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  • 7/25/2019 Seminrio Writing Against Culture

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    Seminrio Writing Against Culture Lila Abu-Lughod

    Writing Culture, livro de Cliford e Marcus que critica as premissas daantropologia cultural, deia de lado dois grupos sociais cu!a situa"#opoderia a!udar a re$etir sobre essas premissas% &eministas e mesti"os'hal(es)* +emplo de pessoas cu!a identidade cultural mista* A situa"#odesses dois grupos evidencia os problemas de uma quest#o central daantropologia cultural% a divis#o entre n.s/ e outros/* 0ma distin"#o debase cultural, onde a palavra cultura/ opera no discurso antropol.gico a&un"#o de legitimar discrimina"1es que inevitavelmente carregam um sensode hierarquia* 2 autor aponta estratgias para uma escrita que se op1e aoconceito de cultura, e de&ende o que chama de etnogra(a do particular/*

    3.s e 2utros

    Alguns elementos compartilhados pela antropologia de &eministas emesti"os esclarecem a centralidade da distin"#o n.s4 outros como

    paradigma antropol.gico*A antropologia e o &eminismo, apesar de terem em comum o interesse peladi&eren"a, divergem na maneira como organi5am o conhecimento,desenham as &ronteiras e concebem a rela"#o do investigador com o ob!eto*6eministas descobrem o eu/ atravs da consci7ncia da opress#o dooutro/* Antrop.logos tambm constroem si mesmos na rela"#o com ooutro, mas n#o energam esse outro como algum sob ataque*

    Strathern ! chamou a aten"#o para a rela"#o entre n.s/ e outros/ naAntropologia, mais especi(camente na antropologia &eminista* Mas ignoroua eist7ncia do con$ito nessa rela"#o, e um aspecto &undamental da origem

    da disciplina% que a Antropologia nasce em um mundo divido entreocidentais e n#o-ocidentais, caracteri5ado pela domina"#o e eplora"#o dossegundos pelos primeiros*

    A constru"#o do outro/ contribuiu para a legitima"#o da antropologia comoci7ncia* 8 esse ob!eto de estudo que a di&erencia das outras disciplinas*3omear a comunidade estudada como o outro/ o que d identidade aoantrop.logo* 9sso tem duas consequ7ncias* :rimeiro, alimenta a convic"#ode que ningum consegue ser ob!etivo quando estuda a pr.pria sociedade*Segundo, caracteri5a o antrop.logo como um estudiosos das sociedadesn#o ocidentais, e.ticas*

    Se a antropologia ainda praticada como uma ci7ncia de um ocidentalimpecvel em busca de um outro/ que est l &ora, a teoria &eministaacatou o perigoso caminho de tratar n.s/ e outros/ como dados 'inatos)*2p"#o que levou ; crise da teoria &eminista e pode &omentar re$e1es sobreos caminhos da antropologia*

    2 &eminismo tinha como principal meta a!udar as mulheres a se tornaremsu!eitos, para alm da ob!eti(ca"#o e da pro!e"#o de um outro/ em rela"#oao homem* 0ma di(culdade que levou ; crise da teoria &oi o problematra5ido pelas di&eren"as do grupo* 6ica claro que os posicionamentos delsbicas e de mulheres a&ro-americanas n#o s#o os mesmos da mulher

    branca de classe mdia* Alm disso, masculino e &eminino t7m signi(cadosdi&erentes em culturas diversas* Atribuir ao g7nero &eminino caracter

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    (as representa um passo para trs, em dire"#o ; naturali5a"#o eessenciali5a"#o*

    =uais as li"1es que esse epis.dio tra5 para a antropologia* :rimeiro, que oeu/ sempre uma constru"#o, e n#o uma entidade natural* Segundo, oprocesso de cria"#o de um eu atravs da oposi"#o de um outro leva sempre; supress#o das di&eren"as* As &eministas tiveram que encarar, ao voltarem-se para a &orma"#o da identidade e as possibilidades de atua"#o pol

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    branco logo signi(cou ser representado por ele* @ornou-se s

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    Se a cultura, sob a sombra da coer7ncia, da atemporalidade e dadi&erencia"#o, a principal &erramenta antropol.gica na inven"#o do outro,e se a di&eren"a acaba por instituir uma rela"#o de poder, como pudemosobservar na antropologia &eminista e de grupos mesti"os, h de seconsiderar estratgias de escrita contra a cultura*

    iscurso e :rtica

    entro do circuito te.rico, dois termos tem ganhado destaque na discuss#ode estratgias de escrita contra a cultura% prtica e discurso* Ainda quepossam vir a assumir o mesmo papel que ho!e tem a palavra cultura, essesconceitos a!udam a analisar a vida social sem eigir o grau de coer7ncianecessrio quando &alamos de cultura*

    :rtica, em antropologia, associada com Doudieu e 2rtner, cu!aaproima"#o te.rica construneas, entre acomunidade estudada e o antrop.logo, isso sem mencionar a sociedade ;qual ele pertence* A busca de uma cone#o mais pol

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    cautelosos com as generali5a"1es* +m primeiro lugar, como parte de umdiscurso pro(ssional em prol da ob!etividade e do saber especiali5ado,generali5a"1es estabelecem inevitavelmente uma rela"#o de poder* 8 alinguagem do observador que est ; parte, &ora do que est descrevendo* 2segundo problema com as generali5a"1es deriva n#o da sua participa"#o na

    constru"#o discursiva de um saber especiali5ado, mas dos e&eitos dehomogeneidade, coer7ncia e atemporalidade que produ5* A generali5a"#oapagas as di&eren"as, contradi"1es, con$itos de interesse e mudan"as demaneira geral*

    2 autor prop1e que eperimentemos narrativas etnogr(cas do particular,continuando a tradi"#o da escrita baseada no trabalho de campo*


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