Romantismo(1836)
MARCO INICIALMARCO INICIAL: “Suspiros Poéticos e Saudades – : “Suspiros Poéticos e Saudades – Gonçalves de Magalhães.Gonçalves de Magalhães.
CONTEXTO HISTÓRICO:CONTEXTO HISTÓRICO: Europa:Europa: Revolução Francesa;Revolução Francesa; Revolução Industrial.Revolução Industrial. BrasilBrasil:: Vinda da família real;Vinda da família real; Abertura dos portos;Abertura dos portos; Fundação do Banco do Brasil;Fundação do Banco do Brasil; Mudanças sociais, econômicas e políticas;Mudanças sociais, econômicas e políticas; Sentimento anticolonialista.Sentimento anticolonialista. Independência do País.Independência do País.
Características Gerais:Características Gerais:
Sentimentalismo;Sentimentalismo; Individualismo;Individualismo; Subjetivismo;Subjetivismo; Evasão: no espaço, no tempo, na morte;Evasão: no espaço, no tempo, na morte; Imaginação e fantasia;Imaginação e fantasia; Liberdade de criação.Liberdade de criação.
Características do Romantismo no Características do Romantismo no Brasil:Brasil:
Procura de uma língua brasileira;Procura de uma língua brasileira; Nacionalismo;Nacionalismo; IndianismoIndianismo SubjetivismoSubjetivismo Idealização do:Idealização do: .Amor.Amor .Mulher.Mulher
*O ROMANTISMO DIVIDE-SE EM:*O ROMANTISMO DIVIDE-SE EM: POESIA E PROSAPOESIA E PROSA
“Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!”
(Álvares de Azevedo)
Poesia Romântica:Poesia Romântica:
A poesia romântica está dividida em três A poesia romântica está dividida em três gerações.gerações.
Primeira GeraçãoPrimeira Geração – Nacionalista ou – Nacionalista ou Indianista.Indianista.
Gonçalves de MagalhãesGonçalves de Magalhães – – Suspiros Poéticos Suspiros Poéticos e Saudadese Saudades. Introduz o Romantismo no Brasil.. Introduz o Romantismo no Brasil.
Gonçalves DiasGonçalves Dias – – I – Juca PiramaI – Juca Pirama, , Canção do Canção do ExílioExílio (patriótico). (patriótico).
I-JUCA PIRAMAI-JUCA PIRAMA No meio das tabas de amenos verdores,No meio das tabas de amenos verdores, Cercados de troncos, cobertos de flores, Cercados de troncos, cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação;Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortesTemíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.Assombram das matas a imensa extensão.
São rudos, severos, sedentos de glória,São rudos, severos, sedentos de glória, já prélios incitam, já cantam vitória,já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor:Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes!São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes,Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror!Condão de prodígios, de glória e terror!
[...][...]
CANTO VIIICANTO VIII
““Tu choraste em presença da morte?Tu choraste em presença da morte? Na presença de estranhos choraste?Na presença de estranhos choraste? Não descende o cobarde do forte;Não descende o cobarde do forte; Pois choraste, meu filho não és!Pois choraste, meu filho não és! Possas tu, descendente malditoPossas tu, descendente maldito De uma tribo de nobres guerreiros,De uma tribo de nobres guerreiros, Implorando cruéis forasteiros,Implorando cruéis forasteiros, Seres presa de vis Aimorés.Seres presa de vis Aimorés.
Possas tu, isolado na terra,Possas tu, isolado na terra, Sem arrimo e sem pátria vagandoSem arrimo e sem pátria vagando Rejeitado da morte na guerra,Rejeitado da morte na guerra, Rejeitado dos homens na paz,Rejeitado dos homens na paz, Ser das gentes o espectro execrado;Ser das gentes o espectro execrado; Não encontres amor nas mulheres,Não encontres amor nas mulheres, Teus amigos, se amigos tiveres,Teus amigos, se amigos tiveres, Tenham alma inconstante e falaz!”Tenham alma inconstante e falaz!”
Segunda Geração:Segunda Geração: Ultra-Romântica, Mal- Ultra-Romântica, Mal-do-Século, Byroniana.do-Século, Byroniana.
Álvares de AzevedoÁlvares de Azevedo – – Lira dos Vinte Anos; Lira dos Vinte Anos; Noite na Taverna.Noite na Taverna.
Caract.:Caract.: Medo do amor, pessimismo, dúvida, Medo do amor, pessimismo, dúvida, tédio.tédio.
Tédio;Morte;
Amor Idealizado.
Casimiro de AbreuCasimiro de Abreu – – Meus Oito Anos, Primaveras.Meus Oito Anos, Primaveras. Caract.:Caract.: Inquietações amorosas adolescentes, amor Inquietações amorosas adolescentes, amor
negaceado, infância e pátria vistas com saudosismo.negaceado, infância e pátria vistas com saudosismo.
Fagundes VarelaFagundes Varela – – Cântico do CalvárioCântico do Calvário.. Caract.:Caract.: Oscilação entre o mal-do-século e a temática Oscilação entre o mal-do-século e a temática
social.social.
Junqueira FreireJunqueira Freire – – Inspirações do ClaustroInspirações do Claustro..
(Valor autobiográfico – inadaptação á vida sacerdotal)(Valor autobiográfico – inadaptação á vida sacerdotal)
Terceira Geração:Terceira Geração: Condoreira: poesia Condoreira: poesia político-social.político-social.
Castro AlvesCastro Alves – – O Navio Negreiro, Espumas O Navio Negreiro, Espumas Flutuantes.Flutuantes.
Caract.:Caract.: Poesia condoreira, humanitária, Poesia condoreira, humanitária, defesa de causas sociais e abolicionistas, amor defesa de causas sociais e abolicionistas, amor erótico, realizado.erótico, realizado.
NAVIO NEGREIRONAVIO NEGREIRO
Senhor!Deus dos desgraçados!Senhor!Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura...se é verdadeSe é loucura...se é verdade
Tanto horror perante os céus...Tanto horror perante os céus...
Ó mar! Por que não apagasÓ mar! Por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagasCo’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...De teu manto este borrão?...
Astros!Noites!Tempestades!Astros!Noites!Tempestades!
Rolai das imensidades!Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...Varrei os mares, tufão!...
São os filhos do desertoSão os filhos do deserto Onde a terra esposa a luzOnde a terra esposa a luz Onde voa em campo aberto,Onde voa em campo aberto, A tribo dos homens nusA tribo dos homens nus São os guerreiros ousados,São os guerreiros ousados, Que com os tigres mosqueadosQue com os tigres mosqueados Combatem na solidão...Combatem na solidão... Homens simples, fortes, bravos...Homens simples, fortes, bravos... Hoje míseros escravosHoje míseros escravos Sem ar, sem luz, sem razão...Sem ar, sem luz, sem razão...
[...][...] Ontem a Serra Leoa,Ontem a Serra Leoa, A guerra, a caça ao leão,A guerra, a caça ao leão, O sono dormido à toa O sono dormido à toa Sob as tendas d’amplidão...Sob as tendas d’amplidão... Hoje...o porão negro, fundo,Hoje...o porão negro, fundo, Infecto, apertado, imundo,Infecto, apertado, imundo, Tendo a peste por jaguar...Tendo a peste por jaguar... E o sono sempre cortadoE o sono sempre cortado Pelo arranco de um finado,Pelo arranco de um finado, E o baque de um corpo ao mar...E o baque de um corpo ao mar... ALVES, Castro.ALVES, Castro.
A Prosa RomânticaA Prosa Romântica
A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844 é considerado o primeiro publicado em 1844 é considerado o primeiro romance romântico brasileiro.romance romântico brasileiro.
Na tentativa de criar uma literatura que traduzisse a Na tentativa de criar uma literatura que traduzisse a realidade brasileira, nossos escritores produziram realidade brasileira, nossos escritores produziram quatro espécies de romances:quatro espécies de romances:
ROMANCES URBANOSROMANCES URBANOS – retratam a vida dos – retratam a vida dos centros urbanos da época.centros urbanos da época.
ROMANCES INDIANISTASROMANCES INDIANISTAS – refletem o – refletem o nacionalismo.nacionalismo.
ROMANCES REGIONALISTASROMANCES REGIONALISTAS – mostram – mostram peculiaridades do todo que era constituído o Brasil.peculiaridades do todo que era constituído o Brasil.
ROMANCES HISTÓRICOSROMANCES HISTÓRICOS – retratam fatos – retratam fatos históricos importantes na formação do nosso país.históricos importantes na formação do nosso país.
Autores e Obras:Autores e Obras:Joaquim Manuel de MacedoJoaquim Manuel de Macedo – – A MoreninhaA Moreninha Primeiro romance brasileiro, narrativa urbana, Primeiro romance brasileiro, narrativa urbana,
estrutura de folhetim, superficialidade.estrutura de folhetim, superficialidade.José de AlencarJosé de Alencar – – Senhora, Lucíola, A pata Senhora, Lucíola, A pata
da gazela da gazela (urbanos),(urbanos), Iracema, O Guarani, Iracema, O Guarani, Ubirajara (Ubirajara (indianistas),indianistas),O tronco do IpêO tronco do Ipê (regionalista), (regionalista), Minas de PrataMinas de Prata (histórico). (histórico).
Projeto nacionalista, estrutura romântica, Projeto nacionalista, estrutura romântica, idealização da realidade, valorização da idealização da realidade, valorização da natureza.natureza.
“Iracema”“O Guarani”
Bernardo de GuimarãesBernardo de Guimarães – – A escrava IsauraA escrava Isaura..Estrutura de folhetim, temática abolicionista é pretexto Estrutura de folhetim, temática abolicionista é pretexto
para típica história romântica. para típica história romântica. Visconde de TaunayVisconde de Taunay – – A retirada de Laguna, A retirada de Laguna,
Inocência.Inocência. Descritivismo de detalhes e paisagens, romance Descritivismo de detalhes e paisagens, romance
sertanista com “acessórios” realistas.sertanista com “acessórios” realistas.Manuel Antônio de AlmeidaManuel Antônio de Almeida – – Memória de um Memória de um
sargento de milícias.sargento de milícias. Narrativa de costumes, obra pré-realista, humor, Narrativa de costumes, obra pré-realista, humor,
enfoque às camadas populares.enfoque às camadas populares.
Realismo(1881)
“Ao verme, que primeiro roeu as frias carnes
do meu cadáver, dedico como saudosa lembrança
Estas memórias póstumas.”(Machado de Assis – Memórias Póstumas
de Brás Cubas)
MARCO INICIAL:MARCO INICIAL: “Memórias Póstumas de Brás “Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis-1881.Cubas – Machado de Assis-1881.
CONTEXTO HISTÓRICO:CONTEXTO HISTÓRICO: Segunda fase da Revolução Industrial;Segunda fase da Revolução Industrial; Avanço tecnológico, progresso científico;Avanço tecnológico, progresso científico; Marx e Engels lançam o Marx e Engels lançam o Manifesto ComunistaManifesto Comunista;; Darwin publica Darwin publica A Origem das EspéciesA Origem das Espécies;; Teorias filosófico-materialista – Positivismo, de Teorias filosófico-materialista – Positivismo, de
Augusto Comte.Augusto Comte.
Características:Características:
Objetivismo;Objetivismo; Impessoalidade;Impessoalidade; Análise psicológica;Análise psicológica; Contemporaneidade;Contemporaneidade; Verossimilhança;Verossimilhança; Preferência por períodos curtos;Preferência por períodos curtos; Detalhismo (lentidão na narrativa);Detalhismo (lentidão na narrativa); Pessimismo.Pessimismo.
Autor:Autor: MACHADO DE ASSISMACHADO DE ASSIS – Implacável crítico do ser – Implacável crítico do ser
humano.humano. CARACTERÍSTICAS DA SUA OBRA:CARACTERÍSTICAS DA SUA OBRA: Pessimismo;Pessimismo; Consciência de que o ser humano vive em função das Consciência de que o ser humano vive em função das
aparências;aparências; Humor – que serve ou para criticar o ser humano ou sua Humor – que serve ou para criticar o ser humano ou sua
compaixão por este;compaixão por este; Desmascara o jogo das relações sociais, a ambição, a inveja, a Desmascara o jogo das relações sociais, a ambição, a inveja, a
futilidade.futilidade. Preocupação com a análise psicológica das personagens;Preocupação com a análise psicológica das personagens; Interrupção da ordem cronológica da narrativa.Interrupção da ordem cronológica da narrativa.
TEMAS PRINCIPAIS DO AUTOR:TEMAS PRINCIPAIS DO AUTOR: O egoísmo, a vaidade, o adultério, a razão , a loucura, O egoísmo, a vaidade, o adultério, a razão , a loucura,
a ambigüidade feminina, o interesse e a hipocrisia.a ambigüidade feminina, o interesse e a hipocrisia. OBRAS:OBRAS: Fase Romântica:Fase Romântica: Helena;Ressurreição; A mão e a Helena;Ressurreição; A mão e a
Luva, Iaiá Garcia.Luva, Iaiá Garcia. Fase Realista:Fase Realista: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Memórias Póstumas de Brás Cubas,
Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial de Aires.Memorial de Aires.
Contos:Contos: A Cartomante, O Alienista, Missa do Galo, A Cartomante, O Alienista, Missa do Galo, O espelho, entre outros.O espelho, entre outros.
NaturalismoNaturalismo(1881)(1881)
MARCO INICIAL: “O Mulato” – Aluísio de MARCO INICIAL: “O Mulato” – Aluísio de Azevedo.Azevedo.
CARACTERÍSTICAS: CARACTERÍSTICAS: Todas as características do Realismo, exceto a análise Todas as características do Realismo, exceto a análise
psicológica.psicológica. Romance-tese;Romance-tese; Cientificismo-determinismo do meio, da raça, da Cientificismo-determinismo do meio, da raça, da
herança...herança... Personagens patológicos.Personagens patológicos. AUTOR E OBRAS: Aluísio de Azevedo – AUTOR E OBRAS: Aluísio de Azevedo – O Mulato, O Mulato,
O Cortiço.O Cortiço.
ImpressionismoImpressionismo
Retrata a impressão que a realidade desperta no Retrata a impressão que a realidade desperta no artista.artista.
CARACTERÍSTICAS:CARACTERÍSTICAS: Valorização dos pormenores;Valorização dos pormenores; A ação é secundária;A ação é secundária; Geralmente não há ordenação cronológica;Geralmente não há ordenação cronológica; Sensorialismo;Sensorialismo; Captação imediata da realidade.Captação imediata da realidade. AUTOR E OBRA: Raul Pompéia – AUTOR E OBRA: Raul Pompéia – O AteneuO Ateneu..
ParnasianismoParnasianismo(1881)(1881)
O Parnasianismo foi um movimento que trabalhou em especial com a O Parnasianismo foi um movimento que trabalhou em especial com a poesia e que procurou enfatizar a busca da perfeição estética nos versos de poesia e que procurou enfatizar a busca da perfeição estética nos versos de sua criação.sua criação.
O Parnasianismo deusificou a arte na procura de sua pureza e de sua O Parnasianismo deusificou a arte na procura de sua pureza e de sua beleza.beleza.
O Parnasianismo surgiu na década de 60, na França.O Parnasianismo surgiu na década de 60, na França. No Brasil...No Brasil... ...Cronologicamente, a primeira obra parnasiana no Brasil foi Fanfarras, ...Cronologicamente, a primeira obra parnasiana no Brasil foi Fanfarras,
em 1822, de Teófilo Dias. Os poetas parnasianos no Brasil ignoravam a em 1822, de Teófilo Dias. Os poetas parnasianos no Brasil ignoravam a realidade brasileira imediata transferindo-se mentalmente para Paris. Essa realidade brasileira imediata transferindo-se mentalmente para Paris. Essa fuga e desinteresse pelo país fez com que o poeta Olavo Bilac procurasse fuga e desinteresse pelo país fez com que o poeta Olavo Bilac procurasse valorizar a cultura brasileira, elaborando uma poesia nacional, cantando a valorizar a cultura brasileira, elaborando uma poesia nacional, cantando a pátria.pátria.
Na Semana da Arte Moderna, em 1922, a poesia parnasiana foi o maior Na Semana da Arte Moderna, em 1922, a poesia parnasiana foi o maior motivo de ataque por parte dos modernistas.motivo de ataque por parte dos modernistas.
Características:Características: Ruptura com o idealismo romântico;Ruptura com o idealismo romântico; Objetividade e impessoalidade;Objetividade e impessoalidade; Despreocupação social;Despreocupação social; Arte pela arte;Arte pela arte; Culto à forma;Culto à forma; Busca da História e da Mitologia Greco-Busca da História e da Mitologia Greco-
romanas.romanas.
Poetas Parnasianos:Poetas Parnasianos:
Olavo Bilac:Olavo Bilac: trabalhou com o sentimento trabalhou com o sentimento amoroso, com a natureza, a afinidade pela amoroso, com a natureza, a afinidade pela pátria e resgatou a mitologia Greco-romana.pátria e resgatou a mitologia Greco-romana.
De suas obras destacam-se: De suas obras destacam-se: “Via-Láctea”“Via-Láctea” e e “O Caçador de Esmeraldas”.“O Caçador de Esmeraldas”.
Dos poemas destacam-se: Dos poemas destacam-se: “Satânia”.“Satânia”.
(Da Via-Láctea)(Da Via-Láctea)
Longe de ti, se escuto porventuraLonge de ti, se escuto porventuraTeu nome, que uma bocca indifferenteTeu nome, que uma bocca indifferenteEntre outros nomes de mulher murmura,Entre outros nomes de mulher murmura,Sóbe-me o pranto aos olhos de repente...Sóbe-me o pranto aos olhos de repente...
Tal aquele que, misero, a torturaTal aquele que, misero, a torturaSoffre de amargo exílio , e tristementeSoffre de amargo exílio , e tristementeA linguagem natal maviosa e puraA linguagem natal maviosa e puraOuve fallada por estranha gente.Ouve fallada por estranha gente.
Porque o teu nome é para mim o nomePorque o teu nome é para mim o nomeDe uma pátria distante e idolatrada,De uma pátria distante e idolatrada,Cuja saudade ardente me consome:Cuja saudade ardente me consome:
E ouvi-lo, é ver a eterna primaveraE ouvi-lo, é ver a eterna primaveraE a eterna luz da terra abençoadaE a eterna luz da terra abençoadaOnde entre flores teu amor me espera!Onde entre flores teu amor me espera!
Olavo BilacOlavo Bilac
Alberto de Oliveira:Alberto de Oliveira: seguidor fiel dos seguidor fiel dos padrões formais parnasianos. padrões formais parnasianos.
Temas referentes à natureza e objetos em Temas referentes à natureza e objetos em geral.geral.
Obras principais: Obras principais: Meridionais; Versos e Meridionais; Versos e Rimas, Vaso Grego, Vaso Chinês.Rimas, Vaso Grego, Vaso Chinês.
Vaso GregoVaso GregoEsta de áureos relevos, trabalhadaEsta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,De divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo Deus servia.Vinda do Olimpo, a um novo Deus servia.Era o poeta de Teos que a suspendiaEra o poeta de Teos que a suspendiaEntão, e, ora repleta ora esvazada,Então, e, ora repleta ora esvazada,A taça amiga aos dedos seus tinia,A taça amiga aos dedos seus tinia,Toda de roxas pétalas colmadas.Toda de roxas pétalas colmadas.
Depois...Mas o lavor da taça admira,Depois...Mas o lavor da taça admira,Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordasToca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordasFinas hás de lhe ouvir, canora e doce,Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga liraIgnota voz, qual se da antiga liraFosse a encantada música das cordas,Fosse a encantada música das cordas,Qual se essa voz de Anacreonte fosse.Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
Alberto de Oliveira.Alberto de Oliveira.
Raimundo Correia:Raimundo Correia: explorou o sentimento explorou o sentimento melancólico frente à vida.melancólico frente à vida.
Trabalhou com a natureza, buscando a forma Trabalhou com a natureza, buscando a forma perfeita e o discurso retórico.perfeita e o discurso retórico.
Obras: Obras: “Sinfonias”; “Aleluias”“Sinfonias”; “Aleluias” e e “As “As Pombas”.Pombas”.
As PombasAs Pombas(Raimundo Correia)(Raimundo Correia)
““Vai-se a primeira pomba despertada...Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais...mais outra...enfim dezenasVai-se outra mais...mais outra...enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenasDe pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortadaE à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, célebres voam,Os sonhos, um por um, célebres voam,
Como voam as pombas dos pombais;Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...”E eles aos corações não voltam mais...”
Vicente de Carvalho:Vicente de Carvalho: Buscou o lirismo Buscou o lirismo tradicional e recuperou o formalismo tradicional e recuperou o formalismo parnasiano.parnasiano.
Obras: Obras: ArdentiasArdentias Francisca Júlia:Francisca Júlia: Impassibilidade poética. Impassibilidade poética. Obras: Obras: EsfingesEsfinges
SimbolismoSimbolismo(1893)(1893)
Procurou expressar as contradições da Procurou expressar as contradições da subjetividade humana. Combateu todo o subjetividade humana. Combateu todo o automatismo e toda a subjetividade sociais. automatismo e toda a subjetividade sociais. Reagiu, desta forma, às estéticas real-Reagiu, desta forma, às estéticas real-naturalistas e parnasiana, pois, estas, naturalistas e parnasiana, pois, estas, desconsideravam, em regras, a subjetividade desconsideravam, em regras, a subjetividade do homem na arte.do homem na arte.
Características:Características:
Subjetivismo –Subjetivismo – valorização do sujeito e busca valorização do sujeito e busca psíquica;psíquica;
Sugestão –Sugestão – imagens que sugerem a abstração da imagens que sugerem a abstração da mente humana;mente humana;
Abstração –Abstração – recusa ao mundo materialista; recusa ao mundo materialista; Misticismo, vaguidade, irracionalismo Misticismo, vaguidade, irracionalismo
–– recuperação do transcendental; recuperação do transcendental; Musicalidade –Musicalidade – utilização do recurso sonoro utilização do recurso sonoro
como onomatopéias, aliterações, assonâncias, etc.como onomatopéias, aliterações, assonâncias, etc.
Cruz e Sousa:Cruz e Sousa: Obsessão pela cor branca, a Obsessão pela cor branca, a espiritualização, o sofrimento e a morte. Em Broquéis espiritualização, o sofrimento e a morte. Em Broquéis percebe-se a dor de ser negro.percebe-se a dor de ser negro.
Ligação com a estética parnasiana, mas apenas na adoção ao Ligação com a estética parnasiana, mas apenas na adoção ao soneto e ao rigorismo estético – métrico e rímico – dos soneto e ao rigorismo estético – métrico e rímico – dos poemas.poemas.
Obras: Broquéis (1893), Missal (1893), Faróis Obras: Broquéis (1893), Missal (1893), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905).(1900), Últimos Sonetos (1905).
Autores e Obras:
AntífonaAntífona““Ó Formas alvas, brancas, Formas clarasÓ Formas alvas, brancas, Formas clarasde luares, de neves, de neblinas!...de luares, de neves, de neblinas!...Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...Incensos dos turíbulos das aras...Incensos dos turíbulos das aras...
Formas do Amor, constelarmente puras,Formas do Amor, constelarmente puras,de virgens e de Santas vaporosas...de virgens e de Santas vaporosas...Brilhos errantes, mádidas frescurasBrilhos errantes, mádidas frescurase dolência de lírios e de rosas...”e dolência de lírios e de rosas...”
Cruz e Sousa.Cruz e Sousa.
A obra A obra “Últimos sonetos”“Últimos sonetos” relata a relação intrínseca relata a relação intrínseca entre o homem e as suas dificuldades da alma, o entre o homem e as suas dificuldades da alma, o destino existencial e a purificação eterna, através da destino existencial e a purificação eterna, através da simplicidade e da tranqüilidade buscadas na crença simplicidade e da tranqüilidade buscadas na crença religiosa. Esta é uma das obras de maior registro religiosa. Esta é uma das obras de maior registro pessoal de Cruz e Sousa.pessoal de Cruz e Sousa.
Na obra “Faróis” há a relação entre o sofrimento e a Na obra “Faróis” há a relação entre o sofrimento e a individualidade do poeta e a superação deste individualidade do poeta e a superação deste intimismo através da sugestão de alguma força maior, intimismo através da sugestão de alguma força maior, suprema.suprema.
Alphonsus de GuimaraensAlphonsus de Guimaraens – tematiza a morte – tematiza a morte da noiva, a religiosidade mística, a autocomiseração e da noiva, a religiosidade mística, a autocomiseração e a musicalidade do verso.a musicalidade do verso.
Obras:Obras: “Dona Mística”; “Câmara Ardente”; “A “Dona Mística”; “Câmara Ardente”; “A Catedral”.Catedral”.
Eduardo GuimaraensEduardo Guimaraens – tem como tema central o – tem como tema central o amor, sentimento este envolto na espiritualidade, na amor, sentimento este envolto na espiritualidade, na singeleza e ingenuidade.singeleza e ingenuidade.
Obras:Obras: “Caminho da Vida”; “Divina Quimera”.“Caminho da Vida”; “Divina Quimera”.
