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BIBLIOTECA LAS CASAS – Fundación Index
http://www.index-f.com/lascasas/lascasas.php
Cómo citar este documento Margutti, Karen Mello de Mattos; Schuch, Natielen Jacques; Schwanke, Carla Helena Augustin. Sarcopenia em idosos da comunidade: prevalência e relação com as concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 e marcadores inflamatórios: projeto de pesquisa. Biblioteca Lascasas, 2017; V13. Disponible en <http://www.index-f.com/lascasas/documentos/e11252.php>
SARCOPENIA EM IDOSOS DA COMUNIDADE: PREVALÊNCIA E
RELAÇÃO COM AS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE ÁCIDOS GRAXOS
POLI-INSATURADOS ÔMEGA 3 E MARCADORES INFLAMATÓRIOS:
PROJETO DE PESQUISA*
Karen Mello de Mattos Margutti,1 Natielen Jacques Schuch,
2 Carla Helena Augustin
Schwanke3
*Trata-se do projeto de pesquisa da aluna do curso de doutorado do Programa de Pós-
Graduação em Gerontologia Biomédica da PUCRS Karen M. M. Margutti, sob
orientação da Profa. Dra. Carla H. A. Schwanke e co-orientação da Profa. Dra. Natielen
J. Schuch, vinculado ao Grupo de Estudos em Risco Cardiometabólico, Envelhecimento
e Nutrição (GERICEN-CNPq). O projeto foi enviado para apreciação da Comissão
Científica do Instituto de Geriatria e Gerontologia e Comitê de Ética em Pesquisa da
PUCRS em 2014 e tem previsão de encerramento em 2017.
1Nutricionista, especialista em Saúde Coletiva, mestre em Saúde Coletiva, aluna do
curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica do
Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul (IGG-PUCRS), bolsista da CAPES, pesquisadora do Grupo de Estudos em Risco
Cardiometabólico, Envelhecimento e Nutrição (GERICEN-CNPq) do IGG-PUCRS,
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professora assistente do Curso de Nutrição da Área de Ciências da Saúde do Centro
Universitário Franciscano. E-mail: [email protected]
2Nutricionista, doutora em Nutrição e Saúde Pública, professora assistente do Curso de
Nutrição da Área de Ciências da Saúde do Centro Universitário Franciscano. E-mail:
3Médica geriatra, mestre em Clínica Médica-área de concentração em Geriatria, doutora
em Gerontologia Biomédica, professora permanente do Programa de Pós-Graduação em
Gerontologia Biomédica do Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (IGG-PUCRS), coordenadora do Grupo de
Estudos em Risco Cardiometabólico, Envelhecimento e Nutrição (GERICEN-CNPq) do
IGG-PUCRS. E-mail: [email protected]
Autor responsável pela correspondência: Carla Helena Augustin Schwanke
Av. Ipiranga, 6681, prédio 81, 7o andar, sala 703
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
CEP 90619-900
Telefone: +55-51-33536031
E-mail: [email protected]
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RESUMO
Dentre as modificações ocorridas com o envelhecimento, destacasse a perda
involuntária da massa muscular esquelética que, associada à redução da força e da
função muscular caracterizam a sarcopenia. Sua etiologia está relacionada à diminuição
das fibras musculares tipo II; acentuada degradação proteica e ao processo inflamatório.
Seu caráter reversível perpassa pela atividade física, e sobre tudo a alimentação
saudável e consumo adequado de proteínas e ácidos graxos poli-insaturados ômega-3,
que atuam diretamente no processo inflamatório e metabolismo proteico. A pesquisa
objetiva investigar a prevalência de sarcopenia em idosos da comunidade e sua relação
com as concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 e marcadores
inflamatórios. Pesquisa de delineamento transversal. O tamanho amostral será de 235
idosos frequentadores dos Grupos de Convivências de Santa Maria/RS. Serão utilizados
os instrumentos: Mini Avaliação Nutricional (MNA®), IPAQ versão curta, Escala
Geriátrica de Depressão (GDS), Mini exame do estado mental e formulário de
identificação e instrumentos do projeto. A sarcopenia será detectada pela velocidade da
marcha, força de preensão palmar, avaliação antropométrica e bioimpedância elétrica.
Os exames laboratoriais irão determinar as concentrações séricas de ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3, glicemia de jejum, colesterol e frações, triglicerídeos, creatinina e
dos marcadores inflamatórios: interleucina 6 e 10 (IL-6 e IL-10), adiponectina, fator de
necrose tumoral (TNF-α) e proteína C-reativa (PCR). Os dados serão analisados no
software SPSS® versão 17.0 e a pesquisa seguirá os preceitos éticos da Resolução
466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde do Brasil.
Palavras-chaves: idoso, sarcopenia, ácidos graxos poli-insaturados ômega 3,
marcadores inflamatórios.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 6
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 8
2.1 O ENVELHECIMENTO E A SARCOPENIA .......................................................... 8
2.2 PROCESSO INFLAMATÓRIO NO ENVELHECIMENTO, SARCOPENIA E
ADIPOSIDADE ............................................................................................................. 12
2.3 ALIMENTAÇÃO E ENVELHECIMENTO ............................................................ 15
2.4 ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS ÔMEGA 3 ........................................ 17
2.5 ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS ÔMEGA 3 E A SARCOPENIA ...... 20
3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 22
4 HIPÓTESES .............................................................................................................. 23
5 OBJETIVOS .............................................................................................................. 24
5.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 24
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 24
5.2.1 Principais ........................................................................................................... 24
5.2.2 Secundários ........................................................................................................ 25
6 MÉTODOS ................................................................................................................. 26
6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ........................................................................ 26
6.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................. 26
6.2.1 Cálculo do Tamanho Amostral .............................................................................. 26
6.2.2 Critérios de Inclusão .............................................................................................. 27
6.2.3 Critérios de Exclusão ............................................................................................. 27
6.3 VARIÁVEIS DO ESTUDO ..................................................................................... 27
6.3.1 Variáveis Contínuas ............................................................................................... 27
6.3.2 Variáveis categóricas ............................................................................................. 28
6.4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ...................................................................... 28
6.5 PROCEDIMENTOS .............................................................................................. 30
6.5.1 Aferição da Pressão Arterial .................................................................................. 30
6.5.2 Coleta de Sangue, Dosagens Laboratoriais e Determinação de Ácidos Graxos ... 31
6.5.3 Avaliação Antropométrica ..................................................................................... 33
6.5.3.1 Biompedância elétrica (BIA) .......................................................................... 33
6.5.3.2 Demais variáveis antropométricas .................................................................. 34
5
6.5.4 Desempenho físico ................................................................................................ 35
6.5.4.1 Velocidade da Marcha .................................................................................... 35
6.5.5 Força Muscular ...................................................................................................... 36
6.5.5.1 Força da Preensão Palmar (FPP) .................................................................... 36
6.5.6 Massa Muscular ..................................................................................................... 36
6.6 VARIÁVEL SARCOPENIA ................................................................................. 36
6.7 LOCAL DO ESTUDO E PERÍODO DE COLETA DE DADOS ...................... 38
6.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................................... 38
6.9 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................................. 38
7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ...................................................................... 40
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 41
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1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional consiste em um fenômeno mundial. Em
comparação com os demais países, no Brasil, o envelhecimento da população ocorre de
forma gradativa e com grande velocidade. Entre 2010 e 2030 a população a partir dos
60 anos aumenta 87,4% e entre 2010 e 2050 há um aumento em 198,2%, a proporção
em que diminui a população de até 14 anos em 33,4% no período de 2010 a 2030 e
48,6% de 2010 a 2050. Segundo a projeção do para a população brasileira, espera-se
que a média de idade no ano de 2050 seja em torno de 81 anos (Brasil, 2008).
No processo de envelhecimento ocorrem diversas alterações psicológicas,
hormonais, fisiológicas e morfológicas que ocasionam no organismo a redução da
capacidade de respostas ao estresse ambiental, o que favorece a suscetibilidade para o
desenvolvimento de patologias (Leite et al., 2012).
Dentre estas modificações, destacasse a perda involuntária da massa muscular
esquelética, que apresenta declínio de 3-8% por década a partir dos 30 anos de idade,
sendo esse processo acelerado após a quinta década de vida (Pelaéz, 2006). A perda da
massa muscular, associada à redução da força e da função muscular caracterizam a
sarcopenia, que contribui para redução da mobilidade e aumento da incapacidade
funcional do indivíduo e ocorre concomitantemente com o envelhecimento (Silva,
Frisoli Junior, Pinheiro, & Szejnfeld, 2006).
A prevalência da sarcopenia está de acordo com Pelaéz (2006) entre13 a 24%
dos idosos com idade entre 65 e 70 anos e em 50% dos idosos com 80 anos. De 5-13% e
de 11-50% dos idosos com faixa etária entre 60 e 70 anos e acima dos 80 anos de idade
conforme dados do European Working Groupon Sarcopenia in Older People –
EWGSOP (Cruz- Jentoft et al., 2010). No Brasil, entre idosos residentes em São
Paulo/SP a sarcopenia foi averiguada entre 16,1% das idosas e em 14,4% dos idosos
(Alexandre, Duarte, Santos, Wong, & Lebrão, 2014).
Sua etiologia está relacionada à diminuição das fibras musculares tipo II; a
acentuada degradação proteica em relação a sua síntese; o déficit na produção de células
estaminais endógenas (Leite et al., 2012). A redução dos hormônios sexuais favorece o
processo catabólico do músculo e a consequente modificação da composição corporal
por meio do aumento da massa gorda Associação entre sarcopenia, obesidade
sarcopênica e força muscular com variáveis relacionadas de devido à substituição do
7
tecido muscular funcional pelo tecido adiposo (Silva Neto, Karnikowiski, Tavares, &
Lima, 2012).
O tecido adiposo secreta substâncias inflamatórias como as adipocitocinas, fator
de necrose tumoral-alfa (TNF- α), Proteína C-reativa (PCR) e as interleucinas (IL).
Essas substâncias desencadeiam um processo inflamatório, que contribui para o
catabolismo proteico e perda da massa muscular, ambos presentes na sarcopenia. As
mudanças ocorridas na função endócrina, às doenças crônicas, resistência à insulina, o
sedentarismo e as deficiências nutricionais também consistem em fatores cruciais nesse
processo (Millward, 2012).
O caráter reversível da sarcopenia perpassa a restauração da capacidade física
por meio da atividade física, e sobre tudo a alimentação saudável composta pelo
consumo de antioxidantes provindos das frutas e vegetais. A adequação da deficiência
de vitamina D; consumo adequado de proteínas e principalmente o consumo de ácidos
graxos poli-insaturados atuará diretamente no processo inflamatório (Borrego, Lopes,
Soares, Barros, & Frangella, 2012).
Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 possuem ação inibitória sobre a
produção de eicosanóides e citocinas pró-inflamatórias, melhoram a resposta imune
diminuindo a resposta proliferativa de linfócitos e melhoram o declínio cognitivo
(Bechoa et al., 2003). Além do papel no processo inflamatório, os ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 atuam no metabolismo proteico, acelerando a sinapse na condução
do impulso na contração muscular. Níveis mais elevados de ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 no organismo favorecem a estimulação intrínseca da proteína
quinase, o que propicia a síntese proteica muscular.
8
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O ENVELHECIMENTO E A SARCOPENIA
O envelhecimento é um processo biológico natural, envolvendo alguns declínios
nas funções fisiológicas, sendo estes diferenciados entre os indivíduos e seus sistemas
orgânicos. Um dos declínios que ocorrem é em relação à mudança na composição
corporal, onde há um aumento da massa gorda e gordura visceral e uma redução
involuntária da massa muscular e consequente perda da força e função muscular
caracterizando a sarcopenia (Rosenberg, 2011).
A etimologia do termo sarcopenia se origina do idioma grego, em que “sarx”
significa “carne” e “penia” quer dizer “perda”. A sarcopenia é o resultado do
desequilíbrio ocorrido entre a síntese e degradação protéica (Teixeira, Filippin, &
Xavier, 2012).
Com o envelhecimento ocorrem alterações na estrutura, funcionalidade e no
metabolismo das fibras musculares e suas unidades motoras especialmente nas
extremidades inferiores, sendo considerado o fator desencadeante da força, potência e
resistência do músculo (Doherty, 2003). Esse processo ocorre naturalmente de forma
progressiva e generalizada, devido à atrofia muscular decorrente do tamanho e número
das fibras musculares que são classificadas em: tipo I responsáveis pela contração lenta
e resistentes a atrofia muscular e tipo II que possuem ação anaeróbica e atuam na
contração rápida e sofrem um maior declínio, entre 20 a 50% (Pierine, Nicola, &
Oliveira, 2009).
A etiologia da sarcopenia decorre de causas multifatoriais como: inatividade
física, gordura muscular aumentada, resistência a insulina, apoptose e disfunção
mitocondrial e interleucina-6 aumentada, perda de estrogênio e androgênio, disfunção
mitocondrial, secreção reduzida de hormônio do crescimento, função anormal da
tireoide, aumento na síntese de corticosteróides, aumento na produção de citocinas
inflamatórias, estresse oxidativo e pelo aporte nutricional inadequado, má absorção de
nutrientes, degenerações musculares e neurológicas (Doherty, 2003; Cruz-Jentoft et al.,
2010).
Outro fator significativo na etiologia da sarcopenia decorre do desequilíbrio
entre pró-oxidantes e antioxidantes, gerando o estresse oxidativo. A enzima Cálcio-
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ATPase (Ca-ATPase) atuante no processo de contração e relaxamento das miofibrilas
do músculo perde 40% de sua funcionalidade no envelhecimento e também a alteração
na sensibilidade do cálcio pelas fibras musculares. Desta forma ocorre a descoordenação
nervosa e imobilismo que ocasionam hipotrofia muscular e desmineralização óssea
debilitando a força muscular e o equilíbrio (Pierine, Nicola, & Oliveira, 2009).
Apesar da atrofia da massa muscular, a redução de peso não costuma estar
associado a esse processo em virtude da substituição natural por gordura corporal
(Silva, Frisoli Junior, Pinheiro, & Szejnfeld, 2006; Teixeira, Filippin, & Xavier, 2012).
Entre 20 e 80 anos de idade, o declínio cumulativo na massa muscular esquelética é de
ordem de 35 a 40%. Neste contexto, a perda muscular representa o maior contribuinte
para o ganho de gordura e, consequentemente, o aumento do tecido adiposo favorece a
redução da massa muscular e o desenvolvimento da obesidade sarcopênica (Pierine,
Nicola, & Oliveira, 2009). De acordo com Rosenberg (2011), não existe declínio
funcional e estrutural tão severo quanto o da massa muscular com o passar dos anos. A
sarcopenia é uma das variáveis utilizadas para definir a síndrome da fragilidade e
confere ao idoso um risco acentuado para quedas, fraturas, hospitalizações e
dependência para realização de suas atividades de vida diária (Silva, Frisoli Junior,
Pinheiro, & Szejnfeld, 2006).
Sua prevalência conforme dados do EWGSOP, formado em 2009 e responsável
pelo Consenso Europeu, é de 5 a 13% e de 11 a 50% dos idosos com faixa etária entre
60 e 70 anos e acima dos 80 anos respectivamente. De acordo com Pelaéz (2006) a
prevalência da sarcopenia em Nova Iorque é de 13 a 24% em idosos com faixa etária
entre 65 e 70 anos e de mais de 50% entre idosos com idade igual ou superior de 80
anos. Em São Paulo/SP no estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE) com a
participação de 1149 idosos, sua prevalência foi de 16,1% entre as mulheres e 14,4%
entre os homens (Alexandre, Duarte, Santos, Wong, & Lebrão, 2014).
A sarcopenia, de acordo com o EWGSOP está classificada em primária quando
decorre da idade e secundária que resulta da inatividade, sedentarismo,
descondicionamento físico, condições zero de gravidade ou restrição ao leito. Além da
classificação, a sarcopenia possui três estágios:
- Pré-sarcopenia: onde há baixa massa muscular sem impacto na força muscular
ou no desempenho físico, sendo este estágio mensurado por meio de técnicas acuradas e
em populações de referência;
10
- Sarcopenia: que consiste na baixa massa muscular associada a baixa força
muscular ou baixo desempenho físico;
-Sarcopenia severa: quando ocorre a baixa massa muscular associada com a
baixa força muscular e baixo desempenho físico (Cruz-Jentoft et al., 2010).
Para o diagnóstico da sarcopenia, o EWGSOP elaborou um algoritmo para
pesquisa e prática clínica (Figura 1).
Figura 1: Algoritmo para diagnóstico de sarcopenia – Adaptado do EWGSOP (CRUZ-
JENTOFT et al., 2010).
O diagnóstico da sarcopenia pode ser realizado por diferentes métodos e a
quantificação da massa muscular esquelética é fundamental. Em análise laboratorial, a
mensuração tem sido realizada por diversos métodos, como DEXA (absorção de energia
dupla por feixes de raio X) e ressonância magnética (Newman, 2005; Woo, Leung, &
Kwok, 2007). Entretanto, o alto custo, acesso limitado ao equipamento, exposição à
radiação e a não portabilidade do equipamento restringem o uso do mesmo em
pesquisas epidemiológicas de grande escala (Chien, Huang, & Wu, 2008).
Idosos
(≥ 60 anos)
Mensurar a
velocidade da
marcha
Sem
sarcopenia
> 0,8 m/s ≤ 0,8 m/s
Mensurar a força de
preensão palmar
Baixa Normal
Mensurar a massa
muscular
Baixa Normal
Sarcopenia Sem
sarcopenia
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Desta forma, em estudos populacionais para avaliação da massa muscular,
equações preditivas para o cálculo da massa muscular por meio da antropometria ou
pela bioimpedância elétrica (BIA) são amplamente utilizadas (Lee et al., 2000; Janssen,
Heymsfield, Baumgartner, Ross, 2000).
A circunferência da panturrilha (CP) é uma medida antropométrica e fornece
uma estimativa da reserva proteica, sendo um parâmetro muito utilizado por ser
indicativo da massa muscular (Martin, Nebuloni, & Najas, 2012). De acordo com o
Consenso Europeu (EWGSOP) a circunferência da panturrilha correlaciona-se
positivamente com a massa muscular. Valores inferiores a 31 centímetros estão
relacionados com a redução da massa muscular (Cruz-Jentoft et al., 2010).
Para mensurar a força muscular o EWGSOP recomenda a força de preensão
palmar (FPP). A verificação da FPP é medida por dinamometria, sendo utilizada não
apenas para medir a força da mão, mas sim a força total do corpo. A FPP vem sendo
amplamente utilizada, tendo em vista o baixo custo, disponibilidade do equipamento e a
facilidade de seu manuseio. Os valores máximos da FPP ocorrem entre 25 e 35 anos de
idade e após sofrem declínio gradual (Nascimento, Benassi, Caboclo, Salvador, &
Gonçalves, 2010). Valores inferiores a 30 Kg para homens e 20 Kg para mulheres
correspondem à redução de força muscular conforme o EWSGOP (Cruz-Jentoft et al.,
2010).
Testes de desempenho físico como “timed get-up-get-go”, a bateria curta de
desempenho físico, velocidade da marcha e o teste de sentar e levantar (SeL), também
são incluídos no diagnóstico da sarcopenia. O teste SeL apresenta associação entre
sarcopenia e baixa massa muscular e é sugerido para diagnóstico de sarcopenia em
idosos obesos (Waters, & Baumgarter, 2011). Apesar da diversidade de testes
existentes, a velocidade da marcha consiste no teste mais utilizado. Resultados
inferiores a 0,8m/s indicam prejuízo no desempenho físico e pode identificar declínio
funcional e propensão para limitações dos membros inferiores (Pícoli, Figueiredo, &
Patrizzi, 2011).
De acordo com EWSGOP idosos com massa muscular insuficiente associado ao
desempenho físico e/ou força muscular inadequados são classificados como
sarcopênicos (Cruz-Jentoft et al., 2010).
Conforme Rom, Kaisari, Aizenbud & Reznick (2012), hábitos de vida como
atividade física, nutrição, exercício, consumo de álcool e uso de tabaco tem um impacto
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substancial sobre a progressão da sarcopenia e a capacidade de prevenir e tratar a perda
de massa muscular e sua função no período de envelhecimento. Desta forma, a
sarcopenia e seu caráter reversível estão presentes na maioria das opiniões dos
especialistas, o que significa dizer que estão diretamente relacionados ao desempenho
musculoesquelético e ao potencial papel da reabilitação na restauração da capacidade
física (Silva, Frisoli Junior, Pinheiro, & Szejnfeld, 2006).
2.2 PROCESSO INFLAMATÓRIO NO ENVELHECIMENTO, SARCOPENIA E
ADIPOSIDADE
Durante o envelhecimento, a população idosa torna-se vulnerável em relação a
sua saúde e apresenta com frequência maior prevalência de doenças crônicas e outras
incapacitações (Sikora, 2000; Solichova et al., 2001). A presença de marcadores
inflamatórios em idosos, pode não ser um fenômeno negativo, quando houver resposta
do sistema imune à invasão de patógenos (Cesari et al., 2005). Os processos
inflamatórios estão envolvidos com doenças que afetam os idosos, como problemas de
cognição, doenças neurodegenerativas como o Mal de Alzheimer e Parkinson, entre
outras (Schram et al., 2007).
A inflamação é uma resposta de defesa que ocorre após dano celular causado por
micróbios, radiação, traumas, toxinas, necrose tecidual, reações imunológicas (Abbas,
& Janewa, 2000). O processo inflamatório se desenvolve e é mantido com liberação de
mediadores químicos solúveis como: citocinas, aminas vasoativas, fator de ativação
plaquetária, radicais superóxidos e derivados do ácido araquidônico, dentre estes se
destacando as citocinas (Lana, Paulino, & Gonçalves, 2008). As citocinas podem ser
classificadas em pró-inflamatória ou anti-inflamatória. São consideradas citocinas pró-
inflamatórias: interleucina-1β (IL-1β), interleucina-6 (IL-6), interleucina-8 (IL-8) fator
de necrose tumoral (TNF-α), interferons (IFN), interleucina-2 (IL-2) e quimiocinas que
induzem o aumento do processo inflamatório. As citocinas anti-inflamatórias
caracterizam-se pela diminuição do processo inflamatório, regulando a inflamação pela
restrição de citocinas pró-inflamatórias, dentre elas destacam-se: a interleucina-4 (IL-4),
interleucina-10 (IL-10), interleucina-13 (IL-13), assim como, o receptor antagonista da
IL-1 (IL-1ra) (Belotto, 2011).
13
Estes mediadores podem ser sintetizados por diferentes células em locais
diversos. Seus efeitos nas células alvo podem ser inibidos ou exacerbados por outras
citocinas, por hormônios, por antagonistas dos receptores de citocinas e por receptores
circulantes. A IL-1, a IL-6 e o TNFα são consideradas as citocinas pró-inflamatórias
clássicas (Licastro et al., 2005).
Entre as interleucinas pró-inflamatórias destaca-se a IL-6, uma citocina
relacionada à produção e liberação das proteínas de fase aguda dos hepatócitos (proteína
C reativa) e pode induzir febre e causar a liberação de hormônio adrenocorticotrófico
(Moura, Pomerantzeff, & Gomes, 2001). A IL-6 é mediadora central da resposta de fase
aguda e a principal citocina pró-coagulante por meio da produção e a elevação das
concentrações plasmáticas estimuladas pelo fígado de fibrinogênio, proteína amilóide
sérica A (SAA), e proteína C reativa (PCR) (Volp et al., 2008). O tecido visceral libera
de 2 a 3 vezes mais IL-6 que o subcutâneo (Juge-Aubry, Henrichot, & Meier, 2005;
Matsuzawa, 2006). Há evidências de correlação da IL-6 não apenas com o Índice de
Massa Corporal (IMC) e razão cintura-quadril, mas também com níveis de ácidos
graxos livres (AGL) (Ritchie, & Connell, 2007).
A PCR pode ser um biomarcador útil para identificar indivíduos que apresentam
risco aumentado para o declínio cognitivo. Sendo que esta proteína já foi encontrada nos
cérebros de pacientes com demência, associada com a diminuição da cognição,
aumentando o risco de demência vascular e doença de Alzheimer (Komulainen et al.,
2007).
O processo inflamatório na sarcopenia decorre de alterações nos mediadores
anabólicos e catabólicos. O declínio das concentrações séricas de testosterona e
androgênios ocasiona o catabolismo por meio da diminuição da síntese proteica e do
recrutamento das células satélites no tecido muscular e aumenta a liberação de citocinas
pró-inflamatórias como TNF-α, IL-1, IL-6 e redução da produção da IL-10 que possui
ação antiinflamatória (Pierine, Nicola, & Oliveira, 2009).
O aumento da produção das citocinas pró-inflamatórias ativa a transcrição do
fator nuclear Kapa-B (FN-B) e acelera o catabolismo devido a depleção do tecido
muscular decorrente da redução da síntese protéica (Walrand et al., 2011). A PCR
reconhecida como marcador clínico de inflamação aguda está (Aguiar et al., 2013)
associada positivamente com a massa gorda e negativamente com a massa livre de
gordura apendicular (Stewart, Earnest, Blair, & Church, 2010).
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A redução do hormônio de crescimento (GH) e do fator de crescimento
relacionado à insulina (IGF-1) e o aumento das concentrações dos glicocorticóides
inibem a síntese protéica e originam a gliconêogenese, a miopatia induzida e a
tolerância a glicose diminuída (Pierine, Nicola, & Oliveira, 2009). A perda de massa
muscular reduz a massa de tecido alvo para a insulina e promove a insulino resistência,
que pode conduzir diretamente o catabolismo no músculo, à diminuição da massa e
força muscular e a obesidade (Levine & Crimmins, 2012).
Desta forma, o processo inflamatório acelera o catabolismo muscular que
contribui para baixa massa livre de gordura e alta massa gorda e acarreta a obesidade
sarcopênica. A presença do tecido adiposo agrava o quadro da sarcopenia não somente
pelo catabolismo muscular, mas devido a todas as alterações metabólicas envolvidas
(Walrand, Guillet, Salles, Cano, & Boirie, 2011).
Este estado pró inflamatório ocasionado pelo aumento do tecido adiposo, pode
ser um dos fatores de criação de um ciclo vicioso de diminuição de massa e força
muscular (Stenholm et al., 2008), pois, o tecido adiposo não é apenas local de
estocagem de energia, mas também secreta diversas substâncias como as adipocitocinas.
Estas desempenham importantes implicações na inflamação, resistência inflamatória e
aterogênese (Bulcão, Ferreira, Giuffrida, & Ribeiro-Filho, 2006). A produção de
adipocitocinas é proporcional à concentração de massa adiposa, sendo mais expressiva
no tecido adiposo de localização visceral (Bulcão, Ferreira, Giuffrida, & Ribeiro-Filho,
2006; Fantuzzi, & Mazzone, 2007).
Dentre as adipocitocinas destaca-se a adiponectina (AdipoQ) que é um hormônio
secretado pelos adipócitos com propriedades antilipolíticas e antiinflamatórias (VOLP
et al., 2008). Entretanto, ao contrário das demais adipocitocinas, esta se encontra
diminuída na obesidade, Diabete Mellitus tipo 2 (DM2), dislipidemia, doença
cardiovascular (DCV) e outras condições de resistência a insulina (RI)
(Koerner, Kratzsch, & Kiess, 2005; Matsuzawa, 2006).
Além das adipocitocinas, o tecido adiposo produz também o TNF-α e
interleucinas, importantes geradores de inflamação subclínica crônica. O TNF-α
participa primariamente da resposta inflamatória, mas também apresenta efeitos no
transporte da glicose e metabolismo lipídico (Matsuzawa, 2006), estimula a produção de
outras citocinas, como interlecunia-6, ambas relacionadas à obesidade e induz a
15
produção de Proteína C-reativa. A produção de TNF-α é proporcional à adiposidade
corporal, estes efeitos estão exacerbados na obesidade.
A associação entre níveis elevados de atividade física e menores níveis de
marcadores inflamatórios da IL-6 e PCR sugere um mecanismo para o seu efeito
protetor e apoia intervenções que aumentam a atividade física em pessoas idosas. Sendo
que o aumento da atividade física pode melhorar o estado de saúde (Warburton, Nicol,
& Bredin, 2006).
2.3 ALIMENTAÇÃO E ENVELHECIMENTO
As modificações fisiológicas do envelhecimento afetam diretamente o estado
nutricional devido a diminuição do metabolismo basal; redistribuição da massa corporal
que favorece o acúmulo do tecido adiposo; acloridria; modificações na percepção
sensorial; diminuição da sensibilidade à sede e as alterações mastigatórias decorrente de
cáries, doenças periodontais e uso de próteses. Com exceção a diminuição do
metabolismo basal e da redistribuição da gordura corporal, as demais alterações
interferem diretamente no consumo alimentar (Campos, Monteiro, & Ornelas, 2000).
Assim como a atividade física, a alimentação também é primordial no retardo e
controle do processo inflamatório e na sarcopenia. Neste contexto, a alimentação
saudável é fator fundamental para o estado nutricional adequado e um envelhecimento
bem sucedido. A alimentação saudável é aquela constituída por alimentos variados de
origem vegetal e animal, em quantidades adequadas aos indivíduos. O Guia Alimentar
para a População Brasileira, não faz referências específicas ou exclusivas a idosos
Freitas, Philippi, & Ribeiro, 2011).
Com intuito de orientar os profissionais de saúde o Ministério da Saúde elaborou
um manual para alimentação saudável para pessoa idosa. Dentre as recomendações
destacam-se os dez passos da alimentação saudável para idosos, que consistem na
realização de no mínimo três refeições ao dia; consumo diário de seis porções de
cereais, três porções de legumes e verduras, arroz e feijão, leite e derivados e carnes sem
excesso de gordura. O consumo reduzido de gorduras; alimentos industrializados; sal;
aumento no consumo hídrico de água e a prática de atividade física estão também
inclusos (Brasil, 2009).
16
Apesar destas orientações nutricionais o que é averiguado na alimentação do
idoso é o consumo insuficiente de fibras alimentares, frutas e verduras e de alimentos
fontes de proteínas como as carnes e em especial o peixe. De acordo com Azevedo,
Dias, Diniz, & Cabral (2014), a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada
em 2008-2009, constatou a prevalência de 50% de excesso de peso na população adulta
brasileira e o baixo consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras e
leguminosas considerados alimentos saudáveis e protetores.
Estes resultados corroboram com os dados averiguados pela pesquisa Vigitel
(Brasil, 2012) onde menos de 1/4 da população brasileira consome o recomendado de
frutas e hortaliças. Entre os idosos também é frequente o consumo diário insuficiente de
frutas verduras e legumes (Jaime, & Monteiro, 2005). Conforme a Organização
Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente 2,7 milhões de mortes por ano no mundo
podem ser atribuídas ao consumo inadequado dos alimentos saudáveis, fazendo com
que a alimentação esteja entre os dez principais fatores de risco para a carga total global
de doença em todo o mundo (World Health Organization, 2003) e a modificação do
hábito alimentar pode reduzir em 30% a prevalência de doenças como as
cardiovasculares (Willet, 2002).
Alimentos como refrigerantes, doces e carnes processadas possuem associação
positiva com o ganho excessivo de peso, o aumento do Índice de Massa Corporal
(IMC), resistência à insulina, adiposidade corpórea global e central (Martins, Levy,
Claro, Moubarac, & Monteiro, 2013) e agravam o processo inflamatório da sarcopenia
por aumentar a massa livre de gordura, reduzir a massa esquelética e favorecer a
obesidade sarcopênica (Millward, 2012).
Evidências científicas comprovam que as patologias crônicas e seus processos
inflamatórios são desencadeados e agravado sem sua maioria, devido ao caráter
comportamental, ou seja, seus fatores de risco são relacionados ao sedentarismo,
dependência química (de tabaco, álcool e outras drogas) e em especial ao consumo e ao
padrão alimentar, sendo todos estes possíveis de prevenção (Schmidt et al., 2011). Cabe
salientar que no envelhecimento o baixo peso também ocasiona sequelas e está
associado com menor forma de preensão palmar e redução da capacidade de
desenvolver atividades de vida diária (Volkert, 2011).
O consumo aquém do recomendado de alimentos como as frutas, verduras in
natura e as carnes (peixes), fontes de antioxidantes como selênio; zinco; cobre;
17
manganês e ricos em ácidos graxos poli-insaturados como o ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3, afetam o estado nutricional (Freitas, Philippi, & Ribeiro, 2011;
Coca, Gripp, Schinestzki, Gianlupi, Liberali, & Coutinho, 2010) e corroboram com a
sarcopenia. De acordo com Millward (2012) o consumo de antioxidantes, ácidos graxos
poli-insaturados ômega 3 e vitamina D consistem em uma das intervenções potenciais
na etiologia da sarcopenia.
O consumo de frutas e verduras reduz a acidez do sangue que influência no
catabolismo do músculo. Em ratos a dieta rica em antioxidantes como vitamina A, E,
zinco e selênio por sete semanas foi associada a síntese de proteína em virtude do
aumento da concentração de leucina. O consumo de ácidos graxos poli-insaturados
ômega 3 contribui para prevenção da atrofia do músculo, pois, sua deficiência atrofia as
fibras musculares tipo II responsáveis pela contração muscular, reduz a resistência
anabólica e atuam como anti-inflamatório (Millwad, 2012; Volkert, 2011).
O consumo adequado de proteínas também está associado com metabolismo
protéico do músculo esquelético ao otimizar a absorção de aminoácidos, promovendo a
estimulação e regulação da síntese protéica muscular (Timmerman, & Volpi, 2008). A
atual recomendação de 0,8g de proteína/Kg/dia pode não ser suficiente para manter a
massa muscular em idosos. O estudo de Campbell, Trappe, Wolfe, & Evans (2001) que
ao avaliarem a excreção de nitrogênio urinário e espessura muscular da perna em 10
adultos e idosos com dieta normocalórica e consumo protéico de 0,8g de
proteína/Kg/dia em verificaram em 14 semanas de intervenção a diminuição da área
muscular da perna e da excreção urinaria (-1,7 cm e p=0,019).
A suplementação de aminoácidos essenciais como glutamina, leucina e outros
aminoácidos ramificados tem demonstrado efeitos positivos no anabolismo protéico
muscular (Pelaéz, 2006). O consumo de proteínas associado a carboidratos com alto
índice glicêmico logo após a exercícios de alta resistência apresentam efeito positivo na
síntese de proteína conforme estudo realizado por Suzuki (2003).
2.4 ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS ÔMEGA 3
Os lipídios são essenciais na dieta humana e englobam duas categorias de
substâncias, o glicerol e os ácidos graxos essenciais. Em humanos, os ácidos graxos
essenciais são o alfa-linoléico (18:2n-6, AL) e alfa-linolênico (18:3n-3, AAL), que não
18
são produzidos pelo organismo e devem ser fornecidos por meio da alimentação. Estes
ácidos graxos possuem duplas ligações ou instaurações e são denominados ácidos
graxos poli-insaturados. Estes ácidos são essenciais para manter sob condições normais
as membranas celulares, as funções cerebrais, transmissão de impulsos nervosos, síntese
de hemoglobina e transferência do oxigênio atmosférico para o plasma sanguíneo
(Martin et al., 2006).
Pertencem ao grupo dos ácidos graxos essenciais poli-insaturados (PUFA), o
alfa-linolênico - ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 (ω-3) e alfa-linoléico - ômega 6
(ω-6). Nos ácidos graxos poli-insaturados ômega-3, há uma dupla ligação, na posição n-
3 das cadeias hidrocarbonadas sendo representado pelos símbolos numéricos C18:3
(9,12,15) o que o denomina ácido alfa-linolênico (ALA). O ALA que dá origem ao
ácidos graxos poli-insaturados ômega 3, é convertido no organismo humano em ácido
docosahexaenóico (DHA) e ácido eicosapentaenóico (EPA) (Martins, Suaiden, Piotto,
& Barbosa, 2008). Os alimentos fontes em ômega-3 também são ricos em ácidos graxos
ômega-6. A razão entre ômega 6 e ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 é importante
na alimentação, porém, se houver na dieta alimentar a redução do consumo de ômega-6
é indicado o aumento do consumo de ácidos graxos ômega-3. A maior parte dos
alimentos de origem marinha (vegetal ou animal) são fontes de DHA e EPA na sua
composição como é o caso do salmão, arenque, cavalinha, truta, atum, sardinha e
hadoque, também conhecido por arinca (Oliveira, Luzia, & Rondó, 2012). Alimentos
como semente de linhaça e de chia, óleo de linhaça, agrião, couve, alface, espinafre e o
brócolis preferencialmente in natura, além de aveia, o arroz, o feijão, a ervilha e a soja
são importantes fontes de ALA (Oliveira, Luzia, & Rondó, 2012; Martin et al., 2006).
O consumo de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 está envolvido com
diversos efeitos benéficos ao organismo como a proteção da saúde cardiovascular,
sistema visual, prevenção do processo inflamatório e síndrome metabólica, devido sua
capacidade anti-inflamatória e de modular endocanabinoides, além de remodelar a
estrutura de lipoproteínas e diminuir citocinas pró-inflamatórias (Leite, Jamar, &
Caranti, 2014; Martins, Suaiden, Piotto, & Barbosa, 2008). No desenvolvimento do
cérebro e prevenção de déficits cognitivos, os ácidos graxos poli-insaturados atuam na
sinalização celular, regulação enzimática, síntese de eicosanoides, regulação da
migração neuronal, determinação da plasticidade sináptica e modulação de citocinas que
19
possuem atividade neuromodulatória e neurotransmissora (Zemdegs, Pimentel, & Priel,
2010).
Uma dieta rica em ácidos graxos saturados (SAFA) em detrimento ao consumo
de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 está associada positivamente com a presença
de síndrome metabólica. O estudo de Yu et al. (2012) ao avaliarem os concentrações
séricas de ácidos graxos de 52 homens com síndrome metabólica (SM) e 149 saudáveis,
observaram que a proporção de SAFA foi relacionado com o risco de SM (OR: 1.301;
intervalo de confiança: 1.083-1.563, p: 0,005) e o PUFA associada negativamente
(PUFA total: OR: 0,734; intervalo de confiança: 0,612-0,880; p: 0,001) (PUFA ω-3:
OR: 0.393; intervalo de confiança: 0.214-0.722; p: 0,003) (PUFA ω-6: OR: 0.832;
intervalo de confiança: 0.707-0.978; p: 0,026).
Devido aos seus benefícios a suplementação de ômega-3 vem sendo amplamente
utilizada. No controle da pressão arterial, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Cardiologia, em uma metanálise de 36 ensaios clínicos randomizados, a suplementação
com óleo de peixe em média de 3,7 g/dia diminuiu a pressão arterial sistólica em 3,5
mmHg e a diastólica em 2,4 mmHg (Santos et al., 2013).
Em relação aos declínios cognitivos, o consumo inadequado de ômega-3
influencia e agrava transtornos psicóticos, aumenta o risco para suicídio, agressividade e
vulnerabilidade ao estresse (Sublette et al., 2011). O sistema nervoso central possui o
maior conteúdo de lipídios do corpo humano, sendo que 35% dos lipídios de um
encéfalo adulto são ácidos graxos poli-insaturados (Zemdegs, Pimentel, & Priel, 2010).
De acordo com Dullemeijer et al. (2007) idosos com proporções elevadas de
ômega-3 no plasma possuem melhora na capacidade cognitiva, associado ao menor
declínio no desempenho cognitivo. O ácido graxo poliinsaturado ômega-3 possui efeito
protetor no processo de carcinogênese, devido sua conversão enzimática em
eicosanóides que modulam a resposta inflamatória e imunológica; possuem relevante
papel na agregação plaquetária, no crescimento e na diferenciação celular (Carmo, &
Correa, 2009). Em um estudo realizado por Micallef; Munro; Garg (2009) com 124
indivíduos saudáveis, os níveis de ômega-3 marinho no plasma e em membranas de
eritrócito ou granulócito associaram-se inversamente aos níveis de PCR.
Na coorte de Schuurman, van den Brandt, Dorant, Brants, & Goldbohm (1999)
na Holanda com 58.279 homens com faixa etária entre 55-69 anos de idade, onde houve
20
efeito protetor em relação ao consumo de ALA e a incidência de câncer de próstata (RR
0.76; 95% CI 0.66–1.04).
2.5 ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS ÔMEGA 3 E A SARCOPENIA
Na sarcopenia há produção de citocinas pró-inflamatórias como TNF-α e IL-6
aceleram a degradação de proteínas e a apoptose ocasionando consequentemente a
atrofia e perda das fibras musculares. Um dos papéis fundamentais dos ácidos graxos
poli-insaturados ômega-3 consiste na ação antiinflamatória, por diminuir a síntese de
mediadores inflamatórios (Andrade, & Carmo, 2006). O consumo de alimentos vegetais
como as nozes, óleo de soja e peixes como salmão auxiliam no aporte nutricional deste
fundamental nutriente (Volkert, 2011).
No estudo realizado por Rousseau, Kleppinger, & Kenny (2009) com 306 idosos
sendo 118 homens e 129 mulheres foi observado que, entre os idosos com consumo
inferior a 1,27g/dia de ômega-3 tiveram menor densidade mineral óssea no colo do
fêmur ((r) = 0.19, P=.01) e força reduzida nos membros inferiores e Robinson e
colaboradores (2008) sugerem que uma dieta alimentar pobre em ômega-3 diminui a
força de preensão palmar.
Smith et al. (2006) suplementaram com ácidos graxos poli-insaturados ômega 3
e óleo de milho, 16 idosos por oito semanas com intuito de averiguar a síntese de
proteínas. Como resultado foi averiguado o aumento na síntese protêica muscular por
meio da hiperinsulinemia induzida, o que sugere a eficácia da suplementação no
tratamento e prevenção da sarcopenia.
Ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 afetam a função da maioria das células
imunes (Andrade, & Camargo, 2006). Baixos níveis de ácidos graxos poli-insaturados
ômega-3 estão associados com perda da massa muscular também em pacientes com
tratamento quimioterápico. A quimioterapia pode desencadear sarcopenia e Murphy,
Mourtzakis, Chu, Reiman, & Mazurak (2010) observaram que os pacientes com câncer
com maior perda de massa muscular, possuíam menores níveis plasmáticos de ácidos
graxos poli-insaturados ômega-3.
Apesar da influência da suplementação de ômega-3 ser indireta na síntese de
proteína na caquexia, em especial associada ao câncer, seu papel tornasse de extrema
relevância por meio da ação anti-inflamatória. Essa ação resulta das prostaglandinas e
21
tromboxanos derivadas do ácido araquidônico que compete com as enzimas
cicloxigenase e desta forma evita a perda muscular (Laviano A., Rianda, S., Molfino
A., & Rossi Fanelli, F., 2013).
A resistência anabólica, um dos fatores envolvidos na etiologia da sarcopenia,
também é minimizada com consumo adequado de ácidos graxos poli-insaturados
ômega-3 principalmente se associada com treino de resistência. Além de que a
suplementação com ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 pode reduzir a dispnéia e a
fadiga (Di Girolamo et al., 2014). De acordo com Rodacki e colaboradores (2012),
maior concentração plasmática de ácidos graxos ômega-3 em células nervosas e
musculares, influência a endocitose, exocitose, fluidez da membrana e liberação de
neurotransmissores.
22
3 JUSTIFICATIVA
Inúmeras pesquisas avaliam o papel da suplementação e do consumo de ácidos
graxos poli-insaturados ômega 3 e seus efeitos benéficos no tratamento de doenças
cardiovasculares; nas modificações do perfil lipídico, no impacto na redução do
processo inflamatório, na caquexia; obesidade e síndrome metabólica (Bemelmans,
Broer, & Feskens, 2002; Zhao et al., 2004; Peairs et al., 2011; Smith et al., 2011; Di
Girolamo et al , 2014). Na sarcopenia, a suplementação e/ou consumo do ácidos graxos
poli-insaturados ômega 3 está associado a redução do processo inflamatório; ao
estímulo a síntese muscular de proteínas (Smith et al., 2011) e também como fator
protetor contra a perda da massa óssea em mulheres com osteoporose (Farina et al.,
2011).
O papel benéfico do consumo e da suplementação do ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 no organismo é conhecido por todos, principalmente no que tange
as patologias cardiovasculares e seu processo inflamatório. Entretanto, de acordo com
Smith et al. (2011) a regulação do metabolismo protéico muscular por meio da
suplementação de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 ainda são desconhecidos.
Desta forma, ainda não está clara as formas de regulação do ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 na sarcopenia e, principalmente, desconhecemos os concentrações
séricas existentes entre indivíduos idosos.
Partindo desse pressuposto surgem os seguintes questionamentos:
- Há interação entre os concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados
ômega 3 e a presença de sarcopenia?
- Qual a relação entre as concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados
ômega 3 e os marcadores inflamatórios?
Com intuito de sanar estes questionamentos, a presente pesquisa visa investigar
a prevalência de sarcopenia em idosos da comunidade e sua relação com as
concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 e marcadores
inflamatórios, a fim de contribuir na elaboração de ações nutricionais estratégicas para
esta população, com vistas a prevenção e reabilitação da sarcopenia.
23
4 HIPÓTESES
Hipótese 1: As concentrações séricas reduzidas de ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 estão associados com sarcopenia em idosos da comunidade.
Hipótese 2: As concentrações séricas elevadas de marcadores inflamatórios
(interleuncina 6, interleucina 10, TNF-α, adiponectina, Proteína C-reativa) estão
associados com sarcopenia em idosos da comunidade.
Hipótese 3: As concentrações séricas reduzidas de ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 estão associados com concentrações séricas elevadas de
marcadores inflamatórios (interleuncina 6, interleucina 10, TNF-α, adiponectina,
Proteína C-reativa) em idosos da comunidade.
Hipótese 4: As concentrações séricas reduzidas de ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 e elevadas dos marcadores inflamatórios estão relacionados com a
presença ou ausência de sarcopenia em idosos.
24
5 OBJETIVOS
5.1 OBJETIVO GERAL
Investigar a prevalência de sarcopenia em idosos da comunidade e sua relação
com as concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 e marcadores
inflamatórios.
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
5.2.1 Principais
Em idosos da comunidade:
- determinar a prevalência de sarcopenia;
- descrever as concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3;
- descrever as concentrações séricas de marcadores inflamatórios (interleuncina
6, interleucina 10, TNF-α, adiponectina, Proteína C-reativa);
- descrever o consumo de alimentos fontes de ácidos graxos poli-insaturados
ômega 3 e de proteína;
- descrever o nível de atividade física;
- analisar a associação do consumo de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3
com as concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3.
- analisar a associação do consumo de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3
com as concentrações séricas de marcadores inflamatórios;
- analisar a associação de sarcopenia com as concentrações séricas de ácidos
graxos poli-insaturados ômega 3;
- analisar a associação de sarcopenia com as concentrações séricas de
marcadores inflamatórios;
- analisar a associação entre as concentrações séricas de ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 e as concentrações séricas de marcadores inflamatórios.
25
5.2.2 Secundários
- comparar as concentrações séricas bioquímicas de colesterol e frações,
triglicerídeos, glicemia de jejum e creatinina sérica entre idosos com e sem sarcopenia;
- analisar a associação de tabagismo e etilismo com marcadores inflamatórios;
- analisar a associação de sarcopenia com presença de doenças crônicas não
transmissíveis;
- analisar a associação de sarcopenia com variáveis demográficas (sexo e idade),
estado nutricional e atividade física;
- analisar a associação das concentrações séricas de ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 e do consumo de alimentos fontes de ácidos graxos poli-
insaturados ômega 3 com variáveis socioeconômicas (renda e escolaridade).
26
6 MÉTODOS
6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Pesquisa de caráter quantitativo, descritivo- exploratório, cujo delineamento será
transversal. A fase exploratória consiste em descobrir o campo da pesquisa, os
interesses e suas expectativas, estabelecendo um primeiro levantamento da situação dos
problemas prioritários e de eventuais situações (Thiollent, 2002).
6.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Serão convidados a participar da pesquisa os idosos frequentadores dos Grupos
de Convivências do município de Santa Maria/RS, vinculados ao Núcleo Integrado de
Estudos e Apoio à Terceira Idade (NIEATI) da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM) que desenvolve atividades integradas com o Curso de Nutrição do Centro
Universitário Franciscano. O NIEATI possui vinculado o total de 42 grupos de
convivências com uma média de 30 participantes em cada grupo.
O município de Santa Maria/RS fica localizado no Centro do Estado do Rio
Grande do Sul, a 292 Km de Porto Alegre/RS. Santa Maria possui Gestão Plena da
Atenção Básica e é o principal pólo assistencial em saúde da Macrorregião Centro-
Oeste do Estado composta, pelas 4ª e 10ª Coordenadorias Regionais de Saúde da
Secretaria Estadual de Saúde (SES) (Melo, 2004).
6.2.1 Cálculo do Tamanho Amostral
Para o cálculo amostral foi considerado um nível de confiança de 95% e a
prevalência de sarcopenia de 15% de acordo com estudo realizado por
Alexandre, Duarte, Santos, Wong, & Lebrão (2014), margem de erro de 4% e uma
população aproximadamente de 1000 idosos, o tamanho amostral será de 235 idosos. O
cálculo foi realizado no programa Winpepi® versão 11.28.
27
6.2.2 Critérios de Inclusão
Serão incluídos na pesquisa, os idosos com idade igual ou superior a 60 anos,
participantes dos grupos de convivências de Santa Maria/RS.
6.2.3 Critérios de Exclusão
Serão excluídos os indivíduos que apresentarem quadros infeciosos agudos;
amputações de um membro, que impossibilite a obtenção das informações
antropométricas, ou aqueles com histórico de cirurgia bilateral nos braços ou nas mãos
nos últimos três meses antecedentes ao período da coleta.
6.3 VARIÁVEIS DO ESTUDO
As seguir são apresentadas as variáveis em estudo.
6.3.1 Variáveis Contínuas
- Idade (anos)
- Peso (kg)
- Estatura (m)
- Circunferência da cintura (cm)
- Circunferência do quadril (cm)
- Circunferência da panturrilha (cm)
- Força de preensão palmar (kg/f)
- Colesterol total (mg/dL)
- HDL-c (mg/dL)
- LDL-c (mg/dL)
- Triglicerídeos (mg/dL)
- Glicemia de jejum (mg/dL)
- TNF-alfa (pg/mL)
- Adiponectina (ug/mL)
- PCR (mg/dL)
28
- IL-6 (mg/dL)
- IL-10 (mg/dL)
- Creatinina sérica (mg/dL)
- Concentrações séricas de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3
- Pressão arterial sistêmica (PAS - mmHg)
- Pressão arterial diastólica (PAD - mmHg)
6.3.2 Variáveis categóricas
- Sexo: feminino, masculino
- Estado civil: solteiro, casado, viúvo, união estável e divorciado
- Anos de estudo: analfabeto; 1-3 anos; 4-7 anos; mais de 7 anos
- Renda: até 1 salário; 1-2 salários; 3-4 salários; 5-6 salários e mais de 6
salários
- Comorbidades: Diabetes; Hipertensão; Asma; Doença cardíaca; Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica; Obesidade; Osteoartrite; Artrite reumatóide; Câncer;
Artrite reumatóide; Aterosclerose periférica; AVC e AVE
- Tabagismo: sim, não, ex-tabagista
- Etilismo: sim, não, ex-etilista
- Estado nutricional: baixo peso, eutrófico, sobrepeso
- Sintomas depressivos: sim ou não
- Mini exame do estado mental: função cognitiva normal e declínio cognitivo
- Nível de atividade física: muito ativo, ativo, irregularmente ativo, sedentário
6.4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
Os seguintes instrumentos serão utilizados na referida pesquisa:
1. Formulário de identificação e instrumentos do projeto: Elaborado pela própria
pesquisadora será composto por dados de identificação, condições socioeconômicas e
de saúde, pressão arterial, avaliação antropométrica (peso, estatura e circunferências) e
resultados laboratoriais, teste de força de preensão palmar, velocidade da marcha,
composição da massa corporal.
29
2. Mini exame do estado mental (MEEM): Para identificar o declínio cognitivo,
será utilizado Mini-Exame do Estado Mental, que objetiva avaliar funções cognitivas
específicas como a orientação, retenção ou registro de dados, atenção e cálculo,
memória e linguagem (Brucki, Nitrini, Caramelli, Bertolucci, & Okamoto, 2003). O
escore do MEEM pode variar de no mínimo de 0 até o total máximo de 30 pontos. Será
considerado com déficit cognitivo em relação a escolaridade: analfabetos - 18 pontos; 1
a 3 anos de escolaridade -21 pontos; 4 a 7 anos de escolaridade- 24 pontos e mais de 7
anos de escolaridade -26 pontos.
3. Mini avaliação nutricional (MNA): O estado nutricional também será avaliado
pela mini avaliação nutricional (MNA), uma ferramenta simples que pode ser usada
para identificar pacientes idosos com risco de desnutrição (Vellas et al., 1999). O
instrumento contempla 18 perguntas e é dividida, além da triagem, em quatro partes:
avaliação antropométrica; avaliação global; avaliação dietética e auto-avaliação. O
escore de 12 pontos ou mais considera o idoso como normal, sendo desnecessária a
aplicação de todo o questionário; para aqueles que atingirem 11 pontos ou menos, será
considerada a possibilidade de desnutrição e o questionário será continuado. Para o
questionário total da MNA os escores considerados serão: estado nutricional adequado:
MNA ≥ 24; risco de desnutrição: MNA entre 17 e 23,5 e desnutrição: MNA < 17
(Vellas et al., 1999).
4. International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) versão curta: O nível de
atividade física será mensurado por meio do Questionário Internacional de Atividade
Física (IPAQ) versão curta tendo como referência a última semana, contendo perguntas
em relação à frequência e duração da realização de atividades físicas, moderadas,
vigorosas e da caminhada. Para a classificação será usado o consenso realizado entre o
CELAFISCS e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta em 2002, classificando
os indivíduos nas seguintes categorias: muito ativo, ativo, irregularmente ativo,
sedentário (Matsudo et al., 2001).
5. Recordatório Alimentar de 24 horas: O consumo alimentar será averiguado
por meio do Recordatório de 24 horas (R24h). Embora estudos indiquem que o
consumo alimentar avaliado por meio de um R24h seja confiável para mensurar o
consumo alimentar usual de grupos populacionais, serão aplicados dois R24h, em dias
distintos, sendo um de dia de semana e outro final de semana, a fim de aferir as
variações entre os dias da semana (Basiotis, Welsh, Cronin, Kelsay, & Mertz, 1987).
30
Os recordatórios serão avaliados no programa Dietwin® e o consumo de macro e
micronutrientes serão avaliados de acordo com as Dietary Reference Intake de 2005,
onde conforme Padovani, Amaya-Farfán, Colugnati, & Domene, 2006), a
recomendação de ômega 3 é de 0,6 - 1,2 gramas, sendo para homens de 1,6 gramas e
para mulheres 1,1 gramas. A recomendação de proteínas é de 10-35 gramas, onde é
recomendado 56 gramas para homens e 46 gramas.
6. Escala Geriátrica de Depressão (GDS): Instrumento validado para diagnóstico
de depressão em idosos. A escala possui 15 perguntas negativas ou afirmativas. Escores
de 0-5 pontos indicam depressão leve; de 5-10 pontos depressão moderada e de 10-15
pontos depressão grave (Yesavage et al., 1983).
6.5 PROCEDIMENTOS
Para esta pesquisa os participantes realizarão: aferição da pressão arterial (início
e término das coletas de dados); coleta de sangue para determinação de concentrações
séricas de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3, glicemia de jejum, colesterol e
frações, triglicerídeos, creatinina sérica, interleucina 6, interleucina 10, PCR, TNF-α e
adiponectina; avaliação antropométrica (bioimpedância elétrica peso, estatura, Índice de
Massa Corporal, circunferência da cintura, abdominal, quadril e panturrilha; aplicação
dos questionários; teste de velocidade da marcha e força de preensão palmar. Após a
coleta de sangue e realização da bioimpedância elétrica, que exigem jejum, os
participantes receberão um lanche para, posteriormente ao lanche, realizar as demais
atividades da pesquisa.
6.5.1 Aferição da Pressão Arterial
A pressão arterial será obtida por meio de aparelho automático (Omron model
HEM-712C, Omron Health Care, Inc, USA). Duas medidas de pressão arterial serão
realizadas com adequação do manguito à circunferência braquial, no início e no final das
coletas de dados. A aferição será realizada após 5 minutos de repouso na posição sentada,
com o braço direito apoiado na altura do átrio esquerdo, o manguito será automaticamente
insuflado, além do valor de oclusão do pulso braquial. Os valores serão devidamente
anotados.
31
6.5.2 Coleta de Sangue, Dosagens Laboratoriais e Determinação de Ácidos Graxos
As punções sanguíneas serão realizadas na sala de coletas, situada na clínica de
Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano, sob supervisão de um Professor do
Curso de Biomedicina, seguindo todos os cuidados de biossegurança. Serão coletados
15 mL de sangue periférico de cada paciente. Os tubos serão encaminhados ao
Laboratório Escola de Análises Clínicas (LEAC) dentro de uma caixa isotérmica (2ºC a
8ºC) apropriadas para evitar alterações in vitro do material biológico até o local de
processamento. Imediatamente, os tubos sem anticoagulante serão centrifugados por 10
minutos à 3000rpm. As análises bioquímicas para o perfil lipídico serão realizadas pelo
método enzimático para determinação quantitativa em soro. A leitura será feita no
equipamento semi-automatizado Bioplus e os kits para as dosagens serão da marca
Labtest. Todas as avaliações bioquímicas terão uma amostra controle (Qualitrol 1H).
Para as análises hematológicas serão usados tubos com EDTA, e as amostras
serão analisadas no equipamento ADVIA 60 (equipamento semi-automatizado). As
análises serão efetuadas por uma biomédica devidamente habilitada. Os indivíduos
serão instruídos a realizar jejum de 12h, após o qual será a coleta de sangue. O material
biológico para análise dos marcadores inflamatórios e ácidos graxos poli-insaturados
ômega 3 serão aliquotados separadamente em microtubos e imediatamente estocados a
uma temperatura de –80oC para posteriores análises.
Para análise dos marcadores inflamatórios serão necessários 500 μL de soro,
sendo estes analisados no Laboratório LABIMED de Santa Maria/RS. As dosagens
laboratoriais seguirão os seguintes critérios metodológicos e parâmetros (sendo V.R =
valor de referência):
- Creatinina sérica: método calorimétrico em espectrofotômetro – Kits
comerciais Celm
ou similar
V.R. Creatinina: até 1,2 mg/dL
- Colesterol Total e frações e Triglicérides: método calorimétrico em
espectrofotômetro – Kits comerciais Celm
ou similar.
V.R. Colesterol total: <200 mg/dL – ótimo; 200-239 mg/dL – limítrofe; >240
mg/dL – alto (Mussoi & Souza, 2014)
V.R. HDL-c: <40 mg/dL – baixo; >60 mg/dL – alto (Mussoi & Souza,
2014)V.R. LDL-c: <100 mg/dL –ótimo; 100-129 mg/dL – desejável; 130-159 mg/dL -
32
limítrofe; 160-189 mg/dL – alto; >190 mg/dL – muito alto (Mussoi & Souza, 2014)V.R.
triglicérides: <150 mg/dL –desejável; 150-199 mg/dL - limítrofe; 200-499mg/dL – alto;
>500mg/dL – muito alto (Mussoi & Souza, 2014)
- Glicemia de Jejum: método calorimétrico em espectrofotômetro – Kits
comerciais Celm
ou similar.
V.R. glicemia de jejum: <100 mg/dL – normal; >100 mg/dL e <125 mg/dL –
pré-diabetes; > 126 mg/dL – diabetes mellitus (Mussoi & Souza, 2014)
- Proteína C reativa: método colorimétrico – Kits comerciais Genese
,
produtos diagnósticos ou similar.
V.R. Proteína C reativa método qualitativo: valores negativos (Mussoi & Souza,
2014)V.R. Proteína C reativa método quantitativo: <1 mg/L – risco baixo; 1 mg/L a 3
mg/L – risco moderado; >3 mg/L – risco alto (Mussoi & Souza, 2014)
V.R. Proteína C reativa para doenças inflamatórias na fase aguda: <5 mg/L –
negativo (Mussoi & Souza, 2014)
- Interleucina 6: método colorimétrico – Kits comerciais AssayDesign
ou
similar.
V.R. interleucina 6: até 5,90 pg/mL
- Interleucina 10: método colorimétrico – Kits comerciais AssayDesign
ou
similar.
V.R. interleucina 10: até 9,10 pg/mL.
- Adiponectina: método colorimétrico – Kits comerciais Celm
ou similar.
V.R. adiponectina: Homens: 1,23 - 21,0 ug/mL e Mulheres: 2,0 - 25,0 ug/mL
- TNFα (fator de necrose tumoral alpha): método colorimétrico – Kits
comerciais AssayDesign
ou similar.
V.R. TNFα: até 8,1 pg/mL
- Ácidos graxos poli-insaturados ômega 3: serão esterificados a partir de 300
μL de soro e analisados por cromatografia em fase gasosa, sendo expressos em
percentagem do total dos ácidos graxos identificados (Baierle et al., 2014). A análise
será realizada no Núcleo Integrado de Desenvolvimento em Análises Laboratoriais
(NIDAL) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
33
6.5.3 Avaliação Antropométrica
6.5.3.1 Biompedância elétrica (BIA)
A realização da medida de avaliação da massa magra, gordura corporal e água
corporal será realizada através da bioimpedância elétrica no Laboratório de Avaliação
Antropométrica do Centro Universitário Franciscano na data de realização dos exames
laboratoriais, onde será utilizado o aparelho de bioimpedância tetrapolar da marca
Biodynamics modelo 310, com apresentação digital dos valores de resistência (R) e
reactância (Xc), percentual de massa magra, massa gorda e água. O teste consiste na
utilização de quatro eletrodos que serão fixados à mão, próximo à articulação
metacarpo-falangea da superfície dorsal; ao pulso, entre as proeminências distais do
rádio e da ulna; ao pé, no arco transverso da superfície superior e ao tornozelo, entre os
maoléolos medial e lateral do hemicorpo direito do avaliado, no indivíduo deitado sobre
uma superfície não-condutora.
Os participantes do estudo serão orientados a seguir os seguintes procedimentos
prévios: jejum absoluto de 04 horas; não realizar exercícios físicos extenuantes nas 12
horas anteriores ao teste; não ingerir álcool 48 horas antes da realização do teste; retirar
brincos, anéis, relógios e objetos metálicos do local de colocação dos eletrodos no
momento da realização do teste (Slinde & Rossander-Hulthen, 2001). A partir dos
valores da R e da Xc obtidos pela BIA, será usado a equação de Kyle et al., (2004) para
a população de 20 a 94 anos, a fim de estimar os componentes corporais, e assim,
determinar os valores de massa de gordura, massa magra e água corporal.
MLG = -4,104 + 0,518 x A²/R50 + 0,231 x P + 0,130 x Xc + 4,229 x S; onde:
P= peso em kg; A= altura em centímetros; R50= resistência a 50 kHz (ohm); Xc=
reatância (ohm) e S= sexo (feminino= 0 e masculino= 1).
Será aplicado também para estimar a massa muscular esquelética, a equação de
Lee et al. (2000):
MME (kg) = (0,244 x peso) + (7,80 x altura) – (0,098 x idade) + (6,6 x sexo) + (etnia –
3,3)
Sendo: peso em kg; altura em metros; idade em anos; sexo feminino =0 e
masculino=1; etnia: asiático= -1,2; negros=1,4 e branco ou hispânico=0EST: estatura;
34
Cujo ponto de corte é o percentil 20, referente a 6.37 kg/m2 para mulheres e 8.90
kg/m2 para homens (Alexandre, Duarte, Santos, Wong, & Lebrão, 2014).
Após a realização da BIA, os participantes receberão o desjejum.
6.5.3.2 Demais variáveis antropométricas
- Peso: Para avaliação do peso corporal será utilizada uma balança eletrônica do
tipo plataforma, com capacidade para 180 kg, sensibilidade de 100 gramas, da marca
Filizola®. Para aferição do peso o paciente será orientado a ficar com o mínimo de
roupa possível, descalço, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do
corpo (Brasil, 2011). De acordo com Marfell-Jones, Olds, Stewart, A. D., & Carter L
(2006), o uso mínimo de roupas é suficiente para aferição do peso.
- Altura: Para a aferição da altura será utilizado um estadiômetro com escala em
200 centímetros, da marca Sanny®. O pacietne será orientado a ficar descalço, com a
cabeça livre de adereços, posicionada no plano de Frankfurt, ereto, pernas paralelas,
braços estendidos ao longo do corpo, cabeça erguida e olhando para um ponto fixo na
altura dos olhos (Brasil, 2011).
- Índice de Massa corporal: O estado nutricional dos participantes será calculado
pelo Índice de Massa Corporal (IMC) utilizando-se a equação: IMC = P / A². A
classificação para o estado nutricional será de acordo com parâmetro recomendado pelo
Ministério da Saúde (Brasil, 2011), que classifica em baixo peso o idoso com IMC <22
Kg/m²; eutrófico IMC entre 22 e 27 Kg/m² e sobrepeso idosos com IMC > 27 Kg/m²
(Lipchitz, 1994).
- Circunferência da Cintura: será realizada com a fita métrica da marca Cescorf®
posicionada sobre o ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca do indivíduo
em pé, com a leitura feita no momento da expiração. Será considerado para homens
risco para complicações metabólicas uma circunferência > 94 cm como risco elevado e
> 102 cm risco muito elevado e para mulheres > 80 cm risco elevado e > 88 cm risco
muito elevado (National Institutes of Health, 2000).
- Circunferência do Quadril: fita métrica circundará o participante com roupas
finas e pés unidos, realizando a leitura na região de maior perímetro entre a cintura e a
coxa.
35
- Circunferência Abdominal: a aferição será efetuada com o paciente de pé, ao
final da expiração, no ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca ântero-
superior, com fita inelástica, em posição horizontal.
- Circunferência da Panturrilha: A circunferência de panturrilha (CP) será
aferida com o auxílio de fita métrica inelástica, com precisão de 1 mm, sendo a unidade
de medida adotada o centímetro. O idoso deverá estar sentado em uma cadeira com a
perna flexionada a 90º onde o maior volume da perna esquerda será avaliado. CP menor
de 31 centímetros será classificada como redução da massa muscular (Cruz-Jentoft et
al., 2010).
6.5.4 Desempenho físico
6.5.4.1 Velocidade da Marcha
O desempenho físico será averiguada pelo teste de velocidade de marcha, que
possui fácil aplicabilidade em pesquisas epidemiológicas e permite que o participante
realize o percurso com bengalas, muletas ou similares, o que facilita sua utilização na
população idosa. Para o presente estudo o teste será desenvolvido em um percurso de 4
metros, devidamente demarcado em um local plano e reto. O idoso será orientado a
percorrer esse percurso demarcado, duas vezes, por meio de sua velocidade de marcha
usual, após um comando verbal.
Os tempos gastos para percorrer o percurso serão cronometrados e devidamente
anotados para posteriormente serem convertidos em velocidade de marcha. Será
considerado o melhor tempo de percurso (Cesari et al., 2009) para avaliação do
desempenho físico, sendo este classificado como desempenho físico insuficiente a
velocidade da marcha inferior a 0,8 metros/segundo (Lauretani et al., 2003).
36
6.5.5 Força Muscular
6.5.5.1 Força da Preensão Palmar (FPP)
Para verificação da força de preensão palmar será utilizado a dinamometria
manual, que consiste em um teste simples para estimar a força do músculo esquelético.
Para a realização do teste o idoso irá exercer força isométrica máxima com a mão
dominante (Dias, Ovando, Külkamp, & Borges Júnior, 2010). Para realização do teste o
idoso será orientado a ficar sentado, com os joelhos flexionados, pernas unidas com os
pés apoiados no chão, e costas no encosto do assento. O braço que será avaliado deverá
permanecer junto ao corpo, com o cotovelo flexionado em posição de 90o, com a palma
da mão virada em direção ao corpo, com o polegar apontando para cima. O braço que
não está sendo avaliado deverá estar apoiado sobre a coxa, relaxado. Será utilizado o
dinamômetro da marca Jamar®, sendo a alça do dinamômetro posicionada conforme o
tamanho da mão.
A FPP pode ser avaliada de três formas: única tentativa, média de tentativas ou o
melhor desempenho entre duas ou três tentativas (Dias, Ovando, Külkamp, & Borges
Júnior, 2010).Para o presente estudo será adotado como critério, três aferições na mão
dominante, sendo as referidas medidas devidamente anotadas e após será efetuado a
média das três aferições para obtenção do resultado final (Fried et al., 2001). Será
considerado como redução de força muscular valores inferiores a 30 Kg para homens e
20 Kg para mulheres conforme o EWGSOP (Cruz-Jentoft et al., 2010).
6.5.6 Massa Muscular
Serão utilizadas a bioimpedância elétrica (BIA) e a circunferência da panturrilha,
conforme descrito no item Avaliação Antropométrica.
6.6 VARIÁVEL SARCOPENIA
Para avaliação da sarcopenia serão utilizados os métodos preconizados pelo
EWSGOP: performance física (velocidade de marcha), força muscular (força de
preensão palmar) e massa muscular (BIA).
37
Baseado nos três testes citados, serão considerados sarcopênicos os idosos que
apresentarem diminuição da massa muscular associada à redução da força muscular
e/ou desempenho físico (Quadro 1).
Quadro 1. Variáveis mensuradas e pontos de corte para diagnóstico de sarcopenia.
Componentes da
sarcopenia
Instrumento de avaliação Ponto de corte
Massa muscular
diminuída
Equação preditiva para avaliar massa
muscular esquelética de Lee et al.
(2000):
MME (kg) = (0,244 x MC) + (7,8 x
EST) + (6,6 x sexo) – (0,098 x idade)
+ (etnia – 3,3)
EST: estatura
MC: Massa corporal/peso corporal
Sexo: 1= homens, 0=mulheres
Etnia: 1,2= Asiáticos, 1,4= afro-
descendente e 0= caucasianos
Mulheres= <6,37 kg/m2
Homens= <8,90 kg/m2
(Alexandre, Duarte,
Santos, Wong, R. &
Lebrão, 2014).
Força muscular
diminuída
(FPP)
Dinamômetro JAMAR® Mulheres= <20 Kgf
Homens= <30 Kgf
Desempenho físico
diminuído
Teste de velocidade de marcha (4m) <0,8m/s
FPP: força de preensão palmar.
Fonte: Adaptado de EWGSOP (Cruz-Jentoft et al., 2010).
Sendo assim, conforme quadro 1, a classificação de sarcopenia considerará
(CRUZ-JENTOFT et al., 2010):
- Pré-sarcopenia: perda de massa muscular, com força muscular e desempenho
físico normais, sem alteração.
38
- Sarcopenia: perda de massa muscular associada com perda de força muscular
OU perda de desempenho físico.
- Sarcopenia grave: perda de massa muscular, associada com perda de força
muscular E perda de desempenho físico.
6.7 LOCAL DO ESTUDO E PERÍODO DE COLETA DE DADOS
O convite e recrutamento dos idosos para participação da pesquisa ocorrerá nos
grupos de convivências vinculados ao NIEATI. A coleta de dados ocorrerá no período
de março de 2015 a março de 2016 nos Grupos de Convivência e nos Laboratórios de
Práticas em Saúde do Centro Universitário Franciscano, por meio de entrevistas
individualizadas efetuadas pela própria pesquisadora e/ou pesquisadores devidamente
capacitados e treinados para aplicação dos instrumentos.
6.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA
As variáveis qualitativas serão apresentadas através de frequência absoluta e
relativa e as variáveis quantitativas através de média, desvio-padrão, mediana e
intervalo interquartil. A associação entre as variáveis qualitativas e a sarcopenia será
realizada através do teste do qui-quadrado ou teste exato de Fischer. A comparação
entre as variáveis quantitativas e a presença ou ausência de sarcopenia será realizada
através do Teste T ou ANOVA.
Para identificar os preditores independentes para a sarcopenia será utilizada a
Análise de Regressão Logística. Os dados serão analisados através do software SPSS
versão 17.0 e o nível de significância adotado nas análises será de 5%.
6.9 ASPECTOS ÉTICOS
A presente pesquisa será primeiramente aceita pelo responsável pelo NIEATI
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) o qual os Grupos de Convivência de
Santa Maria/RS são afiliados e após encaminhada a Comissão Científica do Instituto de
Geriatria e Gerontologia (IGG) e ao Comitê de Ética e Pesquisa da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Os participantes assinarão o
39
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido contendo informações relevantes do
trabalho e esclarecendo quanto à participação e anonimato.
A presente pesquisa poderá apresentar como risco mínimo, relacionado
especialmente à realização do exame laboratorial, pois, poderá ocorrer a presença de um
hematoma no local da coleta de sangue. Após a realização do exame laboratorial todos
os participantes receberão o desjejum. Ressaltamos que a pesquisa seguirá os preceitos
éticos de acordo com a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do
Minictério da Saúde. Todos os participantes receberão seus exames laboratoriais,
orientações em saúde e nutrição e aqueles diagnosticados com estado nutricional
inadequado e alterações alimentares serão encaminhados para atendimentos nos
Laboratórios de Práticas em Saúde do Curso de Nutrição do Centro Universitário
Franciscano de Santa Maria/RS. Os resultados obtidos serão divulgados aos
participantes e em trabalhos/eventos acadêmicos. Cabe salientar que as amostras
biológicas coletadas serão todas descartadas após as análises.
40
7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
As atividades previstas para o desenvolvimento da presente pesquisa estão
descritas no quadro abaixo.
Quadro 1. Cronograma da pesquisa de doutorado.
Etapas Ano/Semestre
2014/1o 2014/2
o 2015/1
o 2015/2
o 2016/1
o 2016/2
o 2017/1
o
Revisão da
literatura
x x x x x x x
Encaminhamento
do Projeto à
Comissão
Cientifica do
IGG e Comitê de
Ética da PUCRS
x
Coleta de dados x x x
Analise do
ácidos graxos
poli-insaturados
ômega 3
x x
Análise e
discussão dos
dados
x x
Qualificação x
Conclusão do
estudo e defesa
da tese
x
41
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