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Geraes de Minas | Dezembro/2011 | 5

ESPECIAL6 | Adélio Martins entra para a história de Unaí

CARTA AO LEITOR8 | Apresentação da Revista GERAES DE MINAS

PANORAMA9 | Política10 | Social12 | Sociedade14 | Cultura15 | Meio Ambiente e Educação

CULTURA16 | Centenário Santos Drummond - O poeta das sete faces

POLÍTICA17 | Antônio Andrade, deputado federal

CIDADES18 | Morada Nova de Minas20 | Unaí

CAPA | AGROPECUÁRIA22 | PIB agropecuário de Unaí é o maior do estado e o sexto do país

ARTIGO MEIO AMBIENTE24 | Novo Código Florestal: mitos e verdades por Deputado federal Bernardo Santana

EDUCAÇÃO26 | Colégio Rio Preto 35 anos de ensinamentos que ficaram para a vida

CIDADANIA 28 | Fiação e Tecelagem de Unaí resgata tecelagem artesanal

GENTE30 | Pastor Davi, patrimônio de Unaí

PERSONALIDADE 32 | Coronel Luciano,uma trajetória de vitórias

SOCIEDADE33 | Neuzani Branquinho Dama de Ouro

BELEZA34 | Ensaio fotográfico com Brenda Lorrany

CURIOSIDADES36 | Aeronave leve projetada pela UFMG é construída em Unaí

SAÚDE38 | Vacinação Infantil Imunização imediata

CapaRecordes no Campo: PIB agropecuário de Unaí

é o maior de Minas Gerais e o sexto do Brail

PAG. 22

Ensaio fotográfico

com Brenda Lorrany:

PAG. 34

Adélio Martins.

Unaí perde filho

ilustrePAG. 6

Criação de tilápias em

Morada Nova de Minas PAG. 18

Pastor Davi, patrimônio

de UnaíPAG. 30

Aeronave leve é construída

em Unaí PAG. 36

SumárioANO 1 | EDIÇÃO 2

6 | Novembro/2011 | Geraes de Minas

Especial

Adélio Martins entra para a história de UnaíO ex-prefeito Adélio Martins,

que governou Unaí por dois mandatos, faleceu no último dia 23 de novembro, aos 76

anos de idade, na cidade de Unaí. Doutor Adélio, como era chamado

pela maioria dos unaienses, lutava, há muitos anos, contra o mal de Parkinson. Ele era advogado, casado com Vera Lu-cia Basile Martins, tinha três filhos: Adé-lio Cláudio, Cláudia e Valéria. Deixou oito netos: Isabela Lumena, Delvito Al-ves Neto, João Gabriel Alves, Fernando Lucas Martins Silva, Bruna Martins Ma-rins, Renato Martins Marins, Sophia Vi-nhal Martins e Raphael Basile Martins.

Durante seus dois mandatos, Unaí passou por importantes transformações.

Adélio popularizou a administração municipal ao criar a Secretaria do Traba-lho e Desenvolvimento Social e o Servi-ço de Assistência Judiciária gratuito.

Durante seu governo, grandes obras foram realizadas, como a dupli-cação da ponte Abdão Salgado (Rio Preto) e a construção de várias escolas, com destaque para a Escola Politécnica e a Escola Agrícola.

No seu governo, Unaí recebeu a Pe-nitenciária Agostinho de Oliveira Neto, que possibilitou ao município, além de centenas de empregos, a vinda de um batalhão de Policia Militar, transfor-mando Unaí em cidade sede de vários órgãos de segurança pública.

O nome de Adélio Martins entra pa-ra a história de Unaí como um de seus melhores governantes.

Um visionário Atualmente Unaí se encontra em

primeiro lugar no ranking, dos muni-cípios mineiros que mais produzem grãos no Estado. De acordo com o Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE), em estudo feito sobre o valor da produção agrícola do país, foi detec-tado uma produção de R$ 154 bilhões (2010), representando assim um cresci-mento substancial de 8,9% em compa-ração com 2009. Unaí se destaca como o município mineiro que mais produz feijão, com 127, 5 mil toneladas.

Essa realidade, portanto, já tinha sido prevista pelos antigos governan-tes do município, como exemplo, o ex-prefeito Adélio Martins, quando em sua administração (1993/96) assinou o Proto-colo de Intenções que permitia a ligação ferroviária de Unaí a Pirapora, e daí, ao Porto de Tubarão (ES). Agora no atual governo de Antonio Anastásia (PSDB) esse projeto volta a tona certificando a importância do debate travado há a mais de dez anos.

Realmente, Adélio tinha um espí-rito progressista e visionava as coisas para além de seu tempo. Por isto, tam-bém ajudou na emancipação de muni-cípios vizinhos à Unaí como Uruana e Cabeceira Grande.

Em um livreto publicado por sua administração em 1996, no mês de de-zembro, o ex-prefeito destaca sua crença sobre o município de Unaí. “Andando pelas Minas Gerais e por muitos outros municípios brasileiros, buscando expe-

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Andando pelas Minas Gerais e por muitos outros municípios brasileiros, buscando experiências, coloquei Unaí e seu futuro à minha frente”Adélio Martins, ex-prefeito de Unaí (1935-2011)

riências, coloquei Unaí e seu futuro à minha frente” e completa dizendo que “assim, mais concretamente, pude an-tever a nossa querida terra alcançando resultados muito mais rápidos do que muitas comunidades mais velhas”.

Por possuir um caráter ético e exímio, Adélio, no mesmo livro, encerra seus trabalhos com a consciência de que nem tudo que foi proposto pela sua adminis-tração fora cumprido, mas que tentou fazer tudo o que estava “ao seu alcance”. E na ocasião, esclareceu, humildemente aos unaienses que “houve faltas, reco-nheço, e as assumo”. E finaliza dizendo: “este relatório (publicado em formato de livreto) não tem o objetivo de alimen-tar a vaidade humana, mas foi a forma encontrada para externar meu agrade-cimento a todos os que confiaram em mim, desde o ato da eleição e trabalha-ram junto comigo, tornando possível tu-do o que se fez”.

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Carta ao leitor

ApresentaçãoUnaí atravessa um momento excepcional e de alegria!O município de Unaí é o primeiro na produção agropecuária do Estado de Minas e, agora, segundo o IBGE, alcança o sexto maior PIB agropecuário do Brasil.Outro grande acontecimento do ano, tão significativo quanto à conquista dos produtores agropecuários, é, sem dúvida, a vinda da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri para o município.Mas nem tudo é somente alegria, há tristeza também; a cidade se entristeceu com a perda de um de seus filhos mais ilustres: o ex-prefeito Adélio Martins, que hoje faz parte da história municipal como um de seus melhores administradores.Estes assuntos são destaques nesta edição. A revista Geraes de Minas parabeniza todos os produtores, grandes e pequenos, que contribuíram para o resultado alcançado a nível nacional e deseja que continuem a produzir cada vez mais. No entanto, para agregar valor a essa produção, gerando ainda mais riqueza e empregos para a cidade, sabemos que falta a almejada agroindustriliazação para

manufaturar os produtos que aqui são produzidos. Que a Universidade venha depressa.Por outro lado, desejamos à família do ex-prefeito Adélio Martins que Deus a conforte neste momento de dor.

Diretor Geral: Danny Diogo T. Santana | Redação: Marcos Antônio Padilha, Mirella Piva | Direção de Arte: Danny Diogo T. Santana Fotos: Redação, Retrattos, Unaínet, Portal Unaí, Jornal Tribuna, Jornal Visão Regional

Colaboradores: Adelaide Santos e Dias, Fernanda Eva Freitas da Silva, Fernando Antonio Campos Santos, Talyta Chayane Departamento Comercial: Isaak Gonçalves (38) 9808-8585, [email protected] | Venda de Exemplares: Fernanda (38) 3676-3882

Tiragem: 3 mil exemplares | Periodicidade: Bimestral | Distribuição: Dirigida e paga | Circulação: Noroeste de Minas GeraisEndereço para correspondência: Rua Celina Lisboa Frederico, nº 64, Sala 304, Centro, CEP 38.610-000, Unaí, MG

E-mail: [email protected] | Telefone: (38) 3676-3882

As matérias assinadas, comercializadas e os artigos não refletem necessariamente a opinião da Revista GERAES DE MINAS

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Panaroma | Política

DebandadaQuando o vereador Olímpio Antunes (foto) assumiu a presidência da comissão provisó-ria do PSB de Unaí, a maioria dos filiados (possíveis candidatos a vereador)debandou pa-ra o PSL. Ao que parece, o PSB terá que se coligar com outros partidos, se quiser eleger vereador.

Sem representante

O Partido Progressista (PP), presidido por Hé-

lio Machado, perdeu sua representação na

Câmara de Vereadores. O vereador Edmilton

Andrade (foto) foi para o PSD, partido recém cria-

do, por isso não corre o risco de perder o seu

mandato.

O prazo acabou Quem filiou, filiou. Quem não filiou, não filia mais. Esgotou-se o prazo para que os interessados em disputar as eleições munici-pais de 2012 filiassem ou mudas-sem de partido.

O troco da trocaO vereador Paulo Arara (foto) trocou o PSB, presi-dido pelo vereador Olimpio Antunes, pelo DEM do ex-prefeito José Braz. Com a troca de partidos, Paulo poderá perder o mandato, isso se o suplente imediato do PSB, Netinho do Mamoeiro, o requerer judicialmente.

Candidatos a prefeitoO processo político para escolha de candidatos a prefeito flui len-tamente. Até o momento, além dos pré-candidatos já anunciados Branquinho (PSDB) e Romualdo Gonzaga (PMDB), mais dois nomes foram revelados: Padre Simonides do PT (foto direita) e Jeová Costa do PSOL (foto esquerda). Outros nomes são cogitados: o do ex-prefeito José Braz, o do deputado Delvito Alves, Valdivino, Humberto Adjuto dentre outros.

PrevisãoEm Unaí, as oposições são várias, de tendências diversas, que se opõem até entre si. Se este quadro permacer com oposição unaiense dividida e sem entendimento, possivelmente acontecerá algo novo nas Eleições 2012, pois surgirão vários candidatos a prefeito.

ProntidãoCorre a boca miúda que Dr. Joaquim e Cláudia Machado (fotos), ao se filiarem no PR, entraram de prontidão. Se Juca da Coagril decidir não ser candidato a vice de Branquinho, que tem o apoio incondicional do prefeito Antério Mânica, um dos dois será. Há quem aposte.

Panaroma | SocialCompromisso com a causa

Churrascando Country

O evento, que é realizado há 12 anos pelo Rotary Club Unaí Rio Preto com o apoio da Casa da Amizade Unaí Rio Preto, com a colaboração de outros clubes de serviço do município, con-tribui financeiramente, todo ano, com diversas entidades sociais da cidade. Este ano, não foi diferente. Cerca de 4 mil pessoas prestigiaram o evento e garantiram, mais uma vez, o sucesso da causa, com uma arrecadação de aproximadamente R$ 59 mil. 70% desta renda foi destinada para a Associação Natal Justino Costa; Comunidade Nossa Senhora da Aparecida; Abrigo Frei Anselmo; Cepasa; Comunidade Terapêutica Mente Aberta; Banco de Cadeiras de Rodas e Muletas de Unaí; Associação dos Portadores dos Doentes Renais do Noroeste de Minas, Associa-ção Mão Amiga (foto) e a Casa da Ami-zade Unaí Rio Preto. O restante da arre-cadação do evento (30%) servirá para o desenvolvimento das ações sociais do grupo durante o ano.

Costelão à Moda Gaúcha

A oitava edição do Costelão à Moda Gaúcha, promovido pelo Lions Clube de Unaí e realizado no Parque de Exposições, serviu em uma noite, cerca de 130 costelas bovinas (foto) que foram consumidas, durante a festa, por aproximadamente 2.600 convidados. O evento contou com música ao vivo e sorteio de uma moto O km. A renda foi doada para Anmecc, Apae, Abrigo Frei Anselmo e Mão Amiga e financiará as ações sociais promovidas pelo próprio clube de serviço, como o Banco de Cadeira de Rodas e o Enxoval de Bebê.

PequizadaNo começo de dezembro, mais um evento beneficente aconteceu em Unaí realizado pelo Rotary Club Unaí Centenário em parceria com outros clubes de serviços do municí-pio. A segunda edição da Pequizada ocorreu na sede do Rotary, com um almoço com receitas variadas prepa-radas com o fruto típico da região, o pequi (foto). A renda será revertida à população através de ações sociais desenvolvidas pelo clube.

Coquetel beneficente As damas da Casa da Amizade Unaí Rio Preto foram responsáveis pela realização de uma noite com glamour e muito requinte para a so-ciedade unaiense. O 8º Coquetel Be-neficente reuniu apresentações artís-ticas, culturais e um desfile (foto) com as tendências da moda, em outubro. O evento ocorreu no Espaço Kalaha-ri, que teve seu ambiente decorado e iluminado e a renda revertida em ações e projetos sociais acompanha-dos pela entidade.

Eventos beneficentes realizados por clubes de serviços de Unaí fazem do exercício da filantropia um bem para a comunidade

Giro Social Novas Gerações

Este é o nome do novo Rotary Club Unaí, o quarto na cidade. O Rotary Club Unaí Novas Gerações terá em média 30 membros, homens e mulheres. O indicado para assumir a primeira gestão na presidência do clube é Robson Fontana (foto), admi-nistrador de empresas e palestrante.

13 anos de fundação

O Rotary Clube Unaí Rio Preto completou 13 anos de prestação de serviço comunitário para a população unaiense. O clube de serviços é um dos maiores do Noroeste de Minas e realiza um dos maiores eventos filan-trópicos da região, o Churrascando Country. A confraternização reuniu 10 dos 12 ex-presidentes (foto), além do atual, Antônio Carlos.

Atração Natalina

Residência do Bom VelhinhoMantida pelo Rotary Club Unaí e damas da Casa da Amizade Marlene Vieira Coelho e o Bom Velhinho, com a participação de voluntários, a casa do Bom Velhinho recebe visitantes em novo endereço durante a temporada natalina (de 02 à 22/12), na rua Natal Justino da Costa, 331, no Centro.Durante o período de visitação, o projeto é responsável por alimentar

a esperança de centenas de crian-ças que escrevem cartas contendo diferentes pedidos de presentes ao Papai Noel. Estas cartas ficam dispo-níveis para adoção no local, onde os interessados podem retirá-las e fazer valer a esperanças dos pequeninos. Doações de brinquedos, materiais escolares, roupas e cestas básicas também são recebidas na residência do Papai Noel.

A Casa do Papai Noel é uma atração que evidencia o período natalino em Unaí

Panaroma | Sociedade

Felipe e MarcelaUm dos grandes acontecimentos sociais aconteceu no dia 23 de setembro, na cidade mineira de Patrocínio; o casa-mento dos médicos Felipe e Marcela. O médico Felipe é filho do vice-prefeito de Unaí José Gomes Branquinho e de Neuzani Soares Branquinho e a médica Marcela é filha de Valdemar Silva Nunes e de Maria Dominga de Brito Nunes. Uma grande comitiva de Unaí, tendo à frente o prefeito de Unaí Antério Mânica e a primeira dama Benardete Mânica (foto) prestigiou o casal. Outra presença importante no evento foi a presença do deputado Bernardo Santana e sua esposa Adriana Bello Vicintin de Vasconcellos (foto).A sociedade da cidade de Patrocínio compareceu em peso, lotando o salão de festas do Rotary Clube,

que lá estava para prestigiar a família Brito Nunes. Um festão. Parabéns aos noivos, extensivos às suas famílias. Os recém casados moram em Brasília/DF.

Felipé e Marcela com seus pais, José Gomes Branquinho e Neuzani Soares Branquinho e Valdemar Silva Nunes e Maria Dominga de Brito Nunes

Studio fotográfico

Av. Governador Valadares, 1.063 - Centro - Unaí/MG | (38) 3676-5725

Férias na Rússia Didito e Eliana Aleixo

acabam de retornar de um belo passeio pela Rús-sia. Voltaram maravilhados com os encantos do país, principalmente os de Moscou, (Praça Ver-melha, Teatro Bolshoi, Circo de Moscou e o Hotel Metropol, um dos locais que serviram de cenário para o filme Dr. Jivago (estrelado por Omar Sharif e Julie Chistie) e os da cidade de São Petersburgo, localizada às margens do rio Neva, na entrada do Golfo da Finlândia, no mar Báltico.

Fernanda FreitasFernanda, filha de José Maria da Silva e de Marlene Freitas,

19 anos, 1.70 de altura, técnica farmacêutica, universitária (letras/inglês), é colaboradora da revista Geraes Minas.

Eliana Aleixo no Hotel Metropol, Moscou, Rússia Didito e Eliana Aleixo na Praça Vermelha, Moscou, Rússia

Panaroma | Cultura

“Há campeões de tudo, inclusive de perda de campeonatos.” Carlos Drummond de Andrade

“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O amoré grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.” Carlos Drummond de Andrade

“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.” Dalai Lama

“Para que preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro.” Confúcio

“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” Chico Xavier

“Valoriza os amigos. Respeita os adversários.” Chico Xavier

Vale a penarefletir

Reestréia da Saga dos Zumbis Escrita por Régis Geraldo Neves, a peça teatral que é uma comédia, teve sua estréia em 1994 e reexibição em 2001. A reestréia aconteceu no final de outu-bro e só foi possível graças a uma parceria do Grupo 2 de Teatro e o Grupo Asas do Vento, que fizeram renascer o espetáculo juntando os atores que estrelaram a primeira versão com atores da nova geração do teatro unaiense. A direção da remontagem ficou por conta de Marinho e Robismar e foi assis-tida por cerca de oitocentos e cinqüenta pessoas na sua primeira exibição.

Teatro

Na Tapera dos PorcosUma montagem teatral contem-porânea e com uma linguagem direta focada nas drogas foi mais um espetáculo contracenado pelo Grupo Teatral Fênix em Unaí. A peça, escrita e dirigida por César Júnior e estreada na primeira quinzena de novembro, retrata a vida de dois irmãos vítimas de problemas familiares, que entram para tráfico de drogas e acabam mortos. A apresentação do grupo Fênix surpreendeu e emocionou quem assistiu a peça e o tema proposto serviu para que os jo-vens reflitam sobre o assunto.

Panaroma | Educação Meio Ambiente

PATRIMÔNIO

Conserbrás adota Praça daIgreja MatrizDentro do programa municipal “Abrace o Verde”, instituído pela lei 2.211/04, a Conserbrás, empresa responsável pela coleta do lixo e limpeza pública da ci-dade de Unaí, assinou o termo de ado-ção da praça presidente Vargas (praça da igreja matriz), centro de Unaí durante audiência com o prefeito Antério Mânica, no dia 3 de outubro. Segundo o diretor superintendente da Conserbrás, Walter Ferreira Soares, “a empresa assume a praça e, a partir de então, fará ajardi-namento, conservação e manutenção do local e espera que as empresas da cidade também adotem outras praças e ajudem a cidade ficar mais bonita”

Mais educação Instituto

Federal do Triângulo Mineiro Teve início os cursos técnicos de Logística, Meio Ambiente e Segurança do Traba-lho oferecidos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triân-gulo Mineiro (IFTM), unidade Unaí (vin-culado ao campus de Paracatu). Os cursos

são à distância, por meio de aulas telepresenciais (via saté-lite), com duração de dois anos. A demanda unaiense que fomenta qualificação profissional mostra necessário avançar ainda mais na área educacional, ampliando a gama de pos-sibilidades para quem busca uma formação para o exigente mercado de trabalho. Já no primeiro processo seletivo pode-se observar esta demanda, que somou cerca de 1.000 candidatos aos cursos. Com isso, as vagas foram ampliadas passando de 120 para 240, divididas entre os três cursos, com duas salas de 40 alunos cada. As aulas tiveram início no final de setembro na unidade que está localizada na rua Natal Justino da Costa, 802 (antiga sede da Receita Federal e da Superintendência Regional de Ensino).

Menos burocracia

Unidade Regional Integrada de Meio Ambiente em Unaí Foi inaugurada na primeira quinzena de novembro a Unidade Regional Integrada no Noroeste de Minas do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), que será responsável de prestar atendimento a 21 municípios da região. A unidade está localizada na rua Jovino Rodrigues Santana, 10, bairro Nova Divinéia e em suas dependências estão integrados a Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram), o Núcleo Regional de Fiscalização Ambiental, o Escritório Regional de Florestas e Biodiversidade do IEF (Instituto Estadual de Florestas) e representação do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Entre os serviços oferecidos, que estão integrados na unidade ambiental, estão: licenças, regulari-zações, autorizações e análises técnicas.

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Cultura

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As obras de Drummond fazem parte da vida de todos os brasileiros, independentemente de classe social e faixa etária, pois é considerado o poeta do povo, em virtude da lingua-gem acessível presente em sua lite-ratura, herança modernista. Dentre as suas obras, destacam-se: Alguma Poesia (1930), Sentimento do Mundo (1940), A Rosa do Povo (1945), Claro Enigma (1951), Poemas (1959), Li-ção de Coisas (1962), Corpo (1984). Além das obras póstumas: Poesia Er-rante (1988), Poesia e Prosa (1992) e Fariseu (1996).

Drummond possui uma caracte-rística peculiar: sua poesia enquadra-se em todos os níveis temáticos. Ele é um poeta completo, em todos os sentidos. Por isso, deve-se homena-gear, hoje e sempre, Drummond, um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.

N o dia dois de outubro, cele-brou-se, em todo o país, o centenário de nascimento de

Carlos Drummond de Andrade, um dos principais escritores brasileiros de todos os tempos. Este mineiro de Itabira do Mato Dentro a todos en-canta, ainda hoje, com seus poemas, que retratam o cotidiano, por meio de sentimentos comuns, como o amor, a dor, a nostalgia, o medo. Os prin-cipais poemas de Drummond são: No meio do caminho, Sentimento do mundo, Confidência de itabirano, Congresso internacional do medo, Poema das sete faces, dentre outros.

Quando se fala em literatura bra-sileira, Drummond é uma das princi-pais referências. Segundo Consuelo Araújo, professora de Literatura Bra-sileira, não é possível estabelecer uma relação entre a literatura nacio-nal sem mencionar o nome de Drum-mond, escritor que utilizava as pala-vras para contextualizar a realidade vivenciada pelo homem, de tempos em tempos, por meio de poesias, contos e crônicas. Ele é um dos prin-cipais representantes do Modernismo brasileiro, um movimento cultural sur-gido em meados do século XX, cuja repercussão se deu no campo artísti-co, principalmente, na literatura e nas artes plásticas. Tal movimento carac-teriza-se por ser herança das van-guardas européias, ramificações dos movimentos artísticos e literários eu-ropeus como, por exemplo, o Cubis-mo (cujos principais fundadores são Pablo Picasso e Georges Braque) e

*Colaborou: Consuelo Rocha Martins de Araújo, professora de Literatura e Redação no Colégio do Carmo e do curso de Pedagogia na Faculdade Inesc.

Centenário de nascimento de Carlos Drummond de Andrade

O poeta das sete faces

do Futurismo (cujo principal fun-dador é Felippo Marinetti) que, por sua vez, objetivaram a abolição das regras até então vigentes e, sobretu-do, a busca do novo.

Drummond e o Modernismo

A obra de Drummond é classificada de Mo-dernista, movimen-to surgido no país a partir da década de 30, período considerado o divisor de águas da literatura brasileira: após a realização da Semana de Arte Mo-derna de 1922, em São Paulo, a lite-ratura verde-amarela transcendeu o radicalismo, sobretudo, em busca do conhecimento da linguagem, ou seja, a literatura nacional serviu de meio e, principalmente, abriu espaço para reflexões em torno do significado a respeito da figura do poeta, da impor-tância do fazer poético e do que é a poesia, a pesquisa estética.

Drummond é merecedor de todas as homenagens a ele prestadas, pois, segundo Consuelo, a constribuição de suas obras na literatura brasileira é incalculável devido à profusão de-las aliada à simplicidade, leveza, sen-timentalismo e a linguagem acessível imbuídas nos poemas deste grande escritor, um dos principais represen-tantes da segunda fase do modernis-mo brasileiro, sobretudo, um grande nome da literatura brasileira no cená-rio mundial, cujas obras foram tradu-zidas para diversos idiomas.

Política

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O desenvolvimento de Unaí e a me-lhoria na qualidade de vida das famílias do município são priori-

dades no trabalho do deputado federal, presidente do PMDB de Minas Gerais, Antônio Andrade. “Tenho o compromis-so de trabalhar para o povo de Unaí, que me apoiou nas três eleições como depu-tado estadual e nas duas como deputado federal. Defendo sempre o município, levando ações e recursos necessários pa-ra que Unaí se torne um lugar cada vez melhor para se viver”, diz o deputado.

Uma das conquista mais importantes desses últimos anos foi o campus da Uni-versidade Federal do Vale do Jequitinho-nha e Mucuri (UFVJM). O anúncio da conquista foi feito pela presidente da Re-pública, Dilma Rousseff, dia 16 de agos-to. Para tratar da implantação e constru-ção do campus da universidade, dia 25 de outubro o deputado recebeu no seu gabinete, em Brasília, o reitor da UFVJM, Pedro Ângelo Almeida Abreu. “A UFVJM foi uma grande conquista, resultado de uma ação conjunta com outros compa-nheiros como o deputado federal Regi-naldo Lopes (PT) e o secretário Nacional de Ensino Superior do Ministério da Educação, Luiz Cláudio. A universidade consolida definitivamente o município como pólo educacional de ensino supe-rior”, diz Antônio Andrade.

Outra conquista recente para o mu-nicípio, foi o recurso no valor de 150 mil reais para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O dinheiro, liberado dia 28 de setembro, será utili-zado na aquisição de um micro-ônibus adaptado às necessidades dos alunos da Apae. “É motivo de muita alegria contri-buir com a Apae de Unaí, entidade nobre que desenvolve um serviço de excelência e qualidade”, ressalta Antônio Andrade.

Além desses dois grandes presentes para Unaí, Antônio Andrade destinou, de 2008 a 2011, cerca de um milhão e meio em recursos para o município. Entre as principais ações destacam-se: recursos no valor de 150 mil reais para Atenção Básica de Saúde e de 150 mil reais para Atenção Especializada Saúde; 250 mil reais, em parceria com o deputa-do estadual Delvito Alves, para aquisição

Antônio Andrade garante universidade federal e mais qualidade de vida para Unaí

de duas patrulhas mecanizadas sendo uma para a Associação PA São Miguel e outra para a Associação PA Paraíso.

Antônio Andrade relembra outras ações importantes: “Conseguimos im-plantar diversas superintendências e ge-rências regionais, que proporcionaram autonomia a Unaí, progresso e indepen-dência, firmando, ainda mais, a condi-ção do município como pólo regional. Dentre essas conquistas está a implan-tação da Superintendência Regional de Segurança Pública, que entre outros be-nefícios, contemplou Unaí com a instala-ção da banca examinadora permanente do Detran”.

Na opinião do deputado, a Regio-nal da Polícia Militar foi outro benefício: “Com a instalação da Regional, aumen-tou o efetivo de policiais militares que garantem a ordem pública de Unaí. E, ainda, na área de segurança pública, em-penhei para a instalação da Unidade do Corpo de Bombeiros Militar”, ressalta. Já no setor da justiça, a contribuição do parlamentar foi para a criação da Vara da Justiça Federal.

Para Antônio Andrade, a Regional de Saúde foi, sem dúvida, outra grande vi-tória não só para a cidade, mas para toda a região. “Com muito trabalho, também conseguimos transformar em ação o so-nho da instalação do campus universitá-rio da Unimontes”, acrescenta.

Os benefícios destinados por Antô-nio Andrade para Unaí não param. Este ano, o deputado indicou no Orçamento Geral da União de 2011 recursos para construção do prédio da Unimontes, pa-ra asfaltamento do trecho que liga a ci-dade à cooperativa dos Açougueiros, pa-ra implantação de infra-estrutura para Comunidade Terapêutica Mente Aberta, para aquisição de mais duas patrulhas mecanizadas.

Atualmente, no Congresso Nacional, Antônio Andrade se empenha para que o Senado aprove o projeto que inclui o município na área de atuação do Fun-do Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), através de uma emenda sua ao PL 491/2007. “A emenda insere outros 22 municípios pertencen-tes à região Noroeste de Minas no FCO. O objetivo é o desenvolvimento sócio-econômico”, salienta.

A universidade consolida definitivamente o município como pólo educacional de ensino superior”Antônio Andrade, deputado federal e presidente do PMDB de Minas Gerais

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Cidades

O cultivo de tilápias em tanques-rede cresce significativamente em Morada Nova de Minas, cidade localizada na região do lago de Três Marias, centro do Estado de Minas Gerais

Morada Nova de Minas

Os tanques-redes são encontrados em vários

lugares no lago de Três Marias

Em Morada Nova, como em

outros criató-rios de tilápias,

prevalece a mão de obra familiar que, vez por ou-tra, utiliza servi-ços temporários

de terceiros”

Com o surgimento da represa de Três Marias, o município de Morada No-va teve que reaprender suas voca-

ções. A pesca surgiu como uma das alter-nativas, o que atraiu muito os pescadores de outras regiões devido à alta piscosidade na represa, porém, com o passar dos anos, a elevada produção de peixe, até então existente, foi reduzida, fato normal em la-gos antigos, provocado pela diminuição de concentração de nutrientes, afetando, de forma significativa, a capacidade de produ-ção pesqueira do lago.

Preocupado com as dificuldades dos profissionais da pesca, devido à escassez do pescado, em julho de 2001, durante a 38ª Exposição Agropecuária de Morada Nova, o então prefeito daquela cidade, Dr. Agenor de Campos Santos, firmou convênio com a CODEVASF – Companhia de Desenvolvi-mento do Rio São Francisco – para a cria-ção de tilápia em tanques-rede. A intenção era transformar o pescador artesanal em pequeno empreendedor com garantia de uma rentabilidade estável.

No início de novembro do mesmo ano, Dr. Agenor, prefeito da cidade, colocava em prática o projeto piloto com a implantação de 20 tanques-rede fornecidos pela Code-vasf para a criação de 50 mil peixes (tilápia do Nilo), pelo período de um ano. Estava

dado o pontapé inicial ao projeto coorde-nado pelos técnicos da Codevasf com o apoio da Prefeitura, Emater, Sindicato Ru-ral e Associação dos Piscicultores de Mora-da Nova de Minas – Aspim -, logo criada, com 22 sócios.

Depois disso, as administrações futuras – de Walter de Moura e Alexsander da Silva Rocha – deram continuidade e credibilida-de a esta iniciativa, hoje bem sucedida.

Atualmente os piscicultores estão organi-zados e buscam, por meio de cooperativas e associações, se desenvolverem na criação de tilápias e, para isto, contam com o apoio de entidades governamentais que os orien-tam quanto aos alevinos, estoques de peixes, qualidade da água, mão de obra, comerciali-zação e avaliação do empreendimento.

Em Morada Nova, como em outros cria-tórios de tilápias, prevalece a mão de obra familiar que, vez por outra, utiliza serviços temporários de terceiros. Os classificados de médio e grande porte, como coopera-tivas e associações, utilizam mão de obra contratada ou temporária, além do traba-lho das famílias dos associados.

Quanto à comercialização predomina o comércio direto com os consumidores; a venda no varejo para pesque-pague, res-taurantes e, no atacado, para supermerca-dos e indústrias.

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Para incentivar os produtores e divulgar a pisci-cultura da região, acontece no mês de outubro a Fe-pemor (Feira do Peixe de Morada Nova de Minas) quando, além de palestras, há exposição de produtos ligados diretamente à criação de tilápias”

Hoje nada se perde do peixe; os piscicul-tores locais vendem o filé, parte mais nobre da tilápia e aproveitam as partes menos va-lorizadas do peixe para fazerem bolinhos, empada, pastel, medalhão, pizza, desti-nando a carcaça para fabricação de adubo e ração. O couro é utilizado em trabalho artesanal.

A Cooperativa dos Piscicultores do Al-to e Médio São Francisco Ltda. (Coopeixe) trabalha com o apoio da CODEVASF e da Prefeitura Municipal, organiza pescadores e produtores da agricultura familiar em Asso-ciações e busca, perante os órgãos públicos, melhorias para o setor, principalmente na aquisição de tanques-rede para montagem de pisciculturas. Hoje são várias Associa-ções entre elas A Assim – Associação dos Piscicultores de Morada Nova de Minas; Cópia; Pescadores Profissionais do Indaiá (PPI); Associação de Campo Alegre, além de inúmeros produtores autônomos com des-taque para Erotides, Darlan, Ademir, Gilson entre outros que, juntos, impulsionam a ati-vidade no município.

Em 2006, no governo de Walter Francis-co de Moura, a prefeitura firmou convênio com a CODEVASF para a construção de uma Unidade de Beneficiamento de Pes-cados (UBP), para atender aos pisciculto-res, que devido a problemas técnicos só foi

inaugurada na gestão de Alexsander da Sil-va Rocha, atual prefeito de Morada Nova. A UBP possui um caminhão frigorífico ad-quirido através de convênio firmado entre a Prefeitura, a Coopeixe e o Ministério da Pes-ca e Aquicultura, com o Consórcio dos Mu-nicípios do Lago de Três Marias (Comlago), equipado para venda do pescado beneficia-do direto dos produtores aos consumidores, fornecendo um produto com qualidade e remunerando melhor o produtor.

Para incentivar os produtores e divulgar a piscicultura da região, acontece no mês de outubro a Fepemor (Feira do Peixe de Morada Nova de Minas) quando, além de palestras, há exposição de produtos ligados diretamente à criação de tilápias. O festival gastronômico, inserido na programação da festa, divulga e valoriza a gastronomia local com pratos a base de peixe no cardápio dos estabelecimentos participantes, que propor-cionam aos moradenses e muitos turistas, apreciarem as deliciosas receitas. Hoje a Fei-ra do Peixe integra o calendário turístico da cidade.

Morada Nova possui 30 pisciculturas, sendo uma cooperativa e duas associações, com 130 pessoas ligadas diretamente à ati-vidade. A produção é de 140 toneladas de peixes por mês, aí incluída a produção dos piscicultores autônomos.

Colaboração: Adelaide Santos e Dias

20 | Dezembro/2011 | Geraes de Minas

Cidades

A escolha dos cursos que serão implantados Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), campus Unaí, foi definida em audiência pública

Universidade federal em Unaí terá oito cursos

Com a presença do reitor Pedro Ânge-lo Almeida Abreu da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha

e Mucuri (UFVJM), do prefeito Antério Mâ-nica, do vice-prefeito José Gomes Branqui-nho, do secretário municipal de educação Geraldo Magela da Cruz, de professores, estudantes, funcionários públicos e repre-sentantes da sociedade civil organizada, em uma audiência pública deferiram os cursos que serão implantados no campus da Universidade Federal dos Vales do Je-quitinhonha e Mucuri (UFVJM) em Unaí.

Foram escolhidos quatro cursos em ciências agrárias e medicina veterinária (agronomia, agroecologia, engenharia agrícola e medicina veterinária) e quatro em áreas da comunicação social (jornalis-mo, midialogia, publicidade e propaganda e ainda relações públicas).

Segundo o reitor da UFVJM, Pedro Ân-gelo Almeida Abreu, a escolha dos cursos é resultado das audiências públicas realiza-das em Unaí, com consultas a pessoas e li-deranças locais, ressaltando que, apesar dos cursos relacionados à saúde serem bastante solicitados, o espaço de tempo era curto e os custos elevados para sua implantação.

O início das atividades do futuro cam-pus universitário de Unaí estão previstas

para o ano de 2014, quando será necessária a contratação de 99 professores e 179 servi-dores técnico-administrativos de nível su-perior e intermediário, para atendimento inicial de 320 alunos (40 vagas por curso), o que, ao final de cinco anos de funciona-mento, serão 1.600 alunos nos cursos diur-nos e 1.440 nos cursos noturnos.

A expectativa é que o local para o fun-cionamento do campus seja definido ain-da este ano e o canteiro de obras do cam-pus da UFVJM seja erguido no início do próximo ano

Representantes da sociedade solicitaram cursos na área da Saúde

O secretário Geraldo Cruz, o reitor Pedro Ângelo, o prefeito Antério Mânica e o vice Branquinho particiaparam da audiência pública para a escolha dos cursos

O início das atividades do

futuro campus universitário

de Unaí estão previstas para o

ano de 2014”

Além do acesso ao aeroporto, os bairros Riviera Park e Kamayurá serão asfaltados

BDMG libera recurso para asfaltamento de ruas em Unai

O Banco de Desenvolvimento de Mi-nas Gerais (BMDG) liberou recurso, na ordem de R$ 5 milhões, do Pro-

jeto Novo Somma Urbaniza, Programa de Modernização Institucional e Ampliação de Infraestrutura urbana no município de Unaí. A solenidade de assinatura ocorreu no Palácio Tiradentes.

O recurso liberado para a Prefeitura se-rá pago ao banco num prazo de 10 anos,

com carência de dois anos contados a par-tir do dia 15 de setembro.

Os R$ 5 milhões serão utilizados em obras de pavimentação e drenagem de vias nos bairros Riviera Park , incluindo a subi-da para o aeroporto, e Kamayurá.

Além de Unaí, outros 37 municípios assinaram contrato em que o Governo de Minas autoriza o financiamento do Projeto Novo Somma Urbaniza do BDMG.

Acompanharam o prefeito Antério ao ato de assinatura o vice-prefeito José Go-mes Branquinho, o secretário municipal Eurípedes Santana (Comunicação Social) e o deputado federal Bernardo Santana.

Participaram da solenidade no Palácio Tiradentes o vice-governador Alberto Pinto Coelho, os secretários de Estado Danilo de Castro (Governo), Maria Coeli Simões (Ca-sa Civil e Relações Institucionais), Gil Pe-reira (Desenvolvimento dos Vales do Jequi-tinhonha e Mucuri e do Norte de Minas), além do presidente do BDMG, Matheus Cotta de Carvalho e do vice-presidente do BDMG, José Santana de Vasconcelos.

O vice-governador Alberto Pinto Coelho, o prefeito Antério Mânica, o governador Antônio Anastasia, o vice- prefeito Branquinho e o deputado Bernardo Santana comemoram a assinatura do contrato do empréstimo

22 | Dezembro/2011 | Geraes de Minas

Capa | Agropecuária

PIB agropecuário de Unaí é o maior do estado e o sexto do país

Ofeijão e o leite fortaleceram a produção agropecuária unaiense e colaboraram para que o município al-

cançasse o sexto lugar entre os 100 melhores resultados do país no úl-timo levantamento do Produto In-terno Bruto (PIB) da agropecuária, realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), a partir de dados de 2009.

Unaí demonstrou sua capacida-de produtiva dentro de Minas Ge-rais ao figurar no primeiro lugar da produção de grãos nas últimas duas safras e na segunda colocação da produção de leite (2010). Além de possuir a maior soma de riquezas relacionadas as atividades agrope-

cuárias do estado, o município é destaque no cenário nacional do agronegócio pelo fato de ter totali-zado em seu PIB agropecuário, R$ 512,3 milhões. Todo esse dinheiro é fruto da produção agropecuária que, segundo o IBGE, possui dois produtos elementares que colabora-ram para o resultado: o feijão, cuja produção neste ano é representada com 48 mil hectares plantados e 120 mil toneladas produzidas, e o leite, representado com 340 mil bovinos e uma produção de 110 milhões de litros.

O levantamento mostra os 100 municípios que mais contribuíram para o PIB em 2009. A classificação se somada representa R$ 26,4 bi-

lhões. Entre os municípios que mais somaram riquezas produzidas no setor está Sorriso (MT), que sozinho movimenta R$ 791 milhões.

Produtividade afiada Com o consumo em alta nos paí-

ses desenvolvidos a produção agrí-cola tende aumentar, pois grande parte desses produtos é vendida co-mo commodities no mercado interna-cional, ou seja, na bolsa de valores. Desta forma, Unaí mesmo sem um parque industrial, qualificado e di-versificado, consegue competir en-tre os demais municípios brasileiros que mais produzem no país.

De acordo com dado da Secreta-ria de Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento de Minas Gerais (Seapa), Unaí é o maior produtor de soja do Estado, com uma área plantada de 110 mil hectares, obteve uma sa-fra de 330 mil toneladas. A cidade também aparece em segundo lu-gar na produção de milho no esta-

De acordo com o IBGE, o feijão e o leite são os produtos agropecuários que mais contribuíram para a soma das riquezas produzidas pelo setor no município

Na pecuária o destaque no município é a produção de leite com 110 milhões de litros em 2010

Geraes de Minas | Dezembro/2011 | 23

do: “o município registrou na safra 2010/2011 um volume de 249 mil to-neladas em lavouras espalhadas por 30 mil hectares”, detalha a Seapa.

Outro produto também que te-ve grande representatividade den-tro da agricultura unaiense foi o sorgo. Sua produção também é a maior do estado com 84 mil tonela-das em 20 mil hectares plantados. A produção local corresponde a 23% da safra estadual.

O Noroeste de mãos dadasOs números da produção de

grãos no último relatório do IBGE sobre a safra de 2011 revelam que a região do Noroeste de Minas Gerais foi responsável por 25,4% da safra estadual, o que a proporciona uma produção de 2,7 milhões de tonela-das de grãos. Um crescimento que representou um aumento de apro-ximadamente 14% na produção es-tadual em relação a 2010.

Também foram divulgados os dez municípios que mais produzi-

ram grãos no Estado mineiro. Unaí ganhou destaque em primeiro lugar com uma produção de 798 toneladas; Buritis vinha em terceiro, com 530 to-neladas; e Paracatu em quarto, com 366 toneladas de grãos produzidas.

Na pecuária, o levantamento relizado pelo IBGE no último ano revela Unaí como único município da região entre os dez maiores pro-dutores de leite do estado. Sua pro-dução é segunda do estado, totali-zando 110 milhões de litros por ano, ficando atrás de Patos Minas, que produz 143 milhões de litros.

Estes números representa o po-tencial da região noroestina. Junto à produtividade de um bem primário, ou seja, de um produto “in natura”, ainda no setor primário da cadeia produtiva, é necessário, para que ha-ja agregação de valor sobre a produ-ção agrícola, o beneficiamento des-ses produtos na própria região, via-bilizando assim agroindustrialização e, conseqüentemente, a comerciali-zação dessa produção regional.

Locomotiva da ProduçãoRACkING DO PIB AGROPECUáRIO DO BRASIL (MILhõES)

1º Sorriso (MT) R$ 791,12º São Deusidério (BA) R$ 753,03º Petrolina (PE) R$ 658,74º Sapezal (MT) R$ 622,85º Campo Verde (MT) R$ 576,36º Unaí (MG) R$ 512,37º Nova Mutum (MT) R$ 512,28º Primavera do Leste (MT) R$ 509,79º Uberaba (MG) R$ 505,510º Campo Novo dos Parecis (MT) R$ 491,6

Fonte: IBGE

RACkING DO PIB AGROPECUáRIO DE MINAS GERAIS (MILhõES)

1º Unaí (Noroeste) R$ 512,32º Uberaba (Triângulo) R$ 505,53º Uberlândia (Triângulo) R$ 331,14º Patrocínio (Alto Paranaíba) R$ 319,65º Perdizes (Alto Paranaíba) R$ 291,66º Sacramento (Alto Paranaíba) R$ 283,87º Paracatu (Noroeste R$ 232,18º Araguari (Triângulo) R$ 225,49º Rio Paranaíba (Alto Paranaíba) R$ 217,110º Coromandel (Alto Paranaíba) R$ 216,1

Fonte: IBGE

RACkING DOS MAIORES PRODUTORES DE GRãOS DE MINAS GERAIS (MIL TON.)

1º Unaí (Noroeste) 798,52º Uberaba (Triângulo) 577,63º Buritis (Noroeste) 530,44º Paracatu (Noroeste) 366,55º Perdizes (Alto Paranaíba) 290,26º Sacramento (Alto Paranaíba) 288,77º Uberlândia (Triângulo) 283,58º Coromandel (Alto Paranaíba) 246,89º Guarda-Mor (Noroeste) 204,610º Nova Ponte (Alto Paranaíba) 193,7

Fonte: IBGE

RACkING DOS MAIORES PRODUTORES DE LEITE DE MINAS GERAIS (MILhõES LITROS)

1º Patos de Minas (Triângulo) 143,02º Unaí (Noroeste) 110,03º Ibiá (Alto Paranaíba) 104,14º Patrocínio (Alto Paranaíba) 103,15º Coromandel (Alto Paranaíba) 99,06º Uberlândia (Triângulo) 95,17º Pompéu (Central) 83,38º Prata (Triângulo) 83,29º Perdizes (Alto Paranaíba) 78,610º Uberaba (Triângulo) 77,6

Fonte: IBGE

A produção da soja está entre as atividades de maior importância para a geração de riqueza no município que, neste ano, representa 330 mil toneladas

Artigo | Meio Ambiente

24 | Dezembro/2011 | Geraes de Minas

O novo Código Florestal: mitos e verdades

por: DEPUTADO FEDERAL BERNARDO SANTANA DE VASCONCELLOS

A atividade política não se restringe a dados frios, sem consistência. É muito

mais. Em primeiro lugar, é a postura com que se coloca o político frente ao desafio de defender o bem comum e a moralidade administrativa e busca influir na formulação e na decisão, com firmeza de novos caminhos pa-ra o bem estar social, condicionados à defesa permanente dos interesses do País, das Unidades Federativas e dos Municípios, sob o signo da Justi-ça, sempre.

A votação do Projeto de lei do No-vo Código Florestal Brasileiro (PL 1876/99) pela Câmara dos Deputados, em maio, foi acompanhada com muita atenção por todos os seg-mentos da sociedade, como não poderia deixar de ser, dada a importância e com-plexidade do tema.

O texto aprovado representa uma evolução, mesmo que não o perfeito, para todos os segmentos.

Todavia, temos assistido – em manifestações tanto da mídia quanto de diversos representantes do Poder Público – o levantamento de questões que, em alguns momentos, alarmam segmentos produtivos e, em outros, os órgãos ambientais. O que nos pre-ocupa, e nos deixa estarrecido, é o fato de que muitos dos argumentos expostos, sobretudo os que causam alarde, existem apenas nas referidas manifestações.

Importante, portanto, separarmos os mitos das verdades.

Mito: O texto aprovado na Câmara anistia desmatamentos ilegais e incen-tiva novos desmatamentos em áreas de APP (área de preservação perma-nente) e reserva legal.

Verdade: Em nenhuma parte do texto existem dispositivos desta natureza.

Sobre os desmatamentos, anterio-res a 2008, que não atenderam a lei da sua época, o que o novo Código propõe é a regularização ambiental, ao invés de simplesmente se aplicar multas, muitas das quais sequer são

revestidas em prol da recuperação ambiental. O não cumprimento dos compromissos firmados junto aos ór-gãos ambientais competentes retorna o empreendedor a situação de irre-gularidade e suas consequências. E o cumprimento destes compromissos resultará na aplicação dos valores devidos das multas já aplicadas em medidas necessárias à recuperação ambiental.

É extremamente necessária a insti-tuição deste pacto, porque a “criminali-zação ambiental” das áreas de reserva legal e APP consolidadas, criada via decreto editado em 2008 (suspenso duas vezes no Governo anterior e uma

vez no atual Governo), jamais poderia ser aplicada, simplesmente porque a real causa de todo a situação ora exis-tente advém da insegurança jurídica resultante da mutilação do Código Flo-restal.

Não se pode legislar sobre ocupa-ção de solos rurais como se o Brasil estivesse iniciando hoje suas ativida-des - como se Pedro Álvares Cabral estivesse estacionando neste mo-mento sua nau no litoral Brasileiro -, sem observar o histórico de ocupa-ções levadas a cabo pelo incentivo e comandos dados pelas políticas pú-

blicas existentes nos últimos 511 anos.

Frise-se: não existem incentivos a novos desma-tamentos em área de APP. Estes são expressamente ve-dados e, excepcionalmente, serão possíveis somente em casos restritos de utilidade

pública, mediante autorização do po-der público.

Portanto, absurda a tese de que o texto aprovado apenas na Câmara, e ainda não vigente, estimule novos desmatamentos, pois qualquer um que ocorra hoje estaria acontecendo sobre a vigência do Código Florestal atual, e não do novo projeto.

Mito: O Brasil possui muitas terras disponíveis para a produção de alimentos, sendo desnecessária qualquer alteração no atual Código Florestal.

Verdade: Segundo pesquisa reali-

“O que nos preocupa, e nos deixa estarrecido, é o fato de que muitos dos argumentos expostos, sobretudo os que

causam alarde, existem apenas nas referidas manifestações”

Geraes de Minas | Dezembro/2011 | 25

zada pela Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária - EMBRAPA, em termos legais, o Brasil possui apenas 29% do seu território passível de ocu-pação agrossilvopastoril. Os 71% res-tantes enquadram-se, pela legislação atual, em áreas destinadas à reserva legal, APP, unidades de conservação e terras indígenas.

A situação é realmente alarmante, mesmo o Brasil possuindo a segun-da maior área de florestas do mundo, atrás apenas da Rússia. As florestas naturais ocupam aproximadamente 509 milhões de hectares, o que equi-vale a 59,9% do território brasileiro.

A legislação ora vigente está dimi-nuindo bruscamente as áreas disponí-veis para produção, pela indisponibili-dade de terras, elevando os custos pa-ra o setor, e até inviabilizando algumas atividades.

Estamos transformando o Brasil em uma Suíça. E, infe-lizmente, não nos índices de qualidade de vida, mas em extensão territorial, apeque-nando o nosso País.

Neste ponto, temos o atual Código Florestal, muti-lado mediante usurpação do Poder Legislativo pelo Poder Executivo, por meio de decre-tos, resoluções, medidas provisórias e outros instrumentos, que inovaram no mundo jurídico e desrespeitaram os empreendimentos desenvolvidos dentro das leis de sua época. A nos-sa Constituição veda expressamente a possibilidade da lei nova retroagir, desrespeitando e prejudicando o ato jurídico perfeito.

O texto aprovado na Câmara pro-move a indispensável segurança jurí-dica para o setor produtivo brasileiro, ao respeitar a ocupação antrópica con-solidada do território brasileiro. Possi-bilita, ainda, o computo das áreas de preservação permanente para a cons-tituição de reserva legal que, mesmo somadas, representam uma restrição administrativa que varia de 20% a 80% sobre o uso da propriedade.

Trata-se de medida justa, pois o

produtor rural não deve pagar sozi-nho uma conta que é de toda a cole-tividade. Não podemos esquecer que o maior problema ambiental brasileiro diz respeito à falta de saneamento, ao despejo de esgoto nos rios, que vem notadamente dos centros urbanos.

Mito: A produção de alimentos sempre acompanha e atende a de-manda global.

Verdade: A Organização das Na-ções Unidas para Alimentação e Agri-cultura (FAO) alerta que a produção de alimentos terá que crescer 70% até 2050, para alimentar a população mundial, estimada em 9,2 bilhões de pessoas. E, embora a produção atual atenda, em tese, a demanda global, há atualmente quase 1 bilhão de pes-

soas famintas no mundo, visto a falta de alimentos decorrentes dos preços elevados, da má distribuição de renda no mundo e desperdício pelos países desenvolvidos.

Não há como ignorar que a pior degradação ambiental é a miséria e a fome.

Felizmente, um dos segmentos em que o Brasil é realmente competitivo é o agronegócio. O nosso município de Unaí é exemplo disso: é o maior pro-dutor nacional de feijão, ocupa a oita-va posição entre os maiores produto-res de sorgo e a 10ª em produção de milho. Sem contar com o perfil tecno-lógico da produção agrícola de Unaí, comparável aos melhores do mundo, permitindo que o município se desta-que com o maior PIB agropecuário de Minas Gerais, segundo estudos reali-

zados pela Fundação João Pinheiro.Agora, é preciso ter cuidado com

interesses que ferem a soberania de nosso país e que visam diminuir a nossa competitividade, muitas vezes patrocinados por entes internacionais que em seus países não tem sequer vegetação nativa remanescente e, portanto, não tem autoridade moral para contestar o bem sucedido exem-plo do Brasil.

Querem os nossos bens e não o nosso bem. Isto está bem retratado no documento “Farms Here, Forest There” (disponível em nosso site www.bernardosantana.com.br), no qual es-pecialistas americanos defendem rigo-rosamente “Fazendas aqui (nos EUA) e Florestas lá (no mundo tropical, es-pecialmente no Brasil).

Esse documento faz um estudo criterioso e pormenorizado sobre os setores agropecu-ário e florestal/madeireiro americanos, e o que estes setores perderiam na com-petição com países, como o Brasil, que estariam produ-zindo commodities agríco-las graças à destruição das florestas.

E mais, o documento aponta qual seria o ganho

para o mercado americano graças a políticas de reflorestamento desses países — com grande destaque para o Brasil. Portanto, há muito, a discussão ultrapassou o campo ideológico.

Precisamos defender as minorias, mas não podemos colocar a maioria em risco de insegurança alimentar e recessão econômica. Somos todos brasileiros e precisamos lutar pela grandeza e unidade de nossa pátria.

Não podemos deixar que Interes-ses externos patrocinem a inviabi-lização de nosso desenvolvimento. Precisamos lutar por nosso Estado de Minas Gerais, por nossos municípios, por Unaí. Por isso, e fazendo valer meu compromisso com todos aqueles que me confiaram o seu voto, lutarei com afinco e determinação pelo novo Código Florestal.

“Querem os nossos bens e não o nosso bem. Isto está bem retratado no

documento “Farms Here, Forest There”, no qual especialistas americanos

defendem rigorosamente “Fazendas aqui (nos EUA) e Florestas lá (no mundo

tropical, especialmente no Brasil)”

Educação

Colégio Rio Preto 35 anos de ensinamentos que ficaram para “a vida”

Fundado meses após do Golpe Mili-tar de 1964, no dia 21 de abril, o an-tigo Colégio Rio Preto, fincava em

Unaí suas pilastras para dar início a uma trajetória de 35 anos de existência volta-da à capacitação educacional de alunos de toda a região do Noroeste de Minas.

Pelas salas do colégio passaram cer-ca de 40 mil alunos. Localizado no cen-tro de Unaí, onde hoje está instalado o Objetivo, o colégio Rio Preto, desde sua fundação chamou à atenção da socieda-de devido ao grande número de alunos que se interessavam pelos serviços ofere-cidos pela escola. Isto se comprova quan-do se certifica nos arquivos do colégio que iniciou suas atividades com todas as turmas (séries) formadas e cada turma tinha cerca de 50 alunos.

A história do ColégioO colégio Rio Preto começou suas ati-

vidades depois que um grupo de pro-fessores que trabalhava em outra escola

particular do município – colégio do Car-mo – foram demitidos. Com a demissão, os professores se viram em uma situação complicada, o desemprego. Juntos, com interesse educacional, os professores vi-ram a oportunidade de fundar um colé-gio. E foi o que aconteceu, o colégio Rio Preto é resultado de uma ação coletiva que buscou resistir às intempéries impos-tas pela situação da época.

Segundo um dos fundadores do co-légio Rio Preto e também professor, Mil-ton Medeiros, em entrevista a GERAES DE MINAS, o motivo central das demis-sões se deu por causa de um “esquema administrativo”. “Era porque em Unaí sempre viveu um bipartidarismo (PSD e UDN) e, atualmente, PMDB e PSDB. Mas naquela época, ainda era assim. En-tão, a turma que fundou o colégio Rio Preto eram pessoas que militavam na UDN e o Colégio do Carmo, onde nós trabalhávamos, eram do PSD”, explica Medeiros.

Em seus primeiros dias de funciona-mento, ainda sem sede, as aulas foram lecionadas no Grupo Escolar Domingos Pinto Brochado e depois na Congrega-ção Mariana. Por fim, instalou-se defi-nitivamente onde hoje funciona colégio Objetivo, com infra-estrutura composta por: 32 salas de aulas, uma biblioteca com mais de 10 mil exemplares de volu-mes, dois laboratórios sendo um de ciên-cias Físicas e outro Biológicas, três qua-dras de esporte, uma piscina e “caixas de areia” para a prática de esportes e salto em distância. O colégio Rio Preto em seu momento de grande áurea profissional chegou a fazer o papel que, atualmente, fazem as faculdades. Segundo Medeiros, os municípios vizinhos (como Arinos, Buritis, Uruana, entre outros) atualmen-te enviam seus habitantes para estudar nas faculdades do município, o mesmo fazia quando o colégio oferecia cursos profissionalizantes em Magistério e Téc-nico em Contabilidade.

Non scholae sed vitae dicimos”: Trata-se de “ensinar para a vida, não para a escola”Foi com este lema, durante 35 anos, que os ensinamentos do colégio Rio Preto, em Unaí, eram conduzidos e fizeram parte da formação de cerca de 40 mil alunos, entre 1964 e 1998

Medeiros lembra que com o golpe militar em 1964, houve um atrofiamento do ensino superior, onde praticamente nenhuma faculdade ou universidade foi aberta no país. Mas em 1994, com já o então presidente tucano Fernando Hen-rique Cardoso, as faculdades voltaram a ser reintroduzidas no Brasil. “A Revo-lução Redentora de março não permitiu – durante o período entre 1964 a 1993 – abertura de cursos universitários no Brasil. Tanto é que a Factu (Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí) foi criada dentro do colégio Rio Preto”, comple-menta o professor.

O fim das aulasHoje trabalhando na Prefeitura Mu-

nicipal de Unaí, Milton Medeiros afirma que o colégio Rio Preto teve um final “dramático”. Como já foi salientado, o país não permitia a abertura de novas universidades, sendo assim a capacitação da mão de obra brasileira se via definha-da. Com isto, os cursos técnicos eram os responsáveis por formar a maioria dos profissionais.

Mas com a chegada da chamada “pós-modernidade”, era das redes vir-tuais, mundo cibernético, as faculdades voltaram à tona e, com uma força arra-sadora, ultrapassaram os cursos técnicos

com relação à preferência dos alunos que buscavam por uma formação. “O pro-fissionalizante (ensino) na época estava sobrecarregando o mercado. As profes-soras não tinham campo para trabalhar, contabilistas também não tinham. Então, no momento era prestar vestibular. E pa-ra prestar vestibular era melhor fazer o científico porque dava mais base do que o Magistério”, lembra Medeiros.

Socialização Pode ser que o final do colégio Rio

Preto tenha chegado no último dia 20 de dezembro de 1998, dia quando houve a última aula no colégio, mas com certeza seus ensinamentos, garante Medeiros, fi-caram para “a vida”.

Entre os 40 mil alunos que se forma-ram no colégio alguns conseguiram suas autonomias, tanto profissional quanto pessoal. Exemplo é o ex-aluno, Marcos Regis de Souza, mais conhecido como Marquinho, que hoje é dono de uma dro-garia em Unaí e que também se formou no colégio Rio Preto. Hoje, além de em-presário, Marquinho trabalha e contribui com ações filantrópicas dentro do muni-cípio.

Outro aluno que se destacou durante a existência do colégio foi ex-aluno e hoje empresário Clodoaldo, mais conhecido

como Baiano. Ele, durante os anos de 1983, 84 e 85 foi um dos alunos que pos-suía as melhores notas.

Alunos como Alino Coelho, que atualmente ocupa o cargo de Secretário de Obras de Unaí, e o também atual ve-reador Adriano Adjuto, mais conhecido como “Zé da Estrada”, destacaram sendo uma das melhores duplas futebolísticas da época.

Pelo colégio também passaram mu-lheres como Sebastiana de Sousa Coim-bra, conhecida por Tanika, que além de se formar no colégio no 2º grau profis-sionalizante em Contabilidade no ano de 1972, ela também lecionou no colégio as disciplinas de Contabilidade e Técnicas comerciais. Também por 25 anos prestou serviços contábeis para o colégio. “Tenho muitas saudades. Ali éramos uma família. E como professora, foi uma experiência muito boa, na qual, pude passar a outras pessoas aquilo que eu sabia. Por isto, ain-da acredito que tem que se divir o que se sabe, o conhecimento”, afirma.

Os arquivos do colégio Rio Preto estão disponíveis para consulta na Factu

(Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí)

Endereço: Rua Eduardo Rodrigues Barbosa, 180 B. Cachoeira - Unaí MG. Telefone: (38) 3676-6222

Alunos do Colégio Rio Preto durante desfile de 7 de setembro

Cidadania

28 | Dezembro/2011 | Geraes de Minas

Fiação e Tecelagem de Unaí resgata tecelagem artesanal

A Fiação e Tecelagem Artesanal de Unaí, fundada em 05 de junho de 1999, objetiva o desenvolvimento de

atividades culturais como, por exemplo, o resgate da técnica da tecelagem artesanal. Trata-se de um dos projetos de maior rele-vância desenvolvidos pela Associação Be-neficente Natal Justino da Costa, fundada em 03 de abril de 1990, de caráter beneficen-te, educacional e de assistência social, sem fins lucrativos. O surgimento da associação resultou na formalização do trabalho desen-volvido pelo Centro Espírita Cristianismo Redivivo, fundado em 1966.

A idealização da Fiação e Tecelagem Ar-tesanal de Unaí surgiu de Luciana Navarro, atual Secretaria Municipal de Desenvolvi-mento e Cidadania de Unaí (Semdesc), após residir por um período de oito anos na zona rural, fato que permitiu o contato dela com a tecelagem, por meio do trabalho realizado pelas vizinhas, possuidoras de teares e cul-

tivadoras de algodão, que, por sua vez, da-vam continuidade à tradição cultuada pelas mulheres das famílias da região. A partir de então, Luciana adquiriu um tear e começou a plantar o algodão marrom, para dar início à sua produção.

O projeto ganhou vida com o apoio do então embaixador do Brasil na Inglaterra, Paulo Tarso Flecha de Lima, que adquiriu algumas peças produzidas pelas tecelãs para presentear amigos, gostou e, depois, fez uma encomenda numerosa. Um recur-so, obtido pelo embaixador junto ao Banco Mundial, por meio do Serviço Voluntário de Assistência Social (SERVAS), deu origem à Fiação e Tecelagem Artesanal de Unaí.

Para a fundadora, além do resgate cul-tural, “o trabalho desenvolvido pela Tece-lagem de Unaí gera renda, profissionaliza mão de obra e contribui para o desenvolvi-mento do município”, observa Luciana.

A primeira encomenda vultosa recebida

Sede da Fiação e Tecelagem Artesantal de Unaí, um dos Pontos de Cultura em Minas Gerais

Geraes de Minas | Dezembro/2011 | 29

o trabalho desenvolvido pela Tecelagem de Unaí gera renda, profissionaliza mão de obra e contribui para o desenvolvimento do município”Luciana Navarro, fundadora da Fiação e Tecelagem Artesanal de Unaí

O espaço físico da Tecelagem conta com salas de oficinas e de exposição de produtos

pela associação foram 80 mantas destinadas ao Itamaraty, para um evento de nível inter-nacional, onde foram presenteados mem-bros de vários países. Para esta encomenda, foi necessário inserir nos produtos etiquetas trilíngues: em inglês, espanhol e português. A Tecelagem de Unaí, hoje, comercializa pro-dutos para o Grupo Pão de Açúcar, o projeto Caras do Brasil, além de participar de expo-sições de artesanato Brasil afora.

Em 2009, a Tecelagem foi eleita um Ponto de Cultura, que é uma das ações do Progra-ma Mais Cultura do Ministério da Cultura

Luciana Navarro entrega a ex-primeira- dama Marisa Letícia Lula da Silva produtos da Tecelagem de Unaí. Luciana foi quem idealizou a criação da Fiação e Tecelagem de Unaí

Os produtos da Tecelegem podem ser encontratos na exposição permanente da fábriga, localizada na rua da Serra,

nº 411 - Bairro Sagarana, em Unaí.

Mais informações pelo telefone: (38) 3676-6632 ou pelo site: www.tecelagemunai.com.br

em parceria com a Secretaria de Cultura de Minas Gerais. Com isto, receberá apoio fi-nanceiro durante três anos para desenvolver ações de divulgação, estrutura e difusão cul-tural, como cursos profissionalizantes e ofi-cinas de teatro. Ao todo, serão investidos R$ 180 mil no período. A inauguração do Ponto de Cultura foi realizada no dia 11 de junho do corrente ano.

“O projeto é uma fonte principal de ren-da para muitas mulheres que não tinham tal oportunidade, também há inserção de pes-soas portadoras de necessidades especiais no mercado de trabalho, como, por exemplo, surdos-mudos, além da reinserção de ex-presidiários, que foram acolhidos pelo pro-jeto. E, sobretudo, o resgate dessa cultura da fiação e dos teares, tão propagadas no passa-do, que quase foram extintas pela moderni-dade”, explica Luciana Navarro.

Os produtos lá fabricados são uma boa opção para quem deseja presentear, além, é claro, de contribuírem para o resgate da cul-tura local, em especial a cultura da fiação e dos teares.

Gente

Pastor Davi, patrimônio de Unaí

Geraes de Minas | Dezembro/2011 | 31

O historiador Caio Prado Junior, em seu livro Formação do Brasil Contempo-râneo, obra prima entre os intelectuais

acadêmicos, afirma que o “povoamento” das regiões brasileiras, inclusive as regiões in-terioranas do país, se deu por meio de dois fatores que seriam o “bandeirantismo” e os “consumidores de carne” que fizeram com que o homem fosse adentro o sertão em bus-ca de pastagem para seu rebanho. Foram ba-sicamente, segundo o historiador, esses dois fatores que contribuíram para que o Brasil fosse, em seus primeiros anos de colonização, sendo povoado.

Essa ocupação do território brasileiro sem-pre foi vista como fator estratégico, porque do outro lado, o continente estava sendo povoa-do pelos Espanhóis, portanto, tinha-se que a melhor maneira de se defender e assegurar o território, é povoá-lo, e isto, aconteceu.

Ao sul os bandeirantes, a procura de ouro e Índio, ao Norte os jesuítas. E são esses, os jesuítas, os membros da ordem católica fun-dada em 1540, cujo no Brasil teve um papel fundamental dentro do processo de civiliza-ção da sociedade brasileira, que remeto neste texto, para apresentar o pastorDavi.

Se pastor Davi tivesse vivido no período colonial com certeza teria sido um jesuíta mis-sionário; sem dúvida, teria se embrenhado – como muitos fizeram – pela floresta amazô-nica em busca da catequização de índios e na defesa da palavra de Deus, diante de tantas atrocidades que na época eram cometidas pelos colonizadores, como principalmente, o uso do trabalho escravo.

Causas da comparaçãoPastor Davi chegou à Unaí por volta dos

anos 60. Antes, ele já tinha vivido em Na-talândia, cidade na qual chegou depois de sair do Instituto Bíblico Eduardo Lane (Ibel), na cidade de Patrocínio. Quando chegou em Unaí, o desenvolvimento social ainda era bas-tante tardio. “O que tinha em fartura era per-nilongo. Algumas coisas essenciais para uma pessoa viver, não existiam. Mas aguentamos as dificuldades, porque o povo daqui nos re-cebeu de braços abertos, como se fôssemos da família”, lembra Davi.

As dificuldades nunca foram bloqueio pa-ra o pastor, muito pelo contrário, foram sim estimulante para suas atividades e crenças. Exemplo, foi sua contribuição para a constru-ção diversos templos religiosos em Unaí e na região; como a formação de um mutirão que resultou na abertura de 40 km de estrada en-tre as cidades de Unaí e Natalândia.

A esposa e companheira do pastor Davi em suas andanças pelo país, é Marcília. “Fui

vocacionada ainda criança e desde que come-çamos nessa carreira compartilho tudo com ele. Se Davi tivesse ido para o meio dos ín-dios, eu o teria acompanhado”, afirma Marcí-lia. Hoje aos 71 anos de idade ela diz que ape-sar de todas as dificuldades, sempre o apoiou e nunca desistiu, pois, “entende o chamado de Deus”. Tanto que quando Marcília chegou em Natalândia, junto ela trouxe sua irmã Li-na Maria. Em um determinado dia, quando faziam um piquenique, Lina Maria morreu afogada. “Eu fiquei sozinha com a meninada toda, muito triste, parecia que era para nós desistirmos. Mas Deus nos deu força. Tinha um passarinho, chamado urutau, que quan-do cantava, parecia a voz da minha irmã, gritando no meio do mato”, conta Marcília. Depois desse fato, Márcia e Davi se mudaram para Unaí.

O resultado de uma práticaCasado e pai de dois filhos, pastor Davi

tinha 17 anos quando percebeu sua vocação, ou seja, a voz que vinha do coração que dizia que ele deveria pregar o evangelho. E foi tam-bém um chamado que o livrou, em certa oca-sião quando ele desceu em uma cisterna para saber o motivo pelo qual ela tinha parado de fornecer água, de morrer. De acordo com o pastor, quando ele estava lá em baixo verifi-cando a cisterna ele ouviu: “Davi, Davi, Davi, sai depressa”. O pastor lembra que, assim que ele saiu, de repente, ouvi-se um estrondo, e “a cisterna arriou de uma vez”.

Este acontecimento fez com que Davi en-tendesse o livramento de Deus e que ele tinha um propósito em sua vida.

Mas mesmo entendendo o chamado de Deus, Davi diz que não foi do dia para noite que ele conseguiu ser pastor. “Eu fiquei espe-rando uns 11 anos, até que deu certo. Então, estudei e fiz o curso teológico”, explica.

Como os jesuítas, quando o pastor Da-vi chegou em Unaí, segundo ele conta, não havia luz elétrica, água encanada e nem re-de esgoto. Mas foram, particularmente, essas necessidades que fizeram com que Davi con-siderasse desde muito cedo, o povo de Unaí como “seu povo”. “Nunca pensei em mudar de Unaí. Aqui foi meu primeiro campo e fiz de tudo para a igreja e a cidade crescerem. Is-so me trouxe um enorme amor por Unaí, pelo povo e pela igreja”, afirma o pastor.

Hoje, com seus 77 anos de idade, já jubi-lado, depois de ter dedicado 44 anos de sua vida exclusivamente à causa de religiosa, na Igreja Presbiteriana, pastor Davi conta que se sente realizado com a profissão e, ao olhar para trás, vê quanto foi útil no que tange à evangelização.

Como os jesuítas, quando o pastor Davi chegou em Unaí, não havia luz elétrica, água encanada e nem rede esgoto. Mas foram, particu-larmente, essas necessidades que fizeram com que Davi considerasse desde muito cedo, o povo de Unaí como “seu povo”

Personalidade

32 | Dezembro/2011 | Geraes de Minas

Geraldo Donizete Luciano é na-tural de Bom Despacho (MG). Nascido em 1964, é o caçula de

uma família de 10 filhos. Tornou-se órfão de pai aos 13 anos, quando, à época, te-ve de trabalhar durante o dia, primeira-mente, em uma loja de calçados; depois, integrou a equipe de um escritório de contabilidade, para ajudar nas despesas familiares. Dedicava-se aos estudos no período noturno.

Aos 18 anos, ingressou no Curso de Oficiais, em Belo Horizonte, tornando-se um Oficial, na turbulenta e instável década perdida, como era intitulada a década de 80.

Segundo Luciano, a sua vinda à Unaí ocorreu em abril de 1989; à época ocupou o posto de Tenente, juntamente com o en-tão Coronel Geraldo Antônio de Oliveira e mais trinta policiais, que se tornaram responsáveis pela segurança pública do município.

Em 1992, Luciano, promovido a Capi-tão, mudou-se para Patos de Minas (MG), para ser Assessor de Comunicação Social do Batalhão daquela cidade. Três anos depois, ingressou no curso de Aperfeiço-amento de Oficiais, retornando à Unaí no ano seguinte com a missão de instalar o Batalhão na cidade.

O coronel quis aprimorar-se ainda mais. Ingressa na faculdade de direito ambiental e retorna à cidade de Patos de Minas, onde

atuou na Companhia Ambiental. Em 2005, Luciano é promovido ao

posto de Tenente Coronel e assume o comando do 28º Batalhão de Unaí, quan-do, simultaneamente, participa do curso superior de polícia em Brasília (DF), pro-movido pela Polícia Militar do Distrito Fe-deral (PMDF). Classificado em primeiro lugar, recebe a medalha de Caxias.

Coronel Luciano também foi homena-geado com a medalha Alferes Tiradentes, concedida pelo Governo Estadual.

O trabalho desenvolvido pelo coronel Luciano foi a humanização do policial, para que este profissional atuasse basea-do nos princípios e diretrizes dos Direitos Humanos, valorizando o policial militar.

Ele possui uma bela família: é casado com Maria Aparecida e pai de três filhos: Débora, Omar e Pedro. Luciano é tam-bém Professor de Direito Constitucional e de Direito Ambiental.

Em setembro do corrente ano, Coro-nel Luciano concluiu a sua trajetória mi-litar, após trinta anos de trabalho, de luta, de aprendizado, de suor, de lágrimas e de dedicação à instituição que, segundo ele, foi responsável pela sua formação éti-ca, moral e profissional. Um Coronel que aprendeu a amar, a revolucionar e huma-nizar a sua profissão e, consequentemen-te, conquistar o respeito, a admiração e a gratidão da sociedade mineira, principal-mente a dos unaienses.

Coronel Luciano: uma trajetória de vitóriasDepois de trinta anos de serviços prestados à Polícia Militar de Minas Gerais, aposentadoria encerra carreira do Comandante da 16ª RPM

O trabalho desenvolvido pelo

coronel Luciano foi a humanização do policial, para que este profissional atuasse baseado

nos princípios e diretrizes dos

Direitos Humanos, valorizando o

policial militar”

Sociedade

Geraes de Minas | Dezembro/2011 | 33

A professora Neuzani das Graças Soares Branquinho, filha de Burni-val Lourenço Soares e de Maria Vi-

tória Soares, nasceu em 1960, natural de Santa Rosa da Serra (MG), região do Alto Paranaíba.

Para Neuzani tudo começou muito cedo. Seu primeiro emprego veio aos 13 anos de idade.

Aos 14 anos, Neuzani namorava José Gomes Branquinho e, no ano seguinte, o casal noivou e contraiu matrimônio.

Aprendeu a cos-turar com sua mãe e, aos 10 anos, confeccionou o pri-meiro vestido, um hobby que cultua ao longo da vida.

Neuzani, gradu-ada em pedagogia,

lecionou nas escolas Domingos Pinto, Tan-credo Neves e na Teófilo Martins quando, por indicação dos colegas de trabalho, foi eleita e reeleita diretora, cargo que exerceu de 1992 até 1996.

Graduou em Didática do Ensino Supe-rior pela Católica de Brasília (UCB) e se especializou em Ciências da Religião, pela Federal de Uberlândia (UFU) e em Gestão de Pessoas pelo INESC.

Ela coordenou os cursos na Unimontes (campus Unaí) de 2002 a 2003 e lecionou nas unidades de Unaí e Paracatu.

Em 2005, Neuzani assumiu a Secretaria de Educação, no governo de Antério Mâni-ca, quando desenvolveu um excelente tra-balho, inclusive com a criação do programa “Educação de Jovens e Adultos” (EJA).

Após deixar a Secretaria de Educa-ção, Neuzani voltou a lecionar quando, paralelamente, fez mestrado no Departa-mento de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB).

Idealizou e presidiu a Associação dos Profissionais da Educação do Noroeste Mineiro (Aprenom), com o objetivo de pro-mover o desenvolvimento da classe e via-bilizar cursos de licenciatura em Unaí. Os primeiros cursos da Unimontes abertos à população são frutos do convênio firmado com a Aprenom.

Recentemente foi aprovada no proces-so seletivo de Certificação Ocupacional da Superintendência de Ensino, com a maior titulação do Estado de Minas Gerais.

Atualmente, Neuzani atua como Dire-tora Educacional da Superintendência de Ensino de Unaí.

Neuzani está casada há 35 anos com José Gomes Branquinho que lhe rendeu três filhos: André, 34 anos, casado com Rhose; Adriano, 33 anos, casado com Daniele e Felipe, 28 anos, casado com Marcela. Tem três netos: Pedro Henrique, 14 anos; Lucas, 11 anos e Miguel, 3 anos, que são considerados o orgulho da famí-lia, segundo ela.

“Atualmente, Neuzani atua como Diretora Educacional

da Superintendência de Ensino de Unaí”

Neuzani BranquinhoCulta, elegante, bem sucedida, Neuzani é uma educadora conceituada e destaque na sociedade unaiense

OuroOuroDama de

Beleza

34 | Dezembro/2011 | Geraes de Minas

Brenda Lorrany

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Brenda Lorrany

O nosso destaque beleza desta edição é Brenda Lorrany, Rainha da Exposição Agropecuária de Unaí. Essa linda garota de 16 anos, de 1,74, com 60 kg, é chamada pelos amigos e familiares de Barbie. Gosta da cor rosa, de orquídeas e o seu prato favorito é o yakissoba. Para ela, “ser uma pessoa feliz é ter uma família unida e realização de nossos sonhos”.Brenda é filha de Aparecido Alves Viturino e de Gasparina dos Reis Amaral Alves

Curiosidades

36 | Dezembro/2011 | Geraes de Minas

Qualquer pessoa, em especial os mineiros, que são interessados pela ciência e pela tecnologia,

tem conhecimento de que em Minas Gerais a prática é contínua, e tam-bém abrupta de se dedicar ao desen-volvimento desses ramos.

O professor Cláudio Pinto de Barros, criador do curso de enge-nharia aeronáutica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e integrante do Centro de Estudos Ae-ronáuticos (CEA), quem o diga. Ele é um exemplo sobre como colocar suas invenções em prática. Pai de 12 pro-jetos, sendo a maioria voltados para a construção de aeronaves leves, o professor além de construir, ensi-nava. “Em 2000, após defender sua tese e obter seu título de doutor em engenharia mecânica, o Prof. Cláu-dio Barros iniciou os trabalho para converter sua tese em um livro sobre projeto de aeronaves leves. Tendo sempre em mente a preocupação com o caráter didático”, afirma a

UFMG em documento coletado no site da instituição.

Claudio Barros faleceu este ano. Conforme o professor de Robótica Aérea da UFMG, Paulo Iscold, ex-pressou no dia do falecimento do professor, a universidade perde e também os alunos, porque Cláudio Barros tinha o gosto pela prática do ensinar. E por ser aviador, Iscold des-pede do amigo dizendo: “suba com asas como águia, porque você sem-pre esperou no Senhor! O CEA hoje chora a sua ida, mas vamos continu-ar tocando isto aqui e honrando seu nome! Voaremos cada vez mais alto, cada vez mais longe, e cada vez mais veloz!”.

Entre outros prêmios, o professor Cláudio de Barros foi Campeão Bra-sileiro de Vôo e Vela com o planador CB.2 Minuano e também conquistou duas Bienais Brasileiras de Design com o motoplanador CB.7 Vesper e o Ultraleve CB.9 Curumim. Sua última invenção foi o CB.10 Triathlon.

A propagação da invenção Em Unaí, o aviador e mecânico de

avião, Paulo Roberto Modesto está dan-do vida à última criação do professor Cláudio Barros. Se ele estivesse vivo para ver sua idéia proliferar pelo país, certamente se impressionaria ao cons-tatar os trabalhos do mecânico Paulo.

Criado sobre os bancos dos aviões, pois seu primeiro vôo aconteceu quan-do ela tinha 10 anos, Paulo Roberto afirma que o CB.10 é um dos modelos mais interessantes que ele já montou.

O aviador falou com a reportagem da REVISTA GERAES DE MINAS no local onde está construindo a aerona-ve, na antiga Serraria do Sadô, bairro Jacilândia.

Paulo Roberto mora atualmente em um apartamento no Centro da cidade de Unaí. Todos os dias o mecânico tem uma obrigação de montar cuidadosamente um avião biplace, monoplano, ou seja, com uma asa de cada lado fazendo a sustentação, para que em breve, o avião já possa fazer seu primeiro vôo.

Aeronave projetada pela UFMG é construída em Unaí

Geraes de Minas | Dezembro/2011 | 37

Trabalho minucioso A prática de montar, seja um que-

bra-cabeça ou um complexo avião, consiste em uma “ciência” nata à pou-cos seres humanos: a paciência. Sem paciência jamais, nem Paulo ou mui-to menos Santos Dumont (inventor e aviador brasileiro) nunca teriam con-seguido concluir suas façanhas.

Ao chegar no hangar, logo se per-cebe o ambiente tranquilo em que Paulo trabalha. Sem rádio ou qualquer outro meio de comunicação (além de um pequeno aparelho celular), o me-cânico fica minutos olhando para uma peça, até se levantar e começar a fazer apertos em parafusos, que ficam na parte interna do avião. “Todo cuidado que se deve ter na montagem resulta-rá em um bom ou ruim avião”, garan-te o mecânico.

Todo cuidado é pouco na hora de montar, mesmo estando com o proje-to em mãos. Segundo Paulo, qualquer desnivelamento provocado por algu-ma falha, como a falta de precisão na envergadura das asas, podem ser im-prescindíveis a um possível desastre. “É como uma mesa, se tiver alguma coisa desnivelada, fora do eixo, do padrão, pode ocasionar em acidentes fatais”, afirma.

Mas o CB.10 que Paulo está mon-tando já foi comprovado pelo profes-sor Cláudio Barros, quando afirmou que teve “uma enorme alegria, ao voar pela primeira vez no primeiro protó-tipo do CEA-307-CB.10-Triathlon, no dia 28 de fevereiro de 2005”.

O CB.10 que Paulo está montando é para um empresário de Unaí que,

segundo o mecânico, pretende usá-lo para fins particulares. “Esses aviões são muito usados para viagens e ser-viços de fotografias áreas”, observa Paulo.

Construção em série Para se fabricar um avião como o

CB.10 o interessado deverá desembol-sar em média, segundo Paulo, cerca de R$ 150 mil. Na internet, em um site es-pecializado, a venda do mesmo avião sai a R$ 70 mil, mas sem o motor.

Por ser um avião de fácil monta-gem, sua fabricação pode ser confor-me o gosto do usuário. Com espaço para duas pessoas, o modelo chega a uma velocidade de 290 km/h. Seu mo-tor, tendo 115HP de potência, pode ser o Rotox 914, Lycoming O-235 ou o Jabiru 3300.

Em Monte Alto, município paulis-ta, a empresa Skyflyers Aviação Aero-desportiva, cujo propósito é montar aeronaves Ultraleves (aeronaves de baixas velocidades, capacidade de car-regamento, potência, peso e custo), começou a produzir o CB.10 depois de se informar das características do avião como o seu baixo custo de fabri-cação e sua capacidade para dois tri-pulantes.

Em 2001 a empresa fez o primeiro vôo com um de seus aviões fabricados, sendo hoje uma das principais repro-dutora do modelo CB.10 do inventor Cláudio Barros, junto, é claro, com unaienses e amadores de todo o mun-do, como Paulo Roberto, que em breve deve fazer seu primeiro vôo sobre as invenções do professor mineiro.

DADOS TÉCNICOS

Envergadura 7,5 m

Comprimento 6,27 m

Área Alar 8,66 m²

Alongamento 6,41

Peso Vazio 360 kgf

Peso Total 610 kgf

Carga Alar 70 kgf/m²

Velocidade de Cruzeiro 290 km/h

Velocidade de Estol 83 km/h

Razão de Dubida 9 m/s

Dist. Decolagem 200 m

Dist. Pouso 155 m

Conheça o CEA 307 CB.10 Triathlon

Por ter baixo custo de fabricação e capacidade para dois tripulantes, o modelo CB.10 Triathlon já voa pelo céu do Brasil

Saúde

38 | Dezembro/2011 | Geraes de Minas

Vacinação infantil

Imunização imediataDe acordo com o calendário oficial

do Programa Nacional de Imu-nizações (PNI), toda criança bra-

sileira deve, por direito, ser imunizado contra dez tipos de infecções, incluin-do também as chamadas “séries de re-forços” das vacinas. Por ser um direito garantido ao cidadão, todas as vacinas podem ser tomadas gratuitamente em postos de saúde ou durante as campa-nhas de vacinação que acontecem todos os anos em território nacional.

Nem bem chega a chorar devido o contato com um mundo real, o recém nascido já é vacinado contra a hepatite B. Também em seguida, vacina-se con-tra a tuberculose (a famosa BCG). Na primeira vacinação, o responsável rece-berá pela criança receberá uma cartei-rinha de imunização que deverá guar-dada para ser apresentada em todas às consultas de rotina no pediatra.

Após um mês do nascimento, ou se-ja, 30 dias, o recém nascido deve ser va-cinado outra vez contra a hepatite B. E, em seguida, ao completar dois meses de idade, a criança deve tomar a primeira dose da vacina tetravalente (DTP Hib), que previne contra difteria, tétano, co-queluche e outras infecções.

Nessa idade toma também a primei-ra dose da vacina contra a poliomielite (a paralisia infantil), conhecida pelo seu famoso boneco propaganda, o Zé Goti-nha. A dose contra a rotavírus (VORH), também em gotinhas, que previne con-tra diarréias, deve ser aplicada durante os dois meses de vida.

O bebê toma ainda a primeira do-se da vacina pneumocócica 10-valente, contra dez tipos da bactéria, causadora de diversas infecções, principalmente da meningite.

Aos três mesesSe pensar que em 1904, no Rio de

Janeiro, aconteceu a Revolta da Vacina, onde a população se mostrou contrária à vacinação contra a varíola. Hoje devi-

do a existência de complexas bactérias, é impensável a defesa contra a imuni-zação das pessoas. O desenvolvimento científico proporciona uma maior con-dição de vida para as pessoas. A vacina-ção contra o meningococo C, uma das principais causadora da meningite, é resultado desse desenvolvimento, que possibilita ao recém nascido aos três me-ses de idade já se prevenir.

Depois com quatro meses o bebê receberá a segunda dose das seguintes vacinas: tetravalente (DTP Hib, contra difteria, tétano, coqueluche e infecções provocadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b), pólio (VOP), rotaví-rus (VORH) e pneumocócica conjugada 10-valente. E aos cinco meses de idade aplica-se a vacina contra meningocócica C conjugada. De seis meses a um ano

Aos seis meses, completa-se a série

de 3 doses das vacinas iniciadas aos 2 meses: tetravalente (DTP Hib), contra difteria, tétano, coqueluche e hemófilos tipo B, mais pólio (VOP). Também já é o momento da terceira dose da vacina contra a hepatite B. Nessa época aconte-ce a terceira dose da vacina penumocóci-ca conjugada 10-valente, segundo o PNI.

E ao completar doses meses, um ano de vida, a criança brasileira é vacinada contra a rubéola, o sarampo e a caxum-ba, com uma dose que corresponde a tríplice viral (SRC), além de receber uma dose de reforço da meningocócica C conjugada. Após uma ano e três me-ses o brasileiro ou a brasileira, já quase pronto para ganhar a vida com seus primeiros passos, recebem as chamadas doses de reforços da DTP (difteria, téta-no e coqueluche), da poliomielite e da pneumocócica.

Siga os passos e não deixe de levar seu filho ao pediatra regularmente.

A vacinação infantil garante imunização gratuita dez tipos de doenças


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