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3REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 20142 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

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NESTE NÚMERO»

25

36 Projecçãodo Turismoem Angola

72 Histórico donossoGirabola

80 Angola elegeu assuas 7 maravilhasnaturais

editorial

Abertura

Censo Geral da População»

PR inaugura novo edifí-cio sede do INE

6 Recenseamento Geralda População eHabitação 2014

Novo AeroportoInternacionalde Luanda

Copyrigth 2011 CiamTodos direitos reservados

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F I C H A T É C N I C A

PERIODICIDADE: Trimensal

PROPRIEDADECentro de Imprensa Aníbal de Melo-CIAM

DIRECTOR GERALAntónio Mascarenhas

TEXTOSRufino NetoManuel SantanaTomás TeixeiraMagalhães NetoUziya Sacaqueia

FOTOSSão PiedadeEugénio BaptistaRosa NetoPaulo Graciano

ARTE E PAGINAÇÃOSaturno Lda.Telem.: 926 22 88 92

PUBLICIDADE: (+244) 222 334888/ 222 394628ENDEREÇO: Rua Serqueira Lukoki nº 124, C.P. nº 2805E-mail: [email protected]: www.ciam-angola.comREGISTO N.º MCS-703/B/2013

OCenso 2014 é um projecto na-cional que vai ficar para semprena história do nosso país.É

chegada a hora de sabermos com pre-cisão quantos somos e como vivemos.O Censo é um programa especializadode recolha, processamento, análise e di-fusão de dados estatísticos sobre a situ-ação demográfica, social e económica dapopulação, assim como sobre ascondições de habitabilidade em quevivem.O Censo é a maior operação estatísticarealizada em qualquer país do mundo,pois a informação censitária é determi-nante tanto para governos centrais,provinciais e administrações locais, paraempresas, entidades públicas e privadas,investigadores e cidadãos em geral.O Recenseamento Geral da População eHabitação proporciona um quadro de in-formações completas e pormenorizadas,que permite contar e caracterizar todasas pessoas e todas as residências exis-tentes no país. Com a obtenção de dados concretossobre o modo de vida do povo angolano,é possível planificar acções exaustivas eestratégias de intervenção por parte doExecutivo, em prol da qualidade de vidados cidadãos. �

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5REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

política

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4 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

política

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José Eduardo dos Santos Presidente da República de Angola, quando inaugurava a sede do Instituto Nacional de Estatística

PRESIDENTE DA REPÚBLICAINAUGURA NOVO EDIFÍCIO SEDE DO INE

O Presidente da Repúblicade Angola, José Eduardodos Santos, inaugurou, em Luanda, o novo edifí-cio sede do Instituto Na-cional de Estatística (INE),que acolhe o gabinete decoordenação do CensoGeral da População eHabitação

Na visita guiada à algumas áreas quecompõem o edifício, o Presidenteda República recebeu explicações

sobre a extrutura do empreendimento.Na sua intervenção, o ministro do Planea-mento e Desenvolvimento Territorial, JobGraça, louvou o desempenho do Chefede Estado na construção do novo edifício.Segundo Job Graça, os sistemas de estatís-ticas é um dos elementos essenciais nainfra-estrutura institucional de qualquerestado moderno, pois com os meSmos asdecisões económicas e formulação depolíticas públicas têm maior racionalidadee promovem eficiência e a efectividade dalocação dos recursos económicos escassos,

visto que tornam disponíveis informações,estimativas fiáveis e regulares produzidasnuma base científica, objectiva e imparcial.Segundo ainda o ministro, o recensea-mento entrou nos momentos derradeirosde preparação e corre bem a nível car-tográfico, tecnológico, logístico, do recru-tamento e formação de agentes.O edifício que apresenta um aspecto arqui-tectónico moderno foi construído de raiznuma área total de 4.987 metros quadrados.As obras estiveram a cargo da empresa por-tuguesa Soares da Costa, teve a duração de 22meses e orçou em 42,2 milhões de euros.No novo edificio sede do INE funciona ogabinete de coordenação do Censo Geral da

População e Habitação, órgão que irá imple-mentar o Censo Geral da População eHabitação, a decorrer de 16 a 31 de Maio de2014.

Assistiram ao acto, o Vice-presidente daRepública, Manuel Vicente, membros dopoder Executivo, Legislativo, Judiciário,diplomatas e convidados. �

O novo edifício do Instituto Nacional de Estatística

O edifício que apresenta um as-pecto arquitectónico moderno

foi construído de raiz numa áreatotal de 4.987 metros quadrados

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Política

Objectivos primordiaisdo Censo 2014

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- Contar toda a população presente no território, ausente, enão residente;- Actualizar a informação sobre suas principais característicasdemográficas e socioeconómicas;- Identificar sua distribuição no território nacional;- Realizar o levantamento e a caracterização dashabitações/casas na República de Angola.- Proporcionar informação para a elaboração das projecções

de população e para a construção dos marcos de amostragempara os inquéritos aos agregados familiares.A realização do Censo permitirá assim, de forma inegável, aobtenção de informação estatística fiável e actualizada,necessária ao acompanhamento e avaliação da estratégia decombate à pobreza, bem como a produção de indicadores quepermitam avaliar os progressos realizados no âmbito dos Ob-jectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).�

6 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

política

Recenseamento Geral da População»

e Habitação 2014

OInstituto Nacional de Estatística é aEntidade responsável pelos censosatravés do seu órgão ad hoc, Gabi-

nete Central do Censo (GCC).O Conselho Coordenador dos Censos-Órgão de supervisão superior é presididopor Sua Excelência o Presidente daRepública e Chefe do Executivo, José Ed-uardo dos Santos, e integra os Ministros doPlaneamento, Comunicação Social, Edu-cação, Correio e Telecomunicações, Trans-portes, Administração do Território,Finanças, Defesa, Interior, Urbanismo eHabitação, bem como o Director do INE.O objectivo dos Censos (População eHabitação) é o de recensear toda a popu-lação residente ou presente no país, inde-pendentemente da sua nacionalidade, bemcomo a situação perante a habitação.Arecolhade dados decorrerá simultanea-mente em todo o território nacional e a par-ticipação de todos é obrigatória por Lei.Os dados individuais recolhidos medianteum questionário, destinam-se apenas a finsestatísticos, sendo confidenciais. Estão su-jeitos ao segredo estatísticos (Lei3/11 de 14de Janeiro de 2011).Todos os profissionais envolvidos na exe-cução dos Censos estão obrigados, por Lei,ao dever de sigilo, podendo, em caso de in-fracção serem processados civil e criminal-mente.A recolha de informação começará as zerohoras do dia 16 de Maio de 2014, data de-nominada de Momento Censitário. Trata-sedo momento correspondente à hora exactaa que se reportam os dados de um re-censeamento. A entrevista será conduzidapor um recenseador do INE, treinado para oefeito, devidamente identificado, que lheprestará todos os esclarecimentos antes doinício da mesma.Todas as residências serão contactadas,por um recenseador, para entrevista rel-

ativa à operação que será feita através dequestionário em papel.O Censo define-se como uma contagemexaustiva, sem omissão nem repetição,da população que vive no território na-cional e num determinado momento.Esta população pode ser dividida emdois grupos. O primeiro grupo é o da população pre-sente ou população de facto, compostapelas pessoas que se encontrarem numahabitação durante o período de recolha,mesmo que não sejam residentes damesma.

Outro grupo é o da população de direito“de jure”, composta pelas pessoas que in-dependentemente de se encontrarem pre-sentes ou ausentes numa determinadahabitação no periodo de recolha, habitamnela.Por outro lado, os recenseadores estarãodevidamente identificados e uniformiza-dos. Prestarão todos os esclarecimentos,e eventual apoio no preenchimento dosquestionários. Estarão acompanhados deum Supervisor que poderá intervir aqualquer momento sempre que neces-sário for. �

Neste mês de Maio de 2014, o Instituto Nacional de Estatística (INE), com o apoio do Gov-erno, realiza o Recenseamento da População e Habitação (RGPH-2014)

Pais vai recensar toda a população ou presente no pais

Vista parcial da Nova Centralidade do Dundo

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notícias

Os chineses e romanos elaboraram os primeiros censos con-hecidos; a finalidade deste trabalho na época era militar efiscal; em Roma, era o censor que mantinha o moral público,

e levava ao governo central as informações sobre o estado geral dapopulação.

GRÉCIA ANTIGA

Há vários relatos de cidades-estados gregas e mesopotâmicas anti-gas realizando censos.A questão do Tudo que é primeiro é obscurecida por abordagensmuito diferentes: Contando só os homens, contando um monte depedras, etc . Este registo data de 1600 a.C.

ISRAEL ANTIGA

Os censos são mencionados na Bíblia. Deus ordena um impostofixo a ser pago com o censo em Êxodo 30:11-16 para amanutenção do Santuário. O Livro dos Números é nomeado par-ceiro após a contagem da população israelita (livro de Números1-4 ) após o êxodo do Egipto . Um segundo censo registado foiquando os israelitas estavam acampados nas planícies de Moab,(livro de Números 26).O rei Davi também mandou efectuar um censo que produziu re-sultados desastrosos (livro 2 Samuel 24 e 1 Crónicas 21 ) . Outrorei na Bíblia também ordenou um censo, o rei Salomão, ondetinha todos os estrangeiros em Israel contados (livro de 2 Cróni-cas 2:17).O Evangelho de Lucas registra, que Jesus nasceu durante a realizaçãode um censo (livro de Lucas 2).

8 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

política

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Os Censos começaram antes da era de Cristo, eram feitos com

objectivos militares e de cobrança de impostos

BREVE HISTÓRIA DOS CENSOS

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HISTÓRIA DO CENSO EM ANGOLA»

11REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

notíciaspolítica

De 1777-1938 foram realizadasacções com o objectivo de conhecera população de Angola, que em

1938 era de 2.622.808 pessoas.De acordo com os documentos disponíveis,não houve rigor técnico nestas operaçõesde contagem da população, foram simplescontagens e não houve a cobertura de

todo o território nacional, todavia estas op-erações retratam o esforço das tentativasefectuadas com o objectivo da realizaçãode um Recenseamento Geral da Populaçãode Angola. Esta preocupação prosseguiucom a criação nas Secretarias - Gerais deuma Secção de Estatística, encarregada dacentralização e publicação de todas as in-

formações estatística, com atribuiçõespróprias e pessoal privativo decretado pelaportaria de 6 de Novembro de 1896.No século XIX, surgiu a Carta Lei de 17 deAgosto de 1899, que ordena a realização de-cenal do Recenseamento da População noUltramar a partir de 1900. A 23 de Abril de1900 foi publicado no Boletim Oficial

política

da Índia presume-se ter ocorridopor volta de 300 aC, durante oreinado de Chandragupta Mau-rya o Imperador sob a liderançade Kautilya ou Chanakya.

ROMA

A palavra " censo " tem origemna Roma antiga do censerepalavra latina (estimar) . O censoteve um papel crucial na admin-istração do Império Romano, foiusado para impostos determi-nados. Com poucas inter-rupções, foi a realizada a cadacinco anos. Ele forneceu umregisto de propriedade decidadãos e seus todo que seusdeveres e privilégios poderiamser listados.Diz-se ter sido instituído pelorei romano Sérvio Túlio noséculo 6 aC, onde foram apu-radas cerca de 80.000 porta-dores de armas.

CHINA

Na Dinastia Han, a China reali-zou um censo, consideradopelos estudiosos bastante pre-ciso. É o censo é consideradoum dos primeiros censospreservados do mundo, e re-censeou 57.670.000 pessoascadastradas em 12.360.000domicílios.As áreas de maior densidadepopulacional foram os vales dorio Amarelo e do rio Huai .Chengdu foi a grande maiorcidade da China , atingindouma população de 282,147pessoas. Outrocenso remontade 2238 a.C, quando foramregistrados 49.730 mil pessoasque viviam em 9.940.000domicílios.

ÍNDIA

O mais antigo censo da historia

IMPÉRIO ESPANHOL

Em 25 de maio 1577, o rei FilipeII de Espanha ordena por cédulareal a preparação de uma de-scrição geral de participações daEspanha nas Índias. As instruçõese um questionário enviado em1577 pelo Gabinete do PrefeitoCronista, foram distribuídos paraos funcionários locais nos vice-reinados da Nova Espanha ePeru para a colecta de infor-mações.O questionário composto decinquenta itens, foi projectadopara obter informações bási-cas sobre o tipo da terra e davida dos povos. As respostas,conhecidas como "relacionesGeográficas, "foram escritasentre 1579 e 1585 e voltarampara o Cronista Prefeito na Es-panha, pelo Conselho das Ín-dias. �

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Foi no século XVIII, durante o governo de D. António de Lencastre, 1770-1779, que foi feita a primeiratentativa para conhecimento da população de Angola na execução da ordem de 21 de Maio de 1770,expedida pelo então Ministro Martinho de Melo Castro. Esta operação permitiu obter estimativas dapopulação categorizada por qualidade, idade, sexo, nascimentos e mortes

A 23 de Abril de 1900 foi publicado no Boletim Oficial as Instruções para a Execução do Recenseamento da População” aprovado pelo governo central a 5 de Junho de1900.

"Censo" tem origem na Roma antiga do censerepalavra latina (estimar)

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- Todos os indivíduos devem ser recensea-dos na casa ou lugar em que forem en-contrados, mas os indivíduos queestiverem temporariamente ausentesdevem ser inscritos nas listas das respec-tivas famílias com a nota de ausentes;

- As variáveis a recolher são: atributo (es-cravo ou não), a raça, o sexo, a idade, anaturalidade, nacionalidade, residentes,presentes, ausentes e transeuntes, o es-tado civil, a religião, as habilitaçõesliterárias, a profissão.

“As Instruções para a Execução do Re-censeamento da População” aprovadopelo governo central a 5 de Junho de1900.Em 1900 realizou-se a primeira operaçãoconsiderada de “Recenseamento Geral daPopulação”, conforme a Carta Lei de 17 deAgosto de 1899 e aprovada por despachode 1 de Junho, no ofício N.º 286 de 5 doJunho com as respectivas instruções, nasquais destacamos as seguintes:

- A recolha de informação deve começarem 1 de Dezembro;

- Todas as pessoas nacionais ou es-trangeiras que estiverem presentes naprovíncia de Angola devem ser re-censeadas;

- Método de recolha directa, baseado emboletins de família;

- Recenseamento nominal e simultâneonas principais localidades e por estima-tiva em algumas localidades;

Em 1910 no cumprimento do disposto daCarta Lei de 17 de Agosto de 1899, foramaprovadas novas instruções para a execuçãodo Recenseamento Geral da População, em-bora não haja informação sobre a realizaçãodesta operação. As principais inovações nasinstruções de 1990 foram:

O território de Angola foi classificado em:

i. Áreas assimiladas;ii. Áreas indígenas de ocupação con-

solidada;iii. Áreas indígenas de ocupação inici-

ada.

Cada indivíduo foi recenseado nolugar onde pernoita, sendo a popu-lação de facto como população dereferência.A partir de 1914, iniciou a realização anualdo Recenseamento da População Indígena,assim expresso pela Portaria Nº 112 de16

REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201412

de Novembro 1921 e aperfeiçoada em Julhode 1922, na qual se determinou que omesmo fosse realizado todos os anos, nomês de Junho, cujos dados deveriam serpublicados em anexo ao Boletim Oficial doCenso Geral da População da província real-izado em 31 de Dezembro do ano an-tecedente.As variáveis recolhidas no Recensea-mento Geral da População de 1914-1938foram: raça, sexo, idade, estado civil, in-strução, naturalidade, nacionalidade,profissão, ofício ou ocupação, agrupa-mento, densidade e circunstâncias espe-ciais, migração, nupcialidade, natalidadee mortalidade.A partir de 1940 começou uma nova eracom a realização decenal do Recensea-mento da População, nas operações real-izadas a partir desta data tentou-se cumprircom os princípios técnicos de uma operaçãocensitária.

O recenseamento de 1940 foi bempreparado e mais abrangente, cuja fasepreparatória e a operação censitária foi daresponsabilidade da Repartição Técnica deEstatística Geral. A sua execução foi legis-lada com o Decreto-Lei Nº 29:750 de 14 deJulho de 1939, onde se destaca o seguinte:

O Recenseamento Geral da População deAngola deverá ser nominal e simultâneo ecompreende não só todos os indivíduos ex-istentes no país no momento de censo, mastambém os que estejam temporariamenteausentes da sua residência habitual;

A recolha de informação deve ter início a 1de Agosto;

As principais variáveis de recolha deverão ser:

i. População civilizada - presente eausente, sexo, idade, naturalidade,nacionalidade, estado civil, religião,

instrução, emprego, meio de vida,fecundidade, raça, local de residên-cia, composição da família e na-tureza das convivências;

ii. População não civilizada - sexo, nat-uralidade, raça, etnia ou tribo, dialec-tos falados, religião, instrução,estado civil, profissão, deficiência, fe-cundidade, mortalidade e meio devida e idade.

A população apurada nas últimas operaçõesestatísticas foi:

- Em 1940 – a população era 3.738.010habitantes;

- Em 1950 – a população era 4.145.266habitantes;

- Em 1960 – a população era 4.840.719habitantes;

- Em 1970 – a população era 5.620.001habitantes;

- Em 1983/87 – A cobertura foi parcial(não foram cumpridos os princípiosbásicos dos Censos) �

13REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

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15REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

Na altura, o Comissário José Martinez,representante do Comando Geral daPolícia junto do Gabinete Central doCenso, informou que todos os efec-tivos da Polícia Nacional foram mobi-lizados e que é importante quesaibamos quanto somos e como vive-mos.O Corpo Diplomático acreditado emAngola também foi dotado com infor-mações relativas ao Censo 2014. O Actocontou com a presença do DirectorGeral do Instituto Nacional de Estatís-tica e Coordenador Geral do GabineteGeral do Censo, Dr. Camilo Ceita. Seguiram-se outros seminários dirigi-

Ocalendário de actividades teveinício no dia 14 de Agosto comuma palestra dirigida aos jor-

nalistas de diversos órgãos de Comu-nicação Social no país, na qual PauloFonseca, coordenador técnico doGabinete Central do Censo, respon-deu a várias inquietações dos midiasrelativas a importância do Censo, for-mas de processamento dos dados aserem recolhidos e a finalidade domesmo.No dia 9 de Setembro de 2013, a Poli-cia Nacional também foi esclarecidasobre o Recenseamento Geral da Popu-lação e Habitação com uma palestra.

In Foco

»»

O Instituto Nacional de Es-tatística (INE) e o Centro deImprensa Aníbal de Melo(CIAM) realizaram, deAgosto de 2013 a Abril docorrente ano, um ciclo deseminários com objectivo dedotar toda a franja da so-ciedade com informaçõessobre a importância do Re-censeamento Geral da Popu-lação e Habitação, a terlugar de 16 a 31 de Maio

REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201414

dos a outras franjas da sociedade,como estudantes e docentes univer-sitários, quitandeiras, munícipes dodistrito do Rangel e do Município doCazenga,comunidade religiosa em Lu-anda e arredores, estudantes e profes-sores do I e II Ciclo da cidade deLuanda, a comunidade estrangeira emAngola.O Centro de Imprensa Aníbal de Meloe o Gabinete Central do Censo empen-haram um grande esforço no sentidodedotar todos angolanos, e nãosó,com informações sobre o Recensea-mento Geral da População e Habi-tação, a decorrer este mês . �

IIINNNEEE EEE CCCIIIAAAMMMUUNNIIDDOOSS PPPEELLOO CCCEENNSSOO 222001144

Page 9: Revista CIAM 08 Abril/Junho de 2014

In Foco

17REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

notícias

contando cerca de 5,5 mil milhões depessoas, as quais representam 79% dapopulação mundial . O ano de 2011marca o pico da ronda de 2010, em que77 países realizam censos, contandocerca de 2,4 mil milhões de pessoas(35% da população mundial). Por seuturno, 2010 foi o ano em se contou omaior número de pessoas, ou seja, 2,5mil milhões, em 43 países/territórios.Até ao final da ronda, em 2014, espera-se contar perto de 99% da populaçãomundial, em 228 países/territórios. Ape-nas 6 países ou territórios ainda nãoplaneiam formalmente os censos (GuinéEquatorial, Líbano, Mianmar, Somália,Uzbequistão e Sahara Ocidental). Isso

In Foco

OPrograma Mundial de Re-censeamentos da População eda Habitação de 2010 foi

aprovado pela Comissão de Estatís-tica, aquando da sua 36ª Sessão, em2005 e foi adoptado pelo ConselhoEco-nómico e Social das NaçõesUnidas, na resolução nº A/2005/13. OPrograma Mundial de 2010 visa asse-gurar que cada Estado membro real-iza, pelo menos uma vez, osrecenseamentos da população e dahabitação, durante a ronda de censosde 2010, que abrange o período de2005 a 2014.Desde o início da ronda, em 2005, 134países/territórios realizaram censos,

In Foco

Ministro da Comunicação Socialvisita Gabinete Central do Censo

»

Uma delegação chefi-ada pelo Ministro daComunicação Social,

José Luís de Matos, efec-tuou uma visita as insta-lações do Gabinete Centraldo Censo.A visita foi antecedida de umareunião, onde a delegação seinteirou do andamento dos tra-balhos de preparação doCenso 2014.

REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201416

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O CENSO NO MUNDO

Depois, percorreu acompan-hado pelo Director Geral doINE e Coordenador Geral doGabinete Central do Censo, Dr.Camilo Ceita, as instalações doGabinete Central do Censo,onde foi informado, sobre ofuncionamento das Subcomis-sões que compõem o GabineteCentral do Censo.O Ministro fez-se acompanhar-por directores e representantes

dos órgãos de comunicaçãosocial.No final da visita o Ministro re-iterou a disponibilidade da co-municação social em dar o seucontributo na divulgação doCenso 2014. �

significa que houve uma notória melho-ria relativamente à ronda de 2000, emque 27 países não realizavam censos.O website da UNSD para o ProgramaMundial dos Recenseamentos da Popu-lação e Habitação 2010 (http://un-stats.un.org/unsd/census2010.htm)fornece informação sobre as actividadesrelacionadas com os censos em todo omundo e uma base de conhecimentodos censos, a qual serve como repo-sitório das directrizes de metodologiasdos censos e dos documentos referentesàs boas práticas da realização de censos.Presentemente a base de conhecimentodos censos contém mais de 400 docu-mentos. �

josé Luís de Matos, ministro da Comunicação Social

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19REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201418 REVISTA CIAM

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PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE O CENSO»

In Foco

O que é o Censo da Habitação e Popu-lação?É um processo de recolha de recolha,processamento, análise e difusão dedados estatísticos sobre a situação de-mográfica, social e económica da popu-lação, assim como as suas condições dehabitabilidade.

Qual o objectivo do Censo?O recenseamento visa melhorar o con-hecimento das características da popu-lação e habitação e contribuir para aconsolidação das intervenções públicase privadas no contexto das políticas dedesenvolvimento, ou seja, teremos a realfotografia da população e dashabitações hoje para podermos prepararo futuro.

Por que os dados do Censo são tão im-portantes?Os dados do censo são fundamentais paraa elaboração do diagnóstico nacional dascondições de vida da população num dadomomento. De igual modo, entre outrosfins, permite auxiliar a execução e avali-ação das políticas, podendo ser utilizadospor diversos grupos.

Quando ocorreu o primeiro Censo emAngola?Quando Angola ainda era uma provínciada república portuguesa, foi feito oprimeiro recenseamento, em 1636.

Depois da Independência já levamos acabo quantos Censos?O INE em 1983 fez uma tentativa de real-

ização do censo, mas as condições nãoeram as ideais, pois o país encontrava-seem guerra, não se tinha acesso a diversasregiões. Por isso o censo ocorreu apenasem quatro províncias – Luanda, Huila,Huambo e Malanje.

Por que foi escolhida a data de 16 deMaio?O melhor período para a realização doCenso é aquele no qual o movimento dapopulação é o menor possível. Um outroaspecto tem a ver com as condiçõesclimáticas durante o período da recolha dedados, por se tratar de época seca, não seregistam quedas pluviométricas que pos-sam danificar os questionários em papel eassim como a acessibilidade de travessiade alguns rios é mais favorável.

O Censo interfere na representaçãopolítica?Sim. São os resultados do Censo quefornecem as referências para as estimativaspopulacionais, com base nas quais édefinido o número de deputados provinci-ais.

Como a iniciativa privada utiliza osdados do Censo?Os dados do Censo fornecem princípiospara as decisões de investimentos do sec-tor privado, como a selecção de locais paraa instalação de fábricas, centros comerci-ais, escolas, creches, cinemas, restaurantesetc.

Quem deverá ser recenseado? Somenteos angolanos?

Não, será toda aquela pessoa que está aresidir habitualmente de forma perma-nente em um determinado local do país.

Também tem surgido confusão entre ocenso e o registo eleitoral?É necessário esclarecer que o censo cobretodas as pessoas. No registo eleitoral sãocobertos apenas as pessoas de 18 oumaiores de 18 anos. Ainda mais, no re-censeamento, o recenseador vai ao en-contro das pessoas em suas residênciasportando um questionário para recolhada informação. No registro eleitoral aspessoas é que se deslocam das suascasas para os postos exibindo um docu-mento que o caracteriza sendo angolanoe tendo uma idade de 18 ou superior a 18anos. �

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21REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201420 REVISTA CIAM

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Política

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O encontro entre o Presidente daRepública, José Eduardo dos San-tos e o secretário de Estado norteamericano, John Kerry, em Luanda,marcou uma jornada de activi-dades de Estado efectuada peloPR, entre os meses de Abril e Maio,no âmbito de uma política de re-forço das relações bilaterais entreAngola e os demais países

Arecepção ao enviado de Barack Obama aonosso país aconteceu na sequência das vi-agens de José Eduardo dos Santos à

França e ao Vaticano. No destaque da visita de John Kerry, realce paraa “boa impressão” a que ficou o secretário de Es-

Presidente José Eduardo dos Santos com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry

PR reforça relações de Estadocom EUA, França, Vaticano e China

tado norte americano a realidade angolana,tendo afirmado que Angola “é um parceiro muitoimportante" para os Estados Unidos, ao mesmotempo que elogiou a “liderança e participação”de Angola nos esforços do continente, para pôrfim aos conflitos em África."Debatemos várias questões, não apenas as re-lações bilaterais, mas também a segurança naregião. Enfatizo que Angola é um parceiromuito importante na região, e as relações entreAngola e os Estados Unidos estão a avançar,numa trajetória ascendente", afirmou JohnKerry, à saída do encontro com José Eduardodos Santos. No Vaticano, o Presidente da República, acom-panhado da Primeira Dama, Ana Paula dos San-tos, manteve na Basílica de São Pedro, umencontro com o Papa Francisco, com quem abor-dou aspectos ligados à cooperação entre Angolae a Santa Sé. José Eduardo dos Santos apro-veitou a ocasião para visitar também a Basílica deSanta Maria Maggiore e o túmulo de DomAfonso Nvunda "o Negrita", primeiro angolanorepresentante na Santa Sé, falecido há 400 anos.Na deslocação à França, o Chefe de Estado tro-cou várias impressões com o seu homólogofrancês, François Hollande, no quadro do relança-mento da cooperação bilateral entre os doispaíses. Dos Santos visitou o Hotel Nacional dosInválidos, um complexo formado por museus e

Presidente José Eduardo dos Santos com o seu homólogo francês, François Hollande

No Vaticano Papa Francisco recebeu PR e a Primeira Dama, Ana Paula dos Santos

monumentos relativos à história militar deFrança.Na sequência do seu vasto programa de reforçodas relações de Estado, José Eduardo dos Santos

recebeu também o primeiro-ministro da China, LiKegiang, na cidade Alta. Na ocasião, foi reafir-mado os objectivos de reforço da cooperaçãoentre Angola e a China. �

PR e o primeiro-ministro chinês, Li Kegiang

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23REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201422 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

CHEFES DDE EESTADO DDO CCIRGILFELICITAM PPRESIDENTE AANGOLANO

Mini-CimeiraMini-Cimeira»reportagem

Os Chefes de Estado e de Governo da Conferência Internacional da Região dos GrandesLagos (CIRGL) felicitaram o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos San-tos, pelos esforços que tem desenvolvido na busca de soluções pacíficas para os con-flitos na região dos Grandes Lagos

Oreconhecimento vem expresso nocomunicado final da mini-cimeirade Chefes de Estado e de Gov-

erno da CIRGL realizada em Luanda, con-vocada pelo também Presidente emexercício da CIRGL, José Eduardo dosSantos.Os estadistas decidiram proceder, emcolaboração com as Nações Unidas, aorápido repatriamento dos ex-militares doM23, do Uganda e do Rwanda, que con-stituem um encargo para os dois países.Decidiram ainda adoptar uma abor-dagem global na luta contra as forças

negativas, tendo em conta o papel daexploração e da comercialização ilegaldos recursos naturais, ou o financia-mento das suas actividades, bem comoa aplicação de sanções políticas eeconómicas a todas as forças negativas.A cimeira saudou a promulgação da leida amnistia pelo Governo da RepúblicaDemocrática do Congo (RDC), apelandopara a implementação das declaraçõesde Nairobi, a fim de facilitar o trata-mento da questão dos ex-elementos doM23.O comunicado final indica que os Chefes

de Estado e de Governo analisaram tam-bém com profunda preocupação a situ-ação global de segurança prevalecentena região dos Grandes Lagos e na ÁfricaAustral e recomendaram medidas perti-nentes.A cimeira contou com a presença dosPresidentes da África do Sul, JacobZuma, República Democrática do Congo,Joseph Kabila, do Congo, Denis SassouNguesso, do Ruanda, Paul Kagame, daTanzânia, Jakaya Kikwete, e do Uganda,Yoweri Musseveni, para além de José Ed-uardo dos Santos.�

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Acomuna do Bom Jesus é o localonde estáalocalizada aimponenteobra do novo aeroporto Interna-

cional, com conclusão prevista para 2016,cujo fluxo anual de carga esperado é de 600mil toneladas e 15 milhões de passageiros.As obras do empreendimento, quepromete impulsionar a economia na-cional,tem a testa a empresa chinesa CIFAeroporto Construction.Situado nas proximidades do municípiode Viana, a cerca de 40 quilómetros deLuanda, a infra-estrutura ocupa umaárea de aproximadamente 1.324hectares, cerca de 582 mil metrosquadrados reservados para o estaciona-mento de aviões e 5.125 metros quadra-dos para manobras.

O aeroporto vai ter duas pistas duplasem condições de receber o maior aviãocomercial do mundo, o Airbus A380. Apista norte tem quatro mil metros decomprimento e 60 de largura e a pistasul 3.800 metros de comprimento e 75metros de largura. Os terminais vão albergar 31 mangas, 20das quais para a área internacional e 11para a doméstica. A construção teve in-ício em 2007 e vem, de acordo com oministro dos Transportes, aproveitar ofacto de Angola ser um grande corredoraéreo internacional e bem localizado doponto de vista estratégico.A aposta do Executivo é criar um novoaeroporto internacional para Luanda,como medida que vai ajudar a catapul-

tar a economia angolana, na região e nocontinente africano.Sendo Angola um grande corredoraéreo internacional, com investimentoscorrelacionados no sector aéreo, marí-timo, portuário e ferroviário, vão ser cri-adas as condições de infra-estruturasfundamentais para relançar o sector daindústria, agricultura, pecuária, pescas edemais serviços.O projecto contempla um centro debombeiros, cujas obras de con-strução já estão terminadas, o termi-nal principal com as estruturasmetálicas principais montadas e oterminal VIP, um dos locais do aero-porto internacional em que as obrasjá estão concluídas.�

24 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

OSecretário de Estado das Relações Ex-teriores, Manuel Domingos Augusto,disse no dia 13 de Fevereiro, em Lon-

dres, Inglaterra, que a República de Angolacontinua a receber apoios consideráveis para asua candidatura a membro não-permanentedo Conselho de Segurança das Nações Unidas.Segundo informou a Angop, Manuel Augusto,aproveitou a presença dos diferentes líderesmundialistas na Conferência Internacionalsobre o Comércio Ilegal de Animais Selvagens,realizado na capital britânica, para enaltecer, deforma geral, todas as políticas do Governo deAngola, enfatizando a candidatura de Angola

no Conselho de Segurança das Nações Unidaspara o mandato rotativo no período 2015-2016.O Secretário de Estado disse que a campanhaestá no bom caminho e que o país está a recol-her simpatia e apoio, devido ao seu empenhoe coerência de posições políticas e pela fideli-dade aos princípios e objectivos da Carta dasNações Unidas.O governante afirmou que Angola tem exper-iência de trabalho e tem colaborado com oConselho de Segurança das Nações Unidas naprocura de soluções negociadas e sustentáveispara a resolução de conflitos, e que a candi-

datura de Angola está a mobilizar toda a suamáquina diplomática para alcançar o tão alme-jado objectivo.Segundo Manuel Augusto, as autoridades an-golanas estão igualmente convencidas que asua filosofia e experiência na resolução de con-flitos e a sua liderança regional podem igual-mente contribuir para aquele órgão dasNações Unidas.“A actual candidatura é apresentada num mo-mento em que o país vive um ambiente de paze estabilidade, decorrente de um processo dereconciliação nacional, cuja experiência sepropõe partilhar”, finalizou.�

Manuel Augusto, Secretário de Estado das Relações Exteriores

»reportagem

25REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

“actual candidatura éapresentadanum momento em queo país vive umambiente de paze estabilidade,decorrentede um processode reconciliaçãonacional, cujaexperiência se propõepartilhar”

Angola continua a receber apoiospara a candidatura ao CS da ONU

»reportagem

Novo Aeroporto Internacionalde Luanda

Page 14: Revista CIAM 08 Abril/Junho de 2014

27REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201426 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

A presidente do Conselhode Administração daAgência Nacional de In-vestimento Privado(ANIP), Maria LuisaAbrantes, considerou du-rante uma entrevista con-cedida à Revista CIAM,que os investimentos pri-vados projectados noquadriénio 2013 – 2017conhecem bons indi-cadores e correspondemas expectativas traçadaspelo Executivo para esteperiodo

Maria Luísa Abrantes realçou quea instituição registou um vol-ume de investimentos privados

na ordem dos 5.3 Mil Milhões de Doláres,equivalentes em Kwanzas, fora do Sectorpetrólifero.Apesar do volume ser superior daquiloque se estava à espera, a PCA, avançouque pela dimensão, pelos recursos natu-rais que o país tem e pela necessidade ur-gente de reconstrução e integração dapopulação na produção, a instituiçãodeveria captar mais investimentos anual-mente. Maria Luísa Abrantes afirmouainda que a agricultura é uma área muitodifícil para atrair investidores, uma vez que,o produto agrícola tem que ser vendido,de preferência, logo após a colheitaporque tem um prazo muito curto paraconservação. “Por vezes os produtores têmque vender os produtos a baixo preço parapoder escoar. Isso não é atraente para asempresas, porque quem investe quer tirarlucros”, justificou.

Salientou que a estrategia da ANIP paraatrair investidores nesta área consiste numprograma de sensibilização e aconsel-hamento para que o investidor, para alémde apostar na agricultura mecanizada, in-clua no mesmo projecto fábricas de pro-dução e conservação dos produtos, assimcomo transportes com refrigeração.A presidente da ANIP informou que a in-stituição que dirige conta com o apoio doMinistério da Justiça para a monitoriza-çãodo sistema jurídico dos processos,assim como está a trabalhar com osServiços de Migração e Estrangeiros e oMinistério das Relações Exteriores comoforma de garantir maior celeridade nosprocessos de cedência de vistos privilegia-dos ou especiais para os potenciais investi-dores estrangeiros que desejam investir nopaís.Criada em 2003 por Decreto nº 44/03 de 4de Julho de 2003, a ANIP é a entidadegovernamental responsável pela execuçãoda política nacional relativa ao investi-mento privado, sua promoção, coorde-nação e supervisão. �

A presidente do Conselhode Administração da Agên-cia Nacional para o Investi-mento Privado (ANIP),Maria Luísa Abrantes, con-sta de um grupo de 20 mul-heres africanas distinguidaspela revista francesa"Jeune Afrique"

Segundo a revista, esta a atribuiçãodo prémio a presidente do Con-selho de Administração da Agên-

cia Nacional de Investimento Privado(ANIP) e outras 19 mulheres africanasteve por objectivo destacar "O papeldas mulheres africanas, pelos seus actose iniciativas, cada uma no seu sector, naluta pelo progresso do continente".A iniciativa é denominada "As 20 mul-heres africanas que fazem mexer o con-tinente (20 femmes africaines qui fontbouger le continent)"."A época em que as mulheres africanaseram reduzidas a tarefas domésticasestá ultrapassada. Hoje, elas participam,em pé de igualdade com os homens,na vida social e pública. E muitas delasdestacam-se no que fazem hoje", referea "Jeune Afrique".Entre as homenageadas destacam-sea sul-africana Nkosazana Dlamini-Zuma, Presidente da Comissão daUnião Africana (UA), a jurista gam-biana Fatou Bensouda, ProcuradoraGeral do Tribunal Penal Internacional(TPI) e Aminata Touré, primeira-minis-tra do Senegal.Do grupo fazem igualmente parte ajoven actriz queniana Lupita N'yongo,vencedora, este ano, do Óscar de mel-hor actriz secundária no filme "12 Yearsa Slave" (12 Anos de Escravidão), bemcomo outras mulheres ligadas a diversasesferas da vida pública e empresarial.A homenagem teve como mote a cel-

ebração do 8 de Março, Dia Interna-cional da Mulher.�

Maria Luísa Abrantes em conversa com o repórter do CIAM

ANIP»economia

Investimento privado apresentabons indicadores

ANIP»economia

Maria Luisa Abrantes distinguidapela “Jeune Afrique”

Maria Luisa Abrantes Distinguida Pela Jeune Afrique

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29REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

OMinistro da Agricultura, AfonsoPedro Canga, afirmou recente-mente que Angola continuará a

executar o seu programa de produçãoalimentar, diversificação da economia egarantir a segurança alimentar.Afonso Pedro Canga, disse que estão aser criadas condições para que os pro-dutores possam explorar as potenciali-dades do país no domínio agrícola. O governante considerou oportuna ainiciativa, uma vez que em África aindamuitas pessoas padecem de fome, bemcomo da necessidade de unir sinergiapara acabar com a fome no continente.Segundo o ministro, “Angola está numbom caminho na medida em que noano passado foi um dos países que re-duziu o número de pessoas afectadaspela fome, tendo inclusive sido premi-ado pela FAO por este feito”.“Nós vamos continuar o trabalho commais determinação até, naturalmente,acabar com a fome", declarou o min-istro. Pedro Canga salientou que o facto de aUnião Africana consagrar "2014 anoafricano da agricultura e segurança al-imentar”, é reconhecimento de que énecessário investir na agricultura paracombater a fome, a pobreza e para di-versificar a economia africana. �

28 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

Além de avaliar, aprovar eacompanhar os projectosde investimentos priva-

dos no país, a ANIP chamou a sia responsabilidade de dar apoiomoral aos investidores queprocuram implementar os seusprojectos dentro dos prazosacordados nos contratos de in-vestimentos, isto é, atribuindoum certificado de mérito aosdestacados.Entre as empresas consta a“Zenindústria limitada”, um pro-jecto nacional aprovado emFevereiro de 2011, com um in-vestimento na ordem de 480milhões de kwanzas (cerca de4,8 milhões de dólares norte-americanos).A empresa, que opera na áreada indústria transformadora,está vocacionada à produção deperfumes, cosméticos e produ-tos de higiene. Está localizadana província do Bengo egarante emprego para 65 an-golanos.A fábrica tem uma capacidadepara produzir três mil quilogra-mas de sabonete e sabão/hora e20 mil litros de detergente/dia.Foram igualmente atribuídoscertificados de mérito às empre-sas “Inovia, Xunung internax-onal, Vitales e Tuti Angola”.“As empresas reconhecidas in-vestem fortemente no capitalhumano, com destaque nos na-cionais e estão ligadas sobre-tudo ao ramo industrial”,enfatizou a presidente da ANIP.

Em termos de perspectivas, àANIP se coloca, nos próximostempos, como grande desafio aimprescindibilidade de acom-panhamento e avaliação efectivados projectos cujos investimen-tos tenham sido avaliados eaprovados pelo Executivo.A província de Luanda, pela di-mensão dos empreendimentos,mais de três mil projectos e acomplexidade da região, certa-mente merecerá uma atenção es-pecial e particular para minorar"as limitações extremas", no seuacompanhamento e fiscalizaçãoainda deficientes, cuja soluçãopassaria pela existência de maisquadros, ou capital humano.A situação de investimentos dosector privado, na província deLuanda, e não só, é ainda maisgrave pelo facto, de acordo coma presidente da ANIP, de que"vários investidores privados nãose encontram nos endereçosnem localidades acordados noscontratos, o que pressupõe exi-gir, obviamente, rigor na ob-servância das condiçõescontratuais pelos investidores epotenciais investidores, nacionaise estrangeiros, pois é impre-scindível.

A importância da produção dedados estatísticos

No seu 2º conselho consultivo,a PCA da Agência Nacionalpara o Investimento Privado(ANIP), Maria Luísa Abrantes,considerou importante a pro-dução e divulgação de dadosestatísticos pela sua instituição,para que a sociedade tenhadados disponíveis sobre a ac-tividade."Hoje por hoje, não há so-ciedade, empresas ou outrosgrupos sócio-profissionais quealcançam o sucesso, na sua ac-tividade, sem a produção de in-formação”, afirmou na altura. De acordo com a gestora, osdados estatísticos são para serlançados e revistos diariamente,e devem ser do domínio públicoe não secretos, para que as pes-soas possam tomar decisõescom base na informação quetêm ao seu dispor.Maria Luísa Abrantes argumen-tou que "a divulgação regular epontual de dados estatísticossobre a realidade de aplicaçãode capitais proporciona a cap-tação de mais investimentos pri-vados para o país”. �

»economia

ANIP reconhece investidoresdestacados

»economia

Angola procura aumentar a produção agrícolae garantir a segurança alimentar

Afonso Pedro Canga, Ministro da Agricultura

Alguns produtos do campo

Page 16: Revista CIAM 08 Abril/Junho de 2014

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31REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201430 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

Segundo o Reitor, tal situ-ação ocorre porque nosubsistema de ensino as

bases não foram sólidas e oaluno quando chega à Universi-dade enfrenta muitas dificul-dades. “É necessário proceder-sea um nivelamento para que o es-tudante ao terminar a formaçãouniversitária esteja em melhorescondições para lidar com o id-ioma. Por isso, é que hoje intro-duzimos a Língua Portuguesaem todos os cursos, pois se nãohaver bases sólidas dificilmentepoderemos alcançar resultados

satisfatórios nos níveis mais ele-vados da formação”, referiu. De acordo com Orlanda da Mata,o estudante universitário deveestar ciente de que não entra paraa Universidade apenas para obtero canudo, mas sim, deve sair comuma formação ímpera do pontode vista académico, científico,profissional, assim como doponto de vista cívico e patriótico. O responsável do Campus Univer-sitário disse que a instituição quedirige tem prestado apoio àsnovas Universidades para quecresçam e consolidem-se, assim

economia

Oprograma "Angola Investe" exce-lente e adequado às característicasdo empresariado nacional, decidi-

damente, surgiu para resolver em parte oproblema de garantias dos beneficiários decréditos neste âmbito.Este projecto do Executivo angolano,lançado em 2012,está a contribuir signi-ficativamente no processo de diversifi-cação da economia nacional e a gerarmuitos postos de trabalho, com incidêncianos sectores das bebidas, agro-indústria ematerial de construção.Os resultados seriam maiores se os em-presários optassem maioritariamente porprojectos inerentes a pequenos negóciosou de média dimensão, uma vez que osriscos, o compromisso com o banco e asexigências de garantia são menor, além dehaver mais facilidade na gestão, quer daempresa/negócio, quer dos valoresdisponibilizados pelo banco.Relativamente aos constrangimentos doprocesso, a imperfeição dos projectos em-presariais apresentados e algum excesso

de zelo por parte de determinados bancoscomerciais, motivo pelo qual apela aosconcorrentes ao crédito do “Angola In-veste” a contactarem a AIA para consulto-ria e orientações técnicas.Por outro lado, muitos dos beneficiários damaior fasquia financeira (500 milhões dekwanzas) no quadro do programa AngolaInveste não conseguem cumprir com asgarantias.Contudo,os sectores da agro-indústria, be-bidas e material de construção são aspreferências dos empresários por seremmais confortáveis.O Governo angolano criou o Programa An-gola Investe em meados de 2012, paraapoiar Micro, Pequenas e Médias Empre-sas, vocacionadas a investimentos em sec-tores de actividade produtiva comprioridades para a Agricultura, Pecuária,Pescas, Materiais de Construção, Serviçosde apoio ao Sector Produtivo, IndústriasTransformadoras, Energia e Minas.As taxas de juro são calculadas em funçãoda avaliação do Banco, mas no máximo 5

por cento. Os montantes máximos de fi-nanciamento variam em função da dimen-são e especificidade dos projectos, sendoque para as Micro Empresas estão previs-tos 20 milhões de kwanzas, para as Peque-nas 150 milhões de kwanzas e para asMédias 500 milhões de kwanzas.Prevê-se, que o prazo de reembolso sejade sete anos no máximo, com carência depagamento de capital de seis meses. O pe-dido de financiamento deste projecto, queconsiste essencialmente na facilitação doacesso ao crédito a micro, pequenas e mé-dias empresas (MPME), é apresentado numbanco comercial acompanhado por um Es-tudo de Viabilidade detalhado.Segundo dados do Ministério da Econo-mia, até final de Agosto do ano passado, oprograma Angola Investe desembolsoucréditos de 6 mil milhões de kwanzas para44 projectos que vão criar 1415 empregos.O objectivo do Executivo, de acordo coma mesma fonte, é chegar a 2015 com crédi-tos de 150 mil milhões Kz e 300 mil empre-gos criados. �

Banco Nacional de Angola1

“ANGOLA INVESTE”está a contribuir no processode diversificação da economia

»sociedade

REITOR DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO PREOCUPADOCOM A FORMAÇÃO DE BASE DOS ALUNOS UNIVERSITÁRIOS

O Reitor do CampusUniversitárioAgostinho Neto,Orlando da Mata,manifestou, du-rante uma entre-vista à RevistaCIAM, a sua pre-ocupação pelofacto de muitosalunos univer-sitários apre-sentarem muitasdebilidades na dis-ciplina de LínguaPortuguesa

O estudante universitáriodeve estar ciente de que

não entra para a Universi-dade apenas para obter o

canudo, mas sim, devesair com uma formação

ímpera do ponto de vistaacadémico, científico,

profissional, assim comodo ponto de vista cívico e

patriótico

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33REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201432 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

No presente ano lectivo osnovos alunos foram assimdistribuídos: Faculdade de

Ciências recebe 940 novos alunos, ade Ciências Sociais mil e 440, a deDireito 200, Economia 400, enquantoa de Engenharia reservou 723. Já aFaculdade de Letras recebe 590novos estudantes, a de Medicina 120e o Instituto Superior de Ciências daSaúde (ISCISA) 320.O Campus Universitário da UAN, in-augurado pelo presidente da Repú-blica, José Eduardo dos Santos,custou ao estado angolano cerca deUSD 27 milhões. Aquando da inau-guração, que foi presenciada pelaprimeira-dama Ana Paula dos santos

e vários membros do Executivo, den-tre os quais, o vice-presidenteManuel Vicente, José Eduardo dosSantos inteirou-se do seu funciona-mento e da grandiosidade do em-preendimento. O projecto, segundo o então min-istro do Urbanismo e Construção,Fernando Fonseca, foi desenhadotendo em conta os ventos, a lumi-nosidade e o clima de Luanda. O quese nota, de resto, nas largas janelasvidradas e nos espaços entre os ed-ifícios. Pretende-se também umabraço ao ambiente, com gastosdiminutos de energia para o fun-cionamento da universidade.O em-preendimento abarca, entre outras

como tem protocolos com as de-mais Univeridades da Europa,América e com algumas de África,em matéria de Mestrado eDoutoramento.Informou que a UniversidadeAgostinho Neto faz parte doprograma Erasmo Mundo ACP,que antes era limitado aos estu-dantes europeus. “Hoje há inter-cámbio entre docentes e temosrecebido estudantes que veêmdo Brasil no âmbito de progra-mas de mobilidades criado nasFaculdades do Campus Univer-sitário”, concluiu.O Campus Universitário da Uni-versidade Agostinho Neto foi in-augurado pelo presidente daRepública, José Eduardo dosSantos, no dia 14 de Novembrode 2011, e custou cerca de USD27 milhões. �

Imagem do Campus Universitário da Universidade Agostinho Neto

infra-estruturas, quatro departamen-tos de desenvolvimento de Química,Física, Matemática e Informática. Vaiocupar uma área de aproximada-mente 21 quilómetros quadrados ese situa no município do KilambaKiaxe.A UAN possui seis Faculdades (Dire-ito, Economia, Medicina, Engenharia,Ciências e Letras e Ciências Sociais)além de um Instituto Superior deCiências da Educação (ISCED) e al-guns centros de Investigação. Os cursos ministrados na UAN sãogratuitos registando, por isso, umaelevada procura que ultrapassa deforma significativa a sua capacidadede oferta.

»sociedade

Investimento em infra-estruturas facilitaingresso de mais jovens no ensino superior

Depois de inaugurado o seu Campus em 14 de Novembro de 2011, o primeiro nopaís, a Universidade Agostinho Neto- UAN passou a contar com um númeromaior de estudantes nas várias faculdades que comporta. Por exemplo, no

primeiro ano de funcionamento o Campus Universitário abriu as portas para 4500novos estudantes nos diferentes cursos. No presente ano lectivo o número de

vagas atingiu quase 5000 para os 43 cursos ministrados nas sete faculdades e noInstituto Superior de Ciências da Saúde (ISCISA).

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35REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201434 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

A Universidade Agostinho Neto (UAN) éum estabelecimento de ensino superior.Nos termos do seu Estatuto Orgânico éuma instituição colectiva de direitopúblico, dotada de autonomia es-tatutária, científica, pedagógica, admin-istrativa, financeira e disciplinar,destinada à formação de quadros supe-riores, nos diversos ramos do saber. �

Elevada procua na UAN ultrapassa de forma significativa a sua capacidade de oferta

Mais Campus

Além do Campus em Luanda, o Gover-no de angolana está a edificar outraobra semelhante no Menongue,província do Kuando Kubango. A infra-estrutura, cuja conclusão está previstapara Julho de 2014, poderá desconges-tionar o acesso à Escola SuperiorPolitécnica de Menongue.O Campus Universitário de Menon-gue, situado nos arredores da capi-tal do Kuando Kubango, comportará50 salas de aulas, áreas administrati-vas, auditório, refeitório, balneários,entre outras dependências, sendoque uma das naves terá um piso. OExecutivo aumentou igualmente aoferta de instituições de ensino su-perior com a criação de mais seisuniversidades públicas. A Universi-dades 11 de Novembro, José Ed-uardo dos Santos, Mandume YaNdemufaio, Kimpa Vita, LuejiAnkonda e Katyavala Buila. Com sede na província de Cabinda, aUniversidade 11 de Novembro temuma extensão no Zaire. Já a Universi-dade José Eduardo dos Santos estasedeada no Huambo e abarca ainda asprovíncias do Bié e Moxico. Apesar da sua denominação, que éuma homenagem ao rei dos kuan-hamas Mandume Ya Ndemufayo, estaUniversidade tem a sua sede na Huíla. Mas a sua extensão abarca o Namibe,Kuando Kubango e o Cunene, terraonde nasceu e está sepultado.

A Universidade Kimpa Vita cobre asprovíncias do Uíge (sede) e KwanzaNorte, ao passo que a Lueji Ankonda,com as instalações principais na Lunda–Norte, compreende ainda a Lunda-Sule Malange. Katyavala Buila é a denominação daUniversidade sedeada em Benguela,com extensão no Kuanza Sul.

Tradição histórica eacadémica da UAN

O Ensino Universitário foi instituciona-lizado em Angola, no ano de 1962 (de-creto-lei 44530, de 21 de Agosto), coma criação dos Estudos Gerais Univer-

sitários de Angola, integrados na Uni-versidade Portuguesa.Em Dezembro de 1968, o decreto-lei48790 (de 23 de Dezembro) determinaa transformação dos Estudos GeraisUniversitários de Luanda, sendo no anode 1976, após a proclamação da inde-pendência de Angola, transformada emUniversidade de Angola. No dia 24 de Janeiro de 1985, por forçada Resolução 1/85, do Conselho de De-fesa e Segurança (DR 9-1ª Série,28/1/1985) a Universidade de Angolapassou a chamar-se UniversidadeAgostinho Neto, em memória aoprimeiro Presidente de Angolaeprimeiro Reitor da Universidade de An-gola, Dr. António Agostinho Neto.

Orlando da Mata, reitor do Campus Universitário

O Ensino Universitário foi institucionalizadoem Angola, no ano de 1962 (decreto-lei

44530, de 21 de Agosto), com a criação dosEstudos Gerais Universitários de Angola, inte-

grados na Universidade Portuguesa

Page 19: Revista CIAM 08 Abril/Junho de 2014

Turismo»

37REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201436 REVISTA CIAM

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pelos Mbumbos (vendedores)do Reino do Ndongo, e que pos-suia níveis satisfatórios de recur-sos, entre minerais como o ferro,a agricultura, pastorícia e umapequena indústria que movi-mentava homens e mercadoria,e que fomentaram uma com-plexa rede de comércio. Curiosa-mente, o peso desta dimensãoeconómica ainda é hoje notóriona prática da actividade pis-catória e noutras de carácteragro-pecuário.Do ponto de vista turístico nestecaso particular, à beleza naturalao longo do corredor do Kuanzasempre despertou a acção con-

nicação e acesso como em out-ros continentes, em virtude dasnumerosas quedas de água queimpedem a navigabilidade, elesconstituem motivo de atracçãodo homem pelas suas margensférteis e luxuriantes.Em Angola ao longo das mar-gens dos rios se processa umaocupação eficiente, contínua eproveitosa. Exemplo muito con-hecido desta actividade povoa-dora é o rio Kuanza. Desde operiodo pré-colonial, colonial,até a fase actual, ao longo docorredor do Kuanza foi e é con-siderado, uma zona de activocomércio, praticado no princípio

Ao falar-se por exemplo,dos rios angolanos quedesaguam no mar, evo-

cam-se o Kuanza, o Zaire, oDande, o Giraul, o Cunene, epouco mais.Mas a verdade é que a costa an-golana oferece ao longo dosseus extensos quilómetros algu-mas dezenas de locais onde osrios, se lançam no mar em plenocontacto com o imenso Atlân-tico. Na realidade, mais de umacentena de rios e riachos encon-tram os destinos no oceano.Embora em África os rios nãotenham desempenhado tão im-portante papel de via de comu-

in foco

Angola é hoje um país mais dinâmicoe seguro na projecção do turismono continente e a nível mundial. Com

o advento da paz e a estabilidade política eeconómica, abriu-se novas e excelentesoportunidades para investir no país.É assimque Angola apresenta a sua nova realidadeao mundo com avanços significativos paraatrair investimentos a economia em geral,e para o sector em particular .As projecçoes para o futuro são óptimasem relação ao crescimento sustentado doturismo para os próximos anos. Quem con-hecer Angola descobrirá um novo país com

capacidade de se tornar uma nova atracçãono mundo do turismo.Com o aumento da procura interna e as po-tencialidades do turismoregistaram-se osprimeiros sinais de interesse após o alcanceda paz, cujosos investimentos no sectorhoteleiro e turístico ganham crescente in-teresse.Os operadores turísticos estão confiantese continuam a investir na criação de infra-estruturas, tendo nos últimos anos regis-tado um crescimento positivo com achegada de turistas provenientes de diver-sos países do mundo.

Angola torna-se um destino turístico porexcelência graças ao ecoturismo, a suariqueza cultural e tradicional, as belíssimaspraias de águas quentes, suas planícies, e assuas montanhas que rasgam os céus deÀfrica.O clima de paz e de segurança que Angolaapresenta, fazem dela uma região onde osturistas visitam com muito entusiasmo,porque estão esperançosos em encontraroportunidades de investimento nas infra-estruturas hoteleiras e turísticas e em váriasáreas de serviços. �

PROJECÇÃODO TURISMO EM ANGOLA

Turismo»in foco

A exuberância dos rios angolanoscomo vector de desenvolvimento

Os rios de Angola, num conjunto impressio-nante de caudal, são pouco conhecidosnoutras partes do planeta. Do ponto devista natural, os rios de Angola incluem umavasta vegetação ao longo das suas margensbem como de uma rica biodiversidade quedesperta qualquer turista.

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strutiva do homem desdeépocas muito antigas. Desde afoz podemos encontrar excep-cionais paisagens construidas ede grande valor histórico. Sãodisso exemplos as localidades deCalumbo, Muxima, Massangano,Dondo e Cambambe, ondepodemos ir ao encontro de con-struções religiosas, civis e mil-itares dos séculos XVI, XVII eXVIII.Além do Kuanza outros rios deAngola desempenham papelidêntico, embora sejam menosfalados. Está neste caso o rioBengo, bem conhecido dosmoradores das redondezas deLuanda e onde presentemente seprocessam novos empreendi-mentos de carácter agricola.É curioso assinalar que já no peri-odo colonial havia a preocupaçãode obrigar os concessionários auma ocupação efectiva; caso nãofizessem perderiam o direito aoterreno.

39REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201438 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

Além do Kuanza outros rios de Angola desempenham papel idêntico, embora

sejam menos falados. Está neste caso o rioBengo, bem conhecido dos moradores das

redondezas de Luanda e onde presente-mente se processam novos empreendimen-tos de carácter agricola. É curioso assinalarque já no periodo colonial havia a preocu-

pação de obrigar os concessionáriosa uma ocupação efectiva. Caso não

fizessem, perderiam o direito ao terreno

Tais disposições mostravam naépoca um espírito progressivoao mesmo tempo que demon-strava a boa qualidade dos ter-renos tão disputados ao longodo rios angolanos. �

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41REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201440 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

»CENSO 2014Recenseamento Geralda População e Habitação

Todos contamos para Angola

Vamos colaborar

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43REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201442 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

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Nosmonumentos nacionais classificadosem Angola, podemos ver que, apesar dasdestruições, quer pelo tempo quer pelos

in foco

Turismo

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ABRIL A JUNHO 2014

homens, alguma coisa nos ficou que at-esta bem a época em que foiconstruida.Exemplo muito conhecido sãoas Igrejas da Nossa Senhora da Nazaré ,

Igreja de Nossa Senhora do Carmo e Con-vento dos Carmelitos , Igreja de Jesus ,Igreja de Nossa Senhora da Muxima,Igreja da Misercórdia, Igreja de Nossa Sen-

Apartir daí, em todo o litoral e maisou menos no interior, podemos vermonumentos históricos e artisticos

que atestam essa penetração.Surgiramnovas povoações e várias obras que nosfalam de mais de cinco séculos de história.Apesar do abandono e da destruiçãoainda nos restam alguns monumentosdignos de despertar o interesse turístico.São verdadeiramente essas obras de artedo que há de mais perfeito nesta época.

Mas,é principalmente em Luanda onde sepode encontrar o maior núcleo de con-struções daquela época, especialmenteem edificios residenciais, uns com aspectoapalaçado, outros mais modestos. É igual-mente em Luanda onde parte desses ves-tigiostem-se apagado para dar lugar anovas construções.Mas o que esta bem patente é o cunhoportuguês, as caracteristicas barrocas e afeição típicamente colonial ainda visível.

Era assim a habitação colonial portuguesa,da qual alguns exemplares podem ser ob-servados. Não só em Luanda, mas nosarredores também se construirammuitosimóveis de idêntico estilo.Igualmente nas vilas do Dondo e Novo Re-dondo (actual Sumbe) ainda se encontrammuitas casas de sobrado e de feiçãosemelhante às de Luanda, o que faz comque estas cidades no conjunto, conservemas caracteristicas setecentistas.

Angola foi o primeiro território ao sul do Equador para onde se expandiua civilização europeia no século XV. Foi com a penetracção portuguesa nointerior do Congo que desde 1483 se iniciou o ciclo de construções que sedessiminou a arquitectura e a cultura europeia em território angolano

A herança arquitectónicaDE ANGOLA

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in foco

Turismo

LUANDA CIDADE MARAVILHOSA

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Ao anoitecer, para os que gostam dedesfrutar da noite, existem váriasopções para o entretenimento,

entre restaurantes, discotecas e pubs.À entrada da Baía de Luanda, está afamosa restinga, ilha do Cabo, que sedesdobra por mais de 14 quilómetrosde praia de águas claras, restaurantes emoradias. Na Ilha os vários restaurantes

e bares a beira-mar animam e deliciamos turistas com as suas diferenciadasgastronomias. Prédios muito sofisticados estão a sererguidos em toda a cidade. A capital éo maior centro de comercialização doartesanato angolano, muito famosopela raridade e qualidade da suamadeira.

A Sul de Luanda encontra-se praiasmagníficas. As praias desertas daBarra do Kwanza, são ideais para orepouso e desportos náuticos. Aindana Barra do Kwanza, desagua omaior curso de água doce de Angola,cujo cenário de imensa beleza natu-ral demonstra a grandeza da na-tureza.

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hora dos Remédios , Igreja de Nossa Sen-hora do Cabo . Todas essas igrejas foramconstruídas no século XVII, excepto aigreja de Nossa Senhora de Pópulo (século XVIII ) na provincia de Benguela .São igrejas muito simples mas com umaconstrução arquitectónica muito curiosacaracterizada pela robustez. As pequenasnaves de mistérios são geralmente muitopobres, mas as capelas são muito deco-radas com belos azulejos e altares emrelevo. Apesar da exuberância ornamental quenos impressiona, nota-se um sentimentode religiosidade que predispõe à contem-plação e à oração. Nesta composição dec-

orativa figuram molduras, florões, grinal-das, anjos e desenhos de fantasia. Juntam-se as igrejas outros imóveis de interessepúblico, tal como já o dissemos. Todo essepatrimónio artístico e monumental é sem-pre um pôlo de atracção para todos aque-les que gostam de perscrutar o passadopois refletem bem a época em que foramconstruidos. Para Angola que abre as suasportas ao Turismo, o seu repositório mon-umental e artístico é um valor positivo quedeve ser evocado, conservado e divul-gado. Desde as suas belezas naturais atéao seu património artístico e monumental,tudo constitui uma riqueza turística queconvém revelar. �

Nas vilas do Dondo e NovoRedondo (actual Sumbe)

ainda se encontram muitascasas de sobrado e de

feição semelhante às de Lu-anda, o que faz com que

estas cidades no conjunto,conservem as caracteristi-

cas setecentistas

Luanda é uma cidade exuberante, alegre e hospitaleira. O movi-mento da cidade, que nunca dorme, começa logo nas primeirashoras do dia

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49REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

in foco

Turismo

MUSEU NACIONAL DA ESCRAVATURA»

Criado em 1977 pelo Insti-tuto Nacional do Patri-mónio Cultural com o

objectivo de dar a conhecer ahistória da escravatura em An-gola, o Museu Nacional da Es-cravatura tem a sua sede naCapela da Casa Grande, templodo século XVII onde os escravoseram baptizados antes de em-barcarem nosnavios negreirosque os levavam para o conti-nente americano, sobretudoaoBrasil.Dentro da antiga igreja encon-tram-se expostas fotografias,pinturas e artefatos que relem-bram o tráfico de escravos. En-contra-se também a pia feita demármore, onde era colocadaágua benta para o baptismo dosescravos, assim como as fichasde identificação usadas pelos es-cravos nos Estados Unidos. Todas as salas do Museu docu-

mentam o período da escra-vatura em Angola. Numa delas,podemos encontrar um gráficocom a evolução do tráfico de es-cravos que foi praticado atémeados do século XIX.

O Museu Nacional da Escra-vatura tem as suas portas aber-tas ao público a Quarta, Quintae Sexta-feira, das 10h as 15h, eao Sábado e Domingo das 9h30as 14h. �

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Na margem do rio Kwanza, localiza-seo parque da Kissama. O Parque é indi-cado para a recepção de excursionistas.A praia das Palmeirinhas é propícia paraa prática do Surf. A exótica Baia doMussulo cercada por uma série de pe-quenas ilhas é muito frequentada porbanhistas e não só.Na estrada que liga Luanda à Barra doKwanza, encontra-se o exótico Museu

da Escravatura (onde os escravos erambaptizados antes de embarcarem paraa América) e apreciar o pôr-do-sol noMiradouro da Lua. Rumo ao norte de Luanda, encontra-sea Fortaleza de São Pedro da Barra, ed-ifício militar do século XVII, construídosobre as ruínas do Forte de Casson-dama.Para além dos cincos museus já exis-

tentes em Luanda, Museu de HistóriaMilitar, Museu Nacional de Antropolo-gia, Museu Nacional de História Natural,Museu Nacional da Escravatura e Casa-Museu Óscar Ribas, está projectada aconstrução de mais seis, a citar, Museudos Diamantes, Museu da Moeda,Museu da República, Museu de ArteContemporânea, Museu do Cinema eMuseu da Ciência e Tecnologia. �

O Museu Nacional da Escravatura localiza-se no Morro da Cruz, nacidade de Luanda, em Angola. Dedicado à memória da escravidão, éuma destacada instituição cultural do país.

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para as Índias), Paulo Alexandrino daCunha (governador de Angola),D.Afonso Henriques (1o rei de Portugal

no período 1128-1185), e Luís deCamões (poeta).Também, se destaca alguns veículos us-

ados pelo presidente António Agos-tinho Neto.Numa das salas encontra-se um bustode António Agostinho Neto, primeiroPresidente de Angola, bem como, fo-tografias, documentos, armas, uni-formes e quadros que mostram cenasda luta pela independência do país.O Museu Nacional de História Militaroferece visitas guiadas aos visitantes,de segunda a sábado, das 9h as 12h edas 14h as 16h, devendo o visitantepagar o valor de 250 kwanzas. �

50 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

in foco

MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR»

Depois de ter sido encerrado paraobras de restauração, o Museureabriu as suas portas ao

público no dia 4 de Abril de 2013.É prazeroso subir o Morro da Fortaleza-para apreciar o acervo histórico quenele se encontra.Para saudar os convidados, logo à en-trada encontra-se a gigantesca Ban-deira-Monumento que possui ummastro com 75 metros de altura e quesuporta a maior bandeira da Repúblicade Angola, com 18 metros de compri-mento e 12 de largura. Logo a seguir fica a estátua da heroínamais aclamada do povo angolano, aRainha Ginga. Olado esquerdo do pátio

central é constituído por aviões bimo-tores, armas diversas, carros de com-bate blindados e de transporte, várioscanhões, e outros artefatos utilizadosna defesa do país.No pátio do edifício existem várias salascom azulejos portugueses, que repre-sentam cenas da história de Angola,assim como, a fauna e a flora.Na parte externa, encontram-se está-tuas representando personagensportuguesas, como, Diogo Cão(primeiro português a pisar o soloangolano), Paulo Dias de Novaes(fundador da cidade de Luanda),Vasco da Gama (navegador por-tuguês, que descobriu o caminho

Localizado no centro da cidade de Luanda, o Museu Nacional deHistória Militar está instalado na antiga Fortaleza de São Miguel,uma antiga fortaleza militar, utilizada para defender a entrada da

baía que banha a cidade de ataques navais

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53REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

entre nós

Reforma tributáriaem debate no CIAM

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Os Serviços Nacionais das Alfândegas orientouum seminário de formação sobre as reformas aduaneiras,dirijido aos profissionaisda ComunicaçãoSocial,no Centro de Im-prensa Aníbal de Melo(CIAM)

Durante o seminário foramanalisados temas como “O im-pacto da Pauta Aduaneira e

vantagens e desvantagens da novapauta fiscalizadora”, bem como “Asalterações efectuadas no sistema trib-utário e seu impacto na arrecadaçãofiscal”.Na ocasião, Garcia Afonso, chefe deDepartamento de Tarifas e Comércio,disse que o objectivo fundamental docertame é passar informações relactiva-mente ao conceito de elaboração danova pauta aduaneira, assim como al-guns dos principais elementos quetiveram influência dentro desteprocesso.“Há muita desinformação sobre a pautaaduaneira.Pretendemos com este en-contro levar ao conhecimento dos jor-nalistas a realidade do processo paraque os orgãos de informação sirvam de

porta voz, de modos a esclarecer elevar esta informação de forma credívelaos diversos sectores não bem infor-mados”, afirmou.A Pauta aduaneira foi alterada porqueexiste, a nível do mundo, um acordocom a organização mundial das alfân-degas que, ao abrigo das conven-ções,os países inseridos no grupodevem alterar a inventaria fiscalizadorados respectivos estados,de cinco emcinco anos.O Projecto Executivo para ReformaTributaria é um organismo público es-pecializado e temporário, criado nostermos do decreto presidencial, com in-tuito de concretizar uma profunda re-forma da administração e do sistematributário em Angola. �

52 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

entre nós

“Perdas de valoresé um problema universal”

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Segundo o cónego Apolónio, aperda dos valores culturais e cívi-cos não é um problema só de An-

gola, mas sim, é uma questão queabrange também outros países. “É pre-ciso tomar consciência de que o res-gate destes valores requer sacrifícios,daí a necessidade do contributo e em-penho da sociedade”, afirmou. Ainda segundo o cónego, o resgatedos valores culturais e cívicos é umaconquista que exige muito sacrifício ededicação, embora esse esforço já sejanotório em alguns indivíduos, cuja ed-ucação é estritamente religiosa e ci-mentada diariamente com base emprincípios bíblicos.O cónego Apolónio Graciano declarouque “o povo angolano tem valores queo tornam digno, mas precisa de maisajuda no que diz respeito ao seu com-portamento diário”. O católico deu ên-fase à necessidade de as pessoastrilharem o caminho do bem, pela viade comportamentos éticos, morais ecívicos, quando citou uma passagembíblica do livro Eclesiastes que profetizaque “aquele que educa o seu filhocausa inveja aos outros”. Acrescentou:“Sabemos que um filho bem-educadoé orgulho de um pai e a dignidade deum país”.O cónego Apolónio Graciano fez tam-bém uma incursão ao modo actual devestir de muitos jovens em Angola aoreferir-se que muitos jovens imitam aforma de vestir dos jovens de países daEuropa, América e Ásia”.“Hoje, vemos muitas raparigas que jánão têm outra vestimenta a não ser umpar de collants ou outras roupas menosdecentes, como calções, saias e blusascurtas. E os nossos meninos, hoje pen-

sam que estar bem vestido é ter ascalças a cair”, acrescentou ApolónioGraciano, salientando que o fenómenoafecta a cultura angolana que é rica emprincípios, quer na forma de vestir, querde se comportar diante da sociedade.“Não precisamos ir para o estrangeiroe imitar tudo que vemos, porque essespaíses também têm modas e atitudeserradas, pouco dignas de um indiví-duo”, alertou o cónego Apolónio Gra-ciano durante a palestra.A finalizar, o cónego Apolónio Gracianoexprimiu que “a má educação enver-gonha não só a nós ou os nossos pais,como também os nossos ancestrais,que muito fizeram por esta nossa An-gola, hoje independente”. �

Estas declarações foram proferidas pelo cónego Apolónio Gracianodurante uma palestra, subordinada ao tema “O Resgate dos ValoresCívicos e Culturais”, realizado pelo Centro de Imprensa Aníbal deMelo, em Luanda

“Hoje, vemos muitas raparigas que já não têmoutra vestimenta a nãoser um par de collants ou outras roupas menosdecentes, como calções,saias e blusas curtas. E os nossos meninos,hoje pensam que estarbem vestido é ter ascalças a cair”

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Segundoa Diplomata, a assi-natura do acordo, que decorreuno Centro de Imprensa Aníbal

de Melo (CIAM), visa àtransmissão edivulgação de programas, destecanal via satélite,que são exibidosapartirda ilha caribenha, para Angolae Moçambique.O sinal que pela primeira vez foi parao ar no dia 23 de Março a partir das14 horasabarcou no seu plano váriosprogramas como noticias, cultura,desporto e entretenimento. Omesmo évisto no Canal nº 164 daZap.O lançamentopúblico deste canal visainformar os Cubanos,que constituemuma grande comunidade, e públicoamante daquela Ilha do continentelatino-americano sobre a realidadedaquele país.A assinatura deste acordocoincidiucoma passagem de mais um aniver-sário da Batalha do Kuito Kuanavale,uma das datas mais marcantesnaheróica história para os angolanos. �

54 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

entre nós

Embaixada de Cubaassina acordo com a ZAP

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A Embaixadora da Republica de Cuba em Angola,Gizele Garcia Rivera eo Director da Zap em Angola,

Nuno Aguiar,assinaram um acordo de parceriaentre a Cuba Vision Internacional

e a Empresa Nacional de distribuição de Canal Televisivopor satélite ZAP

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57REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201456 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

cultura

Reportagem

CARNAVAL/2014

FESTA EE UUNIÃO CCULTURAL DDOS PPOVOS

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Manuel Sebastião, DirectorProvincial da Cultura de Lu-anda, que falava a nossa re-

portagem, reafirmou o compromissoda continuidade e preservação datradição angolana e desmascarou a in-fluência externa na cultura carnavalescade Luanda. “A exibição do nosso semba, a kazukutae a indumentária, vem mais uma vezprovar o trabalho árduo que se vemfazendo em torno da preservação danossa cultura, e o que estamos a verhoje aqui não foge a regra”, afirmou odirigente.O entrudo teve a sua abertura a 1 deMarço de 2014 com o defile do grupoda classe infantil, União Cassules do 10de Dezembro, que não deixou emmãos alheias a sua habilidade rítmica edançante do característico Semba,com o qual abrilhantou a Nova Mar-ginal.

Seguiram-se os grupos Jovens daCacimba, o estreiante Cassules do Twa-fundumuka, Juventude do KilambaKiaxi e os Cassules do Jiza, que exibiramigualmente o Semba.Na sequência, o União Cassules doKazukuta do Sambizanga virou a trajec-tória das exibições e fez soar os aplau-sos da multidão presente, que delirouao ver a habilidade excepcional dosdançarinos da tradicional dança “Kazu-cuta”.Os grupos Cassules do Café de Angola,Amazonas do Prenda, Cassules doSagrada Esperança, Angola Indepen-dente e Cassules do União Mundo daIlha, fizeram-se a pista consagrando onosso Semba.

Carlos Mendes, de 23 anos deidade diz estar muito feliz pelo que vêno desfile do Carnaval da Classe infantilem Luanda, pois se continua a manter

predominantes os costumes culturaisno nosso carnava.“Pensei que veriamuita indecência no vestuário dos par-ticipantes, mas não aconteceu”, disse.“Estou muito feliz porque não estamosa herdar aspectos negativos de outroscarnavais, agradeço imenso o nossopovo, os dirigentes e os participantesdo nosso carnaval por se manteremfiéis às nossas tradições”, argumentouo jovem.Na sequência da grande festa culturalangolana, seguiu-se o desfile da ClasseB, adultos, que teve para sua abertura oUnião Tonesa, do município doCazenga, exibindo o grande Semba. Era mais um dia de festa, com aAvenida Marginal completamentepovoada de apreciadores do míticoCarnaval de Luanda. A exibição de cadagrupo carnavalesco era a prova clara deque a edição de 2014 proporcionariauma grande disputa, sobretudo,porque define a ascenção dos cinco

A edição 2014 do Carnaval, fez desfilar na Avenida Dr. Agostinho Neto (NovaMarginal de Luanda), os grupos da Classe Infantil, Adultos Classe (B) e (A),numa festa popular em que a permanência e o resgate da cultura angolanadãoprovas de sustentação e manutenção

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59REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

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58 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

primeiros classificados da Classe B àClasse A, na edição a seguir da maiormanifestação cultural angolana. O segundo grupo a exibir-se na pistada marginal foi o União Café de An-gola, seguido pela Nova Geração doMar, União Dimba Dya Ngola, EtuMudyetu, Juventude de Kapalanga,União 54 e União Jovens do Mukwaxi,num desfile completamente dominadopelo Semba.Fizeram a diferença no estilo de actu-ação nos grupos da Classe B o UniãoEstrela do Pita, que do município daKissama trouxe a Katutula e o UniãoKwanza com a Kabetula. No segui-

mento da ordem do desfile estiveramos grupos União Twafundumuka, União17 de Setembro, Unidos do KilambaKiaxi e União Domant, que mais umavez ao estilo do Semba desfilaram aMarginal de Luanda.O carnaval 2014 estava somente acaminhar para a realidade daquiloque seria uma “grande” manifestaçãoculural, à dimensão do que o desfileda Classe A dos grupos de Luandaviria a proporcionarao público pre-sente na Avenida Dr. AntónioAgostinho Neto, vindos dos mais vari-ados pontos de Angola e do es-trangeiro.

Entre os presentes, destacam-se o Pres-idente da República de Angola, JoséEduardo dos Santos e a Primeira-DamaAna Paula dos Santos.Marcou também presença a Ministra daCultura, Rosa Cruz e Silva, o vice-Gover-nador de Luanda, Adriano Mendes deCarvalho, em representação do Gover-nador Provincial de Luanda, BentoBento, entre outras entidades.Coube a Adriano Mendes de Carvalho,a honra de dar por aberta o desfileCentral do Carnaval de Luanda edição2014, depois de autorizada pelo maisAlto Mandatário da República de An-gola.Depois da intervenção do dirigente,seguiu-se a exibição do Bloco de Ani-mação “Sol” e o grande homenageadodesta edição, o “União Povo daSamba”, cuja reputação mereceuaplausos dos milhares de foliões pre-sentes.Feita as “honras” da casa é dado inícioao desfile competitivo dos 12 gruposcarnavalescos decididos a arrebatar otítulo da edição do carnaval deste ano.O primeiro a desfilar foi o grupo car-navalesco União Amazonas do Prenda,cujo tema de apresentação foi a con-strução, concertado com a mensagemà juventude angolana sobre a necessi-dade de trabalhar para o desenvolvi-mento do país.O grupo exibiu-se durante os 25 minu-tos permitidos, mostrando o seu sériointeresse na preservação da culturapopular angolana. A festa continuou com a exibição dosgrupos União Jiza, Operário Kabo-comeu, Kiela, Jovens da Cacimba, 10 deDezembro, Geração Sagrada, NjingaMbandi, vencedor da edição anterior,Kazukuta do Sambizanga, Twabixila,Sagrada Esperança e União Mundo daIlha.

Baló Januário, que com a sualinda voz ajudou o grupo União NjingaMbandi a pôr em prática a Cabecinha,disse a nossa reportagem estar confi-

CARNAVAL/2014

FESTA EE UUNIÃO CCULTURAL DDOS PPOVOS

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61REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201460 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

cultura

CARNAVAL/2014

FESTA EE UUNIÃO CCULTURAL DDOS PPOVOS

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63REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

O carnaval não terminou com o final dodesfile dos grupos competitivos, houvetambém as exibições dos Blocos de an-imação, dos quais fizeram parte o BlocoVermelho, Azul, o Branco e o lança-mento de Fogos de Artifícios, bemcomo a actuação de vários músicos dapraça nacional.

Paulina Jorge, que se deslocoua Marginal para assistir ao desfile cen-tral afirmou estar bastante alegre como que viu. “há festa, alegria, e muita an-imação”, disse. “A organização está ex-celente, os serviços estão a ser bemprestados, há banheiros completa-mente bem equipados, feirantes ondea gente consome com um atendi-mento excelente, está bonito”, rema-tou.A ministra da Cultura Rosa Cruz e Silva,garantiu a preservação e a manutençãoda cultura nacional angolana nos des-files do carnaval de Luanda, fazendo jusaos estilos nacionais completamentedominantes no desfile dos grupos car-navalescos.O Vice-Governador, Adriano Men-des de Carvalho, aproveitou a oca-sião para desejar um “Feliz MarçoMulher para todas as Mulheres An-golanas”.A edição do carnaval edição 2014, reg-istou um ambiente de festa e alegria,demonstrando uma vez mais o espíritofestivo e cultural que caracateriza opovo de Angola. �

62 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

ante na rivalidação do título. “Nos em-penhamos muito no trabalho para estaedição, sem sombras de dúvidas o tí-tulo será nosso”, afirmou.

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65REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

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Esperança arrebatando 870 pontos,destronando o grupo infantil CassulesCafé de Angola que ostentava o título.O segundo lugar foi ocupado pelogrupo Cassules Mundo da Ilha, com809 pontos. O terceiro lugar coube aocolectivo Cassules Kazukuta do Sam-bizanga, com 759 pontos.O quarto lugar coube ao CassulesAmazonas do Prenda, enquanto oquinto ficou o Cassules Jovens daCacimba.Na Classe B Adultos o grupo DimbaDya Ngola,foi o grande vencedorcom 744 pontos. O segundo lugar foiatribuído a União 54 , que regressaao convívio dos grandes . O terceirolugar foi ocupado pelo Grupo UniãoEtu Mudietu que obteve 698 pontosenquanto o quarto lugar pertence aocolectivo União Domant que con-seguiu 676 pontos. A quinta posiçãocoube ao grupo União Twanfundu-muca, com 660 pontos. É de referirque o primeiro ao quinto lugar foramapurados para serie A.As melhores canções de cada grupoforam premiadas pelo Banco Bai(Canção Banco BAI). Os primeirosclassificados até o quinto Lugar decada colectividade, receberam comoprémios um valor em Kwanzasatribuído pela Organização doevento. �

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cultura

Reportagem

Carnaval de Luanda 2014 União Sagrada Esperança vence edição 2014

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O grupo carnavale-sco União SagradaEsperança do dis-trito urbano doRangel é o novovencedor da classeA do Carnaval deLuanda, com 892pontos, recu-perando o títuloperdido em 2012

Os resultados foram divulgadosna Liga Angolana de Amizade eSolidariedade com os Povos

(LASP), numa Cerimónia realizada pelaComissão Organizadora da maior FestaPopular do país que se realizou naAntiga Marginal de Luanda.O segundo lugar ficou com UniãoNjingaMbandi, vencedor da edição2013, com 808 pontos.Já o terceiro lugar coube à agremiaçãoJovens da Cacimba, com 788 pontos. Aquarta posição foi ocupada pelo grupoUnião Kazukuta do Sambizanga, com776 pontos, enquanto que no quintoposto ficou o grupo União Mundo daIlha, com 761 pontos. A Classe Infantil foia primeira a ser sub-metida a ordem de contagem, ficando-como vencedor os Cassules Sagrada

Prémios dos cinco primeiros classificadosda classe infantil

1-Cassules Sagrada Esperança 1.000.000.00 kwanzas (kz)2-Cassules Mundo da Ilha 700.000.00kz3-Cassules Kazukuta do Sambizanga 500.000.00kz4-Cassules Amazonas do Prenda 350.000.00kz5-Cassules Jovens da Cacimba 250.000.00kz

Prémios dos cinco primeiros classificados da classe B

1-União Dimba dya Ngola 1.500.000.00 kwanzas (kz)2-União 54 1.000.000.00 kz3- União Etu Mudietu 600.000.00kz4-União Domant 500.000.00kz5-União Twanfundumuca 250.000.00kz

Prémios dos cinco primeiros classificados da classe Ado Carnaval de Luanda

1-União Sagrada Esperança 3.000.000.00 kwanzas (kz)2-União Njinga Mbandi 2.000.000.00kz3-Jovens da Cacimba 1.200.000.00kz4-União Kazukuta do Sambizanga 1.000.000.00kz5-União Mundo da Ilha 800.000.00kz

O grupo União Mundo da Ilha, do distrito da Ingombota, quinto colocado doCarnaval 2014, é o recordista de títulos do Carnaval luandense com 12 ediçõesconquistadas.

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67REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

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António Tomás Ana “Etona” é umdos expoentes máximo dasartes plásticas em Angola.

Nasceu a 22 Junho de 1961, no municí-pio do Soyo, província do Zaire. Possuium percurso artístico invejável comcerca de 44 exposições individuais e 15colectivas, em Angola e no exterior. Foinomeado Membro do Conselho Supe-rior do Memorial Dr. António AgostinhoNeto (vogal) e condecorado com aMedalha de 1º Grau de Mérito Civilpelo Presidente da República, José Ed-uardo dos Santos. É Secretário-geral daUnião Nacional dos Artistas plásticos(UNAP).Considera-se um cão de caça.Humilde, modesto e simpático, não sefez rogado e abriu o seu coração à Re-vista CIAM.

Fale-nos um pouco da relação dohomem com a arte…

O triângulo de desenvolvimento hu-mano se compadece em três pontosque não podemos esquecer, que são ogoverno, a religião e a filosofia. Por-tanto, a arte se agrega no campo dafilosofia. Quer dizer que obrigatoria-mente não se pode falar da civilizaçãode um povo sem falar da arte. Nessacivilização, mesmo antes da chegadados colonos, a arte já existia. Por isso éque falamos em artes rupestres. E nãosó, o próprio grito da nascença, a nossaenvoltura como arte feita por Deus,tudo isso são elementos que mantêm afluência e influência daquilo que é o re-speito pela dignidade humana. Por isso

é que não é possível falar do homemsem falar da arte, como não é possívelfalar da arte sem falar do homem. Sóque temos de manter o equilíbrio deregenciamento para que o enquadra-mento que o homem, como ser social,pretende com a inclusão na arte dentrodo desenvolvimento de um país.

Sabemos que poderias ter escolhidooutra profissão, como alfaiate oumecânico. O que o levou a optarpelas artes plásticas?

(Risos)…Vocês jornalistas recuam-nossempre naquilo que foram os nossosprimeiros sonhos. Mas, é importante.Penso que esta pergunta é pertinente.Para nos fazermos homem é necessário

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cultura

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ETONA em entrevistaà Revista CIAM“Não é possível haver turismo sem arte ou cultura”

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cultura

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a acontecer, também não faria nada.Estaria ai parado na monotonia da core do som sem ter esta filosofia de viajar.E para buscar é precisso ter olhos aber-tos para ver o que está a se passar, terouvidos abertos, com base na tolerân-cia, para perceber aquilo que ouvimos.Se não tivermos valores e tolerâncianão será possível fazer aquilo que faço.Então, aconselho também aqueles queestão a trilhar o mesmo caminho paraque tenham esse volume na base datolerância para poder fazer muito mais.O Etona só está a fazer o pouco queestá a fazer, justamente porque se ba-seia nesse conceito de tolerância, paradepois perceber em que lugar se en-quadrar como elemento social.

Qual a importância da arte na sua vida?

A arte educou-me. A arte me faz perce-ber sobre os erros, sobre os males quea sociedade atravessa. A arte também

me ensina a ver quem é bom ou quemé mau. Não tenho competência e nemdireito para acusar alguêm de maldadeou de bondade, mas, é importante queeu tenha os olhos bem abertos parasaber socializar-me no meio disto tudo.Portanto, é a arte que me faz ter essafé de acreditar em Deus, essa fé deacreditar no outro, essa fé de tolerar.Não é perdoar, porque a arte nos en-sina que nos não temos capacidade deperdoar. Até para o religioso, Cristo nãoperdoou porque ele sabia que nãotinha capacidade de perdoar. A arte dever, a arte de falar, fez com que Ele seapercebesse disso e quando chegou ahora da agonia pediu à Deus para queperdoasse àqueles que estavam aaçoitá-lo e a maltratá-lo. Eu tambématravés da arte fui aprendendo isso. Ovalor da arte é muito importante, porisso tenho aconselhado não só os an-golanos, mas qualquer cidadão a níveldo universo para que tenha atenção a

arte. Eter atenção a arte é acreditar nareligião, nas artes plásticas, na liter-atura, na poesia, na música, no som.Quero dizer que se nós acreditarmosem alguma coisa, seremos elementosabençoados por Deus e acompanhadospor Ele.

Fala muito em Deus. Pelos vistos écristão, não é?

Sou apenas um cristão de influências.Cresci num berço com a influênciacristã do pai e da mãe. Hoje, voufazendo outras pesquizas. Porque sercrente não é só acreditar em Cristo,pois há quem também credita emSocrátes, acredita em Confúncio ou emBuda. Digo isso, porque são elementose cultura que eu conheço, pois estive láe vi como as pessoas acreditam neles.Filosoficamente falando, não estamosmuito bem enquadrados naquilo que éo contexto da formação do homemdentro desta área. Refugiamos-nossempre noutros elementos.E nós, como é que ficamos? Entãoestou também a fazer uma retrospec-tiva da vida para saber quem sou, e emque elementos patrimoniais eu devoacreditar para a construção ou recon-strução deste Etona.Por outro lado,não foram os portugueses que nos en-sinaram sobre Deus, porque os nossosantepassados já falavam de “Nzambi”,já falavam de “Essuko”. Como é quevou esquecer que Deus existe dentroda nossa cultura? Então, o Etona está afazer esta procura, ir buscar esta iden-tidade através da base. E felizmente,eu venho desta base também. O meupai é um Ximba (sacerdote tradicional).E um Ximba vem de gémeos. Naminha cultura esses elementos nascemsagrados, são como seres divinos, sãosantos. Quero dizer que na cultura Ba-congo santificam-se todos os mortosem defesa dos vivos. Portanto, esseselementos são padrões que eu aindaconservo, e cristão por uma questãode civilização moderna. Reconheço aCristo porque o que está escrito naBíblia é algo que não se deve esque-cer. A Bíblia é um livro mestre, é umlivro de arte que guia a civilização hu-mana.

68 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

cultura

ETONA em entrevista à Revista CIAM»

passarmos por várias etapas, e é pre-ciso sonhar para depois nos identificar-mos também. Falou em alfaiate, mas,antes de ser alfaiate eu já era caçador.Portanto, a minha iniciação passa pelacaça e pesca. Pratiquei a caça embosque durante muito tempo, ondepassei por vicissitudes com chuva e sol,atravessei rios com serpentes e joboias,corri no meio de pacaças e elefantes.Hoje, eu corro no meio de um perigomaior que é o próprio homem. É maisdificil passar no meio do homem doque no meio de animais selvagens.Então, tenho esse direito, que Deus medeu, para chegar aonde cheguei e serreconhecido pela sociedade. Mas paraisso, foi preciso passar por várias etapase respeitar sempre o próximo.Portanto,essas foram experiências que metornaram no que sou, e se souchamado de artista é porque a minhavida passou por essas etapas.

O Etona é considerado um dos me-lhores artistas plásticos africanos.Que significado tem para si essa dis-tinção?

Bem, isso são testemunhos. Eu tenho odiploma de World Master. Em Áfricasomos tão poucos que até o ComitéMundial do World Master reconheceisso. Esse ano vai acontecer a cerimóniaoficial de outorga de medalhas e diplo-mas. Mesmo tendo esse título aindanão sou ninguém, pois eu quero mais.Também fui condecorado com aMedalha de Ouro de 1º Grau de MéritoCivil, pelo Presidente da República.

Mas, isso não foi comentado pelosórgãos de comunicação social.Recen-temente o Cristiano Ronaldo recebeua bola de ouro, o grande Eusébio daSilva faleceu e a comunicação socialfalou muito sobre o assunto. Às vezesfalamos mais sobre o que acontece nacasa dos outros do que o que acon-tece na nossa casa, o que é uma situ-ação triste. Ainda tem o Elias DyaKimuezo, o Jean Jacques da Con-ceição, a Palmira Barbosa e o Josésayovo, que também foram condeco-rados com a mesma distinção. Nopróprio despacho diz que vamos dar ahonra máxima a estas individualidadescomo embaixadores da cultura e dodesporto.Às vezes nos esquecemos do que énosso e vamos buscar notícias doutrospaíses. Depois dizem que os santos dacasa não fazem milagres. Só que ossantos desta casa têm feito milagresporque o mundo já reconhece. Nósainda é que não queremos ver. Poroutro lado, continuamos a não recon-hecer todo o esforço que o governoestá a fazer no sentido de melhorar acondição de vida do cidadão. Osbenefícios que a paz oferece e as in-fras-estruturas criadas pelo governomostra que estamos no bom caminho.Há pessoa que mesmo estando àfrente das Novas Centralidades do Kil-amba diz que “isso não é nada”. Se vi-ajarmos para outros países daremosconta do quão é íncrivel o que está aacontecer aqui. As pessoas devem via-jar para as outras províncias para con-statar os benefícios que este governo

e o Presidente José Eduardo dos San-tos oferecem ao cidadão. É muito las-timável, é falta de cultura e educação.É importante que isso seja publicadopara combater àqueles que aindaquerem destruir o nosso país. Eu con-heço muitos países, e em matéria decrescimento, Angola com a idade depaz e de independência que tem, estámelhor que muitos deles.

Voltando ao mundo das artes… Ascriações do Etona são únicas. Aondevai buscar tanta inspiração?

Não é possível desassociar a arte domundo. O Etona vai buscar inspiraçãona natureza, porque se eu nãosoubesse falar, ouvir ou ver o que está

O triângulo de desenvolvimentohumano se compadece em três pontosque não podemos esquecer, que são o governo, a religião e a filosofia

Page 36: Revista CIAM 08 Abril/Junho de 2014

71REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

desporto

Futebol

FilemonFilemon regressa ao comando

da selecção nacional de futebol

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O presidente da Feder-ação Angolana de Fute-bol, Pedro Neto,apresentou à imprensa,Romeu Filemon como onovo técnico da selecçãonacional de futebol

Na ocasião, Pedro Neto afirmouque Romeu Filemon terá comotarefa primária a de catapultar

a selecção nacional para patamares el-evados, tais como, estar presente naTaça CO-SAFA'2014, qualificar Angolaao CAN'2015 e CHAN'2016, assimcomo preparar a selecção para as qual-ificativas do Campeonato do Mundo de2018, a ter lugar na Rússia. Pedro Neto disse ainda que a Feder-ação pretende encontrar estabilidadeno comando dos destinos dos PalancasNegras, para evitar a mudança detreinador em curto espaço de tempo,facto que impossibilita a realização deum trabalho com sucesso.O dirigente afirmou que para além deter pedido resultados ao novo técnico,a FAF solicitou também mudanças eengajamento, dando-lhe para o efeito,autonomia de trabalho.Declarou que um dos planos de tra-balho passa inicialmente pela apresen-tação de Filemon à dirigentes dosclubes e equipas técnicas, em busca decolaboração.Já Romeu Filemon disse que o esperaum trabalho difícil, mas que conta comapoio da direcção da Federação e dosagentes desportivos no país para mel-horar a qualidade de jogo da selecçãonacional. “Sei que temos muito trabalho pelafrente, mas vamos procurar selec-cionar os melhores jogadores, atletascom experiência comprovada e

jovens com provas dadas nos clubespara termos uma selecção forte,” afir-mou.Depois de ter sido contratado interina-mente por seis meses, em Junho de2012, o substituto do uruguaio GustavoFerrin regressa ao comando da se-lecção nacional três anos depois.Romeu Filemon tem como técnicos ad-juntos José Kilamba e André Makanga,como preparador físico Abreu Paxe,como técnico de guarda-redes João

Dombaxi e como supervisor técnicoAdriano Jonas.O seleccionador treinou os Palanquinhasno mandato de Justino Fernandes, du-rante o qual conseguiu um terceiro lugarna Taça Cosafa e venceu uma dasedições da Taça da FESA. A Selecção Nacional inicia em Setembroa participação na fase de apuramentopara a etapa final de grupos do Campe-onato Africano das Nações (CAN), a re-alizar-se no próximo ano no Marrocos. �

70 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

cultura

ETONA em entrevista à Revista CIAM»

Voltando no tempo, que balanço éque faz da sua carreira profissional?

A princípio faço um balanço positivo.Apesar de enfrentar alguns obstáculoscolocados por certas pessoas, o Chefedo Executivo, camarada Presidente JoséEduardo dos Santos, reconhece o meutrabalho. Pelos títulos que recebi pelopaís sou obrigado a assumir a defesada pátria, porque está escrito no es-tatuto das condecorações, defender acausa dentro dos parâmetros da con-stituição. Sou um militante deste país.Fui a tropa por vontade própria porquesabia que ser cidadão é defender a pá-tria.Embora não seja reconhecido po-liticamente, sou reconhecidocientificamente.Também assumi sermilitante do MPLA porque todo o sersocial tem que estar enquadrado à umórgão que oassocialize. Partido, re-ligião, associação, etc. Nós é que temosque chamar atenção ao governo paraque não se distraia. E a defesa da pátriatem que ser feita aonde quer que agente esteja.

O Etona é mais reconhecido em An-gola ou no exterior?

Apesar de não ser ainda aquilo que seesperava, agora já estou a ser mais re-conhecido em Angola. Por outro lado,da mesma forma que o Presidente deuoportunidade para a juventude exporos seus problemas, também seria bomse prestasse atenção à cultura. As pes-soas se questionam,porquê a culturaestá assim? Quanto ao reconheci-mento, não posso lamentar, pois emtodo lugar que vou sou reconhecido eo pessoal me dá muita força pra con-tinuar. Isso dá-nos alento e vontadepara fazer mais e melhor.

Pelos vistos a UNAP está numa fasede reestruturação?

É imprescindível. Porque da forma queencontramos a UNAP deixava muito adesejar. Hoje estamos a fazer todo es-

forço para angariarmos apoios do gov-erno Central, de instituições privadas esingulares para vermos se retiramoseste elefante da lagoa em que caiu.Não está fácil, mas sei que com a ajudade todos vamos conseguir, porque aUNAP é de todos os cidadãos e não sódos seus membros ou dos artistas plás-ticos. Sendo uma das instituições maisantigas do país, não podemos deixar aUNAP morrer. Mas, estamos no bomcaminho, pois contamos com o apoiodo Presidente da República e dopróprio Ministério da Cultura.

Como é a relação entre a UNAP eoutras associações?

As relações entre as instituições já es-tiveram muito mal. Hoje, a relação émuito melhor, uma vez que as institu-ições estão a crescer. Esse crescimentonão é possível se estivermos sós, porisso é que temos que trabalhar todosem conjuntos. Nós queremos levartambém.

E a relação entre os artistas plásticosda velha e da nova geração?

É inevitável. Esta relação tem que existir.Não é possível falar da UNAP se nãotiver um elo com as outras instituições.Por exemplo, temos a Brigada Jovemde Artes Plásticas que é o viveiro daUNAP. Aí estamos a falar da juventude.Faltava mesmo esta reestruturação parapodermos dar mais atenção à BrigadaJovem. Mas, já começamos a reestrutu-rar a Brigada Jovem. Foi eleito hápouco tempo uma comissão de gestãopara trabalhar durante um período detrês meses para o reenquadramento dajuventude. E esses jovens já estão a tra-balhar.

Pode nos falar um pouco darelaçãoentre a arte e o turismo?

Em relação a isso, nós estamos a pro-duzir um documento guião que sechama “A Visão Estratégica do De-senvolvimento das Artes Plásticas emAngola”. E falando expecificamentedo turismo, não é possível haver tur-ismo sem arte, como não é possívelhaver turismo sem cultura. Porquesenão, teremos logo o turismo sex-ual. E eu já falei publicamente que oturismo sexual não trás benefíciospara um país. O que pode aconteceré a propagação do VIH Sida. Então,para distrair o turista é preciso que acultura tenha o seu lugar expecíficona sociedade para atrair o es-trangeiro.�

O valor da arte émuito importante,por isso tenhoaconselhado não sóos angolanos, masqualquer cidadão anível do universopara que tenhaatenção a arte

Page 37: Revista CIAM 08 Abril/Junho de 2014

RUMO A MODERNIZAÇÃO

CIAM apaga 38 velas

73REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201472 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

O Centro de Imprensa Aníbalde Melo (CIAM) completa nodia 25 de Junho o seutrigésimo oitavo aniversário.A instituição, sob tutela doMinistério da ComunicaçãoSocial, é o único órgão nopaís com competência para ocredenciamento da imprensaestrangeira

Aaposta na divulgação das infor-mações do país e na estreita re-lação com os vários órgãos da

comunicação social nacional, bemcomo, com as missões diplomáticas daRepública de Angola no exterior pormeio dos adidos de imprensa repre-senta o grande objecto social do CIAM.

Além de albergar conferências de im-prensa, o Centro de Imprensa Aníbal deMelo tem sido um agente importanteno tratamento personalizado, tal comofoi o caso aquando das visitas papaisao nosso país. A instituição é sempre opalco escolhido para o anúncio dos re-sultados finais das eleições gerais dopaís.

TRAJECTÓRIA

A trajectória do Centro de Imprensacomeça antes da independência, noqual a instituição se denominavaCITA - Centro de Informação e Tur-ismo de Angola. O CITA era uma in-stituição afecta ao governo colonialque, na altura, possuía como princi-pal tarefa a promoção da imagem deAngola no exterior, através do tur-ismo.

Depois da independência, houve ne-cessidade de se adequar a instituição ànova realidade do país. Foi então queem Junho de 1976 o Ministério da In-formação decidiu atribuir o nome donacionalista Aníbal de Melo ao organ-ismo, passando a denominar-se Centrode Imprensa Aníbal de Melo.

FEITOS

Dos feitos mais recentes, podemos re-alçar que durante o 41º Mundial deHóquei em Patins, disputado de 20 a 28de Setembro do corrente ano, nasprovíncias de Luanda e Namibe, o Cen-tro de Imprensa Aníbal de Melo foi umparceiro privilegiado do Comité Orga-nizador do Mundial de Hóquei.Para além de ter sido o “quartel-gen-eral” da actulização de informaçõesrelacionadas ao primeiro Campeonatodo Mundo de Hóquei em Patins real-izado em África, o CIAM demonstroueficácia no processo de acreditação detoda a franja social que solicitou osseus serviços, tendo recebido elogiospelo brilhante e notável feito.O Centro de Imprensa Aníbal de Melo éigualmente reconhecido como o órgãode comunicação social que mais deu oseu contributo na divulgação do CensoGeral da População e Habitação 2014.Para o efeito, criou mecanismos quederivou na criação de parceria com oGabinete Central do Censo, com

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destaque para a realização de palestrasdirigidas aos vários sectores sociais, demodos a municiar todos os angolanosde informações necessárias sobre o Re-censeamento Geral da População eHabitação, a decorrer de 16 a 31 deMaio de 2014.O Centro de Imprensa também possui,desde Janeiro de 2013, uma equipa deFutsal, criada por iniciativa de AntónioMascarenhas, actual director geral dainstituição, com objectivo de recrear osseus profissionais, bem como imple-mentar a cultura da prática desportivano local de serviço.Formada com objectivo de propor-cionar aos trabalhadores da instituiçãomomentos de recreação e bem-estar, aequipa já participou em vários torneios,tendo inclusive conquistado o quad-rangular de futebol salão, realizado nocampo Manuel Berenguel, no âmbitodas comemorações do 37º aniversáriodo CIAM, e se classificado em segundolugar no torneio de Futsal organizadopela Radiodifusão Nacional de Angola,para saudar os 37 anos daquele canalde rádio.

DIRECTORES DO CIAM

Desde a sua fundação aos 25 de Junhode 1976, o Centro de Imprensa Aníbalde Melo foi dirigido por vários direc-tores que deram o seu contributo parao engrandecimento da instituição.Elias Dissengomoka, foi o primeiro diri-gente do órgão depois da transição deCITA- Centro de Informação e Turismode Angola para Centro de ImprensaAníbal de Melo.Seguiram-se Siona Bole Casimiro,JoséRibeiro, Manuel Miguel de Carvalho“Wadigimbi” , Carlos Manuel Garcia, PauloHorácio Sequeira de Carvalho, os malogra-dos Domingos Aragão e André Passy, Olím-pio de Sousa e Silva, bem como umaComissão de Reestruturação liderada porSara Fialho.Desde 2012, António Rodrigues Barbosa deMascarenhas é o actual Director Geral doCentro de Imprensa Aníbal de Melo.�Elias Dissengomoka Siona Casimiro Paulo de Carvalho

Morreu “Luís Cão”

Faleceu no passado dia 18 de Abril de 2014, Luís JoãoBaptista, um dos mais antigos funcionários do Centrode Imprensa Aníbal de Melo.O também antigo guarda- redes do Progresso do Sam-bizanga e da Selecção Nacional, Luís João Baptista,vulgo “Luís Cão”, faleceu na clínica Sagrada Esperança, vítima de doença.O malogrado trabalhou durante 30 anos na instituição, onde dedicou grande parteda sua vida a ajudar o Centro de Imprensa Aníbal de Melo a colocar a sua pedrana edificação da sua grande estrutura, rumo aos desafios da modernização, tendosido o principal impulsionador da prática desportiva no seio da empresa, moti-vando a boa convivência entre os colegas. Em Janeiro de 2013, o Centro de Imprensa formou uma equipa de futebol de salãoem sua homenagem, na qual Luís Cão fazia parte da equipa técnica. A direcção do Centro de Imprensa Aníbal de Melo não poupou esforços no sentidode proporcionar ao malogrado um funeral condigno. Luís Cão fez parte da equipa do Progressodo Sambizanga que defrontou nos anosoitenta, no grande estádio do Maracaná, a formação dos ex-profissionais do Brasil,com quem perdeu por 1-2, tornando-se na primeira formação do continenteafricano a actuar neste recinto, e foi várias vezes internacional pela selecção na-cional.Com a sua morte o futebol angolano perde mais uma antiga glória que fez sucessonos anos 80. Luís João Baptista, nasceu aos 7 de Maio de 1954, no Município do Sambizanga,em Luanda, era filho de João Baptista Vicente e de Cristina Miguel. Deixa esposa,sete filhos e netos.Familiares, colegas, amigos e desportistas fizeram-se presente para acompanharaté a última morada aquele que foi um dos melhores guarda-redes angolano detodos os tempos.Que a sua alma descanse em paz.�

CIAM EM LUTO

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CENTRO DE IMPRENSA CUBANOCOOPERA COM CIAM

DIRECTOR DO CIAM DESTACA IMPORTÂNCIADA PAZ NA ESTABILIDADE DOS ANGOLANOS

75REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

notícias

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74 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

A embaixadora de Cubaem Angola, Gizela Rivera,manifestou em Luanda, odesejo de cooperaçãoentre o Centro de Im-prensa Internacional deCuba e o Centro de Im-prensa Aníbal de Melo

Tal intenção foi manifestada du-rante uma visita efectuada pelaembaixadora cubana às insta-

lações do CIAM, à margem do acordorubricado entre a Televisão Cuba VisiónInternacional e o canal de transmissãode sinal televisivo ZAP.A diplomata cubana disse que o seupaís possui um Centro de Imprensa In-ternacional com uma grande experiên-cia em matéria de comunicação."Juntos veremos as melhores técnicas

de comunicação para os povos", afir-mou.De acordo com Gizela Rivera, 2014 estáa ser o ano em que Cuba mais lida como Ministério da Comunicação Social an-golano.A embaixadora mostrou-se satisfeitacom o que viu no CIAM, tendo desta-cado que o mesmo tem bons equipa-mentos e, acima de tudo, uma boagestão.Por sua vez, o director geral do Centrode Imprensa Aníbal de Melo, AntónioMascarenhas informou que a parceriaestá a ser tratada no âmbito do sloganda sua instituição "Comprometidoscom a inovação, qualidade e serviços –rumo à modernização".Assim sendo, considerou que estaparceria vai fortalecer a qualidade téc-nica e profissional de ambos os Centrosde Imprensa.O responsável disse ter tido uma con-versa proveitosa com a diplomatacubana e referiu que a visita de Gizela

Rivera serviu para que ela se inteirassedo funcionamento do Centro de Im-prensa, que está completamenteequipado com a tecnologia Apple eWindows por forma a corresponder àdemanda de todos quantos para lá sedeslocam.O Centro de Imprensa Aníbal de Melo éo único órgão no país com competên-cia para o credenciamento da imprensaestrangeira e para acreditação de jor-nalistas permanentes e colaboradoresda imprensa estrangeira em Angola. OCIAM, aposta também na divulgaçãodas informações do país, e para oefeito, mantém uma estreita relaçãocom os vários órgãos da comunicaçãosocial nacional, bem como com os Adi-dos de Imprensa da República de An-gola no Exterior.�

Gizela Rivera, embaixadora de Cuba em Angola

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O director geral do Cen-tro de Imprensa Aníbalde Melo (CIAM), AntónioMascarenhas, destacou aconquista da paz como ogarante da estabilidadede todos os angolanos

Oresponsável, que discursavanuma palestra dirigida a profes-sores e alunos do I e II ciclo do

ensino geral, na sala de conferências doCIAM, orientada pelo deputado JoãoPinto e no âmbito das comemoraçõesdo Dia da Paz, assinalado a 4 de Abril,sublinhou as inúmeras vantagens quetrouxe para a vida dos angolanos a pazconquistada há 12 anos.De acordo com António Mascarenhas,os ganhos da paz são visíveis e os seusefeitos incontornáveis, na medida emque Angola jamais foi a mesma, desdeque a 4 de Abril de 2002, os angolanosdecidiram por si só colocar fim aoperíodo conturbado de conflito ar-mado, para dar lugar a novos temposde alegria e plena convivência entre ir-mãos.Nos últimos anos e fruto da estabili-dade política que se vive, o Centro deImprensa tem recebido inúmeras solic-itações de jornalistas estrangeiros quepretendem visitar Angola, com o objec-tivo de conhecer o país que em tãopoucos anos de paz, tornou-se numdaqueles que mais cresce economica-mente no Mundo."Penso que está a olhos de todos quea paz foi a maior das conquistas con-seguidas pelo povo angolano. Onosso país conseguiu, após a con-quista da paz, criar condições ex-tremamente favoráveis para decidirsobre o seu futuro. A Paz veio dar umnovo impulso a vida de todos os an-golanos, razão pela qual, se deve daro mérito ao facto de Angola ter sidocapaz de ultrapassar as dificuldades

do passado", disse o director doCIAM, valorizando em seguida opapel unificador desempenhado peloPresidente da República em todo oprocesso.Considera que não se pode dissociar opapel fundamental que teve o Chefe deEstado neste processo. Graças a suavisão estratégica o país foi capaz deretificar os erros do passado e construirbases para um futuro que a todos dev-erá orgulhar", acrescentou AntónioMascarenhas.Para si, as novas condições de vida pro-porcionadas aos angolanos sobretudono capítulo social "é a todos os níveiselucidativos de uma paz efectiva e du-radoura".

Destaca, entre as vantagens, a livre cir-culação de pessoas e bens por todo oterritório nacional, o crescimento acel-erado de infra-estruturas em todo o paíse a estabilidade econômica de Angolacomo provas inequívocas dos ganhosproporcionados pela conquista da Paz."Sem a Paz era impensável conseguirestes bens todos que Angola propor-ciona aos seus filhos. Devemos muitocultivar este sentimento que a nós noscustou muito caro, porque o país pre-cisa efectivamente de conservar estapaz para continuar a trilhar os camin-hos do sucesso e manter a enorme vis-ibilidade internacional, que o colocacomo referência em África", finalizouAntónio Mascarenhas. �

"Penso que está a olhos de todos que a paz foi amaior das conquistas conseguidas pelo povo an-

golano. O nosso país conseguiu, após a conquista dapaz, criar condições extremamente favoráveis para

decidir sobre o seu futuro”

António Mascarenhas, director geral do CIAM

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77REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

Primeiros melhores marcadores

João Machado que ao serviço dos Di-abos Verdes marcou 18 golos noprimeiro Girabola de 1979, foi oprimeiro marcador da competição,enquanto Carlos Alves continua coma posse do recorde de golos marca-dos numa competição com 29,quando representou o 1º de Agostoem 1980.

Primeiros técnicosestrangeiros

O treinador Ivan Ridanovic, da antigaJugoslávia, foi o primeiro técnico es-trangeiro a treinar uma equipa noGirabola, em 1980, seguido pelo bra-sileiro António Clemente (1982) e o ju-goslavo Petar Kzernevic (1983).

Estádios de futebol

A edição do Girabola 2014 está a serdisputada em 13 estádios relvados,sendo apenas um com piso sintético. No estádio Mundunduleno, na cidadedo Luena, joga o FC Bravos do Maquis.

O Sagrada Esperança joga no seu está-dio, no Dundo, ao passo que o 1º deMaio de Benguela joga no EstádioEdelfride Palhares da Costa.Já o Recreativo da Caála joga no seurenovado campo, no Huambo, en-quanto o Benfica do Lubango recebeos adversários no Estádio 11 de No-vembro e o Desportivo da Huíla jogano Estádio da Tundavala. O Recreativo do Libolo é o “dono esenhor” do estádio da vila de Calulo,

ao passo que o Sporting de Cabindatem duas alternativas, pode jogarnos estádios do Chiazi e do Tafe.Em Luanda, o Estádio Nacional 11 deNovembro é o palco para os jogosdo Petro de Luanda e do 1º deAgosto. Já o Progresso do Sam-bizanga e o ASA efectuam as suaspartidas no Estádio da Cidadela, aopasso que o Kabuscorp e o Benficade Luanda são os “donos” do Estádiodos Coqueiros. �

76 REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 2014

desporto

Futebol

HISTÓRICO DO NOSSO GIRABOLA»

Treinadores campeões

O treinador que ao serviço do 1º deAgosto conquistou a primeira ediçãodo Girabola 1979 foi Nicola Berardinelli.Enquanto o treinador portuguêsBernardino Pedroto, com três triunfosna competição à frente do ASA, em2002, 2003, 2004, é o que tem mais tí-tulos consecutivos.Durante a sua passagem pelo PetroAtlético de Luanda, o treinadorbrasileiro António Clemente, tambémconquistou três títulos, mas em anos al-ternados.

Equipas de Luandadominam Girabola

As equipas da cidade capital são as quedominam a competição e apenasdeixaram “fugir” o título em cincoocasiões: 1983, 1985, 2005, 2011 e2012. Luanda tem 30 títulos no total deconquistas do Girabola, repartidas peloPetro (15), 1º Agosto (9), ASA (3), Inter-clube (2) e Kabuscorp (1). Já o 1º deMaio de Benguela (2), o Recreativo doLibolo do Kwanza Sul (2) e o SagradaEsperançada Lunda Norte (1) são osoutros vencdores. O 1º de Maio de Benguela foi aprimeira equipa a “roubar” o título dacapital, sagrando-se campeão em 1983.Depois de ter ficado em terceiro lugarna sua estreia no Girabola 1981, o Petrode Luanda, exAtlético (Escola) con-seguiu destronar, em 1982, o clube mil-itar que reinou durante três épocasconsecutivas (1979,1980 e 1981).Até aomomento, o Petro é a única equipa“penta campeã”, pois conseguiu vencercinco títulos consecutivos.Em 35 edições do Campeonato Na-cional de Futebol da I Divisão, Girabola,o Petro de Luanda é o clube com maispalmarés, tendo na sua galeria 15troféus da prova.

Saiba como tudocomeçou...

Aprimeira edição doGirabola começou no dia 8de Dezembro de 1979,

com 24 equipas repartidas emquatro grupos de seis equipascada um, e foi disputada por repre-sentantes das 17 províncias de An-gola (na altura a província doBengo fazia parte de Luanda), naqual o 1º de Agosto sagrou-secampeão.No ano da sua primeira con-sagração, o 1º de Agosto venceuna final o Nacional de Benguela,por 2-1, no estádio da Cidadela. Odestaque desta edição foi agoleada imposta pela TAAG (actualASA) ao Desportivo do Xangongodo Cunene, por 11-0.Participaram da primeira edição o1º de Agosto, Nacional deBenguela (vice-campeão), TAAG(actual ASA), Palancas do Huambo,Mambroa (Benfica do Huambo), FCdo Uíge, Construtores do Uíge,Académica do Lobito, Desportivoda Chela, Ferroviário da Huíla, Dia-bos Verdes (Sporting de Luanda),Santa Rita, Sassamba da Lunda Sul,Sagrada Esperança, Luta SC deCabinda, FC Mbanza Congo, Giná-sio do Cuando Cubango, Xan-gongo do Cunene, Naval de PortoAmboim, Diabos Negros e Mako-tas, de Malanje, Victória do Bié, Ju-ventude do Kunje e o 14 de Abril,do Cuanza Sul. As 14 primeirasequipas classificadas do Girabolaconstituíram a I Divisão e passaram ajogar no sistema de todos contratodos a duas voltas, no qual sagrava-se campeã a equipa que somasse omaior número de pontos.

Page 40: Revista CIAM 08 Abril/Junho de 2014

79REVISTA CIAMABRIL A JUNHO 201478 REVISTA CIAM

ABRIL A JUNHO 2014

desporto

Mundial de Basquetebol/2014

Angola em grupo acessível»

A selecção angolana sénior masculina ficou colocada no Grupo D doCampeonato do Mundo de Basquetebol, que se vai realizar em Es-panha, entre 30 de Agosto a 14 de Setembro do corrente ano

desporto

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No sorteio realizado no Palaude la Musica Catalana, emBarcelona, Angola esteve rep-

resentada pelo presidente da Feder-ação Angolan de Basquetebol, PauloMadeira, e pelo treinador nacional,Paulo Macedo. Jean Jacques da Con-ceição, antigo internacional angolano,também esteve presente.Para o seleccionador nacional, PauloMacedo, Angola calhou numa sériecom duas ou três equipas quepodem chegar as meias finais. “Vaiser muito difícil, com jogos muito

bons. Mas, nós vamos fazer o nossopapel, que vai ser tentar jogar onosso basquete e chegar o maislonge possível”.Segundo o timoneiro, todas asequipas vão lutar por um lugar equem estiver mais bem preparada vaipassar. “Estamos num grupo acessível,mas temos que fazer o trabalho decasa para nos qualificarmos”.O Grupo D ficou ordenado com as se-lecções da Eslovénia, Lituânia, Angola,Coreia do Sul, México e Austrália.Enquanto o Grupo A comporta a Es-

panha, Sérvia, França, Brasil, Egipto eIrão. O Grupo B ficou com As Filip-inas, Senegal, Porto Rico, Argentina,Grécia e Croácia. Já o Grupo C estácomposto pela República Domini-cana, Turquia, Estados Unidos daAmérica, Finlándia, Nova Zelándia eUcránia. Angola inicia a sua participação noMundial de Espanha no dia 30 deAgosto, contra a Coreia do Sul. O se-gundo jogo será contra a favoritaLituânia. Depois seguem-se o México,Eslovénia e Austrália. �

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turismo

ANGOLA ELEGEUAS SUAS 7 MARAVILHAS NATURAIS

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Tais pontos turísticos forameleitos por votação pelopúblico através de men-

sagens enviadas por celular. Das27 finalistas, os angolanos esco-lheram, as suas belezas naturaispreferidas.O projecto de escolha das setemaravi-lhas inseriu-se no programainstitucional do executivo an-golano, denominado "Amo An-gola", que pretende promover opatrimónio natural angolano e re-forçar o conhecimento que a popu-lação tem do seu próprio país.

Foram divulgadas as 27 maravilhas nat-urais, entre praias, grandes relevos, gru-tas, falésias, quedas de água, rios,lagoas e áreas protegidas, para a es-colha de sete, que estiveram emvotação. As vencedoras foram apuradas pelo"maior número de votos", "indepen-dentemente da categoria" (haviasete segmentos), mas só podiam sereleitas até "duas maravilhas por provín-cia".Na lista de finalistas, anunciada emJulho, encontravam-se representantesde todas as províncias do país.

A eleição, que contou com um Con-selho Científico e apoio do Governo deAngola (ministérios de Hotelaria eTurismo, do Ambiente e da Cultura), daFaculdade de Ciências da UniversidadeAgostinho Neto, Instituto de Desen-volvimento Florestal e Serviço Nacionalde Protecção Civil e Bombeiros - alémde diversos parceiros empresariais epatrocinadores - insere-se ainda numprograma institucional destinado apromover e divulgar o património an-golano. Angola tornou-se no primeiropaís africano a eleger as suas sete ma-ravilhas naturais.�

A Fenda de Tundavala, na Huíla, Floresta do Maiombe, em Cabinda, Grutas do Nzenzo,no Uíge, Lagoa Carumbo, na Lunda Norte, Morro do Môco, no Huambo, Quedas deKalandula, em Malanje, e Quedas do Rio Chiumbe, na Lunda Sul, foram eleitas, emMaio, as 7 Maravilhas de Angola, em cerimónia realizada em Luanda

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lazer

A Coca-Cola foi inventada emAtlanta, Georgia nos EstadosUnidos da América pelo Dr.John S. Pemberton em 1886; aPepsi Cola foi inventada porCaleb Bradham 12 anos maistarde. A 7Up foi inventada porCharles Leiper Grigg em 1929.A bebida mais popular domundo, o chá, foi inventadopor um imperador chinês noano 2737 antes de Cristo!

Lois Armostrong»

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PASSATEMPOS

PPaallaavvrraass CCrruuzzaaddaass

HORIZONTAIS

1. Além disso.3. Miséria.9. Contr. do pron. pess. compl. me

e do pron. dem. o.10. Parte superior da caixa craniana.11. Reconhecera.13. O espaço aéreo.14. Confusão.15. Deus te salve! (interj.).16. Prep. que indica lugar, tempo,

modo, causa, fim e outras relações.17. Adorno.19. Do feitio de ovo.21. Título dado aos chefes de certas

tribos muçulmanas e aos descendentesde Mafoma.

22. Límpidos, sem nuvens (os dias).24. Aquelas.26. Grande porção.27. Corte, para abrigo de bois durante

o dia (prov.).30. Mover-se de um sítio para outro.31. Lançar mão de.32. Pequena porção de qualquer coisa.33. Contr. da prep. em com o art. def. a.34. De curta duração.35. Face inferior do pão.

VERTICAIS

1. Folhoso.2. Brinquedo de criança.3. Recipiente cilíndrico que acondiciona

alimentos ou refrigerantes.4. Provida de asas.5. Maluco.6. Sétima letra do alfabeto grego

correspondente ao e longo dos latinos.7. Caminhava.8. Que anda no ar.

10. Pensar muito em.12. Pôr em nível superior.13. Suceder.15. Prevenir.18. Cabo.19. Cheiro agradável.20. Peça de ferro que encaixa no rodízio

do moinho.22. Perturbação que altera o curso

ordinário das coisas.23. Tirar para fora à força.25. Habitar.28. Utensílio com que se junta e recolhe

o dinheiro nas mesas de jogo.29. Palco.31. Órgão excretor que tem a função

de formação da urina.32. Parte inferior ou terminal dos membros

inferiores.

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