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Page 1: Revista Fale Mais Sobre Isso | 19ª edição

PSICOTERAPIASaiba mais sobre o trabalho do Psicólogo Clínico e como ele pode lhe ajudar a acender todos os

maravilhosos potenciais que você possui.

Em tempos de redes sociais, o que é traição virtual?

pag. 38

Traição virtual existe?

O psicólogo pode lhe ajudar nesse caso.

pag. 14

Família Ampliada

pag. 16

Tolerância àfrustraçãoEnsinamento precioso às crianças.

edição 19 | 2015

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sumário

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Mais da Fale Mais Sobre Isso:

Coordenação e Revisão Técnica: Leonardo Abrahão - Psicólogo (CRP/04 36232)

Diagramação: Miguel Neto

Comercial: 34 9966.1835 | 9221.6622

Tiragem: 1.000 unidades

Impressão e Pré Impressão: Gráfica Brasil - Uberlândia/MG

Distribuição: Entrega gratuita e dirigida | Udia/MG

EXPEDIENTE

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Fontes

Saúde Mental

Saúde Ampliada

Artigo

Capa

Consultório

05 Notícias, descobertas e contribuições da Internet

NÓS, DA FALE MAIS SOBRE ISSO, estamos sempre preocupados em levar às pessoas as informações capazes de fazer a diferença nas vidas delas. Somos todos sujeitos formados por conteúdos psíquicos que, bem ou mal resolvidos, sempre estão interferindo em nossas vidas, em nossas saúdes e em nossos relacionamentos. Aprender sobre a nossa condição humana - condição biológica, psíquica, social e espiritual – contribui para o desenvolvimento de pensamentos, sentimentos e comportamentos favoráveis ao equilíbrio existencial.

Por isso, esperamos que os artigos, os depoimentos, as imagens e as questões levantadas por esta revista sejam bastante úteis ao seu desenvolvimento como um ser humano plenamente capaz de significar e, se preciso, ressignificar a vida e todas as questões presentes nela. Caso sinta necessidade, não hesite em aprofundar o processo: procure um(a) Psicólogo(a) e descubra como esse(a) profissional pode fazer toda a diferença em sua vida. Boa leitura!

32 Reflexão: o que pensa você?38 Traição virtual existe, ou é coisa da sua cabeça

22 Uma introdução à Psicoterapia

18 Ciência vira arte pelo olhar de Maria Inês Machado20 Livro busca amenizar ansiedade de quem tenta ter filhos28 Ciranda40 Ilustração

10 Os prejuízos da superproteção para a auto confiança da criança12 Quando consultar um psicólogo30 Sem você não há Universo34 Afinal, o que são drogas?36 Veja o que diz quem fez psicoterapia

14 Família ampliada e o papel da psicologia16 Tolerância à frustração: ensinamento precisoso às criançãs

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Notícias, descobertas e contribuições da Internet

Exercício físico: quanto mais diversão, mais fácil manter o hábito

ATIVIDADES AJUDAM IDOSOS A MANTER A SAÚDE MENTAL

Fontes05

ENFATIZAR OS BENEFÍCIOS EMOCIONAIS DO EXERCÍCIO é mais efetivo para aumentar os níveis de atividade física do que elencar o quanto essas atividades fazem bem para a saúde.

Um estudo, feito pela equipe de Reema Sirryeh, pesquisadora da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e publicado no British Journal of Health Psychology, mostrou que as pessoas que acreditam que a atividade física seja algo divertido se propõem mais facilmente a praticar algum esporte ou exercício. O estudo de Sirryeh focou especialmente jovens e adolescentes. Os participantes recebiam mensagens de texto via celular (SMS) todo dia, em um mesmo horário, durante duas semanas. As mensa¬gens podiam indicar um benefício emocional – como dizer que os esportes fazem as pessoas se sentirem mais alegres – ou um benefício físico – indicar que fazia bem ao coração. Um terceiro grupo recebia ambas as mensagens. A pesquisa mostrou, após fazer a análise dos resultados, que os três grupos tinham adicionado, em média, mais de 30 minutos de atividades físicas por semana em sua rotina.

No caso dos jovens que recebiam mensagens sobre benefícios

emocionais do exercício físico, essa média foi quase o dobro, chegando a adicionar 120 minutos de atividades físicas extras no final das duas semanas de acompanhamento. “Estatísticas na Inglaterra mostram que os níveis de exercícios entre jovens a partir dos 16 anos, especialmente entre as garotas, estão diminuindo acentuadamente. Esses padrões de decréscimo no nível de atividades esportivas se mantêm na idade adulta”, diz Reema. Os pesquisadores apontam que mudar esse comportamento na adolescência pode levar a melhores níveis de atividade física ao longo da vida, auxiliando na manutenção de uma boa saúde física e mental, além de combater o estresse, a depressão, a ansiedade e contribuir positivamente para o controle da obesidade.

UMA ROTINA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS AERÓBICOs, usados como apoio ao tratamento da depressão em pessoas idosas, contribuiu também para melhorar os processos mentais de

alta complexidade da memória e também as chamadas funções executivas cerebrais – que incluem planejamento, organização e habilidade para executar duas ações ao mesmo tempo. Esses processos

estavam muito acima da média, apesar dos pesquisadores esperarem resultados bem menores.“Foi impressionante descobrir os benefícios das atividades físicas em áreas específicas ligadas à função cognitiva”, espanta-se James Blumenthal, autor principal do estudo publicado no periódico Journal of Aging and Physical Activity e pesquisador da Universidade de Duke, EUA. Outras funções cognitivas – como atenção, concentração e habilidades psicomotoras, não tiveram alterações. “Mas são necessários mais estudos para entender que processos específicos no cérebro foram afetados

e o que há por trás dessa melhora”. O pesquisador acredita que a melhora no funcionamento mental dos participantes da pesquisa se deve ao aumento do fluxo do sangue arterial – rico em

oxigênio – em regiões específicas do cérebro.“Sabemos que, em geral, os exercícios físicos melhoram a capacidade do coração de bombear de forma mais eficaz o sangue, assim como aumentam a concentração

de oxigênio no corpo. E como nos idosos essa capacidade diminui, talvez isso seja a causa do declínio cognitivo”, diz Blumenthal, justificando sua hipótese.

A melhora no funcionamento mental se deve ao aumento do fluxo do sangue arterial - rico em oxigênio – em regiões específicas do cérebro

E se isso tem início na adolescência, aumentam as chances de perdurar pela vida toda

Fonte_British Psychological Society

Fonte: Catraca Livre

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Álcool mata mais que Aids, tuberculose e violência,diz OMS

O ÁLCOOL causa quase 4% das mortes no mundo todo, mais do que a Aids, a tuberculose e a violência, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

O aumento da renda tem provocado o consumo excessivo em países populosos da África e da Ásia, incluindo Índia e África do Sul. Além disso, beber em excesso é um problema em muitos países desenvolvidos, informou a agência das Nações Unidas.

No entanto, as políticas de controle do álcool são fracas e ainda não são prioridade para a maioria dos governos, apesar do impacto que o hábito causa na sociedade: acidentes de carro, violência, doenças, abandono de crianças e ausência no trabalho, de acordo com o relatório.

“O uso prejudicial do álcool é especialmente fatal em gru¬pos etários mais jovens e beber é o principal fator de risco de morte no mundo entre homens de 15 a 59 anos”, afirma o relatório.

Na Rússia e na CEI (Comunidade dos Estados Independentes), uma em cada

cinco mortes ocorre devido ao consu¬mo prejudicial, a taxa mais elevada do planeta.

A bebedeira, que muitas vezes leva a um comportamentos de risco, agora é prevalente no Brasil, Cazaquistão, México, Rússia, África do Sul e na Ucrânia, e está aumentando entre outras populações, segundo a OMS.

“Mundialmente, cerca de 11% dos consumidores de álcool bebem bastante em ocasiões semanais; os homens superam as mulheres em quatro a cada uma. Eles praticam constantemente um consumo de risco em níveis muito mais elevados do que as mulheres em todas as regiões”, disse o relatório.

Em maio passado, ministros da Saúde dos 193 países-membros da OMS concordaram em tentar conter o consumo excessivo de álcool e de outras formas crescentes do uso excessivo por meio de altos impostos sobre bebidas alcoólicas e restrições mais rígidas de comercialização.

É O QUE CONCLUEM pesquisadores australianos após uma revisão de 83 estudos, envolvendo 8.167 pessoas com doenças psicóticas (como a esquizofrenia) que usavam maconha e 14.352 que não tinham o mesmo hábito.

Matthew Large, um dos responsáveis pela pesquisa, afirma que entre os jovens usuários de maconha a doença aparece em média 3 anos antes do que entre aqueles que não são usuários da droga.

O Dr. Christoph U. Correll, do Zucker Hillside Hospital (EUA), defende que a maconha causa transtornos psicó¬ticos apenas naqueles que já possuam uma pré-disposição à doença. Alerta ainda, que em alguns casos de pessoas que possuem pré-disposição a transtornos psicóticos, a doença pode nem vir a aparecer sem o uso de nenhum tipo de substância psicoativa ilícita.

FONTES

Fonte: folha.uol.com.br Fonte: www.redepsi.com.br

Estudo joga por terra o argumento de que a droga não produz grandes consequências

a quem a usa

Estudo joga por terra o argumento de que a droga não produz grandes consequências a quem a usa

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MACONHA PODE ACELERAR MANIFESTAÇÃO

DA ESQUIZOFRENIA

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O que acontece quando você fica elogiando a inteliência de uma criança

Estudo sugere a possibilidade de, às vezes, os elogios feitos de maneira inadequada produzirem consequências inesperadas na vida adulta das crianças

Fonte: www.updateordie.com

FONTES08

GABRIEL é um menino esperto. Cres-ceu ouvindo isso. Andou, leu e escre-veu cedo. Vai bem nos esportes.

É popular na escola e as provas con-firmam, numericamente e por escrito, sua capacidade.

“Esse menino é inteligente demais”, repetem orgulhosos os pais, parentes e professores. “Tudo é fácil pra esse malandrinho”.

Porém, ao contrário do que po-deríamos esperar, essa consciên-cia da própria inteligência não tem ajudado muito o Gabriel nas lições de casa.

– “Ah, eu não sou bom para soletrar, vou fazer o próximo exercício”.

Rapidamente Gabriel está apren-dendo a dividir o mundo em coisas em que ele é bom, e coisas em que ele não é bom.

A estratégia (esperta, obviamente)

é a base do comportamento hu-mano: buscar prazer e evitar

a dor. No caso, evitar e desmerecer as tarefas

em que não é um su-cesso e colocar toda a energia naquelas que já domina com facilidade.

Mas, como infe-lizmente a lição de casa precisa ser fei-

ta por inteiro, inclu-sive a soletração, de

repente a auto-estima do pequeno Gabriel faz

um… crack.

Acreditar cegamente na sua in teligência à prova de balas, provo-cou um efeito colateral inesperado: uma desconfiança de suas reais ha-bilidades.

Inconscientemente ele se assusta com a possibilidade de ser uma frau-de, e para protegê-lo dessa conclusão precipitada, seu cérebro cria uma me-dida evasiva de emergência: coloca o rótulo dourado no colo, subestima a importância do esforço e superestima a necessidade de ajuda dos pais.

A imagem do “Gabriel que faz tudo com facilidade” , a do “Gabriel inteli-gente” (misturada com carinho), preci-sa ser protegida de qualquer maneira.

Gabriel não está sozinho. São mui-tos os prodígios, vítimas de suas pró-prias habilidades de infância e dos bem intencionados e sinceros elo-gios dos adultos.

Nos últimos 10 anos foram publica-dos diversos estudos sobre os efeitos

de elogios em crianças.

Um teste, realizado nos Estados Unidos com mais de 400 crianças da quinta série (Carol S. Dweck / Ph.D. Social and Developmental Psycholo-gy / Mindset: The New Psychology of Success), desafiava meninos e meni-nas a fazer um quebra-cabeças, rela-tivamente fácil.

Quando acabavam, alguns eram elo-giados pela sua inteligência (“você foi bem esperto, hein!) e outros, pelo seu esforço (“puxa, você se empenhou pra valer hein!”).

Em uma segunda rodada, mais difícil, os, alunos podiam escolher entre um novo desafio semelhante ou diferente.

A maioria dos que foram elogiados como “inteligentes” escolheu o desa-fio semelhante.

A maioria dos que foram elogiados como “esforçados” escolheu o desa-fio diferente.

Influenciados por apenas UMA frase.

O Malcom Gladwell tem um óti-mo livro sobre a superestimação do talento, chamado “Fora de Série” (“outliers”). Lá aprendi sobre a lei das 10 mil horas, tempo necessário para se ficar bom em alguma coisa e que já ensinei pro meu filho.

Se você tem um filho, um sobrinho, ou um amigo pequeno, não diga que ele é inteligente. Diga que ele é es-forçado, aventureiro, descobridor, fu-çador, persistente.

Celebre o sucesso, mas não esqueça de comemorar também o fracasso se-guido de nova tentativa.

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10 SAÚDE MENTAL | ARTIGO

Os prejuízos da superproteção para a autoconfiança da criança

É MUITO COMUM receber no con-sultório, pacientes com autoconfiança prejudicada, o que tem consequências sérias para a vida do indivíduo. A auto-confiança é o sentimento que o indiví-duo tem com relação a sua capacidade de desempenhar tarefas. Uma pessoa segura e confiante é aquela que se vê como capaz de realizar com sucesso suas funções e desafios cotidianos. Mas porque algumas pessoas são confiantes e outras não?

A autoconfiança do indivíduo é de-senvolvida na infância e isso acontece a partir de experiências que, por si só, geram bons resultados. Ela não depen-de necessariamente do elogio dos pais ou de outras pessoas, mas principal-mente do resultado obtido a partir do próprio comportamento. Então, se ela tenta pegar um copo no armário e con-segue alcançá-lo, se sentirá capaz de alcançar esse tipo de objetivo. Dessa forma, a tendência é que ela continue

tentando realizar tarefas desafiadoras, uma vez que teve a experiência de tentar e conseguir.

E o que os pais podem fazer para pro-mover o sentimento de confiança e se-gurança de seu filho?

O papel dos pais é criar as condições necessárias para que seus filhos pos-sam emitir os comportamentos que irão gerar bons resultados. E é aqui que entra o problema da superproteção. Os

Restringir as atividades do filho e fazer tudo por ele significa reduzir o seu número de oportunidades para desenvolver habilidades

falemaissobreisso.com.br edição 18 2015

TEXTO Carolina Faria ArantesPsicóloga – CRP 34041/04 | Mestre em Processos Cognitivos – UFU | Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental – UFU | Psicoterapeuta, professora e supervisora no Instituto Integrare – Uberlândia/MG | www.psicologauberlandia.com | [email protected]

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SAÚDE MENTAL | ARTIGO

pais superprotetores têm boa intenção. Como o próprio nome diz, seu intuito é proteger o filho de algum mal, seja de um risco que ameace sua integridade física (como cair, bater a cabeça, que-brar um membro) ou de qualquer coi-sa que possa lhe fazer sofrer (como a frustração, a tristeza, o medo). Para isso, eles impedem a criança de se envolver em uma série de situações que pode-riam ser gratificantes para ela, uma vez que se tratam de oportunidades de emitir um comportamento e ter uma conquista como resultado.

Restringir as atividades do filho e fa-zer tudo por ele significa reduzir o seu número de oportunidades para desen-volver habilidades. Isso terá como con-sequência sentimentos de insegurança e medo diante de desafios, caracterizan-do a falta de autoconfiança. Além disso, quando os pais superprotegem o filho, ocorre um apego exagerado entre eles e a sua separação, mesmo que seja por um

curto período de tempo, se torna muito negativa para a criança.

Solicitar e estimular o envolvimento da criança em atividades cotidianas, como guardar os brinquedos, colocar e tirar a mesa, fazer algum lanche, criar uma brincadeira, comprar algo sozinha, é uma forma de expor o filho a situa-ções nas quais diferentes habilidades poderão ser desenvolvidas. A comuni-cação da tarefa deve ser clara para a criança, isto é, os pais precisam dizer exatamente o que deve ser feito. Por exemplo: “Filho, desça e compre pão, leite e um docinho para você, enquanto estaciono o carro”.

É importante que os pais se aten-tem para as dificuldades que uma tarefa possui e analise se a criança tem habilidade suficiente para reali-za-la. No caso de tarefas complexas, é indicado que os pais a dividam em partes e estimule o filho a realizar uma parte mais simples. Por exem-plo, quando a mãe for fazer um suco

para a criança, ela pode solicitar que o filho adoce o mesmo; quando o pai for trocar o pneu do carro, pode pe-dir que o filho lhe entregue e guar-de as ferramentas. Quando a criança se envolve com tarefas como essas ela tem a oportunidade de ver o re-sultado de seus comportamentos, de perceber que seu esforço tem um re-sultado importante. Também é neces-sário que os pais enfatizem o quan-to a ajuda da criança foi relevante, explicando-lhe o porquê (mostrar de forma clara qual foi o resultado da colaboração da criança).

Estabelecer um equilíbrio entre a exposição do filho a alguns desafios e a sua proteção pode ser complicado. É fundamental que os pais adequem as dificuldades da tarefa às habilidades da criança e que estejam sempre dis-poníveis para prestar o auxílio neces-sário diante das dificuldades. Assim, a criança não se sentirá sozinha e des-protegida e nem incapaz e insegura.

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SAÚDE MENTAL | ORIENTAÇÃO12

Quando consultar um psicólogo:Uma coisa é certa: de todos os profissionais ligados ao universo da Saúde Mental, o Psicólogo é o único que dedica todo o tempo da sua formação acadêmica ao estudo e entendimento dos mecanismos psíquicos e comportamentais dos homens. Ninguém mais do que ele se dedica a compreender, apaixonada e cientificamente, como os homens pensam, sentem, agem, se relacionam e se comportam como seres biopsicossociais e espirituais que são. Por isso mesmo, a gama de possibilidades de atuação dos Psicólogos é muito grande, compreendendo, afinal, toda situação em que a presença humana é significativa. Contudo, às vezes pode ocorrer de as pessoas não saberem, ao certo, quando é que devem consultar um Psicólogo. Pensando nisso, a Fale Mais Sobre Isso vai lhe apresentar, agora, uma lista básica mostrando quando consultar um psicólogo:

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6.Quando os dias se sucedem e você não vê graça, nem sen-tido, em acordar, sair da cama e fazer as milhares de coisas que a vida, o mundo e as pessoas esperam de você

Quando você percebe que seus sentimentos, pensamen-tos e/ou comportamentos estão lhe provocando prejuí-zos pessoais e/ou sociais, angústias, tristezas ou quais-quer outras sensações desagradáveis e das quais você não consegue se ver livre

Quando a sua relação com você mesmo, com o mundo e/ou com as outras pessoas não ocorre mais de uma maneira saudável, satisfatória e capaz de produzir bons sentimen-tos de realização pessoal e social em você

Quando a sua relação com o trabalho gera angústia e sofrimento ao invés de orgulho e sensação de realização profissional em você

Quando o seu relacionamento afetivo com a família tor-nou-se conflituoso, difícil e angustiante

Quando as suas expectativas em relação ao seu futuro pesso-al e/ou profissional forem pessimistas e obscuras

Quando a sua sexualidade e/ou desempenho sexual forem motivos de angústia e/ou ansiedade em sua vida

Quando traumas, lembranças e memórias da sua própria vida forem motivos de sofrimento no presente e desesperança em relação ao futuro

Quando a família, ou o relacionamento afetivo, ou o trabalho ou qualquer outra situação da sua vida lhe exigir uma decisão muito difícil de ser tomada

Quando inesperados e/ou dolorosos novos acontecimentos em sua vida deixaram-lhe com uma sensação interminável de impotência, tristeza ou angústia

Quando você se dá conta de que todas as situações anterior-mente apresentadas são passíveis de ocorrer na vida de qual-quer pessoa e que, portanto, é possível prevenir-se conhecen-do-se melhor e trabalhando as suas próprias características

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Família Ampliada e o papel da psicologia

Durante o processo de divórcio e formação de novos lares e/ou núcleos familia-res, os filhos tendem a sentirem-se perdidos, desamparados e, nesse aspecto, o trabalho do psicólogo pode ser um importante diferencial

ARTIGO | PORTAL (EN)CENA

É DE CONHECIMENTO COLETIVO a quantidade de problemas que um divórcio pode acarretar na vida dos filhos do casal, que certamente, são os primeiros a sofrer os impactos da separação conjugal, uma vez que são eles quem lidam diretamente com as consequências da decisão de seus pais/cuidadores.

Tem sido cada vez mais comum de-parar-se com núcleos familiares com-postos por membros de laços consan-guíneos dispares, é o que chamamos de Família Ampliada. Lares em que,

devido a um divórcio, os filhos se veem divididos entres duas casas, duas vidas, duas famílias.

Em geral, esses novos ambientes configuram-se pela presença de no-vos pais: seja padrasto ou madrasta e novos(as) irmãos(ãs). Mas qual será o verdadeiro impacto dessa mudança na vida da criança/adolescente e de que forma isso pode prejudicá-lo na formação do seu caráter?

Muitas vezes o filho é a ponte entre os pais separados. Durante o processo de divórcio, que atravessa toda a rela-

ção familiar, eles se veem numa corda bamba e, geralmente, são os interme-diários de uma separação conflituosa, atravessada por valores anteriores ao próprio relacionamento.

Não raramente, os pais não têm pre-paro algum para lidar com o divórcio, se é que há uma maneira segura e indolor de passar por isso. Não pode-mos ser generalistas e querer privar os filhos de todos os sofrimentos da vida, afinal casais unem-se e sepa-ram-se por motivações próprias.

Contudo, um diálogo fundamentado

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TEXTO Hudson Eygo Psicólogo | Coordenador do Serviço de Psicologia – SEPSI do CEULP/ULBRA | Coordenador da Área de Psicologia do Portal (En)Cena Colunista do Blog Psicoquê[email protected]

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ARTIGO | PORTAL (EN)CENA 15

numa relação sólida e transparente pode favo-recer um ambiente onde essa transição entre lares/vidas possa ser vivida de forma menos conflituosa para a criança/adolescente e suas (agora duas) famílias. É nesse aspecto que o trabalho do psicólogo pode ser um diferencial.

Durante o processo de divórcio e formação de novos lares e/ou núcleos familiares, os filhos tendem a sentirem-se perdidos e desampara-dos. Começam a surgir problemas, em geral de ordem social. A confusão gera na criança certa insegurança que será expressada com agres-sividade ou isolamento, variando para traços maiores (ou não) de rebeldia ou introspecção.

Claro, isso não é regra. Estudos atuais mos-tram que justificar ou rotular problemas e des-vios de caráter na criança/adolescente com o divórcio de seus pais, não é mais aceito assim de forma tão passional.

É fato que num primeiro momento, a sepa-ração pode ser traumática para este indivíduo, porém, o comportamento e a forma como os pais lidarão como esse novo dilema em suas vidas e na vida de seus filhos, é o que deter-minará se estes partirão para uma atitude de caráter mais positiva ou negativa ao longo de seu desenvolvimento biopsicossocial.

Para a Psicóloga Paulista Olga Inês Tessari, o comportamento agressivo em filhos de pais separados que não tinham diálogo em casa, em geral, está ligado a problemas futuros com uso abusivo de álcool e outras drogas. Em tais situações, a psicóloga pôde constatar que al-gumas crianças sentiam-se aliviadas após o divórcio dos pais, por se verem livres daque-le modo de vida, tão traumatizante. Já em fa-mílias onde a decisão do divórcio havia sido tomada de maneira passional, e transmitida aos filhos de forma clara, as crianças demons-traram mecanismos internos capazes de lidar com a dor desse trauma.

Tessani afirma que nem sempre os filhos são contra o divórcio, alguns reconhecem que só por meio dele a família poderá continuar uni-da e feliz.

Famílias em que os pais depositam nos fi-lhos suas frustrações pela separação conjugal, tornam a criança pivô da separação, é o que defende a Psicóloga e Terapeuta Familiar Ma-

ria Cristina Milanez Werner. Às vezes esses pais tentam criar na criança um sentimento de rai-va e repulsa pelo ex-marido/esposa – o que já é crime pelo código penal brasileiro caracteri-zado como: Alienação Parental. O pai/mãe que comete essa infração, pode perder a guarda legal do filho (a). – Nestes casos a criança vai se sentir culpada pelo divórcio dos pais, o que gera nela um sentimento frustração, podendo levá-la a uma depressão.

A terapeuta defende o casamento acima de tudo, e vai além do tema afirmando que “(. . .) o ideal é a criança viver num lar com dois adul-tos, sejam eles heterossexuais, homossexuais, juntados ou casados. A biologia, a sociedade e os costumes pedem isso (. . .)”.

Famílias estruturadas são mais propensas, pelo menos espera-se que seja, a oferecer um lar saudável para um bom desenvolvimento e maturação sadia do indivíduo. Em lares equili-brados a criança tem mais chances de ter uma formação moral positiva, com caráter altruís-ta e solidário. Mesmo assim, isso não deve ser considerado como fator determinante, pois ex-ceções sempre existem. Werner afirma que há casos em que o melhor é que a criança seja educada apenas por um único cuidador.

Crianças são altamente resiliêntes. Não po-demos esquecer que a capacidade da criança em amar, não está na relação conjugal dos pais, mas na intensidade como esses pais são capazes de demonstrar amor a essa criança. Mesmo em lares diferentes, quando bem cui-dada, a criança consegue lidar com essa du-plicidade de papeis, e certamente o diálogo aberto e sincero entre pais e filhos é o que fará a diferença na educação dessas crianças.

Para saber maisGoogle: http://pt.shvoong.com/social-scien-ces/1725783-familia-na-constru%C3%A7%-C3%A3o-da-personalidade/

Google: http://ajudaemocional.tripod.com/id235.html.

Google: http://pt-br.facebook.com/topic.php?uid=144205978939296&topic=166

Google: http://blog.diarinho.com.br/pai-ou-mae-que-jogar-o-filho-contra-o-outro-pode-perder-a-guarda

Não podemos esquecer

que a capacidade da criança em amar, não está

na relação conjugal

dospais,

mas na intensidade como esses

pais são capazes de demonstrar amor a essa

criança.

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Tolerância à frustração: ensinamento precioso às crianças

Dados de pesquisas nos mostram que muitos se tornam adultos com sérias dificuldades de relacionamentos a partir do momento em que o outro na re-lação (amigos, amores, vizinhos, colegas de trabalho, pais) não os satisfazem em tudo ou de imediato.

TEXTO Cíntia Marques Alves Psicóloga Clínica | CRP-25718/04

NA FACULDADE, eu tive uma profes-sora que sempre repetia: “precisamos ensinar as crianças a tolerar frustra-ção”. À época, isso significava pouco para mim, mas com os anos de prática clínica, com as observações sociais e até mesmo com algumas experiências na minha vida particular, isso tem sido cada vez mais marcante.

Tolerância à frustração é a condição/capacidade de aceitar/de lidar com as circunstâncias da vida e enfrentá-las com uma atitude positiva, apesar de serem essas circunstâncias, nem sem-pre as mais desejadas por nós.

De modo geral, vivemos em busca daquilo que é agradável, bom, prazero-so e que nos gera bem estar. Por outro lado, evitamos entrar em contato com aquilo que nos é aversivo: dor, medo, tristeza, ansiedade, chateação, desgas-te físico, rejeição. Aprendemos isso não só pelas experiências de vida, como também pela evolução da espécie: ain-da bem que muitos dos nossos ances-trais evitaram perigos extremos e com isso, mantiveram-se vivos e nos deram a chance de estarmos aqui, enquanto espécie humana!

Mas infelizmente, temos selecionado excessivamente comportamentos de esquiva/fuga daquilo que nos é aver-sivo: não queremos entrar em contato

com o que é minimamente desagra-dável/chato/difícil. Skinner (1987) diz que “aproximamo-nos de um estilo de vida livre de todos os tipos de coisas desagradáveis. Relutamos em aceitar não somente as restrições impostas por governos tirânicos e religiões, mas também a aceitar cintos de segurança, capacetes e sinais de proibido fumar, etc. Fugimos não só de extremos do-lorosos de temperatura e trabalho exaustivo, mas também dos mais bran-dos desconfortos e incômodos”.

Com isso, não só perdemos a oportu-nidade de treinar habilidades para lidar com o aversivo, aumentando de modo adequado, em nós, a variabilidade com-portamental, como também reforça-mos, em nós, as crenças de incompetên-cia e fragilidade frente às dificuldades e frustrações que nos cercam.

Desde cedo os bebês aprendem comportamentos pelos quais conse-guem se livrar do desconforto, do in-cômodo, do “NÃO”! Em função de não frustrar os filhos e mantê-los felizes, a todo custo, alguns pais se perdem na tentativa de fazer muitas coisas por seus filhos, até mesmo, no lugar de-les; querem atender e satisfazer não só às demandas reais, como a todos os desejos dos filhos. Alguns pais com discurso de compensar, nos filhos, a própria história de privação e sofri-

mento (aqui eu falo principalmente da satisfação material e da permissi-vidade para comportamentos quais-quer; e não da satisfação afetiva: que constrói, educa e dá sentido à vida). É claro que tentar dar uma vida feliz e confortável aos filhos é necessário! É claro que não querer ver o filho sofrer é essencial! Óbvio! Mas há vida real desprovida de qualquer frustração e sofrimento? E na aprendizagem à to-lerância à frustração não há possibili-dade de felicidade?

Somada às questões individuais e fa-miliares, temos uma cultura que cria em nós necessidades irreais e fazem uma parcela grande da população acreditar que “Eu preciso disso agora para ser fe-liz.” E essa crença “instituída” gera pes-soas intolerantes às frustrações quando o “agora” não chega. Queremos tudo para ontem, do nosso jeito, sem dificul-dades nem contrariedades.

As regras do consumo excessivo e da satisfação imediata como proposta de felicidade acabam sendo ensina-das às crianças, que não se conten-tam mais com presentes simples e em datas específicas, ou com brinquedos construídos por elas, na interação com os pais. Muitas delas passam a exigir que seus pais as atendam e comprem o brinquedo, a roupa, o sa-pato, o smartphone, o videogame da

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SAÚDE MENTAL | ARTIGO 17

moda. E muitas dessas crianças são atendidas constantemente.. .

Aproveito para brincar com as pala-vras: “se I pad e I ganha, então I pen-sa que I pod!”. E se podem tudo, ficam intolerantes à ansiedade de querer e não ter ou não conseguir. Não só para o aspecto material, como também, podem generalizar (e generalizam!) essa intolerância para outros con-textos da vida: dificuldade em dividir atenção; recusa em emprestar o brin-quedo ou em ir à casa da vovó onde não tem internet; intolerância em ouvir quando o outro está falando; recusa em comer alimentos saudá-veis; dificuldade de engajar-se em si-tuações difíceis e que demandam es-forço, como escola, esporte, trabalho, relacionamento a dois; dificuldade para abster-se de comportamentos inadequados, mas que geram prazer imediato; dificuldade em obedecer às regras e normas sociais existentes e principalmente, desrespeito com a figura do outro, até mesmo com a fi-gura dos pais: àqueles que se desdo-braram para atendê-los!

Muitas destas crianças aprendem que satisfação e felicidade vêm sem grandes esforços. Assim, crescem in-felizes, sentindo-se traídas e injus-tiçadas quando a vida se apresenta com restrições. Quando percebem

que felicidade é conquista individual e diária e que isso, exige esforço, dis-ciplina, trabalho, respeito ao outro. Exige abrir mão de algumas coisas em prol de outras. Exige saber que para algumas coisas e conquistas acontecerem, é preciso esperar muito tempo e se empenhar muito até lá! Exige de nós, aquilo que temos evi-tado, com tanta frequência: que dei-xemos as crianças e os adolescentes enfrentar as tais situações aversivas e que se frustrem, vez ou outra!

Dados de pesquisas nos mostram que muitos se tornam adultos com SÉRIAS dificuldades de relaciona-mentos, a partir do momento em que o outro na relação (amigos, amores, vizinhos, colegas de trabalho, pais) não os satisfazem em tudo ou de imediato. Tudo vai bem até que o ou-tro se oponha, contradiga, não aceite suas características ou seu jeito de viver. São adultos que se zangam e rebelam-se quando descobrem que “no meio do caminho tinha uma pe-dra” e que tal pedra não será retira-da por alguém para que eles passem pelo caminho livremente! E o pior de tudo: eles não aprenderam a reti-rar essa pedra do meio do caminho, adequadamente!

Nestes casos, a intolerância pode gerar emoções intensas (raiva, ira,

ódio) e diante delas, muitos adultos, por não conseguirem as controlar, acabam adoecendo e se comportan-do, para com o outro, com agressivi-dade (verbal, física, psicológica) sem capacidade para pensar em alterna-tivas e consequências dos seus atos violentos e desrespeitosos para com as pessoas. Tendem a acreditar que estão sempre certos e que o mundo é que é um lugar cruel, na medida em que ele barra/impede com que seus objetivos sejam alcançados. Vários transtornos de personalida-de, transtornos depressivos e de an-siedade, uso e abuso de substâncias químicas podem ser frutos, dentre outras variáveis, das tais tolerâncias não aprendidas.

Precisamos pensar sobre o tema, considerando que isso é uma rea-lidade à nossa volta: estamos vi-vendo em meio às várias intole-râncias, que além de tudo, agora são virtuais! Precisamos rever nossos comportamentos! Preci-samos amar muito nossos filhos, mas dando-lhes noções adequa-das de limite. Falar “não” e permi-tir que as crianças sejam frustra-das, também são grandes formas de amá-las e educá-las para uma vida mais feliz.

Minha professora tinha razão! Rsrs

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“ATRAVÉS DO TRABALHO DA CIENTISTA VISUAL, Maria Inês Machado, podemos perceber o quanto Ciência e Arte andam de mãos dadas”. A afirmação é do artista têxtil, Edmar Almeida, uma das pessoas que conhece bem a obstinação desta Doutora em Ciências pela USP (Uni-versidade de São Paulo), que agora brinda Uberlândia com o resultado de anos de experimentações.

“Nos últimos anos, ela vem se dedicando à Arte com o mesmo empenho sistemático com o qual se dedicou por 40 anos à pesquisa científica. Movida por uma poderosa intuição, ela abre portas para um mundo absolutamente novo”, diz Edmar, ao falar de Maria Inês e da exposição ARTE FOTOMICROGRAFIA, que apresenta 50 peças foto-micrografadas e impressas em tecidos finos e leves.

“Leonardo da Vinci, nas suas anotações visionárias so-bre a Arte, dizia que o micro ampliado ao macro produ-ziria imagens reveladoras. E, assim, Maria Inês Machado, com seu olhar perscrutador, busca nas primeiras manifes-tações da Vida, numa gota de sangue, numa semente, no fragmento de uma pata de inseto, numa limalha de ferro, numa lágrima humana ou animal, uma existência além dos véus do mundo visível”, pontua Edmar.

Para a própria cientista visual, a exposição ARTE FOTOMICROGRAFIA é resultado de seu encantamen-to com a Fotomicroscopia. “É uma mostra que, assim como o mundo real não visível, nos permite ir além do nosso sentido comum. É também uma forma que encontrei de divulgar a Fotomicrografia experimen-tal, sua ressignificação estética e inclusão na cultura visual contemporânea. Espero assim colaborar para a construção de novos públicos e novos olhares”, afirma Maria Inês.

Ciência vira Arte pelo olhar de Maria Inês Machado

Exposição ARTE FOTOMICROGRAFIA está em cartaz na Casa da Cultura em Uberlândia até 19 de maio. Imagens também podem ser conferidas no site www.mimartefotomicrografia.com.br

SAÚDE AMPLIADA | EXPOSIÇÃO

TEXTO Michele Borges (Ciclo Assessoria de Imprensa)

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Arte de vestirComo artista, Maria Inês Machado desfruta da liberdade

daqueles que ousam adentrar territórios inexplorados ao remodelar a experiência científica, construindo seu pró-prio conteúdo poético-micro-estético.

“Ela está inaugurando uma nova maneira de ver as coi-sas, e nos pega de surpresa. Está fazendo uma Arte do futuro, uma Arte para as próximas décadas. Arte, em que a Vida se superpõe à morte, rasgando os limites da nossa finitude humana”, reforça o artista têxtil, Edmar Almeida.

Nesse percurso, permeado de imagens, interferências e formas topográficas inéditas em suportes originais, como tecidos leves e finos, Maria Inês Machado busca dialogar com as transformações da sociedade. As peças de sua ex-posição são objetos de arte usáveis, acessórios de moda exclusivos pela beleza e singularidade das surpreenden-tes imagens que trazem à tona.

Sobre Maria Inês MachadoApós quatro décadas de docência e pesquisa cientí-

fica nas instituições USP, UFU e UNIMINAS, Maria Inês Machado ingressa em 2011 no curso de Graduação em Artes Visuais da UFU, e mesmo impossibilitada hoje de frequentá-lo devido a um Câncer de Mandíbula pelo qual já passou por seis cirurgias, decide dedicar-se à prática da Fotomicrografia Experimental e atuar nas interfaces da Arte-Ciências.

Em 2012, cria o seu ateliê laboratório, ALEF - Ateliê La-boratório de Experimentação em Fotomicroscopia, insta-lado em Uberlândia onde realiza estudos experimentais em fotomicroscopia ótica. A produção intensa da cien-tista visual inclui desenhos e intervenções em imagens de nanotecnologia demonstrando a transversalidade de diálogos da Fotomicrografia com diferentes práticas das Artes Visuais.

O processo criativo e a concepção não cientificista desta prática em Fotografia estão divulgados juntamente com os conteúdos teóricos práticos, os fundamentos operacio-nais e as tecnologias disponíveis no site www.MIMarte-fotomicrografia.com.br. E ainda: sua produção cientifica e acadêmica está disponibilizada em http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787866D9

Serviço:O quê: Exposição ARTE FOTOMICROGRAFIA

Visitação aberta ao público: até 19 de Maio – 12h às 18h

Onde: Casa da Cultura – Praça Coronel Carneiro, nº 89 Fundinho - Uberlândia (MG)

Mais informações:Michele Borges - Ciclo Assessoria em Comunicação(34) 3235-7826 / 9630-8242 | www.cicloascom.com

SAÚDE AMPLIADA | EXPOSIÇÃO 19

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Livro busca amenizar ansiedade de quem tenta ter filhos

Livro procura ser uma espécie de conselheiro dessas pessoas, buscando acalmar suas angústias e ajudá-las a perceber que outros casais também passam por situações semelhantes.

SAÚDE AMPLIADA | FAMÍLIA

TEXTO Fernanda Drummond (Agência USP de Notícias)

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LILIANA SEGER, psicóloga colaboradora do Instituto de Psiquia-tria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), escreveu o livro “Cadê você, bebê?”, lançado re-centemente pela editora Segmento Farma. A pesquisadora, duran-te seu doutorado no Insituto de Psicologia (IP) da USP, diagnosti-cou que os casais que estavam tentando ter filhos não possuíam ninguém com quem conversar ou algum apoio para dividir, com-partilhar e até ouvir frustrações semelhantes. Isso a motivou a encontrar algum meio que pudesse suprir essa necessidade.

Liliana colheu depoimentos tanto de pacientes, quanto de outras pessoas passando pelo problema, e identificou o que trazia mais dor nos diferentes momentos do processo, des-de a decisão de ter um bebê, passando pela descoberta da infertilidade do homem ou da mulher, os tratamentos, até a maternidade ou adoção.

Segundo a psicóloga, as questões que os entrevistados, princi-palmente as mulheres, enfrentam são das mais variadas: “O que está acontecendo?”, “Por que comigo?”, culpa, raiva, o sentimento de ser “menos homem” ou “menos mulher”, a procura de vários médicos, a sensação de ser diferente de todo o mundo. Durante o processo, quem está tentando ter filhos passa por momentos de ansiedade ao procurar os diferentes tratamentos: insemina-

ção artificial, fertilização in vitro, ovulação, busca por doação de sêmen. A impressão é de que a pessoa só vê fetos, mulheres grávidas com barriga, carrinhos de bebê.

Durante toda sua vida profissional e acadêmica, Liliana notou que atualmente os casais estão procurando ter filhos mais tar-de, após a formação universitária, conquista da casa própria e estabilidade financeira. As mulheres, após os 35 anos, têm um decréscimo de ovulação. Os óvulos, na data do nascimento, já estão todos formados no corpo feminino e vão envelhecendo conforme os anos. A dificuldade para engravidar, portanto, au-menta depois dessa idade. A pesquisadora explica que, apenas após um ano de tentativas, o casal deve procurar ajuda médica, já que as chances de gravidez, em um mês, são de somente 18% quando não há problema nenhum.

ANSIEDADEEntretanto, por desconhecer essa informação, as pessoas acre-

ditam que devem engravidar nas primeiras tentativas sem o uso de métodos contraceptivos. Isso provoca uma alta carga de an-siedade quando, muitas vezes, não há nada de errado. A psicó-loga abre exceção apenas para mulheres mais velhas, que para ela devem procurar um médico antes desse período, com vistas a

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ganhar tempo. A autora afirma que “40% das questões de inferti-lidade são das mulheres, 40%, dos homens e 20%, mistas”. Quan-do um homem não produz espermas, tem pouca quantidade ou baixa mobilidade, ele pensa que é menos potente ou viril, o que não têm relação com a fertilidade. Psicologicamente, porém, a ligação é muito forte e há aqueles que ficam debilitados emo-cionalmente quando descobrem. Contudo, no geral, as mulheres se abalam mais com a descoberta.

O livro não fez parte de nenhum projeto acadêmico da pes-quisadora. Foi um projeto voltado para leigos, que desconhe-cem os tratamentos ou não possuem dinheiro para uma te-rapia. A sua diagramação e seu conteúdo são leves e de fácil acesso para não parecer algo acadêmico. “Eu queria que esse livro fosse o conselheiro dessas pessoas, que pudesse acalmar suas angústias e elas percebessem que outros também passam por situações semelhantes”. E, neste aspecto, o objetivo está sendo atingido, diz a psicóloga, ao mencionar que já recebeu uma mensagem de uma leitora que não tinha condições finan-ceiras, passava pelo processo com muito sofrimento e utilizou as informações do livro como terapia.

O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece tratamentos de re-produção humana assistida no HC e no Hospital Pérola Bying-

ton, em São Paulo. Entretanto, existe uma seleção muito rígida para receber o atendimento incluindo, entre outros critérios, idade e tempo de tentativa. Normalmente somente os procedi-mentos mais baratos são oferecidos, e a medicação tem preço muito elevado. A pesquisadora considera que, nesse aspectos, as mulheres estão desassistidas: “Infelizmente, no Brasil, para a saúde pública, o não poder ter filhos não é considerado um problema – o problema é ter filhos demais”.

Segundo Liliana, os casais costumam escutar de amigos e médicos para “desencanar”, focar suas atenções em outras coi-sas porque pode ser coisa da cabeça dela e sugerem para ado-tar um cachorro e até mesmo uma criança para amenizar o estresse entorno do assunto. Isso, para ela, é a pior coisa que se pode falar para alguém que está tentando. “Adoção não é um vale-brinde para engravidar”. A fala ‘adote um que depois vem o seu’ é comum e surpreende a pesquisadora: “Se você adotar um filho ele é o seu”.

Esses argumentos também podem deixar a pessoa ainda pior, porque ela supõe que não consegue engravidar por sua culpa, por conta de seus problemas emocionais, quando não é isso. O estresse causa alterações hormonais importantes, mas “não se trata só de parar de ficar preocupado”.

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CAPA | SAÚDE MENTAL

TEXTO Artur ScarpatoPsicólogo Clínico

www.psicoterapia.psc.br

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Uma introdução à Psicoterapia

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Por meio da Psicoterapia, o Psicólogo Clínico usa de conhecimentos, técnicas e metodologias capazes de auxiliar seu cliente (ou paciente) na descoberta, compreensão e resolução de questões contributivas ou

impeditivas para a sua realização como indivíduo e ser social.

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CAPA | SAÚDE MENTAL

A PSICOTERAPIA é um método de tratamento, uma aplicação dos co-nhecimentos da Psicologia e da Psi-copatologia na clínica psicológica, sendo também chamada de Psicolo-gia Clínica.

A psicoterapia é um valioso re-curso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode as-sumir como transtornos psicopato-lógicos, distúrbios psicossomáticos, crises existenciais , estados de so-frimento, conflitos interpessoais etc.

A psicoterapia é também um espa-ço favorável ao crescimento e amadu-recimento, um lugar/tempo/modo pri-vilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos cons-trutivos e transformar padrões estere-otipados de funcionamento, restabele-cendo o processo formativo e criativo de cada um.

A Psicoterapia oferece uma opor-tunidade de compreender e mudar os padrões relacionamento interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos, favorecendo a ocorrência de inúmeras doenças.

Em alguns casos, a Psicotera-pia cumpre também uma função de educação para a vida, oferecen-do um espaço de aprendizado, com instrumentos e conhecimentos que

podem ajudar na orientação e con-dução da vida. Esta função torna-se fundamental em situações de de-sestruturação decorrente de crises ou casos de imaturidade psicológi-ca, quando a pessoa se sente verda-deiramente inapta para lidar com os enfrentamentos e dificuldades em sua vida.

ALGUMAS APLICAÇÕES DA PSICOTERAPIA

A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da pessoa, com re-sultados evidentes em diver-sas situações como:

Tratamento de transtornos psi-cológicos como transtorno do pânico, fobias, transtorno disso-ciativo, depressão, anorexia, es-tresse pós traumático etc.

Tratamento de transtornos de personalidade como transtorno borderline, transtorno esquizóide, transtorno paranóide etc.

Trabalho sobre conflitos pessoais, conjugais, familiares, interpesso-ais e grupais que podem produzir ou contribuir para o sofrimento psicológico.

Elaboração de crises existenciais, de transições difíceis (luto, crises profissionais, etc) e dificuldades

nas mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelheci-mento etc.)

A Psicoterapia pode trazer enormes benefícios como:

Desenvolvimento da capacidade de autogerenciamento, apren-dendo a dialogar com os estados internos, a regular os estados emo-cionais e adquirir autonomia.

Desenvolvimento da capacida-de de auto-observação e autoreflexão

Sair dos padrões estereotipados e criar novas narrativas de si, novos modos de compreender e condu-zir a própria vida.

Desenvolver algumas habilidades interpessoais como capacidade em-pática - saber se colocar no lugar do outro -, capacidade de comunica-ção, assertividade, resolução de conflitos etc.

Fortalecimento psicológico - ampliação da resiliência - para aumentar a tolerância e a capa-cidade de crescer com as difi-culdades que a vida apresenta.

Favorecer a saúde integral, física e psicológica

Busca de sentido existencial

Amadurecimento psicológico

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A Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida, oferecendo um espaço de

aprendizado, com instrumentos e conhecimentos que podem ajudar na orientação e condução da vida.

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Cada ser humano – psicossomático por natureza - vive uma história de interações, encontros e acontecimentos em que as doenças, quer se manifestem mais no corpo

ou na "mente", sofrem forte influência dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida.

CAPA | SAÚDE MENTAL24

UMA ABORDAGEM INTEGRADAA Psicologia Clínica ocupa um lu-

gar fundamental na área da saúde, por oferecer uma visão integrada do ser humano, incluindo as dimensões psíquica, orgânica, social e espiritual agindo conjuntamente na produção da existência humana, assim como de seus equilíbrios e desequilíbrios.

Não é possível hoje se falar em "doenças orgânicas" sem uma consi-deração pela dimensão psicológica e emocional, sendo evidente a natureza psicossomática da existência humana.

Já há algum tempo as pesquisas científicas tem demonstrado que as ex-periências de vida influenciam direta-mente o processo de ativação genética, assim como influenciam as mudanças estruturais que ocorrem no cérebro. Deste modo torna-se cada vez mais ar-tificial a distinção entre doenças men-tais e doenças orgânicas (1).

Cada ser humano - psicossomático por natureza - vive uma história de in-terações, encontros e acontecimentos em que as doenças, quer se manifestem mais no corpo ou na "mente", sofrem forte influência dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequa-das de vida. Os aspectos psicológicos participam não somente da formação de muitas doenças como tem um pa-pel fundamental na sua recuperação. A psicoterapia oferece recursos impor-tantes para uma compreensão mais

ampla do processo de adoecimento assim como estratégias para uma vida mais saudável e integrada.

AS ABORDAGENS TEÓRICASHá diversas escolas teóricas na Psi-cologia que podem ser agrupadas em cinco principais perspectivas, com seus ramos e derivações:

Psicodinâmica (Psicanálise, Psicolo-gia Analítica, etc)

Humanista (Gestalt e Psicodrama)

Corporal (Reichiana, Bioenergéti-ca, etc)

Cognitivo-comportamental

Sistêmica

A diversidade decorre tanto da complexidade do tema - a psique humana - como da origem e desen-volvimento da Psicologia a partir da influência de diferentes ramos do co-nhecimento, da Filosofia, da Medicina, das Religiões, etc.

No geral, as diferentes abordagens teóricas apresentam alguns elementos básicos, como: (1) uma teoria sobre o funcionamento mental, (2) uma teoria do desenvolvimento, (3) uma explica-ção sobre a origem do sofrimento (psi-copatologia) e (4) uma visão sobre o processo terapêutico.

Ultimamente tem sido comum que terapeutas de uma abordagem teórica utilizem técnicas originadas em outras escolas. A busca de melhores resul-

tados na clínica parece estar promo-vendo estes intercâmbios. Talvez isto indique um movimento na Psicologia de integração entre as diferentes abor-dagens teóricas.

OS TIPOS DE PSICOTERAPIAHá alguns tipos de psicoterapia, con-forme as necessidades e a configura-ção dos problemas, sendo os princi-pais:

Psicoterapia Individual para crian-ças, adolescentes, adultos e idosos.

Psicoterapia de Grupo

Psicoterapia de Casal

Psicoterapia de Família

Psicoterapia Institucional

OS PRAZOS VARIAM COM OS OBJETIVOS

Um século de pesquisas e desen-volvimento permitem que a Psicotera-pia alcance resultados cada vez maio-res e mais significativos.

No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados e à gravidade do problema.

Há vários desenvolvimentos recen-tes em psicoterapias breves, que são focadas em objetivos específicos. Atu-almente é possível atingir resultados significativos em períodos de 6 a 12 meses e há processos terapêuticos mais profundos que se encerram satisfatoria-mente em prazos inferiores a 3 anos.

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Há casos que demandam um tra-balho terapêutico mais demorado, ge-ralmente com problemática mais séria, envolvendo traumas precoces, desor-ganização psicológica, problemas vin-culares, imaturidade psicológica etc. Estes trabalhos podem exigir anos de trabalho contínuo, compensados por mudanças significativas que o trabalho psicoterapêutico pode propiciar.

Algumas pessoas encontram na terapia um ambiente fundamental de acompanhamento de seu processo de vida, de autoconhecimento e desenvol-vimento pessoal, onde são trabalhadas transformações profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo terapêutico não tem um pra-zo definido, em comum acordo entre o profissional e o cliente.

Apesar de poder parecer, à primei-ra vista, um tratamento oneroso em termos de tempo e dinheiro, a psico-terapia tem se mostrado, na realidade, um modo econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia diminui os índices de consumo de medicamentos e de inter-nações hospitalares(2). A psicoterapia tem se mostrado também um trata-mento economicamente compensador por prevenir e tratar problemas psi-cológicos que, quando não tratados, trazem enormes prejuízos financeiros para as pessoas, as famílias e mesmo para a economia do país (3).

Os tratamentos psicológicos de-monstram uma grande potência de transformação das vidas, compensan-do os investimentos realizados.

O VÍNCULO NA PSICOTERAPIAO ser humano nasce, cresce e vive

em ambientes vinculares . Destes am-bientes depende seu bem estar e suas realizações na vida. Os problemas vinculares - da primeira infância à ter-ceira idade - afetam profundamente a capacidade que as pessoas têm de amar, trabalhar e viver. A psicoterapia é um espaço para se esclarecer e trans-formar estas dificuldades vinculares. Este processo ocorre através de uma relação saudável com um profissional eticamente comprometido e tecnica-mente qualificado.

A base de uma boa terapia está na relação terapêutica. A boa terapia se de-senrola num enquadre clínico com um vínculo que favorece este processo. Aí está um dos segredos desta arte e ci-ência: criar um ambiente que permita a revelação do mundo interno e favoreça o desenvolvimento do processo singu-lar de cada um. Neste clima é possível que o ser mais oculto e amedrontado se mostre, seja ouvido e se transforme, que o processo formativo possa prosseguir formando vida.

POR QUE A PSICOTERAPIA FUNCIONA ?

As pesquisas demonstram uma

grande eficácia da psicoterapia (4).Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido demonstrar como o tratamento psico-lógico age transformando o funciona-mento cerebral. A eficácia do tratamen-to psicológico, que já era conhecida há várias décadas, tem sido corroborado recentemente pelos novos conheci-mentos das neurociências (5).

Existem centenas de livros e pes-quisas explorando e explicando por-que a psicoterapia funciona. Porém, como simples exercício de compreen-são, vamos listar alguns motivos para tentar entender um pouco sobre a efe-tividade da psicoterapia.

No início da lista, organizada num continuum que vai do mais simples ao mais complexo, temos aqueles motivos que são comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa íntima com um ami-go, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor, um médico, etc. Avançando na lista vamos chegan-do aos motivos que são próprios da psicoterapia, até aqueles que lhe são exclusivos - possíveis pelo meticuloso treinamento teórico e técnico adquiri-do pelo psicólogo em sua trajetória de formação profissional.

Eis alguns motivos pelos quais a psicoterapia funciona:

Ao dividir um problema você passa a ter "meio" problema. Compartilhar

CAPA | SAÚDE MENTAL

A psicoterapia pode lhe ajudar a desfazer nós e a encontrar o fio da meada em várias situações da sua vida.

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ajuda a aliviar a carga emocional e o sofrimento

Os vínculos de ajuda têm um poder curativo. É mais fácil superar as do-res através de uma relação autên-tica de respeito mútuo do que so-zinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de compreensão e apoio.

O psicólogo clínico (psicoterapeu-ta) é um outro , com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer perguntas dife-rentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível. Assim, a psicoterapia faz você parar para refletir sobre a pró-pria vida. Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orien-tação, sentido, rumo e aprofunda-mento da experiência de vida.

O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na com-preensão do que ocorre com você, auxiliam a identificar o que pode estar errado em sua vida, a direção que você está seguindo e as mudan-ças de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento, o psicólogo pode apontar o que olhar, como olhar e o que fazer com o que se descobre, para que estas descobertas possam ser construtivas em sua vida.

O psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possí-vel descobrir aspectos da sua per-sonalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada ou a uma conversa comum. Há um amplo espectro de técnicas de in-vestigação psicológica que permi-

tem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz.

O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que ajudam a realizar mudanças psicológicas profundas.

O psicoterapeuta está preparado para te compreender a partir do-vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita nele. Em seu trei-namento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para reconhecer pequenas nuan-ces do que você mostra na rela-ção com ele (e consequentemente com "os outros") e assim poder compreender seus modos de vin-culação e suas dificuldades nos relacionamentos.

O psicoterapeuta é capaz de ofe-recer uma presença autêntica no vínculo com você. Esta relação funciona como catalisador de pro-cessos de mudança necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de relaciona-mentos anteriores.

O psicoterapeuta passou por to-dos estes passos anteriores, tendo estado em todos os papéis, como cliente, como profissional e como observador, o que o habilita a "sen-tir-se em casa" em situações difí-ceis, poder caminhar por terrenos inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber ajudar seu cliente a encontrar um caminho de melhora.

O psicoterapeuta inicia seu clien-te num caminho de transformação pessoal. Isto é possível porque o psicoterapeuta tem um know-how,

um saber fazer que vai além do conhecimento formal, da teoria e da técnica. É um saber baseado na experiência, experiência de vida e experiêcnia da clínica.

Esta lista poderia ser estendida e apro-fundada, mas pretendemos com ela dar uma idéia ao público leigo da na-tureza do trabalho da Psicologia Clíni-ca numa linguagem diferente daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia.

UM CAMINHO DE MUDANÇA O processo terapêutico é como

atravessar um túnel. Neste túnel você vai rever muitas cenas da his-toria da sua vida de um ângulo com-pletamente novo, fazendo conexões inusitadas entre os eventos e per-cebendo a potência do passado para moldar quem você é hoje e a potên-cia do presente para construir novas possibilidades de vida.

Na travessia deste túnel você vai aprender a reconhecer os seus pa-drões de comportamento que levam você a se comportar de modo pare-cido em situações diferentes, muitas vezes "repetindo os mesmos erros". Você vai aprender a reconhecer o "como" do seu comportamento, como você age, como se relaciona, como pensa,como sente e vai aprender caminhos para poder influenciar e transformar estes padrões.

Esta é uma travessia acompanha-da, acompanhada de alguém que pode ajudar você a se compreender. Alguém que pode te ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar e a se conhecer profundamente. É uma travessia que pode mudar profundamente a sua vida.

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A partir de seu conhecimento, o psicólogo pode apontar o que olhar, como olhar e o que fazer com o

que se descobre, para que estas descobertas possam ser construtivas em sua vida.

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SAÚDE AMPLIADA | CIRANDA

Uberlândia é uma cidade que não para de realizar eventos e de trazer novidades para os seus cidadãos. Veja o que o mês de maio trouxe de novidade...

Fale mais sobre isso comigo. [email protected] Douglas Luzz

Ciranda

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Michele Borges

Dezenas de empresários locais e nacionais participaram de uma deliciosa feijoada no Praça Uberlândia Shopping. Com instalações sendo concluídas, o novo shopping de Uberlândia, que está localizado entre o Parque do Sabiá e o Aeroporto, impressionou pelo porte, localização e conceito inovador. Confira imagens feitas pelo fotógrafo, Douglas Luzz.

1ª Griffe Show Uberlândia

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Dezenas de empresários locais e nacionais participaram de uma deliciosa feijoada no Pra-ça Uberlândia Shopping. Com instalações sendo concluídas, o novo shopping de Uberlândia, que está localizado entre o Par-que do Sabiá e o Aeroporto, im-pressionou pelo porte, localiza-ção e conceito inovador. Confira imagens feitas pelo fotógrafo, Douglas Luzz.

Uberlândia tem provado que merece, cada vez mais, grandes espetáculos teatrais. Em Março, a peça ‘Incêndios’ com Marieta Severo, e em Abril o espetáculo ‘Doidas e Santas’ com Cissa Guimarães, lotaram, cada um, quatro sessões no Teatro Municipal. Em Julho, é a vez de Pau-lo Betti nos dar a honra de prestigiarmos na cidade o monólogo ‘AUTOBIOGRAFIA AUTO-RIZADA’, que o ator realiza em comemoração aos seus 40 anos de carreira. Mais informa-ções poderão ser encontradas em breve no blog e redes sociais da Ciclo Assessoria em Comunicação, responsável pela Assessoria de Imprensa de todos estes grandes eventos.

Um sonho de arte e educação atravessa o continen-te! De 23 a 25 de Maio, o grupo mineiro EMCANTAR se apresenta pela primeira vez fora do País, em um encontro que promete reunir milhares de brasilei-ros. Trata-se de um convite da ABRACE – Associa-ção Brasileira de Cultura e Educação, fundada por brasileiros na capital dos EUA. Além do espetáculo musical, preparado pelo Grupo especialmente para este momento, com canções e brincadeiras popu-lares da nossa cultura, EMCANTAR ainda ministrará oficina e palestra para toda comunidade da ABRA-CE. Acompanhe pelo facebook.com/emcantar.

Feijoada no Praça Uberlândia Shopping

Grandes espetáculos teatrais

EMCANTAR na capital dos EUA

SAÚDE AMPLIADA | CIRANDA

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SAÚDE MENTAL | ARTIGO

Sem você, não há Universo

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TEXTO Leonardo AbrahãoPsicólogo | [email protected]

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QUANDO SE SENTIR SEM SENTIDO, lembre-se que somos parte de um projeto maior: somos tanto o que reconhecemos como nós mesmos, mas, também, partes de um sistema infinito. Caso se sentir sem sentido, lembre-se que parte do sentido de tudo o que existe está na relação com todas as demais partes do sistema. Somos indivíduos, mas seres sociais, seres cosmológicos, seres de um universo. Somos indivíduos, mas filhos de um sistema - parte de um sistema maior do que todos nós.

Se se sentir sem sentido, pense no sistema e na sua relação com as demais partes desses sistemas a que chamamos sociedade e a que chamamos universo: como você se relaciona com você mesmo, com a sua família, com os seus amigos, com os seus colegas de trabalho e o próprio trabalho, com as pessoas pelas quais você sente amor, com as pessoas pelas quais você sente desejo, com o seu próprio desejo, com as instituições que lhe rodeiam, com a natureza - a natureza do seu corpo e a natureza dos planetas -, com as ideias que existem e as que povoam a sua mente, com todas as coisas que os homens descobriram ou todas as outras que os homens inventaram.

Lembre-se que não existimos por conta própria, não somos independentes e, sim, interdependentes, interconectados, intercomunicantes: os ares comunicam-se com os nossos pulmões assim como os rios comunicam-se com os mares; os ares alimentam os nossos pulmões, assim como os rios alimentam os mares; os

ares frequentam os nossos pulmões, percorrendo-os como correias de transmissão, percorrendo-os em movimentos contínuos que, ininterruptamente, nos ligam à atmosfera, nos ligam às ventanias, nos prendem aos movimentos perpétuos dos ciclos intermináveis das correntes aéreas.

Se se sentir sem sentido, lembre-se: não há um "eu" que não seja um "nós", mesmo que o "nós" seja "eu e os ventos", "eu e as águas", "eu e o sol, a lua e as luzes". Há, desde sempre e para sempre, um "você e a natureza", um "você e a humanidade", um "você e a eternidade". Ninguém nasce só, ninguém vive só, ninguém morre só. Somos sempre um "nós" - com os ares e os mares, pulmões e atmosferas, os nossos olhos e as luzes, as cores e as coisas, os homens e as palavras, os ouvidos e os sons em eternos movimentos de ondas sonoras e repercussões sensitivas em nossos nervos auditivos, nossas peles e os ventos, os calores e os frios que nos acolhem, nos afetam e com os quais interagimos tendendo ao equilíbrio.

Se se sentir sem sentido, não pense que não haja sentido nas coisas, na vida ou nas provas que, às vezes, nos alcançam por que nos relacionamos com os sistemas dos quais elas também fazem parte: o que hoje não compreendemos, amanhã respeitaremos, aceitaremos e agradeceremos. Mas é preciso que haja o amanhã - o tempo da compreensão, do respeito e da gratidão. Do aprendizado da gratidão. Mas o que é o amanhã senão os desdobramentos do hoje,

do hoje e do agora? Então, não o espere - produza-o; não o deseje - concretize-o; não o idealize - materialize-o pelas suas próprias ações, as suas próprias atitudes, decisão após decisão. Decida-se. Descubra-se.

Conheça-se ao ponto de ser quem se é - e seja a parte melhor de um sistema maior. A melhor parte. A parte que faz o sistema melhor. O melhor sistema e o sistema que nos torna partes melhores. Respire. Se os ares percorrem os seus pulmões, você pode percorrer os ares. Percorra. Movimente-se. Se as luzes percorrem os seus olhos, você pode percorrer as luzes. Percorra. Veja além da visão tornando-se luz. Ilumine as luzes - seja fonte de luz e alimente as luzes que alimentam sua luz. Se se sentir sem sentido, lembre-se: onde há um "eu", há um "nós" - um "nós" que envolve a todos e a tudo, aos céus e aos horizontes, às terras e aos oceanos, às luzes e aos sons, às peles e às temperaturas, aos gostos e aos paladares, aos passados, presentes e futuros. Se se sentir sem sentido, lembre-se: ninguém está sozinho. Onde há partes, há sistemas, como pontos de um desenho, letras de um livro, notas de todos os sons que povoam o universo - o nosso universo, o universo que, do infinito da sua objetividade, liga-se ao infinito da nossa intimidade, da nossa subjetividade, aonde se funda e ganha todo o sentido. Se sentir sem sentido, lembre-se: é em você que o universo ganha sentido, sabe-se sentido e pode ser sentido. Se sentir sem sentido, lembre-se: sem você, não há universo.

SAÚDE MENTAL | ARTIGO 31

Se sentir sem sentido, não pense que não haja sentido nas coisas, na vida ou nas provas que, às vezes, nos alcançam por que nos relacionamos

com os sistemas dos quais elas também fazem parte: o que hoje não compreendemos, amanhã respeitaremos, aceitaremos e agradeceremos.

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Reflexão: o que pensa você?

Quando vamos fazer algo sem esperar nada em troca. . .

Quando deixaremos de criticar a nós mesmos sem metas. . .

Quando não nos permitiremos a julgar os outros. . .

Quando apenas colocaremos os interesses que são comuns a todos. . .

Quando não mais criaremos os conflitos, mas sim a fluidez. . .

Quando nos livraremos da atitude de preocuparmos. . .

Quando de fato viveremos o instante presente. . .

Quando nos libertaremos do medo e agiremos com espontaneidade. . .

Quando admiraremos o simples com mais frequência. . .

Quando nos sentiremos ligados a tudo e a todos naturalmente. . .

Quando o sorriso e a alegria acontecerem “do nada”. . .

Quando sentiremos uma grande vontade de não ter o controle de mais nada. . .

Quando perceberemos que segurança é pura ilusão. . .

Quando?

Agora. . . Sempre Presente. . .

Pela Eternidade afora. . . .

CONSULTÓRIO | SAÚDE MENTAL32

Rongno R.RodriguesPsicoterapeuta / Consultor

[email protected]

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Afinal, o que são drogas?

O TEMA “USO DE DROGAS” é um assunto polêmico e geralmente associado a conceitos pejorativos. Em linguagem comum, “droga” está associada a algo ruim, sem qualidade. (“Ah, mas que droga” ou esta droga não vale nada!”). A maioria das pessoas associa drogas às chamadas substâncias ilícitas, como por exemplo: maconha, cocaína/crack, ecstasy, LSD (ácido lisérgico), etc. Po¬rém, esquecem que o álcool, o tabaco e os medicamento também são drogas.

Mas, afinal, o que são drogas? De acordo com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) “droga” pode ser definida como qualquer substância que atua no sistema nervoso central (basicamente no cérebro), provocando uma mudança no comportamento de quem a consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.

Apesar de estarmos conscientes sobre os riscos do desenvolvimento de dependência, por que as pessoas usam drogas? A resposta é simples: drogas proporcionam prazer. Mas como evitar possíveis problemas relacionados ao consumo de substâncias psicoativas? A primeira atitude é não negar o prazer proporcionado pelas drogas. Por isso, é ineficaz quando a mídia utiliza propagandas amedrontadoras em que se fala que “droga” não é bom,

é algo ruim, já que, caso a pessoa (principalmente os adolescentes) tenha feito uso de alguma substância, ela questionará a veracidade de tal mensagem ao perceber que “droga” é algo bom no sentido de causar prazer após seu consumo.

Além disto, é importante informar que o uso de qualquer “droga”, independente de ser ou não legalizada, envolve riscos e conseqüências e estar consciente disto é o primeiro passo para a prevenção, visto que, quando se esclarece tais riscos e consequências, evita-se o surgimento de novos usuários e se responsabiliza aqueles que já fizeram o uso e continu-am a consumir, no sentido de que usar drogas é um processo de escolha, ou

seja, as pessoas podem escolher entre usar ou não uma determinada substância. Por último, encontrar outras fontes de prazer que não estejam relacionadas ao uso de drogas é fundamental. Atividades de lazer, práticas esportivas, trabalho voluntário, grupos de referência (família, amigos) são ótimos exemplos para buscarmos satisfação, bem-estar e gratificação. Investindo-se nessas referências aumentamos a possibilidade de não termos problemas relacionados ao uso de drogas. Mais do que saber sobre os prejuízos relacionados ao consumo de drogas é importante discutir sobre o que são essas substâncias, de forma a esclarecer seus riscos e conseqüências sem julgamentos, amedrontamento e preconceitos.

Apesar de estarmos conscientes sobre os riscos do desenvolvimento de dependência, por que as pessoas usam drogas?

SAÚDE MENTAL | ARTIGO

Elson Kagimura Psicólogo na Clínica Integrare em Uberlândia CRP: 04/22769 Especialista no tratamento da dependência química | Terapeuta Cognitivo-comportamentalProfessor do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM

[email protected]

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falemaissobreisso.com.br edição 19 2015*nomes fictícios, depoimentos enviados por leitores da revista.

Veja o que diz quem fez psicoterapia

DEPOIMENTOS | SAÚDE MENTAL

Lourdes*, 37 anosFui abusada pelo segundo marido da minha mãe quando era criança. Demorei 25 anos para contar isso a alguém e esse segredo fez dois casamentos meus acabarem antes de completarem 5 anos cada um. Meus maridos sofreram com a minha recusa toda vez que me procuravam para oferecer amor sexual a eles. Uma amiga sabia do medo em relação ao sexo, mas não sabia dos abusos que sofri. Mesmo assim, me indicou o seu psicólogo e foi com ele que me abri depois de quase 6 meses de sessões. (. . .) Depois de contar meu trauma a ele, permaneci em psicoterapia por quase um ano e meio, conseguindo me ver livre dos medos e dos traumas pouco antes de sair das sessões. Hoje vivo melhor e resolvida em relação às violências que me fizeram perder anos e casamentos. Já consigo ter uma vida sexual tranquila e sei que dessa vez estou segura para me entregar ao projeto de um casamento feliz e completo.

Rafael*, 44 anosMinha insegurança em relação à fidelidade das minhas namoradas acabou com vários relacionamentos que tive após a adolescência. Eu era extremamente indeciso sobre o quanto uma namorada gostava de mim e infernizava a vida delas com perguntas sem fim sobre seus desejos de permanecerem comigo e vigílias escondidas dos seus comportamentos. Eu tinha ciúmes de parentes, colegas de trabalho e ex-namorados, causando brigas e discussões em todas as festas ou eventos que íamos. (. . .) Eu era infeliz, inseguro e imaturo. Fui em uma psicóloga após fazer uma namorada perder o emprego e ela ter terminado comigo no dia do seu aniversário (que estraguei). Já nas primeiras sessões, a psicóloga mostrou muitas questões para mim, fazendo-me pensar em coisas e condições às quais eu nunca tinha me atentado e ninguém nunca tinha me falado. Nosso mundo é muito pobre em reflexões e muito rico em idiotices na moda. A psicóloga abriu a minha cabeça e me fez olhar para dentro da minha própria insegurança – coisa que tinha a ver com a minha relação com os meus pais e a relação do meu pai com a minha mãe. (. . .) Não fosse esse trabalho, acho que eu ainda seria um problema na vida de quem apenas queria viver comigo.

Ana Luiza*, 34 anosPrecisei da ajuda de uma psicóloga para poder passar pelo tratamento em busca da gravidez. (. . .) Como eu não conseguia engravidar, comecei a ficar muito ansiosa toda vez que menstruava e via perdida a minha chance de ser mãe. Suportei bem os primeiros anos, mas precisei da psicoterapia para enfrentar a imprevisibilidade do tratamento em outra cidade e longe da minha família. (. . .) Até hoje não consegui realizar meu sonho, mas tenho aprendido a lidar com essa questão de uma maneira mais equilibrada e compreensiva, entendendo que ninguém tem controle sobre a vida e nem sobre os acontecimentos que nos felicitam ou entristecem – temos controle apenas sobre o que pensamos e sentimos, e, às vezes, nem sobre isso mesmo, já que somos parte consciente e parte inconsciente na relação com os nossos conteúdos psicológicos. (. . .) Graças a Deus e a minha psicóloga, estou me sentindo mais conformada com a luta que travo há anos em busca de uma gravidez, mas ciente de que ser mãe não é o objetivo único da vida de uma mulher mesmo que o mundo todo force a barra dizendo que esse é o único objetivo da nossa existência.

Luiz Henrique*, 48 anosMinha vida sexual era sofrível e pobre. Todas as pessoas que me interessavam não aceitavam as minhas fantasias sexuais e eu era obrigado a abrir mão dos prazeres que tomavam conta da minha mente e do meu corpo. Durante muitos anos, perdi tempo tentando ajustar meu comportamento sexual aos preceitos da sociedade, aceitando as limitações impostas pelas pessoas com quem eu me relacionava sexualmente. (. . .) O acúmulo de frustrações e carências sexuais me levou a procurar a ajuda de um psicólogo (. . .) em busca de fim ao meu sofrimento. (. . .) No começo, meu propósito era tirar de meus pensamentos os desejos que me faziam ser diferente das minhas parceiras, mas, durante as sessões, fui descobrindo que meu futuro era mudar de parceiras em busca da minha realização sexual. Isso foi muito importante para a concretização da minha felicidade como homem e hoje me sinto realizado me relacionando com pessoas que possuem mais afinidade com o meu jeito de ser, pensar e desejar. Sou muito grato aos dois psicólogos que frequentei (o primeiro teve que mudar de cidade e me indicou um outro profissional amigo dele).

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Traição Virtual existe ou é coisa da sua cabeça?

A pergunta acima pode parecer brin-cadeira, mas existe, ou será que não? O fato é que a cada dia as pessoas estão colocando suas vidas nas plataformas digitais, e apostando no resultado. Com o surgimento das redes sociais, surge também uma nova preocupação para os casais, os meios digitais podem interferir de forma negativa nos relacionamentos?

Para responder este e outros ques-tionamentos, o (En)Cena, parceiro da Revista Fale Mais Sobre Isso, convidou a sexóloga, Glícia Neves da Costa Quei-roz, para falar um pouco sobre o tema.

(En)Cena - O que pode ser considerado traição em um relacionamento?Glícia Queiroz - A relação conjugal é fei-ta pela livre vontade das duas partes, ou seja, a escolha de estarem juntos, essa decisão tem como fundamento a renuncia, confiança e fidelidade. Quan-do há qualquer tipo de envolvimento com terceiro que quebre um desses fundamentos é uma traição.

(En)Cena - O que é traição virtual?Glícia Queiroz - Hoje estamos acostu-mados com a justificativa que diz, “todo mundo faz”! Então se todos fazem dei-xa de ser considerado errado? Qual a necessidade em se envolver com outra pessoal no mundo virtual? Se fosse algo permitido e aceito no relaciona-mento não era feito as escondidas, não haveria senhas de acesso, nem conteú-dos deletados. Traição virtual é quando você tem cobiça, conversas intimas ou desejo por alguém no âmbito virtual.

(En)Cena - Para quem é mais difícil per-doar uma traição, homens ou mulheres?

Glícia Queiroz - Acredito que pela pró-pria cultura implantada de que “todo homem faz”, as mulheres acabam rele-vando com mais facilidade as deslizadas masculinas. A questão é o desgaste para o relacionamento, que mesmo depois do perdão e da reconciliação fica uma inse-gurança em relação ao comportamento

do outro. Isso é um fardo muito pesado para se manter um relacionamento.

(En)Cena: E quando bate a insegurança, o que fazer?

Glícia Queiroz - A insegurança muitas vezes é motivada pelo comportamento do outro. Quando a insegurança bater, se fortaleça, pergunte-se por qual mo-tivo esta insegura, se for pelo compor-tamento do outro, converse e pontue os motivos que a deixam insegura, se for por falta de atitude sua, veja o que pre-cisa melhorar e comece agora mesmo.

Quais os principais problemas no relacio-namento podem acarretar uma traição?

Glícia Queiroz - Falta de dialogo, falta de companheirismo, falta de sexo, gros-serias constantes, magoas reincidentes, normalmente são relados pelas pesso-as que traem, mais acho que o principal problema é a falta de respeito pelo ou-tro, pela família, pelo amor e por si. Pois se o relacionamento esta precisando ser ajustado, converse sobre o que pre-cisa melhorar, procure ajuda, se não conseguirem separe. Envolver mais al-guém no relacionamento em crise, não é uma forma de resolver os problemas.

(En)Cena - O que fazer para evitar que o mundo virtual atrapalhe na relação real?

Glícia Queiroz - O que não quero para mim, não faço com o outro, acho que é simples. O que não acrescenta em mi-nha vida eu descarto, então o melhor é filtrar as coisas que fazem bem para você e para o seu relacionamento.

(En)Cena - Terapia de casal, consultas com sexóloga, tratamento médico, qual o melhor caminho para se recuperar a confiança no parceiro após uma traição virtual?Glícia Neves - Ajuda profissional é be-néfica, pois consegue ajudar a resgatar a confiança em si. Agora a confiança no parceiro, é uma conquista do pró-prio parceiro, que terá que demonstrar

através de suas atitudes que é digno de confiança novamente. Isso pode ser rápido, demorar ou nunca mais aconte-cer. Confiança não é algo imposto, e sim conquistado diariamente.

(En)Cena - Quais as suas dicas, como profissional, do que pode ser feito para melhorar o relacionamento entre os casais e impedir que esses fatores virtuais possam prejudicar futuramen-te a relação?

Glícia Queiroz - As relações hoje ini-ciam e concretizam muito rápido, antes mesmo de conhecer um pouco mais os costumes e defeitos do outro. Então procure conhecer melhor seu parceiro, suas preferências, conversem muito sobre tudo, sejam companheiro um do outro, aprendam com os erros e saibam perdoa.

Amar é uma decisão, então se quer estar com alguém real, viver o rela-cionamento de forma saudável, pra-zerosa e feliz, faça essa escolha todos os dias. Um dia de cada vez. Demons-tre esse amor através das atitudes, palavras e ações.

CONSULTÓRIO | SAÚDE MENTAL38

TEXTO Hérica Rocha | Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

Em tempos de redes sociais e contemporaneidade, o que é traição virtual?

Glícia é Personal e Professional Coach; Sexóloga; Educadora Sexual com Qualificação em Sexo, História, Cultura e Saúde; Especialista em Orgasmo Feminino; Consultora de Relacionamento; Consultora Sexual; Palestrante em Cursos, Workshops, e Empresária.

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O Reanima é um Programa de Orientação Psicológica que ajuda as pessoas a (re)encontrarem o sentido de suas vidas, resgatando o ânimo e a energia com que podem se dedicar aos seus sonhos, projetos e desejos. Sua metodologia de trabalho é dividida em três etapas: Autoconhecimento, Autotransformação e Autorealização.

VOCÊ PODE PARTICIPAR DO REANIMA - PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA USANDO A INTERNET, PELO SKYPE OU POR EMAIL. O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA REGULAMENTOU ESSE SERVIÇO ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO CFP N0 011/2012.

Leonardo Abrahão | Psicólogo | CRP 36232/04

Av. Santos Dumont, 174 | Centro | Uberlândia/MG34 9966.1835 | [email protected]

Ou você ganha tempo cuidando da saúde ou perde tempo cuidando da doença.

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O artista coreano Puuung se inspirou em ações simples como essas para criar suas ilustrações a respeito do que considera o seu ideal de Amor

SAÚDE AMPLIADA | ILUSTRAÇÃO40

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SAÚDE AMPLIADA | ILUSTRAÇÃO

AMOR É VERBO,AMAR É ATITUDEAmor" é verbo-conceito que não passa de uma palavra bonita se não for acompanhada e concretizada por meio de escolhas, decisões e atitudes no dia a dia. Quer exemplos? Inspire-se nas ilustrações.

TEXTO Leonardo AbrahãoILUSTRAÇÕES

Puuung

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Nas palavras do artista, “o amor é algo com que todo mundo pode se identificar. E o amor vem em maneiras que nós podemos facilmente negligenciar em nossas vidas diárias. Então, eu tento encontrar o sentido do amor em nossas vidas diárias e torná-lo em arte“.

SAÚDE AMPLIADA | ILUSTRAÇÃO42

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SAÚDE AMPLIADA | ILUSTRAÇÃO 43

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