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Saúde Pública, Desarmamento e Cultura de Paz:

A necessidade da integração entre a Saúde e a Segurança Pública

Duda QuadrosDuda QuadrosComunicador Social, Especialista em Comunicação e Saúde pela FIOCRUZ

Assessor de Comunicação e Mobilização Social da SMS FortalezaMembro da Rede DESARMABRASIL

Brasília, junho de 2009Brasília, junho de 2009

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Saúde e SegurançaCom justiça social

Seguindo o mesmo idealDe muito mais esperança

Sabendo que desta aliançaSeremos um dia capazMostremos como se faz

Um mundo bem diferenteGente cuidando de GentePor uma Cultura de Paz

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CONTEXTO

Dificuldade de acesso à produção científica, à divulgação de dados epidemiológicos e de documentos com análises destes dados em relação aos demais temas e áreas onde se refletem diretamente em nossa sociedade os danos causados pelas armas de fogo e seu impacto na saúde pública do país.

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Os meios de produção e circulação da informação são propriedade de oligopólios da comunicação.

De acordo com os interesses em jogo, produzem luzes e/ou sombras,

transparência e/ou opacidade, visibilidades e/ou silêncios.

PITTA, 1995

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Mortalidade por violências - Os homicídios no Brasil

Nos anos 1980 os acidentes de trânsito representavam a principal causa de morte entre as causas externas.

Na década de noventa as agressões (homicídios) passaram a ser a primeira causa de morte entre as mortes violentas.

70% dos homicídios são causados por arma de fogo.

Na faixa etária de 15 a 49 anos de idade ocorreram 89% do total das agressões (homicídios).

Na faixa etária de 20 a 29 o risco de morte dos homens for agressões (homicídios) foi 15 vezes maior que o risco das mulheres.

Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde - MS

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Os negros apresentaram um risco maior que os brancos de morrer por homicídio em todas as regiões.

A arma de fogo é a principal causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos. Mata mais que qualquer doença.

Em 2004 foi observada uma queda na mortalidade por arma de fogo, pela primeira vez desde 1990.

Esta queda se confirmou no primeiro semestre de 2005.

Ocorreu variação negativa do óbito por arma de fogo em 18 estados em 2004

Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde - MS

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Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde - MS

Taxa padronizada de homicídios no sexo masculino, segundo raça/cor e região, Brasil 2004

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Tendência da mortalidade por arma de fogo – número de óbitos previstos e registrados

A mortalidade por arma de fogo cai em 2004 pela primeira vez desde 1990.

As mortes observadas em 2004 e 2005 caíram abaixo do intervalo de confiança da estimativa.

Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde - MS

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ANÁLISE INFERENCIAL

Análise de Série Temporal mostrou que a Política de Desarmamento teve impacto significativo na queda da mortalidade por arma de fogo em 2004.

Previsão por modelagem estatística para 2004: 41.682 óbitos

Total registrado: 36.091óbitos.

Diferença: 5.591 óbitos (15,4% no número de óbitos).

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De 2003 a 2006, a cada semestre observamos uma redução significativa no número de mortos por arma de fogo.

Óbitos por arma de fogo:

Em 2003: 39.325 pessoas Em 2004: 37.113 pessoasEm 2005: 36.060 pessoasEm 2006: 34.648 pessoas

Após 2007, em Fortaleza, os números de óbitos por PAF, começam a aumentar.

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Impacto das armas de fogo no SUS:

A Rede SUS no Brasil:63 mil unidades ambulatoriais; 06 mil unidades hospitalares, 440 mil leitos; 29 mil equipes de Saúde da Família para 100

milhões de brasileiros.

Por ano realiza: 02 milhões de partos;

12 milhões de outras internações hospitalares; 132 milhões de atendimentos de alta

complexidade;150 milhões de consultas médicas; 130 milhões de doses de vacinas.

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Em 2009 o País investirá cerca de R$ 100 bilhões no SUS

Apenas as internações de pessoas feridas por arma de fogo em unidades do SUS no Brasil custam R$ 93 milhões, com 88 mil internações deste tipo registradas em todo o Brasil.

Avaliação muito aquém dos reais custos econômicos, sociais e emocionais (psíquicos).

Falta de informações precisas e mais atualizadas.

Fonte:Folha de São Paulo On line - 13/05/2009.

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SUS

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Pro SUS crescer e melhorarAlcançar a todo cidadão

É preciso a HumanizaçãoNa saúde a gente implantarCom participação popularE uma co-gestão eficaz

É assim que o processo se fazCom Educação Permanente

Gente cuidando de gentePor uma cultura de paz

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Conceito ampliado de Saúde - Promoção

Troca discursiva (própria do ser social) a partir da qual vai se construindo a compreensão da vida (própria do homem).

Graça Fonseca, 1998

Processo de construção do SUS

Conceito ampliado de Comunicação

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Articulação de saberes técnicos e populares e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para o enfrentamento e resolução de problemas de saúde e seus determinantes.

Buss, 2000

PROMOÇÃO DA SAÚDE

Supõe a diversidade e complexidade das práticas: no cotidiano dos serviços e ações de saúde, gestão participativa e controle social.

Rubim, 1995

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• Participação social • Acesso às informações• Cidadania pró-ativa • Co-responsabilização social

SAÚDE = QUALIDADE DE VIDA

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NECESSIDADE

LINGUAGEM

Produto das disputas simbólicas que constitui os sentidos através dos quais compreendemos o mundo.

Fonseca, 1998

• Prática dialógica • Dimensão simbólica comunicação

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cognitivas • saber, aprender, compreender, pensar, refletir, formular

operacionais • saber fazer, manejar tecnologias, executar, agir

atitudinais • ser, postura, forma, atitude, expressão

...promotoras da autonomia dos sujeitos

BUSCAMOS COMPETÊNCIA

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Oportunidade de capacitação formal que objetiva reorientar, atualizar e motivar o pessoal de saúde.

Paulo Freire: aprender fazendo e fazer aprendendo.

EDUCAÇÃO PERMANENTE

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• comprometida e pró-ativa• interacionista e construtivista• culturalmente sensível• referenciada ao risco• tecnologicamente adequada• implementada com base territorial, descentralizada planejada com base na análise situacional, acompanhada e avaliada

Necessidade de Políticas de Comunicação Mobilização Social e Intervenção Cultural

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Para que as políticas públicas sejam concretizadas e apropriadas pela população, de forma compartilhada, prescindem da discussão da Comunicação em todos os seus âmbitos:

• produção• circulação• consumo

GT Abrasco, 2003

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Saibam que comunicaçãoSaibam que comunicaçãoÉ construção coletivaÉ construção coletivaTomemos a iniciativaTomemos a iniciativa

De ampliar a nossa açãoDe ampliar a nossa açãoChegar a cada cidadãoChegar a cada cidadão

É importante demaisÉ importante demais Construindo um elo capazConstruindo um elo capaz

De transformar alma e menteDe transformar alma e menteGente cuidando de genteGente cuidando de gentePor uma Cultura de PazPor uma Cultura de Paz

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O controle social, a criação de novas redes e o fortalecimento das já existentes, que envolvam gestores, trabalhadores e usuários.

O caráter sinérgico das redes requer além de uma cadeia de elos físicos e energéticos, uma ação e interação intersubjetiva que mobilize e habite com seu desejo e as sustente com sua potência relacionante. ... são os sujeitos que constituem as redes.

Gómez, 1999

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Pensar as práticas junto aos serviços requer perceber as redes invisíveis de construção dos sentidos tecidas pelas interações dos sujeitos, cuja mobilização demanda um desejo e uma competência simbólica e comunicacional.

”Gómez, 1999

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Importância do Estatuto do Desarmamento com a Saúde Pública na garantia da qualidade de vida da população brasileira.

Diálogo entre os setores da segurança e da saúde entre si e com a sociedade civil organizada analisando e desenvolvendo propostas e ações de prevenção à violência e promoção da saúde,

Humanização do atendimento à população como para trabalhadores da segurança pública, na perspectiva de se construir um novo conceito de práticas cidadãs e de proteção a esses profissionais,

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Dentre os objetivos que devem ser contemplados neste sentido, destacamos alguns que achamos essenciais:

•Monitorar as mortes por armas de fogo e outros tipos de violência;

•Constituir um Sistema Municipal de Informação sobre morbimortalidade por violência, envolvendo o conjunto dos setores e órgãos do poder público que lidam com a problemática;

•Instituir uma Notificação Compulsória de Mortes Violentas, que tenha o máximo de detalhamento possível de suas causas, para facilitar o monitoramento e a pesquisa;

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• Desenvolver canais de divulgação dos indicadores de morbimortalidade por violência para os setores formadores de opinião e para entidades que lidam com cultura de paz e justiça social, promovendo práticas educativas junto à população;

•Disseminar e propor ações de prevenção à violência e pela cultura de paz que incluam tanto os setores da sociedade que sofrem diretamente com a violência como os operadores de segurança que lidam com esses fatores diariamente em seu trabalho;

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• Estabelecer parceiras intersetoriais e interinstitucionais para o desenvolvimento de políticas públicas de prevenção à violência – como a campanha anual, com período determinado, para entrega voluntária de armas de fogo;

•Criar fóruns para o debate, a construção de estratégias e o diálogo entre os setores da segurança, da saúde, os movimentos sociais e demais órgãos públicos envolvidos;

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• Promover grupos de estudos e debates sobre os determinantes da violência e pela construção de uma cultura de paz, envolvendo acadêmicos e profissionais pesquisadores das diferentes áreas do conhecimento, instituições públicas e privadas, bem como a sociedade civil organizada.

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MUITO MUITO OBRIGADO!OBRIGADO!

Duda QuadrosDuda Quadros

No ano da ConferênciaNacional de SegurançaO nosso país alcançaUma nova consciência

Sabendo que a violênciaNos prejudica demais

E o futuro que a gente fazDepende de nós somente

Gente cuidando de gentePor uma cultura de paz.


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