SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL - PDE
UNIDADE DIDÁTICA
Alunos com Deficiência Visual no Ensino Regular
Área: Educação Especial
Professor PDE: Maria Laurinete de Souza
IES: UEM
Professora orientadora: Zaira Fátima de Rezende Gonzalez Leal
Agosto – 2011
Sumário
Introdução .............................................................................................................. 1
EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO SOBRE INCLUSÃO ................................................................ 1
BREVES ESTUDOS RELACIONADOS À INCLUSÃO .............................................................. 3
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA ......................................................................... 4
ALGUNS TIPOS DE VISÃO SUBNORMAL, OU BAIXA VISÃO:ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.
RECURSOS ELETRÔNICOS .............................................................................................. 12
Recursos Pedagógicos ......................................................................................... 12
SISTEMA BRAILLE ........................................................................................................ 12
SOROBAN ..................................................................................................................... 16
Caneta Barbante .......................................................................................................... 17
GRADE PARA ESCRITA CURSIVA .................................................................................... 17
Livro Didático ............................................................................................................. 17
Mitos .................................................................................................................... 19
Orientações .......................................................................................................... 20
Considerações Finais ........................................................................................... 21
1
Introdução
Evolução da Legislação sobre inclusão
Antes de falarmos sobre metodologias e recursos, é necessário nos remetermos aos
tempos passados e entendermos que a população deficiente era amaldiçoada, segregada,
tratada como doente e colocada em instituições, excluída da família e da sociedade.
O atendimento a pessoas com deficiência iniciou-se oficialmente no Brasil em 12 de
setembro de 1854, quando D. Pedro II fundou o “Imperial Instituto dos Meninos Cegos1”, no
Rio de Janeiro, hoje “Instituto Benjamin Constant”. Após cem anos, em 1954 , no Rio de
Janeiro, foi fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE2.
Somente em 1961, com a LDB3, é que veio ocorrer uma preocupação direta e abrangente do
Estado brasileiro com a educação especial.
Em 1994, a UNESCO4 registrou, na Declaração de Salamanca,
5 o conceito de inclusão
no campo da educação comum, normatizando a necessidade de capacitar escolas comuns para
atender a todos os alunos, em particular aqueles com necessidades educativas especiais. Em
1996, a LDB priorizou o atendimento educacional das pessoas com deficiência no sistema
regular de ensino. Em 1988, a legalidade da inclusão fica exposta em Lei na Constituição
Federal6 nos artigos 1º, 3º, 5º e 205, onde constam: o direito a dignidade da pessoa humana; a
1O Instituto Benjamin Constant foi criado pelo Imperador D.Pedro II através do Decreto Imperial n.º 1.428, de 12 de setembro de 1854, tendo sido
inaugurado, solenemente, no dia 17 de setembro do mesmo ano, na presença do Imperador, da Imperatriz e de todo o Ministério, com o nome de
Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Este foi o primeiro passo concreto no Brasil para garantir ao cego o direito à cidadania.
2 O Movimento Apaeano é uma grande rede, constituída por pais, amigos, pessoas com deficiência, voluntários, profissionais e instituições parceiras -
públicas e privadas - para a promoção e defesa dos direitos de cidadania da pessoa com deficiência e a sua inclusão social.
3 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) define e regulariza o sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes
na Constituição. A primeira LDB foi criada em 1961, seguida por uma versão em 1971, que vigorou até a promulgação da mais recente em 1996.
4United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) - A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura fundou-se a 16 de Novembro de 1945 com o objetivo de contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, a ciência, a cultura
e as comunicações.
5A Declaração de Salamanca (Salamanca - 1994)é uma resolução das Nações Unidas que trata dos princípios, política e prática em educação
especial.Adotada em Assembléia Geral, apresenta os Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências. 6 A Constituição ou Carta Magna é um conjunto de regras de governo, codificada como um documento escrito, que enumera e limita os poderes e
funções de uma entidade política.
2
promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação; direito a igualdade; e direito de todos à educação visando ao
“pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”. Em 2001, o Congresso Nacional aprovou e promulgou o
Decreto n° 3956/017, baseado na Convenção Interamericana para a eliminação de todas as
formas de discriminação contra pessoas deficientes, celebrada na Guatemala.
Em setembro de 2001, o Conselho Nacional de Educação8 instituiu as bases para a
elaboração das normas para a Educação especial. De acordo com o Conselho Nacional de
Educação (CNE), os estudantes deverão ser matriculados nas classes comuns do ensino
regular e, simultaneamente, receber atendimento especializado em turno contrário ao da
escola. O CNE ressalva que o atendimento educacional especializado não poderá substituir o
ensino regular e poderá ser prestado em salas com recursos multifuncionais na própria escola,
em centros de rede pública ou em instituições filantrópicas, conveniadas com as Secretarias
de Educação.
Diante disto, segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a
Construção de Currículos Inclusivos da SEED (PARANA, 2006), a partir de 2002,
MEC/Seesp9 e SEED
10, tiveram uma ruptura ideológica a respeito da Educação Especial e
inclusão dos alunos especiais nas escolas regulares. Esta ruptura se deu, segundo a DCE da
Educação Especial da SEED (PARANÁ, 2006), porque o MEC/Seesp defende a idéia de
inclusão TOTAL, a matrícula incondicional de todos os alunos com necessidades especiais
nas escolas regulares, enquanto que a SEED defende também a matrícula de todos nas escolas
regulares, mas com uma ressalva: que o aluno com deficiência mental, tenha atendimento nos
serviços especializados.
7Reafirma que as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes
direitos, inclusive o direito de não ser submetidas à discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a
todo ser humano.
8 Conselho Nacional de Educação-CNE, órgão colegiado integrante do Ministério da Educação, foi instituído pela Lei 9.131, de 25/11/95, com a
finalidade de colaborar na formulação da Política Nacional de Educação e exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao
Ministro da Educação.
9 (SEESP) Secretaria de Educação Especial desenvolve programas, projetos e ações a fim de implementar no país a Política Nacional de Educação
Especial. A partir da nova política, os alunos considerados público-alvo da educação especial são aqueles com deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação. 10
(SEED) Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
3
Breves Estudos Relacionados à Inclusão
Se olharmos a nossa volta, deparamo-nos cotidianamente com pessoas de
fisionomias, pensamentos, ideologias, etnias e perspectivas diferentes. Cada indivíduo é um
ser singular, ninguém é igual, há sempre algo diferenciado em cada um. Desta forma
percebemos que “diferença” não é sinônimo de incapacidade, mas de singularidade.
Reis (2010, p.70), afirma que “a base do paradigma de inclusão está na percepção de
que a diversidade é parte da natureza humana e a diferença não é um problema, mas um fator
de enriquecimento entre as pessoas.
A construção de uma escola inclusiva implica superar algumas dificuldades, em
especial, o preconceito latente construído historicamente em nossa sociedade. Segundo Reis
(2010, p.39) “O preconceito e a discriminação podem ser frutos do desconhecimento, sendo
assim, abordar o preconceito como parte da educação inclusiva é essencial, já que esta tem a
sua base exatamente nas experiências com o diferente, nas trocas, na introdução de valores”.
Para Alves (2009), “é preciso entrar no mundo do outro para melhor compreendê-lo,
respeitá-lo em suas diferenças, para que ele possa fazer parte da coletividade”. Conforme a
autora, devemos ter um pensamento ecossistêmico, ou seja, ter uma visão do eu, do outro e do
todo, em relação as pessoas com deficiência ou não. Para tanto é necessário que a escola tenha
um projeto coletivo em que entrelace os interesses pessoais com os do grupo e que o ambiente
escolar, que é estabelecido pelo gestor, equipe pedagógica, corpo docente, discente e
funcionários em geral, seja propício para que o aluno “normal” se adapte ao “aluno com
necessidades educacionais especiais”.
Colocar o aluno na escola regular como simples peça e argumento para se efetivar a
inclusão demonstra a falta de uma política pública de inclusão efetiva, onde o discurso está
muito longe de se transformar em práticas reais em sala de aula.
Fica claro que a simples inserção de alunos com assistência aos sistemas regulares de ensino
pode redundar em fracasso, na medida em que estes apresentam problemas graves de
qualidade, expressos pelos altos níveis de repetência, de evasão e baixos níveis de aprendizagem. (SALVIA & YSSELDYKE, 1991, p.43)
4
A grande ousadia deste momento de “inclusão” é tornar a escola um lugar “plural”,
onde todos os indivíduos, com deficiência ou não, possam conviver com as diferenças, terem
seus direitos respeitados e suas necessidades educacionais atendidas. Este é o foco que a
Educação Inclusiva tem.
Apresentação da Unidade Didática
A minha preocupação com a inclusão de alunos com necessidades educacionais
especiais nas escolas regulares vem da constatação de que nem professores, nem o sistema de
ensino estão preparados e receptivos para tal processo. Para esta receptividade, designa-se o
tratar com respeito, carinho e dignidade, como também a busca incessante pelos profissionais
de educação de recursos, metodologias e estudos, para que o aluno incluso possa ser incluído
na vida social e escolar da escola, e conseqüentemente de seu bairro. A inclusão responsável
não admite que o aluno incluso se sinta como “um ser figurante”, muitas vezes de mochilas
fechadas, uma vez que as atividades feitas naquele momento pelos seus colegas de sala, não
foram adequadas a ele. Espera-se então, que o professor, ao preparar suas aulas, “o veja”, e
para cada atividade preparada esse professor tenha o compromisso de ajustá-la visando à
heterogeneidade da sala de aula.
Pensando desta forma, preparei esta “Unidade Didática” que é voltada
excepcionalmente aos professores que lecionam para alunos com deficiência visual no ensino
regular. Aqui faremos um breve esclarecimento sobre visão, cegueira e baixa visão,
procedimentos pedagógicos, recursos pedagógicos (Braille, Soroban, Livro Didático,...),
recursos visuais e não visuais, recursos tecnológicos, orientações para as pessoas que
convivem com estes alunos, alguns mitos que devem ser excluídos do convívio das
pessoas(pais, professores, amigos...) que estão diretamente ligadas a eles, e as considerações
finais na qual é feita uma breve constatação sobre a inclusão nas escolas regulares.
5
VISÃO
A visão é um dos cinco sentidos, que permite que o indivíduo enxergue as belezas e tristezas
do mundo, através do contato real, virtual e televisivo. A visão é um dos sentidos mais relevantes e
complexos para o homem. Segundo Eliene Percilia11
, a visão humana é composta pelos olhos, que
possuem em seu interior a retina, que é composta por cones e bastonetes12
, onde são realizados os
primeiros passos para o processo perceptivo. A retina transmite os dados visuais por meio do nervo
óptico e do núcleo geniculado lateral, para o córtex cerebral. É no cérebro que ocorre o processo de
análise e interpretação que permite reconstruir as distâncias, movimentos, cores e formas de objetos,
animais, pessoas entre outros. Veja o desenho:
Figura 1.13
11 http://www.brasilescola.com/oscincosentidos/visao.htm, acesso em 20 de maio de 2010.
12 Cones são as células do olho humano que tem a capacidade de reconhecer as cores, segundo a teoria tricromática (teoria de
Young-Helmholtz). Já os bastonetes, outro tipo de célula do olho humano, tem a capacidade de reconhecer a luminosidade.
Existem aproximadamente 6 milhões de cones em cada olho humano concentrados na região fóvea. Sendo estes os responsáveis pela percepção das cores. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cone_(c%C3%A9lula) acessado em 20 de maio de 2011.
13 Extraído do site
http://www.ibb.unesp.br/nadi/museu2_qualidade/museu2_corpo_humano/museu2_como_funciona/museu_homem_nervoso/museu_homem_nervoso_visao/Documentos/Brainfacts_otmo.pdf acessado em 20 de maio de 2011.
6
Explicando a figura acima, temos dois nervos ópticos que se cruzam formando a
quiasma óptico, que tem sua importância uma vez que as fibras da parte medial de cada retina se
cruzam, projetando para o outro lado do cérebro, enquanto as fibras da parte lateral da retina
continuam do mesmo lado. O resultado disso é que cada hemisfério cerebral recebe informações sobre
o campo visual contralateral de ambos os olhos. No caso da figura, o menino está vendo a xícara, e nos
hemisférios esquerdo e direito do cérebro as xícaras aparecem de forma contralateral, ou seja, em
lados opostos, olho direito para o hemisfério esquerdo e olho esquerdo para o hemisfério direito. No
cérebro as informações (cor, forma, tamanho e posição) são “interpretadas” fazendo com que a
imagem do objeto em foco seja vista na posição correta.
CEGUEIRA
A cegueira pode ser congênita (desde o nascimento) ou adquirida. Em alguns casos ela vem
associada com perda de audição, no caso, o surdo cego. Na cegueira congênita, a vantagem, se isso
pode ser chamado assim, é que a criança não conheceu o lado vidente de ser e, desta forma, ela terá
mais facilidade em aceitar sua deficiência; a desvantagem é que, como não foi vidente, não terá
nenhum tipo de conhecimento concreto visual, logo, a falta de estímulos visuais atrasará o
desenvolvimento psicomotor. A cegueira adquirida é de difícil aceitação, já que a pessoa um dia foi
vidente. Esta aceitação é mais difícil na adolescência, e mais fácil na infância. A pessoa que tem
cegueira adquirida tem dados importantes, sua memória oferece informações preciosas, como
reconhecer objetos decodificados pelo tato ou ouvido.
A publicação sobre Orientações Curriculares para Alunos Cegos e com Baixa Visão14
,
Mendonça et al (2008) afirma que é preciso dar atenção particular ao enriquecimento do Input
Sensorial e, por conseguinte na qualidade das informações visuais transmitidas verbalmente ou
tatilmente. Ou seja, o input sensorial mais as informações visuais/verbais e táteis, promovem a
combinação de informações em que o cérebro constitui um todo. Caso isso não aconteça, é
tendenciada a repetição de conceitos utilizando palavras sem o real, ou parcial conhecimento de seu
significado.
A visão nos dá as informações integradas do que vimos, sem ela, a pessoa terá uma
compreensão imprecisa, advinda dos quatro sentidos restantes (tato, audição, olfato, e paladar). Para
14 MENDONÇA, Alberto et ali. Alunos Cegos e com Baixa Visão: orientações curriculares. MEC, 2008, p. 17
7
que haja uma compreensão mais concisa, além da utilização dos quatro sentidos restantes, é
importante que haja informações visuais transmitidas verbalmente.
Imagine um vidente entrando num ambiente desconhecido. Ao adentrar, rapidamente ele
examinará as paredes, móveis, lustre, pessoas, gravuras e sons existentes neste ambiente. Depois da
primeira impressão, este vidente examinará as peculiaridades, como roupas, cores, semblante das
pessoas, sapatos... Caso houvesse algum empecilho para se locomover, certamente se desviaria dele.
Um indivíduo não vidente ou de baixa visão, entrando no mesmo ambiente, estranho a ele, se deteria
aos sons e usaria o tato para identificar e se locomover. Com informações visual transmitidas
verbalmente por uma pessoa vidente presente no ambiente, ele seria estimulado a compreender o
espaço em que se situa. Caso não houvesse um vidente descrevendo verbalmente o espaço, este aluno
obteria uma compreensão subjetiva, ou seja, uma compreensão própria dele, caso tenha uma cegueira
adquirida, utilizando conhecimentos concretos visuais, caso seja congênita, utilizando os outros
sentidos, a imaginação e experiência adquirida com o passar dos tempos.
BAIXA VISÃO
Segundo a publicação “Atendimento Educacional Especializado: deficiência Visual”, (Sá et
al, 2007) a baixa visão (ou ambiopia, visão subnormal ou visão residual) não tem uma definição única,
pelo contrário, tem uma definição complexa, devido a variedade e intensidade de comprometimentos
visuais. Ainda, segundo os autores, uma pessoa que possui esta deficiência muda sua situação visual,
dependendo de vários fatores, como: o estado emocional, as circunstâncias e a posição em que se
encontra dependendo das condições de iluminação (artificial ou natural) e outros fatores que
influenciam na oscilação de sua condição visual. De acordo com o Instituto Benjamim Constant15
, a
pessoa com baixa visão apresenta uma perda visual significativa. Essa deficiência não é atenuada com
o uso de óculos convencionais e não tem tratamento clinico ou cirúrgico. No entanto, a pessoa
conserva um resíduo visual que é individual e seu uso pode estar restrito a apenas algumas atividades
diárias ou mesmo a utilização da leitura e da escrita, com recursos específicos (ópticos e não ópticos).
Há vários componentes que interferem na variação do resíduo visual, sejam eles fatores
patológicos ou não. Um exemplo são os conflitos emocionais, que podem dificultar a utilização eficaz
do resíduo visual, proporcionando fadiga, medo de perder totalmente a visão, ocasionando conflitos
15 http://www.ibc.gov.br/?catid=149&blogid=1&itemid=10171, acesso em 21 de maio de 2011.
8
sociais e dificuldades na aprendizagem. Um adolescente, por exemplo, pratica esporte, namora, assiste
televisão, navega na internet, sai com os amigos para dançar e outras atividades que jovens ditos
“normais” fazem. A não prática de algumas dessas atividades leva o adolescente não vidente a
conflitos de existência e baixa estima.
Figura 216
Figura 3
Figura 4 17
16Figuras 2, 3, 4 e 5 extraídas do site: http://www.ibc.gov.br/?catid=91&blogid=1&itemid=10018. Texto: MENDONÇA, Alberto et ali. Alunos Cegos e com Baixa Visão: orientações curriculares. MEC.2008.
17 Textos extraído do site: http://www.ibc.gov.br/?catid=91&blogid=1&itemid=10018, acesso em 21 de maio de 2011.
Estas pessoas podem deslocar-se sem dificuldades significativas, mas terão que usar livros falados por não conseguirem ler a “tinta”.
Neste caso, as maiores dificuldades situam-se ao nível da mobilidade. Estas pessoas podem ter que usar bengala para se deslocarem, mas serem capaz de ler um livro impresso sem ampliação.
A mobilidade pode ser difícil. Freqüentemente os pacientes queixam-se de esbarrar em obstáculos do lado da perda de campo. Muitas vezes experimentam desconforto na multidão, às vezes esbarram em paredes, tropeçam ou caminham para as pessoas do lado onde o campo visual está faltando.
9
Figura 5
PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS
É de fundamental relevância que os educadores saibam os diferentes tipos de problemas
visuais, e conseqüentemente suas implicações pedagógicas. Essas implicações não se resumem apenas
no reconhecimento de objetos e formas, na leitura e na escrita, mas também na orientação e na
mobilidade. Com a falta da visão, devem-se procurar outros sentidos, ou seja, audição, tato e resíduos
visuais (caso o tenha).
Alguns procedimentos devem ser adotados pela escola, que permitem minimizar as barreiras
das suas limitações, como organização e gestão da sala de aula e pela elaboração de materiais
pedagógicos.
Quadro 118
18 MENDONÇA, Alberto et al. Alunos Cegos e com Baixa Visão: orientações curriculares. MEC.2008. P. 17
Estas pessoas, na visão para perto, confrontam-se com enormes dificuldades nas atividades que exigem uma visão de detalhes. No caso da visão para longe, as dificuldades ocorrem, por exemplo, quando é necessário ler a placa informativa de um autocarro ou do nome de uma rua ou as legendas de um filme
1. Ler em voz alta enquanto escreve no quadro;
2. Proporcionar informações verbais que permitam ao aluno aperceber-se dos acontecimentos que ocorrem na sala de aula;
3. A avaliação deve ser desenvolvida nos contextos de vida do aluno e incidir nas suas rotinas diárias; com a cor do quadro;
4. Evitar reflexos da luz no quadro e na superfície do trabalho;
5. Alertar o aluno sempre que ocorram mudanças na disposição da sala de aula;
6. Usar giz ou marcador com uma cor que contraste;
7. Evitar posicionar-se em frente a janela;
8. Não posicionar o aluno de frente para uma fonte de luz (natural ou artificial);
9. Colocar o aluno no lugar na sala de aula que lhe proporciona um melhor campo de visão e permitir que mude de lugar, consoante as tarefas em causa e ou as ajudas ópticas que utiliza.
10
Orientações na elaboração de materiais em formato impresso ampliados para alunos com
baixa visão;
Quadro 219
RECURSOS PARA MELHORAR A VISÃO
As pessoas de baixa visão podem ter seu resíduo visual melhorado através dos seguintes
recursos:
Recursos ópticos são aqueles que possuem lentes prescritas pelo oftalmologista. Recursos
não-ópticos são aqueles que não possuem lentes (iluminação, contraste, ampliação) de grande utilidade
na escola como recursos didáticos.
Recursos ópticos
Telessistema
Quadro 320
19 MENDONÇA, Alberto et ali. Alunos Cegos e com Baixa Visão: orientações curriculares. MEC.2008. p. 19.
1. Evitar fontes cursivas, decorativas, itálicos e com serifas;
2. Usar fontes em que todas as letras ocupem um espaço de dimensão fixa ou aquelas em que o espaço é proporcional à letra, mas expandido, e forma a impedir que os bordos laterais das letras fiquem muito próximos;
3. O tamanho da letra deverá ser no mínimo de 16 pontos, há, no entanto que ter presente que esta é uma medida relativa, uma vez que o tamanho real difere consoante a fonte usada;
4. Usar o tipo “bold”, mas nunca o extra-bold e evitar sublinhados;
5. O tamanho da linha não deve exceder os 15 centímetros;
6. Nunca usar folhas com tamanho superior ao A4;
7. Justificar apenas a margem esquerda do texto;
8. Nas imagens eliminar os detalhes desnecessários;
9. Nas respostas de escolha múltipla colocar as caixas, onde o aluno deve assinalar a resposta, no final de cada frase;
10. Nas apresentações em PowerPoint usar cores contrastantes, preferencialmente cores claras (branco ou amarelo) sobre o fundo escuro(preto ou azul).
O telessistema é o único auxílio óptico para longe e muito útil para assistir televisão, eventos
esportivos, trabalhos escolares ou teatro. Por outro lado, apresenta algumas desvantagens para o
paciente que o usa, como a restrição de campo visual, dificuldade em localizar e focar os objetos
rapidamente, a necessidade de utilização de uma das mãos, além de requerer treinamento para
seu uso. Há, ainda, a dificuldade de aceitação deste auxílio pelo seu aspecto estético.
11
Lupa
Figura 6 21
Régua de aumento
Figura 7
Recursos não-ópticos
Iluminação Adicional
Quadro 4
Tiposcópio
Quadro 5
20 Quadros 3,4 e 5 ver imagem no site do Instituto Benjamim Constant,
http://www.ibc.gov.br/?catid=150&blogid=1&itemid=10172
21 Figuras 6 e 7 fotografadas pela autora.
Funciona como uma régua ao seguir um texto,
aumentando em 2x linha por linha. Seu tamanho
portátil permite o acondicionamento fácil em
bolsas ou no bolso.
A iluminação artificial deverá ser feita utilizando-se lâmpada incandescente de 60 watts, em focos com
braços ajustáveis, colocado ao lado do ombro correspondente à melhor visão, formando um ângulo de
45° com o eixo visual. A iluminação natural pode ser utilizada, vindo de trás ou do lado correspondente
ao olho de melhor visão. Em ambiente externo, o uso do boné ou viseira reduz o ofuscamento e
melhoram a resposta visual.
O tiposcópio ou guia de leitura é um auxílio simples e ajuda no controle da iluminação reduzindo a
reflexão da luz, além de serem úteis na orientação da leitura e escrita.
A lupa é um instrumento óptico munido de uma
lente com capacidade de criar imagens virtuais
ampliadas. É utilizada para leitura e também para
observar com mais detalhe pequenos objetos ou
superfícies.
12
Suporte para Leitura
Figura 822
Recursos eletrônicos
Figura 9
Recursos Pedagógicos
SISTEMA BRAILLE
Em 1825, Louis Braille inventou um eficiente sistema de leitura para cegos. Esse sistema de
leitura, para aqueles que o utilizam intensivamente, favorece a ascensão a graus superiores e um maior
sucesso profissional. Além disso, ele é importante para a autonomia, auto-estima e integração social
dos indivíduos cegos. O ensino aprendizagem do Braille deve ser encarado como relevante na
socialização e aprendizagem das crianças e jovens cegos, para que possam ler e escrever como o
restante dos alunos.
Alfabeto Braille(Leitura)
Disposição Universal dos 63 sinais do Sistema Braille
22 Figuras 8 e 9, fotografadas pela autora.
1 4
2 5
3 6
Suporte para leitura: Suporte inclinado feito de madeira, para melhor
visualizar a leitura.
13
A combinação dos pontos é obtida pela disposição de seis pontos básicos, organizados
espacialmente em duas colunas verticais com três pontos à direita e três pontos a esquerda de
uma cela básica denominada cela Braille.
1ª Série – série superior utiliza os pontos superiores 1 2 4 5
2 ª Série – é resultado da adição do ponto 3 a cada um dos sinais da primeira série
3ª Série é o resultado da adição dos pontos 3 e 6 da primeira série, em relação a segunda
série, só acrescenta o ponto 6
4ª Série é resultado da adição do ponto 6 aos sinais da primeira série, ou apagar o ponto 3 da
terceira série
5ª Série é formada pelos sinais da primeira série posicionados na parte inferior da cela, ou seja, posiciona-se uma
linha abaixo de onde ela se encontra.
A B C D E F G H I J
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
K L M N O P Q R S T
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
U V X Y Z Ç É Á Ê Ú
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
Â Ê Ì Ô Ú À Ñ/Ï Ü Õ Ó/W
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
14
6ª Série é formada com a combinação dos pontos 3 4 5 6
7ª Série é formada por sinais que utilizam os pontos da coluna direita da cela ( 456)
Quadro 623
Os números são precedidos com sinais 3 4 5 6 , e os caracteres da primeira série, apresentam
número de 1 a 0 Quando um número é formado por dois ou mais algarismos, só o primeiro é precedido
deste sinal.
Quadro 724
23 Quadro 6, produzido pela autora.
24 Extraído do site http://www.ibc.gov.br/?catid=110&blogid=1&itemid=479.
, ; : Divisor ? ! = “ ” * º(grau)
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O
Í Ã Ó Sinal de
alg.
Ponto
final ou apóstrofo
- (hífen)
O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O
(4) (45) / (5) Sinal de
maiúscula $ (6)
O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O
O O O O O O O O O O O O O O
15
A escrita é realizada por meio de um reglete e punção ou de uma máquina que escreve
Braille. Reglete é uma régua de madeira, metal ou plástico com celas Braille em linhas horizontais
sobre uma base plana.
A punção é um instrumento em madeira ou plástico no formato de pêra ou anatômico, com ponta
metálica, usado para perfuração dos pontos na cela Braille.
A máquina de escrever tem seis teclas básicas que correspondem aos seis pontos da cela
Braille. O toque simultâneo de uma combinação de teclas produz os pontos que correspondem aos
sinais desejados.
Figuras 10, 11, 12, 13, 14 e 1525
25 Fotos tiradas pela autora.
16
Importante:
"Se os meus olhos não me deixam obter informações
sobre homens e eventos, sobre idéias e doutrinas, terei de
encontrar uma outra forma." (Louis Braille)26
SOROBAN
É uma espécie de ábaco adaptado para o uso de cegos, que contém cinco contas em cada eixo, e uma
borracha compressora para deixar as contas fixas. O Soroban é utilizado pelos deficientes visuais para fazer
cálculos e operações matemáticas. Ele é constituído de cinco contas (pedrinhas). As contas de cima tem valor 5 e
as debaixo valor 1, e as colunas de contas são distribuídas em unidades, dezenas, centenas, unidade de milhar,
dezena de milhar e centena de milhar, assim sucessivamente. Para maiores esclarecimentos de como utilizar o
soroban acesse o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=WofGP6rYODo
figura 1627
26 http://dvsepedagogia.blogspot.com/2010/06/atendimento-ao-aluno-com-baixa-visao_30.html. Acesso em 07/06/2011.
27 Foto tirada e produzida pela autora.
1. O professor de Braille no ensino regular para alunos cegos é aquele qualificado
e disponível para esse fim.
2. O domínio do alfabeto Braille e de noções básicas do sistema por parte dos
educadores é bastante recomendável e pode ser alcançado de forma simples e rápida,
uma vez que a leitura será visual. Os profissionais da escola podem aprender
individualmente ou em grupo, por meio de cursos, oficinas ou alternativas disponíveis.
Uma dessas alternativas é o Braille Virtual, um curso on-line, criado e desenvolvido por
uma equipe de profissionais da Universidade de São Paulo – USP – download disponível
no site http://www.brailevirtual.fe.usp.br
Pontos de Referência
Contas Superiores
Contas Inferiores
Parte Superior
Parte Inferior
Haste do Meio
Haste Vertical
17
CANETA BARBANTE
Coloca um barbante dentro de uma caneta bic sem o tubo de tinta até que ela saia pelo bico,
pode ser usando numa prancha de velcro ou com papel e cola. Este tipo de instrumento facilita a
confecção e compreensão de mapas e figuras geométricas. As figuras geométricas também podem ser
confeccionas com emborrachados, papelão e outros mecanismos, dependendo da criatividade do
educador. Os mapas também podem ser confeccionados com outros materiais de diferentes texturas,
como lixas de diferentes números, e outros.
GRADE PARA ESCRITA CURSIVA
Com caixa de papelão, emborrachados ou radiografias, corta-se linhas em forma de
retângulos para que o aluno de baixa visão consiga escrever de forma horizontal, veja exemplo.
LIVRO DIDÁTICO
Conforme os autores Sá et ali (2007) no livro “Atendimento Educacional Especializado –
Deficiência Visual”, a adaptação parcial ou total dos livros didáticos pode ser realizadas nos Centros
de Apoio Pedagógico aos Deficientes Visuais (CAPs), mas a produção em grande quantidade, fica sob
a responsabilidade das instituições especializadas em parceria com o MEC. Segundo o Instituto
Benjamin Constant,28
os livros didáticos adaptados para a transcrição Braille ocasionam perda de
fidelidade ao original, uma vez que a transcrição de imagens, gráficos, fica a desejar.
28 http://www.ibc.gov.br/?itemid=102
Pontos de Referência: Para localizar as ordens de cada classe Contas Superiores: Cada Conta tem valor numérico 5 Contas Superiores: Cada conta tem valor numérico 1 Haste do meio: Divide o Soroban em parte superior e inferior Hastes verticais: Por onde movimentam-se as contas
18
Livros Didáticos falados: São livros gravados em CDs, e é um importante recurso no
segundo grau ou no ensino superior. No ensino fundamental, de acordo com o Instituto Benjamin
Constant, deve limitar-se aos livros de leituras e nos didáticos em leituras complementar.
Livro Didático ideal: este deveria ser em formato digital, com figuras em relevo, em Braille,
em áudio e com fontes ampliadas. Enquanto o livro didático “ideal”, não é produzido, surgem os
livros de literatura infantil impressos em tinta e em Braille com desenhos em relevo e com descrição
das ilustrações.
Recursos Tecnológicos
Microcomputador: Os Microcomputadores têm sintetizadores de voz que permitem a leitura
de informações exibidas em um monitor. Disponibiliza um terminal Braille (Display Braille), com
caracteres Braille produzidos por pinos que se movimenta verticalmente em celas, disposta numa
placa, geralmente metálica.
Impressora Braille – De acordo com o Instituto Benjamin Constant existem hoje, no mercado
mundial, diferentes tipos de impressoras Braille, sejam para uso individual (pequeno porte) ou para
produção em larga escala (médio e grande porte). As velocidades de produção são muito variadas.
Essas impressoras, geralmente, podem imprimir Braille interpontado ou não em 6 ou 8 pontos, bem
como produzir desenhos. Algumas impressoras Braille podem utilizar folha solta, mas a maioria
funciona com formulário contínuo.
29DOSVOX é um programa feito para alunos cegos e de baixa visão e pode ser
obtido gratuitamente por meio de “download” no site http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox. Dentre outras
ferramentas e aplicativos, o Dosvox tem editor de textos, leitor verbal de textos, impressão, jogos
interativos, utilitários falados, acesso a internet, multimídia, e executa programas do Windows. O
DOSVOX foi desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade do Rio de
Janeiro.
29 http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox
19
30
MEC Daisy é o mais novo programa desenvolvido pelo
Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade do Rio de Janeiro. O MEC Daisy é um DOSVOX
melhorado, pois possibilita a geração de livros digitais falados e sua reprodução em áudio, gravado
ou sintetizado. Segundo o site http://intervox.nce.ufrj.br/mecdaisy/ o programa apresenta facilidade de
navegação pelo texto, permitindo a reprodução sincronizada de trechos selecionados, o recuo e o
avanço de parágrafos e a busca de seções ou capítulos. Possibilita também, anexar anotações aos
arquivos do livro, exportar o texto para impressão em Braille, bem como a leitura em caractere
ampliado. Todo texto é indexado, facilitando, assim, a manipulação através de índices ou buscas
rápidas. MECDAISY pode ser obtido gratuitamente por meio de download no site
http://intervox.nce.ufrj.br/mecdaisy/.
Mitos31
30 http://intervox.nce.ufrj.br/mecdaisy/
31 http://publico.soblec.com.br/?eid=164&system=news. Acesso em 14 de junho de 2011
1. O portador de baixa visão torna-se uma pessoa inútil, incapaz. Portanto tenha pena e
demonstre piedade.
2. O aluno de baixa visão não deve usar a visão residual, pois pode gastar tudo que tem!
3. Uma pessoa da família deve permanecer na sala de aula para auxiliar o aluno com
deficiência visual.
4. A falta de visão interfere na capacidade intelectual e cognitiva.
5. Toda pessoa com baixa visão precisa do Braille para ler.
6. Se for conversar com um deficiente visual acompanhado de uma pessoa não deficiente,
sempre se dirija ao não deficiente quando quiser explicar algo!
7. Alunos cegos não conseguem aprender cores.
8. Ao conversar com um deficiente visual, cuidado com as palavras tabus, tipo: olha lá! Veja
bem!
9. Quando encontrar um cego ou deficiente visual parado na esquina significa que ele quer
atravessar a rua!
10. Não sabem se vestir ou escolher as roupas adequadamente.
20
Orientações32
32 http://dvsepedagogia.blogspot.com/2010/06/atendimento-ao-aluno-com-baixa-visao_30.html acesso em 7 de junho de
2010
1. Ensine a criança e o jovem sobre sua deficiência e sobre o que eles podem ver ou não poder ver bem (muitas crianças não têm consciência disso).
2. Os alunos com baixa visão deverão trabalhar olhando para os objetos e para as pessoas (algumas crianças apresentam comportamento de cegos, olham para o vazio. Peça para que “olhe” o objeto ou pessoa em questão).
3. Ajude-o a desenvolver comportamentos e habilidades para participar de brincadeiras e recreações junto com os colegas, facilitando o processo de socialização e inclusão.
4. Oriente o uso de contraste claro e escuro entre os objetos e seu fundo.
5. Estimule o aluno a olhar para aspectos como cor, forma e encoraje-o a tocar nos objetos enquanto olha.
6. Lembre-se que o uso prolongado da baixa visão pode causar fadiga.
7. Seja realista nas expectativas do desempenho visual do estudante, encorajando-o sempre ao progresso.
8. Encoraje a coordenação de movimentos com a visão, principalmente das mãos.
9. Oriente o estudante a procurar recursos como o computador, pois ele se cansará menos e aumentará sua independência.· Pense nos estudantes com baixa visão como pessoas que vêem.
10. Use as palavras “olhe” e “veja” livremente.
11. Esteja ciente da diferença entre nunca ter tido boa visão e tê-la perdido após algum tempo.
12. Compreenda que o sentido da visão funciona melhor em conjunto com os outros sentidos
13. Aprenda a ignorar os comentários negativos sobre as pessoas com baixa visão.· Dê-lhe tempo para olhar os livros e revistas, chamando a atenção para os objetos familiares. Peça-lhes para descrever o que vê.
14. Torne o “olhar” e “ver” uma situação agradável, sem pressionar.
15. Deve-se evitar fazer tudo pela criança com baixa visão para que ela não se canse ou se machuque. Ela deve ser responsável pelas próprias ações.
21
Considerações Finais
Espero que meu trabalho sirva como incentivo aos professores do ensino regular na
preparação de suas aulas, visando a heterogeneidade existente em cada sala, sem pretender, no
entanto, esgotar a questão. Pretendi, com este material, contribuir com os professores, que
poderão seguir daqui, melhorando a cada obstáculo encontrado, norteados por mais estudos e
experiências.
Este trabalho além de ter um efeito pedagógico, tem também um caráter incentivador,
no qual implicitamente sugere que o professor da educação básica, que lida diariamente com
alunos deficientes, é capaz de criar instrumentos pedagógicos para lidar com as múltiplas
singularidades. E que para esse feito, é necessário apenas somar suas experiências
metodológicas a leituras de bibliografias sustentáveis.
No momento de conclusão desta unidade didática, faz-se necessário reconhecer o
difícil cenário para a inclusão escolar. Hoje, considerando o aprendizado “homogêneo” de
muitas escolas, muitos alunos com deficiência são excluídos. Tal exclusão afronta diretamente
as leis constitucionais, como também a dignidade da pessoa deficiente. Considerando que em
sã consciência, a escola não exclui esses alunos, mas alega que devem ser educadas em
instituições especializadas, instituições estas, que até então, sempre enfrentou o impossível, o
de “substituir” adequadamente a escola comum, descaracterizando e impedindo de construir
sua própria identidade.
Com a inclusão o desafio é que escolas comuns e especiais se encontrem, e tornem
claro o papel de cada uma. A inclusão, diferente do que muitos pensam, não acabará com as
escolas especiais, mas que ambas se complementem. Desta forma seremos capazes de
enfrentar o desafio das diferenças e colher os benefícios de uma educação inclusiva, com
respeito à igualdade, convivendo com a diversidade e exercendo a cidadania.
22
Referências
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complexidade, pensamento ecossistêmico e transdisciplinaridade.Rio de Janeiro:Walk
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