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Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de setembro de 2012

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

É tão difícil descobrir o que se quer ser. Al-gumas pessoas passam a vida inteira sem saber, mudando de tarefas e funções em

busca da própria realização pessoal e profissional. Mas, algumas pessoas definem isso muito cedo, ain-da na infância, sem que haja uma pressão dos pais para essa escolha.

É o caso de Laura Vasconcelos, natalense, 12 anos, que foi a única no Estado neste ano selecionada pe-la Escola Bolshoi do Brasil, sediada em Joinville (SC). Diga-se de passagem essa foi a sua segunda apro-vação para a escola, pois na oportunidade anterior ela desistiu por não ter condições de se manter. Ago-ra, além da seleção, a pequena bailarina ganhou bol-sa para estudar balé. A mãe dela, Lidiane, entende sua escolha e sabe que deve deixar a filha seguir seu caminho.

O exemplo de Laura é o tema de capa desta se-mana, para inspirar crianças, adolescentes e até mesmo adultos que têm dificuldades de encontrar o seu caminho. A entrevista com o professor Pedro Fernandes é outra forma de inspiração, porém, atra-vés da Literatura e das particularidades das obras de José Saramago.

Tem ainda informação para os homens que sofrem com ejaculação precoce, dicas de como conquistar o primeiro emprego e muito mais!

Leia com calma, reflita. Bom Domingo pra você!

editorial

Na trilha do própriosonho

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taCapa

Davi Moura preparou uma coluna supersaborosa.

O trabalho da Cia A Máscara junto a jovens infratores

Rafael Demetrius ajuda como conseguir seu primeiro emprego

Adoro comer

Social

Coluna

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A determinação de Luana que seguirá para o corpo Bolshoi de balé em Joinville

Foto: Frankie Marconi

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)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Era conhecido por atacar (não fisicamente) mulher que en-contrasse em rua deserta,

fosse de dia, fosse de noite. Trata-se de um maníaco sexual, de apelido Franjinha, devido ao modo de pentear o cabelo, e cujo prazer erótico consistia em abrir a braguilha e exibir o membro ereto a mu-lheres sozinhas em rua deserta.

Morava com a mãe viúva, uma velhi-nha muito querida por todos, não só ali na vizinhança, e que morria de vergonha desse comportamento anormal do filho. Rezava, aconselhava, rogava, até de jo-elhos, e não tinha jeito que desse jeito.

Muitas surras eram-lhe prometidas, mas nunca acontecidas, seria isso um sofrimento para a pobre mãe, uma ve-lhinha bondosa e sofrida que vivia da solidariedade de pessoas de bom cora-ção. Pelo quê, Franjinha ia escapando, escapando, escapando, e já nem dava mais ouvido às ameaças rotineiras. .

Cadeia; era sair num dia e voltar no outro, apesar da peia de corda da polícia, “O jeito que tem é deportar esse nojen-to”, dizia o delegado às queixas de qua-se todo dia. Fez correr um abaixo-assi-nado a ser entregue ao juiz da comarca, pedindo a deportação de Franjinha, a bem do pudor das famílias.

CORTOU O MAL PELA RAIZ

JOSÉ NICODEMOS*

conto

Mas é que a grande maioria tinha pe-na de a velhinha mãe dele ficar sem sua única companhia naquele casebre de fim do mundo, seria aumentar-lhe o sofri-mento. Quem haveria de cuidar dela? Pelo menos, para isso, o desgraçado do filho servia.

Das suas vítimas mais frequentes, Donana era uma; gostava de andar pelas casas. E sempre, com seu jeitão de mu-lher sem os escrúpulos morais do tempo, ia ao encontro dele, Franjinha, jeitosa-mente fingida – “Deixe eu pegar, meu filho”, e ele, escabreado, desabava na carreira, até desaparecer no primeiro beco que encontrasse. E os havia em to-das as ruas. . .

Sim, Donana passara a andar prevenida

com uma navalha por dentro do sutiã, lhe cortaria o membro na primeira oportunida-de. Era uma mulher alta, corpulenta, bra-ços de lutador de sumô, valente. Franji-nha, um tico de gente, e no mais, mofino de apanhar até de calças curtas. . .

Eis que um dia, Franjinha, correndo disparado de Donana, rua afora, o sexo de fora, acertou de tropeçar num cachor-ro que lhe atravessou na frente, espar-ramando-se no chão, com todo o corpo, a cara num ruma de areia.

Ora, ora, foi o fim do miserável; Do-nana, navalha em punho, desvirou-o, “pelo amor de Deus não me mate”, pôs-lhe o pé pesado de lenhador no pescoço fininho, e, num só golpe – cortou o mal pela raiz.

Das suas vítimas mais frequentes, Donana era uma; gostava de andar pelas casas. E sempre, com seu jeitão de mulher sem os escrúpulos morais do tempo, ia ao encontro dele, Franjinha, jeitosamente fingida

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entrevista

Pedro Fernandes nasceu em Lajes e, atualmente, é aluno do Doutorado em Literatura Com-parada pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPGEL) da Universi-dade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). É mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e

graduado em Letras com habilitação em Língua Portuguesa pela Faculdade de Letras e Artes na mes-ma instituição. Próximo dia 5 de outubro, vai publicar o ensaio acadêmico “Retratos para a construção do feminino”, pela Editora Appris, resultado de suas pesquisas sobre as obras de José Saramago. Além disso, é autor de “Palavras de pedra e cal”, um e-book de poesia produzido independentemente em 2009, e “Sertanices” e “Bardos”, outros dois livros de poesia, ainda inéditos. É editor do caderno-re-vista “7faces”, um periódico eletrônico publicado semestralmente e com foco em poesia.

PEDRO FERNANDES

redaçã[email protected] | Twitter: @defato_rn

As mulheres nas obras de Saramago

DOMINGO – Como se deu a sua aproximação com as obras de José Sa-ramago?

PEDRO FERNANDES – Muito bem lembrado de me perguntar isso, porque uma das coisas que mais faço questão de sempre dizer aonde vou é como isso aconteceu. Enquanto professor de Lite-ratura somos formadores de leitores, e falar da experiência de leitor me parece ser ainda a forma mais apropriada de le-var o outro a ter curiosidade em ler. Diria que a coisa aconteceu por mera curiosi-dade de leitor. Na época eu estava cur-sando licenciatura em Letras na Uern e, por volta do quinto semestre, meio que

à obra de algo para desenvolver minha pesquisa para monografia de conclusão do curso. Sabia que seria em Literatura, mas quem ou o que estudar ainda não. É quando numa das muitas tardes na biblioteca setorial dou com a lombada de um livro em que se lia “O evangelho segundo Jesus Cristo”. Peguei o livro e foi este o primeiro romance de José Sa-ramago que tive oportunidade de ler. Mas, não foi uma aproximação fácil. Li pelo menos umas três vezes as primeiras páginas desse livro para entender afinal diante do que estava. Eu gosto de leitu-ras que me desafiam. Foi assim com Os sertões, de Euclides, com Grande sertão,

de Guimarães Rosa, Dom Quixote, de Cervantes, enfim, gosto dessa coisa do desafio. E foi isso que me pareceu ao ler o Evangelho. E foi isso o que me disse “é este o autor que vou estudar”. Na época, eu não sabia de nada de quem era esse Saramago. E olhe que já tinha sido pu-blicada muita coisa dele no Brasil e até já havia ganhado o Prêmio Nobel de Lite-ratura, mas não sabia de nada. Sarama-go era-me um desconhecido, que só fui me dar conta da figura quando fui para a Internet saber mais da vida do autor. Mas, a história da aproximação foi essa: um encontro casual numa tarde na bi-blioteca.

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O QUE te chamou a atenção no con-junto de obras desse escritor e quais suas características marcantes?

A PRIMEIRA reação minha foi com a forma de escrita. Essa necessidade do es-critor em se aproximar do fôlego da orali-dade como se quisesse colocar a simulta-neidade da fala na escrita. Mais adiante, e estou me referindo ao Evangelho, nas cenas de diálogos, a ausência da forma-tação comum da narrativa, essa coisa do tudo organizadinho, fala de personagem com travessão, anúncio de fala com dois pontos, a ausência disso que me deu ou-tro prazeroso trabalho, que no princípio era ficar martelando mentalmente onde que o narrador findava para o início do pensamento ou da voz da personagem, esse processo, que chamo de pro-cesso de apropriação do leitor adequado, foi o que, e sempre digo isso, talvez seja o que primeiro chame atenção, lidas algumas páginas de qualquer um dos romances mais conhecidos de Saramago. E quan-do conheci biograficamente o escritor, a sua formação pessoal e intelectual e sua posição diante de assuntos caros à huma-nidade é que fui perceber o tom mais po-lítico, sem o panfletismo, é verdade, que há na sua literatura. O que constitui uma grande obra é sua capacidade de tocar em assuntos que dizem respeito à humanida-de, porque por mais diferenças culturais que tivermos, há coisas que são univer-sais, como a política, a religião, a história, o amor, o medo, e isso tudo está na obra saramaguiana. Acho que ele é um dos poucos escritores da contemporaneidade que soube engendrar na medida certa o estético com o político na obra de arte, fazendo, com isso, que a obra de arte lite-rária não seja um apêndice do social, mas um elemento que quer refletir sobre.

NA SUA atuação como pesquisador há uma constância no interesse pelas figuras femininas da literatura. Que pontos em co-mum o senhor observa nesses femininos?

ESSA observação nasceu depois que li Ensaio sobre a cegueira. Nesse roman-ce, todos são acometidos por uma epide-mia de cegueira branca e a única que não cega é a personagem da mulher do mé-dico. Todos devem se perguntar o porquê que essa personagem não cega e por que justamente uma mulher. Depois daí fui vendo que nos outros romances de Sa-ramago há uma predominância de perfis femininos. Voltando ao Evangelho, lá tem a Maria de Madalena, que é recuperada como a que prepara Jesus para a vida e ensina-lhe o amor dos homens como al-ternativa contrária à sede de poder divi-no; depois vem em Memorial do conven-to, a Blimunda, que é uma mulher que tem o maravilhoso poder de ver o que se passa por baixo da pele das pessoas, na Jangada pedra, outras tantas mulheres, no Ano da morte de Ricardo Reis, em Levantado do chão, Manual de pintura e caligrafia, enfim, em todos os romances do escritor há uma figura feminina que sobressai na narrativa. O que noto em

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comum nessas personagens é que são de gente simples, não têm a ganância e nem ânsia desenfreada pelo poder, e não para isso, nem figuras angelicais e nem demo-níacas, são criaturas humanas e transitó-rias entre o bem e o mal, até porque essas são duas categorias postas em xeque, em alguns momentos de alguns romances. E o instinto materno que une as mulheres cá no mundo em que vivemos parece ser um forte elemento condutor dessas mu-lheres na ficção, muito embora haja qua-se um apagamento da figura da mãe nos romances. As prota-gonistas, por exem-plo, nenhuma delas é mãe ou tem neces-sidade de ser para ser o que elas são. Sua feminilidade é definida noutra esfera.

SEU mestrado em Letras enfatizou justamente os personagens femininos. Há uma presença marcante desse feminino e de diferentes personalidades ou ele busca personagens femininos que se repetem?

O FEMININO ele está presente, como falei, em toda a obra, até nas peças de teatro, em alguns poemas, é uma figu-ra, portanto recorrente. Não diria com toda essa recorrência que sejam perso-nagens que se repitam. Não. Saramago é um escritor que tem larga consciência da história e entende que determinados movimentos, por exemplo, o de indepen-dência do feminino, não foi um proces-so homogêneo ou que se encontre hoje em sua plenitude. Então, desse ponto de vista, encontramos várias possibilidades de ser mulher. São do seio daquela gente simples como eu falei, mas cada uma tem uma particularidade: umas são totalmen-te independentes, não só em relação ao sexo masculino, mas em relação ao seu pró-prio corpo de mulher, outras ainda são subjugadas por ambos os lados, ou-tras estão em processos de vias de ser, enfim, são figuras heterogêneas; às ve-zes, num mesmo romance percebemos essa heterogeneidade.

COMO se deu a ideia de transformar a sua pesquisa intitulada "Retratos para a construção do feminino na prosa de José Saramago" em livro, pela Editora Appris e quando será o lançamento?

A PRINCÍPIO, o texto do título era mais longo, havia uma “identidade” aí pelo meio, depois retirei porque acho que o termo “feminino” já comporta a ideia de identidade. E desse modo sai o livro. Foi uma dissertação escrita para dois propó-sitos: primeiro, alargar essa ideia de fe-minino na prosa de José Saramago, até porque isso não é um elemento que tenha algum ineditismo na crítica literária sara-maguiana, mas um estudo mais acurado sobre, isto era uma lacuna bibliográfica ainda por preencher, muito embora deva existir pelos programas de pós-graduação dentro e fora do Brasil alguém que tenha esse mesmo interesse, mas o propósito do estudo primeiro foi este: suprir uma la-cuna. Depois, foi uma dissertação escrita já pensando em ser livro. Passou por uma editora em Curitiba e teve o aval da co-missão científica e depois me veio o convi-te da Appris que estava organizando uma coleção com o título de “Linguagens”. Os originais foram submetidos novamente e novamente foram aceitos. E agora sai pu-blicado. Mas, como já tenho dito, é outro texto. O leitor estará diante de um novo texto. O que tinha de dissertação sobrou apenas no tema, porque todo o itinerário foi recomposto: entraram as considera-ções feitas pela banca no dia de defesa e, com mais atenção aos tais conselhos, en-traram muitas das notas que fiz e que não foram incorporadas ao texto inicial, os tí-tulos foram refeitos, e enfim, espero que esteja um trabalho à altura do que procu-ra o leitor e do que foi a proposta primeiro delineada. Quanto a isso de lançamento, eu estive desinteressado em fazê-lo. Cla-ro que pensei num lançamento em Mos-soró que é onde se concentra um grupo maior de conhecidos meus, mas fora daí

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entrevista

não pensei em outros lugares não. Mas, por conveniência mesmo, haverá um lan-çamento às 11h do dia 5 de outubro na Livraria da Cooperativa Universitária, que fica no Centro de Convivência da UFRN. Na segunda semana do mesmo mês farei um lançamento em Campina Grande, de-pois em Manaus. Mossoró, creio que deva ser ainda neste ano.

OUTRO trabalho que o senhor coor-

dena é a publicação digital da revista 7faces, que vem se aprimorando na sua proposta. Como surgiu e qual a sua pro-posta enquanto periódico?

A 7FACES é a soma de duas ideias. Desde 2007 eu conduzo a duras penas um blog que tem interesse em Literatura, Ates e Comportamento. No mesmo ano, na Faculdade de Letras, eu e um grupo de amigos pusemos adiante um jornal lite-rário chamado de Trabuco. Saímos da fa-culdade e o jornal ainda durou umas duas edições depois de nós, o que é uma pena. Mas, como já tinha esse interesse formado, dei pulsão à ideia da 7faces. Então, ela, a união da minha experiência com o blog e com o jornal, tem-me rendido bons frutos. Já foram cinco edições, estamos indo para a sexta edição, que deverá sair em janeiro de 2013, mais de cinquenta nomes publi-cados entre poetas do Brasil, Portugal, Ar-gentina, Chile, Itália e uma edição especial sobre a obra poética de José Saramago resultada de um ano de intenso trabalho, mais outras publicações eletrônicas.

ALGUMAS obras de Saramago foram adaptadas para o cinema. O que o senhor pensa dessa mudança na forma de nar-rar uma história que se conhece primeiro pela literatura?

DAS três obras vertidas para o cinema eu só tive acesso até agora a duas, que fo-ram o filme de Fernando Meirelles, o Blind-ness, baseado em Ensaio sobre a cegueira, e o filme O embargo de António Ferreira, a partir de um conto de mesmo título que no Brasil se publicou numa antologia cha-mada Objecto quase. Tem ainda o romance A jangada de pedra, que foi produzido na Alemanha e é uma das primeiras adapta-ções feitas para o cinema. Agora sei que Miguel Gonçalves Tavares, que produziu um belíssimo documentário sobre José Saramago, José e Pilar, anunciou a produ-ção de O evangelho segundo Jesus Cristo e está já em produção O homem duplica-do. Acho isso uma tendência do cinema. E são formas bastante distintas. Evidente que todo aquele duelo com a palavra que o leitor tem diante do texto literário deixa de existir no cinema. E, no caso de Sarama-go, perde-se muito, porque uma das coisas que sobressai na sua obra – e é seu perfil narrativo – é a sua construção da lingua-gem verbal, que no cinema é integralmen-te substituída pela câmera. Mas, não vejo com maus olhos. Como são formas distin-tas de linguagem, creio que, mutuamente, elas convidam ao conhecimento da obra do

escritor porque tanto quem leu o romance irá ver o filme quanto quem ver o filme deve querer ler o romance.

COMO o senhor percebe o interesse dos alunos pela lite-ratura brasileira, de modo amplo?

HÁ O interesse; falta quem os desperte, quem os instigue. Isso falta. E é um movimento global, fruto de um modo er-rôneo de concepção da literatura: a literatura como objeto sacraliza-do, do qual só se apro-ximam os grandes. Essa ausência do professor, que talvez não seja nem bem uma ausência mas um distanciamento, é preocupante. Leva para um esvaziamento e desin-teresse pelo próprio curso de Letras, porque falta ao aluno deixar-se levar pelo prazer do texto. Esse dis-tanciamento é, também, culpa dos professores de outras áreas do cur-so que estão bitolados na linguagem como erário científico; onde se pode conceber um professor, seja de qual área for, mas das Le-tras, principalmente, dizer que não suporta ler; isso é um agra-vante. E perigoso. E, se não houver uma forte intervenção, vamos es-tar formando profissio-nais totalmente alheios ao trabalho que deverão desempenhar e caminhan-do para uma barbarização do saber. Antes que o aluno saiba que está no embate com o texto a base de sua formação, o professor tem também de se dar conta disso. Só a partir daí é que se pode pensar em interesse.

FIQUE à vontade para falar so-bre algo que não foi perguntado...

QUERO apenas agradecer pelo con-vite para esta entrevista. Momentos como este também são significativos para quem é professor, porque é uma forma outra de contato com um público maior sobre o nosso trabalho e é também um instante de reconhecimento por um esforço. Não se brinca de pesquisar. São muitas horas de isolamento, de angústia, para o andamento de um estudo desses que agora sai publicado. Obrigado.

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social

Cia A Máscara realiza trabalho social junto a jovens em situação de conflito com a Lei de Mossoró

para um bom caminhoArteUma oportunidade para se in-

serir socialmente e encontrar um caminho mais promissor.

Este é o principal objetivo de um traba-lho realizado há mais de um ano pela Cia A Máscara de Teatro junto aos jovens internos do Centro integrado de Apoio ao Adolescente infrator (CiAD) no bair-ro Santa Delmira, Zona oeste da cidade de Mossoró.

A companhia realiza o trabalho de divulgar a arte como caminho que soma a formação do cidadão. Recentemente, o grupo participou do projeto Revira-volta em parceria com o DiRED, duran-te três meses unindo arte e educação para a cidadania. No CiAD, o trabalho já é realizado há mais de um ano:

“Começamos a fazer esse trabalho junto a estes jovens por entender que é preciso dar opção, mostrar que não ve-zes não só tem os espetáculos da cidade, mas que existem outras opções em ter-mos de cultura, de arte na nossa cida-de”, explica a atriz Tony Silva.

A maior dificuldade, segundo a atriz, está na formação de grupo ou de uma possibilidade de encenação com os jo-vens do Centro:

“São adolescentes que estão de pas-sagem, então eles cumprem as medidas determinadas pela Justiça e voltam pa-ra casa. Por isso não há como formar um grupo. O que temos feito é apresentar diversas formas de arte para que eles conheçam e, se interessando, que pos-sam procurar os grupos e trilhar esse ca-minho”, ressalta.

Nos encontros que a companhia rea-liza com os jovens, sempre leva um con-vidado para falar aos jovens, para mostrar seu trabalho. Já participaram da propos-ta grupos de dança local como o Dioce-cena, atores de outras companhias, mú-sicos e religiosos. “Muitos deles se inte-ressam por aprender a tocar instrumen-tos e a partir do depoimento conseguimos estimulá-los”, ressalta Tony.

Durante os trabalhos realizados se-manalmente às quartas-feiras – não se

pode divulgar as imagens dos adoles-centes que estão sob proteção – fica claro o interesse, mas muitos destes reclamam que nem sempre é possível seguir ou ter acesso a esse caminho.

Casa novaEsse trabalho social da companhia

tende a ser ampliado, já que o grupo pretende realizar diversas atividades voltadas para a comunidade na Casa da Máscara, localizada no conjunto 30 de Setembro, atual sede da companhia. “Vamos realizar as mesmas parcerias e colaborações com outros artistas da ci-dade para um trabalho didático que ajude aos jovens”, ressalta a atriz.

Neste momento, o grupo está se pre-parando também para estrear o espe-táculo com tema provisório de “Viagem ao campo do Alfinin” com texto de João Marcelino. “Será um espetáculo belís-simo sobre o comportamento humano. Estamos confinados trabalhando esta proposta”, ressalta.

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capa

pésMuitas meninas começam no balé com essa vontade, até por incentivo dos pais. Mas, nem todas demonstram ter o talento para crescer e ganhar os palcos do mundo

A leveza e beleza de uma baila-rina na ponta dos pés, seus saltos e flexibilidade são im-

prescindíveis para deixar no expectador a certeza de estar diante de uma arte sublime. Poucos sabem que para alcan-çar esse nível estético, uma bailarina precisa de horas de ensaio dedicado, determinado e focado no aperfeiçoa-mento do uso do seu corpo em prol da dança. E esse trabalho precisa começar cedo, ainda criança, para quem deseja ser uma bailarina profissional.

Muitas meninas começam no balé com essa vontade, até por incentivo dos pais. Mas, nem todas de-monstram ter o talento para crescer e ganhar os pal-cos do mundo.

Laura Vasconcelos tem 12 anos e já, tão cedo, dá uma lição de determinação em muitos adultos que beiram a matu-ridade sem saber, ao certo o que querem da vida:

“Sempre pedia a minha mãe e quan-do comecei as aulas sabia que era isso que eu queria. Eu amo o balé”, conta a pequena.

Poderia ser apenas mais um caso de menina que sonha em ser bailarina, mas no caso de Laura, seu sonho deve tornar-se realidade. Ela foi escolhida para integrar o centro de formação do Brasil da escola russa Bolshoi de balé, que fica sediado em Joinvile (SC), a par-tir de feve-reiro de 2013.

Na audição realizada no início deste mês de setembro em Natal, Laura foi a única selecionada e vai ganhar bolsa de estudos custeada pela companhia.

Vale lembrar que esta é a segunda aprovação de Laura. Em junho deste ano, durante o Festival de Dança de Joinville, passou em uma das seleções realizada pela escola Bolshoi, mas acabou voltando para o Rio Grande do Norte por falta de recursos para se manter longe de casa.

A mãe da menina, Lidiane Vascon-celos, conta que quando ainda era pe-quena, Laura integrou o grupo de dan-ça da escola primária onde estudava e mostrou interesse pela arte.

Agora, a mãe já se prepara para dei-xar a filha seguir seu caminho, mais cedo do que pensava:

“Sei que vou sentir muito a falta de-la, pois não poderei acompanhá-la, sou militar e preciso ficar em Natal. Mas ela quer tanto e tem tanta certeza que sei que terá um belo futuro. Ficarei acom-panhando e sempre que puder vou encontrá-la lá”, explica Lidiane, ressal-tando que a menina deve morar com a família de outra bailarina natalense que já está na escola de dança.

Sem forçar a barraAlém da vontade e determinação,

chama a atenção que o bom desempe-nho de Laura não foi forçado. Sabe-se que muitos pais cobram e exigem das crianças desempenhos excelentes em suas atividades lúdicas, quando, na ver-dade a falta dessa pressão pode ser muito mais interessante para despertar talentos:

Sua professora, Márcia Suene, con-ta que ela chegou a ser reprovada, por não demonstrar esforços durante os ensaios. A partir de 2010, Laura passou a levar o balé a sério. Treinando quatro horas por dia, começou a se destacar em várias apresen-tações solo.

O Bolshoi BrasilA Escola do Teatro Bolshoi no Brasil

é a única Escola do Bolshoi fora da Rús-sia. Seu ideal é o mesmo da Escola Co-reográfica de Moscou, criada em 1773: proporcionar formação e cultura por meio do ensino da dança, para que seus alunos tornem-se protagonistas da so-ciedade. Joinville (SC) foi a cidade es-

Talento e determinação

na ponta dos

colhida para sediar este projeto de in-clusão social para crianças e jovens, inaugurada em 15 de março de 2000.

Em meio ao crescimento da Escola Bolshoi ao longo dos anos, foi possível também formar a sua pri-meira tur-ma em 2007, ao completaram o ci-clo de oito anos de estudos, e em 2008, criar a oportunidade do primeiro emprego para os talen-tos formados na instituição, com a criação de uma com-panhia jovem que atinge a essa proposta até os dias de hoje. A Escola Bolshoi formou até hoje 140 bailarinos, sendo 107 destes, profissionais já empregados na área da dança em diversos países.

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capa

Sempre pedia a minha mãe e quando comecei as aulas sabia que era isso que eu queria. Eu amo o balé”

Laura Vasconcelos “

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comportamento

Encontrar o grande amor após os 40 anos é mais do que saudável e recomendável é a possibilidade de acreditar em um relacionamento que envolve menos cobranças e ansiedades

Amor

40Antigamente pessoas com 40 anos

ou mais eram consideradas “ve-lhas” e devido ao preconceito era

quase inconcebível que pessoas acima dos 40 ou 50 anos pudessem iniciar um novo relacionamento amoroso. Com a medicina moderna, um dos maiores presentes é a longevidade. O ser humano nunca viveu tanto como agora. A expectativa de vi-da em 1900 era de 47 anos e agora é de 78 para homens e 80 para mulheres.

Um artigo publicado recentemente no New York Times fala que a indústria dos sites de relacionamento está crescendo as-sustadoramente nos Estados Unidos e de lá há um demonstrativo de como isto está influenciando outros países do mundo. Nes-te artigo, há estudos que afirmam que as pessoas acima dos 50 anos estão visitando esses sites mais do que qualquer outro gru-po e que o segundo maior percentual é de pessoas que estão entre 45 e 50 anos.

No Brasil, os sites de relacionamentos crescem à medida que o próprio acesso à rede mundial também cresce. E há ca-da vez mais pessoas buscando “seu par” online ou uma oportunidade de conhecê-lo na vida social fora da internet.

“Uma mulher de 40 anos começou um relacionamento novo, dizemos que ela ainda pode ter um relacionamento de 40 anos ou mais. isso é simplesmen-te maravilhoso. Encontrar o amor pela segunda, terceira vez ou até mais é di-ferente de como foi pela primeira vez e nessa fase existem três áreas especifica-mente importantes para que esse pro-cesso tenha sucesso. Nessas áreas, o foco é diferente do que quando tínhamos

há 20 anos”, explica Margare-th Signo-relli, especialista em relacionamentos.

Aos 20 e aos 40Ela explica que aos 20 a história de vi-

da de uma pessoa está começando e se assume muitas responsabilidades. É o mo-mento de adquirir experiências, decepções e aprender com isso. “Em um primeiro relacionamento, o que muitas vezes nos mantém nele são filhos, família, estrutura de vida, mas agora, o que vai manter essa relação é a aliança de amor, confiança e companheirismo que o casal construirá junto e isso só depende dele”, afirma.

Já no amor além dos 40 requer mui-to mais maturidade emocional do que quando se é mais jovens.

“Nessa fase, nos relacionarmos com alguém não significa somente nos rela-cionarmos com a pessoa em si, mas com tudo o que ela construiu até aqui, incluin-do sua história de vida, seus filhos e, às vezes, até netos, sua carreira, obriga-ções, enfim, com a vida do outro e abra-çar causas de uma história que você não ajudou a construir”, ressalta.

A especialista afirma que o modo de amar irá requerer mais porque será trazer alguém para dentro da sua história tam-bém porque, no caso de se ter um filho de 11 anos e o outro uma menina de 15, você tem que estar com a intenção de fazer par-te de duas vidas completas e ricas.

“Este é um desafio como também o

fato das limitações de cada um serem mais claras e aparen-

tes, já que as realidades da vida agora são outras. É um momento em que não estamos mais preocupados em justi-ficar para os nossos pais nossos atos e a pessoa com quem estamos. Agora, somos só nós. hoje somos maduros o suficiente para criarmos uma relação não mais de co-dependência, mas sim, de interdepen-dência”, ressalta.

Outro ponto extremamente impor-tante é aprender a amar sem abandonar o egocentrismo. É a habilidade de saber o que se quer e falar a verdade para o outro, sem medo das consequências, pois se aprende com a maturidade que é possível sobreviver sozinho.

Porém, a especialista ressalta que é preciso ter coragem de arriscar ou mes-mo até desapontar algumas pessoas pa-ra viver aquilo que se acredita e não se preocupar com que irão pensar ou com o quanto de satisfação devemos dar pa-ra a sociedade.

“A vida amorosa depois dos 40 pode ser muito melhor do que nas décadas anteriores, pois está baseada em nossa maturidade, segurança, na diminuição de ansiedade e em muitos outros fatores. Alguém para amar será um dos maiores presentes que você já recebeu para di-vidir e compartilhar uma das melhores fases da sua vida em que o que você plan-tou está crescendo e, com a maturidade, florescerá cada vez mais com a chegada de cada nova primavera”, completa.

aos

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saúde

O tabu impede a busca por ajuda, mas a ejaculação precoce é também uma questão de saúde e pode ser discutida com o médico urologista

Semreceios

A saúde do homem tem sido al-vo de várias campanhas por parte do Governo Federal a

fim de incentivar a discussão de algu-mas questões de saúde masculina que ainda são encobertas pelo tabu, pelo preconceito. Entre elas está a ejacula-ção precoce, um problema que está en-coberto por forte causa psicológica, mas que atrapalha a vida do casal.

Segundo o médico urologista halis-son Castro, a ejaculação precoce é mui-to frequente em nossa popu-lação, en-tretanto, muitos homens ainda se sen-tem envergonhados e estigmatizados em procurar um urologista. O problema é causado pela carga de estresse e a ansiedade em que vivemos no nosso dia a dia.

“isto influencia diretamente na sa-tisfação do casal durante o sexo. De acordo com estudos, o problema afeta cerca de 26% dos homens”, explica.

Para o médico não há uma definição clara para o termo “ejaculação preco-ce”. A maioria dos especialistas define como sendo uma ejaculação muito rá-pida, antes ou logo após a penetração, com o mínimo de estímulo sexual. O homem perde o controle do momento de ejacular causando angústia e insa-tisfação para ele e sua parceira.

“hoje, sabe-se que a causa principal da ejaculação precoce é de origem psi-cológica: fruto de ansiedade, estresse excessivo, preocupação no trabalho, crises conjugais e outros. Em alguns casos, pode ocorrer aumento da sensi-bilidade do pênis do homem, decor-rente do excesso de pele ou inflama-ção, que contribui para o distúrbio na ejacula-ção”.

TratamentoO primeiro passo do trata-

mento começa no fator psico-lógico com auxílio de um psi-coterapeuta. Em algumas sessões, o profissional ajuda-rá o homem a resolver os seus conflitos internos.

“Acompanhado da terapia, o pacien-te tomará uma medicação ansiolítica como a Paroxetina, Dapoxetina, Clomi-pramina, que devem ser ingeridos sob orientação de um especialista. Por fim, podemos utilizar um creme, gel ou spray a base de lidocaína (anestésico local) para reduzir a sensibilidade do pênis, e assim, retardar a ejaculação”, esclarece Dr. halisson.

há também dicas e manobras no momento da relação sexual para evitá-lo. Por exemplo, a ajuda da parceira é essencial para não se criar um peso excessivo so-bre o assunto. A partir do mo-mento que o homem ficar mais à vontade com a vida sexual, ele começa a ter mais controle sobre a sua ejacula-ção.

O ideal é sempre buscar o especialista para resolver o problema, pois ele pode afetar a qualidade de vida. “Dispomos de várias op-ções de tratamento com excelentes resultados”, garante o médico.

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)) Médico urologista Halisson Castro explica melhor sobre o problema que tem causa psicológica

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12 Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de setembro de 2012

RAFAEL DEMETRIUS

A META traz para Mossoró o Curso de Formação de Practitioner em Programação Neuro Linguística. Curso totalmente vivencial para você alavancar sua vida, carreira e negócios através da psicologia dos grandes mestres. Para participar basta ligar para a META no telefone 84 3314-1024 ou mandar um e-mail para [email protected] e fazer sua inscrição, as vagas são limitadas.

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Conquistar o tão sonhado primeiro emprego é uma das mais difíceis tarefas do jovem recém-formado ou da-queles que buscam uma atividade com ganhos finan-

ceiros para ajudar no seu próprio sustento e colaborar com as despesas familiares. Por outro lado, na hora da contratação, as empresas estão cada vez mais exigentes. O candidato, além de possuir todas as competências técnicas e comportamentais ne-cessárias ao cargo, esbarra com o principal obstáculo, que é a falta de experiência nas atividades que irá desenvolver. Por on-de começar para adquirir a tal da experiência se o candidato tampouco conseguiu seu primeiro emprego? Como preencher o currículo? Como se comportar numa entrevista sem tremer? O que devo falar quando me perguntarem sobre minha experi-ência anterior? Será que vou me adaptar? Em geral, sugiro aos candidatos ao primeiro emprego que busquem começar sua vida profissional em funções mais simples, para poderem ad-quirir certa experiência profissional e terem a chance de mostrar seu valor e seu potencial, para em seguida aspirarem a cargos de maior desafio. O processo desta forma fica mais simples e de fácil conquista. No mais, basta seguir as dicas listadas a baixo e tudo ficará mais fácil.

Faça um inventário de suas habilidadesVocê precisa ter consciência de suas aptidões, pontos fortes e dos aspectos que precisam ser desenvolvidos, em termos de conhecimen-tos, habilidades e comportamentos. Seu talento para lidar com con-flitos entre os alunos no trabalho de dissertação da faculdade, por exemplo, pode ser usado em qualquer emprego.

Direcione os seus estudosDedicar-se aos estudos, principalmente os de natureza profissionalizante. Adquirir conhecimentos de ferramentas básicas de informática, estar aten-to aos cursos extracurriculares e aos eventos e atividades culturais, muitos deles gratuitos ou de baixo custo. Navegar na internet, estar “antenado” com o mundo e desenvolver o hábito da leitura (livros, revistas, jornais, etc). Buscar o domínio de um outro idioma são iniciativas capazes de ampliar suas possibilidades de sucesso na busca pelo emprego.

Conheça o mercado em que pretende atuar O candidato deve demonstrar clareza e determinação na entrevista de emprego. Com esse tipo de postura, mesmo não possuindo expe-riência profissional, ele apresentará um diferencial para a empresa e será valorizado.

Como conquistarseu primeiro

emprego

Seja Voluntário Participar de trabalhos voluntários (em uma ONG ou associação comunitária, por exemplo), além de fazer o bem a quem recebe, tem se mostrado como grandes chances para os jovens desenvolverem habilidades de liderança, trabalho em equipe, comunicação verbal e relacionamento interpessoal que ajudam a ampliar a visão prática do mundo, das organizações e a formar uma rede de relacionamentos.

Empregos TemporáriosAproveite também as oportunidades de empregos temporários, nor-malmente voltados a pessoas sem experiência. Esse tipo de atitude valoriza o profissional e ajuda a enriquecer o currículo.

Networking Construir um bom networking ou rede de relacionamentos poderá desempenhar papel importante para conquistar seu primeiro em-prego, e também ao longo de toda sua vida profissional, para isso, faça uma lista com o nome de todas as pessoas que você conhece. Inclua amigos, parentes, colegas de escola / faculdade, profissionais de sua área e de áreas diversas de seu setor de atividade. Identifi-que e procure pessoas que tem poder de contratar você. Às vezes você não conhece ninguém próximo que poderia lhe ajudar direta-mente, no entanto tem um amigo cujo pai trabalha em uma empre-sa que poderia ser uma boa opção de emprego ou estágio para você. Neste caso você tem um bom contato, um ótimo “cartão de visita”, que poderá lhe abrir as portas daquela empresa. Não esqueça de mandar mensagens por e-mail, ou fazer contatos telefônicos. Mos-tre às pessoas que está buscando emprego, explique as razões e peça para avisá-lo, caso saibam de alguma oportunidade. É impor-tante que você também se coloque a disposição destas pessoas pa-ra atendê-las no que for possível, e seja sincero em sua afirmação.

Elabore o currículoDesenvolva seu currículo de forma objetiva, no máximo em duas páginas valorizando seus estudos, e com um objetivo bem definido.

Busque as vagas Defina os meios para buscar uma vaga. Atualmente existe diversas forma para buscar uma colocação no mercado, como anúncios em jornais; anúncios de estágios nas faculdades, sites de emprego na internet, cadastrar seu currículo diretamente no site da empresa, etc. O candidato poderá utilizar todas estas opções, pois assim aumenta-rão suas chances de sucesso.

Prepara-se para as entrevista Busque desenvolver o máximo de competências comportamentais que o farão uma pessoa bem sucedida, como honestidade, caráter, ética, iniciativa, criatividade, e técnicas relacionadas à área que você quer trabalhar.

PERSISTÊNCIANunca desanime. Se você está começando agora sua vida profissio-nal, é preciso ter muita persistência e motivação para superar esse momento. Lembre-se que a maioria daqueles que estão empregados passaram por essas mesmas dificuldades, e o fato de você ainda não ter a exigida experiência e vivência.

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13Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de setembro de 2012

FLÁVIO REZENDE

Não tenho dúvida nenhuma que alguns leitores vão me considerar doido com a leitura do presente

“escrito”, como costumo descrever as coisas que produzo para jornais e sites da internet, além de publicar em livros.

Não me incomodo, doido mesmo é o amor que sinto por meu pai, motivo deste atual “escrito” e, vou revelar logo de cara o moti-vo. Meu querido e amado pai já chegou à idade dos 88 anos e, está bem de saúde, mas, não preciso dizer que é uma idade bem avan-çada, o que pode levá-lo a um desencarne repentino, levando em conta ser meu amor já portador de diabetes, hipertensão, vários stents, marca-passo e ter entupimentos bem comprometedores e sérios.

Por causa do exposto, muitas vezes me pego pensando no “escrito” que vou produ-zir quando o adeus for uma realidade, sem-pre imaginando se ele vai de alguma manei-ra ler o mesmo.

Não gosto de hipocrisia e costumo ser bem objetivo em minhas coisas, por isso, revelo que a fé que tenho no espiritismo não é 100%, confesso que, quando penso se papai vai ou não ler o que escrevi para ele no pós-morte, sinto um vacilo e, admito que isso possa não acontecer de fato.

Diante desta dúvida atroz, decidi escre-ver antes do desencarne, para ter a certeza que ele leu mesmo e, assim, não carregar esta dúvida eternamente. Antes de escrever, gostaria de declarar aqui que, todas aquelas coisas que muitos se arrependem de não terem feito aos entes queridos em vida, eu faço. Telefono para meus pais praticamente todos os dias, participo de partilhas diversas sem contestação e com alegria, levo para consultas, durmo no hospital, digo que amo, faço cartões nos dias especiais e, procuro ter uma conduta ética e moral aceitável em nos-so contexto social, agradando assim o seu ser que não encontra no meu, problemas e desvios de conduta, que muitas vezes en-tristece e encurta a vida dos pais queridos e preocupados com a prole.

Meu querido e amado pai, fique sabendo que não existe um fim, quando em sua jor-nada foram plantadas roseiras que exalarão

Para que meu pai leia em vida )(

eternamente o doce perfume dos bons valo-res na vida de todos aqueles que com ti tive-ram profícuo contato.

O choro inevitável é apenas o líquido que rega essas roseiras e, os soluços momentâ-neos, só revelam os terremotos interiores que nos sacodem nestes rituais de despedida tão difíceis, porem, culturais e necessários.

Meu inesquecível e professor pai, essas roseiras que cultivou no jardim de sua exis-tência são tão significativas para este filho que o ama tanto, que ao me aproximar de um grupo de dentistas, sentirei ali o perfume adocicado de sua valiosa contribuição a esta área, tendo sido o orador da primeira turma de Odontologia da UFRN, exercido vários car-gos nas entidades classistas, recebido todas as honrarias locais e nacionais da profissão, além de ter uma sala em seu nome na sede da ABO/RN. O senhor nunca foi um dentista qualquer, foi no consultório um competente e elogiado profissional liberal, que extrapolou o conforto do lar e serviu a Odontologia sem ganhos extras, com muitas horas de serviço voluntário produtivo e eficaz.

Meu estimado e correto pai, quando este seu neófito filho entrar numa agência qualquer do Banco do Brasil, sentirá o suave perfume de sua valiosa colaboração a esta entidade nacional, igualmente exercendo vários cargos dentro e fora do banco, tendo sido presidente e diretor da AABB, além de fundador da CAS-Si, entre outras valiosas colaborações que a categoria sabe e reconhece, dai as muitas pla-cas e condecorações recebidas.

Meu atuante e maravilhoso pai, quando este filho aprendiz observar as unidades mi-litares da vida, poderá perceber no ar o forte cheiro do perfume que revela sua passagem por este setor da sociedade brasileira, sendo reverenciado em desfiles militares como dos últimos a compor a Força Expedicionária Bra-sileira, com o destaque de ter seu nome e foto dando nome a sala dos alunos do NPOR do 16º Ri.

Meu simpático e bem humorado pai, os melhores perfumes das mais badaladas ro-seiras vão estar ainda pairando na turma de hidroginástica do professor Milton na Praia do Forte, nas salas dos cinemas que frequen-

tou com assiduidade de cinéfilo, nas reuniões diversas que participou em muitos momentos de sua vida, seja no prédio onde mora, no Lions, Rotary, igreja Católica e, principalmen-te, nas confraternizações com seus filhos, todos nós loucos de amor e de paixão pelo senhor e por sua conduta moral, sua humil-dade, sua serenidade, sua prestimosidade.

Sei que por ter o dom da escrita, teria eu a missão dessa confissão pública de amor, sa-bendo também ser porta-voz dos manos Júlio, Leila, Fernandinho, Lila e Jorge, pois, quando estamos nós a confabular as coisas da vida, é unanimidade o carinho que todos temos pelo senhor Fernando Rezende e por mamãe Mi-riam, dupla que nos trouxe ao mundo, para que de camarote pudéssemos assistir a uma verdadeira aula de amor aos filhos.

Então pai, quando a hora chegar, chorar, soluçar será inevitável, mas, temporário, o que vai ficar mesmo, é esse perfume que o senhor exala e que nos torna cada vez mais felizes de termos encarnados em meio a um roseiral tão maravilhoso. De onde esteja, ven-do tudo ou não, torça para que os espinhos que também estão presentes no roseiral afu-gentem todos os males que queiram por ven-tura, se aproximar. Seu perfume vai estar sempre por ai, doce e querido pai. Todos nós te amamos ad infinitum.

* Flávio Rezende, é escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN ([email protected])

crônica

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Você sabia que a Heineken lançou uma cerveja de tequila? Imagina só misturar essas duas em uma única garrafa? A bonita é chamada de Desperados, saborizada com tequila e limão. Por enquanto, só dá pra encontrá-la em Sampa, mas já é comercializada na Europa há quase 3 anos, além de Ásia e América do Norte. O Brasil vai recebê-la com preços com-patíveis com as outras, sendo de mais ou menos R$ 3,50 nos mercados e até R$ 12,00 nos clubes notur-nos da vida. A embala-gem é diferente e relem-bra elementos tipica-mente mexicanos, bem a cara da be-bida. A tipografia e até as cores mais quentes são atrati-vas, apresentando uma versão HOT da cerveja.

Conheci a Diana Hellen, que é estudante de Gastronomia e sempre teve paixão por Sugarcraft, artesanato com açú-car. Fazia docinhos para as amigas e conhecidos próximos. Estudante de Agronomia, aproveitou a greve da faculdade para profissionalizar seu negócio e não parou mais. Ela atende em sua própria casa enquanto não monta seu ateliê. Os doces são trabalhados principalmente com chocolate e leite condensado, tudo de primeira qualidade. As varia-ções são com confetes e geleia de morango. Alguns são feitos com hóstia e recheados com creme branco e as trufas são todas decoradas com massa de leite ninho – Diana prefere esta ao invés da americana – e sai com qualquer formato que o cliente solicitar. Vale experimen-tar: (84) 8737 0874 | (84) 3316 1659.

Por esses dias uma nova empresa andou seguindo a galera mossoroense no Twitter e apareceu no Facebook em uma Fan Page interagindo com o público. Por en-quanto só sabemos que será um restaurante e cafete-ria. Pelo conceito visual, o negócio parece que vai ser fino. Vamos esperar pra ver no que dá. Mas desde já dou minha dica: invistam em belos drinks de café e doces diferentes que não existem em Mossoró, como os famosos macarons franceses ou a torta pavlova neozelandesa.

Imagina uma casa especializada em bem-casados? São belíssimos, com recheios diferentes e embalagens lindíssimas. Pra descrever essa loucura, só com as pa-lavras do próprio site: "O café chega. Entre seus goles, você prova o carro-chefe da loja, feito sob cuidadosa produção artesanal. A textura do pão de ló é perfeita, nem seca e nem molhada em demasia. Os discos se desmancham na boca, revelando os diversos recheios que explodem em sabor, numa harmonia perfeita com o conjunto da obra.” Quem for a SP já pode viver esta experiência maravilhosa: Alameda Tietê, 43, Loja 2, Jardins, tel.: 3061-1605.

Começando com uma frase do Jamie Oliver, um dos foodies mais famosos da mídia: “Você realmente quer ficar com a barriga no fogão durante meia hora? Nin-guém mais tem tempo para isso”. E como já diziam os estudiosos, o marketing cria necessidades, então o chefinho e a Philips fizeram uma parceria e lançaram o kit Home Cooker. Em suma, é uma panela esperta que mexe a comida sozinha sem queimá-la. A bagatela é de mais ou menos R$ 1.026,00 e o produto foi apre-sentado em uma feira na Alemanha. No Brasil, o brinquedinho chega em 2013.

D’Gust Doces Finos

Society Cafeteria e Restaurante

Fina Nata Casaderia

Home Cooker da Philips

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DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de setembro de 2012

Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

adoro comer

Este evento, que acontece em várias cidades do país e desta vez está em SP, já vai completar 5 anos. Nes-ta edição está com mais de 250 restaurantes que querem atrais mais de 500 mil clientes durante os 14 dias de evento – que acaba no dia 16 de setembro (hoje!). A proposta é excelente para fazer com que todos tenham oportunidade de provar delícias em vários restaurantes. Nesta edição, as casas partici-pantes oferecerão menus especiais (entrada, principal e sobremesa) por preços promocionais: R$ 31,90 (al-moço) e R$ 43,90 (jantar). A parte social é que R$ 1,00 arrecadado em cada prato é direcionado a insti-tuições de caridade. Ideia bacana!

Restaurant Week SP

Desperados, a nova cerveja da Heineken5

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15Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de setembro de 2012

adoro comer

INGREDIENTES

MASSA4 ovos ; 4 colheres (sopa) de açúcar1 colher (chá) de fermento em pó10 colheres (sopa) de farinha de trigo

REChEiO1 lata de Doce de Leite Cremoso ; Calda ;2 xícaras (chá) de açúcar de confeiteiro peneirado

MODO DE FAZER

• Massa- Em uma batedeira, bata os ovos e o açúcar por cerca de 10 minutos, até obter uma massa de consistência leve e fofa. Junte o fermento em pó e desligue a batedeira. Acrescente a farinha de trigo aos poucos, mexendo levemente com um batedor de arame até ficar homogênea. Coloque a massa em um saco de confeitar e pingue porções da massa em uma assadeira untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo, deixando espaço entre elas. Leve ao forno médio-alto (200° C), preaquecido, por cerca de 8 minutos ou até ficar firme e levemente dourado. Retire da assadeira ainda quente e reserve.

• Recheio- Com auxílio de uma espátula, espalhe cerca de 1 colher (chá) de Doce de Leite MOÇA sobre um disco de massa reservado e cubra com outro disco, formando um sanduíche. Reserve-os.

• calda- Dissolva o açúcar em 4 colheres (sopa) de água morna e mexa até obter uma calda grossa. Apoie cada doce reservado em um garfo e, com o auxílio de uma colher, banhe-o com a calda. Deixe secar sobre uma grelha, em lugar arejado, até formar uma casquinha branca de açúcar.

• PaRa eMbalaRAntes de embalar, prepare o papel, cortando papel celofane e papel crepom em quadrados de 20 cm. Depois de secos, embrulhe os doces primeiro com celofane, depois com o crepom. Arremate com um laço de fita.

Bem-casados

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