Avaliação do Plano Brasil Sem Miséria: a perspectiva de pobreza monetária
2001-2013
Júlio César Gomes FonsecaCoord. Geral do Departamento de Monitoramento
Márcia Valéria de Sousa BarbosaConsultora UNESCO
Dificuldades de captação de rendimento em Pesquisas Domiciliares
• PNAD é pesquisa sobre mercado de trabalho e caracterização socioeconômica, não investigação sobre gastos familiares
• Não capta, como as Pesquisas de Orçamentos Familiares, de modo exaustivo e “auto-controlado” as diversas fontes de rendimento
• Rendimentos do trabalho de autônomos estão entre as fontes mais não declaradas e/ou subdeclarada
• Também as Transferências governamentais – como Bolsa Família, BPC e Aposentadoria/Pensão – estão sujeitos a subdeclaração voluntária e involuntária
• Sem Declaração (SD): passa de 4 mi (2000) para 6 mi (2009) e 8,5-10 mi (2011-2013)
• Renda Zero (SR): oscila entre 1,2 e 2,6 mi no período, registrando 2,4 mi (2013)
Evolução da taxa de extrema pobrezaBrasil, 2001-2012 – Várias metodologias
19901992
19931995
19961997
19981999
20012002
20032004
20052006
20072008
20092011
2012
0
5
10
15
20
25
30
Ipeadata Cepal BIRD Sônia Rocha REL ODM SAGI
8,3 p.p.
1,9 p.p.
Aumento do Sem Declaração de renda Brasil 2001-2013
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 20140
2
4
6
8
10
12
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 20140
2
4
6
8
10
12
Aumento do contingente de Renda Zero Brasil 2001-2013
Aumento do peso do Renda Zero acaba afetando a taxa de extrema pobreza (32% em 2013)
Indícios de inconsistência no total de domicílios classificados com Renda Zero Posse de Máquina de Lavar por faixas de renda domiciliar per capita - Brasil 2013 (%)
Renda Zero 71 a 140 281 a 560 Sem Declaração0
10
20
30
40
50
60
70
80
38.9
13.5 15.3
30.2
48.2
70.074.3
57.5
Indícios de inconsistência no total de domicílios classificados com Renda Zero
Chefes de Domicílio com nível superior por faixas de renda domiciliar per capta – Brasil 2013 (%)
Renda Zero 71 a 140 281 a 560 Sem Declaração0
5
10
15
20
25
5.3
0.8 0.4 1.02.6
17.5
19.8
11.3
Renda Zero 71 a 140 281 a 560 Sem Declaração0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
73.0
41.8 44.3
59.0
71.9
83.9 84.8
76.2
Indícios de inconsistência no total de domicílios classificados com Renda Zero
Esgotamento Sanitário adequado por faixas de renda domiciliar per capita - Brasil 2013 (%)
Renda Zero 71 a 140 281 a 560 Sem Declaração0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
84.3
63.3 62.2
75.382.9
89.6 89.685.0
Indícios de inconsistência no total de domicílios classificados com Renda Zero
Abastecimento de Água por faixas de renda domiciliar per capita - Brasil 2013 (%)
Procedimentos – determinísticos e estatísticos – para identificação de pessoas em Extrema Pobreza entre aqueles com Renda Zero e
aqueles Sem Declaração
1. Cálculo de renda computável entre os SD
2. Cálculo de renda computável e imputação de rendimentos em casos específicos
3. Uso do Filtro aplicado ao Censo Demográfico 2010
4. Desenvolvimento e uso de filtro determinístico na PNAD
5. Aplicação da metodologia de Tratamento de Volatilidade na Extrema Pobreza
6. Aplicação de Análise Discriminante (AnDisc) na captação de perfil de população de 1 a 70 reais e identificação de Extrema/e Pobres entre SD e Renda Zero
Dentre os diversos procedimentos selecionou-se aqueles determinísticos e estatísticos mais transparentes e defensáveis
tecnicamente
1. Cálculo de renda computável entre os SD
2. Cálculo de renda computável e imputação de rendimentos em casos específicos
3. Uso do Filtro aplicado ao Censo Demográfico 2010
4. Desenvolvimento e uso de filtro deterministico na PNAD
5. Aplicação da metodologia de Tratamento de Volatilidade na Extrema Pobreza
6. Aplicação de Análise Discriminante (AnDisc) na captação de perfil de população de 1 a 70 reais e identificação de Extrema/e Pobres entre SD e Renda Zero
1. Cálculo da Renda Computável nos domicílios Sem Declaração de Renda: a larga maioria tem algum registro de rendimento, que foi usado para computar a renda disponível per capita. Isto equivale a supor que ao não declarar o rendimento, que ele é ZERO. Há pois um potencial viés de sobre-classificar domicílios em Extrema Pobreza.
3. Com base nas variáveis selecionadas para discriminar o perfil socioeconômico dos extremamente pobres, aplicou-se Análise Discriminante no grupo de R$ 01 a 70 (2011) para as várias PNADs. Dessa forma, aplicou-se as funções de classificação no grupo SR – e depois SD - para identificar os casos que não apresentavam perfil de EP. As variáveis utilizadas são:
1) Água encanada por meio de rede geral ou poço ou nascente2) Existência de banheiro no domicílio3) Posse de máquina de lavar4) Posse de geladeira5) Posse de fogão à gás ou elétrico6) Nível de instrução da pessoa de referência7) Posse de carro ou motocicleta8) Posse de telefone fixo9) Posse de microcomputador com acesso à internet10) Composição etária do domicílios (Existência de 3 ou mais crianças de 14 anos ou mais )
Metodologia selecionada para Tratamento de pessoas com Renda Zero e Sem Declaração envolveu dois procedimentos
Aplicação da Técnica Análise Discriminante
SEM DECLARAÇÃO (SD)
RENDA ZERO (SR)
EXTREMAMENTE POBRES (EP)
OUTRAS RENDAS
R$ 1
a 7
8
75% 25%
CRIAÇÃO MODELO
VALI
DA
ÇÃO
Resultados do Ajuste (2013):
Sensibilidade: 72%
Especificidade: 80%
Acurácia: 80%
• Nos anos de 2004 a 2007 não foram coletadas informações sobre o uso de carro ou moto nos domicílios.
• Nos anos de 2007 a 2009 a variável relacionada ao uso de internet nos domicílios não foi ajustada pela função discriminante, tendo sido retirada pelo procedimento de stepwise.
Resultados da Análise Discriminante Regularidade dos Coeficientes da Função Discriminante
Resultados da Técnica Análise Discriminante
SEM DECLARAÇÃO (SD)
10.773.695
RENDA ZERO (SR)
2.441.117
EXTREMAMENTE POBRES (EP)
5.190.080
ACIMA DE R$ 78
182.647.080
EP743.963 (30,5%)
Não EP
1.697.154
Não EP7.361.069
A CLASSIFICAR3.412.626
EP256.766 (7,5%)
Não EP3.155.860
Resultado: Comparação das Taxas de Extrema Pobreza Original e Aprimorada
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 20130.0%
1.0%
2.0%
3.0%
4.0%
5.0%
6.0%
7.0%
8.0%
7.0%6.5%
5.4%5.0%
4.1% 3.9% 3.8%
2.9% 3.1%
7.6%
7.0%
5.7% 5.7%
4.8% 4.6%4.4%
3.6%4.0%
Série Aprimorada Série Original
Taxas de Extrema Pobreza Aprimorada com intervalo de confiança a 95%
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 20130.0%
1.0%
2.0%
3.0%
4.0%
5.0%
6.0%
7.0%
8.0%
6.7%6.2%
5.1%4.6%
3.8% 3.6% 3.5%
2.7% 2.9%
7.4%
6.9%
5.7%5.4%
4.3% 4.2% 4.0%
3.1% 3.3%
Limite Inferior (Discr) Extremamente Pobres (Discr) Limite Superior (Discr)
Avaliação do impacto do Renda Zero na extrema pobreza após a aplicação da Análise Discriminante
(22% em 2013)
SR EP R$ 1 a 70 R$ 141 a 280 R$ 560 ou mais SD não EP0
10
20
30
40
50
60
70
80
2.998
13.53 15.26
30.19
48.05
69.83
58.45
76.16
Percentual de domicílios com máquina de lavar roupa (%)
Avaliação da metodologia de tratamento de Sem Declaração e Renda Zero
SR original = 38,9% SD original = 74,3%
Avaliação da metodologia de tratamento de Sem Declaração e Renda Zero
SR EP R$ 1 a 70 R$ 141 a 280 R$ 560 ou mais SD não EP0
10
20
30
40
50
60
70
6.912.83
25.5331.2
38.22
47.32
64.74
40.12
66.54
Percentual de domicílios com carro ou moto (%)
Avaliação da metodologia de tratamento de Sem Declaração e Renda Zero
SR EP R$ 1 a 70 R$ 141 a 280 R$ 560 ou mais SD não EP0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
86.4978.84
75.06 74.81
63.1154.91
39.2231.51 34.88
Percentual de pessoas de referência dos domicílios sem instrução ou fundamental incompleto (%)
Avaliação da metodologia de tratamento de Sem Declaração e Renda Zero
SR EP R$ 1 a 70 R$ 141 a 280 R$ 560 ou mais SD não EP0
20
40
60
80
100
120
76.36 74.64 72.2 75.4
88.394.21 97.37 99.94 98
Percentual de domicílios com abastecimento de água por rede geral ou poço ou nascente com encanamento (%)
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