Transcript
  • Sinalizao para Linhas de nibus de Curitiba

    Universidade Federal do ParanGuilherme AppolinrioMarcel Pauluk (Orientador)

    Trabalho de Concluso do Curso de Design Grfico da Universidade Federal do Paran.

    Curitiba, 2014.

  • AO CIDADO ANNIMO QUE NO ENCONTRA SEU NIBUS

  • ResumoO objetivo do projeto desenvolver um sistema de sinalizao para as linhas de nibus de Curitiba, Brasil, cidade cujo sistema de transporte apresenta falhas de informao.O foco a sinalizao fsica baseada em suportes j existentes nos dois principais tipos de pontos de contato do sistema de transporte: nibus e paradas. A sinalizao exibe, atravs dos 11 tipos de peas desenvolvidas, vrias informaes. Entre elas, horrios, frequncias, linhas, itinerrios, paradas e estaes, conexes, tarifas praticadas, etc.A organizao desses dados objetiva oferecer a turistas, usurios habituais ou eventuais a possibilidade de obter informaes de maneira autnoma, confivel e eficiente.

    AbstractThis project aims to develop a signalling system for the bus lines of Curitiba, Brasil, a city whose transportation system fails to present adequate information.It focuses on physical signalling based on infrastructure already pres-ent at the systems touchpoints: buses and stops. The signalling system displays, throughout the 11 kinds of graphic pieces developed, various types of information. Among those are schedules, services, routes, stops and stations, connections, fares, etc.The arrangement of all this data aims to offer tourists, regular and occasional users the possibility to obtain information in an autonomous, reliable and efficient manner.

    + info: behance.net/guilhermeappolinario

  • Sumrio

  • 10 INTRODUO12 Estado da Arte

    13 Problematizao

    14 Objetivos

    16 Relevncia

    17 Contribuies

    17 Estrutura

    18 FUNDAMENTAO TERICA19 Mobilidade Urbana20 Transporte Coletivo Urbano21 Transporte Pblico por nibus

    22 Transporte Coletivo em Curitiba22 Histria e dimenso22 Tipos de paradas25 Tipos de Linhas

    26 Design da Informao26 Wayfinding/Wayshowing 28 Design Grfico Ambiental30 Sinalizao32 Sinalizao Pedestrial34 Sinalizao de Transportes de Massa 36 Metr36 Aeroportos37 nibus Urbanos

    38 Elementos Grficos39 Mapas 42 Diagramas 44 Tabelas 46 Pictogramas 50 Tipografia 52 Elementos Estruturais

    54 Acessibilidade e Ergonomia 54 Acessibilidade 54 Deficientes visuais54 Daltonismo56 Ergonomia

    58 PROCESSO DE DESIGN59 Pesquisa

    62 Sntese

    62 Gerao de Alternativas

    62 Desenvolvimento

    63 Validao

    64 Diagrama do Processo de Design

    66 Cronograma

    68 PESQUISAS E ANLISES70 Pesquisa de Referncias

    74 Anlise de Similares

    90 Anlise de Substitutos

    98 Tabulao e Concluso

    102 PESQUISA COM USURIOS104 Tarefas e Reconhec. de Elementos

    112 Vel. mdia do pedestre curitibano

    116 SNTESE118 Estrutura Fsica120 Parada Tipo Abrigo122 Estao Tubo124 Terminal126 nibus

    128 Informaes do Sistema

    132 Tipos de Peas

    134 GERAO DE ALTERNATIVAS136 Tipografia

    138 Diagramao

    140 Cores

    142 Mapa

    144 Alternativa Escolhida: Painel Paralelo

    154 Alternativa Escolhida: Painel Diagrama

    158 Prottipo In Loco

    160 DESENVOLVIMENTO GRFICO162 Mudanas nas Alternativas Escolhidas

    166 Viso Geral do Desenvolvimento

    168 Abrigo Paralelo

    170 Abrigo Diagrama

    172 Abrigo Areo

    174 Abrigo Coluna

    176 Tubo Paralelo

    178 Tubo Cobrador

    180 Tubo Arco

    182 Tubo Painel Porta

    184 Tubo Externo

    186 Terminal Linhas Neste Terminal

    188 Terminal Madrugueiro

    190 nibus Painel Diagrama

    200 VALIDAO202 Teste de Leitura

    206 Pesquisa Abrigo Coluna

    210 Pesquisa Abrigo Completo

    216 Concluses sobre a validao

    218 CONCLUSO

    226 LISTA DE IMAGENS

    228 ANEXOS

    232 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

  • Introduo

  • 11

    Curitiba mundialmente reconhecida como um modelo de transporte coletivo urbano. Na dcada de 70 foram implantadas as primeiras vias exclusivas para coletivos da cidade. Com isso comeou a ser estrutura-da o que viria a ser a Rede Integrada de Transporte, que permite aos passageiros, pagando apenas uma tarifa, viajar de uma ponta a outra da capital, bem como para e entre a regio metropolitana.

    Indicadores do ltimo ndice de Desenvolvimento Municipal da FIRJAN (Federao das Indstrias do Estado do Rio de Janeiro), publicado em 2012, apontaram a capital paranaense como a mais desenvolvida do pas. O Ranking IDHM 2010 (ndice de Desenvolvi-mento Humano Municipal) das Naes Unidas refora a imagem de cidade modelo colocando Curitiba como a quarta melhor capital brasileira para se viver. No entanto, ainda que estatisticamente acima da mdia nacional em vrios quesitos avaliativos de qualidade de vida e desenvolvimento, Curitiba tem sofrido uma queda na qualidade perce-bida do sistema de transporte pblico. Uma comparao entre 2007 e 2012 mostra que, neste perodo, o nmero de usurios do sistema caiu 2% em relao a populao da Regio Metropolitana de Curitiba (IBGE 2007, 2012; URBS 2014). Mesmo com quantidade ligeiramente menor de usurios, a qualidade percebida do servio tem mostrado sinais de queda.

  • 12

    Os protestos de junho de 2013 trouxeram tona o descontentamen-to dos curitibanos - e brasileiros - em relao ao transporte pblico. As manifestaes nasceram contra o aumento da tarifa de nibus na cidade de So Paulo e espalharam-se pelo Brasil. Aquele momento foi a exploso da revolta civil pautada pela percepo de que as tarifas de nibus eram despropocionais qualidade do servio. Em So Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou Curitiba, o transporte pblico foi o estopim dos protestos. As temticas e reinvidicaes diversificaram-se mas em geral estavam ligadas a servios bsicos dos quais grande parte do povo brasileiro depende.

    Como em toda grande cidade brasileira, h enorme demanda pelo servio de transporte pblico em Curitiba, uma cidade com 3,28 mil-hes de habitantes em sua regio metropolitana (IBGE, 2012). De acordo com a URBS, administradora do transporte pblico na capital, o ano de 2012 teve uma mdia de 2,2 milhes de passageiros transportados por dia. como se, a cada dia, dois teros dos moradores da Regio Metropolitana de Curitiba percorressem ao menos um trajeto utilizando linhas de nibus urbanas.

    Este trabalho parte da premissa de que h diariamente em Curitiba 2,2 milhes de usurios de nibus desprovidos de informaes satisfatrias para realizar suas viagens. Alm destes usurios habituais, cresce o fluxo de estrangeiros na cidade, influenciado pelo aparente boom momento econmico do Brasil e dos dois eventos esportivos sediados no pas: Copa, que ocorreu em 2014 e Jogos Olmpicos, que ocorrero em 2016.

    Todos estes fatores reforam a necessidade de prover informao sobre o sistema de nibus no momento em que ela mais necessria: em paradas de rua, terminais e estaes tubo.

    Estado da ArteA sinalizao de sistemas de nibus no Brasil incipiente se comparada a pases Europeus. A concepo da classe mdia e alta brasileira sobre o nibus como meio de transporte para pobres pode ser um dos indica-dores - socialmente injustificveis - do descaso com a sinalizao e com as polticas do transporte pblico como um todo. A polmica gerada pela foto que retratava a atriz Luclia Santos dentro de um coletivo no Rio de Janeiro, em maro de 2014, ilustra tal concepo (Notcia publi-cada no jornal EXTRA, 13/03/14). Ainda assim, quase toda capital do pas tem algum tipo de sinalizao de transporte pblico, com variados nveis de qualidade.

  • 13

    Na cidade de Curitiba h alguma tentativa de sinalizar as paradas, terminais e estaes-tubo. No entanto, a sinalizao se mostra insufi-ciente, especialmente em uma cidade que possui um sistema de trans-porte com uma srie de caractersticas peculiares.

    ProblematizaoOs potenciais e atuais usurios do sistema de transporte pblico de nibus na cidade de Curitiba no dispem de informaes satisfatrias para a utilizao do servio. Na maioria dos casos a sinalizao ausente ou mal construda, diminuindo a autonomia e a segurana do usurio na utilizao das linhas de nibus e aumentando a possi-bilidade de falhas durante a rota. fcil pensar em problemas muito factveis: linha de nibus errada ou menos apropriada, discrepncia entre o horrio de chegada pretendido e o real, pagamento de mais passagens que o esperado, etc.Com estas questes em mente, este TCC quer responder seguinte pergunta: como oferecer um sistema de sinalizao eficiente, confivel e que permita a autonomia do usurio no momento em que ele est prximo ou dentro de uma parada ou terminal?

  • 14

    Objetivos

    Objetivo geral Desenvolver um sistema de sinalizao para as linhas de nibus de Curitiba que, fisicamente aplicado em paradas e terminais, transmita a potenciais e atuais usurios informao eficiente e confivel, facilitando as decises autnomas.

    Objetivos especficos1. Compreender grau de satisfao dos moradores de Curitiba em

    relao a como se localizam e definem suas rotas no transporte pblico e p.

    2. Analisar sistemas similares de Curitiba e outros locais.3. Conceituar caractersticas da sinalizao a ser criada para Curitiba.4. Gerar alternativas grficas para o sistema.5. Desenvolver a alternativa escolhida levando em conta adaptabili-

    dade e produo a partir de informaes (dados) variveis.6. Validar alternativa desenvolvida em situao similar real.7. Propor diretrizes a partir da validao da alternativa.

    Objetivo Tangveis Criar uma srie de peas grficas que funcione como um sistema e

    cujos recursos informacionais por elas utilizados sejam replicveis e adaptveis a fim de sanar as distintas necessidades que venham a surgir neste sistema.

    Demonstrar grfica e tecnicamente onde e como as placas seriam aplicadas, criando ao menos um exemplo e simulao para cada tipo de pea proposto.

  • 15

  • Que nibus passa aqui? Fonte: Reproduo Shoot the Shit.

    16

    Introduo

    Relevncia

    A doena urbana, que causa de morte, a doena no transmissvel. Suas razes so a poluio do ar que causa doenas do corao e do pulmo , a falta de atividades fsicas que d diabete, doenas do corao e cncer e o acidente de trfego.Todas essas coisas tm a ver com transporte e com a opo que a gente tem por um meio ou por outro. Carlos Dora, Coordenador do Departamento de Sade e Meio Ambiente da Organizao Mundial da

    Sade.

    A realizao de um sistema eficaz de sinalizao para as linhas de nibus de Curitiba traz imensos benefcios cidade e regio. Segundo Bertotto (em A Gesto da Mobilidade Urbana em Porto Alegre, 2001), o deslocamento dos seres humanos uma necessidade bsica para que possam ter acesso a bens e servios.

    Um bom sistema de sinalizao para o transporte pblico agiliza as es-colhas e diminui a quantidade de erros, tornando o deslocamento mais rpido, aumentando a produtividade no trabalho e estudo e facilitando o acesso a servios (cultura, sade, lazer, outros transportes, etc). Isto se traduz em maior conforto principalmente para os moradores da cidade que utilizam os nibus mas tambm para aqueles que no utili-zam e que iriam dispor dos efeitos secundrios de tal melhora.

    A boa sinalizao valoriza e melhora o transporte pblico e, por con-sequncia, beneficia o ambiente urbano com a reduo da emisso de gases txicos e impacta positivamente na reduo do nmero de pessoas afligidas por doenas a eles relacionados. Estatsticas tambm mostram que com mais pessoas sendo eficientemente transportadas em meios coletivos pblicos h tambm a reduo no nmero de acidentes de trnsito, especialmente aqueles envolvendo carros privados.

    Alm de dados estatsticos e tericos, a iniciativa privada demonstra em atos pontuais a necessidade de um sistema de sinalizao para nibus. O folheto direita, distribudo no bairro Uberaba, em Curi-tiba, usa tabelas de horrio de nibus da regio para adicionar mais uma utilidade ao catlogo de anncios que, provavelmente, financiou a impresso.

    J a foto da esquerda mostra o Que nibus Passa Aqui, uma iniciativa de sinalizao de paradas de nibus com adesivos idealizada pelo cole-tivo Shoot The Shit em 2012 que atingiu vrias cidades brasileiras.

  • Folheto publicitrio com horrios de nibus no bairro Uberaba, Curitiba.

    17

    Contribuies Este trabalho tem a inteno geral de contribuir acadmica e social-mente na sensibilizao sobre a importncia dos sistemas de sinal-izao no transporte pblico. Extrapolar a rea do design algo muito desejvel pois, na maioria dos casos, as polticas do transporte pblico so gerenciadas por reas como arquitetura e urbanismo ou engenha-ria. O distanciamento destes grupos do design acaba por, consequente-mente, distanciar a sinalizao de suas preocupaes prioritrias.

    De uma maneira mais especfica, acredita-se que este trabalho con-tribua por reunir pesquisas e diretrizes de especialistas da rea aplica-das em um trabalho prtico. Este trabalho, depois de validado, oferece uma margem de pensamento para a adaptao das solues propostas por autores diversos ao que realmente se passa quando tais solues so utilizadas nas ruas de Curitiba.

    Estrutura Este trabalho de concluso de curso est organizado em dez captulos.

    Os captulos so:1. Introduo2. Fundamentao Terica3. Processo de Design4. Pesquisas e Anlises5. Pesquisa com usurios6. Sntese7. Gerao de Alternativas8. Desenvolvimento Grfico9. Validao10. Concluso

  • Fundamentao Terica

  • 19

    Mobilidade Urbana

    A mobilidade urbana um termo altamente debatido na poltica e na mdia e que se refere ao movimento das pessoas dentro e entre reas urbanas por diversos meios de transporte e tambm p. A expanso das cidades, o aumento na multiplicidade de rotas dirias dos cidados e a crescente presena do carro privado como opo primordial de transporte, entre outros fatores, trouxe diversos problemas mobili-dade urbana das grandes cidades brasileiras, mostrando a necessidade de buscar solues para tal situao. Esta busca por solues j perseguida pelo poder federal que, por meio do Ministrio das Cidades, colocou em vigor em abril de 2012 a Lei de Mobilidade Urbana (Lei n12.587/12). Esta lei tem como principal mote priorizar o transporte pblico coletivo e os meios no motorizados de transporte, como a bicicleta, integrando-a com os modos de transporte coletivo., definindo tambm os direitos dos usurios de transporte coletivo, como de informaes, pontualidade e transparncia nos servios oferecidos..

  • 20

    Transporte Coletivo UrbanoUm servio de transporte no qual os passageiros no so donos do veculo no qual viajam e que, na maioria dos casos, apresenta horrios, rotas e tarifas pr-definidas. Estes sistemas podem ser operados por empresas pblicas ou privadas sendo que, para o ltimo caso geral-mente necessrio obter uma licena de operao junto esfera pblica.Exemplos de meios de transporte pblico incluem nibus, trlebus, bondes, trens, metrs, monotrilhos e outros VLTs (veculos leves sobre trilho), balsas, telefricos, funiculares.

    Veculo tipo Padron da linha 462 Petrpolis circulando em Curitiba.

  • 21

    Transporte Pblico por nibusUm dos mais populares meios de transporte pblico no mundo o nibus. Com baixo custo de implantao em relao a modais sobre trilhos, os nibus so utilizados em pases com diferentes graus de desenvolvimento e com diversas modalidades de servios prestados.

    As duas principais modalidades de servio de nibus so: servio regular, onde o nibus veculo compartilha a rua com outros veculos e; BRT (Bus Rapid Transit, literalmente trnsito rpido de nibus), quando os nibus trafegam durante a maior parte do trajeto em pis-tas exclusivas para eles, elevando a velocidade do sistema e atingindo capacidades de passageiros similares s de um VLT.

  • 22

    Transporte Coletivo em Curitiba

    Histria e dimensoA capital do Paran foi pioneira na utilizao do sistema BRT quando inaugurou, em 1974, os ento chamados nibus expressos, que percor-riam um trajeto do norte ao sul da cidade em vias exclusivas. Atual-mente Curitiba conta nibus operando em servio regular e em siste-ma BRT, sendo que juntos os servios formam a RIT, sigla para Rede Integrada de Transporte. Essa estrutura une a capital a 13 cidades da regio metropolitana com ocorrncia de integrao tarifria: o usurio pode viajar por todo o sistema e, se no sair dele, pagar apenas uma tarifa fixa de R$ 2,70 (maio de 2014). No total, so 560 linhas circulan-do em Curitiba e regio metropolitana, contando com aquelas fora da integrao tarifria e da RIT.

    De acordo com dados da URBS, em 2012 foram realizadas aproxima-damente 2,3 milhes de viagens pagas nos nibus da rede integrada.

    Tipos de paradasO sistema de transporte por nibus em Curitiba apresenta 3 tipos de paradas: as paradas comuns, ao nvel da rua; as Estaes Tubo (onde o usurio faz o pagamento na estao ao invs de pagar dentro do veculo, embarcando no mesmo nvel do piso do nibus); e os terminais de nibus, que juntam as duas opes anteriores. Vale ressaltar que os veculos que operam nas paradas ao nvel da rua no param em Estaes tubo e vice versa.

    Alm da diviso pelo tipo de embarque e desembarque, as linhas de nibus de Curitiba so divididas em 6 linhas integradas e 5 especiais, cada uma com cores, regies de abrangncia e tipos de servio diferentes. As pginas a seguir apresentam informaes sobre estas linhas, de acordo com dados da URBS (acessados no site da empresa ao longo do primeiro semestre de 2014).

    Abrigo

    Tipos de Paradas

    Tubo

    Terminal

    Convencional/Troncal

    Interbairros

    Alimentador

    Circular Centro

    Interhospitais

    Linha Turismo

    SITES

    Ligeirinho

    Expresso

    Expresso Ligeiro

    Troncal

    Interbairros

    Alimentador

    Ligeirinho

    Expresso

    Expresso Ligeiro

    Mais informaes sobre o sistema de transporte de Curitiba so apresentadas no vdeo Como Usar os nibus de Curitiba, do prprio autor.

    vimeo.com/guiappolinario/onibuscuritiba

  • 23

    Abrigo

    Tipos de Paradas

    Tubo

    Terminal

    Convencional/Troncal

    Interbairros

    Alimentador

    Circular Centro

    Interhospitais

    Linha Turismo

    SITES

    Ligeirinho

    Expresso

    Expresso Ligeiro

    Troncal

    Interbairros

    Alimentador

    Ligeirinho

    Expresso

    Expresso Ligeiro

    Ilustrao dos Tipos de Paradas de nibus

  • 24

    Convencional/Troncal

    Interbairros

    Alimentador

    Ligeirinho

    Expresso

    Expresso Ligeiro

    Circular Centro*

    Interhospitais

    * Linhas com tarifa diferenciada da padro.

    LinhaTurismo*

    SITES

    Tipo de rota

    Centro - Bairro

    Entre bairros(sem passarpelo centro)

    Terminais Perifricos aBairros/Vilas

    Centro - BairroCentro - RMCEntre Terminais

    Centro - Terminaisde grande fluxo

    Centro - Terminaisde grande fluxo

    Rota circular naregio central

    Atende principaishospitais deCuritiba

    Atende principaispontos tursticosde Curitiba

    Atende centrosde educaoespecial

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Reduzida,pra em todas

    Em intervalos deaprox. 450 m,pra em todas

    Reduzida,pra em todas

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Pra apenasnos pontostursticos

    Pra apenaspara atenderaos passageirosde ed. especial

    Quantidade etipo de parada

    EmbarqueIntegrao Gratuita

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    Estao Tubo,porta esquerdado veculo

    Estao Tubo emvia especial comporta direitado veculo

    Estao Tubo emvia especial comporta direitado veculo

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    No, excetoalgumas linhas,sempre emterminais

    Em terminais ecom CartoTransporte (sInterbairros 1)

    Em terminais

    Em estaes tuboe terminais

    Em estaes tuboe terminais

    Em estaes tuboe terminais

    No oferece

    No oferece

    No oferece

    No oferece

  • 25

    Tipos de Linhas

    Integradas Expresso Ligeiro: operada por veculos biaticulados azuis, percorre rotas do centro a dois grandes bairros da zona sul com reduzido nme-ro de paradas, aumentando a velocidade. Embarque e desembarque em nvel Estaes Tubo e Terminais.Expresso: circula com veculos biarticulados vermelhos que ligam terminais de bairros ao centro. Possuem mais paradas que o Expres-so ligeiro e tambm oferecem embarque e desembarque em nvel em Estaes Tubo e Terminais.Linha Direta: opera com veculos prata, normais e articulados com paradas, em mdia, a cada 3 km, sempre em Estaes Tubo ou Termi-nais. Interbairros: operada com veculos verde normais e articulados. Fazem a ligao entre bairros e passam por terminais sem, no entanto, passar pelo centro. Embarque e desembarque ao nvel da rua.Alimentador: roda com veculos cor laranja tipo micro, comum ou articulados, ligam os terminais aos bairros da regio. Apresentam embarque ao nvel da rua.Troncal: utiliza veculos na cor amarela, comuns ou articulados, ligan-do terminais ao centro da cidade pelas vias compartilhadas com outros veculos. Embarque e desembarque ao nvel da rua.

    Especiais Convencional: opera com veculos cor amarela, comuns ou micro, que ligam bairros ao centro e no apresentam integrao com outras linhas.Circular: veculos micro na cor branca e composto apenas pela linha Circular Centro, que trafega na regio central da cidade ligando atrativos como praas, shoppings, rodoviria, colgios e a Biblioteca Pblica. Apresenta uma tarifa reduzida. Turismo: opera com nibus double-decker verde-claros e apresenta tarifa diferenciada, permitindo ao usurio entrar no veculo at quatro vezes com a mesma passagem. Passa pelos principais parques e pontos tursticos de Curitiba.Inter Hospitais: veculos brancos ligam os principais laboratrios e hospitais da regio central de Curitiba tendo como ponto de sada a rodoviria.SITES: sigla para Sistema Integrado de Transporte do Ensino Especial, opera com nibus azul-claros e atende alunos da rede de escolas espe-cializadas para deficientes fsicos e/ou mentais e no apresenta custos para estes usurios.

    Convencional/Troncal

    Interbairros

    Alimentador

    Ligeirinho

    Expresso

    Expresso Ligeiro

    Circular Centro*

    Interhospitais

    * Linhas com tarifa diferenciada da padro.

    LinhaTurismo*

    SITES

    Tipo de rota

    Centro - Bairro

    Entre bairros(sem passarpelo centro)

    Terminais Perifricos aBairros/Vilas

    Centro - BairroCentro - RMCEntre Terminais

    Centro - Terminaisde grande fluxo

    Centro - Terminaisde grande fluxo

    Rota circular naregio central

    Atende principaishospitais deCuritiba

    Atende principaispontos tursticosde Curitiba

    Atende centrosde educaoespecial

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Reduzida,pra em todas

    Em intervalos deaprox. 450 m,pra em todas

    Reduzida,pra em todas

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Muitas,pra mediantesolicitao

    Pra apenasnos pontostursticos

    Pra apenaspara atenderaos passageirosde ed. especial

    Quantidade etipo de parada

    EmbarqueIntegrao Gratuita

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    Estao Tubo,porta esquerdado veculo

    Estao Tubo emvia especial comporta direitado veculo

    Estao Tubo emvia especial comporta direitado veculo

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    Nvel da rua

    No, excetoalgumas linhas,sempre emterminais

    Em terminais ecom CartoTransporte (sInterbairros 1)

    Em terminais

    Em estaes tuboe terminais

    Em estaes tuboe terminais

    Em estaes tuboe terminais

    No oferece

    No oferece

    No oferece

    No oferece

  • 26

    Design da Informao

    Wayfinding/Wayshowing O termo wayfinding surgiu nos anos 1960, quando o arquiteto Kevin Lynch, autor de A Imagem da Cidade, o utilizou para referir-se a grupos de elementos do espao urbano que permitissem a um indivduo navegar, ou seja, localizar e mover-se pela cidade. O termo nasceu sendo empregado para a cidade como um todo mas evoluiu passando a ser aplicado em escalas menores como bairros, parques, praas, prdios pnlicos e comerciais, bibliotecas, centros comerciais, universidades, etc.Em sua tese Designing Navigable Information Spaces, Mark. A. Foltz da Washington University in St. Louis escreve sobre alguns princpios do wayfinding: Crie uma identidade para cada local. Uma identidade nica faz com

    que o usurio relacione aquilo que est ao seu redor com a posio desta rea dentro de uma regio mais ampla.

    Use pontos de referncia para prover pistas localizao e auxiliar na memorizao dos locais.

    Crie caminhos bem estruturados que forneam ao usurio a noo de comeo, meio e fim, bem como em qual destes estgios ele se encontra.

    No d ao usurio muitas opes de escolha e, ao dar uma opo, certifique-se de que ela no ir anular alguma outra informao que era necessria para a localizao do usurio.

    Fornea ao usurio placas no momento em que precisarao tomar suas decises.

    Per Mollerup, em seu livro Wayfinding > Wayshowing afirma que o wayfinding um processo de resoluo de problemas onde o problema essencial o de encontrar o caminho de um ponto para o outro. Alguns dos outros problemas citados no livro so: Onde estou? Indo do ponto A ao ponto B Indo do ponto B ao ponto A (retornando) Indo do ponto B ao ponto C Indo do ponto C de volta ao ponto A Quanto tempo vai demorar? O que que vou ver pelo caminho? O que que h por l? Onde eu encontro hospitais, lojas e outros estabelecimentos?

    O autor afirma ainda que o processo poderia ser dividido em trs fases: procurar as informaes sobre as possveis rotas; escolher a rota mais apropriada e, por fim, deslocar-se pela rota escolhida.

  • 27

    No momento de procurar as informaes sobre as possveis rotas o usurio combina as informaes internas (que guarda na memria) com as informaes oferecidas pelo ambiente. Qualquer tipo de in-formao que ele no tenha guardado consigo pode ser considerado uma informao externa: de mapas a informaes verbais que recebe. Para escolher a rota mais apropriada o usurio ir considerar apenas as rotas que ele identifica como existentes. No caso de sistemas de trans-porte pblico os horrios e tarifas esto diretamente ligados a escolha da rota mais adequada.A ltima fase exige que o usurio faa escolhas enquanto est se movimenta. Este citado por Mollerup como um dos pontos primordiais do wayfinding, pois aqui onde a informao interna e a do ambiente juntam foras. Existe sempre, tambm, em menor ou maior grau, um planejamento sobre a jornada. O autor afirma que ao menos um pouco do planeja-mento ocorre durante a partida, mas que os planos podem ser ajusta-dos e concludos enquanto o viajante segue seu curso. Um viajante que quer encontrar o pier em uma pequena cidade litornea provavelmente planejaria partir de sua origem e dirigir-se at o mar. Ao deparar-se com a praia ele poderia observar as caractersticas do ambiente e decidir para qual lado continuar a sua jornada.

    Mollerup cita, ainda, nove estratgias que podem ser usadas no wayfinding: Acompanhamento de Percursos: quando o usurio segue placas,

    linhas ou outros caminhos Acompanhamento de Rotas: quando um mapa guia o usurio Busca previamente educada: uso de conhecimento anterior Inferncia: quando as concluses so feitas a partir de a anlise de

    uma sequncia de denominaes. Ex.: aps passar primeiro pelo terminal 1 e depois pelo terminal 2, o usurio conclui que o prxi-mo terminal que ir passar o 3.

    Varredura: busca sistemtica de de uma informao especfica Seguindo o alvo: movendo-se em direo a um alvo visvel Leitura de Mapa: uso de mapas portteis ou fixos Orientao Cardeal: uso de indicativos relacionados aos pontos

    cardeais para orientar o usurio Navegao Social: acontece quando aes passadas ou presentes de

    outras pessoas fornecem informaes que levam o usurio a decidir a sua rota. Se, ao desembarcar de um avio, a maioria das pessoas segue por um mesmo caminho dentro do aeroporto, grande a probabilidade de que aquele caminho leve ao local desejado: a sada ou a esteira de bagagens.

  • 28

    Design Grfico AmbientalO design grfico ambiental um campo em direta ligao com o design de produto e a arquitetura. As aes praticadas neste mbito so diretamente ligadas ao local onde so aplicadas e visam criar ou valorizar uma experincia para o frequentador daquele espao. Exemplos de design grfico ambiental so exposies em museus, siste-mas de wayfinding em diversas escalas e tipos (de grandes festivais de msica a hospitais), entre outros. A distino entre o que sinalizao e o que design grfico ambiental tnue mas tende, principalmente, para o lado da experincia. Se um sistema de sinalizao melhora a ex-perincia do visitante daquele determinado espao, talvez este sistema possa ser classificado como design grfico ambiental.

    De uma maneira geral, o design grfico ambiental quer proporcio-nar aos usurios de um espao uma experincia alm daquela que o prprio espao e suas caractersticas arquitetnicas tem o potencial de oferecer. Alm disso, este campo de estudo considera a sinalizao como uma das maneiras que poderiam ser utilizadas para proporcionar tais experincias. Na viso do design grfico ambiental a sinalizao, sozinha, no tem pretenses maiores do que aquela de sinalizar.

    No por acaso, a SEGD, uma das mais conhecidas sociedades que lida com design grfico ambiental, recentemente mudou seu nome no intuito de ligar-se mais firmemente ao campo das experincias propor-cionado pelo Design Grfico Ambiental. Antes Society for Environ-mental Graphic Design, o grupo tornou-se a Society for Experiential

    Foto do New York Transit MuseumMuitas destas placas h anos deixaram de ter a funo de sinalizao. Aqui elas se tornam um exemplo de Design Grfico Am-biental por ofererecerem uma experincia ao visitante do museu.

  • 29

    Graphic Design, indicando na raiz do prprio nome a razo pela qual o design grfico ambiental praticado. No site desta organizao h um guia de explorao do que o experi-ential graphic design com diversos projetos separados entre diferentes reas. As reas citadas neste guia so: exposies; instalaes pblicas; wayfinding; placemaking e identidade; e estratgia, pesquisa e plane-jamento. Para cada uma destas reas so exibidos projetos premiados pelo SEGD, sendo este guia uma interessante fonte de referncias. Entre os aspectos do design a serem levados em considerao para a rea do design ambiental/experiencial, o SEGD lista os seguintes como sendo fundamentais: Acessibilidade Negcios de design Gesto de Contedo Design Thinking Documentao Design de Experincia Identidade Design de Interfaces Mapeamento Motion Design Gesto de Projeto Sustentabilidade Design de Sistemas Design Universal

    Branding Contedo Pesquisa em Design Tecnologias Digitais Reconhecimento a Doadores Hierarquia Design da Informao Legibilidade Cor, Materiais e Acabamentos Nomenclatura Especificaes Tcnicas Design de Smbolos Tipografia

  • 30

    SinalizaoA sinalizao qualquer unidade ou grupo de elementos grficos dispostos em um ambiente com a finalidade de disponibilizar deter-minada informao a uma certa audincia. Alm disso, segundo Velho (2007), vai alm do ato de projetar sistemas de informao, tem a dimenso do planejamento, da gesto, do processo de design e da multidisciplinaridade , sendo portanto bastante ampla. A sinalizao sempre tem alguma relao com o local onde aplica-da, mesmo que no necessariamente esteja a tratar daquele local. Ex.: placas de estrada na cidade X indicando que a cidade Y est a alguns quilmetros adiante.

    Este tipo de comunicao data de muito tempo atrs, com inmeros registros de sinalizao antes da era de Cristo. Alguns inclusive preser-vados at hoje e facilmente visveis nas grandes capitais de outrora, como Roma ou Atenas. A imagem na pgina ao lado mostra um marco milirio romano, usado para marcar as distncias entre regies do imprio (Baines; Dixon, 2003).

    A sinalizao era - e ainda , muitas vezes - produzida e aplicada local-mente. Por isso, cada regio tem seu estilo de sinalizar ruas, caminhos, prdios, estabelecimentos comerciais, etc. A disponibilidade de matria prima e as peculiaridades idiomticas e dos arteses locais que as cunhavam forjaram heranas at hoje visveis e revisitadas. As placas de rua de Veneza, gravadas em stencil nas es-quinas com letras serifadas pretas sobre fundo branco so um exemplo disso. A identidade visual da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2012, criada pelo John Morgan Studio de Londres, foi fortemente inspirada naquelas placas de rua.

    Atualmente o termo sinalizao to amplo em relao a mdias uti-lizadas, formas e locais de aplicao que distines precisam ser aplica-das para se compreender corretamente qual o assunto a ser tratado.

  • 31

    Marco Milirio Romano. Fonte: Signs: Lettering in the Environtment. Phil Baines; Catherine Dixon.Reproduo de foto de 2002 retratando um marco milirio romano na regio de Cumbria, no Reino Unido (Rodovia A66 entre Temple Sowerby e Kirkby Thorpe). De acordo com o livro, marcos romanos ainda podem ser vistos atualmente mesmo em locais que ficavam nas margens externas do antigo imprio.

    Foto da Identidade Visual da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2012.

  • 32

    Sinalizao PedestrialOs sistemas de sinalizao pedestrial so de grande importncia por estarem nas caladas e zonas peadonais, ao alcance do pedestre. Esse tipo de sinalizao distinta pois, na grande maioria dos casos, a possibilidade de rotas a ser tomada a p infinitamente maior que aquela que se poderia tomar utilizando transportes pblicos, carros e at mesmo bicicletas. No h sentidos de rua, rotas, horrios ou estaes pr definidas: a escolha livre, no h tarifas de bilhetes ou pedgios e a velocidade da viagem permite uma melhor compreenso de possveis erros no trajeto. Ao mesmo tempo, o pedestre vulnervel: viadutos ou tneis virios podem ser inseguros para se caminhar. Grandes inclinaes no caminho mais curto podem fazer com que se prefira tomar um caminho um pouco maior, mas com menos variao de altitudes. Jornadas longas podem ser desconcertantes para pessoas cansadas ou com limitaes fsicas, especialmente quando a distncia a ser percorrida era desconhecida no incio do trajeto. para amenizar a vulnerabilidade e melhorar a experincia do pedestre que existem as sinalizaes pedestriais. A Legible London um sistema de sinalizao pedestrial projetada pela Applied Informa-tion Group e operada pela Transport for London. No documento Legible London System Architecture so citadas algumas das princi-pais perguntas que podem ocorrer ao pedestre, cronologicamente:

    1. Onde posso encontrar ajuda? O que isso [a placa de sinalizao]?2. Onde eu estou?3. Para onde estou indo?4. Como posso chegar l? O que h pelo caminho?

  • 33

    Placa do Walk Philadelphia, sinalizao pedestrial de cunho turstico projetado pela Joel Katz Design Associates.Chestnut Street, Philadelphia, PA, Estados Unidos.

  • 34

    Sinalizao de Transportes de Massa De acordo com o livro Transit Maps of The World, as primeiras sinal-izaes para transporte de massa surgiram na era de ouro das ferrovias, no 2 quarto do sculo 18. Naquela poca no haviam outras formas de transporte em massa que eram rpidas como a ferrovia. Foi essa agili-dade sobre trilhos que demandou a criao das primeiras sinalizaes. Com a concentrao das linhas e estaes ao aproximar-se dos centros urbanos, os desenhistas de mapas eram crescentemente desafiados. The problem was to present with clarity the multiplicity and densely concentrated routes and crossovers in the central area of a city, where stations are close together, while not wasting space in the suburbs where the stations are more spread out. The days of maps remaining true to geography scale were numbered. Mark Ovenden in Transit Maps of The World

    Na essncia, elas mantm-se as mesmas at hoje. Os tipos de trans-portes para as quais so usados, no entanto, cresceram em nmero e complexidade.

  • 35

    Estao Crystal City do metr de Washington, DC, Estados Unidos.

    Sinalizao de nibus na ilha de Santorini, Grcia.

    Sinalizao no Aeroporto de Guarulhos (GRU Airport) Terminal 4. So Paulo, SP, Brasil.

  • 36

    MetrComo notado por Mark Ovenden, a principal diferena do metr para outros meios de transporte em massa como ferrovias ou mesmo siste-mas de nibus o intervalo entre os trens. De to pequeno, usurios no precisam consultar tabelas horrias pois sabem que o prximo trem sempre est prximo de chegar (Transit Maps of The World, P.7). Alm disso, este meio de transporte apresenta uma experincia mais previsvel pois suas rotas no sofrem alteraes por conta de even-tos externos como mal tempo, protestos ou festividades civis na rua, acidentes ou lentido de trnsito. Ao subir ou descer de um trem de metr, na maioria dos casos, voc continua dentro da zona de per-misso da sua tarifa, ou seja, caso tenha descido na estao errada, poder facilmente embarcar no prximo trem. Por fim, as linhas de metr em geral so em menor nmero e com menos estaes do que aquelas de nibus ou tram e seus traados no dependem necessaria-mente de ruas e acidentes geogrficos da cidade.

    Todas as razes apresentadas ajudam a simplificar os sistemas de sinalizaes das linhas de metr, se comparados transportes pblicos que trafegam na superfcie. Alm disso, as mesmas razes diminuem a quantidade de tenso e dvida do usurio antes e durante a viagem.

    AeroportosUmas das peculiaridades dos aeroportos em relao ao transporte pblico urbano reside na periodicidade e alcance de uso deste tipo de infraestrutura. De acordo com dados do Ministrio do Turismo, em 2012 o nmero de desembarques domsticos no Brasil atingiu a marca de 85.471.710. Para uma populao, em 2012, de 193.946.886 de habitantes (IBGE, 2012), isso relativamente pouco. Estatisticamente, como se 22 % dos brasileiros tivesse feito uma viagem ida e volta de avio em 2012. Se compararmos com as 877.171.000 viagens feitas por passageiros do Metr de So Paulo, tornamos factvel a afirmao: mes-mo que em franco crescimento, as viagens areas so acontecimentos raros e reservados a uma pequena menor da populao.

    Em termos de sinalizao, isso se traduz em uma constatao interes-sante. No transporte pblico urbano o passageiro, de tanto us-lo, pode passar a ignorar a sinalizao. No entanto, nos aeroportos, por conta do mais largo intervalo entre usos e da variao de cias areas, portes de embarque e terminais, a sinalizao - boa ou ruim - torna-se pratica-mente impossvel de ser ignorada, pois h sempre uma informao nova ou que j no mais lembrada pelo usurio.

  • 37

    Em resumo, conta da velocidade em que se atualizam as informaes em um aeroporto, maneiras dinmicas de exibir a sinalizao sempre foram essenciais, ao contrrio do que acontece no transporte pblico urbano, onde h maior constncia das informaes.

    nibus UrbanosOs nibus so o segundo meio de transporte mais utilizados no mun-do, perdendo apenas para os carros. A pesquisa citada foi produzida em 2000 pela Comisso Europeia e no diferencia jornadas urbanas, interurbanas ou de ainda maior distncia. J no Brasil, de acordo com dados da NTU (Associao Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) o transporte pblico urbano por nibus atende a 40 milhes de passageiros por dia, representando 87 % da demanda nacional diria por transporte pblico coletivo. A mesma associao afirma que desde 2003 os investimentos no setor s aumentaram e, no entanto, desde 1995, o nmero de passageiros diminuiu.O aumento nos investimentos e a enorme porm decadente quanti-dade de usurios demonstra que h deficincias nos sistemas de nibus urbanos brasileiros.Este trabalho parte do pressuposto de que uma das deficincias dos sitemas de nibus brasileiros a sinalizao deles.

    A sinalizao de linhas de nibus um procedimento complexo, especialmente em um pas to dependente deste modal de transporte. Ela lida, em cada cidade, com uma multiplicidade de linhas, sublinhas, rotas, tarifas, empresas e imprevisibilidades do trnsito, do tempo e dos prprios operadores do sistema (como greves). Estas razes e a notria despreocupao e despreparo do poder pblico e de empresas de transporte privadas em prover solues que melhorem a experincia do usurio refletem na ausncia de sinalizaes de qualidade ou, pior ainda, na ausncia completa de qualquer tipo de sinalizao dos sistemas de nibus. No Brasil, o desenvolvimento de uma sinalizao de nibus um desafio. Sua aplicao e utilizao, outro.

  • 38

    Elementos Grficos

    Ainda que as sinalizaes estejam intimamente ligadas ao local que buscam sinalizar, contemplando mincias e particularidades informacionais distintas, os elementos grficos responsveis por transmitir estas informaes so, em geral, muito parecidos.Por conta disso, as prximas pginas deste trabalho buscam avaliar quais so estes elementos e como eles so desenvolvidos na sinalizao, utilizando-se de exemplos e imagens ilustrativas para facilitar nesta compreenso. Somadas s informaes do captulo de Anlise de Similares, esta seco sobre os elementos grficos devem ter grande valia no captulo de Sntese e na Gerao de Alternativas, fornecendo as referncias necessrias para ambos.Os elementos grficos a serem analisados a seguir so:

    Mapas Diagramas Tabelas Pictogramas Tipografia

  • 39

    Mapas Um mapa uma representao visual em duas dimenses de um espao real ou imaginrio com trs dimenses. Como qualquer representao cada mapa tem um propsito ou interpretao diferente, o que resulta em uma apresentao distinta de um mesmo espao. Por representar em um sistema bidimensional espaos de trs dimenses, o mapa sempre apresentar distores ou adaptaes - o local onde estas ocorrem ou deixam de ocorrer recai sobre a prvia-mente mencionada questo do propsito e inteno.

    The European colonial powers took maps very seriously. As they vora-ciously claim to the Americas, Africa, and most of Asia, nothing said we

    own this territory better than a detailed map of it.Transit Maps of The World, P.8

    Em sistemas de sinalizao de transporte os mapas possuem uma importante funo de oferecer ao usurio uma vista ampliada do ambiente, ajudando-o a localizar o local especfico dentro de regies da escala micro macro. A forma como as pessoas utilizam os mapas distinta e pode apresentar peculiaridades complicadas de identificar. No entanto, de acordo com Allard (2012), h duas linhas de raciocnio sobre a orientao especial que esto ligadas ao gnero e devem ser levadas em conta na elaborao de um mapa: h pessoas que tem mais facilidade em decorar nomes de ruas e suas posies na cidade enquan-to outras compreendem melhor o espao por meio da utilizao de pontos de referncia. Em resumo, o autor afirma que homens locali-zam-se pelos nomes e posies de ruas enquanto as mulheres tendem a basear-se mais nos pontos de referncia. Uma maneira de amenizar este problema valer-se de ilustraes suficientemente detalhadas que permitam a idenficao de um ponto de interesse especfico. Um exemplo para a cidade de Paris poderia ser uma ilustrao que diga Catedral de Notre Dame e no apenas Igreja, como costuma ser o caso quando se utiliza apenas pictogramas.

    Mapas podem ser de diferentes tipos, dependendo do tipo de infor-mao que se deseja que eles apresentem. Em sinalizao para trans-portes ou sinalizao pedestrial, geralmente utiliza-se mapas do arrua-mento citadino em diferentes graus de detalhamento. Estes mapas no tem compromisso com a padronizao dos elementos, como acontece nos mapas produzidos por gegrafos, por exemplo. Observando as imagens ao lado vemos ruas em azul, branco e amarelo, praas ora em verde, ora em alarelo, etc. Duas caractersticas que facilitam a utilizao de mapas urbanos so o

  • 40

    2.37 You are here marker and walking circle

    The You are here and 5 minute walking circle identify where the user is and the distance to featured destinations.

    The You are here marker is positioned with the horizontal bar above the arrow reflecting the location and orientation of the sign.

    In terms of its position within the map crop, as a default the You are here should be two thirds of the way down from the top of the map and horizontally centered, therefore giving a bias towards what is ahead of the user, rather than what is behind them.

    The walking circle is placed centrally over the sign location.

    B L A N DFOR D S T R E E T

    SW

    M EL

    OP

    MIW

    TE

    ER

    TS

    EL

    OP

    MIW

    MA

    RY

    LE

    BO

    NE

    ST

    RE

    ET

    D E W A L D E N S T TS

    DN

    ALR

    OM

    TS

    EW

    W H E AT L E Y S T

    B LANDFORD ST B L A N D F O R D S T

    EC

    ALP

    YEL

    RA

    H

    SW

    EM

    EN

    OB

    ELY

    RA

    M

    TE

    ER

    TS

    KC

    EBL

    EW

    M A R Y L E B O N E

    G E O R G E S T R E E T

    TS

    RE

    TS

    EH

    CN

    AM

    G E O R G E S T R E E T

    GEORGE ST

    TE

    ER

    TS

    RE

    TS

    EH

    CN

    AM

    MA

    RY

    LE

    BO

    NE

    HIG

    H S

    T

    W E Y M O U T H S T R E E T

    TS

    YEL

    SE

    W

    AY

    BR

    OO

    K S

    TR

    EE

    T

    CR

    AM

    ER

    ST

    RE

    ET

    N E W C A V E N D I S H S T

    BE

    AU

    MO

    NT

    ME

    WS

    D E V O N S H I R E S T R E E T

    HT

    UO

    S S

    M E

    RIH

    SN

    OV

    ED

    TE

    ER

    TS

    NR

    ETL

    IH

    C

    D O R S E T S T R E E T

    DORSET ST LP

    KCI

    RN

    EK

    WO

    R U

    GAT

    NO

    TE

    ER

    TS

    RE

    KA

    B

    EC

    ALP

    E

    NO

    TS

    DA

    OR

    B M O X O N S T

    T R E E T

    TE

    ER

    TS

    ELO

    PMI

    W R

    EP

    PU

    TE

    ER

    TS

    TN

    OM

    UA

    EB

    M

    S T V I N C E N T S T

    C R O S S K E Y S C L O S E

    G

    NIN

    WO

    RB

    SW

    EM

    KC

    OT

    SD

    OO

    WS

    WE

    M

    M A N C H E S T E RM E W S

    LP

    LLA

    DN

    EK

    SM

    SE

    KR

    ALC

    SM

    ELB

    ATS

    NU

    D

    GA

    RB

    UT

    T P

    L

    OS

    SIN

    GT

    ON

    BL

    DG

    S

    EC

    ALP

    DN

    ALH

    SA

    ELY

    RA

    MO

    BN

    E LAN

    E

    P O R T M A N C L O S E B U L S T R O D E S T R E E T

    Q U E E N A N N E S T R E E T

    EC

    ALP

    ER

    OM

    GIW

    MA

    ND

    EV

    I LL

    E P

    LA

    CE

    E D W A R D S M E W S

    B E N T I N C K M E W S

    R O B E R T A D A M S T R E E T

    F I T Z H A R D I N G E S T R E E T

    P I C T O N P L A C E

    B E N T I N C K S T R E E T

    SW

    EM

    RU

    OM

    YE

    SS

    M S

    RE

    KA

    B

    EC

    ALP

    HSI

    NA

    PS

    MA

    RY

    LE

    BO

    NE

    LA

    NE

    W I G M O R E S T R E E TW I G M O R E S T R E E T

    TE

    ER

    TS

    ELO

    PMI

    W

    TE

    ER

    TS

    KC

    EBL

    EW

    TH

    AY

    ER

    ST

    RE

    ET

    H I N D E S T

    ER

    TS

    EK

    UD

    LA

    NE

    CR

    O

    W I G M O R E S T R E E T

    W E L B E C K W AY

    TE

    ER

    TS

    EK

    UD

    TE

    ER

    TS

    KC

    EBL

    EW

    TE

    ER

    TS

    RE

    KA

    B

    A L D B U R G H M S

    B O U R N EM E W S

    D U K E S M S

    LLE

    W S

    BO

    CA

    JM

    EW

    S

    B U L S T R O D E P L A C EJA

    SON

    CT

    EASLEYS MS

    RH

    C T

    S

    E D W A R D SM E W S

    51

    42

    94

    2

    3

    7

    44

    1

    30

    30

    17

    20

    62

    79

    36

    24

    118

    5

    27

    16

    117

    9

    25

    62

    39

    7

    148 10

    8779

    39

    2

    12

    26

    59

    48

    19

    59

    68

    71

    02

    76

    12

    46

    96

    1

    18

    14

    53

    13

    17

    130 110

    1

    31

    51

    9

    19

    9

    105

    58

    4466

    3135

    70

    1

    67

    1

    4628

    81

    29

    28

    34

    54

    R i

    RoyalSociety ofMedicine

    WigmoreHall

    TheMandevilleHotel

    WallaceCollection

    DurrantsHotel

    British DentalAssociation

    Jurys CliftonFord Hotel

    PaddingtonStreet

    Gardens

    TheHeartHospital

    5 minute walk

    You are here

    MA RY L E BON EA RY E EN ERY E BE BONY L E ONAMA ONY L E BRY EEMA RY EEFOO RT

    5

    Portland Place

    ebbMaryleboneMarylelaagl geVil l

    akka erBareetreetStre

    ManchesteeranchestM nchesanches erMSquareSquareSquarSquare

    Christopher sSt Chr stopher sstoSt Chr pher ssPlPPlacelacP e

    tmPortmPoortmanuareSquareSqqu re

    Walking circleStroke colour: C0-M0-Y0-K0Stroke weight: 3.5pt

    B- Mapa presente nas paradas de nibus tipo abrigo de Curitiba.A - Mapa utilizado pela TFL em aplicaes do projeto Legible London.

    ponto indicador do local atual e a orientao do mapa de acordo com a forma como este aplicado, respectivamente You Are Here, ou YAH e Heads Up.

    Nos mapas YAH h sempre um indicador grfico da posio onde o mapa est aplicado. No caso de aplicativos, essa marcao dinmi-ca e recebida por meio de GPS ou triangulao de redes de dados. J em mapas impressos as setas, crculos e smbolos similares a alvos ou alfinetes costumam ser os dispositivos grficos mais usados para tal funo. Orientar a posio atual poupa tempo e diminui a quantidade de aes que o usurio precisa executar: como citado anteriormente no tpico de sinalizao pedestrial, uma das primeiras coisas que o usurio quer saber onde ele est. No entanto, por vezes, apontar o ponto onde se est no o suficiente. Grande parte dos mapas de sinalizao exibida na vertical. Somar o YAH a orientao Heads Up vital para ajudar na orientao do usurio. De acordo com Joel Katz, em seu livro Designing Information, um mapa heads up existe quando a direo para a qual o leitor est olhando est posicionada no topo do mapa. Ou seja, se a viso dire-cionada ao norte, a parte superior do mapa deve exibir o norte. O autor ainda exemplifica a experincia de tentar ler um mapa de papel com o norte na parte superior do mapa girando-o para que se adequasse direo para a qual estamos olhando ou trafegando (em um carro, por ex.). Boa parte da frustrao desta experincia vem do fato que a tipografia, no mapa com o norte para cima, ir ser inclinada junto com o resto do mapa, dificultando a sua leitura.

  • 41

    C - Screenshot do aplicativo mobile Google Maps para Android na verso de maio de 2014

    Evidentemente, a produo de um mapa heads up deve levar em conta o local e a posio exata em que sero aplicados. No caso de dispositivos eletrnicos portteis a orientao heads up feita por meio de bssolas eletrnicas.Apresentar as informaes de uma forma grfica adequada to importante quanto escolher qual o tipo de informaes a serem apre-sentadas. A distncia, por exemplo, pode ser traduzida como o tempo necessrio para se percorrer aquela distncia com a maneira de trans-porte escolhida, tornando-se mais compreensvel ao usurio.A diagramao de um mapa , geralmente, muito desafiadora. Diversas regras e padres so estabelecidos para facilitar a compreenso, como cdigos de cores para os tipos de terrenos, ruas, linhas de transporte pblico, etc. Recomendaes so grandes para no sucumbir sobre-posio de texto e outros elementos grficos, bem como utilizao exagerada de legendas, dando preferncia ao posicionamento das informaes junto ao ponto do mapa onde estas fazem sentido. Katz, 2012, observa que, por mais bvio que tal Lei da Proximidade possa parecer, diversos motivos fazem com que ela no seja praticada: indif-erena, falta de cuidado ou a ideia do designer em relao elegncia visual e tipogrfica. O tamanho dos tipos a usados deve receber grande ateno nos mapas de uma sinalizao, especialmente pois as condies visualizao nem sempre so ideais. Ao mesmo tempo, a grande quantidade e densidade de informaes faz com que haja a necessidade de ajustes finos que, por vezes, iro sobrepujar tais padres, cabendo ao designer a responsabili-dade da boa dosagem entre os padres e seus ajustes.

  • 42

    Diagramas Os diagramas so representaes visuais de informaes. Ao contrrio de mapas ou tabelas, por exemplo, eles costumam representar informaes mais abstratas como ideias, pensamentos, conceitos, etc. De acordo com Katz (2012), os diagramas geralmente mostram como coisas funcionam ou ajudam na compreenso de informaes numricas e/ou estatsticas.

    No mbito dos transportes ele bastante popular para exibir caminhos frreos, que possuem, geralmente, traados mais simples que aque-les percorridos por linhas de nibus nas ruas. Diversos exemplos de extensos diagramas so encontrados para metrs e trens suburbanos. Sistemas de nibus, no entanto, costumam exibir em diagramas apenas linhas isoladas. Para exibir diversas linhas e suas interseces, observa-se maior adoo de mapas, mostrados no tpico anterior. Katz ainda cita que Harry Beck, em seu famoso diagrama do metr de Londres, notou que diagramas simples so mais fceis de serem enten-didos e memorizados pelos leitores. Alm disso, a experincia de tomar um trem no metr londrino muito distinta daquela de caminhar pelas ruas de uma cidade, seja em relao ao tempo dispendido, ao espao percorrido, s unidades de medida e ao controle que o viajante tem de seu trajeto. Como as estaes eram fixas, as escolhas de rotas limitadas e o cenrio virtualmente desimportante, o diagrama mostrou-se como uma excelente opo para os usurios do London Underground - e de todos os outros metrs do mundo que, em diferentes nveis, seguiram os conceitos do diagrama de Harry Beck.

    No caso de sinalizaes de transporte, h por vezes linhas indefinidas entre diagramas e mapas, tamanha pode ser a abstrao do mapa ou as caractersticas de referncia espacial de um diagrama. Um exemplo disso ocorreu no incio de 2012 quando Erik Spiekerman (Designing Information. p. 163) foi o porta-voz de um debate sobre o redesign de Mark Noad para as linhas do metr de Londres. Este novo mapa considerava as distncias e posies geogrficas das estaoes de maneira geograficamente mais precisa. A linha central de pensamento deste debate era sobre se esta pea de Noad deixava de ser um diagrama, como era o de Beck e, por conta de sua acurcia geogr-fica, tornava-se um mapa.

  • 43

    B - Diagrama das linhas de tram na Basilia, Suia. Como os trams rodam pela rua e possuem curta distncia entre paradas - assim como um nibus - a escala do mapa pode enganar a um viajante desavisado. Exemplo: a linha azul, de Aeschenplatz a Burgfelden Grenze, com a ltima de suas 12 paradas no limite oeste da cidade, tem apenas 3,4 km em todo o trajeto.

    A - Diagrama da rede ferroviria S e U-Bahn de Berlin. BVG, 20/10/2012.

  • 44

    Tabelas Tabelas so uma das mais simples e populares formas de organizao de informao sem a utilizao de texto corrido. Seu arranjo bsico bidimensional e consiste de linhas e colunas. O encontro de uma linhas com uma coluna gera uma rea de interseco, a clula. Em geral, cada clula tem sua informao referente a dois denomi-nadores: um da coluna e outro da linha.

    Em sinalizao de transporte as clulas so muito empregadas na demonstrao de dados que relacionam horrios com locais determi-nados do itinerrio daquele meio de transporte. Nas imagens ao lado possvel ver duas maneiras diferentes de mostrar os horrios de determinadas linhas usando tabelas. A imagem mais acima tem como referncia de local o ponto onde aquela tabela est aplicada. Ela indica o horrio exato apenas dos pri-meiros e dos ltimos nibus de cada tipo de dia: segunda a sexta-feira, sbado e domingo. Para o resto do perodo desses dias informada a frequncia aproximada. Esta maneira torna a tabela mais simples e no desaponta o usurio: durante o dia, na maioria das cidades, as variaes do trnsito causam pequenos atrasos ou adiantamentos nas viagens. Informar a frequncia j d ao usurio uma ideia aproximada do tempo que ele ter que esperar. Nas horas crticas, quando o servio inicia e termina, os horrios informados so exatos.

    A segunda tabela adota uma abordagem mais comum a este tipo de elemento grfico. Informa absolutamente todos os horrios nos quais as linhas passam em determinadas paradas. Curiosamente nesta tabela, ao contrrio da tabela anterior, a maior parte dos horrios acaba em mltiplis de cinco minutos, o que tornaria ainda mais fcil a adoo da exibio de frequncia.

  • 45

    B - Tabela em nibus da cidade do Faro, Portugal. Viao Prximo, Transportes Urbanos do Faro. Fotografada em julho de 2013.

    A - Tabela em parada de nibus em Londres, Reino Unido.Design: Transport for London.

  • 46

    Pictogramas So smbolos pictricos que retratam uma representao simplificada de um objeto ou atividade. Podem adquirir diversos tons de atuao como de informar, obrigar, proibir, permitir, alertar, etc. Eles sempre foram usados, de acordo com Katz (2012) para compensar a ausncia de texto devido a falta de alfabetizao ou diversidade lingustica da audincia. J foram comparados e so, por alguns, considerados herdeiros das pinturas rupestres e dos hierglifos mas, ao contrrio daqueles, os pictogramas podem e so utilizados como complemento ou redundncia linguagem verbal.

    A utilizao de pictogramas em sinalizaes de transporte facilmente compreensvel. A inteno dos pictogramas em comunicar-se de forma rpida e independente da linguagem verbal adequa-se perfeitamente realidade dos transportes, com pessoas de distintas nacionalidades e graus de educao cuja principal meta e chegar o mais rpido pos-svel de um ponto a outro. A inteno dos pictogramas sempre foi a de atingir a compreenso do maior nmero possvel de leitores por mais que, atualmente, compreenda-se que no h possibilidade de criar uma linguagem pictrica convencional.

    O ISOTYPE de Otto Neurath e Gerd Arntz, sigla para International System of Typographic Picture Education foi uma das primeiras tenta-tivas de criar um banco internacional de pictogramas. exceo dos pictogramas da ISO (International Organization for Standartization), a produo contempornea de pictogramas, em geral no visa utilizaes universais. Muitas vezes a adequao a linguagem grfica do siste-ma onde o pictograma ser aplicado tem mais peso do que a prpria capacidade de sua identificao. O correto equilbrio entre compreensi-bilidade e adequao grfica pode ser considerado como o termmetro de qualidade de um pictograma.

    Um exemplo do estado atual da produo pictogrfica o banco de pictogramas colaborativo do TheNounProject.com. Estudantes, de-signers e quaisquer outros dispostos podem enviar pictogramas a este site. Se aprovado aps breve avaliao baseada em critrios pr-deter-minados, o pictograma pode tornar-se parte do banco de dados do The Noun Project, tornando-se disponvel para download gratuitamente ou mediante o pagamento de pequena taxa de utilizao.

    Por vezes, o valor do pictograma maior quando ele sai de seu carter meramente genrico. Os pictogramas direita, provenientes da tabela oficial de pictogramas da Transport for London, mostram isso.

  • 47

    2 Transport modes Contents

    * Denotes handed pictograms.

    With handed pictograms the pictogram faces the direction to which the sign/information is pointing to. The default position of the pictogram is left facing.

    River craft* River craft* Taxi Airport

    Cycling* Cycling*

    Car* Car*

    Bus(Print use only)

    London Overground

    Tram(On signage only)

    Coach*

    Tram(Print use only)

    London Underground

    Docklands Light Railway

    Victoria CoachStation

    Coach*

    National Rail

    A - Pictogramas utilizados pela Transport for London. TFL, Pictograms Standard, Issue 4.

    B - Gravao de telas de busca pela palavra bus no TheNounProject.comForam encontrados 135 opes de pictogramas. Busca realizada no dia 14 de maio de 2014.

  • 48

    A - Placa na Estao de trem Basel SBB em Basilia, Suia. A comunicao verbal se resume basicamente a palavra city

  • 49

    Os coaches, cuja traduo do ingls pode ser entendida como nibus de viagem, so representados de forma bastante genrica. J a represen-tao para o bus mostra um tpico nibus londrino de dois andares. O mesmo acontece com a representao do txi. Quando a especifici-dade de um local torna-se icnica, usar representaes especficas pode ter mais valor que se valer das genricas. Na sinalizao do transporte pblico curitibano, tubos e nibus biarticulados so possveis merecedores desta representao icnica.

    Legibilidade e a leiturabilidade pictogrficas podem ser baseadas em critrios prximos aos mencionados sobre tipografia. inclusive encorajado que se use pictogramas em conjunto com seu significado em texto, criando um processo que comea com a reconhecimento pelo pictograma e a confirmao de compreenso pelo texto.

    Os pictogramas servem, por fim, como elementos que auxiliam na acessibilidade de projetos grficos. Pessoas com dificuldades de leitura (na lngua nativa ou em lnguas estrangeiras) apoiam-se em picto-gramas em determinadas situaes. Por mais que no se possa compreender a confirmao textual, o pictograma prov alguma informao - o que sempre melhor que nenhuma.

  • 50

    Placa em estao de trem em Turim, Itlia. A tipografia Futura muito presente nas sinalizaes ferrovirias italianas.

    Tipografia Em qualquer aspecto da comunicao verbal - exceto a manuscrita ou a oral - a tipografia est presente. Sua existncia como registro da maior parte do conhecimento humano justifica o universo de informaes existentes quanto seu uso e suas caractersticas de legibilidade, diver-sidade de caracteres, peculiaridades relativas a seu suporte fsico, etc. Preocupar-se com a tipografia em uma sinalizao absolutamente indispensvel pois nela seu papel, mesmo com auxlio de mapas, diagramas, ou pictogramas, essencial - da escolha da famlia tipogrfica a seus pesos, espaamentos, variedades e cores.

    Como em qualquer pea de Design da Informao, a tipografia na sinalizao deve primar pela legibilidade e leiturabilidade, respectivamente pela capacidade de diferenciao entre os caracteres da famlia tipogrfica escolhida e pela maneira como ela foi aplicada na sinalizao.

    Mollerup, 2013, afirma que tipografias com formas geomtricas pouco rebuscadas so mais fceis de ler, mas que tal nvel de abstrao no deve evoluir a ponto de tornar-se to simples que compromete a legi-bilidade da famlia tipogrfica. Um exemplo disto a ampla utilizao dos tipos Futura na sinalizao da Ferrovia Estatal Italiana (Trenitalia). Nestes tipos predominam formas geomtricas simples, especialmente

  • 51

    os circulos. fcil confundir-se entre as vogais a, e e e, ou ento entre i e as consoantes l ou t.Alm disso, Mollerup escreve que palavras escritas da maneira comum - iniciais de frase ou substantivos prprios em caixa alta e o restante em caixa baixa - so mais legveis, pois permitem a expresso mxima das ascendentes e descendentes da tipografia, que so um grande recurso de diferenciao entre as letras. A preocupao com a funcionalidade dos tipos acima de qualquer outra qualidade tipogrfica faz com que, de uma maneira geral, as tipografias - quando bem escolhidas - na sinalizao sejam similares. Ainda assim, vrios projetos de sinalizao optam por desenvolver tipografias prprias - seja por preferncias no que tange a compatibili-dade da tipografia com o projeto ou por critrios meramente prtico-financeiros como o custo de licenciamento de determinadas tipografias para tais finalidades.

    A RATP, operadora de transportes de Paris, comissionou o tipgrafo Jean Franois Porchez para a criao de uma famlia tipogrfica que viria a chamar-se Parisine e seria usada, principalmente, na sinalizao do Metro de Paris. O trabalho foi um grande sucesso e, ao longo da segunda metade da dcada de 90 foram desenvolvidas diversas variaes de Parisine para aplicaes em sinalizao, mapas e elementos de identidade visual no apenas do metr como tambm de outros modais de transporte da capital francesa. Em um artigo da conferncia Hidden Typography de 2003, Porchez afirma que tipos para sinalizao devem sem mais limpos e minimalis-tas em sua forma, ao contrrio do que acontece com grande parte dos tipos feitos para meios impressos, onde formas so calculadamente exageradas ou reduzidas para compensar defeitos de impresso em pequenos tamanhos. Alm disso, Porchez aposta nos tipos humanistas como a melhor soluo para a sinalizao de ambientes pblicos, pois h neles referncias da escrita manual que facilitam a legibilidade. Ele cita, ainda, uma crtica do tipgrafo Ladislal Mandel natureza dos tipos sans serif:

    [typographers] confused modular architecture with type design, and they removed all handwriting references which reflect cultural roots

    they switched to the nudity of the sans serifs without savour and made up to 20 alternatives and more from a unique basic form, as a pretence

    at answering all the needs of typography.Ladislal Mandel, 1998

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    De cima para baixo, em ordem cronolgica de in-cio da utilizao: tipos pintados mo, Frutiger e Parisine. Os trs ainda so encontrados nas estaes do Metr de Paris.

    De cima para baixo: Taipei, Taiwan (Repblica da China) e Aeroporto de Marraquexe Menara, Marrocos.Sinalizaes que no utilizam apenas o alfabeto latino requerem uma preocupao adicional. A oferta de famlias tipogrficas que contemplem, por exemplo, os caracteres chineses tradicionais e os caracteres latinos certamente menos ampla do famlias que contemplem um ou outro tipo de caractereres. Por vezes, so escolhidas famlias distintas para cada tipo de caracteres.

    Transit, no metr de Berlin. 000

    Tipografias monoespaadas. As marcas grficas, presentes em quase todas as lnguas latinas, ex-igem cuidado redobrado, para que a informao no seja perdida. Letreiro LED em Santiago de Compostela, Galiza, Espanha.

  • 52

    Elementos Estruturais

    Totensso elementos auto sustentados e geralmente afixados no cho. A prpria estrutura tambm o suporte para informaes grficas, ao contrrio das placas que se valem de hastes estruturais pouco aproveitveis para suportar informaes. O grau de visualizao fornecido varia de acordo com a distncia.

    ColunasEm geral com funo estrutural, colunas podem ser usadas como suporte para sinalizao. Ocupam pouqussima rea ao nvel do cho e oferecem visibilidade adequada a linha de viso humana.

    PlacasAs placas so uma das mais populares formas de sinalizao. Usadas em amplo espectro de situaes, geralmente apresentam informaes pontuais e so confeccionadas para visualizao a mdia e longa distncia.

    PainisPodem ter sido intencionalmente construdos para servirem como painis ou ento adaptados a partir de uma estrutura j existente (vidros, paredes, janelas ou portas). A interveno sobre este tipo de material costuma ser simples (adesivos, de impresso ou recorte) e na maioria dos casos encontram-se murais sendo usados para visualizao a partir de curta distncia.

  • 53

    C - Foto de parada de nibus na Praa Sintagma em Atenas, Grcia.Colunas e placas areas so utilizados em conjunto.

    A - Foto de painel em abrigo de nibus. Coimbra, Portugal

    D - Foto de duas placas metlicas no Tempelhofer Park em Berlim, Alemanha.Construdo no terreno de um velho aeroporto, o parque ainda guarda exemplares de sinalizaes da infraestrutura antiga.

    b - Foto de totem na estao multimodal James Street em Liverpool, Reino Unido.

  • 54

    Acessibilidade e Ergonomia

    Acessibilidade De acordo com a TFL, 2010, a acessibilidade ocorre quando todos tem acesso as funes e benefcios de um produto, servio ou ambiente, no importando quais so suas deficincias ou inabilidades.Ainda que seja um aspecto louvvel para absolutamente qualquer criao humana, a acessibilidade especialmente importante e necessria para um servio pblico to abrangente (e com potencial de crescimento desta abrangncia) quanto o transporte pblico. Do ponto de vista do design grfico diversas limitaes humanas podem ser levadas em consideraes no quesito acessibilidade. Dal-tonismo, viso reduzida, facilidade de compreenso e leitura de ima-gens so alguns dos fatores bsicos a serem levados em considerao.

    Deficientes visuaisA acessibilidade para deficientes visuais em um sistema de sinalizao de grande importncia. De acordo com o Censo Demogrfico 2010 do IBGE, 23,9 % dos brasileiros declaram ter algum tipo de deficin-cia visual. As principais reaes que este fato deve gerar so o correto dimensionamento dos elementos grficos e a preocupao com sua leiturabilidade, utilizando, como margem de segurana, tamanhos e relaes de contrase maiores do que aquelas exigidas por pessoas com viso perfeita.

    DaltonismoO daltonismo uma deficincia visual que acomete, segundo Neiva (2008), 350 milhes de pessoas. Esta condio predominantemente na gentica masculina, o que explica o fato de 10% de todos os homens do planeta so daltnicos, contra 0,5% das mulheres.

    De acordo com Dantas (1996), h quatro tipos de daltonismo. O mais severo a incapacidade de identificar qualquer das trs cores bsicas. Os outros trs tipos so deficincias em identificar uma das trs cores.

    A principal maneira de amenizar a dificuldade no reconhecimento de cores por um daltnico utilizar no apenas variaes de matiz mas, tambm, variaes na luminosidadde e saturao da cor. A codificao de cores em maneiras compreensveis por daltnicos uma outra opo acessvel a esse grupo da poupulao. Miguel Neiva, designer portugus, desenvolveu o ColorAdd, um sistema de codificao de cores com smbolos, alternativa vivel inclusive para daltnicos com

  • 55

    total ausncia de identificao da cor. Os smbolos so combinveis e permitem identificar 21 cores.

    A temtica do daltonismo j foi abordada no sistema de transporte de Curitiba por Amanda Fortes Dalla Valle Majo da Maia, com foco no mapa da Rede Integrada de Transporte (RIT). Suas concluses sobre este mapa so apresentadas abaixo:

    A representao das principais linhas do sistema ocorre atravs da diferenciao de cores que apresentam maior dificuldade de identi-ficao por daltnicos (vermelho e verde);

    Dificuldade de diferenciao das linhas verde e marrom, em alguns casos havendo confuses na execuo dos trajetos;

    Cores de legendas repetidas, havendo dificuldades de distino; Cruzamentos entre linhas confusos, apresentando sobreposies

    entre as representaes, impedindo assim que o indivduo se man-tivesse na rota;

    Existe um uso exagerado do recurso cor para distinguir os trajetos dentro dos mapas;

    A explorao inexistente de texturas e de tipos de linhas para difer-enciar tirando a importncia da cor para transmitir a mensagem.

    Com estas informaes sobre o daltonismo em mente, fica claro que h basicamente duas opes que permitem ao daltnico lidar sem grande dificuldades com grficos multi-coloridos. A primeira, exemplifica-da pelo ColorAdd, a criao de uma codificao. Com o tempo, o usurio aprende a codificao l as cores com maior facilidade.A segunda seria utilizar as cores com variaes no apenas de matiz mas tambm de saturao e brilho, conjuntamente. Esta segunda opo pode tornar-se complicada em situaes onde h, por exemplo, elevado nmero de linhas, j que se diminui a possibilidade de cores a serem usadas. Alm disso, representaria um desafio no caso de Curitiba, que j utiliza em seus diferentes tipos de linhas uma variao mais focada na matiz, como pde ser visto na explicao sobre o sistema.

    B - Mapa do Metro do Porto.Pode se ver, na terminao das linhas, os smbolos do cdigo ColorAdd.

    A - Legenda do cdigo ColorAdd para as linhas do Metro do Porto, Portugal.

  • 56

    Ergonomia

    De acordo com a Associao Brasileira de Ergonomia, trata-se de uma disciplina cientfica relacionada ao entendimento das interaes en-tre os seres humanos e outros elementos ou sistemas e aplicao de teorias, princpios, dados e mtodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.

    A relao do designer grfico com tais fatores humanos altamente dependende dos conhecimentos obtidos em pesquisas de designers, psiclogos e cientistas cognitivos. Compreender como funciona a viso e o crebro humano, mais especificamente a forma de leitura (no s de imagens ou textos), seu processamento e aes resultantes destes so os determinantes daquilo que se podem considerar boas ou ms escolhas de design grfico.

    O foco deste trabalho reside no design grfico da sinalizao e tem portanto a inteno de causar o menor impacto possvel no mobilirio urbano existente nas paradas de nibus, estaes tubo e terminais. Os locais de aplicao indicados no captulo Sntese presumem que os suportes atuais da sinalizao j levam em conta os princpios de ergonomia aqui mencionados.

  • 57

    Placas que se projetam de superfcies ou suspensas devem ser instaladas com suficiente distncia do pblico para evitar colises.

    Placas em portas e placas planas que no precisam ser vistas distncia ou por muitas pessoas ao mesmo tempo devem ser posicio-nadas ao nvel do olho.

    Placas autosustentadas so fceis de ver mas podem gerar problemas na circulao e em sua leitura por pessoas com problemas de viso, bem como para a limpeza dos locais.

    Reproduo de ilustraes sobre ergonomia. MOLLERUP, Per. Wayfinding > Wayshowing. p.139. Traduzidas pelo autor deste trabalho.

    Placas planas devem ser montadas em uma al-tura suficiente para que sejam lidas a distn-cia por vrias pessoas ao mesmo tempo.

  • Processo de Design

  • 59

    O processo de design deste trabalho de concluso de curso foi dividido em cinco captulos: Pesquisa, Sntese, Gerao de Alternativas, Desen-volvimento e Validao. A principal fonte de referncias para o proces-so de design vem de Per Mollerup em seu livro Wayshowing, de 2005. O cronograma de execuo do projeto tambm apresentado neste captulo.

    Pesquisa

    A pesquisa ser conduzida levando em considerao trs distintos ob-jetos a serem pesquisados. O primeiro dele so os similares, onde um apanhado de sinalizaes fsicas de transporte ajuda a fazer-se perceber o estado da arte deste tema. Aps vm os substitutos, aqui caracterizados como seria feito em uma anlise de concorrncia de marketing: um substituto aquilo que no pode ser considerado um concorrente direto (seja pelo tema, meio utilizado, abrangncia ou outro fator), mas que pode ser usado no lugar de uma sinalizao fsica, diminuindo ou subtraindo sua funo. Por fim, a pesquisa com usurios, focada apenas na sinalizao atual dos nibus de Curitiba, visa fornecer um parecer atualizado e realista da situao da sinalizao de transporte atual.

  • 60

    Similares

    Foram escolhidos cinco sinalizaes para serem analizadas como simi-lares. O critrio de ecolha utilziado levava em considerao a facilidade de se obter imagens das sinalizaes para a anlise e tambm a relevn-cia destas sinalizaes no contexto nacional ou internacional. Entre os exemplos brasileiros esto o de Curitiba e o de Belo Horizonte. Dos trs restantes, um da Galiza (Vigo) e outro da Catalunya (Barcelona). O ltimo dos trs a sinalizao dos pontos de nibus de Londres, cidade muito reconhecida pelo famoso mapa de metr de Harry Beck e cuja operadora de transportes TFL e suas docmentaes em relao a sinalizao so citadas aqui por diversas vezes.

    Substitutos

    A principal motivao em se criar a categoria dos substitutos reside no fato de que certos sistemas de orientao destacados da sinalizao fsica podem oferecer referncias e inspiraes para aplicaes na sinalizao. Estes substitutos no podem ser ignorados pois tem um papel extrema-mente importante em uma sociedade cada vez mais dominada por smartphones, tablets e computadores. A busca pelas informaes da rota a ser tomada muitas vezes comea no ponto de partida, seja ele um escritrio, universidade ou casa. Perguntas corriqueiras como Sabes qual nibus vai para (...)? so feitas diariamente, seja para um colega ou para aplicativos digitais. Isso ocorre pois sabida a falta de infor-maes sobre o transporte pblico na prpria estrutura desse servio. Uma nova sinalizao, inclusive, poderia sofrer para ser aceita pelo pblico curitibano ou mesmo brasileiro. Seus substitutos so to at-raentes que, de certa forma, inutilizam a j parca qualidade da informao da sinalizao atual.

    Pesquisa com Usurios

    A pesquisa com usurios tem foco apenas na sinalizao atual dos nibus de Curitiba, especificamente aquela aplicada em paradas do tipo abrigo.

    A inteno desta parte da pesquisa compreender o que pensam usurios, possveis usurios e inclusive curitibanos que no utilizam o sistema. A opo por incluir at cidados que no usam o sistema justamente pois so potenciais usurios e uma sinalizao eficiente poderia motivar este grupo a adotar o sistema.

  • 61

    A pesquisa feita em duas partes. A primeira obrigatoriamente deve transcorrer em um ponto de nibus determinado, prximo ao nmero 1000 da Av. Vicente Machado, no bairro Batel, em Curitiba. Nesta fase o usurio avaliado por um pesquisador que prope a realizao de algumas tarefas de busca de informao na sinalizao, anotando na folha de pesquisa consideraes sobre estas tarefas e as respostas do entrevistado. A segunda fase trata apenas do reconhecimento de picto-gramas do sistema atual, reproduzidos de maneira impressa no verso da folha de pesquisa, a fim de identificar o grau de compreenso de tais smbolos.

  • 62

    Sntese

    Os dois captulos anteriores ao de sntese, fundamentao terica e pesquisa, so as bases para o captulo de sntese. A fundamentao terica deve estabelecer algumas caractersticas do sistema com base na opinio de autores e em estudos previamente feitos de uma maneira mais abrangente, que poderia se aplicar sinalizao de praticamente qualquer outra cidade ou sistema de transporte. A pesquisa contribui para reduzir a sntese tornando-a mais condizente com as caractersti-cas e necessidades locais.

    A sntese organizar o texto como um manual, para uso posterior no captulo de desenvolvimento, condensando as informaes mais importantes em trs partes: necessidades informacionais, recomendaes de design grfico e limitaes de aplicao fsica. O manual prov recomendaes que seriam compreensveis e utilizveis, por exemplo, a outros designers.

    Ela ir definir quatro aspectos principais da sinalizao:1. Contedo2. Estrutura Fsica3. Organizao4. Tipos de Elementos

    Gerao de Alternativas

    A gerao de alternativas, baseada nas instrues da sntese, ocorre de maneira modular, mostrando os experimentos com tipografias, picto-gramas, tabelas, diagramas, paletas de cor e os outros elementos grficos da sinalizao. Destas experimentaes foi selecionada a alternativa para o desenvolvimento, levando em considerao critrios expostos na fundamentao terica.

    Desenvolvimento

    O desenvolvimento do trabalho tomou como base a a alternativa escolhida e desdobrou-as em pelo menos uma variao de cada Tipo de Elemento do projeto (definido na sntese). Este captulo tambm compreende simulao virtual e fsica dos conjuntos de aplicao da sinalizao (ex.: ponto tipo abrigo com placa eletrnica, totem, etc). Aps criados todos os Tipos de Elemento e simulados os conjuntos de aplicao tornou-se possvel a confeco do Manual da Sinalizao, que permite a compreenso dos aspectos da variabilidade e adaptao,

  • 63

    fatores de absoluta importncia em uma sinalizao de nibus que abrange toda uma cidade.

    Validao

    O ltimo processo realizado, cronologicamente, neste trabalho de con-cluso de curso a validao do projeto de sinalizao desenvolvido. A validao compreende uma pesquisa com usurios utilizando a nova sinalizao desenvolvida, aplicada em um ponto de nibus real, de manera mais prxima quela que o projeto de sinalizao prope em uma utilizao real.

    A validao, no entanto, no altera o projeto grfico de sinalizao re-alizado. Os resultados obtidos servem como recomendaes de melho-rias, ajudando a compreender falhas e pontos positivos do projeto.

  • 64

    Pesquisa

    Sntese

    Similares

    Substitutos

    com Usurios

    Locais/Nacionais

    Internacionais

    Acadmicos

    Aplicativos Mveis

    Websites

    Impresso Porttil

    Orientao Verbal

    Entrevista

    Observao

    Testes

    Junto com a bibliografia, soos elementos que daro origem a...

    Estrutura Fsica Organizao Tipos de PeasContedo

    O que a sinalizao ir informar? E em qual tipo de elemento cada contedo ficar?

    Quais as caractersticas fsicas de placas, murais, adesivos, etc?Quais os tamanhos e materiais?

    Como elementos sero nomeados, tabelados e codificados?

    Nome, aplicaes, limitaes de cada tipo de pea e sua relao com os outros critrios.

    Seleo de AmostrasProduo de Modelo de AnliseAplicao do ModeloTabulao dos ResultadosApresentao Grfica dos Resultados

    Em qualquerpesquisa

    Gerao de Alternativas

    Diagrama do Processo de Design

  • 65

    Desenvolvimento

    Gerao de Alternativas

    Gerao dinmica, variando elementos e no os conjuntos finais de alternativas geradas.

    Depois de geradas so analisadas e escolhe-se a melhor combinao para o desenvolvimento.

    3 Tipografias 2 Paletas de Cor 2 Layouts

    Desdobrar ao menos 1 item de cada Tipo de Pea.

    Simular ao menos 1 de cada tipo de parada.

    Elaborar o Manual de Aplicao da Sinalizao

    Validao

    In Loco Especfica

    Anlise de pictograma, mapa, tabela, etc

    Feito fora do espao real da sinalizao

    Tarefas distintas para elementos diferentes

    Permite ajustes finos nos elementos

    Testes On e Offline para amostra variada

    Tabulao simplificada

    Anlise de um CdA como um todo

    Feito no espao real de uso da sinalizao

    Tarefas, feedbacks e distraes so reais

    Mostra panorama do estado da sinalizao

    Realizao e tabulao mais complexa

    Aplicao da sinalizao impressa em ponto de nibus do tipo abrigo, da maneira mais prxima possvel do que seria a aplicao oficial. Usar usurios do ponto para teste.

    Teste de elementos especficos da sinalizao, em situao controlada. Por exemplo: compreenso de pictogramas ou mapas, grau de dificuldade de leitura de tabela, etc.

  • 66

    20142012-2013

    Maro Abril Maio Junho Julho

    PropostaTCC

    Criao e inciodas atualizaesno blogSignalling All Over

    FundamentaoTerica

    Pesquisada sinalizao atualde similaresde substitutoscom usurios

    SntesedeDiretrizes

    Planejamentoda Execuodo TCC

    EntregaProposta

    1Entrega

    2015

    Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

    Gerao deAlternativas

    Desenvolvimentoda AlternativaEscolhida

    Tornar o projeto conhecidoem empresasem eventosem concursosem sites, etc

    Entrega paraQualificao

    Reviso paraQualificao

    Reviso paraEntrega Final

    Vdeo eApresentao

    Validao

    Fechamento doDoc. Escrito

    EntregaFinal

    ApresentaoFinal

    Inserir projetono portfolio

    Cronograma

    signallingallover.tumblr.com

  • 67

    20142012-2013

    Maro Abril Maio Junho Julho

    PropostaTCC

    Criao e inciodas atualizaesno blogSignalling All Over

    FundamentaoTerica

    Pesquisada sinalizao atualde similaresde substitutoscom usurios

    SntesedeDiretrizes

    Planejamentoda Execuodo TCC

    EntregaProposta

    1Entrega

    2015

    Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

    Gerao deAlternativas

    Desenvolvimentoda AlternativaEscolhida

    Tornar o projeto conhecidoem empresasem eventosem concursosem sites, etc

    Entrega paraQualificao

    Reviso paraQualificao

    Reviso paraEntrega Final

    Vdeo eApresentao

    Validao

    Fechamento doDoc. Escrito

    EntregaFinal

    ApresentaoFinal

    Inserir projetono portfolio

  • Pesquisas e Anlisesde Similares e Substitutos

  • 69

    O captulo de pesquisa mostra quais foram as principais referncias para a execuo deste trabalho. Primeiramente mencionado o SignallingAllOver, um blog com fotos de sinalizaes ao redor do mundo mantido pelo autor. Depois, alguns trabalhos acadmicos simi-lares a este so comentados. Na sequncia recebem comentrios alguns manuais e guias que fazem parte de sistemas em operao, com um foco especial para aqueles produzidos pela Transport for London.

    Tambm foram realizadas duas anlises neste captulo, no intuito de executar um estudo de referncias ligeiramente mais sistematizado. A primeira delas a anlise de similares, que so sinalizaes de sistemas de nibus propriamente ditas. A segunda trata de substitutos virtuais da sinalizao, mais precisamente aplicativos para dispositivos mveis e stios da web.

    A anlise de similares foi realizada com 5 sistemas de sinalizao de ransporte. A amostra foi escolhida com base na facilidade de se encon-trar imagens para esta anlise e na representatividade de cada sinalizao em seus contextos local e mundial.

    J a anlise de substitutos foi feita com trs diferentes objetos de estudo: dois sites e um aplicativo. A amostra foi escolhida por sua representa-tividade nos critrios local (Buso Curitibano), nacional (SPTrans) e internacional (RATP). Houve tambm a preocupao de - a exceo de Curitiba - no repetir cidades j analisadas nos similares.

  • Pesquisa de Referncias

    Signalling All Over

    O blog signallingallover.tumblr.com foi criado em fevereiro de 2013 a partir do desejo do autor de reunir fotos de placas que havia tirado em viagens. As primeiras publicaes foram retroativas e receberam imagens fotografadas a partir de 2010. A existncia de um lugar para reunir estas placas motivou que mais fotografias em novas viagens e tambm a convidar amigos em outras partes do mundo a enviar imagens de sinalizaes que encontrassem nos locais onde viviam ou visitavam. A partir de determinado momen-to o blog passou a focar apenas em fotos de sinalizaes de sistemas de transporte - mudana que nasceu junto com as primeiras ideias do que viria a ser este trabalho de concluso de curso. Atualmente a pgina conta com 63 publicaes em aproximadamente 40 cidades da Amrica do Sul, costa leste dos Estados Unidos, Europa ocidental, Marrocos, Turquia e Taiwan. Vrias delas serviram como referncia direta ou indireta para este projeto.Signalling All Over - reproduo de

    mapeamento (Google) e captura de tela a pgina do blog.Capturados a 27/10/2014.

  • 71

    Trabalhos AcadmicosAlguns trabalhos acadmicos similares foram utilizados como fontes de referncia formal ou indireta na realizao deste trabalho.Um projeto realizado pelo prprio autor sobre sinalizao para o Bosque Alemo, em Curitiba, serviu de referncia inicial nos primeiros momentos de idealizao do que haveria de ser feito. Estri-tamente acadmico, o projeto fora realizado em uma das disciplinas do curso de Design Grfico.

    Outro projeto importante na fase inicial foi chamava-se Sistema de Informao para as Linhas de nibus de Porto Alegre, desenvolvido por Julia Wagner Poloni como trabalho de concluso de curso da UFRGS. A realidade similar tanto do sistema de transporte quanto do gnero de trabalho auxiliou na organizao dos tpicos que seriam aplicados a este trabalho, especialmente para a fundamentao terica. A tese de doutorado de Jos Allard (Politecnico di Milano) nomeada The Design of Public Transport Maps forneceu bases especialmente para questes relacionadas aos mapas e diagramas desenvolvidos neste projeto. A tese conta, ainda, com uma extensa pesquisa sobre mapas (e diagramas) de sistemas de transporte com mais de 60 exemplares do mundo todo, tornando-se adequada tambm para obteno de referncias visuais.

    Outro trabalho a ser citado a dissertao de Cristine de Oliveira Lanzoni (UFPR) Gesto do Design no Transporte Pblico de Curitiba: Um estudo de caso do desenvolvimento do sistema de informao ao usurio das paradas de nibus tipo abrigo. Este documento contm grande quantidade de informao sobr


Top Related