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Instituto Homeoptico Jacqueline Peker
Acupuntura na modulao da produo sangunea
Bruno Lapertosa Drummond
Belo Horizonte-MG
2009
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Bruno Lapertosa Drummond
Acupuntura na modulao da produo sangunea
Orientadores: Durval Verosa Junior
Leonardo Rocha Vianna
Belo Horizonte, MG - 2009
Monografia apresentada ao Instituto
Homeoptico Jacqueline Peker,
como requisito parcial para a
obteno do ttulo especializao
em acupuntura veterinria.
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Agradecimentos
Agradeo muito ao Durval pelos ensinamentos, incentivos, confiana e por
ser um grande exemplo profissional. Aos meus pais pelo estmulo e
incentivo, e a todos os amigos e colegas que acreditaram e confiaram no
meu trabalho.
Agradeo imensamente Mrcia Resende Fortini e professora Marlia
Martins Melo, pela ajuda com os exames hematolgicos, sem os quais o
presente trabalho no seria possvel, e professora Fabola Paes Leme
pela ajuda com os resultados
Agradeo Clnica Veterinria Animal Center, pelas amostras, e estrutura
disponibilizada.
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NDICE
1. Introduo.............................................................................................................7
2. Reviso de literatura..............................................................................................8
2.1. Sangue............................................................................................................8
2.1.1. Conceito .................................................................................................. 8
2.1.2. Origem.....................................................................................................8
2.1.3. Funo.....................................................................................................9
2.1.4. Bao.......................................................................................................11
2.2. Sangue na Medicina Tradicional Chinesa (Xue) ............................................. 12
2.2.1. Conceito ................................................................................................12
2.2.2. Origem................................................................................................... 12
2.2.3. Funo................................................................................................... 14
2.2.4. Padres de deficincia ...........................................................................14
2.2.5. Pontos de influncia no sangue .............................................................15
3. Hiptese ..............................................................................................................18
4. Objetivo...............................................................................................................18
5. Materiais e Mtodos............................................................................................ 18
5.1. Animais.........................................................................................................18
5.2. Tratamento................................................................................................... 18
5.3. Coleta de material ........................................................................................ 19
5.4. Anlises ........................................................................................................19
5.5. Anlises estatsticas ...................................................................................... 19
6. Resultados e discusso.........................................................................................20
7. Concluso ............................................................................................................ 21
8. Referncias bibliogrficas ....................................................................................22
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ndice de figuras
Figura 1 - Desenho esquemtico demonstrando a circulao sangunea esplnica...... 12
Figura 2 - Formao do Xue segundo MTC (adaptado) ................................................ 13
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RESUMO
O presente trabalho avaliou laboratorialmente a resposta de parmetros
hematolgicos (volume globular, valor total de eritrcitos, valor total de leuccitos,
hemoglobina e protenas totais) de sete ces submetidos ao tratamento por
acupuntura nos pontos San yin jiao (BP 6); Zu san li (E36); Tian Zhu (B10); Ge shu (B17);
Gan shu (B18); Pi shu (B20); Xuan zhong (VB39); Qu quan (F8); Qu Chi (IG11); Qu Ze
(Pe3); Bai Hui (VG20). Foram observados aumentos de 16,10% , 41,98%, 1,25%, 4,4% e
2,7% nos valores mdios de eritrcitos, leuccitos, hemoglobina, volume globular e
protena plasmtica total, respectivamente.
ABSTRACT
The present work evaluated, by laboratorial analysis, hematological parameters of
seven dogs which underwent acupuncture treatment on points San yin jiao (Sp 6); Zu
san li (S 36); Tian Zhu (B10); Ge shu (B17); Gan shu (B18); Pi shu (B20); Xuan zhong
(GB39); Qu quan (L8); Qu Chi (LI11); Qu Ze (Pe3); Bai Hui (DM20). Increases of 16,10% ,
41,98%, 1,25%, 4,4% e 2,7% were observed on values of red blood cells, white blood
cells, hemoglobin, packed cell volume and total plasmatic proteins, respectively.
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1. INTRODUO
O sangue, bem como o sistema hematolgico, essencial manuteno da vida.
Circulando por todo o corpo, nutre, oxigena e faz o transporte de diversas substncias
entre diferentes locais do corpo, mantendo a homeostase do organismo.
cada vez mais frequente na clnica veterinria de pequenos animais a presena de
pacientes com doenas sistmicas, hemoparasitos, neoplasias, bem como o aumento
da casustica de indivduos idosos, que se tornam debilitados com maior frequncia.
Molstias sistmicas iro, na maioria dos casos, afetar o sangue e os padres
hematolgicos normais. Desta forma, a recuperao destas est associada ao retorno
dos parmetros sanguneos fisiolgicos.
A produo de sangue se d na medula ssea dos ossos longos, nos animais adultos, e
ocorre de forma organizada, como uma cascata, onde se processa a tranformao e
maturao dos diferentes tipos celulares, que podem se dar ao longo de dias. Frente a
uma molstia, com consequente queda das concentraes celulares circulantes, o
sistema hematolgico precisa se mobilizar e acelerar o processo de produo. Uma vez
que o organismo se encontra debilitado, esta resposta pode se dar de forma mais
lenta, ou at no ser processada.
A produo de sangue sob a tica da medicina tradicional chinesa (MTC) se d em local
e de forma diferente da ocidental. Criada e utilizada mundialmente a mais de 5000
anos, esta possibilita alcanar resultados que a mais moderna medicina ocidental
ainda no capaz.
A medicina ocidental no possui ainda ferramentas confiveis e capazes de estimular a
produo de sangue, assim como outras clulas do sistema hematolgico. A soluo
mais utilizada atualmente baseia-se em transfuses de sangue e plasma. No entanto,
por cuidar do indivduo como um todo, procurando sempre estabelecer o equilbrio do
organismo, a MTC possui importante papel no tratamento, de patologias ainda sem
tratamento adequado pela medicinal ocidental.
O presente trabalho tem como objetivo esclarecer, se a estimulao de pontos
especficos de acupuntura capaz de aumentar a concentrao de clulas sanguneas
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circulantes, atuando potencialmente no tratamento auxiliar de muitas doenas
comumente observadas na clnica veterinria.
2. REVISO DE LITERATURA
2.1. SANGUE
2.1.1. CONCEITO
O sangue um tecido vivo complexo e altamente diferenciado, que flui atravs de um
sistema de artrias, veias e capilares chegando a todas as partes do corpo. Apresenta-
se como um lquido vermelho, opaco, consistindo de vrias clulas suspensas em um
complexo fluido de cor mbar conhecido como plasma (Guyton, A.C. et al., 2006).
2.1.2. ORIGEM
Clulas sangneas maduras so componentes transitrios do sangue, uma vez que
cada uma destas possui um tempo de vida mdio diferente. Normalmente, os
componentes so consumidos medida que participam na manuteno da
homeostasia diariamente (Guyton, A.C. et al., 2006).
A hematopoiese o sistema de produo das clulas sanguneas. A eritropoiese o
sistema de produo de eritrcitos. Vrios componentes esto envolvidos na
eritropoiese, entre elas, as clulas-tronco (stem cells), as clulas progenitoras e
precursoras eritrides, algumas citocinas, o hormnio produzido nos rins e fgado,
chamado eritropoietina, o ferro e algumas vitaminas. Na vida fetal, assim como as
outras clulas do sangue so inicialmente produzidas em ilhas sanguneas do
mesnquima associado ao saco vitelino. Posteriormente a atividade hematopoitica se
generaliza no feto pelo bao, fgado, timo e linfonodos e, no tero final da vida fetal,
exclusivamente na medula ssea. A hematopoiese extra-medular observada
ocasionalmente na vida adulta de vrias espcies, normalmente no bao e em resposta
a anemia grave, mielofibrose ou leucemia (Jain, N.C., 1993).
A medula ssea ativa em todos os ossos esquelticos dos animais jovens
denominada medula ssea vermelha. Nos adultos, a medula ssea vermelha est
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restrita aos ossos chatos (vrtebras, esterno, costelas e coxal) e nas extremidades
proximais do mero e fmur. Nos demais ossos a medula ssea se torna inativa e
gordurosa, passando a ser chamada de medula ssea amarela (Guyton, A.C. et al.,
2006; Jain, N.C., 1993).
As clulas tronco hematopoiticas possuem a capacidade de auto-renovao e, atravs
de divises e diferenciaes celulares, de formar populaes de clulas progenitoras
comprometidas com as principais linhagens celulares mielides, eritrocitrias,
megacariocticas e linfocitrias. As clulas progenitoras primordiais so pluripotentes,
mas na medida em que ocorrem as divises e diferenciaes celulares, so formadas
as clulas progenitoras tardias, comprometidas com uma, duas ou trs linhagens
celulares. Fatores circulantes determinam a sntese e amadurecimento de clulas
imaturas que, atravs de inmeras transformaes do origem s clulas sanguneas
circulantes (Paes, P.R.O., 2007; Jain, N.C., 1993)
2.1.3. FUNO
Vrias funes do sangue se do nos capilares, onde o fluxo sanguneo diminui
dramaticamente, permitindo uma difuso eficiente, assim transportando oxignio,
glicose e outras molculas atravs da monocamada de clulas endoteliais que formam
as finas paredes dos capilares (Guyton, A.C. et al., 2006)..
O hematcrito ou volume globular a poro do sangue formada pelas clulas
vermelhas. Determinar o hematcrito uma importante ferramenta diagnstica para
avaliao do estado hematolgico do indivduo. Valores abaixo dos parmetros de
referncia indicam a presena de anemia, uma reduo no nmero de eritrcitos
circulantes. Valores elevados de hematcrito podem indicar um desbalano entre a
produo e destruio de clulas vermelhas. A desidratao, que diminui o contedo
de gua, e assim o volume do plasma sanguneo tambm resulta em valores de
hematcrito acima dos parmetros normais(Guyton, A.C. et al., 2006; Jain, N.C., 1993).
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Enquanto os componentes celulares e plasmticos do sangue so capazes de atuar
sozinhos, eles frequentemente se juntam para realizar importantes funes que
incluem transporte, imunidade, hemostasia e homeostasia.
Transporte: Sangue carrega substncias importantes de uma rea do corpo para
outra, incluindo oxignio, dixido de carbono, anticorpos, cidos e bases, ons,
vitaminas, cofatores, hormnios, nutrientes, lipdios, gases, pigmentos, minerais e
gua. Transporte uma das funes mais importantes do sangue, ainda o meio
primrio de transporte a longa distncia no corpo. O sangue tambm transporta
calor, e assim mantm a temperatura adequada de diferentes rgos e tecidos, e
do corpo como um todo.
Imunidade: O corpo continuamente invadido por microorganismos patognicosque penetram atravs de cortes na pele, mucosas e outros pontos de continuidade
tecidual. Um sistema imune altamente sofisticado composto por diferentes
linhagens celulares, chamadas de clulas brancas, foi desenvolvido para se opor a
estes patgenos. Estas clulas so derivadas de precursores da medula ssea e
transportadas ao seu local de ao pelo sangue. Os leuccitos esto envolvidos na
batalha do corpo contra infeces por microorganismos. Enquanto a pele e as
mucosas restringem fisicamente a entrada de agentes infecciosos, patgenos
constantemente penetram estas barreiras. Leuccitos em conjunto com protenas
plasmticas protegem continuamente o corpo contra micrbios nos tecidos e no
sangue. Na maior parte dos casos, microorganismos so eficientemente eliminados
por este sofisticado e elaborado sistema antimicrobiano no sangue.
Hemostasia: O corpo continuamente ameaado pelas consequncias de uma
hemorragia, como resultado da mais incua injria tecidual. Mecanismos
complexos e eficientes, fsico e celular, participam na hemostasia, com a finalidade
de parar um sangramento aps a injria inicial, uma vez que a falha destes pode
rapidamente levar a uma perda fatal de sangue. Alm de fisicamente evitar a perda
de fluidos, as plaquetas liberam potentes cofatores durante a formao do tampo
hemosttico, estes, por sua vez, iro promover a cicatrizao tecidual, prevenir
futuras infeces e promover a vascularizao do novo tecido.
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Homeostasia: um estado constante que proporciona um ambiente interno timo
para a funo celular. Mantendo o pH, as concentraes inicas, osmolaridade,
temperatura, suprimento de nutrientes, e integridade vascular, o sistema
sanguneo tem papel crucial na preservao da homeostase. A homeostase o
resultado da funo adequada dos sistemas de transporte, imunidade e
hemostasia do sangue.
2.1.4. BAO
O bao um importante rgo na transformao e manuteno do sangue. Entre as
suas principais funes esto a destruio e reciclagem de componentes sanguneos,
liberao e armazenamento de clulas de defesa do organismo. O rgo ainda o
segundo maior reservatrio de sangue e seus componentes no corpo, perdendo
apenas para o sistema circulatrio em si (Guyton, A.C. et al., 2006).
A figura 01 demonstra a diviso do bao em duas reas distintas para armazenamento
do sangue. Os sinusides venosos se dilatam, assim como as outras partes do sistema
venoso, e armazenam sangue. Na polpa, os capilares so to permeveis que o sangue,
incluindo as clulas vermelhas, transita atravs das paredes dos capilares, em uma
rede trabecular, que da origem polpa vermelha. As clulas vermelhas ficam presas
pelas trabculas, enquanto o plasma flui em direo aos sinos venosos, e da para acirculao geral. Como consequncia, a polpa vermelha esplnica se torna um
reservatrio especial, que contm grandes concentraes de clulas vermelhas.
Estas,podem ser expelidas para a circulao geral, quando o sistema nervoso simptico
estimulado, causando a contrao do bao e de suas veias. H tambm a chamada
polpa branca, caracterizada por aglomerados de clulas brancas sanguneas (tambm
chamados de ndulos / corpsculos de malpighy). Nestas, semelhante aos linfonodos,
so produzidas clulas linfides que so parte importante do sistema imune (Guyton,
A.C. et al., 2006).
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2.2. SANGUE NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (XUE)
2.2.1. CONCEITO
Na Medicina Tradicional Chinesa MTC, Qi e sangue (Xue) so dois elementos clssicos
bsicos de toda a atividade fisiolgica. Qi denota funo e auxilia na produo de
sangue, enquanto sangue nutre os rgo que produzem Qi. Portanto, eles
complementam um ao outro, e ao mesmo tempo so dependentes um do outro; so
diferentes entre si, embora sejam inseparveis. Um antigo ditado chins diz: Qi o
comandante de Xue. Aonde o Qi vai, Xue segue atrs. O Xue a me do Qi. Onde o Qi
est, o sangue j est l (Macciocia, G., 2007).
2.2.2. ORIGEM
Segundo a MTC, o sangue produzido principalmente no trax, pela funo do Qi do
pulmo e do bao, sendo tambm produzido pela medula ssea. A essncia dos
alimentos (Gu Qi), derivada dos alimentos e das bebidas enviada para o pulmo pelo
Qi do bao, onde atravs da ao do Qi deste rgo enviada ao corao. Esta ento
transformada em Xue no trax, pela ao do corao (Xin) e pulmo (Fei) (Macciocia,
G., 2007; Ross, J., 1994).
De acordo com a medicina chinesa, h duas caractersticas importantes na fabricao
do sangue. A transformao do Qi do alimento em sangue auxiliada pelo Qi original.
Figura 1 - Desenho esquemtico demonstrando a circulao sangunea esplnica.
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A outra se baseia no fato de
nos rins (Shen) produz a me
(Xue). Alm disso, o aspecto
corao e pelo pulmo no
estmago (Wei) no aquece
relacionados ao sangue, sen
bao o mantm dentro do
(Macciocia, G., 2007; Ross, J.,
Pode-se ento concluir que n
O bao e o estmago
O Qi do pulmo assuo corao: um exe
movimentar;
O Qi do alimento tr
corao governa o san
Figura 2 - Formao do Xue segund
ue o aspecto Yin da essncia (Qi pr-natal), a
dula ssea, a qual contribui para a produo
ang da essncia ativa as transformaes execu
aquecedor superior e pelo bao/pncreas (
dor mdio Outros rgo tambm esto in
do corao responsvel pelo movimento de
vasos, enquanto fgado estoca e distribui
1994).
MTC:
o a principal fonte de sangue;
e papel importante ao impulsionar o Qi do aliplo do princpio geral de que o Qi faz o
nsformado em sangue no corao: um aspect
gue.
MTC (adaptado)
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mazenado
do sangue
tadas pelo
Pi) e pelo
imamente
sangue; o
o sangue
ento parasangue se
o de que o
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2.2.3. FUNO
O sangue na MTC possui trs funes primrias: nutrir, manter e umedecer estruturas
como pele, plos, tendes, ossos, rgos, canais e qualquer outro tecido que dependa
de nutrio (Macciocia, G., 2007; Macciocia, G., 1994; Ross, J., 1994).
A principal funo nutrir o organismo, mas possui tambm a funo umedecedora,
assegurando que os tecidos corpreos no desidratem.
Por exemplo, o sangue do fgado umedece os olhos e os tendes, de maneira que os
olhos possam ver adequadamente e os tendes tenham flexibilidade e sejam
saudveis. O sangue do corao umedece a lngua.
O sangue possui ainda outra funo muito importante, proporciona a fundao
material para a mente (Shen). O sangue parte do Yin e abriga a mente, envolve-a
permitindo que a floresa. Quando o sangue esta harmonizado, a mente possui uma
residncia. Se o sangue est deficiente, a mente fica com a base abalada e se torna
inquieta e infeliz. Isso pode se manifestar por inquietude e irritabilidade.
2.2.4. PADRES DE DEFICINCIA
So duas as condies patolgicas, ou desarmonias do sangue. A deficincia
observada quando h insuficincia de sangue, decorrente de hemorragia ou baixa
produo deste. geralmente uma condio crnica, pode cursar com anemia,
embora esta no esteja sempre presente na MTC. Os sintomas caractersticos incluem
insnia, palpitaes, tontura, pele seca, contratura de tendes e cabelos secos e sem
vida. J a estagnao de sangue causada por uma obstruo do fluxo normal, ou por
acmulo deste em uma rea. Normalmente decorrente de traumas, caracteriza-se por
sinais como contuses, ndulos e inchaos dolorosos, cogulos de sangue e dor
semelhante a facada sobre o ponto de estagnao (Macciocia, G., 2007; Macciocia, G.,
1994; Ross, J., 1994).
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2.2.5. PONTOS DE INFLUNCIA NO SANGUE
Dentre vrios pontos utilizados na acupuntura para o estmulo da produo
tratamento das patologias do sangue, podemos citar:
San yin jiao (BP 6)
Indicao: Fortalece e harmoniza o Yin dos Rins e do Fgado, fortalece
Bao/Pncreas. Nutre o Yin
Localizao: No aspecto medial do membro posterior, caudal ao osso tibial, 3 cun
do malolo medial, em sentido proximal.
Zu san li (E36)
Indicao: Para fortalecer a funo do Bao/Pncreas e do Estmago, a formaoe a circulao do Qi e do sangue (Xue), com isto fortalecendo tanto a debilidadedigestiva quanto a fraqueza geral do corpo. Ponto de tonificao geral paraqualquer condio de deficincia.
Localizao: 3 cun abaixo do ponto E35, cerca de um dgito de larguralateralmente crista tibial, na poro lateral ao msculo tibial cranial. tambmconhecido com Hou San Li
Tian Zhu (B10)
Indicao: Ponto d influncia da medula
Localizao: No apecto dorsal do pescoo, na depresso da juno atlantoaxial,
medial asa do atlas, no local do forame transverso onde emerge o nervo
espinhal C1.
Ge shu (B17)
Indicao: Ponto de influncia do sangue. Fortalece o Sangue. Mantm o sangue
nos vasos sanguneos. Doenas hemorrgicas crnicas e discrasias sanguneas.
Localizao: Lateral borda caudal do processo espinhal da stima vrtebra
torcica, ao longo da linha longitudinal dos tubrculos costais.
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Gan shu (B18)
Indicao: Ponto de associao do fgado. Fortalece o Qi e o Xue do Fgado.
Problemas de Fgado
Localizao: Lateral borda caudal do processo espinhal da dcima vrtebra
torcica, ao longo da linha longitudinal dos tubrculos costais.
Pi shu (B20)
Indicao: Para promover as funes de transformao e transporte do
Bao/Pncreas. Para reduzir a hemorragia e a produo de sangue pelo
fortalecimento da funo do Bao/pncreas e do Estmago(quando associado ao
E36). Ponto de associao do Bao.
Localizao: Lateral borda caudal do processo espinhal da dcima segunda
vrtebra torcica, ao longo da linha longitudinal dos tubrculos costais.
Xuan zhong (VB39)
Indicao: Ponto de influncia da medula.
Localizao: A trs cun em sentido proximal ao malolo lateral ou 3/16 da
distncia entre a articulao do tarso e a articulao da soldra, na borda da fbula,
caudal ao tendo do msculo fibular.
Qu quan (F8)
Indicao: Ponto do tonificao do meridiano do Fgado
Localizao: No aspecto medial da articulao da soldra, na depresso entre o
cndilo medial do fmur e a insero do msculo semitendinoso.
Qu Chi (IG11)
Indicao: Ponto homeosttico e estimulador do sistema imunolgico. Importante
ponto de tonificao geral.
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Localizao: Na extremidade lateral da fossa cubital; quando a articulao do
cotovelo fletida em ngulo reto, localiza-se no ponto mdio entre o tendo do
bceps braquial e o epicndilo lateral do mero.
Qu Ze (Pe3)
Indicao: Ponto de tonificao do meridiano do Pericrdio, responsvel pela
movimentao de energia no aquecedor superior, onde se d a formao do
sangue.
Localizao: Numa depresso na fossa cubital, medial ao tendo do bceps
braquial e lateral ao redondo pronador.
Bai Hui (VG20)
Indicao: Acalma o Fgado, o Yang e a mente. Estabiliza o Yang ascendente.
Localizao: Na linha mdia dorsal do crnio, na interseco da linha coronal
proveniente dos dois lados da base rostral da orelha, na extremidade rostral da
crista sagital externa.
Desta forma, observamos que seja atravs da tica ocidental ou da MTC, diversas
patologias possuem relao e causam alteraes no sistema hematolgico.
Hemoparasitoses, assim como outras patologias diariamente diagnosticadas na clnica
geral de pequenos animais levam a diminuio dos parmetros sanguneos fisiolgicos.
Embora o tratamento de vrias destas doenas se baseie grandemente no suporte
teraputico do paciente, so deficientes no mercado aloptico medicamentos que
aumentam ou aceleram o processo de produo sangunea. No entanto, sob a tica da
MTC, podemos modular este processo orgnico, auxiliando na recuperao de
pacientes enfermos e convalescidos (Shoen, A., 2006; Deadman, P. et al.;
Draehmpaelh, D., et al, 1994; Ross, J., 1994).
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3. HIPTESE
O estmulo de pontos especficos de acupuntura aumentam os valores mdios de
padres hematolgicos em ces.
4. OBJETIVO
Avaliar laboratorialmente os valores de volume globular, eritrcitos, leuccitos,
hemoglobina e protenas totais em zero e 24 horas aps o tratamento de acupuntura.
5. MATERIAIS E MTODOS
5.1. ANIMAIS
Sete ces de diferentes idades, de ambos os sexos, higidos foram selecionados para
um ensaio terico-prtico. Os animais no tiveram sua rotina e ou tratamento
alterados, ou sofreram quaisquer maltratos durante o estudo.
5.2. TRATAMENTO
Uma srie de 11 pontos de acupuntura foram selecionados objetivando a estimulao
e tonificao do sangue, de acordo com a MTC. Os pontos foram estimulados
bilateralmente com agulhas para acupuntura1, que permaneceram no local por 15
minutos, sem manipulao extra, aps a insero das mesmas. O tratamento foi
aplicado somente uma vez Todos os ces receberam o mesmo tratamento.
Foram estimulados os seguintes pontos de acupuntura: San yin jiao (BP 6); Zu san
li (E36); Tian Zhu (B10); Ge shu (B17); Gan shu (B18); Pi shu (B20); Xuan zhong(VB39); Qu quan (F8); Qu Chi (IG11); Qu Ze (Pe3); Bai Hui (VG20)
1
Agulhas Han Sol 0.25x30mm
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5.3. COLETA DE MATERIAL
Uma amostra de aproximadamente 2ml de sangue foi retirada imediatamente antes
(tempo zero) e outra 24 horas depois(tempo um) dos animais receberem o
tratamento.
Realizou-se venopuno da veia ceflica dos animais, utilizando agulha hipodrmica e
seringas de 3 ml2. Posteriormente, o sangue foi transferido para dois tubos, um
contendo EDTA3 e um tubo tipo eppendorf4 de 0,5ml. O material permaneceu
refrigerado at que fosse processado.
5.4. ANLISES
A amostra sangunea foi utilizada na determinao dos seguintes parmetros: volume
globular (hematcrito), contagem de clulas vermelhas, contagem de clulas brancas,
dosagem de hemoglobina e determinao da protena srica total.
As contagens celulares foram processadas em um contador de clulas5, a partir da
amostra de sangue com anticoagulante. Uma amostra deste foi utilizada para a
determinao do volume globular, com o uso de tubos de microhematcrito e
centrifugao destes por seis minutos6. A partir destes, o volume globular foi
determinado, e o valor de protena srica total, obtido por refratometria7.
O sangue acondicionado no eppendorf foi centrifugado a 3000 rpm8 por oito minutos,
o soro foi ento separado, transferido para outro eppendorf e congelado, para
posteriores anlises de eletroforese.
5.5. ANLISES ESTATSTICAS
Os dados foram analisados por teste de t student com significncia de p>0,05 no
programa PRISMA.
2
Seringas BD Plastipak com agulha 0.70x25mm 22G3
Monovette EDTA KE/1.2ml - Sarstedt4
Eppendorf.5
CELM CC-530 / DA-5006
Centrfuga MicroSpin7
Refratmetro manual mod.301 Ningbo Utech International Co. Ltd.8
Centrfuga Excelsa Baby Mod.208N Fanen Ltda.
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6. RESULTADOS E DISCUSSO
Os resultados mdios obtidos a partir das anlises laboratoriais esto apresentados na
tabela 01.
Tabela 01 - Valores mdios e desvio padro de Eritrcitos, Leuccitos totais, Hemoglobina Volume
Globular (VG) e Protena total srica, de ces submetidos acupuntura em dois tempos, T0 (antes do
tratamento) e T1 (24 horas aps o tratamento).
T0 (antes do tratamento) T1(24 horas aps o tratamento) Diferena (%)
Eritrcitos 7,39 1,41 a 8,58 1,38 a 16,10
Leuccitos 13,10 3,40 a 18,60 4,32 a 41,98
Hemoglobina 16,00 2,68 a 16,20 3,14 a 1,25
Volume globular 45,00 8,07 a 47,00 9,36 a 4,44
Protena total 7,20 0,69 a 7,40 0,66 a 2,77
Letras minsculas diferentes na mesma linha indicam diferena estatstica (p0,05). * Teste T de Student
A elevao observada no valor da contagem de eritrcitos, embora no tenha
apresentado significncia estatstica, representa um aumento absoluto de 16,10%. Nofoi realizada a caracterizao morfolgica destas clulas, o que impediu que fosse
verificada a origem das mesmas. Desta forma, o aumento na contagem celular
provavelmente se deve liberaos de um pool de reserva celular, por contrao
esplnica, j que sabe-se, que o processo de neoformao das clulas sangunea leva
aproximadamente 72 horas. Assim, podemos inferir que esta elevao, em um perodo
de apenas um dia foi estimulada pela acupuntura, e possuiria significncia clnica em
um animal com uma baixa eritrocitria.
A leucometria total foi o parmentro que obteve maior elevao no perodo a
avaliado. A elevao representa um aumento de 41,98% no valor total mdio.
Podemos interpretar tal dado como um aumento das clulas de defesa circulantes do
organismo e consequente aumento da imunidade, fato bastante representativo em
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animais que esto convalescidos, e principalmente, um grande aliado no suporte
teraputico destes animais e na preveno de infeces secundrias.
Os outros valores avaliados, hemoglobina, volume globular e protena plasmtica total
apresentaram aumentos relativos de 1,25%, 4,4% e 2,7% respectivamente.
Embora resultados obtidos no tenham apresentado diferena estatstica, deve ser
levado em considerao a alta variabilidade dos parmentros avaliados e os altos
valores dos desvios padres normalmente encontrados em avaliaes hematolgicas.
Apesar disto, importante ressaltar que a elevao dos valores observadas em todos
os parmetros avaliados clinicamente relevante, principalmente quando avaliada em
animais convalescente.
7. CONCLUSO
Foram observados aumentos de 16,10% na contagem de eritrcitos e de 41,98% na
leucometria comprovando que a acupuntura possui importante papel no tratamento,
seja suporte ou no, de diversas molstias capazes de acometer o sistema
hematolgico.
Embora estudos mais profundos, necessitem ser conduzidos, devemos considerar aacupuntura, sempre que possvel, como um tratamento complementar, uma vez que
esta potencial pode preencher lacunas ainda no sanadas pela medicinal ocidental.
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8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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