Download - revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição
Brindes do bem
Dia do meio ambiente
Brasil: o maior destuidor ambiental
Barreiras Tarifárias
Copa verde
Empreendedorismo Social
DNA das marcas
Entrevista
Resíduos sólidos RMC
Eventos Elus
Parceria E-color
Artigos
Notas
Dicas de livros
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A Revista O Meio por Inteiro é uma publicação, a princípio trimestral, que faz parte de mais um projeto concretizado pela Elus Ambiental, tornando-se uma importante ferramenta de informação e orientação para empresas, bem como
para gestores ambientaisRua dos Periquitos, 182 – CEP: 13186-032. Hortolândia – São Paulo - Brasil/
Telefones +55 (19) 3809.3885 – www.omeioporinteiro.com.br – Email: [email protected], [email protected] Conselho Editorial: Júlio César de Moraes, Irineu Bottoni, Cleber Santos,
Edvânia Eldevik. Produção: Oliva Comunicação, www.olivacomunicacao.com.br – Jornalista Responsável: Edvania Eldevik,
MTB: 46.219. Textos: Henrique Franco, Enéias de Oliveira , Carolina Sibila e Edvânia Eldevik. Revisão: Julia de Almeida. Projeto Gráfico, Diagramação
e Arte Final: Marka Criativa – Marketing e Novos Negócios www.markacriativa.com.br. Direção: Aline Santos. Designer Gráfico
Responsável: Hélio Baracioli. Email: [email protected]. Fotografia: Wagner Cangussú. Relações Públicas: Júlio César de Moraes. Email: [email protected]. Comercial: Ana Claudia, Sandra
Cristina Leardini, [email protected] – Telefone: +55 19 3384 9336/ 3809.3885 Impressão: Gráfica E-Color. Tiragem 5 mil exemplares.
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Empresas que investem em brindes ecológicos demonstram consciência ambiental até nos detalhes.
Estratégia ajuda a mostrar o conceito de sustentabilidade nas práticas dos estabelecimentos.
Uma boa maneira de se mostrar aos clientes que a
empresa se preocupa com o futuro do planeta é a
distribuição de brindes ecológicos. A estratégia é
importante por ser ecologicamente correta, mostrar
a preocupação do empreendimento até mesmo nos
detalhes, além de ajudar na conscientização das
pessoas para a preservação da natureza. A prática é
uma forma de instruir a população para uma política
de educação ambiental.
Os brindes ecológicos deixaram de ser modismo para
se tornar uma tendência de mercado. As vantagens
de se investir neles é que, além de terem um menor
impacto ambiental, eles despertam a consciência
de consumo das pessoas. “Nos dias de hoje, está
praticamente fora de cogitação idealizar um brinde
que não seja sustentável”, afirma o diretor da empresa
Souto Crescimento de Marca, Cláudio Souto.
O gerente comercial da Ecobrindes, Eduardo
Colicchio, diz que, ao utilizar brindes ecológicos, as
empresas devem buscar produtos que agreguem
valor em suas ações promocionais. “Dessa forma, é
possível passar para os clientes toda a conscientização
e preocupação do estabelecimento com a natureza e
o meio ambiente.”
Segundo Colicchio, independentemente da forma
escolhida para se utilizar os brindes ecológicos, eles
nunca serão prejudiciais às empresas, principalmente
por sua fabricação ser quase que totalmente em
matéria prima reciclada ou reutilizada, além de a
aceitação dos clientes ser sempre muito boa.
Porém, o diretor da Souto Crescimento de Marca
alerta que, ao adotar a distribuição deste tipo de
produto, o empreendimento assume ter preocupação
com o meio ambiente, o que muitas vezes desperta o
interesse dos clientes em saber quais outras atitudes
e investimentos sustentáveis a empresa tem. “Não
se pode pensar somente nos brindes ecológicos sem
aplicar conceitos de sustentabilidade em outras áreas
do seu negócio.”
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Como e quais brindes usar
Como e quais brindes usar
que, como sugere o nome, contêm sementes
germináveis em sua composição; sacolas de lona de
algodão personalizadas; saches de sementes nativas
ou frutíferas; kit plantio acompanhado de um vaso em
fibra de coco, substrato e semente, tudo preparado
para ser plantado, além de um produto lançado para
aproveitar o embalo da Copa do Mundo, o chamado
petgol, um jogo ecológico de futebol de dedo.
Colicchio explica que, para a fabricação de cada
unidade deste produto, são retiradas quatro garrafas
PET do meio ambiente.
“As empresas entendem a importância em fornecer
brindes para os seus clientes, e estes produtos
agregam um enorme valor às campanhas publicitárias.
Além de conscientizar e divertir quem o recebe, eles
possuem uma grande área de personalização para os
empreendimentos”, afirma Colicchio.
Os brindes ecológicos podem ser distribuídos de
diferentes formas e em diversas ocasiões. Datas
comemorativas, como o dia do meio ambiente,
por exemplo, campanhas de lançamentos de novos
produtos ou até mesmo as campanhas internas para
a conscientização dos funcionários são algumas das
maneiras.
Souto cita ainda outra estratégia. “Pode-se aproveitar
ocasiões especiais como feiras, confraternizações,
eventos ou simplesmente numa visita pessoal a um
cliente, em que, com certeza, o resultado é mais
efetivo, por não haver concorrência neste momento.
Acaba sendo uma ação específica, personalizada e
dirigida. Com isso, o resultado é melhor.”
Os brindes devem ser pensados de acordo com
o público-alvo, sempre com o menor impacto
ambiental possível e, principalmente, ter uma relação
de atributos com a marca e sua área de atuação.
“Assim, sempre que forem vistos sobre uma mesa ou
em uma prateleira, farão lembrar da sua empresa”,
completa Souto. No caso de não ser possível fazer a
entrega dos brindes pessoalmente, pode-se utilizar
um portador ou até mesmo enviar
por correio, desde que estejam
nominais à pessoa.
Os brindes mais solicitados pelas
empresas são os papeis sementes,
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O Dia do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de
junho em todo o planeta, surgiu durante a Conferência
das Nações Unidas, realizada em 1972, em Estocolmo,
na Suécia, após criarem o Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA). Desde então, a
data transformou-se no ponto alto para as avaliações
nacionais sobre as condições do planeta. Porém, o
mundo mostra que o momento não é dos melhores e a
situação atual é crítica.
Segundo a diretora da revista ECO 21, Lúcia Chayb,
devemos ficar muito preocupados com o estado do
planeta. Ela cita que mais de um quinto de todas as
espécies mamíferas, além dos anfíbios, corais e coníferas
correm o risco de desaparecer.
“A taxa de extinção atual é mil vezes mais rápida do
que seria em estado natural, sem intervenção humana.
Estamos numa rota de colisão contra o nosso futuro.
É preciso adotar medidas urgentes e definitivas”,
afirma a diretora.
Para a professora do curso de ciências
biológicas da PUC-São Paulo, Vilma Palazetti,
outros fatores que devem ser observados são
o aumento da temperatura e a elevação do
nível dos oceanos. “Isso é mais do que um
alerta dos pesquisadores de climatologia,
é uma constatação de que não podemos
ficar alheios aos problemas ambientais do
planeta”, alerta.
Palazetti diz que os objetivos do Dia Mundial do
Meio Ambiente não vêm sendo atingidos, seja
global, nacional ou até mesmo municipalmente.
Para ela, não são todos os países do mundo que
estão engajados na redução de poluentes, pois
isso implica numa relação direta com a economia
do país. No caso do Brasil, o que mais pesa contra
é o fato de não aceitar compromissos de redução
de dióxido de carbono na atmosfera.
Assim como o resto do mundo, a situação do Brasil
também não é a ideal. A professora da PUC-São
Paulo diz que, para o país mudar sua condição,
é preciso mudar a postura de não diminuir suas
emissões de carbono e metano e que justificativas
como prejuízo ao desenvolvimento econômico
não devem ser aceitas.
Porém, Palazetti ressalta que possuímos uma das
legislações mais completas no que se refere à
proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade.
No entanto, a fiscalização é insuficiente.
A diretora da revista ECO 21 segue a mesma
linha. Para ela, apesar de o nível de destruição dos
biomas nacionais ser alto, o Brasil possui uma das
legislações mais avançadas e contribui fartamente
no debate ambiental, procurando soluções. Com
isso, o país está conseguindo reverter o rumo da
sua conjuntura atual.
Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado sob situação crítica do planetaData festejada no dia 5 de junho serve para lembrar o
mundo dos problemas existentes no meio ambiente.
O que devemos fazer?
Lúcia Chayb diz que o primeiro passo para que a
população ajude na preservação ambiental é educar a
sociedade. A mudança deve ser feita a partir dos lares,
seguir com as escolas, até se instalar nas empresas,
sindicatos e nos diferentes níveis do governo.
No entanto, Chayb afirma que as novas gerações
de brasileiros já estão cada vez mais conscientes
da importância de preservar o meio ambiente.
Ela ressalta ainda o envolvimento cada vez maior
dos empresários com essa questão, algo que deve
continuar, pois assim será possível compensar e
reconstruir os biomas mais ameaçados.
As principais conquistas
No mesmo dia em que foi criado o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),
a ONU (Organização das Nações Unidas) resolveu
convidar os países do mundo a celebrar o Dia do
Meio Ambiente. Ao longo desses quase 40 anos,
embora ainda longe de resolvermos os problemas,
várias conquistas já foram atingidas.
Duas grandes conferências dedicadas ao tema
ambiental foram realizadas pela ONU. Em 1992, o
Rio de Janeiro recebeu o RIO-92, maior encontro da
história para tratar deste tema até hoje. Dez anos
depois, foi a vez de Johanesburgo, na África do Sul,
celebrar o RIO+10.
Em termos nacionais, as principais conquistas para
a proteção ambiental são os avanços tecnológicos
no controle das queimadas e do desmatamento,
o monitoramento da qualidade do ar e da água, a
cobrança do Código Florestal para a recuperação das
áreas de preservação permanente e a participação
das comunidades nos Comitês de Bacias.
A professora Vilma Palazetti diz que cabe à população
exigir dos governantes ações que conciliem a
sustentabilidade ambiental, econômica e social. “A
consciência dos órgãos governamentais de que a
qualidade ambiental implica na saúde da população
é determinante para estipular as várias estratégias de
crescimento sustentável”, conclui.
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Uma pesquisa realizada por cientistas do Instituto
Ambiental da Austrália concluiu que o Brasil é o
maior destruidor ambiental do mundo em números
absolutos. Foram analisados quesitos como o
desmatamento, emissão de carbono, ameaça de
espécies, entre outros.
“Se o brasileiro sentisse no bolso, com certeza, a sensibilização seria maior”
Maira Tamborim, engenheira agrônoma da HG
Geologia e Meio Ambiente
Para a engenheira agrônoma da HG Geologia e
Meio Ambiente, Maira Tamborim, esse quadro só vai
mudar quando a população estiver conscientizada
dos problemas gerados pela destruição ambiental. E,
para ela, uma das maneiras que poderiam ser mais
eficazes para se atingir essa conscientização seria
mexer com o bolso dos brasileiros.
“Se o brasileiro sentisse no bolso, com certeza, a
sensibilização seria maior. Na Europa, se você não leva
uma sacola para o supermercado, é necessário pagar
por ela. Aqui no Brasil, gastamos inúmeras sacolas
plásticas em cada compra. Não há uma preocupação
com o destino final desses resíduos. Esse tipo de
hábito precisa mudar, assim como muitos outros”,
afirma Tamborim.
No entanto, a engenheira agrônoma ressalta que esta
não é a única medida que deve ser tomada. É preciso
investir na educação ambiental da população, que
deve alcançar desde as crianças até os adultos de
todas as idades.
“A conscientização ambiental de todos os países,
inclusive do Brasil, têm aumentado ano após ano,
porém, não acredito numa mudança de postura
de forma imediata. O estilo de vida da população
brasileira ainda vai durar por gerações, o que irá
provocar danos e poluição ambiental ao país”, diz
o editor da Rede Brasileira de Informação Ambiental
(Rebia), Vilmar Berna.
Grande parte disso se deve ao fato de que a maioria
das pessoas ainda só se preocupa com o que as
afeta diretamente e, consequentemente, esquecem
Repasse de custos dos danos ambientais causaria maior sensibilização à populaçãoSegundo a engenheira agrônoma do HG Geologia e Meio Ambiente, Maira Tamborim, medida ajudaria a
conscientizar a sociedade sobre os problemas do meio ambiente
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dos problemas trazidos pela destruição do meio
ambiente, que muitas vezes são de longo prazo.
Tamborim também não vê uma solução para os
problemas em curto prazo. Para ela, é necessário
investir primordialmente em conscientização,
educação ambiental e em mudanças políticas. “Todos
nós sabemos que essa mudança de hábito demanda
muito tempo para começar a mostrar resultado”,
pontua.
Participação da sociedade é importante
Os lideres de países de todo o mundo têm sido levados
a tomar decisões para frear o aquecimento global e
a destruição da camada de ozônio. No entanto, a
engenheira agrônoma acredita que a participação da
sociedade civil é de extrema importância para ajudar
a resolver os problemas relacionados às questões
ambientais.
“A sociedade tem uma força imensa em suas mãos,
desde que ela saiba utilizar. Mas para que a sua
participação social seja efetiva realmente, é preciso
que ela ocorra desde o início do processo. Uma
pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) já
mostrou que a população pode interferir no rumo
de projetos que gerem impactos no meio ambiente”,
conta Tamborim.
Entretanto, além desses aspectos, Tamborim diz que
é preciso ter atenção também com as leis ambientais.
Elas devem ser reformuladas para que se tornem
mais rígidas, e o controle realizado pelos órgãos
reguladores deve ser maior. Fatores essenciais para a
diminuição da destruição ambiental.
“A sociedade tem uma força imensa em suas mãos, desde que ela saiba utilizar” Maira Tamborim, engenheira agrônoma da HG
Geologia e Meio Ambiente
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Nos Estados Unidos e na Europa, tramitam
legislações que pretendem, via tarifas, diminuir os
impactos ambientais e compensar os gastos desses
países com a transformação de produtos de setores
como o químico, siderúrgico e o de papel e celulose.
Segundo um estudo da CNI (Confederação Nacional
da Indústria), caso aprovadas, elas afetariam cerca
de 20% das exportações brasileiras. A emenda
que pretende tais alterações é a Kerry-Boxer ao
Lieberman-Warner Climate Security Act, na qual,
segundo seu texto, são medidas “consistentes com
as obrigações internacionais” de cada setor.
No entanto, para o analista de relações internacionais
da CNI, Antônio Josino, essa não é a melhor solução.
“Essas medidas são formas de pressionar os países
exportadores a cumprirem normas que harmonizam
suas condições de competitividade em relação aos
produtores nacionais nos importadores, nesse caso
os Estados Unidos e a União Europeia, os quais
possuem altos custos de produção”, analisa.
Ele diz ainda que no caso do Brasil, por ter sua
matriz energética limpa (em grande parte, de origem
hidrelétrica), os esforços e custos nessa área devem
ser menores e, muitas vezes, concentrados em
outros setores diferentes do setor de transformação
industrial.
Josino reconhece a importância de regulamentações
internacionais sobre padrões de produção e
transformação industrial ou de emissão de GEE (Gases
de Efeito Estufa), pois elas contribuem para conter
o vazamento de carbono. No entanto, as soluções
mais efetivas para reduzir os impactos ambientais, de
modo global, são as domésticas, ou seja, as decisões
definidas pelos próprios países.
Para a professora do instituto de economia da
Unicamp, Daniela Prates, uma alternativa é o
Brasil adotar uma política empresarial voltada
principalmente para a concessão do crédito de
carbono. “Essa medida deve ser direcionada para a
sustentabilidade, o meio ambiente”, completa.
“Essas medidas não são em si a solução do problema, mas uma das formas de pressionar
países competidores a cumprirem determinados padrões de produção com a justificativa, muitas
vezes questionável, de redução dos impactos ambientais.” comenta o analista de relações
internacionais da CNI, Antônio Josino
Segundo Josino, ainda não é possível fazer uma
avaliação do impacto que será causado à economia
brasileira no caso de as legislações que tramitam
pelos Estudos Unidos e pela Europa serem aprovadas.
Contudo, devido à importância que esses mercados
possuem para as exportações brasileiras, é certo que
elas serão prejudiciais.
“As exportações estão crescendo muito ultimamente. Confirmada essa queda, o
impacto seria muito negativo para o Brasil, pois todos os setores envolvidos seriam afetados,
desde os fabricantes e os empregados até
o setor comercial das empresas”, pontua a
professora Daniela Prates.
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A África do Sul está em festa. Ruas coloridas, sorrisos
largos e uma confluência de culturas compõem o
cenário no país sede da Copa do Mundo FIFA 2010,
torneio iniciado no dia 11 de junho. Para receber o
maior evento do futebol mundial, o país de Nelson
Mandela construiu cinco novos estádios e investiu
pesado em infraestrutura. “Jogadas” que devem
pesar no bolso dos contribuintes e torcedores dos
Bafana Bafana – apelido dado aos atletas da seleção
anfitriã.
Só no trem de alta velocidade – projeto de maior
prestígio que os sul-africanos construíram para a
Copa – que, por enquanto, vai apenas do centro de
Johanesburgo até o aeroporto internacional, foram
investidos US$ 2 bilhões, quase R$ 4 bilhões. Até
agora, a África do Sul gastou o equivalente a R$ 9
bilhões em instalações esportivas, infraestrutura
viária e transportes. Contudo, a conta final deve ficar
próxima dos R$ 30 bilhões, cerca de 5% do PIB do
país. O alto volume de investimentos é reflexo de
gastos muito superiores aos esperados. No caso das
arenas, em média, os custos foram dez vezes maiores
do que se previa. Soccer City, o maior estádio, ficou
em R$ 1 bilhão, o dobro do estimado. Port Elizabeth,
na costa, custou R$ 500 milhões, também o dobro.
Ellis Park, em Johanesburgo, é o recordista: R$ 150
milhões, quatro vezes mais.
Frente a esta realidade, os brasileiros estão, mais do
que nunca, de olho na Copa, que, além de ser a
chance para a seleção conquistar o hexacampeonato,
é uma ótima oportunidade para ver os pontos que
merecem maior atenção na organização do torneio,
para fazer bonito em 2014. Aliás, enquanto a bola rola
no continente africano, uma seleção de profissionais
brasileiros trabalha rumo a uma “Copa verde”.
Após o Comite Organizador Local (COL) recomendar
fortemente a certificação LEED (Liderança em
Energia e Design Ambiental) dos estádios para
2014, o economista e consultor LEED AP, Ian McKee
apresentou aos arquitetos da Copa o plano “verde”
publicado em janeiro de 2009. A adesão foi total,
resultando na inscrição dos estádios de Brasilia,
Cuiabá, Manaus e Belo Horizonte no processo de
certificação LEED. Os demais estádios já incorporam
os conceitos do design sustentável apesar de ainda
não estarem inscritos na certificação.
Enéias Oliveira
“12 Estádios certificados seria uma vitória inédita para qualquer país no mundo, e o
Brasil tem essa oportunidade de ter, de fato, o portfólio de arenas mais eficientes e avançados
do planeta”, ressalta Vicente de Castro Mello, do
Castro Mello Arquitetos, escritório responsável pelo
projeto arquitetônico do Estádio Nacional de Brasilia.
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PreocupaçõesDe acordo com um estudo feito pelo geógrafo Christopher Gaffney, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o Brasil enfrentará desafios estruturais para a realização da Copa, isso porque o país demonstra falta de planejamento e de transparência nos gastos públicos. Segundo a pesquisa, não há controle nos gastos com a construção ou a recuperação de estádios das 12 cidades que receberão os jogos da competição.
O estudo questiona também o retorno dos investimentos governamentais, que também incluem infraestrutura urbana, transporte e benefícios fiscais, e estima que apenas para o retorno dos gastos com os estádios, a ocupação das arenas deverá ser quadruplicada em relação à atual, embora os torcedores devam pagar mais pelos ingressos. Depois do mundial, os preços passarão de R$ 20 e R$ 30 para R$ 45 e R$ 60. Esse fato deve ter maior peso em algumas cidades das regiões Norte, por exemplo (que terá duas sedes: em Cuiabá e Manaus), que não têm tradição futebolística para lotar os estádios. Sendo assim, as arenas destas localidades podem acabar se tornando elefantes brancos.
A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA) contesta essa afirmação. As soluções para tentar a rentabilidade das instalações depois da Copa incluem diminuição da capacidade de público e, principalmente, a exploração ao máximo do conceito de arena multiuso. “Eficiência é a palavra
de ordem, grandes eventos esportivos demandam grandes construções que podem causar grande impacto econômico, social e ambiental quando mal planejadas. As novas construções devem ser eficientes para reduzir o consumo de energia, água e seu custo de manutenção ao longo de sua vida útil”, ressalta Vicente de Castro Mello. Essa consciência é indispensável, mesmo porque, em um cenário de construções públicas mal planejadas e gastadoras, seria necessário mais investimento do Estado em usinas hidro ou termo-elétricas, que têm um custo infinitamente maior do que os investimentos em construções verdes. “O plano para a Copa de 2014 é o ponto de partida para transformar a economia do país na economia verde do futuro, utilizando os grandes eventos esportivos como catalisadores deste processo”, complementa o arquiteto.
De acordo com Mello, o projeto já tem o apoio oficial do GBC Brasil e do GBC da Àfrica do Sul, assim como o envolvimento dos arquitetos com as construções verdes. Ele ressalta ainda que vários fatores influenciarão o sucesso do plano, entre eles a forte recomendação dos organizadores da Copa para a certificação verde das novas arenas, as linhas de crédito mais favoráveis para projetos sustentáveis, disponibilizadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), e o acordo de cooperação assinado pelo Ministério dos Esportes e do Meio Ambiente para realizar a “Copa Verde”.
Todas as pessoas podem contribuir com o plano
independente do sexo, raça, idade, partido político e
condição financeira, enviando sugestões para o site
www.copaverde.com.br.
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Muito se ouve sobre empreendedores, agentes
inovadores, que criam novos paradigmas e são
pioneiros em abordagens diferenciadas. Isto não
significa que criem algo completamente inédito.
Muitas vezes, transformam algumas ideias já
existentes, utilizam a criatividade para aperfeiçoar
ou reinventar processos. É uma postura criativa
e contínua de explorar, aprender e melhorar.
Normalmente o termo se refere a uma pessoa que
começa um negócio, um novo empreendimento
para ganhar lucro e renda. Contudo, a palavra não
se limita a este significado. Ela descreve uma visão,
um comportamento e um conjunto de qualidades.
Empreendedores veem possibilidades e não
problemas, para provocar mudanças na sociedade,
e não se limitam aos recursos que têm em um
momento. Nesse caso, se encaixam na definição
de agentes sociais, que são como empresários
nos métodos que utilizam, mas são motivados por
objetivos sociais ao invés de benefícios materiais.
Estes são empreendedores sociais.
No Brasil, há, por exemplo, o caso de Eliana Tiezzi,
que criou a Papel de Gente, uma Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público voltada à
confecção de produtos com papel reciclado por
pessoas com transtornos psíquicos. É uma iniciativa
para promover a reinserção social destes indivíduos.
Outro caso é o de Fábio Bibancos de Rosa, que criou a
Turma do Bem, uma entidade que possui 650 dentistas
que atendem gratuitamente crianças de baixa renda
com problemas de saúde bucal graves. Também há
400 voluntários que trocam correspondências com
menores que vivem em abrigos. Graças à iniciativa do
Fábio, 1.150 crianças são beneficiadas diretamente
e já há ações em cinco estados brasileiros e no
DF. Outro caso é o de David Hertz, ganhador do
Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro 2009 –
iniciativa exclusiva que visa icentivar ideias inovadoras
postas em prática há mais de um ano e há menos
de três. Hertz criou a Gastromotiva que, de forma
prática, capacita jovens de baixa renda em cursos
profissionalizantes de gastronomia para ingresso no
mercado de trabalho, gera renda por meio de um
bufê-escola e visa dar suporte ao desenvolvimento
de negócios sociais em comunidades carentes. “Não
acredito que ajudamos, mas sim que geramos trocas.
A maior motivação do meu trabalho é o constante
aprendizado, o compartilhamento de conhecimento
e otimismo em viver melhor”, diz Hertz sobre o
projeto. “O que mais me influencia é o poder do
jovem e das pessoas, além de superações pessoais”,
complementa.
“Não acredito que ajudamos, mas sim que geramos trocas. A maior motivação do meu trabalho é o constante aprendizado, o compartilhamento de conhecimento e otimismo
em viver melhor”, diz David Hertz, criador da
Gastromotiva, associação que capacita jovens de baixa
renda, gera renda e dá suporte ao desenvolvimento
de negócios sociais em comunidades carentes.
A professora do Departamento de Administração da
Universidade de Brasília Marina Figueiredo Moreira
destaca que, em muitos casos, o empreendedor
social gera resultados que podem ter impacto maior
que algumas ações governamentais e que, a partir
de uma ação dele, a comunidade pode passar por
um processo de transformação. “É um agente
que exerce um papel valioso em seu meio”, diz.
“Em muitos casos, a ação de um empreendedor
deste tipo é o ponto de partida para criar projetos,
associações ou empreendimentos que melhoram a
realidade da comunidade ao trazer soluções para
problemas sociais”, completa. Outros exemplos de
iniciativas bem sucedidas são os Doutores da Alegria,
a Associação Cultural Beija-Flor e o Afroreggae.
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Para reforçar uma marca e, assim, conquistar espaço
no mercado, muitas estratégias podem ser adotadas
e, há algum tempo, as empresas passaram a usar
habilmente projetos que impactam positivamente a
sociedade para alcançar este objetivo. No entanto,
atualmente, o mercado consumidor já é capaz de
reconhecer, na maioria das vezes, quando a iniciativa
é autêntica ou apenas “golpe de marketing”.
Sendo assim, a fase em que o objetivo principal era
simplesmente a imagem pública da organização,
criando-se ações que pudessem ser divulgadas e,
assim, contribuíssem para a agregação de valor,
já está ultrapassada. Como ressalta o consultor e
especialista em desenvolvimento de novos negócios,
Renato Senatore, “Pode-se dizer que toda ação
que contribua para o bem social pode, e deve, ser
explorada para a construção da marca, desde que
não tenha nascido apenas para este fim”.
As estratégias são particulares do DNA
de cada empresa, seja ela pequena
ou grande, familiar ou altamente
profissionalizada. “O importante
é incluir em sua cultura a
responsabilidade social”,
aponta o consultor e
21
especialista em estratégia, marketing e novos negócios
e autor do Blog MKTMais, Jony Lan. Isso significa que
os donos, presidentes, diretores e gestores precisam
defender essa causa. Sem isso, o projeto pode se
tornar um fato isolado, um departamento que vai ser
esquecido em algum momento pela empresa e pelas
pessoas, que não associará a marca a algo socialmente
responsável. Para patrocinar um projeto ambiental,
por exemplo, a organização deve, primeiro, mobilizar
os funcionários. É preciso conscientizá-los sobre a
importância, o tema e a nova fase que a empresa
quer passar.
Quanto às possíbilidade, essas são variadas, vão
desde o patrocínio a um
evento cultural que tem
continuidade e beneficia
várias comunidades,
a simples reciclagem
dos produtos vendidos,
como o recebimento de
pneus usados. Claro que
algumas ações são mais
facilmente reconhecidas
do que outras e, assim,
podem contribuir mais
intensamente para a
construção da marca. Ou seja, há iniciativas que
a sociedade não enxerga, como a utilização de
sistemas que gerem economia no uso da energia
de uma indústria. Portanto, Lan destaca: “Para
que a empresa seja reconhecida também por
sua responsabilidade social, são necessárias duas
ações básicas: agir e comunicar”. A Petrobrás, por
exemplo, faz isso muito bem. Possui diversas ações
que trazem benefícios sociais, como o projeto Tamar,
que, além de preservar a tartaruga marinha, vende
produtos ligados à marca da iniciativa e dissemina
isso na sociedade, abrindo as sedes dos projetos para
a população.
Renato Senatore defende que, independentemente
do reconhecimento imediato, pensar e praticar
sustentabilidade nos campos humano, social
e ambiental é o único caminho para melhorar
o desempenho e garantir a perpetuidade das
corporações. “Agindo assim, o reconhecimento
social e o consequente aumento de valor das marcas
virão naturalmente”. Lan complementa e afirma
que não dá para pensar em responsabilidade social
sem pensar em resultados a longo prazo. “É como
um filho, não dá para por no mundo e depois
esquecê-lo por aí. Tem que ter continuidade, pensar
nos próximos projetos e dedicar-se sempre. Ações
bem planejadas e estruturadas contribuem para
a formação da identidade da empresa, reforçam a
responsabilidade social da marca e a comunidade
como um todo acaba reconhecendo esse valor”.
Investimento equivocado
É comum ver empresas, principalmente as grandes, criando fundações e instituições sem fins lucrativos que acabam sendo responsáveis pelas principais ações sociais. Assim, se a corporação não
tiver a mesma consciência, a própria sociedade saberá diferenciar as posturas e agregará valor a organizações diferentes. O Mcdonald’s, por exemplo, apesar de possuir a fundação Ronald McDonald House desde 1974, voltada para assistência a crianças, foi reconhecido pelas mídias e pela sociedade como um restaurante de comidas gordurosas, pesadas, que prejudicam a saúde das pessoas. Essa imagem foi critiaca em “Super Size Me”, documentário de 2004 feito pelo cineasta independente norte-americano Morgan Spurlock e traduzido no Brasil como “A Dieta do Palhaço”.
Essa visão acabou impactando o crescimento do Mcdonald’s no mundo, na época. Para se adaptar à nova realidade social, a rede precisou de uma evolução no seu conceito de alimentos e de mudanças estratégicas profundas na comunicação
Corporações estão usando freneticamente o greenwashing,
o que traz consequências graves à credibilidade de todo o
campo da comunicação ligada à sustentabilidade.
Com o índice de crescimento no lançamento de produtos
ecologicamente corretos entre 2007 e 2009 alcançando
500%, observou-se que a prioridade de grandes líderes de
mercado esteve focada na meta de sustentabilidade com
o intuito de aumentar sua receita e agregar vantagem
competitiva com a valoração verde de seus produtos.
Contudo, o caminho ideal a seguir raramente é claro.
Com a visão da Gestão Ambiental aliada ao conceito de
Ecologia e Marketing Ambiental, aponto três estratégias
de produtos para alinhar as metas verdes das organizações
aos seus recursos.
Estratégias com táticas no foco ao cliente, entendendo
suas expectativas; conhecendo os recursos da
e no cardápio, esforço que ficou caro e demorou para surtir efeito. Hoje, o Mcdonald’s colhe os lucros frente ao seus concorrentes. “Deixar a própria sociedade dar diversos sinais e simplesmente não adotar nenhuma ação imediata foi um dos principais equívocos do Mcdonald’s”, comenta Jony Lan. “Tenho certeza de que agora a gestão já incluiu essa responsabilidade em seu negócio e não deixou apenas para a Fundação Ronald Mcdonald”, conclui.
concorrência; alinhando seus produtos e mensagens para evitar a acusação de “Greenwashing”; com as quais posso afirmar que teremos as medidas ideais para o sucesso do qualquer projeto, são elas:
1- Estratégia de acentuar ou destacar atributos sustentáveis na carteira de produtos e serviços da organização;
2- Estratégia de adquirir uma marca verde.
3- Estratégia de arquitetar, caso haja capacitação e ativos importantes de desenvolvimento de produtos, a organização pode criar algo novo, criar do zero.
A definição da estratégia depende ainda de dois fatores importantes, até onde a carteira atual da organização poderá ser “verdejada”, e quão avançados são os recursos de desenvolvimento de produtos verdes, sempre transversalizando o conceito da cultura contemporânea de
valor e apresentando uma síntese de três modelos de superação de riscos estratégicos decorrentes das
diferenças culturais presentes no
perfil do mercado consumidor.
24
Empresas adotam práticas que procuram
demonstrar o seu respeito e a sua
preocupação com as condições do ambiente
e da sociedade em que estão inseridas ou
onde atuam.
Ideias de projetos empresariais que atendam
aos parâmetros de sustentabilidade
respeitando aspectos econômicos, sociais,
culturais e ambientais da sociedade humana
provaram-se também economicamente
viáveis, e a conscientização, conhecimento e
aplicação dessas práticas são cada vez mais
incorporadas na gestão das empresas por
meio da estratégia de negócios, de processo,
tecnologia e produtos. Um exemplo é a Dow
Corning do Brasil, Norte Americana no ramo
de industrialização de silicones, com fábricas
e centros comerciais em vários países e
planta em Hortolândia. Fabricante de mais
de 150 itens, atende diversas indústrias
(aeroespacial, automotiva, construção,
processamento de alimentos, farmacêutica,
plásticos, têxtil, tintas, cosméticos, entre
outras) em todo o mundo.
Em entrevista concedida à revista ‘O meio
Por Inteiro’, Irineu Bottoni, diretor da
multinacional, expôs de forma objetiva a
visão da empresa sobre a temática e abordou
o empenho desta para os princípios da
sustentabilidade englobando a preocupação
com a saúde, segurança e bem-estar de
seus funcionários e da comunidade, como
também o cuidado com o Meio Ambiente,
sendo signatária do Programa Atuação
Responsável®.
Por Edvania Eldevik
1 - Como a Dow Corning aborda a questão de
sustentabilidade dentro da sua gestão?
Como muitas empresas ao redor do mundo, a Dow
Corning está profundamente empenhada na criação
de produtos, processos, e tecnologias sustentáveis.
Também estamos empenhados em soluções cujo
impacto social e econômico atenda as necessidades
ambientais da sociedade.
Podemos perceber, através da mídia e relatórios
das empresas, uma crescente intensidade dedicada
às atividades como corte de resíduos de processos,
redução de emissões, aumento de eficiência
energética, conservação de água, utilização de
recursos renováveis, evasão de substâncias perigosas
e a promoção de produtos sustentáveis com apelo
aos consumidores conscientes. Não podemos nos
dar ao luxo de sermos sustentáveis sem ter os
conceitos de eco-inovação profundamente enraizado
e incorporado na nossa cultura, estratégia e carteiras
de mercado.
2 - Quais são os projetos desenvolvidos nessa
área?
Na Dow Corning do Brasil, somos guiados por
três pilares de sustentabilidade: ambiental,
social e econômico. Queremos estar envolvidos
com empresas que tenham um balanço de
sustentabilidade positivo em relação ao impacto
ecológico; queremos proporcionar um benefício
social que melhore a qualidade de vida da
humanidade; e queremos estar em negócios
que possam sustentar-se financeiramente e
ambientalmente, em uma sociedade que respeite
e valorize esses conceitos.
Esses princípios são trabalhados em nosso código
de conduta corporativo. O que nós vimos em nossas
experiências no mercado é que a sustentabilidade,
como uma operação princípio, não funciona se é
imposta de cima para baixo em uma organização,
tem que ser aceita por todos como um princípio
orientador. Isso também funciona para a sociedade
onde estamos inseridos.
3 – Pode citar alguns projetos?
Dentro desse conceito, temos feito trabalhos
procurando envolvimento da comunidade,
dentre eles, um trabalho de conscientização
ambiental feito em parceria com a Elus – Gestão
e Projetos Educacionais, e um projeto pioneiro de
conscientização ambiental com crianças em escolas
de Hortolândia, no qual aproximadamente 7000
crianças foram atendidas entre 2009 e 2010.
4 - Quais são as ações para os próximos anos?
Se quisermos continuar a melhorar os padrões de
vida juntamente com o crescimento populacional,
temos que nos esforçar para trazermos inovações e
novas tecnologias em produtos/processos e serviços.
Temos também que garantir que os princípios
da sustentabilidade sejam partes integrantes do
conteúdo e das atividades de nossos projetos
futuros.
26
Companies adopt practices which aim to
demonstrate their respect for and worry
about the conditions of the environment
and the society in which they are inserted
or act.
Coporate project ideias which follow the
sustainability parameters and respect the
human society’s economical, social, cultural
and environmental aspects have proved
to be also economically possible. And
the awareness, knowledge and appliance
of these practices are becoming part of
companies’ management through business
strategies and processes, technologies and
products. One example is Dow Corning
do Brasil, North American company in
the silicon industrialization segment,
with factories and commercial centers in
many countries and its Brazilian plant in
Hortolândia. Manufacturer of over 150
items, it supplies for different industries
(aerospacial, automotive, building, food
processing, chemical, plastic, textile, inks,
cosmetics, and others) all around the world.
In the interview for ‘O meio Por Inteiro’
magazine, Irineu Bottoni, multinational
director, exposed objectively the company’s
view about the topic and has mentioned
its interest in the sustainability principles
and embodies the concern with health,
well-being, and safety of its employees and
community, as well as the care with the
environment, being signer of the Programa
Atuação Responsável®.
By Edvania Eldevik
27
1-How does Dow Corning approaches the
sustainability issue in your management?
As many companies around the world, Dow
Corning is deeply engaged with the development of
sustainable products, processes and technologies.
We are also engaged with solutions whose social and
economical impact meets the society environmental
needs.
It is possible to notice, through the media and
companies’ reports, an ascending intensity
dedicated to activities as decrease of the process
remainders, in the
emissions, increase
of the energetic
effectiveness, water
saving, use of
renewable resources,
evasion of dangerous
substances and
the promotion
of sustainable
products appealing
to the conscious
consumers. We can
not afford being sustainable without having the eco-
innovation concept deeply rooted and embedded in
our culture, strategy and market book of business.
2 – Which projects are developed in this area?
In Dow Corning do Brasil, we are based on the three
sustainability pillars: the environmental, social and
economical. We want to be involved with companies
that have a positive sustainability balance against
the ecological impact; we want to provide social
benefit in order to improve humanity’s life quality;
and we want to do business which can self-sustain
financially and environmentally in a society that
respects and values these concepts.
These principles are part of our corporate conduct
code. What we have seen in our market experience
is that sustainability, as a start operation, does not
work if it is imposed top-down in an enterprise, it has
to be accepted by everyone as a guiding principle.
It also works for the society where we are inserted.
3 – Can you mention some projects?
Based on this concept, we have been doing some
works aiming the
society involvement,
an environmental
consciousness work
done together with
Elus – Educational
M a n a g e m e n t
and Projects,
and a pioneer
e n v i r o n m e n t a l
c o n s c i o u s n e s s
project with children
at schools in
Hortolândia, in which approximately 7000 children
have been serviced between 2009 and 2010.
4 – What are the actions for the next years?
If we want to continue improving the life quality
standards along with the population growth, we
have to work hard to bring innovation and new
technologies in products/processes and services.
We also have to assure that the sustainability
principles are part of the content and of the activities
of our future projects.
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29
As cidades da RMC (Região Metropolitana de
Campinas) – Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa,
Monte Mor, Americana e Santa Bárbara D’Oeste –
são as participantes do Consórcio Intermunicipal de
Manejo de Resíduos Sólidos. No total, 29 empresas
manifestaram interesse em desenvolver projetos
voltados para o manejo e a destinação do lixo
domiciliar desses municípios. Dessas, 15 empresas
apresentaram documentação exigida em edital e
estão aptas a desenvolver projetos, que devem ser
apresentados até o dia 12 de julho.
Segundo o presidente do consórcio, o prefeito
de Sumaré, José Antonio Bacchim (PT), o número
de empresas que manifestaram interesse superou
todas as expectativas iniciais. Ele acredita que o
consórcio tem a grande chance de receber projetos
interessantes e consistentes, que poderão contribuir
para a formatação do trabalho a ser seguido pelo
consórcio.
“Quero acreditar que os projetos a serem desenvolvidos
venham contribuir, de maneira prática e objetiva,
com o procedimento a ser adotado no manejo do
lixo das seis cidades consorciadas. Quero lembrar
que, além dos projetos que serão elaborados pelas
empresas, temos o Plano do Manejo dos Resíduos
Sólidos, que está sendo pilotado pela Unicamp e que
terá caráter de nos auxiliar neste trabalho”, comenta
o prefeito Bacchim.
A minuta de contrato de rateio, a qual determina que
cada cidade participante do Consórcio Intermunicipal
de Manejo de Resíduos Sólidos deve contribuir para
custear as despesas da entidade, foi aprovada no
dia 12 de fevereiro pelos prefeitos de Sumaré, José
Antonio Bacchim, de Hortolândia, Ângelo Perugini,
e de Nova Odessa, Manoel Samartin, acompanhados
por representantes de Americana e Monte Mor,
De acordo com dados repassados pelas prefeituras
dessas cidades, são produzidas cerca de 600 toneladas
por dia de lixo, juntando os seis municípios. Sumaré,
Hortolândia, Nova Odessa e Americana enviam o seu
lixo para o aterro da Estre Ambiental, em Paulínia.
Já Santa Bárbara d’Oeste possui aterro próprio, e
Monte Mor encaminha seu resíduo para um aterro
em Indaiatuba.
Para formatar a minuta de rateio, o critério adotado
para a partilha se deu a partir do total da população.
Sumaré, a cidade com maior número de habitantes,
será responsável por 25,46% da contribuição,
seguida por Americana (22,24%), Hortolândia
(21,68%), Santa Bárbara d’Oeste (20,43%), Nova
Odessa (5,14%) e Monte Mor (5,05%).
30
O “3º Encontro de profissionais do Meio Ambiente
das empresas da região do Grande ABC” reuniu
cerca de 150 profissionais, no dia 7 de abril, na
sede ‘Anchieta’ da empresa Volkswagen, em São
Bernardo do Campo. O evento contou com uma
programação de palestras e abordou temas como
políticas ambientais, industrialização sustentável de
resíduos, gestão de carbono e novos projetos de
sustentabilidade.
Na ocasião, foi lançada a revista ‘O Meio por Inteiro’,
um novo meio de informação que apresentará as
principais tendências e novidades relacionadas ao
meio ambiente e o mundo corporativo.
De acordo com o idealizador destes encontros e
diretor da Oscip Elus Ambiental, Júlio César de
Moraes, o ‘Encontro’ teve o papel de integrar todos
os setores. “Grandes empresas compareceram ao
evento, além de representantes dos órgãos públicos
e terceiro setor. É uma oportunidade de fomentar o
relacionamento e a troca de ideias entre profissionais
das empresas de grande porte e estabelecer um
fórum de debates para soluções de interesses
comuns”, conclui.
Para os participantes, encontros como esse são
importantes, pois é possível interagir com outros
profissionais do ramo e com diversos assuntos
ligados ao meio ambiente. “É uma ação nobre. Tudo
é possível através dessa sinergia que envolve troca
de informações e tecnologia. A sustentabilidade tem
que ser uma iniciativa top-down, e estar na estratégia
da empresa, depois na gestão”, afirma Ciro Daré
Rodriguez, da Autovisão Brasil.
Segundo Antônio Megale, da Volkswagen do Brasil
– sede do Encontro, o evento foi gratificante e de
grande importância: “A Volkswagem vem cada vez
mais investindo, buscando aperfeiçoar os sistemas
de produção e principalmente trabalhando de forma
focada na política de sustentabilidade”, comentou
o diretor de assuntos governamentais da empresa,
que acredita que outras empresas devem seguir essa
mesma linha.
Os profissionais da Tim celular, Adriana de Andrade
Lara Saez, Francisco de Assis Vieira de Sousa e Denise
Rodrigues Simões, complementam que o evento
trouxe informações importantes, já que a TIM está
no processo de certificação ISO 14001. “Sugerimos
palestrantes mais técnicos para o próximo encontro”.
31
Comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente
Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente,
a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público) Elus Ambiental, promoveu atividades
envolvendo as comunidades de Campinas e
Hortolândia nos dias 5 e 6 de junho.
Em Campinas, foi realizada uma limpeza de área e o
plantio de 300 mudas de árvores na rua Reverendo
Pupo Nogueira, 100, no Jardim Pacaembu, em
parceria com a Igreja Cristã Maranata Betel. Ainda
foram distribuídos 5 mil gibis do “Recicladinho”,
ferramenta que tem como objetivo trabalhar a
educação ambiental com as crianças. O boneco
“Recicladinho” também esteve presente. A ação
envolveu a comunidade local.
Já no dia 6, domingo, aconteceu a Pedalada Ecológica
em Hortolândia, no bairro Jardim Rosolen. No evento,
também foi feito o plantio de 100 mudas de árvores.
5º Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente das Empresas de Grande
Porte da RMC
A cidade de Sumaré vai receber no mês de setembro
o 5º Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente
das Empresas de Grande Porte da RMC. O evento
será realizado em parceria com a Secretaria do
Meio Ambiente do município e contará com
palestrantes de renome no cenário nacional. Os
temas abordados serão a contaminação e as políticas
de sustentabilidade de empresas multinacionais.
Devido ao grande número de gestores ambientais
interessados em comparecer ao evento, será
necessário fazer cadastro para o encontro, que
deve ser concretizado pelo e-mail comercial@
omeioporinteiro.com.br. Também para o mês de
setembro está sendo planejado o 4° Encontro dos
Profissionais de Meio Ambiente das Empresas de
Grande Porte do ABC.
32
A OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público) Elus Ambiental firmou parceria com a gráfica
E-color. Com isso ela passa a ser a responsável pela
impressão da revista O Meio por Inteiro.
A parceria une duas empresas cujo foco dos projetos
é a sustentabilidade, tema que
alcança apelo cada vez maior,
seja entre a população ou com
as organizações empresariais.
“Essa parceria abre uma ligação
entre a E-color e as empresas
que já trabalham com a Elus,
que possuem essa mesma
filosofia nossa, ou seja, visando
sempre a parte ecológica e
não só o financeiro”, afirma
o diretor da gráfica E-color,
Antônio Fernando Bonini.
Papel utilizado contribui
com o meio ambiente
Bonini ressalta que a E-color
trabalha com papéis fabricados
com fontes renováveis. A
grande maioria do papel é feito com a celulose
que vem dos eucaliptos, cujas madeiras são de
reflorestamento. “Após serem industrializadas, é
gerada a celulose, para que sejam feitos os papéis”,
explica o diretor.
A importância de se usar esse tipo de papel é grande.
Segundo Bonini, no caso de a celulose não ser feita
com os eucaliptos ela será
feita com madeiras que não
são de reflorestamento, o que
prejudica o meio ambiente.
E-color está em busca do
selo FSC
O FSC (Forest Stewardship
Council, ou Conselho
do Manejo Florestal, em
português) é o selo verde
mais reconhecido em todo o
mundo, presente em todos os
continentes do mundo.
Essa certificação florestal deve
garantir que a madeira utilizada
em determinado produto é
oriunda de um determinado
processo produtivo manejado
de forma ecologicamente adequada, socialmente
justa, economicamente viável e no cumprimento de
todas as leis vigentes.
Proteção e Manutenção do Meio Ambiente –
Nosso Dever, nosso Direito ou uma preocupação
de outros?
Quando penso em Meio Ambiente, imediatamente
me vem a imagem de um belo rio, cercado de floresta,
onde poderia praticar o meu hobby predileto, a
pescaria. Porém, como no livro de Thomas More
(“Utopia”, 1516 – em grego, utopos = “em lugar
nenhum”), tudo isto pode parecer utopia, pois na
vida real o Meio Ambiente pode não ser atrativo
assim, ou seja, no entorno do local onde vivemos,
moramos ou trabalhamos, a natureza foi ou pode
estar sendo alterada significativamente, fazendo
com que os seres humanos sintam-se alijados desta
e, talvez, pertencentes a outro planeta, distante e
imaginário.
Mas ledo engano, o ser humano, para a tristeza de
alguns, está intimamente ligado ao Meio Ambiente
e a natureza do planeta Terra, e as suas ações
refletem diretamente no que ocorre ou irá ocorrer
no planeta neste século, afetando as próximas
gerações.
Estas posturas interferem nas tomadas de decisões,
quando as empresas buscam investir em políticas
ambientais, graças às mudanças do pensamento
neste século XXI, trazendo para dentro das
instalações a preocupação com a necessidade de
manter a qualidade de vida para os colaboradores,
clientes e para a sociedade civil.
Antes de continuarmos, devo traçar um breve
histórico da SMS Tecnologia Eletrônica Ltda., a sigla
SMS foi criada para abreviar o nome do 1º produto
desenvolvido pela empresa: Fonte de Alimentação
Chaveada, em inglês: Switching-Mode Power
Supply (SMPS). SMPS foi abreviada para SMS, com
o intuito de facilitar a pronúncia. A SMS foi pioneira
na fabricação de Fontes de Alimentação Chaveada,
ainda que a SMS não fabrique mais esse tipo de
produto, sabe-se que atualmente ele está presente
em quase 100% dos aparelhos eletrônicos. A sua
fundação ocorreu em São Paulo no ano de 1982,
com a finalidade de fornecer produtos e serviços de
tecnologia da informação, com qualidade, agilidade
e confiabilidade. Localizada no ABCD paulista em
Diadema, é hoje o maior fabricante de sistemas de
35
condicionamento de energia do país, conquistando
assim a liderança no mercado de Estabilizadores
de Tensão, Filtros de Linha, Nobreaks e Nobreaks
Inteligentes.
A SMS, desde a sua fundação, tem-se apresentado como pioneira no lançamento de novos produtos de tecnologia de ponta, apresentando estes, alta confiabilidade e performance. A SMS conquistou, em novembro de 1998, a Certificação NBR ISO 9002:94 para linha de nobreaks e estabilizadores. Apesar de ter conquistado esta certificação, a SMS não parou de investir em Qualidade e nos processos internos das suas fábricas. O resultado disso foi a conquista da Certificação NBR ISO 9001:94 para toda sua linha de produtos, em novembro de 2001 e, em julho de 2002, a Certificação NBR ISO 9001:2000. E a transição para a NBR ISO 9001:2008 ocorreu em 2009.
Essas diretrizes representam o compromisso da SMS com a Qualidade, a conservação e a preservação do Meio Ambiente.
Na SMS, a preocupação com os resíduos gerados nos seus processos e com a qualidade das suas instalações sempre esteve presente, atendendo não só à legislação ambiental e de saúde existente, como se preocupando com a continuidade das suas atividades e a participação no mercado.
Após as certificações de sistemas da Qualidade e de Produtos alcançadas, foi tomada a decisão de buscar a formalização das atividades de controle e proteção ambiental, através da certificação NBR ISO 14001:2004.
Remetendo ao primeiro parágrafo, nesta caminhada,
o item mais difícil é a conscientização de todos
sobre a preservação dos recursos, pois os recursos
preservados, economizados e principalmente
reciclados, neste momento, representam economia
para toda a sociedade nos próximos anos e o
crescimento ordenado e racional do país e da sua
economia.
Portanto, investir nesta área é a forma mais
inteligente de fortalecer a marca perante a
sociedade civil.
Este passo na empresa é o inicio do trabalho de
fundamentar, em todas as partes envolvidas, a
consciência da importância de proteger e manter o
meio ambiente, sem repassar esta responsabilidade
a outros atores do negócio. Cabe a nós, que
trabalhamos nesta área, e ao poder público
conscientizar também os consumidores, para que
ao consumir fique a preocupação com o nosso
futuro e o dos nossos descendentes. Desta forma,
todos os agentes da cadeia de consumo estarão
exercendo o seu dever e o seu direito, trazendo para
si a responsabilidade compartilhada de preservar e
manter o meio ambiente, que nos cerca e do qual
fazemos parte com espécime que domina o “status
quo” atualmente.
Esta troca de ideias visa estimular a discussão e a
reflexão dos envolvidos e fazer com que possamos
caminhar no sentido da melhoria da qualidade de
vida, de todos no planeta. Sendo assim, agradeço
a paciência de todos em ler esta minha pequena
contribuição à causa do meio ambiente, obrigado.
36
“DEFESA CIVIL SOMOS TODOS NÓS”
Gestão de Emergências e Riscos Ambientais é uma
questão de Segurança Pública.
Desde o descobrimento do Brasil, muitas foram
as leis e normas para regulamentar as tutelas do
Meio Ambiente, mas sempre focadas no interesse
econômico extrativista. Dentre elas, podemos citar
o Código Florestal de 1965 e a Política Nacional
de Meio Ambiente (PNUMA) de 1981, provocando
nesta época grandes enfrentamentos políticos e
até diplomáticos. Nestes 20 anos, observou-se um
grande crescimento populacional desordenado,
alimentado por uma cultura consumista exacerbada
e uma cultura ambiental equivocada em relação à
utilização dos recursos naturais, que acreditávamos
ser infinitos.
Após os anos 80, iniciou-se um processo de
reconhecimento científico de que estes avanços
no desenvolvimento causaram um desequilíbrio
ecológico com sérias consequências no ar
atmosférico, no equilíbrio climático, nas nascentes,
ou seja, afetou todo o ecossistema em virtude da
destruição dos meios naturais que são fundamentais
para a vida humana.
Em 1988, foi promulgada a Constituição Federal
Brasileira, tipicamente antropocêntrica (na qual o
homem é o centro do universo) recheada de artigos
de proteção ambiental, que num primeiro momento
nos parece antagônica, porém, se analisarmos as
ocorrências nacionais e internacionais de catástrofes
socioambientais nos anos 60, 70 e 80, podemos
entender a preocupação que os legisladores tiveram
ao redigir as normas gerais que regulamentassem o
comportamento dos brasileiros frente à realidade
socioambiental, preservando a qualidade de vida
das presentes e futuras gerações impondo ao
Poder Público e à coletividade o dever de defender
e preservar o meio ambiente, visando o princípio
constitucional do desenvolvimento sustentável.
A partir deste momento histórico, tornou-se
impossível dissociar os direitos humanos dos direitos
ambientais em que todos passaram a ter o dever de
tutela ambiental.
Os bens ambientais deixaram de serem vistos como
direitos individuais e coletivos e passaram a ser de
interesse transindividuais. De acordo com a ilustre
Dra. Teresa Cristina de Deus, Doutorada em Direito
Ambiental “a flora gera interesses e direitos que
ultrapassam os limites de indivíduos considerados
isoladamente e passam a ser interesses e direitos
transindividuais. Este reconhecimento da sociedade
moderna pós anos 80 revolucionou a história do
direito, pois exigiu a reformulação e evolução
de conceitos ultrapassados, sendo certo que os
contornos dos direitos transindividuais repercutem
diretamente nas recentes leis do ordenamento
jurídico brasileiro, os quais tutelam o meio ambiente,
seja ele do trabalho, o cultural, o artificial ou o
natural (flora).”
Apesar de o direito estar em consonância com
os riscos ambientais, o homem deve sair do seu
egocentrismo econômico e social e estender os
olhar para a nova era do aquecimento global,
com sucessivas catástrofes ambientais mundiais
com danos à saúde pública planetária e com
consequências patrimoniais e sociais irreversíveis.
E, por incrível que pareça, mesmo diante deste
panorama, a sociedade fica inerte, como se estivesse
assistindo a um filme de ficção científica.
37
Perceba, caro leitor, que a questão ambiental
não é um problema legal e sim comportamental
e cultural. O homem muitas vezes não vislumbra
o meio ambiente como parte sistêmica, ou seja,
uma integração entre vários fatores biológicos,
químicos, físicos, culturais, econômicos, políticos e
até religiosos que podem gerar tensões e desajustes
sociais tecidos por uma rede de interdependência e
corresponsabilidade que interfere nas questões de
Segurança Pública.
Minha vivência na área ambiental com logística
reversa de baterias chumbo ácido inservíveis, que
engloba o transporte de um resíduo perigoso,
fez com eu estendesse meu olhar para os riscos
ambientais decorrentes desta atividade e os planos
de emergência no caso de acidentes. Comprometido
com a sustentabilidade, consegui, ao longo dos
anos, todos os tipos de licenças ambientais através
dos órgãos especializados, mas continuei a refletir
sobre os riscos das operações e a forma mais rápida
de solucionar um sinistro.
No que se refere a Seguro Ambiental, comento
que o tema é novo em nosso país e que começa
a ser incluído em diversas políticas públicas, pois
percebo que existem muitos fatores que encarecem
ou inviabilizam uma apólice de seguro. Dentre elas,
destaca-se a falta de gestão de emergência atrelada
aos riscos ambientais e, assim, resolvi entender
um pouco mais sobre Segurança Pública atrelada
às questões ambientais e, desta forma, procurei
conhecer um pouco da Defesa Civil Brasileira, que foi
criada com o objetivo de prevenir, reduzir e remediar
acidentes e desastres, inclusive os ambientais, bem
como ter um plano de emergência multidisciplinar
no âmbito nacional, estadual e municipal.
Em visita realizada pela equipe do PRAC ao Palácio
dos Bandeirantes em São Paulo, conversamos com
o Coronel da Policia Militar o Sr. Luis Massao Kita,
Secretário-chefe da Casa Militar (alto comando),
responsável pela Defesa Civil Estadual de São Paulo,
pois precisávamos entender a hierarquia e a forma
de comando e controle desta Instituição, pois ela
está sob a tutela dos militares:
“É de suma importância a disciplina e a hierarquia
militar, pois a Defesa Civil tem a prerrogativa de
coordenar ações multidisciplinares nas questões de
Segurança Pública, que envolvem a Policia Militar
de forma geral, a Polícia Ambiental, o Corpo de
Bombeiros, o SAMU e outras instituições que ficam
sob minha tutela”, comentou o Coronel Kita.
Destacou também que a responsabilidade da
Defesa Civil concentra-se em quatro etapas: Ações
preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas
e que o papel dos municípios é fundamental para
que obtenham o resultado esperado no caso de
catástrofes ambientais ou sociais. Explicou como
se divide a Defesa Civil, começando pelo SINDEC,
Sistema Nacional de Defesa Civil, sob a coordenação
da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério
da Integração Nacional, constituído por órgãos
e entidades da administração pública federal,
estadual, do distrito federal e dos municípios, mais
as entidades privadas e a comunidade que são
responsáveis pelas ações da Defesa Civil em todo
o território nacional, criado em 1988 e atualizado
pelo Decreto Federal nº 5.376 de 2005. Integram
o SINDEC:
• CONDEC – Conselho Nacional de Defesa Civil,
responsável pela formulação e deliberação de
políticas e diretrizes do Sistema (órgão superior). É
composto por um representante de cada Ministério
e da Corporação da Segurança Nacional (Marinha,
Exército e Aeronáutica);
• Secretaria Nacional de Defesa Civil, responsável
pela articulação, coordenação e supervisão técnica
do Sistema (órgão central);
• CORDEC – Coordenadorias Regionais de
Defesa Civil, localizadas nas cinco macro regiões
geográficas do Brasil, responsável pela articulação
e coordenação do Sistema regionalmente (órgão
regional);
• CEDEC – Coordenadorias Estaduais de Defesa
Civil, responsável pela articulação e coordenação
do Sistema em nível estadual (órgão estadual);
• COMDEC e NUDEC – Respectivamente
coordenadoria municipal de defesa civil e núcleos
comunitários de defesa civil, responsáveis pela
articulação e coordenação do Sistema em nível
municipal (órgãos estaduais);
• Órgãos Setoriais: da administração pública
federal, estadual, municipal e do distrito federal
que se articula com os órgãos da coordenação,
com objetivo de garantir atuação sistêmica;
• Órgãos de Apoio: órgãos públicos e
entidades privadas, associações de voluntários,
clubes de serviços, ONGs e outros, que apóiam os
demais órgãos integrantes do Sistema.
“Hoje, o grande desafio da Defesa Civil está
focado na área de comunicação”, melhorar o
sistema integrado de rádio, TV, computadores,
internet e até rádio amador (no caso de pane
em telecomunicações). Porém, existem ações
isoladas que demandam muito esforço da sua
equipe estadual que trabalha na conscientização
das prefeituras sobre a importância de se ter um
COMDEC na prática e não só no papel.
“A Defesa Civil é essencialmente uma ajuda
humanitária”, é por este motivo que estamos
lançando a campanha “Defesa Civil Somos
Todos Nós”, sob a coordenação do Prof. Michel
Chelala (coordenador de marketing na época da
visita). Relatou em seu gabinete que pretende
“profissionalizar” a Defesa Civil através de um plano
de gestão que engloba:
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interesse no fortalecimento da Defesa Civil entre o público jovem e premiar as melhores teses sobre defesa civil com a publicação oficial desta pelo departamento de Defesa Civil Estadual.
“Todas estas pessoas acima envolvidas trabalham de forma voluntária”, comentou o Coronel Kita. Confesso que fiquei estarrecido com esta informação, pois acredito que a Defesa Civil deva ser o pilar de sustentação da segurança pública nas questões socioambientais e que esta
atividade profissional deveria ser muito bem remunerada, em virtude da complexidade das ações e do volume de trabalho. Por outro lado, fiquei encantado com a paixão que move um “exército” de pessoas empenhadas em trazer segurança e solucionar de forma rápida e eficaz todo e qualquer acidente, desastre ou catástrofe socioambiental.
Caro leitor, tudo isso nos remete a uma grande
reflexão: se o slogan da campanha da Defesa Civil é: “DEFESA CIVIL SOMOS TODOS NÓS”, deveríamos exercer nossa cidadania e contribuir para profissionalizar esta instituição promovendo a contratação também de civis para realizar atividades meio, por exemplo, nas centrais de telemarketing, para atender e direcionar ocorrências, equipes de tecnologia da informação para desenvolvimento de software e manutenção dos computadores que devem ser de última geração para evitar panes, vírus, etc, porém, haverá a necessidade de adequação na profissionalização deste setor, pois atividades meio podem e devem ser realizadas por civis para que as funções dos militares sejam preservadas nas atividades fim. Pensemos juntos nesta possibilidade, pois fortalecer a Defesa Civil é direito e dever de todos no exercício da cidadania.
• Plano estratégico de Defesa Civil (deve ser auditado);• Centro de Gerenciamento de Desastres Municipais (proporcional ao tamanho das cidades);• Mapeamento de ameaças naturais e tecnológicas digitalizado com foco em ações de prevenção, precaução, monitoramento e simulação de possíveis ocorrências e estoque estratégico de suprimentos emergenciais;• Capacitação em recursos humanos (profissionalização);• Sistema de Serviço Voluntariado para a Defesa Civil.
Outro ponto importante na época foi apresentado pelo Major Antonio Marcos, que elaborou o estatuto do CONGEDEC, Conselho de Gestores da Defesa Civil, que é uma pessoa jurídica composta de mais de 20 estados. Ele é o representante de São Paulo, na tentativa de alavancar profissionalmente a Defesa Civil e, através do FUNDAP, Fundação para o desenvolvimento administrativo do estado, conseguiu recursos para montar um curso à distância sobre Defesa Civil que foi planejado pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil (CODEC – Estadual) para 1.500 pessoas e será divulgado para as 645 prefeituras do estado de São Paulo.
Em seu plano, pretendia realizar 17 seminários em 16 regiões administrativas do estado, com público de 70% militares voluntários e 30% servidores de órgãos públicos voluntários. E, no final do ano subsequente, iria organizar um grande evento estadual aberto ao público em geral, porém com foco nas universidades, e ele pretende contatar durante o ano as mais conceituadas para explicar o grandioso trabalho da instituição e despertar o
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Esse livro é uma análise de como as empresas podem
prosperar sob o ponto de vista financeiro e, ao mesmo
tempo, proteger e renovar os recursos sociais, ambientais
e econômicos que lhes servem de matéria-prima.
Oferecendo um conjunto de ferramentas e casos reais que
impulsionarão o leitor em busca da sustentabilidade em
suas empresas, essa obra ajuda na compreensão de uma transformação
em curso e mostra o que é possível fazer para tornar-se parte dela.
Empresas que exploram recursos humanos e naturais na sede por lucro
são empreendimentos insustentáveis. Tais empresas têm cada vez menos espaço numa época em que a pressão de acionistas e
investidores por responsabilidade social e ambiental é cada dia maior.
A Empresa Sustentável – O verdadeiro sucesso
e o lucro com responsabilidade
Autores: Weber, Karl e Savitz, Andrew
Editora: Campus
Tema: Terceiro Setor
Páginas: 320
Preço: R$ 83,90
Ano e número da edição: 2007 / 1ª edição.
A intenção de Como Consumir sem Descuidar do Meio
Ambiente é ensinar como as pessoas devem adaptar seus
hábitos e o que devem mudar no comportamento para
combater o aquecimento global e outros danos ao meio
ambiente. Neste volume, Siân Berry explica como escolher
produtos que agridem menos a natureza, como consumir
sem desperdiçar e sem comprometer a qualidade e o custo dos produtos,
e como ter uma atitude mais ecológica no supermercado e na hora de
comprar presentes.
Conversas com os mestres da sustentabilidade vai expor
um debate entre especialistas de diferentes setores para
tratar da esperada transição da economia atual para
a chamada economia verde. Embora todos tenham
consciência dos problemas que já enfrentamos com os
efeitos do aquecimento global, são poucas as pessoas
que tomam atitudes contra isso. O livro vai abordar, por meio de uma
conversa, como o próprio título sugere, a falta de lideranças capacitadas e comprometidas com um futuro melhor para todos.
Lideranças do setor empresarial, do governo, sociedade civil, diplomacia, além de escritores e ambientalistas vão responder a uma
sequência lógica de perguntas na busca por soluções para os desafios e impasses do nosso mundo atual.
Conversas com os mestres da sustentabilidade
Autoras: Laura Mazur e Loella Miles
Editora Gente
Páginas: 320
Preço: R$ 69,90
Ano e número da edição: 2010 / 1ª edição
O livro Sustentabilidade e Mudanças Climáticas traduz a
complexidade de um mundo que busca reduzir os efeitos
do aquecimento global. Os leitores terão uma síntese
sobre como funciona o mercado de carbono, que, ao
mesmo tempo, capitaliza as empresas, indica caminhos
de como evitar desperdícios e torna possível um futuro
mais limpo.
Sustentabilidade e Mudanças Climáticas
Autores: Lopes, Fernando Giachini e Fujihara,
Marco Antonio
Editora: Senac São Paulo
Páginas: 168
Preço: R$ 45,00
Ano e número da edição: 2009 / 1ª edição
Como Consumir Sem Descuidar Do Meio
Ambiente
Autor: Berry, Sian
Editora: Publifolha Editora
Páginas: 128
Preço: R$ 19,90
Assunto: Ciências biológicas - Ecologia
Ano e número da edição: 2009 / 1ª Edição