
the Arlinda Marques Pediatric Complex (CPAM) and the Valentina Municipal Hospital
(HMV), all in the municipality of João Pessoa-PB. In the data collection phase, the study
presented a cross-sectional design. The data collection period was from August 2015 to July
2016. The study participants were caregivers of children and adolescents diagnosed with
chronic disease. The study sample was non-probabilistic and the data source was primary. The
method used for data analysis was the quantitative and qualitative approach. Qualitative
approach for the analysis of the experts' perception in the validation of the instrument. The
quantitative, was used to attest the reliability of the registration instrument with Cronbach's
alpha. To verify the acceptance among the judges about the variables of the instrument was
used the percentage of agrement. To describe the profile of the public studied, descriptive
statistics, to verify the association between the variables of the instrument and the outcome
variable, the chi-square test was used. To construct a model of decision support was used the
decision tree.To test the software prototype, data were inserted from the sample registers. The
results indicated that the instrument is important for thematic, although it has limitations.
Software development provided the option of facilitating and expediting the collection of data.
Finally, it was considered that SICADC is a system of innovative character and will be able to
provide an amplified vision on the main aspects that involve the child and the adolescent
affected by chronic diseases, giving visibility and helping in the decision making for your care.
Key words: Validation Studies; Child; Adolescent; Chronic disease; Information System,
Decision Making.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Esquema explicativo da estratégia de busca e seleção dos estudos
da revisão integrativa........................................................................
33
Figura 2- Definição do objetivo do instrumento............................................... 46
Figura 3- Estrutura de uma árvore de decisão................................................... 53
Figura 4- Print da tela do Weka com o algoritmo utilizado e resultado do
desempenho do modelo....................................................................
96
Figura 5- Árvore de decisão para identificação das variáveis preditoras da
frequência de internação hospitalar em crianças e adolescentes com
doença crônica..................................................................................
97
Figura 6- Fluxo de construção do banco de dados e telas do SICADC............ 103
Figura 7- Tela inicial do SICADC.................................................................... 104
Figura 8- Tela da categoria 1- dados de identificação da criança/adolescente
e cuidador principal..........................................................................
105
Figura 9- Tela da categoria 2- dados sociais e sanitários.................................. 106
Figura 10- Tela da categoria 3-dados da doença e tratamento............................ 106
Figura 11- Tela da categoria 4- dados da rede de serviço................................... 107
Figura 12- Tela da categoria 5- dados da dinâmica familiar............................... 107
Figura 13- Tela de relatórios.............................................................................. 108
Figura 14- Tela de geração de relatórios............................................................. 108
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Distribuição dos estudos quanto ao título, autores, periódico e
País.........................................................................................................
34
Quadro 2-
-
Descrição dos aspectos comuns, categorias e variáveis do instrumento
na primeira versão..................................................................................
68
Quadro 3- Regras de decisão elaboradas a partir da árvore de decisão: a variável
é a condição necessária (SE) e a decisão (ENTÃO) é o resultado obtido
na variável de decisão.................................................................
98
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Perfil dos especialistas participantes da validação............................ 70
Tabela 2- Categoria 1- dados de identificação da criança ou adolescente........ 71
Tabela 3- Subcategoria 1- dados do cuidador principal................................... 72
Tabela 4- Categoria 2 -dados sociais e sanitários.............................................. 73
Tabela 5- Categoria 3-dados da doença e tratamento........................................ 74
Tabela 6- Categoria 4- dados da rede de serviços............................................. 78
Tabela 7- Categoria 5-dados da dinâmica familiar............................................ 79
Tabela 8- Descrição do perfil demográfico das crianças e adolescentes
cadastrados........................................................................................
84
Tabela 9- Descrição do perfil do cuidador........................................................ 86
Tabela 10- Descrição das condições de moradia das famílias............................ 87
Tabela 11- Descrição da doença e tratamento das crianças e adolescentes
cadastrados........................................................................................
89
Tabela 12- Descrição da composição da rede de serviços................................... 92
Tabela 13- Descrição da dinâmica familiar......................................................... 93
Tabela 14- Matriz de classificação da árvore de decisão.................................... 95
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LISTA DE SIGLAS
ACS Agente Comunitário de Saúde
APAE Associação de Pais e Amigos dos Execpcionais
BAPQ The Bath Adolescent Pain Questionnaire
CASP Child and Adolescent Scale of Participation
CDS Coleta de Dados Simplificada
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CNPq Conselho Nacional de Pesquisa –
CNS Conselho Nacional de Saúde
CPAM Complexo Pediátrico Arlinda Marques
CSS3 Cascading Style Sheets versão 3-
DCGM-37- DISABKIDS Chronic Generic Module-37
DCNT Doenças Crônicas não Transmissíveis
DeCS Descritores em Ciências da Saúde
EQ-5D EuroQol 5 Dimensions
e-SUS SUS Eletrônico
FUNAD Fundação de Apoio ao Deficiente
GI Ganho de Informação
HMV Hospital Municipal do Valentina
HOSPUB Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar
HRQoL Health Related Quality of Life
HTML5 HyperText Markup Language versão 5
HULW Hospital Universitário Lauro Wanderley
IBD-FRQ Inflammatory Bowel Disease Family Responsibility Questionnaire
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MACC Modelo de Atenção à Saúde de Pessoas com Condições Crônicas
MeSH Medical Subject Headings
MFS Multidimensional Fatigue Scale
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
PEC Prontuário Eletrônico do Cidadão
PedsQL- Pediatric Quality of Life Inventory
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PHP Hypertext Preprocessor
PNIIS Política Nacional de Informação e Informática em Saúde
PubMed Public MEDLINE
RAS Redes de Atenção à Saúde
SciELO Scientific Electronic Library Online
SGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica
SIA-H Sistema de Informação Ambulatorial e Hospitalar
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SISPRENATAL Sistema de Monitoramento e Avaliação do Pré-Natal, Parto, Puerpério e
Criança
SIsRH Sistemas de informação de Registro Hospitalar de Câncer
SICADC Sistema de Informação de Crianças e Adolescentes com Doença Crônica
SISVAN Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
WEKA Waikato Environment for Knowledge Analysis
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 17
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 26
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 26
1.3 ARGUMENTO DA TESE ................................................................................................. 26
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 27
2.1 DOENÇAS CRÔNICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O REGISTRO DAS
INFORMAÇÕES EM SAÚDE ................................................................................................ 27
2.2 VALIDATED INSTRUMENTS FOR CHILDREN AND ADOLESCENTS WITH
CHRONIC DISEASE: AN INTEGRATIVE REVIEW (ARAÚJO et al., 2016) .................... 31
2.3 BASE EMPÍRICA PARA A DELIMITAÇÃO DO OBJETIVO DO INSTRUMENTO:
APONTAMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DAS CATEGORIAS E VARIÁVEIS ........ 40
2.4. MODELOS DE DECISÃO EM SAÚDE .......................................................................... 47
2.4.1 Alfa de Cronbach ........................................................................................................... 48
2.4.2 Qui quadrado ................................................................................................................. 50
2.4.3 Árvore de decisão .......................................................................................................... 52
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO .......................................................................... 56
3.1 FASES DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO .......................................................... 58
3.2 ASPECTOS ÉTICOS ......................................................................................................... 67
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 68
4.1 CONSTRUÇÃO, VALIDAÇÃO E DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO ........................ 68
4.2 MODELO PREDITOR DE FREQUÊNCIA DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CRÔNICA BASEADO EM ARVORE DE
DECISÃO ................................................................................................................................. 94
4.3 PROTÓTIPO DE SOFTWARE ......................................................................................... 102
5 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 110
5.1 CONSTRUÇÃO, VALIDAÇÃO E DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO ...................... 110
5.2 MODELO PREDITOR DE FREQUÊNCIA DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CRÔNICA BASEADO EM ÁRVORE DE
DECISÃO ............................................................................................................................... 124
5.3 DESENVOLVIMENTO DO BANCO DE DADOS E SOFTWARE ............................... 128
5.4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO .......................................................................................... 132
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 133
16
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 135
APÊNDICES ......................................................................................................................... 148
APÊNDICE A- Instrumento- roteiro utilizado para coleta dos dados da revisão integrativa148
APÊNDICE B-Instrumento para cadastro e acompanhamento de crianças e adolescentes com
doença crônica- Versão inicial ............................................................................................... 149
APÊNDICE C- Primeira versão submetida aos juízes especialistas ..................................... 156
APÊNDICE D- Última versão submetida aos juízes especialistas ....................................... 163
APÊNDICE E-Ultima versão do istrumento para cadastro e acompanhamento de crianças e
adolescentes com doença crônica- Versão utilizada na coleta dos dados .............................. 170
APÊNDICE F- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-Cuidador............................. 177
APÊNDICE G- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-Juízes ................................. 178
ANEXOS ............................................................................................................................... 179
ANEXO 1-Certidão de Aprovação pelo Comitê de Ética ...................................................... 179
ANEXO 2-Autorização para realização da pesquisa no Hospital Universitário Lauro
Wanderley ............................................................................................................................... 182
ANEXO 3- Autorização para realização da pesquisa no Hospital Municipal do Valentina .. 183
ANEXO 4- Autorização para realização da pesquisa no Complexo Pediátrico Arlinda Marques
................................................................................................................................................ 184
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APRESENTAÇÃO
Estudos na temática da doença crônica na criança/adolescente e os impactos desta na
família, tem sido meu objeto de estudo, dedicação e produção acadêmica há exatamente 10 anos
na Universidade Federal da Paraíba. Após iniciar as atividades ligadas à pesquisa por meio do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Pesquisa (PIBIC) em meados de 2007, dei
continuidade aos estudos da carreira acadêmica e, à medida que amadurecia e melhorava meu
entendimento diante de uma temática tão complexa, investia tempo em leituras, anotações e,
graças a Deus, novas ideias iam surgindo.
Após o término da graduação em Enfermagem na Universidade Federal da Paraíba, foi
a experiência do trabalho na atenção básica influenciado pela reflexão das pesquisas já
realizadas que me direcionou ao tema de dissertação de mestrado, e, novamente o trabalho, em
outro campo, a gestão dos sistemas de informação em saúde no SUS deu-me aporte para
construir uma proposta para o doutorado.
A ideia de construir um sistema de informação para um público praticamente invisível
foi interpretada como loucura para uns, para outro algo inovador. No entanto, para mim, era
uma possibilidade palpável, real, possível e desafiadora, da qual não consegui parar de pensar
durante os cincos últimos anos. Sempre acreditei que todas, ou pelo menos parte, das
dificuldades enfrentadas pelas famílias poderiam ter maior visibilidade após a construção de
um sistema que trouxesse essa realidade às claras.
Agradeço muito a Deus por ter colocado os meus orientadores no caminho e tempo
certo! Eles abraçaram, acreditaram e apoiaram a ideia, mas nos faltava algo fundamental, o
apoio financeiro. No segundo ano do curso, conseguimos enviar a proposta para o edital de
financiamento do CNPq e para nossa alegria, e meu choro, o projeto foi financiado! Não
obstante, foi confiado a mim, a liderança de um pequeno grupo de pesquisa na área da tese, no
qual envolvi alunos da graduação de enfermagem, fisioterapia e medicina. Com este,
conseguimos avançar as etapas desse estudo que não acaba com esta defesa, pelo contrário,
estamos empolgados e empenhados a atingir os alvos prometidos ao CNPq até 2018.
Os desafios foram e serão muitos, mas reconheço o quanto avançamos por meio da
ciência e inovação tecnológica para contribuir com a mudança da realidade vivida por essas
famílias. Limitações, tenho muitas, mas, sigo avançando com o propósito de devolver à
sociedade o que foi investido para a minha formação nesses pouco mais de 12 anos de estudo
nesta Instituição.
Assim, na construção do objeto de estudo, desta tese, situei a doença crônica como um
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problema de saúde pública, que traz implicações para a criança e toda sua família, que por sua
vez também necessita de cuidados e atenção em saúde e apresentei a minha proposta de
construir um instrumento, um banco de dados e um software. Para subsidiar a criação de um
instrumento novo, busquei possibilidades já existentes e realizei uma revisão integrativa. Ainda
assim, como se tratava de algo novo, precisei utilizar um pouco da minha experiência de
trabalho com os sistemas de informação e construí uma base empírica que abrangesse o foco
do instrumento em questão. Trouxe um pouco da literatura sobre os modelos de decisão e
apontei os que foram utilizados no estudo.
Na construção do percurso metodológico, expus e fundamentei as etapas de
desenvolvimento do estudo para que os objetivos fossem atendidos. Nos resultados, descrevi
os frutos de cada etapa anterior e teci comentários próprios a partir dos meus achados. Na
discussão, intermediei o diálogo entre a literatura pertinente (quando possível) e os meus
resultados, sempre apontando para o subsídio na tomada de decisão. Por fim, nas considerações
finais, reforcei o cumprimento dos objetivos propostos e reconheci as limitações do estudo.
19
1 INTRODUÇÃO
A doença crônica (DC) em crianças e adolescentes pode ser descrita como uma doença
de longa duração e que necessita de hospitalizações frequentes, com seguimento rigoroso de
um plano terapêutico, podendo ocasionar mudanças físicas, biológicas e psicossociais. Muitas
dessas doenças são incuráveis e acompanham o indivíduo até o fim da sua vida
(NASCIMENTO, 2005; TORPY; WRITER, 2010, VIEIRA; LIMA, 2002).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as seguintes doenças como
crônicas: diabetes, diversos tipos de câncer, distúrbios respiratórios, cardiovasculares,
neuropsiquiátricos e dos órgãos da percepção, doenças orais, digestivas, genitais e urinárias,
anomalias congênitas e doenças da pele. Considerando essa definição, este órgão desenvolveu
um modelo de atenção à saúde de pessoas com condições crônicas (MACC) (OMS, 2003). Em
2005, esta organização referiu que as condições crônicas constituem problemas de saúde que
requerem gerenciamento contínuo por um longo período de anos ou décadas, como ações de
enfrentamento e a continuidade do cuidado (OMS, 2005).
Estudo desenvolvido por Moreira, Gomes e Sá (2014), tentou descrever mais
especificamente, o que seria a doença crônica na infância, a partir da revisão de outros estudos
brasileiros e internacionais. Para as autoras, essa doença é permanente na criança por mais de
três meses ou ocorreu um episódio clínico três vezes ou mais no último ano e provavelmente
vai reincidir; a duração e as limitações funcionais impostas, a necessidade de adaptações;
comprometimento das dimensões de sociabilidade específicas da infância, as quais pode se
definir, além dos recortes clínicos, por dias de ausência na escola, limitações de atividades
cotidianas e da vida diária da criança, marcos do desenvolvimento; necessita de apoio para as
funções humanas de interação, comunicação, expressão e de suporte tecnológico à vida;
caracterizada pela vulnerabilidade que pode associar alterações nas condições físicas,
emocionais, de desenvolvimento e comportamentais e que necessitem de cuidados de serviços
de saúde, além dos usuais e de domiciliares primários. É possível a presença de relações de
associação entre fatores genéticos/familiares e fatores pré e pós-neonatais. Certamente essa
definição é mais completa por contemplar diferentes dimensões da vida de um indivíduo, nesse
caso, a criança com a doença.
Cabe destacar, para maior esclarecimento, o conceito de condição crônica. Considera-
se que as condições crônicas são mais amplas e envolvem outras situações no campo da saúde,
inclusive as doenças crônicas.
20
Basicamente, as doenças são divididas entre doenças transmissíveis e doenças crônicas
não transmissíveis. Essa forma de divisão é largamente utilizada na epidemiologia. Portanto,
não é tão favorável no momento de relacioná-las com os sistemas de atenção à saúde, visto que,
certas doenças transmissíveis, as quais apresentam longa durabilidade (HIV/AIDS,
Tuberculose, Hanseníase), são classificadas como doenças crônicas. Além disso, exclui outras
condições fisiopatológicas que não são doenças, mas que são crônicas. Com isso, surgiu uma
nova categorização, desenvolvida por teóricos ligados ao modelo de atenção crônica e
reconhecida pela OMS: as condições agudas e as condições crônicas.
As condições crônicas acarretam diversos sintomas e tendem a diminuir a qualidade de
vida do indivíduo, visto que seu período de duração é longo, superior a três meses, e em alguns
casos apresentam-se de forma definitiva e permanente gerando um ciclo vicioso de sintomas,
causando uma tensão muscular que leva a dor, ao estresse e a ansiedade, causando problemas
emocionais, que leva à fadiga e realimenta a condição crônica. Dessa forma, as condições
crônicas englobam as doenças não transmissíveis, as transmissíveis persistentes, os distúrbios
mentais a longo prazo e as deficiências físicas/estruturais contínuas.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), após avaliar o cumprimento dos
objetivos do milênio nos países envolvidos, reforçou que é preciso definir novas metas para
reduzir a ocorrência de agravos não transmissíveis, ou seja, doenças crônicas, que acarretam
muitas mortes, e destacou a prioridade para as doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas,
câncer, diabetes e a doença mental (OPAS, 2013).
Mais concretamente, constata-se, atualmente, que a tecnologia disponível, o
conhecimento científico já produzido sobre os diversos tipos de doenças e o desenvolvimento
de ações integradas de prevenção e diagnóstico precoce em cada país, conduzida pelos
governos, constituem-se em meios para se alcançar a redução do número de mortes precoces
em decorrência das doenças crônicas (SILVA; COTTA; ROSA, 2013) e aumentar as chances
de recuperação (OLIVEIRA et al., 2014).
Nesse mesmo contexto, Feris et al. (2012) dizem que os avanços médicos nos últimos
25 anos levaram às melhores taxas de sobrevivência entre os indivíduos acometidos por doenças
crônicas. Wise (2007) relata que a rapidez no diagnóstico e tratamento contribuem para o
aumento dos índices de cura e sobrevida de crianças anteriormente destinadas a morrer
precocemente. Kim et al. (2014) complementam que apesar da sobrevida, muitas crianças
vivenciam experiências dolorosas devido aos vários sinais e sintomas que a doença impõe, os
quais influenciam diretamente na qualidade de vida.
21
É interessante observar que, apesar da doença crônica na infância e adolescência ser
causada por fatores biológicos, psicológicos ou cognitivos, geralmente possui variação de
meses a anos e acarreta modificações no crescimento e desenvolvimento normal destes, da
mesma forma, nas suas relações sociais, e a família também sofre diversas modificações
(WILLIAMS; WILLIAMS; WILLIAMS, 2014). Um estudo realizado por Knalf et al. (2013)
mostrou que diante destas modificações, a família pode apresentar diversos padrões de
organização, e que conhecer estas formas de adaptação pode facilitar a compreensão sobre o
funcionamento familiar no contexto da doença crônica na infância.
Nessa perspectiva, a criança com doença crônica vivencia internações prolongadas, esse
evento é complexo e marcante, e quanto maior a sua frequência e duração, maiores custos para
o sistema de saúde, e implicações para ela e sua família. Após estabilização do quadro clínico,
ela recebe alta e a família zelará por seu bem-estar em domicílio. Mas, para que esse cuidado
seja desenvolvido com autonomia e qualidade, os serviços de saúde e a família necessitam estar
instrumentalizados, fortalecidos e aptos para atender tais demandas (ARAÚJO, 2012). Dessa
forma, a família precisa ser apoiada e deve ser alvo de intervenções focadas no preparo para o
autocuidado, principalmente, quando a criança atinge a adolescência (PORTER et al., 2013).
Estudo realizado por Araújo (2012a) buscou compreender a rede de apoio social às
famílias de crianças com doenças crônicas e reforçou a necessidade de sanar problemas na
comunicação entre a equipe de saúde e os demais serviços onde a criança já foi atendida. Além
disso, aponta o imperativo de disponibilizar acesso à informação pregressa sobre a criança, uma
vez que a informação influencia no processo de tomada de decisão para o cuidado e a ausência
desta, poderá dificultar ou impossibilitar a continuidade do cuidado nos demais serviços,
comprometendo, assim, sua qualidade.
É importante destacar que as doenças crônicas exigem do sistema de saúde um elevado
grau de complexidade, ações proativas, contínuas e integradas (MENDES, 2010), além do
carácter multidisciplinar (MENDES, 2010; MARGOLIS; PATERSON; SEID, 2013) e para tal,
é necessário, entre outras ações, reorganizar os serviços de saúde em rede e utilizar ferramentas
que favoreçam o processo no sentido de garantir a integralidade no cuidado às pessoas que se
encontram nessa condição.
Com a publicação do Decreto nº 7.508/2011, que dispõe sobre a organização do Sistema
Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a articulação entre estados e municípios e dá
outras providências, foi estabelecida a organização dos serviços de saúde em Redes de Atenção
à Saúde (RAS), as quais consistem em um conjunto de ações e serviços articulados dos níveis
22
mais básicos aos mais complexos, com fins de garantir a maior efetividade ao SUS (BRASIL,
2011).
De forma que, os serviços de saúde atendam essas famílias e estabeleçam um fluxo de
rede referenciado, dialógico e permanente de informações com todos os serviços disponíveis
no município e, na ausência desses, recomenda-se buscar interlocução com serviços de
municípios vizinhos, para fazer parte da rede de cuidados e de proteção (BRASIL, 2010), com
o objetivo de organizar e articular os recursos nos diferentes serviços e níveis de atenção para
garantir o acesso, o cuidado e a proteção.
Logo, a continuidade do cuidado à criança com doença crônica precisa ser garantida em
todos os níveis de atenção de forma integral, ou seja, atendendo à demanda desta e da sua
família por meio da oferta de um conjunto de ações articuladas, de modo a garantir o
atendimento de forma ampliada e integrada. No entanto, para efetivar a integralidade do
cuidado a um público tão específico, é indispensável à existência de ferramentas articuladas,
como instrumentos de registro e sistemas de informação, que auxiliem a tomada de decisão dos
profissionais da saúde nesse processo de cuidado articulado, bem como a comunicação efetiva
entre profissionais e serviços da rede.
Destaca-se ainda que, não se tem conhecimento da existência de um instrumento
específico que contemplem os dados sociais e de saúde referentes às crianças e adolescentes
com doença crônica. Apesar disso, o número destes usuários que procuram assistência em
saúde, nos serviços de referência para diagnóstico e tratamento dessas patologias no SUS como
nos demais serviços especializados têm aumentado (NÓBREGA, COLLET, 2008;
CAVALCANTI; SILVA, 2011), e tais usuários demandam de cuidados diferenciados e
permanentes em toda rede de saúde.
Sabe-se que a informação é o elemento chave para o processo de tomada de decisão, e
um requisito fundamental para a gestão e qualificação da atenção em saúde (BARRA; SASSO,
2011), e o registro sistematizado dessas informações são importantes para acompanhar a
evolução das doenças e identificar suas possíveis causas (PATRÍCIO, 2011). Entretanto, o
volume de informações produzidas cresce de forma acelerada tornando o registro manual cada
vez mais ineficiente por não garantir o armazenamento e o gerenciamento dessas informações,
assim, os sistemas de informação e o registro eletrônico surgem nessa lacuna e se destacam
diante da problemática por possibilitar um acesso rápido e seguro às informações pregressas
dos pacientes.
A Política Nacional de Informação e Informática em Saúde- PNIIS (BRASIL, 2004), já
possuía como diretriz o estabelecimento de registro eletrônico de saúde que permita recuperar,
23
por meios eletrônicos, as informações de saúde do indivíduo em seus diversos contatos com o
sistema de saúde, com o objetivo de melhorar a qualidade dos processos de trabalho em saúde,
incluindo a disponibilidade local de informações para a atenção à saúde. Mas, apesar da
existência da política, pouco se avançou nesse sentido. Esta mesma política, refere que se deve
estimular a produção de software em saúde e aproveitar as iniciativas locais do SUS, incluindo
as instituições de ensino e pesquisa. No entanto, não se tem registros de pesquisas que objetivem
o desenvolvimento de software na área de doenças crônicas na infância e adolescência na
perspectiva de implantação nos serviços da rede.
No Brasil, o foco das políticas públicas para doenças crônicas é direcionado para
pessoas em idade adulta e idosa, como é o caso da Portaria nº 252, de fevereiro de 2013, que
institui a Rede de Atenção à Saúde de Pessoas com Doenças Crônicas, segundo o documento,
a rede é constituída pela atenção básica, centro de comunicação da rede, coordenadora e
ordenadora do cuidado; atenção especializada composta pelos serviços ambulatoriais,
hospitalares e de urgência e emergência, estes por sua vez, possuem densidades tecnológicas
diferentes e devem apoiar e complementar o cuidado da atenção básica; sistemas de apoio
diagnóstico e terapêutico e de assistência farmacêutica; sistema logístico, composto por
tecnologias da informação para alimentar a rede e subsidiar a tomada de decisão na resolução
de problemas; regulação, ser responsável pela gestão para qualificar demanda e oferta,
otimizando-a, garantir acesso às ações e serviços, auxiliar e monitorar os pactos em saúde; e,
por fim, a governança que compreende a gestão compartilhada entre os municípios e/ou estados
que compõem essa rede (BRASIL, 2013a). Apesar de importante, na Portaria não há
direcionamento para o cuidado a criança e adolescente, e é claramente focada no público adulto.
Ainda assim, esta é umas das fontes mais próximas para orientar a composição da rede desse
tipo de público.
Outra publicação do mesmo órgão, a Política de Atenção Integral às Pessoas com
Doenças Raras (BRASIL, 2014) contemplou o cuidado em rede para as condições crônicas
raras ligadas a fatores genéticos e não genéticos (infeciosas, inflamatórias e autoimunes),
mostrando um avanço nas discussões sobre a temática, no entanto as doenças crônicas mais
comuns ainda não são contempladas. Este fato pode estar relacionado à inexistência de sistemas
de informação e/ou bancos de dados que consolidem o quantitativo real da população brasileira
que vive nessas condições bem como, quais as doenças mais frequentes, e, talvez por esse
motivo o problema tenha pouca visibilidade.
Publicada recentemente a Política Nacional da Atenção Integral à Saúde da Criança
(PNAISC, 2015) abordou brevemente em um dos seus sete eixos estratégicos as ações de
24
prevenção de doenças crônicas e de cuidado dos casos diagnosticados, com o fomento da
atenção e internação domiciliar, esse apontamento e direcionamento demostra um avanço,
embora tímido e ainda inconsistente, na temática das doenças crônicas.
Estas ferramentas, incluem-se no contexto do termo tecnologia da informação, o qual
consiste em um conjunto de recursos tecnológicos que permitem administrar ou armazenar
informações. Dessa maneira, um sistema de informação é um conjunto de pessoas, hardware,
software, redes de comunicação e recursos de dados que coleta, processa, armazena, analisa e
dissemina informações com um objetivo específico (VIVIAN; ROCHA, 2015). A partir desta
definição, fez-se uma analogia com os conceitos de: ‘coleta’, ‘processa e armazena’,
‘dissemina’ e ‘analisa’, com as ferramentas descritas neste estudo, de forma que para a produção
das informações faz-se necessário criar um instrumento de coleta, para o processamento e
armazenamento, o banco de dados, para a disseminação destas, um protótipo de software, e para
o uso no processo de cuidado e a tomada de decisão, a análise do profissional da saúde.
Assim, um sistema padronizado de registro de informações de crianças com doença
crônica poderá funcionar como dispositivo disparador no processo decisório dos serviços de
saúde que atendem essa clientela, uma vez que, a informação é fundamental também para os
gestores e pesquisadores da área (ARAÚJO, 2012b), bem como para facilitar o seguimento das
crianças e adolescentes ao longo da rede, em diferentes cenários do cuidado.
Portanto, a partir da contextualização exposta, surge o seguinte argumento de
investigação de tese: É possível subsidiar a tomada de decisão no contexto das doenças crônicas
na criança e adolescente, a partir do desenvolvimento de um sistema de informação?
Nessa perspectiva, tem-se um problema a ser superado: Como desenvolver um sistema
de informação que auxilie a tomada de decisão de gestores, pesquisadores ou profissionais de
saúde no contexto da doença crônica enfrentada pela criança e adolescente?
Este estudo justifica-se pela necessidade de desenvolver um instrumento, banco de
dados e um sistema de informação que aliados à modelos de decisão e medidas estatísticas
possibilitem aos gestores, profissionais da saúde, e pesquisadores: o conhecimento do perfil
social, econômico e demográfico desse público; a troca de informações nos diferentes níveis de
atenção; fortalecer a longitudinalidade, continuidade e integralidade do cuidado na rede de
atenção; e, consequentemente, subsidie o planejamento de ações de promoção à saúde e
reabilitação desses agravos.
Nessa perspectiva, essa proposta é relevante por ter um caráter inovador e tecnológico,
com vistas a possibilitar a produção de conhecimento sobre a real demanda e o perfil de crianças
e adolescentes com doença crônica que necessitam de cuidados em saúde, assim como, o
25
desenvolvimento de ferramentas tecnológicas (instrumento, banco de dados, protótipo de
software) que possam dar visibilidade ao problema tanto em nível local como regional e, assim,
contribuir para a criação ou a ampliação de políticas de saúde específicas para este público.
As pesquisas nacionais na temática da doença crônica na infância e adolescência em sua
maioria possuem um caráter qualitativo e subjetivo e tratam, principalmente, dos aspectos
relacionados às implicações da doença para a vida desses sujeitos, formas de enfrentamento,
hospitalização, divulgação de novas terapêuticas, dificuldades de convívio social e outras
implicações para o processo de trabalho dos profissionais envolvidos com o cuidado nos mais
variados serviços de saúde. Estes estudos trazem resultados impactantes para o cuidado em
saúde e apontam para a necessidade da criação de políticas públicas.
No entanto, em virtude da escassez de estudos de base populacional, epidemiológicos e
dados quantitativos concretos que expressem esse perfil, o problema tem tido pouca
visibilidade. Por fim, espera-se contribuir, a partir dos resultados do estudo, para o
fortalecimento das discussões locais, regionais e nacionais sobre maiores investimentos em
saúde e em pesquisas e colaborar de forma direta para efetivar na prática a integralidade do
cuidado em saúde para essa clientela.
26
1.2 OBJETIVO GERAL
Desenvolver um sistema de informação para crianças e adolescentes com doença crônica que
subsidie a tomada de decisão de gestores e profissionais de saúde.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Elaborar, a partir da literatura, um instrumento de coleta de dados para o cadastro de crianças
e adolescentes com doença crônica.
b) Submeter à validação o conteúdo do instrumento de coleta de dados junto a especialistas em
saúde da criança e adolescente.
c) Apresentar a análise descritiva das variáveis que compõem o instrumento de cadastro das
crianças e adolescentes com doenças crônicas.
d) Aplicar um modelo de decisão respaldado numa árvore de decisão.
e) Apontar as características do desenvolvimento de um banco de dados e de um protótipo de
software para uso nos serviços de saúde que atendem a crianças e adolescentes com doenças
crônicas.
1.3 ARGUMENTO DA TESE
Este estudo defende o argumento de que o uso do instrumento de cadastro, banco de
dados e do sistema de informação aliados à modelo de decisão e medidas estatísticas
proporcionam aos gestores, profissionais da saúde e pesquisadores, o conhecimento do perfil
social, econômico e demográfico, da situação de saúde, rede de serviços utilizada e a dinâmica
familiar das crianças e adolescentes com doença crônica, bem como podem contribuir para o
cuidado na rede de atenção a este público.
27
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 DOENÇAS CRÔNICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O REGISTRO DAS
INFORMAÇÕES EM SAÚDE
A mudança no perfil epidemiológico infanto-juvenil vem ocorrendo a partir da década
de 1960, em vários países, incluindo o Brasil. Estas se associam às modificações demográficas
e nutricionais, as quais se caracterizam pela urbanização crescente, diminuição do número de
filhos por casal, aumento da expectativa de vida, e, outras questões ligadas ao estilo de vida
(alimentação, prática regular de atividades físicas, por exemplo). Assim, houve um declínio das
doenças infecciosas e parasitárias, aumento das mortes por causas externas (acidentes e
violência) e predomínio das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Esse panorama
representa um desafio para os sistemas de saúde e para as políticas públicas como um todo
(SCHMITD et al., 2011; BRASIL, 2007).
O perfil de adoecimento em crianças e adolescentes tem acompanhado essas mudanças
e tem se modificado ao longo dos tempos. Peterson et al. (2013) confirma que os problemas
crônicos têm aumentado, principalmente asma e obesidade (CLEAVE et al., 2010). Outros
autores referem que 20% das crianças dos Estados Unidos são afetadas por pelo menos uma
doença crônica (KITSANTAS et al., 2013). Apesar de existirem dados no Brasil sobre
ocorrência/morte ligadas à doença crônica, registros qualificados sobre crianças e adolescentes
com essa condição são raros ou inexistentes.
Em 2007, cerca de 72% das mortes no Brasil foram atribuídas às DCNT (doenças
cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, diabetes, câncer e outras, inclusive doenças
renais), 10% estavam relacionadas às doenças infecciosas e parasitárias e 5% aos distúrbios de
saúde materno-infantis, desse percentual, o Norte e o Nordeste são as regiões com maior
número de mortes por DCNT (BRASIL, 2007).
Dados do Ministério da Saúde apontam que, na Paraíba, a cada 100 mil óbitos, 478 são
de pessoas com de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e doenças
cardiovasculares (BRASIL, 2007). Esses dados respaldam a imprescindível atenção que a
população acometida por doenças crônicas carece, contudo não especifica quantas dessas
mortes ocorreram em crianças e adolescentes, e se a doença crônica que causou a morte
acompanhava estes indivíduos desde a sua infância.
Dois estudos realizados na Paraíba (NÓBREGA, COLLET, 2008; CAVALCANTI;
SILVA, 2011) traçaram o perfil das crianças com doenças crônicas internadas em um hospital
28
público federal de referência para o tratamento e diagnóstico desse tipo de doença nos anos de
2006 a 2007 e de 2009 a 2010. Na primeira, de um total de 976 internações em 2006, 283 eram
por doença crônica. Já no ano de 2007, ocorreram 862 internações, das quais 249 correspondiam
à doença crônica. No estudo seguinte, de 2009 a 2010, foi identificado um total de 1.563
internamentos entre os anos de 2009 e 2010 e dentre as causas de internações, 632 foram por
doença crônica, decorrentes de 286 patologias diferentes.
As patologias mais frequentes, segundo estes estudos, foram: síndrome nefrótica,
anemia falciforme, anemia (não específica), púrpura trombocitopênica idiopática, cardiopatia e
as cardiopatias congênitas, leucemia linfoide aguda, neuropatia, lúpus eritematoso sistêmico,
artrite reumatoide juvenil e diabetes mellitus, entre outras. A fonte dos dados destas pesquisas
foram os prontuários dos usuários, pois o hospital, campo da pesquisa, não possui um sistema
de informação que armazene tais dados. No entanto, não foi possível explorar outras dimensões
ligadas à temática em virtude das limitações encontradas, (NÓBREGA, COLLET, 2008;
CAVALCANTI; SILVA, 2011), apontadas como ausência de informações ou falha nos
registros existentes.
O registro em saúde, manual ou eletrônico, é importante para acompanhar a evolução
da doença e confirmar os cuidados que foram dispensados ao indivíduo durante as consultas ou
internações, ainda assim, há profissionais que não cumprem com essa obrigatoriedade no seu
cotidiano do trabalho.
Sobre o registo manual das informações em prontuário, estudo de Souza e Santos
(2009), realizado com enfermeiros num hospital de ensino, constatou que esses profissionais
fazem uso exclusivo do prontuário manual e declararam a vantagem do fácil manuseio, já que
os mesmos não estão familiarizados com registro eletrônico de dados. Apesar disso, os
prontuários apresentavam incorreções e ausência de registros, o que dificulta a interpretação
dos dados, as futuras pesquisas e até influenciar na qualidade do serviço prestado.
A inadequação e até mesmo ausência de informações constituem uma problemática,
pois, assim como afirma Pinochet (2011), a informação constitui uma ferramenta essencial para
qualquer organização, uma vez que, através dela, tem-se a percepção dos reais aspectos que
envolvem o serviço, favorecendo a tomada de decisão para o funcionamento do mesmo.
Na saúde, a demanda por informações vem crescendo, uma vez que são necessárias para
o exercício qualificado do cuidado, do gerenciamento e da avaliação. Nesse sentido, têm-se que
um quantitativo significativo de informações é gerado pelos diferentes profissionais da saúde
para garantir a continuidade do cuidado. Porém, para que sejam capazes de auxiliar à tomada
29
de decisão, sobre o cuidado adequado e necessário, tais informações precisam ser agregadas e
organizadas, a fim de elaborar um contexto para tal decisão (MARIN, 2010).
Nesse sentido, os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) os quais são definidos como
um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam, processam, armazenam e
transmitem as informações necessárias para a organização e operação dos serviços de saúde, e,
também, para a investigação e o planejamento com vistas ao controle de doenças, bem como,
sustentar o planejamento, o aperfeiçoamento e o processo decisório dos múltiplos profissionais
(MARIN, 2010; BENITO; LICHESKI, 2009) são fundamentais.
Os SIS têm seus benefícios potencializados pela Tecnologia da Informação (TI). Esta,
por sua vez, é toda tecnologia que processa dados, informações e comunicação integrada
utilizando-se de recursos tecnológicos e computacionais para geração, processamento,
gerenciamento, armazenamento e uso de dados e informações (RODRIGUES; PINHEIRO,
2005). Tais recursos tecnológicos consistem em hardware e seus dispositivos e periféricos;
software e seus recursos e aplicativos (RODRIGUES; PINHEIRO, 2005; PINOCHET, 2011).
As TI favorecem a disseminação de um grande número de informações, detalhadas e
completas, sendo acessadas e analisadas em curto espaço de tempo, assegurando a agilidade e
a confiabilidade, aumentando, assim, a eficiência e inovando a maneira de solucionar os
problemas (RODRIGUES; PINHEIRO, 2005; DRUZIANI; CATAPAN, 2012). Assim,
diversos termos estão sendo utilizados para descrever os SIS computadorizados ou
informatizados, dentro os quais temos: registros eletrônicos de saúde, registro médico
eletrônico, dentre outros (MARIN, 2010).
O prontuário eletrônico, um tipo de registro, utilizado no contexto dos serviços de saúde
como um todo, podem fornecer subsídios precisos para a estratificação de risco da população,
planejamento e acompanhamento do cuidado na perspectiva das redes de atenção à saúde,
favorecendo inclusive a comunicação entre a atenção básica e os diferentes pontos de atenção
(BRASIL, 2012a).
Sabe-se que o registro eletrônico de informações possui vantagens, tais como: evita a
deterioração, a perda e a adulteração de dados sociais, econômicos e de saúde, permite reunir
toda a informação sobre determinada área, cidade e estado. Em se tratando especificamente de
sistemas de informação hospitalares, pode-se somar a estas, a facilidade de identificar o
histórico clínico do usuário, os exames realizados, a terapêutica, além de armazenar
informações de interconsultas, podendo reduzir os custos de um determinado tratamento
(BRASIL, 2004; PATRÍCIO, 2011, SOUZA; SANTOS, 2009).
30
Por isso, os SIS, auxiliados pela tecnologia, estão sendo cada vez mais utilizados no
apoio à saúde da população e nas atividades da saúde pública, uma vez que informática e
informação são recursos basilares para o planejamento de ações de prevenção, promoção e
atenção da saúde, controle de doenças, sendo capazes de reduzir a morbimortalidade, além de
favorecer a vigilância e monitoramento (PINOCHET, 2011; PINOCHET; LOPES; SILVA,
2014; BRASIL, 2013b).
A OMS desde 2003, já apontava como diretriz para o cuidado de pessoas com doenças
crônicas, a existência de registros em saúde compartilhados e integrados com todos os serviços
prestadores de cuidado, e garante que essa integração pode gerar menos custos ao sistema de
saúde, melhor gerenciamento da doença e uma experiência menos frustrante para os pacientes.
Neste processo, é preciso ressignificar o papel dos serviços de saúde, pois o modo como
têm se organizado é fragmentado e dificulta a formação de redes regionalizadas e integradas
com oferta de ações e serviços que promovam respostas às necessidades da população. Daí a
importância de um instrumento para o registro de dados e de um banco de dados que consolide
as informações das crianças e adolescentes e esteja acessível a todos os serviços por meio de
um sistema informatizado, de forma a contribuir com essa integração.
No entendimento de que a construção do instrumento de coleta é o passo inicial para o
seguimento das demais etapas (banco de dados e software), optou-se por desvelar o
conhecimento já produzido sobre a construção e validação de instrumentos para crianças e
adolescentes com doença crônica, decidiu-se construir uma revisão integrativa da literatura,
como um subtópico desta seção, a fim de reunir e sintetizar os estudos realizados e apontar, a
partir dos resultados evidenciados, possibilidades de estudo e aprofundamento e/ou problemas
idênticos ou similares ao descrito neste estudo. Para tanto, estabeleceu-se como hipótese para
este subtópico: não há um instrumento de registro para fins de cadastro e acompanhamento de
crianças e adolescentes com doença crônica. Destaca-se que este tópico do estudo foi publicado
na integra (ARAÚJO et al., 2016).
31
2.2 VALIDATED INSTRUMENTS FOR CHILDREN AND ADOLESCENTS WITH
CHRONIC DISEASE: AN INTEGRATIVE REVIEW (ARAÚJO et al., 2016)
Souza, Silva e Carvalho (2010) definem que a revisão integrativa é a mais ampla
abordagem metodológica referente às revisões, por possibilitar a inclusão de estudo de
naturezas diferentes para a melhor compreensão do fenômeno em questão.
Para obter tais evidências, utilizaram-se as etapas sugeridas por Mendes, Silveira e
Galvão (2008), a saber: estabelecimento da hipótese ou questão de pesquisa (escolha e definição
do tema relacionado com a prática clínica, objetivo e identificação das palavras-chave),
amostragem ou busca da literatura (estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão, uso de
base de dados e seleção dos estudos), categorização dos estudos (extração das informações
essenciais, organizar e sumarizar as informações e a formação do banco de dados), avaliação
dos estudos incluídos na revisão (aplicação das análises estatísticas, inclusão/exclusão de
estudos e análise crítica dos estudos selecionados), interpretação dos resultados (discussão dos
resultados, proposta recomendação e sugestões para futuras pesquisas), e, por fim, a síntese do
conhecimento ou apresentação da revisão (resumo das evidencias disponíveis e criação do
documento que descreva detalhadamente a revisão) (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Assim, elaborou-se a seguinte questão de pesquisa, para este tópico da tese: Qual o
conhecimento científico produzido sobre a construção/ validação de instrumentos de coleta de
dados para crianças e/ou adolescentes com doença crônica? Os critérios de inclusão utilizados
foram: 1º Conter como temática do estudo questões sobre construção e/ou validação de
instrumento para crianças e/ou adolescentes com doença crônica como foco central e objeto
de estudo; 2º Artigos científicos ou outro tipo de pesquisa publicada em Espanhol, Inglês,
Francês ou Português; 3º Publicados no período de Junho de 2004 à Junho de 2015; 4º Resumos
disponíveis e indexados na base PubMed, LILACS e SciElo. Como critério de exclusão adotou-
se o não atendimento a pelo menos um dos critérios estabelecidos.
Foram adotadas as palavras-chave combinadas entre si: Estudo de validação
(validation studies), criança (child), adolescente (teenagers), doença crônica (chronic disease),
Coleta de dados (data collection), todos considerados como descritores no DECs e MESH.
Para representar a estratégia de busca e os resultados encontrados na revisão foi
construída a Figura 1. Para operacionalizar a sumarização dos estudos da etapa final da revisão
integrativa, bem como a avaliação e interpretação dos resultados e a síntese do conhecimento,
construiu-se um instrumento-roteiro (APÊNDICE A) composto pelos seguintes campos: título
do artigo, autores, ano de publicação, idioma, base de dados, local de desenvolvimento do
32
estudo, tipo de estudo, objetivo, características metodológicas (tipo de validação adotada;
análise estatística utilizada; tipo de doença crônica abordada; faixa etária das crianças e/ou
adolescentes), principais aspectos da análise de dados, resultados relevantes e principais
contribuições para o cuidado à criança e adolescente com doença crônica.
Os 57 artigos incluídos na etapa final, foram traduzidos na integra e tiveram o
instrumento-roteiro preenchido por quarto autoras no intuito de garantir a elegibilidade dos
estudos selecionados para compor a amostra final.
Após a leitura na íntegra, 41 estudos foram excluídos pelos seguintes motivos: 01 foi
aplicado em neonatos, 03 repetidos, 08 abordavam a família como alvo do estudo, 17 tratavam
da aplicação/adaptação de escalas ou questionários já validados, 12 não tinha como foco a
doença crônica. Assim, 16 artigos compuseram a amostra final da revisão e todos foram
oriundos da base de dados PubMed e foram descritos no quadro 1, que mostra um panorama
geral dos achados.
33
Figura 1: Esquema explicativo da estratégia de busca e seleção dos estudos da revisão
integrativa.
Fonte: Elaboração própria, 2015
.
34
Destaca-se um número expressivo de publicações na América do Norte (Estados Unidos
e Canadá) seguido dos países europeus. Quanto aos anos de publicação, houve um aumento
significativo do interesse dos pesquisadores pela área, a partir de 2010, sendo os anos de 2012
e 2013 com maior número de publicações, quarto por ano, sobre o tema. As publicações estão
distribuídas em 11 periódicos diferentes, sendo o Health and Quality of Life Outcome o maior
destaque, com 4 publicações.
Quadro 1 – Distribuição dos estudos quanto ao título, autores, periódicos e país. João Pessoa, 2015.
Titulo Autores Periódico (vol., nº, pág. ano)
País onde o estudo foi
desenvolvido
The European DISABKIDS
Project: developement of seven
condition-specific modules to
measure health related quality of
life in children and adolescentes
BAARS, R.M. et al. Health and Quality of Life
Outcome, v.3, n.70, p.1-9,
2005.
Vários países da Europa
The Bath Adolescente Pain
Questionnaire (BAPQ):
Development and preliminar
psychometric evaluation of an
instrument to assess the impact of
chronic pain on adolescentes
ECCLESTON, C. et
al.
Pain. v.118, p.: 263–270, 2005.
Inglaterra
A brief questionnaire for
screening asthma among children
and adolescentes in Rio de
Janeiro, Brazil
SANTOS, M.C.;
CUNHA, A. A.
Allergologia et
Immunopathologia, v. 33, n.1,
p. 20-26, 2005.
Brasil
Development and preliminary
validation of the ‘Mind the Gap’
scale to assess satisfaction with
transitional health care among
adolescents with juvenile
idiopathic arthritis
SHAW, K. L.;
SOUTHWOOD, T.
R.; MCDONAGH, J.
E.
Child: care, health and
development, v. 33, n.4, p.
380–388, 2006.
Reino Unido
Cross-sectional validity of the
EQ-5D-Y as a generic health
outcome instrument in children
and adolescentes with cystic
fibrosis in Germany
EIDT-KOCH, D.;
MITTENDORF, T.;
GREINER, W.
Pediatrics, v. 9, n.55, p. 1-8,
2009.
Alemanha
Validation of a parent-proxy
quality of life questionnaire for
paediatric chronic cough (PC-
QOL)
NEWCOMBE, P. A.
et al.
Thorax, v. 65, n.9, p. 819-823,
2010.
Austrália
Reliability and validity of the
Norwegian child and parent
versions of the DISABKIDS
Chronic Generic Module
FROISLAND, D. G.
et al. Health and Quality of Life
Outcome, v.10, n.19, p. 1-11,
2012.
Noruega
35
(DCGM-37) and Diabetes-
Specific Module (DSM-10)
Validity and reliability of the
Korean version of the pediatric
quality of life ESRD module
PARK, K. S. et al.
Health and Quality of Life
Outcome, v. 10, n.59, p. 1-7,
2012.
Coreia do Sul
Summarizing activity limitations
in children with chronic illnesses
living in the community: a
measurement study of scales
using supplemented interRAI
items
PHILLIPS, C. D. et al. Health Services Research, v.
12, n.19, p. 1-12, 2012.
Estados Unidos
Evaluation, modification and
validation of a set of asthma
illustrations in children with
chronic asthma in the emergency
department
TULLOCH, J. et al. Canadian Respiratory
Journal, v. 19, n,1, p. 26-31,
2012.
Canadá
Disease activity assessment in
childhood vasculitis:
development and preliminary
validation of the Paediatric
Vasculitis Activity Score (PVAS)
DOLEZALOVA, P.
et al. Annals of the Rheumatic
Diseases, v.72, p.1628–1633,
2013.
República Tcheca
Dyadic Confirmatory Factor
Analysis of the Inflammatory
Bowel Disease Family
Responsibility Questionnaire
GREENLEY, R. N. et
al. Journal of Pediatric
Psychology, v. 38, n.8, p. 871–
882, 2013.
Estados Unidos
The youth report version of the
Child and Adolescent Scale of
Participation (CASP):
assessment of psychometric
properties and comparison with
parent report
MCDOUGALL, J.;
BEDELL, G.;
WRIGHT, V.
Child: care, health and
development, v.39, n. 4, p. 512-
522, 2013.
Canadá
PedsQLTM Sickle Cell Disease
Module: Feasibility, Reliability,
and Validity
PANEPINTO, J. A. et
al.
Pediatric Blood Cancer, v.60,
p. 1338–1344, 2013. Estados
Unidos
Reliability and validity of
PedsQL for Porguese children
aged 5-7 and 8-12 years
FERREIRA, P.L. et
al.
Health and Quality of Life
Outcome, v.14, n. 122, p. 1-8,
2014.
Portugal
PedsQL Multidimensional
Fatigue Scale in Sickle Cell
Disease: Feasibility, Reliability,
and Validity
PANEPINTO, J. A. et
al.
Pediatric Blood Cancer, v. 61,
p. 171–177, 2014.
Estados Unidos
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
A construção da síntese dos estudos selecionados na revisão evidenciam que a
motivação para a criação de um instrumento ou questionário na temática da doença crônica está
estritamente ligada a uma doença específica como diabetes (FROISLAND et al., 2012;
36
BAARS et al., 2005), anemia falciforme (PANEPINTO et al., 2014; 2013), asma (TULLOCH
et al., 2012; BAARS et al., 2005; SANTOS; CUNHA, 2005), doença renal crônica (PARK et
al., 2012), fibrose cística (EIDT-KOCH; MITTENDORF; GREINER, 2009), geralmente inclui
a família da criança e/ou do adolescente no processo de validação ou como sujeito alvo da
aplicação do instrumento (FROISLAND et al., 2012; McDOUGAL; BEDELL, WRIGHT,
2013; GREENLEY et al., 2013; PANEPINTO et al., 2013; SHAW et al., 2006), ou trata de
aferir dimensões subjetivas da experiência de vida com a doença crônica como: a qualidade
de vida (BAARS et al., 2005), satisfação com os cuidados (SHAW et al., 2006), experiência da
dor crônica (ECCLESTON et al., 2005).
O uso de medidas estatísticas como ferramentas para respaldar a validade,
confiabilidade e reprodutibilidade dos instrumentos construídos estava presente em todos os
estudos. Estas medidas estão intimamente ligadas ao propósito do estudo e, consequentemente
ao tipo de validação (concorrente, preditiva, conteúdo, aparência e convergente) de cada caso.
Alguns autores não construíram novos instrumentos, nesse caso, eles utilizaram um instrumento
já construído e validado e procederam a tradução e adaptação para outra língua e contexto
cultural específico, a exemplo de Froisland et al. (2012) e Park et al. (2012) que traduziram um
questionário originalmente europeu para a versão norueguesa e coreana, respectivamente.
Outros estudos (PANEPINTO et al., 2014; FROISLAND et al., 2012; McDOUGAL; BEDELL,
WRIGHT, 2013; DOLEZALOVA et al., 2013; PARK et al., 2012; EIDT-KOCH;
MITTENDORF; GREINER, 2009) se propuseram a construir e validar versões semelhantes de
questionários já existentes (validação concorrente e/ou convergente) e comparar a
fidedignidade da nova versão com a do instrumento mais antigo.
Santos e Cunha (2005) e Newcombe et al. (2012) optaram por validar a capacidade dos
instrumentos criados serem utilizados como preditores no diagnóstico de doenças como a asma
e tosse crônica, utilizando-se da validação preditiva para alcançar os objetivos.
A validação de conteúdo foi utilizada por Greenley et al. (2013), Panepinto et al. (2013),
Tulloch et al. (2012), Phillips et al. (2012), Baars et al. (2005), Eccleston et al. (2005) e Shaw
et al. (2006) como método para conferir confiabilidade ao propósito que cada instrumento se
propunha a medir.
A asma foi abordada como alvo da pesquisa de Tulloch et al. (2012). Os autores
desenvolveram e validaram um conjunto de ilustrações que representavam os níveis de controle
da asma com o objetivo de melhorar os cuidados dispensados pelos pais à criança. Para a
validação das ilustrações, os pais, as crianças e os adolescentes foram participantes. Os mesmos
autores destacam que um plano de ação com instruções que facilitem à comunicação em saúde,
37
como ilustrações, pode contribuir para melhor controle da doença. Ainda sobre a asma, Santos
e Cunha (2005) desenvolveram um questionário simplificado com quatro questões para o teste
diagnóstico da doença em um hospital do Rio de Janeiro. A mesma metodologia de teste
diagnóstico foi usada por Newcombe at al (2010) para a tosse crônica na Austrália.
Panepinto et al. (2013; 2014) utilizaram um questionário já validado PedsQL (Pediatric
Quality of Life Invetory) e construíram uma versão para avaliar a fadiga provocada pela anemia
falciforme usando a escala MFS (Multidimensional Fatigue Scale), ao final, os autores
apontaram potencialidade clínica e para fins de pesquisa da escala em avaliar a gravidade dos
sintomas dessa fadiga (PANEPINTO et al., 2013) e afirmaram que o uso da mesma facilitará a
compreensão da saúde e do bem-estar das crianças com a doença (PANEPINTO et al., 2014).
Utilizando o mesmo questionário de qualidade de vida, o PedsQL, Park et al. (2012)
construíram e validaram um módulo para avaliar esse aspecto em crianças coreanas no estágio
final da doença renal crônica. Outro questionário que objetivou mensurar aspectos ligados à
qualidade de vida foi o Health Related Quality of Life (HRQoL), baseado neste questionário,
foi criada uma comissão envolvendo sete países europeus com o objetivo de desenvolver
instrumentos que mensurassem a qualidade de vida de crianças e adolescentes com diferentes
tipos de doenças crônicas, e esse projeto foi denominado DISABKIDS. Um módulo deste
instrumento é o DCGM-37 (DISABKIDS Chronic Generic Module-37), este módulo foi
traduzido por Froisland et al. (2012) para a versão norueguesa, com objetivo de ser utilizado
em crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 e seus pais. Os achados do estudo confirmam
que a versão é confiável e válida para destacar as características clínicas que são importantes
para a gestão da doença (FROISLAND et al., 2012).
Baars (2005) descreveu sugestões acerca da construção de módulos específicos a partir
de questionários sobre qualidade de vida já validados. Ele apontou que se deve combinar
aspectos comuns de doenças crônicas de uma forma geral, aplicando-se um questionário
genérico, com o uso de um módulo específico, pois, esse processo proporciona informações
adicionais a respeito de uma doença específica e dá ao clínico e ao investigador a oportunidade
única de comparar diferentes condições entre países diferentes.
A exemplo de construção de um questionário genérico, Philiphs et al. (2012) expôs a
limitação física como fator genérico para várias doenças crônicas e concluiu que as informações
colhidas dos profissionais e cuidadores se constituem uma base sólida para construção de um
plano terapêutico individualizado com objetivo de melhorar a saúde das crianças, tendo em
vista as limitações de cada uma, além da possibilidade de integrar as informações do estado de
saúde em toda a trajetória de vida desses pacientes.
38
Eidt-Koch, Mittendorf e Greiner (2009) consideraram a possibilidade de acompanhar as
diferenças no estado de saúde de crianças e adolescentes com fibrose cística ao longo da vida.
Para tal, utilizaram um questionário para adultos (EQ-5D EuroQol-5 Dimensions) e validaram
uma versão para crianças e jovens. No instrumento utilizado pelos autores, constou cinco
dimensões: mobilidade, autocuidado, atividades cotidianas, dor/desconforto e ansiedade todas
ligadas diretamente à gestão da doença.
Um instrumento para avaliar a vasculite pediátrica foi elaborado por Dolezalova et al.
(2013), segundo os autores, os médicos precisavam avaliar a atividade da doença para tomar
decisões terapêuticas, avaliar o prognóstico da doença e avaliar as repostas ao tratamento entre
grupos diferentes, no entanto não havia instrumentos para crianças, assim os pesquisadores
utilizaram uma versão para o adulto já validada e desenvolveram uma nova versão válida, viável
e confiável para tal fim.
Já a influência da dor crônica nos aspectos psicossociais de adolescentes foi descrita por
Eccleston et al. (2005). O autor criou e validou um questionário exclusivo para uso clínico e
estudos de eficácia e efetividade de tratamentos para dor crônica o BAPQ (The Bath Adolescent
Pain Questionnaire), os resultados apontam que é possível estudar os efeitos dessa dor no
adolescente e desenvolver métodos para amenizá-la.
As implicações e o cuidado à doença crônica devem incluir a família como co-
responsável pelo cuidado, e é nessa perspectiva que Greenley et al. (2013) desenvolveram o
questionário de responsabilidade familiar na doença inflamatória crônica (IBD-FRQ
Inflammatory Bowel Disease Family Responsibility Questionnaire). Neste questionário são
contempladas dimensões ligadas ao controle da doença, como: aspectos sociais, nutrição,
divisão de tarefas e manutenção da saúde de forma geral. Os resultados da aplicação do
questionário revelaram que a melhor gestão da doença está estritamente relacionada ao
envolvimento dos jovens no autocuidado, bem como ao apoio familiar nessa atividade. Os
autores apontam ainda que foi possível produzir um suporte empírico adicional para se conhecer
melhor sobre a responsabilidade da família na condição imposta pela doença.
A participação dos jovens, acometidos por artrite idiopática juvenil, no auto cuidado
durante o momento de transição da adolescência para a vida adulta foi discutida por Shaw et al.
(2007). O uso de três escalas que envolviam a gestão do meio ambiente, características do
provedor de cuidado e questões ligadas ao processo de transição foi respondido pelos pais e
seus filhos jovens. Os autores destacaram que os cuidados de transição podem ser considerados
aspectos genéricos de outras doenças crônicas, e assim, a escala pode ser utilizada em outros
contextos. McDougall, Bedell e Wright (2013) em um ambiente semelhante, abordaram a
39
participação das crianças e jovens no autocuidado utilizando uma escala CASP (Child and
Adolescent Scale of Participation) e compararam com a percepção dos pais. Os autores afirmam
que é importante que esses pacientes expressem a sua percepção sobre a sua saúde e bem-estar
e ao mesmo tempo é fundamental comparar com o relato dos pais por fornecerem um quadro
rico e mais completo sobre as necessidades em saúde que os filhos apresentam.
O cuidado à criança e adolescente com doença crônica abrange dimensões comuns como
o envolvimento da família, o contato contínuo com a rede de serviços de saúde (clínicas
especializadas, hospitais, atenção primária, entre outros), a influência direta ou indireta dos
condicionantes e determinantes (aspectos sociais, econômicos, culturais, ambientais) e o
próprio percurso natural da doença e si, independentemente do tipo de doença enfrentada. Cabe
aos profissionais ligados ao cuidado dispensado à esse público diferenciado envolver a família
como corresponsável e fortalecer a rede de cuidados considerando as dimensões existentes em
cada caso na perspectiva de garantir melhorias na qualidade de vida dessas crianças,
adolescentes e suas famílias.
O uso de instrumentos validados pode favorecer esse processo no sentido de facilitar a
identificação de demandas individuais de cada criança/adolescente e assim, contribuir com a
integralidade do cuidado.O número de instrumentos disponíveis para uso no Brasil ainda é
restrito o que pode dificultar a sua aplicação nos serviços de saúde do país. Dessa forma,
reforça-se a necessidade de conhecer melhor essa demanda, a começar pela realidade local.
Por fim, conclui-se que a revisão possibilitou conhecer os instrumentos validados
disponíveis para serem utilizados durante o processo de cuidado desse público em diversos
serviços de saúde. Apesar de viabilizar uma vasta exploração dos instrumentos já existentes na
temática, é possível afirmar, a partir do recorte e limite de tempo estabelecido para esse tópico
do estudo, que não existe um instrumento de registro para cadastrado e acompanhamento com
a finalidade de compor um banco de dados para o público alvo conforme proposto por esta
pesquisa. Certamente, se há algum instrumento dessa natureza, possivelmente o mesmo pode
não ter sido validado e/ou divulgado em meios científicos acessíveis (internet, banco e
bibliotecas de artigos), e especificamente, no meio utilizado como fonte de pesquisa para este
estudo.
40
2.3 BASE EMPÍRICA PARA A DELIMITAÇÃO DO OBJETIVO DO INSTRUMENTO:
APONTAMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DAS CATEGORIAS E VARIÁVEIS
O embasamento empírico utilizado para delimitação do foco do instrumento de coleta
de dados não possuiu o intuito de abranger toda a complexidade que envolve a doença crônica
na infância e adolescência nem o acompanhamento e evolução clínica de doenças específicas,
tendo em vista que já existem na literatura uma série de instrumentos para essa demanda,
conforme foi apontado na revisão integrativa. Assim, a delimitação defendida por esta tese é a
construção de um instrumento de coleta de dados, cuja finalidade seja conhecer com mais
propriedade os aspectos comuns à clientela, independentemente do tipo de doença ou condição
crônica e, posteriormente, contribuir para conhecimento na área e subsidiar a tomada de
decisão.
A seguir, apresenta-se estes aspectos que fundamentaram a construção do instrumento,
incluindo os já citados na revisão integrativa (doença, família e experiência de vida com a
doença), assim como, as variáveis relacionadas aos dados demográficos utilizadas na
construção do Sistema para Informatização dos Dados de Registros Hospitalares de Câncer –
SisRHC (INCA, 2011), já que este instrumento foi construído e validado para o cadastro de
crianças e adolescentes com câncer e, por fim, a experiência da pesquisadora na área de sistemas
de informação. Diante dessas considerações, apresenta-se a base empírica destes aspectos
comuns, os quais foram destacados em negrito.
Schimidt et al. (2011), apontam que os determinantes sociais, acesso aos bens e
serviços, baixa escolaridade, acesso à informação, impactam fortemente na prevalência das
doenças crônicas. Xavier et al. (2013) e Holanda e Collet (2011) reforçam que as crianças e
adolescentes acometidos por doenças crônicas sofrem prejuízos em relação aos anos de
escolaridade em virtude das internações prolongadas e frequentes.
A OMS (2003), refere que nos Estados Unidos da América, as crianças de famílias
pobres têm mais riscos de apresentarem problemas crônicos. E, que quando desenvolvem esse
tipo de doença, enfrentam barreiras no acesso aos serviços de saúde e utilizam mais os serviços
de internação do que os serviços ambulatoriais. Assim, a forte associação da pobreza com a
ocorrência de doença crônica é perceptível, já que estas aumentam em função da pobreza, além
disso, outros fatores sociais e ambientais que influenciam e acabam por determinar a situação
de saúde. Reis (2005) aponta como outro determinante da saúde da criança, as condições de
moradia (estrutura, presença de janelas, piso adequado, iluminação natural, energia elétrica,
água tratada, saneamento básico e presença de animais).
41
Além disso, a OMS (2003) alerta que muitas crianças com doenças crônicas se tornarão
adultas, mas nem sempre poderão fazer parte da população economicamente ativa e reverter ou
amenizar sua situação econômica e, assim, o círculo de baixo poder aquisitivo persiste de
geração em geração.
É importante salientar que, o curso da doença crônica e seus impactos em curto, médio
e longo prazo articulado aos aspectos biológicos, psicossociais e o ciclo de vida familiar, foi
alvo de aprofundamento de Rolland (1995). Para este autor, a doença possui fases distintas: a
fase de crise, a crônica e a terminal. Durante cada fase são necessárias mudanças familiares no
sentido do enfrentamento da doença. A fase inicial é descrita como o período em que surgem
os primeiros sintomas e antecede o diagnóstico e definição do tratamento. A fase crônica é
compreendida como o período entre o diagnóstico e o período terminal. Nesta fase,
especificamente, o curso da doença pode se apresentar como progressivo, levando à morte;
constante onde existe algum tipo de limitação residual ou funcional; e reincidente quando a
doença apresenta períodos estáveis (remissão dos sinais e sintomas), alternados com períodos
de exacerbação. A fase terminal é caracterizada pelo período de morte eminente e a morte,
propriamente dita. Alguns eventos comuns marcam estas fases e são amplamente discutidos na
literatura.
Araújo (2012) acrescentou elementos que sugerem o acréscimo da fase de cura e
realibilitação às fases propostas por Rolland (1995), que diz respeito à reestruturação da vida,
após a sobrevivência da criança ou do adolescente à doença. Para a autora, nesta fase as
demandas de cuidado são outras e devem atender às dimensões emocionais e sociais que a cura
e reabilitação trazem, visto que a necessidade de readaptação à vida posteriormente a doença
são repletos de novas alterações na dinâmica familiar e individual como um todo. Reforça-se
que, para estes casos, o foco da atenção em saúde deve estar voltado para a reabilitação e
reinserção na sociedade, preservando a qualidade de vida.
Durante a trajetória de manifestação da doença até a descoberta pela família, diante da
percepção dos primeiros sinais e sintomas de anormalidade, é o primeiro recurso a ser acionado,
em seguida busca-se um serviço de saúde no intuito de solucionar o problema ou em alguns
casos há tentativas de auto tratamento (FUNDATO et al., 2012). De modo geral, é a experiência
de cada família, assim como, as influências sociais e culturais que direcionam a família a agir
diante de situações dessa natureza até que a doença possa ser diagnosticada.
No entanto, Oliveira et al. (2014) destacam que o diagnóstico rápido nem sempre é
possível, seja pelo pouco conhecimento das famílias sobre os sinais e sintomas ou por
fragilidades dos profissionais da saúde nessa fase. Os autores frisam que outros fatores como o
42
acesso aos serviços básicos podem afetar essa problemática no que diz respeito às famílias com
baixo poder aquisitivo e desprovidas de recursos alternativos, como um plano de saúde privado.
Também as formas de acesso à medicação podem ser um dilema complexo a ser
vivenciado, porque, dependendo do tipo da doença, a rede pública oferece a medicação básica
gratuitamente, porém os medicamentos de médio e alto custo nem sempre estão disponíveis e
com acesso fácil para distribuição gratuita. Fato que muitas vezes força a família adquirir com
seus próprios recursos a medicação comprometendo a renda familiar (SANCHEZ; FERREIRA,
2012).
Nesse sentido, Diniz, Medeiros e Scwartz (2012), discutem sobre as consequências da
via de judicialização no contexto de uma doença crônica rara e específica, a exemplo da
mucopolisacaridose tipo I, II e VI, e apontam que as pessoas acometidas, em sua maioria
crianças, têm a garantia do acesso ao medicamento por meios judiciais, e, nesses casos, o
Ministério da Saúde é obrigado a incluir o indivíduo no sistema de dispensação de
medicamentos de alto custo. Apesar de ser uma via bastante burocrática é umas das
possibilidades para que a criança e adolescente tenham acesso ao tratamento.
A doença crônica na infância e na adolescência pode implicar em restrições tanto no
que diz respeito à interação social (afastamento de amigos, familiares e da escola), aspectos
ligados à alimentação, restrições físicas (correr, brincar e praticar esportes) e financeiras,
atingindo também a mudança de planos e sonhos e perspectivas de futuro (NÓBREGA et al.,
2010; SCHNEIDER; MARTINI, 2011). Essas restrições estão presentes no cotidiano desse
público e podem se agravar quando ocorre a hospitalização, internações frequentes e, por
vezes com períodos prolongados, uma vez que durante esse tempo, eles experienciam a
privação do ambiente familiar e podem sofrer prejuízos escolares e até perda do ano letivo.
Sobre essa ótica, Viero et al. (2014) afirmam que as restrições inerentes à doença crônica na
infância podem vir a desencadear muitos problemas na vida adulta.
Diante dessa conjuntura, a família é identificada como fonte de apoio, precisa aprender
a lidar com essas limitações e desenvolver habilidades para preparar tanto a criança como o
adolescente para enfrentar a realidade e estimular a independência para vida adulta (NÓBREGA
et al., 2011), de forma que são indispensáveis a orientação e o acompanhamento permanente
dessas famílias por uma equipe multidisciplinar nos serviços de saúde que estas utilizam para
que a família possa ter envolvimento no cuidado.
Os efeitos da existência de uma doença crônica na infância e adolescência também
atingem a dimensão do contexto familiar. Diante da mudança na rotina da família como
consequência do cuidado permanente ao indivíduo com doença crônica (longos períodos de
43
hospitalização, reinternações, gastos financeiros, entre outros), diversos estudos (ARAÚJO et
al., 2013; BARBOSA et al., 2011; NÓBREGA et al., 2010; NÓBREGA et al., 2011; SIMON
et al., 2013; SOUZA; MELO, 2013) têm apontado a desestruturação e desorganização familiar,
as quais implicam diretamente no funcionamento familiar.
O envolvimento dos familiares no cuidado à criança, na maioria das vezes, está
centrado na mãe e os demais membros participam de forma indireta desse processo, tal fato
contribui para sobrecarga materna e fragilização da relação com os demais membros da família
(BARBOSA et al., 2011; GUIMARAES; TAVARES; MIRANDA, 2009; ALMEIDA et al.,
2006; FERREIRA, 2013).
Outro fator que influencia diretamente no funcionamento familiar é a presença de
sentimentos que se modificam ao longo do processo de evolução da doença. Silva et al. (2010)
descrevem que os sentimentos vivenciados pela família podem mudar de acordo com o
momento vivido, por exemplo, no início da doença, a família pode apresentar ansiedade e medo,
após a confirmação do diagnóstico, os sentimentos de preocupação com o futuro, tristeza e não
aceitação. Quando a doença evolui para a morte, o temor e o desespero são marcantes, mas
quando a criança ou adolescente consegue viver além da expectativa, a família centra as suas
energias nos momentos de convivência com o doente.
O apoio social, também é indicado como fator contribuinte para um melhor ou pior
enfrentamento da doença. Estudos mostram que quando a família recebe apoio pode conseguir
superar os obstáculos com maior facilidade (ARAUJO et al., 2012, 2013; NÓBREGA et al.,
2011). Ainda sobre o funcionamento familiar Silva et al. (2010), referem que a separação entre
o casal depois do diagnóstico ocorrência da doença do filho pode ser comum.
Outro enfoque muito abordado pelos estudos dessa temática é a dependência de
cuidados gerais (higiene, alimentação, entre outros) ou complexos (dependentes de tecnologia).
Almeida e colaboradores (2006), discutem as dificuldades das mães de crianças com doença
crônica ao realizar cuidados complexos, bem como, as estratégias utilizadas para o
enfrentamento e os sentimentos delas diante da situação.
Estudo recente (LIMA et al., 2013) aponta que, no Brasil, não há dados que expressem
o quantitativo real da população de crianças que necessitam de cuidados complexos e
permanentes. Este estudo também endossa que a mãe é a principal realizadora desses cuidados
e que, na maioria das vezes, elas não são instruídas por profissionais para realizá-lo. Caicedo
(2013), complementa que, nos Estados Unidos, das 11,2 milhões de crianças com necessidades
especiais de saúde, uma em cada cinco famílias são de crianças que carecem de cuidados
complexos.
44
Apesar dos avanços na área da saúde, muitas dessas crianças e adolescentes evoluem
para o óbito, e resta, à equipe de profissionais do cuidado, lidar com a sensibilidade e o
momento vivido por esses pacientes e seus familiares, prestando os cuidados paliativos.
Sanches, Nascimento e Lima (2014), Rodrigues e Zago (2012), descrevem que esse processo é
um desafio, o maior, para os profissionais que protagonizam esse cuidado direcionado ao final
da vida, e que a família também se reorganiza e centra o foco no cuidado paliativo.
No entanto, há um número expressivo de crianças e adolescentes que passaram por todo
o processo de adoecimento e cronificação e, ainda assim, chegaram à cura. A exemplo tem-se
diversos tipos de câncer, que na maioria dos centros desenvolvidos, sua cura ultrapassa a faixa
de 70% dos casos, percentual variável nas diferentes regiões do país (INCA 2011)
Em todo o percurso da doença crônica, independente do seu desfecho (morte, cura,
sobrevivência dependente ou não de tecnologia complexa), os serviços de saúde nos mais
diferentes níveis de complexidade tecnológica de atenção, estão presentes e fazem parte do
itinerário dessas famílias. A existência desses serviços por si só, constituem possibilidades, mas
somente a articulação entre os serviços e a organização da oferta de cuidado com propósitos
comuns (cumprir na prática os princípios do SUS) podem efetivar a perspectiva do cuidado em
rede, conforme defende Mendes (2012) e garantir o acesso.
Nessa perspectiva, o Decreto nº 7.508/2011 (BRASIL, 2011), regulamentou o
funcionamento do SUS, e por sua vez, a Política Nacional da Atenção Básica que orienta
organização e funcionamento da atenção básica (PNAB, 2012), além disso, a Estratégia de
Saúde da Família ocupa o centro da rede, e é a partir deste serviço que, preferencialmente,
devem ser acionados os demais níveis de atenção (clínicas, hospitais especializados, entre
outros), com base nas necessidades de cada usuário.
Sobre a gestão do cuidado as condições crônicas, Mendes (2010) aponta que a solução
para a crise enfrentada pelo SUS (sistema fragmentado e voltado para as condições agudas) é a
implantação de redes de atenção à saúde (RAS). E, define estas como:
Organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre
si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e
interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a
determinada população, coordenada pela atenção primária à saúde - prestada
no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa e de
forma humanizada -, e com responsabilidades sanitárias e econômicas por esta
população (MENDES, 2010, p. 2301).
45
Quando se trata de cuidado à criança e adolescente com doença crônica, estudos
mostram que ainda há fragilidades nessa rede. A atenção básica, considerada como
coordenadora do cuidado na rede de atenção à saúde, tem se mostrado incompleta, superficial
e despreparada para atender essa demanda e contribuidora direta do aumento da utilização dos
serviços de maior complexidade (secundário e terciário) como apontam Oliveira et al. (2014).
Nepomuceno et al. (2012) completam que a composição da rede dessas famílias pode
ultrapassar os limites das redes formais (serviços de saúde) e atingir outras modalidades de
cuidado consideradas como informais e disponíveis na própria comunidade, por exemplo, os
curandeiros.
Os amigos, os vizinhos, a própria escola, também, pode compor essas redes, uma vez
que para o enfrentamento da condição, a família sempre precisará de apoio tendo em vista a
necessidade de adaptação permanente e a busca por estratégias para tal. Sanchez e Ferreira
(2012), acrescentam que os profissionais da saúde são essenciais nesse processo para instruir a
família para a prestação de cuidados.
O cuidado em saúde dirigido às pessoas com doenças crônicas tem sido alvo de muitos
estudos e pesquisa. Há na literatura publicações de órgãos como OMS (2003), OPAS (2013) e
Ministério da Saúde no Brasil (2012a), que apontam os componentes estruturais da ação do
cuidado, exemplificam experiências possíveis de cuidados inovadores para esse público e
propõe as diretrizes para o cuidado de pessoas com doenças crônicas, a partir da organização
das redes de atenção e das linhas de cuidado prioritárias. Reforça-se que está presente em todas
as obras citadas as premissas de que a atual organização dos serviços de saúde (voltados para o
cuidado de causas agudas) não condiz com a situação de saúde (demanda real de cuidado às
pessoas com doenças crônicas), e que essa condução ou forma de cuidar precisa ser integrada
e permanente entre os serviços de saúde, a família e a comunidade.
De forma que, mesmo existindo diferenças entre a causa ou fator desencadeante entre
as doenças crônicas e condições crônicas, o impacto que causam na vida do indivíduo e sua
família e no sistema de saúde são representativos, e por vezes semelhantes, assim, optou-se por
envolver os aspectos gerais sobre o tema e que estão presentes em todas as doenças, assim como
nas condições crônicas que, em maior ou menor grau afetam os envolvidos, além disso, permite
a possibilidade de retratarem o enfrentamento das crianças/adolescentes e familiares diante
destas.
Portanto, defende-se que estes aspectos comuns são suficientes para efeito de registro
tanto de doenças crônicas como de condições crônicas, conforme ilustra a figura 2. Assim, todos
os aspectos abordados na construção dessa base empírica, bem como as etapas anteriores do
46
estudo contribuíram diretamente para composição das variáveis e categorias do instrumento
proposto por esta pesquisa.
Figura 2: Definição do objetivo do instrumento
Fonte: Elaboração própria, 2015.
47
2.4. MODELOS DE DECISÃO EM SAÚDE
Para o atendimento dos objetivos propostos, faz-se necessário abordar os modelos de
decisão e apontar a opção utilizada para este estudo. Um modelo de decisão é uma ferramenta
de apoio no processo decisório que pode ser definido como uma representação simplificada ou
a descrição de um sistema ou situação, que quando bem elaborado e bem utilizado, pode
melhorar a compreensão sobre uma determinada situação, bem como nortear as práticas de
forma a selecionar a melhor opção dentre as possíveis decisões a serem tomadas
(SANDERSON; GREEN, 2006).
A tomada de decisão não se refere meramente ao ato final da escolha entre alternativas
possíveis, mas sim, ao processo decisório como um todo, considerado complexo e composto
por um conjunto de etapas ou fases seguidas pelo decisor para escolher a ação (SANTOS;
PONTE, 1998). No contexto dos serviços de saúde, esse decisor pode ser o profissional ou
equipe responsável pelo cuidado dispensado à criança e adolescente ou o gestor em saúde.
No entanto, a tomada de decisão na gestão em saúde é complexa e permeada de
subjetividade e incertezas. Paim e Teixeira (2006), referindo-se à área de políticas,
planejamento e gestão em saúde, ressaltam essas características afirmando que existem
momentos que o conhecimento produzido é pouco para subsidiar as decisões, podendo ocorrer
adiamento das mesmas, e, que há momentos que as decisões são urgentes e podem ser tomadas
mesmo com evidências escassas.
Quando há informações suficientes, um modelo de decisão pode funcionar como
sistema de apoio direto ao processo de tomada de decisão, aumentando a sua efetividade e
diminuindo as chances de erro. Esses sistemas podem combinar recursos intelectuais dos
indivíduos com as capacidades do computador para melhorar a qualidade das decisões, por
parte dos tomadores de decisão (TURBAN; ARONSON; LIANG, 2006).
Há modelos de decisão que se baseiam na lógica clássica (Árvore de decisão) e na lógica
não clássica (redes Bayesianas, lógica Fuzzy, Naive Bayes entre outros) e modelos baseados
em sistema especialista, no qual é o usuário do sistema (especialista na área) que define quais
informações precisa extrair do sistema para tomar decisões. Mas, a depender do contexto da
decisão e da sua finalidade, a decisão pode ser tomada utilizando-se medidas ou técnicas
estatísticas como o Alfa de Cronbach, Qui-quadrado de Friedman, Teste T, regressão logística,
análise de correspondência entre outras. Neste tópico foram abordados a medida estatística, o
teste e o modelo utilizados para o estudo.
48
2.4.1 Alfa de Cronbach
O alfa de Cronbach é uma das ferramentas estatísticas mais importantes e divulgadas
em pesquisas envolvendo a construção de testes e sua aplicação, sendo um índice utilizado para
avaliar a magnitude em que os itens de um instrumento estão correlacionados, ou seja, é a média
das correlações entre os itens que fazem parte de um instrumento (CORTINA, 1993;
STREINER, 2003). De uma forma geral, o coeficiente mede a correlação das respostas de um
questionário, através da análise do perfil das respostas dadas pelos respondentes, e geralmente,
um conjunto de itens que explora um fator comum mostra um elevado valor de alfa de Cronbach
(HORA; MONTEIRO; ARICA, 2010; ROGER, SCHIMITI; MULLINS, 2002).
O coeficiente alfa de Cronbach é referido muitas vezes, como uma medida comumente
utilizada para confiabilidade. Foi descrito em 1951 por Lee J. Cronbach, e o estimador de
confiabilidade a ser utilizado irá depender dos fatores particulares geradores de erros que o
pesquisador busca identificar (CRONBACH, 1951; CRONBACH et al., 1972; BLAND;
ALTMAN, 1997). É dessa forma, a mais amplamente aceitada teoria da generalização de
formulação de confiabilidade, onde os aspectos de testes ou escalas (itens), sujeitos ou
avaliadores, são amostrados de um domínio pré-definido, segundo Cortina (1993). No Brasil, o
uso desse coeficiente está restrito, geralmente, aos estudos da área de saúde, que frequentemente
utilizam questionários em seus levantamentos de dados (HORA; MONTEIRO; ARICA, 2010).
O alfa de Cronbach provou-se ser útil, por pelo menos três razões: fornece uma medida
razoável de confiabilidade em um único teste, onde repetições ou aplicações de formas paralelas
de um teste não são necessárias para a estimativa da consistência do mesmo; como também,
sua fórmula geral permite sua aplicação (por exemplo: questionários de múltipla escolha de
escalas dicotômicas ou escalas atitudinais de variáveis categóricas politômicas); e, por fim,
através de princípios estatísticos básicos pode ser facilmente calculável (SHAVELSON, 2003).
De acordo com Hora, Monteiro e Arica (2010), para a aplicação do coeficiente, se faz
necessário a submissão de alguns pressupostos, tais como: o questionário deve ser dividido e
agrupado em questões que tratem de um mesmo aspecto (dimensões); este mesmo questionário
deve ser aplicado a uma amostra de população significativa e heterogênea; e, deve haver a
certeza de que o instrumento usado na medição está de fato medindo aquilo que o mesmo se
propõe a medir, ou seja, a escala já deve ter sido validada, sendo este ponto questionável do
pressuposto, por não haver um formalismo matemático onde afirma que a escala é válida ou
não, fazendo com que muitos pesquisadores avaliem a validade da escala pelo nível de
fidedignidade dela. Entretanto, se faz necessário ressaltar que o alto grau de confiabilidade não
49
significa necessariamente que o instrumento seja válido, visto que a validade é a capacidade do
instrumento em medir com precisão o conceito do estudo, e esta precisão é o grau com que os
indicadores medem o mesmo conceito (MACEIL, 2011).
Para que o alfa de Cronbach seja estimado, considera-se X como sendo uma matriz n x
k que corresponde às respostas quantificadas de um questionário, cada linha de X representa
um sujeito e cada coluna representa uma questão.
Segundo Leontitsis e Pagge (2007), as respostas quantificadas podem estar em qualquer
escala, e assim, o coeficiente alfa de Cronbach pode ser mensurado com a seguinte equação:
𝛼 = k
k − 1[𝜎𝜏
2 − ∑ 𝜎i2k
i=1
𝜎𝜏2 ]
σi2 = variância de cada coluna de X (variância relacionada à cada questão de X)
𝜎𝜏2 = variância da soma de cada linha de X (variância da soma das respostas de cada sujeito)
k = maior que 1 para que não haja zero no denominador
Na equação, k é um fator de correção, e dessa forma, se há consistência nas respostas
quantificadas, será relativamente grande, tendendo α a ser 1. Entretanto, se respostas
randômicas terão 𝜎𝜏2 comparável com a soma das variâncias individuais, tendendo assim a um
α = 0.
O alfa de Cronbach pode ser calculado, segundo Christmann e Van Aelst (2006),
levando-se em consideração a covariância entre os itens do questionário elaborado. Dessa
forma, tem-se tal equação para esse cálculo:
𝛼 = p
p − 1
∑ ∑ 𝜎jkj≠1
∑ ∑ 𝜎jkj,k
𝜎jk = a covariância de (Yj, Yk).
Vale ressaltar ainda, que segundo Streiner (2003), o coeficiente alfa de Cronbach sofre
mudanças conforme a população onde a escala está sendo aplicada, ou seja, é uma propriedade
inerente do padrão de resposta da população que está sendo estudada, e não uma característica
da escala por si só. O mínimo valor aceitável para este tipo de α é de 0,70, se abaixo deste valor,
a consistência interna da escala utilizada é tida como baixa. Contudo, o máximo valor esperado
desse α é de 0,90, e valores acima deste, pode ser considerado que há uma redundância ou
duplicação (vários itens estão medindo o mesmo elemento), sendo assim preferíveis valores
para α entre 0,80 e 0,90 (STREINER, 2003).
50
De acordo com Krus e Helmstadter (1993), se faz necessário compreender que o valor
de alfa é afetado pelo número de itens que compõem uma escala, e assim, quanto mais se
aumenta o número dos itens, aumentar-se-á a variância, que será colocada sistematicamente no
numerador, para se obter na escala um valor superestimado da consistência. Deve-se ainda levar
em conta que o valor do alfa de Cronbach, pode ser superestimado se não for considerado o
tamanho da amostra, ou seja, quanto maior for o número dos indivíduos que preenchem uma
escala, maior será a variância esperada (BLAND; ALTMAN, 1997). Cortina (1993) em seu
estudo, propôs a comparação do α = 0,80 para escalas de 3 e 10 itens: nas escalas de 3 itens, a
média da correlação entre os itens é de 0,57, enquanto que na escala com 10 itens é de 0,28. Por
desconsiderar o tamanho do teste, o coeficiente alfa de Cronbach não deve ser a única maneira
de avaliar a adequância de uma escala, mas seu nível de confiabilidade que depende da decisão
que é realizada com a escala.
2.4.2 Qui quadrado
A distribuição para quantidade útil para encontrar intervalos de confiança quando a
suposição de que a população é normalmente distribuída for verdadeira, denomina-se qui
quadrada. Ao contrário da normal, esta não é uma distribuição simétrica, e possui seus
intervalos de confiança para σ2 usualmente baseados na distribuição amostral de (n – 1) s2/ σ2.
Caso as amostras de tamanho n sejam tiradas de uma população normalmente distribuída, essa
quantidade tem uma distribuição conhecida como a distribuição (𝜒 2) de qui-quadrado com n -
1 grau de liberdade (DANIEL, 2009).
Segundo Daniel (2009), a qui-quadrado é a técnica estatística mais utilizada para a
análise dos dados de contagem ou frequência, e a justificativa do uso da distribuição nessas
situações deve-se a Karl Pearson (1948), que mostrou que a distribuição do qui-quadrado pode
ser usada como um teste do acordo (conformidade) entre observação e hipótese, sempre que os
dados estiverem na forma de frequências. A estatística de teste para os testes de qui-quadrado
é dada por:
𝜒2 = ∑ [(𝑂𝑖 − 𝐸𝑖)2
𝐸𝑖]
Oi = frequência observada para i-ésima categoria da variável de interesse
Ei = frequência esperada (dado que H0 é verdadeiro) para a i-ésima categoria
𝜒 2 = medida de extensão que, em uma dada situação, pares de frequências observadas e esperadas concordam
51
Quando sua hipótese nula é verdadeira, 𝜒 2 é distribuída com k - r graus de liberdade.
Ao determinar esses graus de liberdade, k é igual ao número de grupos para os quais as
frequências observadas e esperadas estão disponíveis, e r é o número de restrições ou restrições
impostas (quando força-se a soma das frequências esperadas a igualar a soma das frequências
observadas) à comparação dada (DANIEL, 2009).
A natureza de 𝜒2 é tal que quando existe uma associação forte entre as frequências
observadas e as esperadas é pequena, e quando essa associação é fraca, 𝜒2 é grande.
Consequentemente, somente um valor suficientemente grande de 𝜒2 causará a rejeição da
hipótese nula (DANIEL, 2009).
Se houver perfeita concordância entre as frequências observadas e as esperadas (dado
que H0 é verdadeiro), Oi - Ei = 0 para cada par de frequências observadas e esperadas. Tal
resultado traria um valor de 𝜒 2 = 0, e incapaz de rejeitar H0. Entretanto, quando há discordância
entre as frequências (observadas e as que se esperaria, dado que H0 é verdadeira), pelo menos
um dos termos Oi - Ei ≠ 0, ou seja, quanto menor for a conformidade (associação) entre Oi e
Ei, maiores ou mais frequentes serão esses valores não nulos. Caso a conformidade entre eles
seja suficientemente fraco, resultando em um valor 𝜒2 suficientemente grande, é possível
rejeitar H0 (DANIEL, 2009).
Daniel (2009), trouxe ainda que a quantidade somatória [ (Oi - Ei)2 / Ei] será pequena
se as frequências observadas e esperadas estiverem próximas entre si e serão grandes se as
diferenças forem grandes, ou seja, estiverem distantes. Assim, o valor calculado de 𝜒2 é
comparado com o valor tabulado de 𝜒2 com k - r graus de liberdade. A regra de decisão, então,
é: Rejeitar H0 se 2 ≥ 𝜒 2 tabulado para o valor escolhido de alfa (α).
Em aplicações do teste do qui-quadrado, frequentemente a frequência esperada para
uma ou mais categorias é pequena (menor que 1). Cochran (1952, 1954) sugere que para testes
de bondade de ajuste de distribuições uni modais (como a normal), a frequência mínima
esperada seja tão baixa quanto 1. Na prática, se encontrar uma ou mais frequências esperadas
inferiores a 1, as categorias adjacentes podem ser combinadas ou agrupadas para atingir o
mínimo sugerido. A combinação reduz o número de categorias e, portanto, o número de graus
de liberdade (DANIEL, 2009).
Por questões teóricas, algumas restrições são apresentadas quanto ao uso do qui
quadrado (𝜒2), são elas: o teste só deve ser aplicado quando a amostra possuir mais de 20
elementos; se 20 < N < 40, o teste só pode ser aplicado se nenhuma frequência esperada for
52
menor que 1; as variáveis desse teste devem ser nominais, caso as variáveis sejam ordinais
aplica-se o teste para tendências; existe a correção de Yates (1934), que tornam os testes mais
conservadores; por estabelecer que a associação entre duas variáveis nominais é significante, é
provável que a hipótese alternativa seja verdadeira (VIEIRA, 2008, 2011).
2.4.3 Árvore de decisão
Para a construção de um modelo, são abstraídas da realidade as variáveis relevantes e
suas interações significativas para o estudo de um determinado problema. A representação
dessas variáveis e seus inter-relacionamentos, através de símbolos, constitui o modelo
(SANTOS; PONTE, 1998). Um dos modelos que melhor se aplicam no contexto da saúde é a
árvore de decisão, e entre as principais vantagens deste modelo estão a fácil interpretação dos
dados e a rapidez na geração dos resultados.
A árvore de decisão é uma técnica confiável de desenvolvimento de modelos preditivos
à tomada de decisão e na elaboração de regras de classificação. Trata-se de uma metodologia
de estrutura gráfica hierárquica, de fácil entendimento e aplicação, que tem o objetivo de
descobrir conhecimento a partir de uma base, e que é caracterizada por segmentar os dados
heterogêneos de acordo com a similaridade, de maneira que estes se tornem homogêneos em
relação à variável alvo (CERVANTES et al., 2015; RAMYA et al., 2015).
Na prática, as árvores de decisão têm grande relevância no auxílio da resolução de
problemas em diferentes áreas, incluindo, principalmente a área da saúde, devido a sua
capacidade preditiva, ou seja, a capacidade do modelo em prever no presente as interações que
ocorrerão no futuro com um nível de certeza maior (EVANGELINE; SUDHASINI, 2016;
VARMA et al., 2016).
Na saúde, alguns problemas clínicos diretos com desfechos de curta duração, podem ser
modelados pela árvore de decisão, segundo Soárez (2009). Já para problemas clínicos de longa
duração, Morais et al. (2012) desenvolveram um sistema móvel de apoio à decisão médica
aplicado ao diagnóstico de asma, utilizando o modelo de árvore de decisão, bem como Georg
(2005) propôs um modelo de rastreamento populacional para diabetes, com a mesma
modelagem. Em seu estudo sobre os métodos de modelagens, Gueyffier et al. (2012) sugeriram
que especialistas desenvolvessem algoritmos do tipo árvores de decisão para auxiliar
profissionais a decidirem sobre problemas de saúde pública, além disso, Medeiros et al. (2014)
53
desenvolveram um modelo para identificar pacientes não aderentes ao tratamento anti-
hipertensivo.
Árvore de decisão relaciona as ações tomadas com as consequências, ou seja, é uma
ferramenta visual que descreve um problema de decisão em seus três principais componentes:
o modelo, as probabilidades de ocorrência das variedades de eventos que estão sendo
modelados e os valores dos desfechos que existem no final de cada caminho (ROBERTS;
SONNEMBERG, 2003). Uma árvore de decisão é constituída de uma cadeia de elementos,
desde distintos nós, que representam os atributos de um determinado problema, até as folhas,
que representam os diversos estados que o atributo pode assumir, necessitando como requisito
básico a existência de um atributo alvo (LAST et al., 2016; LAROSE; LAROSE, 2015). A
estrutura geral de uma árvore de decisão está apresentada na figura 3.
Figura 3 - Estrutura de uma árvore de decisão
Fonte: Elaboração própria, 2017.
Na estrutura da árvore, o nó raiz ou nó principal representa o atributo preditivo ou
variável decisória, os nós internos ou filhos, representam as variáveis decisórias de níveis
intermediários, as folhas ou nó terminal, representam a decisão sobre a variável predita, e por
54
fim, os ramos são as conexões entre os nós que contém os valores dos atributos de cada variável
decisória.
As regras de classificação representam a leitura da árvore e podem ser obtidas a partir
da identificação dos atributos (ou variáveis dos nós) que conduzem ao desfecho (variável do nó
terminal). Esse percurso representa um subconjunto homogêneo de atributos que estão
associados ao desfecho. De forma geral, as regras da árvore são construídas utilizando as
condicionais ‘se’ e ‘então’, e as variáveis que são incluídas na árvore durante o processamento
computacional são baseadas em probabilidades, ganho de informação e entropia, ao final do
processo as variáveis incluídas são consideradas preditoras do desfecho escolhido e é apontada
uma matriz de confusão em que mede a qualidade do método abordado (erros e acertos).
Para construção desse modelo, é necessário identificar as alternativas, especificar qual
a decisão se pretende tomar, bem como traçar uma estrutura para análise da decisão. Segundo
Cervantes et al. (2015) e Bhargava et al. (2013), outra vantagem de tal técnica se dá ao fato da
sua capacidade de processar valores em falta ou dados incertos (com ruídos), tendo ainda
resultados de alto desempenho com baixo custo computacional.
A construção da árvore de decisão, pode ser viabilizada por algoritmos, tais como J48,
que é uma implementação do algoritmo C 4.5 de código aberto e que pode envolver atributos
qualitativos, contínuos e discretos, como também atributos com valores categóricos e valores
ausentes, não exigindo uma distribuição de probabilidade específica, sendo considerado de fácil
utilização e de melhor medida de qualidade.
Sua implementação se dá pelo software livre Waikato Environment for Knowledge
Analysis (WEKA) versão 3.8 que adota a estratégia “dividir para conquistar” na estruturação,
e baseia-se no conceito de razão de ganho de informação que identifica o quanto informativo
um atributo é, para então, selecionar a separação ótima (BHARGAVA et al., 2013;
CHAUHAN; CHAUHAN, 2013; FORMAN; SCHOLZ, 2010; LAROSE; LAROSE, 2015; LIN
CHEN, 2011).
A classificação das variáveis e a identificação dos subconjuntos ocorrem a partir de
cálculos de probabilidade das decisões no conjunto de dados e nos subconjuntos de variáveis
independentes relacionadas à decisão. O cálculo de heterogeneidade permite avaliar que
variáveis têm maior Ganho de Informação (GI) a respeito do desfecho e as seleciona, de forma
hierárquica, para formação da árvore no apoio à tomada de decisão.
O algoritmo J48 utiliza o índice de entropia para medir a heterogeneidade, o ganho e a
razão de informação como critérios de seleção das variáveis, com base nas seguintes equações
55
(QUINLAN, 1996; LIN; CHEN, 2011): Passo 1: Calcular Info (S) para identificar a classe no
conjunto de treinamento S segundo a equação que segue:
𝑰𝒏𝒇𝒐(𝑺) = −Σ𝑖=1𝑘 [(
𝑓𝑟𝑒𝑞(𝐶𝑖𝑖𝑆)
|𝑆|) 𝑙𝑜𝑔2 (
𝑓𝑟𝑒𝑞(𝑐𝑖𝑆)
|𝑆|)] (1)
Onde: |S| é o número de casos no conjunto de treinamento, Ci é a classe, i= {1,2,...,k},
k é o número de classes e freq (Ci,S) é o número de casos em Ci.
Passo 2: Calcular o valor da informação esperada, Infox (S), para a variável X da partição
S, utilizando a equação abaixo:
𝑰𝒏𝒇𝒐𝒙(𝑺) = − ∑ [(|𝑆𝑖|
|𝑆|) 𝐼𝑛𝑓𝑜(𝑆𝑖)]𝐿
𝑖=1 (2)
Onde L é o número de saídas para a variável X, Si é um subconjunto de S, e |S| é o
número de casos no subconjunto Si. A partir da entropia calculada dos subconjuntos é possível
definir as variáveis que têm maior GI, o cálculo desse ganho permite identificar qual a variável
que apresentou GI mais significativo para compor o nó raiz, que será útil na formação da árvore
para o apoio à tomada de decisão (QUINLAN, 1996).
Para calcular o GI emprega-se a equação a seguir, utilizando os resultados das equações
anteriores:
𝑮𝑰(𝑿) = 𝐼𝑛𝑓𝑜(𝑆) − 𝐼𝑛𝑓𝑜𝑥(𝑆) (3)
O critério de ganho seleciona como atributo-teste aquele que maximiza o GI. O grande
problema é que ele dá preferência a atributos com muitos valores possíveis. Para solucionar
este problema, Quilan (1996) propôs a Razão de Ganho que corresponde ao GI relativo
(ponderado) como critério de avaliação. A razão de ganho é definida pela seguinte equação:
𝑹𝒂𝒛ã𝒐 𝒅𝒆 𝒈𝒂𝒏𝒉𝒐(𝒏ó) =𝐺𝐼(𝑋)
𝐼𝑛𝑓𝑜(𝑆) (4)
Diante das vantagens e aplicabilidade prática para o tema deste estudo, optou-se pela
árvore como modelo de decisão e pelo algoritmo j48 tendo em vista a natureza das variáveis
disponíveis.
56
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Trata-se de uma pesquisa metodológica do tipo aplicada que se desdobrou em fases
distintas. A pesquisa metodológica é definida por Polit e Hungler (2004), como a que visa a
investigação dos métodos de obtenção, organização e análise de dados, tratando da elaboração,
validação e avaliação de um instrumento confiável, preciso e que possa ser utilizado por outros
pesquisadores.
A pesquisa aplicada é definida por Santos e Parra Filho (2012), como aquela que se
direciona ao desenvolvimento de novos produtos ou ampliação da eficiência dos já existentes.
Rodrigues (2007) enfatiza ainda, que a pesquisa aplicada aponta para o desenvolvimento de
estudos que possam ser utilizados para tomada de decisões práticas, na melhoria de programas
ou em sua implementação.
O estudo foi operacionalizado em seis fases: a primeira foi a elaboração do instrumento
a partir da revisão de literatura; segunda a validação de conteúdo das versões do instrumento
de coleta de dados; terceira, a aplicação do instrumento nos campos de pesquisa; a quarta, a
análise descritiva e construção do modelo de decisão; a quinta, a elaboração de um banco de
dados; a sexta, o desenvolvimento de um protótipo de software denominado Sistema de
Informação de Crianças e Adolescentes com Doença Crônica (SICADC).
Para a validação do instrumento proposto, contou-se com a participação de juízes
especialistas em saúde da criança e do adolescente, no desenvolvimento do banco de dados e
do protótipo de software, contou-se com um programador de banco de dados e um designer de
software. Todas as fases foram detalhadas na sequência.
Os campos de estudo foram o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), o
Complexo Pediátrico Arlinda Marques (CPAM) e o Hospital Municipal do Valentina (HMV),
todos no município de João Pessoa-PB. Tal escolha, deveu-se ao fato de serem serviços de
referência da rede SUS que prestam atendimento, tanto ambulatorial, quanto de internação para
crianças e adolescentes com doenças crônicas no Estado da Paraíba e no município de João
Pessoa. Além disso, são serviços de fácil acesso para realização de pesquisas.
Na fase de coleta dos dados, o estudo apresentou um delineamento transversal, que
caracteriza-se principalmente pela definição do momento no tempo em que os dados empíricos
são produzidos. Este delineamento é apropriado para descrever características da população no
que diz respeito a determinadas variáveis e os seus padrões de distribuição, além de descrever
57
associações entre variáveis. Neste caso, a definição de quais as variáveis independentes e quais
as dependentes, podem ser estabelecidas pelo investigador (MEDRONHO et al., 2008).
Vale ressaltar que umas das limitações dos estudos transversais prendem-se com a
impossibilidade de estabelecer relações causais por não provarem a existência de uma sequência
temporal entre exposição ao fator e o subsequente desenvolvimento da doença.
O período de coleta para compor o banco de dados durou doze meses, tendo iniciado
em agosto de 2015 e terminado em julho de 2016. Para esta etapa foi utilizado o instrumento
que foi elaborado e validado por este estudo. A população participante foram cuidadores de
crianças ou adolescentes com diagnóstico de doença crônica que se encontravam nos serviços
de saúde onde o registro foi realizado.
É importante destacar que para a participação no estudo foram estabelecidos os
seguintes critérios de inclusão: a criança ou adolescentes ter diagnóstico de doença crônica ou
condição crônica confirmado há pelo menos 2 meses; estar acompanhado (a) do cuidador
principal; e em atendimento no ambulatório ou nas clínicas de internação dos serviços. Como
condição para realização da coleta, estabeleceu-se: o cuidador aceitar participar da pesquisa e
assinar o TCLE. Como critérios de exclusão foram estabelecidos: crianças e adolescentes
acompanhados de cuidadores que não possuíam esclarecimentos suficientes sobre o estado de
saúde delas, bem como desconhecimento sobre a história da doença/condição crônica.
A amostra do estudo foi do tipo não probabilística, e atendeu ao critério de
acessibilidade uma vez que interessava a participação de sujeitos que estivessem no serviço
durante a coleta dos dados. A fonte dos dados foi primária, coletada pelo pesquisador e
membros do grupo de pesquisa mediante entrevista com o cuidador principal guiada pelo
preenchimento do instrumento.
A abordagem utilizada para análise dos dados foi quantitativa e qualitativa. A
abordagem quantitativa foi utilizada para a análise descritiva dos achados, os quais foram
discutidos a luz da literatura sobre o tema, e a qualitativa durante um tópico dos resultados que
apresentou a percepção dos especialistas na validação do instrumento, neste caso, optou-se pela
análise de conteúdo de Bardin (2009).
Para a análise, foram utilizadas as seguintes opções: para atestar a confiabilidade do
instrumento de cadastro utilizou-se a medida de alfa de Cronbach; para verificar a aceitação
entre os juízes sobre as variáveis do instrumento utilizou-se o percentual de concordância; para
descrever o perfil do público estudado usou-se a estatística descritiva, para verificar a
associação entre as variáveis do instrumento com a variável desfecho utilizou-se o teste qui-
quadrado, e, por fim, para construir um modelo de apoio a decisão utilizou-se a árvore de
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decisão. Para efeitos de teste do protótipo de software, foram inseridos dados dos cadastros da
amostra, e para exemplificar os modelos de relatórios possíveis utilizou-se os dados da pesquisa
referente à renda familiar e diagnósticos encontrados. Todas as escolhas foram realizadas no
entendimento de que foram as ideais para o estudo e contexto em questão.
3.1 FASES DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
Primeira fase - elaboração do instrumento a partir da revisão de literatura:
Construir um instrumento novo é uma tarefa difícil e desafiadora. Os autores Streiner e
Normam (2003) alertam que a construção de um formulário deve ser a última opção para
pesquisadores, e deve-se dar prioridade aos já existentes, somente na ausência desta condição,
um novo deve ser criado.
Na primeira fase da pesquisa, seguiram-se os critérios propostos pela literatura para a
construção do instrumento, a saber: revisão da literatura acerca do tema e dos instrumentos
similares, descritas nas sessões 2.1 e 2.2, acrescidos da base empírica, descrita na seção 2.3, e
assim deu-se a construção da versão inicial (APÊNDICE B).
Depois da consolidação do processo de construção, os aspectos comuns foram
agrupados em categorias mais abrangentes e, posteriormente, as variáveis que pudessem
especificar e explicar cada categoria, foram consolidadas conforme disposto no quadro 2 da
sessão resultados.
Segunda fase- validação de conteúdo do instrumento de coleta de dados:
O termo validar refere-se ao grau com que um instrumento representa o objeto a ser
medido, ou seja, é a relação entre o instrumento de medida e o que se deseja medir. Alguns
autores usam o termo validade e o definem como um dos critérios que podem conferir qualidade
a um instrumento de pesquisa (CONTANDRIOPULOS et al., 1997; POLIT; HUNGLER,
2004).
Os estudos de validação são complexos e longos, e compõem uma gama de estudos
metodológicos que estabelecem o entendimento entre o que se deseja medir e o que é realmente
verdadeiro. Na literatura científica, há tipificações dos processos de validação, os quais se
dividem em validação de conteúdo, de constructo e relacionada ao critério (ANASTASI, 1988).
59
Já Vianna (1976) define quatro tipos: validade de conteúdo, concorrente, de constructo e
preditiva.
A validação de conteúdo refere-se à análise criteriosa do conteúdo do instrumento, a fim
de verificar a representatividade dos itens propostos em relação ao conceito que se pretende
medir. Essa validação determina se o conteúdo de um instrumento de medida explora, de
maneira efetiva, os quesitos para mensuração de um determinado fenômeno a ser investigado
(JUNIOR; MATSUDA 2012). A validação de conteúdo não é determinada por medidas
estatísticas, pois sua operacionalização se dá por meio da submissão do instrumento à análise
de juízes, peritos no assunto, os quais podem sugerir o acréscimo e/ou retirada ou modificação
dos itens (CONTANDRIOPULOS et al., 1997; POLIT; HUNGLER, 2004; FACHEL;
CAMEY, 2000).
Nesse processo, a validade de conteúdo refere-se ao julgamento sobre o instrumento,
ou seja, se ele realmente cobre os diferentes aspectos do seu objeto e não contém elementos que
podem ser atribuídos a outros objetos, abrangendo assim, todos os aspectos importantes do
problema que está sendo investigado. Rubio et al. (2003) destacam que a validade de conteúdo,
é a determinação da representatividade de itens que expressam um conteúdo, baseada no
julgamento de especialistas em uma área específica.
A validade do constructo está ligada ao grau com que o instrumento mede o que foi
proposto a ser medido, nesse tipo de validação a técnica estatística que pode ser utilizada é a
análise fatorial. A validade de critério está relacionada à capacidade de o instrumento ou teste
funcionar como um preditor, presente ou futuro, de outra variável operacionalmente
independente chamada critério (FACHEL, CAMEY, 2000).
A validade concorrente é o processo de comparação dos resultados da aplicação de
instrumentos similares obtidos na mesma época. E, por fim, a validade preditiva que é utilizada
na previsão de um diagnóstico futuro.
Além da validade, outra qualidade indispensável para conferir confiança a um
instrumento é a fidedignidade. Esta por sua vez, significa a capacidade de um teste ou
instrumento obter os mesmos resultados se aplicado ao mesmo grupo por repetidas vezes
(VIANNA, 1976). A fidedignidade pode ser estimada estatisticamente por dois conceitos:
Consistência interna, medida pelo Alpha de Cronbach, e estabilidade temporal, utilizando o
coeficiente de variação. A medida é baseada na correlação dos itens que compõem cada
dimensão. De acordo com Pollit e Beck (2011), valores acima de 0,70 indicam consistência
interna satisfatória para instrumentos novos. O processo de validação de instrumentos não se
finda, pelo contrário, toda validação pressupõe continuidade e deve ser repetida inúmeras vezes
60
para o mesmo instrumento. Dentre os vários aspectos críticos que compõem o campo da
elaboração de questionários, o fundamental está relacionado ao conhecimento da validade e
confiabilidade dos instrumentos.
No que se refere à proposta deste estudo, optou-se pelo tipo de validação de conteúdo
em caráter consultivo, operacionalizada pela técnica de análise de juízes, por ser o mais
adequado e aplicado a esta pesquisa, já que não se trata da elaboração de um teste válido
(constructo), nem a criação de um teste diagnóstico (preditiva) e, por não existir instrumento
similar para que seja feita a comparação (concorrente).
Publicações têm apresentado métodos diferentes para quantificar o grau de
concordância entre os juízes especialistas durante o processo de avaliação da validade de
conteúdo de um instrumento. Dentre esses, destaca-se: Porcentagem de concordância, método
empregado para calcular a concordância entre os juízes, Hulley et al. (2003) destacam que esta
é a medida mais simples de concordância entre juízes e a mais recomendada na fase inicial
constituída como determinação das variáveis. Outros autores recomendam a taxa de
concordância de 90 % entre os juízes (POLLIT; BECK, 2011), mas Pasquali (2010) defende
que 80 % é aceitável.
Optou-se por utilizar porcentagem de concordância para avaliar a pertinência das
variáveis às categorias a partir do julgamento dos juízes, e como ponto de corte de 80% para a
aceitação inicial das variáveis. No entanto, aguardou-se a fase de análise estatística para que
fosse confirmada a relevância da (s) variáveis com baixo percentual de aceitação para que
fossem definitivamente excluídas do instrumento. Para o cálculo desta concordância foi
utilizada a seguinte fórmula:
% concordância (variável X) = Número de participantes que concordaram (variável X) x 100
Número total de participantes
Devido à escassez de autores que versam sobre a determinação do perfil de especialistas
em pesquisa, adaptaram-se aos critérios encontrados na literatura (FEHRING, 1994). Assim,
na escolha dos juízes para operacionalizar a validação de conteúdo foram convidados três juízes
da instituição onde o estudo foi realizado, em virtude da expertise na temática. Estes juízes
também sugeriram outros quatro juízes de instituições diferentes para compor grupo de sete
especialistas. Em seguida foi realizado uma consulta simples à plataforma Lattes do Conselho
Nacional de Pesquisa, a fim de analisar os seguintes critérios aplicados para todos os
especialistas: formação acadêmica na área da saúde; com Doutorado (na área) e /ou Mestrado
61
(na área); experiência na área de saúde da criança adolescente (Docência/Assistência);
produção científica sobre o tema da doença crônica (Criança e/ou adolescente) e participação
em grupo de pesquisa.
Após a análise e atendimento aos critérios de seleção, foi feito contato por e-mail com
os quatro juízes das outras instituições, e destes, apenas dois aceitaram participar da pesquisa e
receberam o material para validação juntamente com os três juízes da instituição da onde a
pesquisa foi realizada, conformando, assim um grupo de cinco juízes. O processo de validação
foi realizado em duas etapas, a primeira durante os meses de outubro a dezembro de 2014
(avaliação da versão inicial) e a segunda durante os meses de outubro a dezembro de 2015
(avaliação da versão final).
Para a validação de conteúdo do instrumento, as categorias e variáveis foram julgadas
por meio de uma grade de validação (APÊNDICES C e D) que abordava a pertinência de cada
variável à sua respectiva categoria, com as respostas “Sim” (atribuído valor 1), “Não” (atribuído
o valor 0) e um campo para “Sugestões” de novas variáveis e/ou categorias.
Apesar da validação de conteúdo dispensar o uso de medidas estatísticas, utilizou-se a
medida Alfa de Cronbach para aferir a análise de fidedignidade entre os juízes quanto aos
atributos conferidos ao instrumento: clareza, completude, pertinência, importância, suficiência,
possibilidade de criação de um banco de dados, utilizando uma escala do tipo Likert de 0 a 10
pontos como forma de respaldar a elaboração e propósito do estudo (APÊNDICES C e D).
Após a primeira rodada de avaliação da primeira versão, os juízes sugeriram mudanças
na estrutura (organização e apresentação do instrumento) e no conteúdo (acréscimos/exclusão
de variáveis) detalhadas na seção resultados. Todas estas sugestões foram consolidadas e
analisadas pelo pesquisador, confrontadas com o propósito do estudo e depois do atendimento
das sugestões pertinentes, obteve-se a versão intermediária do instrumento com o qual foi
iniciado o teste piloto.
A operacionalização do teste piloto foi realizada nos meses de junho à julho de 2015
nos três campos de pesquisa, onde 20 crianças e adolescentes foram cadastrados e, assim
distribuídos: 10 no Hospital Universitário Lauro Wanderley; 6 no Complexo Pediátrico Arlinda
Marques; 4 Hospital Municipal do Valentina, utilizou-se como critério de finalização do teste
a saturação de adequações e modificações no instrumento. Ao final do processo o instrumento
conformou a última versão (APÊNDICE E). Para efeitos de amostra e análise estatística do
estudo, os 20 cadastros do teste piloto não foram incluídos por apresentar diferenças
significativas e necessidade de adequações para que o instrumento fosse considerado adequado
para coleta dos dados validos em si.
62
Durante a aplicação do teste piloto, ainda foram necessárias algumas modificações no
conteúdo nas categorias 1, 3 e 4 e nove variáveis foram inseridas pelo pesquisador. Tais
variáveis surgiram diante dos aspectos abordados pelos cuidadores na coleta dos dados, as quais
ainda não haviam sido contempladas pelo instrumento. Não sendo então, estes acréscimos
considerados como mudanças que pudessem comprometer os objetivos da pesquisa, a coleta
continuou, e, em paralelo a segunda análise dos juízes foi realizada nos meses de outubro à
dezembro de 2015.
Com a última versão do instrumento, deu-se início à coleta de dados empíricos
compreendido entre agosto de 2015 a agosto de 2016 para compor a análise estatística e
construção do modelo de decisão. O processo de análise dos juízes desta versão do instrumento
serviu de base para atestar a validade final de conteúdo e aprovar as modificações ocorridas nas
etapas anteriores.
Terceira fase: aplicação do instrumento nos campos de pesquisa:
Inicialmente, procurou-se aplicar os critérios de inclusão e exclusão descritos na
metodologia para a população alvo do estudo. A fase de registro dos dados foi operacionalizada
da seguinte forma: pelo menos em um ou mais turnos durante a semana, cada campo de pesquisa
era visitado e fazia-se o contato inicial com os responsáveis do setor para verificar o quantitativo
de crianças e adolescentes que estavam internadas ou em consulta ambulatorial e atendiam ao
critério de ter diagnóstico de doença crônica. A partir dessa informação buscava-se mais
detalhes no prontuário (nos casos de internação nas clínicas) e posteriormente os cuidadores
eram contatados e aplicados os demais critérios de inclusão, os coletadores identificavam-se e
explicavam os objetivos do estudo mediante a leitura do TCLE (APÊNDICE F), e caso o
cuidador aceitasse participar do estudo, era realizado o preenchimento do instrumento.
Assim, teve-se contato com uma população de 656 possíveis casos, destes: 50 possuíam
diagnóstico com menos de 2 meses; 133 com diagnóstico a esclarecer; 9 recusaram participar
da pesquisa; 44 estavam sem o cuidador principal; 10 cuidadores alegaram desconhecer o
diagnóstico ou que não sabiam fornecer as informações necessárias; 15 cuidadores
encontravam-se impossibilitados de dar entrevista no momento (dormindo, ocupado, admitido
no momento); 1 cuidador era menor de idade; em 3 casos, houve dificuldade de acesso ao
prontuário; 6 crianças e/ou adolescentes estavam incluídos no quadro de internados, mas no
momento da coleta estavam em outro serviço para realizar exames ou consulta; 2 crianças
estavam sob cuidados da Casa de Adoção ou sob proteção do Conselho Tutelar (Informações
63
em sigilo); 1 em isolamento; 38 por causas agudas ou cirúrgicas; 57 estavam de alta ou em
processo de transferência; 73 já haviam sido cadastrados por um dos coletadores; 13 não foram
cadastradas por dificuldades na operacionalização da coleta (disponibilidade de tempo, número
de instrumentos reduzidos), totalizando 455 casos excluídos.
Assim, um total de 201 casos atenderam aos critérios na íntegra, após a retirada dos 20
cadastros do estudo piloto, obteve-se uma amostra de 181 casos que compuseram a análise e o
banco de dados do estudo.
É importante salientar que para a coleta dos dados foi utilizada a última versão do
instrumento e depois da finalização do processo de validação pelos juízes (dezembro de 2015),
as informações relevantes que necessitaram ser complementadas, após os poucos ajustes da
última análise de juízes, foram realizadas por contato telefônico dos membros do grupo com os
cuidadores.
As variáveis referentes ao diagnóstico definitivo foram obtidas de duas fontes, o
prontuário de cada usuário, e, nos casos em que não era possível obter este documento, o
profissional médico responsável pelo atendimento e acompanhamento da criança ou do
adolescente, forneceu a informação. Posteriormente, esta informação era confirmada com o
cuidador familiar durante o preenchimento do instrumento.
Quanto as fases da evolução da doença, estas foram respondidas pelos membros do
grupo e pesquisador no momento da coleta. Serviram como base para esta classificação, a
literatura de Rolland (2001) e de Araújo (2012). Tendo em vista a dificuldade para identificar
em que momento estes sinais e sintomas são de fato, sugestivos de doença crônica e até que o
diagnóstico médico seja confirmado, e reconhecendo que cada fase da doença exige da família
atitudes e demandas diferentes, que ultrapassam a perspectiva biológica da doença, e atingem
dimensões subjetivas como o acesso aos serviços, atribuiu-se como definição para efeitos de
classificação das fases, a seguinte decisão: fase inicial, o tempo de até quatro meses após o
diagnóstico médico, fase crônica após quatro meses de diagnóstico médico até que a doença
evolua para fase terminal (morte) ou possa se alcançar a fase de cura por meio de um
procedimento cirúrgico ou transplante ou outro tipo de tratamento que leve a cura.
Quarta fase: Análise descritiva e construção do modelo de decisão
Nesta etapa, os dados oriundos da coleta foram inseridos em um pacote estatístico para
análise descritiva das categorias do instrumento, nesta foram incluídas as variáveis mais
representativas de cada parte do instrumento.
64
Para a construção do modelo de decisão, a escolha da variável desfecho foi ‘frequência
de internação hospitalar’, presente na categoria 3, tal escolha foi guiada pelo desenho do estudo
(transversal), no qual o pesquisador possui certa autonomia em selecionar a variável desfecho,
bem como, pela representatividade que esta tem diante do enfrentamento da doença/condição
respaldadas pela literatura descrita na seção inicial deste estudo, além de representar um dos
eventos (a internação/hospitalização) ocorridos no local em que a pesquisa foi realizada. Assim,
a planilha de dados com a amostra da pesquisa possuía 181 cadastros, destes 38 correspondiam
à consulta ambulatorial e dos 143 casos que atenderam ao desfecho escolhido, dois foram
excluídos porque eram referentes a crianças que permaneciam internadas desde o nascimento,
não sendo possível obter a resposta para a frequência de internações anuais. Dessa forma, a
planilha que subsidiou a construção do modelo de decisão e dos testes foi constituída por 141
casos.
Nesse sentido, foram exploradas em carácter estatístico as relações/associações deste
desfecho com as demais variáveis do banco de dados utilizando o teste Qui-quadrado, a fim de
selecionar previamente as variáveis que apresentaram independência não nula, ou seja, quando
uma variável contribui para alterações na variável desfecho. Cabe ressaltar que tanto para o
teste estatístico quanto para construção da árvore de decisão, as respostas à cada variável do
instrumento necessitaram de adequações e agrupamentos para que fosse possível obter saídas
binárias (0 ‘zeros’ ou 1 ‘hum’) ou no máximo trinárias, viabilizando assim, o uso e leitura do
teste e do modelo.
O teste qui quadrado apontou associação forte das variáveis ‘raça [brancos, não
brancos]’ (p=0,047), ‘tratamento da água ingerida [tratada, não tratada]’ (p=0,040), ‘ número
de moradores [até 3 moradores, 4 moradores, 5 ou mais]’ (p=0,002), ‘animais domésticos[
possui, não possui]’ (p=0,039) com o desfecho ‘frequência de internação anual [interna até 2
vezes por ano, interna 3 vezes ou mais] e estas foram incluídas no arquivo para construção da
árvore.
Além das variáveis que apresentaram associação com o desfecho em estudo, foram
inseridas outras variáveis de todas as categorias do instrumento que não obtiveram bom
desempenho no teste estatístico, mas que em termos práticos e com base na literatura, bem
como na experiência do pesquisador poderiam ser preditoras da frequência de internações, a
saber:
Categoria 1: deficiência [possui, não possui], escolaridade do cuidador [ analfabeto,
estudou até o ensino fundamental, estudo até o ensino médio ou mais], situação empregatícia
do cuidador [ empregado, desempregado, dependente ou aposentado]. Categoria 2: família
65
cadastradas em programas do governo [sim, não], renda familiar [ menor que um salário
mínimo, de um a dois salários mínimos, mais que dois salários mínimos]. Categoria 3: fase da
doença [inicial, crônica, cura/reabilitação], tratamento medicamentoso [sim, não], possui
segunda doença [sim, não], restrições em decorrência do diagnóstico [possui, não possui],
dependente de cuidados complexos [sim, não]. Categoria 4: utiliza a USF [ sim, não, não
possui], utiliza clínica especializada [sim, não, não possui]. Categoria 5: envolvimento da
família no cuidado[sim, não], a família recebe apoio [sim, não].
Em seguida, estas 19 variáveis foram inseridas em um arquivo para a construção do
modelo de decisão baseado em árvore de decisão utilizando-se o software WEKA versão 3.8
seguido da elaboração das regras de classificação apresentadas na sessão resultados.
O software apresenta quatro opções de metodologia do teste: ‘Use training set’ que usa
os casos de treino como de teste; ‘Supplied teste set’ que permite selecionar um arquivo com
os casos de teste; ‘Cross-validation’ que usa a validação cruzada do tipo k-fold’; e, por fim, ‘
Percentage split’ que usa uma porcentagem dos casos para teste. Todas as opções de testes
foram realizadas com os valores padrão do software, e as variáveis preditoras obtidas em todos
foram as mesmas. No entanto como o objetivo específico do estudo, atendido por este tópico
foi descrever um modelo preditor baseado em árvore de decisão, o método escolhido entre as
opções de metodologia do teste no WEKA foi ‘use training set’ por ser o que apresentou melhor
percentual de acerto e explicação adequada à prática na saúde.
Quinta fase: Elaboração de um banco de dados para armazenamento das informações
Para além de construir, validar, tecer análises estatísticas e demostrar uma possibilidade
de modelo de decisão aplicável à prática, entendeu-se necessário apontar uma opção de
armazenamento dessas informações para posteriormente serem utilizadas nos serviços. Para
tanto, foi elaborado um banco de dados a partir do instrumento validado, gerenciado por um
Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) MySQL, tal ferramenta é um banco de
dados relacional gratuito, compatível com plataformas Windows, GNU/Linux, Mac, entre
outras. É eficiente e otimizado para aplicações Web e foi desenvolvido e mantido pela empresa
MySQL AB (PACIEVITCH, 2009), este banco permitiu a entrada das variáveis incluídas no
instrumento e relatórios que poderão ser utilizados pelos serviços em um momento posterior.
66
Sexta fase: Desenvolvimento do software- Sistema de Informação de Crianças e Adolescentes
com Doença Crônica (SICADC).
Com vistas à possibilidade de implantação futura nos serviços e tendo como base as
dificuldades do registro manual e diante da necessidade de tornar eletrônico o preenchimento
do instrumento bem como, possibilitar o acesso rápido aos dados coletados, pelos profissionais
do serviço, foi desenvolvido um sistema Web (SICADC), também baseado no instrumento
validado, que permite acessar o banco de dados no MySQL. Tal sistema foi idealizado para
funcionar nas clínicas de internação hospitalar, ambulatórios e clínicas especializadas em
virtude do conteúdo das categorias e variáveis que o compõe. Para o desenvolvimento do
sistema, seguiu-se os passos propostos por Pressman (2006).
O primeiro passo, desenvolvimento do software (protótipo), compreendeu um conjunto
de métodos, ferramentas e procedimentos (PRESSMAN, 2006), onde: os métodos
demonstraram os detalhes de “como fazer” o software e incluíram: planejamento e estimativa
do projeto, análise de requisitos, projeto da estrutura de dados, arquitetura de programa e
algoritmo de processamento, codificação, teste e manutenção. Foi definido o que o sistema faria
como: sua interface e restrições, arquitetura do sistema, a linguagem para programação,
definição da realização dos testes, a correção, as mudanças e as adaptações para atender às
necessidades do cliente.
As ferramentas oferecem apoio automatizado ou semi-automatizado aos métodos, e
devem ser integradas, ou seja, uma informação criada por uma ferramenta pode ser usada por
outra, proporcionando um suporte ao desenvolvimento do software. Os procedimentos
constituem a ligação entre os métodos e as ferramentas. Estes definem a sequência da aplicação
dos métodos, os produtos que serão entregues e os controles para garantir a qualidade e
coordenar as mudanças do software.
Assim, o planejamento foi construído com base na definição de fluxos de trabalho para
uma melhor organização e divisão das etapas do desenvolvimento das opções do sistema, onde,
posteriormente, foi definido um cronograma de desenvolvimento do SICADC. Para tal,
reuniões foram realizadas entre desenvolvedores e colaboradores com o objetivo de identificar
e homologar requisitos para o SICADC. Nesta etapa foi escolhido o Servidor Web Apache, a
liguagem de programação PHP e banco de dados MySQL por serem ferramentas de código
aberto e pode ser instalado em qualquer plataforma, seja Linux ou Windows.
Algumas características importantes foram levadas em consideração: ser acessível pela
Web, ser aberto em várias plataformas, adaptar-se ao tamanho da tela de cada ferramenta,
67
possuir interface simples e atrativa com fácil acesso às suas funcionalidades, como acesso aos
relatórios e a exportação dos dados coletados para o formato compatível com o pacote office.
As linguagens utilizadas foram: JavaScript, HTML5 (HyperText Markup Language
versão 5), CSS3 (Cascading Style Sheets versão 3) e PHP (Hypertext Preprocessor). A escolha
dessas tecnologias se deu pelo fato de serem linguagens de programação para sistemas Web e
apresentarem um resultado final atrativo e robusto, promovendo interoperabilidade entre os
principais navegadores e sistemas operacionais de dispositivos móveis disponíveis da
atualidade: iOs, Android e WindowsPhone.
O segundo passo descrito por Pressman (2006), avaliação do software (protótipo), o
autor descreve que é necessário que o software seja avaliado pela população que irá utilizá-lo
posteriormente, além de experts na área de desenvolvimento de software. Embora, a avaliação
deste sistema pelos profissionais dos serviços não consta nos objetivos deste estudo, mas para
cumprir o segundo passo descrito por Pressman (2006), o sistema foi avaliado e testado pelos
desenvolvedores, pelo pesquisador e pelos membros do grupo de pesquisa, os quais inseriram
os dados dos cadastros da amostra, executando assim, a avaliação. Para tal, foram utilizados os
principais navegadores (Firefox, Chrome e Internet Explorer e Safari) com o intuito de verificar
sua compatibilidade. O acesso ao sistema foi disponibilizado por meio da plataforma web,
através da URL:www.sicadc.com.br e, para tal, os usuários utilizaram login e senha
criptografadas cadastrados previamente pelo admistrador do sistema.
3.2 ASPECTOS ÉTICOS
O estudo foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) /Plataforma
Brasil da Universidade Federal da Paraíba e atendeu às Diretrizes e Normas de Pesquisa
envolvendo seres humanos, previstas na Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde
(CNS, 2012), sob o parecer 731.578 e CAAE 33749714.3.0000.5183 (Anexo 1)
Adicionalmente foi financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), Edital Universal
01/2014, Nº do processo: 448716/2014-03. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi
apresentado tanto para os cuidadores que forneceram os dados inseridos no instrumento
(APÊNDICE F), quanto para os avaliadores do instrumento (APÊNDICE G) como os órgãos
competentes à autorização para a coleta dos dados no campo da pesquisa também autorizaram
previamente a realização da validação e coleta de dados (Anexos 2-4), mediante aprovação no
CEP.
68
4 RESULTADOS
Na apresentação dos resultados do estudo adotou-se a seguinte subdivisão: na primeira
parte, descreveu-se os achados da construção, validação e análise descritiva do instrumento; na
segunda parte, descreveu-se os resultados do modelo estatístico; e por fim, descreveu-se os
aspectos da construção do protótipo de software.
4.1 CONSTRUÇÃO, VALIDAÇÃO E DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO
A partir dos passos detalhados na metodologia, a conformação inicial do instrumento,
ou seja, a sua construção, foi descrita conforme o quadro 2 e disponibilizada para os
especialistas na etapa de validação.
Quadro 2 – Descrição dos aspectos comuns, categorias e variáveis do instrumento na primeira versão.
Aspectos
comuns
Categorias Variáveis
Identificação,
sexo, raça, cor.
Identificação da
criança/adolescen
te
Nome completo; sexo; número do cartão sus; raça/cor;
idade; nome completo da mãe; data de nascimento;
município de nascimento; estado; município de
residência atual; nacionalidade; logradouro; número;
complemento; estado; telefone celular; telefone
(recado); religião/crença; situação civil; possui filhos;
frequenta a escola; maior grau de escolaridade;
situação empregatícia; deficiência; uso de álcool; uso
de tabaco; uso de drogas
Determinantes
sociais, fatores
ambientais e
condições de
moradia
Dados sociais e
sanitários
situação de moradia/posse da terra; localização; tipo
de moradia; material predominante no revestimento
externo; número de cômodos; número de moradores
presença de animais domésticos; abastecimento de
água; tratamento da água; destino do lixo; destino das
eliminações (fezes/urina); meios de comunicação;
possui plano de saúde privado; beneficiário (s) do
plano de saúde privado; ocorrência de doenças
crônicas na família; grau de parentesco com a
criança/adolescente; grau de parentesco entre os pais
da criança/adolescente; família cadastrada em
programas sociais do governo; renda familiar total
Doença,
diagnóstico,
fases da doença,
acesso a
medicação,
restrições,
Doença e
tratamento
Diagnóstico definitivo; data do diagnóstico; fase atual
da doença
subcategoria 1 (fase inicial): primeiros sinais
percebidos; primeiros sintomas percebidos; que
serviço ou local procurou primeiro; motivo que levou
a busca pelo serviço/local; pessoa/profissional que
69
internações,
equipe
multidisciplinar
, dependência
de cuidados
atendeu a criança/adolescente; houve
encaminhamento; realizou exames; hipótese(s)
diagnóstica(s); possui outra (s) doença (s) associada
(s); serviço/ local responsável pelo diagnóstico
definitivo; utiliza outro serviço/local para manejo da
doença; tempo de internação atual; cuidador principal;
tratamento medicamentoso; forma de acesso à
medicação; restrições em decorrência do diagnóstico;
dependente de cuidados gerais; dependente de
cuidados complexos.
subcategoria 2 (fase crônica): primeiros sinais
percebidos; primeiros sintomas percebidos; que
serviço ou local procurou primeiro; motivo que levou
a busca pelo serviço/local; pessoa/profissional que
atendeu a criança/adolescente; houve
encaminhamento; realizou exames; hipótese(s)
diagnóstica(s); possui outra (s) doença (s) associada
(s); serviço/ local responsável pelo diagnóstico
definitivo; utiliza outro serviço/local para manejo da
doença; tempo de internação atual; cuidador principal;
tratamento medicamentoso; forma de acesso à
medicação; restrições em decorrência do diagnóstico;
dependente de cuidados gerais; dependente de
cuidados complexos.
subcategoria 3 (fase terminal): primeiros sinais
percebidos; primeiros sintomas percebidos; que
serviço ou local procurou primeiro; motivo que levou
a busca pelo serviço/local; pessoa/profissional que
atendeu a criança/adolescente; houve
encaminhamento; realizou exames; hipótese(s)
diagnóstica(s); possui outra (s) doença (s) associada
(s); serviço/ local responsável pelo diagnóstico
definitivo; utiliza outro serviço/local para manejo da
doença; tempo de internação atual; cuidador principal;
tratamento medicamentoso; forma de acesso à
medicação; restrições em decorrência do diagnóstico;
dependente de cuidados gerais; dependente de
cuidados complexos.
subcategoria 4 (fase cura/reabilitação): motivo que
levou a busca pelo atendimento; pessoa/profissional
que atendeu a criança/adolescente; houve
encaminhamento; possui outra (s) doença (s)
associada (s);exames realizados; local responsável
pelo diagnóstico definitivo; utiliza outro serviço/local
para manejo da doença; tempo de internação atual;
cuidador principal; tratamento medicamentoso; forma
de acesso à medicação; possui restrições em
decorrência da cura/reabilitação; dependente de
cuidados gerais; dependente de cuidados complexos;
possui sequelas ou danos em decorrência da doença;
70
acesso à reabilitação; serviço/local que realiza a
reabilitação; que motivo que levou a escolha/busca
pelo serviço/local.
Cuidado em
rede e serviços
de saúde
Rede de serviços possui equipe de saúde da família de referência;
frequência que utiliza o serviço; possui clínica ou
serviço especializado de referência; frequência que
utiliza o serviço; hospital de referência; frequência
que utiliza o serviço; possui clínica ou serviço
especializado de referência; frequência que utiliza o
serviço; benzedeira; frequência que utiliza o serviço;
curandeira; frequência que utiliza o serviço; outros
serviços ou locais acessados para manejo da doença;
frequência que utiliza o serviço; profissionais ligados
diretamente ao cuidado da criança/adolescente
Família,
envolvimento
no cuidado,
fontes de apoio
Dinâmica
Familiar
Envolvimento dos outros membros da família no
cuidado; atividade realizada/desempenhada; que
membro (s) a realiza; sentimentos presentes no
momento atual; a família recebe algum apoio; fonte
do apoio recebido; separação/segregação familiar
após a ocorrência da doença; união familiar após a
ocorrência da doença; limitações familiares após a
ocorrência da doença. Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
A partir da construção inicial do instrumento, foi traçado o perfil dos juízes que
realizaram a validação. Este perfil foi descrito baseado em informações contidas no currículo
Lattes- CNPq de cada especialista, conforme tabela 1. Foram considerados os aspectos da
formação acadêmica na área da saúde, anos de experiência na área de saúde da criança e
adolescente e produção científica sobre o tema “doença crônica” nos últimos 10 anos, para
respaldar a escolha e confirmar a expertise dos juízes selecionados.
Tabela 1 – Perfil dos especialistas participantes do estudo. João Pessoa-PB, 2015.
Maior
Titulação
Anos de experiência
(docência/assistência)
Produção científica
(últimos 10 anos)
Juiz 1 Doutorando 6 anos 18
Juiz 2 Doutorado 13 anos 45
Juiz 3 Doutorado 27 anos 171
Juiz 4 Doutorado 11 anos 11
Juiz 5 Doutorado 20 anos 35
Fonte: Currículo da Plataforma Lattes (adaptado pelo autor), 2015.
Os especialistas participantes deste estudo, em sua maioria, são do sexo feminino (80%),
todos possuem formação em universidades públicas, quanto à região de atuação, 3 (60%) atuam
no nordeste, 1 (20%) no sudeste e 1 (20%) no sul do país. A média de anos de experiência dos
71
especialistas foi de 15,4 ano, já a média de produção científica nos últimos 10 anos foi de 28
estudos publicados por ano na temática. O processo de validação de conteúdo da primeira e da
última versão do instrumento de coleta de dados foi obtida pelo percentual de concordância
entre os juízes especialistas, conforme as tabelas comparativas 2-7 a seguir. As alterações
sugeridas durante o processo foram apresentadas por categoria.
Tabela 2 – Categoria 1: Dados de identificação da criança ou adolescente. João Pessoa-PB, 2015.
PRIMEIRA VERSÃO
Variáveis
% ** ÚLTIMA VERSÃO
Variáveis
%**
Nome completo 100,0 Nome completo 100,0
Sexo 100,0 Sexo 100,0
Número do Cartão SUS 100,0 Número do Cartão SUS 100,0
Raça/Cor 80,0 Raça/Cor 100,0
Idade 100,0 Idade 100,0
Nome completo da Mãe 80,0 Data de Nascimento 100,0
Data de Nascimento 100,0 Município de Nascimento 100,0
Município de Nascimento 100,0 Estado 100,0
Estado 100,0 Município de residência atual 100,0
Município de residência atual 100,0 Estado 100,0
Nacionalidade 100,0 Logradouro 100,0
Logradouro 100,0 Número 100,0
Número 100,0 **Ponto de referência 60,0
Complemento 100,0 Nome completo da mãe 100,0
Estado 100,0 Data de nascimento da mãe 100,0
Telefone celular 100,0 Telefone celular 100,0
Telefone (recado) 100,0 Telefone (recado) 100,0
Religião/crença 100,0 Religião/crença 100,0
Situação Civil 80,0 Frequenta a Escola 100,0
Possui filhos 100,0 Tipo de escola 80,0
Frequenta a Escola 80,0 Maior grau de escolaridade 100,0
Maior grau de escolaridade 100,0 Anos completos de estudo 100,0
Situação empregatícia 100,0 Deficiência 100,0
Deficiência 80,0 **Situação Civil 100,0
Uso de álcool 80,0 **Possui filhos 100,0
Uso de tabaco 80,0 **Situação empregatícia 100,0
Uso de drogas 80,0 **Uso de álcool 100,0
**Uso de tabaco 100,0
**Uso de drogas 100,0
*Percentual de concordância entre os juízes **Variáveis específicas para o adolescente
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
A partir da análise da primeira versão do instrumento foi solicitado pelos especialistas
a inclusão de duas variáveis no conteúdo do instrumento: ‘ponto de referência’ junto ao
endereço atual e ‘anos completos de estudo’. Estes solicitaram adicionalmente a alteração na
estrutura: ‘Separar as variáveis referentes ao cuidador das variáveis referentes à
72
criança/adolescente’ e ‘criar uma subcategoria específica para o cuidador’ detalhada da tabela
seguinte e reordenar a sequência de apresentação, no sentido de garantir melhor entendimento
de quando se trata de identificar a criança/adolescente e a mãe. Tais solicitações foram
atendidas.
Durante o teste piloto e após análise da primeira versão, o pesquisador incluiu a variável
‘tipo de escola’ para qualificar a informação do acesso que estes sujeitos têm à educação. Na
última versão, os resultados do percentual de concordância mostraram que a aceitação de todas
as variáveis atingiu o ideal, com exceção da variável sugerida ‘ponto de referência’ que obteve
60% de concordância. Apesar de obter um percentual abaixo do esperado, entendeu-se que esta
é importante, caso seja necessário localizar o usuário em seu domicílio, sob essa justificativa, a
variável permaneceu.
A tabela 3 detalha a subcategoria do cuidador principal, por ser elaborada após a
primeira versão, aplicada no teste piloto do instrumento e na coleta de dados, passando pela
avaliação dos especialistas na segunda rodada.
Tabela 3 – Subcategoria: dados do cuidador principal. João Pessoa-PB, 2015.
ÚLTIMA VERSÃO
Variáveis
%
Nome completo 100,0
Sexo 100,0
Número do Cartão SUS 100,0
Raça/Cor 100,0
Idade 100,0
Data de Nascimento 100,0
Município de Nascimento 100,0
Estado 100,0
Município de residência atual 80,0
Motivo da mudança 80,0
Estado 80,0
Logradouro 80,0
Número 80,0
Ponto de referência 80,0
Telefone celular 80,0
Telefone (recado) 80,0
Religião/crença 100,0
Situação civil 100,0
Número de filhos/ idades 100,0
Situação empregatícia 100,0
73
Maior grau de escolaridade 100,0
Anos de estudo 100,0
Uso de álcool 100,0
Uso de tabaco 100,0
Uso de drogas 100,0
Possui alguma doença 100,0
Faz uso de algum medicamento 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Durante o teste piloto do instrumento, o pesquisador incluiu duas variáveis: ‘possui
diagnóstico de alguma doença’ e ‘faz uso de algum medicamento’, tais inserções surgiram em
decorrência de aspectos abordados pelos cuidadores, os quais ainda não haviam sido
contempladas pelo instrumento. Conforme os resultados apresentados na tabela 3, referente a
análise da última versão, todas as variáveis incluídas obtiveram o percentual de concordância
aceitável. A categoria 2 que trata dos dados sociais e sanitários foi detalhada na tabela 4.
Tabela 4 – Categoria 2: Dados sociais e sanitários. João Pessoa-PB, 2015.
PRIMEIRA VERSÃO
Variáveis
% ÚLTIMA VERSÃO
Variáveis
%
Situação de
moradia/posse da terra
80,0 Situação de moradia/posse
da terra
100,0
Localização 80,0 Localização 100,0
Tipo de moradia 80,0 Tipo de moradia 100,0
Material predominante no
revestimento externo
60,0 Material predominante no
revestimento externo
60,0
Número de cômodos 100,0 Número de cômodos 100,0
Número de moradores 100,0 Número de moradores 100,0
Presença de animais
domésticos
100,0 Presença de animais
domésticos
100,0
Abastecimento de água 100,0 Abastecimento de água 100,0
Tratamento da água 100,0 Tratamento da água
ingerida
100,0
Destino do lixo 100,0 Destino do lixo 100,0
Destino das eliminações
(fezes/urina)
100,0 Destino das eliminações
(fezes/urina)
100,0
Meios de comunicação 100,0 Meios de comunicação 100,0
Possui plano de saúde
privado
80,0 Meio de transporte 100,0
Beneficiário (s) do plano
de saúde privado
80,0 Possui plano de saúde
privado
100,0
Ocorrência de doenças
crônicas na família
80,0
Beneficiário (s) do plano de
saúde privado
80,0
Grau de parentesco com a
criança/adolescente
80,0 Ocorrência de doenças
crônicas na família
100,0
74
Grau de parentesco entre
os pais da
criança/adolescente
80,0 Grau de parentesco com a
criança/adolescente
80,0
Família cadastrada em
programas sociais do
governo
80,0 Grau de parentesco entre os
pais da criança/adolescente
100,0
Renda Familiar total 80,0 Família cadastrada em
programas sociais do
governo
100,0
Renda Familiar total 100,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Os resultados da análise na primeira versão, apenas a variável ‘material predominante
no revestimento interno’ obteve um percentual abaixo do ideal, fato que ocorreu na segunda
análise. Ainda assim, aguardou-se a análise estatística para verificar a sua relevância. Tal
variável foi incluída no instrumento com o propósito de verificar as condições da moradia
dessas famílias.
Algumas sugestões da primeira análise dos especialistas foram: supressão da variável
‘material predominante no revestimento interno’, qualificar e quantificar a variável ‘animais
domésticos’, qualificar a variável ‘ familiares com doença crônica’ e incluir variável ‘meio de
transporte’, todas as sugestões foram aceitas e durante o teste piloto do instrumento não houve
mudanças de conteúdo/estrutura nessa categoria. Ao final da análise da última versão,
excetuando-se a variável já mencionada, as demais variáveis obtiveram percentuais aceitáveis.
Com relação à categoria 3, a tabela 5 descreve o resultado da avalição dos juízes.
Tabela 5 – Categoria 3: Dados da doença e tratamento. João Pessoa-PB, 2015.
PRIMEIRA VERSÃO
Variáveis
% ÚLTIMA VERSÃO
Variáveis
%
Diagnóstico definitivo 80,0 Diagnóstico definitivo 100,0
Data do Diagnóstico 100,0 Data do Diagnóstico 100,0
Fase atual da doença 100,0 Fase atual da doença 100,0
Subcategoria: Fase inicial
Dados da primeira busca pelo serviço
até o diagnóstico definitivo
Primeiros sinais percebidos 100,0 Primeiros sinais e
sintomas percebidos
100,0
Primeiros sintomas
percebidos
100,0 Transporte utilizado no
deslocamento
60,0
Que serviço ou local
procurou primeiro
100,0 Que serviço ou local
procurou primeiro
100,0
Motivo que levou a busca
pelo serviço/local
100,0 Motivo que levou a busca
pelo serviço/local
100,0
75
Pessoa/profissional que
atendeu a criança/adolescente
100,0 Pessoa/profissional que
atendeu a
criança/adolescente
100,0
Houve encaminhamento 80,0 Houve encaminhamento 80,0
Realizou Exames 100,0 Realizou Exames 100,0
Hipótese (s) diagnóstica (s) 100,0 Primeira Hipótese (s)
diagnóstica (s)
100,0
Possui outra (s) doença (s)
associada (s)
80,0 Houve encaminhamento
para outro serviço
80,0
Serviço/ Local responsável
pelo diagnóstico definitivo
100,0 Doenças associadas
Utiliza outro serviço/local
para manejo da doença
100,0 Possui outra (s) doença (s)
associada (s)
100,0
Tempo de internação atual 100,0 Serviço/ Local responsável
pelo diagnóstico definitivo
100,0
Cuidador principal 80,0 Utiliza outro serviço/local
para manejo da doença
100,0
Tratamento medicamentoso 100,0 Dados da internação atual
Forma de acesso à medicação 100,0 Data da entrada na
internação atual
100,0
Restrições em decorrência do
diagnóstico
100,0 Dias de internação
hospitalar
100,0
Dependente de Cuidados
gerais
100,0 Média de internação anual 100,0
Dependente de cuidados
complexos
100,0 Motivo da internação atual 100,0
Subcategoria: Fase crônica
Primeiros sinais percebidos 80,0 Transporte utilizado no
deslocamento
80,0
Primeiros sintomas
percebidos
80,0 Motivo que levou a busca
pelo serviço/local
100,0
Que serviço ou local
procurou primeiro
80,0 Pessoa/profissional que
atendeu a
criança/adolescente
100,0
Motivo que levou a busca
pelo serviço/local
80,0 Profissionais ligados
diretamente ao cuidado a
criança/adolescente, na
internação atual
100,0
Pessoa/profissional que
atendeu a criança/adolescente
80,0 Realizou exames no local 100,0
Houve encaminhamento 80,0 Recebe informações sobre
a doença
100,0
Realizou Exames 60,0 Tratamento
medicamentoso
100,0
Hipótese (s) diagnóstica (s) 80,0 Forma de acesso à
medicação
100,0
Possui outra (s) doença (s)
associada (s)
80,0 Restrições em decorrência
do diagnóstico
100,0
Serviço/ Local responsável
pelo diagnóstico definitivo
80,0 Realiza autocuidado 100,0
76
Utiliza outro serviço/local
para manejo da doença
80,0 Dependente de Cuidados
gerais do cuidador
100,0
Tempo de internação atual 60,0 Dependente de cuidados
complexos
100,0
Cuidador principal 80,0 Dados acrescidos em caso de fase Final
Tratamento medicamentoso 80,0 Cuidados paliativos 100,0
Forma de acesso à medicação 80,0 Possui sequelas ou danos
permanentes
80,0
Restrições em decorrência do
diagnóstico
80,0 Dados acrescidos em caso
de cura/reabilitação
Dependente de Cuidados
gerais
80,0 Acesso a reabilitação 100,0
Dependente de cuidados
complexos
80,0 Serviço que utiliza 100,0
Motivo que levou a busca
pelo serviço/local
100,0
Subcategoria: Fase terminal
Primeiros sinais percebidos 60,0 Profissionais ligados
diretamente ao cuidado à
criança/adolescente
100,0
Primeiros sintomas
percebidos
60,0 - -
Que serviço ou local
procurou primeiro
80,0 - -
Motivo que levou a busca
pelo serviço/local
80,0 - -
Pessoa/profissional que
atendeu a criança/adolescente
80,0 - -
Houve encaminhamento 80,0 - -
Realizou Exames 60,0 - -
Hipótese (s) diagnóstica (s) 20,0 - -
Possui outra (s) doença (s)
associada (s)
80,0 - -
Serviço/ Local responsável
pelo diagnóstico definitivo
80,0 - -
Utiliza outro serviço/local
para manejo da doença
80,0 - -
Tempo de internação atual 80,0 - -
Cuidador principal 80,0 - -
Tratamento medicamentoso 20,0 - -
Forma de acesso à medicação 20,0 - -
Restrições em decorrência do
diagnóstico
80,0 - -
Dependente de Cuidados
gerais
80,0 - -
Dependente de cuidados
complexos
80,0 - -
Cuidados paliativos 80,0 - -
Subcategoria:
Cura/reabilitação
- -
77
Motivo que levou a busca
pelo atendimento
80,0 - -
Pessoa/profissional que
atendeu a criança/adolescente
80,0 - -
Houve encaminhamento 80,0 - -
Possui outra (s) doença (s)
associada (s)
80,0 - -
Exames realizados 80,0 - -
Local responsável pelo
diagnóstico definitivo
80,0 - -
Utiliza outro serviço/local
para manejo da doença
80,0 - -
Tempo de internação atual 80,0 - -
Cuidador principal 80,0 - -
Tratamento medicamentoso 80,0 - -
Forma de acesso à medicação 80,0 - -
Possui restrições em
decorrência da
cura/reabilitação
80,0 - -
Dependente de Cuidados
gerais
80,0 - -
Dependente de cuidados
complexos
80,0 - -
Possui sequelas ou danos em
decorrência da doença
100,0 - -
Acesso à Reabilitação 100,0 - -
Serviço/local que realiza a
reabilitação
100,0 - -
Que motivo que levou a
escolha/busca pelo
serviço/local
100,0 - -
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
O resultado da análise da primeira versão evidenciou o baixo percentual das seguintes
variáveis: ‘hipótese (s) diagnóstica (s) ’, ‘tratamento medicamentoso’, ‘forma de acesso a
medicação’ com 20% de aceitação, e, ‘realizou exames’, ‘tempo de internação atual’, ‘primeiros
sinais percebidos’, ‘primeiros sintomas percebidos’ com 60 % de aceitação. Tal fato pode estar
relacionado à pertinência destas variáveis ao ponto em que estão inseridas, no entanto, após o
reagrupamento e atendimento às sugestões, estas variáveis foram aceitas com percentuais a
partir de 80%, conforme a tabela 5 mostra na última versão.
Durante a análise da primeira versão, obteve-se várias sugestões de alterações de
conteúdo e de estrutura. Estas foram: inserir a variável ‘motivo da internação atual’, inserir a
variável ‘média de internações por ano’, qualificar a variável ‘utiliza outros serviços’, qualificar
a variável ‘medicamentos utilizados’, rever o termo que denomina a categoria ‘terminal’, e
78
como sugestão adotar o termo ‘final’, inserir a variável ‘recebe informação sobre a doença’. As
alterações de conteúdo foram: reorganizar as subdivisões que a categoria possui e retirar as
variáveis repetidas de cada fase da doença e agrupá-las de forma a otimizar o registro, o tempo
e a extensão do formulário.
Tais sugestões foram aceitas e estão destacadas em negrito na tabela 5 e durante a
aplicação do teste piloto do instrumento, o pesquisador ainda incluiu três variáveis que surgiram
durante o preenchimento: ‘local responsável pelo diagnóstico definitivo’, ‘ano dos primeiros
sinais e sintomas’, e, em caso de restrição alimentar, se ‘necessita de alimentação especial’.
Estas variáveis foram submetidas a segunda rodada de análise e obtiveram parecer favorável.
Na análise da última versão, depois do atendimento das solicitações dos especialistas,
apenas a variável ‘transporte utilizado no deslocamento’ obteve baixa concordância pela
possibilidade de não ser lembrada pelo cuidador, tendo em vista o tempo de diagnóstico. Já ‘a
rede de serviços, da categoria 4 do instrumento foi descrita na tabela 6.
Tabela 6 - Categoria 4: Dados da rede de serviços. João Pessoa-PB, 2015.
PRIMEIRA VERSÃO
Variáveis
% ÚLTIMA VERSÃO
Variáveis
%
Possui equipe de saúde da
família de referência
100,0 Possui Equipe de saúde da família
de referência
100,0
Frequência que utiliza o serviço 100,0 Frequência que utiliza o serviço 100,0
Possui clínica ou serviço
especializado de referência
100,0 Profissional que procura 100,0
Frequência que utiliza o serviço 100,0 Recebe informações sobre a
doença
100,0
Hospital de referência 100,0 Profissional informante 80,0
Frequência que utiliza o serviço 100,0 Possui Clínica ou serviço
especializado de referência
80,0
Possui clínica ou serviço
especializado de referência
100,0 Frequência que utiliza o serviço 80,0
Frequência que utiliza o serviço 100,0 Profissional que procura 80,0
Procura benzedeira 80,0 Recebe informações sobre a
doença
80,0
Frequência que utiliza o serviço 100,0 Profissional informante 80,0
Procura curandeira 80,0 Possui Hospital de referência 100,0
Frequência que utiliza o serviço 80,0 Frequência que utiliza o serviço 100,0
Outros serviços ou locais
acessados para tratamento da
doença
60,0 Profissional que procura 100,0
Frequência que utiliza o serviço 100,0 Recebe informações sobre a
doença
100,0
Profissionais ligados
diretamente ao cuidado da
criança/adolescente
100,0 Profissional informante 80,0
79
- - Possui Benzedeira 100,0
- - Frequência que utiliza o serviço 100,0
- - Possui Curandeira 100,0
- - Frequência que utiliza o serviço 100,0
- - Outros serviços ou locais
acessados para tratamento da
doença
80,0
- - Frequência que utiliza o serviço 80,0
- - Profissionais ligados diretamente
ao cuidado da criança/adolescente
80,0
- - Recebe informações sobre a
doença
80,0
- - Profissional informante 80,0
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Os resultados mostraram que na primeira versão, a única variável com baixo percentual
de aceitação foi ‘outros serviços ou locais acessados para tratamento da doença’. Também foi
esclarecido aos juízes que esta variável é importante para contemplar outros locais, além da
USF, clínica, hospital, benzedeira e curandeira que compõe a rede das famílias, e na segunda
rodada a variável foi aceita. As sugestões de alteração de conteúdo da primeira análise foram:
inserir variável ‘profissional de referência no cuidado à criança’ e agrupar variáveis
‘benzedeira’ com ‘curandeira’. Não houve sugestões de alteração de estrutura nesta categoria.
No teste de aplicação do formulário, coube ao pesquisador incluir as variáveis
‘recebimento de informações sobre a doença’, ‘profissional informante’ e ‘frequência que busca
o serviço’, as quais ainda não haviam sido contempladas. Sobre a sugestão de agrupar as
variáveis ‘benzedeira’ e ‘curandeira’, os cuidadores referiram que estas são diferentes, assim,
as mesmas permaneceram em separado. Todas as inclusões foram avaliadas na última versão e
obtiveram aceitação. Na última avaliação não houve sugestões de alteração pelos especialistas.
Por fim, a categoria 5 que trata da dinâmica familiar foi descrita na tabela 7.
Tabela 7 – Categoria 5: Dados da dinâmica familiar. João Pessoa-PB, 2015.
PRIMEIRA VERSÃO
Variáveis
% ÚLTIMA VERSÃO
Variáveis
%
Envolvimento dos outros
membros da família no
cuidado
100,0 Envolvimento dos outros
membros da família no
cuidado
100,0
Atividade
realizada/desempenhada
100,0 Atividade
realizada/desempenhada
100,0
Que membro (s) a realiza 100,0 Que membro (s) a realiza 100,0
Sentimentos presentes no
momento atual
100,0 Sentimentos presentes no
momento atual
100,0
80
A família recebe algum
apoio
100,0 A família recebe algum
apoio
100,0
Fonte do apoio recebido 100,0 Fonte do apoio recebido 100,0
Separação/segregação
familiar após a ocorrência
da doença
100,0 Relação familiar após a
ocorrência da doença
100,0
União familiar após a
ocorrência da doença
100,0 Mudanças no cotidiano
familiar após a ocorrência
da doença
100,0
Limitações familiares após
a ocorrência da doença
100,0 - -
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Os resultados destacam que esta categoria foi a que obteve o maior percentual de
concordância nas duas análises, no entanto, os especialistas sugeriram alterações no conteúdo
que foram consideradas e aceitas: modificar o nome da categoria ‘Funcionamento familiar’ para
‘Dinâmica familiar’, rever o termo ‘união familiar após a doença’ e, como sugestão, ‘relação
familiar após a doença’, rever o termo ‘limitações familiares após a ocorrência da doença’ e,
como sugestão ‘mudanças no cotidiano familiar’ pois estas poderiam induzir o cuidador no
momento da coleta. E, por fim, qualificar a variável ‘atividade realizada’ no sentido de
especificar qual atividade outro membro da família realiza. Não houve sugestões de alteração
na estrutura e no teste de aplicação do instrumento não houve nenhuma alteração ou acréscimo
de variáveis pelo pesquisador. Na última versão, todas as variáveis obtiveram percentual
aceitável.
Após a finalização da análise de juízes estes destacaram observações importantes como:
não repetir informações nos campos de identificação, caso o cuidador seja a mãe da
criança/adolescente; qualificar o motivo da mudança de endereço no sentido de buscar relações
com a proximidade/acesso da rede de serviços para tratamento da doença; utilizar o ano do
diagnóstico ao invés de data, já que este dado poderá não ser lembrado por todos os cuidadores.
Estas observações foram consideradas e no caso da mudança de endereço dos cadastros que já
haviam sido realizados em momentos anteriores à esta observação, foi feito contato telefônico
com os cuidadores para que este dado fosse obtido e complementado.
Ao final do processo de validação de conteúdo do instrumento, algumas variáveis e
observações realizadas pelos juízes não foram consideradas por não apresentar pertinência com
o objetivo da ferramenta, a saber: inclusão de gênero na variável ‘sexo’ da criança e adolescente,
inclusão da variável ‘aglomerado urbano’ na localização da moradia, e inclusão da variável
‘características relacionadas ao crescimento e desenvolvimento infantil.
81
Quanto aos atributos (1-clareza; 2- completude; 3- pertinência; 4- importância; 5-
suficiência; e 6-possibilidade de criação de um banco de dados), conferidos ao instrumento,
buscou-se verificar a percepção dos juízes, e para tal, as respostas de cada juiz na escala de 0-
10 (zero à 10 pontos) foram agrupadas em um pacote estatístico e utilizou-se a medida
fidedignidade Alfa de Cronbach, cujo valor obtido foi 0,89 e o instrumento foi considerado
como adequado.
Durante o processo de validação, os juízes emitiram parecer sobre os atributos do
instrumento, estes foram organizados e agrupados em aspectos positivos, possibilidades e
limitações e, posteriormente, foram analisados, conforme o método de análise de conteúdo
temático na vertente de Bardin (2009). Após a apresentação de cada categoria, foram
apresentados os comentários do autor do estudo.
Categoria 1 – Destacando os aspectos positivos do instrumento
Nesta categoria, buscou-se destacar a opinião dos juízes no que se refere às vantagens
do instrumento para cadastro de crianças e adolescentes com doenças crônicas. As falas
mostram que houve destaque para aspectos como inovação, abrangência e contribuições do
instrumento tanto para assistência quanto para o desenvolvimento de pesquisas acerca da
temática, conforme pode ser observado nos depoimentos abaixo.
Subcategoria 1- Instrumento inovador e considerado completo ao que se propõe:
“Instrumento altamente pertinente com o objetivo proposto, estando bem
abrangente em relação a todas as informações que necessitam estar claras no
acompanhamento de crianças e adolescentes com doença crônica (...)
Instrumento bem estruturado que engloba aspectos socioculturais e
relacionados à patologia, mas também investiga a rede de apoio e os serviços
acessados por essa população, além de aspectos do funcionamento familiar. A
qualidade do instrumento é evidente por ele ser completo e não se deter aos
aspectos apenas biológicos ou direcionados apenas ao ser doente (...)“Além
disso, a criação do instrumento pode ser de grande valia como disparador para
que outros estados também adotem essa estratégia [J1]. ” “[...] é relevante,
talvez o 1º passo para começarmos a dar visibilidade a essa população,
especialmente na APS[J3].” “O instrumento demonstra coerência e traz
características importantes para identificação e caracterização dos pacientes
crônicos. Observo o instrumento como um roteiro que poderia ser utilizado
até mesmo na realização da anamnese / entrevista (...) “É de conhecimento a
escassez de dados relacionados à temática dificultando o acompanhamento
dessas crianças e adolescentes [...] é fundamental desenvolver investigações
para traçar o perfil dessas crianças, adolescentes e famílias, além de
compreender as dificuldades e necessidades de saúde e cuidado que essa
parcela apresenta no cotidiano (...) “Quem sabe, futuramente o instrumento
possa ser debatido também com os profissionais locais para discutir a
viabilidade de ser um documento oficial adotado por todos os serviços [J5]. ”
82
De acordo com os especialistas, o instrumento é pertinente e pode proporcionar
visibilidade ao público alvo, se apresenta amplo e atende as necessidades de acompanhamento
de crianças e adolescentes com doenças crônicas, contemplando não somente informações
acerca do adoecimento, mas aspectos socioculturais e relacionados ao atendimento nos serviços
de saúde. Com o instrumento é possível conhecer e caracterizar o perfil dessas criança e
adolescentes e suas famílias.
Nas falas acima, fica evidente a importância de um instrumento com as características
do que se encontra em análise. Tal aspecto fortalece o uso do instrumento de cadastro para
iniciar o processo de desenvolvimento de tecnologia da informação na área de saúde da criança
e adolescente e vislumbrar possibilidades para sua implantação nos serviços de saúde.
Apesar de ter sido desenvolvido para ser utilizado no momento do contato dos sujeitos
da pesquisa com o campo (hospitais de referência), o uso do instrumento na APS é uma
possibilidade plausível desde que sejam acrescentadas novas variáveis que retratem melhor o
contato destas famílias com este ponto da rede.
Subcategoria 2-Contribuição para o cuidado de crianças e adolescentes com doenças crônicas:
“[...] O instrumento oportuniza a equipe de saúde ter informações relevantes
que poderão direcionar melhor o cuidado à criança/adolescente e sua família
[J1]. ” “[...] instrumento relevante tendo em vista a ausência de dados para
acompanhamento de crianças e adolescentes com doença crônica [J4]. ” “[...]
instrumento de fundamental importância para a melhoria do cuidado à saúde
de crianças e adolescentes com doença crônica [...] representa um avanço
qualitativo no cuidado à criança /adolescente com doença crônica, tendo em
vista as lacunas existentes no acompanhamento desse grupo na rede de
atenção à saúde no SUS [J4]. ” “[...] o instrumento é fundamental para atenção
dessas famílias e crianças [...] para cuidar é preciso conhecer a população e
suas demandas. O instrumento pode levar a isso [J3]. ”
A necessidade de conhecer melhor o problema de saúde para, posteriormente, organizar
e planejar o cuidado a este público é destacada nas colocações dos especialistas. Observa-se
que as categorias que compuseram o instrumento podem ampliar o conhecimento sobre as
interações entre a criança/adolescente e sua família, destes com o meio em que habitam,
permeados pela presença da doença e suas implicações, a rede de serviços acessada para o
cuidado e como esta condição tem afetado a dinâmica familiar, e assim, proporcionar maior
visibilidade destes no sistema de saúde.
83
Subcategoria 3- Importância do instrumento para compor um banco de dados:
“[...] acredito que o instrumento e banco de dados trarão um enorme benefício
para os serviços e para o Estado, no que tange ao acompanhamento do usuário
das redes de doença crônica infantil (...) É um instrumento quanto ao
desenvolvimento de um banco de dados para elaboração de estudos
longitudinais, de seguimento e avaliação da qualidade de vida, influência de
fatores que podem ser determinantes para essa qualidade de vida além das
questões de saúde [J2].” “O instrumento pode colaborar para o planejamento
de ações em saúde específicas para crianças/adolescentes e famílias que
convivem com doenças crônicas e subsidiar um banco de dados para
identificar o panorama e perfil desses usuários e quais as necessidades de
saúde dessa parcela. Pode também colaborar para o desenvolvimento de
programa/linha de cuidado para usuários com doenças crônicas na
infância/adolescência (...) O instrumento tem coerência entre as variáveis, é
sequencial e poderá ser ferramenta importante para registro das informações
em banco de dados para estudos sobre o tema, bem como dados para gestores
locais e regionais sobre a condição de saúde das crianças/adolescentes e com
doenças crônicas (...) Tem importância para padronizar a coleta de
informações e criar um banco de dados de usuários com doenças crônicas na
infância e adolescência (...) Talvez para a pesquisa, o instrumento traga
inúmeros resultados para subsidiar o planejamento e proposição de ações em
saúde para crianças com doenças crônicas [J5]. ”
No contexto da tecnologia da informação, a elaboração de um banco de dados pode
servir como base para desenvolvimento de um software que proporcione o acesso direto às
informações para subsidiar a tomada de decisão. No entanto, para realizar o seguimento desses
usuários e avaliar fatores que influenciam na qualidade de vida é necessário que os serviços
incluam escalas validadas para este fim, visto que o instrumento não possui essa finalidade.
Em contrapartida, o seguimento longitudinal pode proporcionar outras análises
estatísticas e associações, a partir de um desfecho pré-definido tanto pelos serviços, no caso de
implantação, como pelos pesquisadores envolvidos e, assim, desvelar possibilidades reais para
intervenção.
Categoria 2 – Limitações apresentadas pelo instrumento
Subcategora 1- Instrumento extenso:
“Há necessidade apenas de se atentar que o tamanho do instrumento pode ser
um dificultador futuro de que essas informações continuem a ser coletadas,
impedindo a continuidade desse trabalho tão relevante no cuidado a crianças
e adolescentes no estado [J1]. ” “ (...) é um instrumento interessante para um
banco de dados, entretanto se o mesmo for informatizado e interligado, ou se
for para uso com tablet, porque acompanhar um paciente na consulta fazer o
preenchimento normal é cansativo (...) poderia ter mais dados que possibilitem
estudos longitudinais (...) as variáveis são suficientes para cadastrar, contudo
se for necessário acompanhamento clínico mais detalhado é preciso ir ao
prontuário [J2]. “Faltou incluir aspectos da espiritualidade, pois em geral é a
fé que mantém essas famílias com energia para enfrentar o cotidiano (...)
84
pensando em uma rede informatizada e integrada nos 3 níveis de atenção ele
seria altamente efetivo, mas se não tiver, onde será aplicado e arquivado?
[J3].” “Ainda acho o instrumento muito extenso para o registro dos
profissionais da saúde, considerando todas as dificuldades cotidianas da
elevada demanda [J5]. ”
As limitações apontadas certamente foram consideradas no processo de continuidade
deste estudo. Como o instrumento na fase de coleta dos dados foi impresso em papel e
preenchido a mão, o que de certa forma garantiu um armazenamento seguro, é imprescindível
que para implantação nos serviços, essa conversão do papel para outra tecnologia como o
registro no próprio software seja a opção de primeira escolha por ser mais atraente e rápida.
Quanto ao acompanhamento clínico destas crianças e adolescentes, o instrumento não
foi construído com esse propósito, mas, de abranger aspectos gerais e comuns, tanto das
doenças quanto das condições crônicas. Por não contemplar variáveis que caracterizem
evolução de doença ou grupo específico de doenças, o acompanhamento da evolução clínica,
por enquanto, é inviável. Ainda assim, partindo do cadastramento geral é possível obter as
doenças de maior prevalência e apontar possibilidades de construir novos módulos no software
que possibilitem esse acompanhamento clínico.
Após a exposição do parecer dos juízes, apresentou-se a análise descritiva das categorias
do instrumento. Esta descrição do instrumento refere-se ao resultado obtido quando da
organização da amostra do estudo e execução da análise descritiva e exploratória por meio de
um pacote estatístico. Assim, foi possível traçar o perfil socioeconômico, demográfico e de
outros aspectos das 181 crianças e adolescentes registrados, conforme disposto na sequência de
tabelas 8-13.
Tabela 8 – Descrição do perfil demográfico das crianças e adolescentes cadastrados (n=181). João
Pessoa-PB, 2016.
Variáveis demográficas n %
Sexo Masculino 98 54,1
Feminino 83 45,9
Faixa etária 0-2 anos 63 34,8
3-5 anos 24 13,3
6-12 anos 59 32,6
13-18anos 35 19,3
Raça/cor Amarelos 11 6,1
Brancos 62 34,3
Indígenas 2 1,1
85
Pardos 97 53,6
Pretos 9 5,0
Religião/crença Católicos 101 55,8
Evangélicos 64 35,4
Outras
religiões
10 5,5
Sem religião 6 2,2
Frequenta a escola
Sim 99 54,7
Não 82 45,3
Tipo de escola Pública 74 40,9
Privada 19 10,5
Não informou 6 3,3
Não se aplica 82 45,3
Maior grau de
escolaridade
Pré-escola 22 12,2
Fundamental I 36 19,9
Fundamental II 30 16,6
Ensino médio 8 4,4
Ensino médio
incompleto
3 1,7
Não estuda 82 45,3
Repetência entre os que
estudam
Repetência no
Fundamental I
5 38,5
Repetência no
Fundamental II
8 61,5
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
Das crianças e adolescentes que não frequentam a escola, 10 estavam em idade escolar
(2 com 5 anos; 1 com 6 anos; 1 com 7 anos;1 com 9 anos; 2 com 11 anos; 1 com 12 anos; 1
com 13 anos e 1 com 15 anos) destas, 8 apresentavam um ou mais tipos de deficiência física,
motora e cognitiva (4 crianças/adolescentes): 2 (física); 1 (física e visual); 1 física e motora. O
diagnóstico destas 8 com deficiência eram: 4 neuropatas, 2 paralisia cerebral e 2 com obstrução
intestinal e megacolon congênito. As outras duas apresentavam doenças que atrapalham a rotina
escolar, no entanto, não impedem esse acesso (Diabetes melitus e lúpus). A média de anos
escolares perdidos foi de 2 anos.
Com relação aos adolescentes, apenas um era casado, nenhum tinha filhos e um era
trabalhador informal e recebia menos do que um salário mínimo. Em nenhum dos casos foi
referido uso de álcool, tabaco ou drogas. O perfil do cuidador, foi descrito na tabela 9.
86
Tabela 9 – Descrição do perfil demográfico do cuidador (n=181). João Pessoa-PB, 2016.
Variáveis demográficas N %
Sexo Masculino 6 3,3
Feminino 175 96,7
Faixa etária 16-26 anos 45 24,6
27-37 anos 73 40,3
38-48 anos 48 26,5
49-ou mais 15 8,3
Raça/cor Branco 45 24,9
Amarela 10 5,5
Indígena 2 1,1
Parda 104 57,5
Preta 20 11
Grau de parentesco
Mãe 160 88,4
Pai 6 3,3
Avós 6 3,3
Tios 7 3,9
Irmãos 2 1,1
Religião/crença Católicos 101 55,8
Evangélicos 64 35,4
Outras religiões 9 5,0
Sem religião 7 3,9
Situação civil do
cuidador
Solteiro 63 34,8
Casado 67 37,0
Viúvo 5 2,8
Divorciado 11 6,1
União estável 31 17,1
Não declarou 4 2,2
Situação empregatícia
do cuidador
Empregado 37 20,4
Desempregado 97 53,6
Afastado 13 7,2
Aposentado 2 1,1
Autônomo 31 17,1
Outra situação 1 ,6
Maior grau de
escolaridade
Analfabeto 10 5,5
Estudou até o ensino fundamental 84 46,4
Estudou até o ensino médio ou mais 87 48,1
87
Possui alguma doença Sim 47 26,0
Não 134 74,0
Usa algum
medicamento
Sim 51 28,2
Não 130 71,8
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
Quanto a idade do cuidador, a menor idade foi de 16 anos e a maior 69 anos. A média
de idade entre os cuidadores foi de 33,9 anos. O consumo médio de cigarros por dia entre os 10
(5,5%) cuidadores que referiram fumar, foi de 7,1 cigarros por dia. O consumo de álcool foi
referido por 21 (11,6%) dos cuidadores e teve como frequência deste consumo, a resposta
‘raramente’. Nenhum declarou uso de drogas. Dos 47 cuidadores que referiram sofrer de
alguma doença, 27 (57,4%) relataram ser acometidas pela hipertensão arterial.
Referiram residir no município de João Pessoa-PB (74), o que representou 40,9% da
amostra, seguida por Rio Tinto (6), 3,3%, Santa Rita (5) e Cabedelo (5) 2,8%, respectivamente.
91 (50,2%) dos cuidadores referiram morar em outros municípios do Estado. A média de
salários mínimos entre os cuidadores foi de 1,48 salários.
Quanto às condições de moradia das famílias de crianças e adolescentes com doença
crônica, resultante da categoria 2, os resultados são mostrados na tabela 10
Tabela 10: Descrição das condições de moradia das famílias (n=181). João Pessoa-PB, 2016.
Variável N %
Situação de moradia Próprio 106 58,6
Financiado 6 3,3
Alugado 35 19,3
Cedido 31 17,1
Outras 2 1,2
Localização da moradia Urbana 135 74,6
Rural 46 25,4
Tipo de Moradia Casa 165 91,2
Apartamento 11 6,1
Cômodo 5 2,8
Número de moradores Até 3 moradores 49 27,1
4 moradores 57 31,5
5 ou mais
moradores
75 41,4
Animais domésticos Sim 100 55,2
Não 81 44,8
88
Abastecimento de água Rede encanada até
o domicílio
149 82,3
Poço ou nascente
no domicílio
28 14,4
Carro pipa 2 1,1
Açude ou rio 2 1,1
Tratamento da água
ingerida
Filtração 55 30,4
Fervura 9 5,0
Cloração 12 6,6
Sem tratamento 67 37,0
Mineral 38 21,0
Destino do lixo Coletado 151 83,4
Queimado 25 13,8
Enterrado 4 2,2
Jogado a céu
aberto
1 ,6
Destino das eliminações Rede coletora de
esgoto
70 38,7
Fossa séptica 101 55,8
Fossa rudimentar 6 3,3
Jogado
diretamente no rio
ou lago
2 1,1
Meio de transporte Carro próprio 59 32,6
Carro alugado 15 8,3
Carro da prefeitura 5 2,8
Motocicleta 28 15,5
Ônibus 73 40,3
A pé 1 ,6
Plano de saúde privado Sim 27 14,9
Não 154 85,1
Ocorrência de doença
crônica na família
Sim 150 82,9
Não 31 17,1
Famílias cadastradas
em programas do
governo
Sim 129 71,3%
Não 58 28,7%
Renda Familiar total Até 1 salário
mínimo
89 49,2
De 1 a 2 salários 58 32
De 2 a 4 salários 30 16,6
5 ou mais 4 2,2
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
89
A análise descritiva da categoria 2 está intrinsecamente relacionada com os
condicionantes e determinantes do processo saúde doença. As condições de moradia podem
retratar baixas condições sociais e vulnerabilidades. É alarmante que em 37% dos casos não
existe nenhum tratamento da água ingerida pela família e 16,6 % das moradias não possuem
coleta de lixo. Outro destaque é o quantitativo de casos que são dependentes dos serviços
públicos (85,1%) e não possuem plano de saúde, no entanto esse dado também foi influenciado
pelo campo da pesquisa. Sobre a categoria 3, que trata da doença e tratamento, as variáveis
foram descritas na tabela 11, como segue.
Tabela 11: Descrição da doença e tratamento das crianças e adolescentes cadastrados (n=181).
João Pessoa-PB, 2016.
Variável n %
Diagnóstico
definitivo
(Única doença)
Diabetes mellitus tipo I 17 9,4
Asma 13 7,2
Anemia falciforme 13 7,2
Cardiopatia 12 6,8
Neuropatia 10 5,6
Síndrome de Down 9 5,0
Fibrose cística 5 2,8
Síndrome nefrótica 5 2,8
Osteogênese imperfeita 5 2,8
Outras 92 50,4
Diagnóstico
definitivo por
sistema (uma ou
mais doenças)
Neurológico 34 18,8
Respiratório 26 14,4
Endócrino 20 11
Cardiovascular 19 8,3
Nefrológico 18 9,9
Hematológico 16 8,8
Gastrointestinal 12 6,6
Genética 10 5,5
Reumatológico 9 5
Ósseo 6 3,3
Dermatológico 4 2,2
Cardiovascular/respiratório 3 1,7
Imunológico 3 1,7
Oncológico 2 1,1
Cardiovascular/reumatológico/neurológico 1 0,6
Hepático 1 0,6
90
Muscular/neurológico 1 0,6
Ano dos
primeiros sinais
e sintomas
2016 7 3,9
2015 64 35,4
2014 19 10,5
2013 18 9,9
2012 8 4,4
Anos anteriores 60 33,1
Não recorda 5 2,8
Ano do
diagnóstico
definitivo
2016 12 6,6
2015 67 37,0
2014 21 11,6
2013 14 7,7
2012 9 5,0
Anos anteriores 56 30,9
Não recorda 2 1,2
Qual serviço
procurou
primeiro?
ESF 41 22,7
Hospital 128 70,7
Clínica especializada 5 2,8
Benzedeira/curandeira 6 3,3
Não recorda 1 ,6
Local
responsável
pelo diagnóstico
definitivo
ESF 2 1,1
Clínica geral/policlínica 17 9,4
Hospital geral/maternidade 66 36,5
Hospital pediátrico 90 49,7
Não soube informar 6 3,3
Fase atual da
doença
Fase inicial 26 14,4
Fase crônica 143 79,0
Cura/reabilitação 12 6,6
Possui segunda
doença
Sim 45 24,9
Não 136 75,1
Setor do serviço
Consulta ambulatorial 38 20,4
Internação hospitalar 143 79,6
Frequência de
internações
anuais entre
internados
Interna até 2 vezes por ano 84 46,4
Interna 3 vezes ou mais 57 31,5
Internado desde o nascimento 2 1,1
143 79,0
Tratamento
medicamentoso
Utiliza medicamentos 167 92,3
Não utiliza medicamentos 14 7,7
91
Principal forma
de acesso a
medicação
Compra direta 89 49,2
Dispensada pelos serviços de saúde 51 28,2
Mista 27 14,9
Não utiliza 14 7,7
Possui
restrições em
decorrência da
doença
Sim 121 66,9
Não 60 33,1
Restrições
referidas
Alimentar 47 26,0
Atividades físicas 31 17,1
Medicamentos 9 5,0
Alimentar e física 15 8,3
Alimentar e medicamentosa 12 6,6
Alimentar e outra 2 1,1
Três ou mais restrições 5 2,8
Não possui 60 33,1
Realiza pelo
menos uma
atividade ligada
ao autocuidado
Sim 101 55,8
Não 80 44,2
Dependente de
cuidados
complexos
Sim 31 17,1
Não 150 82,9
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
Com relação ao diagnóstico, foram encontradas 88 doenças distintas. As doenças e
condições crônicas com maior percentual no estudo foram agrupadas por sistemas acometidos,
no intuito de demonstrar um panorama complementar ao diagnóstico e unir doenças que
apareceram em menores números.
A informação intitula como ‘outros’ reflete, em sua maioria, a quantidade de doenças
raras ou pouco frequentes, de origem congênita, perinatal e autoimune. Logo, esse tipo de
acometimento, geralmente, afeta o sistema neurológico, por este motivo esse sistema apareceu
em destaque aos demais. É importante ressaltar que 2015 apresentou maiores índices, tanto da
manifestação dos primeiros sinais e sintomas como de definição diagnóstico. É necessário
considerar que nem sempre o ano em que os sinais e sintomas da doença apareceram será o ano
em que o diagnóstico definitivo foi realizado.
92
A tabela mostra que o primeiro local mais procurado quando a criança ou adolescente
apresenta alguma alteração no seu estado de saúde, é o hospital com 70,7% dos casos. Os
hospitais pediátricos estão em primeiro lugar entre os serviços que definiram o diagnóstico da
doença ou condição crônica, enquanto que a atenção primária, aqui representada pela ESF
apresentou o menor percentual 1,1%. Este achado é alarmante, visto que muitas doenças como
diabetes mellitus, asma e anemias podem ser diagnosticadas neste nível de atenção,
considerando os recursos disponíveis e a presença de profissionais como médicos e
enfermeiros.
Entre as fases da doença, a crônica com 143 casos, obteve destaque tendo em vista o
local escolhido para a pesquisa (serviço hospitalar) que na exacerbação dos sinais e sintomas
da doença é o local mais procurado. É nesta fase que ocorre um maior número de
internações/hospitalização, seguido da fase inicial em que o diagnóstico está sendo fechado.
Com relação a categoria 4 que destaca a rede de serviços e sua configuração na amostra
estudada, é exemplificada pela tabela 12.
Tabela 12 – Descrição da composição da rede de serviços (n=181). João Pessoa-PB, 2016.
Variáveis n %
Possui USF Sim 163 90,1
Não 18 9,9
Utiliza a USF Não utiliza 86 47,5
Utiliza 77 42,5
Não possui 18 9,9
Possui Clínica
especializada
Sim 40 22,1
Não 141 77,9
Utiliza a clínica
especializada
Não utiliza 8 4,4
Utiliza 32 17,7
Não possui 141 77,9
Possui hospital
de referência
Sim 159 87,8
Não 22 12,2
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
A composição da rede de serviços da amostra é polarizada, pois na maioria dos casos
somente dois serviços foram citados no nível primário (ESF) e terciário (hospitais). Na amostra,
77,9% referiram não possuir serviços secundários (clínicas especializadas, ambulatórios), isso
93
fragiliza a configuração desta rede e pode influenciar na busca pelos serviços hospitalares e por
demandas que poderiam ser solucionadas na atenção primária.
Apesar de muitas famílias residirem em território coberto pela ESF, o número de
famílias que não utilizam o serviço é proporcionalmente maior do que as famílias que utilizam.
Nesse serviço, o profissional mais procurado na APS foi o médico, seguido do enfermeiro e
agente comunitário. Outros serviços como APAE, FUNAD e escolas, também aparecem na
configuração da rede de algumas famílias, cujas crianças possuíam algum tipo de deficiência.
Por fim, a última categoria, a dinâmica familiar, retratou o panorama das famílias quanto
às características relacionadas ao funcionamento no núcleo familiar, como observado na tabela
13.
Tabela 13 – Descrição da dinâmica familiar (n=181). João Pessoa-PB, 2016.
Variáveis n %
Envolvimento da
família no cuidado
Sim 128 70,7
Não 53 29,3
Família recebe apoio Sim 118 65,2
Não 63 34,8
Tipos de apoio
recebido
Material 4 2,2
Emocional 44 24,3
Financeiro 4 2,2
Espiritual 15 8,3
Dois ou mais tipos de apoio
incluindo material
16 8,8
Dois ou mais tipos de apoio
incluindo emocional
35 19,3
Não recebe 63 34,8
Sentimentos do
cuidador
Sentimentos negativos (angústia,
dor, ansiedade, tristeza, raiva,
medo)
13 7,2
Sentimentos positivos (esperança.
Confiança, paz, tranquilidade)
63 34,8
Sentimentos negativos e positivos 105 58,0
Modificações na
configuração familiar
Separação 38 21,0
União 83 45,9
Não houve mudança 60 33,1
Limitações após a
ocorrência da doença
Sim 151 83,4
Não 30 16,6
Tipos de limitações Limitações financeiras e/ou
trabalho
56 30,9
94
Limitações lazer e/ou isolamento
social
20 11,0
Outras limitações estudos/profissão 3 1,7
Limitações para o autocuidado 2 1,1
Mais de dois tipos de limitações 70 38,7
Não houve limitações 30 16,6
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
Os achados mostram que aspectos positivos como “envolvimento da família” e
“recebimento de apoio” são maioria. A principal fonte de apoio material e emocional, advém
da própria família. Os vizinhos, os amigos e a igreja foram citados como fonte de apoio
emocional, porém a igreja é a principal fonte de apoio espiritual.
Nos 38 casos em que foi referido a separação da família, 20 foram entre o pai e a mãe
e, segundo as informações do cuidador, houve relação direta com a descoberta da doença
crônica. Em 3 casos, houve separação entre pelo menos um dos genitores e a criança, ficando a
mesma sob a tutela de outro familiar ou órgão competente.
Com a análise descritiva e exploratória foi possível traçar o perfil geral de como se
configuram os aspectos demográficos, sociais, econômicos, situação de saúde, rede de serviços
utilizada e a dinâmica familiar com a doença, na perspectiva das cinco categorias do estudo e
das informações produzidas na coleta dos dados.
4.2 MODELO PREDITOR DE FREQUÊNCIA DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CRÔNICA BASEADO EM ARVORE DE
DECISÃO
Dentre as 19 variáveis/atributos selecionadas para a construção da árvore decisória, 12
compuseram o modelo: raça/cor, número de moradores, animais domésticos, segunda doença,
deficiência, situação empregatícia do cuidador, famílias cadastradas em programas do governo,
renda familiar total, fase da doença, restrições em decorrência do diagnóstico, dependente de
cuidados complexos e envolvimento da família no cuidado. Sendo que as três primeiras haviam
apresentado relação com o desfecho comprovadas pelo teste Qui-quadrado e foram confirmadas
também no modelo. As variáveis: escolaridade do cuidador, tratamento da água, tratamento
medicamentoso, utiliza USF, utiliza clínica especializada e a família recebe apoio, não entraram
no modelo.
95
A explicação para a exclusão destas variáveis pelo método reside no fato de que a
metodologia utilizada na elaboração da árvore de decisão seleciona as variáveis que melhor
distribuem o conjunto de dados em subconjuntos homogêneos envolvendo probabilidade
(ganho de informação e razão do ganho de informação) e regras lógicas, portanto, a distribuição
numérica das categorias em cada variável influencia o resultado obtido e justifica a ausência de
algumas variáveis na formação da árvore, tendo em vista que nem todas são necessárias no
processo.
O modelo construído apresentou-se capaz de classificar 114 indivíduos, com uma taxa
de 80,85% de acerto, conforme a matriz de classificação, tabela 14, a qual detalha os acertos e
erros do modelo, apresentando na diagonal principal os acertos e, fora os erros. Como o objetivo
da aplicação desse modelo é a identificação dos atributos preditores da frequência de
hospitalização [interna até 2 vezes, interna 3 vezes ou mais], os resultados mostraram que o
modelo foi considerado ótimo para este propósito.
Tabela 14- Matriz de classificação
da árvore de decisão
A B
75 9
18 39
A=interna até 2 vezes por ano
B=interna 3 vezes ou mais
O percentual de classificação de 80,85% do modelo foi obtido pela divisão do total de
acertos (114) pelo total de classificações (141). A leitura da matriz de classificação permite
inferir que entre os 84 casos que apresentavam uma frequência de internação de até 2 vezes por
ano, o modelo foi capaz de classificar corretamente 75 casos e dos 57 que apresentavam uma
frequência de internação de 3 vezes ou mais, 39 foram classificados corretamente, conforme
figura 4.
96
Figura 4: Print da tela do Weka com o algoritmo utilizado e resultado do desempenho do modelo.
Fonte: Software Weka adaptado, 2016.
Após o resultado obtido pelo Weka, foi possível obter a árvore de decisão, a qual foi
ilustrada na figura 5, intitulada: Árvore de decisão para identificação das variáveis preditoras
da frequência de internação hospitalar em crianças e adolescentes com doença crônica.
97
Figura 5: Árvore de decisão para identificação das variáveis preditoras da frequência de internação hospitalar em crianças e adolescentes com doença crônica.
Fonte: Adaptado do WEKA, 2016.
98
A leitura do modelo permitiu extrair 36 regras de decisão descritas no quadro 3. As
regras de classificação obtidas no modelo estatístico, detalhadas no quadro 3, confirmam a
importância das variáveis decisórias no desfecho de frequência de internações. As variáveis
mais próximas da raiz da árvore têm maior peso na separação entre os grupos que internam com
maior ou menor frequência. Assim, a variável ‘número de moradores’ como atributo decisório
principal do modelo identifica, em termos estatísticos, um sub grupo com maior frequência para
internação quando há 5 ou mais moradores no domicílio, e em termos práticos aponta para a
interpretação relativa às baixas condições sociais e econômicas da família na predição de
frequência de internação.
Quadro 3 – Regras de decisão elaboradas a partir da árvore de decisão: a variável é a condição
necessária (SE) e a decisão (ENTÃO) é o resultado obtido na variável de decisão. João Pessoa-PB, 2016.
Regras de decisão
Atributo Decisão
1.SE o número de moradores no domicílio for
até 3 moradores
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes no
ano
2. SE o número de moradores é 4 ENTÃO é preciso considerar a raça/cor
3. SE o número de moradores é 4 e a raça/cor
é branca
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes no
ano
4. SE o número de moradores é 4 e a raça/cor
é não branca
ENTÃO é preciso considerar a fase atual da
doença
5. SE o número de moradores é 4 e a raça/cor
é não branca e a fase atual é inicial
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
6. SE o número de moradores é 4 e a raça/cor
é não branca e a fase atual é cura/reabilitação
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
7. SE o número de moradores é 4 e a raça/cor
é não branca e a fase atual é crônica
ENTÃO é preciso considerar a situação
empregatícia do cuidador
8. SE o número de moradores é 4 e a raça/cor
é não branca e a fase atual é crônica, e o
cuidador é ativo
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
9. SE o número de moradores é 4 e a raça/cor
é não branca e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado
ENTÃO a internação ocorre 3 vezes ou mais
ao ano
10. SE o número de moradores é 4 e a
raça/cor é não branca e a fase atual é crônica,
e o cuidador é dependente
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
11.SE o número de moradores é 5 ou mais ENTÃO é preciso considerar a dependência
de cuidados complexos
99
12.SE o número de moradores é 5 ou mais e
existe dependência de cuidados complexos
ENTÃO é preciso considerar a renda familiar
13.SE o número de moradores é 5 ou mais e
existe dependência de cuidados complexos, e
a renda familiar é até 1 salário mínimo
ENTÃO a internação ocorre 3 vezes ou mais
ao ano
14.SE o número de moradores é 5 ou mais e
existe dependência de cuidados complexos, e
a renda familiar é maior que 1 salário mínimo
e menor que 2 salários mínimos
ENTÃO a internação ocorre 3 vezes ou mais
ao ano
15. SE o número de moradores é 5 ou mais e
existe dependência de cuidados complexos, e
a renda familiar é maior que 2 salários
mínimos
ENTÃO é preciso considerar a existência de
algum tipo de deficiência
16. SE o número de moradores é 5 ou mais e
existe dependência de cuidados complexos, e
a renda familiar é maior que 2 salários
mínimos, e existe algum tipo de deficiência
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
17. SE o número de moradores é 5 ou mais e
existe dependência de cuidados complexos, e
a renda familiar é maior que 2 salários
mínimos, e não existe deficiência
ENTÃO a internação ocorre 3 vezes ou mais
ao ano
18. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos
ENTÃO é preciso considerar a fase atual da
doença.
19. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é cura/reabilitação
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
20. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é inicial
ENTÃO é preciso considerar se existe
alguma restrição em decorrência da doença.
21. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é inicial, e existe
alguma restrição em decorrência da doença
ENTÃO a internação ocorre 3 vezes ou mais
ao ano
22. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é inicial, e não
existe nenhuma restrição em decorrência da
doença
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
23. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos e a fase atual é crônica
ENTÃO é preciso considerar a situação
empregatícia do cuidador
24. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
100
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é dependente
25. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é ativo
ENTÃO é preciso considerar o envolvimento
da família no cuidado
26. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é ativo, e existe envolvimento da
família no cuidado
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
27. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é ativo, e não existe envolvimento
da família no cuidado
ENTÃO a internação ocorre 3 vezes ou mais
ao ano
28. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado
ENTÃO é preciso considerar se existe o
diagnóstico de uma segunda doença
29. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado, e existe
diagnóstico de segunda doença
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
30. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado, e não existe
diagnóstico de segunda doença
ENTÃO é preciso considerar se a família é
cadastrada em programas sociais do governo
31. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado, e não existe
diagnóstico de segunda doença, e a família é
cadastrada em programas sociais do governo
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
32. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado, e não existe
diagnóstico de segunda doença, e a família
não é cadastrada em programas sociais do
governo
ENTÃO é preciso considerar se a família
possui animais domésticos
33. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
ENTÃO a internação ocorre 3 vezes ou mais
ao ano
101
cuidador é desempregado, e não existe
diagnóstico de segunda doença, e a família
não é cadastrada em programas sociais do
governo, e possui animais domésticos
34. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado, e não existe
diagnóstico de segunda doença, e a família
não é cadastrada em programas sociais do
governo, e não possui animais domésticos
ENTÃO é preciso considerar o envolvimento
da família no cuidado
35. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado, e não existe
diagnóstico de segunda doença, e a família
não é cadastrada em programas sociais do
governo, e não possui animais domésticos, e
a familia é envolvida no cuidado
ENTÃO a internação ocorre até 2 vezes ao
ano
36. SE o número de moradores é 5 ou mais e
não existe dependência de cuidados
complexos, e a fase atual é crônica, e o
cuidador é desempregado, e não existe
diagnóstico de segunda doença, e a família
não é cadastrada em programas sociais do
governo, e não possui animais domésticos, e
a familia não é envolvida no cuidado
ENTÃO a internação ocorre 3 vezes ou mais
ao ano
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Weka, 2016.
A partir da construção da árvore de decisão, bem como, a sua leitura e extração de regras
foi possível identificar as variáveis que, na população estudada, conduzem ao desfecho definido
previamente.
102
4.3 PROTÓTIPO DE SOFTWARE
Para desenvolver o protótipo do software, foi necessário que os desenvolvedores
compreendessem o propósito do estudo e unissem o conhecimento da área com a simulação da
coleta de dados pelo profissional dos serviços de saúde no momento do atendimento à criança
ou adolescente com doença crônica. Nessa perspectiva, o pesquisador definiu como o sistema
deve funcionar na prática, o qual findou na construção do fluxo representado na figura 6.
O sistema foi construído, a partir das categorias e variáveis que compuseram o
instrumento validado e foram acrescidas outras opções que permitissem, além da inclusão e
armazenamento dos dados, o acesso aos relatórios e a exportação dos dados coletados para o
formato compatível com o pacote office. Estas funcionalidades foram consideradas prioridade,
tendo em vista que, caso seja implantado nos serviços, o profissional poderá extrair do sistema
as variáveis do seu interesse (sistema especialista) para a tomada de decisão bem como, a
elaboração de modelos preditores como árvore de decisão, por exemplo. As figuras enumeradas
de 7 à 14 correspondem as telas do SICADC.
103
Figura 6. Fluxo de construção das telas do SICADC.
Fonte: Elaboração própria, 2017.
104
Figura 7: Tela inicial do SICADC.
Fonte: SICADC, 2017.
A tela inicial permite o acesso de usuários previamente cadastrados pelo administrador.
Além da sigla do sistema, foi criada uma identidade visual (logotipo), por uma das participantes
do grupo de pesquisa, que representasse a infância e juventude, e, ao mesmo tempo, trouxesse
leveza e seriedade ao sistema. Na sequência, o instrumento validado por este estudo foi
convertido em telas, de forma que cada uma das cinco categorias e suas respectivas variáveis,
fossem apresentadas para o preenchimento à medida que o processo de cadastro fosse realizado
com o cuidador principal, representadas figuras de 8-12.
O sistema foi desenvolvido para substituir o preenchimento do instrumento no formato
de papel impresso, uma vez que, tal processo, é lento e demanda muito tempo para coleta de
dados com posterior digitação para o banco de dados, tendo assim menos chances de ser atrativo
para profissionais que atuam no serviço.
Portanto, a partir da inserção dos dados pelos integrantes da pesquisa, verificou-se que
o sistema informatizado trouxe agilidade na coleta das informações, não sendo necessário um
segundo trabalho de digitação, considerando que o banco de dados e o sistema estão integrados.
Além disso, com o propósito de tornar o processo ainda mais rápido e evitar ao máximo a
necessidade de digitação nos campos, a maior parte do sistema pode ser acionado com cliques,
de forma a proporcionar uma interface dinâmica e agradável.
105
Figura 8: Tela da categoria 1- dados de identificação da criança/adolescente e cuidador principal
Fonte: SICADC, 2017.
No entanto, há campos em que a inserção de caracteres é indispensável, como por
exemplo, nome completo da criança/adolescente, data de nascimento, conforme figura 8. Que
apresenta as variáveis da categoria 1.
A figura 9, contém as variáveis da categoria 2, referentes aos dados sociais e sanitários
da família. Assim, semelhante ao instrumento impresso, esta aba possui a maioria dos campos
com opções de respostas pré-definidas, e no sistema são possíveis de serem preenchidos apenas
com cliques. As demais figuras 10-13 apresentam as categorias 3, 4 e 5 e contemplam os dados
do diagnóstico e tratamento, da rede de serviços e da dinâmica familiar, respectivamente. O
sistema permite avançar ou retornar a aba anterior sem que os dados preenchidos sejam
perdidos. A opção de salvar o cadastro pode ser acionada na quinta aba.
106
Figura 9: Tela da categoria 2- dados sociais e sanitários
Fonte: SICADC, 2017.
Figura 10: Tela da categoria 3-dados da doença e tratamento
Fonte: SICADC, 2017.
107
Figura 11: Tela da categoria 4- dados da rede de serviço
Fonte: SICADC, 2017.
Figura 12: Tela da categoria 5- dados da dinâmica familiar
Fonte: SICADC, 2017.
A visualização de relatórios previamente construídos pelo administrador é possível na
primeira tela depois do login no sistema, conforme a figura 13. Nesta tela, é possível acionar o
campo para iniciar um novo cadastro, visualizar os cadastros já realizados, bem como continuar
um cadastro não finalizado, utilizando a opção de buscar o cartão SUS.
108
Figura 13: Tela de relatórios
Fonte: SICADC, 2017.
Figura 14: Tela de geração de relatórios
Fonte: SICADC, 2017.
109
A solicitação de relatórios diferentes ao administrador, pode ser feita pelo profissional,
a qualquer tempo desde que haja dados preenchidos no sistema e que o (s) relatório (s) sejam
de variáveis contempladas. A opção de gerar relatórios é própria do perfil do administrador
(figura 14), no entanto para facilitar a obtenção de informações pelo profissional de forma
rápida ou em curto espaço de tempo, esta funcionalidade será desenvolvida posteriormente.
O sistema foi testado diversas vezes pelos integrantes do grupo de pesquisa, os quais,
anteriormente, realizavam os cadastros manuais e, portanto, possuíam experiência com os
dados de cadastro solicitados, sendo aptos para sugerir melhorias.
Os testes sucederam a partir da digitação dos cadastros, já obtidos de maneira manual,
para o meio eletrônico. Desse modo, todas as falhas, sugestões e adaptações foram solicitadas
pelos membros aos desenvolvedores. Além disso, também foram sugeridos mecanismos que
pudessem facilitar e, sobretudo, agilizar o cadastramento eletrônico pelo sistema.
Acredita-se que o uso do sistema de informação pode favorecer a aceitação do
cadastramento de crianças e adolescentes com doença crônica por parte dos profissionais da
saúde, em uma fase posterior de implantação e testes tanto dos serviços hospitalares quanto das
clínicas especializadas, uma vez que um sistema informatizado torna-se atrativo pela sua
agilidade, tanto na obtenção de informações, a partir dos relatórios gerados pelo sistema, como
pela rapidez no cadastro. Diferentemente do registro manual que, por vezes, torna à
consolidação dos dados mais demorada, gerando dificuldades para tomada de decisão dos
profissionais e gestão em tempo hábil.
As melhorias e adaptações não se findaram no processo de desenvolvimento do sistema,
estas devem ser constantes e frequentes para que seja ofertado à rede de serviços um sistema
funcional, dinâmico e integrado tal como deve ser o processo de cuidado em rede à essa
clientela.
110
5 DISCUSSÃO
Na apresentação da discussão do estudo buscou-se confrontá-los sempre que possível,
com a literatura pertinente e atual no sentido de fortalecer o argumento deste estudo. Para tal,
seguiu-se a mesma ordem de apresentação dos resultados.
5.1 CONSTRUÇÃO, VALIDAÇÃO E DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO
O processo de construção e validação do instrumento seguiu os passos propostos pela
literatura e contou com a participação de especialistas na área que pudessem aferir e julgar a
qualidade do instrumento quanto ao seu objetivo de construção. Identificou-se por meio dos
critérios de inclusão, que a maturidade profissional associada à ampla experiência na temática,
atestados tanto pelas produções científicas quanto pelas sugestões, pareceres e argumentos
utilizados no processo de validação foram imprescindíveis para que o instrumento alcançasse
fidedignidade e pudesse ser utilizado nas etapas subsequentes do estudo.
A maioria dos especialistas atua na região nordeste do país, esse fato contribuiu para
assegurar que parte da realidade do público fosse evidenciada e pudesse ganhar visibilidade no
cenário nacional. Não menos importante, a participação de especialistas de outras regiões
contribuiu substancialmente para que adaptações e diferentes visões de um mesmo fenômeno
pudessem ser acrescentados ao ponto de representar uma realidade ampla e generalizada, de
forma que o instrumento possa ser utilizado em qualquer serviço de saúde que atenda crianças
e adolescentes com doença ou condição crônica.
Todavia, em virtude da ausência de estudos que se propusessem a criar e validar um
instrumento com propósito semelhante a este, a discussão referente às categorias e a
composição deste foi pautada nos pareceres e comentários dos juízes e, adicionalmente, a
análise descritiva das categorias permitiu o diálogo com a literatura pertinente, ainda que no
campo das implicações da doença e sua realidade, uma vez que estudos descritivos que
envolvam a totalidade das variáveis que compuseram o instrumento não foram encontrados na
literatura disponível.
Nos aspectos demográficos (relativos ao sexo, raça/cor e faixa etária), conforme o
resultado apresentado, observou-se que o percentual de crianças e adolescentes acometidos é
maior no sexo masculino (54,1%). Quanto à faixa etária, o maior número de crianças
encontrava-se entre 0 e 2 anos de idade, fase de maior complexidade e maior cuidado, tendo
111
em vista a intensidade do crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor e afetivo em curto
espaço de tempo.
Para realização deste cuidado, existe a estratégia da Atenção Integrada as Doenças
Prevalentes na Infância (AIDPI, 2012), e algumas doenças como: asma, anemias e obesidade
são incluídas na estratégia. No entanto, quando nesta fase, a criança é acometida por outra
doença crônica, além das implicações da doença, ela pode ter prejuízos no seu crescimento e
desenvolvimento e necessita de acompanhamento diferenciado.
No que diz respeito à raça/cor, o estudo apontou que 53,6% das crianças e adolescentes
são pardos e 34,3% são brancos. Uma pesquisa que utilizou dados demográficos e sua relação
com a prevalência de cinco condições crônicas (fibrose cística, obesidade, anemia falciforme,
doença inflamatória intestinal e epilepsia), mostrou que o maior número de casos de fibrose
cística foi identificado em crianças de cor branca. Com relação à obesidade, a mesma pesquisa
destaca maior acometimento em crianças e adolescentes de cor negra. Na anemia falciforme,
todos os participantes eram de cor negra. Na doença inflamatória intestinal, a maioria foi de cor
branca. Por fim, a epilepsia com mais representatividade da cor branca (HERZER et al., 2010).
No presente estudo, não foi possível calcular a prevalência dessas doenças, mas das
cinco condições crônicas de maior proporção entre crianças e adolescentes cadastrados
(diabetes mellitus 17 casos; asma 13 casos; anemia falciforme 13 casos; cardiopatia 12 casos e
neuropatia 10 casos), as maiores frequências, com exceção do diabetes que apresentou maior
frequência em brancos 7/17, estão entre crianças e adolescentes de cor parda (asma 9/13;
anemia falciforme 9/13, cardiopatia 6/12, e neuropatia 9/10).
No aspecto da religião/crença, o estudo apontou que é uma característica marcante, pois
a maioria apresentou algum tipo de religião, dos quais 55,8% são declarados católicos e 35,4%
evangélicos. Autores discutem que a prática religiosa atua como um apoio social e influencia
positivamente, porque gera segurança para a família e a auxilia no enfrentamento dessa
condição, além de contribuir para o equilíbrio físico, mental e espiritual (NÓBREGA et al.,
2010).
Em relação à escolaridade, 54,7% das crianças frequentavam a escola, deste percentual
40,9% tem acesso à educação pela rede pública de ensino. A maioria das crianças estava
cursando ou estudou até o Ensino Fundamental I e II, 19,9% e 16,6%, respectivamente. O índice
de repetência entre os que estudam foi de 13,1%, confirmando que crianças e adolescentes com
doença crônica possuem dificuldades para dar continuidade ao processo de aprendizagem, em
virtude do grande número de internações, em decorrência da sintomatologia, exacerbação da
doença ou pela necessidade de tratamentos invasivos.
112
Este aspecto reforça a importância de oferecer um suporte para que essas crianças
continuem participando do processo educativo no espaço hospitalar, por meio da educação
especial, na modalidade de classe hospitalar (HOLANDA; COLLET, 2011). Autores relatam
que, o trabalho pedagógico no ambiente hospitalar pode dar continuidade ao acompanhamento
na vida estudantil das crianças e adolescentes e contribuir no seu desenvolvimento, além de
proporcionar uma melhor qualidade de vida e contribuir para uma assistência integral (XAVIER
et al., 2013).
A presença de deficiência física, motora, visual, auditiva ou cognitiva também foi
analisada e em 38,8% (47 casos) havia algum tipo de deficiência. Este grupo exige do sistema
de saúde maiores demandas de cuidado, e uma das limitações apresentadas foi a impossibilidade
de acesso à escola pela existência de deficiência (8 casos).
Sá et al. (2015) alertam que muitas dessas deficiências estão associadas às sequelas de
doenças e condições crônicas, como é o caso das malformações congênitas e síndromes, e que
esse fator é sobremaneira importante para a identificação e planejamento adequado das ações
de saúde e educação para essa área específica do cuidado.
Quanto ao cuidador da criança/adolescente, a maioria foi do sexo feminino 96,7% e o
grau de parentesco entre o cuidador e a criança ou adolescente teve uma representação materna
forte 88,4% dos 181 cuidadores. Os tios representaram 3,9% do total e a figura do pai e avós
tiveram a mesma representação 3,3%. Quanto à maioria dos cuidadores serem as mães já era
esperado e amplamente discutido sob a ótica do aspecto cultural, da existência frustrações, de
barreiras e da sobrecarga.
Silva e Damaranhão (2012) dissertam que culturalmente, o papel do cuidado está
intrinsecamente ligado à figura feminina, e que o diagnóstico de uma doença crônica em um
dos filhos impõe dificuldades para toda a família, mas principalmente para a mãe. Eles
defendem que, em geral, as mães não estão preparadas para cuidar de uma criança com
necessidades especiais, pois esperavam uma criança capacitada, produtiva, saudável e
fisicamente perfeita. Salvador et al. (2015) acrescentam que em muitas famílias, a mulher se
constitui como a principal cuidadora da criança, pois, em alguns casos, o pai não está apto a
assumir a sobrecarga material e emocional que a criança com doença crônica exige, sobretudo,
a sobrecarga afetiva.
Acompanhando a esta realidade está o fato de que crianças com comprometimentos
graves, bem como a necessidade de cuidados complexos, trazem maior dependência e pouca
participação na vida social, fatores estes, que colaboram para o aumento da sobrecarga das mães
de crianças e adolescentes com doença crônica.
113
De acordo com os dados da pesquisa, a faixa etária dos cuidadores apresentou uma
variação significável, com a presença de menores de 18 anos e maiores de 69 anos. Logo, a
média de idade entre os cuidadores foi de 33,9 anos. Um estudo de 2012 realizado com mães
de crianças com necessidades especiais apontou que a média de idade dos pais foi de 42,5 anos
(CAICEDO, 2013). Outro estudo mais antigo, com dados de 2005, analisou mães cuidadoras
de crianças com doenças crônicas e observou que elas eram relativamente jovens (ALMEIDA
et al., 2006). A diferença de idade desses cuidadores revelou que estão em uma faixa etária mais
avançada com relação ao passado.
Assim, uma explicação plausível, perpassa pela inserção da mulher no mercado de
trabalho e o acesso aos métodos contraceptivos, visto que, a maioria dos cuidadores são mães,
segue-se uma tendência observada nas últimas décadas, em que há um crescente número de
mulheres passando pela experiência da gravidez após os 30 anos, diferente de alguns anos atrás
em que a experiência da maternidade era vivenciada em uma idade bem mais jovem
(BERNARDES; OLIVEIRA; MARCON, 2011). Não obstante, é possível acrescentar também,
que houve no estudo cuidadores, cujo grau de parentesco com a criança ou adolescente era de
3° geração, como avó.
A raça/cor predominante entre os cuidadores foi a parda, a qual representou 57,5% da
população estudada: 24,9% foram da raça/cor branca e 11% preta. Os cuidadores referiram
seguir uma crença ou religião, sendo a religião católica, predominante com 55,8% e a
evangélica com 35,4%. As crenças e práticas religiosas são mediadoras no processo saúde-
doença, tendo intensa influência nas atitudes pertinentes à doença. Bousso, Serafim e Misko
(2010) confirmaram que a religiosidade é parte relevante da vida de muitas famílias e não pode
ser negligenciada no contexto da doença, devendo ser valorizada.
Em relação à situação civil dos cuidadores, ocorreu um percentual semelhante entre
solteiros (34,8%) e casados (37%), e uma outra parte em união estável (17,1%). Esses dados
mostram que a maioria dos cuidadores possuem um companheiro. Uma pesquisa nos EUA
apontou que 40% das mães de crianças com necessidades especiais eram casadas (CAICEDO,
2013).
A variável, situação empregatícia do cuidador apontou que a maior proporção foi de
desempregados, com um percentual de 53,6%, seguidos de 20,4% empregados e 17,1%
autônomos. Caicedo (2013) revelou que mais de 25% dos cuidadores de crianças com
necessidades especiais tiveram que reduzir a carga horária de trabalho e também que 13%
deixaram seu trabalho. Esses dados implicam em uma consequência de ser cuidador, ou seja,
114
esses cuidadores dedicam-se exclusivamente às crianças e adolescentes doentes e acabam
vivenciando o desemprego.
Quanto à escolaridade, os cuidadores dividiram-se entre os que estudaram até o ensino
fundamental (46,4%) e os que cursaram ensino médio ou mais (48,1%) e os analfabetos foram
5,5% dos cuidadores. A escolaridade é uma variável importante no contexto do cuidado à este
público já que requer, geralmente, um nível de compreensão sobre a doença e suas
manifestações, o tratamento e suas restrições. Por ser uma variável passível de mudança é
interessante que os profissionais e gestores envolvidos no cuidado possam tomar decisões no
sentido de articular a rede intersetorial e incluir esses cuidadores em programas flexíveis de
complementação da escolaridade para que estes atinjam minimamente o ensino médio,
traduzindo-se em benefícios diretos tanto para a continuidade do cuidado à criança e
adolescente, como em possibilidades de profissionalização.
Sobre o uso de medicamentos, ocorrência de doenças e hábito de fumar entre os
cuidadores, nos achados consta que 47 cuidadores referiram ter alguma doença e a hipertensão
arterial foi a mais relatada, o hábito de fumar e consumir álcool, foi constatado. Machado
(2009), refere que o processo de cuidar proporciona sofrimento ao cuidador, uma vez que ele
procura esconder a sua dor gerada por acompanhar o doente e isso pode propiciar um
armazenamento de tensão, que poderá levar o cuidador ao adoecimento. A presença de doenças,
assim como, o uso de medicamentos, tabaco e álcool pode manifestar as fragilidades do
cuidador e consequências do cuidar.
A literatura evidencia que, além dos aspectos orgânicos inerentes à doença, a influência
de fatores raciais, culturais e socioeconômicos faz-se presente, de maneira significativa nos
pacientes (FELIX; SOUZA; RIBEIRO, 2010). Desta maneira, durante a assistência à saúde de
crianças e adolescentes que apresentam estas condições, não somente a doença deve ser
considerada na avaliação, mais dados familiares, culturais e sociais devem ser apreendidos.
Assim, o instrumento utilizado no presente estudo serve como ferramenta para captar essas
informações e subsidiar a tomada de decisão.
A condição de vida do indivíduo interfere diretamente em seu processo de saúde-
doença, desse modo, compreender os aspectos socioeconômicos de crianças e adolescentes com
doenças crônicas, se traduz como passo inicial para encontrar mecanismos que possam
amenizar os impactos desses fatores sobre a doença, proporcionando melhor qualidade de vida.
No que se refere às condições de moradia, descritas na categoria 3, observou-se que
59,5% afirmaram possuir moradia própria, 73,6% vivem na área urbana, tendo como principal
tipo de moradia, a casa (91,7%). O número de moradores, na maioria dos casos, foi de cinco ou
115
mais por domicílio 41,4%, ainda que não tenha sido encontrada referências que explorem esta
variável no contexto da doença crônica, todavia é utilizada pelo IBGE e relaciona-se com a
baixa condição social e econômica, e, neste estudo esta variável apresentou forte associação
(p=0,002) pelo teste Qui-quadrado com a frequência de internações. A localização urbana
mostra-se relevante, uma vez que, pode ser um fator que contribui para o maior acesso aos
serviços de saúde. Mais da metade dos entrevistados, 56,2%, relataram possuir animais
domésticos. Um estudo revela que criar animais domésticos é um fator de risco para doenças
respiratórias como, por exemplo, a asma (NASCIMENTO; PORTO; BRANDÃO, 2015), outro
autor, Reis (2005) aponta em seu estudo, entre outras variáveis, a presença de animais
domésticos como determinante da saúde dessas crianças. No estudo atual, esta foi uma das
variáveis que apresentou forte associação com a internação hospitalar (p=0,039).
Outro aspecto analisado é o abastecimento de água que em 80,2% das moradias é
realizado através da rede encanada, no entanto a ausência de tratamento da água ingerida pela
família é alarmante (67 casos) e esta situação também apresentou associação com a internação
(p=0,04), quanto ao lixo, este é coletado em 81% das moradias, e, principal o destino das
eliminações é a fossa séptica (57%), tendo a rede de esgoto apenas 36,4%.
Os fatores relacionados à caracterização do ambiente de moradia devem ser analisados
em conjunto para que seja possível uma melhor caracterização das condições sociais e
econômicas da família. O acesso à água potável, bem como ao tratamento prévio para ingestão,
somados às baixas condições sanitárias (rede de esgoto, destino do lixo) colocam a população
em situações de riscos à saúde individual e também coletiva, e, como resultado o aumento de
casos novos de doenças infecciosas e a prevalência de doenças crônicas que atingem
especialmente crianças, idosos, desnutridos e imunodeprimidos (REIS, 2005; RAZZOLINI;
GUNTHER, 2008).
O meio de transporte mais utilizado é o transporte público (ônibus) com um percentual
de 39,7%. O número de famílias que dependem exclusivamente do sistema público de saúde
atingiu 86% dos casos e este achado endossa a justificativa de melhor organizar o cuidado, a
partir dos princípios e diretrizes que regem este sistema, para atender à demanda dessa
população.
Dos 181 casos do estudo, 148 referiram a ocorrência de doença crônica na família. Em
virtude do grande volume de dados, não foram estabelecidas relações e associações estatísticas
entre esta variável e a doença da criança/adolescente, mas é sabido que muitas doenças crônicas
possuem forte associação com o fator hereditário.
116
A respeito da renda familiar, a maioria das famílias é de baixa renda, e recebem até um
salário mínimo (49,2%) e entre um e dois salários mínimos (32%) além disso, 71,3% eram
cadastradas em algum programa do governo: 40,3% bolsa família, 14,9% do auxílio doença e
2,8% de outros benefícios. A baixa e média renda foram caracterizadas como um fator
agravante quanto ao acesso aos serviços de saúde entre 780 jovens com diabetes que
participaram de um estudo multicêntrico (VALENZUELA et al., 2014), outra pesquisa apontou
que o acesso aos cuidados entre crianças de baixa e média renda também era difícil (LYKENS
et al., 2009).
Na análise da categoria 4, que faz referência à doença e tratamento, no que diz respeito
ao tempo gasto até que este público chegue ao diagnóstico definitivo, autores apontam que o
contexto sociocultural, o desconhecimento de informações, o difícil acesso aos serviços de
saúde, a prática dos profissionais que atendem estas crianças e adolescentes, além da própria
condição biológica da doença e do corpo, são fatores que interferem a trajetória da definição do
diagnóstico (OLIVEIRA et al, 2014).
Neste estudo, duas variáveis ‘ano dos primeiros sinais e sintomas’ e ‘ano do
diagnóstico’, serviram para verificar o tempo de espera pelo diagnóstico definitivo. Observou-
se que em cada ano o número de aparecimento dos sinais e sintomas é semelhante à quantidade
de diagnósticos definitivos, no entanto, para cada caso, existirá diversos fatores que influenciam
o tempo entre o aparecimento dos primeiros sinais e o diagnóstico. Um estudo sobre a
investigação do itinerário terapêutico de adolescentes e jovens com osteossarcoma, revelou
relatos de pacientes e familiares, os quais alegaram que grande parte do atraso no diagnóstico
procedeu de falhas no sistema profissional, quer seja por dificuldade de acesso, quer por erro
na definição do diagnóstico (FUNDATO et al., 2012).
Quanto à proporção de doenças mais frequentes por causa isolada, a literatura já
evidencia que doenças como diabetes, asma e cardiopatias são as doenças crônicas mais comuns
em crianças (OMS, 2013). Por outra perspectiva, o sistema mais acometido foi o neurológico
com 34 casos. Deste modo, pode-se referir que o perfil de adoecimento na criança e adolescente
difere do perfil adulto, já que em sua maioria, a origem dessa doença na população adulta é
derivada de fatores de risco modificáveis (alcoolismo, tabagismo, obesidade, entre outros) e de
hábitos de vida ao longo dos anos. Em contrapartida, na população infantil, salvo pequenas
exceções, as doenças crônicas não provêm de fatores modificáveis, mas, de defeitos congênitos,
fatores hereditários, anomalias, doenças autoimunes ou de outra procedência.
Portanto, a organização da oferta de serviços à este público precisa ser diferenciada e
organizada, e a partir desse perfil, uma política de atenção à saúde de crianças e adolescentes
117
com doença crônica precisa ser elaborada. No entanto, a visibilidade deste grupo ainda
permanece prejudicada e muitas crianças e adolescentes estão incluídos na rede de serviços
organizada para o público adulto.
O serviço mais procurado pelas famílias diante da percepção de anormalidade do quadro
de saúde da criança ou adolescente é o hospital. Fato que confirma o disposto na literatura e
aponta para uma das fragilidades dos outros pontos da rede, especialmente, a atenção básica
(NÓBREGA et al., 2015) no sentido de acesso, vínculo, diagnóstico e capacidade de resolução
de demandas. Estes fatores influenciam a maior procura pela atenção hospitalar e,
consequentemente, o evento da internação/hospitalização e dos 181 casos, 143 estavam em
situação de internação hospitalar.
De acordo com Oliveira (2014), essa hospitalização é resultado das inúmeras falhas dos
serviços de saúde. Assim, a variável do estudo que indicou a frequência de internações anuais
entre internados revelou que 46,4% dessa população é internada pelo menos duas vezes por ano
e 31,5% são internadas 3 vezes ou mais por ano. Quanto maior o número de internações
sofridas, maiores são os prejuízos para as crianças e adolescentes e as implicações sociais,
econômicas e emocionais sofridas por estas famílias, ademais, maiores são os custos para o
sistema público de saúde.
Assim, é importante que se investigue, especificamente, os fatores relacionados a maior
frequência de internações e, assim, a equipe de profissionais e a rede de cuidado possam agir
no sentido de modificar essa realidade. Sobre estes aspectos, a próxima seção do estudo detalha
as possibilidades, a partir dos dados levantados neste estudo e demostrados pela árvore de
decisão.
Com relação ao curso da doença, não foi identificada criança ou adolescente na fase
terminal. No entanto, a fase crônica apresentou o maior número de casos, o que se justifica tanto
pelo local definido para produção dos dados (ambiente hospitalar) como pela característica das
famílias de buscarem este serviço, quando a doença entra na exacerbação dos sinais e sintomas,
e, na maioria dos casos é necessária a internação para a realização de intervenções
multiprofissionais e de cuidados frequentes, contínuos com complexidade maior, para que a
doença possa ser estabilizada. Na fase de cura e reabilitação, 12 casos foram cadastrados e estes
retratam as possibilidades decorrentes do avanço científico no campo da saúde de algumas
doenças terem a possibilidade de cura seja por cirurgias, transplantes, tratamento
medicamentoso ou outros procedimentos que podem garantir um maior tempo de vida a estes
pacientes. Para estes casos, a reabilitação é uma realidade necessária e que carece da articulação
da rede de serviços para que haja qualidade de vida (ARAÚJO et al., 2013).
118
Outra informação adicional é a presença de uma segunda doença ou comorbidade,
presente em 24,9 % dos casos. A existência de outra morbidade potencializa ainda mais as
complicações que este público pode sofrer, tendo em vista que a segunda doença pode
influenciar nas hospitalizações. Contudo, sobre a presença de comorbidades associadas a
doença crônica, Nóbrega et al. (2013) destaca que os cuidados à criança com necessidades
complexas e agravados por comorbidades, nem sempre podem ser manejados na atenção básica.
Com relação ao tratamento medicamentoso, este é utilizado por 92,3% das
crianças/adolescentes do estudo e a principal forma de acesso a esses medicamentos é a compra
direta (49,2%). Apenas 28,2% obtiveram dispensa exclusiva pelos serviços de saúde. Para
favorecer a adesão à terapêutica, é essencial que esse tratamento seja fornecido pela rede
pública, considerando a condição financeira da maior parte das famílias e uma vez que a
interrupção do tratamento traz o risco de exacerbação da doença e ainda acarreta mais
sofrimento para os envolvidos (ARAÚJO, 2012).
O diagnóstico da doença ou condição crônica também traz consigo restrições, 121
crianças/adolescentes possuíam alguma restrição em decorrência da doença, sendo as mais
frequentes a restrição alimentar (26%) e, em seguida a restrição física (17,1%).
Tendo em vista as limitações e restrições que cada caso traz, é importante abordar como
este público tem participado do processo de autocuidado. Sob este aspecto, os resultados
indicaram que 55,8% das crianças/adolescentes realizavam pelo menos uma atividade ligada ao
autocuidado (banho, alimentação, uso de medicação oral), 44,2% não desenvolviam atividades
de autocuidado, e que 17,1% dependiam de cuidados complexos (sondas vesicais,
administração de medicação endovenosa ou subcutânea, gastrostomia, respirador mecânico,
entre outros).
Moura et al. (2014) destacam que para a participação destes no autocuidado é necessário
que compreendam, de seu modo, a doença e seu tratamento. Os autores reforçam que envolvê-
los nesse processo é positivo, pois podem desenvolver estratégias de enfrentamento, e, a longo
prazo, participar e adquirir habilidades para cuidar de si mesmos e ter certa autonomia.
Corroborando com esta vertente, Schneider e Martini (2011) dissertam que o
autocuidado também deve ser incentivado considerando as possibilidades de cada caso e que é
necessário encorajar e dar as crianças e suas famílias autonomia para gerenciar da melhor forma
a doença e o tratamento. Para tal, as informações e estímulo da equipe à família servem para o
fortalecimento e prestação de um cuidado de qualidade, com menor desgaste físico e emocional.
Apesar de neste estudo os cuidadores, na maioria, referirem como fonte de informação o
119
profissional médico, reforça-se que este é um papel de todos os profissionais da equipe
multidisciplinar independente do espaço onde o cuidado é prestado.
Cavalcanti e Oliveira (2012, p. 4) ao descrever a estratégia do autocuidado apoiado
como possibilidade para o cuidado das doenças crônicas, citam que: “ a intervenção baseia-se
na educação permanente, no suporte à decisão médica com base em diretrizes clínicas, no
atendimento compartilhado, no plano de autocuidado, em tecnologias de mudança
comportamental e na supervisão da clínica médica, de enfermagem e odontológica.”
Um dos estudos de Ferris et al. (2012) evidenciam o quão é importante o processo de
autocuidado. Os autores denominam este processo de cuidados de transição e proferem que o
adolescente, a depender da doença e do acesso ao tratamento, tornar-se-á adulto e que nesta
fase, os cuidados relacionados com o corpo e com a terapêutica devem estar consolidados para
que não sejam pacientes com dificuldade de adesão ao tratamento e, assim, possam enfrentar a
doença e suas limitações e na medida do possível, obter qualidade de vida.
Com relação a categoria 4, que tem como característica a configuração da rede de
serviços, foi possível observar pelos casos deste estudo que há um tropismo para busca dos
atendimentos hospitalares, o que de certa forma desarticula e sobrecarrega a rede. Apesar da
maioria das famílias 90,1%, residirem em locais que possuem a cobertura das Unidades de
Saúde da Família, este não tem sido o requisito suficiente para que as famílias busquem o
serviço para cuidar da criança ou do adolescente.
Sobre este tema, Nóbrega et al. (2013) realizaram um estudo que mostrou que apesar de
existir o serviço próximo à residência, muitas vezes a família não desenvolve o vínculo
suficiente para contar com este ponto da rede enquanto oferta de cuidado. A insatisfação com
o atendimento prestado e o sentimento de descrédito na capacidade resolutiva da equipe foram
fatores apontados como fragilizadores desse vínculo.
Além do profissional médico e enfermeiro, que são mais procurados, o estudo mostrou
que o ACS foi citado como profissional de referência para a família neste serviço. Tal fato pode
ser visto como positivo, porque demonstra a possibilidade deste em agir como intermediador
do cuidado e como elo entre a equipe e a família. Duarte et al. (2015) apontaram que o ACS é
um importante mediador na rede de cuidado à criança, e age facilitando o acesso da
criança/família aos serviços de saúde, não obstante, deve-se investir na capacitação profissional
e de integrá-los aos demais profissionais que compõe a equipe de saúde da família.
Apesar do Decreto nº 7.508 (BRASIL, 2011) definir a atenção básica sob a
representação da Estratégia de Saúde da Família como centro organizador e coordenador do
cuidado na rede de atenção, principal ponto e porta de entrada preferencial do sistema, e a
120
Portaria nº 252 (BRASIL, 2013a) reforçar esta configuração, é perceptível que este papel ainda
tem sido muito tímido e frágil e, quando se trata de desempenhar esta função para um público,
como o alvo deste estudo, esta realidade torna-se ainda mais complexa e traduz-se em
consequências diretas para a família e para o sistema público de saúde. Uma vez que quanto
mais frágil for o vínculo, o acesso e a resolutividade da demanda desta população no serviço
maior será a tendência de buscar outro que atenda às necessidades, ou seja, o serviço hospitalar.
Uma atenção básica fortalecida e preparada pode resolver até 80% dos problemas de um
território em saúde (BRASIL, 2012b), no entanto, as dificuldades encontradas pelas famílias
nesse nível de atenção têm demostrado outro panorama, o qual precisa ser revisto e
reorganizado à luz dos princípios, diretrizes, portarias e políticas específicas que regem o
sistema de saúde no país. Mendes (2010), defende que a configuração dos serviços em redes
poliárquicas é a ideal para enfrentar os problemas de saúde de natureza crônica. Dessa forma,
é indispensável que a consolidação da ESF seja prioridade para os gestores. Em uma perspectiva
generalizada, Sá e colaboradores (2015) citam que, a despeito do avanço das condições
crônicas, o sistema de saúde não se mostra preparado para enfrentá-las.
Para o acompanhamento deste público na rede de atenção, autores afirmam que emerge
a necessidade dos profissionais de saúde estarem preparados para assistir às demandas advindas
da doença crônica, acolhendo a criança e sua família em todo o processo, desde os momentos
iniciais dos sinais e sintomas, até as recidivas, com cuidado holístico, contínuo, efetivo e
resolutivo (NÓBREGA et al., 2013).
Portanto, para que isto de fato aconteça, uma das lacunas do serviço de saúde, que é a
ausência de informações acerca da criança/adolescente, da doença, internações anteriores e
esquemas terapêuticos, pode ser sanada com o uso de ferramentas de cadastro e inclusão dos
dados em uma base que possa servir de apoio à decisão. Esta iniciativa não somente fortaleceria
a rede como também contemplaria um dos componentes colocados pela Portaria nº 252
(BRASIL, 2013a) e atenderia uma necessidade da região em que este estudo foi realizado.
Com relação à atenção especializada, poucos foram os casos que relataram ter acesso às
clínicas especializadas (22,1%) e este ponto da rede de serviços também tem sua importância e
papel, pois muitas vezes resolvem a demanda da criança ou do adolescente e evitam uma
internação hospitalar. Apesar da relevância deste serviço, não foi encontrado outros estudos que
discutissem sobre o tema. Os hospitais de referência para o tratamento dos casos foram citados
em 87,8%, os demais não referiram possuir um serviço com esta referência e alegaram buscar
qualquer hospital, que não pediátrico, nos casos de necessidade.
121
Outros pontos da rede, como APAE, FUNAD e centros de reabilitação compuseram as
possibilidades das famílias que tinham além da doença crônica, uma deficiência. A literatura
aponta que estes centros de reabilitação, em geral, ficam nas áreas urbanas das principais
cidades, o que pode trazer dificuldades para o acesso, além do que as famílias necessitam de
transporte adequado e recursos financeiros para viajar em busca de obter serviços de
reabilitação (SÁ et al., 2015).
A respeito da dinâmica familiar, explorada pela categoria 5, a família é vista como um
sistema formado por vínculos afetivos, sociais e econômicos, os quais determinam uma
dinâmica específica, sujeita a mudanças ao longo da vida que afetam, por vezes, todos os
membros inseridos (SILVA et al., 2010). Tais mudanças podem ocorrer diante do diagnóstico
de uma doença crônica. Sob tais condições, o funcionamento familiar é afetado, levando à uma
desorganização, uma vez que exige readaptação de todos, frente às necessidades provenientes
da doença (ARAÚJO et al., 2013). Nesse contexto, a estrutura familiar, que consiste na forma
como esse sistema se organiza e desenvolve suas relações (FERREIRA, 2013), precisará
adequar-se às condições impostas pelo diagnóstico.
No presente estudo, 70,7% dos cuidadores principais afirmaram que existe
envolvimento da família no cuidado da criança/adolescente com doença crônica. Estudiosos
dissertam que uma comunicação efetiva entre os profissionais de enfermagem e família diminui
a ansiedade dos pais e aumenta a aceitação e envolvimento no processo de cuidar da criança,
tanto no domicílio quanto no ambiente hospitalar, não obstante, esse processo pode favorecer a
adesão terapêutica e o enfrentamento da doença (RODRIGUES et al., 2013), este achado
evidencia a importância da comunicação entre os profissionais e família.
Diante disso, são necessárias estratégias para o enfrentamento desta realidade, capazes
de auxiliar a família na adaptação frente às modificações decorrentes da doença. Tais estratégias
precisam ser formuladas mediante às particularidades de cada família, levando em consideração
a complexidade da doença, a demanda de cuidados, a fase em que a doença se encontra, bem
como, o suporte e o apoio das redes sociais nas quais a família está inserida (ARAÚJO, et al,
2013). Por sua vez, este apoio e suas diversas modalidades podem contribuir e fortalecer esse
enfrentamento e, consequentemente, o envolvimento da família no processo.
Sobre esse apoio, o estudo mostrou que 65,2% relataram receber algum tipo de apoio.
O apoio emocional, foi citado como recebido por 24,3% dos casos e fornecido, sobretudo, por
familiares, amigos e vizinhos. Além disso, 19,3% afirmaram ter recebido dois ou mais tipos de
apoio, incluindo o emocional. Explorar as fontes e possibilidades de apoio que a família possui,
pode ser considerada uma intervenção possível por parte dos profissionais da saúde, uma vez
122
que a família, em meio ao turbilhão que a doença crônica provoca, conseguirá enxergar além e
ressignificar o seu enfrentamento. Tornar-se um apoio para as famílias que enfrentam esta
condição, precisa ser uma atitude assumida por esses profissionais, tendo em vista que uma das
modalidades é o apoio informativo (ARAÚJO et al., 2011).
Os tipos de apoio com menor índice mencionado pelos participantes do estudo foram o
material e o financeiro, ambos com 2,2%. De posse dessa informação, pode-se reforçar que a
tomada de decisão de incluir a família em algum tipo de recebimento de auxílio, discutida
anteriormente na categoria 2, é válida pela influência na dinâmica familiar.
Corroborando com essa informação, observou-se que 83,4% dos cuidadores afirmaram
possuir algum tipo de limitação, após o diagnóstico, sendo as principais limitações as
financeiras e/ou trabalho. Tais dados mostram índices preocupantes, já que ambos os aspectos
são fortemente afetados, depois do diagnóstico da doença crônica, uma vez que esta condição
exige da família despesas contínuas para o tratamento. Ou seja, se por um lado não existe apoio
financeiro, por outro, há limitação de captação de renda por essa família, representada,
principalmente, pela figura do cuidador. Estes fatores não devem passar despercebidos no
processo de cuidado. Dessa forma, utilizar um instrumento de cadastro como uma forma de
ampliar o conhecimento sobre tais características de cada família e tomar decisões, tem se
mostrado uma possibilidade viável e positiva.
Todas essas mudanças na dinâmica da família, bem como, descobertas e adaptações
criam um misto de sentimentos, ora negativos, ora positivos, que podem depender da fase em
que se encontra a doença e da capacidade de resiliência de cada membro da família. Sentimento
de insegurança, dor, aflição, ansiedade, acompanhados do medo da perda, são vivenciados por
mães e familiares no cuidado à criança/adolescente com doença crônica (BARBOSA et al.,
2011). Autores apontam que quando a expectativa de vida da criança/adolescente é superada,
as famílias têm suas esperanças renovadas, impulsionando-as a prosseguir com a possibilidade
de ter mais um dia de convivência com o filho (SILVA et al., 2010). Os resultados deste estudo
mostraram que 58% dos cuidadores apresentaram sentimentos positivos e negativos. Por sua
vez, um número significativo de 34,8% explicitou apenas sentimentos positivos.
Ainda sobre alterações na família em decorrência da doença, um estudo que objetivou
identificar as alterações desencadeadas no cotidiano da família que vivencia a experiência de
doença crônica, mostrou que as frequentes hospitalizações distanciam os membros da família,
alterando o relacionamento do cuidador principal com os filhos, mas, sobretudo, interferindo
na vida conjugal, sendo motivo de separação, desfavorecendo o enfrentamento da situação
(SILVA et al., 2010). Diferentemente, o estudo em questão mostrou que 45,9% dos
123
entrevistados referiram ter ocorrido união, após o diagnóstico. Esta condição fortalece a família,
favorecendo sua capacidade de superar as dificuldades, sempre apoiando uns nos outros.
No entanto, é importante atentar para o fato de que dos 38 casos em que houve separação
entre os membros da família, 20 aconteceram entre os pais. A equipe envolvida no cuidado
deve estabelecer diálogos com a família, para que seja possível melhorar o entendimento dos
fatores imersos no contexto da doença e, principalmente, para que esse sistema fundamental
consiga encontrar os meios próprios de enfrentamento da condição sem, contudo, desagregar-
se.
Pôde-se observar, que o diagnóstico da doença crônica atinge toda família, porém, os
cuidados que envolvem o acometido, e que precisam ser executados, encontram-se, na maior
parte dos casos, centrados na figura materna, que se abstém de sua rotina para viver em função
do seu filho (a) (BARBOSA et al., 2011; GUIMARÃES, MIRANDA, TAVARES, 2009). Tal
centralidade pode conduzir à desintegração familiar, uma vez que, a mãe precisa dispensar a
maior parte de seu tempo ao cuidado da criança/adolescente doente. Por vezes, além do cuidado
ao doente, a mãe ainda precisa assumir as tarefas domésticas e o cuidado aos filhos saudáveis,
acarretando em uma sobrecarga que pode afetar sua saúde, prejudicando o cuidado prestado por
ela ao ente doente (ARAÚJO et al., 2013).
Nesse sentido, é importante a redefinição de papéis para que não haja sobrecarga de um
de seus membros, valorizando-se diferentes tarefas, pois a execução de uma colabora para a
realização de outra. Além disso, tal colaboração proporciona o estreitamento dos laços
familiares, contribuindo para o bom funcionamento familiar (NÓBREGA et al., 2011;
BARBOSA et al., 2011).
A dinâmica da família que enfrenta essas situações pode ser facilmente captada pelo uso
do instrumento de cadastro. A realidade exposta por quem é responsável direto (o cuidador)
pelo cuidado em todos os momentos, espaços e circunstâncias precisam ser consideradas,
apuradas e aprofundadas, no sentido de que se possa encontrar mecanismos de fortalecimento
e equilíbrio para sustentar um núcleo fundamental para a vida e saúde das crianças e
adolescentes, a família. É a partir dela, por ela e com ela que devem ser traçadas as intervenções
de cuidado.
124
5.2 MODELO PREDITOR DE FREQUÊNCIA DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CRÔNICA BASEADO EM ÁRVORE DE
DECISÃO
A árvore de decisão é um modelo de apoio à tomada de decisão de fácil interpretação,
visualização e aplicação prática. Possibilitou mostrar os atributos independentes que levam ao
desfecho e permitiu confirmar a importância dos atributos relacionados com a frequência de
internação, para tanto, as regras obtidas a partir da leitura precisaram ser claras e condizentes
com a realidade. Algumas variáveis colocadas no banco de dados não foram utilizadas pelo
modelo, por exemplo, a variável tratamento da água, que obteve forte associação no teste Qui-
quadrado. No entanto, esse fato não pode ser associado à pouca importância desta e de outras
no contexto da internação, e, sim, que a explicação plausível é que estas variáveis não obtiveram
o peso para gerar um plano de separação (nó) sendo, dessa forma, excluídas pelo método.
Dentre as variáveis dispostas no banco de dados, o número de moradores, variável
decisória do nó raiz, remonta à discussão do tópico anterior sobre as condições econômicas,
sociais e de moradia que estas crianças e suas famílias vivem. Pela interpretação do modelo, o
menor número de moradores mostrou-se como preditor de menor frequência de internação (até
duas vezes por ano). A situação intermediária (4 moradores), demostrou-se condicionada aos
outros atributos ora relacionados ao curso da doença (fase atual), ora relacionados, novamente
às condições sociais e econômicas (situação empregatícia) e raciais (raça/cor) e o pior desfecho
foi obtido diante da situação de desemprego do cuidador. Por fim, na última situação, o
domicílio com cinco moradores ou mais, traduziu-se, seguindo os demais nós internos e ramos,
no pior desfecho (frequência de três ou mais internações por ano).
A leitura do modelo proporciona o entendimento de que as situações de maior
vulnerabilidade como: desemprego; baixa renda; presença de animais domésticos; restrições e
ausência de envolvimento da família foram preditoras do pior desfecho. As variáveis
relacionadas a ter alguma deficiência e possuir uma comorbidade não seguiram esse padrão.
Diante dos achados deste estudo, pode-se supor que nos casos em que há deficiência, existe
outro serviço disponível na rede para prestar os cuidados e, provavelmente, este seria o motivo
de estas crianças e adolescentes internarem menos. No caso da presença de comorbidades não
foi possível obter justificativas com base nos resultados.
Nesse sentido, o foco das intervenções e da tomada de decisão, a partir do modelo, pode
ser subdividido em duas possibilidades: prevenção para os fatores modificáveis; investimentos
em promoção à saúde para os fatores não modificáveis. Nessa concepção, as variáveis: renda,
125
situação empregatícia, inclusão em programas sociais, animais domésticos e envolvimento da
família no cuidado, foram considerados como passíveis de modificação pelas intervenções dos
profissionais da rede de cuidado. E, raça/cor, cuidados complexos, segunda doença, deficiência,
restrições e a fase da doença, como não modificáveis porém, com chances para intervenções na
perspectiva da promoção à saúde. Apesar dessa divisão, as variáveis estão interligadas e
condicionadas umas às outras, mostrando a complexidade envolvida no evento e o imperativo
de considerar o todo ao invés das partes.
No contexto da doença, o aumento das despesas vem acompanhado de perdas ou
abandonos de empregos por parte do cuidador principal, uma vez que as frequentes consultas e
hospitalizações são fatores que contribuem para tal acontecimento, embora alguns renunciem
seus empregos para se dedicar, exclusivamente, ao cuidado e tratamento do filho (a) (SOUZA,
MELO, 2013; SILVA et al., 2010; SIMON et al., 2013). Sendo, portanto, incomuns cuidadores
(mães) de crianças/adolescentes com doenças crônicas que estão no mercado de trabalho
(SOUZA; MELO, 2013; CAICEDO, 2013). Essa realidade gera alteração na dinâmica familiar,
pela diminuição do orçamento, podendo aumentar os níveis de estresse no relacionamento da
família (SILVA et al., 2010). Nesse sentido, para se manter, contam com o apoio financeiro do
governo (auxílio-doença), sendo esta, basicamente, a única renda para pagar o tratamento, bem
como, os demais gastos domésticos (NÓBREGA et al., 2011).
No modelo baseado em árvore de decisão o curso da doença na fase crônica associado
ao desemprego do cuidador obteve o desfecho de maior frequência de internações. Diante desta
informação, há possibilidades para tomada de decisão por parte dos profissionais e gestores, já
que a renda é um fator considerado como modificável. Ao considerar que este fator influencia
diretamente na condição social e econômica da família, bem como, no acesso aos serviços e
pode trazer consequências diretas para o enfrentamento da doença/condição crônica, é possível
articular a rede de assistência social e incluir essas famílias em programas ou recebimentos de
auxílios, tais como, auxílio doença, no sentido de contribuir, a curto prazo, com o sustento da
família e possivelmente melhorar o acesso aos serviços. Ainda assim, deve-se planejar
estratégias a médio e longo prazo que possibilitem a captação de renda pela família, como
capacitação e inclusão no mercado de trabalho dos familiares que possuem profissão, e,
estímulo a profissionalização dos familiares que ainda não possuem tal formação.
Autores estabeleceram relação entre criar animais domésticos no ambiente familiar e a
piora do quadro de asma (NASCIMENTO; PORTO; BRANDÃO, 2015) no entanto, essa
variável contribuiu para o pior desfecho e precisa ser melhor investigada quanto a sua influência
em relação a outras doenças crônicas. Reis (2005) destacou que esta variável está no rol das
126
que influenciam na determinação social da doença em crianças. Ainda assim, é importante que
os profissionais da rede busquem maiores informações relacionadas ao ambiente doméstico e
suas condições gerais e de moradia para se aterem na tomada de decisão e desencorajar a criação
destes animais.
O envolvimento da família no cuidado perpassa por vários fatores complexos, subjetivos
e circunstanciais, e, de forma geral, esse envolvimento pode sofrer modificações ao longo do
curso da doença (ALMEIDA et al., 2006; BARBOSA et al., 2011; GREENLEY et al., 2013;
GUIMARAES; TAVARES; MIRANDA, 2009; FERREIRA, 2013). Neste estudo, buscou-se
descrever características desse fato, a começar pela sua existência representada por atitudes e
ações, como o compartilhamento de cuidados entre os componentes da família com a criança e
adolescente.
Em uma perspectiva mais abrangente, autores apontam que a relação entre a raça/cor e
as doenças crônicas não deve ser entendida apenas do ponto de vista biológico, mas como uma
variável social que traz em si a carga de construções históricas e culturais, e acaba por acentuar
as desigualdades socioeconômicas e na falta de equidade em saúde entre grupos raciais
(MALTA; MOURA; BERNAL, 2015). Diante da influência das desigualdades sociais tanto
como condicionantes do processo saúde doença, quanto determinantes deste, cabe aos gestores
e representantes do governo em uma ampla esfera de poder, modificar esta realidade e dar
condições a estas famílias de terem melhor acesso aos serviços de saúde, educação, emprego e
geração de renda. Essa intervenção não se limita aos gestores e governo, pois os profissionais
de toda a rede têm a sua participação na disponibilização desse acesso e, sobretudo, na
visibilidade que essa situação precisa ter para ocasionar reflexões e mudanças.
Para o manejo dos cuidados complexos, outra problemática é exposta, pois as ações dos
serviços disponíveis (ESF, Serviço de Atenção Domiciliar, entre outros), muitas vezes não
garantem a realização ou o apoio para o cuidado, e em muitos casos, a manutenção de
gastrostomias, traqueostomias, sondas vesicais entre outros, ficam sob a responsabilidade do
cuidador, nem sempre instruído para tal, como descreve Lima et al. (2013). Salvador et al.
(2015), citam que para a realização desses cuidados no domicílio, é necessária uma readaptação
da rotina diária devido à exigência da realização de procedimentos técnicos, como cateterismo
vesical, administração de medicamentos de uso contínuo, prevenção de lesões de pele e uso de
órteses. Nesse processo, as internações serão uma saída para que estes cuidados sejam
realizados adequadamente. Assim, torna-se indispensável uma atitude dos gestores e
profissionais, a fim de modificar essa condução dos cuidados complexos.
127
No curso da doença, a fase inicial associada às restrições foi relacionada ao pior
desfecho. Bernandes, Oliveira e Marcon (2011), durante um estudo que abordou o relato de
uma intervenção psicológica para uma criança com diagnóstico recente de lúpus eritematoso
sistêmico, descreveram que para lidar com as restrições que a doença acarreta, são necessários
atendimentos contínuos e instruções para que ambas as partes (a criança e a família) possam
adaptar-se de forma lenta, gradual e adequada com o novo cotidiano agora imposto pela doença.
De uma forma geral, as doenças e condições crônicas carecem de acompanhamento
multiprofissional, interdisciplinar e articulado às redes de atenção para que o cuidado prestado
possa ser contínuo, integral e longitudinal, a fim de que a criança e adolescente prossigam até
a fase adulta com a melhor qualidade de vida possível.
Desta forma, os profissionais envolvidos diante da informação obtida e considerando o
nível de compreensão da criança, adolescente e sua família, devem tomar a decisão de
estabelecer uma comunicação adequada e orientá-los quanto à doença, suas implicações e
especialmente sobre os cuidados e restrições, contribuindo assim, para o enfrentamento da
doença, a adesão terapêutica e a qualidade de vida da família, além de resgatar a autonomia da
família e incluí-la como centro desse processo de cuidado. O evento da hospitalização, apesar
de doloroso e limitante, deve ser visto como uma oportunidade de promover e desenvolver a
educação em saúde para e com estas famílias.
Por ser subjetivo e passível de mudança, as intervenções dos profissionais precisam ser
contínuas e acordadas entre a rede de cuidado, porque nem sempre é possível prever que serviço
a família irá buscar quando necessário. A maior procura pelo serviço hospitalar neste estudo foi
constatada na amostra, no entanto, deseja-se ressignificar essa “preferência”, a partir do
fortalecimento dos outros pontos da rede. Assim, ao considerar que a maioria das famílias reside
em áreas cobertas pela ESF, é oportuno chamar este serviço a assumir a sua posição nessa rede
e, por meio dos atributos do vínculo, proximidade e longitudinalidade, desenvolver uma rotina
de comunicação viável para acompanhar o curso da doença na família e as demandas
apresentadas.
No que depender desses profissionais, todo o suporte de informação e educação em
saúde sobre alimentação, terapêutica, restrições e recomendações devem ser dialogados com a
família, permeados por feedbacks para que haja convicção de que estas informações foram
apreendidas. Esta atitude por parte dos profissionais deve ser incorporada em toda a rede para
que a cada momento com a família seja possível continuar o processo, sanar as dúvidas e
fortalecer o vínculo.
128
Ainda assim, conforme alertam Moreira; Gomes; Sá (2014), o fornecimento de
informações e a contribuição para construção de conhecimento para e com essas famílias, não
garante mudanças no comportamento destas, e tal situação é agravada quando o sentimento de
insegurança e a realidade socioeconômica marcada pela pobreza impossibilita o cumprimento
dos planos e acordos. Dessa forma, torna-se forçosa as intervenções que contribuam para
diminuir essas desigualdades sociais.
Assim, a família incluindo a criança, equipe de saúde do território, os serviços
especializados (ambulatório, clínicas e hospitais), e outros setores da sociedade civil (educação,
segurança, geração de emprego e renda), a comunidade e os demais membros e a própria criança
devem ser envolvidos nesse processo no intuito de fortalecê-lo e melhorá-lo e,
consequentemente, contribuir para diminuir as internações hospitalares. A existência de
serviços que compõe a rede de atenção, também não é garantia para que o cuidado seja
articulado, é preciso muitas mudanças no processo de trabalho dos profissionais e
estabelecimento de prioridades por parte dos gestores para que o cenário mostrado neste estudo,
marcado pela fragmentação da rede evidenciado pelo tropismo na busca do serviço hospitalar
seja redistribuído e melhorado.
5.3 DESENVOLVIMENTO DO BANCO DE DADOS E SOFTWARE
Para discutir as características e possibilidades de um sistema novo, é pertinente que se
traga um panorama dos principais sistemas de informação em saúde existentes no Brasil,
traçando um paralelo com a temática da doença crônica na infância e adolescência.
Os sistemas de informação em saúde já existiam antes mesmo da consolidação do
Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, o interesse em utilizar bancos de dados originados,
de forma rotineira, pelos serviços de saúde como ferramenta na elaboração de políticas de saúde
e no planejamento e gestão de serviços de saúde, vem aumentando e ganhando visibilidade.
Para que esse cenário fosse possível, duas condições foram fundamentais: (a) a
implantação da Lei Orgânica 8080, promulgada em 1990, que estabelece aos municípios e
estados os principais responsáveis pela coleta e consolidação das informações em saúde
(SILVA, LAPREGA, 2005); soma-se a isto, a implementação da descentralização das ações do
setor saúde, definindo prioridades nos níveis estaduais e municipais, desencadeada pelas
Normas Operacionais de 1993 e 1996; e, (b) a democratização do uso da informática no Brasil
imprimindo uma grande facilidade de acesso ao uso de informações geradas pelo sistema em
todo território nacional (BITTENCOURT; BASTOS; CAMACHO, 2006). A partir de então, o
129
investimento no desenvolvimento de ferramentas, com auxílio da tecnologia da informação,
para coleta, gerenciamento e consolidação dos dados epidemiológicos tornou-se fundamental
aos sistemas de saúde, especialmente no âmbito municipal (TOMASI et al., 2003; ALMEIDA;
ALENCAR, 2000).
Nessa perspectiva, o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) é uma das
principais fontes de armazenamento de dados relacionados às condições sociais, sanitárias e de
saúde. O SIAB foi criado em 1998, para dar suporte às políticas de descentralização do SUS. O
Agente Comunitário de Saúde (ACS) bem como os demais integrantes da equipe saúde da
família (médico, enfermeiro, odontólogo) são responsáveis por coletar informações
mensalmente para alimentar o sistema (BRASIL, 2012c).
Entretanto, o SIAB apresenta muitas fragilidades que vão desde a dificuldade da equipe
de saúde em operacionalizá-lo, até a própria limitação de variáveis relevantes para o diagnóstico
de situações de saúde e intervenções mais próximas das realidades populacionais (SILVA,
LAPREGA, 2005; BITTAR et al., 2009; RADIGONDA et al., 2010; FREITAS; PINTO, 2005).
No município de João Pessoa, a operacionalização desse sistema, em nível de Distrito Sanitário,
seguia um fluxo pré-determinado para que os dados chegassem a nível nacional.
Outra fragilidade desse sistema é que ele não vincula a informação ao usuário do serviço
e não oferece a opção de classificar ou caracterizar as demais doenças crônicas não
transmissíveis que acometem crianças e adolescentes, além da hipertensão arterial e diabetes,
dificultando a visibilidade do real quantitativo de crianças e adolescentes que possuem outras
doenças crônicas impossibilitando, também, a implantação de ações específicas de saúde
voltadas para esse público. Vale ressaltar que, o SIAB não permite o cruzamento de dados
(interoperabilidade) com outros sistemas como o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
(SISVAN) e Sistema do pré-natal (SISPRENATAL).
Não diferente da atenção básica, os serviços hospitalares também subutilizam seus
sistemas de informação eletrônico. Estudo realizado por Santos e Araújo (2013) reforça a tese
da subutilização dos sistemas de informação disponíveis no ambiente hospitalar (SIA-H;
HOSPUB), no subsídio à tomada de decisão pelos gestores e que os registros do cuidado
executados pelos profissionais de saúde ainda não são informatizados. Os autores apontam a
possibilidade de esta subutilização estar relacionada ao desconhecimento por parte dos gestores
sobre as possibilidades e funcionalidades destes sistemas no apoio à tomada de decisão.
Outro sistema criado pelo Ministério da Saúde, o Sistema de Informação e Agravos de
Notificação de Saúde (SINAN), permite o gerenciamento de informações sobre doenças
específicas que compõe a Lista de Doenças de Notificação Compulsória (LDNC) como:
130
botulismo, dengue, malária, febre amarela, tuberculose e hanseníase, no entanto, estes agravos,
geralmente, possuem a natureza aguda (com possibilidades de cronificação, como é o caso da
tuberculose e hanseníase), não contemplando mais uma vez, as doenças crônicas mais
frequentes na infância e adolescência inviabilizando uma análise epidemiológica mais
abrangente.
Sob outra perspectiva, um registro específico para o Câncer, foi criado no Brasil, em
1987, o SIsRHC (Sistema para Informatização dos Dados de Registros Hospitalares de Câncer)
(INCA, 2011). Este sistema armazena dados dos registros dos pacientes com câncer em todas
as faixas etárias, no que diz respeito ao seu estado de saúde e possibilita analisar o seguimento
de novos casos ao longo do tempo.
De outra parte, um projeto recente do Ministério da Saúde foi o e-SUS (SUS Eletrônico),
em processo final de implantação na Atenção Básica e disponível nas modalidades de coleta de
dados simplificado (CDS) e prontuário eletrônico do cidadão (PEC). A iniciativa representa um
avanço no que diz respeito ao registro de informações em saúde, porque possui como entrada
de registro, o nome do usuário e número do cartão SUS e não mais o registro referente à
condição e saúde ou doença (gestantes, hipertensão, diabetes, por exemplo). Ainda assim, o e-
SUS, em sua totalidade, apresenta essa lacuna e não contém os registros específicos da doença
crônica na infância e adolescência, como rede de serviços, tempo de diagnóstico, tratamento,
entre outros dados e/ou variáveis fundamentais para organização do cuidado na perspectiva de
redes.
Diante do panorama, observa-se que, atualmente, não há um sistema que colete,
processe e gere informações referentes à crianças e adolescentes com doenças crônicas. Desse
modo, observa-se a relevância e inovação trazida pelo SICADC. Um sistema gratuito que
apresenta variáveis provenientes de um instrumento construído e validado junto aos
especialistas na área de crianças e adolescentes com doenças crônicas, garantindo, assim, um
consolidado de informações relevantes para a integralidade do cuidado e para o
desenvolvimento de uma gestão efetiva. Além disso, em seu desenvolvimento, houve toda
preocupação quanto à programação, levando em consideração sua adequação aos sistemas
operacionais utilizados nos serviços, bem como, utilizando linguagens com resultado final
atrativo e dinâmico, a fim de estimular sua adesão pelos profissionais.
A implantação de um sistema novo nas redes de serviço, pode provocar mudanças no
setor e desencadear resistência por parte de alguns profissionais, principalmente os que não
possuem afinidades com tecnologia. Por isso, no SICADC, foi utilizado um fluxo de informação
131
que trouxesse facilidade para o uso, compreensão e comunicação entre a equipe
multiprofissional e os serviços de saúde
A utilização do SICADC, pode auxiliar a tomada de decisão da gestão e dos
profissionais de diversas áreas, por meio da obtenção de informações de forma rápida, precisa
e fidedigna. Tanto em relação à situação de saúde de crianças e adolescentes com doenças
crônicas que estejam cadastradas, como uma avaliação ampliada, coerente e direcionada sobre
os aspectos de condições sociais, moradia, rede e dinâmica da família, contribuindo assim, o
para um melhor cuidado.
Acredita-se que o diferencial do SICADC, está na agilidade de coletar os dados,
armazená-los e com rapidez e agilidade, transmiti-los aos profissionais e gestores envolvidos,
facilitando seu trabalho e o cuidado.
Em relação aos inúmeros desdobramentos vislumbrados a partir deste trabalho, tem-se
que o SICADC, por ser precursor na coleta e armazenamento de dados referentes à crianças e
adolescentes com doenças crônicas, poderá dar visibilidade a este público, inicialmente a nível
local e, futuramente, nacionalmente, apontando a necessidade de políticas públicas
direcionadas, construídas a partir de dados até então desconhecidos e, portanto, embasados na
realidade de cada indivíduo que convive com tal condição.
Portanto, a governança da informação e das tecnologias a ela aplicadas desempenham
um papel vital para a longevidade e sustentabilidade das políticas públicas na área da saúde,
uma vez que, a partir delas, tem-se o conhecimento exato das decisões que devem ser tomadas
e monitoradas (BRASIL, 2013b).
Diante de todas as discussões tecidas com os achados deste estudo, cabe sumarizar os
aspectos contribuidores para a defesa do argumento desta tese: a partir dos resultados e
discussões advindos do uso do instrumento de cadastro na fase de coleta dos dados, da
consolidação das informações em um banco de dados para construção do modelo de decisão e
análises estatísticas, bem como, das possibilidades provenientes do uso do sistema de
informação fica evidente que é possível obter o conhecimento do perfil social, econômico e
demográfico, da situação de saúde, rede de serviços utilizada e a dinâmica familiar das crianças
e adolescentes com doença crônica. Por meio desse conhecimento, os profissionais e gestores
podem contribuir para a melhoria do cuidado na rede de atenção à saúde deste público, além de
dar visibilidade ao problema e estimular o debate para criação de políticas de atenção
direcionada a essa população.
132
5.4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Apesar das limitações relativas ao tamanho do instrumento e de vislumbrar as
dificuldades potenciais que podem surgir na implantação deste nos serviços, pode-se dizer que
o primeiro passo já foi dado, no sentido de contribuir com o desenvolvimento de tecnologia da
informação para este público. Cabe agora divulgar as possibilidades advindas do uso dessa
ferramenta na tomada de decisão para que os gestores e profissionais da área tomem a decisão
de adotá-las no seu processo de cuidado.
O SICADC, encontra-se em fase de refinamento, e ainda não possui um sistema de
backup e tem a limitação da dependência da internet para funcionar. Espera-se que essas
limitações possam ser sanadas futuramente.
133
6 CONCLUSÕES
Este estudo atendeu ao objetivo proposto e apresentou o processo de desenvolvimento
do SICADC, uma ferramenta computacional de registro de informações inovadora, que pode
subsidiar a tomada de decisão por profissionais e gestores na atenção à saúde de crianças e
adolescentes com doença crônica.
O SICADC é um sistema de caráter inovador e será capaz de proporcionar uma visão
ampliada quanto aos principais aspectos que envolvem a criança e o adolescente acometidos
por doenças crônicas, uma vez que possibilitará a coleta, o gerenciamento e a consolidação dos
dados referentes a este público. A utilização deste software, auxiliará os profissionais de saúde,
na obtenção de dados que contribuirão para um cuidado integral e qualificado. Além disso, o
sistema fornecerá embasamento para criação de políticas públicas direcionadas e efetivas, que
contribuirão para uma rede de atenção mais qualificada e integrada, capaz de promover a
continuidade do cuidado e da assistência, e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida.
Nos testes iniciais, o SICADC mostrou ser uma ferramenta leve, com interface simples
e autoexplicativa, segura e podendo ser acessado de qualquer lugar por dispositivos móveis ou
computadores pessoais. Por meio do SICADC, nos serviços onde a criança e adolescente com
doença crônica é atendida, em breve, espera-se poder implantá-lo nos serviços que compõem
essa rede no município de João Pessoa-PB.
A criação de ferramentas que favoreçam e fortaleçam o processo de cuidado em saúde
são fundamentais para profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde no país.
Ressalta-se que por meio de iniciativas baseadas em problemas locais é possível contribuir para
a mudança dessa realidade por meio do desenvolvimento de sistemas de informação.
O estudo também pode servir de modelo para criação e aperfeiçoamento de outros
instrumentos e/ou banco de dados de diferentes tipos de doenças, além da possibilidade de ser
utilizado por outros serviços de saúde que prestem assistência em saúde a crianças e
adolescentes com doenças crônicas em outras localidades.
Os subsídios para a tomada de decisão, seja a partir do uso do instrumento de coleta de
dados, armazenamento em banco de dados para uso (repositório, emissão de relatórios) e do
sistema (apoio a decisão), foi realizado para a pesquisa, mas se implantado nos serviços, o
sistema pode funcionar como ferramenta de apoio à decisão por meio de sistema especialista.
O instrumento construído e validado possui potencialidades e fragilidades, no entanto
para o objetivo proposto no presente estudo, este atendeu a necessidade e pode servir como
ponto de partida para criação de outros instrumentos específicos que permitam o
134
acompanhamento longitudinal, contínuo e integral além da evolução clínica de doenças ou
condições específicas. É importante salientar que o instrumento construído pode e deve sofrer
alterações com a contínua aplicação em distintas situações, a fim de fortalecê-lo como
instrumento de coleta de dados que possibilitem análises mais aprofundadas diante da
complexidade do contexto da doença/condição crônica na infância e adolescência e, sempre
que necessário, os juízes serão acionados para realizar a análise e assim, conferir maior
respaldo, fidedignidade e confiabilidade ao processo.
A análise descritiva dos dados coletados contribuiu para a construção do conhecimento
e trouxe possibilidades reais para a intervenção junto às famílias. A partir da construção do
modelo baseado em árvore de decisão foi possível predizer quais dos atributos independentes
conduzem para o desfecho de maior ou menor frequência de internação entre os casos e partindo
destes, subsidiar a tomada de decisão dos profissionais no sentido de modificar ou contribuir
para um menor número de internações.
135
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148
APÊNDICES
APÊNDICE A- Instrumento- roteiro utilizado para coleta dos dados da revisão integrativa
1. Identificação do artigo
Título do artigo:
Citação Vancouver:
Citação ABNT:
Ano de publicação:
Idioma:
2. Identificação do ambiente do estudo
Local de desenvolvimento do estudo:
País:
3. Procedência do artigo
PUBMED ( )
SCiELo ( )
LILACS ( )
4. Tipo de publicação:
( ) Artigo original ( ) Revisão da Literatura ( ) Outro: ______________________
5. Objetivo do estudo:
6. Características metodológicas do estudo:
( ) Estudo de validação
( ) Estudo de construção de um instrumento
Utilizou escala: se sim, qual:
Análise estatística utilizada:
Doença crônica abordada no estudo:
Faixa etária das crianças e adolescentes:
7. Análise dos dados:
8. Desfecho/Resultados:
9. Principais conclusões e contribuições
149
APÊNDICE B-Instrumento para cadastro e acompanhamento de crianças e adolescentes com
doença crônica- Versão inicial
Data da coleta: Local: Unidade: Responsável:
CATEGORIA 1: Dados de identificação da Criança/Adolescente
Nome completo: Sexo:( )Masculino ( )Feminino
Número do Cartão SUS:
Raça/Cor:( )Branca( )Preta( )Amarela( )Parda( )Indígena
Idade:
Data de Nascimento da Criança/adolescente : _____/_____/_____ Município de Nascimento:
Estado: Município de residência atual:
Nacionalidade: Logradouro: Número:
Complemento/ponto de Referencia: _____________________________________Estado
Nome completo da Mãe: Data de nascimento da mãe:
Telefone celular:( )Telefone (recado):( )
Situação Civil da criança/adolescente:( )Solteiro( )Casado( )Viúvo( )Divorciado( )Outro( )Não
se aplica
Se Adolescente, possui filhos?( )Sim( )Não( )Não se aplica Se sim,Quantos?
Religião/crença:()Católico ( )Evangélico ( ) Outro: ____________________________________
Frequenta a Escola?( )Sim( )Não( )Às vezes
Maior grau de escolaridade:( )Creche( )Pré-escola (exceto CA)( )Classe Alfabetizada - CA
( )Ensino Fundamental 1ª a 4ª série( )Ensino Fundamental 5ª a 8ª séries( )Ensino Fundamental
Completo ( )Ensino Fundamental Especial( )Ensino Fundamental( )Ensino Fundamental EJA -
séries finais (Supletivo 5ª a 9ª) ( )Ensino Médio, Médio 2º Ciclo (Científico, Técnico)
( )Ensino Médio Especial( )Ensino Médio EJA (Supletivo)( )Superior incompleto
Anos de estudo:
Situação empregatícia:( )Empregado( )Desempregado( )Afastado( )Aposentado( )Outro
( )Não se aplica.Ocupação:_____________________
Deficiência:( )Física( )Motora( )Visual( )Cognitiva( )Auditiva( )
Outra_________________________________( )Não se aplica
Uso de álcool:( )Sim( )NãoSe sim, qual a frequência:
Uso de tabaco:( )Sim( )NãoSe sim, qual a frequência:
Uso de drogas:( )Sim( )NãoSe sim, qual a frequência:
150
CATEGORIA 2: Dados Sócio-Sanitários
Situação de moradia/posse da terra:( )Próprio( )Financiado( )Alugado( )Arrendado( )Cedido ( )Ocupação( )Situação de Rua( )Outra
Localização:( )Urbana( )Rural
Tipo de moradia:( )Casa( )Apartamento( )Cômodo( )Outro
Material predominante no revestimento externo: ( )Alvenaria/Tijolo, especificar( )Com Revestimento( )Sem Revestimento ( )Taipaespecificar( )Com Revestimento( )Sem Revestimento ( ) Outros,especificar( )Material Aproveitado( )Madeira Aparelhada( )Palha( )Outro Material
Número de cômodos:Número de moradores:
Presença de animais domésticos:( )Sim( )Não Se sim, qual(is) ( )Gato( )Cachorro( )Pássaro( )Animais de Criação (porco, galinha, cabra, vaca) Outros:Quantos:
Abastecimento de água:( )Rede Encanada até o Domicílio( )Poço/ nascente no Domicílio( )Cisterna ( )Carro Pipa( )Outro
Tratamento da água:( )Filtração( )Fervura( )Cloração( )Sem Tratamento
Destino do lixo:( )Coletado( )Queimado( )Enterrado( )Céu Aberto( )Outro
Destino das eliminações (fezes/urina)( )Rede Coletora de Esgoto ou Pluvial( )Fossa Séptica ( )Fossa Rudimentar ( )Direto para um Rio, Lago ou Mar( )Outra Forma
Meios de comunicação:( )Rádio( )Televisão( )Internet( )Redes sociais( )Jornal( )Carta ( )E-mail( )Outros:
Meio de transporte:
Possui plano de saúde privado:( )Sim( )Não Se sim, qual(is)plano(s): Tempo:
Beneficiário (s) do plano de saúde privado: Frequência que utiliza:
Ocorrência de doenças crônicas na família:
( )Sim( )Não Se sim, qual(is) doença(s): Grau de parentesco com a criança/adolescente:
Grau de parentesco entre os pais da criança/adolescente:( )Não Possui ( ) Meio irmãos ( ) Primos de 1º Grau ( ) Primos de 2º Grau ( ) Primos de 3º Grau ( ) Outro
Família cadastrada em programas sociais do governo:( )Sim( )Não Se sim, qual?( )Programa Bolsa Família( )Auxílio Doença( )OutroQual(is):
Renda Familiar total:( )Menor que um salário mínimo (< 724, 00 Reais) ( )Um salário mínimo (724, 00 Reais) ( )Entre dois ou quatro salários mínimos (entre 1.448,00 e 2.896 Reais) ( )Cinco ou mais salários mínimos (acima de 3.620 Reais)
151
Categoria 3: Doença e Tratamento
Diagnóstico definitivo:
Data do Diagnóstico:
Fase atual da doença*:( )Fase inicial( )Fase crônica( )Fase terminal( )Cura/Reabilitação
Média de internação anual:
* De acordo com a fase, preencha a sub-categoria correspondente.
SUB-CATEGORIA 1 (FASE INICIAL):
Primeiros sinais percebidos:
Primeiros sintomas percebidos:
Que serviço ou local procurou primeiro:( )ESF( )Hospital( )Clínica especializada( )Benzedeira ( )Curandeiro ( )Outro, especificar: ___________________________________________________
Motivo que levou a busca pelo serviço/local:( )Proximidade( )Acesso( )Indicação de outra(s) pessoas ( )Outro, especificar:
Pessoa/profissional que atendeu a criança/adolescente:
Houve encaminhamento:( )Sim( )Não Se sim, para qual (is) serviços/locais?:
Realizou Exames no local atual?( ) Sim ( ) Não se sim, quais exames foram realizados?_____________________
Primeira Hipótese(s) diagnóstica(s):
Possui outra (s) doença (s) associada (s):( )Sim( )Não Se sim, qual (is)? :
Serviço/ Local responsável pelo diagnóstico definitivo:( )ESF( )Clínica Geral( )Clínica especializada ( )Hospital pediátrico ( )Hospital de Referência( )Outro:
Utiliza outro serviço/local para manejo da doença:( )Sim( )Não Se sim, qual (is)? :
Tempo de internação atual: ( )Não se aplica Acompanhante:
Motivo que levou a internação:
Cuidador principal:( )Mãe( )Pai( )Avó( )Avô( )Irmão mais velho( )Outro:
Tratamento medicamentoso:
Forma de acesso à medicação: Compra direta:( )Medicação adquirida na rede de farmácias privadas( )Medicação especial adquirida no exterior
Gratuita:( )Dispensação gratuita pelo SUS no hospital ( )Farmácia popular( )Doação ( )Dispensação gratuita pelo SUS na ESF( )Via Ministério Público( )Outra
Restrições em decorrência do diagnóstico?:( )Sim( )Não se sim, qual (is)? ( )Alimentar( )Realização de atividades físicas( )Medicamentos( )Outra:
Dependente de Cuidadosgerais?( )Sim( )Não Se sim, qual?( )Banho( )Alimentação( )Vestir-se( )Tomar medicação( )Outros:
Dependente de cuidados complexos?( )Sim( )Não Se sim, qual(is)? :( )Uso de sonda vesical de demora( )Uso de sonda naso-enteral ( )uso de respirador mecânico( )aplicação de medicação endovenosa( )Outro:
152
SUB-CATEGORIA 2 (FASE CRÔNICA):
Primeiros sinais de recidivas percebidos:
Primeiros sintomas de recidivas percebidos:
Serviço ou local procurado:( )ESF( )Hospital( )Clínica especializada( )Benzedeira( )Curandeiro ( )Outro, especificar:
Motivo que levou a escolha pelo serviço/local:( )Proximidade( )Acesso( )Indicação de outra(s) pessoas ( )Outro, especificar:
Pessoa/profissional que atendeu a criança/adolescente:
Houve encaminhamento:( )Sim( )Não Se sim, para qual (is) serviços/locais?
Possui outra (s) doença (s) associada (s):( )Sim( )Não Se sim, qual (is)?:
Realizou Exames no local atual?( ) Sim ( ) Não se sim, quais exames foram realizados?_____________________
Primeira Hipótese(s) diagnóstica(s):
Local responsável pelo diagnóstico definitivo:( )ESF( )Clínica Geral( )Clínica especializada ( )Hospital pediátrico( )Hospital de Referência( )Outro:
Utiliza outro serviço/local para manejo da doença:( )Sim( )Não Se sim, qual (is)?
Tempo de internação atual: ( )Não se aplica Acompanhante:
Motivo que levou a internação:
Cuidador principal:( )Mãe( )Pai( )Avó( )Avô( )Irmão mais velho( )Outro:
Tratamento medicamentoso:
Forma de acesso à medicação: Compra direta:( )Medicação adquirida na rede de farmácias privadas( )Medicação especial adquirida no exterior
Gratuita:( )Dispensação gratuita pelo SUS no hospital( )Farmácia popular( )Doação ( )Dispensação gratuita pelo SUS na ESF( )Via Ministério Público( )Outra
Possui restrições em decorrência do diagnóstico?:( )Sim( )Não
Se sim, qual (is)?( )Alimentar ( )Realização de atividades físicas( )Medicamentos( )Outra:
Depende de Cuidados gerais?( )Sim ( )Não Se sim, qual?( )Banho( )Alimentação ( )Vestir-se( )Tomar medicação□ Outros:
Depende de cuidados complexos?( )Sim( )Não
Se sim, qual (is)? ( )Uso de sonda vesical de demora( )Uso de sonda naso-enteral ( )uso de respirador mecânico( )aplicação de medicação endovenosa ( ) Outro:
153
SUB-CATEGORIA 3 (FASE FINAL):
Primeiros sinais percebidos:
Primeiros sintomas percebidos:
Motivo que levou a busca pelo serviço/local:( )Proximidade( )Acesso( )Indicação de outra(s) pessoas( )Outro, especificar:
Pessoa/profissional que atendeu:
Houve encaminhamento:( )Sim ( )Não Se sim, para qual (is) serviços/locais?:
Realizou Exames no local atual?( ) Sim ( ) Não se sim, quais exames foram realizados?_____________________
Primeira Hipótese(s) diagnóstica(s):
Possui outra (s) doença (s) associada(s):( )Sim ( )Não Se sim, para qual (is)? :
Local responsável pelo diagnóstico definitivo:( )ESF( )Clínica Geral ( )Clínica especializada ( )Hospital pediátrico( )Hospital de Referência ( )Outro:
Utiliza outro serviço/local para manejo da doença:( )Sim( )Não se sim, qual (is)? :
Tempo de internação atual: ( )Não se aplica Acompanhante:
Motivo que levou a internação:
Cuidador principal:( )Mãe( )Pai( )Avó ( )Avô( )Irmão mais velho( )Outro:
Tratamento medicamentoso paliativo:
Forma de acesso à medicação: Compra direta:( )Medicação adquirida na rede de farmácias privadas( )Medicação especial adquirida no exterior
Gratuita:( )Dispensação gratuita pelo SUS no hospital( )Farmácia popular( )Doação ( )Dispensação gratuita pelo SUS na ESF( )Via Ministério Público( )Outra
Possui restrições em decorrência do diagnóstico? ( )Sim ( )Não Se sim, qual (is)?( )Alimentar( )Realização de atividades físicas( )Medicamentos ( )Outra:
Depende de Cuidadosgerais?( )Sim ( )Não Se sim, qual ?( )Banho ( )Alimentação ( )Vestir-se ( )Tomar medicação ( )Outros:
Depende de cuidados complexos?( )Sim ( )Não se sim, qual (is) ( )Uso de sonda vesical de demora( )Uso de sonda naso-enteral ( )uso de respirador mecânico ( )aplicação de medicação endovenosa ( )Outro:
Cuidados paliativos:
( ) Sim ( ) Não se sim, qual (is)?
154
SUB-CATEGORIA 4 (CURA/ REABILITAÇÃO):
Motivo que levou a busca pelo atendimento:( )Consulta de rotina( )Realização de Exames ( )Monitoramento
Pessoa/profissional que atendeu a criança/adolescente:
Houve encaminhamento:( )Sim ( )Não Se sim, para qual (is) serviços/locais?
Possui outra (s) doença (s) associada(s):( )Sim ( )Não Se sim, qual (is)?
Realizou Exames no local atual?( ) Sim ( ) Não se sim, quais exames foram realizados?_____________________
Primeira Hipótese(s) diagnóstica(s):
Local responsável pelo diagnóstico definitivo:( ) ESF ( ) Clínica Geral ( ) Clínica especializada ( ) Hospital pediátrico( )Hospital de Referência ( ) Outro:
Utiliza outro serviço/local para manejo da doença:( ) Sim ( ) Não Se sim, qual (is)?
Tempo de internação atual: ( )Não se aplica Acompanhante:
Motivo que levou a internação:
Cuidador principal:( ) Mãe ( ) Pai ( ) Avó( ) Avô ( ) Irmão mais velho( ) Outro:
Tratamento medicamentoso:
Forma de acesso à medicação:
Compra direta:( )Medicação adquirida na rede de farmácias privadas( )Medicação especial adquirida no exterior
Gratuita:()Dispensação gratuita pelo SUS no hospital( )Farmácia popular( )Doação ( )Dispensação gratuita pelo SUS na ESF( )Via Ministério Público( )Outra
Possui restrições em decorrência da cura/reabilitação:( ) Sim ( ) Não Se sim,qual (is)?( ) Alimentar ( ) Realização de atividades físicas ( ) Medicamentos ( ) Outra:
Depende de Cuidadosgerais ?( ) Sim ( ) Não Se sim, qual ?( ) Banho ( ) Alimentação ( ) Vestir-se ( ) Tomar medicação( ) Outros:
Depende de cuidados complexos?( ) Sim ( ) Não Se sim, qual (is)?( ) Uso de sonda vesical de demora ( )Uso de sonda naso-enteral ( ) uso de respirador mecânico ( ) aplicação de medicação endovenosa( ) Outro:
Possui sequelas ou danos em decorrência da doença:( ) Sim ( ) Não Se sim, qual?
Acesso à Reabilitação:( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual serviço/local que realiza:
Que motivo que levou a escolha/buscapelo serviço/local:() Proximidade ( ) Acesso ( ) Indicação de outra(s) pessoas( ) Outro, especificar:
155
Categoria 4: Rede e serviços
Possui Equipe de saúde da família de referência:( ) Sim ( ) Não se sim, qual: E com que frequência utiliza o serviço?
Possui Clínica ou serviço especializado de referência:( ) Sim ( ) Não se sim, qual E com que frequência utiliza o serviço?
Hospital de referência:( ) Sim ( ) Não se sim, qual E com que frequência utiliza o serviço?
Benzedeira:( ) Sim ( ) Não se sim, qual E com que frequência utiliza o serviço?
Curandeira:( ) Sim ( ) Não se sim, qual E com que frequência utiliza o serviço?
Outros serviços ou locais acessados para manejo da doença:( ) Sim ( ) Não se sim, qual (is) E com que frequência utiliza o serviço?
Profissionais ligados diretamente ao cuidado da criança/adolescente:]( ) Médico ( ) Enfermeiro ( ) Fisioterapeuta ( ) Nutricionista ( ) Psicólogo ( ) Fonoaudiólogo ( ) Terapeuta Ocupacional ( ) outros
Recebe informações sobre a doença? Fonte de informação:
Categoria 5: Dinâmica Familiar
Envolvimento dos outros membros da família no cuidado?
( ) Sim ( ) Não se sim, qual atividade realizada/desempenhada:
Que membro (s) a realiza? ( ) Mãe ( ) Pai ( ) Avó ( ) Avô ( ) Irmão mais velho ( ) Irmão mais novo ( ) Outro:
Sentimentos presentes no momento atual (Auto referido pelo cuidador principal): ( ) Dor ( ) Angústia ( ) Medo( ) Ansiedade ( ) Dúvida ( ) Raiva ( ) Esperança ( ) Confiança ( ) Paz ( ) Tranquilidade ( )Emoção ( ) Outro:
A família recebe algum apoio? ( ) Sim ( ) Não se sim, qual tipo de apoio? ( ) Material ( ) Emocional ( ) Financeiro ( ) Espiritual( ) Outro
Fonte do apoio recebido:( ) Própria família ( ) Amigos ( ) Profissional da saúde ( ) Escola ( ) Outro:
Relação familiar após a ocorrência da doença Separação/segregação familiar após a ocorrência da doença?( ) Sim ( ) Não Se sim,entre qual (is ) membros? União familiar após a ocorrência da doença?( ) Sim ( ) Não Se sim,entre qual (is ) membros?
O que mudou na rotina cotidiano da familiar após a ocorrência da doença?( ) Sim ( ) Não Se sim qual ( ) Financeira ( ) Isolamento Social ( ) Lazer ( ) Trabalho/profissão ( ) Outros
156
APÊNDICE C- Primeira versão submetida aos juízes especialistas
GRADE DE VALIDAÇÃO
PROTÓTIPO DE INSTRUMENTO PARA CADASTRO E ACOMPANHAMENTO DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CRÔNICA
Objetivo do instrumento: Construir um instrumento de coleta de dados para cadastro e
acompanhamento de crianças e adolescentes com doenças crônicas
População alvo: Crianças/adolescentes com diagnóstico definitivo de doença crônica
Fonte dos dados/Respondente: Cuidador principal podendo ser complementado pelo
profissional que acompanha a criança/adolescente.
Momento da coleta: Durante a internação ou consulta ambulatorial da criança/adolescente em
um dos hospitais (Hospital Municipal do Valentina, Hospital Arlinda Marques, Hospital
Universitário Lauro Wanderley)
Responsável pela coleta: Pesquisador
Observação: Trata-se de um instrumento para cadastro geral, ou seja, não tem o objetivo de
acompanhar evolução clínica de doença específica.
De acordo com as orientações acima, julgue a pertinência das variáveis propostas nas categorias
e, se for o caso, sugira.
CATEGORIA 1: DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Nome completo
Sexo
Número do Cartão
SUS
Raça/Cor
Idade
Nome completo da
Mãe
Data de Nascimento
Município de
Nascimento
Estado
Município de
residência atual
Nacionalidade
Logradouro
Número
Complemento
Estado
Telefone celular
Telefone (recado)
Religião/crença
Situação Civil
Possui filhos
157
Frequenta a Escola
Maior grau de
escolaridade
Situação empregatícia
Deficiência
Uso de álcool
Uso de tabaco
Uso de drogas
Sugestões para a Categoria:____________________________________________
CATEGORIA 2: DADOS SÓCIO-SANITÁRIOS
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Situação de
moradia/posse da terra
Localização
Tipo de moradia
Material predominante
no revestimento externo
Número de cômodos
Número de moradores
Presença de animais
domésticos
Abastecimento de água
Tratamento da água
Destino do lixo
Destino das eliminações
(fezes/urina)
Meios de comunicação
Possui plano de saúde
privado
Beneficiário (s) do
plano de saúde privado
Ocorrência de doenças
crônicas na família
Grau de parentesco com
a criança/adolescente
Grau de parentesco
entre os pais da
criança/adolescente
Família cadastrada em
programas sociais do
governo
Renda Familiar total
Sugestões para a Categoria:__________________________________
158
CATEGORIA 3: DOENÇA E TRATAMENTO
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Diagnóstico definitivo
Data do Diagnóstico
Fase atual da doença
SUB-CATEGORIA 1 (FASE INICIAL)
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Primeiros sinais percebidos
Primeiros sintomas percebidos
Que serviço ou local procurou primeiro
Motivo que levou a busca pelo serviço/local
Pessoa/profissional que atendeu a
criança/adolescente
Houve encaminhamento
Realizou Exames
Hipótese(s) diagnóstica(s)
Possui outra (s) doença (s) associada (s)
Serviço/ Local responsável pelo diagnóstico
definitivo
Utiliza outro serviço/local para manejo da
doença
Tempo de internação atual
Cuidador principal
Tratamento medicamentoso
Forma de acesso à medicação
Restrições em decorrência do diagnóstico
Dependente de Cuidados gerais
Dependente de cuidados complexos
SUB-CATEGORIA 2 (FASE CRÔNICA)
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Primeiros sinais percebidos
Primeiros sintomas percebidos
Que serviço ou local procurou primeiro
Motivo que levou a busca pelo serviço/local
Pessoa/profissional que atendeu a
criança/adolescente
Houve encaminhamento
Realizou Exames
Hipótese(s) diagnóstica(s)
Possui outra (s) doença (s) associada (s)
Serviço/ Local responsável pelo diagnóstico
definitivo
Utiliza outro serviço/local para manejo da
doença
Tempo de internação atual
159
Cuidador principal
Tratamento medicamentoso
Forma de acesso à medicação
Restrições em decorrência do diagnóstico
Dependente de Cuidados gerais
Dependente de cuidados complexos
SUB-CATEGORIA3 (FASE TERMINAL)
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Primeiros sinais percebidos
Primeiros sintomas percebidos
Que serviço ou local procurou primeiro
Motivo que levou a busca pelo serviço/local
Pessoa/profissional que atendeu a
criança/adolescente
Houve encaminhamento
Realizou Exames
Hipótese(s) diagnóstica(s)
Possui outra (s) doença (s) associada (s)
Serviço/ Local responsável pelo diagnóstico
definitivo
Utiliza outro serviço/local para manejo da
doença
Tempo de internação atual
Cuidador principal
Tratamento medicamentoso
Forma de acesso à medicação
Restrições em decorrência do diagnóstico
Dependente de Cuidados gerais
Dependente de cuidados complexos
Cuidados paliativos
SUB-CATEGORIA 4 (CURA/ REABILITAÇÃO)
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Motivo que levou a busca pelo atendimento
Pessoa/profissional que atendeu a
criança/adolescente
Houve encaminhamento
Possui outra (s) doença (s) associada (s)
Exames realizados
Local responsável pelo diagnóstico definitivo
Utiliza outro serviço/local para manejo da
doença
Tempo de internação atual
Cuidador principal
Tratamento medicamentoso
Forma de acesso à medicação
Possui restrições em decorrência da
cura/reabilitação
Dependente de Cuidados gerais
Dependente de cuidados complexos
160
Possui sequelas ou danos em decorrência da
doença
Acesso à Reabilitação
Serviço/local que realiza a reabilitação
Que motivo que levou a escolha/buscapelo
serviço/local
Sugestões para a Categoria:____________________________________________
Sugestões para as sub-categorias__________________________________________
CATEGORIA 4: REDE E SERVIÇOS
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Possui Equipe de saúde
da família de referência
Frequência que utiliza o
serviço
Possui Clínica ou
serviço especializado de
referência
Frequência que utiliza o
serviço
Hospital de referência
Frequência que utiliza o
serviço
Possui Clínica ou
serviço especializado de
referência
Frequência que utiliza o
serviço
Benzedeira
Frequência que utiliza o
serviço
Curandeira
Frequência que utiliza o
serviço
Outros serviços ou
locais acessados para
manejo da doença
Frequência que utiliza o
serviço
Profissionais ligados
diretamente ao cuidado
da criança/adolescente
Sugestões para a Categoria:____________________________________________
161
CATEGORIA 5:DINÂMICA FAMILIAR
VARIÁVEL SIM NÃO SUGESTÃO
Envolvimento dos outros
membros da família no
cuidado
Atividade
realizada/desempenhada
Que membro (s) a realiza
Sentimentos presentes no
momento atual
A família recebe algum apoio
Fonte do apoio recebido
Separação/segregação
familiar após a ocorrência da
doença
União familiar após a
ocorrência da doença
Limitações familiaresapós a
ocorrência da doença
Sugestões para a Categoria:____________________________________________
Prezado Juiz,
acerca da clareza, completude e a pertinência do instrumento em relação ao objetivo proposto
(Construir um instrumento de coleta de dados para cadastro e acompanhamento de crianças e
adolescentes com doenças crônicas), responda as questões abaixo, utilizando a escala de 0 (zero
) à 10.
Questões:
Em uma escala de 0 (zero) à 10, como você considera este instrumento:
1.Quanto à clareza:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2.Quanto à Completude:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.Quanto à Pertinência:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
4.Qual o seu nível de concordância para implantação desse instrumento de cadastramento e
acompanhamento para crianças e adolescentes com doença crônica?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por favor, explique:
162
5.Que grau de importância você atribuiria a este instrumento?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por favor, explique:
6. .As variáveis são suficientes para cadastrar e acompanhar crianças e adolescentes com doença
crônica?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por favor, explique:
7.Que grau de importância você atribuiria a criação de um banco de dados para armazenamento
dos dados coletados por este instrumento?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por favor, explique:
8.Que outras categorias, variáveis ou outros aspectos o instrumento deixou de abordar?
9. Emita um parecer sobre a qualidade desse instrumento:
10.Emita um parecer sobre a relevância desse instrumento:
11.Sugestões
Local/ Data
Assinatura
163
APÊNDICE D- Última versão submetida aos juízes especialistas
GRADE DE VALIDAÇÃO
PROTÓTIPO DE INSTRUMENTO PARA CADASTRO E ACOMPANHAMENTO DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CRÔNICA
Objetivo do instrumento: Construir um instrumento de coleta de dados para cadastro e
acompanhamento de crianças e adolescentes com doenças crônicas
População alvo: Crianças/adolescentes com diagnóstico definitivo de doença crônica
Fonte dos dados/Respondente: Cuidador principal podendo ser complementado pelo
profissional que acompanha a criança/adolescente.
Momento da coleta: Durante a internação ou consulta ambulatorial da criança/adolescente em
um dos hospitais (Hospital Municipal do Valentina, Hospital Arlinda Marques, Hospital
Universitário Lauro Wanderley)
Responsável pela coleta: Pesquisador
Observação: Trata-se de um instrumento para cadastro geral, ou seja, não tem o objetivo de
acompanhar evolução clínica de doença específica.
De acordo com as orientações acima, julgue a pertinência das variáveis propostas nas categorias
e, se for o caso, sugira.
CATEGORIA 1: IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA/ ADOLESCENTE
VARIÁVEL SIM NÃO NÃO SE APLICA
Nome completo
Sexo
Número do Cartão SUS
Raça/Cor
Idade
Data de Nascimento
Município de Nascimento
Estado
Município de residência
atual
Estado
Logradouro
Número
Ponto de referência
Nome completo da mãe
Data de nascimento da
mãe
Telefone celular
Telefone (recado)
Religião/crença
Frequenta a Escola
Tipo de escola
Maior grau de
escolaridade
164
Anos de estudo
Deficiência
*Situação Civil
*Possui filhos
*Situação empregatícia
*Renda mensal
*Uso de álcool
*Uso de tabaco
*Uso de drogas
*variáveis especificas para o Adolescente.
SUB CATEGORIA 1.1: IDENTIFICAÇÃO DO CUIDADOR PRINCIPAL
VARIÁVEL SIM NÃO NÃO SE APLICA
Nome completo
Sexo
Número do Cartão SUS
Raça/Cor
Idade
Data de Nascimento
Município de Nascimento
Estado
Município de residência
atual
Motivo da mudança
Estado
Logradouro
Número
Ponto de referência
Telefone celular
Telefone (recado)
Religião/crença
Situação civil
Número de filhos/ idades
Situação empregatícia
Maior grau de
escolaridade
Anos de estudo
Uso de álcool
Uso de tabaco
Uso de drogas
Possui alguma doença
Faz uso de algum
medicamento
165
CATEGORIA 2: DADOS SÓCIO-SANITÁRIOS
VARIÁVEL SIM NÃO NÃO SE APLICA
Situação de moradia/posse
da terra
Localização
Tipo de moradia
Material predominante no
revestimento externo
Número de cômodos
Número de moradores
Presença de animais
domésticos
Abastecimento de água
Tratamento da água
ingerida
Destino do lixo
Destino das eliminações
(fezes/urina)
Meios de comunicação
Meio de transporte
Possui plano de saúde
privado
Beneficiário (s) do plano
de saúde privado
Ocorrência de doenças
crônicas na família
Grau de parentesco com a
criança/adolescente
Grau de parentesco entre
os pais da
criança/adolescente
Família cadastrada em
programas sociais do
governo
Renda Familiar total
166
CATEGORIA 3: DOENÇA E TRATAMENTO
VARIÁVEL SIM NÃO NÃO SE
APLICA
Diagnóstico definitivo
Data do Diagnóstico
Fase atual da doença
Dados da primeira busca pelo serviço até o diagnóstico definitivo
Primeiros sinais e sintomas percebidos
Transporte utilizado no deslocamento
Que serviço ou local procurou primeiro
Motivo que levou a busca pelo serviço/local
Pessoa/profissional que atendeu a
criança/adolescente
Houve encaminhamento
Realizou Exames
Primeira Hipótese(s) diagnóstica(s)
Houve encaminhamento para outro serviço
Doenças associadas
Possui outra (s) doença (s) associada (s)
Serviço/ Local responsável pelo diagnóstico
definitivo
Utiliza outro serviço/local para manejo da
doença
Dados da internação atual
Data da entrada na internação atual
Dias de internação hospitalar
Média de internação anual
Motivo da internação atual
Transporte utilizado no deslocamento
Motivo que levou a busca pelo serviço/local
Pessoa/profissional que atendeu a
criança/adolescente
Profissionais ligados diretamente ao cuidado
a criança/adolescente, na internação atual
Realizou exames no local
Recebe informações sobre a doença
Tratamento medicamentoso
Forma de acesso à medicação
Restrições em decorrência do diagnóstico
Realiza autocuidado
Dependente de Cuidados gerais do cuidador
Dependente de cuidados complexos
Dados acrescidos em caso de fase Final
Cuidados paliativos
Possui sequelas ou danos permanentes
Dados acrescidos em caso de cura/reabilitação
167
Acesso a reabilitação
Serviço que utiliza
Motivo que levou a busca pelo serviço/local
Profissionais ligados diretamente ao cuidado
a criança/adolescente
CATEGORIA 4: REDE E SERVIÇOS
VARIÁVEL SIM NÃO NÃO SE APLICA
Possui Equipe de saúde da
família de referência
Frequência que utiliza o serviço
Profissional que procura
Recebe informações sobre a
doença
Profissional informante
Possui Clínica ou serviço
especializado de referência
Frequência que utiliza o serviço
Profissional que procura
Recebe informações sobre a
doença
Profissional informante
Possui Hospital de referência
Frequência que utiliza o serviço
Profissional que procura
Recebe informações sobre a
doença
Profissional informante
Possui Benzedeira
Frequência que utiliza o serviço
Possui Curandeira
Frequência que utiliza o serviço
Outros serviços ou locais
acessados para manejo da
doença
Frequência que utiliza o serviço
Profissionais ligados
diretamente ao cuidado da
criança/adolescente
Recebe informações sobre a
doença
Profissional informante
168
CATEGORIA 5: FUNCIONAMENTO FAMILIAR
VARIÁVEL SIM NÃO NÃO SE APLICA
Envolvimento dos outros
membros da família no
cuidado
Atividade
realizada/desempenhada
Que membro (s) a realiza
Sentimentos presentes no
momento atual
A família recebe algum apoio
Fonte do apoio recebido
Separação/segregação
familiar após a ocorrência da
doença
União familiar após a
ocorrência da doença
Limitações familiares após a
ocorrência da doença
Prezado Juiz,
acerca da clareza, completude e a pertinência do instrumento em relação ao objetivo proposto
(Construir um instrumento de coleta de dados para cadastro e acompanhamento de crianças e
adolescentes com doenças crônicas), responda as questões abaixo, utilizando a escala de 0 (zero
) à 10.
Questões:
Em uma escala de 0 (zero) à 10, como você considera este instrumento:
1.Quanto à clareza:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2.Quanto à Completude:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.Quanto à Pertinência:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
4.Qual o seu nível de concordância para implantação desse instrumento de cadastramento e
acompanhamento para crianças e adolescentes com doença crônica?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por favor, explique:
169
5.Que grau de importância você atribuiria a este instrumento?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por favor, explique:
6. .As variáveis são suficientes para cadastrar e acompanhar crianças e adolescentes com doença
crônica?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por favor, explique:
7.Que grau de importância você atribuiria a criação de um banco de dados para armazenamento
dos dados coletados por este instrumento?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por favor, explique:
8.Que outras categorias, variáveis ou outros aspectos o instrumento deixou de abordar?
9. Emita um parecer sobre a qualidade desse instrumento:
10.Emita um parecer sobre a relevância desse instrumento:
11.Sugestões
Local/ Data
Assinatura
170
APÊNDICE E-Ultima versão do istrumento para cadastro e acompanhamento de crianças e
adolescentes com doença crônica- Versão utilizada na coleta dos dados
CATEGORIA 1: Dados de identificação da Criança/Adolescente
Nome completo: Sexo:( ) Masculino ( )Feminino
Número do Cartão SUS:
Raça/Cor:( )Branca ( )Preta ( )Amarela ( )Parda ( )Indígena Idade:
Data de Nascimento: _____/_____/_____ Município de Nascimento:
Estado: Município de residência atual:
Logradouro: Número:
Bairro: Complemento/ponto de Referência: ________________________________________
Nome completo da Mãe:
Data de nascimento da mãe: _____/_____/_____
Telefone celular:( ) Telefone (recado):( )
Religião/crença: ( )Católico ( ) Evangélico ( ) Outro: ____________________________________
Frequenta a Escola? ( ) Sim ( ) Não Tipo de Escola: ( ) Privada ( ) Pública
Maior grau de escolaridade: ( ) Creche ( )Pré-escola (exceto CA) ( )Classe Alfabetizada – CA
( 3 )Ensino Fundamental 1ª a 4ª série( 4 )Ensino Fundamental 5ª a 8ª séries( 5 )Ensino
Fundamental Completo
( 6 )Ensino Fundamental Especial( 7 )Ensino Fundamental(8 )Ensino Fundamental EJA - séries
finais (Supletivo 5ª a 9ª) ( 9 )Ensino Médio, Médio 2º Ciclo (Científico, Técnico) (10 ) Ensino
Médio Incompleto ( 11 )Ensino Médio Especial ( 12 )Ensino Médio EJA (Supletivo)
( 13 )Superior incompleto: Curso__________________
Anos de estudo: Houve repetência: ( 0 ) Sim ( 1) Não se, sim
anos:______________
Deficiência: ( 0) Sim (1 ) Não se sim, tipo: ( 0 ) Física( 1 )Motora( 2 )Visual( 3 )Cognitiva( 4
)Auditiva ( 5 ) Outra________________
Se, adolescente
Situação Civil: ( 0 )Solteiro (1 )Casado ( 2 )Viúvo ( 3 )Divorciado ( 4)União estável ( 5 )Outro
Possui filhos: ( 0 ) Sim ( 1 ) Não Se sim, quantos?
Trabalha: ( 0 ) Sim ( 1 ) Não Se sim, cargo/ função/ local:
Renda Mensal: _______________________________
Uso de drogas? ( 0 )Sim( 1 )Não Se sim, qual a frequência:
Uso de Tabaco? ( 0) Sim ( 1 )Não Se sim, qual a frequência:
Uso de álcool ( 0 )Sim( 1 )Não Se sim, qual a frequência:
CATEGORIA 1.1: Dados de identificação do cuidador principal Nome completo: Sexo:( 0 ) Masculino
( 1 )Feminino
Raça/Cor (autodeclarada):( 0 )Branca ( 1 )Preta ( 2 )Amarela ( 3)Parda ( 4 )Indígena Idade:
Data de Nascimento: _____/_____/_____ Município de Nascimento:
Estado:
Município de residência atual, se diferente do nascimento, responder o Motivo da mudança:
171
Logradouro: Número:
Complemento/ponto de Referência: ____________________________________
_____________________
Telefone celular:( ) Telefone (recado):( )
Religião/crença: ( 0 )Católico ( 1 ) Evangélico ( ) Outro:
____________________________________
Situação Civil do cuidador:( 0 )Solteiro (1 )Casado ( 2 )Viúvo ( 3 )Divorciado ( 4)União estável
( 5 )Outro
Número de filhos/ Idade:
Situação empregatícia:( 0 )Empregado
( 1 )Desempregado( 2 )Afastado( 3 )Aposentado( 4 )Autônomo
Ocupação:_________________________ Renda Mensal:_______________________________
Maior grau de escolaridade: ( 0 )Creche( 1)Pré-escola (exceto CA)( 2 )Classe Alfabetizada – CA
( 3 )Ensino Fundamental 1ª a 4ª série( 4 )Ensino Fundamental 5ª a 8ª séries( 5 )Ensino
Fundamental Completo
( 6 )Ensino Fundamental Especial( 7 )Ensino Fundamental incompleto ( 8 )Ensino Fundamental
EJA - séries finais (Supletivo 5ª a 9ª) ( 9 )Ensino Médio, Médio 2º Ciclo (Científico, Técnico)
(10 )Ensino Médio Especial
( 11 )Ensino Médio EJA (Supletivo) ( 12 ) Ensino médio Incompleto ( 13 )Superior incompleto
( 14 ) Superior Completo Anos de estudo:
Uso de drogas? ( 0 )Sim( 1 )Não Se sim, qual a frequência:
Uso de Tabaco? ( 0 ) Sim ( 1 )Não Se sim, qual a frequência:
Uso de álcool ( 0 )Sim( 1 )Não Se sim, qual a frequência:
Possui alguma doença? ( 0 ) Sim (1 )Não Se sim, qual?__________________________
Usa algum medicamento? ( 0) Sim ( 1 )Não Se sim, qual?__________________________
CATEGORIA 2: Dados Sócio Sanitários
Situação de moradia/posse da terra:( 0 ) Próprio ( 1 ) Financiado ( 2 ) Alugado ( 3 ) Arrendado ( 4 )Cedido ( 5 ) Ocupação ( 6 ) Situação de Rua ( 7 )Outra: _________ Localização:( 0 ) Urbana ( 1 )Rural Tipo de moradia:( 0 )Casa( 1 )Apartamento( 2 )Cômodo( 3 )Outro Material predominante no revestimento externo: ( 0 )Alvenaria/Tijolo, especificar( 0 )Com Revestimento(1 )Sem Revestimento ( 1 )Taipa, especificar( 0 )Com Revestimento( 1)Sem Revestimento ( 2 ) Outros, especificar( 0 )Material Aproveitado( 1 )Madeira Aparelhada( 2 )Palha( 3 )Outro Material
Número de cômodos: Número de moradores:
Presença de animais domésticos:( 0 )Sim ( 1 )Não Se sim, qual(is) (0 )Gato( 1 )Cachorro( 2 )Pássaro( 3 )Animais de Criação (porco, galinha, cabra, vaca) Outros: Quantos:
Abastecimento de água:( 0 ) Rede Encanada até o Domicílio ( 1 )Poço/ nascente no Domicílio ( 2 )Cisterna ( 3 )Carro Pipa( 4 )Outro
Tratamento da água ingerida:( 0 ) Filtração( 1 )Fervura( 2 )Cloração( 3 )Sem Tratamento ( 4 ) Mineral
172
Destino do lixo:( 0 ) Coletado( 1 ) Queimado ( 2 )Enterrado ( 3 ) Céu Aberto ( 4 )Outro
Destino das eliminações (fezes/urina) ( 0 )Rede Coletora de Esgoto ( 1 )Fossa Séptica ( 2 )Fossa Rudimentar ( 3 )Direto para um Rio, Lago ou Mar( 4 ) ar livre/mato ( 5 )Outra Forma
Meios de comunicação:( 0 )Rádio ( 1 )Televisão ( 2 )Internet ( 3 )Redes sociais ( 4)Jornal ( 5 )Carta ( 6 ) telefone fixo ( 7) Telefone Celular ( 8 )E-mail ( 9 )Outros:
Meio de transporte:
Possui plano de saúde privado:( 0 )Sim ( 1 )Não Se sim, qual(is)plano(s): Tempo de aquisição:
Beneficiário (s) do plano de saúde privado: Frequência que utiliza:
Ocorrência de doenças crônicas na família:
( 0 )Sim( 1 )Não Se sim, qual(is) doença(s), e Grau de parentesco com a criança/adolescente: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Grau de parentesco entre os pais da criança/adolescente:( 0 ) Não Possui ( 1 ) Meio irmãos (2 ) Primos de 1º Grau ( 3 ) Primos de 2º Grau ( 4 ) Primos de 3º Grau ( 5 ) Outro
Família cadastrada em programas sociais do governo:( 0 )Sim ( 1 )Não Se sim, qual? ( 0 )Programa Bolsa Família ( 1 )Auxílio Doença ( 2 ) Bolsa escola ( 3 ) Auxilio moradia( 4 )Outro Qual(is):
Renda Familiar total:( 0 ) Menor que um salário mínimo (< 724, 00 Reais) ( 1 )Um salário mínimo (724, 00 Reais) (2 ) Entre um e dois salários mínimos ( 3 )Entre dois ou quatro salários mínimos (entre 1.448,00 e 2.896 Reais) ( 4 )Cinco ou mais salários mínimos (acima de 3.620 Reais)
173
Categoria 3: Doença e Tratamento Diagnóstico definitivo:
Data do Diagnóstico definitivo: Local responsável (anotar o nome do serviço): ( 0 )ESF ( 1 )Clínica Geral/policlínica ( 2 )Clínica especializada ( 3 )Hospital Geral ( 5 )Hospital pediátrico ( 5 )Outro. Qual?
Fase atual da doença:( 0 ) Fase inicial( 1 )Fase crônica( 2 )Fase terminal(3 )Cura/Reabilitação
Dados da primeira busca pelo serviço até o diagnóstico definitivo
Primeiros sinais e sintomas percebidos de que havia algum problema de saúde: Ano:
Transporte utilizado no deslocamento: ( 0 ) Carro próprio ( 1 )carro alugado ( 2 )carro da prefeitura/ambulância (3 )moto ( 4 ) ônibus (5 ) a pé (6 ) Outro, qual?_________________
1ºQue serviço ou local procurou primeiro:( 0 ) ESF( 1 )Hospital( 3 )Clínica especializada( 4 )Benzedeira ( 5 )Curandeiro ( 6 )Outro, especificar: ______________________________________________
Motivo que levou a busca pelo serviço/local:( 0 ) Proximidade ( 1 )Acesso ( 2 )Indicação de outra(s) pessoas (3 ) Encaminhamento médico ( 4 )Outro, especificar:
Pessoa/profissional que atendeu a criança/adolescente: ( 0 ) Médico ( 1) Enfermeiro ( 2 ) Técnicos de Enfermagem ( 3 ) Fisioterapeuta ( 4) Nutricionista ( 5 ) Psicólogo (6 ) Fonoaudiólogo (7 ) Terapeuta Ocupacional ( 8) Assistente Social ( 9) outro: Qual? ____________________________ ( 10) não recorda
Realizou Exames no local ( 0 ) Sim ( 1 ) Não se sim, quais exames foram realizados? Primeira Hipótese(s) diagnóstica(s):
Houve encaminhamento para outro serviço:( 0 )Sim (1 )Não Se sim, para qual?
2º(0 )ESF ( 1 )Hospital ( 2 )Clínica especializada (3 )Benzedeira (4 )Curandeiro ( 5 )Outro. Colocar o nome do serviço:
Motivo que levou a busca pelo serviço/local:( 0 ) Proximidade ( 1 )Acesso ( 2 )Indicação de outra(s) pessoas ( 3 ) Encaminhamento médico ( 4 )Outro, especificar:
Pessoa/profissional que atendeu a criança/adolescente: ( 0 ) Médico ( 1) Enfermeiro ( 2 ) Técnicos de Enfermagem ( 3 ) Fisioterapeuta ( 4) Nutricionista ( 5 ) Psicólogo (6 ) Fonoaudiólogo (7 ) Terapeuta Ocupacional ( 8) Assistente Social ( 9) outro: Qual? ____________________________ ( 10) não recorda
Realizou Exames no local ( 0 ) Sim ( 1 ) Não se sim, quais exames foram realizados?
Houve encaminhamento para outro serviço:( 0 )Sim ( 1 )Não Se sim, responder ANEXO I
Possui OUTRA (s) doença (s) associada (s): ( 0 )Sim ( 1 )Não Se sim, qual (is)? :
Serviço/ Local responsável pelo diagnóstico definitivo:( 0 )ESF ( 1 )Clínica Geral/policlínica ( 2 )Clínica especializada ( 3 )Hospital Geral ( 5 )Hospital pediátrico ( 5 )Outro. Colocar o nome do serviço:
Utiliza outro serviço/local para manejo da doença:( 0 ) Sim ( 1 )Não Se sim, qual (is)? :
174
DADOS DA CONSULTA/INTERNAÇÃO ATUAL Consulta ambulatorial: ( 0 ) Sim ( 1 ) Não Data de internação (entrada) : Dias de internação Hospitalar: Média de internação anual: Motivo internação atual: ( 0 )Realizar exames ( 1 )Submeter-se à cirurgia ( 2)Administração de medicação (.3.)Exacerbação da doença (Crise): (Se sim, quais sinais e sintomas?_______________________________________________ ( 4) Outro motivo? Qual? :__________
Transporte utilizado no deslocamento: ( 0 ) Carro próprio ( 1 )carro alugado ( 2 )carro da prefeitura/ ambulância ( 3 ) moto ( 4 ) ônibus ( 5 ) Outro, qual?_________________
Motivo que levou a busca pelo serviço/local: ( 0 ) Proximidade ( 1 )Acesso ( 2 )Indicação de outra(s) pessoas ( 3 ) Encaminhamento médico ( 4 ) Encaminhado de outro serviço, Qual: _____________________ (5 ) Orientação médica (6 ) Retorno Agendado ( 7 ) Outro, especificar:
Pessoa/profissional que atendeu primeiro a criança/adolescente:
Profissionais ligados diretamente ao cuidado da criança/adolescente na internação atual: ( 0 ) Médico ( 1) Enfermeiro ( 2 ) Técnicos de Enfermagem ( 3 ) Fisioterapeuta ( 4) Nutricionista ( 5 ) Psicólogo (6 ) Fonoaudiólogo (7 ) Terapeuta Ocupacional ( 8) Assistente Social ( 9) outro: Qual? ____________________________
Realizou Exames no local ( 0 ) Sim ( 1 ) Não se sim, quais exames foram realizados?
Recebe informações sobre a doença? Profissional informante:
Tratamento medicamentoso: ( 0 ) Não utiliza ( 1 ) rotina ( 2 ) paliativo Principais medicamentos: 1.________________________________________ 5. ________________________________________________ 2.________________________________________6.__________________________________________________ 3.________________________________________ 7. _________________________________________________
4.________________________________________ 8. _________________________________________________
Forma de acesso à medicação (Marcar por medicação)
0.Compra direta: ( 0 )Medicação adquirida na rede de farmácias privadas ( 1 )Medicação especial adquirida no exterior
1.Gratuita: ( 0 ) Dispensação gratuita pelo SUS no hospital ( 1 ) Farmácia popular ( 2 )Doação de órgão/ instituição ( 3 )Dispensação gratuita pelo SUS na ESF ( 4 )Via Ministério Público ( 5 )Outra: __________________________
Restrições em decorrência do diagnóstico? ( 0 )Sim ( 1 )Não se sim, qual (is)? ( 0 ) Alimentar ( 1 )Realização de atividades físicas ( 2 )Medicamentos ( 3 ) Outra:
Se, possui restrição alimentar, precisa de alimentação especial? ( 0 )Sim( 1 )Não Se sim, qual? Forma de acesso ?
175
Recebe alguma doação de alimentação não especial? ( 0 )Sim ( 1 )Não Se sim, qual? Local que faz a doação: __________________________
A criança ou adolescente realiza autocuidado? ( 0 )Sim( 1 )Não Se sim, qual? ( 0 )Banho ( 1 ) Alimentação ( 2 ) Vestir-se ( 3 )Tomar medicação ( 4 )Outros
Dependente de Cuidados gerais do cuidador? ( 0 )Sim( 1 )Não Se sim, qual? ( 0 )Banho ( 1 ) Alimentação ( 2 ) Vestir-se ( 3)Tomar medicação ( 4 )Outros:
Dependente de cuidados complexos? ( 0 )Sim( 1)Não Se sim, qual(is)? :( 0 ) Uso de sonda vesical de demora ( 1 )Uso de sonda naso-enteral ( 2 )uso de respirador mecânico( 3 )aplicação de medicação endovenosa( 4 )Outro:
Cuidados paliativos:
( 0 ) Sim ( 1 ) Não se sim, qual (is)?
Possui sequelas ou danos em decorrência da doença:( 0 ) Sim ( 1 ) Não Se sim, qual (is)? Acesso à Reabilitação:( 0 ) Sim ( 1 ) Não
Se sim, qual serviço/local que realiza:
Que motivo que levou a escolha/busca pelo serviço/local: ( 0 ) Proximidade ( 1 )Acesso ( 2 )Indicação de outra(s) pessoas ( 3 ) Orientação médica ( 4 ) Retorno Agendado ( 5)Outro, especificar: Profissionais ligados diretamente ao cuidado da criança/adolescente:( 0 ) Médico (1 ) Enfermeiro ( 2 ) Técnicos de Enfermagem ( 3 )Fisioterapeuta ( 4 ) Nutricionista (5 ) Psicólogo ( 6 ) Fonoaudiólogo ( 7 ) Terapeuta Ocupacional ( 8) Assistente Social ( 9 ) Outros
Categoria 4: Rede e serviços Atual
Possui Equipe de saúde da família de referência: ( 0 ) Sim ( 1 ) Não, se sim, qual equipe?_____________ Local:_________________________________________ E com que frequência utiliza o serviço para cuidar da criança/adolescente? Que profissional procura? Recebe informações ou orientações sobre a doença? Profissional informante:
Possui Clínica ou serviço especializado de referência: ( 0 ) Sim ( 1 ) Não, se sim, qual?_________________ Local:____________________________________________________ E com que frequência utiliza o serviço para cuidar da criança/adolescente? Que profissional procura? Recebe informações ou orientações sobre a doença? Profissional informante:
Hospital: ( 0 ) Sim ( 1 ) Não, se sim,, qual ?_____________ Local:____________________ E com que frequência utiliza o serviço para cuidar da criança/adolescente? Que profissional procura? Recebe informações ou orientações sobre a doença? Profissional informante:
Benzedeira: ( 0 ) Sim ( 1 ) Não, se sim, se sim, E com que frequência utiliza o serviço?
176
Curandeira: ( 0 ) Sim ( 1 ) Não, se sim, se sim, E com que frequência utiliza o serviço?
Outros serviços ou locais acessados para manejo da doença:( 0 ) Sim ( 1 ) Não Se sim, qual (is) E com que frequência utiliza o serviço? Profissionais ligados diretamente ao cuidado da criança/adolescente:( 0 ) Médico ( 1 ) Enfermeiro ( 2 ) Técnicos de Enfermagem ( 3 )Fisioterapeuta ( 4 ) Nutricionista ( 5 ) Psicólogo ( 6 ) Fonoaudiólogo ( 7 ) Terapeuta Ocupacional ( 8 ) Assistente Social ( 9 ) outros Recebe informações ou orientações sobre a doença? Profissional informante:
Categoria 5: Dinâmica Familiar Envolvimento dos outros membros da família no cuidado?
( 0)Sim (1 )Não, se sim, qual atividade realizada/desempenhada: ______________________________________
Que membro (s) a realiza? ( 0 ) Mãe ( 1 ) Pai ( 2 ) Avó ( 3 ) Avô ( 4 ) Irmão mais velho ( 5 ) Irmão mais novo ( 6 ) Outro? Qual?:________________________
Sentimentos presentes no momento atual (Auto referido pelo cuidador principal): ( 0 ) Dor ( 1 ) Angústia ( 2 ) Medo( 3 ) Ansiedade ( 4 ) Dúvida ( 5 ) Raiva ( 6 ) Esperança ( 7 )Confiança ( 8 )Paz ( 9 )Tranquilidade ( 10 )Emoção (11 ) Tristeza (12 ) Outro:
A família recebe algum apoio?(0)sim (1)Não, se sim, qual tipo de apoio? ________________________________________ ( 0 ) Material ( 1 ) Emocional ( 2 ) Financeiro ( 3 ) Espiritual( 4 ) Outro Fonte do apoio recebido:( 0 ) Própria família ( 1 ) Amigos ( 2 ) Profissional da saúde ( 3 ) Escola (4 ) Outro, qual?___________________________________________________________
Relação familiar após a ocorrência da doença:
Houve Separação/segregação familiar após a ocorrência da doença? ( 0 ) Sim ( 1 ) Não Se sim, entre qual (is ) membros?
Houve União familiar após a ocorrência da doença? ( 0 ) Sim ( 1 ) Não Se sim, entre qual (is ) membros? ( 0 ) Não houve mudança
O que mudou na rotina cotidiano da familiar após a ocorrência da doença? ( 0 ) Sim ( 1 ) Não Se sim qual: ( 0 ) Financeira ( 1 ) Isolamento Social ( 2 ) Lazer ( 3 ) Trabalho/profissão ( 4 ) Outros
177
APÊNDICE F- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-Cuidador
Prezado (a) Senhor (a) participante
Este estudo, intitulado por “Construção e validação de um instrumento para
acompanhamento de crianças e adolescentes com doença crônica no estado da Paraíba”, trata-
se de uma pesquisa relacionada a um trabalho de Tese de Doutorado e está sendo desenvolvida
por Yana Balduino de Araújo, aluna do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e
Saúde, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), sob a orientação do Professor Sérgio Ribeiro dos Santos e João Agnaldo do
Nascimento.
Os objetivos do estudo consistem em Criar um instrumento que sirva para o
cadastramento de crianças e adolescentes com doenças crônicas; Validar o instrumento junto à
profissionais especializados; Construir uma base de dados para armazenar as informações
registradas no instrumento.
Nesse sentido, solicitamos a sua colaboração para participar da pesquisa, fornecendo os
dados relativos a identificação da criança/adolescente e sua família, condições sociais e
econômicas, e dados relativos à doença crônica e seu tratamento, como também sua autorização
para apresentar os resultados deste estudo em eventos da área e publicar em revistas científicas.
Por ocasião da publicação dos resultados, seu nome será mantido em sigilo. Informamos
que essa pesquisa não oferece prejuízos a sua saúde, riscos atuais ou potenciais e muito menos
sansões no seu ambiente de trabalho, visto que todas as suas respostas serão mantidas em
domínio do pesquisador.
Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, o(a) senhor(a) não
é obrigado(a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pela
Pesquisadora. Caso decida não participar do estudo, ou resolver a qualquer momento desistir
do mesmo, não sofrerá nenhum dano ou sanção. Os pesquisadores estarão a sua disposição para
qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa.
Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido(a) e dou o meu
consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou ciente que
receberei uma cópia desse documento.
João Pessoa,_____/_____/_____
______________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
Contato com o Pesquisador (a) Responsável:
Caso necessite de maiores informações sobre o presente estudo, favor entrar em contato como
a pesquisadora através do telefone (83) 8828-0303 e/ou e-mail [email protected]
Endereço: Programa de Pós Graduação em Modelos de Decisão e Saúde.
Universidade Federal da Paraíba, CCEN/Departamento de Estatística, Cidade Universitária s/n,
CEP: 58051-900 - João Pessoa/PB – Brasil, Fone: (083) 3216-7592.
Atenciosamente,
___________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
178
APÊNDICE G- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-Juízes
Prezado (a) Juiz (a) participante,
O estudo, intitulado “Construção e validação de um instrumento para acompanhamento
de crianças e adolescentes com doença crônica no estado da Paraíba”, trata-se de uma pesquisa
relacionada a um trabalho de Tese de Doutorado e está sendo desenvolvido por Yana Balduino
de Araújo, aluna do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, do Centro
de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob a
orientação do Professor Sérgio Ribeiro dos Santos e João Agnaldo do Nascimento.
Os objetivos do estudo consistem em construir um instrumento de coleta de dados para
fins de cadastramento e acompanhamento de crianças e adolescentes com doenças crônicas no
estado da Paraíba; Validar o instrumento junto à profissionais especializados; Construir uma
base de dados para armazenar as informações registradas no instrumento.
Nesse sentido, solicitamos a sua colaboração para participar da pesquisa, durante a fase
de Validação do instrumento como também sua autorização para apresentar os resultados deste
estudo em eventos da área e publicar em revistas científicas. Por ocasião da publicação dos
resultados, seu nome será mantido em sigilo. Informamos que essa pesquisa não oferece
prejuízos a sua saúde, riscos atuais ou potenciais e muito menos sansões no seu ambiente de
trabalho, visto que todas as suas respostas serão mantidas em domínio do pesquisador.
Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, o(a) senhor(a) não
é obrigado(a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pela
Pesquisadora. Caso decida não participar do estudo, ou resolver a qualquer momento desistir
do mesmo, não sofrerá nenhum dano ou sanção.Os pesquisadores estarão a sua disposição para
qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa.
Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido(a) e dou o meu
consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou ciente que
receberei uma cópia desse documento.
João Pessoa,_____/_____/_____
______________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
Contato com o Pesquisador (a) Responsável:
Caso necessite de maiores informações sobre o presente estudo, favor entrar em contato como
a pesquisadora através do telefone (83) 8828-0303 e/ou e-mail [email protected]
Endereço: Programa de Pós Graduação em Modelos de Decisão e Saúde.
Universidade Federal da Paraíba, CCEN/Departamento de Estatística, Cidade Universitária s/n,
CEP: 58051-900 - João Pessoa/PB – Brasil, Fone: (083) 3216-7592.
Atenciosamente,
___________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
179
ANEXOS
ANEXO 1-Certidão de Aprovação pelo Comitê de Ética
180
181
182
ANEXO 2-Autorização para realização da pesquisa no Hospital Universitário Lauro
Wanderley
183
ANEXO 3- Autorização para realização da pesquisa no Hospital Municipal do Valentina
184
ANEXO 4- Autorização para realização da pesquisa no Complexo Pediátrico Arlinda Marques