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Marília Pêra: uma artista completa

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A última do anoEsta é a última Revista Pró-TV do ano. A de número 142. Às vezes nem a fazemos, pois sabemos que, em dezembro todos estão mais ligados às atividades de Natal, que às leituras de revistas e afins.

Mas não pudemos deixar de realizá-la. Nosso coração assim pediu. Vários foram os motivos.

Um deles, é inegável, foi a perda de Marília Pêra. Quem não a admirou? Quem não a amou? Principalmente nós, os colegas, que a admiramos e amamos demais.

Além disso, há as festas de Natal, que todas as emissoras promovem. Sobre algumas delas falará o nosso colaborador Elmo Francfort, na sua sessão �Acontece�.

E há os agradecimentos para todos. Para os que escrevem conosco, e são eles: o meu amigo Elmo Francfort; a Marcela Bezelga, e a sua coluna sobre leitura; o Fábio Siqueira, ótima pessoa; o Diego Nunes, com seus temas diferentes; as meninas Élida Alves e Luciana Bandeira, que trabalham nos arremates das coisas e o Nelson Gonçalves Jr, que faz a pauta e monta a Revista Pró-TV. Enfim, são vários. Além dos eventuais: Marcos Zago e Êgon Bonfim.

Todos ótimos, todos amigos, todos empenhados e dedicados ao trabalho.

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E não poderíamos deixar de agradecer também a quem nos lê, nos acompanha, nos prestigia. São muitos, graças a Deus.

Sendo assim, nosso agradecimento aqui vai: Deus lhes pague.

Às vezes queixo da vida. Principalmente quando chega o fim de ano, e temo não ter condições de pagar as contas. Mas sempre dá tudo certo, e me envergonho de minhas lamúrias. E penso: �Será que sou fricoteira? Ou sou humana? E esses são defeitos de todos nós?�. Fico com as duas hipóteses, misturadas. Sou humana, é verdade e cheia de defeitos, mas sou também atriz, cheia de fricotes.

Amigos, sendo assim, me perdoem e me entendam.

Estou �madurona�, até demais. E estou nessa profissão desde tenra idade. Eu não tinha 10 anos, quando peguei o microfone pela primeira vez... E agora fiz 87... Muito, não?

Mas, se vida é benção, que Deus nos dá... só tenho que agradecer, por Ele ter me dado tanto.

Acho que meu editorial está chegando ao fim... Mas sempre me dá vontade de escrever mais, mais e mais... e agradecer mais, mais e mais... pois considero todos aqui citados, e todos os que me lêem, meus amigos, de coração.

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Ator Paulo Gracindo na novela "Gabriela" da TV Globo (1975)

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Elmo Francfort

Globo promove �Show da Virada� 2016

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Um encontro dos principais nomes da música brasileira para celebrar a chegada de 2016! Assim é o �Show da Virada�, exibido pela Globo nas últimas horas do ano e que, pela primeira vez, foi gravado em Salvador (BA) na noite do dia 25 de novembro. O espetáculo teve fogos de artifício para celebrar o novo ano e encontros inesquecíveis no palco. O novo formato tem apresentação de Fernanda Lima, cinco cantores como anfitriões do show e convidados especiais. Para começar a noite, Ivete Sangalo levantou o público com os sucessos �Acelera�, �Festa� e �Tempo de Alegria� e convidou o rapper paulista Emicida para cantar �Passarinhos�, em dueto inédito. A baiana também cantou com Thiaguinho a música �Vou voltar pro Rolê� e �Hey, Mundo�. Em seguida, foi a vez de Luan Santana

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Ivete Sang alo no “Show da Virada”

subir ao palco e embalar os baianos com os hits �Tudo o que você quiser� e �Tanto faz�. O cantor chamou a funkeira Ludmilla para dividir a canção �24 horas por dia� e, por primeira vez juntos, dividiu a música �Amei te ver� com Tiago Iorc. O terceiro anfitrião da noite foi a banda Capital Inicial, que agitou Salvador com muito rock. Para a festa, dividiu o palco com a banda Scalene na música �Surreal�. Dinho Ouro Preto também convidou os paulistanos da banda MALTA para tocar �Dona da Voz�. E como o samba não podia faltar, o grupo Sorriso Maroto ganhou a companhia dos sertanejos Paula Fernandes, em �A paz desse amor�, e Victor & Leo na música �Dez minutos sem você�. Com o vocalista do Psirico, Márcio Victor, o grupo de pagode cantou �Pega Pega�. Os sucessos �Tudo tem saída� e �Instigante� também não ficaram de fora do 'Show da Virada'. Para encerrar a noite, a banda Aviões do Forró cantou com Gustavo Lima e Mumunzinho os hits �Tá faltando eu� e �Fulminante�, respectivamente, e fez o público dançar com �Aviões chegou�, �Safadin� e �Lei da vida�. Com direção de Raoni Carneiro, o 'Show da Virada' será exibido no dia 31 de dezembro.

91ª Corrida São Silvestre terá 30 mil atletasA 91ª Corrida Internacional de São Silvestre terá, mais uma vez, seu limite técnico de corredores. A prova terá 30 mil atletas, que colorirão as ruas e avenidas da Capital Paulista no dia 31 de dezembro. O evento, considerado o mais tradicional e importante do gênero na América Latina, confirma, assim, essa condição, prometendo mais uma edição emocionante. A Corrida Internacional de São Silvestre, com percurso de 15 km, começará na Avenida Paulista, altura da Rua Frei Caneca, e a chegada será em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, na Av. Paulista, 900. O pelotão de elite feminino terá a largada às 8h40. Logo em seguida, às 9h, será a vez do pelotão

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de elite masculino, pelotão especial (masculino e feminino) e atletas em geral. Cadeirantes largarão às 8h e demais atletas com deficiência às 9h. A 91ª Corrida Internacional de São Silvestre é uma realização e propriedade da Fundação Cásper Líbero, promovida pelo site Gazeta Espor t i va , com t ransmissão exclusiva da TV Gazeta e da Rede Globo. Conta com o especial apoio do Governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura da Cidade de São Paulo.

Atletas da São Silvestre em frente ao Masp, na Avenida Paulista

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Saudade: Chico de AssisChico de Assis foi ator de rádio ainda bastante jovem. Mas logo entrou na TV Tupi de São Paulo, como câmera-man. Ali teve várias funções, inclusive como redator. Adaptou a obra de Machado de Assis: �Os Óculos de Pedro Antão�. E logo escreveu o original: �Na Beira da Várzea�. Entrou depois no importante �Teatro de Arena de São Paulo�.

Em1960, então no Rio de Janeiro, foi assistente de direção no �Teatro de Arena�. Trabalhou com os maiores diretores, como Antunes Filho, Oduvaldo Vianna Filho, e outros.

Estudou literatura de cordel, numa fase que passou na Bahia. Uma de suas peças originais: �Missa Leiga�, foi montada não só no Brasil, como em Portugal, Angola e Moçambique.

Fez mais de 30 peças de teatro e várias novelas de televisão. Foi também professor de arte na FAAP e na ECA da USP.

Recebeu o �Prêmio Gastão Tojero�, em 1999.Em 2014, recebeu a condecoração: �Ordem do Mérito Cultural�, por todo seu trabalho.

Chico de Assis, ainda aparentemente saudável, em seus 81 anos, foi encontrado morto, em seu apartamento em São Paulo, no dia 3 de janeiro de 2015.

Foi velado e aplaudido por todos os seus colegas, no Teatro de Arena. V.A.

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Três grandes perdasDezembro marcou a partida de três grandes nomes do nosso meio artístico.

No dia 3, o humorista Usliver João Baptista Linhares, mais conhecido como Tutuca, faleceu no Rio de Janeiro, aos 83 anos.

Sua carreira começou na década de 1950, onde participou do programa �Balança Mas Não Cai�.

Ao longo das últimas cinco décadas, fez cinema e foi presença marcante nos principais programas de humor da televisão brasileira.

Entre seus personagens mais conhecidos estão o Clementino, faxineiro que tinha o bordão �Ah se ela me desse bola��, Magnólio Ponto Fraco e o Chefinho.

Outra lamentável partida aconteceu em 7 de dezembro, no Rio de Janeiro, onde morreu o jornalista Carlos Lemos, aos 86 anos.

Após iniciar sua carreira na Tribuna da Imprensa, Carlos fez história no Jornal do Brasil, onde trabalhou por 27 anos, de repórter à chefe de redação.

Um perfeccionista apaixonado por jornalismo, que ainda dirigiu

O jornalista Carlos Lemos

Nelson Gonçalves Jr.

o Sistema Globo de Rádio, foi chefe da sucursal do Jornal O Globo em Brasília, além de diretor da Agência Globo e do setor de imprensa da CBF.

Por fim, em 12 de dezembro, aos 89 anos, nos deixou Nydia Lícia, umas das principais atrizes do TBC - Teatro Brasileiro de Comédia, conhecido por ter profissionalizado o teatro brasileiro.

Nascida na Itália, Nydia chegou ao Brasil em 1939, com 13 anos de idade. Além de fazer muito sucesso no TBC, esteve também no Teatro Sérgio Cardoso, na época chamado de Teatro Bela Vista.

Também fez sucesso na televisão, em novelas das TVs Paulista, Tupi e Bandeirantes.

O humorista Tutuca

Foi casada com o ator Sérgio Cardoso, com quem montou a Companhia de Teatro Nydia Lícia - Sérgio Cardoso, tornando-se também uma grande empresária teatral.

Ainda atuou como produtora, diretora, escritora e professora de Comunicação.

Escreveu sua autobiografia, além dos livros �Leonardo Villar: Garra e Paixão�, �Sérgio Cardoso: Imagens de Sua Arte� , �Rubens de Falco � Um Internacional Ator Brasileiro�, �Raul Cortez � sem medo de se expor� e �Eu vivi o TBC�, todos para a Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial.

Um nome inesquecível do teatro brasileiro, que em 2008 ainda fora agraciada com o título de Cidadã Paulistana.

Três grandes perdas para o mês de dezembro...e agora só nos resta a saudade...

A atriz Nydia Lícia

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Boni foi para o céu

A atriz-mirim Sonia Maria Dorce com Walter Tasca, na TV Tupi

Elmo Francfort

Se você estranhou o título acima, tranquilize-se.

É apenas a temática que envolve o primeiro livro de ficção do executivo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni: �Unidos do Outro Mundo: Dialogando com os Mortos�.

O autor disse que teve a ideia a partir da saudade que sentiu de amigos que se foram.

A partir daí pensou em transpor para o papel, criando histórias. Ele morreu e foi fazer uma visita aos amigos que estão lá no céu. Chacrinha, Cassiano Gabus Mendes, Dercy Gonçalves, Walter Clark, Roberto Marinho, Chico Anysio, Paulo Gracindo, Carlos Manga e vários outros.

O ponto de partida da trama é a morte de Boni, em um acidente na Avenida Niemeyer, no Rio de Janeiro. Logo encontrará João Araújo, da Som Livre, que o cumprimenta: �Você acabou de entrar para o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Outro Mundo�. Boni então parte para um grande passeio para rever seus conhecidos.

Boni usa como base histórias verdadeiras que teve com esses personagens. O que auxilia na criação de novas tramas. Com muito bom humor, ele acerta as contas e relembra bons tempos.

Na visão de alguns críticos, Boni faz alfinetadas à televisão atual. Sobre isso, disse o autor ao jornal 'O Globo': �Não há alfinetadas, há brincadeiras. Não vejo o livro crítico em nenhum momento. Vejo brincadeiras com o atual momento da TV. Aos 80 anos, a gente não tem mais vontade de fazer crítica�.

�Unidos do Outro Mundo� marca também os 80 anos de Boni (completados em 30 de novembro).

É o primeiro título do selo �Estação Brasil�, parceria das editoras Sextante e Rara. São 288 páginas, por R$ 39,90. Vale a pena ler.

Boni com autora Glória Perez no lançamento de seu livro

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Adeus, amigo SabáEu o conheci há tanto tempo... Sempre educado, sempre gentil e carinhoso. Nos demos bem anos a fio.

Sabá foi meu colega na �Emissoras Associadas�, das quais fazia parte a TV Tupi de São Paulo. Eu na parte artística. Ele na parte técnica. Mas nos víamos quase todos os dias, pois no começo a televisão era mais concentrada... menos estúdios, menos técnicos, mas mais amizades, mais ligação. O refeitório era um só: o Bar do Jordão, onde todos almoçávamos todos os dias, e tomávamos café e conversávamos.

Há poucos dias soube da doença do Sabá. Fui visitá-lo, no hospital. Percebi a gravidade de seu estado. Sofri. Mas fiquei perto da cama, o beijei no rosto... E disse-lhe baixinho o quanto o estimei sempre. E ele, inacreditavelmente de olhos fechados, estirou a mão de sob a coberta, e apertou a minha. Foi um adeus.

Sincero. Verdadeiro. De amigo para amigo. Um adeus cheio de amor. Dias depois o aviso final: �Sabá morreu�. Chorei. E desejei-lhe, de coração, bom descanso e muita paz.

Foi quanto vi seus documentos e fiquei sabendo que seu nome nem era Sabá, como eu o chamei sempre. Era Sebastião.

Pensei: �O amor, o respeito, a amizade estão acima de tantas coisas... E é isso que faz a vida valer a pena�. Adeus, Sabá, meu querido irmão. Adeus! V.A.

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Uma grande jornalistaSeu nome: Sandra Moreyra. Nascida em 1954, no Rio de Janeiro, faleceu em sua terra natal, em novembro de 2015.O câncer a levou e ela foi cremada, após o velório no Memorial do Carmo no Rio.Neta do importante poeta Álvaro Moreyra e da jornalista Eugênia Moreyra, sua mãe Cecília também era jornalista.Sandra trabalhou inicialmente no �Jornal Brasil�, mas depois se interessou por televisão, da qual se tornou repórter. Por muitos anos foi da Rede Globo. Mas, não satisfeita, dedicou-se ainda ao cinema e foi roteirista.Fez o especial: �1808 � A Corte no Brasil�, sobre a vinda da corte portuguesa ao nosso país. Também roteirizou um filme sobre a ditadura militar brasileira.Sua doença comoveu colegas, pois ela trabalhou até 7 de novembro e faleceu, ao lado do marido e dos filhos, em 10 de novembro. Só 3 dias depois. Estava com 61 anos de idade. Saudade... muita saudade... pois Sandra Moreyra, inteligente e culta, vai fazer muita falta.

V.A.

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A Pró-TV homenageiaMarília PêraNão podíamos deixar de fazê-lo. Por admiração, por respeito, por amor.

Marília Pêra subiu ao palco, pela primeira vez com 14 dias. Um bebê, no colo de uma atriz. E seu primeiro papel, já com fala, foi aos 4 anos. Portanto, atriz, desde que nasceu. E de família de atores.

Seu pai, Manuel Pêra, grande ator, trabalhava então na companhia de Henriette Morineau. E sua mãe Dinorah Marzullo era atriz também.

Marília era irmã de Sandra Pêra, atriz e sobrinha de Abel Pêra, ator.

Enfim, todos atores. Criada em bastidores de teatro, de colo em colo, sabia ela também que essa seria sua vocação e sua vida.

Talvez não soubesse, nem ela, nem ninguém, que a arte a tomaria por inteiro. Marília Pêra não foi só atriz, e das maiores, como se isso fosse pouco, mas foi bailarina, foi cantora, foi diretora de peças.

Em televisão esteve em 38 trabalhos, entre novelas, minisséries, humorísticos, musicais.

Em cinema, fez 27 filmes, entre os quais: �Central do Brasil�, indicado ao Oscar, e �Pixote� � inegavelmente o melhor de todos.

Em teatro então, seu berço, fez 57 peças. Começou em 1948 e foi até 2013. Todos os gêneros, todos os papéis, todas as performances. Tudo. Marília Pêra fez de tudo.

Seus prêmios então são incontáveis, e quase todos como �melhor atriz do ano�. Quase 40 prêmios, incluindo �Comenda ao Mérito�, do Ministério da Cultura. E não só no Brasil.

Ganhou prêmios nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Colômbia, enfim, em várias partes do mundo.

Também foi diretora de teatro. Marília era, enfim, imensurável.

A Pró-TV não poderia, portanto, deixar de homenageá-la.

Claro que todos os veículos de comunicação o fizeram antes de nós. E nossa homenagem é a mais singela de todas. Mas é verdadeira. É inteira. É de coração. E não só da minha parte, que assino este texto, mas de todos nós.

De todos os nossos sócios, de toda a nossa Pró-TV.

Marília Pêra se foi. Mas não se irá jamais. Ficará conosco, em nossas retinas, e em nossos corações. V.A.

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Marília Pêra na novela "Brega e Chique", da TV Globo (1987)

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Foi em 1968.

Eu estava na TV Tupi de São Paulo, desde sua inauguração. E, na ocasião, produzia e apresentava o programa: �A hora da verdade�.

Ele estava sendo apresentado então em auditório, em horário nobre. Nele iam personalidades diversas, tanto de televisão, como da política, da religião e da sociedade.

O auditório da Rádio Tupi, que depois passou à TV Tupi, era tão querido por todos, que deu ao bairro o cognome de �Cidade do Rádio�. Todos faziam dele o seu lugar de passeio, às noites e nos sábados e domingos, de manhã e à tarde. Era, enfim, um lugar festivo.

Eu, no palco, preocupada só com a minha obrigação de apresentar bem o programa. Foi quando vi uma mocinha no auditório acenando, bem mais jovem do que eu, que no momento não reconheci. Mas alguém me disse: �É a Marília Pêra. Atriz.�

Ela está fazendo a peça do Chico Buarque �Roda Viva�. Não titubiei. Pedi a ela para subir ao palco. E ela veio.

Novela "Bandeira 2", da TV Globo, com Paulo Gracindo e Marília Pêra (lado esquerdo), em cena com Eloisa Mafalda e Ary Fontoura (lado direito)

E me contou o episódio, que logo se tornou famoso, em que alunos da Faculdade Mackenzie, num gesto político e grosseiro, tenho que falar assim, invadiram o teatro e espancaram os atores, chamando-os de �comunistas�.

Marília Pêra, pouco mais que uma menina, contava e chorava e até mostrava seus machucados.

Foi emocionante. Jamais esquecerei. Todos se levantaram no auditório e a aplaudiram. Eu também o fiz. E a abracei.

Mas minha emoção foi tanta, que jamais esqueci a cena, pois achei não apenas um gesto político, mas um gesto humano e de coragem. Subir ao palco de um auditório cheio de gente, abraçar uma mulher até então desconhecida e chorar...

Ah, grande Marília! Naquele instante você me conquistou para sempre. Foi um momento emocionante demais...

Depois trabalhamos juntas e eu sempre a admirei.

Já naquele tempo, muitos dos diretores diziam que você ia ser a maior...V.A.

Um momento emocionante

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Festa dos nossossócios e amigos

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Todos os anos a Pró-TV faz questão de preparar uma festa de despedida de fim de ano.

É a alegria, a gratidão, a confraternização.

Neste 2015, o evento foi no dia 5 de dezembro, das 15 horas, aproximadamente, às 19 horas. Estiveram juntas praticamente 30 pessoas. Foram servidas bebidas leves, uns vinhos, para brinde e bolo, pois havia aniversários.

As conversas foram muitas, pois a saudade é sempre grande.

Mas houve uma novidade boa. Compareceram vários cantores importantes. O principal deles Roberto Luna, tão estimado e prestigiado, que já deu a seu público nada menos que 700 músicas gravadas. E muitas de enorme sucesso.

Estavam também o grande cantor Raimundo José e o Roberto Seresteiro.

Por grande sorte era aniversário de Roberto Luna e havia bolo. Vida Alves, após breves palavras de confraternização, pediu aos cantores que cantassem à capela, uma música a sua escolha. Isso enfeitou o encontro.

E depois disso, Daisy Fonseca Rebello leu uma crônica sua, no que foi complementada por José Parisi Jr. Zaé Júnior também leu trechos escolhidos de um livro que está lançando; no que foi acompanhado por Álvaro de Moya.

E assim o encontro ficou lítero-musical. Todos brindaram, se abraçaram, agradeceram. E o ano terminou com muito amor e alegria, por parte de todos. V.A.

Para visitar a nossa biblioteca, agende seu horário de segunda a sexta-feira das 10h às 18h pelo telefone 3872-7743 ou pelo e-mail: [email protected]

Biblioteca Pró-TV

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Raimundo José, Vida Alves, Roberto Luna, Roberto Seresteiro e Zaé Júnior

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Faby Oliveira, Roberto Luna, Clery Cunha, Vida Alves, José Parisi Jr e Eduardo Blanco

Eduardo Blanco. No centro, Rogério D´ Bocchino (Papai Noel) entre Celso Bittencourt e Monica Bittencourt. E ao lado, Rogério com João Restiffe

Roberto Luna, Álvaro Moya e Zaé Júnior Fábio Siqueira, Rogério D` Bocchino e José Cetra Filho

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Retrospectiva 2015JANEIRO - No dia 6, a Globo começou as comemorações do seu cinqüentenário, com a série: �Luz, Câmera, 50 Anos�. Em formato de telefilme resumiram minisséries e séries históricas da emissora. �O Canto da Sereia�, �Maysa�, �Anos Dourados�, �Lampião e Maria Bonita� e outras.

FEVEREIRO - A partir do dia 13, as principais emissoras de TV aberta realizaram a transmissão do Carnaval. SBT foi para Salvador, Band e TV Cultura para Recife, Globo para os sambódromos de São Paulo e Rio de Janeiro. RedeTV! se encarregou dos bastidores das festas. Apenas a Record não participou das transmissões.

MARÇO - Na Record, Xuxa assinou contrato com o canal. Já no dia 23 estreou a novela �Os Dez Mandamentos�, principal sucesso da emissora no ano. No final do ano, o Mar Vermelho abriu, com grande audiência.

ABRIL - A Globo comemorou seus 50 anos no dia 26, com um grande show no Maracanãzinho. No mesmo mês, estreou o seriado �Chapa Quente� e o �Vídeo Show� voltou a ser ao vivo, com Otaviano Costa e Mônica Iozzi no comando da atração.

MAIO - No dia 01º, a Rede Vida comemorou seus 20 anos de existência. O canal católico repaginou sua programação.

JUNHO - Mudança vespertina na Record. No dia 16, após três anos, a emissora anunciou o fim do �Programa da Tarde�, com Britto Jr. e Ticiane Pinheiro. No lugar iriam entrar as reprises das novelas �Prova de Amor� e �Dona Xepa�, após o término das transmissões do Jogos Panamericanos de 2015, em Toronto (Canadá). O �Programa da Tarde� saiu do ar em 24 de julho.

JULHO - No dia 16, a Rede Globo e a Unesco lançaram a campanha de 30 anos do �Criança Esperança�. A atração foi gravada e exibida no dia 15 de agosto.

AGOSTO - O SBT completou 34 anos no dia 19, sendo que no dia 31 lançou uma faixa de séries, intitulada �Mundo Disney�, destinado ao público infantil.

SETEMBRO - A televisão comemorou 65 anos e a Pró-TV, 20 de existência. Grande evento aconteceu no dia 19, no Memorial da América Latina, com homenagem a Cassiano Gabus Mendes e o lançamento do livro �Gabus Mendes: Grandes Mestres do Rádio e Televisão�, de Elmo Francfort.

OUTUBRO - No dia 01º, a empresa GFK iniciou a medição de audiência da televisão brasileira. Passou a ser concorrente do Ibope, depois de 30 anos de monopólio desse instituto. SBT, RedeTV!, Band e Record assinaram contrato de 100 milhões de dólares com o instituto alemão, que começou a operar no Brasil.

NOVEMBRO - Foi lançado, depois de 20 anos, o filme �Chatô: O Rei do Brasil�, com direção do ator Guilherme Fontes. O filme conta a história do magnata das comunicações Assis Chateaubriand, interpretado por Marco Ricca. O filme, assim como no livro homônimo de Fernando Morais, conta de forma polêmica a história de Chatô. Estreou nos cinemas no dia 29.

DEZEMBRO � Nesse mês, as emissoras de TV aberta passaram a repensar com o Governo Federal a TV digital. No dia 29 de novembro era para ter sido efetuado o primeiro teste de �apagão� do sinal analógico em Rio Verde (GO), que daria início ao desligamento da TV analógica. A meta era que 93% dos lares do município deveriam ter TV digital, o que não foi atingida. Isso provocará atrasos na transição total para TV digital em todo país.

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No ar interpretando brilhantemente a personagem Vitória, na novela Além do Tempo, a atriz Irene Ravache é uma das grandes estrelas da arte brasileira.

Nascida no Rio de Janeiro, Irene iniciou sua carreira artística na década de 60 e já atuou em diversas novelas como �Eu compro essa mulher� (TV Globo, 1966), �Beto Rockfeller� (TV Tupi, 1968), �O Machão� (TV Tupi, 1974), Champagne� (TV Globo, 1983), �Éramos Seis� (SBT, 1994), �O Clone� (TV Globo, 2001), �Passione� (TV Globo, 2010), �Guerra dos Sexos� (TV Globo, 2012), além de muitas outras.

No teatro, além de atuar já produziu e dirigiu peças como �A ratoeira�, �Eles Não Usam Black-Tie�, �Intimidade indecente�, entre outras.

A trajetória profissional dessa grande atriz pode ser lida na biografia Irene Ravache: Caçadora de Emoções, escrita pela jornalista Tania Carvalho e lançada em 2004 pela Coleção Aplauso, da Editora Imprensa Oficial.

A obra traz informações sobre a vida e a carreira de Irene, suas produções, novelas, minisséries, peças, além dos prêmios já ganhos como melhor atriz pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), no Festival de Brasília ou de Miami.

O livro, todo escrito com as entrevistas concedidas por Irene, é um depoimento honesto que mostra uma artista completa e uma mulher inteligente, espontânea e corajosa, que valoriza muito a família.

Casada com o jornalista Edson Paes de Melo Filho há mais de 40 anos, não

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rMarcela Bezelga

Aplausos para uma grande estrela

esconde que sua maior felicidade é a convivência familiar e o encantamento nos momentos que passa com os netos.

Você pode saber mais dessa dama da televisão e do teatro brasileiros no livro Irene Ravache: Caçadora de Emoções, disponível para consulta na biblioteca da Pró-TV.

Agende sua visita de segunda a sexta-feira das 10h às 18h pelo telefone 3872-7743.

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z ExpedienteDireção: Vida Alves | Design: Nelson Gonçalves Junior |Redação: Vida Alves, Elmo Francfort, Élida Alves, Fábio Siqueira, Nelson Gonçalves Junior, Diego Nunes, Marcela Bezelga e Marcos Zago.Fotos: Francisco Rosa e Acervo Pró-TV | Secretaria: Lú BandeiraTel: (11) 3872.7743 | Site: www.museudatv.com.br | Twitter: @museudatv E-mail: [email protected] | Facebook: www.facebook.com/museudatelevisao.protvExpediente: Segunda a sexta - 10h/18h | Venha nos visitar. Agende sua visita!

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