Transcript
Page 1: Revista Rock Reload - Projeto Piloto

Edição nº1 - Setembro/2012 - www.rockreload.blogspot.com

Madra conta tudo sobre a nova música de trabalho, o que aprendeu em quase duas décadas de estrada e o que pensa

sobre o cenário atual

DE VOLTA PARA O FUTURO

RELOADRELOADROCK

O baterista Rodrigo Silveira

conta tudo sobre novo disco

Debut da banda Vandroya tem

capa e tracklist divulgados

DE VOLTA PARA O FUTURO

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EDITORIALHey brothers!

Finalmente conseguimos tirar o projeto do pa-pel e imprimir em uma revista. Depois de muito pesquisar e estudar a respeito do assunto che-gamos à conclusão de que a região merecia ter um veículo diretamente envolvido com o cenário das bandas. Aliás talentos é o que não falta, não é preciso andar muito para encontrar músicos e pessoas comprometidas com a disseminação do rock and roll.

Pelo menos no nosso caso a fonte é riquíssima, não foi preciso buscar tão longe assim. Em Jaú encontramos um ilustre morador, Rodrigo Silvei-ra, que é baterista da banda de um dos maiores ícones do heavy metal mundial: André Matos. A Evelyn Nadaleto abriu o baú com assuntos polê-micos como as modificações corporais e entrevis-tou especialistas e adeptos deste estilo de vida.

A nossa matéria de capa conta tudo sobre avolta do Madra ao estúdio. Os caras que durante tan-to tempo representaram a região nas grandes mídias e festivais pelo Brasil, já lançaram o seu novo single. Na entrevista concedida pelo Walter e pelo Fabrício, eles falam sobre as mudanças na maneira de se fazer e consumir músicas nas duas últimas décadas.

Depois de 10 anos e um EP lançado em 2005, a banda Vandroya finalmente anunciou o lança-mento do seu primeiro álbum “full” para janeiro de 2013. Com exclusividade trazemos a capa, o nome e a tracklist deste tão esperado trabalho do pessoal de Bariri. Cobrimos também os três dias de festival Rockeria realizado em Jaú, onde foram reunidas 13 bandas em duas casas diferentes.

Preparamos este material especial para vocês em nossa primeira edição. Queremos ver um exem-plar desta revista em cada escola de música, loja de instrumentos musicais, banca de jornal e a galera querendo produzir o seu próprio trabalho. A Rock Reload finalmente nasceu para dar à cena regional a chance de mostrar o seu talento e tra-balho. Espero que gostem!

Boa leitura!

Giovanni Perlati

Este exemplar foi desenvolvido como produto final do trabalho de conclusão do curso de Co-

municação Social com habilitação em Jornalismo. O projeto foi desenvolvido pelos alunos Evelyn

Versignasi Nadaleto e Giovanni Perlati sob a orientação do Professor Ms. Silvio Saraiva Júnior.

Apuração dos assuntos ocorreu no mês de setem-bro de 2012.

Edição e diagramaçãoGiovanni Perlati

Reportagens

Evelyn NadaletoGiovanni Perlati

Fotos:

Madra, Vandroya, Body Modification, General, Rodrigo e curtas: Divulgação

Rockeria: Giovanni PerlatiColuna Anti Social: Evelyn Nadaletto

Capa

Divulgação/MadraDivulgação/Rodrigo Silveira

Divulgação/Vandroya

EXPEDIENTE

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Persona - Rodrigo Silveira

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Capa - A trajetória do Madra

Heavy Load - Vandroya anuncia disco pg. 19

Humor - Separados no nascimento pg. 21

Backstage - Festival Rockeria pg. 22

Documento - Elvis não morreu pg. 26

Workshop - Voz com André Ferrari pg. 28

Coluna Anti-social - Com a Hell pg. 30

ÍNDICE

Curtinhas -O mundo do rock

Comportamento Body Modification

Templos do Rock - General Bar pg. 12

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A expectativa dos fãs era enorme desde a última reunião do Led Zepellin em 2007. Após diversos teasers divulgados na mídia, era aguardado o anúncio de novidades rela-cionadas à banda. Finalmente a confirmação oficial veio em setembro, os caras finalmente vão lançar o registro da última reunião em filme. “Celebration Day” terá imagens do show em que a banda se reuniu em home-nagem ao fundador da gravadora Atlantic, Ahmet Ertegun, que assinou a produção da banda nos anos 60. A estreia nos cinemas está prevista para o dia 17 de outubro. O CD e DVD sai em 19 de novembro. Gravado no O2 Arena, em Londres, com os membros fundadores John Paul Jones, Jimmy Page e Robert Plant, que contaram com Jason Bonham, filho do baterista original John Bonham morto em 1980. O show para 18 mil expectadores teve duração de duas horas.

de percussão francês Les Tambours du Bronx.Prevista para ocorrer de 13 a 21 de setembro de 2013, a organização já confirmou os head-bangers brazucas, o músico George Benson e Ivan Lins, entre outros. O Sepultura se apresen-tou na edição de 2011 no palco Sunset e mesmo com alguns problemas técnicos fez um grande show, já com a participação do grupo francês.

SEPULTURA : GRAVAÇÃO DE DVD NO ROCK IN RIO 2013 O maior expo-ente o Heavy Metal brasileiro, Sepultura anunciou que a sua participação no Rock In Rio 2013, se trans-formará em DVD. A banda composta por Derick Green, Andre-as Kisser na guitarra, Paulo Xisto no baixo e Eloy Casagrande na bateria, irá abrir o evento no palco mun-do. Neste show os bra-zucas vão contar com a participação do grupo

LED ZEPELLIN: REUNIÃO VIRA FILME

CURTINHASCURTINHAS

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O baixista C.J. Ramone, ex-membro de uma das principais bandas da história do punk rock, realiza turnê pelo Brasil neste mês. O músico realiza shows no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiania e Brasília. A procura por ingressos teve grande volume desde o primeiro dia de vendas. C.J. vem acompanhado do guitarris-ta Steve Solo e do baterista Michael Stam-berg. No set list não faltam clássicos de sua ex-banda e hits do rock nos anos 80 e 90. Christopher Joseph Ward foi escolhido para substituir Dee Dee o lendário baixista dos Ramones, em 1989, e ficou até o fim da ban-da em 1996. Com o grupo, e já usando nome de C.J. Ramone, lançou os álbuns Loco Live (1991), Mondo Bizarro (1992), Acid Eaters (1994) e Adios Amigos (1995).

EX-RAMONE FAZ SHOWS EM CINCO ESTADOS BRASILEIROS

ALICE IN CHAINS: NOVO DISCO A CAMINHO?

O atual vocalista do Alice In Chains, Willian Duvall, publicou em seu perfil na rede social Facebook a foto de um microfone de es-túdio. Na descrição abaixo da foto os dizeres “Confession time”, traduzido como Hora da confissão. Foi a primeira vez que algum mem-bro se manifestou a respeito do que pode ser a gravação de um novo álbum da banda. A foto aumenta a especulação de que o guitarrista Jerry Cantrell já estaria recupe-rado de uma cirurgia no ombro, fato esse que adiou as gravações do novo disco. Para os fãs a foto serviu apenas para aguçar a expectati-va por mais um trabalho bem sucedido sob o comando de Duvall, que substituiu o vocalista original Laney Staley, morto em abril de 2002 por overdose de heroína.

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por Giovanni Perlati

Por trás de um artista solo sempre há um conjunto competente e empenhado em traduzir ao máximo as qualidades e técnica do artista em questão. Sempre há bons músicos, com histórias de vivência e estudos dentro do cenário. No novo álbum da carreira-solo do cantor André Matos não é diferente. O time dele é formado por Hugo Mariutti (ex-Angra, ex-Shaman) na guitarra, André Hernandes na guitarra, Bruno Ladislau no baixo e o ilustre morador de Jaú, Rodrigo Silveira, na bateria. O álbum “The Turn f The Lights” foi lança-do no final de agosto e já é reconhecido com boa aceitação em quatro continentes. O responsável pelas levadas virtuosas de bateria é conhecido na região como “Dark”. Em um bate-papo no meio da correria do lançamento a Rock Reload traz ex-clusividade um pouco mais sobre a sua trajetória musical de 22 anos.

Rock Reload - Quando foi que você passou a integrar o projeto André Matos Solo. Como conheceu e como entrou na banda?Rodrigo - Fui convidado para entrar na banda em janeiro desse ano. Em dezembro de 2011 o antigo baterista anunciou que sairia da banda porque que tinha sido chamado para entrar no Sepultura, e então o próprio Andre me convidou para assumir a banda. Eu já os conhecia há algum tempo, e no ano passado tinha feito varios shows como substituto que foram muito legais, rolou uma sintonia muito boa com todos da banda, tanto musicalmente como pessoalmente.

RR – Antes disso tudo quais foram os projetos?Rodrigo - Já fiz um pouco de tudo na minha car-reira como músico. São 22 anos de bateria, sendo 18 como profissional! Nesse tempo, acompanhei artistas de todos os gêneros, toquei na noite com bandas cover, já tive até banda de baile, mas sem-

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em valorizar as bandas daqui”

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pre procurei focar em meus projetos de musica ins-trumental, que foram os que mais ajudaram a me desenvolver tecnicamente e amadurecer musical-mente. Posso destacar o trio Comfusion, que durou cerca de 10 anos, trabalhando essencialmente com musica autoral . Inclusive já tocamos em Jaú em duas ocasiões, sendo uma delas junto com o guitar-rista Mozart Mello. Também participo do projeto solo do guitarrista André Hernandes, que hoje é

meu companheiro de banda no Andre Matos, e gravei seu CD .

RR – Antes de você, quem co-mandava a bateria era o pro-dígio brasileiro Eloy Casa-grande, o qual esteve em Jaú, em 2007, para o lançamento do primeiro disco solo “Time to be free”, do André Matos. Você teve algum contato com ele? Como foi a transição tendo em vista que ambos têm estilos diferentes?Rodrigo - Sim, conheço o Eloy desde seu inicio de carreira quando era bem novo. Real-mente ele é um grande talento! Já trabalhamos juntos algumas vezes, e temos um ótimo rela-cionamento. A transição acredito que foi tranqüila, o fato de eu ter feito alguns shows o substituindo deu a oportunidade da banda conhecer o meu trabalho. Isso me deixou mais a vontade quando recebi o convite para assumir o projeto, porque se estavam me chamando é porque estavam satisfei-tos com a forma que eu toco. Os shows de 2011 ser-viram como um “test drive “para todos ! A banda sempre respeitou o meu estilo, nunca houve nenhu-ma interferência para que eu tocasse diferente da minha forma natural, ou para soar parecido com o Eloy.

RR– Na ocasião em que você entrou na banda o próprio André teceu vários elogios à sua performance em testes realizados tempos an-tes. Era um objetivo seu entrar em uma banda já em andamento, ou você já tentou solidificar um projeto seu antes?Rodrigo - Em 2007, o Andre fez testes com alguns bateristas para sua primeira turnê com o projeto solo, e eu fui um deles. Na época ele me disse que tinha gostado do meu trabalho, e que apesar de ter optado por outro baterista, gostaria de deixar as

portas abertas para alguma oportunidade futura.

E não é que ele estava falando a verdade?

Já tive projetos meus como citei anteriormen-

te, que foram muito importantes para a minha

formação, mas sempre estive atento às oportuni-

dades que apareciam. A carreira de musico não é

fácil, tem que ser construída com muito trabalho

e bons relacionamentos, acredito que é daí que

surgem as boas oportunidades.

RR - Você chegou a finalizar a turnê do disco Mentalize em 2011, ou quando integrou a ban-da já partiu direto para os estúdios?Rodrigo - Fizemos alguns shows em 2012 dessa turnê, alem dos de 2011 que já citei .Como o Andre mora na Suécia, trabalhamos a tour no sistema de temporadas, ou seja, ele vem pra cá e fica alguns meses onde concentramos os shows, depois damos um tempo e ele volta pra lá. E assim sucessivamente. Em maio encerramos a turnê do Mentalize (álbum) e logo em seguida entramos em estúdio.

RR - Partindo para o lado opinativo, após o fatídico episódio do Metal Open Air em 2011. Qual é a sua avaliação do cenário heavy metal nacional?Rodrigo - O cenário sempre passa por oscilações, e acredito não estarmos em uma fase muito fácil. Tem ocorrido uma “migração” de bandas interna-cionais pra cá, além de uma grande quantidade de festivais que priorizam atrações de fora. Isso inflaciona um pouco o mercado. Em geral, o brasi-

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leiro tem dificuldade em valorizar as bandas daqui, muitas bandas conseguem primeiro um reconheci-mento fora do Brasil para depois serem valoriza-das aqui.Apesar disso , o estilo tem um publico muito fiel e que nos apóia bastante, acredito que se tivermos bons promotores dispostos a realizar shows bem organizados em suas cidades, terão uma boa res-posta do público. O MOA foi um exemplo de como fazer tudo errado, e prejudicou muita gente. Espero que sirva de lição.

RR – Como é trabalhar com o André Matos? Rodrigo - Muito tranqüilo! Ele é uma pessoa muito bacana e humilde. Musicalmente tem sido fantás-tico, tenho aprendido muito. Além de ser o cantor que é, ele é um ótimo compositor e tem uma facili-dade incrível para fazer melodias e letras. Tem na bagagem a formação de três das principais bandas de metal do Brasil . Na gravação, foi muito aberto com relação às minhas opiniões e sugestões, e nos shows me deu total liberdade para colocar meus arranjos de bateria e tocar da minha maneira. O clima na banda é muito bom, sem estrelismos nem desavenças, todos me trataram muito bem desde o inicio. Me sinto muito lisonjeado por estar nesse projeto, o Andre é muito respeitado e conhecido mundialmente, ele poderia ter optado por vários outros bateristas excelentes para tocar com ele.

RR – Além do disco “The turn of the lights” lan-çado recentemente no Brasil, no Japão e nos Estados Unidos. Você tem algum outro projeto no qual pretende se dedicar e colocar em an-damento? Algo que queira realizar em Jaú?Rodrigo - Estou sempre aberto a novos projetos. No momento estou bastante ocupado, porque além dos meus trabalhos como baterista eu também tra-balho com áudio (sou técnico de som das bandas

Oficina G3 e Pato Fu) , e isso toma bastante do meu tempo. Pretendo fazer uma turnê de workshops, tocando as musicas do disco e também dos meus projetos passados. O foco será não somente a ba-teria, mas musica em geral e mercado musical. Jaú tem ótimos músicos , tenho alguns velhos amigos aqui e tenho procurado conhecer mais gente da região, meu maior problema tem sido a falta de tempo mesmo, acabo ficando poucos dias da sema-na na cidade. Mas nada impede de no futuro fazer alguma coisa, seria muito legal!

RR – Como está a expectativa para uma prová-vel excursão internacional, tendo em vista o destaque que o lançamento vem ganhando na mídia especializada?Rodrigo - Realmente o disco tem tido uma reper-cussão muito boa, tanto aqui como no exterior. A previsão para iniciarmos essa turnê é para o final de outubro, se estendendo para 2013 , mas acredito que iremos para fora só no ano que vem. Estamos com uma boa expectativa, temos recebido ótimas notícias do Japão com relação a aceitação do disco por lá, e também o Andre é bem conheci-do e respeitado na Europa. Espero que possamos viajar bastante com essa turnê, não esquecendo obviamente do Brasil, e quem sabe em Jaú!

RR – A Rock Reload agradece pela atenção e deixamos o espaço aberto para considerações finais, ou caso tenhamos esquecido de pergun-tar algo importante:Rodrigo - Eu é que agradeço! Sei que Jaú tem uma comunidade musical muito forte, fico feliz em poder conversar com vocês e espero que ouçam e gostem do nosso novo trabalho!

Para mais informações sobre a banda, o disco e a turnê, acessem o site www.andrematos.net

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Ousado e discretoNo universo das modificações corporais ter adereço discreto é opção estética e menos invasiva

por Evelyn Nadalettocolaboração Giovanni Perlati

Imagine-se com um piercing no pescoço, ou quem sabe se sua língua fosse separada ao meio e se transformasse em duas. Que tal implan-tar metal sob a pele para mudar o seu aspecto físico. Parece algo dolorido e assustador á pri-meira vista, mas cada vez mais os procedimentos chamados de Body Modification ganham adeptos pelo interior. A justificativa pela procura destas técnicas modernas está na necessidade que o ser humano

tem de se expressar diferentemente dos demais. Deste modo, muitas pessoas utilizam das técnicas de tatuagens e body modification para destacar preferencias religiosas, artísticas, cultu-rais e talvez a com maior apelo, a estética. Em tempos em que se prima cada vez mais por aperfeiçar as curvas do corpo, e em muitos casos se faz uso de susbtâncias proibidas, os body moders, como são chamados os adeptos das mo-dificações corporais preferem ir na contramão e quase sempre provocam incomodos nas pessoas tidas como dentro dos padrões estéticos impos-tos pela sociedade. A body piercer Thaís Izar, diz que achou a técnica com um resultado estético final muito bonito. Há cerca de 20 dias ela colocou o seu pri-meiro microderamal no braço e agora se prepara para o aperfeiçoamento na técnica e para poste-riormente aplicar no estúdio no Grillo Tatoo, em Jaú. “Vi pela primeira vez na internet e de cara já gostei. Nisso já me passou pela cabeça fazer uns no meu corpo e inovar o Studio, aprender as técnicas para aplicação. O microdermal é novi-dade, é como se fosse o ‘novo piercing’ e por ser mais discreto talvez ele possa ser mais aceito sim”, afirma Thais. Uma das técnicas que ganha destaque no universo das modificações corporais é a Micro-dermal. Que estéticamente se assemelha a um piercing, porém com a diferença que há apenas um ponto no dispositivo, a entrada. O visual cha-Paulo Vitor aposta em novas tendêncidas e estilo

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No pescoço:A microdermal de Evelyn Nadaleto

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ma a atenção, pois se parece com um prego crava-do no corpo. Muitas pessoas usam em locais como bochechas, próximo à boca, pescoço ou braços. A técnica pode ser aplicada em qualquer parte do corpo. “Eu acredito que qualquer tipo de pro-cedimento pode ser feito em qualquer parte do corpo. Isso não quer dizer que o resultado seja satisfatório. No caso do microdermal procuro fugir sempre de locais com pouca gordura e muita articulação, onde a cicatrização é mais demorada e o risco de atrito é bem maior”, afirma o body piercer Paulo Vitor, do Holy Ink Studio, em Barra Bonita.

Preconceito

Mesmo com a prática incorporada à ten-dências de comportamento e até na moda, o preconceito e os “olhares tortos” persistam. Os adeptos das modificações corporais precisam se preparar psicologicamente, pois da mesma forma com que a tatuagem um dia foi rótulo para pre-conceituosos, a prática ainda é uma novidade e causa estranhamento em vários locais. “Ja sofri sim e não faz muito tempo. Fui ao SUS (Sistema Único de Saúde) passar por um gastro (médico gastroenterologista), precisava de uma endoscopia, mas por conta dos meus piercing’s do rosto o médico disse que eu iria ficar com câncer e me passou exame de hepatite e me recusou a endoscopia, por pura implicância ao meu estilo”, afirma Thais. Ela ressalta que é comum esse tipo de reação e que nem sempre se trata de preconcei-to, mas sim conflitos de opinião e gostos. “Não acredito que fique no passado definitivamente e nem que as pessoas são totalmente intolerantes”, completa. Para quem se interessar pela prática é importante a procura por estabelecimentos que se enquadrem nas regras impostas pela Vigilância Sanitária. Além da técnica necessária para os pro-cedimentos é importante que os materiais sejam esterilizados.

O barato pode sair caro

A atenção na hora de procurar o profissio-nal certo que proporcione os resultados espera-dos é imprescindível. O body piercer Paulo Vitor ressalta que muitas vezes os serviços oferecidos

por preços muito abaixo da média do mercado, merecem no mínimo, desconfiança por parte dos clientes e das pessoas que desejam aplicar os ape-trechos no corpo. “Procure sempre profissionais realmente quali-ficados, converse, questione, estude os trabalhos do mes-mo. Às vezes visual não é sinônimo de profissionalismo. Pode ter certeza de que se você procurar o profissional certo o resultado vai valer cada centavo”, afirma Vitor

Aplicação - Saiba como é feita:

Fonte: raladopiercer.blogspot.com.br

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Thais Izar durante ensaio fotográfico; no detalhe o braço

com implante subcu-tâneo em forma de

coração

Foto: Angélica Lima Gomes

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Uma década à serviço do ROCKUma décadaa serviço do ROCK

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Imagine sobreviver há uma década de mudanças no cenário musical e na for-ma de se consumir entretenimento

por Evelyn Nadaleto

Não é sempre que uma casa noturna comemora dez anos de puro Rock and Roll. Sim. Acredite, são dez anos! Foi no mês de agosto que o General Bar comemorou seu aniversário com uma festa em grande estilo, onde bandas, amigos e público se reuniram para celebrar. Essa tradicional casa noturna de Jaú come-çou com o Generalzinho, um Bar que inaugurou na Rua General Galvão, em dezembro de 2000 por Wilson Moraes, Rodrigo Murgel e Luiz Henri-que Fernandez como sócios. Em 2002, mudou no mesmo espaço onde funcionava a extinta e tam-bém casa noturna River Side, após uma grande reforma do local. Segundo Moraes, um dos sócios do General Bar, conta que não faz idéia de quan-tas bandas passaram pelo ambiente, churrasco dentro da balada, entre outras histórias que não podem ser publicadas. E foi nesse clima de festa que entrevistamos o Moraes. Confira:

Rock Reload - Há dez anos você imaginava que estaria à frente de um empreendimento na área de entretenimento no nível do General?Moraes - Confesso que não me lembro de ter essa dimensão de que chegaríamos aos dez anos. Con-fesso também que percebíamos que o negócio po-deria ser duradouro. Eu particularmente, comecei mais cedo fazendo eventos. Mais especificamente em 1996. Sempre tive um sonho de trabalhar numa casa noturna, fazer a agenda dela, divulgação etc... Do nosso jeito. Acho que nosso trabalho é dura-douro porque na maioria das vezes conseguimos exteriorizar os nossos gostos musicais (claro que existe exceções) para o palco do General. Quando digo “nós” é porque se estende também ao Rodrigo Murgel e Luiz Henrique Fernandez, também sócios do General.

RR - O formato do General quando ele ainda estava na Rua General Galvão, era diferente do atual. A mudança foi proposital ou se deu pelo surgimento de uma oportunidade de expan-são do negócio?Moraes - O Generalzinho, como é carinhosamente chamado, é o embrião. É claro que o Rodrigo e o “Lique” quando inauguraram o Generalzinho em

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26 de dezembro de 2.000, não pensavam que exis-tiria o General. Mas começaram várias conversas e surgiu a oportunidade na antiga e extinta River Side. E eles encararam. O Generalzinho deu o nome para o atual General. Tudo começou lá. Principalmente, a forma de como eles tratavam o público. No Gene-ralzinho por exemplo, fui até garçom e barman.

RR - Nesses dez anos, tem alguma recordação em especial de alguma noite? Moraes - No General, foram várias situações que marcaram. Nós conseguimos lá, juntamente com Ro-drigo e Lique, manter as casas e fazer na maioria das vezes shows que agradam o nosso gosto. Lembro--me do primeiro show do Paulo Miklos, membro dos Titãs, foi emocionante ouvir ele cantar Sonífera Ilha. O show do Rodrigo Santos, do Barão Vermelho,

juntamente com a participação especial do jauen-se Edinho Rodrigues e primeiro show do Abbey Road foram muito emocionantes.Marcante também o lançamento do CD Cobaia dos Patrões, o lançamento do clipe do Mandrake (começa o clipe no telão, e eles sobem ao palco e entram cantando “Eu Sou Assim”), um dos ani-versários do Bar com a Banda Koala e Vambora, agora mais recentemente o lançamento do CD do Paulo Pin e o Tributo ao Juninho Toledo neste ano, entre muitos outros. A festa de 10 anos agora em agosto foi muito marcante para gente. Sentimos

um reconhecimento muito grande. As pessoas estavam afim de celebrar.Mas também tivemos algumas noites ruins, como um blackout no show do Léo Maia. A noite aca-bou às duas da manhã. O segundo show do Abbey Road também foi ruim para nós porque fomos enganados pelo dono da banda. E o show do Clau-dio Zoli foi desagradável porque o cara apareceu somente com uma percussão. Fomos enganados pelo empresário. E em 2003 tivemos um balão da banda Gang. Já que simplesmente não apareceu, foi difícil.

RR - Qual foi a situação mais engraçada ou curiosa? Acontece sempre?Moraes - Tiveram algumas cenas engraçadas. Algumas impublicáveis e teve o blackout que eu

acabei de mencionar. Também teve um dia que ia ter Capital Inicial ia tocar não sei aonde na cidade. Nós estávamos com os nossos amigos guerreiros da banda Os Patrões e Kamandukaya. Era umas quatro da tarde, nenhum convite havia sido ven-dido. O Lique olhou pra mim e disse: “Vamos fazer um churrasco agora aqui no General”.Começamos a fazer um churrasco no General e a hora passou. “Desencanamos” da concorrência e quando vimos, o General estava “virando”. Foi en-graçadíssimo o Rafael Ometto chegar meia-noite com um contra-filé no General.

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Opinião da Rock Reload

Mesmo que a moda e a maré mudem é um canto seguro onde sempre poderá curtir bandas boas e conhecer gente interessante.O que se espera é que cada vez mais os empresá-rios donos de casas de shows atuem em parceria com os músicos locais. O que separou o rock pode ser a falta de união, ou a nova ordem fonográfica. Mas enquanto tiver locais para as bandas ensaia-rem e se apresentarem, sempre haverá o espírito vivo do rock and roll.

O administrador Wilson Moraes

RR - O General tem público fiel? São sempre as mesmas pessoas que freqüentam ou varia de acordo com o tipo de atração?Moraes - Conquistamos um público fiel que sempre vai, o público rotativo que vai pela balada e públi-co que vai pela banda. Juntando tudo dá o “molho”. Graças a Deus, a fidelidade foi construída pela qua-lidade das bandas. Pode soar pretensioso, mas acho que criamos um selo de qualidade na cidade. São dez anos no mesmo lugar. Abrindo praticamente quase todo sábado. Nosso concorrente atual em doze treze anos teve mais de 8 casas diferentes.

RR - O General está onde era a antiga River Side. Como foi o processo de transformação do ponto?Moraes - Eu não participei da reforma. Eu trabalhei na semana da inauguração e depois quando cheguei na segunda semana, o bar já estava funcionando. Comecei em um show do Cadillac Valvulado no final de agosto de 2002. Mas a casa mudou totalmente e todo o conceito foi do arquiteto Kiko Marcolan com os donos, Rodrigo e Lique. O papel do Kiko foi mui-to importante para o sucesso da casa. Muita coisa mudou de quando era a River Side. Tinha que mudar. A River não tinha dado certo. Uma casa com outro nome abriu. Então o conceito teria que ser totalmen-te diferente e deu certo.

RR - Há pretensão de algum projeto paralelo? Se sim, qual?Moraes - No momento não. O único projeto parale-lo à balada são os aluguéis de festas, casamentos e eventos. Mas tenho vontade abrir a casa mais dias durante a semana.

RR - Sabemos que o projeto da casa é dar espaço para bandas de rock. Qual é a identidade do ge-neral atualmente? É mais rock and roll, samba--rock?Moraes - Mesclamos rock, samba-rock, pop, black. Tem de tudo. Um exemplo: Em julho fizemos o pop--rock irreverente do Pedra Letícia, o black da banda Koala Joe, o rock do Retrovinil, o samba-rock do Vambora e a banda Beatles x Stones. Em agosto teve Rockover, a big-banda Kings de La Noche e o pop do Ratto. Estamos também com um projeto desde janeiro cha-mado “Open Lounge”, onde algumas bandas tocam no começo da balada. Tem bastante rock e gente nova. Está dando certo e funcionando bastante. Não adian-ta, pode vir qualquer onda universitária descartável, mas rock é rock.

RR - Como são escolhidas as bandas que tocam nos finais de semana?Moraes - Trabalhamos com bandas, públicos consoli-dados e em alguns shows e tentamos mesclar coisas novas no meio da nossa agenda. É sempre difícil trazer bandas que nunca vieram tocar na casa, mas temos que sempre tentar. As pessoas reclamam quan-to tocam as mesmas bandas, mas quando tem bandas novas, eles (público) não vão. Mas temos que tentar sempre. Se você olhar a agenda de 2012 foi bem pro-dutiva em relação à novidades.

RR - Qual é o perfil do público que freqüenta o General atualmente?Moraes - Basicamente um público de 20 a 35, 40 anos. De vez em quando faixas etárias menores aparecem. Depende da atração. Quando a banda Rockover toca, sempre temos um público mais velho. O show do Ratto mescla mais. Já a banda Pedra Letícia, por exemplo, atrai um público mais jovem. E assim vai...

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Rock Reload - A banda está há quase duas décadas na estrada. Neste tempo, quais as principais mudanças que você, que está desde o início, notou no cenário regional?Fabricio: Eu acho que o cenário regional mudou muito, pelo menos para o rock. Com outros estilos musicais em evidência você tem que procurar por lugares específicos para mostrar seu trabalho. An-tigamente as casas de shows eram mais receptivas com diversos estilos musicais e hoje não. Se você tem um trabalho autoral então, a coisa fica um pouco mais difícil, pois você tem que lidar com a indiferença da mídia como rádios, jornais e canais de tv locais e ainda disputar espaço com uma “en-xurrada” de bandas cover.Particularmente acho que não só o cenário mu-dou, mas o público também. Muitas vezes sinto que faltam curiosidade e interesse da rapaziada por coisas novas e trabalhos inéditos ...Walter: Além do rock não ser mais o queridinho da mídia, parte do público do estilo não prestigia os poucos eventos que tem. Já vi cara deixar de ir num evento bacana de rock e pagar mais caro pra

Eles lançaram o primeiro CD há cerca de 10 anos em meio a um panorama muito diferente da indústria fonográfica no Brasil e no mundo. Depois da grande revolução promovida pela internet, retomaram as composições e prometem novos sons ao público. Madra, uma das bandas mais tradicionais do centro oeste paulista, retoma os trabalhos de estúdio e lança no Youtube o seu mais novo single “Sem Parada”. A banda composta por Fabrício Mendonça (bateria e voz), Walter Claro (guitarra), Ricardo Fogo (contra-baixo) e Tiago Pieruci (teclado), trás a velha pegada rock´n roll com letras marcantes em português. Um diferencial em tempos onde a falta de criatividade faz com que as bandas mascarem suas letras na língua inglesa. A Rock Reload conversou com Claro e Mendonça sobre as novidades e o cenário local.

por Giovanni Perlati

“Sem Parada” marca a retomada no processo de uma das principais

bandas do Centro Oeste

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“Mudou muita coisa, acho que o som ganhou em texturas, climas...”

ir ao lugar da moda por causa da “mulherada” ou simplesmente ficar na frente do evento be-bendo e não entrar. Se a galera do rock tivesse mais consciência a cena estaria bem melhor.

RR - Você acredita que houve uma melhora no cast de bandas do interior paulista?

Fabricio: Acredito que sim, mas você só vai no-tar isso pesquisando na internet, e não naquela casa de shows “mais próxima de sua casa”. A facilidade para se gravar, e gravar com qua-lidade hoje em dia (seja áudio ou vídeo), tam-bém vejo como uma forma de desenvolver esse cast, principalmente na forma e na qualidade da apresentação de seus trabalhos .Walter: Realmente a era digital barateou o custo e a pratica de gravar e o acesso cada vez maior a internet trouxe à informação e possi-bilidades de divulgar o trabalho das bandas.

RR - Tem alguma banda em especial que re-presenta essa evolução? Algo que você tenha ouvido e realmente lhe agradou?

Fabricio: Aqui no interior deve haver uma ra-paziada bem legal “escondida” por aí, mas des-tacaria aqui da região bandas como a Souls-pell e a Move Over, pelo “trampo” de qualidade e pela vontade de “fazer acontecer”.Walter: Gosto muito do trabalho da Supersô-nica e a Vandroya que está para lançar um CD excelente que tive a oportunidade de escutar antecipadamente.

RR- Qual é a atual formação da banda, houve alguma alteração desde a entrada do Tiago?

Fabricio: Não, nenhuma alteração, atualmente o Madra é: Fabricio Mendonça (bateria/voz), Walter Claro (guitarra), Ricardo Fogo (baixo) e Tiago Pieruci (teclados/voz).

RR - Antes desta entrada a banda era um “power trio”. O que mudou na sonoridade da banda após a entrada de um tecladista?

Fabricio: Mudou muita coisa, acho que o som ganhou em texturas, climas, etc... O Tiago é um grande músico e tem um baita bom gosto, acho que ajudou a amadurecer os arranjos.Walter: A química de composição dessa forma-ção é muito boa. Os arranjos surgem de forma espontânea. O Ricardo (que entrou antes do

Tiago) também é e dotado de muito bom gosto e musicalidade.

RR - A voz principal vem de um lugar inco-mum, lá de trás do palco com o competente Fabrício Mendonça. O fato de ser baterista já limitou, de alguma forma, a execução das mú-sicas? Você considera isso um diferencial?

Fabricio: Limitar a execução das músicas não, mas já tive que ouvir que a banda não é legal porque não tem um frontman, é mole???O as-pecto visual realmente é diferente, uns podem gostar, outros não, mas agora temos o Tiago que vai “à frente” de vez em quando.....Walter: Uma vez um jornal chamou o Fabrí-cio de “O POLVO DE OITO BRAÇOS” hahaha... Realmente ele é o nosso Mustaine/Hetfield só que na bateria. Canta e toca com muita facilidade. Na época trio, quando tocamos em cidades que nosso CD chegou não me lembro de reclamarem por não ter o vocal frontman. Quando o público conhece e gosta das compo-sições tudo fica mais fácil.

RR - O primeiro disco do Madra teve uma óti-ma repercussão na mídia especializada. Dez anos após o lançamento qual é o balanço que vocês fazem?

Fabricio: É sempre legal quando alguém elogia seu trabalho a nível nacional. Essa repercus-são ajuda na hora de tentar shows em lugares legais, pois deixa o release bacana... Agora é legal esclarecer o porquê de tanto tempo sem

lançar nada, o Madra viveu “na pele” todas as mudanças que ocorreram na forma de se co-mercializar a música aqui no Brasil. Tínhamos um esquema de distribuição com a universal que não rolou porque os divulgadores simples-mente foram demitidos quando a pirataria começou “a pegar”. Os selos e gravadoras não estavam dispostas a investir em ninguém, e

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aí ficamos perdidos em um cenário que levou algum tempo para se definir. No geral “a coisa” funciona assim: as gravadoras trabalham com o seu dinheiro, e é necessário um bom dinheiro, então você precisa de um investidor, isso tudo para sonhar com o “mainstream.” Quando descobrimos que só talento não era o suficiente, demos uma decprocesso mais lento.

RR - Recentemente vocês divulgaram nas redes sociais a mix da música “Sem Parada”. Qual foi a inspiração? Ela foi composta recen-temente?Fabricio: “Sem Parada” não é uma composição re-cente, mas o que é legal é que a letra é uma parce-ria minha com o Ozzy Issor (ex-baixista), e foi fina-lizada quando ele não estava mais na banda, é bom saber que podemos contar com ele. A letra fala sobre a vida, a tentativa de fazer as escolhas certas, e lidar com as frustrações quando o que esperamos não acontece, típico da vida de qualquer um.Walter: Ela não é recente, mas os arranjos finais foram feitos já com a nova formação.

RR - Tem um disco a caminho, para a galera que curte o trabalho aqui na região. Como estão às gravações e vocês podem adiantar o nome do disco e quando pretendem lançar?Fabricio: Nós estaremos lançando “singles” até o fi-nal do ano, talvez 5 ao todo. Temos muito material acumulado para trabalhar, e não queríamos mais ficar esperando até um novo cd sair, então teremos muitas novidades, é só ficarem ligados no site e no facebook... Enquanto isso preparamos o cd novo.

RR - No disco Madra, você contaram com a participação de um dos grandes nomes da gui-tarra no Brasil: Edu Ardanuy. No próximo vai ter alguma participação especial?Fabricio: Eu gosto muito de participações especiais, tenho algumas ideias de participação, mas nada oficial ainda.

RR - Pelo que a banda já tem pronto no estú-dio, o que já deu pra sentir de evolução nas composições com relação ao primeiro disco? Vocês pretendem seguir a mesma linha ou vai rolar algo inovador?Fabricio: Inovador eu não sei, mas tá diferente, como disse os arranjos estão mais maduros. Dentro do “nosso” mundo Madra, será uma evolução. Acho que independente da “linha” que seguirmos, coisas como letras e cuidado com os arranjos serão sem-

pre trabalhados com atenção.

RR - O disco dois sai em um bom momento para a banda? E para o cenário do interior?Fabricio: Vamos esperar 2013, por enquanto lança-remos alguns “singles”, mas vamos trabalhar firme. Se não tem espaço, nós abriremos um.....Walter: Faz poucos dias que colocamos “SEM PA-RADA” na rede e a repercussão está sento ótima. É bom sentir satisfação das pessoas que já nos acom-panhavam.Ver que estão mostrando pra outras pessoas nosso CD de 10 anos atrás junto com o single atual.

RR - A banda tem um trabalho criativo muito interessante, principalmente pelo peso e pela qualidade das letras. Vocês acreditam que é possível lutar por um espaço no rock nacional, em termos de mídia e mainstream?Fabricio: Para ser sincero, não tenho mais expec-tativas de mainstream. Penso que grana e a ajuda de quem já faz parte desse negócio, são as únicas formas de “virar grande”. Então vamos continuar a lançar coisas independente de cenário, estilo, ou o que quer que seja. O que vier é lucro. Vamos bata-lhar pelo nosso espaço porque gostamos do que fazemos e não porque queremos ficar famosos... seguir “Sem Parada”.Walter: Compomos sons que nos agradem em primeiro lugar, nossa verdade sonora. Nada de “vamos fazer assim porque fica mais aceitável ou viável pra um possível mercado”. Quem gostar gos-tou, quem não gostar que não escute. Minha maior motivação é saber o público do MADRA já está um pouco maior com o novo single na rede, e por aí vai...

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RR- Qual é a sua opinião sobre o rock nacional atualmente? Acha que ainda pode haver uma reviravol-ta?Fabricio: Eu não gosto da maioria das coisas que ouço, acho que se perdeu a atenção com as letras, falta criatividade em arranjos, e continua todo mundo querendo misturar tudo com tudo. Torço por uma reviravolta, mas talvez isso não seja feito por bandas que tenham uma sonoridade que me agrade. É a modernidade, boa pra alguns, terrível para outros.Walter: Atual, serve o Barão vermelho? hahaha... Falando sério... gosto muito do Tempestt mas eles não compõem em português. Não tem nenhuma banda que me agrade que está na grande mídia. Se a maio-ria do publico que gosta de rock prestigiar mais os pequenos e médios eventos já seria um bom start para uma possível reviravolta.

RR - Qual sua opinião sobre a música, de modo geral, no Brasil? Tem ouvido o que toca nas rádios e na MTV?Fabricio: Música boa e música ruim sempre existiram. O que é bom pra mim pode não ser bom pra você e por aí vai. Não escuto rádio e pouca coisa me interessa na MTV, então dá-lhe internet. O Brasil é grande e temos diferentes culturas. Quanto às coisas que acho de “gosto duvidoso” deixo que o tempo se encarre-gue de exterminar. No final acabo ouvindo artistas e bandas mais clássicas.Walter: Pra mim a única coisa boa da a MTV recentemente foi Beavis and Butt-Head. A única radio que escutei na vida foi a KISS FM nos anos que morei em São Paulo e a kiss não é referencia para lançamen-tos. Ouço muito rock clássico, blues algumas bandas que conheci via internet.

RR - Walter e Fabricio a Rock Reload agradece a participação e deseja sucesso neste novo traba-lho com o Madra. Deixamos o espaço aberto para considerações finais. Obrigado.Fabricio: Nós é que agradecemos a oportunidade......Vamos continuar tocando, gravando e tentando “fa-zer acontecer”....Abraços!!!Walter: Vida longa ao rock’n roll. Rockeiros deem valor aos eventos de rock, parem de reclamar que a entrada custa mais de cincão. Tenham consciência que tudo tem um custo e que se a receita não cobrir a despesa os eventos tendem a acabar. Prestigiem e cobrem a qualidade das bandas e dos eventos. Nos aju-dem a melhorar a cena. Vamos nos nivelar por cima para deixar a chama do rock acesa e com qualidade. Obrigado e parabéns Rock Reload. Difundir o rock é essencial.Abraços.

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Sete anos após o lançamento da pri-meira demo, Vandroya quer entrar na cena com “os dois pés no peito”

por Giovanni Perlaticolaboração Evelyn Nadaleto

Desde o lançamento de seu primeiro trabalho de estúdio, o EP intitulado“Whitin Sha-dows” em 2005, os headbangers de todo o inte-rior do estado esperam por esse dia. Enquanto o heavy metal brasileiro vive uma fase de trans-formação, bandas se dissolvem, aposentam e se reformulam, a banda Vandroya vai na contramão e retoma a fórmula de sucesso que faz da banda uma das grandes promessas do metal no Brasil e no exterior. Para aguçar ainda mais a expectativa de fãs, admiradores, a banda anunciou nos últimos meses a finalização das gravações do primeiro ál-bum “full”. De quebra retomou a mesma formação que a projetou no cenário regional em festivais por todo o interior do Estado de São Paulo. O time está escalado com Daísa Munhoz (vocal), Marco Lambert (guitarra), Rodolfo Pagotto (guitarra), Giovanni Perlati (baixo) e Otávio Nuñez (bateria). A julgar pelos vídeos divulgados pela banda no

YouTube, o novo disco promete ser um dos princi-pais lançamentos de 2013. Sim a banda anunciou recentemente por meio de assessoria de imprensa que pretende lançar o disco no Brasil em janeiro de 2013. A vocalista Daísa Munhoz desconversa sobre buscar expandir este lançamento, mas de fato ao que pa-rece a banda deverá lançar o álbum com 10 faixas na Europa, América do Norte e provavelmente no Japão. A informação é extraoficial, mas se você torce pela banda pode começar a se preparar, pois as possibilidades existem. “O foco agora é o Brasil, mas é muito possí-vel que consigamos lançar o disco mundialmente. Estamos eufóricos com os resultados que alcança-mos com esse disco. As composições estão con-cisas, as faixas falam entre si, e a sonoridade está uma verdadeira porrada”, afirma a líder da banda. Além destas declarações a banda colocou fim ao mistério e divulgou a capa, o nome do álbum e a tracklist. O disco “One” reúne experi-ências e composições feitas ao longo dos últimos dez anos de banda. As já conhecidas “Why Should We Say Goodbye” e “Whitin Shadows” voltam com nova roupagem, sem perder as características que as revelaram no cenário metálico brasileiro.

Antes tarde do que nuncaAntes tarde do que nunca

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A música “Change The Tide” foi gravada e lançada em parceria com o projeto Soulspell Metal Opera. A música é uma das principais do disco “Hollow’s Gathering” com lançamento pre-visto para o mês que vem na América do Norte. As linhas vocais foram compostas por Heleno Vale, idealizador da Souslpell, a música foi criada pelo guitarrista Daniel Manso, mas a gravação do instrumental das duas versões foi da Vandroya. “One” foi gravado nos estúdios Genesis Hi Tech Records, em Lençóis Paulista com a super-visão de Campos Júnior. Mixado em masterizado por Heros Trench, guitarrista e produtor ven-cedor de um Grammy Latino. A arte do disco foi criada pelo artista Felipe Machado Franco, que trabalha para os alemães do Blind Guardian e Iced Earth.

TRACKLIST1. All Becomes One2. The Last Free Land3. No Oblivion for Etermity4. Within Shadows5. Anthem (For the Sun)6. Why Should We Say Goodbye7. Change the Tide8. When Heaven Decides to Call9. This World of Yours10. Solar Night

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HUMOR HUMOR

Separados no nascimento:

Envie as suas comparações e semelhanças para [email protected]

Por uma questão de de-talhes o ex-baterista do Sepultura, Igor Cava-lera, não é confundido com o pagodeiro Belo.

E não é que é verdade? A cena épica em que o Piu-piu toma o tônico e fica gigan-tesco. Ele ficou a cara do Roger do Ultraje à Rigor

A década de 80 foi severa para os cabeludos. Veja aí a comparação entre James Hetfield e algum leão da

Savana africana

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Festival Rockeria reacende a cena regional e estimula novas bandaspor Giovanni Perlati

Quando o assunto é rock´n roll em Jaú mui-tos ainda torcem o nariz. Talvez por olhar somen-te como um negócio, que na última década esteve em queda livre. As casas de show têm optado por transformar a música em um mero entreteni-mento, como um “rádio de luxo” onde as pessoas bebem a sua cerveja e conversam na presença de uma banda no palco. Outros tempos já foram bem mais glamourosos para as bandas de rock em Jaú. Aos poucos alguns seres de boa vontade parecem esboçar uma volta do movimento. Um destes seres é o organizador do festival Rockeria, Gabriel Atalla. O responsável por um dos mais recentes lampejos da luz do rock de volta por meio dos festivais em nossa cidade. Não se via uma mobilização como esta desde a época dos festivais no Caiçara Clube, o falecido Fábio´s Bar e Salamandra Bar, além do tradicional Rock´n Gol

que era o ponto de encontro dos músicos de toda a região. “Eu moro em São Paulo, mas sou de Jaú. Tenho vários parceiros da música independente na região, como Bauru, São Carlos, Araraquara, Marília e por aí vai. Conversando com eles, no-tamos que Jaú encaixaria legal nessa rota e com um potencial legal, pela logística e pela carência de oportunidades na cidade para bandas novas”, afirma Atalla. Rockeria foi realizado nos dias 31 de agosto, um e dois de setembro, quando 13 bandas de nível nacional, regional e municipal, dividiram três dias de puro rock´n roll. O festival Rockeria ocorreu em dois bares. No primeiro dia o Santo Bar foi a casa das bandas The Gramophones, de São Paulo, Samanah, de Bauru, e Pata de Elefan-te, vinda do Rio Grande do Sul para mostrar sua incrível pegada. O destaque do primeiro dia de Rockeria foi à banda gaúcha Pata de Elefante. Com três discos no currículo o trio é composto por Daniel Mossmann, no baixo e guitarra, Gabriel Guedes, guitarra e baixo, e Gustavo Telles, na bateria. Eles trouxeram de Porto Alegre uma pegada incrível no formato power trio instrumental. A banda que

Enfim um festival ...Enfim um festival ...Fotos: Giovanni Perlati

BACKSTAGEBACKSTAGE

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mais agitou a plateia presente no Santo Bar, sem precisar mencionar uma letra se quer. Apenas acordes e atitude. Pata foi o vencedor de um Vídeo Music Brasil (VMB), premiação da MTV concedida aos hits, talentos e destaques do ano. A competência foi à marca da banda ao se apresentar na casa lotada em uma cidade que por muitos anos os-tentou o apelido de “a cidade do rock”. O apelido ficou no passado, mas o intercâmbio de bandas com certeza vai estimular a cena novamente.

2ª Ato Na segunda noite o festival teve dois pon-tos altos, a banda Aeromoças e Tenistas Russas. O virtuoso quarteto formado por Juliano Parreira no baixo Thiago Hard na guitarra e saxofone, Eduar-do Porto na bateria e Gustavo Hoolis no teclado. Os caras conseguiram formar uma pegada com o melhor do rock alternativo, a virtuose individual do guitarrista dava a cara ao projeto que é origi-nal e levantou o público presente. O outro destaque ficou por conta da banda jauense Mr. Dan, que mandou muito bem com seu repertório de composições próprias entre elas a competente “Hey My Friend” que teve maior destaque em 2011 com o lançamento do vídeo--clipe. A banda é composta por Vini no baixo, Kito na guitarra e vocal, Carrozza na guitarra e Brunão na bateria.

O quarteto é mais uma das bandas incansáveis que lutam por um lugar ao sol nas rádios e no cenário independente. Atualmente a banda pas-sou a ser assessorada pela 2Next, uma importante empresa do segmento de marketing artístico. Além da produção e divulgação dos discos e clipe, a empresa faz parte de um grande eixo de festi-vais de música independente do estado. Além das duas bandas, a outra forasteira da noite foi a banda Nemphis Belle, da longín-qua Porto Ferreira (SP). Com levadas e timbres sessentistas a banda não se intimidou em mos-trar de cara as suas influências fundamentais:

Beatles, Beatles e Beatles. Obviamente há outras influências, mas quem presenciou a execução das músicas pode sentir o doce sabor dos garotos de Liverpool, com um fundo de Strokes e a tagarelice do Oásis. Destaque para a voz de Rodrigo Francalac-ci (vocal/guitarra) e soube como ninguém esta-belecer limites para comparações e mostrou de cara o seu timbre original e natural. Coisa difícil nos dias de hoje, onde as vozes são travestidas e forçadas, baseando-se em comparações chulas.

Grand Finale O terceiro dia parecia que ia se encerrar como o famoso “mais do mesmo”. No palco su-biram bandas já conhecidas do público “jauino”, como os garotos do Platônica com suas composi-ções no melhor estilo “SK8 bate aí que eu te amo”. Mas quando as coisas são feitas com competência devem ser exaltadas, os caras abriram o festival de peito aberto e mandaram muito bem no palco. A volta de aquecimento não teve acidentes! Quem assumiu a bucha em seguida foi o Griswolds, uma das mais recentes revelações do cenário regional. Não eles não instituíram uma nova forma de fazer rock´n roll, mas souberam como niguém, fazer do velho algo novo. Transfor-mar trilhas clássicas do cinema em rock de pri-meira é um tanto arriscado, mas no caso do trio deu certo.

“Jaú encaixaria legal nessa rota e com um potencial pela logística e pela carência de

oportunidades”

O instrumental do Pata de Elefante

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Com Fernando Lazzari na guitarra e voz, Alexandre Lazzari na bateria e Eduardo Nakamu-ra no baixo, eles empolgaram com temas como “Goodfather Theme”, do filme O Poderoso Chefão, até a melosa “My Heart Will Go On” da cantora Ce-line Dion. Imagine tudo isso com voz semelhante a do Billie Joe Armstrong, vocalista do Greenday. Quando o guitarrista Rafael Gianini subiu ao palco e proferiu a velha frase “Aê. Nós somos Os Patrões”, além do som alto, e diga-se de passagem, muito mais alto do que o das outras bandas, não se viu muitas novidade. O novo baxista que res-ponde pela alcunha de Juninho Calango pouco se movia no palco e parecia cansado da vida de “ro-ckstar”, o marasmo contaminou parte do público. No entanto devemos dar o braço torcer, o baterista Guto Campana toca como se fosse o pri-meiro show da banda. Sempre com entusiasmo e com uma pegada técnica e precisa, o batera se fir-mou no lugar deixado por Armando Chrastello. O encerramento do show foi da banda Nega Jurema, que mandou um repertório cheio de Raimundos, o que é garantia de adesão do público.

Rock e cultura Algo muito interessante chamou a atenção de quem participou do festival. No último dia de bandas o acesso ao Canalha´s Bar custava a doação de um livro. A iniciativa é da Organização Civil de Interes-se Público (Oscip) Benditus Literatus. Foram arreca-dados mais de 120 títulos dos mais variados. Segundo o presidente da Oscip, Paulo Rober-to Cestari, os livros vão compor a biblioteca itine-rante e a feira do livro, que deve ser organizada pela entidade nas próximas semanas. “Os livros doados farão parte do acervo da ‘Troca de livros’, onde iremos expô-los e os interessados podem retirá-los e devolvê-los se quiserem e quando quiserem. Sendo também facultativa a troca, ou seja, a pessoa pode apenas retirar sem trocar”, explica. Durante os três dias de festival, foram expos-tas fotos feitas pelos artistas Fernão Prado, com a exposição “Chão Urbano”, Paulo Guerra exibe “Bor-boletas”, Edilene Guerra com “Aves” e Julio Polli exibe “Fotos de Jáu” e a bauruense, Amandla Rocha, com “Perpétuos – Um olhar imaginário”.

O guitarrista Rafael Gianini, da banda Os Patrões durante apresentação no Rockeria

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“Vini, baixista da banda Carbônica durante a se-

gunda noite do festival em Jaú”

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A Rock Reload preparou um documento baseado em in-

formações do livro Segredos e Lendas do Rock

por Evelyn Nadaleto

Há 35 anos morria o mito, o precursor, a lenda, o responsável pela popularidade conquista-da pelo rock. Elvis Presley se foi há tanto tempo e até hoje renova o seu público e arrasta uma legião de fãs por todo o globo terrestre. Ele é o maior exemplo de que o rock é eter-no e lembrança de sua partida deixa como legado a reflexão sobre a transformação da música em algo descartável. A Rock Reload preparou um documen-to especial com trechos do livro

Vida

Eterno ícone do rock, Elvis Aaron Presley, ou simplesmente Elvis Presley cuja descendência é escocesa, nasceu em 8 de janeiro de 1935. Filho de Vernon e Gladys Presley nasceu em East Tupelo, no Mississipi e teve uma educação rígida. Seu irmão gêmeo, Jessie Garon nasceu morto e Elvis foi criado como filho único. Sua família se mudou em 1948

para Memphis no Tennessee e por lá ele se formou na Humes High School no ano de 1953. Documentos e registros comprovam que ele viveu seus primeiros anos de vida entre destro-ços de um furacão que destruiu a cidade em 5 de abril de 1936. Foi uma época em que o racismo era explícito e esse tipo de tragédia natural serviu para unir povos e raças perante o estado de calamidade da cidade. Quando se mudaram pra Memphis, Elvis teve alguns ofícios e trabalhou como lanterninha e motorista de caminhão. Na mesma época, ele já tinha como rotina diária cantar, tocar violão e alguns acordes no piano. Naquela época era costu-me presentear as pessoas com gravações próprias e com ele não foi diferente: numa manhã de junho, foi até a Memphis Recording Service (da gravadora Sun Records) e gravou um disco para presentear sua mãe. E é nessa data do dia 5 de junho de 1954 que se chama de “marco zero do rock”. Segundo historiadores, Elvis, nesse exato momento ensaiava algumas canções e cantou “That’s Alright Mama” e “Blue Moon of Kentucky”, que fatidicamente despertou a atenção do dono da gravadora, Sam Philiphs. Após quarenta e oito horas, suas gravações foram tocadas pela primeira vez numa rádio local

Três décadas e meia sem o MITO

Três décadas e meia sem o MITO

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e o retorno foi positivo. Então, Elvis foi convida-do para dar sua primeira entrevista como cantor profissional e a canção “Blue Moon of Kentucky” atingiu a primeira colocação e a outra música res-pectivamente ficou em quarto lugar. No dia 17 de julho, foi realizado o seu primeiro show em Mem-phis e logo após, dia 2 de outubro em Nashville. Duas semanas depois, aconteceu um outro evento em Shreveport, no estado da Louisiana, cujo qual foi transmitido num programa de sucesso de uma rádio local. Ele se tornou a união entre raças e fusão de gêneros de música – ritmo do rock que veio do rhythm-and-blues, gênero musical até então, popular entre os negros e foi taxado de “caipi-ra sulista”. Essa situação não afetou em nada a carreira do cantor e sua popularidade aumentou através de participações em programas de TV como Milton Berle e Ed Sullivan, apesar das várias censuras televisivas que aconteceram naquela época. Ironicamente Elvis nunca saiu em turnê mundial, apesar de seu sucesso e fez cinco apre-sentações no Canadá e em 1957 adquiriu sua residência em Graceland. Em 1958, foi convoca-do para servir o exército e foi transferido para a Alemanha (estratégia de seu empresário para expandir o seu sucesso). Lá ficou entre outubro de 1958 e março de 1960, porém um pouco antes, sua mãe veio a falecer, o que afetou profundamen-te o cantor como pessoa. Em 1973, o cantor já apresentava proble-mas visíveis de saúde e ganhou muito peso. O astro também chegou a demitir Tom Parks e se-gundo biógrafos o cantor estava insatisfeito com sua carreira. Em 1975 realizou um show para 62 mil pessoas, no ano seguinte realizou mais de 100 espetáculos e em 1977 ele também se apresentou, mas já era visível o estado de deterioração de sua saúde.

Morte

Elvis Aaron Presley morreu no dia 16 de agosto de 1977. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu até algumas horas que antecederam a morte do cantor, nem mesmo seus biógrafos. Na noite do dia 15, ele foi ao dentista por volta das onze da noite, jogou tênis e como de costume, to-cou algumas músicas ao piano. Pela manhã do dia 16, o cantor teria acordado para ir ao banheiro e ninguém sabe ao certo o que aconteceu depois disso. Segundo biógrafos e pessoas que acreditam

nessa “teoria da conspiração”, Elvis tornou-se refém de seu sucesso e isso foi perturbador para ele, tornou-se uma pessoa descontente e des-motivada, além de rumores que também recebia ameaças de morte de um grupo de mafiosos, por algum motivo que ninguém sabe explicar.E é nesse ano que “comemora-se” 35 anos de seu falecimento. Boatos, curiosidades, histórias, cons-pirações e teorias à parte, é fato que o Rei do Rock ainda faz a diferença.

CuriosidadesCuriosidadesElvis teria um irmão gêmeo. Se ele não tivesse morrido durante o parto, iria se chamar Jesse

O rei teve dois aviões. Um bati-zado de Lise Marie, nome de sua filha e o outro se chamava Houn Dog 2

Há quem diga que Elvis tinha câncer nos ossos. Ele tomava for-tes medicações por conta de um deslocamento no cólon

Quando morreu seu corpo foi para um cemitério comum, o FBI deteve uma tentativa de roubo à tumba

Elvis seria loiro e começou a pintar o cabelo durante a década de 50. Quem diria hein!

Boatos sobre aparições começaram a surgir. Durante o velório um homem chamado John Burrows muito pare-cido com Presley, teria comprado passagens para Argentina

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O cantor e professor André Ferrari dá toques para quem está come-çando a usar o gogó em bandas de rock

por Giovanni Perlati

Manter uma voz potente, afinada e resis-tente pode dar muito mais trabalho do que se imagina. Hoje é comum que se forme uma banda e use apenas a afinação para tentar cantar as músi-cas. O que a maioria destas pessoas não imagina é o quão complexo são os aparelhos responsáveis pela voz. Portanto se você pensa em montar uma banda em sair cantando por aí, é preciso ficar atento para não ter problemas mais graves no futuro. Além de estudar todos os dias, seja formal ou informalmente, é preciso que as pessoas veja o canto como uma atividade física ou esporte. São músculos diversos tendo como base uma respira-

ção bem peculiar, apoiada somente no diafragma. Por isso além de aprender a desenvolver tudo isso da maneira correta, é necessário muito treino e a intensidade pode variar de acordo com a facilida-de de cada pessoa de desenvolver os exercícios. De acordo com o vocalista e professor de canto, André Anheiser Ferrari (Eyes Of Shiva), é difícil determinar com precisão o tempo para se ter uma boa técnica. “Existem vocalistas mais clichês onde nota-se uma interpretação mais reta, com técnicas obvias como vibratos de laringe, drive, falsetes, voz plena. Temos vocalistas que já tem influências de blues e até mesmo blackmusic, onde além dessas, nota-se uma diversidade maior de técnicas e impostações variadas, dando textu-ras diferentes”, explica Ferrari. Como não há voz sem a respiração, é importante entender que sempre que se canta com o apoio do diafragma, a voz sai com maior segurança. O diafragma é um músculo localizado no abdome e com ele o canto se torna mais técni-co e seguro. ”Não tem conversa! Todo o apoio do

Com a voz em diaCom a voz em dia

WORKSHOPWORKSHOP

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DISCOGRAFIA

diafragma, responsável por tudo no canto (po-tência, apoio, estabilidade e várias técnicas) se dá já na respiração. Então, quando começo a traba-lhar com um cantor/aluno, a primeira coisa a se analisar e corrigir com urgência, caso precise, é a respiração.” Vícios vocais Atenção se você gosta de imitar certas características e timbres dos vocalistas. André Anheiser Ferrari é enfático, “o mundo não precisa de cópias”. A justificativa está na preguiça que os cantores tem de procurar ajuda de um profes-sor ou profissional para orientar os trabalhos e estudos. “Agora quanto aos riscos e abusos vocais, forçar cantar linhas que estão fora de sua exten-são, forçar demais originando potência exagerada tentando imitar alguém. Qualquer esforço em demasia trará prejuízos à longo prazo.” Cantar independe de conhecimento teórico?

Como qualquer outra atividade e profissão, saber o que e como as coisas na voz acontecem de tão mais chão, você adquire mais consciência do que e como está utilizando a voz, o que está errado em você e como corrigir. “Muitos cantores, como eu mesmo, iniciaram como autodidatas. Sempre me incomodou o fato de eu fazer e não saber ao certo como e o que estava fazendo. Fui estudar e pesquisar. Além de essencial para eu ensinar canto, estudar fisiologia, diversas técnicas

e também a didática do canto, mudam completa-mente o uso e precisão”, explica. É importante que o cantor tenha a noção de que ele também é um músico e, portanto, é ne-cessário que entenda de teoria, harmonia e construa um alicerce mais sólido para o seu trabalho. “Todo cantor, que vê sua atividade com seriedade e profis-sionalismo de fato, tem de tocar algum instrumento. Não precisa ser um virtuose, mas tem de conhecer música, não só técnicas vocais”, conclui.

BIOGRAFIANome: André “Anheiser” FerrariIdade: 33 anosProfissão: Músico/Vocalista profissionalResumo profissional:

André começou a estudar música aos 15 anos de idade. Vidrado em bandas como Iron Maiden, Joey Tafolla, King Diamond, YngwieMal-msteen e Annihilator, estudou guitarra e violão popular por 6 anos e aos 24 anos, começa a cantar em bandas de Jaú e região. Passoupelas Signs (Metal Progressivo), XYZ (rock’n roll 70, 80 e 90’s), Air Raid (Heavy Me-tal & Hard Rock), HarbBox (Hollywood’s Hits), entre outras. Profissionalmente foi vocalista da banda EyesOfShiva, na qual gravou dois álbuns. EyesOfShiva teve grande repercussão no cenário do heavy metal nacional e internacional. Participou de grandes apresenta-ções e gravações com músicos e bandas de renome como André Matos, Kiko Loureiro, Fábio Laguna, Hugo Mariutti, Angra, Edguy, Exxodus e Viper. Dá aulas de canto desde 2005, tendo alunos de Jaú, Barra Bonita e Marília. Especializado em todas as vertentes do rock, pop e Black Music.

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Paulo Roberto Cestari, Érica Reigato e Re-nata Bragança não perdem um bom papo ao som do rock and roll e cer-veja

Débora Pas-sos e o amigo Kleber Mattos também fre-quentam os ba-res de rock da região

COLUNA ANTISSOCIALCOLUNA ANTISSOCIAL

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Débora Passos e a bela Patrí-cia Maia Orti-goza também reservaram um tempo para curtir um som na noite

Eu, vulgo Hell com Juliana Bessi e a robert Débora Passos que está em to-das. Presença garantida nos rock points

COM A “HELL”COM A “HELL”

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A impor-tância de se ter uma revista sobre rock é muito boa pois nos infor-mamos sobre o conteúdo, estilo musical que gos-tamos. Conhece-mos bandas novas nos informamos sobre bandas

Tenho uma opinião favorável a existir uma revista que abranja todas as ver-tentes do Rock n’ Roll. A maioria das revistas se dedicam a apenas um estilo, levando as-sim o leitor a procurar diversas fontes para se informar de todos os assuntos que lhe interessam. Uma revista que abrangesse todos os estilos, falando sobre novos projetos, novos

cds, com espaço para divulgação de bandas inde-pendentes, com programação de shows e notícias relevantes sobre o assunto, creio que seria muito bem aceita no mercado. Tenho visto em diversos em canais de televisão e sites dedicados a música, por diversas vezes, retratações por notícias veiculadas, porém sem veracidade. Esse é um dos pontos onde se perde a credibilidade. Uma revista que tem como objetivo informar seu público sobre notícias sé-rias, não pode ter falhas desse tipo. Percebo, pelo convívio com algumas pesso-as, que a demanda por algo desse gênero existe, só falta o interesse e capacidade de empresários para cria-lo.

Débora Passos

antigas que continuam ou não na carreira. É um modo de nos informarmos sobre o que se passa no mundo do rock, sendo que algumas contem conteúdo musical (cifras e letras) de bandas que gostamos fotos, posters de artistas, bandas. É uma informação muito grande para quem gosta de música. Muitas revistas dão oportunidade de você saber de algum show de algum festival que vá tocar sua banda preferida na sua cidade, algumas fazem promoções cedendo ingressos camisetas de banda sendo assim tornando muito alto o meio de comunicação entre todos que gostam trabalham ou apenas admiram o mundo da musica. Alguns veem uma revista de rock algo somente com conteúdo musical, mas não é assim rock é cultura para uns é estilo de vida ou religião. Cada um tem seu julgo, critica ou elogio sobre uma revista de rock.Rock também é leitura é educação.

Daniel Aguirra

DICA DO LEITORDICA DO LEITOR Em seu livro de ficção/fantasia/romance o autor, Eduardo Spohr, nos monstra uma mitologia própria. Inspirada nas passagens Bíblicas e em fatos históricos, ele nos conta a história de um anjo renegado que foi exilado na Terra pelos seus irmãos Arcanjos, pois não partilhava da inveja e do ódio que os Arcanjos nutriam pelos humanos. O livro nos apresenta a jornada do General Ablon, um anjo da casta guerreira, suas aven-turas desde os primórdios dos tempos até o crepúsculo da humanidade, o Apocalipse. Em meio a guerras, traições e intrigas, um romance impossível entre o herói e uma humana feiticeira se desen-volve através dos séculos e nos envolve na narrativa frenética e coesa do autor. A Batalha do Apocalipse é um livro ousado, escrito por um autor auto-declarado nerd e amante de história, teologia e mitologia que nos amarra do começo ao fim.

Jackson Luís Agostinho – professor, nerd e apaixonado por livros.

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