REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS
N.' 57/58 Ano XV Janeiro/Junho 19 6 2
SUMÁRIO
Organi:taçíio municipal braaileira
Artesanato na Bahia .......................... .
Admir1istraçiio & urbtmismo Métodos para integrar r.os planos regio'l'lais as
ne1:essidad~ urbanas
Estudos regio1111Ít1
Agricultura e associativismo no Rio Grande do Sul .................. , ..... , , •• , .. .
Brasil em revista
Raul Romero de Oliveira
Rõmulo Almeida
José de Oliveira. Reis
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Municípios do Ceará. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Francisco Cronje da Silveira 31 Flagrantes municipais ................. , . 32
Idéias em foco Consórcios municipais para serviços ~úblicos A inicb1tiva dt~.s leis e o poder de emenda
.Vida Mllllicipal ............. · · · · · · • · · · · · · ·
lnlormação internacional O Município nos Estados Unidos ...... · ... · As novas cidades britânicas ...... · · · · · · · · · ·
Turismo Divisáo turística do Brasil ......... · · · · · · • ·
Através da imprensa A cidade que mais cresce para o Brasil · • · · · •
Biblio~rafia
Anuário Estatístico do Brasil, 1961 - Publicação bdtânica sôbre administração local
E~tatística municipal Potência e produção das usinas de eaergia elé-
trica por Municípios - 1960 ....... .
Divi~rão Territorial Quadro municipal em 30-VI-1962
O Municipio no Parlamento Projeto: Banco de Desenvolvimento dos Mu-
nicípios ............................... .
Notas & Comentário_, Consórcios Intermunicipais ...... - ... . Encontro Municipal ......................• Cons6n::io Municipal .................. · · .. · Os Municípios e os Convênios de Estatística
Ésio de F. Macedo Heli Lopes Meireles
Publicação do Conselho N acionai · de Estatística e órgão oficial da Associação Brasileira dos Municípios.
Diretor responsável: LAURO SODRÉ VIVEIROS DE CASTRO
' Secretário: VALDEMAR CAVALCANTI
Assinatura anual: Cr$ 320,00
Tôda correspondência deve ser encaminhada à Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Estatística, Av. Franklin Roosevelt, 166. Telefone 52-3605. Rio de Janeiro, GB.
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REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS N.0 57/)8 Ano XV - Janeiro/Junho 1962
-ORGANIZAÇAO MUNICIPAL BRASILEIRA
RAUL ROMERO DE OLIVEIRA
CONSTITUIÇÃO dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em 1946, ampliou ainda mais a importância do Município na estrutura político-territorial do país. A inclu-A são, no texto, dos dispositivos que garantem a autonomia municipal (art. 28 e
art. 70, n.0 VII, letra "e"), não deixa dúvida sôbre a predominância do espírito munici
palista entre os que elaboraram a nossa Carta Magna.
Muito embora a organização municipal de cada Unidade da Federação tEnha sido atribuída aos constitucionais estaduais, que para isso estahaleceram condições diferentes entre elas, pode-se tentar uma discrição sumária das características consideradas comuns.
A criação dos Municípios está, geralmente, condicionada a algumas exigências relacionadas com a população, número de moradias e renda mínima da área que d·aseja constituir-se em unidade administrativa. As Constituições e as leis orgânicas estaduais estabelecem tais normas, que variam de Estado para Estado.
Em algumas Unidades da Fed·aração está prevista mesmo a realização de plebiscito, como operação prévia para o processo de criação de um nôvo Município, o que, em todo o país, com exceção dos Territórios Federais, é sempre de competência do Poder Legislativo Estadual.
O Supremo Tribunal Federal, em maio de 1953, aprovou por unanimidade parecer do Procurador Geral da República, opinando pela inconstitucionalidade da alteração de Municípios - seja em virtude de incorporação, de subdivisão ou de desmembramento de território para formação de novas circunscrições - sem permissão das respectivas Câmaras Municipais, por importar em atentado à autonomia municipal assegurada pela Constituição da República. Firmados nessa jurisprudência, muitos acórdãos foram aprovados anulando a criação de diversos Municípios na Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão e São Paulo.
Os requisitos exigidos pelas Constituições e leis orgânicas estaduais para criação d0 Municípios são apresentados resumidamente a seguir, o que permitirá um exame comparativo dessas condições, nem s·empre observadas, aliás, com o rigor necessário.
REQUISITOS EXIGIDOS PARA A CRIAÇÃO DE MUNICÍPIOS
AMAZONAS - Legislação: Art. 6.0 - Lei Estadual n.0 189, de 5-1-1948 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 10 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 100 000; outros requisitos: condições favoráveis de des0nvolvimento.
PARÁ - Legislação: Art. 5.0 - Lei Estadual n.0 158, de 31-XII-1948 (Lei Orgânica dos Municípios); renda anual mínima: Cr$ 200 000; moradias na sede: 200; prédios apro
priados para instalação de serviços municipais; outros requisitos: a existência de uma vila para instalação da sede municipal.
MARANHÃO - Legislação: Art. 3.0 - L·ai Estadual n.0 17, de 1-XI-1947 (Lei Orgânica dos Muuicípios); população mínima: 10 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 50 000; área mínima: 100 ha; prédios apropriados para instalação de serviços municipais.
PIAUÍ - Legislação: Art. 3.0 - Lei Estadual n.0 547, de 30-I-1952 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 6 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 20 000;
moradias na sede: 150; área mínima: 400 ha; prédios apropriados para instalação dos serviços municipais; outros requisitos: terreno para cemitério e templo religioso.
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CEARÁ - Legislação: Art. 8.0 - Lei Estadual n.0 227, de 14-VI-1948 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 10 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 50 000; moradias na sede: 100; prédios apropriados para instalação de serviços municipais; outros requisitos: possibilidade de desenvolvimento, prévia anuência da maioria da área a ser emancipada, manifestada em plebiscito pelo voto secreto nos têrmos da lei eleitoral no qual fôr aplicável.
RIO GRANDE DO NORTE - Legislação: Art. 4.0 - Lei Estadual n.0 109, de 14-XII-1949 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 10 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 100 000; moradias na sede: 100; prédios apropriados para a instalação de serviços municipais; outros requisitos: anuência das Câmaras Municipais.
PARAÍBA - Legislação: Art. 4.0 - Lei Estadual n.0 321, de 8-I-1949 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 20 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 250 000; moradias na sede: 400; prédios apropriados para a instalação de serviços municipais; outros requisitos: vias de comunicação com Municípios limítrof·es e a Capital do Estado.
PERNAMBUCO - Legislação: Art. 4.0 - Lei Estadual n.0 445, de 4-I-1949 (Lei
Orgânica dos Municípios); população mínima: 10 000 habitantes; renda anual mínima:
Cr$ 100 000; moradias na sede: 300; prédios apropriados para instalação de serviços muni
cipais; número mínimo de eleitores: 1 000; outros requisitos: área contínua, delimitada,
compl'eendendo um ou mais distritos; o desdobramento territorial não deve ocasionar dese
quilíbrio no Município ou Municípios formadores da nova unidade, de modo que fiquem
com renda anual inferior a Cr$ 100 000 e com menos de 10 000 habitantes; a área do
Município a ser constituído não deve ficar localizada em terras encravadas em propriedades
pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, salvo quando patrimônio de
instituições religiosas e beneficentes.
ALAGOAS - Legislação: Art. 6.0 - Lei Estadual n.0 1 742, de 2-IX-1953 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 7 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 200 000; moradias na sede: 200, que devem pertencer a mais de 50 proprietários diversos; área mínima: 10 ha; prédios apropriados para instalação de serviços municipais; número mínimo de eleitores: 500.
SERGIPE - Legislação: Art. 7.0 - Lei Estadual n.0 525-A, de 25-XI-1953 (Lei
Orgânica dos Municípios); população mínima: 3 000 habitantes; moradias na sede: 100; área mínima: 200 km2
; prédios apropriados para instalação de serviços municipais; número mínimo de eleitores: 100.
BAHIA - Legislação: Art. 5.0 - Lei Estadual n.0 1 003, de 7-IV-1958; popula
ção mínima: 10 000; renda anual mínima: Cr$ 100 000; área: inversamente proporcional
à população nas seguintes bases: entre 10 000 e 15 000 habitantes ( 400 km2), de 15 000
a 20 :ooo habitantes (300 km2), de mais de 20 000 habitantes ( 200 km2
); prédios apro
priados para instalação de serviços municipais; população mínima da sede municipal:
1 000 habitantes; outros requisitos: sede com acesso marítimo, fluvial, ferroviário ou rodo
viário; condições urbanísticas razoáveis; que comporte uma exatoria de última classe.
MINAS GERAIS - Legislação: Art. 5.0 - Lei Estadual n.0 855, de 26-XII-1951 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 10 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 100 000; moradias na sede: 200; prédios apropriados para instalação de serviços municipais.
ESPÍRITO SANTO - Legislação: Art. 3.0 - Lei Estadual n.0 65, de 30-XII-1947
(Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 20 000 habitantes; renda anual mínima:
Cr$ 200 000; prédios apropriados para instalação de serviços municipais; população da sede
municipal: 2 000 habitantes; outros requisitos: condições favoráveis de desenvolvimento;
consulta, em escrutínio secreto aos eleitores do território que deve constituir o nôvo Muni
cípio; que em virtude da desanexação não resulte para o Município desmembrado renda
inferior a Cr$ 200 000 anuais.
ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL BRASILEIRA 3
RIO DE JANEIRO - Legislação: Art. 2.0 - Lei Estadual n.0 109, de 16-11-1948 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 10 000 habitantes; renda anual mínima:
Cr$ 200 000.
SÃO PAULO - Legislação: Art. 1.0 - Lei Estadual n.0 571, de 3-1-1958; popula
ção mínima: 4 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 500 000, quantia que será reduzida à metade quando a sede do Município distar, por via férrea ou de rodagem, 30 km, pelo menos, da sede ao distrito a ser elevado a Municípia. Nesse Estado poderão ser criados Municípios localizados até 4km de linha limítrofe sem as exigências legais determinadas.
PARANÁ - Legislação: Art. 2.0 - Lei Estadual n.0 64 de 21-11-1948 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 5 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 100 000; moradias na sede: 100; número mínimo de eleitores: 500.
SANTA CATARINA - Legislação: Art. 5.0 - Lei Estadual n.0 22, de 14-XI-1947 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 20 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 300 000. Registre-se que em região fronteiriça, distante não mais de 90 km da divisa com país estrangeiro, a criação de Municípios independe das condições previstas nos itens I e 11 do artigo indicado acima.
RIO GRANDE DO SUL - Legislação: Art. 3.0 - Lei Estadual n.0 4 054, de 29-XII-1960; população mínima: 12 000 habitantes; outros requisitos: possibilidade de desenvolvimento, prévia anuência da maioria da população na área a ser emancipada, manif·astada em plebiscito pelo voto secreto, nos têrmos da lei eleitoral no qual fôr aplicável.
MATO GROSSO - Legislação: Art. 3.0 - Lei Estadual n.0 219, de 11-XII-1948; (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 6 000 habitantes; renda anual mínima: Cr$ 70 000; moradias na sede: 200; população da sede municipal: 600 habitantes; outros requisitos: prévia delimitação dos quadros urbanos e suburbanos da sede do Município. Não se permitirá a criação, se com o desmembramento algum dos Municípios deixar de preencher qualquer dos requisitos exigidos para a criação.
GOIÁS - Legislação: Art. 5.0 - Lei Estadual n.0 37, de 9-XII-1947 (Lei Orgânica dos Municípios); população mínima: 7 000 habitantes (se na zona Sul do Estado) e 5 000 habitantes (se na zona Norte); renda anual mínima: Cr$ 100 000 (zona sul) e 40 000 (zona norte); moradias na sede: 200 (zona sul) e 100 (zona norte); outros requisitos: oferecer o local designado para sede as condições imprescindíveis à vida e ao desenvolvimento da cidade, principalmente as referentes à salubridade ou ao fácil saneamento; condições topográficas higiênicas e climáticas capazes de assegurar, não só a saúde de seus habitantes, como também o desenvolvimento da cidade; facilidade de abastecimento d'água potável à população; existência, nas proximidades, de materiais que facilitem a execução dos serviços urbanísticos; não ser,á permitida a criação de Município desde que essa medida importe, para o Município desfalcado, na perda de elementos para a criação do nôvo Município.
A elaboração das leis de criação dos Municípios obedece, portanto, às peculiaridades das Constituições e leis orgânicas estaduais, podendo ser promulgadas isoladamente ou em conjunto, como ocorre, naqueles Estados que mantiveram o espírito do Decreto-lei n.0 311, de 2 de março de 1938, que estabelecia normas para fixação do quadro administrativo-territorial dos Estados através de lei específica, renovada de cinco em cinco anos, período durante o qual não sofreria alterações. O IBGE, inspirador do citado decreto-lei, até hoje sente os prejuízos da não assimilação do seu espírito na Constituição de 1946.
O Município, após criado por lei estadual, como se acentuou, é instalado, em ato solene, geralmente presidido pelo Juiz de Direito da Comarca a que passa a pertencer. Começa, dai por diante, a exercer funções deliberativas e executivas, por intermédio das quais provê à própria administração, no que concerne ao seu peculiar interêsse, decretando e arrecadando tributos, aplicando rendas e promovendo a organização de serviços públicos locais (art. 28 da Constituição Federal) .
As funções executivas nó Município são exercidas pelo Prefeito, eleito por voto universal, exceto nos casos excepcionais, em que são nomeados pelos governadores dos Estados e Territórios. Tais exceções, previstas na Constituição Federal, são relativas aos prefeitos
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das Capitais, bem como os dos Municípios onde houver estâncias hidrominerais naturais, quando beneficiadas pelo Estado ou pela União e aos prefeitos dos Municípios que a lei federal, mediante parecer do Conselho de Segurança Nacional, declarar bases ou portos militares de excepcional importância para a defesa externa do país (art. 28 § 2.0 ).
Os vereadores, reunidos em Câmaras de Vereadores, exercem as funções deliberativas, também eleitos por sufrágio universal.
A duração dos mandatos varia de Estado para Estado - de quatro ou cinco anos -coincidindo sempre os mandatos dos vereadores com o do prefeito do respectivo Município.
A Emenda Constitucional n.O 5, promulgada em 21 de novembro de 1961, estabelece que pertencem aos Municípios os impostos:
I Sôbre propriedade territorial urbana e rural;
li predial;
III sôbre transmissão de propriedade imobiliária inter vivos e sua incorporação ao capital de sociedade;
IV de licenças;
V de indústrias e profissões;
VI sôbre diversões públicas;
VII sôbre atos de sua economia ou assuntos de sua competência.
Podem ainda cobrar, de acôrdo com o artigo 30 da Constituição Federal:
I - contribuição de melhoria, quando se verificar valorização do imóvel em conse
qüência d·e obras públicas;
11- taxas;
111 - quaisquer outras rendas que possam provir do exercício de suas atribuições e da utilização de seus bens e serviços.
Os Municípios participam da renda do impôsto federal que incide sôbre a produção, o comércio, a distribuição e consumo, e bem assim importação e exportação de lubrificantes e de combustíveis líquidos ou gasosos, sendo essa participação proporcional à superfície, população, consumo e produção de cada Município (Constituição Federal, art. 15, 111 e
respectivo § 2.0 ) •
Uma outra fonte de renda municipal decorre da participação atribuída aos Municípios na arrecadação do impôsto único sôbre energia elétrica, criado pela Lei n.0 2 944, de 8-XI-1956, que se destina a prover e financiar construções e ampliações de instalações de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica. O rateio da parcela pertencente aos Municípios é feito tendo em vista a proporcionalidade dos seguintes elementos: produção e consumo de eletricidade, superfície e população.
Um dispositivo da Carta Magna, o artigo 20, de caráter nitidamente municipalista, assegura: "Quando a arrecadação estadual de impostos, salvo a de impôsto de exportação, exceder, em Município que não seja o da Capital, o total das rendas locais de qualquer natureza, o Estado dar-lhe-á anualmente 30% de excesso arrecadado".
Todavia, a mais importante contribuição à renda dos municípios brasileiros passará a ser representada pelas cotas-partes de 15% e 10% dos totais dos impostos federais de renda e de consumo, respectivamente, como estabeleceu a citada Emenda Constitucional n.0 5. Essa decisão legislativa, além de aumentar a cota-parte do imposto de renda (§ 4.0
do art. 15 da Constituição Federal), que era de 10% do total arrecadado e criar a do impôsto do consumo, estabeleceu a transferência dos Estados para os Municípios dos impostos territorial rural e transmissão de propriedade imobiliária inter vivos e sua incorporação ao capital de sociedade. Essa nova discriminação de rendas, como é evidente, abre novas perspectivas para o desenvolvimento das comunas brasileiras.
O Município, em decorrência da própria autonomia, estabelece as normas para sua administração, segundo, é claro, as praxes já estabelecidas no país, especialmente, no que se refere à organização de quadros de pessoal. A admissão do pessoal através de concurso de .provas é norma já adotada, principalmente, em Municípios de maior importância.
ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL BRASILEIRA 5
Observa-se, entretanto, que admissão em caráter interino, segundo critérios pessoais de prefeitos, ainda é muito freqüente. Os cargos de confiança são de livre nomeação e preen
chidos em comissão.
Os Municípios não estão sujeitos ao contrôle estadual, mas a Constituição Federal prevê a intervenção, por parte dos Estados, apenas para regularizar as finanças (I) quando se verificar impontualidade no serviço de empréstimo garantido pelo próprio Estado, ou (li)
quando deixarem de pagar, por dois anos consecutivos, a sua dívida fundada (art. 23).
No sentido de colaborarem com os Municípios na solução dos seus problemas administrativos os Estados po.derão criar departamentos de assistência técnica e alguns já se
aproveitaram dessa concessão da Constituição Federal (art. 24) .
Os Municípios, em regra, mantêm escolas apenas de nível primário, muito embora, nos mais desenvolvidos, já se verifique a sua intervenção no campo do ensino de nível médio, seja assumindo totalmente os encargos de manutenção de estabelecimentos secundários, seja concedendo subvenções aos ginásios particulares. Os Municípios são obrigados a aplicar anualmente nunca menos de 20% da renda dos impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino (art. 169 da Constituição Federal).
O policiamento é de competência estadual, mas alguns Municípios, dispondo de recursos suficientes, mantêm corpos de guardas de vigilância, de trânsito, etc.
Os transportes obedecem, nos Municípios, ao Código Nacional do Trânsito, podendo ser realizados por emprêsas particulares ou pertencentes à municipalidade. As concessões das linhas urbanas e inter-distritais são feitas pelo Município e as inter-municipais pelo Estado.
Os serviços de saúde pública, embora estaduais, poderão receber cooperação do govêrno municipal, desde que tenha condições para fazê-lo.
Os serviços de abastecimento d'água, esgotos e outros relacionados com a vida do Município são outros encargos da administração municipal como sempr·e condicionados ao maior desenvolvimento econômico da comuna.
Uma ampla e bem organizada campanha municipalista vem, dia a dia, ganhando expressão. E não há dúvida que os frutos virão provar que o futuro de uma nação, como a nossa, depende muito do fortalecimento da unidade da nossa estrutura político-administrativa: o Município.
ARTESANATO NA BAHIA
RÔMULO ALMEIDA
Na Bahia, coube à Comissão de Planejamento Econômico (CPE), em 1957, coordenar os estudos para a criação do Instituto de Pesquisa e Treinamento do Artesanato (IPT A). Uma sub
comissão, liderada pelo sr. Rômulo Almeida, presidente da CPE, e composta dos srs. Luís Rogério, Artur Ferreira, Lauro Fontes, Osvaldo Sá Menezes, Costa Pereira e Gervásio Bacelar, foi encar
regada da elaboração dos estudos para organização do IPT A. O presente documento de trabalho contém observações a respeito
das ditetrizes para um plano de amparo e desenvolvimento das atividades artesanais exercidas na Bahia, sob a f0rma de indústria doméstica ou concentradas em pequenas oficinas.
I - INTRODUÇÃO
U M programa de amparo ao artesanato e à indústria doméstica tem a enfrentar grandes
dificuldades técnicas quanto aos limites econômicos, modalidades do fomento e métodos de assistência a utilizar. Merece, entretanto, ser tentado, face ao interêsse
social relevante que apresenta, sobNtudo para a mulher e o lar, e ao interêsse econômico considerável, onde as oportunidades de emprêgo em indústrias fabris são limitadas e o capital é escasso. As indústrias artesanais e domésticas permitem mais empregos por unidade de capital, fomentam a poupança e o pequeno ,e disperso investimento popular, além de completarem a economia agrícola e de constituírem uma preparação magnífica de mão-de
-obra qualificada e à capacidade empresária. Apresentam ainda apreciável fertilidade cultural.
Antes d,e sua posse, o Governador Antônio Balbino sentiu o problema e cuidou de equacioná-lo (como dá conta um documento dos trabalhos preliminares para o plano de expansão econômica da Bahia). Pacientes trabalhos vêm sendo feitos desde então, com a
constituição d·a um grupo que se reuniu no Instituto Industrial Feminino Visconde de Mauá,
cujas discussões foram depois continuadas pela Comissão de Planejamento Econômico, com
a constante cooperação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), do qual vimos tendo assistência do Diretor do Departamento Nacional, Prof. Joaquim Faria Goes
Filho, do Superintendente do S·arviço Especial de Treinamento de Mão-de-Obra no Emprêgo, Sr. Paulo Novaes (cuja colaboração neste sentido começou a ser dada ao 13anco do Nordeste do Brasil, em 1954), do Diretor Regional da Bahia, Eng.0 Lauro Fontes, e de um
especialista que o SENAI, a nosso pedido, enviou três vêzes à Bahia e que fêz lengas
viagens de pesquisa com a ajuda do Govêrno do Estado. Do levantamento procedido por
êsse especialista já resultaram duas alentadas monografias que são das melhores contribuições já feitas sôbre o assunto no Brasil.
O SENAI já se dispôs a um acôrdo com o Estado e foram assentadas linhas mestras
que parecem bastante segmas para enquadrar o difícil problema. Dessa forma, a Comissão de Planejamento Econômico julga conveniente não retardar o encaminhamento do projeto
de organização, com que o Govêrno ficará habilitado a criar novas condições no fomento a uma fonte de cultura e de sustento de nossas populações pobres.
O resultado dos estudos até agora realizados, contando também com a assistência técnica do Instituto de Economia e Finanças da Bahia, ora sob o patrocínio da Universidade da Bahia, é exposto a seguir.
ARTESANATO NA BAHIA 7
li- EFEITOS DO FOMENTO DO ARTESANATO SôBRE A ECONOMIA BAIANA
O FOMENTO ao artesanato está perfeitamente enquadrado na estrutura dos recursos
da Bahia, região de economia sabidamente subdesenvolvida, uma vez que tais atividades permitem um grande número de empregos por unidade de capital.
Assim sendo, justifica-se plenamente uma estrutura assistencial destinada a melhorar a quali
dade das produções artesanais existentes, a introduzir outras a ajudar na. organização comercial própria dos grupos de produtores, a assisti-los financeiramente e na abertura dos mercados.
A inexistência de um mercado organizado e, conseqüentement·a, da possibilidade de tomar crédito, tem mantido as atividades artesanais num nível bem aquém de suas possibilidades.
Os efeitos econômicos do artesanato podem ser resumidos como segue:
1 - Mais Emprêgo e Produção com Pouco Capital - Caracterizando-se as regiões
subdesenvolvidas pela pequena capacidade de poupar e, assim, por uma pequena) capacidade
de investir, é de boa técnica de planejamento que se procure, em princípio, desenvolver
atividades econômicas que utilizem pouco capital e muita mão-de-obra. Sem prejuízo,
convém advertir, de projetos que requerem intensidade maior de capital e sejam importantes
para o desenvolvimento geral ou se realizem com capital de fora.
O que foi dito acima é válido do duplo ponto de vista da disponibilidade de capital
e da disponibilidade de mão-de-obra, uma vez que as regiões subdesenvolvidas possuem
mão-de-obra abundante e escasso capital.
A Comissão Econômica da América Latina chamou a atenção dos econoxr.ista> sul-americanos sôbre o fato de que a técnica disponível nos países mais adiantados, sendo destinada
precipuament!e a economizar o fator mais escasso, isto é, mão-de-obra, não era plenamente aplicável às ngiões subdesenvolvidas, por terem elas uma estrutura de fatôres de produção completamente oposta.
Embora tal assertiva tenha suscitado a oposição de certos economistas de renome no Brasil e no exterior - os quais afirmavam que tal princípio implicaria na implantação de tecnologias obsoletas em comparação com as utilizadas nos países desenvolvidos -, parece-nos bastante razoável, pois não se dev•a entender que o princípio em referência deva ser
aplicado indistintamente, sem qualificações, a todo e qualquer setor da economia. Assim, por exemplo, no que se refere à instalação de uma usina siderúrgica desde o momento em que se tem certeza de que há um mercado interno que a comporta, não há razão para que se comece com modelos antiquados de altos fornos, o que, sem dúvida alguma, poderia
comprometer não só a qualidade do produto como a economicidade de sua produção. Além do mais, seria até difícil que os fabricantes estrangeiros de maquinaria para usinas side
rúrgicas concordassem em fabricar modelos que fugissem a seus padrões de produção. ]á em relação à indústria têxtil, por exemplo, é muito mais razoável que, ao invés ou ao mesmo tempo que se utiliza teares mecânicos altamente especializados e de alto custo,
se procure uma combinação de fatôres: mão-de-obra e maquinaria (teares manuais fáceis de serem produzidos no país), que permita um melhor aproveitamento do fator mais abundante e, conseqüentemente, mais barato, o trabalho.
A aplicação do princípio acima citado, ou seja, de que se adote, tanto quanto possível, uma tecnologia consentânea com a estrutura dos fatôr·es de produção do país ou região, tem, fora a justificativa meramente econômica que foi a abordada, uma justificativa político-social, não menos importante, uma vez que a técnica do planejamento tem como fim último servir ao Homem.
O professor Alfred Sauvy, Diretor do Institut National d'Études Démographiques, de Paris, especialista em problemas de desenvolvimento econômico e população, adv0ga que,
ao se projetar certo programa de inversões, sejam incluídas, ao lado das inversões "processivas", ou seja, que incorporam uma tecnologia avançada, ou ainda, economizadoras do
fator mão-de-obra, inversões "recessivas" que se destinem a absorver a mão-de-obra liberada pelas inversões "proc·essivas". Embora tal coisa não seja tão simples quanto pareça, é
um problema digno da atenção do planejador econômico e dos governantes, principalmente aqui na região Nordeste, pois só assim seriam evitadas as tensõ·as sociais causadas pelo
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desemprêgo tecnológico, que se acresceriam às tensões vigentes e que correspondem ao desemprêgo disfarçado.
Assim, na linguagem dos economistas, o fomento da atividade artesanal é de grande
interêsse para a economia do Estado, devido ao fato de que as inversões nessas atividades
apresentam um elevado multiplicador de emprêgo.
Na experiência da economia popular baiana, e em geral nordestina, verifica-se que as feiras livres locais, bem como os mercados e as quitandas, são entrepostos de variado artesanato, na maior parte em condições primitivas de técnica de produção, de desenho e de apresentação. Isso se dá, de um lado, pela necessidade de meio de vida, de emprêgo para uma população que não o encontra, emprêgo, em emprêsas modernas de produção, e, de outro lado, pela falta de poder aquisitivo das grandes massas para a compra de produtos industriais, apesar do prestígio social dêstes, face aos produtos artesanais, prestígio muita vez justificado apenas pelo complexo de inferioridade das populações elo interior.
Essa produção artesanal tanto se dá em tendas, oficinas ou fábricas, já com as aparências de uma pequena emprêsa industrial, como na indústria doméstica, das cidades e da "roça". Nas cidades, em muitos casos, ainda se encontra a sobrevivência do sistema medieval de ofícios, com seus mestres, oficiais e aprendizes.
As feiras estão cheias de objetos de cerâmica, de couro, de tecelagem, ele metal, etc.
Os preços são freqüentemente preços de mercado fechado, municipal ou sertanejo.
Assim, enquanto as condições de emprêgo e do poder de compra não se alt:aram, é importante desenvolver mesmo o artesanato primitivo, tendo em vista melhorar as condições de emprêgo e os padrões de vida, embora se deseje fazê-lo com melhoria dos padrões técnicos e outras condições de produção.
2 - Complemento da Agricultura - Em tôda a parte, o trabalho caseiro e artesanal é um complemento de economia agrícola. A agricultura é descontínua na sua demanda de trabalho e a raceita dos trabalhadores agrícolas é insuficiente. Entre nós, êsse papel complementar do artesanato (e da indústria caseira propriamente agrícola, que para certos fins convém distinguir do artesanato de natureza urbana, embora também feito nas fazendas), é muito importante pelas maiores irregularidades das condições agrícolas, sobretudo nas
áreas sujeitas às sêcas periódicas.
Uma das razões da fraca resistência econômica do nosso sertanejo às sêcas é, assim,
a fraqueza do artesanato .
Independente dêste fenômeno ocasional, as estações agrícolas são muito acentuadas, quanto à freqüência das chuvas na maior extensão do território, lembrando as diferenças pela temperatura nos climas frios, sem falar nas variações diárias que obrigam ao tempo vago.
E ainda: independente das variações no trabalho do campo, a utilização do tempo vago das mulheres e dos meninos, nas prolíficas famílias rurais, resulta num acréscimo de renda agrícola.
3 - Fomento às Poupanças - Outro efeito talvez importante do desenvolvimento do artesanato é contribuir para fomentar as poupanças e os investimentos, em pequenas doses, por um grande número. Com isto se reduz um dos fatôres críticos nas áreas subdesenvolvidas, que é a carência de capitais, e se contribui, ao mesmo tempo, para uma melhor distribuição da riqueza e para o equilíbrio social (conquanto daí não se deva inferir uma razão absoluta a favor da pequena indústria).
4 - Preparo de Pessoal - Outra vantagem do artesanato é sua influência sôbre o preparo de pessoal com disciplina de trabalho e habilidades técnicas, desta maneira criando condições para a indústria fabril. Do mesmo passo o trabalho independ·ente do artesão é uma preparação da capacidade empresarial, necessária para a indústria e a agricultura
de maior porte.
A experiência brasileira tem mostrado a influência do artesanato no desenvolvimento industrial. E:x,amplos típicos são a indústria Abramo Ebeole, em Caxias (Rio Grande do Sul); a Peixe, em Pesqueira (Pernambuco); e o parque-têxtil da família Mascarenhas (em Minas Gerais). Essa influência, na dupla modalidade apontada, assume maior importância diante do desajustamento quase total do nosso sistema educacional, face à real demanda de
qualificações para a produção e o desenvolvimento nacional.
ARTESANATO NA BAHIA 9
5 - Turismo - É evidente o efeito das atividades artesanais sôbre o turismo. :ítste,
como atitude e como demanda, se nutre do peculiar, do local e do típico na paisagem, nos
costumes - o "souvenir". A originalidade e o caráter das "lembranças" é um dos elementos importantes na indústria turística. Na Bahia e no Nordeste já a produção das "lembranças'
se tem desenvolvido por solicitação do mercado. Em Salvador, é conhecido o caso de uma
família de classe média que "descobriu" êsse ramo, para êle convergiu todos os seus
recursos e em poucos anos nêle prosperou, deixando seus membros outras atividades; muitas
famílias já têm seu sustento garantido por sua produção.
A loja do Instituto Industrial Feminino Visconde Mauá é uma das atrações turísticas da Bahia, bem como a coleção, já bastante considerável, de artesanato do Instituto Feminino da Bahia, sem falar nas próprias feiras e mercados tradicionais.
O interêsse turístico da Bahia, que é crescente, recomenda o desenvolvimento do artesanato, do mais rústico e autêntico ao mais cultivado e já artístico ou semi-industrial. :ítste programa é, assim, uma das contribuições do Estado para o fomento ao turismo na Bahia.
III - COEXIST:ítNCIA DO ARTESANATO COM A INDÚSTRIA FABRIL
A mente
DÚVIDA sôbre a possibilidade de sobrevivência do artesanato com o desenvolvimento econômico, embora ponderável, não é subsistente.
É interessante lembrar que, mesmo nos países mais adiantados, econômicasubsiste o artesanato lado a lado com as indústrias fabris. Na Europa, entre outros,
temos o exemplo da Suécia, onde, na zona centro-sul, se concentram famosas atividades artesanais de ferro, prata e porcelana. Na Ásia há o caso do Japão, onde o artesanato constitui a base de produções organizadas para o grande mercado - o caso típico é o de que mais de 50% da produção de bicicletas tem a montagem de peças feitas em casa. Os exemplos da Itália e da França são também notáveis. No continente americano, o do México.
Naturalmente, o artesanato muda de estrutura com o desenvolvimento da indústria fabril, ora organizando-se em tôrno de "linhas de montagem" ou centros de padronização,
seleção, embalagem e comercialização, ora resistindo e expandindo-se nas atividades semiartísticas.
IV - ALCANCE SOCIAL E CULTURAL DO ARTESANATO
J Á referido o papel que tem o artesanato, face à crise do sistema educacional, na pre
paração de mão-de-obra, cabe agora completar a síntese dos efeitos econômicos com algumas considerações sôbre seu alcance social e cultural.
O trabalho artesanal é um exercício do poder criador do homem, dêle resultando uma
variada produção artística, do mais primitivo ao mais cultivado. Contribui para tornar as
forp1as mais variadas e mais belas. :ítss·a poder pode e deve ser cultivado com adequada assistência .
O artesanato constitui, assim, fonte de criação artística e encontra hoje uma de suas maiores possibilidades de mercado no vigor e na pureza de expressão das suas criações.
Embora se deva distinguir um artesanato erudito, se assim podemos dizer, ou uma espécie de industrialização da arte, uma adequada orientação artística é necessária à valorização de todo o artesanato, embora sem preocupações tutelares ou preceptoras, mas antes com certa inspiração antropológica e utilizando mais o método da seleção. Desta forma, devem ser mobilizados os artistas modernos para êsse programa.
Ao artesanato cabe aplicar as c-onhecidas virtudes do desenho e dos trabalhos manuais
no cultivo de qualidades de precisão, dedicação ao trabalho, paciência, pertinácia e respon
sabilidade, além de habilidade manual e visual e do gôsto artístico.
Do ponto de vista social, ao lado do reflexo dessas influências culturais e educativas, já nos referimos aos efeitos econômicos, ao papel do artesanato no dar "meio de vida" a muitas famílias, sobretudo a grande número de mulher·as, permanentemente ou durante certas temporadas. Sabe-se a limitação de emprêgo para mulheres, seja pela estrutura
10 REVISTA BRASILEIRA DOS i\IUNIC:íl'lOS
econômica, seja pela educação e outras condiçÕ·as culturais; enquanto a necessidade de con
tribuírem elas para o sustento da família é crescente. A contribuição, assim, do artesanato
para a vida da família e as possibilidades do casamento, que constitui um problema sério
da nossa pequena classe média, sobretudo no int•arior, parece ser ponderável.
Ocupando melhor o tempo de muitos sêres, dando-lhes utilidade social e rendimento,
dá-lhes o artesanato um s·antimento de dignidade e uma condição de integração social que
freqüentemente substitui a desintegração das pessoas que rolam pelos vícios da ociosidade.
V - ASSISTÊNCIA OFICIAL AO ARTESANATO
POR tudo isso, o artesanato vem sendo considerado como objeto de assistência,
momento o Govêrno do Estado reputa um ptograma nesse sentido como de
alcanoe econômico e social.
e no
largo
No passado, já o Govêrno baiano foi pioneiro, no Brasil, no que toca à assistência ao
artesanato, através de criação do Instituto Industrial Feminino Visconde de Mauá. Era
Interventor Federal o sr. Landulpho Alves de Almeida, e Secretário da Agricultura, Indús
tria e Comércio, o sr. Joaquim da Rocha Medeiros, aos quais prestamos nossa homenagem
O plano inicial do liFFM, que compreendia a criação de sucursais no interior, nunca chegou
a ser executado: ficou na matriz e numa agência em Alagoinhas.
No mesmo período, no Estado do Rio de Janeiro, criava-se, sob a liderança da sra
Alzira Vargas do Amaral Peixoto, a Fundação Anchieta.
Posteriormente, o SENAI, no seu curso de artes aplicadas e preparo de professôres
nessa especialidade, as Missões Rurais nos Cursos Vocacionais, o INEP, através de suas
bôlsas para o Ministério da Educação, e a ANCAR vieram t1azer uma assistência educativa
importante no setor Presentemente, a influência das Missões Rurais se tem acentuado,
neste campo, na Bahia.
o '
VI - DIFICULDADES TÉCNICAS
PROBLEMA fundamental do artesanato é o de ampliar sua resistência face à com
petição das indústrias fabris. Esta aumenta, com a integração dos mercados locais
no grande m·a·cado monetário, a abertura de possibilidades de empregos na indús-
tria maior e nos serviços urbanos, redundando em aumento de poder aquisitivo e elevação
das aspirações. Pode daí resultar que o problema esteja inteiramente r·esolvido com sua
extinção, ou seja, que a indústria fabril e as chamadas atividades terciiuias obs01vam, em
melhotes condições, tôda a mão-de-obra empregada num artesanato precário ou provisório,
cuja vida só se explica pelas condições referidas no capítulo li, item I. Na medida, porém,
em que a produção artesanal só é esmagada por não ser atingida a organização e a
perfeição que pode alcançar; ou apenas pelo prestígio do que é da fábrica ou vem de fora,
tal solução não é desejável. Já mostramos a coexistência possível, e efetiva em muitos
países adiantados, entre o artesanato e a grande indústria.
Em outros casos, a indústria grande pode não empregar a todos, mas eliminat o mercado
para o artesanato local. Ne3te caso, é preciso assegurar-lhe maior eficiência para a com
petição, novos mercados ou reconversão para novos produtos.
Pode ocorrer ainda 0 caso em que o melhor acesso de c-ertos centros sertanejos por
si só elimina o mercado pata os artesãos locais, sem criar-lhes empregos substitutivos,
obrigando-os a emigrar ou a forçar o emprêgo em "serviços" precários, inclusive o peqll"eno
comércio excedente, ou o emprêgo público a título de assistência.
Nenhuma defesa artificial do artesanato face à indústria fabril se advoga, a não ser
se assim fôr entendido - uma campanha educativa no sentido da valorização social, do
prestígio do trabalho e da produção artesanal, o que tem muito cabimento e oportunidade,
tanto a título de defesa cultural, como a título de promoção de mercado.
O artesanato deve subsistir, na medida em que s·eja capaz econômicamente, recomen.,
dando-se, portanto, a assistência do Estado ou órgãos para-estatais, que é recomendável
ARTESANATO NA BAHIA 11
pela proteção aos pequenos produtores e pelo interêsse cultural e social de um artesanato
em bases econômicas sólidas .
Para planejar essa assistência, examinamos as fundamentais carências dos artesãos:
I - compras pequenas e isoladas de matérias-primas, naturalmente a maior preço,
mesmo quando a dinheiro;
11 - pequena capacidade de financiar tais compras, bem como seu próprio sustento,
e o salário dos ajudantes, o que os obriga a:
a) apelar para o crédito do comércio, vendendo previamente os produtos em péssimas condições, ou comprando suprimento fiado com elevado sôbre-preço; ou a:
b) na falta de garantias suficientes, apelar para o crédito de bancos e agiotas, em têrmos onerosos;
III - incapacidade para malhorar o equipamento (investir) com suas próprias economias, agravando-se as conseqüências indicadas no item 11;
IV - necessidade de liquidar logo a produção a qualquer preço (se já não a vendeu previamente), por falta de resistência financeira;
V - dificuldade de contato com m•arcados mais vantajosos, de ter prontas e amplas informações sôbre o mercado em geral;
VI - dificuldade, quando não impossibilidade, de obter informações e conselhos, inspi-tados no seu intErêsse, quanto a:
a) melhoria nos métodos e processos;
b) malharia de matérias-primas;
c) melhoria de equipamento;
d) produtos mais convenientes ao mercado ou possibilidades de substituição dos produtos críticos pela produção de outros;
VII - deficiência dos desenhos, face às solicitações do mercado, e dificuldade de uma orientação nesse campo;
VIII - desprestígio popular, entre nós, do que é local e artesanal em face do fabril e de fora - desprestígio que felizmente se tem reduzido, face ao gôsto moderno pela decoração rústica e pela arte primitiva, bem como ao interêsse turístico e das camadas superiores pelos bons trabalhos artesanais.
Esta análise orienta-se, quanto à estrutura e funcionamento da assistência necessária,
em dois setores fundamentais: o comercial e financeiro e o tecnológico; como um com
plementar - o artístico.
VII- ORGANIZAÇÃO PARA O ARTESANATO
IDEAL seria o simples apoio a uma organização cooperativa dos artesãos, constituindo em sociedades, especializadas ou não, conforme as conveniências de cada o caso, federadas em uma ou mais centrais ou federações. Temos que contar, porém,
com a falta de hábito da organização cooperativa. Daí a necessidade de suprir essa deficiência com uma organização, ao menos transitoriamente, sob o contrôle ou tutela do Estado (ou do Banco de Fomanto do Estado da Bahia- BANFEB, ou ainda do FUNDAGRO).
Dessa forma, prevê-se:
a) uma organização comercial e financeira, a Corporação Artesanal da Bahia - Ci\B;
b) a reorganização, em bases de autonomia do IIFVM;
c) uma organização de assistência técnica, o Instituto de Pesquisa e Treinamento do Artesanato - IPTA;
d) um comitê de orientação artística, que assegure a colaboração de um grupo de artistas e antropologistas interessados na assistência ao artesanato, às entidades referidas nas letras anteriores.
12 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
VIII - INDúSTRIAS CASEIRAS RURAIS
N ESTE vasto campo, é necessário, para muitos efeitos, distinguir as indústrias artesanais e domésticas urbanas das rurais, embora haja larga área de indefinição. A distinção é nítida quanto a certas atividades, porém, quanto a outras, refere-se apenas à
área geográfico-social e aos métodos de contato e assistência.
As indústrias caseiras rurais constituem complemento quase necessário de uma agri
cultura organizada e seu desenvolvimento está ligado ao sistema de extensão rural. As "missões rurais" vêm fazendo um trabalho importante nesse campo. A ANCAR prevê também uma assistência neste setor, através das supervisaras domésticas que acompanham os agrônomos. Êsse aparelhamento de extensão necessita, porém, do amparo de um centro de pesquisas e assistência técnica para casos especializados. E as indústrias caseiras rurais, nas quais se incluem técnicas urbanas, como tecelagem, requerem um sistema de organização de mercado, como o indicado.
Quanto às indústrias caseiras tipicamente rurais, como as de queijos, doces, conservas salgadas, a elas se deverá estender também o mesmo amparo para seu desenvolvimento. Apesar do empenho do Govêrno, não foi possível ainda obter o amparo tecnológico necessário.
A IX - "CORPORAÇÃO ARTESANAL DA BAHIA" - CAB
DENOMINAÇÃO de "Corporação" se adotou prevendo que esta palavra se pode alterar para "cooperativa central" no momento em que as organizações especializadas e locais do Artesanato sejam capazes de tomar a si a direção do próprio setor.
Essa organização comercial funciona, a princípio, como uma sociedade por ações, mas, sob o contrôle do Estado, que poderia cedê-lo ao BANFEB ou ao FUNDAGRO, até que os próprios produtores pudessem tomar conta.
A corporação terá um capital do Estado. O Estado não pretende dividendos, mas a organização tem objetivo de lucro, embora não especulativos, em benefício da própria comunidade de artesãos - como estímulo comercial indispensável para que essa atividade econômica se organize, não em bases paternalistas, porém nas de responsabilidade econômica, de capacidade de auto-financiamento ou, ao menos, de auto-amortização e, assim, possa adquirir crédito e, com êste, ampliar a imigração de recursos financeiros, a fim de aumentar as possibilidades de produção das filiadas. Essa organização comercial será, então, capaz de apelar para o crédito do Banco de Fomento Econômico da Bahia - que já o prevê para essa finalidade, bem como do Banco do Nordeste do Brasil - que continua a se preocupar com êste problema.
Segundo o projeto de estatutos adotado para o Banco de Fomento do Estado da Bahia, sua Carteira de Custeio Agrícola e Industrial deverá especialmente promover, dentre outras operações preferenciais, "a realização de empréstimos, com ou sem garantia fideijussória, a pequenos industriais de caráter artesanal ou doméstico".
Essa organização também, evidentemente, pod·erá se entender com diversas outras, relacionadas no mesmo ramo. Abrirá o mercado para os artigos das filiadas e terá a capacidade de instalar, na Capital baiana, uma grande loja de artesanato. A corporação poderá, ainda, verificar as possibilidades de venda dos artigos no Rio e em São Paulo e, depois em Buenos Aires, Nova York e noutras partes. Poderá, perfeitamente, dentro de alguns anos, fazer o que fêz o artesanato italiano, que inundou os mercados americanos de pequenos trabalhos, como alguns daqueles que aqui são feitos, os quais parecem capazes de penetrar no mercado americano, se houver uma quantidade grande de produção. Dessa maneira, abrirá os mercados, criando novas condições de orientação comercial.
Receberá os produtos e, realizando o papel econômico do comércio na seleção e orientação da produção, seja em conta firme, seja em consignação, com ou sem adiantamento por conta da futura liquidação, financiará a venda.
Ao mesmo tempo, o financiamento, com seus recursos e os das instituições bancárias, permitirá à Corporação e às organizações filiadas a compra das matérias-primas, em comum, à vista, com vantagens de preços e qualidade para as bordadeiras, para os cesteiros, para os oleiros, para os sapateiros e seleiros, para os tecelões. do sertão ...
ARTESANATO NA BAHIA 13
Serão filiadas, no sentido de assistidas, da Corporação, quaisquer organizações de produtores artesanais que se criem, por sua ação ou espontâneamente, uma vez que apresentem as condições indispensáveis de responsabilidade. Tais organizações, de preferência, devem ser corporativas. Instituições de caridade, estabelecimentos coletivos do Estado, "Casas de Trabalho", quaisquer organizações que reúnam pessoas para o trabalho artesanal, poderão ser ajudadas, tanto nas vendas como nas compras e na melhoria dos equipamentos, pela Corporação .
É provável que, com a diversificação de indústrias, se devam constituir no futuro diversos sistemas semelhantes e especializados, por grupos baseados na similitude de produção ou de mercado.
Essa organização para o mercado e o financiamento deverá ser também o maior instrumento de difusão de conselhos técnicos sôbre métodos de produção, desenhos, novas matérias-primas e novos equipamentos, que terão como fonte principal uma outra organização especializada.
IIFVM - O Instituto Industrial Feminino Visconde de Mauá, como vimos, é uma organização pioneira que honra a Bahia. Sua obra já é digna de nota, porém seu plano inicial, que abrangia a criação de 10 sucursais no interior e uma grande organização de mercado, ficou na Matriz e na primeira sucursal, em Alagoinhas.
Além da venda dos produtos, ajudando as bordadeiras, trançadeiras e outras artesãs,
vem patrocinando cursos regulares, mantendo e difundindo um alto padrão nesses trabalhos,
havendo diplomado mais de 1 000 alunas.
É, portanto, uma organização mista e integral de treinamento e de comercialização. Suas condições administrativas, financeiras e comerciais, não são as mais convenientes à expansão de suas beneméritas atividades.
Assim o concebemos, na nova estrutura, como uma organização especializada do artesanato, a qual deverá lucrar com a ajuda da CAB, a qual também poderá dar grande
apoio, seja pelo excelente comêço que já é obra de valorização do artesanato, seja pela utilização eventual do seu edifício, pela localização, para o empório do CAB.
O ponto de partida é autonomizar o Instituto Mauá, tornando-o capaz de tomar crédito e respond•er diretamente.
Fora dessa autonomia, não parece prudente que, pelo amor ao sistema e à lógica de uma arquitetura administrativa perfeita, se altere uma organização que vem cumprindo bem s·eu papel.
Com a autonomia, o Mauá estará mais capacitado a progredir, colaborando com a
corporação ora projetada, tendo assegurada uma subvenção do Estado, que corresponde às suas despesas com o ensino, mais uma importância para acumular capital de giro, e podendo
obter financiamento para suas compras e fornecimento de matérias-primas, outras despesas de custeio, bem como para suas compras ou consignações de trabalho feitos, com ou sem
o aval da CAB .
Desta sorte, novas condições lhe são criadas para ampliar a assistência no setor social,
em que já está desenvolvendo uma salutar experiência, que irá evoluindo com o tempo.
o X - INSTITUTO DE PESQUISAS E TREINAMENTO
DO ARTESANATO- IPTA
PON'I'O fundamental é o da atualização quanto a métodos, processos e equipamento, ou seja, a organização tecnológica da pequena indústria. Há um grande desenvolvimento tecnológico destinado ou peculiar à pequena escala de produção e à
indústria artesanal e doméstica, que cumpre utilizar, em proveito de atividades existentes ou possibilitando a criação de outras. Sem isso, o limite de competição da pequena indústria nos mercados fica muito mais reduzido.
A organização comercial projetada seria insuficiente, se não se levassem em conta as grandes deficiências técnicas da produção artesanal. Assim, ao seu lado, projetamos um instituto de tecnologia e treinamento, que orientará sobretudo as suas pesquisas no s·entido dos processos de produção dos núcleos artesanais. O IPTA orientará quanto à escolha e
14 REVISTA BRASILEIRA DOS l\[UNICíPIOS
uso das máquinas, à escolha dos processos, à escolha e tratamento das matérias-primas e ao desenho de linha industrial.
A ação combinada das duas organizações, a CAB e o IPTA, permitirá também orientat· a reconversão de muitos grupos de altesãos para novos ptodutos ou linhas de produção, e
mesmo sua readaptação profissional, conforme a isso o mercado fôr impondo.
Se é difícil a organização para o mercado, muito mais é a tecnologia
A idéia imediata, neste setor é:
a) continuar o levantamento geral iniciado, uma espécie de geografia do artesanato regional, levando-se também em conta o proj·eto de instituir uma espécie de museu do
artesanato;
b) determinação das técnicas a melhorar, ou aperfeiçoar, e das regiões a serem cobertas pelo serviço;
c) instalação de um serviço central em Salvador, para pesquisas tecnológicas, pro
dução de certos desenhos, modelos e cursos;
d) instalação de oficinas-modêlo ou centws de instrução, ou simples missões individuais, nas regiões escolhidas;
e) introdução de novos recursos, equipamentos e matétias-primas, com o possível financiamento.
P1evemos, então, que êsse Instituto continuará as pesquisas começadas pelo Pwf. Costa
Pereira, isto é, fará o levantamento geral da documentação do artesanato na Bahia e d·e
tôda a região; trabalhará na organização, aqui, de um Museu de Artesanato Ao lado disso,
o IPTA de logo iniciará um prog1ama em centros selecionados de artesanato, alguns dos
quais já estão d·eterminados por certas condições especiais verificadas no próprio reconhe
cimento inicial, feito pelo Prof. Costa Pereira. Por exemplo: um ceramista deverá orienta>·
os oleiros de Maragogipinho; outro técnico deverá ir para a zona dos couros - Feira de
Santana e Ipirá; um especialista em trabalhos de metal deverá ir para a zona de Rio de
Contas; e outro, de tecelagem, irá inicialmente para o sertão de Livramento, de Paramidm,
de Caitité.
Uma outra idéia smgida foi a de uma missão especial, que teria como função examinar
as possibilidad·es de organização do trabalho artesanal e doméstico nas zonas de desem
prêgo, como, principalmente, Cachoeira, São Félix, lVIuritiba, Cruz das Almas, Santo Antônio
de Jesus - com a crise da indústria fumageira. Nesta zona, como se sabe, há excelente
artesanato tradicional, sobretudo de madeiras, de couros e mesmo d·e bordados e costuras,
De modo que nela se estudaria a utilização do artesanato em face da disponibilidade de
mão-de-obra Em organizações semifabris, baseadas em centrais de embalagem e montagem,
na utilização do trabalho nas próprias casas.
É preciso aqui relembrar que, no Japão, mais de metade da produção de bicicletas,
ainda hoje, é baseada na indústria doméstica, quer dizer, as peças são feitas nas casas e
as fábricas as recolhem e montam as bicicletas. Na Suíça, uma grande percentagem da
indústda de relógios se faz também nas casas. Na Holanda, a indústda de lapidação ainda
é baseada na indústria doméstica. Quanto a esta, também foram cogitadas providências no
sentido de aperfeiçoar a técnica utilizada nas Lavras Diamantinas.
O Instituto funcionará, portanto, nas pesquisas e no treinamento do artesanato, lado a lado da corporação que vai organizar, dar assistência técnica e procurar mercado para
os produtores, caso êstes não sejam capazes de melhor se organizarem sob o ponto de vista técnico .
Comitê de a1 tis tas - Ao lado dessa assistência tecnológica, pensamos numa assistência
artística. Não se trata da produção, de desenhos para impor aos artesãos Pelo contrário,
tem o objetivo de utilizar, ao máximo, os desenhos tradicionais, ingênuos e simples, de
feitio e risco populares. É certo que o artesanato em todo o mundo - inclusive entre
nós - se baseia em cadernos de debuchos, e êstes, muitas vêzes, são apenas a compilação
de desenhos que já perderam o sentido e que já não têm apêlo no mercado, abandonando-se,
até, as melhores criações da arte popular.
ARTESANATO NA BAHIA 15
Portanto, o papel dos consultores artísticos não é o de artificializar o risco dos artistas e dos artesãos populares; mas, antes, o de procurar selecionar e ajudar a criação artís
tica-popular.
Desta forma, se poderá chegar a uma base mais sólida para o desenvolvimento dessa fonte de vida para uma população tão grande como a nossa, que não encontra emprêgo suficiente nas atividades urbanas, nem nas rurais; nas primeiras, porque falta capital suficiente, além da iniciativa e da experiência para a instalação das fábricas necessárias para absorver tôda essa mão-de-obra; e nas atividades agrícolas, porque a nossa agricultura ainda é uma agricultura de baixo rendimento, inclusive pela rala densidade do capital - tanto por área como "per capita" -, e, ainda, pelo fato universal de que nenhuma agricultura organizada, a não ser na base de grande mecanização ou no regime das "plantations", conseguiu crescer senão pela associação entre o trabalho do campo e o trabalho doméstico.
Estas são, portanto, as bases e, afinal, também, os fundamentos dêsse programa inicial da organização do artesanato na Bahia, que será uma experiência talvez útil para todos os Estados do Nordeste que tenham problemas semelhantes.
POPULAÇÃO BRASILEIRA NO ANO 2000 - A população brasileira
deverá mais que duplicar nos próximos 40 anos, a persistirem as mesmas condições de desenvolvimento demográfico verificadas na primeira me
tade do século.
No período que medeia entre 1890 e 1950, a Unidade da Federação que teve menor índice de progresso populacional dobrou seu contingente. Realmente, se o aumento percentual da população do País como um todo fixou-se aproximadamente em 263, entre o final do século passado e 1950, assinalaram-se para Sergipe e Alagoas, os Estados que tiveram menores índices de incremento demográfico, as taxas centesimais de 107 e 114, respectivamente.
Aceitos como hipóteses os dados que definiram o crescimento da população brasileira, e ressalvada naturalmente a incidência imprevisível de fatôres diversos, poder-se-á prever que, até o fim dêste século, a nossa população a'tingirá um valor que deve variar entre 140 e 170 milhões. As estimativas de população, constantes do referido volume, assinalam que se a proporção média anual do incremento se mantiver, na segunda metade do século, ao mesmo nível observado na primeira, a população brasileira no ano 2000 seria de 149 877 habitantes; ao passo que dado semelhante alcançaria 168 286, no caso de o incremento flutuar à mesma cota observada entre 1940 e 1950. O que parece certo, no entanto, é que a população do Brasil, no fim dêste século, atingirá e ultrapassará a barreira dos 150 milhões, pois isto acontecerá mesmo que não awmente após 1950 a margem entre a taxa de natalidade e a de mortalidade, e que se mantenha relativamente desprezível a imigração.
Administração & Urbanismo
MÉTODOS PARA INTEGRAR NOS PLANOS REGIONAIS AS NECESSIDADES URBANAS
PLANEJAMENTO URBANO E PLANEJAMENTO REGIONAL- SUA INTERLIGAÇÃO
]OSÉ DE OLIVEIRA REIS
1 - INTRODUÇÃO
N O estado atual dos conhecimentos humanos, qualquer atividade é obrigada a obedecer
a um determinado número de preceitos para o seu exerctciO. Em conseqüência
dêsses conhecimentos surgiu uma nova ciência que se denominou genericamente de Planejamento.
Vejamos, para melhor entendimento, a significação da palavra Planejamento aqui
empregada, relacionada, evidentemente, com a sua finalidade. Assim, entende-se por Plane
jamento a ciência que emprega métodos de trabalho, baseados, nos conhecimentos de um
vasto campo científico que se estende ao físico, social, cultural, religioso, econômico, finan
ceiro, político, administrativo, etc.
Em outras palavras, o Planejamento é a previsão organizada, coordenação, adaptação
dos meios aos fins, ligação entre a pesquisa e a realização. Ê um processo em contínua
evolução, com a finalidade de organizar, construir, reorganizar, reconstruir a estrutura
material e social das atividades humanas, visando o bem estar da coletividade. Êle abrange,
de um modo geral, todos os campos de atividades. Qualquer que s·eja o tipo de atividade,
o planejamento se aplica. Costuma-se, entretanto, grupar essas atividades, para efeito de
metodização, em cinco tipos de planejamentos:
1 Planejamento Físico
2 Planejamento Econômico
3 Planejamento Social
4 Planejamento Cultural
5 Planejamento de Área
Poderá, é claro, haver novas distribuições ou agrupamentos de atividades, conforme
maior ou menor ênfase que se queira dar a essas atividades, diferenciando-se, dêsse modo,
novos tipos de planejamento. Visto de um modo g·anérico, a significação do planejamento,
vamos particularizá-lo ao caso que nos interessa, que é a sua aplicação à comunidade.
Tanto o planejamento urbano como o planejamento regional e o planejamento nacional
estão grupados no último tipo que é o Planejamento de Área. Foi assim chamado por
compreender os tipos de planejamento que abrangem as atividades humanas sôbre uma
certa extensão de área geográfica, seja ela urbana, municipal, estadual, regional, nacional, e até internacional. O planejamento de área, por sua vez, recorre a todos os outros tipos
de planejamento, na aplicação conjugada a uma extensão geográfica determinada. A confi
guração da área geográfica onde se aplica o planejamento vai determinar-lhe o tipo que
será urbano, regional ou nacional.
ADMINISTRAÇÃO & URBANISMO 17
2- PLANOS URBANOS
o PLANEJAMENTO urbano é conhecido, principalmente, com o nome de Urbanismo. Ê um planejamento local, com tôdas as suas variantes. Ê, também, o mais antigo dos plan•ajamentos, que, inicialmente, se preocupava mais com os aspectos materiais
da cidade e, de preferência, os estéticos,
No conceito moderno, entretanto, o urbanismo evoluiu para um âmbito mais geral, abrangendo tôdas as atividades num entrosamento perfeito das fôrças físicas, econômicas, sociais, políticas e administrativas, visando propiciar um Plano Diretor para a Cidade, pelo qual a comunidade terá um guia e um roteiro para seu desenvolvimento e sua expansão, com o objetivo de dar aos seus habitantes uma vida melhor.
Com êsse nôvo conceito, o Urbanismo moderno transformou-se em planejamento e como tal, as responsabilidades cresceram para os administradores municipais, para as organizações particulares, enfim, para todos os habitantes da cidade que não podem ficar alheios ou isolados na obra comum de organização para uma vida melhor da comunidade.
3 - UNIDADES DE VIZINHANÇA
N O planejamento urbano, temos de destacar os planos locais, Nos planos locais nascem os embriões da cidade. Êsses embriões são os núcleos ou células que se desenvolvem para formarem o todo 1 •
Partindo, pois, do núcleo, conhecido em urbanismo como "unidade de vizinhança", ou "Neighborhood Unit", o planejamento procura dar a essas unidades o tamanho apropriado, a fim de que nelas as condições de vida dos seus habitantes se tornem as melhores possíveis. Assim, o planejamento cuida dos edifícios públicos e particulares, das escolas, das atividades sociais e culturais, prevê o comércio adequado a essa unidade e, sobretudo, não perde de vista o problema de tráfego dos veículos, que deve ser, tanto quanto possível, restrito nas ruas meramente residenciais, e, efetuado com segurança nas vias perimetrais dessa unidade,
Ê claro que a unidade de vizinhança pode, por si só, constituir um bairro, como, igualmente, a reunião de várias unidades transformarem-s·a num bairro ou zona da cidade, Como se disse, alhures, as cidades formadas por essas unidades de vizinhança, obedecendo desde o princípio de sua formação às regras do planejamento, deverão ter, por fôrça, as melhores condições de vida para seus habitantes.
Todavia, não existe, no momento atual, uma cidade que satisfaça rigorosamente tais condições. Tôdas padecem do seu vício de origem, criadas ao sabor das circunstâncias ocasionais e desenvolvidas, também, pelas fôrças momentâneas dos interêsses maiores ou menores que naquele instante impelem a sua expansão ,
Ê de se prever, que a maioria dessas cidades padecem da falta de planejamento e quando êste chega, em muitos casos, chega bastante tarde para remover todos os inconvenientes da formação da urbs. Procura-se, então, remediar com soluções parciais, a fim de minorar os problemas cruciais da megalópolis.
Êste é o caso geral. Até há bem poucos anos o urbanismo preocupava-se, apenas, com a parte estética, procurando fazer da cidade, no mais das vêzes, um palco cenográfico para o deleite da vista, deixando de lado os outros problemas mais sérios. Êsses problemas, embora menos vistosos nas suas soluções se estudados num planejamento geral da cidade, poderiam conduzir a um resultado muito mais fecundo, para a comunidade.
Daí a insistência de acentuarmos a necessidade de maior entrosamento dos diversos órgãos de uma comunidade, sejam êles governamentais, sejam particulares, paraestatais ou semi-públicos, no intercâmbio de idéias para o planejamento urbano.
Se, como foi dito acima, partindo do particular para o geral, isto é, partindo do núcleo, da unidade de vizinhança ou do bairro autônomo, para o conjunto de bairros e daí para a cidade inteira, teremos achado o caminho para o desenvolvimento progressivo e a expansão contínua da cidade, através os seus limites citadinos para ingressar na zona metropolitana
Arthur Hillman, "Organização da Comunidade e Planejamento", Ed. Agir, 1956.
2 - 31 441
18 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
da mesma, estendendo-se pela zona suburbana, zona rural, agrícola, enfim, em tôda a região econômica e ecológica, abrangendo outras vilas e cidades dessa região, entrando nos domínios do planejamento regional.
Vejamos, então, quais os meios que se empregam para essa finalidade. Nas condições atuais do planejamento urbano, tem-se como boas as normas estabElecidas pela "American Public Health Association" para as unidades de vizinhança (Neighborhood Unit), que seriam as células mater da cidade, ou, como já nos referimos de passagem, ao bairro autônomo. Essas normas são as seguintes, em valôres médios, para o planejamento do bairro:
1 população de cada bairro - de 5 000 a 6 000 habitantes
2 área do bairro - 60 ha
3 raio de acessibilidade média - 400 m
4 densidade demográfica média de 80 a 100 hab/ha
5 a distribuição da população de 5 000 habitantes pode ser feita de várias maneiras e como exemplos, à guisa de esclarecimentos, apr·esentamos as soluções seguintes:
Solução A - Pop. = 5 000 hab. = 1 375 famílias
a) casas isoladas para uma família - 1 300 casas.
b) habitação coletiva para várias famílias em prédios de 3 pavimentos 75 apartamentos.
Solução B - Pop. = 5 000 hab. = 1 375 famílias
a) casas isoladas para uma família - 175 casas.
b) casas geminadas para uma família por casa - 600 casas.
c) habitação coletiva, prédio de 3 pavimentos - 600 apartamentos.
Solução C - Pop. = 5 000 hab. = 1 375 famílias
a) casas isoladas uma família por casa - 3 7 5 casas.
b) casas geminadas uma família por casa - 200 casas.
c) habitação coletiva - edifício de 13 pavimentos - 800 apartamentos'.
No estabelecimento do "Neighborhood Unit" foram recomendados por Clarence Arthur
Perry 3 os seguintes princípios:
1.0 - Tamanho A área de uma unidade de vizinhança deve s•er tal que comporte a população prevista, de acôrdo com a densidade adotada e para a qual deve corresponder uma escola primária.
2.0 - Limites - A unidade de vizinhança deve ser limitada por todos os lados por
vias arteriais suficientemente largas, dotadas de transportes coletivos, para qu•e todos os pontos da unidade sejam atendidos sem, entretanto, atravessar a unidade, sobrecarregando-a com tráfego pesado.
3.0 - Espaços Livres - Um sistema de pequenos parques e espaços abertos para recreio deve ser planejado para satisfazer às necessidades dos moradores do bairro, como sejam, os "play-lots", "play-grounds", praças de am·enização, etc.
4.0 - Áreas para as InstituiçÕ·es - De·vem ser previstas áreas para escolas, instituições
culturais-sociais, serviços públicos correlatos ao bairro. Essas áreas podem ser grupadas em tôrno de um ponto comum central ou escolhidas convenientemente, de modo a atender equitativamente aos moradores da unidade residencial.
5.0 - Comércio Local - Devem ser planejados um ou mais núcleos comerciais, ade
quados à população. A sua localização deve ser, preferivelmente, na periferia junto às vias regionais, nos cruzamentos importantes adjacentes ao núcleo comercial de outra unidade residencial vizinha.
2 A. Hillman, op. cit, pg. 85. 3 Harold Mac Lena Lewis, "Planning The Modern City", V. li pg 4.
ADMINISTRAÇÃO & URBANISl\IO 19
6.0 - Sistema de Ruas Internas - Cada unidade de vizinhança deve ser dotada de um sistema próprio de ruas internas, de modo a facilitar unicamente o acesso às residências,
desencorajando qualquer tráfego estranho à mesma unidade.
No planejamento da unidade de vizinhança, as condições de zoneamento devem ser
rigorosas. Somente dêsse modo se poderá manter as suas características iniciais, no cresci
mento paulatino dessa unidade até atingir a sua população prevista. Na observação do planejamento de uma unidade de vizinhança, partindo ainda do princípio do particular para o geral, as recomendações dadas pela "American Public Health Association", para a habi
tação isolada, destinada a uma família, são as seguintes:
Habitação Tipo.
1) Habitação isolada para uma família - lote: 18 X 30 m = 540 m 2
2) Habitação geminada ( 2 famílias) uma família/habitação - lote: 24 X 30 m
720 m 2 ou 360 m 2 por família.
3) Habitação isolada para 2 famílias (2 pavimentos com entradas independentes e
uma família por habitação. Lote: 24 X 30 m = 720 m 2 ou 360 m 2 por família.
4) Habitações geminadas, de um pavimento, para mais de 2 famílias - lote: de
6 X 30 m por família ou 180 m 2 por família e mais 12 metros d·e espaçamento entre os blocos de casa.
5) Habitações geminadas de 2 pavimentos em série, ocupando cada família uma habitação com entrada independente - lote de 14 X 30 m = 420 m 2 por 2 famílias ou 210 m" por família.
Para as habitações coletivas em prédios de vários apartamantos, as recomendações
sugerem para base de cálculo, os seguintes números:
2 3 6 9
I3
NÚMERO DE PAVIMENTOS DOS EDIFÍCIOS Área bruta no térreo
por família (m2)
81 81 81 88 88
Área coberta pelo edifício por família
(m2)
40,00 27,00 13,50
9,75 7,00
Os elementos recomendados permitem o esbôço de plan·ajamento físico da unidade de vizinhança. Com êsse planejamento iniciamos o esquema do plano diretor da Cidade e uma vez atingido o planejamento urbano, teremos de cuidar das áreas circunvizinhas que,
estendidas em maiores proporções, abrangerão o planejamento regional.
Ora, o princípio é o mesmo: partimos do particular para o geral. Será ainda a aplicação do planejamento local da unidade de vizinhança constituindo o embrião do piao-ajamenta regional. Os povoados, aldeias e vilas existentes deverão ser imediatamente planejados
para a futura expansão e tanto quanto possível, dentro das normas recomendadas para o planejamento das unidades de vizinhança. A interligação dêsses povoados, aldeias e vilas às cidades já constituídas deverá atender em primeira instância às condições locais ditadas, seja pela topografia, seja paios caminhos existentes, em obediência ao velho preceito urbanístico da lei da persistência do traçado.
Entretanto, a modificação maior dessas interligações será condicionada ao plano viário
da região, no estabelecimento do planejamento regional.
O plano das vias mestras que de futuro serão auto-estradas ou melhor, usando a terminologia americana moderna de "free-way", "express-way", "park-way", "turn-pike", etc , será objeto do planejamento nacional, extrapolando o âmbito do planejamento regional.
De qualquer modo, o estabelecimento dEssas grandes vias provocará maior ou menor influência nas aldeias, vilas e cidades, por onde passatão essas auto-estradas, seja cortando diretamente o núcleo central urbano, seja passando pela sua periferia ou ainda, a uma distância que obriga a construção de uma nova ligação a essas super-vias. Dave, pois, o
aglomerado humano estar prevenido no seu planejamento desta nova circunstância.
20 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
4 - PLANEJAMENTO REGIONAL
Abrangendo um campo territorial mais vasto, o planejamento regional é mais do que
um simples mapa ou coleção de mapas e gráficos. É, além disso um programa e um guia.
Nessa última função êle trata da organização da área, da distribuição da população e do
uso das terras. Estabelece como programa o estudo dos problemas da habitação, do transporte, da recreação, das facilidades comunais, bem como dos serviços de utilidade pública,
as medidas administrativas e funcionais para que efetivamente o plano regional possa con
verter-se em realidade para o bem estar da comunidade da região.
Deve o plano regional fixar as diretrizes gerais e o alcance dos programas públicos e privados, sem contudo, incluir todos os detalhes específicos de cada programa. Por outro lado, sabemos que um planejamento deve ser flexível e não pode querer modelar o futuro desconhecido dentro de normas rígidas, o que seria uma estultice.
Deve, isto sim, fazer previsões para êsse futuro, deixando, entretanto, que as soluções sejam decididas com acêrto, mais tarde, nas oportunidades respectivas, a fim de que dêsse modo o planejamento possa corresponder às exigências da coletividade.
Por êsse imperioso motivo, deve o planejamento regional sofrer revisão em cada cinco anos, como manda a boa técnica, a fim de adaptá-lo às novas e inesperadas circunstâncias que ocorrem nesse período, impossíveis de serem previstas durante a preparação do plano.
Citando Lewis Munford, em "The culture of cities" ("La cultura de las ciudades", Tomo li, pg. 265, Emecé Editores, Buenos Aires), encontramos uma definição dêste grande ensaísta que vale a pena ser reproduzida:
"O planejamento regional é a direção consciente e a intervenção coletiva de tôdas as atividades que dependem do aproveitamento da terra como lugar, como recurso, como estrutura e como teatro".
"O Planejamento implica na coordenação das atividades humanas no tempo e no espaço baseado em fatos conhecidos, relativos ao lugar, à população e ao seu trabalho".
"Quanto mais se concentram essas atividades em regiões definidas, conscientemente delimitadas e aproveitadas, tanto maiores serão as oportunidades de conseguir sua coordenação efetiva".
As observações de Lewis Munford no livro citado têm a fôrça de convicção do grande
ensaísta. É, sem dúvida, grande, a influência que exercem tais observações nos planejadores.
O autor ainda esclarece, que todo planejamento regional implica em 4 (quatro) fases, que se seguem:
1.a Fase - Estudo generalizado da região.
"Isto significa revelar, mediante a exploração visual e um agrupamento sistemático dos fatos, todos os dados significativos do complexo regional".
2.a Fase - Esbôço crítico das necessidades e atividades, expressas em têrmos de ideais e fins sociais.
Afirma logo a seguir:
"É ingênuo acreditar-se que unicamente os geógrafos, os sociólogos e os engenheiros possam definir as necessidades sociais e os propósitos sôbre os quais deve basear-se o
planejamento regional adequado; a contribuição do filósofo, do educador, do artista e do homem comum não é menos importante e, a menos que êles hajam intervido nos processos
do planejamento, às vêzes como críticos e às vêzes como criadores, os valôres incorporados ao plano, quando êste terminado, serão meramente aquêles derivados das situações passadas e das necessidades passadas".
3.a Fase - É a da reconstrução e projeção imaginativas.
"Baseando-se em fatos conhecidos, nas tendências observadas, nas necessidades avaliadas e nos propósitos criticamente formulados, a vida urbana se apresenta sob um nôvo aspecto",
ADMINISTRAÇÃO & URBANISMO 21
qual seja o dos planos isolados, cujas ligações mais íntimas com as necessidades futuras
da comunidade muito deixam a desejar.
Observa-se, pela primeira vez, a interligação dêsses planos urbanos isolados no tempo
e no espaço. Há entre êles um espaço vazio que é preciso corrigir. Conclui a seguir:
"Uma sociedade territorial, tal como uma cidade ou uma autoridade regional, não pode ser descrita meramente em têrmos da Zona que governa".
4.3 Fas·a - Revisão.
"Nessa Fase, o planejamento deve ser submetido a uma readaptação, uma vez que
enfrenta as tradições, as convenções, as resistências e, algumas vêzes, as oportunidades inesperadas da vida real". E, categórico, afirma Munford:
"Nenhum plano pode prever automàticamente tôdas as contingências: ademais, perde parte de sua eficácia, como plano, se sacrifica, desde o princípio a clareza do ideal, ante
cipando timidamente tôdas as qualificações e reduções que afetam aos ideais, no curso de sua transferência". Finalizando, diz Munford - op. cit.:
"A renovação, a flexibilidade e o reajustamento são atributos essenciais de todos os planos orgânicos".
Como se vê, os assuntos abordados pelo temário s.ão os mais variados e complexos que
um seminário pode discutir dentro das suas próprias limitações.
Ousamos apresentar mais alguns esclarecimentos, no que diz respeito ao Planejamento Urbano e sua integração no plano regional. Do mesmo modo que no Planejamentu Regional,
de acôrdo com Lewis Munford, distinguimos 4 fases, também o Planejamento Urbano pode
ser distribuído em 4 fases, que, nas suas linhas gerais, se resumem nas seguintes:
L 3 Fase - DEFINIÇÃO.
Compreende um conjunto de dados adequados com o qual se procura definir com clareza e precisão a cidade, tanto no seu aspecto físico como no funcional. O levantamento dêsses dados deve abranger:
1) o uso das terras
2) cadastro topográfico e imobiliário
3) composição e renda familiar
4) estudo da população, sua distribuição e densidade
5) tráfego, trânsito, transportes coletivos
6) valôres imobiliários
7) serviços públicos existentes
8) infrações fiscais das posturas mumctpais 9) tôdas as atividades não figuradas acima e que possam interessar à cidade.
2.a Fase ANÁLISE.
'rrata-se de exame penetrante dos dados levantados na La fase, para a verificação das
relações e tendências do desenvolvimento e expansão da cidade.
A interpretação e análise dêsses dados levarão a conclusões objetivas e deverão ser ordenadamente dispostas para a composição do relatório orientador da elaboração propria
mente dita, do plano urbano.
3.a Fase - ELABORAÇÃO DO PLANO URBANO.
Cuida essa fase do início da elaboração do plano de desenvolvimento e expansão da cidade. A evolução desta deve ser orientada pelo plano-diretor, fruto da inteligência e imaginação dos responsáveis pelo planejamento, ao aplicarem seus conhecimentos resultantes sejam da análise dos dados recolhidos, sejam das culturas respectivas, sejam ainda
pelas tendências indefectíveis da própria cidade e da sua interdependência com fatôres irremovíveis. O plano-diretor orientará, esquemàticamente, o crescimento urbano.
22 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS
4.a Fase - EXECUÇÃO.
A execução propriamente dita do plano é precedida de duas etapas para situá-lo no tempo e no espaço. A primeira etapa é a do programa, isto é, estabelecer no tempo a ptogramação da execução de acôrdo com os meios disponíveis em pessoal, mat-erial e recursos financeiros. A segunda etapa é, uma vez estabelecido o programa, submeter o plano à aprovação das autoridades competentes.
Tendo em vista que o plano não é um fim em si mesmo, mas um meio em busca de um fim, é preciso que êle seja obedecido na sua execução, uma v·az que êle é o orientador do desenvolvimento da cidade. Contudo, o plano diretor não pode e não deve ter a rigidez imutável no seu estabelecimento. Já nos referimos que o planejamento, qualquer que seja o seu tipo, está sujeito a modificações, no tempo e no espaço. Daí a necessidade de reexame periódico do Plano Diretor urbano, a fim de torná-lo s·ampre atualizado com o progresso da técnica e das necessidades inesperadas que surgem com os fatôres imprevistos
REVISÃO - Impõe-se a Revisão do plano como uma fase permanente e oportuna. que sempre acompanha a execução do Plano Diretor. Não se compreende, pois, uma fixidez de diretrizes que se, ortodoxamente impostas, jamais pod·arão conduzir a execução do planejamento ao fim almejado.
As próprias contingências políticas, nas suas contínuas mutações obrigam a certa adaptabilidade do programa de execução de obras compreendidas no Plano Diretor da cidad-e
O reflexo que essa mudança pode ocasionar, muitas vêzes prejudica o desenvolvimento racional da comunidade e, de certo modo, vai influir no prosseguimento do planejamento, tanto urbano, como regional. Não obstante, se o planejamento foi bem preparado, êle
resistirá às influências fortuitas do momento e superará as dificuldades contrárias à sua racional programação .
A revisão do plano é ditada pelas condições mesológicas e c'iclicamante deverá atendet às imposições da evolução da técnica. Já vimos que o Planejamento Regional deverá a cada 5 anos ser revisto. O mesmo se aplica ao Planejamento Urbano.
À guisa d-e esclarecimento, cumpre ainda ressaltar que o planejamento urbano necessita para o conhecimento das possibilidades, aspectos e tendências do desenvolvimento da cidade, do levantamento de dados, mediante um inquérito, que de acôrdo com as características
locais, dev-erá ser adaptado às condições da cidade respectiva.
Esse inquérito municipal deverá abranger os seguintes itens:
1) População
2) Condições físicas
3) Recursos naturais
4) Agricultura e Pecuária
5) Indústria
6) Comércio
7) Cooperativismo
8) Mercados
9) Meios de transporte - Meios de Comunicação
10) Mão-de-obra
11) Serviços Públicos e de Utilidade Pública
12) Administração - Impostos
13) Educação - Escolas
14) Saúde - Hospitais
15) Recreação - Parques
16) Serviço Social
17) Religião
18) Habitação
19) Tráfego - Trânsito - Circulação
20) Edifícios Públicos - Estética Urbana.
ADMINISTRAÇÃO & URBANISMO 23
5 - CONCLUSÕES.
D o exposto, conclui-se que tanto o Planejamento Urbano como o Planejamento Regional têm ambos uma parte em comum e o limite de separação entre os dois não fica bem definido. Não se pode precisar onde acaba um e começa o outro.
Os métodos para integrar nos planos regionais as necessidades urbanas são os mesmos aplicados na elaboração dos planejamentos urbanos e regionais. A definição do problema qu·ar num, quer noutro planejamento, situará a verdadeira posição do método a empregar nessa integração. O estabelecimento do programa de execução, por sua vez, dirá da oportunidade da efetivação dessa integração.
A técnica específica do planejamento é outro probl·ama que não cabe detalhar no presente trabalho, pois isso pertence aos profissionais planejadores, sejam êles, arquitetos, engenheiros, sociólogos, artistas, educadores, etc.
A interdependência existente entre os planejamentos local, urbano, suburbano, municipal, metropolitano, regional, estadual, nacional e internacional, mostra que se política e administrativamente há limitações de áreas, na realidade êsses limites são ultrapassados no estabelecimento dos plan·ajamentos.
Para conciliar os interêsses jurisdicionais dessas limitações, têm-se proposto a criação de órgãos planejadores em âmbitos nacionais, estaduais e municipais, que se devem manter em íntima colaboração.
A formação de uma comissão mista de planejamento para um grupo de municipalidades ou entre estas e o Estado, abrangendo uma ou várias regiões do mesmo Estado ou Estados vizinhos, tem sido aconselhada.
Os resultados dessas comissões mistas são os mais animadores pelo entendimento e compreensão dos problemas mútuos das regiões abrangidas.
A cooperação intermunicipal e interestadual somente pode beneficiar a nação como um todo.
Concluindo, é da maior conveniência o estabelecimento de comissões de planejamentos, sejam nacionais, estaduais ou mumcrpais e que haja entre elas um perf·aito entrosamento de idéias, subordinadas tôdas, ao bem estar da coletividade e prosperidade da nação.
Estudos Regionais
AGRICUL TORA E ASSOCIATIVISMO RURAL NO RIO GRANDE DO SUL
O presente trabalho foi organizado pela Confederação Rural
Brasileira, em prosseguimento a uma série de estudos de caráter sistemático, e visa a apresentar, com base em dados estatístico~ fidedignos, a posição do Estado do Rio Grande do Sul no movi
mento associativista, confrontando-a com a estrutura e o nível de desenvolvimento de sua agricultura. Dado o interêsse documentário de que a monografia se reveste, além da sua indiscutível
oportunidade, a RBM resolveu, "data venia", dar-lhe divulgação nestas páginas .
o INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO do Associativismo
Rural está estreitamente ligado ao
nível de progresso tecnológico alcançado pela atividade agrícola em cada região. Por isso,
ao pretendermos pôr em prática medidas destinadas a vitalizar êsse movimento, devemos conhecer a estrutura agrária local, bem
como elementos outros, indicativos dos recursos existentes. Somente assim estaremos assegurando ao trabalho que se pretende realizar
a indispensável base técnica, com apoio na realidade.
Seguindo essa orientação, vem a Confe
deração Rural Brasileira utilizando-se dos
dados colhidos diretamente junto às Associa
ções Rurais e dos elementos obtidos através
dos Recenseamentos Gerais e que possam ser
relacionados com aquêles aspectos atrás refe
ridos ou, ainda, com as mudanças operadas
nesse campo, nos últimos anos.
A AGRICULTURA
1. Est1 utura e organização - Segundo
revelou o censo Agrícola realizado em 1950,
havia no Rio Grande do Sul, naquele ano,
286 733 estabelecimentos agrícolas qu·a ocu
pavam área superior a 22 milhões de hec
tares. A área média por estabelecimento era
de 77 hectares, variando, de acôrdo com a
modalidade d·a exploração, entre 25 e 4 70
hectares, respectivamente na lavoura e na
pecuária.
MODALIDADE DE EXPLORAÇÃO
Lavoura .. Agropecuária Pecuária Invernada e campos de en
gorda Outras modalidades e sem de
claração
ÁREA
Total (1 000 ha)
Média (ha)
3 760 25 7 848 72
10 250 470
148 138
62 32
O maior número de propriedades
(74,03%) pertencia ao grupo de área entre 10 e menos de 100 hectares; dos demais,
16,64 tinham menos de 10 hectares; 8,21%, de 100 a menos de 1 000 hectares; 1,11%, de 1 000 a menos de 10 000 hectares e 0,01%
correspondiam aos estabelecimantos de área igual ou superior a 10 000 hectares.
Gi;ÚICO I
[5TR\JfURA E. ORGANIZAÇlo """üohaoae d~ et oloroç óo . ...... t I AO~OPfCUARill - -
PfCUÃR1~
o 80 000
til R ANDE f 5CAL A
PfOUfNA (5CAL.A
160 oco
• D ·'"" "
A maioria dos estabelecimentos agríco
las (87%) se constituía de propriedades
ESTUDOS REGIONAIS 25
individuais, distribuindo-se os restantes entre
entidades públicas (9%) e sociedades ou grupos de pessoas ( 4% ) o
Cêrca de 80% dos responsáveis pela exploração eram os próprios donos da terra; os arrendatários somavam aproximadamente
6% e os ocupantes 12%, enquanto 2,5% tinham como responsável o administrador o
CONDIÇÃO DO RESPONSÃ VEL
Proprietário Arrendatário Ocupante Administrador Sem declaração
GR~FICO 2
Número de estabeleo cimentos
229 138 16 010 34 349
7 233 3
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO Condição do responsável
PROPRIETÀRIOS c=J ARRENDATÁRIOS 1.:.::·:::_
0';": OI
OCUPANTES ~
ADMINISTRADORES -
e"'~"~ 74,2% dos estabelecimentos tinham área
entre 10 e menos de 100 hectares; dos de
mais, 16,6% não chegavam a 10 hectares; 8,2% possuíam de 100 e menos de 1 000 hec
tares e 1% era de área superior a êsse limite o
ÁREA
Menos de 10 hectares 10 a menos de 100 hectares
100 a menos de 1 000 hectares 000 a menos de 1 O 000 hectares
1 O 000 e mais hectares
Número de de estabele-
cimentos
47 724 211 274
24 147 3 535
51
GRÁFICO 3
ESTRUTURA E ORGANIZAÇAO Área
MENOS DE 10 h ~
OE 10 A IOOh D MAIS OE 100 no •
C•'""IY
Pouco mais de metade dos estabeleci
mentos existentes em 1950 dedicavam-se à lavoura em pequena escala (144 327), seguindo-s·a pela ordem de importância, a agro
pecuária em pequena escala ( 105 790), a pecuária em grande escala (16 861) e a
lavoura em grande escala ( 9 129) o As outras modalidades de exploração apresentavam números menos expressivos de propriedades o
De acôrdo com os conceitos adotados
pelo censo referido, entende-se como lavoura em grande escala os estabelecimentos cuja área de colheita, em 1949, foi igual ou supe
rior a 20 hectares; como lavoura em pequena escala, os estabelecimentos de área de co
lheita inferior a 20 hectares; como pecuária em grande escala os estabelecimentos que atendiam a determinados limites de criação * e, caso explorassem a lavoura fôsse esta em pequena escala o
* Rebanho de 200 ou mais cabeças, no conjunto das espécies ou rebanhos cujos efetivos de cada espécie fôssem iguais ou superiores aos seguin .. tes limites: bovinos, ovinos e caprinos, 200; eqüinos e suínos, 100; asininos e muares, 50; ou, ainda, rebanho cujo número de reprodutores de tôdas as espécies igualasse ou excedesse a 100 ou atingisse um dos seguintes efetivos: vacas ou ovelhas 100; éguas, 60; porcas 20, Excluem-se, em todos os casos, os animais de trabalho.
26 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
Como pecuária em grande escala, foram
considerados os estabelecimentos que atin
gissem os limites indicados e não explorassem a lavoura.
2. Tendências no período 1920/1950
De acôrdo com o censo de 1920 havia
no Estado do Rio Grande do Sul, naquele ano, 129 990 estabelecimentos agrícolas. Em
1940 êsse total subia a 230 722 e em 1950 atingia a cifra de 286 733. No primeiro pe
ríodo - 1920/1950 - o número de esta
belecimentos cresceu n3. ordem de 5 036 por ano, enquanto no segundo - 1940/1950, o aumento anual foi de 5 601.
Na data do primeiro censo a quase totalidade dos estabelecim•sntos pertencia a particulares, cabendo apenas 334 unidades a entidades públicas. Êste grupo passou a
14 055 e 25 910, respectivamente em 1940 e 1950.
No que respeita à ár·sa, o número de propriedades com menos de 100 hectares passou de 82%, em 1920, para 89 e 91, res
pectivamente em 1940 e 1950; o grupo de área entr·a 100 e menos de 1 000 hectares passou de 14% no primeiro censo para 10% no segundo e So/0 no terceiro; e finalmente os estabelecimentos que possuíam área de 1 000 hectares e mais passaram de 4%, em 1920 para 196 em 1940 e 1950.
ÁREA (ha)
Menos de J úO . 100 a 999
1 000 e mais
GRÁFICO 4
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS
1920
104 529 16 982
3 479
1940
203 877 23 315 3 520
1950
258 998 24 147 3 586
TE ND~NCIA NO PER(ODO 1920·1950 Número de estobeleclrnenros
tOO 000
100 000
1040
3. Grau atual de desenvolvimento -
A verificação do grau de desenvolvimento
da agricultura em determinada área está na
dependência do conhecimanto de variados
fatôres, dentre os quais se destaca o nível
da produtividade agrícola. Na ausência dês
tes elementos, porém, certos dados forne
cidos pelos censos nacionais permitem a
constatação de situações diferentes nas diver
sas regiões do país. É o caso dos veículos
de carga a tração animal e a motor, utiliza
dos nos estabelecimentos que exploram a
agricultura, e que revelam, de certo modo,
o maior ou menor atraso nos métodos de
trabalho, com os inevitáveis reflexos nos
hábitos e nas condições de vida locais.
Segundo o Censo Agrícola de 1950, o
último que nos oferece dados apurados, havia
no Estado do Rio Grande do Sul, naquele
ano, mais de 180 mil estabelecimentos que
declararam possuir v·aículos de carga a tração
animal. O número de estabelecimentos com
veículos a moto.r (caminhões e camionetas)
era superior a 4 mil. A média de veículos
por estabelecimento, em ambos os casos, era
pouco superior a 1, registrando-se os seguin
tes totais: carros de bois, 73 942; outros
veículos a tração animal, 152 944; caminhões
e camionetas, 4 829.
Os estabelecimentos que declararam possuir veículos a tração animal representam mais de 6096 do total; os que declararam veículos a motor somam 1596.
Ao contrário do que se verifica em outros Estados, no Rio Grande do Sul apreciável número de estabelecimentos de pequena área possuem veículos a tração animal e a motor.
ÁREA (h a)
Menos de 10 ... ,
10 a 99 ...
100 a 999 .. .
000 a 9 999 .. .
10 000 e mais ..
ESTABELECIMENTOS
~~~~~~~e COM VEÍCULOS cimentos
47 724
A tração A motor animal
18 879
211 274 146 170
364
731
328
936
24 147
3 535
51
18 459
3 198
49 24
Segundo a modalidade de exploração, assim se distribu·sm os estabelecimentos que declararam possuir veículos:
ESTUDOS REGIONAIS 27
MODALIDADE
Lavoura
em grande escala em pequena escala
Agropecuária
em grande escala em pequena escala
Pecuária
em grande escala em pequena escala
In.:ernadas e campos de en-gorda .
Outras modalidades
Sem indicação de modalidade
ESTABELECIMENTOS
COM VEíCULOS
A tração animal
8 512 75 358
2 429 83 493
14 154 1 952
229
44
584
A motor
490 897
534 113
197 92
22
7
31
Em têrmos relativos, era a seguinte a
posição de cada grupo:
ÁREA
Menos de lO 10 a 99
100 a 999 1 000 a 9 999
10 000 e mais
Lavoura
em grande escala. em pequena escala.
Agropecuária
em grande escala em pequena escala.
Pecuária
en• grande escala em pequena escala.
In\ ernadas e campos de engorda
Outras modalidades
Sem indicação de modalidade
ESTABELECIMENTOS
COM VEÍCULOS
A tração A motor animal
39,5 69,1 76,4 90,5 96,1
92,3 ~2.2
95,5 78,9
83,9 39,9
21,3
14,9
32,8
0,7 0,8 5,5
26,2 47,0
5,3 0,6
21,0 1,0
7,1 1,8
2,0
3,1
1,7
O ASSOCIATIVISMO RURAL
1. Evolução - O associativismo rural
no Rio Grande do Sul vem dos fins do século
passado, quando se fundou no Município de
Pelotas a primeira das Associações hoje
existentes o A partir de então, o movimento
associativista veio progredindo lentamente,
até alcançar as 105 entidades que funcionam
no Estado o Os anos de maior incremento
foram 1938 (15 associações), e 1958 (8 associações em cada um) e 1956 (7 associações) o
ANO
1898 1903 1904 1905 1914 1919 1920 1922 1927 J928 1929 1931 1932 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1945 1946 1947 1948 1951 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959
1898/19590 o. o o
ASSOCIAÇÕES FUNDADAS
NO ANO
Números absolutos
1 1 1 1 1 1 1 3 8 3 1 2 2 3 2 5 4
15 1 2 3 2 1 1 3 2 1 5 3 2 8 7 2 4 3
%
0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 2,9 7,7 2,9 0,9 1,9 1,9 2,9 1,9 4,8 3,9
14,3 0,9 1,9 2,9 1,9 0,9 0,9 2,9 1,9 0,9 4,8 2,9 1,9 7,7 6,6 1,9 3,9 2,9
105 100,0
O número de associados eleva-se a mais de 38 mil, apresentando atualmente a média
de 363 por entidade o
1898 o. o o
1903, 1904 1905 1914 1919 1920 1922 1927 1928 1929 1931 1932 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 .. 1941 .. o
1942 .. o
1943 1945 o o
ANO
ASSOCIADOS ADMITIDOS
NO ANO
Números absolutos
590 115 350 326 359 629 109 666 934 611
30 351
1 562 1 039
613 1 933 1 549
10 332 47
292 293 855
1 051 121
%
1,2 0,3 1,0 0,9 1,0 1,7 0,3 1,7 5,1 1,6 0,1 1,0 4,1 2,7 1,6 6,1 4,1
27,2 0,1 0,7 0,7 2,2 2,8 0,3
28 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
1946 ... 1947 . 1948 1951. 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959
1898/1959
ANO
ASSOCIADOS ADMITIDOS
NO ANO
240 748
45 3 441
837 1 231 2 349 1 9R5
59 897 536
38 12ó
0,6 2,0 0,1 9,0 2,2 3,2 6,2 5,2 0,2 2,4 1,4
100,0
2. Índice de participação - Para cêrca
de 250 mil estabelecimentos agrícolas, há no Estado do Rio Grande do Sul 38 mil membros de associações rurais. O número relativo de associados é, portanto, inferior ao que se observa em Santa Catarina ( 40 mil sócios para 104 mil estabelecimentos), embora esteja acima de outros Estados.
Mais de 50% das associações possuem número de sócios superior a 200, enquanto
apenas 17 das entidades têm menos de 60 associados. Nas classes entre 61 e 199 sócios concentram-se aproximadamente 30% das Associações Rurais do Estado.
GRAFICO 5 INOICE DE PARTICIPAÇÃO .Assoclodos oor ossocrocáo
A rf o.o IISSOCIA009
DE 41 A 80A~OS
Of 81 A 80 ASSOCIADOS
DE 81 A rOO ASSOCIADOS
MAIS O! 100 ASSOC
O%
NÚMERO DE ASSOCIADOS
Menos de 40 41 a 60 61 a 80 81 a 100
101 a 200 Mais de 200
(r""
Número de associações
6 11
7 6
19 56
São as seguintes, as dez Associações Rurais do Estado de maior número de sócios:
Estrêla .............. . Lajeado Marcelino Ramos ..... . Não-Me-Toque
2109 1 545 1332 1 276
Caxias do Sul ....... . Getúlio Vargas ....... . Tenente Portela ...... . Sarandi Arroio do Meio ...... . Candelária ........... .
1 262 1222 1148 1051 1025
986
Possui o Rio Grande do Sul, como se vê dos dados citados, muitas associações com elevado número de participantes, em contraste com o que ocorre na grande maioria das Unidades da Federação.
As dez Associações referidas situam-se nas Zonas do Alto Uruguai (Getúlio Vargas, Marcelino Ramos, Sarandi e Tenente Portela); Encosta Inferior do N ardeste (Arroio do Meio, Candelária, Estrêla e Lajeado); Planalto Médio (Não-Me-Toque) e Encosta
Superior do Nordeste (Caxias do Sul).
Tôdas as entidades apontadas como as mais importantes, segundo o número de sócios, foram fundadas depois de 1955, exceto a de Arroio do Meio, que data de 1938.
3. Serviços Prestados - A escassez de dados completos em relação ao associativismo dificulta observações que poderiam proporcionar um estudo mais cuidadoso e profundo sôbre as causas que determinam o pouco interêsse dos agricultores por essa atividade.
A percentagem mínima de respostas aos questionários remetidos anualmente pela Confederação Rural Brasileira já indica, por si mesma, certa debilidade. Há a considerar, ainda, que as contidas nos mesmos não podem ser generalizadas, por corresponderem às Associações mais Eficientes, e que estão em condições de oferecer melhor assistência ou maior soma de serviços do que a maioria de suas congêneres faltantes. As informações obtidas, entretanto, não deixaram de representar importante parcela para o estudo do Associativismo Rural.
Das 26 Associações que responderam ao questionário relativo ao ano de 1959 (25% do total), sàmente 3 possuem máquinas e aparelhos para empréstimo aos associados, e assim mesmo o número dêles é tão reduzido que se torna pràticamente inexpressivo. Das 28 Associações Rurais informantes de Santa Catarina 11 possuem tratores, das 32 informantes do Ceará apenas uma o possui, e das 26 Associações do Rio Grande do Sul que informaram não assinalamos uma sequer que conte com tratores ou arados para empréstimos aos sócios; as únicas máquinas existentes são 29 polvilhadeiras. Quanto ao número de grades semeadeiras cultivadores,
ESTUDOS REGIONAIS 29
etc., não é melhor a situação do Estado sulino.
18 das Associações informantes forneceram aos associados sementes de milho, trigo e batata, num total de 29 950 quilos; uma possuía instalação para expurgo e apenas 9 prestaram assistência técnica aos agricultores. Há 6 parques para exposição, pertencentes às Associações Rurais e 18 entidades mantém serviço de revenda.
Nove Associações possuem núcleos rurais ( 33 ao todo); nenhuma fornece certificado de depósito; quatro têm reprodutores para empréstimo aos sócios e uma escola primária para filhos de sócios.
Dos 38 125 associados existentes foram atendidos, no ano, 10 453, atingindo o valor das vendas Cr$ 47 409 956,90, ou seja, em média, Cr$ 4 535,00 por associado atendido e Cr$ 1 246,00 por associado em geral.
Como se verifica, não se considerando o serviço de revenda, é bem discreta a soma dos serviços prestados pelas Associações aos agricultores dos municípios onde operam, e isso é tanto mais negativo, quando sabemos que sàmente o oferecimento de serviços pode positivar o interêsse dos agricultores.
De acôrdo com as informações prestadas pelas Associações Rurais, como a seguir veremos, são o fornecimento de produtos veterinários, - a assistência técnica e a distribuição de sementes e ferramentas os serviços que mais têm contribuído para aumentar o número de associados.
"Fornecimentos de produtos veterinários, sementes e formicidas".
"Assistência técnica e distribuição de sementes e ferramentas".
"Serviços de revenda de materiais agrícolas".
"Distribuição de sementes selecionadas". "Fornecimento de produtos da pecuária
e da lavoura". "Luta pela reivindicação da Classe".
CONCLUSÕES
1 De acôrdo com os dados do censo agrícola de 1950, mais de 90% dos estabelecimentos existentes no Estado têm área inferior a 100 hectares; cêrca de 90% dos mesmos são propriedades individuais; em aproximadamente 80% dos casos, a terra é explorada pelo seu proprietário.
2. A área média por estabel·ecimento agrícola é de 77 hectares, variando, porém, segundo a modalidade de exploração, entre
25 e 4 70 hectares, respectivamente para a lavoura e a pecuária.
3. O número de estabelecimentos agrícolas passou de 129 990, em 1920, para 230 722 e 286 733, em 1940 e 1950.
4. O número de propriedades com menos de 100 hectares era representado nas três datas de referência por 82%, 89% e 91% do total de estabelecimentos agrícolas. Os de menos de lO hectares, que somavam 104 529, em 1920, passaram para 203 877 em 1940 e 258 998, em 1950.
5 . Cêrca de 180 000 estabelecimentos agrícolas do Rio Grande do Sul possuíam veículos a tração animal, em 1950, enquanto apenas 4 000 possuíam veículos de carga a motor (caminhão e camioneta).
6. Em 1950, havia no Estado 226 886 veículos a tração animal, dos quais 73 942 eram carros de bois.
7. O maior número de veículos a motor cabia à pecuária em grande escala ( 1197 veículos para 14 154 estabelecimentos).
8. Segundo os dados disponíveis, data de 1898 a fundação da primeira Associação Rural do Estado, no Município de Pelotas; 15 das atuais Associações (14,3%) foram fundadas em 1938.
9. Em dezembro de 1959 havia no Estado 105 Associações Rurais em funcionamento, congregando 38 125 sócios.
10. A média de sócios por Associação é de 363. Sobe, porém, a nove o número de entidades qu·e contam mais de 1 000 associados: Estrêla, Lajeado, Marcelino Ramos, Não-Me-Toque, Caxias do Sul, Getúlio Vargas, Tenente Portela, Sarandi e Arroio do Meio.
11. As zonas fisiográficas onde se situam as maiores Associações são o Alto Uruguai e a Encosta Inferior do Nordeste.
12. É bastante baixo (26) o número de Associações Rurais que responderam ao inquérito lançado pela Confederação Rural Brasileira, relativo ao ano de 1959.
13. Das Associações Rurais que responderam ao inquérito da CRB, somente três possuem máquinas e aparelhos para empréstimo aos associados, e êstes em número bastante reduzido.
14. 18 das entidades informantes forneceram aos agricultores s·ementes de milho, trigo e batata, num total de 29 950 quilos; 9 informaram haver prestado assistência técnica
30 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
aos agricultores; 18 declararam possuir serviço de revenda .
15. Dos 38 125 associados existentes em 1959, foram atendidos, no ano, 10 453, atingindo o valor das vendas, importância pouco superior a 47 milhões de cruzeiros, ou seja, em média, Cr$ 4 535,00 por associado atendido e Cr$ 1 246,00 por associado em geral.
16. Pode-se afirmar que é bastante discreta a soma dos serviços prestados pelas Associações aos agricultores dos Municípios onde operam.
17. Segundo as informações prestadas pelas Associações Rurais, o fornecimento de produtos veterinários, a assistência técnica e a distribuição de sementes e ferramentas podem ser incluídos entre os serviços que mais têm contribuído para aumentar o número de sócios.
APÊNDICE
ZONA E MUNICÍPIO
Zona o'o Litoral Osório . Rio Grande Sta. Vitória do Palmar Tô1rea
Zona da Depressão Central Bom Retiro do Sul Cachoeira do Sul Canoas . General Câmara General Vargas Guaíbe. Rio Pardo Santa Maria São Jerônimo São Pedro do Sul São Sepé Taqu~ri Triunfo Viamão
Zona das Missões Cêrro Largo Itaqui Jaguari .. Santiago Santo Angelo São Borja. . . São Francis..::o de Assis São Luís Gonzaga.
Zona' da Campanha Alegrete .. Bagé . . Dom Pedrito Quaraí . . Rosário do Sul São Gabriel Uruguaiana
Zona da Serra do Sudoeste Caçapava do Sul Cangussu . . . . Encruzilhada do Sul Pinheiro Machado Piratini ...
ASSOCIAÇÃO
Data de
Fundação
25-10-53 8- 7--40 2- 1-46 9- 3--41
7- 6-59 16- 5-36 5-10-47
18-10-31 27- 2-38 19- 6-27 11- 7-27 27- 6-27 10- 5-27 27- 9-39 3- 5-27
24- 1-42 28- 6-41 29- 9-38
27-12-54 15-10-35 14- 8-58 15- 8-22 15- 9-36 22- 2-22 20- 9-27 3- 6-36
7- 5- 19 20- 9-04 5-10-31
30- 5-29 22- 7-22 23- 5-20 30- 3-05
15- 2-36 6- 10-51
28-11-37 1- 4-28
16- 3-14
Número de
Asso .. ciados
33 144
50 156
55 37
101 283 187 178 317 407 162 47
212 797 90
325
879 185 231
74 636 250 4·04
47
629 350
68 30
342 lú9 326
913 405 241 255 359
ZONA E MUNICÍPIO
ASSOCIAÇÃO
Data de
Fundação
Número de
Associados
---------------- -----Zona da Encosta do Sudeste
Camaquã ..... Jaguarão Pelotas . . . . _ . São Lourenço do Sul Tapes ...••.......
Zona do Alto Uru/},ua i Aratiba .... Crissiumel. . , ... Frederico Westphalen Gaurarna. . .. . Getúlio Vargas .... .
Zona do Alto Uruguai Horizontina .... Ir aí Marcelino Ramos Pôrto Lucena Santa Rosa ... Sarandi . . . . ... Tenente Por tela. . , . Três de Maio ... Viadutos
Zona dos Camoos o'e Cima da Serra -
Bom Jeaus Lagoa Vermelha Sananduva São Francisco de Paula Vacaria ....
Zona do Planalto Méoio Caràzinho Cruz Alta .... Espumoso,. Ibirubá .. Ijuí Júlio de Castilhos Marau. Não-Me-Toque Panamb!. Passo Fundo. Soledade .. Tapera ..... Tupanciretã ...
Zona da Encosta Inferior do Nordeste Arroio do Meio Candclãria .. Canela Encantado .. . Estrêla .... . Gramado .. Lajeado ..... Montenegro Nova Petrópolis Novo Hamburgo Rolante. Santa Cruz do Sul . . . . ... Santo Antônio . . São Leopoldo . . . São Sebastião do Caí Sapiranga. Sobradinho ... Suaíba .. Taquara Venâncio Aires . ...... .
Zona. da Encosta Superior do Nordeste Antônio Prado . . . . . ... . Bento Gonçalves . ...... . Caxias do Sul ...... . Farroupilha. . . ..... . Flores da Cunha Garibaldi Guaporé ...... . Muçum Nova Prata ......... . Veranópolis. • . . . . . .. .
24- 6-34 5- 7-03
10-10-98 26-11-38 5- 1-56
26- 6-56 23-10-55 1- 9-56 3- 7-55
27- 3-38
8- 3-~8
11- 1-48 17- 6-51 22- 6-58 28- 2-46 30-10-43 21- 8-55 23- 2-57 18-10-59
20- 5-28 20- 9-38 6- 9-57
24- 4-34 26- 6-32
28- 6-41 1-10-38
23-10-55 18 12-55 16- 7-45 23- 5-27 16- 9-56 14- 1-56 13-10-55 26-12-37 10- 7-38 21- 8-55 30 -12-28
23-10-38 20- 6-51 3- 5-53 3- 6-37
11- 7-38 12- 4-42 24- 9-38 27-10-40 28- 8-55 17-10-38 18- 5-58 19- 8-46 12- 1-37 11- 9-38 28- 7-54 11-11-56 7- 7-35
19- 6-27 3- 4-55
28- 8-38
1- 7-51 1- 7-34
11- 9-32 27- 3-38 31- 5-36
2-10-38 13- 4-47 12- 8-59
7-11-53 22-12-51
302 115 590 126 230
67 51
168 63
222
106 45
1 332 393
98 1 051 I 148
59 173
309 30
429 300
47 408
81 587 121 224 111 276 63
516 61
234 47
025 986 622 737
2 109 58
1 545 148 100 433 167
92 55
675 352
70 428
30 85
331
114 308 262 941 300 914 647 308 113~ 604
Brrrsil e-m Re·vista ·---- ---- - - --- ------··--------
NlUNICÍPIOS DO CEARÁ
INTERh'SSANTES aspectos do crescimento do
Ceará nos últimos anos, podem ser observados através da "Sinopse Preliminar do Censo Demográfico" do Estado.
Estamos atualmente com uma população de 3 337 856, registrada no 7.0 Recenseamento Geral do Brasil ( 1960) . Nos Recenseamentos anteriores registramos os seguintes números:
1,0 (1872) 721686 2.0 (1890) 805 687 3.0 (1900) 849 127 4,0 (1920) 1319 228 s.o (1940) 2 091 032 6.0 (1950) 2 695 450 7.0 (1960) 3 337 856
No período de 1.0 de julho de 1950 a 1.0 do setembro de 1960, a população do Ceará cresceu de 642 406 pessoas; o incremento relativo ao período mencionado, foi, portanto, de 23,83% . A taxa média geométrica anual de crescimento, por 100 habitantes, que foi no decênio 1940-1950, de 2,57%, decresceu no decênio 1950-60, para 2,15%.
Calculada em relação à respectiva área terrestre ( 153 245 km2
) a densidade demográfica do Estado de 17,59 habitantes por quilômetro quadrado, em 1.0 de julho de 1950, elevou-se para 21,78 em 1.0 de setembro de 1960.
Na data do 7.0 Recenseamento Geral, os nove municípios mais populosos eram:
1. Fortaleza 514 818 2. Quixadá ..... 81682 3. !ta pipoca .. 79 663 4. Sobral 73 716 5. Juàzeiro do Norte 68 494 6. C rato ..... 59 464 7 . Acaraú .... 55 385 8 . Quixeramobim 52 341 9 . lguatu 51570
N esses municípios, que tinham em conjunto 1 037 133 habitantes, se concentravam 31 o/o da população do Estado. O município menos populoso era o de Antonina do Norte, com 2 598 habitantes.
As pessoas recenseadas nas sedes municipais (cidades) somaram 868357 e correspondiam a 26% da população do Ceará
Vendedores de co•da em Juàzeilo do Norte
32 REVISTA BRASILEIRA DOS l\1UNIC1I'IOS
As 10 localidades com mais de 10 000 habitantes totalizaram 633 627, equivalentes a 19% da população do Estado, e se distri· buíram pelas cidades seguintes:
1. Fortaleza • • o o. o o . o ••• 354 942 20 Juàzeiro do Norte .... 53 421 3o Sobral ••••• o •••••••• 32 821 4. C rato •• • o • • ••••••••• 27 649 5o Iguatu o •• • •••• • •••• • 16 540 6o Crateús • o. o . o . o o • •• • 14 572 70 Aracati •• • • o . o . o o • ••• 11016 8. Camocim ...... ... ... 10 788 9. Parangaba (vila) 92 534
10 o Antônio Bezerra (vila) 19 884
Cinco cidades não alcançaram 1 000 habitantes:
1. Palhano ..... • • •• • o ••• o 484 2. Arneiroz •••••• • • •• •• • o. 447 3. Abaiara ••••• o •• • o o • • • • 411 4. I ta tira • •• o •• . . . . . . . . . . 342 5. Coco c i .. .... ........ o. 165
No intervalo censitário verificou-se acentuado incremento da população urbana, da
ordem de 66% . Em idêntico período a população rural registrou o aumento de 1% . Cabe observar q ue, no decênio foram criados 62 novos núcleos urbanos, cujos habitant es, em 1950, teriam sido incluídos entre os efetivos da população rural .
É o Ceará o oitavo estado do Brasil em população e sua capital, a cidade de Fortaleza, ocupa a sétima colocação no rol das metrópoles brasileiras o O crescimento da capital cearense alcançou o percentual de 91%, somente superado por Curitiba (100%), Goiânia (188%) e Belo Horizonte (93%) . Foi inegàvelmente o segundo crescimento normal do Brasil, pois as condições excepcionais que determinaram o crescimento de Goiânia, com a nova Capital do país, Brasília, carreando recursos e gente, justifica a posição sem par de Goiânia. Quanto a Belo Horizonte o incremento dado pelo govêrno federal a Minas indica que razões outras determinaram êsse crescimento. Ficam, portanto, Curitiba e Fortaleza como as capitais brasileiras que dentro de circunstâncias normais mais se desenvolveram demogràficamenteo - FRANCISCO CRONJE DA SILVEIRA
FLAGRANTES MUNICIPAIS
A NTIGA povoação de Araçatuba, o Município bandeirante de Valparaíso come
morou êste ano o jubileu de prata de sua
criação o O Decreto n.0 6 546, de 10 de julho de 1934, criou o Distrito, que se transformou em Município em 8 de janeiro de 1937, pela Lei no0 2 859, verificando-se a sua instalação a 30 de maio do mesmo ano. Situado na zona pioneira (posição geográfica: 21° 13' de latitude sul, e 50° 51' de longitude W . Gro), Vai paraíso dista, em linha reta, da Capital paulista, 509 quilômetros. Seu contingente populacional somava, em 1.0 de setembro de 1960, data do último levantamento censitário, 19 802 habitantes ( 7 974 na Zona Urbana, e 11 828 na Rural), com uma densidade demográfica de 26,23 hab/ /km2
•
A vida econômica da comuna tem seus fundamentos na agricultura (algodão, amendoim, arroz, batata-inglêsa, feijão, mamona, milho, banana, café, laranja) e na pecuária. O Serviço de Estatística da Produção estimou, em 1.0 de janeiro de 1960, em mais de 1 bilhão de cruzeiros seus efetivos pecuários, que compreendem cêrca de 180 mil Valparaíso (SP) : Igreja Matriz
BRASIL EM REVISTA 33
bovinos, 3 200 equmos, 30 asininos, 2 300 muares, 13 500 suinos, 300 ovinos e 1 700 caprinos. Além disso, conta também com riquezas naturais, inclusive uma área de 3 200 hectares de matas . No setor comercial, funcionam no Município 4 estabelecimentos atacadistas e perto de 100 varejistas, os quais realizam as maiores transações com as praças de São Paulo (Capital), Araçatuba e Bauru. Possui ainda filiais de vários estabelecimentos bancários do País, e 1 agência da Caixa Econômica Estadual.
No tocante ao ensino e à cultura, existem em funcionamento, no Município, 27 unidades de ensino primário fundamental comum, 2 ginásios, sendo 1 estadual, 1 escola normal livre e 1 escola de comércio, além de 1 biblioteca pública, 1 jornal semanário, 3 jornais estudantis, 1 radioemissora, 1 livraria e 1 tipografia.
O MUNICÍPIO potiguar de Sõo J osé de Mipibu, é uma das mais antigas po
voações do Estado nordestino. Já no comêço do século XVII, por volta
de 1607, era a comuna, que integra presentemonte a área do Polígono das Sêcas, embora possua água abundante e excelente, mencionada numa relação jesuítica: "Nesta paragem - diziam os jesuítas - caem as lagoas, tão grandes e nomeadas por sua abundância de peixes, entre o gentio da terra de Guirarira, de Upapeva e de Upapari, que tem muitas léguas assim de largo corno de comprido". Posteriormente, isto é, em 1630, o brabantês Adriano Verdonk, atravessando a zona a serviço dos holandeses, a ludia, em relatório apresentado ao Conselho Político Holandês do Recife, à região onde se situa o atual Município: "As pastagens são ali excelentes e os habitantes não têm outra riqueza senão o gado com o que fazem muito dinheiro". É muito variada a grafia pela qual nos escritos antigos se encontra registrado o topônimo, sendo as mais fre-
São José de l\'lipibu (RN): sobr:ldo colonial
3- 31441
qüentes as de Mopebu, Mipibu, Mepebu, Mupebu e Mompebu, denominação que os índios davam ao pequeno rio que banha o território. A sua significação, porém, é controvertida . Luís da Câmara Cascudo, historiador norte rio-grandense, assinala como vindo de Mbi-pibu, - "o saco de couro para conduzir a água, a borracha dos nossos comboieiros".
Criado por alvará de 3-V-1758 e confirmado pela Carta Régia de 14-IX-1758, o Municipio instalou-se a 22-II-1762, com a denominação de Vila de São J osé do Rio Grande, em homenagem a São José, ao principe D . José Francisco. Xavier e a El-rei D. José. A Lei provincial n.0 125, de 16-X-1845, concedeu à sede municipal foros de cidade, que pela Lei de 17-XII-1855 passou a ter nova designação, a atual, de São José de Mipibu. Em 1954, perdeu os distritos de Monte Ale~re e Boa Saúde (hoje Municípios de Monte Alegre e ]anuário Cicco). Presentemente, é formado pelo distrito.-sede e o de V ora Cruz.
Com uma área de 476 km2, a atividade
principal se concentra em tôrno da agricultura, pecuária e silvicultura. As culturas da cana-de-açúcar e sua industrialização, do algodão, feijão, milho, agave, mandioca e banana são igualmente desenvolvidas.
Por ocasião do levantamento c>Gnsitário de 1960, os efetivos demográficos do Município somavam 18 140 habitantes (38,11 hab/ km:), dos quais 6 186 na zona urbana e 11 954 na rural. Integrando a zona do Litoral e Mata, dista , em linha reta, 35 km da Capital do Estado - direção 6° 51' SO.
A HISTÓRIA do Município pernambucano de Pesqueira remonta ao século XVII,
quando os portuguêses iniciaram a colonização da aldeia de Ararobá (hoje Cimbres) , então habitada por í ndios Xucurus, da nação dos Tapuias, e pelos Paratiós. Coube aos jesuítas a catequese dos silvícolas. Para isso, construíram, na aldeia, um convento e uma capela. Em 1762, Cimbres já era um núcleo de relativa importfiocia, e o Alvará de 3 de abril do mesmo ana criou o Município.
A Carta Régia de 27 de abril de 1786 também se refere à criação do M unicípio, cuja sede, em 1836, foi transferida para a povoação de Santa Águeda de Pesqueira, por efeito da lei provincial n.0 20, de 13 de maio. A Lei provincial n.0 966, de 25 de julho de 1870, criou o distrito; em 1880,
34 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICIPIOS
Pesqueira (PE): Seminário Menor Silo José
o LEi estadual n.0 1 484, de 2 de abril, concedeu foros de cidade à sede municipal, que passou a denominar-se Santa Águeda, nome que, aliás, não se popularizou.
A designação de Pesqueira teve origem no seguinte fato : em 1800, na região onde atualmente fica a sede municipal foi instalada uma fazenda - "Poço de Pesqueira" - em virtude da existência, no local, de uma cascata com um poço muito rico de peixes Em Pesqueira nasceu o cardeal Arcoverde.
As atividades da população pesqueirense estão concentradas nos ramos "agricultura, pecuária e silvicultura" e "indústrias de transformação". A cultura intensiva de tomate, praticada em larga escala e consumida pela indústria local de fabricação da massa, de extrato e de suco de tomate, confere ao Município posição de relêvo no Estado, representando a safra anual - mais de 30 mil toneladas, numa área cultivada da ordem de 4 600 ha e um rendimento médio de 6 160 kg por ha - cêrca de 50 por cento da produção de todo o Estado. As culturas do feijão, milho, mandioca e mamona figuram em segundo plano. Existe também regular produção de goiaba e banana, matérias-primas essenciais às indústrias locais de doces. O setor industrial pesqueirense está, assim, vinculado à fabricação da massa, do extrato e do suco de tomate, e de doces. Quanto à pecuária, os maiores contingentes são de gado bovino - mais de 23 mil cabeças - e de suínos - perto de 13 mil.
O levantamento censitário de 1960 assinalou a existência no distrito-sede e nos de Cimbres, Mimoso, Mutuca e Salôbro, de um efetivo demográfico da ordem de 44 561 habitantes, dos quais 22 904 se concentravam na zona urbana e 21 657 na rural. A área terrestre perfaz 961 km' e a densidade demo,gráfica era de 46,37 hab/ km•.
O Município é servido por estrada de ferro e estradas de rodagem, distando 228 km de Recife.
E DJFICADA sôbre os vales dos rios Xarqueada e São Pedro, a comuna para
naeose de Mallet, deve o. seu surto inicial de progresso à Companhia Rêde de Viação Paraná-Santa Catarina. Os dormentes da estrada de ferro alcançaram suas terras no comêço dêste século, por volta de 1903
Entrementes, a primeira penetração efetiva de seu território ocorreu em 1884 com a chegada de quinze famílias procedentes de Ponta Grossa e Campo Largo. Dessa penetração foram surgindo os povoamentos, com algumas edificações rústicas para moradia e bem assim a construção de uma capela e cemitério.
As culturas do milho, feijão e mandioca e a criação de gado bovino, suíno e eqüino foram as atividades a que se dedicaram aquêles povoadores. Em 1890 apareceram, no Município, imigrantes de origem polonesa e, em 1895 e 1902, elementos ucranianos oriundos dos domínios da Áustria viEram juntar-se aos nacionais e poloneses de Mallet para o cultivo da terra. Atualmente existem núcleos estrangeiros dessas duas origens, os quais conservam as tradições de suas terras, mantendo, contudo, boas relações de convivência com os nacionais .
Inicialmente, ao local devastado pelos colonizadores foi dado o nome de São Pedro. Mais tarde ( 1908) passou à categoria de D istrito Judiciário com a denominação de São Pedro de Mallet, pertencendo à Comarca de São Mateus. A Lei n.0 1189, de 15 de abril de 1912, criou o Município, transferindo-o à Comarca de União da Vitória. Em 1937 foi elevado à categoria de Comarca, sendo solenemente instalada a 19 de dezembro do mesmo ano. Presentemente formam o quadro da divisão municipal os distritos de Mallet (sede), Dorizon e Rio Claro do Sul.
A agricultura do Município é bastante desenvolvida, destacando-se, entre as culturas temporárias: milho, trigo, feijão, arroz, ba-
BRASIL EM REVISTA 35
tata-inglêsa, mandioca, batata-doce, abóbora, alho, amendoim, aveia, cebola, centeio e
tomate, e, dentre as permanentes: uva, laranja e bergamota. Além disso, possui também inúmeras riquezas, quer de origem vegetal (erva-mate e madeiras), quer mineral (água mineral, argila para t e lhas e tijolos) .
Ocupa uma área terrestre de 657 km2
e a população presente em 1.0 de setembro de 1960 era de 10 342 habitantes (15,74 hab/ km2).
E CONÔMICAMENTE próspera, com terras fertilíssimas, apropriadas para a lavou
ra, sobretudo as situadas na bacia do Peixe e seus afluentes, Marília, também cognomi
nada "Canaã Paulista", comemorou a 4 de abril 33 anos de vida autônoma; a sua insta
lação ocorreu a 4 de abril de 1929 - mais de um decênio após a formação do povoado que lhe deu origem.
A história do Município está intima
mente vinculada a três fatôres fundamentais : o surto caféeiro, o desenvolvimenta ferro
viário do Estado - durante alguns anos foi ponto terminal da Companhia Paulista
- e a migração resultante da guerra de 1914/18. Atualmente, é importante centro fabril
O Município foi criado pela Lei número 2 320, de 24 de dEzembro de 1928, porém a sua instalação só se verificou a 4 de abril do ano seguinte; o Decreto n.0 5 956, de
Mallet (PR): Instituto Divina Providência, de ensino primário geral
27 de junho de 1933, criou a Comarca, que
passou à categoria de 3." entrância pelo Decreto-lei n.0 14 234, de 16 de outubro
de 1944.
Distando em linha reta 3 72 quilômetros da Capital Estadual, Marília é grande pro
dutor de café e algodão. Além disso, conta com parque industrial bastante diversificado, predominando as indústrias de beneficiamento de algodão, de óleos de caroço de algodão e amendoim, de beneficiamento de
café; têxteis e produtos alimentares. A sericicultura é igualmente desenvolvida, exis
tindo em funcionamento várias fábricas de fiação . Possui excelentes plantações de amoreira e a industrialização dos casulos da.
Marilia (SP): vista geral da cidade
36 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICfi;'IOS
bicho-da-sêda tem possibilitado trabalho a
elevado número de operários. A pecuária é
outra grande fonte de renda municipal.
A população recenseada em 1.0 de setembro de 1960 ascendia a 90 884 habitantes
- 50 178 dos quais se concentravam na zona urbana ·e 36 706 na rural. Formam o
quadro da divisão municipal os distritos de Marília (sede), Amadeu Amaral, Avenca3, Dirceu, Lácio, Padre Nóbrega e RosáHa A área terrestre é de 1140 km2 e a densidade demográfica de 79,72 hab/km". Seus
efetivos demográficos são constituídos predominantemente por japonêses, espanhóis e
italianos; em plano secundário figuram estrangeiros de outras nacionalidades, como portuguêses e sírios.
A sede municipal está situada a 22° 13' 10" de latitude sul e 49° 56' 46" de longitude W. Gr.
A REGIÃO onde hoje se localiza o MuniCiplO mineiro de Mutum pertenceu ao
chefe índio Pocrane até 1789. Em 1860, o Governador da Província de Minas Gerais
doou grandes áreas de terras daquela zona ao alferes Francisco Inácio Fernandes Leão
Para identificá-las, solicitou a colaboração do major Joaquim Teixeira Galvão, o qual, acompanhado por um grupo de índios, foi
ter à foz de um rio ainda desconhecido e chegou a uma extinta povoação, presumi
velmente indígena. Deram-lhe o nome de "Guaxima", malvácea abundante na região
O fato ocorreu a 17 de junho de 1864, dia
coneyagrado a São ~anue!, nome dado logo a um lio. Embrenhando-se nas matas, em
busca de caça, o majo1· Galv.ão encontrou pássaros pretos e grandes, conhecidos pelos
nativos como "Mutuns". Daí a designação
de um dos afluentes de São Manuel com
o rio Mutum. Posteriormente houve a troca de nome do po.voado "Guaxima" para São
Manuel de Mutum.
Situado na divisa entre Minas e Espírito
Santo, o distrito foi criado em 1911, como parte integrante do de Bom Jardim, hoje Roseira!. Nesse ano, firmou-se um convênio
entre os Governos dos dois Estados objetivando a solução de problema litigioso até a
decisão final por um tribunal arbitral, ca
bendo aos capixabas a jurisdição das terras. No ano seguinte ( 12 de abril de 1912) criava o Espírito Santo, pela Lei n.0 824, a Comarca e Município de "Marechal Her
mes". O Govêrno mineiro resolveu intervir, ocupando militarmente a reg1ao., que, por
fôrça do laudo arbitral de 30 de novembro de 1914, passou definitivamente para a jurisdição de Minas Gerais.
O Município ocupa uma área de 1 248 quilômetros quadrados. A população recen
seada em 1960 foi de 36 802 habitantes -
5 259 na zona urbana e 31 543 na ruraL Densidade demográfica: 29,49 hab/km2
•
Compreende os distritos de Mutum (sede),
Centenário, Ocidente, Roseira! e São Fran
cisco do Humaitá Em linha reta dista 262 km de Belo Horizonte
Principais fontes de renda: pecuária,
agricultura e indústrias de transformação e
beneficiamento de produtos agrícolas. O
gado: mais de 3 7 500 bovinos, 35 500 suínos,
6 200 eqüinos, 45 asininos, 3 300 muares,
1 250 ovinos e 3 700 caprinos. Das culturas
agrícolas destacam-se as do café, milho e
feijão
Idéias em F oco
CONSÓRCIOS MUNICIPAIS PARA SERVIÇOS PÚBLICOS
Os administradores públicos têm dado geralmente pouca importância aos serviços de esgotos, mas para o bem-estar da comunidade e para a economia nacional é êle mais necessário às cidades do que a energia elétrica domiciliária e o abastecimento de água canalizada.
A energia elétrica pode ser obtida por geradores localizados nos prédios. A água poderá ser, na maioria das vêzes, em muitas cidades, retirada do subsolo através de poços
individuais para cada edifício, sem que isto cause maiores prejuízos à coletividade. Mas não possuindo a cidade rêde de esgotos, e não tratando seu efluente, torna-se alvo das epidemias e de endemias, pela poluição geral do solo que os detritos domiciliares e águas residuais das indústrias provocam.
As águas servidas sempre foram um mau vizinho e o seu esgotamento "tem como finalidade precípua a proteção da saúde pública, no que diz respeito à poluição dos cursos d'água pelos despejos fecais humanos" . 1
Desde a mais remota antiguidade existem serviços de esgotos nas cidades .
Assim, segundo o professor Babbitt 2
("Sewerage and Sewage Treatment") em Nippur, na Índia a 3 750 A. C., já havia este serviço; no ano de 2 500 A. C., havia ''construção de canalização de esgotos nos arredores de Bagdad, feitas de tijolos e às quais se ligavam por meio de tubulações de barro, instalações sanitárias domiciliares, inclusive latrinas dotadas de descargas".
No ano 900 A. C., os assírios construíram grandes galerias de esgotos, e de 700 a 500
Nota - Trabalho apresentado ao V Congresso Nacional dos Municípios (1959).
1 Edmund B. Besseliévre - "Moderno Tratamento de Esgotos".
Conforme consta das súmulas do Frof. Eng 0
Adilson C. Serôa da Motta.
ÉSIO DE F. MACEDO
A . C. houve a construção da "Cloaca Má
xima" pelos romanos, ainda hoje existente
em Roma.
Os incas também já conheciam êstes
serviços em suas cidades .
Na idade contemporânea podemos citar os seguintes marcos, sem incluir as cidades brasileiras que adiante focalizaremos: 1805 - Construção dos primeiros grandes esgotos de Nova York; 1815 - Londres; 1824 -Paris; 1842 - Hamburgo; 1874 - Berlim; 1877 - Buenos Aires; 1879 - Roma; 1883 - Viena; 1891 - Marselha; 1893 - Nápoles.
Assim, temos uma idéia da evolução dêsse serviço urbano. Como vemos, grande importância lhe davam os administradores dos povos cuja cultura floresceu muitas centenas de anos ant·as da era cristã .
Segundo os especialistas no assunto, podemos classificar os sistemas de esgotos em dois grandes grupos: sistemas estáticos e sistemas dinâmicos .
São sistemas estáticos: a) o sistema de esgotamento intermitente, com estagnação a curto prazo - estrumeiras e fossas móveis, ou com estagnação a longo prazo - fossas fixas absorventes e fossas fixas impermeáveis; b) sistema de deflúvio permanente, com estagnação e com extravasão .
Fossas diluentes - Mouras, Piattini,
Deslandes, etc., Coletor sanitário de Émile
de Harvem.
Dos sistemas dinâmicos, o mais importante, e também o mais comum, é o de deflúvio por gravidade, onde encontramos as seguintes variedades:
1) - Unitário, Romano ou promíscuo, o qual pode ser do tipo comum ou do tipo francês (Tout à légout) .
2) - Separador ou de canalização distintas o qual apresenta as seguintes varie-
38 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
dades: a) misto ou inglês; b) absoluto ou
americano; c) combinado ou italiano.
Entretanto, a construção de rêde que realize o simples transporte das águas servi
das não basta para r-asolver o problema do saneamento. O destino final dêsses efluentes
vai constituir parte fundamental do problema.
As razões que levam à necessidade de o efluente sanitário ser d·avidamente tratado
são, entre outras: a) - poluição das águas e formação de bancos de lôdo; b) - transformação do aspecto físico e da paisagem
como aconteceu no vale do Rio Emscher e do Ruhr na Alemanha, do Tamisa na Inglaterra, do Tietê entre as cidades de São Paulo e Parnaíba, fato que também está acontecendo no Vale do Paraíba, no Estado do Rio de Janeiro.
Os meios de tratamento dos esgotos ·podem ser divididos em duas grandes classes:
1) - Os meios naturais de tratamento, compreendendo:
a) diluição dos esgotos em lagos ou
grandes cursos d'água.
b) irrigação superficial ou subterrânea, etc.
2) - Os meios artificiais d·e tratamento, que podem ser, em resumo, os seguintes:
a) processos físicos; b) processos químicos; c) depuração por filtros biológicos;
d) depuração por Iôdos ativados.
Energia elétrica, água canalizada e esgotos sanitários formam o trio mais importante
dos serviços públicos urbanos, indispensáveis para que uma cidade seja integrada como
uma associação de pessoas civilizadas.
O primeiro dêles é relativamente recente,
mas quanto aos outros dois, sabemos de sua existência anteriormente ao advento de Cristo.
Êstes três serviços, entre nós, são con
siderados como serviços industriais e, assim sendo, da alçada de exploração da iniciativa particular. Mas, por necessidade de ordem
coletiva, a intervenção governamental os incluiu entre as suas incumbências.
Funcionam em nosso p::tís sob o r-egime de monopólio, cuja exploração é feita, até o presente, pelo Município, pelo Estado e pela
União, quer diretamente engastados na sua estrutura administrativa ou sob a forma de
entidades autárquicas ou ainda de •emprêsas privadas concessionárias.
Êsses importantes aglomerações humanas,
serviços elevam as pela modificação,
para melhor, dos seus costumes e de ~uas
produções, por só aparecerem as caract-erísticas urbanas do nucleamento após uma série
de correlações, trazidas por êsses serviços.
Energia elétrica, água canalizada e esgotos sanitários podem ser apreciados sob diversos aspectos, aparecendo em cada um
dêsses aspectos um sem número de proble
mas que se interrelacionam e se tornam complexos.
São os seguintes os aspectos principais: a) administrativo; b) financeiro; c) técnico
de engenharia; d) econômico; e) social; f) orçamentário.
A padronização instituída pelo Decreto
-lei n.0 2 416, de 17 de julho de 1940, no que se refere à receita, determina que na parte industrial se classifique a receita dêstes
serviços sob o Código 3 030 - Receita Industrial Serviços Urbanos, e no que se refere
à taxa, contra prestação de um serviço prestado, classifica-a sob o código 1 181 -Taxa de Saneamento.
No que se refere à despesa, os serviços
em foco acham-se classificados no Código
363, quando explorados pelo Estado ou pelo Município, e 885 ou 888, quando explorados por concessionários.
A êstes números dos três Códigos de
despesa, conforme o caso é adicionado um
dos algarismos correspondentes ao elemento
O, 1, 2, 3, e 4.
Pela conjugação dêsses três serviços que se baseiam, em regra geral, quando conjuga
dos, no ciclo rio, energia •elétrica, água tratada, esgôto, ef!uente tratado - conjugação esta realizada por um tipo especial de orga
nização consórcio municipal - poderemos
elevar o confôrto e o padrão de vida das populações urbanas e rurais de grande maioria das nossas cidades.
No Brasil, 59,99% dos domicílios particulares existentes dispõem de iluminação elé
trica; os ocupantes representam 73,86% da população urbana e suburbana.
Apesar de a iluminação a eletricidade ser relativamente recente em comparação
com os outros dois serviços, a nossa situação a êste respeito se acha muito aquém do mínimo indispensável, pois paramos e per
demos a liderança nesse setor. Lembremo-nos de que Campos foi a primeira cidade
na América do Sul a ser dotada dêste serviço.
Pelos dados a seguir, poderemos ter uma
idéia dos domicílios e da população dos Estados brasileiros que dispõem dêsse serviço.
IDÉIAS EM FOCO 39
UNIDADES DA FEDERAÇÃO
Rondônia .. Acre . Amazonas . Rio Branco Pai á Amapá . Maranhão . Piauí Ceará .. Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas. Sergipe . ... Bahia . Minas Gerais Esp'lrito Santo Rio de Janeiro Guanabara São Paulo . Paraná. Santa Catarina Rio Grande do Sul Mato Grosso Goiás
% SôBRE O TOTAL
Domicílios População
39,68 35,48 49,36 36,91 30,62 32,36 14,81 19,97 25,88 30,70 27,26 36,31 30,30 27,43 26,72 56,28 56,59 67,13 87,20 82,75 62,90 64,70 65,72 38,09 35,67
44,72 39,85 52,18 40,65 35,34 33,15 18,95 25,19 30,45 35,38 31,38 42,16 36,31 32,07 32,91 60,59 62,30 68,88 88,15 98,36 62,70 64,78 66,92 39,55 38,42
No que se refere às cidades onde se
encontram localizadas as sedes dos Governos Estaduais e a do Govêrno Federal, notamos
que a exploração do serviço se acha a cargo
do Govêrno Federal (aparecendo entre parêntesis o ano de inauguração do mesmo) , nas seguintes capitais: Pôrto Velho (1908);
Maca pá (1944) .
Cabe a exploração ao Govêrno do Estado nas seguintes Capitais: São Luís (1924), Teresina (1914), João Pessoa (1913), Ara
caju (1924), Florianópolis (1910) e Cuiabá
(1919).
Em Manaus (1896), Belém (1905),
Fortaleza (1912), Maceió (1895), Natal (1911), Recife (1914), Salvador (1907),
Belo Horizonte (1897), Vitória (1910), Niterói (1907), Rio de Janeiro (1905), São
Paulo (1897), Curitiba ( 1892), Pôrto Alegre (1891) e Goiânia (1937) a exploração se
acha a cargo de entidade privada. Sàmente em Boa Vista ( 1934) e em
Rio Branco ( 1916) é êste serviço explorado
pelo Govêrno Municipal. Na grande maioria de cidades brasi
leiras, a energia elétrica de que dispõem é de origem térmica; sàmente nos Estados do Norte e do Nordeste, entretanto, nestes últimos anos, já procuramos melhorar esta situação, mas cabe aos administradores locais
oferecer aos seus Municípios serviços mais eficientes e a preço módico, a fim de facilitar o progresso local.
Liderando os recursos econômicos natu
rais de que dispõe a comunidade, vamo-nos deparar com o indivíduo, sendo a vida o primeiro bem econômico dêste .
Em vista disto é que as sábias administrações procuram coordenar os esforços da medicina e da engenharia a fim de banir
das suas populações humanas as doenças de
origem hídrica .
Um dos elementos guias para o estudo
das condições sanitárias das cidades é, sem dúvida, a estatística de mortalidade.
Segundo Lincoln de Freitas Filho, "as
doenças degenerativas tendem a aumentar à
medida que melhoram as condições sanitárias: assim é que nos Estados Unidos e no
Canadá a mortalidade por neoplasmas malignos atinge 15%, enquanto as infecciosas e
as parasitárias alcançam, resP'<!ctivamente,
3,5% e 2,7%".
A situação sanitária, aliada ao adianta
mento da terapêutica médica vão quase anular os casos de doenças de origem hídrica.
Hoje o problema de saneamento das cidades é um dos objetivos de magna impor
tância para a saúde pública das populações citadinas, encarando os governos dos país·<!s, como meio de mensuração do grau de desenvolvimento cultural e econômico, a condição
de saneamento das cidades; sobretudo, rêde de água potável e seu adequado esgotamento das águas servidas.
Embora não disponhamos de elementos completos sôbre tôdas as cidades brasileiras, no que se refere à mortalidade, os dados r·elativos às Capitais nos dão uma visão panorâmica, contanto que se leve em conta
serem estas cidades as mais bem aquinhoadas, tanto no que se refere a saneamento,
como no que se refere a recursos médicos. Os dados a seguir nos mostram o coefi
ci-ente de mortalidade por 100 000 habitantes por febres tifóides e por disenterias, nas capitais estaduais, em 1954.
CAPITAIS
Manaus Belém São Luís Teresina Fortaleza . Natal. João Pessoa Recife. Macei: .. Aracaju Salvador Vitória Belo Horizonte Niterói . Rio de Janeiro São Paulo .... Curitiba .. Florianópolis Pôrto Alegre Cuiabá Goiânia
Febres Tifóides
0,6 3,2
10,2 15,4 3,6 8,9 9,5* 4,2 3 9** g's* 6' 8** ú 2,2 1 7** ú 0,5* 5,4 2,8 5O*
u'9* 4:5**
* - Dados referentes a 1953. - Dados referentes a 1952.
Disenterias
47,0 31,2 90,6 15,4
115,7 31,1
133,5* 5:1,5 73,1 ** 67,6* 11,5** 13,2 30,4 16 1*
6:1 10,2* 12,8
9,8 54*
31:7* 71,2**
40 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
Como é sabido, atualmente os casos fatais dêste grupo de doenças é aproximadamente de 1% dos observados.
Ao apreciar êste grupo de "causa-mortis", em Vida e morte nas Capitais Brasileiras, Lincoln de Freitas Filho assim relata:
"Presentemente, as populações que vivem em boas condições de saneamento, com os recursos preventivos e terapêuticos disponíveis contra as doenças dêste grupo, não apresentam problemas desta sorte e seus coeficientes são pràticamente inexistentes. É o caso dos Estados Unidos, para citar apenas um exemplo, onde, em 1953, ocorreram em todo o país apenas 52 óbitos por febre tifóide, com o coeficiente de 0,03 por 100 000 habitantes".
No que se refere ao abastecimento de água potável canalizada nas cidades brasileiras era a seguinte no ano de 1957:
UNIDADES DA FEDERAÇÃO
Rondônia Acre Amazonas Rio Branco Pará Amapá . Maranh?io Piauí Ceará . Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco A!agoas Sergipe Bahia . . Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro Guanabara São Paulo Paraná. Santa Catarina Rio Grande do Sul Mato Grosso Goiás
Brasil
Cidaàes com! f)
abasteci~ menta d'água
(% s/total)
100,0
25,0 100,0 40,0 60,0
5,5 14,7 22,4 15,4 32,2 47,1 46,3 18,0 29,0 83,3 86,8 96,6
100,0 66,9 28,4 22,2 54,4 30,5 18,3
48,5
Os dados apresentados abrangem não só o abastecimento d'água domiciliar, como também o abastecimento d'água efetuado através de bicas, torneiras e chafarizes públicos. 3
No que tange a domicílios particulares que, nas sedes municipais, dispõem de água canalizada, bem como a população das referidas sedes favorecidas por tal serviço ur-
Melhoramentos urbanos - Abastecimento d' á~Iua e esgotos sanitários nas sedes municipais, Brasil, 31-XII-1957, Serviço de Estatística da Saúde.
bano, podem ser apreciados através dos dados a seguir:
UNIDADES DA FEDERAÇÃO
Rondônia . Acre Amazonas Rio Branco Pará Amapá. Maranhão Piauí Ceará . . .. Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia . Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro Guanabara . São Paulo Pa-raná. Santa Catarina Rio Granáe do Sul Mato Grosso Goiás .
NúMERO DOS QUE DISPõEM DE AGUA
CANALIZADA (% sôbre o total)
Domicílios J População
21,01 1,64
37,12 36,43 23,99 11,41 12,97
9,07 9,05
13,59 8,58
16,57 12,55 13,15 13,73 38,58 46,20 44-,~6 73,16 56,57 27,01 21,51 40,76 28,24 10,84
26,46 1,75
39,58 41,41 27,62 12,71 16,61 11,53 11,56 16,35 10,91 21,03 15,79 15,41 17,84 42,94 51,69 46,84 74,75 56,94 27,56 21,75 41,99 29,51 12,55
Enquanto isso, segundo afirma o Sr. Fausto Guimarães, numa conferência sôbre "Alguns aspectos da evolução do tratamento d'água", na Índia possivelmente 2 000 anos A. C. já se empregavam, para melhorar a qualidade da água, a fervura e a filtração em carvão.
Já era anterior a Cristo o emprêgo, pelos chineses, do alúmen; pelos indianos, das sementes de Strychnos P'otatoram; e pelos egípcios, de amêndoas, para a prática da coagulação. Em Roma alguns aquedutos possuiam bacias de decantação.
Em 1804 Gibb instalou o primeiro abastecimento urbano de água filtrada, em Paisley, e em 1806, em Paris, no Cais das Ceiestinas, inaugurou-se uma estação de filtração para a venda de água filtrada a parte da população da cidade.
Neste século, temos a era da desinfecção da água pelo ozona e pelo cloro, bem como a fluoração, esta com finalidades específicas de proteção contra a cárie dentária.
Quase a totalidade das cidades brasileiras é abastecida, por assim dizer, com doenças canalizadas, pois, além de não se submeter a água a um tratamento eficiente, a captação da mesma se acha freqüentemente a juzante do lançamento de efluentes sanitários "In natura" de outras localidades.
Como exemplo, podemos citar as cidades banhadas pelo Paraíba do Sul.
IDÉL\S EM FOCO 41
Na impossibilidade de verificarmos a
situação da totalidade das cidades vamos apreciar a das Capitais.
Em Pôrto Velho e Macapá, os serviços de abastecimento d'água são mantidos pelo
Govêrno Federal, tendo sido inaugurados em 1909 e 1946, respectivamente.
A administração estadual se encarrega da prestação dêsse serviço nas seguintes cidades: Manaus (1908), Belém (1893), São
Luís (1924), Teresina (1912), Fortaleza
(1926), Natal (1939), João Pessoa (1915), Recife (184 7), Maceió ( 1888), Aracaju
( 1909), Salvador (1868), Niterói ( 1885),
São Paulo (1893), Curitiba (1904), Florianópolis (1910), Cuiabá (1882) e Goiânia (1938) o
Nas cidades de Boa Vista (1948), Belo Horizonte (1897), Vitória (1909), Rio de
Janeiro (1843), e Pôrto Alegre (1904) a exploração cabe ao govêrno local.
Como podemos verificar pelos anos de inauguração que aparecem entre parêntesis, em 9 das 25 cidades o início da exploração
dêsses serviços data do século passado. Convém frisar que, a cidade do Rio Branco,
capital do Território do Acre, não dispõe de tão importante benefício.
Por esta amostra podemos analisar a situação sanitária das 2 755 cidades brasileiras, pois em 1957 quando ainda existiam
apenas 2 468 urbes, apenas 1 196 dispunham de abastecimento d'água.
Apesar de, perante a lei e juridicamente, serem reconhecidas como cidades, a grande maioria das sedes municipais, embora rela
tivamente povoadas, não passam de simples aglomerados humanos como os que aparecem às margens dos rios Ganges e Y angtsê.
Falta-lhes o caráter urbano do grupo, por não possuírem técnica, relações sociais,
conduta e modo de vida com características urbanas.
Os nossos atuais legisladores, embora tenham decorrido quatro séculos, continuam a agir idênticamente como a Côrte de Lisboa
na época de nossa colonização, entretanto, cabe ao Govêrno local elevar o nível de vida dos munícipes, pelo alongamento médio da existência, a que está ligado, dando à cidad·a condições sanitárias ótimas pelos serviços de luz elétrica, água potável canalizada e devidamente tratada, e serviço de esgotos sanitários eficiente, o que adiante analisaremos.
Em nosso país, das 2 755 cidades existentes, no seu quadro urbano e suburbano,
71,30% dos domicílios dispunham de vasos sanitários, sendo servidas 73,86% da população por êstes aparelhos.
Entretanto, em cada Unidade da Fe
deração, vamos encontrar números percentuais maiores e menores, conforme o seu
adiantamento cultural.
Assim, no que tange a domicílios ( resi
dência) Rondônia, Amazonas, Rio Branco,
Rio de Janeiro, Guanabara, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
superam o número obtido para o Brasil, cabendo a São Paulo a liderança, pois apre
senta 95,38% dos domicílíos com vasos sanitários.
O mesmo se dá com a população que
conta com aquêles aparelhos para servir.
Os dados a seguir nos mostram a situa
ção em cada Unidade da Federação:
UNIDADES J:A FEDERAÇÃO
Rondônia Acre Amazonas Rio Branco Pará , Amapá . Maranhão Piauí Ceará . . Rio Grande do Norte Paraíba. Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia . Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro Guanabara São Paulo .... Paraná. Santa Catarina Rio Grande do Sul Mato Grosso Goiás .
% SÕBRE O TOTAL
Domicílios População com vaso servida sanitário
78,96 70,66 79,69 83,35 69,70 63,81 37,84 28,15 38,40 51,42 49,74 46,08 27,04 34,48 33,06 62,60 55,67 73,27 87,42 95,38 92,42 87,91 83,68 60,23 57,58
81,57 74,69 81,09 86,22 72,67 67,93 43,06 33,35 42,69 55,94 54,16 51,70 31,00 38,47 39,24 66,52 61,26 74,63 88,93 95,73 92,48 83,81 84,06 61,68 60,43
Como vemos, em muitas cidades, mormente as do Nordeste, a grande maioria dos domicílios não dispõem de vasos sanitários.
O vaso sanitário, por si só, não evita
a poluição, ap·esar de já ser um bom adian
tamento em relação aos que não o possuem.
É de 28,70% o número de domicílios que não dispõem de vasos sanitários, obri
gando 26,14% da população citadina a um esgotamento idêntico ao que em 1 348 existia
na Inglaterra, quando o Rei João prescreveu aos seus súditos que cavassem fossas nos seus domicílios em vez de atirarem excrementos à rua.
42 REVISTA BRASILEIRA DOS i\IUNICíPIOS
Na época atual, não mais existem os
"tigres" e "contimplórios", fazendo regredir
uma boa parte da população brasileira, em
higiene, à Idade Média, ou à época em qml
surgia a Cidade do Rio de Janeiro, cujas
águas servidas eram lançadas nas vias públi
cas, após o aviso aos transeuntes distraídos:
"lá vai água" .
Dos domicílios existentes nas cidades, os
que dispõem de vasos sanitários, segundo o
destino, podem ser apreciados pelos dados
da tabela a seguir:
\~'<; f,! DOMICÍLIOS ESGOTADOS POR
(% sôbre o total)
UNIDADES DA FEDERAÇÃO Rêde I Qual-
cole- Fossa Fossa quer tora sani- comum outro geral tflria escoa-
douro -------------------- ----- ---- ---- ------Rondônia 6,34 3,87 66,14 2,61 Acre . 0,27 2,06 66,41 1,91 Amazonas 14,81 5,89 55,44 3,55 Pará 6,26 11,46 48,80 3,18 Amapá. 10,79 50,85 2,16 Maranhão 7,89 1,13 28,12 0,70 Piauí 0,08 3,71 23,01 1,28 Ceará. 3,41 12,1!1 18,66 3,53 Rio Grande do Norte 3,08 19,46 22,05 6,84 Paraíba. 5,10 9,02 29,87 5,74 Pernambuco 6,43 4,20 34,17 1,27 Alagoas 0,55 10,27 15,39 0,83 Sergipe . 4,74 7,53 20,08 2,12 Bahia 7,36 3,21 21,17 1,32 Minas Gerais 23,04 4,07 32,11 3,38 Espírito Santo 18,72 13,47 10,82 12,66 Rio de Janeiro 23,98 18,28 13,89 17,13 Guanabara .. 44,54 28,39 8,36 6,14 S?ío Paulo . , 36,34 10,27 46,20 2,57 Paraná. 15,44 4,26 70,68 2,04 Santa Ca·t~rina. 5,45 12,18 57,97 8,05 Rio Grande do SuÍ. 21,28 12,31 45,72 4,37 Mato Grosso 4,49 15,01 38,42 2,30 Goiás 5,04 2,46 47,89 1,83
Como podemos verificar, apenas a Guanabara e o Estado de São Paulo atingiram percentagens superior a 30% dos domicílios esgotados por rêde coletora geral.
Cabe à Guanabara a maior percentagem
dos prédios esgotados por fossas sanitárias
( 28%), pertencendo a liderança percentual
de prédios ligados a fossas comuns ao Terri
tório do Rio Branco .
Da totalidade de cidades brasileiras existentes (2 755), um número reduzido possui esgotamento das águas servidas, pois em 1957 êsse número atingia apanas 31,4% do total, ou seja, 774 dos 2 468.
Dos 1 694 Municípios que não dispunham de um serviço de águas servidas, alguns sofreram divisões, dando aparecimento a novas unidades administrativas sem êsse tão importante serviço .
Os dados a seguir nos mostram a situação em 31-XII-1957:
ESPECIFICAÇÃO
Número de cidades com
esgotos sanitários
(% s/total) ----------------- -------+--
Rondônia(2). Acre . Amazonas(3) Rio Branco. Pará(lO) .. Amapá(!) Maranhão(2) . Piauí(3) . Ceará(4) . . . Rio Grande do Norte(!) Paraíba(13) ... Pernambuco(24) Alagoas(14) . Sergipe(4) Bahia(46) .. Minas Gerais(267\ Espírito Santo(21) Rio de Janeiro(46) Guanabara(!). São Paulo(199) Paraná(17) Santa Catarina{13) . Rio Grande do Sul(28) Mato Grosso(ll) Goiás(44)
100,0 0,0 6,8 0,0
16,9 20,0
2,2 l'l,4 3,0 1,5
22,0 23,5 34,1
6,6 27,2 56,1 55,3 76,6
100,0 45,7 10,5 18,1 23,7 18,6 34,9
Os dados numéricos que se acham entre
parêntesis são os números dos Municípios
onde existem êsses serviços .
Entretanto, apenas 8 487 934 metros
media a extensão da rêde total do país em
1954, como nos podemos inteirar pelos dados a seguir:
UNIDADES DA FEDERAÇÃO
Rondônia .. Acre Amazonas . Rio Branco Parã . Amapá . Maranhão Piauí Ceará . Rio Grande do Norte Paraíba. Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia . . Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro Guanabara . , . São Paulo Paraná. Santa Catarina Rio Grande do Sul. Mato Grosso Goiás .
Extensão da Rêde
(km)
6
43
64 15 40
39 39
118 256
3 20 69
766 54
348 761
3 835 344
42 564
16 47
Apesar da grande maioria de nossas ci
dades não dispor de rêde coletora de águas
servidas, data o saneamento de algumas de
IDÉIAS E:\I FOCO 43
nossas cidades de mais de um século, como
poderemos constatar a seguir.
Na impossibilidade de analisar os 700
municípios, restringir-nos-emas aos Municí
pios das Capitais.
Nos Estados do Maranhão, Gaará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ser
gipe, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Pa
raná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, a exploração dêsses serviços, nos Mu
nicípios das Capitais, se acha a cargo do Estado.
Já o serviço é explorado, no Território
do Amapá, pelo Govêrno Federal. Os demais
(com exclusão d·a Rio Branco, Boa Vista, Teresina, Maceió e Cuiabá onde não existe
êsse serviço), são explorados pela Prefeitura Municipal.
À Guanabara, coube liderar o esgota
mento das águas servidas em 1857.
Os dados a seguir nos dão as informa
çõ·as relativas ao ano de inauguração dêsses
serviços: Pôrto Velho (1910), Belém (1911),
Maca pá (1948), São Luís (1924), Fortaleza
(1926), Natal (1939), João Pessoa (1926),
Recife ( 1915), Aracaju (1909), Salvador
(1906), Belo Horizonte (1898), Vitória
(1910), Niterói (1914), Guanabara (1857),
São Paulo ( 1893), Curitiba ( 1904), Floria
nópolis (1916), Pôrto Alegre (1912) e Goiânia (1943).
Os esgotos sanitários de Manaus, em
bora construída a rêde separadora, não en
traram em funcionamento (a extensão cons
truída é de 42 735 metros) .
Somente Manaus e Belém usam o sis
tema unitário para o esgotamento das águas
servidas, sendo nas demais Capitais empre
gado o sistema separador absoluto.
Apesar de existir-<lm 774 cidades com esgotamento das águas servidas pelo sistema
de rêde coletora, nenhuma, ao que nos consta, antes de lançar o efluente no mar ou nos rios ou lagos, o trata convenientemente a
fim de evitar a poluição.
As cidades brasileiras esgotadas dão simplesmente um "destino" comum aos dejetos; entretanto, a finalidade precípua, a proteção
da saúde pública no que diz respeito à polui
ção dos cursos d'água e praias balneárias pelos despejos fecais humanos não é atendida, por não se tratarem os eflu·antes sanitários.
Do fato exposto, conclui-se que, na grande maioria de nossos cursos d'água, as
águas que adiante vão abastecer outras cidades são poluídas, e assim perigosas à saúde.
Só nos poderemos considerar em ele
vado grau de cultura e em franco desenvolvimento, quando tôdas as nossas cidades fo
rem integralmente esgotadas, e os efluentes sanitários for·am tratados, para que possam
obedecer o ciclo "rio - água tratada -esgôto - efluente tratado - rio" sem qualquer prejuízo para as nossas populações urba
nas e rurais, pois o efluente da cidade tende
a poluir o rio onde a população rural se
abastec·a como se a mesma fôsse potável.
A título de exemplo, poderíamos analisar a situação do Rio Paraíba do Sul com percurso de 865 quilômetros, banha 19 cida
des paulistas, 19 fluminenses e 4 mineiras
São as seguintes as cidades, segundo o
Conselho Nacional de Geografia, banhadas pelo Rio Paraíba do Sul: no Estado de São
Paulo - Paraibuna, J amhairo, Santa Branca,
Guararema, Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Tr·emembé, Pindamonhangaba, Roseira, Aparecida, Guaratingue
tá, Lorena, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Lavrinhas, Queluz e Areias; no Estado do Rio
de Janeiro - Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Vassouras, Valenca (ex-Marquês de Valença), Rio das Flor:s,
Paraíba do Sul, Três Rios, Sapucaia, Carmo, Cantagalo, Santo Antônio de Pádua. Itacoara, Cambuci, São Fidélis, Campos e São João
da Barra; no Estado de Minas Gerais -Além Paraíba, Volta Grande, Estrêla Dalva e Pirapetinga .
Considerando-se a população destas 42 cidades e na hipótese de que o consumo de
água "per capita" exclusivamente domiciliar
fôsse de 275 litros por dia, o Paraíba receberia, em todo o seu curso, 1 300 litros por segundo de efluente exclusivamente domi
ciliar, número êste muito inferior ao efluente total em virtude da localização de indústrias cujas águas residuais são, em vazão e grau
de poluição, muito superiores ao total citado para os despejos domiciliares.
Por outro lado, vamos notar que estas
cidades não possuem estações de tratamento, lançando os dejetos "in natura" nesse rio,
que abastece de água potável a população.
Embora a tomada de água potável de uma cidade se ache a montante do lança
mento de esgotos da mesma cidade, poderá estar a jusante de outro Município.
Caso não se empreguem urgentemente
os maiores esforços, a fim de se dotarem
44 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
essas cidades de rêdes de esgotos, tratando-se seus efluentes eficientemente antes de serem lançados nas águas do Paraíba, ver-nos-emos brevemente nas mesmas condições em que há 50 anos atrás se encontrava o Rio Ruhr.
Em situação igual ou mais precária do que o Paraíba acha-se um grande número de cursos d'água dêste país, clamando por um programa de recuperação de seus recursos, através de obras de Engenharia Sanitária.
Até poucos anos atrás, só conceberíamos a dotação de uma rêde de esgotos sanitários à aglomeração urbana com efetivo populacional superior a 5 000 habitantes. Hoje, essa teoria foi abolida, pois é quase impraticável econômicamente a dotação de uma rêde de esgotos sanitários às pequenas comunidades, em virtude do custo de construção e dos parcos recursos financeiros das Prefeituras.
Entretanto, na Alemanha, um consórcio particular pôde construir e até hoj•a explora, não só o serviço de esgotos, como também o abastecimento d'água e a produção e o
fornecimento de energia elétrica para o vale do Ruhr.
O sistema de consórcio municipal para a exploração dos três serviços, ou somente de água ou de esgotos, vem resolver a impossibilidade, até o presente existente .
A fim de tornar mais claro e sucinta a exposição, procuraremos abordar a hipótese de organização do consórcià para a exploração apenas dos serviços de Esgotos Sanitários.
O consórcio só deve ser feito para as pequenas e médias cidades. Para as grandes, poderá cada cidade ter seu próprio serviço, embora nos mesmos moldes de organização, podendo, sem que fique excluída a possibilidade de integrar-se num organismo mais amplo, para a defesa de um curso d'água, de uma lagoa ou baía.
O órgão orientador do consórcio será do tipo colegiado, sendo o número de membros da junta tantos quantos forem os M.micípios membros dêsse consórcio.
Cada membro será de indicação do Prefeito local correspondente, ratificada pela respectiva Câmara. Não poderá tal indicação recair sôbre munícipe que exerça cargo eletivo, nem sôbre militar ou chefe religioso. O mandato, de 2 anos .
A gerência será exercida por um civil, economista (conforme Decreto n.0 31 794 de 17 de novembro de 1952), ou engenheiro civil, para êste fim contratado.
Os distritos serão tantos quantos forem as cidades filiadas e serão dirigidos por civis formados em engenharia civil e possuidores de curso de engenharia sanitária.
O regime de trabalho será o mesmo das
indústrias particulares.
Em cada um dos distritos haverá os respectivos cadastros predial e da rêde, bem como o arquivo de tôdas as plantas das instalações de esgotos sanitários dos prédios esgotados, nos moldes do existente no Departamento de Esgotos Sanitários da Guanabara, podendo ser adotado como padrão nacional o Código de Instalações de Esgotos Sanitários, do Departamento citado, que foi ditado por uma experiência superior a um século de aplicação.
Os métodos a serem empregados no planejamento e na construção do sistema, poderão basear-se na técnica empregada pelo Departamento de Esgotos Sanitários da Guanabara, cujo núcleo de estudo e planejamento está utilizando as mais modernas técnicas existentes no mundo, neste setor.
A execução dos projetos e das obras deverá ser realizada sob a forma de serviços
adjudicados, sob a fiscalização do Consórcio.
Em virtude do custo elevado das obras deverão ser as mesmas executadas mediante financiamento de entidades como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico ou as Caixas Econômicas, amortizável em 30 anos, sendo iniciado o serviço de amortização e juros após três anos do início do funciona
mento.
O serviço de amortização e juros deverá ser feito mensalmente ou semestralmente,
conforme contrato.
Receita - Constituirão os principais meios para a manutenção do serviço:
a) Taxa de X% s/valor locativo da
economia esgotada;
b) Taxas de fiscalização e de execução
de instalações prediais;
c) Taxas de serviços d·e desobstruções
domiciliares.
Além dos meios citados, poderão ser cobrados, como "contribuição de melhoria", destinada ao serviço de amortização e juros, 2/3 da despesa com o assentamento de
coletor.
A base para a cobrança da contribuição de melhoria deverá ser feita por metro de testada do terreno, pagável em 360 prestações mensais .
IDFIAS EM FOCO 45
Outra fonte para fazer face às despesas com a construção da rêde e das unidades de
tratamento, é constituída pela r•aceita dos "Fundos Especiais de Energia Elétrica, Água Canalizada e Esgotos Sanitários".
Fundos Especiais de Energia Elétrica, Água e Esgotos Sanitários - Para ter direito a êste fundo, torna-se necessário primeiramente que o Município tenha pelo menos
um decênio de sua elevação à esta categoria .
Em segundo lugar, que tenha, com um
grupo de Municípios de uma mesma bacia,
organizado o "Consórcio" para a prestação
dos serviços de água potável canalizada e
de esgotos sanitários, podendo, nos casos em
que o Município seja servido por energia elé
trica explorada pelo Estado ou pela União,
deixar êste item de entrar no "Consórcio".
A receita do fundo será depositada no Banco do Brasil ou no Banco de Desenvol
vimento Econômico à ordem do Consórcio, sendo escriturada a quantia referente a cada Município
Não poderá o "Consórcio" retirar qual
quet parcela do depósito, pois o mesmo será
destinado ao pagamento da amortização e
dos juros da construção de obras adjudicadas,
executadas mediante contrato assinado entre
o ,Consórcio de Municípios e o Banco de
Desenvolvimento Econômico on Banco do
Brasil ou a Caixa Econômica, assistindo ao
Consórcio o direito e o dever de fiscalizar
os planos e as obras.
Os Municípios que não se reunirem em Consórcio ou que por 5 anos não derem
início às obras, perderão o direito à quantia
depositada até à data em que completem o
lustro, pois a recuperação da quantia pela
União, nestes casos, será feita de cinco em cinco anos ,
Sendo dado início às obras, o fundo
garantirá o financiamento das mesmas, contanto que a água potável seja distribuída
totalmente tratada e o lançamento do ef!uente de esgotos sanitários seja feito após um tratamento adequado para o local.
No caso do fundo comportar o paga
mento da dotação do serviço antes dos 30 anos para o Município, o Consórcio, além de dispor de maior crédito para as obras de
grande vulto, poderá retirar 20% do fundo para aperfeiçoamento e manutenção.
A receita dos fundos será dividida em:
a) 1/3 para o Fundo de Energia Elétrica;
b) 1/3 para o Fundo de Água Canalizada;
c) 1/3 para o Fundo de Esgotos Sani
tários.
Não poderá ser estornada importância
de um fundo para outro.
Constituirá receita dos fundos a quota de 10% do excesso da arrecadação do im
pôsto de consumo sôbre a receita tributária municipal para os Municípios que, no ano,
obtiveram importância superior a dez mi
lhões de cruzeiros e 5% para os demais,
Para efeito do cálculo, que será feito pelo
Cons·elho Técnico de Economia e Finanças, a distribuição do ano será relativa a 2 exer
cícios passados.
A escrituração contábil do Consórcio
será regida pelas normas constantes do De
creto-lei n.0 2 416, de 17 de julho de 1940.
Os fundos deverão ser organizados pela
quota do impôsto de consumo, em virtude
de não só, em regra geral, ser maior a quan
tidade d'água exigida pelas indústrias, como
também os despejos industriais serem em
maior volume de mais difícil tratamento.
Além disso, todos os benefícios relativos às
indústrias no Município, são canalizadas para
o erário da União, enquanto que os encargos
são retirados do erário municipal.
Estas são algumas das inúmeras razões
pelas quais devemos nos esforçar, a fim de
dotarmos tôdas as cidades brasileiras de água
potável canalizada, devidamente tratada, e
de Esgotos Sanitários
Cabe muito bem a tôdas as cidades do
país, a opinião d-a Alfred Agache para o Rio
de Janeiro, citada pelo Engenheiro Enaldo
Cravo Peixoto, na exposição feita no pro·
cesso 7 152 256/57, ao Secretário-Geral de
Viação e Obras da Prefeitura do Distrito
Federal:
"A salubridade pública, base de todo o edifício urbano, depende essencialmente das
grandes obras de saneamento. Organizá-Ias é garantir o seu bom funcionamento, é permitir 0 harmonioso desenvolvimento da ci
dade e a plena expansão de sua beleza , Consiste igualmente em dar mais confôrto e bem-estar aos seus habitantes: daí, melhor
saúde, Preservar os nossos semelhantes das moléstias evitáveis, poupar-lhes desgostos e
sofrimentos, recuar o limite da vida. Haverá tarefa mais nobre, mais elevada, mais hu
mana? A transformação do Rio de Janeiro numa metrópole, representaria obra imper-
46 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
feita e estéril se não fôsse completada pelos preparos sanitários indispensáveis à vida e
ao bem-estar dos seus habitantes. Efetivamente, o urbanismo não consiste em dotar
a cidade de todos os aperfeiçoamentos aparentes que comporta a arte urbana moderna,
mesmo quando a higiene e a estética harmonizam-se num conjunto feliz para a melhor disposição dos bairros, ou a fim de criar
avenidas grandiosas e espaços livres. As diferentes instalações dissimuladas nas profundezas do solo, rêde de distribuiç.ão d'água, réde de esgotos etc., que não estão aparentes e que constituem, no entanto, os órgãos essenciais da vida da cidade, merecem incontestàvelmente igual consideração.
"Saúde primeiro! Uma cidade pode provocar a admiração pela majestade do seu decôro e pela beleza dos seus monumentos,
mas se fôr insalubre não conseguirá reter os
visitantes. A natureza pode tê-la colmado dos seus dons magníficos, como se fêz tão ge
nerosamente para o Rio de Janeiro, não a furtará, pnrém, sob pena de perecer, as
leis inflexíveis às quais o organismo vivo está
submetido. Ela deverá sujeitar-se rigorosamente às mesmas regras de higiene a fim de
evitar a doença que desorganiza e destrói sempre as suas células, ameaçando-lhe a existência".
Tanto no Município como no Estado, todos os serviços que se relacionam com o
da Saúde Pública, deveriam ser considerados de interêsse superior e colocados no mesmo pé da defesa nacional. Não é a própria de
fesa da Nação que se trata de organizar? E o saneamento não é o mais importante dos serviços dessa defesa?
A INICIATIVA DAS LEIS E O PODER DE EMENDA
N os Estados modernos a feitura das leis cabe predominantemente ao Legisla
tivo, mas a iniciativa de certos projetos é reservada, por exceção constitucional, ao
Executivo, permanecendo a regra da iniciativa concorrente para as demais proposições.
Entre nós, são privativos do Executivo os projetos de leis que visem criar emprêgos
em serviços existentes, ou simplesmente aumentar ou modificar vencimentos (Constituição Federal, art. 67, § 2.0 ).
Êste postulado constitucional federal foi seguido uniformemente pelos Estados-mem
bros, que o repetiram em suas Constituições e Leis Orgânicas, tornando-o observável também na esfera municipal. Cabe, pois, priva
tivamente aos prefeitos a iniciativa dessas leis, S<mdo vedado às Câmaras dar-lhes o
impulso inicial. Até êste ponto não há divergência entre os dois Órgãos da administração local. Dúvidas e controvérsias surgem,
quanto ao poder de emenda em tais projetos.
Uma corrente extremada sustenta que sendo o projeto de iniciativa exclusiva do
Chefe do Executivo, não pode o Legislativo emendá-lo, porque a emenda é uma forma de iniciativa, ou mais precisamente um coro
lário dela. Faltando o poder de iniciativa faltará consectàriamente o poder de emenda. Tal é a orientação do Supremo Tribunal Federal manifestada originàriamente na Re-
presentação n.0 164, de Santa Catarina (Rev.
Dir. Adm. 28/51) e reproduzida em julgamentos posteriores (Rev. Dir. Adm. 40/130
- 42/240 - 47/238 - Rev. Tribs. 258/ I 588) . As côrtes estaduais, nos poucos julgados pertinentes, palmilharam o mesmo ca
minho do Pretória Excelso (Trib. de Alçada de São Paulo, Rev. Tribs. 274/748 - Trib. Justiça do Paraná, Rev. Tribs. 246/498).
Dissentiu, porém, o Tribunal Federal de Recursos da trilha batida pela jurisprudência,
ao decidir que o direito de iniciativa assegurado ao Executivo não exclui a competência do Legislativo para emendar as proposiç-ões,
desde que o faça em têrmos compatíveis com o projeto inicial (Rev. Dir. Adm. 28/71).
Essa, a nosso ver, a orientação exata, porque a privatividade da iniciativa do Exe
cutivo, não exclui, por si só, o poder de emenda, que é inerente e indissociável da
função legislativa. Suprimir das Câmaras o poder de emenda, nos projetos em que não têm elas a iniciativa, seria amputar uma
prerrogativa inata dos corpos legislativos, reduzindo-os à condição de simples homologadores dos projetos provindos do Executivo.
Não é êsse, evidentemente, o fim colimado pela privatividade de certas proposições cuja iniciativa se reserva ao Executivo. O que o mandamento constitucional objetiva é dei
xar ao Executivo a escolha do momento pro-
ID.f:IAS Bf FOCO 47
pício para solicitar à Câmara a elaboração de leis que importem na criação de cargos e alteração de vencimentos dos servidores
públicos. Jamais se poderá inferir desta exceção constitucional o propósito de alheiar
o Legislativo da apreciação do projeto emanado do Executivo, retirando do Plenário o
poder de emenda, através do qual se apri
moram as leis com proposições modificativas, supressivas ou substitutivas das originárias.
De há muito vimos sustentando que pode o Legislativo emendar a proposta exe
cutiva, mas emendá-Ia dentro dos limites da iniciativa do projeto, restringindo o seu al
cance ou dando-lhe novas cambiantes de con
teúdo e forma, reclamados pela técnica legislativa e pelo interêsse público a ser provido
pela norma em elaboração. O que se nos afigura injurídico é o enxêrto de emendas
que desfigurem a proposição do Executivo,
desvirtuando o projeto inicial, quer pela ampliação de suas normas e cargos ou carreiras
não contempladas na mensagem, quer elevando vencimentos acima dos níveis propos
tos pela Administração. Tudo o que exc9der do projeto inicial é inconstitucional, porque
para estas disposições excedentes falta a iniciativa do Executivo (Direito Municipal Brasileiro, 1957, li volume, p. 612).
São admissíveis, portanto, emendas su
pressivas ou restritivas da proposta executiva, e, inadmissíveis emendas ampliativas, assim consideradas as que ultrapassam, quantitativa
ou qualitativamente, os limites do projeto inicial.
O doutíssimo Caio Tácito, discorrendo sôbre o mesmo assunto, no âmbito federal, escreveu: "Levada a seu último extremo a regra de que somente quem tem o poder
de iniciativa poderá ter o de emenda, ficaria o Parlamento reduzido à recusa ou aceitação da proposta governamental, admitida, quando
muito, a emenda supressiva. Por outro lado, o reconhecimento da capacidade ilimitada de emenda pelos membros do Congresso tor
naria inútil a disposição constitucional que
procurou submeter ao contrôle do Poder Executivo a criação legislativa nas matérias
enumeradas no art. 67, § 2.0 ". E linhas adiante propõe: "A solução mais consentânea ao equilíbrio entre a autonomia do Poder Legislativo e o monopólio da iniciativa da
lei pelo presidente da República será assim,
a de se reconhecer ao Congresso o Direito de emenda, desde que não desvirtue o enderêço da proposta do Executivo ou seja, desde
que a elaboração da lei não se divorcie do requisito obrigatório da iniciativa governa
mental (in Rev. Dir. Adm., 28/51 e segs.).
A liberdade de emenda, embora defendida ardorosamente pela Comissão de Cons
tituição e Justiça, da Câmara dos Deputados, nos têrmos do parecer de Antônio Balbino
(Rev. For. 135/377), não pode ser aceita na sua plenitude, porque anularia a exceção
constitucional que comete ao Executivo a faculdade de escolher o momento conveniente para a elaboração das leis criadoras de cargos
e o limite para a modificação dos vencimentos do funcionalismo, segundo as possi
bilidades da Administração. Isto porque a receita pública não surge do "fiat" legislativo, mas provêm da efetiva arrecadação, e só o Executivo está em condições de propor as despesas estipendiárias, que por seu cará
ter alimentar, não podem ficar sujeitas à insatisfação ou a retardamento por falta de recursos financeiros, desconhecidos do Ple
nário que se dispusesse a aumentar vencimentos ou a criar emprêgos não propostos pela Administração.
Aprovada a lei de iniciativa do Exe
cutivo, com emendas ampliativas do Legis
lativo, cabe ao prefeito vetá-Ia no todo ou
nas disposições enxertadas ao arrepio da
proposta inicial, e se rejeitado o veto restará
ainda a provocação da inconstitucionalidade
perante o Judiciário, quando compelido a dar-lhe execução. - Heli Lopes Meireles *
* Publicado na "Fôlha de São Paulo'', edição de 22-IV-62.
Vida Municipal
AMAZONAS
MANAUS Inaugurado o primeiro Salão de Artes Industriais de Manaus, sob o patrocínio da Secretaria de Educação e Cultura.
Parintins - Concluído o asfaltamento das ruas 25 de Dezembro e Travessa Oriental.
PARÁ
Alenquer - Instalado um nôvo motor
para o serviço de iluminação da cidade. * Instalado um cartório no povoado de Cuipena.
Altamira - Na localidade Serra do Ta· bão, à margem direita do rio Xingu, foi descoberta uma mina de cassiterita, tantalita e calamita.
BELÉM - Inaugurou-se no Bairro do Condor o Pôsto de Higiene Dr. Gastão Vieira. * Iniciado um Curso de Pavimentação, promovido pela Associação Brasileira de Pavimentação, sob o patrocínio do Govêrno do Estado e do Departamento de Estradas de Rodagem. * Inaugurado o Museu de Anatomia da Faculdade de Medicina. ''' !nau· gurado o Laboratório de Pesquisas anexo ao Pavilhão Infantil da Santa Casa de Misericórdia.
Capanema - Instalado o Pôsto Guajará, para abastecimento de veículos. * Inaugurado o pôsto Esso Govêrno Mestrinho.
Ma1abá -Iniciado o funcionamento do Hospital da Fundação do Serviço, Especial de Saúde Pública.
Monte Aleg1e - Inaugurados os conjugados elétricos que fornecerão energia para tôda a cidade. * Inaugurado um abrigo para passageiros no Aeroporto Comandante Anet .
Porte/ - Instalada uma estação de rádio, destinada ao levantamento de um mapa geodésico do extremo norte do país.
Salinópolis - Inaugurada a sede própria da Associação Rural dos Lavradores.
Santarém - O Serviço Aéreo do Vale Amazônico ( SAVA) inaugurou seus serviços neste município.
AMAPÁ
MACAPÁ- Comemorado o aniversário da assinatura do "Laudo Suíço", tratado que
deu ganho de causa ao Brasil na questão do território contestado do Amapá. * Inaugurada, pela Prefeitura, uma olaria.
MARANHÃO
Buriti - Fundada a União Artística Operária Buritiense, sociedade de caráter assistencial para amparo e defesa dos artistas e operários desta cidade.
Peri-Mirim - Inaugurada uma torrefação e moagem de café.
PIAUÍ
Campo Maior - Inaugurado o Cine Nazaré
Canto do Buriti - Inaugurada uma
usina de beneficiamento de algodão. Parnaíba - Inaugurada uma usina elé
t1 ica no Povoado Morro de Mariana.
Picos - Instalado o prédio de Armazéns Gerais no Bairro Junco, destinado a depósito de cereais da regi.ão. * Fundada a Companhia Telefônica de Picos .
Pio IX - Fundada a Cooperativa Mista de Pio IX
Ribeiw Gonçalves - Instalada maiE uma escola estadual no povoado Santo Estêvão
TERESINA- Inaugurada a nova pista de asfalto do aeroporto Santos Dumont.
CEARÁ
FORTALEZA- Inaugurada a Agência do Banco Nacional de Pernambuco S/ A. * Instalado o serviço de pediatria do Hospital do Pronto Socorro e Assistência .
RIO GRANDE DO NORTE
Angicos - Inaugurada a linha telefônica Angicos - Açu.
Arês - Inaugurados o parque infantil e uma piscina pública .
]ucurutu - Instaladas as linhas telefônicas Jucurutu-Caicó, atingindo as povoações de Barra de Santana e Lajinhas, no município de Caicó; e a linha local, ligando a cidade de Upanema a Mossoró, comunicando-
VIDA MUNICIPAL 49
-se com tôda a regtao do Oeste do Estado
e a cidade do Açu.
Novia Cwz - Instalado um pôsto de
saúde do SESP.
Parnamirim - Realizadas a IV Feira
Exposição de Animais e a I Exposição de Produtos Minerais.
Portalegre - Comemorado o bi-cente
nário de fundação do Município. * Inaugu
rado um obelisco na praça Getúlio Vargas.
Serra Negra do Norte - Inaugurada a
ponte sôbre o riacho Pitombas, executada
pelo 1.0 Batalhão de Infantaria de Caicó.
PARAÍBA
Antenor Navarro -Restabelecido o serviço de abastecimento d'água do Município.
A1eia - Promovida, pela Associação Rural de Areia, uma exposição dos principais
produtos agrícolas regionais.
Brejo do Cruz - Reiniciada a pavimen
tação da cidade. * Concluída a construção de um passeio público e a arborização do
largo da Matriz .
Campina Grande - Criada a Escola de Auxiliares de Enfermagem que funcionará sob os auspícios da Sociedade Médica de Campina Grande. * Inaugurada a iluminação elétrica de Paulo Afonso, no distrito de
São José da Mata. * Constituída a Cooperativa Banco da Produção Ltda.
Esperança - Inaugurado o calçamento
da Rua São José, na Vila de Nôvo Areal.
ltaporanga - Pavimentada a Avenida Getúlio Vargas .
JOÃO PESSOA - Inaugurado o Pa
lácio da Viação. * Instalada uma agência do Banco Comercial de Campina Grande.
* Inaugurado o Mercadinho n.0 1, para o abastecimento agropecuário da Capital. * Em funcionamento a 1.a parte do Instituto
de Puericultura. * Inaugurado o Hospital Napoleão Laureano.
Mamanguape - Iniciada, pela Prefei
tura, a pavimentação da sede distrital de !ta pororoca. * Inaugurados a pavimentaç.ão da Rua Barão de Cotegipe e o serviço de iluminação elétrica na sede do Distrito de
Cuité de Mamanguape. Prata - Inaugurados o Mercado Público
e um Grupo Escolar. Santa Luzia - Instalado, pela Coope
rativa Mista de Créditos Santa Luzia, um armazém de gêneros alimentícios e outras mercadorias para fornecimento aos associados.
4- 31441
Serra da Raiz - Inaugurado o serviço de iluminação pública da cidade.
Serra Redonda - Realizada a inauguração do pôsto-médico local.
PERNAMBUCO
Arcoverde - Inaugurada nova sede do Banco do Povo .
Belém de São F1 ancisco - Inaugurado
o pôsto de energia da CHESF, com fôrça
de Paulo Afonso. Bom Conselho - Inaugurado um abrigo
rodoviário na Praça Pedro II .
Bonito - Instalada uma fábrica para a industrialização de frutas nordestinas.
Camocim de São Félix - Inaugurada a energia elétrica da CHESF .
Canhotinho - Instalada uma escola paroquial de ensino primário.
Caruaru - Realizada a IV Exposição Regional de Animais, promovida pela Associação Rural local.
Gravatá - Construído um abrigo destinado à velhice desamparada.
lpojuca- Inaugurado o serviço de abastecimento de energia elétrica da CHESF, com potencial de Paulo Afonso.
]aboatão - Em funcionamento Escola Bíblica.
uma
Limoeiro - Realizado o Encontro de Prefeitos da Regi.ão .
Nazaré da Mata- Fundado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Ouricuri - Inaugurado o Agrupamento do Serviço Assistencial de Ouricuri.
Palmares - Instalado um campo experimental da industrialização do lixo.
Panelas - Fundado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Petrolina - Inagurados uma linha de
transportes Petrolina-Salgueiro, via Cabrobó, a escola Eduardo Coelho e o Nôvo Me-rcado Público.
RECIFE - Inauguradas pela Munici
palidade 50 escolas radiofônicas de alfabeti
zação de adultos. * Realizados a Exposição Martin Júnior, o seminário de Produtividade para Alta Administração e a XX Exposição
Nordestina de Animais e Produtos Deriva
dos. * Inaugurado pelos ferroviários do Nor
deste, o Palácio dos Ferroviários. * Inaugurado pelo Instituto dos Comerciários um
Centro de Reabilitação Profissional.
São Joaquim do Monte - Inaugurado o serviço de luz e fôrça com energia de
Paulo Afonso .
50 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNIClPIOS
Sertânia ---'- Realizado o Congresso do Apostolado da Oração.
Surubim- Realizada a XIV Vaquejada de Surubim. * Inaugurado o Cine São José.
Timbaúba - Instalada a Delegacia do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. * Inaugurado o nôvo edifício do Fôro.
ALAGOAS
Mata Grande - Criadas as seguintes escolas municipais de ensino primário: Antônio Rodrigues Lins, Marechal Juarez Távora, Brigadeiro Eduardo Gomes, Siqueira Campos e Muniz Falcão.
Pilar - Fundada a Cooperativa da Colônia de Pescadores Z-8 .
São Miguel dos Campos - Inaugurado o ambulatório destinado à assistência dos trabalhadores da Lavoura Canavieira e Indústria Açucareira.
SERGIPE
Arauá - Entregue ao público o trecho
de estrada que liga o Povoado de Casa Caiada à localidade Cabeça Dantas.
Ribeirópolis - Inaugurado o serviço de luz elétrica, com energia de Paulo Afonso .
BAHIA
Ala(!,oinhas - Instalado um curso gratuito intensivo de taquigrafia, ministrado pela Associação Bahiana de Cultura Técnica e Profissional. * Instalado, na sede da Associação Rural, o Escritório Técnico de Extensão Pecuária da Secretaria de Agricultura do Estado.
Barreiras - Aberta, pela Agência local do Banco do Brasil S/ A, a Carteira de Empréstimo Agrícola, pelo Crédito Móvel. * Instalada uma linha regular de transporte rodoviário para as cidades de Angical, Vila
de São Desidério e Riachão das Neves. * Entregue ao tráfego o trecho da estrada de rodagem que liga esta cidade à de Angical.
Brumado - Criada a Fundação Educacional de Brumado, que irá dirigir o Ginásio General Nelson de Mello. * Inauguradas as Escolas Municipais Várzea de Areia, Várzea de Pedra e Cristalândia, no distrito de Cristalândia, e Povoado de Recife, Cavalhada, Lagoa das Cacimbas, Povoado de Esconso, Vila de !taquara e Vila Presidente Vargas, no distrito de Brumado . * Inaugurados um pequeno balneário, construído pela Prefeitura
local e a pavimentação a asfalto da rodovia BA-121, no trecho de Cachoeira-Santo Amaro.
Canavieiras - Inaugurado o Serviço de Vigilância Noturna.
Camaçari - Concluída a variante que liga esta cidade ao asfalto da BA-6.
Carinhanha - Inaugurado o prédio destinado ao Grupo Escolar.
Casa Nova - Concluído o calçamento da Praça da Bandeira e da rua Cândido Dantas.
Castro Alves - Inaugurado o cemitério de Betim, sétimo distrito do Município.
Catu - Inaugurados uma ponte na Fazenda Paraíba, a Praça da Igreja, um templo católico e o fornecimento de energia, no distrito de Pau-Lavrado.
Conceição do Almeida - Fundada a Cooperativa de Crédito Agrícola. * Inaugurada uma Agência do Banco de Fomento do Estado da Bahia.
Feira de Santana - Instalada uma Agência do Banco do Estado.
lbicaraí - Criado o Ginásio Municipal, pelo Centro Municipal de Educação.
llhéus - Inaugurada a praça São João.
lpirá - Inaugurada pelo Govêrno Municipal uma Escola na vila de Pintadas e instalados Cursos Supletivos no povado Malhador, na Fazenda Caiçarinha e na Sede Municipal.
lrecê - Inaugurado o serviço de iluminação pública e domiciliar da vila de Ibititá.
ltambé - Inaugurada uma ponte sôbre o rio Piabanha .
ltaparica - Criada a Associação Cultural 15 de Outubro, que manterá o Ginásio Prof.a Maria José Osório Pimentel.
ltapetin(i,a - Em circulação o jornal "O Itapetinguense". * Fundada a Sociedade Filarmônica Itapetinguense.
]equié - Inaugurados a pavimentação
e o ajardinamento da Praça General Juracy Magalhães no distrito de Aiquara. * Inaugurada a Agência do Banco do Fomento do Estado da Bahia S/ A. * Inaugurada a Biblioteca Adelaide Rodrigues Lima. * Visando a formação de um grupo de municípios da bacia do Rio das Contas, reuniram-se nesta cidade os prefeitos de Ubaitaba, Maraú, !tagiba, Ipiaú e Jequié, sendo estudados problemas comuns da zona, objetivando o desenvolvimento da região.
Mara(i,o(!,ipe - Inaugurados vários melhoramentos na praça Plínio Pereira Guedes.
Mata de São João- Inaugurada a Vila Dantas Júnior.
VIDA MUNICIPAL :;{
Miguel Calmon- Inaugurado o serviço de Rádio da Polícia Militar.
Mundo Nôvo - Realizada a VII Exposição de Pecuária Regional.
Nazaré - Instalada nova unidade para produção de glicerina, montada pela Cia. Fabril de Nazaré S. A. * Instalado na Prefeitura Municipal um serviço Rádio Telegráfico, propriedade do Govêrno Estadual. * Inaugurada a rodovia Nazaré-Santo Antônio de Jesus.
Nilo Peçanha - Beneficiados os pequenos lavradores dêste Município pelos empréstimos concedidos pela Unidade Móvel de Crédito Rural do Banco do Brasil S. A.
Palmas de Monte Alto - Concluído o assentamento de meios-fios na praça Rio Branco, e na rua Pereira de Barros.
Paramirim - Inaugurado o Serviço de Abastecimento d'água.
Paulo Afonso - Instalado o matadouro Municipal. * Inaugurado o Cinema São Francisco. * Em funcionamento o Serviço de Energia Elétrica do Município.
Riacho de Santana - Inaugurado um Pôsto Médico Estadual.
SALVADOR - Inaugurado pelo Comando da VI Região Militar o monumento aos heróis de Canudos, situado ao lado do Forte de São Pedro. * Realizado o I Encontro dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Estado da Bahia. * Reaberta a Maternidade Nita Costa. * Com a participação de vários Municípios do interior, foi realizada a I Conferência de Associações Comerciais. * Realizada a Conferência do Cacau. * Instalada a Escola de Sociologia e Política da Bahia. * Inaugurada a pavimentaç.ão asfáltica da rua Pero Vaz, na zona da Liberdade. * Realizado o VII Congresso Nacional de Ferroviários.
Santa Cruz Cabrália - Instalada a estação de Rádio da Polícia Militar.
Santa Inês - Inaugurada a agência do Instituto Brasileiro de Café.
Santa Maria da Vitória - Inaugurados a Agência do Banco do Fomento do Estado da Bahia S . A . , e a Escola Comercial Santa Maria da Vitória. * Instalada uma Beneficiadora de Algodão.
Santo Antônio de Jesus - Inaugurado um pôsto lactário em Vila de Fátima.
Santo Estêvão - Instalada a Comissão Central Coordenadora de Medidas Contra as Sêcas, de âmbito Municipal. * Inaugurada uma linha de comunicações ligando esta cidade à de Feira de Santana. * Realizada
a 2.a Exposição Agropecuária de 1961, promovida pela Associação Rural, em colaboração com a Secretaria de Agricultura do Estado. * Inaugurada, pelo Expresso Pioneiro, a linha diária entre esta cidade e a capital do Estado.
São Francisco do Conde - Inaugurado o Mercado Público local.
São Gonçalo dos Campos - Instalado o Clube das Mães, para prestar assistência às mães pobres.
São Sebastião do Passé - Realizado o calçamento das ruas Lauro Freitas, praça Rui Barbosa, e travessa Lauro Freitas, no distrito de Jacuípe.
Seabra - Instalada a Agência do Banco de Fomento do Estado da Bahia.
Tucano - Inaugurada a Agência do Banco de Fomento do Estado da Bahia.
Urandi - Em funcionamento a usina de beneficiamento de algodão, do Fomento Agrícola, iniciada há vários anos.
U ruçuca - Fundada a Associação dos Mestres e Pais.
Vitória da Conquista Instalado o Pôsto do INIC (Instituto Nacional de Imigração e Colonização) . * Inaugurada a Agência do Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais S . A .
Xique-Xique - Inaugurada uma Agên
cia do Banco de Fomento do Estado da Bahia S A.
MINAS GERAIS
Alienas - Realizada a VIII Exposição Agropecuária e Industrial.
Alpinópolis - Inaugurada a Rodovia Furnas - Alpinópolis.
Andrelândia - Inaugurado o Seminário de São Francisco de Assis .
Bias Fortes - Instalado o Pôsto de Vigilância e Defesa Sanitária Animal, do Ministério da Agricultura.
Bom Despacho - Inaugurado o serviço interurbano local.
Carmo da Mata Instalado o Pôsto de Saúde Dr. Nelson Ferreira Leite. * Concluída a construção da ponte sôbre o Ribeirão de Bom Jesus, na rodovia Carmo da Mata-Itapecerica .
Comendador Gomes - Inaugurada uma linha de ônibus entre Fruta! e Comendador Gomes.
Diamantina - Instalado no Bairro das Casas Populares, um Grupo Escolar construído pela CNEA .
52 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
Guaxupé - Criado, pelo Instituto Brasileiro de Café, o pôsto de Serviço do IBC .
* Realizado um Seminário sôbre Orientação Educacional, patrocinado pela CADES.
Juiz de Fora - Realizada a XXII Exposição Feira Agropecuária e Industrial. * Inauguradas as novas instalações do Banco da Lavoura de Minas Gerais S A., e da Fábrica "Facit", de máquinas de somar, cal
cular e escrever. * Realizado o I Seminário de Estudos Municipais.
Lassance - Inaugurado o Pôsto de So
corro, da firma Ernane e Vitor. Lima Duarte - Fundada a Ação Social
Paroquial
Mar de Espanha - Instalada uma Biblioteca Pública.
Matozinhos - Inaugurado, pela Transmaco, o serviço automático de telefone urbano.
Matutina - Em funcionamento o nôvo serviço de abastecimento d'água à população da cidade.
Nôvo Cruzeiro - Emancipado o po
voado "Três Barras", distrito de ltaipé, o qual passou a ser denominado Catugi (vila) .
Ouro Branco - Inaugurada a 48.a Circunscrição Agrícola do Ministério da Agricultura.
Passos - Inaugurada uma filial das Casas Buri, do comércio de tecidos finos .
Patos de Minas - Entregue ao público o Rosa-Hotel, da firma M. Garcia Melhoramentos S.A.
Patrocínio - Fundadas a nova Associação Comercial e a Cooperativa Agropecuária
de Patrocínio Ltda. * Fundada a Secção Regional de Medicina de Patrocínio, filiada
à Associação Médica de Minas Gerais .
Pedro Leopoldo - Inauguradas as instalações de energia elétrica nas ruas Comeudador Antônio Alves e Dr. Herbster. * Co
memorando o aniversário da cidade, foi inaugurado o Serviço Telefônico Urbano, pela Companhia Telefônica Pedro Leopoldo.
Pequeti - Instalado o Pôsto Médico local.
Porteitinha - Inaugurada uma ponte
sôbre o Rio Mosquito, na Rodovia Montes Claros - Espinosa.
Prata - Concluída a pavimentaç.ão da Rua Orozimbo Costa.
Rio Pomba - Inaugurada a Agência
local do Banco do Brasil S . A .
Rio Prêto - Inaugurada a Agência da
Caixa Econômica Estadual.
Sete Lagoas - Fundado o Clube Náu
tico de Sete Lagoas . Silvianópolis - Comemorado o 50.0 ani
versário da emancipação dêste Município.
Uberaba Inaugurado o Aeroporto local.
Varginha - Instalada a fecularia "Nha Chica", destinada ao aproveitamento indus
trial da mandioca. * Construída a Capela da Vargem, no bairro do mesmo nome .
V espasiano - Inaugurado o serviço de alto-falante.
ESPÍRITO SANTO
Cariacica - Inaugurada em Alto Lage uma fábrica de oxigênio da firma "S. A. White Martins".
Castelo - Inaugurado pela Prefeitura Municipal, um trecho de estrada rodoviária ligando as localidades Alto Caxixe-Rodovia BR-21.
Colatina - Realizado o IV Congresso Médico Estadual. ':' Inaugurada a biblioteca do Colégio Estadual.
Ecoporanga - Inaugurados, o nôvo edi
fício sede da Municipalidade e uma linha de Taxi Aéreo entre esta cidade e a capital do Estado.
Linhares - Instalada uma linha rodoviária regular de transporte coletivo entre esta cidade e a Povoação do Rio Doce .
Santa Leopoldina - Inaugurados os serviços de luz e energia elétrica de Rio Bonito.
Vila Velha - Inaugurado, no Núcleo Residencial Alda Santos Neves, um grupo
de casas destinadas aos subofíciais da Polícia Militar do Estado .
VITóRIA - Inaugurada a Televisão Vitória, Canal 4 . * Realizado o Primeiro Congresso Odontológico do Espírito Santo.
RIO DE JANEIRO
Angra dos Reis - Lançado ao mar, pela Verolme - Estaleiros Reunidos do Brasil S. A., o navio misto "Henrique Lage" de 10 500 toneladas.
Bom Jesus do Itabapoana - Realizada a Exposição Agropecuária e Industrial.
Cabo Frio - Inaugurada a Rádio Cabo Frio.
Cambuci - Terminado o calçamento da rua Vicente Belo .
Campos - Instalado o Entreposto da Comissão Estadual para o Comércio e Indus
trialização do Leite. * Realizada a VII Exposição Agropecuária e Industrial do Norte Fluminense.
VIDA MUNICIPAL 53
Carmo - Inaugurada pela emprêsa de
transportes Citran Ltda. uma linha de ônibus ligando aquela cidade ao Estado da Gua
nabara.
Conceição de Macabu - Criada a Es
cola Normal "Imaculada Conceição", anexa ao ginásio Macabuense, da Campanha Na
cional de Educandários Gratuitos.
Engenheizo Paulo de Frontin - Inau
gurada uma fonte de água mineral magne
siana, na localidade de Palmeiras da Serra, neste município.
I.tabotaÍ - Inauguradas as extensões das
rêdes de luz e fôrça para São José e Caruzu,
no 6.0 distrito de Cabuçu, nesta sede.
Itaocara - Inagurados o serviço de melhoramento da iluminação pública e a
praça de Esportes na Avenida Beira Rio.
Magé - Instalada uma Agência do Banco Agrícola de Canta galo S. A. * Inaugurados serviços de altofalantes na sede muni
cipal. * Inaugurado o serviço de energia elétrica pública e particular na sede do dis
trito de Guapimirim.
Maricá- Inaugurada a sede própria da Associação Rural local, e realizada a Exposi
ção de Produtos Agrícolas do Município.
Mendes - Instalada a iluminação pública de Cinco Lagos, na zona rural do Município.
Miguel Pereira - Inaugurados os serviços de assistência médica do Hospital Miguel
Pereira. * Inaugurados uma escola Municipal na Praça da Ponte, um mural entre a
rua Aurea Pinheiro e o leito da E. F. C. B.
* Instalada uma Agência do Banco da Lavoura de Minas Gerais S A.
Nilópolis - Inauguradas a Maternidade que funcionará anexo ao Pronto Socorro local e uma Cooperativa de Consumo.
NITERÓI - Inaugurada a filial do
Banco Português do Brasil S. A. * Cons
truída estrada do Viradouro-1 ta i pu. * Instalada a "11 Conferência Estadual de Lavra
dores e Trabalhadores Agrícolas do Estado do Rio". * Inaugurado o "XVII Salão Fluminense de Belas Artes", na Escola Fluminense de Belas Artes .
Pataíba do Sul - Inaugurado um Pôsto de Aposentadoria e Pensões dos Industriá
rios. * Instalado, na Vila Salutaris, um Subpôsto de Saúde.
Petrópolis - Instalado um Grupo Esco,lar pré-fabricado na localidade de ltaipava.
Rio Claro - Concluído o calçamento da Rua Nova.
Resende - Iniciada a fabricação de anilinas pela Sociedade Indústrias Químicas de Resende S. A.
São Fidélis - Instalada a sede da Agência do Banco do Estado do Rio de Janeiro S.A.
Três Rios - Inaugurada a ponte de Cachoeira sôbre o Rio Prêto, ligando os municípios de Três Rios e Petrópolis.
Vassouras - Comemorado o cinqüen
tenário de fundação da cidade.
Volta Redonda - Instalada em sede própria, a Coletoria Estadual.
SÃO PAULO
Adamantina - Construído um armazém com capacidade de cinco mil toneladas, cons
truído pela Companhia de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo.
Agudos - Inaugurada a Casa da Lavoura.
Amparo - Inaugurado o edifício do
Forum. * Em construç.ão 3 novos Grupos
Escolares. * Instalado um escritório-residência do Departamento de Estrada de Rodagem
Analândia - Reformada a cadeia.
Andradina - Fundada a Cooperativa de Consumo Popular.
Aparecida - Instalada uma agência da Caixa Econômica Estadual.
Araraquara - Realizado o Congresso
Rural. * Fundada a Cooperativa Agrícola Mista dos Associados da Associação Agropecuária da Zona Araraquara.
Barretos - Concluídos os silos e armazéns construídos pela Cia . de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo.
Baninha - Inaugurada a Casa da Lavoura.
Bauru- Realizada a 111 Festa da Sêda.
Bebedouro - Inaugurada a sede do Sin
dicato dos Ferroviários da Cia. Paulista.
Caçapava - Inaugurado o nôvo relógio
da Matriz de São João Batista.
Campinas - Inaugurado o Instituto de
Cardiologia da Irmandade de Misericórdia
da Santa Casa. * Instalado mais um pôsto da COAP.
Catanduva - Criada a Inspetoria Regional do Ensino Secundário e Normal.
Ctuzeiro - Realizada a I Exposição Agropecuária e Industrial.
Dois Córregos - Inaugurado o Palácio
da Justiça, obra do Plano de Ação do Go
vêrno Estadual. * Concluída a Casa da La-
REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICfPIOS
voura. * Reformados o Colégio Estadual e
a Escola Normal José Alves Mira. Femandópolis - Instalado o Rotary
Club
Flórida Paulista - Inaugurado o Grupo Escolar de Atlântico, distrito de Flórida Paulista.
Garça - Fundada a Associação dos Servidores Rurais.
Guaratinguetá - Inaugurados a rêde de esgotos de Vila Angelina, a instalação de telefones públicos em três bairros e um jatdim na praça de Santa Rita.
Itatiba - Realizada a li Festa da Uva
Itu - Realizada a festa de Nossa Se
nhora da Candelária, padroeira do Município. * Inaugurado o nôvo prédio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras "Nossa Senhora do Patrocínio".
]acupiranga - Adquirida, pela Prefei
tma Municipal, uma motoniveladora para constt ução e conservação de estradas municipais.
José Bonifácio - Inauguradas as novas instalações da Prefeitura Municipal.
Lençóis Paulista - Fundada a Cooperativa de Consumo do Município. * Inaugurado o serviço de abastecimento d'água.
* Lançada a pedra fundamental do Forum.
Limeira - Inaugurada uma escola rural
no bairro do Tatu. * Instalado um serviço dP Pt onto Socorro.
Macatuba - Reformado o prédio da
P1 e feitura Municipal. * Iniciada a construção da Santa Casa
N handeiara - Iniciada a construção da
nova sede social do Nhandeara Esporte Clube.
Orlândia - Instalada a Caixa Econômica Federal do Município
Pedregulho - Em construção a nova rêd"' de esgotos do Município. * Inaugurada uma ponte na sede municipal.
Piracicaba - Realizado o I Seminário
de Reforma do Ensino Agronômico . * Criado o Museu Municipal. * Inaugurada a rêde elétrica nos bairros de Volta Grande e Monjolinho.
Piratininga Inauguradas treze lumi-nárias a vapor de mercúrio, na rua José Lisboa Júnior.
Presidente Venceslau - Fundada a Associação dos Trabalhadores Rurais.
. Santa Bárbara d'Oeste - Inaugurado o Salão Paroquial.
Santa Cruz da Conceição - Inaugurada
uma agência da Caixa Econômica Estadual de São Paulo.
Santo André - Firmado nôvo Convênio sôbre Merenda Escolar entre a Prefeitura e
a Campanha Nacional de Merenda Escolar
do Ministério da Educação e Cultura. ~'
Concluída a Unidade de Recuperação de En
xôfre, da firma Indústria Brasileira de Enxôfre S.A.
Santos - Inaugurado o Museu João Ramalho, em Bertioga
São Bento de Sapucaí - Inaugurada
uma agência da Caixa Econômica Estadual São Caetano do Sul - Inauguradas as
novas instalações da Câmara Municipal.
São Carlos - Em circulação o semanário "A Fôlha".
São José do Rio Prêto - Concluídos os silos e armazéns construídos pela Cia. de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo
SÃO PAULO- REalizado o VIII Congresso Brasileiro de Cerâmica '~ Realizado o II Salão do Automóvel. ::: Construído o
Hospital do Servidor Público de São Paulo
* Construídos e inaugurados Grupos Escola
res em Vila Califórnia, Vila Paris, Cidade
Adernar, Vila Diva, Parque Pedreira, Parque
São Lucas, Vila Independência e Cidade Pa
triarca.
São Pedro - Inaugurada a Casa da Lavoura.
São Roque - Realizada a X Festa do
Vinho
São Sebastião - Inaugurado o serviço
telefônico São Sebastião-Ilha bela. * Concluído o Hospital Regional, obra do Plano de Ação do Govêrno Estadual
Sorocaba - Inaugurado o Laboratório de Línguas destinado ao ensino de inglês pelo
método de audição mecânica. * Inaugurados os dois reservatórios de Cerrado. * Iniciado o funcionamento do curso primário do Colégio Salesiano .
Suzana - Realizada a I Festa da Oliveira.
Taquaritinga - Criada a Associação Comercial e Industrial.
Taubaté - Realizada a I Exposição Industrial do Vale do Paraíba.
Tupã - Iniciada a construção da rodovia que ligará a sede municipal ao distrito
de Luziânia. * Inaugurada a sede social do Clube Marajoara .
V alinhos - Realizada a XIII Festa do Figo.
VIDA MUNICIPAL 55
Vinhedo - Realizada a XIII Festa da Uva.
PARANÁ
Arapongas - Inaugurada a feira livre. Araruva - Inaugurado o Hospital São
Francisco de Assis. * Instalado um depósito
da Cooperativa Agrícola de Mauá (Cal. Japonêsa) filial da Cooperativa Agrícola de Cotia.
Bituruna - Fundado o Cine Azul.
Castro - Inaugurada a Agência local do Banco do Brasil S . A .
Cornélio Procópio - Criado o Centro Educacional de Cornélio Procópio que con
gregará todos os setores relacionados com o ensino primário municipal
Itaguajé - Instalada em Santo Inácio uma indústria de Bebidas e Refrigerantes.
]acarezinho - Inaugurada a nova sede do Banco Mercantil e Industrial do Paraná S.A.
Londrina - Inauguradas a Rádio Cruzeiro do Sul e uma escola para alfabetização de prêsos, instalada na 13 a Delegacia Re
gional de Polícia. * Inaugurada a nova Igreja Matriz dedicada a N.a s.a da Con ceição. ~' Instalada pela CADES (Campa
nha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário) um curso de orientação para exames de suficiência.
Maringá - Inauguradas as novas instalações de "O Jornal"
Pato Btanco - Inaugurada a ponte sóbre o rio Santana, na estrada Bom Sucesso
Francisco Beltrão, na localidade denominada Rancho Alegre. * Inaugurado um grupo Escolar na localidade de Pinhal.
Peabiw - Inaugurado o Cine São Luiz
Ponta Grossa - Entregue ao tráfego a estrada asfaltada entre Ponta Grossa e Curitiba (trecho da Rodovia do Café, que ligará Paranaguá a Paranavaí) .
Santa Isabel do lvaÍ - Instalada a Coletoria Federal.
União da Vitória- Fundada a Coopera
tiva Mista de Pôrto Vitória. * Fundada a Cooperativa Agrícola Amazonas Ltda.
SANTA CATARINA
Agua Doce - Pavimentada a €Strada que liga Vista Alegre à Santa Catarina, e Água Doce a Paiol de Telhas, numa extensão de 28 km.
Blumenau - Fundado o jornal "Ronda".
Caçador - Criada a Escola Irmão Guido Gabriel localizada em Cachoeira.
Canoinhas - Realizado o V Festival do Mate.
FLORIANÓPOLIS - Inaugurada no
subdistrito do Estreito a Escola do Continente, que ministrará aulas de datilografia,
taquigrafia, pré-ginasial, além de aulas para concursos.
Herval D'Oeste - Pavimentada a es
trada que liga Serra Alta à Barra Verde, numa extensão de 11 km, e a que liga Sarartdi à localidade de Barreiros, numa exten
são de 17 km. * Realizada a bênção dos novos sinos da Igreja Matriz Senhor Bom
Jesus.
Itapitanga - Alargada a estrada esta
dual que liga esta cidade a Mondaí, na altura
da linha Chapéu. * Iniciada a construção de uma rêde interna para distribuição de energia elétrica na localidade de Tunas. * Inaugurada a ponte construída sôbre o arroio
Dourado, na localidade de Hervalzinho
]aguaruna- Em funcionamento o Hospital Municipal.
]oaçaba- Criada uma Guarda Noturna Particular .
Laguna - Fundada a Associação dos Conferentes e Consertadores de Carga e Des
carga nos Portos de Laguna e Imbituba.
* Fundada a Associação Lar da Criança
Abandonada. * Instalado o serviço de combate à verminose.
Mondaí - Concluída a rêde interna para a distribuição de energia elétrica, na
sede distrital de Itaporã. * Concluída a construção da linha telefônica para a locali
dade de Boa Esperança, no distrito de Iporã, neste Município.
Ponte Serrada - Pavimentada a estrada
que parte de Bela Vista à localidade de
Guabiroba, numa extensão de 13 km, e a
de Chapecozinho à Bela Vista, numa exten
são de 6 km.
Tubarão - Concluído o chafariz da Praça Centenário.
RIO GRANDE DO SUL
Arroio Grande - Realizadas no parque
de exposições da Associação Rural a 13.a
Exposição Regional e a 20.a Exposição-Feira.
Bagé - Inaugurados o nôvo prédio do
Instituto de Menores, e o da 49.a Exposição
.56 REVISTA BRASILEIRA DOS l\IUNICíPIOS
de Animais e Produtos Derivados. * Inau
gurada a Usina Termelétrica de Candiota.
Caçapava do Sul - Realizada a XVIII
Exposição Agropecuária do Município.
Cachoeira do Sul - Inaugurada uma
Agência da Caixa Econômica Estadual.
Camaquã - Realizado o primeiro Re
mate-Feira da Pecuária local. Campo Bom - Realizada a primeira
Festa Nacional do Calçado.
Cangussu - Inaugurada a Escola Rural
de Remanso, no 1.0 Subdistrito de Cangussu.
Casca - Realizadas concentrações da
Campanha de Produtividade Agrícola.
Caxias do Sul - Inaugurada a Igreja
da Imaculada Conceição no Bairro do Rio
Branco * Inaugurada uma ponte sôbre o
rio da Mulata
Chapada - Lançado, pela municipali
dade, um sistema de empréstimo, visando
dotar a cidade de fôrça e luz. * Inaugurada
uma ponte sôbre o rio Várzea. * Terminada
a construção da Igreja Evangélica Luterana.
Encantado - Instalada a Pretoria desta
Comarca.
Enetuzilhada do Sul - Inaugurada a
hidráulica estadual nesta cidade.
Fredet ico W estphalen - Instalado o
Escritório do Banco do Rio Grande do Sul.
* Instaladas as Paróquias de São Roque, na
vila de Taquarassu, e a de Santa Teresinha,
na vila de Palmitinhos. * Entregue ao pú
blico a Praça da Matriz, recentemente concluída.
Guaporé - Construídos 5 prédios de
duas residências no bairro do Pinheirinho,
entreguEs a 10 famílias pobres
Iraí - Fundado o Conselho Municipal
de Turismo. * Concluídas mais 12 escolas
municipais, em convênio com o Govêrno Es
tadual e localizadas em diversos distritos desta sede.
Itaqui - Inaugurado o nôvo prédio do Pôsto de Saúde.
Júlio de Castilhos - Inauguradas as
novas instalações da Estação Rodoviária. * Com novas instalações e aparelhagem, entrou
em funcionamento a Rádio Júlio de Casti
lhos - ZYU-20.
Lagoa Vermelha - Alterados e amplia
dos, em virtude do decreto n.0 150, de 18
de maio de 1938, os limites urbanos desta cidade.
Lajeado - Fundada a Associacão Lajeadense de Assistência Social (ALAS), vi
sando à fundação de um patronato.
Não-Me-Toque - Construídas 13 esco
las pelo Plano de Expansão e Descentrali
zação do Ensino Primário.
Osório - Inaugurados o serviço tele
fônico local, pela Cooperativa Telefônica
Osoriense Ltda. e o Cine-Teatro Humaitá.
* Realizada no distrito de terra de Areia,
a primeira Festa do Abacaxi.
Pelotas ~ Inaugurada a Agência da
Caixa Econômica Estadual. ··· Fundado o
Lions Clube Pelotas-Norte * Ralizada a
reunião dos ruralistas da Zona Sul do Es
tado. ':' Realizada a I Festa do Pêssego.
PÔRTO ALEGRE - Inaugurada a
Casa de Saúde Nossa Senhora da Conceição
* Em funcionamento a Estação de Recalque
do bairro Nonoai.
Rio Gtande - Inaugurada a Agência
da Caixa Econômica Estadual
Rio Pardo - Inaugurada a variante
ferroviária entre a estação Ramiz Galvão e
a estação Barreto.
Rolante - Inaugurados a hidráulica
local e o prédio destinado ao Grupo Escolar
Frei Miguelinho.
Santa Cruz do Sul - Inaugurado o
Super Mercado Excelsior. * Inaugurada a
XIII Exposição Avícola, promovida pela So
ciedade Avícola de Santa Cruz.
Santa Maria - Transformada a Escola
Olavo Bilac em Instituto de Educaç,ão.
Santo Ângelo - Inaugurada a escola
Santos Dumont de ensino primário * Inaugurado o prédio destinado à Escola Muni
cipal Caramuru, na localidade de São João,
distrito de São Miguel. * Inaugurados os prédios destinados à escola primária Re
gente Feijó, em Santa Cruz, distrito de Ca
ruípe, e à escola Marcílio Dias, no distrito de São Miguel.
São Jerônimo - Realizada uma expo
sição de uvas, fumo e erva-mate.
São Sebastião do Caí - Inauguradas
as instalações da Exatoria Estadual.
Sarandi - Inauguradas escolas muni
cipais em convênio com o SEDEP nas Se
ções da Cachoeira Branca e Tateto, distrito
de Rondinha, e na Secção de Vista Alegre,
Fazenda Caturete, distrito da sede.
Soledade - Inaugurada agência do Ban
co do Brasil S .A.
Tapejara - Inaugurado o serviço tele
fônico que liga os povoados de Rio do Peixe,
VIDA. MUNICIPAL !>7
Colônia Nova, Engenho Grande e Rio Car
reteiro à sede municipal. Tapes - Inaugurada a usina termelé
trica de Vila Cerro Grande Taquara - Iniciado o fornecimento da
sopa escolar nas escolas municipais. Taquari - Reiniciou sua circulaç.ão o
jornal "O Taquaryense". * Inaugurada a hidráulica local. ':' Fundado o Hospital de Tabaí
Três de Maio - Inaugurada uma ponte sôbre o Rio lnhangá.
Três Passos - Criado o distrito administrativo do Alto Erva! Nôvo.
Tupanciretã - Realizada a XI Expo
sição Regional de Produtos Agropecuários.
MATO GROSSO
CUIABÁ - Criados, pelo Govêrno do Estado, o Instituto de Previdência dos Ser
vidores do Estado de Mato Grosso . Rio Verde de Mato Grosso - Fundada
a Cooperativa de Carne de Rio Verde Limitada.
GOIÁS
Campos Belos - Inaugurado o Sub
pôsto de Saúde do SESP. Catalão - Instalada uma agência do
Banco do Estado de Goiás .
Corumbá de Goiás - Concluídos os ser
viços de abertura da estrada Municipal, trecho BR-14, à Fazenda Sardinha.
GOIÂNIA - Fundada a Companhia
Agrícola do Estado de Goiás ( CAERGO),
cuja finalidade é o fomento à produção e
ao d-esenvolvimento da política agrária no
Estado. * Inaugurado o "Teatro de Emergência de Goiânia". ,;, Inaugurado o Hospital
das Clínicas. laciara - Concluída a terraplanagem
da rodovia que, passando pelo vale do rio Panã, liga esta sede à estrada Federal
Ouvidor - Inaugurada a usina hidrelé
trica, construída pela Prefeitura.
Rubiataba - Instalada uma indústria de torrefação e moagem de café.
Trindade - Inaugurada a Igreja de
Santa Luzia.
S !TU AÇÃO DO ENSINO MÉDIO - O número total dos estabeleci
mentos que, no ano passado, ministraram o ensino médio elevava-se a 4135, sendo mais da metade (67%) mantidos por entidades particula-
res, enquanto que o Estado, por suas esferas estadual, federal e municipal, era responsável respectivamente por 26%, 4% e 3% da totalidade dos órgãos que, no País se encarregavam da educação em grau intermédio. Éstes dados foram apurados pelo Serviço de Estatística da Educação e Cultura e revelam, ainda, que as escolas mencionadas abrigam um discipulado da ordem de 1,3 milhão de estudantes, atingindo o corpo docente a casa dos 102,4 mil professôres aproximadamente. Mais da metade do efetivo estudantil (52%) se concentra nos Estados de São Paulo, Guanabara e Minas Gerais, absorvendo 49,6% dos mestres em atividade .
As cifras referentes aos dois últimos anos demonstram que o valor global de 1961 representa um acréscimo de mais 131 mil alunos nos principais cursos médios (agrícola, comercial, industrial, normal e secundário) . Dês te grupo, sobressaía, por seu quantitativo, o curso secundário, responsável por 74% da matrícula total. No decênio 1952/61, a massa estudantil do ensino médio teve sua matrícula mais que duplicada, evoluindo de 618,0 mil alunos para 1,3 mil no último ano do período.
Apesar do ritmo de sua evolução, o confronto déstes totais com os do primário revelam que para cada grupo de cem alunos do curso primário existem apenas 16 no ensino médio, o que indica, grosso modo, o número de jovens que deixaram os bancos escolares ao terminarem o primeiro estágio de sua vida estudantil. Em relação aos dois ciclos em que se divide o ensino médio, de cada cem alunos que cursam o primeiro, sàmente 30 prosseguem nas escolas, cursando o segundo ciclo.
Informação internacional
O MUNICÍPIO NOS EST'ADOS UNIDOS
O PRESENTE trabalho, preparado pelo Serviço de Imprensa e Rádio em Língua Portuguêsta da Organização
dos Estados Americanos, representa, pela massa de informações que ofe1ece, apreciável contribuição para o estudo da estrutura e funcionamento das unidades municipais existentes nos Estados Unidos.
CURIOSIDADES DOS MUNICÍPIOS AMERICANOS
I
D EVIDO à intrincada divisão e subdivisão
administrativa dos seus Municípios, não
há país que apresente um número tão grande de governos municipais como os Estados
Unidos, pois que o seu total vai muito além do número astronômico de 150 000, embora o país seja em área mais ou menos do mesmo tamanho do Brasil. E não se pense que isso
se deva ao seu extraordinário desenvolvimento, pois que, embora a maior parte das funções desempenhadas por essas unidades
municipais seja realmente essencial, grande parte delas é executada em duplicata.
As funções e serviços públicos que, no Brasil, são levados a efeito pelos Municípios propriamente ditos, se espalham nos Estados
Unidos por numerosas entidades municipalistas, dispondo dos mais curiosos nomes,
entranhando-se umas nas outras, disputando atribuições e criando conflitos de jurisdição que vêm sendo, há longo tempo, motivo de
preocupação entre os estadistas e a opinião
esclarecida do país. Como se verá mais adiante, essa estranha anomalia, num país que prima pela sua excelente organização,
se deve ao profundo respeito que ali se vota
às tradições democráticas de seu povo.
Os governos municipais surgiram quando os primeiros colonizadores pisaram terras do
Nôvo Mundo e procuraram resolver democràticamente seus problemas comunitários por meio de reuniões públicas em que to
masse parte a maioria da população, nos seus históricos "town meetings". As treze colônias americanas, isoladas umas das outras e
funcionando independentemente, criaram as mais variadas formas de governos locais que,
por vontade do povo, foram mantidas depois de proclamada a independência do país,
quando tais colônias foram transformadas em Estados. Mais tarde, com a ex
pansão do país para o Oeste e a criação de
outros Estados, novas formas de governos locais foram surgindo, aumentando ainda mais a complexidade do problema.
A Balbúrdia Municipalista
N A organização norte-americana dos governos locais aquilo que mais se apro
xima dos nossos Municípios é o county ou
condado. A palavra county foi trazida da Inglaterra e da Irlanda do Norte, cujos Municípios eram outrora dirigidos por condes
ou counts. Para se ter, logo de início, uma idéia da grande confusão reinante neste setor
da vida administrativa dos Estados Unidos, a palavra county significa não somente Mu
nicípio, mas igualmente o habitante dos mesmos, principalmente na Inglaterra. No Estado de Louisiana os counties se transfor
mam em parishes ou paróquias. Na região
denominada Nova Inglaterra, composta de seis Estados, a forma de govêrno municipal predominante é a chamada town.
É preciso não confundir town, govêrno
local, com town, pequena cidade rural, embora ambas estejam intimamente ligadas
entre si. Além das towns e dos counties existem em certos Estados uma outra entidade municipal que se chama township.
Para completar a confusão, a palavra city, conhecida universalmente como cidade, significa igualmente o govêrno da cidade, constituindo, portanto, mais uma denomina-
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL 59
ção dos governos locais . Além das cities poder-se-iam ainda acrescentar os distritos especiais (special districts). Embora os distritos especiais raramente sejam mencionados, êles excedem em número a tôdas as demais unidades e suas características são tão complicadas que fogem ao entendimento
até mesmo dos mais versados cidadãos do país, conforme explicaremos adiante.
Para agravar ainda mais a situação, exis
tem 34 cidades independentes, sendo 32 no Estado de Virgínia, uma no de Maryland e
uma no Missouri, isto é, cidades que não estão submetidas a nenhum govêrno muni
cipal. Além disso, cidades há maiores do que os Municípios, como New York (que
se estende por cinco
Filadélfia, Baltimore, Louis, Nova Orleans
Municípios), Boston,
São Francisco, São
e Denver
Govêrno Municipal
COMECEMOS o nosso estudo pelos gover
nos municipais propriamente ditos, ou
sejam os counties. Tal como no Brasil, os counties são a
unidade política que vem logo abaixo dos Estados. Todos os Estados da União americana são divididos em counties, com exceção do Estado de Louisiana, no qual, como,
dissemos, os Municípios se chamam pa1ishes ou paróquias. Existem cêrca de 3 100 Municípios nos Estados Unidos, variando em número de três no Estado de Delaware a cêrca
de 250 no Estado do Texas. O Município
americano tem em média uma extensão de 2 500 quilômetros quadrados com uma popu
lação de 40 000 habitantes. Base jurídica dos Municípios - A base
jurídica dos Municípios provém das consti
tuições dos Estados a que pertencem, as quais não só especificam 0 número de Municípios, como muitas vêzes estipulam os limi
tes exatos de cada um, embora isso não seja regra geral. Geralmente, os Municípios são criados pelas Assembléias Legislativas dos Estados em leis ordinárias, leis essas sujeitas,
todavia, às limitações constitucionais, as quais muitas vêzes exigem a aprovação da popu
lação local, por meio de plebiscito. No tocante à superfície, os Municípios
norte-americanos devem sua área e forma às deficiências dos meios de transporte de outrora, quando as distâncias eram ainda ven
cidas em lombo de cavalos. A distância que podia ser vencida diàriamente por um cavaleiro era, antigamente, de cêrca de 35 qui
lômetros, das fazendas para as sedes dos
Municípios e vice-versa. Foi essa a medida que serviu de base· para o estabelecimento da superfície dos governos locais. Hoje, em plena era do automóvel e das superestradas, os Municípios são considerados extremamente pequenos, tendo-se em conta o custo
da manutenção das prefeituras. Contudo, todos os esforços para a fusão de vários
Municípios têm esbarrado na mais enérgica recusa por parte dos munícipes.
11
Caráter fundamental dos Municípios -
Ao contrário das características administrativas da União e dos Estados Americanos,
que são mais ou menos as mesmas do Brasil, com os seus poderes executivo, legislativo e judiciário perfeitamente definidos e sepa
rados entre si, a tendência geral americana
é, no tocante aos Municípios, a de entrosar e entreligar as funções, em vez de separá-las
Nos Municípios brasileiros o poder legislativo é representado pelas câmaras de verea
dores ou conselhos municipais e o poder
executivo pelas prefeituras, sem que haja conflito de jurisdição. Isso todavia não se dá aqui. É bem verdade que alguns Muni
cípios contratam gerentes-técnicos para assisti-los, assumindo êstes as funções adminis
trativas e executivas, coisa que poderia set imitada no Brasil com grande êxito, pois que em sua grande maioria os prefeitos dos Muni
cípios brasileiros estão longe de ser técnicos em matéria de administração municipal. Existem nesses Municípios conselhos, comis
sariados ou juntas, cujos membros são eleitos com o fim precípuo de controlar a ação dos
citados gerentes . No tocante às funções que cabem aos
Municípios, não obstante variarem de Estado
para Estado, elas são mais ou menos as mesmas dos Municípios brasileiros, acrescidas da execução da justiça estadua~, da administração do ensino, da arrecadação de
parte dos impostos e da organização e realização das eleições .
juntas Municipais - Com raras exceções, todos os Município! americanos funcionam sob a direção geral de juntas, co
missários ou supervisores eleitos pelo povo. Essas juntas são em geral pequenas entida
des compostas de três a sete membros, eleitos diretamente pelo Município ou por seus vários distritos. Em alguns Estados do Sul, essas funções são desempenhadas ex officio por magistrados ou por altos funcionários
municipais .
60 REVISTA BRASILEIRA DOS 'MUNICiPIOS
Fisionomia típica de uma pequena cidade notte-americaua
A maior curiosidade é que, nos Municípios dirigidos por tais juntas, não existem prefeitos eleitos pelo povo, não obstante as juntas elegerem em alguns casos um presidente para a sua chefia. As suas reuniões duram de algumas horas a vários dias e se realizam mensalmente. No tocante às atribuições, essas juntas variam de Estado para Estado, po.is que algumas delas dispõem de mais poderes que outras. Em geral, pode-se, todavia, afirmar que elas têm limitado poder legislativo, certo poder executivo e uma considerável responsabilidade administrativa. Trata-se da mola real da administração municipal americana, pois que cabe a ela o financiamento e a coordenação de todos os setores do govêrno municipal. As suas atribuições legislativas são muito limitadas, pois que se restringem pràticamente ao lançamento de impostos, à estimativa das despesas e à aplic<~ção dos fundos públicos. No toe<~nte às suas funções executivas, ela dispÕ!! de certo poder de nomeação de funcionários de alta categoria e constitui a única autol'idade centralizadora nos Municípios.
Uma das curiosidades dos Municípios americanos é que, além das citadas juntas, alguns altos funcionários são igualmente eleitos diretamente pelo povo, em vez de serem nomeados por elas, - por prazos que vão de dois a quatro anos. Como êsses funcionários são eleitos pelo povo, se julgam com poderes suficientes para administrar sua repartição da maneira que entendem, desde que contem com a aprovação do eleitorado, criando, por conseguinte, sérios conflitos com
as juntas, quando estas discordam de seus atos
Entre êsses funcionários assim eleitos, cumpre citar a figura lendária dos Sherills, que tanta impressão antigamente causaram à juventude brasileira através dos filmes de "far-west", em que êsses heróis da tela maravilhavam pela rapidez no gatilho e precisão na pontaria. Mas os sherifis, outrora tão eficientes e úteis na luta contra os bandidos que infestavam os Estados Unidos na época da exploração do oeste do país, quando as incipientes cidades e vilas mal dispunham de recursos para manter uma polícia bem organizada, hoje em dia são elementos anacrônicos e inúteis, pois que os departamentos municipais de polícia, bem equipados e armados, dispcndo de técnicos experimentados, tornaram êsses heróis uma relíquia do passado Contudo, em numerosos Municípios do interi-or, principalmente nas zonas rurais, continuam os sheriiis a figurar em primeiro lugar entre as altas autoridades locais eleitas pelo povo.
Departamento do Bem-Estru· Social -Há duas dée<~das pouco se falava em serviço de bem-estar social nos Estados Unidos e eram raros os Municipios que os possuíam. Entretanto, depois da criação da previdência social, os departamentos de bem-estar social passaram a figurar entre os mais importantes nas comunas americanas e isso devia ser, por todos os títulos, imitado pelos Municípios brasileiros, como se verá a seguir.
A caridade nos Estados Unidos deixou de ser assunto de caráter individual para
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL 61
transformar-se em um problema a ser resol
vido pelas coletividades, principalmente os poderes públicos. Eis aí a razão por que raramente se vêem mendigos perambulando
pelas ruas das cidades americanas, oferecendo espetáculos constrangedores, como in
felizmente são vistos em outros países .
Existem nos Estados Unidos organiza
ções modelares, tais como a United Fund
Givers, o Exército de Salvação e outras que levam a efeito campanhas de coleta de fundos, roupas usadas, mobílias, etc., em todo o país, campanhas magnificamente organi
zadas e executadas, cujas arrecadações atin
gem a muitos milhões de dólares. Essas entidades se incumbem da distribuição dos
auxílios a numerosas instituições de caridade e assistência social.
Existem, além disso, numerosas fundações destinadas ao bem público e ao progresso social e cultural, cujos benefícios se
estendem a outros países, tais como Fundação Rockefeller, que tantos benefícios tem propiciado ao mundo, inclusive o Brasil.
Os Municípios americanos, não fugindo à regra, cuidam com carinho dos seus indigentes e mendigos, localizando-os nas ruas e nos seus domicílios, tudo fazendo para que os mesmos não estendam a mão à caridade pública, coisa que humilha os que pedem e constrange os que dão.. Destarte, os Departamentos de Bem-Estar Social constituem
um dos mais importantes serviços, dispondo de fichários completos dos indigentes e necessitados e de um perfeito contrôle.
Outros Departamentos Municipais
Tal como nos Municípios brasileiros, as comunas americanas dispõem de numerosos
departamentos ou diretorias (serviço de águas, esgotos, saúde pública, educação e ensino, polícia, bombeiros, arquivos, estatística, etc.) . Como dissemos acima, algumas
comunidades adotam o princípio de eleger juntas ou mesmo indivíduos para a direç.ão de certos departamentos, dando-lhes assim uma independência e autonomia que têm
criado constantemente casos e problemas, pois que não só procura cada departamento dirigir-se discricionàriamente, como se recusam a cooperar uns com os outros e a obedecer às juntas administrativas.
Unificação e coordenação - Essa falta
de coordenação e de unificação administra
tiva que caracteriza de maneira marcante os governos municipais dos Estados Unidos tem provocado ultimamente uma reação geral
em todo o país. Foi dêsse movimento que
surgiu a idéia de se nomearem gerentes-técnicos para as funções executivas e adminis
trativas das prefeituras . As funções dêsses técnicos correspondem às dos prefeitos municipais do Brasil. Não sendo todavia eleitos
diretamente pelo povo, êsses gerentes-técnicos trabalham sob o contrôle e supervisão
dos conselhos ou juntas municipais.
Como se vê, em matéria de organização municipal os Estados Unidos têm muito que
aprender dos brasileiros, embora seja de justiça reconhecer que existem coisas nos go
vernos de base dos Estados Unidos dignas de ser imitadas, tais como os citados depar
tamentos de bem-estar social e os gerentes-técnicos. Se se criassem nas universidades
brasileiras cadeiras especiais de administração municipal e urbanismo e se todos os
Municípios brasileiros nomeassem êsses téc
nicos para atuarem sob o contrôle dos nossos atuais prefeitos, não há dúvida alguma de que as comunas brasileiras muito teriam a lucrar. Quanto ao resto, a grande nação do Norte terá que reformar integralmente sua
administração municipal antes de chegar à perfeição do municipalismo do Brasil.
Quando nos referimos à perfeição do municipalismo brasileiro, não nos referimos absolutamente à perfeição dos seus serviços públicos, nem sequer à existência integral
dos serviços de utilidade pública básicos e essenciais, tais com o de águas, luz, esgotos
e assistência médico~hospitalar, pois que,
segundo as últimas estatísticas oficiais, dos 2 630 Municípios brasileiros apenas 1 249 dispunham de abastecimento d'água e sàmente 884 tinham serviço de esgotos sanitários. A mesma deficiência se verifica com relação à iluminação pública e à assistência
médica e hospitalar. A perfeição do municipalismo brasileiro por nós aludida reside exclusivamente na sua divisão político-administrativa. Em outras palavras, se os Muni
cípios brasileiros não se encontram entre os mais adiantados do mundo não é porque lhes falte uma boa divisão político-administrativa.
III
"TOWNS" - A palavra town é usada nos Estados Unidos nos mais variados e
contraditórios sentidos. Freqüentemente é
empregada para distinguir as comunidades
urbanas das rurais. O seu significado varia de
um simples centro comercial, onde existam
três ou quatro vendas ou lojas, até um con
glomerado de arranha-céus, co.mo, por exem
plo, quando os americanos dizem: Iam going
62 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
to town (vou à cidade). É igualmente aplicada num sentido puramente jurídico quando significa uma unidade ou subdivisão da municipalidade, que é o que nos interessa no momento.
Mas mesmo no seu sentido puramente jurídico não há uniformidade no seu uso. Em alguns Estados o têrmo significa pequenas subdivisões municipais, as quais, em outros Estados, se chamam villages e borotighs. No Estado de Virgínia significa localidades com menos de 5 000 habitantes, ao passo que nos Estados de Nova Inglaterra representa divisões territoriais menores do que os counties. As towns são, às vêzes, integralmente rurais, outras vêzes, parte rurais e parte urbanas e, ocasionalmente, inteiramente urbanas.
Como explicamos anteriormente, existe uma outra subdivisão municipal dos Estados muito semelhante às towns, que se chama township nos Estados de Indiana, Iowa, Kansas, Michigan, Nava Jersey, New York, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin, e em parte
dos Estados de Illinois, Missouri, Nebraska, Dakota do Norte, Oklahoma e Dakota do
Sul. No resto dos Estados Unidos não há nenhuma unidade municipal menor que os counties, os quais, como dissemos, correspondero aos nossos Municípios.
Como se explicou anteriormente, o têr
mo city ou cidade, passou a significar igualmente govêrno municipal, destinado à administraç.ão das grandes metrópoles . Destarte, quando as towns crescem desmesuradamente, transformam-se em cities. Mas às vêzes as towns, por essa curiosa anomalia da língua inglêsa e pelo espírito conservador do povo, embora se tornem maiores do que cidades, não mudam de nome, continuando, pois, como towns. Para aumentar ainda mais a confusão, as towns, em vez de se subdividirem em distritos, são divididas em villages, que por sua vez significam igualmente pequenas vilas e aldeias .
Feita esta explicação preliminar indispensável da terminologia municipalista estadunidense, passemos agora ao estudo das comunidades do grande país do Norte.
Conflitos de jurisdição- Não obstante os counties ou condados representarem nos Estados Unidos o que os Municípios representam no Brasil, não passam êles, nos seis Estados que compõem a Nova Inglaterra, de meros distritos judiciais, sem maior importância, pois que ali as towns vêm sendo, desde os primórdios do país, uma instituição
extraordinàriamente vigorosa que cuida de
tôdas as necessidades locais . Essa estranha anomalia seria comparável ao fato inconcebível de que qualquer distrito municipal do Brasil passasse a ter mais fôrça do que o próprio govêrno municipal e absorvesse suas
atribuições.
Cumpre ainda notar que o prestígio das towns e townships varia nos vários Estados que ainda as adotam. As towns do Estado de New York e as townships de Nova Jersey e Pensilvânia não são tão fracas co.mo as dos Estados do Meio-Oeste, nem tão fortes como as da Nova Inglaterra. Com o desenvolvimento geral do país a tendência que se nota é a de que, pouco a pouco, elas irão perdendo terreno e cedendo lugar à administração municipal dos counties, pois que o segrêdo de sua fôrça e de seu prestígio reside exclusivamente nas tradições e no espírito altamente democrático do povo americano, pois que nas towns e townships tudo era e continua sendo resolvido diretamente pelas populações locais, como se verá mais
adiante.
Como surgiram as Comunas Estaduni
denses - Os primeiros colonizadores inglêses que pisaram terras do Novo Mundo vieram imbuídos do mais alto espírito democrático e dispostos a implantar nesta parte do planêta um govêrno em que o povo tivesse a última palavra em tudo. É que, ao contrário dos conquistadores espanhóis e portuguêses, os pilgrins inglêses vieram para cá, não para buscar ouro e regressar o mais depressa possível, mas sim para aqui ficarem, criarem uma pátria livre e se livrarem do despotismo que então reinava na Ingl~
terra. Eram, em suma, exilados políticos voluntários que deixaram sua terra para formar uma nova pátria onde predominassem os seus ideais de liberdade e de respeito pela
personalidade humana. Nas primeiras colônias dos Estados Uni
dos, as comunidades formavam-se, tal como no Brasil, em tôrno das igrejas, não só por motivos de ordem econômica e social, mas também para melhor se defenderem dos ataques dos índios. Pouco a pouco surgiam pequenos estabelecimentos comerciais, oficinas de ferreiros, carpinteiros, etc. Essas pequenas comunidades constituíram as primeiras células que se multiplicariam mais tarde para formar a gigantesca pátria de
Tio Sam. Assembléias Municipais - Para a ma
nutenção da ordem pública, melhoramentos
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL 63
municipais, abertura de escolas e defesa da comunidade, os primeiros colonos adotaram o sistema ultrademocrático de se reunirem uma vez por ano na principal praça da cidade e ali elegerem os cidadãos que deveriam reger seus destinos, aprovar regulamentos e posturas municipais e elaborar os orçamentos . Essas reuniões chamavam-se townmeetings, que poderíamos traduzir por assembléias municipais. Embora essas reuniões fôssem anuais, as autoridades locais ou um grupo de cidadãos podiam convocar reuniões extraordinárias. Nenhum povo do mundo gozou de maior espírito democrático, a não ser em certos cantões da Suíça, do que êsses pioneiros do Nôvo Mundo. Ali tudo se resolvia democràticamente, desde a concessão de uma pensão a uma viúva, até as medidas para se resistirem a certas ordens provindas do rei da Inglaterra .
Os vereadores (selectmen), cujo número podia atingir a 100 nas grandes towns, nada recebiam para governar a cidade. Os primeiros governos municipais dos Estados Unidos basearam-se nos modelos inglêses. A sua característica principal era a de um conselho composto de duas casas: os eldermen (geralmente magistrados) e os vereadores comuns, os quais se sentavam juntos e tinham o mesmo poder deliberativo. Êsses membros eram eleitos para curtos períodos pelas citadas assembléias municipais, embora em Filadélfia o Conselho fôsse perpétuo. As funções de prefeito eram dadas a um dos membros do Conselho por decisão dos seus membros, o qual presidia seus trabalhos e exercia importantes funções como magistrado-chefe. Era, como se vê, uma espécie de regime colegiado, em que as funções legislativas, executivas e judiciárias se entrosavam num único mecanismo .
Essa forma simples de govêrno funcionou mais ou menos bem nas cidades pequenas dos tempos coloniais e dos primeiros tempos depois da independência. A sua principal função era a de manter a ordem pública e a administração da justiça. A maioria dos serviços municipais a que estamos hoje acostumados não existia. O policiamento era feito por inspetores eleitos pelo povo, ajudados durante a noite por cidadãos para isso escalados compulsoriamente. Os incêndios eram extintos a baldes d'água extraída de poços. Não havia serviço de águas, nem esgotos ou iluminação pública. O calçamento, quando existia, era feito de pedras irregulares, com inclinação para o centro da
rua, por onde escorriam as águas pluviais e as servidas. Não havia passeios laterais, nem meios-fios, nem sarjetas, tal como se dava com certas ruas das cidades coloniais brasileiras, das quais ainda existem vestígios em Ouro Prêto, Bahia e outras cidades antigas do Brasil. O lixo era acumulado nas ruas mais pobres e raramente era transportado para longe da comunidade. O serviço sanitário se limitava ao isolamento dos doentes atacados de moléstias contagiosas, tais como a varíola, a febre amarela, etc. A iluminação pública era feita com lanternas rústicas penduradas do lado de fora das portas pelos próprios moradores. Os criminosos eram punidos, não raro, com castigos físicos, inclusive com o de terem as suas cabeças e braços metidos em buracos abertos em pranchas suspensas por duas colunas de madeira ( the stocks), sôbre estrados de pau, onde permaneciam sob os olhares irônicos da população local. Modelos dessas peças punitivas, que lembram o pelourinho de Portugal, ainda podem ser vistos em Williamsburgo e outras cidades coloniais típicas americanas, inclusive em Bermuda.
A Ação Reformadora do Progresso -
Até os princípios do século passado, os serviços prestados pelas municipalidades norte-americanas eram nulos. A população era pequena e homogênea, pois que todos descendiam direta ou indiretamente de inglêses, como as mesmas tradições, usos e costumes. Os problemas eram, por conseguinte, insignificantes.
Com o advento da revolução industrial havida na Inglaterra depois da invenção da máquina a vapor e com a rápida industrializaç,ão que em seguida se operou nos meados do século XIX nos Estados Unidos, industrialização altamente favorecida pela abundância de carvão e de minério de ferro, uma intensa corrente imigratória aumentou a população do país de maneira extraordinária . Muitas das pacatas cidadezinhas de outrora transformaram-se, da noite para o dia, em grandes metrópoles industriais, com centenas de milhares de habitantes.
Como é natural, surgiram problemas de grande envergadura: problemas de transporte, de higiene e saúde, de educação e treinamento do proletariado e de técnicos, de iluminação pública, de abastecimento de água, de serviço de esgotos, e de tantos outros comuns às grandes metrópoles .
Para agravar ainda mais a situação, como cabia às municipalidades a preparação
64 REVISTA BRASILEIRA DOS i\IUNICíPIOS
e realização das eleições, não tardou que
políticos sem escrúpulos, aproveitando-se do
grande aumento do eleitorado, bem como da
sua falta de cultura política, pois que os imigrantes eram em sua maioria analfabetos, se infiltrassem nas comunidades do interior
para a conquista de cargos eletivos de impor
tância não só nos Municípios, como nos Estados e no próprio Govêrno da União. For
maram-se então verdadeiras cidades americanas nas quais o govêrno dos gerentes-técni
cos estava em vigor. Embora êsse tipo de
govêrno ainda não tivesse sido adotado até
aquêle ano por cidades de mais de 500 000
habitantes, estava bem representado em ou
tros grupos de população, sendo de notar que
em maior proporção nas cidades de 50 000 a 500 000 habitantes. Isso, aliás, não é de ad
mirar-se num país como os Estados Unidos onde tôdas as emprêsas comerciais, indus
triais e bancárias são dirigidas por gerentes
técnicos.
Com a implantação dos governos muni
cipais dêsse tipo, os Estados Unidos poderão
vangloriar-se de ser uma nação dirigida dire
tamente por técnicos, sob o contrôle indireto
do povo, através dos seus representantes nas
câmaras de vereadores ou nos conselhos deli·
berativos das grandes sociedades anônimas,
cujos acionistas constituem por sua vez
grande parte da população do país .
Características Especiais dos Governos dos Gerentes-Técnicos - Há certas facêtas dêste tipo de administração que devem ser
postas em relêvo para que os municipalistas
brasileiros fiquem melhor orientados a seu respeito. Com raras exceções, tôdas as cida
des sob o nôvo regime continuam a manter
seus prefeitos, os quais atuam como meros presidentes das câmaras de -yereadores e re
presentam oficialmente a cidade nas gran
des cerimônias oficiais. Isso põe mais uma
vez em evidência o caráter de agente administrativo do gerente-técnico com relação
à câmara de vereadores ou conselhos municipais.
Na maioria dos casos o prefeito é eleito
pelo Conselho entre seus próprios membros. Em cêrca de um têrço das cidades de mais de 5 000 habitantes, é êle eleito diretamente
pelo povo; e, em alguns casos raros, o cargo compete ao mais votado dos vereadores. Via
de regra, o número de vereadores varia de 2 a 20, sendo 9 o número predominante nas
cidades de mais de 100 000, e de 5 nas demais.
Métodos eleitorais - É opinião unâ
nime nos Estados Unidos que não há nada que mais contribua para melhorar os governos municipais do que o aperfeiçoamento dos
métodos eleitorais. Um bom sistema de registro eleitoral permanente, cujos eleitores disponham da necessária educação e conhe
cimentos, e em que os votantes bem intencionados sejam mantidos sem abrir a porta aos eleitores fraudulentos, constitui a base
em que se firmam não só os governos municipais, como os demais níveis governamentais.
No caso do Brasil, que hoje dispõe de magnífica lei eleitoral, o problema reside na
educação das massas e no combate ao analfabetismo, a fim de se formar no país um
eleitorado consciente que afaste das urnas os demagogos e oportunistas .
IV
Cruzada Municipalista Americana- Em
vista da caótica e confusa situação reinante, surgiu nos Estados Unidos uma verdadeira
campanha nacional para o melhoramento dos
Municípios do país. Essa campanha teve
seu ponto culminante na Conferência Nacional em Prol do Melhoramento dos Governos Municipais (National Conference for
Good City Government), realizada em Filadélfia em 1894, a qual correspondeu exata
mente à Operação Município, que tamanha repercussão teve no Brasil há alguns anos.
Da Conferência de Filadélfia surgiu a Liga Nacional de Municípios (National Mu
nicipal League), que até hoje vem servindo de câmara de compensação do movimento
municipalista dos Estados Unidos, tal como a Associação Brasileira de Municípios tem feito no Brasil. Desde então têm existido,
em tôdas as cidades de mais de 100 000 habitantes, organizações civis batalhando em
prol da campanha municipalista. Hoje em dia rara é a Universidade que não dispõe de
cursos para a preparação de técnicos em administração municipal, contando o país com uma vasta bibliografia sôbre o assunto,
pois é convicção geral nos Estados Unidos que os Municípios não mais podem ser dirigidos por leigos .
Atual 01ganização dos Municípios Ame
ricanos - Graças aos ingentes esforços dos homens públicos e das citadas associações municipalistas, os Municípios americanos se
dividem, no tocante à sua administração, em três grupos principais, a saber: os dirigidos por prefeitos, os dirigidos por comissões e
os dirigidos por gerentes-técnicos.
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL 65
Municípios dirigidos por prefeitos - Os
Municípios dirigidos por prefeitos, sob o contrôle dos respectivos conselhos municipais, são os que mais se parecem com a administração municipal do Brasil. Até o
ano de 1901 foi o tipo predominante nos
Estados Unidos e ainda atualmente é a forma adotada por dois terços das cidades de mais
de 5 000 habitantes e em tôdas as de mais de
500 000 habitantes, com exceção da Capital dos Estados Unidos (Washington), que é dirigida por uma comissão nomeada pelo Congresso Nacional,
Embora exista nos Estados Unidos uma infinidade de variações neste tipo de govêrno
municipal, êle se subdivide em dois tipos principais, baseados no grau menor ou maior
de autoridade de que gozam os prefeitos. Aos primeiros se dá o nome de prefeitos
il acos, e aos segundos de prefeitos fortes. Pt·efeito Fraco - Dá-se o nome de pre
feito fraco àquele em cujo Município os diretores de certos departamentos da prefei
tura são igualmente eleitos pelo povo. As
eleições dêsses prefeitos estão sujeitas à aprovação do Conselho de Vereadores Tais prefeitos têm em alguns casos, poder de veto sôbre as decisões do Conselho e, em outros,
exercem as funções de presidente dêste Neste tipo de Município, embora o prefeito apresente a proposta orçamentária, cabe ao Conselho a sua aprovação .
Como se vê, êste tipo de administração apresenta o grave inconveniente de subdividir-se o poder executivo entre o prefeito
e os diretores dos diversos departamentos Imagine-se no Brasil, digamos em São Paulo, o que aconteceria se o diretor da fazenda
municipal, o do serviço de águas e esgotos, o chefe de polícia, o diretor do Departa
mento de Estradas de Rodagem, etc., etc., fôssem todos eleitos diretamente pelo povo, gozando, por conseguinte, de completa autonomia política dentro de suas repartições ...
Prefeito Forte - Êste tipo de govêrno municipal que constitui uma reprodução per
feita do que existe no Brasil, pois que o Prefeito tem poderes para nomear e demitir funcionários (exceto os garantidos por lei,
já se vê), inclusive os diretores dos principais departamentos e diretorias. Cabe-lhe,
igualmente, tal como no Brasil, elaborar as leis de meios, as quais não podem ser vetadas
pelo Conselho, vetos que só poderão ser rejeitados por uma maioria de dois terços
de votos. O mandato de dois anos é o mais
comum tanto para os prefeitos como para
5- 31441
os conselhos, embora cêrca de um têrço dos
Municípios dêsse tipo tenha adotado o mandato de quatro anos.
Municípios Dirigidos por Comissões -Eis aqui uma outra curiosidade digna de nota
no municipalismo americano. É que vários Municípios são dirigidos por simples comis
sões, com poderes absolutos, quase discri
cionários.
A princípio foi um recurso de emergên
cia do qual se lançou mão para resolver problemas municipais de extrema urgência
e gravidade. Os resultados foram, todavia, tão bons que a idéia se estendeu a outras comunidades, que não vacilaram em adotá-lo,
esquecendo-se que o êxito obtido, nos casos havidos, foi exclusivamente pelo valor e mé
rito pessoal dos componentes de tais comissões, e não pela excelência do método.
A origem dessa curiosa forma de govêrno municipalista foi a desastrosa inunda
ção ocorrida na cidade de Galveston, no Texas. Os problemas surgidos em conseqüência da terrível destruição foram de tal
magnitude que o sistema de govêrno exis
tente, composto de um prefeito e doze vereadores eleitos pelo povo, se mostrou impotente para resolvê-los. Em vista disso,
um grupo de homens de negócio que compunham uma comissão que estava estudando os planos para o melhoramento do pôrto da
cidade, assumiu a direção da prefeitura. Para dar uma feição legal a essa investidura, pediram êles ao Governador do Estado que
autorizasse a Comissão, que era de cinco membros, a assumir o govêrno municipal, no que foram prontamente atendidos. Em 1901 alterou-se a lei de forma a que dois
dos seus membros fôssem eleitos pelo povo. Em 1903, tendo a Côrte de Apelação achado
ilegal a designação dos três membros restantes, todos os cinco membros passaram a ser eleitos. A situação era de tal maneira desesperada em Galveston e a atuaç.ão dessa
comissão foi tão eficiente e rápida que a idéia dos governos municipais por meio de
comissões passou a ser imitada por numerosos Municípios, tendo por lema a chamada "experiência de Galveston".
A característica marcante dêsse govêrno comissionado foi a de que, embora a admi
nistração estivesse totalmente a cargo da comissão, cabia a cada um dos seus membros a chefia de cada um dos cinco principais departamentos da prefeitura .
A razão do seu sucesso foi, todavia, a coesão existente entre seus membros, a au-
66 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
sência de exibicionismo e de discursos pomposos que sempre existem nas grandes entidades deliberativas, a supressão de excessos de fiscalização e burocracia, e a conseqüente responsabilidade direta dos seus cinco membros perante seus concidadãos .
A disseminaç.ão dos governos de comissão foi extremamente rápida entre 1909 e 1913, quando começou a declinar, embora algumas cidades grandes os tivessem adotado depois disso . A partir de então o seu número começou a diminuir constantemente, sendo substituído por um nôvo tipo de administração, a que chamaremos de "governos dos Gerentes-Técnicos" e que será descrito a seguir.
O Govêrno de Comissões ainda subsiste em cêrca de 300 cidades com mais de 5 000 habitantes, sendo que nenhuma conta com mais de 500 000 . O seu declínio se deve aos graves defeitos que surgiram na prática. Para principiar, nunca foi bem sucedido senão em Municípios de tamanho médio, como Galveston e Des Moines. O seu mais grave defeito é o de acumular as funções legislativas e administrativas.
Como é sabido, nem sempre as qualidades de um representante eleito pelo povo (como no caso dos vereadores no Brasil) se combinam com as qualidades de um bom administrador. Ora, nos governos de comissão, as mesmas pessoas que traçam as diretrizes políticas do Município são as mesmas que as executam. Ademais, êsse tipo de govêrno não resolveu o problema de continuar a administração a ser executada por leigos ou simples amadores ou curiosos, como se diz no Norte do Brasil.
Ademais, a divisão da administraç.ão em cinco compartimentos estanques, além de ser artificial, não corresponde ao constante aumento e diversidade dos serviços exigidos pelo crescimento das metrópoles. A ·eleição da comissão como um todo e a subseqüente distribuição dos departamentos a cada um dos cinco membros, seria ideal se cada um dêles fôsse técnico especializado em seu setor. Na prática, entretanto, a maioria dêles deseja desempenhar determinados postos, enquanto outros cargo.s são indesejados. Êsse e outros fatos têm indicado que os diretores dos departamentos e diretorias municipais devem ser nomeados e não eleitos, como,
aliás, se faz no Brasil.
Govêrno dos Gerentes-Técnicos - Em vista da deficiência dos governos dirigidos pelos prefeitos, tanto fracos como fortes, bem
como pelos governos dirigidos pelas comissões, a opinião pública americana continuou a procurar novos métodos de resolver o seu intrincado problema das municipalidades e tudo indica que encontrou a fórmula ideal na administração dos gerentes-técnicos .
O govêrno dos gerentes-técnicos foi, sem
dúvida, um desenvolvimento ou aperfeiçoamento do govêrno de comissões, ou, melhor, uma conseqüência lógica dêle . Assim como as sociedades anônimas e as grandes companhias s.ão dirigidas com grande êxito, por conselhos deliberativos, e assim como êsses conselhos deliberativos escolhem um gerente geral para administrar seus negócios, as comissÕ·es ou conselhos municipais não tardaram a chegar à conclusão de que a solução dos c-omplexos pr-oblemas dos Municípios atuais tinha que ser entregue a técnicos em administração municipal. Êsses gerentes são de livre nomeação dos Conselhos Municipais e demissíveis "ad nutum".
Os conselhos municipais traçam as diretrizes administrativas (em geral propostas pelos prÓprios gerentes-técnicos, sanando-se assim as lacunas dos governos de comissões. Ao traçar as diretrizes administrativas, o Conselho fá-lo na qualidade de representante do povo. E o gerente, ao executá-las, fá-lo na qualidade de agente técnico do Conselho. Êsses gerentes-técnicos, dentro das leis e regulamentos municipais, dispõem de poderes absolutos, inclusive de nomear e demitir os diretores de departamentos e não raro todos os funcionários da cidade, respeitados os direitos adquiridos.
O sucesso dêste tipo de govêrno municipal tem sido tão grande que, a partir de 1912., o número dos Municípios que passaram a adotá-lo vem aumentando constantemente.
A organização político-administrativa dos Municípios, com a rápida transformaç.ão que se verificou, não teve tempo de se ajustar às vertiginosas mudanças verificadas no país. Ademais, as respectivas populações se recusavam a modificá-las, pois continuavam na ilusória esperança de que, com pequenas alterações, tudo poderia continuar como outrora.
Entretanto, o progresso da ciência e o surgimento de novas invenções criaram novas necessidades e os meios de satisfazê-las, exigindo, por conseguinte, a criação de novos serviços públicos .
As eleições e a solução dos problemas municipais já não podiam, evidentemente, ser resolvida nas citadas assembléias ou
INFORMAÇÃO INTF.RNACIONAL
comícios municipais (town meetings) com o crescimento descomunal das populações. Se numa cidadezinha de 5 000 habitantes era possível reunir mais da metade da população em tais assembléias, isso seria pràticamente impossível numa cidade de 500 000. D e sorte que apenas uma fração da população passou a atender a tais comícios. Nem mesmo os mais importantes assuntos conseguiam reunir maioria. Por exemplo, o maior comício que se conseguiu numa cidade de apenas 8 600 habitantes foi de 1 400 cidadãos, dos quais apenas metade conseguiu entrar no mais vasto auditório da cidade. O comparecimento médio passou a ser tão insignificante que pràticamente só se apresentavam os membros do conselho da localidade que representavam o partido dominante. Essa situação, como é de ver, abriu as portas para que camarilhas políticas se apossassem fàcilmente do poder em certas cidades do país.
Os primeitos remédios - Com a expansão dos Estados Unidos para o Oeste e a exploração e colonização de territórios até então ocupados pelos franceses e espanhóis, os norte-americanos ràpidamente aprenderam e mantiveram o sistema municipalista que as nações latinas haviam ali instalado, inspiradas pelos seus mestres romanos. Mas os Municípios da costa do Atlântico, em vez de levarem a efeito uma reforma radical, instalando um govamo com poderes sôbre todo o território municipal, decidiram criar uma
assembléia de representantes, composta em geral de mais de 100 membros, eleitos por cada distrito municipal, fracionando assim os Municípios em vários setores, embora teoricamente o county, ou seja o Município, constituísse o govêrno central. O objetivo era criar um corpo de legisladores para substituir os comícios municipais, sem modificar, todavia, a estrutura básica da tradicional town . O sucesso dessa municipalidade híbrida, fracionada e enfraquecida foi deplorável. O eleitorado mostrava-se indiferente e desinteressado Os representantes da citada assembléia jamais compareciam em massa.
Como o perímetro urbano das towns continuasse a se expandir, muitas vêzes eram as towns absorvidas pelas cidades mais próximas e caíram sob o contrôle das cities, ou seja dos governos que dirigem essas cidades. Outras towns, aumentando muito em área e população, transformavam-se em cities, constituindo, portanto, uma nova denominação política, pois que as cities controlam os M un icípios em que estão localizadas, numa estranha e curiosa simbiose de jurisdição e de poderes. Casos há em que certas cities dominam vários counties ou Municípios, como no caso de New Y ork, cujos tentáculos, como dissemos, se estendem sôbre cinco Municípios. Pittsburgh abarca 6 Municípios, 82 townships e 137 municipalidades (Municipality significa, neste caso, pequeno distrito municipal) .
AS "NOVAS CIDADES" BRITÂNICAS
O PROGRAMA das "Novas Cidades" (New Towns) da Grã-Bretanha, um dos
mais importantes cometimentos do após-guerra nesse país, foi lançado em 1946. Existem atualmente quinze novas cidades: doz.e na Inglaterra e Gales, e três na Escócia. A Inglaterra tem mais duas projetadas .
O primeiro passo no estabelecimento das novas cidades, quer se t rate de fundação a partir da estaca zero, ou da ampliação de um centro urbano, ou simplesmente da urbanização e modernização de uma localidade já existente, é a elaboração de um plano-pilôto para a área inteira. Êsse plano foi pôsto em execução pelos departamentos do Govêrno relacionados com a urbanização e com as autoridades locais das áreas onde a nova cidade deveria ser construída . Esta-
belecidos os entendimentos, a companhia urbanizadora submeteu propostas detalhadas ao Ministério competente (o atual Ministério de Habitação e Govêrno Local) .
Antes da aprovação da Lei das Novas Cidades de 1946, apenas uma ou duas das áreas escolhidas eram localidades de algum
centro cívico de Newton Aycllffe, nova cidade britânica..
68 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNfCfPIOS
Zona residencial da "nova cidade" Newton AycliJ'fe
vullo, como Hemel Hempstead, antigo burgo de uns 20 mil habitantes, e Welwyn, originàriamente uma cidade-jardim. Algumas outras tinham pequenas populações esparsas; outras finalmente por assim dizer não existiam . Agora cêrca de 450 mil pessoas vivem nas novas cidades, cuja capacidade populacional é prevista para 700 mil habitantes. Já foram construídas cêrca de 90 mil casas, mais de 400 estabelecimentos industriais, 2 mil lojas comerciais e mais de 160 novas unidades escolares.
A maioria das novas cidades possui um parque industrial diversificado, conquanto em algumas haja predominância de uma só indústria (aço em Corby, mineração em Peterlee, indústria aeronáutica em Hatfield). O govêrno tem procurado fazer com que haja plenas possibilidades de emprêgo para homens e mulheres.
O princípio das "unidades vizinhas" ("neighbourhoods") adotado como a melhor maneira de evitar o crescimento urbanístico irregular e os bairros incaracterísticos; toda-
via, êsse princípio tem sido aplicado de diferentes maneiras. Harlow, por exemplo, tem quatro grupos de "neighbourhoods" com populações de 11 a 25 mil pessoas; cada um dêsses grupos consiste de várias zonas residenciais abrigando entre 4 e 6 mil pessoas. Foram construídas rêdes inteiramente novas de estradas de rodagem e os serviços públicos fundamentais crescem de acôrdo com as necessidades.
Os centros c"Ívícos e comerciais vão tomando corpo à medida que a vida da comunidade se vai desenvolvendo, e passa a gravitar em tôrno dêles. Alguns dêsses centros já possuem blocos de edifícios comerciais e edifícios públicos, bem como estabelecimentos comerciais e industriais de vulto.
Em algumas das novas cidades o estágio do desenvolvimento já foi quase ultrapassado e tem início o estágio seguinte, que é o da consolidação. Todavia, as novas cidades da Gr.ã-Bretanha ainda continuam, em grande parte, na fase experimental, cheias de problemas, de desafios e de estímulos fascinantes.
Turismo
- ~ DIVISAO TURISTICA DO BRASIL
P OR iniciativa da Comissão de Turismo
Brasileira foi elaborado o mapa, que
reproduzimos, com as divisÕEs do Brasil em
regiões turísticas; estas, por sua vez, subdi
videm-se em zonas. São elas as seguintes:
1.a REGIÃO NORTE - Compreendendo
Amazonas, Pará, Rondônia, Acre, Rio Branco
e Amapá; a primeira zona desta região é
integrada por áreas do Amazonas, assim dis
criminadas: Rio Amazonas e Rio Negro,
Parque Nacional do Rio Negro e Centro de
Caça e Pesca, Território do Rio Branco e
cidade de Boa Vista. A z.a zona (Estado
do Pará), compreende: Parque N acionai
Monte Alegre, Parque Nacional Grão Pará,
cidade de Belém, ilha de Marajó e Rio Guamá
2.a REGIÃO NORDESTE Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas - 1.a Zona (Estado do
Maranhão) : cidade de São Luís, Alcântara,
arredores da cidade de Carolina, dunas de
tôda a costa do Estado; 2.a Zona (Estado do
Piauí): Patque Nacional Sete Cidades; 3 a
zona (Estado do Ceará): Parque Nacional
de Ubajara; 4.a zona (Estado do Rio Grande
do Norte): cidade, de Macau, Natal, Cabo
de São Roque, Campina Grande (Paraíba);
s.a zona (Estado de Pernambuco): cidade
do Recife, Olinda, Cabo de Santo Agostinho,
cidade de Caruaru, Arco Verde, cidade de
Garanhuns, área da cana-de-açúcar, costa bal
neária norte, costa da jangada (praias do
Ceará até Alagoas); 6.a zona: ilha Fernando
de Noronha, atol das Rocas.
3.a REGIÃO LESTE - Sergipe, Bahia, Es
pírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Guanabara - 1.a zona (Estado da Bahia e
de Sergipe): Parque Nacional de Paulo
Afonso, o sertão, Geremoaba e Monte Santo
(Canudos), Caldas do Cipó, cidade do Sal
vador, Feira de Santana, Cachoeira, ilha de
Itaparica, Mataripe, Parque Nacional Monte
Pascoal, cidade de Pôrto Seguro, Prado,
Abrolhos, cEntro pesqueiro, grutas de Tuaçu,
cidade de Bom Jesus da Lapa, costa bal-
neária norte, costa dos coqueiros (praias de
Sergipe e Bahia); 2. a zona (Espírito Santo) :
lagoa Juparanã, Vale do Rio Doce, cidade de
Santa Teresa, Guaçuí, costa balneária, norte
da costa da Saúde (praias de Guarapari e
cidade de Anchieta); 3.a zona (Minas Ge
rais): estâncias hidrominerais Caxambu, Bae
pendi, São Lourenço, Cambuquira, Lambari
e Poços de Caldas, cidades coloniais de Tira
dentes, São João dei Rei, gruta Irabuçu ou
Casa de Pedras, cidades coloniais de Congo
nhas do Campo, Ouro Prêto, Mariana, Sa
bará, Caeté, Santa Bárbara e Catas Alta,
cidade de Belo Horizonte (Pampulha), Nova
Lima (mina de Morro Velho), Lagoa Santa,
Sete Lagoas, Cordisburgo (gruta de Maqui
né), cidades de Diamantina, Sêrro, serras de
Diamantina e Cipó (municípios de Cardeal
Mota e Riacho Fundo), serra do Cabral,
barragem Três Marias, cachoeira do Tatu,
cidade de Araxá, reprêsas de Furnas e Pei
xoto do Rio Grande, Monte Sião, serra do
Caparaó, pico da Bandeira (Parque Nacio
nal); 4.a zona (Estado do Rio de Janeiro):
Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo (centro
pesqueit o), São Pedro da Aldeia, Araruama,
Saquarema e Maricá, Baía de Sepetiba,
Restinga de Marambaia, Itacurussá, Manga
ratiba, Ilha Grande, Angra dos Reis e Parati
(centro pesqueiro), cidade de Friburgo, Par
que Nacional da Serra dos Órgãos, cidades
de Petrópolis e Teresópolis, Parque Nacio
nal de Itatiaia, Pico das Agulhas Negras,
costa balneária sul, Costa do Sol; s.a zona:
Estado da Guanabara.
4.a REGIÃO SUL - São Paulo, Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul - 1.a
zona (São Paulo) : sErra da Bocaina, cidade
de Campos do J ordão, cidades de águas mi
nerais Prata, Lindóia e São Pedro, cidade
de Campinas, Quilombo, cidade de São Paulo,
costa balneária sul, Costa da Esmeralda,
Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela, Ilha de
São Sebastião, cidade de Santos, Guarujá,
Cananéia; z.a zona (Paraná): cidade de
Curitiba, baía de Paranaguá, cidade de Ponta
Grossa, Parque Nacional de Vila Velha, Par-
70 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
A REGIÂO NORTE 1 Parque Nacional Rio Neoro 2 " " Monte Alegre 3 • " Gr6o Paró
~ ~~~fªaru;;~p~;&e~ 5 " " de Ubojaro
C~ " , r " ele Paulo Afon$0 REGJ.AO LESTE
7 Parq~Je Nacional Monte Pascoal 8 " •• do Caparão 9 " '" da Serra doi Orgcfo$
D10 <f de !falia lo
REGIAOSUL li Parque Nacional do IvaC 12 " " de ciuaiTil 13 " " de Iouaçu t4 " !$fadua1 de S Joaquim 15 01 Nacional do Caraco1 16 " . do5Aparados da Serra 17 Esfodual de Tom$ IB 01 11 ele llopuá 19 Parque Noctonal do Pampa E REGIÃO CENTRO OESTE 20 Parque Nacional Ilha do Bananal 2l " " ào Cachimbo 2?. • • doXIngl)
que Nacional do Ivaí, Parque Nacional de Guaíra, Parque Nacional de Iguaçu; 3.a zona (Santa Catarina): cidade de Blumenau, Po· merode, Joinville, Parque Nacional de São
Joaquim, costa balneária sul, costa das lagoas Guaratuba, São Francisco, Itajaí, Florianó
polis, Laguna, Tubarão, Tôrres, Tramandaí, Cassino, Atlântida, Pinhal; 4.a zona (Rio Grande do Sul): Parque de Samuara, cidade de Canela, Gramado, Eletra, São Francisco de Paula, Parque Estadual do Caracol, ValEdo Rio das Antas, Aparados da Serra, Itaimbezinho, área das missões de São Miguel, Santo Ângelo, cidade de Pôrto Alegre, Viamão, rio Guaíba, Sulcos na Serra, Parque
DMSÁO TURÍSTICA DO BRASIL
.:.::'Y COStAS BALNEÁRIAS: ~r:r 1 19 Norte (das Jangadas)
n Z'l " (dos Coguetrosl m 3g • (do Soúdel W tO Sul (do Sol) V 2g " C do Esmeralda) VI 39 " (dos La o uno~)
Cj! .§!fi.Ç6ES D~GUA llfêtk
Nacional de Itapoã, São Leopoldo, Nôvo Hamburgo, Morro Reuter, Forte, Coxilhas de Caçapava, fontes hidrominerais de ljuí,
Iraí, Santo Ângelo, Vicente Dutra; na fron
teira sul, cidades de Uruguaiana, Bagé, Li
vramento, J aguarão, Chuí.
5.a REGIÃO CENTRO-OESTE - Goiás e
Mato Grosso - 1.a zona (Goiás): cidade de
Brasília (Distrito Federal), Cachoeira Dou
rada no rio Paranaíba, ilha do Bananal, Par
que Nacional; 2.a zona (Mato Grosso): rio
Paraguai, Corumbá, Charco, fazendas de
Campo Grande·, Parque Nacional do Ca
chimbo.
Através da Imprensa
A CIDADE QUE MAIS CRESCE PARA O BRASIL
I NICIANDO a construção de 1 566 casas cada sessenta minutos, dando emprêgo a um
milhão de pessoas em mais de cinqüenta mil fábricas, matriculando quatrocentas mil crianças que receberão aulas de treze mil professôres, ocupando 42 milhões de ingressos de cinema e meio milhão de ingressos de teatro, com 2 311 071 de livros à sua disposição, abrindo as portas às manifestações artísticas de cinqüenta países, orando diante de mil alta!'es, dispondo de 15 mil leitos hospitalares, guiando duzentos mil veículos, policiando-se com 25 mil homens, os quatro milhões de habitantes de São Paulo caminham aceleradamente para a frente.
A CIDADE QUE CONSTRÓI
O volume de construções em São Paulo tem aumentado de ano para ano, em ritmo continuamente acelerado, acompanhando a expansão industrial das emprêsas particulares da Capital.
Apesar da alta dos preços, as construções têm mantido uma das maiores curvas ascendentes do mundo. Contudo, dados estatísticos evidenciam a tendência cada vez mais acentuada do paulistano de ter sua escolha limitada aos tipos de habitação coletiva, principalmente apartamentos. Os principais fatôres que têm levado os paulistanos a morar em apartamentos podem ser assim resumidos:
1.0) valorização rápida e muito alta de
terrenos, principalmente dos localizados nas áreas mais próximas do centro, ou dos situados perto de avenidas de grande movimento;
2.0) proximidades do local de trabalho,
dado as conhecidas dificuldades dos meios de transporte;
3.0) os apartamentos proporcionam
maiores condições de segurança aos condôminos.
Somente no período compreendido de janeiro a julho do ano passado, foram aprovadas na Capital, 7 876 construções novas;
1 200 aumentos e reformas; 153 pequenas obras e 2 173 464 milhões de metros qua
drados de área coberta. Êsses números mostram a velocidade em que se processam
as construções . Há anos em que o ritmo é mais acelerado. No ano passado, apesar das
dificuldades decorrentes da inflação, o volume de construções foi ainda bastanta ele
vado. Registraram-se, em média, 37,5 novas
construções por dia, o que equivale a dizer que foram principiadas 1566 novas cons
truções.
A CIDADE QUE TRABALHA
Quase um milhão de pessoas - 969 112
trabalhava em 56 383 estabelecimentos
industriais em todo o Estado, segundo o Serviço de Cadastro e Contrôle do Departamento Regional do Senai ( 6. a Região) ; os
dados correspondem ao período compreen
dido entre junho de 1959 e junho de 1960.
Na Capital concentram-se pouco mais da metade dessas emprêsas e dêsses emprega
dos. Os três grupos industriais que contam maior número de estabelecimentos de mais
de 500 empregados são os de fiação e tecelagem, mecânica e material elétrico e alimen
tação. Os seis principais grupos de indús
trias em relação ao contingente de empregados são: o de mecânica e material elétrico,
o de fiação e tecelagem, o de construção e
mobiliário, o de transportes, o de alimentação
e o de químicas e farmacêuticas . Os quatro grupos que empregam o menor número médio de empregados são o de joalheria e lapi
dação de pedras preciosas, o de vestuário, o da pesca, e o de artefatos de couro. Os
seis grupos maiores representam 78,21% do total de empregados do Estado, e estão
assim distribuídos: mecânica e material elétrico, 25,77%; fiação e tecelagem, 18,77%; construção e mobiliário, 12,95%; alimenta
ção, 7,59%; transportes, 6,58%; químicas e
farmacêuticas, 6,55%.
72 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
Os qualificados, semiqualificados, admi
nistrativos e braçais representam, respectiva
mente, 20,05%, 53,18%, 11,67% e 15,10% do total de empregados. No total de empre
gados, contam-se 3 218 engenheiros e 3 290
técnicos, respectivamente 0,33% e 0,34%. Os três grupos de indústrias que atualmente empregam maior número de engenheiros são:
construção e mobiliário, com 1474; mecânica e material elétrico, com 1 047; químicas e farmacêuticas, com 257.
O exemplo dos operários cegos docu
menta a capacidade de adaptação dos traba
lhadores e das indústrias. O trabalhador cego
tem conseguido acompanhar o ritmo de pro
dução e atingir os níveis mínimos conside
rados satisfatórios; em grande número de
casos os ultrapassa. Muitos dêsses trabalha
dores ganharam em 1960 abonos, prêmios de
produção, e ainda remuneração complemen
tar por tarefas cumpridas em horas extras. Os dados atestam que o trabalhador cego
está menos sujeito a acidentes de trabalho
do que os dotados de visão normal: o cego
que trabalha tende a disciplinar seus hábitos,
porque desta regularidade obtém maior proteção contra os riscos que o envolvem; infor
mado dos perigos, protege-se quase automàticamente contra êles. Em mais de uma centena de cegos colocados pelo Senai em indús
trias da Capital, registraram-se apenas três acidentes de trabalho, de pouca gravidade.
A CIDADE QUE PRODUZ
Os aumentos contínuos da arrecadação anual geral da Prefeitura do Município de São Paulo, incluindo-se impostos, taxas e
rendas, deduzida a desvalorização da moeda, refletem os surtos de progresso na produção do Município da Capital e dos Municípios
vizinhos. Êstes se agigantaram de há alguns anos para cá, sobretudo os do ABC, onde estão localizadas as grandes indústrias, que
ali se instalaram e ramificaram, por não poderem ser mais contidas nos limites da
Capital, ou por buscarem terrenos mais baratos. Fato verdadeiramente promissor para o Município de São Paulo diz respeito aos
dispositivos legais da nova arrecadação municipal. Em conseqüência de determinação constitucional que transferiu do Estado para o Município a competência para arrecadar
os impostos de transmissão "inter vivos" e
o impôsto territorial, a receita da Prefeitura de São Paulo terá um aumento substancial e disporá de maiores recursos para atender
aos problemas que afligem a população pau
listana.
Em conseqüência do aumento de número
de estabelecimentos comerciais e industriais, alguns bairros da Capital, que em outras
épocas eram essencialmente residenciais, deixaram hoje de o ser. Êsse fato trouxe como
conseqüência imediata uma sensível queda da densidade demográfica. Em contrapar
tida, houve um extraordinário aumento da população à custa, principalmente, das áreas periféricas, com aparecimento de novos bairros.
A CIDADE QUE SE INSTRUI
No primeiro semestre de 1961, matri,
cularam-se no ensino primário 394 410 alunos, distribuídos por 1 681 unidades, com
12 928 professôres. No ensino médio, oficial e particular (ginasial, colegial, normal, e industrial), funcionaram 512 unidades com
8 765 professôres, tendo-se matriculado 140 453 alunos, 20 561 dos quais concluíram
seus cursos. Até o fim do mesmo ano, exis
tiam em São Paulo 39 escolas de nível superior, nas quais se inscreveram 14 778 estu
dantes. Das 39 escolas superiores, 22 são particulares e 17 estatais .
No ensino primário, havia 1 681 estabelecimentos, com a média de 234 alunos
por escola. A porcentagem de professôres, em relação ao número de alunos, vem diminuindo nos últimos cinco anos: enquanto o
acréscimo de alunos foi de 25 004, o de professôres foi de 2 304.
O capítulo é um dos que mais exige
planejamento e os dados mostram que ainda é preciso construir mais escolas.
A CIDADE QUE SE EDUCA
Até dezembro de 1960, existiam em São Paulo 174 bibliotecas públicas e particulares,
das quais 16 infantis, com um total de 2 311 071 volumes. A freqüência média diá
ria, na Capital, foi de 3 831 pessoas. Funcionavam ainda 23 museus públicos e particulares. Existiam na Capital 181 cinemas,
15 teatros e 4 cine-teatros, com capacidade total para 233 254 pessoas. Foram realizadas
em São Paulo 149 557 sessões cinematográficas, com 42 milhões de comparecimentos. Os 4 cine-teatros realizaram 4 031 sessões,
com um milhão e meio de comparecimentos . Os 18 teatros da Capital promoveram 3 157 espetáculos, com 529 089 comparecimentos.
Efetuaram-se 180 concertos musicais, os
ATRAV~.S DA IMPRE:"lSA 73
São Paulo: cent•·o da cidade
quais reuniram 128 666 ouvintes; houve 41 concertos de música em cinemas, presenciados por 22 317 pessoas e, finalmente, 139 concertos em teatros, que contaram com um comparecimento de 106 349 ouvintes.
São conhecidas as tradições culturais dos paulistanos. Não será exagerado dizer que êsse espírito vem da fundação de São Paulo de Piratininga, quando se criaram as primeiras escolas. D epois, enquanto os bandeirantes descobriam o interior, vieram gerações de professôres, médicos, escritores e artistas O que é hoje a Capital foi-se expandindo material e espiritualmente . Não é obra de acaso que tenha sido São Paulo o cenário da Semana de Arte Moderna; é que em São Paulo reuniram-se as condições que propiciaram êsse movimento, o qual nasceu onde necessàriamente deveria nascer.
Não foi ainda o acaso que fêz de São Paulo o núcleo das manifestações artísticas de nossos dias, sobretudo através das realizações do Museu de Arte Moderna, e particular~nte da Bienal. Em 1961, São Paulo abrigou numa das maiores exposições universais de artes plásticas 50 países que contigências políticas haviam separado. Apesar de tôdas essas expressivas manifestações de arte e cultura, numerosas lacunas não foram ainda preenchidas.
Pràticamente, a Cidade dispõe ds apenas uma grande biblioteca - a Municipal, e a freqüência diária de 3 831 leitores é inexpressiva para uma população que já atinge a mais de quatro milhões de habitantoas. A
maioria dos freqüentadores é composta de estudantes, fato que permite formular as
maiores esperanças quanto ao desenvolvimento futuro, mas que, por outro lado, es
clarece que as grandes massas quase não lêem, ou lêem pouco . É insignificante o número dos museus públicos e particulares que se encontram em funcionamento; alguns desenvolvem reduzida ação, certamente por falta de recursos financeiros.
O cineml, apesar da grande concorrência
que lhe vêm movendo os 5 canais de tele
visão, continua a despertar a atenção dos
paulistanos, e em 1961 inauguraram-se várias novas salas. Pior é a situação do teatro:
nem tôdas as dezoito salas existentes fun
cionam. Algumas só esporàdicamento oferecem espetáculos, como é o caso dos teatros
da Prefeitura, tanto mais que 6lguns dêles não dispõem de recursos técnicos.
No que diz respeito às manifestações esportivas, era ainda pequeno em 1960 o número de praticantes: cêrca de 350 mil atletas que representam menos de 10% do total
74 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
da população . Os novos estádios em construção ou projetados poderão elevar as porcentagens atuais .
A CIDADE QUE ORA
A Arquidiocese de São Paulo (Culto Católico Apostólico Romano) contava, na Capital, 168 matrizes, 5 igrejas, 126 capelas públicas, 167 capelas semipúblicas, havendo 525 sacerdotes nas diversas paróquias. O Culto Espírita contava, em 31 de dezembro de 1959, 139 centros e 103 652 adeptos. Em dezembro do mesmo ano, os adventistas dispunham de 27 salões, 38 templos e 6 595 membros; a religião Pentecostal contava 40 salões, 128 templos e 36 048 membros; os batistas, 44 salões, 34 templos e 11 584 membros; os episcopais, 1 salão e 112 membros; os luteranos, 7 salões, 3 templos e 7 973 membros; os metodistas, 20 salões, 9 templos e 5 397 membros; os cristãos, 7 salões, 3 templos e 8 039 membros; os evangélicos, 2 salões, 6 templos e 2 082 membros; os congregacionais, 1 salão, 1 templo e 48 membros; os congregacionais cristãos do Brasil, 33 salões, 31 templos e 57 361 m·ambros; os quadrangulares, 1 templo e 1 714 membros; as testemunhas de Jeová, 6 templos e 558 membros; os adeptos de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mormons), 1 templo e 250 membros; e outros centros contavam 7 salões, 8 templos e 4 071 membros.
A CIDADE QUE SE MEDICA
Existiam em São Paulo, até dezembro
de 1960, 184 hospitais, casas de saúde e maternidades, sendo: 163 particulares, 11 estaduais, 2 municipais, 5 federais e 3 para
estatais, com o total de 14 702 leitos.
Só no Hospital das Clínicas existiam 1 530 leitos e na Santa Casa de Misericórdia,
1 543. Das 24 maternidades espalhadas pelos diversos bairros da Capital, 21 são particula
res, 1 municipal e 2 paraestatais .
Até dezembro de 1960, existiam 1142 farmácias e drogarias e 57 casas de material cirúrgico. Até fevereiro de 1961, registrados no Conselho Regional de Medicina e que exerciam a profissão, havia 5 402 médicos, dos quais 5 048 homens e 354 mulheres; 3 350 dentistas exerciam a profissão . Em 1960, as 220 associações de assistência e de caridade de São Paulo, somando 126 555 sócios, mantinham 20 hospitais, 64 ambula-
tórios, 6 consultórios médicos, 8 postos de puericultura, 15 gabinetes dentários, 96 asilos, 20 creches, 3 albergues noturnos, 9 abrigos e 112 escolas. Em 31 de dezembro de 1959, existiam 296 estabelecimentos de assistência médico-sanitária à maternidade e à infância, sendo 127 oficiais, 169 particulares, 157 entidades sem internato de assistência à maternidade e 54 com internato; no que toca à assistência à infância, havia 156 pediatrias sem internato e 13 com internato, num total de 169 entidades; 129 postos de puericultura, 8 de odontologia, além de 54 de diversas especialidades, entre os quais 21 lactários e 10 creches. Como se pode observar, no campo d<;~ assistência médico-hospitalar predomina a iniciativa privada. Nos últimos dez anos diminuiu acentuadamente o índice de mortalidade infantil em São Paulo. Em 1960, para mil nascidos vivos, o índice de mortalidade infantil foi de 62,94.
A CIDADE QUE CORRE
Em d·azembro de 1960, São Paulo contava 104 537 automóveis particulares, 16 125 taxis, 6 635 veículos oficiais (inclusive os de carga), 3 345 ônibus de tôdas as emprêsas
particulares e da CMTC; 11327 motociclos (motocicletas, lambretas, vespas, etc.); e 32 701 caminhões. Nesse ano receberam carteiras d·a habilitação de motoristas profissionais 12 274 homms e 32 mulheres ( 1.a via) . Foram expedidas ainda pela Diretoria do Serviço de Trânsito 17 988 carteiras de habilitação para motoristas amadores do sexo masculino e 4 302 para mulheres. Em confronto com o ano de 1959, houve um au
mento de 19,4% na expedição de carteiras de habilitação de amador para homens; no
caso das mulheres o aumento foi de 11,5%.
Nesse mesmo caso, foram ainda expedidas 3 950 carteiras de habilitação para motociclistas amadores homens e 5 para mulheres .
Verificaram-se, na Capital, durante o
ano de 1960, 16 749 atropelamentos, 7 629 colisões, 2 520 abalroamentos, 210 capotagens. Nos 16 749 acidentes, registraram-se
273 mortes, 8 860 ferimentos e 7 796 danos materiais. O total geral das vítimas foi o seguinte: 10 858, constatando-se 286 mortes (no local do acidente) e 10 576 feridos.
Durante o primeiro semestre de 1961, os ônibus da CMTC tiveram um movimento mensal de 20 milhões de passagens, enquanto os ônibus das emprêsas particulares tiveram de 40 milhões de passagens. Quanto ao
ATRAVÉS DA IMPRENSA 75
transporte por bonde, o volume oscilou entre 9 e 10 milhões de passagens mensais. Os dados mostram que as dificuldades de transporte coletivo, mesmo com a participação das emprêsas particulares, são muito grandes. Todos os meios de transportes (ônibus, automóveis, principalmente) vêm aumentando, assustadoramente, de ano para ano. São Paulo é uma cidade que cresce em sentido de estrêla, isto é, a comunicação entre os mais diferentes e distantes bairros só pode ser feita com a passagem obrigatória pelo centro da cidade, o que ocasiona os congestionamentos da circulação. Uma solução urbanística que tem procurado contornar os percalços originados pela conformação topográfica da Cidade é a construção de avenidas perimetrais, que ligam os bairros entre si, sem a passagem obrigatória pelo centro.
O transporte ferroviário contribui, também, para aliviar as dificuldades provocadas P'elo congestionamento do trânsito: mais de 10% dos passag·eiros transportados para o Município de São Paulo por ônibus e bondes utilizam-se dos trens de subúrbios.
A CIDADE QUE SE POLICIA
Embora seja uma divisão importante da
Polícia do Estado, no que respeita às suas atividades, a Guarda Civil de São Paulo tem ainda grandes dificuldades a vencer. Essa corporação despendeu, em 1960, com pessoal, a verba de Cr$ 1 396 052,20, e, com material, Cr$ 38 136 158,70. A desproporção entre as duas verbas mostra que a Guarda Civil está pouco aparelhada e bastante desatualizada em relação às exigências do progresso tecnológico . O contingente total da Guarda Civil de São Paulo, em 1960, era de 9 563 homens, sendo: 395 inspetores e 9 077 guardas; 52 membros do pessoal de saúde e 3 7 do pessoal de administraç.ão . Conta ainda a Polícia do Estado de São Paulo, já na Divisão da Fôrça Pública, com uma corporação bem aparelhada e, tanto quanto possível, eficiente, quer do ponto de vista técnico, quer humano: o Corpo de Bombeiros. Dispunha, em 1960, de um contingente geral de 944 homEns, sendo: 42
oficiais, 176 praças especializados, 694 não especializados e 32 elementos da administração. Nota-se que, embora se trate de uma corporação eficiente há uma desproporção flagrante entre os elementos especializados e os não especializados. Até o fim do ano de 1960, o Corpo de Bombeiros tinha os seguintes materiais de uso diário: 51 bombas portáteis; 272 extintores; 132 escadas; 19 827,75 metros de mangotes e 3 696,10 metros de mangotinhos; 6 traves e cintos de salvação; 13 autobombas; 18 autobombaspipas; 4 carros para transporte de água; 5 auto-escadas mecânicas e 13 embarcaçÕ·es .
A mais antiga corporação de Segurança é a Fôrça Pública - de caráter policial
-militar do Estado de São Paulo, sendo constituída por 15 294 homens.
A CIDADE QUE EVOLUI
São Paulo é uma cidade que trabalha
e evolui. A cidade de hoje deixou de ter as características provincianas de ontem, e
ganhou as vantagens e as desvantagens das grandes capitais, mas não perdeu o sentido da solidariedade. São Paulo não é apenas a cidade onde se ganha dinheiro, nem é tampouco a cidade que vive exclusivamente para o progresso material. Apesar das dificuldades em que se vê hoje envolvida, não obstante todos os obstáculos que cotidianamente enfrenta, São Paulo tem-se solidarizado sempre com o sofrimento alheio, até mesmo para além das fronteiras da Pátria . A terra bandeirante abre-se não só aos paulistas e brasileiros de todos os Estados, mas também aos estrangeiros que aqui buscam viver do trabalho e da harmonia. E, no tumulto de cidade grande, há também o sorriso franco e. aberto dos que têm a consciência em paz. A única determinação dos paulistas é a do trabalho, a de paz e a de cultura. O Estado bandeirante é, decididamente, o ancoradouro da economia brasileira. E São Paulo é a cidade que mais cresce para o Brasil.
Publicado em "O Estado de São Paulo", de 4-III-62.
Bibliografia
"Anuá1io Estatístico do B1·asil - 1961" -Conselho Nacional de Estatística (IBGE)
CONSELHO Nacional de Estatística
(IBGE) tirou do prelo, a 10 de de~
zembro, o "Anuário Estatístico do Brasil"
Iefetente a 1961. Trata-se do mais completo
e atualizado repositório de informações nu.
méticas sôbre o nosso País, tehatando aspec
tos da situação física, demográfica, econô
mica, social, cultural, administrativa e polí
tica, notadamente população, comércio exte
rior, movimento bancário, finanças públicas,
meios de transporte, produção industrial, pte
ços, custo de vida, ensino primário, médio
e superior, etc.
Divulga ainda o "Anuário" importante
conttibuição do Serviço Nacional de Recen
seamento, sôbre os resultados pt eliminares do
Censo Demográfico de 1960 para todos os
11/[unicípios do País população total,
U1 bana e 1 ural -, com as respectivas taxas
de densidade demográfica; esta útil coletâ
nea, que abrange 16 páginas, inclui, ainda,
por Município, as novas áreas revistas e
atualizadas pelo Conselho Nacional de Geo
grafia.
Além disso, o "Anuátio" de 1961 apre
senta maior número de tabelas sôbre o con
sumo de produtos importantes e inclui abun
dantes informações referentes ao volume fí
sico da produção industrial. Os núme10s
índices do custo de vida, observados nos l\/Iu
nicípios das Capitais, com especificação dos
itens de despesa, abrangem até o 1.0 semes
tre de 1961.
O "Anuário" tem 459 páginas e é ilus
trado com um cadeino de gráficos em côres.
Publicação Btitânica sôbte Administ>·ac;ão
local
1ThESDE a sua fundação, em 1949, o "Jour
Jlj) na! of Local Administration Overseas"
(J 01 nal de Administração Local no Uhra
mar) - conhecido até dezembro de 1961
como "Journal of African Administra
tions" -, o1ientou-se no sentido de se1vi> como veículo trimestral de informações e
discussões referentes a problemas de admi ·
nistração local. Constituiu um 1 egistro v o
!ante dos problemas enflentados pelo admi·
nistrador prático, mantendo um canal sempre
abet te, para o intercâmbio de experiências,
idéias e conhecimentos, e contribuindo pma
a disseminação da novas técnicas admiuis
tJa1ivas em uma era de rápidas mutações
São os seguintss os objetivos do "jom·
na! of Local Administration Overseas":
a) registrar as inovaçôes, expe1 iências
e práticas de administração no nível local,
seja em govetnos locais, seja em organiza·
ções locais de depat tamentos centrais;
b) discutir problemas e fenômenos im
portantes e compará-los com situações e fatos
semelhantes em outras partes do mundo;
c) servir de elo entre a pesquisa e a
administraç,ão a ti avés da revisão e sumário
de conclusões de trabalhos de pesquisas sôbre assuntos importantes;
d) passar em revista a legislação cor
rente de importância, relatórios e obras pu·
blicadas.
Em suma, trata-se de uma publicação
h i mestra! técnica de interêsse não apenas
para administradores locais, mas também
para estudantes e professôres de história mo
derna, antropologia, administração, govêrno,
economia rural e demais ciências sociais, que
desejem vetificar a aplicação prática das suas
pesquisas e estudos no campo da adminis
tração local em comunidades estrangeiras que
passam por fase de rápido desenvolvimento.
Estatística Municipal
-POTENCIA E PRODUÇAO DAS USINAS DE ENERGIA ELÉTRICA POR MUNICÍPIOS- 1960
MUNICÍPIOS
ACRE
Cruzeiro do Sul
AMAZONAS ..•.... Bôca do Acre . . . Nova Olinda do Norte Eirunepé . .. , .... Manacapuru , .. MANAUS .... Maués .. Nhamundá. Parintins... . .
PARÁ Abaetetuba Alenquer An~anga .. . Batao ...... . BELÉM .. . Bragança,. Capanema Castanha!. ... Conceição do Araguaia Curuçá. Faro ..... Gurupá . Igarapé Açu. Irituia. . João Coelho Mocajuba. Nova Timboteua Óbidos ...... Salin6polis Santarêm ... . Vizeu ...... .
AMAPÁ .... .
MACAPÃ .. .
MARANHÃO ..... . Alto Parnaíba, ..•. Anajatuba. Arari .. . Axixã .... . Brejo ... . Buriti Bravo . Cândido Mendes ... Carutapera . ..... . Chapadinha ....... . Codó ..... .. .. . Colinas .... . Cururupu .. Grajaú ...... . Ipixuna .... . Matões ......... . Parnarama . .. , ....... . Pindaré Mirim .. Primeira Cruz. . . . . . . . Riaçhão .............. . Rosário... . . . . . ~~o. LUís..... .
ttnbtras, ............ . Tutóia ............ . Vitorino Freire . ...... .
USINAS LOCALIZADAS EM CADA MUNICÍPIO
Potência (Kw)
Produção (Kwh)
MUNICiPIOS
72
72
5 896
118 190 PIAUÍ ...
118 190
25 255 384 202
4 675 127 125 103
31 755 175 100
95 12
28 954 175 180 133
45 100
52 30
193 25 68 15 78 80
125 960 160
7 534
7 534
2 8'i7 32 24 80 20 66 27 25 30 46
100 35 58 72 45 18 18 36 12 35 90
1 893 30 30 55
17 460 224 62 500
1 100 000 2 !57 596 1 135 038
11 309 507 542 068 702 375 451 140
84 892 753 437 500
30 100 237 500
60 000 80 685 800
437 500 337 125 330 000 112 500 34 986
130 000 75 000
311 500 49 050
170 000 20 000
195 000 33 312
310 625 495 255 400 000
21 319 770
21 319 770
4 986 718 49 275 60 000
200 000 50 000 96 360 67 500 62 500 17 196
250 000 87 500
145 000 37 310 12 775 45 000 45 000 90 000 17 520 51 100
5 450 3 416 678
75 000 62 790 42 764
Altos ... Batalha Cocal Conceição do Canindé Floriano Guadalupe. lnhurna .. . I tainópolis . .. . Palmeirais. Parnaíba ..... Paulistana Pedro II ..... . Picos . . . . Piripiri Pôrto ..... . TERESINA União
CEARÁ
Acaraú Aracati Barbalha ... Batoque .. Brejo Santo .... Camocim Canindé Cariré Caririaçu .... Carnaubal .. Catarina .. Crateús ....... . Crato .. . FORTALEZA .... Groaíras .. Ibiapina.. . . Ipueiras ...... . Itapagé .. Jaguaretama Jati.. .. . Juàzeiro do Norte. Maranguape ...... . Martinópole . . . . . . .. Meruoca ....... . Milagres . . . .. Mombaça ...... . Morada Nova ... . Mucambo .... . Mulungu.. . .. Nôvo Oriente .. Palmãcia ..... . Paracuru .. . Piquet Carneiro. Quixeramobitn . .... . Reriutaba. Santa Quitéria .. Sobral . . . .. Tabuleiro do Norte .. Tamboril......... .. Umari ... Várzea Alegre .••.....
USINAS LOCALIZADAS EM CADA MUNICÍPIO
Potência (Kw)
3 414
60 56 20 15 48 11 24 27 20
625 20 48 48 50 42
4 200 100
22 891
50 507
75 14 35 75
144 33 20 20 12 83
144 18 103
12 23 40 68 24 20
249 129
20 20 35 30 22 62 35 20
4 35 20 80 28 35
2 460 30 20 26 29
Produção (Kwh)
20 782 755
130 000 29 700 50 000
20 000 27 500 60 000 67 soo 50 000
3 372 200 50 000 91 841
120 000 108 000
18 5!4 16 500 000
67 soo
76 908 817
219 000 1 267 500
187 500 35 000 51 100
136 875 360 000
4 752 78 423 23 100 17 520
224 100 777 312
67 605 556 30 000 57 soo 40 320
170 000 13 640 54 750
116 665 99 540 50 000 50 000 36 750 36 450 55 000
128 460 51 100
110 000 10 000 87 500 50 000 27 940 32 120 87 500
4 317 344 21 000 50 000 65 000 72 500
78 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
Potência e Produção das Usinas de Energia Elétrica, por Municípios - 1960
USINAS USINAS LOCALIZADAS EM LOCALIZADAS EM
MUNICÍPIOS CADA MUNICÍPIO
MUNICÍPIOS CADA MUNICÍPIO
Potência Produção Potência Produção (Kw) (Kwh) (Kw) (Khw)
------------ ----- -------- ------------ -----
RIO G. DO NORTE 6 679 23 850 409 PERNAMBUCO (condu.)
Angicos .. 75 133 286 Sidnhaém 105 237 600 Caicó 362 653 668 Surubim 152 150 000 Canguaretama. 40 24 538 Triunfo 60 14 449 Caraúbas 29 42 340 Vertentes 72 13I 400 Ceará Mirim .. 240 272 000 Vicência 160 135 000 Florânia 44 80 300 Ipanguaçu .. 14 35 000 ALAGOAS 11 574 28 277 379 João Câmara 40 64 087 Marcelino Vieira 64 I60 000 Arapiraca 550 234 170 NATAL .. 5 340 2I 564 269 Atalaia 53 132 500 Nova Cruz 85 113 389 Cajueiro 45 128 046 Ouro Branco I9 47 500 Capela . 60 509 I75 Parelhas .. 64 160 000 Coruripe 60 ISO 000 Santana do Matos 120 300 000 Feira Grande 33 54 546 São João do Sabugi. 38 13 870 Igaci 26 65 000 São Rafael ...... 46 97 312 Junqueiro . 15 37 125 São Vicente .. 29 12 soo MACEIÓ. 2 190 I 638 000 Serra Negra do Norte 30 16 350 Marechal Deodoro 31 53 643
Mata Grande IO 5 468 p ARAiBA .... 9 630 15 183 776 Mudei.. I07 267 500
Ólho-d'água das Flores 33 59 400 Água Branca IO 25 000 Palmeira dos Índios I85 Alagoa Nova 8 li 680 Paulo Jacinto. 22 I7 282 Alhandra I2 21 900 Piaçabuçu 44 110 000 Araçagi 9 8 550 Pindoba 35 I2 600 Catolé da· ·Rocha. 11 9 125 Pôrto Calvo .. 45 112 500 Conceição .. 83 134 594 Quebrangulo 50 25 215 Esperança .... 50 73 000 Rio Largo 4 988 I3 417 459 Ing_§. . . . . . . . 40 IOO 000 Santana do lpanema I75 I45 775 JOAO PESSOA ... 4 000 I2 076 365 São José da Laje 2 522 IO 362 000 Juàzeirinho . , . 24 49 275 São Luls do Quitunde 45 114 975 Patos . 82I 1 029 000 Trai pu .. 35 87 500 Pedra La;rada 32 20 329 União dos Palmares 215 537 500 Picuí. 52 27 430 Pilar ..... 8 3 42I SERGIPE I 233 41 500 Focinhos 47 65 090 R.io Tinto.'.'.' .... 3 600 I32 596 Estância 1 205 9 600 Santa Luzia ... ... 72 59 812 Indiaroba 20 30 600 Santa Rita . 200 671 235 Salgado . 8 I 300 São J cão do C~riri 24 29 903 Sapé 250 248 476 BAHIA ..... 235 112 1 003 098 982 Serra Bran~~ · I07 267 500 Serra da Raiz 40 IOO 000 Amargosa ... 198 65 872 Serraria .. .. 50 7 500 Andaraí . 37 I02 000 Soledade .. 80 11 495 Barreiras . 330 645 958
Belmonte .. I65 365 000 ERNAMBUCO 43 021 48 160 342 Caculê ... ... !58 2I 800 .. .. Cairu ... 63 IS7 500
p
Amaragi 985 4 908 660 Campo Formoso I60 ... A..raripina . . : ' 80 202 I53 Candeias ...... 80 678 900 Barreiros ...... .. .. 252 437 600 Cansanção, .. 23 35 040 Bodocó ... 32 60 000 Carinhanha .. 117 2 875 Bom Conselho .. .. 85 163 300 Casa Nova 30 IO 950 Bonito ...... .. 646 2 296 051 Castro Alves ·::: .. 272 7 092 Cabo ... 630 1 304 640 Catu . 80 678 900 CamocÚn 'de São Félix 36 62 228 Conceição da Feira .. 9 000 72 927 I20 Catende . 3 500 8 9I5 970 Cotegipe 20 000 27 724 800 Cortês 60 240 000 Entre Rios .. 21 Escada : · IOO 609 600 Espla.nada 50 22 500 Exu. 23 Euclides da Cunha I38 345 000 Gameleira .. 850 5 178 '00 !bicara{ . 172 430 000 Goiana ... 1 600 20 210 Ilhéus 2 440 8 828 500 Ipojuca .. I37 307 I54 Ipirá 80 55 964 Joaquim Nabuco I I80 3 IOO 000 Ipupiara 20 50 000 Moreno 3 I80 4 3I5 670 Itabuna . I04 260 000 Olinda . 600 15 000 Itambé ISO 375 000 Palmares I 832 5 657 I37 Itaparica I34 335 000 Palmeirina '. 28 Itapetinga 112 280 000 Pedra. ... ... 25 50 760 Ituaçu .. 80 86 340 Petrolin~· ·········· 1 600 I I52 000 Jacaraci 80 94 396 Qui papá .. ..... 72I 2 040 720 Jacobina. 1 I90 53I I57 RECIFE 20 500 Jaguarari. 82 205 000 Rio Formo~~-:::: I 474 3 460 605 Jaguarípe. ... I05 262 500 Santa Crm. do Capiba- Livramento do Bru-
ribe 57 I42 500 mado. 80 174 780 Santa Maria da Boa Miguel Caimon. I32 80 882
Vista . 27 IS 8IO Pauto Afonso. 182 000 853 899 600 São José do ·Bel,;,ont~ I85 437 500 Pindobaçu 34 42 500 São José do Egito. 125 312 500 Pôrto Seguro 45 26 954 São Lourenço da Mata I 548 1 844 282 Queimadas ... IOO 22 608 Serra Talhada ISO 68 250 Rio Real. 24 25 436 Sertânia .. ... . . 224 173 593 Ruy Barbosa .... 97 lOI I26
ESTA TfSTICA MUNICIPAL 79
Potência e Produção das Usinas de Energia Elétrica, por Municípios - 1960
MUNIClPIOS
BAHIA (conclusão)
SALVADOR Santaluz . Santa Teresinha Santo Amaro .. São Francisco do Conde Senhor do Bonfim Serrinha Una Utinga. Valença Valente-Vitória da Conquista
MINAS GERAIS
Abre Campa, Aiuruoca ... Alto Rio Doce Alvinópolis Andrelândia Antônio Carlos Antônio Dias Araguari Arceburgo Arcos Baependi Barbacena Barroso ..... , .... , , BELO HORIZONTE Bocaiúva . Bom Despacho . Bom Jesus do Galho Bom Repouso Borda da Mata Braünas. Buen6polis . Cachoeira de Minas Caeté ... Caldas . Camanducaia .. Cambuí. Campanha .. Campestre. Campos Altos .. Candeias .. Capitólio Caraí. Caratinga . .. , . Carmo do Rio Claro Cataguases. . . . . . . Conceição do Mato Den-
tro . . . . . . . Conceição do Rio Verde Conquista . . . Conselheiro Lafaiete . . Contagem Corinto ... Coroaci. Cristais Cristina Curve!o.. . Delfim Moreira Diamantina Divino Divinópolis Divisa Nova Dom Silvério Dom Viçoso Dores do Turvo Ervãlia . . . Estréia do Sul Ferros Gouvêa Governador Valadares Grão Mogol. Guaraciaba Guaranésia Iapu . Ibiraci. . Indianópolis Inhapim Inhaúma
USINAS LOCALIZADAS EM CADA MUNICÍPIO
Potência (Kw)
7 100 75
156 100
6 000 296 101
55 120
2 040 34
852
Produção (Kwh)
586 800 187 500 219 792 848 625
29 970 000 245 276 129 276 137 500
43 150 6 365 800
51 213 3 355 000
7/1 916 2 954 236 105
15 88 74
505 216 900
50 392 800 500
80 816
2 560 487
8 720 1 365
500 2 650
23 600
104 432 285
37 5 015
332 96
475 1 808
255 149 200 160
96 900 200
1 600
124 100
35 896
4 400 I 706
26 114
72 825
30 88
I40 22 188
300 72 24 40
156 70
100 4 400 3 600 1 480
14 900 360
25 175 000
44 152 I 193
64 745 36.3 993 414 045
1 739 050 868 690
2 946 856 224 838 500
4 766 120 1 995 448
378 443 3 191 278
14 811 300 601 237
4 894 521 4 873 790
187 308 5 889 600
59 822 1 622 035
5b6 095 300 52 657 18 750
14 718 992 1 470 460
59 071 398 164
6 922 800 369 191 595 953 323 811 108 418 138 660 234 400
1 127 863 204 900
662 502 204 760 166 305
1 517 675 5 678 116 I 075 320
46 312 285 430
259 670 186 200
39 696 97 724
92 456 726 1 078 320
288 000 46 424
160 000 224 090 232 947 253 482
18 644 680 14 124 285
7 787 210 86 556 700
1 199 349 100 000
798 822 000 75 449
631 748 772 000
MUNICIPIOS
MINAS GERAIS (cont.)
Itabirito Itajubã. Itambacuri Itamonte Itanhomi Itapecerica Itaúna. Ituiutaba Itutinga Jaboticatubas Jacuí Januãria Jeceaba Joaíma. João Pinheiro Jordânia. Juiz de Fora Ladainha Lagoa da Prata Lagoa Santa Leopoldina . Liberdade Luminárias Malacacheta Manga Manhuaçu Mar de Espanha Mariana Martinho Campos Matias Barbosa Matip5 Matozinhos Medina Merces Mesquita. Minduri Miraí ... Monte Carmelo ... Monte Santo de Minas Montes Claros. . .. Morada Nova de Minas Mudaé Mutum .. Muzambinho Natércia . Nazareno . Nepomuceno Nova Era Nova Resende Oliveira. Ouro Branco Ouro Fino Ouro Prêto .. Paracatu. Pará de Minas Paraisópolis Passa Quatro Passa Tempo Passa Vinte . Passos Patos de Minas Pequi. Perdigão Piau Pirajuba. Pirapora. Pitangui Piüi Poço Fundo Poços de Caldas Ponte Nova. Pouso Alto Prados .. Pratápolis Raul Soares. Rio Acima . Rio Piracicaba Rio Pomba Rio Prêto Sabarã Sabinópolis Sacramento
USINAS LOCALIZADAS EM CADA MUNIClFIO
Potência I (Kw)
10 600 12 900
1 408 610
9 656
3 525 2 546
71 100 10 984
680 4 200 1 687
40 200
60 13 982
388 96
720 11 152
1 472 10 40 24
1 112 6
2 235 152
4 080 598
25 187 160 18
1 000 1 340
460 636
1 780 60
1 680 8
370 696
40 772 410 400 640 328 240
14 114 960
3 300 364 970 155
1 920 3 200
206 7
200 18 500
18 1 050 1 400
269 4 160 3 748
952 75
349 3 680 2 025
448 9 000 4 040
127 2 65ó
55 8 188
Produção (Khw)
26 037 556 39 180 399
532 100 1 618 942
36 000 3 060 160 6 604 440 8 852 415
244 029 790 33 168 850
2 137 260
4 684 590 160 000
75 098 890 491 476 183 000
49 539 000 6 475 181
58 533 160 000 60 000
3 781 185 48 000
10 946 417 108 665
14 426 000 831 693 100 000
47 198 610 353
75 800 197 600
2 333 663 1 725 150 2 182 970 2 026 911
78 961 8 256 300
32 000 1 217 748 1 814 218
118 625 2 084 000
986 000 1 087 267 1 613 141
104 636 1 102 301
77 423 000 204 021
6 55J 109 873 336 696 764 203 382
1 835 720 16 370 800
252 202 28 000
267 544 85 298 000
81 020
5 252 544 2 135 620
26 775 460 19 583 640
1 092 160
858 001 21 368 700
3 267 070 219 728
24 363 900 13 100 000
870 569 8 448 575
335 100 7 934 792
80 REVISTA BRASILEIRA DOS i\IC:\JCfPIOS
Potência e Ptadução das Usinas de Enet·gia ElétJica, pot· Municípios - 1960
MUNICÍPIOS
JVIIN AS GERAIS (concí.)
Salinas. Santa Bárbara Santa Vitót ia Santns Dumont .. São Francisco do Glóda São Gonçalo do Par á São Gonçalo do Sapucaí São Gota1 do . São João Del Rei. S~o José do Goiaba! São José do Jacuri Serra do Salit;e Senania Sete Lagoas Teófilo Otoni Tolcdo Tombos 'J.'upaciguara Turmalina Ub raba Uberlândia Varginha Vazante . Volta Grande
ESPÍRITO SANTO
Afonso Cláudio Alegre Anchieta Aracruz Baixo Guandu. Barra de São Francisco Cachoeira de I tapen1irim Colatina . Conceição rla Bg_rra Domingos lVIartins Guaçuí Ibiraçu Iconha Itaguaçu Iúné:l. Jerônimo lvionteiro Mimoso do Sul Muniz Freire Nova Venécia .. Rio Novo do Sul Santa Leopoldina Santa Teresa Serra Viana . .. VITôRIA
RIO DE JANEIRO ..
Angra dos Reis Araruama . Barra Mansa . Bom Jardim . Bom Jesus do Itaba-
poana Cabo Frio Campos. Canta~alo .. Carmo ..... Casimira de Abreu C Jideiro Duque de Caxias lta<:!,uaí . Itaperuna Macaé Magé ..... Mangaratiba . . . Valença (ex-Marquês de
Valença) Miguel Pereira NITERÔI . Nova Friburgo . Nova Igunçu .. Paracambi Paraíba do Sul Parati. ...
USINAS - li' ~ LOCALIZADAS _EM CADA MUNTCIPIO MUNICÍPIOS
.Potência j Produção I' -~:"'2_ -- -- ~K v.::1l __ i _____ -------
!
,RIO DE jANEIRO
180 382 138 (conclusão;
1 O 000 51 656 880 Petrópolis . 20 58 000 Pi.raí
6 620 49 349 961 Rio Clat o (ex-Itaver§) 240 142 674 Rio das Flores. 120 99 000 Sanh:i Maria Madalena 240 ó31 105 Santo Antônio de Pádua 520 São Fidélis . 554 531 600 São Gonçalo 100 326 000 Sil.o Pedt o da Aldeia
20 50 000 Silva Jarditn I O 69 800 Teresópolis
500 137 858 Três Rios 300 Volta Redonda 150 14 900
2 8~g 15 ~~~ ggg GUANABARA
1 100 2 835 040 25 100 000 RIO DE JANEIRO
1 000 33 650
12 m 4x g~; i~g SÃO PAULO ..
40 160 000 Águas de São Pedro 300 160 237 AmericRna
36 698
25 200 300 116 230 175
4 015 1 030
70 240
28 115
48 250 316 100 047 179
36 6
16 820 518 144
18 6672
78 949 323
42 621 858 821 550 000 290 000 703 373 700 000
16 742 610 3 500 000
25 550 16 109 360
15 006 90 223
265 025 609 840 129 886 146 964
2 038 568 104 413
97 879 24 000
27 963 120 2 178 000
222 704 19 440
2 521 920
823 475 4 959 439 744
783 920 744 440
129 11 528
6 .330 2 520
162 000 410 110 492
1 320 1 840
11 100 4 031
500
1 257 2 008
32 496 5 930 2 100
200 4 800
80
3 497 1 670 2 615 1 641
826 100 111 210
70 849 16 871 450 21 392 300 13 174 200
777 413 932 234 060 440 000 258 000 357 900
8 109 500 60 302 380
5 190 679 974 074
3 010 357 1 923 575
132 832 674 21 754 785
7 791 200 130 000
21 258 000 112 000
Atnparo Andradina (l.piaí Araraquara A ti baia Avanhandava Avaré Bananal Barretos Bauru. Biriqni Bragança Paulista Brotas Buritizal Cachoeira Paulista Caconde Caieiras Campinas Campos do Jordão Cândido Mata Castilho Catanduva Cerquilho Cuba tão Dois Córregos Dracena Fartura Ftanca Gabriel Monteiro Guararema Guaratingnétá Icérn. Iepê Igaratá Iguape . Ilha Bela Itanhaém Itapeva ltápolis Itaporc.nga Itararé ltatiba Itatinga Itirapina Itu ]aú Joanópolis Jos:§ Bonifácio Jundiaí . Juquiá Lagoinha .. Lavrinhas Limeira. Maca tuba .. Marília. Martinópolis Mo coca Mogi Guaçu ......... .
USINAS LOCALIZADAS EM CADA MUNICÍPIO
Potência !Kwl
J 760 485 280
132 157 172 960 368
20 500 420
48 1 610
27 000 30 000
42 OI6
42 016
776 556
!50 61 352
360 3 000
185 652 507
30 000 968 184
3 250 1 060 1 500 4 260 2 468
800 8?2
3 360 2 82? 3 295
220 1 680 6 310
480 3 750
804 004 176 440 200
5 520 45
~82 600
7 952 142
15
200 600 456 220 304
48 000 744 000 868 264 120
14 400 1 953
10 000 40 50
780 412 900 720
17 980 920
Proàução (Kwh)
2 250 000 489 235 914
628 000 373 902
47 175 1 906 880
358 570 110 177 500
326 820 67 200
2 254 000 146 890 000
99 887 520
441 400
441 400
8 978 430 522
5 555 123 030 941
1 999 680 3 792 028
400 000 20 316 479
518 065 253 532 300
1 976 800 611 8!3
29 080 soa ooo
2 115 000 19 384 866 13 660 956
2 197 034 491 091
19 907 223 8 605 030 9 129 756
!J06 245 5 160 000
16 238 173 3 200
8 788 335 372 892 390
202 082 7ó2 705
87 420 33 388 300
73 000 310 465
4 243 l>30 54 002 752
442 053 37 500
349 784 1 500 000
17 272 657 441 100
1 (126 603 81 000
16 864 304 854 000
9 792 000 2 473 400 1 558 701
150 906 21 703 720
6 036 638 3 683 688
100 000 91 706
1 280 000 5 847 400
831 630 66 486 870 3 404 200
ESTATíSTICA MUNICIPAL 81
Potência e Produção das Usinas de Energia Elétrica, por Municípios - 1960
MUNICÍPIOS
USINAS ~~ LOCALIZADAS EM CADA MUNICÍPIO
Potência (Kw)
Produção (Kwh)
MUNICÍPIOS
USINAS LOCALIZADAS EM CADA MUNICIPIO
Potência (Kw)
Produção (Khw)
-------------------------- --------------------SÃO PAULO (conclusão)
Nuporanga .... . Palmeira d'Oeste . Panorama ... Paraguaçu Paulista Paranapanema. . . , .. Patrocínio Paulísta Pedreira Piedade .. Pilar do Sul Pindamonhangaba Pinhal Piracicaba . Piraju . . , Pirapôzinho PirasAununga Populina. . Pôrto Ferreira . Presidente Prundente Presidente Venceslau. Rancharia ... Redenção da Serra Ribeirão Bonito Ribeirão Prêto Rio Claro . Salesópolis Salto .. Salto Grande. . . Santa Mercedes . Santana de Parnaíba Santa Rita do Passa
Quatro Santos . São Caetano do Sul São Carlos , .. São João da Boa Vista São José do Barreiro São José do Rio Pardo São Miguel Arcanjo SÃO PAULO São Sebastião São Vicente Sete Barras .. Socorro Sorocaba, Taciba . . , . Tapirai Tatuí Torrinha Uránia Votuporanga
PARANÁ ....
Adrianópolis Antonina Apucarana Arapoti ... Astorga... . Campo Mourão Cândido de Abreu Cornélio Procópio Cruz Machado CURITIBA. Florestópolis . . . Guarapuava Guaraqueçaba Guaratuba lrati Itaguajé. Jaguapitã Jaguariaíva Loanda Londrina Mandaguari Maringá .. Matelândia Medianeira Palmeira . Paranaguá Paulo Frontin Ponta Grossa . . . . ..
6 ~ 31441
6 400 100 102
1 500 40
I 836 13 232
7 930 5 390 4 000 9 932 2 360
15 208 50
5 960 96
I 250 3 875
200 3 135 4 880 4 6c0
135 4 900 2 181
10 905 61 550
64 19 519
2 610 12 000
4 350 5 600 2 716
96 56 140
1 520 414 191
706 520
58 425
61 074 28 40
I 040 640
47 260
112 672
880 820
3 080 2 930
310 1 520
20 760
1 148 10 000
175 1 300
52 15 000
332 135 525
88 360
9 720 480
4 120 130
50 250
4 010 93
7 490
33 130 600 40 000 25 016
4 824 000 71 638
7 683 520 97 644 820 25 404 144 22 287 460
7 767 290 51 237 190 11 729 204
104 286 000 125 000
22 751 450 240 000 369 300
1 901 000
21 831 000 20 847 430 15 756 300
5 204 000 3 523 050
35 398 284 354 121 116
160 000 11 199 072
6 901 346 72 602 525
350 000 20 549 688 10 185 051
82 892 24 653 200
3 786 162 2 617 021 894
2 452 064 3 129 429
68 821 911 000
207 281 002 51 100 54 000
1 921 970 3 548 600
137 240 14 000
569 289 384
3 705 300 310 000
9 516 840 12 838 748
450 369 1 368 930
13 837
7 284 134 10 569 050
49 ~00 3 445 839
94 900 100 041 600
895 166 36 000
1 772 500 525 000 221 070
58 811 766 80 900
12 055 310 175 125
22 500 672 188
10 318 015 203 670
31 213 642
PARANÁ (conclusão)
Porecatu Prudentópolis Reserva Rio Branco do Sul .. Santa Cruz do Monte
Castelo. Santa Isabel do Ivaí São João do Caiuá. São João do Triunfo São José dos Pinhais Sertanópolis . Texeira Soares Tibagi Toledo União da Vitória ..
SANTA CATARINA
Blumenau, . .. Braço do Norte Caç;;;dor Campos Novos Capinzal Chapecó. Concórdia Grão Pará .. Guaramirim .. Imbituba (ex-Henrique
Lage) Itá .. ltaiópolis ltuporanga Joaçaba Joinvile . Lajes Mafra Orleães Palmitos Pomerode . , Pôrto União Presidente Getúlio. Rio das Antas, . , .. Rio Fortuna .. Santo A1naro da Impe·
ratriz.... . . . . . FLORIANÚPOLIS São Carlos ... São Joaquim . . . . . . São José .... São Lourenço d 'Oeste Taió Tangará Timbó. Tubarão Turvo Videira ...
RIO GRANDE DO SUL
Alegrete Aratiba. . . Arroio Grande Bagé ... Barra do Ribeiro .. Bento Gonçalves Bom Jesus Bom Retiro do Sul Caçapava do Sul Cacequi . Cachoeira do Sul Camaquã Canela , . Canoas Casca Caxias do Sul Chapada Cruz Alta Dois Irmãos Dom Pedrito Encantado . Erechim .. ,
385 1 120
43 4 900
60 280 64 40
16 000 300 110
22 500 142 950
90 363
9 280 100 400 825 250 640
1 000 25
15 540
1 690 100 200
2 488 4 416 5 790 4 352
460 238
93 60
1 600 22
150 19
120 2 700
136 72
250 110
68 200
7 280 27 440
74 825
303 112
1 450 76
244 2 660
75 2 252
334 98
302 375
2 253 I 312
11 120 1 680
38 4 424
20 2 028 1 680
872 240 530
375 000 3 019 834
172 000 19 283 224
31 520 415 025
42 963 123 660
98 002 760 356 250 308 108
177 486 700 31 441
2 949 000
327 472 938
56 412 040 400 000
9 960 3 508 046
750 000 1 750 000 1 209 525
136 250 49 624 000
2 705 029 400 000 88~ 415
10 582 900 5 922 567
14 008 150 13 048 175
1 548 520 569 850 441 285
15 827 4 837 855
46 780 394 905
26 250
184 550 918 684 230 250 288 000 916 855 263 000 235 000 472 000
48 234 374 104 269 080
81 196 2 146 620
852 326 031
5 536 059 62 000
1 185 350 8 342 429
385 430 4 286 330
609 042 392 000 764 909 299 400
8 557 362 l 970 239
74 900 000 308 800
40 625 4 4ó6 614
43 746 8 403 853 6 625 578 2 556 817
319 730 382 419
82 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
Potência e Produção das Usinas de Energia Elétrica, por Municípios - 1960
MUNICÍPIOS
USINAS I LOCALIZADAS EM CADA MUNICÍPIO
MUNICÍPIOS
USINAS LOCALIZADAS EM CADA MUNICÍPIO
(Kw) (Kwh) (Kw) (Kwh) Potência Produção Potência I Produção
----·-------- ----- ------- ------------ -------------
RIO GRANDE DO SUL RIO GRANDE DO SUL (continuação) (conclusão)
Erva! .. 200 181 040 Sarandi .... .. 460 1 302 492 Estância Velha 130 96 000 Soledade .. .. 328 924 380 Esteio. 3 000 13 564 000 Tapes 354 720 500 Estrêla 1 566 1 448 728 Tôrres., 453 955 600 Farroupilha 80 72 835 Três Coroas. .. 42 SuO 154 900 000 General Câmara 345 337 820 Três de Maio. 140 191 425 General Vargas 80 200 000 Tupanciretã 1 060 966 877 Getúlio Vargas 319 b66 652 Uruguaiana 2 820 10 009 641 Guaíba 25 6 339 Vacaria .. 1 075 s 890 145 Guaporé . 200 174 746 Viadutos ... 80 275 480 Ijuí .. ... 2 684 8 671 664 Ira:i 75 MATO GROSSO I 350 2 419 811 Itaqui . 1 328 1 870 781 Amamba:í. 80 320 000 ]aguarão 1 115 2 473 159 .. Jaguari . , 320 168 000 Barra do Bugres 20 50 000 Júlio de C;stÚi10s 1 610 4 916 021 Cassilândia,. 24 40 000 Lagoa Vermelha 868 1 230 705 Jardim. 254 296 617 Lajeado .. 1 936 2 485 500 Mato Grosso 18 45 000 .. Miranda .. 132 10 560 Marau. 38 188 646 Marcelin~· Ramos 1 000 6 879 900 Nioaque ... 30 18 290 .. Nossa Senhora do Li· Nonoai. .... 80 320 000 vramento 14 15 330 Nova Palma .. 956 1 361 128 Poconé. 90 48 725 Nova Prata 104 429 865 Os6rio . 1 276 1 349 993 Ponta Porã 400 392 268 Palmeira das Missões 1 924 9 516 228 Ponte Branca 20 20 000 Panambi 500 1 730 368 Pôrto Murtinho 231 I I03 760 Passo Fundo ·. 9 500 32 969 155 Ribas do Rio Pardo 37 59 261 Pelotas. 10 730 27 455 587 GOIÁS 4 002 13 428 683 Pinheiro Ma~hado 140 r 405 996 .... PÓRTO ALEGRE. 35 065 147 348 820 Catalão. 48 Quaraí 561 990 622 Corumbá de Goiás 69 27 051 Restinga· Sêca 176 I29 970 Cristalina. .. I24 500 000 Rio Grande . .. 11 595 30 091 915 Cristianópolis . .... .. 92 227 785 Rio Pardo 548 318 000 Cumari. ... 80 Rosário do Sul ... 496 I 014 820 Fazenda Nova .... I3 50 000 Sananduva 250 617 348 Formosa ...... 250 737 789 Santa Bárbara· cÍo Sui 76 50 802 Gurupi .. 44 79 200 Santa Cruz do Sul. . 1 I44 3 I33 899 Ipameri. ... 536 I 848 572 Santa Maria . , 4 524 14 046 406 Itacajá 20 50 000 Santana do Livram~nto 3 476 8 854 I44 Itumbiara. .. ISO I 078 110 Santa Rosa . 1 500 6 704 120 Jaraguá . 450 2 808 800 Santa Vitória do Palmar 190 145 458 Jataí ... 480 879 930 Santiago 812 I 374 076 Leopoldo de Bulhões 184 190 130 Santo Ângelo. ... 1 200 9 I56 360 Mambaí. 30 7 948 Santo Cristo .... 75 Natividade I25 170 520 São Borja I 256 3 547 780 Niquelândia .. 20 31 210 São Francisco de Pauia 2 420 I2 899 000 Orizona 240 172 800 São Gabriel 725 2 641 825 Pires do Rio .. 424 2 169 000 São Jerônimo. 24 100 175 869 530 Rio Verde 320 1 821 600 São Lourenço do Sul 498 735 880 Santa Rita do Araguaia 44 267 609 São Luís Gonzaga 797 4 8UI 831 São Simão ... 31 77 500 São Pedro do Sul. 220 Silvânia 69 I31 962 São Sepé
I 430 I77 235 Uruaçu. .. 64 58 727
São Valenti~ I6 40 000 Urutai 95 42 440
Divisão Territorial
QUADRO MUNICIPAL EM 30-Vl-1962
REGIÕES E UNIDADES DA FEDERAÇÃO
Rondônia
Acre ...
Amazonas
Rio Branco
Pará
Amapá
Maranhão
Piauí
Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba .
Pernambuco
Alagoas
Fernando de Noronha (1)
Sergipe.
Bahia.
Minas Gerais
Espírito Santo
Rio de Janeiro
Guanabara
São Paulo
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Mato Grosso
Goiás
Distrito Federal
f
Norte.
Nordeste
RESUMO l~::te. Centro-Oeste
BRASIL.
NORTE
NORDESTE
LESTE
SUL
CENTRO-OESTE
NÚMERO DE MUNICÍPIOS EXISTENTES
7
82
82
122
83
148
115
149
123
74
62
194
485
40
63
505
243
155
157
64
179
180
809
845
1 060
244
3 144
FONTE - Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Estatística- Diretoria de Documentação e Divulgação.
(1) Território criado no interêsse da defesa nacional, consideradp município exclusivamente para fins. estatísticos.
84 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS·
MUNICÍPIOS
TERRITÓRIO DE RONDÔNIA
Guajará-Mirim PóRTO VELHO (Capital)
2. ESTADO DO ACRE
Brasilêia Cruzeiro do Sul Feij6 RIO BRANCO (Capital) Sena Madureira Tarauacá Xapuri
3. ESTADO DO AMAZONAS
Abufari Aiapuá Airão Alvarães Amaturá Anamã Ano ri Apuaú Atalaia do Norte Auati Paraná Autazes Barcelos Barreirinha Benjamin Constant Beruri Boa Vista do Ramos Bôca do Acre Bôca do Iaco Borba Camará Canumã Canutarna Carauari Careiro Carvoeiro Coar i Codajãs Concórdia Copatana Eirunepé Envira Esperança Estirão Eva Fonte Boa Humaitá Iauaretê Içana Ilha Grande Ipixuna Itacoatiara Itama.rati Itapeassu Itapiranga Janauacá Japurá Juruá Jutaí Lábrea Manacapuru Manaquiri MANAUS (Capital) Manicoré Maraã Marmelos Maués Miriti Mundurucus Nhamundá Nova Olinda do Norte Nôvo Aripuanã Osório Fonseca Paraconi Parintins Pauini Pedras Piorini Prainha Santa Rita do Weil Santo Antônio do Içá São Paulo de Olivença São Sebastião Silves
MUNICÍPIOS
3 ESTADO DO AMAZONAS (Conclusão)
Tamaniquá Tapauá Taracuá Tefé Teuini Tonantins Uaupés Urucará Urucurituba
4 TERRITÓRIO DO RIO BRANCO
BOA VISTA (Capital) Caracaraí
5. ESTADO DO PARA
Abaeté do Tocantins Acará Afuá Alenquer Almeirim Altamira Anajás Ananindeua Araticu Augusto Corrêa Aveiro Bagre Baião Barcarena BEL:ÉM (Capital) Benevides Bonito Bragança Breves Bujaru Cachoeira do Arari Cametá Capanema Capitão Poço Castanha! Chaves Colares Conceição do Araguaia Curralinho Curuçá Faro Gurupã lgarapé-Açu Igarapé-Miri Inhangapi Irituia Itaituba Itupiranga Jacundá Juruti Limoeiro do Ajuru Magalhães Barata Marabã Maracanã Marapanim Melgaço Mocajuba Moju Monte Alegre Muaná Nova Timboteua Óbidos Oriximinã Ourém Peixe-Boi Ponta de Pedras Portei Pôrto Moz Prainha Primavera Salin6polis Salvaterra Santa Cruz do Arari Santa Isabel do Pará Santa Maria do Pará Santana do Araguaia Santarém Santarém Nôvo Santo Antônio do Tauá São Caetano de Odivelas
MUNICÍPIOS
5 ESTADO DO PARA (Conclusão)
São Domingos do Capim São Félix do Xingu São Francisco do Pará São João do Araguaia São Miguel do Guamã São Sebastião da Boa Vista Senador José Porfírio Soure Tomé-Açu Tucuruí Vigia Vi seu
6 TERRITÓRIO DO AMAP A
Amapá Calçoene MACAPA (Capital) Mazagão Oiapoque
7. ESTADO DO MARANHÃO
Afonso Cunha Alcântara Aldeias Altas Altanlira do Maranhão Alto Parnaíba Amarante do Maranhão Anajatuba Araioses Arari Axixã Bacabal Bacuri Balsas Barão de Grajaú Barra do Corda Barreirinhas Benedito Leite Bequimâo Brejo Buriti Buriti Bravo Ctdapió Cajari Cândido Mendes Cantanhede Carolina Carutapera Caxias Chapadinha Codó Coelho Neto Colinas Coroatá Cururupu Dom Pedro Duque Bacelar Esperantinópolis Fortaleza dos Nogueiras Fortuna Gonçalves Dias Governador Archer Governador Eugênio Barros Graça Aranha Grajaú Guimarães Humberto de Campos Icatu Igarapé Grande Imperatriz lpixuna I tapecuru-Mirim João Lisboa Joselândia Lago da Pedra Lago do Junco Lago Verde Lima Campos Loreto Luís Domingues Magalhães de Almeida Mata Roma Ma tinha Matões Mirador
MUNICÍPIOS
7. ESTADO DO MARANHÃO (Conclusão)
Mirinzal Monção Montes Altos Morros Nina Rodrigues Nova Iorque Ólho d'Água das Cunhãs Paço do Lumiar Palmeirândia Paraibano Parnarama Passagem Franca Pastos Bons Pedreiras Penal v a Peri-Mirin1 Pindaré-Mirim Pinheiro Pio XH Pirapemas Poção de Pedras Pôrto Franco Presidente Dutra Primeira Cruz Riachão Ribamar Rosário Sambaíba Santa Helena Santa Luzia Santa Quitéria do Maranhão Santa Rita Santo Antônio dos Lopes São Benedito do Rio Prêto São Bento São Bernardo São Domingos do Maranhão São Félix de Balsas São Francisco do Maranhão São João Batista São João dos Patos SÃO LUÍS (Capital) São Mateus do Maranhão São Raimundo das Mangabeiras São Vicente Ferrer Sítio Nôvo Sucupira do N arte Tasso Fragoso Timbiras Timon Tuntum Turiaçu Tutóia Urbano Santos Vargem Grande Viana Vitória do Mearim Vitorino Freire
8 ESTADO DO PIAUÍ
Água Branca Alto Longá Altos Amar ante Angical do Piauí Aroazes Avelino Lopes Barras Batalha Beneci i tinos Bertolínia Bom Jesus Buriti dos Lopes Campo Maior Canto do Buriti Capitão de Campos Caracol Castelo do Piauí Cocal Conceição do Canindé Corrente Cristina Castro Curimatã Elesbão Veloso Eliseu Martins Esperantina
DIVISÃO TERRITORIAL
MUNICÍPIOS
8 ESTADO DO PIAUl (Conclusão)
Floriano Francisc6polis Francisco Santos Fronteiras Gilbués Guadalupe Inhuma lpiranga do Piauí Itainópolis Itaueira Jaicós Jerun1enha Joaquim Pires José de Freitas Landri Sales Luís Correia Luzilândia Metias Olímpio Miguel Alves Monsenhor Hipólito Monte Alegre do Piauí Nazaré do Piauí Nossa Senhora dos Remédios Nôvo Oriente do Piauí O eiras Palmeirais Parnaguá Parnaíba Paulistana Pedro H Picos Pimenteiras Pio IX Piracuruca Piripiri Pôrto Prata do Piauí Regeneração Ribeiro Gonçalves Rio Grande do Piauí Santa Cruz do Piauí Santa Filomena São Félix do Piauí São Francisco do Piauí São João do Piauí São José do Peixe São Julião São Miguel do Tapuio São Pedro do Piaui São Raimundo Nonato Simões Simplicio Mendes TERESINA (Capital) União Uruçuí Valença do Piauí Várzea Grande
9 ESTADO DO CEARA
Abaiara Acaraú Acopiara Aiuaba Alcântaras Altaneira Alto Santo Antonina do Norte Apuiarés Aquiraz Aracati Aracoiaba Araripe Ara tuba Arneiroz Assar é Aurora Baixio Barbalha Barro Bato que Baturité Beberibe Bela Cruz Boa Viagem Brejo Santo Camocim
MUNICÍPIOS
9 ESTADO DO CEARA (Continuação)
Campos Sales Canindé Capistrano Caridade Cariré Caririaçu Cariós Carnaubal Cascavel Catarina Caucaia Cedro Chaval Choró Cococi Coreaó Cratéus Crato Farias Brito FORTALEZA (Capital) Frecheirinha General Sampaio Granja Granjeiro Groaíras Guaióba Guaraciaba do Norte Guaramiranga Ibiapina Icapuí Icó Iguatu Independência Ipaumirim I pu Ipueiras Iracema Irauçuba Itaiçaha Itapagé Itapipoca Itapióna Itatira J aguaretama Jaguaribara Jaguaribe Jaguaruana Jardim Jati Juàzeiro do Norte Jucás Lavras da Mangabeira Limoeiro do Norte Macaraú Maracanaú Maranguape Marco M:utinópole Massapê Mauriti Meruoca Milagres Milhã Missão Velha Momhaça Monsenhor Tabosa Morada Nova Moraójo Morrinhos Mucambo Mulungu Nova Olinda Nova Russas Nôvo Oriente Orós Pacajus Pacatuba Pacoti Pacujá Palhano Palmácia Paracuru Pararnhu Paratnoti Pedra Branca Penaforte Pentecoste
85
86 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
MUNICÍPIOS
9. ESTADO DO CEARÁ (Conclusão)
Pereira Piquet Carneiro Poranga Porteiras Potengi Quixadá Quixeramobim Quixeré Redenção Reriutaba Russas Saboeiro Santana do Acaraú Santana do Cariri Santa Quitéria São Benedito São Gonçalo do Amarante São João do J aguari be São Luís do Curu Senador Pompeu Senador Sá Sobral Solonópole Tabuleiro do Norte Tamboril Tauá Tianguá Trairi Ubajara Umari Uruburetama Uruoca Várzea Alegre Viçosa do Ceará
10. ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Acari Açu Afonso Bezerra Alexandria Almino Afonso Angicos Antônio Martins Apodi Areia Branca Arês Augusto Severo Baía Formosa Baraúna Barcelona Barreto Bom Jesus Brejinho Caiada Caicó Canguaretama Caraúbas Carnaúba dos Dantas Ceará-Mirim Cêrro Corá Coronel Ezequiel Cruzeta Currais Novos Doutor Severiano Equador Espírito Santo Felipe Guerra Florânia Goianinha Governador Dix-Sept Rosado Grossos Guamaré Ipanguaçu Itaú Jandufs ]anuário Cicco Japi Jardim de Angico• Jardim de Piranhas Jardim do Seridó João Câmara José da Penha Jucurutu Junco
MUNICÍPIOS
10. ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
(Conclusão)
Lagoa Danta Lagoa de ·Pedras Lagoa dos Velhos L,agoa Nova Lag;oa Salgada Lajes Lajes Pintadas Luís Gomes Macaíba Macau Marcelino Vieira Martins Maxaranguape Montanhas Monte Alegre Mossoró NATAL (Capital) Nísia Floresta Nova Cruz Olho d'Água do Borges Ouro Branco Paraú Paràzinho Parelhas Parnamirim Passa e Fica Patu Pau dos Ferros Pedra Grande Pedro A.velino Pedro Velho Pendências Portalegre Riacho da Cruz Riacho de Santana Rodolfo Fernandes Ruy Barbosa Santa Cruz Santana Santana do Matos Santo Antônio São Bento do Norte São Bento do Trairi São Fernando São Gonçalo do An1arante São João do Sabugi São José de Mipibu São José do Campeste São José do Seridó São Miguel São Paulo do Potengi São Pedro São Rafael São Tomé São Vicente Serra Caiada Serra de São Bento Serra Negra do Norte Sítio Nôvo Taipu Tangará Tenente Ananias Timbaúba dos Batistas Touros Umarizal Upanema Várzea
11 ESTADO DA PARAÍBA
Água Branca Aguiar Alagoa Grande Alagoa Nova Alagoinha Alhandra Antenor N avarro Araçagi Arara Araruna Areia Areia! Aroeiras Bafa da Traição Bananeiras
MUNICÍPIOS
11. ESTADO DA PARAÍBA (Continuação)
Barra de Santa Rosa Barra de São Miguel Bayeux Belém Belém do Brejo do Cruz Boaventura Bonito de Santa Fé Boqueirão Boqueirão do Cochos Borborema Brejo do Cruz Cabaceiras Cabedclo Cachoeira dos Índios Cacimba de Areia Cacimba de Dentro Caiçara Cajàzeiras Camalaú Camoina Grande Carrâpateira Catingueira Catolé do Rocha Conceição Condado Canga Corem as Cruz do Esplrito Santo Cuba ti Cuité Cuitegi Destêrro Diamante Dona Inês Duas Estradas Esperança Fagundes Frei W.artinho Guarabira Gurinhém Gurjão Ibiara Ingá Itabaiana Itaporanga I ta pororoca Itatuba Jacaraú Jericó JOÃO PESSOA (Capital) Juarez Távora Juàzeirinho Junco do Seridó Juripiranga Juru Lagoa Lagoa de Dentro Livramento Lucena Mãe d'Água Malta Mamanguape Manaíra-Mari Mogeiro Monte Horebe Monteiro Mulungu Na tuba N azarêzinh o Nova Floresta Nova Olinda Olho d'Água Olivedos Ouro Velho Passagem Patos Paulista Pedra Lavrada Pedras de Fogo Pianc6 Picuí Pilar Pilões Pirpirituba Pitimbu Focinhos
MUNICÍPIOS
11. ESTADO DA PARAÍBA (Conclusão)
Pombal Prata Princesa Isabel Puxinanã Queimadas Remígio Riacho dos Cavalos Rio Tinto Salgadinho Salgado de São Félix Santa Cruz Santa Helena Santa Luzia Santana dos Garrotes Santa Rita Santa Teresinha São Bento São João do Cariri São João do Tigre São José da Lagoa Tapada São José de Espinharas São José de Piranhas São José do Sabugi São José dos Cordeiros São Mamede São Miguel de Taipu São Sebastião de Lagoa de Roça São Sebastião do Un1buzeiro Sapé Ser i dó Serra Branca Serra da Raiz Serra Grande Serra Redonda Serraria Solânea Soledade Sousa Sumé Ta cima Taperoá Tavares Teixeira Triunfo Uiraúna TJmbuzeiro Várzea
12. ESTADO DE PERNAMBUCO
Afogados da Ingàzeira Agrestina Água Preta Águas Belas Alagoinha Aliança Altinho Amaraji Angelim Araripina Arcoverde Barra de Guabiraba Barreiros Belétn de Maria Belém de São Francisco Belo Jardim Betânia Bezerros Bodocó Bom Conselho Bom Jardim Bonito Brejão Brejo da Madre de Deus Buíque Cabo Cabrobó Cachoeirinha Camocim de São Félix Canhotinho Carnaíba Carpina Caruaru Catende Condado Correntes
DIVISÃO TERRITORIAL
MUNICÍPIOS
12 ESTADO DE PERNAMBUCO (Conclusão)
Cortês Cupira Custódia Escada Exu Flores Floresta Gameleira Garanhuns G 16ria do Goitá Goiana Gravatá lgarassu Inajá Ipojuca Ipubi Itaíba Itamaracá Itapetim Jaboatão Jataúba João Alfredo Joaquim Nabuco Jupi Jurema Lagoa do Ouro Lagoa dos Gatos Lajedo Limoeiro Macaparana Maraial Mirandiba Moreno Nazaré da Mata O linda Orob6 Ouricuri Palmares Palmeirina Panelas Parnamirim Paudalho Paulista Pedra Pesqueira Petrolândia Petrolina Poção Ponta de Pedras Qui papá RECIFE (Capital) Riacho das Almas Ribeirão Rio Formoso Salgueiro Sanharó Santa Cruz do Capibaribe Santa Maria da Boa Vista São Bento do Una São Caitano São João São Joaquim do Monte São José da Coroa Grande São José do Belmonte São José do Egito São Lourenço da Mata São Vicente Ferrer Serra Talhada Serrita Sertânia Sirinhaém Surubim Tabira Tacaratu També Taquaritinga do Norte Terra Nova Timbaúba Toritama Triunfo Tupanatinga Tuparetama Venturosa Verdejante Vertentes Vicência Vitória de Santo Antão
87
MUNICÍPIOS
-----------13. ESTADO DE ALAGOAS
Água Branca Anadia Arapiraca Atalaia Barra de Santo Antônio Batalha Belo Monte Bôca da Mata Branquinha Cacimbinhas Cajueiro Campo Alegre Campo Grande Capela Chã Preta Colônia Leopoldina Coruripe Delmiro Gouveia Dois Riachos Feira Grande Feliz Deserto Flexeiras Girau do Ponciano Ihateguara Igaci Igreja Nova Jacaré dos Homens Jacuípe J aparatinga J aran1ataia Jundiá Junqueiro Limoeiro de Anadia MACEIÓ (Capital) Major lsidoro Maragogi 1\.iaravilha Marechal Deodoro Mar Vermelho Mata Grande Matriz de Camaragibe Monteirópolis Murici Ólho d'Água das Flores O li vença Ouro Branco Palmeira dos Índios Pão de Açúcar Passo de Camaragibe Paulo J acint.) Penedo Piaçabuçu Pilar Pindoba Piranhas Poço das Trincheiras Pl-rto Calvo Pôrto de Pedras Pôrto Real do Colégio Que brangulo Rio Largo Santana do Ipanema Santana do ~undaú São Brás São José da Laje São José da Tapera São Luís do Quitunde São Miguel dos Campos São Miguel dos Milagres São Sebastião Satuba Trai pu União dos Palmares Viçosa
14. TERRITÓRIO DE FERNANDO DE NORONHA
Fernando de Noronha
15. ESTADO DE SERGIPE
Amparo de São Francisco Aquidabã ARACAJU (Capital) Arauá Barra dos Coqueiros Brejo Grande Buquim
88 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
MUNICÍPIOS
15. ESTADO DE SERGIPE (Conclusão)
Campo do Brito Canhoba Canindé de São Francisco Capela Carira Carmópolis Cedro de São João Cristinápolis Cumbe Divina Pastôra Estância Frei Paulo Gararu Gracho Cardoso Ilha das Flores Indiaroba Itabaiana Itabaianinha Itabi Itaporanga d' Ajuda Japaratuba Japoatã Lagarto Laranjeiras Macambira Malhada dos Bois Malhador Maruim Monte Alegre de Sergipe Muribeca Neópolis N assa Senhora da Glória N assa Senhora das Dores N assa Senhora do Socorro Pacatuba Pedrinhas Pinhão Poço Redondo Poço Verde Pôrto da Fôlha Propriá Riachão do Dantas Riachuelo Ribeirópolis Rosário do Catete Salgado Santa Luúa do Itanhi Santa Rosa de: Lima Santo Amaro das Brotas São Cristóvão Simão Dias Siriri Tobias Barreto Tomar do Geru Umbaúba
16 ESTADO DA BAHIA
Acajutiba Alagoinhas Alcobaça Amargos a Andaraí Angical Antas Apor á Arad Aratuípe Baixa Grande Barra Barra da Estiva Barra do Mendes Barreiras Belmonte Boa Nova Bom Jesus da Lapa Brejõcs Brotas de Macaúbas Brumado Cachoeira Caculé Caetité Cairu Camaçari Camamu Campo Formoso Canavieiras
MUNICIPIOS
16 ESTADO DA BAHIA (Continuação)
Candeias Cansanção Caravelas Carinhanha Casa Nova Cast'o Alves Catu Central Chorrochó Cícero Dantas Cipó Coarad Côcos Conceição da Feira Conceição do Almeida Conoeição do Coité Conde Condeúba Coração de Maria Coribe Correntina Cotegipe Cruz das Almas Curaçá Encruzilhada Entre Rios Esplanada Euclides da Cunha Feira de Santana Gandu Gentio do Ouro Glória Guanambi Iaçu !bicar aí Ibicuí Ibipetuba Ibiquera Ibitiara Ibotirama lgaporã Igual Ilhéus Inhambupe Ipiaú Ipirã !pu piara Irará Irecê Itaberaba !tabu na Itacaré Itajibá Itajuípe Itambé Itanhém Itaparica Itapebi Itapetinga Itapicuru I taquara ltiruçu Itiúba Itororó Ituaçu Ituberá Jacaraci Jacobina Jaguaquara Jaguarari Jaguaripe Jandaíra Jequié Jeremoabo Jiquiriçã Juàzeiro Laje Lençóis Livramento do Brumado Macajuba Macarani Macaúbas Mairi Maracás Maragogipe Maraú Mata de São João
MUNICfPIOS
16 ESTADO DA BAHIA (Conclusão)
Medeiros Neto Miguel Calmon Monte Santo Morro do Chapéu Mucugê Mucuri Mundo Nôvo Muritiba Mutuípe Nazaré Nilo Peçanha Nova Soure Olindina Oliveira dos Brejinhos Palmas de Monte Alto Palmeiras Paranlirim Paratinga Paulo Afonso Paripiranga Piatã Pilão Arcado Pindobaçu Piritiba Poçõee Pojuca Pôrto Seguro Potiraguá Prado Queimadas Remanso Riachão do Jacuípe Riacho de Santana Ribeira do Amparo Ribeira do Pombal Rio de Contas Rio Real Ruy Barbosa SALVADOR (Capital) Santa Cruz Cabrália Santa Inês Santaluz Santa Maria da Vitória Santana Santa Teresinha Santo Amaro Santo Antônio de Jesus Santo Estêvão São Félix São Filipe São Francisco do Conde São Gonçalo dos Campos São Miguel das Matas São Sebastião do Passé Sapeaçu Sátiro Dias Saúde Seabra Senhor do Bonfim Sento Sé Serra Preta Serrinha Tanquinho Taperoá Tremedal Tucano Uauá Ubaíra Ubaitaba Ubatã Una Urandi Uruçuca Utinga Valença Valente Vitória da Conquista Xique-Xique
17 ESTADO DE MINAS GERAIS
Abadia dos Dourados Abaeté Ab'c Campo Açucena Água Boa Água Comprida
MUNICIPIOS
17. ESTADO DE MINAS GERAIS (Ccntinuação)
Aguas Formosas Aimorés Aiuruoca Além Paraíba Alfenas Almenara Alpinópolis Alterosa Alto Rio Doce Alvinópolis Andradas Andrelândia Antônio Carlos Antônio Dias Araçuaí Araguari Araújos Araxá Arceburgo Arcos Areado Astolfo Dutra Ataléia Baependi Baldim Bambu! Barão de Cocais Barbacena Barra Longa Barroso BELO HORIZONTE (Capital) Belo Vale Betim Bias Forte Bicas Boa Esperança Bocaina de Minas Bocaiúva Bom Despacho Bom Jardim de Minas Bom Jesus do Amparo Bom Jesus do Galho Bom Repouso Bom Sucesso Bonfim Borda da Mata Botelhos Brasília Brás Pires Braúnas Brazópolis Brumadinho Bueno Brandão Buenópolis Cabo Verde Cachoeira de Minas Caetanópolis Caeté Caldas Camanducaia Cambuí Cambuquira Campanha Campestre Campina Verde Campo Belo Campo do Meio Campo Florido Cawpos Altos Campos Gerais Cana do Reino Canápolis Candeias Capela Nova Capelinha Capetinga Capim Branco Capinópolis Capitólio Caraí Carandaí Carangola Caratinga Careaçu Carlos Chagas Carmo da Cachoeira Carmo da Mata
DIVISÃO TERRITORIAL
MUNICIPIOS
17. ESTADO DE MINAS GERAIS (Continuação)
Carm.o de Minas Carmo do Cajuru Carnlo do Paranaíba Carmo do Rio Claro Carmópolis de Minas Carrancas Carvalhos Cascalho Rico Cássia Cataguases Caxambu Centralina Chiador Cipotânea Clara vai Cláudio Coimbra Coluna Comendador Gomes Comercinho Conceição da Aparecida Conceição das Alagoas Conceição de lpanema Conceição do Mato Dentro Conceição do Rio Verde Conceição dos Ouros Congonhal Congonhas Conquista Conselheiro Lafaiete Conselheiro Pena Contagem Coqueiral Coração de Jesus Cordisburgo Corinto Coroaci Coromandel Coronel Fabriciano Coronel Murta Córrego Danta Córrego do Bom Jesus Cristais Cristina Crucilândia Cru2ília Curvei o Delfim Moreira Delfinópolis Descoberto Destêrro de Entre Rio3 Diamantina Dionísio Divino Divinópolis Divisa Nova Dom Joaquim Dom Silvério Dom Viçoso Dores de Campos Dores do Indaiá Dores do Turvo Elói Mendes Entre Rios de Minas Ervália Esmeraldas Espera Feliz Espinosa Estiva Estrêla Dalva Estrêla do Indaiá Estrêla do Sul Eugenópolis Extrema Fama Faria Lemos Felixlândia Ferros Formiga Francisco Sã Fruta! Galiléia Gouvêa Governador Valadares Grão~Mogol Guanhães Guapé
MUNICIPIOS
17. ESTADO DE MINAS GERAIS (Continuação)
Guaraciaba Guaranésia Guarani Guarará Guaxupé Guia Lopes Guidoval Guiricema Heliodora Ia pu Ibiá Ibiraci Iguatama Ilicínea Indianópolis Inhapim Inhaúma lpanema IpuilÍna Itabira Itabirito Itaguara Itajubá I tamarand i ba Itambacuri Itamogi Itamonte Itanhandu Itanhomi Itapagipe Itapecerica Itaúna Itinga Itueta Ituiutaba Itumirim Iturama Itutinga Jaboticatubas Jacinto Jacu! Jacutinga Jaguaraçu Janaúba Januária Jeceaba Jequeri Jequitaí Jequitibã Jequitinhonha Jesuânia Joaíma Joanésia João Pinheiro Jordânia Juiz de Fora Juramento Juruaia Ladainha Lagoa da Prata Lagoa Dourada Lagoa Santa Lajinha Lambari Laranjal Lassance Lavras Leopoldina Liberdade Lima Duarte Luminárias Luz Machacalis Machado Madre de Deus de Minas Malacacheta Manga Manhuaçu Manhumirim Mantens Maravilhas Mar de Espanha Maria da Fé Mariana Marliéria Martinho Campos Mateus Leme
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90 REVISTA BRASILEIRA DOS l\IUNICíPIOS
MUNIC!PIOS MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS
17 ESTADO DE MINAS GERAIS (Continuação)
Matias Barbosa Matipó Mato Verde Matozinhos Matutina Medina Mendes Pimentel Mercês Mesquita Minas Novas Minduri Miradouro Miraí Moeda Moema Monsenhor Paulo Monte Alegre de Minas Monte Azul Monte Belo Monte Carmelo Monte Santo rle Minas Montes Claros Monte Sião Morada Nova de Minas Morro do Pilar Munhoz Muriaé Mutunt Muzambinho Nanuque Natércia Nazareno Nepomuceno Nova Era Nova Lima Nova Ponte Nova Resende Nova Serrana Nôvo Cruzeiro Oliveira Oliveira Forte Ouro Branco Ouro Prêto Ouro Fino Pains Paiva Palma Papagaios Paracatu Pará de Minas Paraguaçu Paraisópolis Paraopeba Passa Quatro Passa Tempo Passa Vinte Passos Patos de Minas Patrocínio Patrocínio do Muriaé Paula Cândido Paulistas Peçanha Pedra Azul Pedralva Pedro Leopoldo Pequeri Pequi Perdigão Perdizes Perdões Piau Piedade do Rio Grande Pimenta Piracema Pirajuba Piranga Pirapetinga Pirapora Piraúba Pitangui Piüí Poço Fundo Poços de Caldas Pocrane Pompéu Ponte Nova
17. ESTADO DE MINAS GERAIS (Continuação)
Porteirinha Pôrto Firme Poté Pouso Alegre Pouso Alto Prados Prata Pratápolis Pretinha Presidente Bernardes Presidente Olegário Presidente Soares Quartel Geral Raposos Raul Soares Recreio Resende Costa Resplendor Ressaquinha Ribeirão das Neves Ribeirão Vermelho Rio Acima Rio Casca Rio do Prado Rio Espera Rio Nôvo Rio Paranaíba Rio Pardo de Minas Rio Piracicaba .Rio Pomba Rio Prêto Rio Vermelho Rubim Sabará Sabinópolis Sacramento Salinas Salto da Divisa Santa Bárbara Santa Cruz do Escalvado Santa Juliana Santa Luzia Santa Margarida Santa Maria de Itabira Santa Maria do Suaçuí Santana de Pirapama Santana do Deserto Santana do Jacaré Santa Rita de Caldas Santa Rita de J acutinga Santa Rita do Sapucaí Santa Vitória Santo Antônio do Amparo Santo Antônio do Grama Santo Antônio do Monte Santos Dumont São Brás do Suaçuí São Domingos do Prata São Francisco São Francisco do Glória São Geraldo São Gonçalo do Abaetê São Gonçalo do Pará São Gonçalo do Sapucaí São Gotardo S5o João Bati~ta do Glória São João da Ponte São João del Rei São João do Paraíso São João Evangelista São João Nepomuceno São José do Alegre São José do Goiaba! São José do J acuri São Lourenço São Miguel do Anta São Pedro da União São Pedro dos Ferros São Romão São Sebastião do ~4aranhão São Sebastião do Paraíso São Tiago São Tomás de Aquino São Vicente de Minas Sapucaí-Mirim Senador Firmino Senhora de Oliveira
17 ESTADO DE MINAS GERAIS (Conclusão)
Senhora do Pôrto Senhora dos Remédios Serra do Salitre Serrania Serranos Sêrro Sete Lagoas Silvianópolis Simonésia Soledade de Minas Tabuleiro Taiobeiras Tapiraí Tarumirim Teixeiras Teófilio Otoni Tiradentes Tiros Tocantins Toledo Tombos Três Corações Três Pontas Tun~iritinga Tupaciguara Turmalina Ubá Uberaba Uberlândia Unaí Vargem Bonita Varginha Várzea da Palma Vazante Verlssimo Vespasiano Viçosa Vi eiras Virgem da Lapa Virgínia Virginópolis Virgolândía Visconde do Rio Branco Volta Grande
18 ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Afonso Cláudio Alegre Alfredo Chaves Anchieta A pia cá Aracruz Baixo Guandu Barra de São Francisco Cachoeira de Itapemirim Cariacica Castelo Co latina Conceição da Barra Domingos Martins Ecoporanga Fundão Guaçuí Guarapari lbiraçu Iconha Itaguaçu Itapemirim Iúna Jerônimo Monteiro Linhares Mantenópolis Mimoso do Sul Mucurici Muniz Freire Muqui Nova Venécia Rio Nôvo do Sul Santa Leopoldina Santa Teresa São José do Calçado São Matens Serra Viana Vila Velha VITÕRIA (Capital)
MUNICÍPIOS
19. ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Angra dos Reis Araruama Barra do Pirai Barra Mansa Bom Jardim Bom Jesus do Itabapoana Cabo Frio Cachoeiras de Macacu Cambuci Campos Cantagalo Carmo Casimira de Abreu Conceição de Macabu Cordeiro Duas Barras Duque de Caxias Engenheiro Paulo de Frontin Itaborai Itaguai Itaocara I ta peru na Laje do Muriaé Maca é Magé Mangaratiba Maricá Mendes Miguel Pereira Miracema Natividade do Carangola Nilópolis NITERÓI (Capital) Nova Friburgo Nova Iguaçu Paracambi Paraiba do Sul Para ti Petrópolis Piraí Porciúncula Resende Rio Bonito Rio Claro Rio das Flores Santa Maria Madalena Santo Antônio de Pãdua São Fidélis São Gonçalo São João da Barra São João de Meriti São Pedro da Aldeia São Sebastião do Alto Sapucaia Saquarema Silva Jardim Sumidouro Teresópolis I Trajano de Morais Três Rios Va!ença Vassouras Volta Redonda
20 ESTADO DA GUANABARA
RIO DE JANEIRO (Capital)
21. ESTADO DE SÃO PAULO
Adan1antina Adolfo Aguaí Águas da Prata Águas de Lindóia Águas de São Pedro Agudos Alfredo Marcondes Altair Altinópolis Alto Alegre Álvares Florence Álvares Machado Álvaro de Carvalho Alvinlândia Americana América de Campos
DIVISÃO TERRITORIAL 91
MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS
21. ESTADO DE SÃO PAULO 21. ESTADO DE SÃO PAULO (Continuação) (Continuação)
Amparo Analândia Andradina Angatuba Anhembi Anhumas Aparecida A piai Araçatuba Araçoiaba da Serra Araraquara Araras Arealva Areias Areiópolis Ariranha Artur Nogueira Arujã Assis A ti baia Auriflama Avaí Avanhandava Avaré Balbinos Bálsamo Bananal Barbosa Ba:riri Barra Bonita Barreto Barrinhas Barueri Bastos Bata tais Bauru Bebedouro Bento de Abreu Bernardino de Campos Bilac Birigui Boa Esperança do Sul Bocaina Bofete Boituva Bom Jesus dos Perdões Boracéia Borboleta Borborema Botucatu Bragança Paulista Braúna Brodosqui Brotas Buri Buritama Buritizal Cabrãlia Paulista Cabreúva Caçapava Cachoeira Paulista C a conde Cafelândia Caiabu Cai eiras Caiuã Cajamat Cajobi Cajuru Campinas Campos do Jordão Campos Novos Paulista Cananéia Cândido Mota Cândido Rodrigues Capão Bonito Capivari Caraguatatuba Cardoso Casa Branca Cássia dos Coqueiros Castilho Catanduva Catiguá Cedral Cerqueira César Cerquilho
Cesário Lange Charqueada Chavantes Clementina Colina Colômbia Concha! Conchas Cordeirópolis Coroados Corumbataí Cosmópolis Cosmorama Co tia Cravinhos Cruzeiro Cuba tão Cunha Descalvado Diadema Divinolândia Dois Córregos Dolcinópolis Dourado Dracena Duartina Echaporã Eldorado Elias Fausto Embu Estréia d'Ocste Fartura F ernandópolis Fernando Prestes Ferraz de Vasconcelos Flora Rica Floreai Flórida Paulista Florínia Franca Franco da Rocha Gabriel Monteiro Gália Garça Gastão Vidigal General Salgado Getulina Glicério Guaiçara Guaimbê Guaíra Guapiaçu Guapiara Guapuã Guará Guaraçaí Guaraci Guarani d 'Oeste Guarantã Guararapes Guararema Guaratinguetá Guareí Guariba Guarujá Guarulhos Herculândia Iacanga Ia cri Ibaté Ibirã Ibirarema Ibitinga Ibiúna Icém Iepê Igaraçu do Tietê lgarapava Igaratá Iguape Ilha bela Indaiatuba Indiana Indiaporã Inúbia Paulista Ipauçu Iporanga
92 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS MUNIClPIOS
-------------21. ESTADO DE SÃO PAULO 21. ESTADO DE SÃO PAULO 21. ESTADO DE SÃO PAULO
(Continuação) (Continuação) (Continuação)
Ipuã Iracemãpolis Irapuã Irapuru Itaberá Itai Itajobi Itaju Itanhaém Itapecerica da Serra Itapetininga Itapeva Itapevi Itapira ltápolis ltaporanga Itapui Itaquaquecetuba Itararé Itariri Itatiba Itatinga Itirapina Itirapuã Itobi I tu ltuverava Jaborandi Jaboticabal Jacareí Jaci Jacupiranga Jaguariúna Jales Jambeiro Jardinópolis Jarinu Jaú Joanópolis João Ramalho José Bonifácio Júlio Mesquita Jundiaí Junqueirópolis Juqniá Lagoinha Laranjal Paulista Lavínia Lavrinhas Leme Lençóis Paulista Limeira Lins Lorena Lucélia Lucian6polis Luís Antônio Luisiânia Lupércio Lutécia Maca tuba Macaubal Magda Mairinque Mairiporã Manduri Marabá Paulista Maracaí Mariãpolis Marília Martinópolis Ma tão Mau á Mendonça Meridiano M!guelópolis Mineiros do Tietê Miracatu Mirandópolis Mirante do Paranapanema Mirassol Mirassolândia Mococa Mogi das Cruzes Mogi-Guaçu Mogi~Mirim Mongaguá
Monte Alegre do Sul Monte Alto Monte Aprazivel Monte Azul Paulista Monte Castelo Monteiro Lobato Monte Mor Morro Agudo Murutinga do Sul Natividade da Serra Nazaré Paulista Neves Paulista Nhandeara Nipoã Nova Aliança Nova Europa Nova Granada Nova Guataporanga Nova Odessa Nôvo Horizonte Nuporanga Ocauçu Óleo OHm pia Oriente Orlândia Osasco Oscar Bressane Osvaldo Cruz Ourinhos Ouro Verde Pacaembu Palestina Palmeira d'Oeste Palmital Panorama Paraguaçu Paulista Paraibuna Paraíso Paranapanema Parapuã Pardinho PariqueraMAçu Patrocínio Paulista Paulicéia Paulo de Faria Pederneiras Pedregulho Pedreira Pedro de Toledo Penápolis Pereira Barreto Pereiras Peruíbe Piacatu Piedade Pilar do Sul Pindamonhangaba Pindorama Pinhal Piquerobi Piquete Piracaia Piracicaba Piraju Pirajui Pirangi Pirapora do Bom Jesus Pirapàzinho Pirassununga Piratininga Pitangueiras Planalto Platina Poã Poloni Pompéia Pongai Pontal Populina Porangaba Pôrto Feliz Pôrto Ferreira Potirendaba Pradópolis Presidente Alves Presidente Bernardes
Presidente Epitácio Presidente Prudente Presidente Venceslau Promissão Quatá Queluz Quintana Rafard Rancharia Redenção da Serra Regente Feijó Reginópolis Registro Ribeira Ribeirão Bonito Ribeirão Branco Ribeirão Pires Ribeirão Prêto Ribeirão Vermelho do Sul Ri faina Rincão Rinópolis Rio Claro Rio das Pedras Riolândia Roseira Rubiácea Sabino Sagres Sales Sales Oliveira Salesópo!is Salmourã,o Salto Salto de Pirapora Salto Grande Sandovalina Santa Adélia Santa Albertina Santa Bárbara d'Oeste Santa Bárbara do Rio Pardo Santa Branca Santa Cruz da Conceição Santa Cruz das Palmeiras Santa Cruz do Rio Pardo Santa Fé do Sul Santa Gertrudes Santa Isabel Santa Lúcia Santa Maria da Serra Santa Mercedes Santana de Parnaíba Santa Rita do Passa Quatro Santa Rosa de Viterbo Santo Anatácio Santo André Santo Antônio da Alegria Santo Antônio de Posse Santo Antônio do Jardim Santo Antônio do Pinhal Santo Expedito Santópolis do Aguapei Santos São Bento do Sapucai São Bernardo do Campo São Caetano do Sul São Carlos São João da Boa Vidta São João do Pau d'Alho São Joaquim da Barra São Joaquim da Bela Vista São José do Barreiro São José do Rio Pardo São José do Rio Prêto São José dos Campos São Luís do Paraitinga São Manuel São Miguel Arcanjo SÃO PAULO (Capital) São Pedro São Pedro do Turvo São Roque São Sebastião São Sebastião da Grama São Simão São Vicente Sarapuí
DIVISÃO TERRITORIAL 93
MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS
21. ESTADO DE SÃO PAULO (Conclusão)
Sarutaiá Se•ra Azul Serrana Serra Negra Sertãozinho Sete Barras Severínia Silve iras Socorro Sorocaba Sud Menucci Sumaré Suzana Tabapuã Tabatinga Taboão da Serra Taciba Taguaí Taiaçu Taiúva Tambaú Tanabi Tapiraí Tapiratiba Taquarítinga Taquarituba Tarabai Tatuí Taubaté Terra Roxa Tietê Timburi Toninha Tremembé Três Fronteiras Tupã Tupi Paulista Turiúba Ubatuba Ubirajara Uchoa Urânia u.u Urupês Valentim Gentil V alinhos Valparaíso Va•gem G•ande do Sul Vera Cruz Vinhedo Viradouro Vista Alcg•e do Alto Votuporanga
22 ESTADO DO PARANÁ
Abatiã Adrianópolis Agudos do Sul Almi•ante Tamanda•é Alto Paraná Alto Piqui•i Alvo•ada do Sul Amaporã Amoreira Ampê•e Andirá Antonina Antônio Olinto Apucarana Arapongas A•apoti Araruna Araruva Araucária Assaí Asto•ga Atalaia Balsa Nova Bandeirantes Barbosa Ferraz Barracão Bela Vista do Paraíso Bituruna Bocaiúva do Sul Bom Sucesso Bo••azópolis
22 ESTADO DO PARANÁ (Continuação)
Cafeara Califórnia Cambará Cambé Cambira Campina da Lagoa Campina G•ande do Sul Campo do Tenente Campo Largo Campo Mourão Cândido de Abreu Capanen1a Carlópolis Cascavel Castro Catanduvas Centenário do Sul Cêrro Azul Chopinzinho Cianorte Cidade Gaúcha Clevelândia Colombo Colorado Congonhinhas Conselheiro Mayrinck Contenda Corbélia Cornélio Procópio Coronel Vivida Cruzeiro do Oeste Cruzeiro do Sul Cruz Machado CURITIBA (Capital) Curiúva Dois Vizinhos Engenheiro Beltrão Faxinal Fênix Floral Floresta Florestópolis Flórida Formosa Foz do Iguaçu Francisco Beltrão General Carneiro Goio-Erê Guaíra Guairacá Guaporema Guaraci Guaraniaçu Guarapuava Guaraqueçaba. Guaratuba Ibaiti Ibiporã Icaraíma Iguaraçu Imbituva Inácio Martins Inajá Ipiranga !por~ Ira ti Iretama Itaguajé Itambaracá Itambé Itaúna do Sul !v aí Ivaiporã Ivatuba Jaboti Jacarêzinho Jaguapitã Jaguariaíva Jandaia do Sul Janiópolis Japira Jatalzinho Joaquim Távora Jundiaí do Sul Jussara Kaloré Lapa
22 ESTADO DO PARANÁ (Continuação)
Laranjeiras do Sul Leópolis Loanda Lo bato Londrina Lupionópolis Mallet Mamhorê Mandaguaçu Mandaguari Mandirituba Manguebinha Manuel Ribas Marechal Cândido Rondon Maria Helena Marialva Maringá Mariópolis Marmeleiro Marumbi Matelândia Medianeira Mirador Mira selva Moreira Sales Morretes Munhoz de Melo Nossa Senhora das Graças Nova Aliança do Ivaí Nova América da Colina Nova Esperança Nova Fátima Nova Londrina Ortigueira Outizona Paiçandu Palmas Palmeira Palmital Palotina Paraíso do Norte Paranacity Paranaguá Paranavaí Pato Branco Paulo Frontin Peabiru Pérola do Oeste Pien Pinhalão Piraí do Sul Piraquara Pitanga Planaltina do Paraná Ponta Grossa Porecatu Pôrto Amazonas Primeiro de Maio Prudentópolis Quatiguá Quatro Barras Querência do N arte Quitandinha Rancho Alegre Rebouças Renascença Reserva Ribeirão Claro Ribeirão do Pinhal Rio Azul Rio Branco do Sul Rio Negro Rolândia Ronca dor Rondon Sabáudia Salto do Itararé Santa Amélia Santa Cecília do Pavão Santa Cruz do Monte Castelo Santa Fé Santa Inês Santa Isabel do Ivaí Santa Mariana Santana do Itararé Santo Antônio Santo Antônio da Platina
94 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
MUNICÍPIOS
22 ESTADO DO PARANÁ (Conclusão)
Santo Antônio do Caiuã Santo Antônio do Pari Santo Inácio São Carlos do Ivaí São Jerônimo da Serra São João São João do Caiuá São João do Triunfo São Jorge São José da Boa Vista São José dos Pinhais São Mateus do Sul São Miguel do Iguaçu São Pedro do Ivai São Tomé Sapopema Sengés Sertaneja Sertanópolis Siqueira Campos Tamboara Tdxeira Soeres Terra Boa Terra Rica Terra Roxa Tibagi Tijucas do Sul To!edo Tomazina Tuneiras do Oeste Ubiratã Umuarama União da Vitória Uniflor Uraí Venceslau Braz Vitorino Xambrê
23 ESTADO DE SANTA CATARINA
Abelardo Luz Agrolândia Água Doce Águas Mornas Alfredo Wagner Angelina Anita Garibaldi Anitápolis Araquari Araranguá Armazém Arroio Trinta Barra Velha Benedito Nôvo Biguaçu Blumenau Bom Retiro Botuverá Braço do Norte Brusque Caçador Camboriú Campo Alegre Campo Belo do Sul Campo Erê Campos NovoJ Canoinhas Capinzal Chapecó Concórdia Coronel Freitas Corupá Criciúma Cunha Porã Curitibanos Descanso Dionísio Cerqueira Dona Emma Fachinal dos Guedes FLORIANÓPOLIS (Capital) Fraiburgo Garopaba Gaspar Grão Pará Gravata! Uuabiruba
MUNICÍPIOS
23 ESTADO DE SANTA CATARINA (Continuação)
Guaraciaba Guaramidm Guarujá do Sul Herval d'Oeste Ibicaré Ibirama Içara Ilhota Imaruí Imbítuba Indaial Irine6polis Itá Itaiópolis Itajaí I ta perna Itapiranga Ituporanga Jacinto Machado Jaguar una Jaraguá do Sul Joaçaba Joinvile Laguna Lajes Laurentino Lauro Müller Lebon Régis Lontras Luís Alves Mafra Major Gercino Major Vieira Maravilha Massaranduba Matos Costa Meleiro Modêlo Mandai Monte Castelo Morro da Fumaça Navegantes Nova Trento Nova Veneza Orleães Palhoça Palma Sola Palmitos Papanduva Paulo Lopes Pedras Grandes Penha Pinhalzinho Pinheiro Prêto Piratuba Pornerode Ponte Serrada Pôrto Belo Pôrto União Pouso Redondo Praia Grande Presidente Getúlio Presidente Nereu Quilombo Rio das Antas Rio do Campo Rio d'Oeste Rio dos Cedros Rio do Sul Rio Fortuna Rio Negrinho Rodeio Salete Salto Veloso Santa Cecília Santa Rosa de Lima Santo Amaro da Imperatriz São Bento do Sul São Carlos São Francisco do Sul São João Batista São João do Sul São Joaquim São José São José do Cedro São José do Cerrito
MUNICÍPIOS
23. ESTADO DE SANTA CATARINA (Conclusão)
São Lourenço d'Oeste São Ludgero São Miguel d'Oeste Saudades Seara Siderópolis Sombrio Taió Tangará Tijucas Timbó Três Barras Treze de Maio Trombudo Central Tubarão Turvo Urubici Urussanga Vida! Ramos Videira Witmarsum Xanxerê Xaxin1
24. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Agudo Alegrete Antônio Prado Aratiba Arroio do Meio Arroio Grande Árvorezinha Bagé Barra do Ribeiro Bento Gonçalves Bom Jesus Bom Retiro do Sul Caçapava do Sul Cacequi Cachoeira do Sul Camaquã Campinas do Sul Campo Bom Campo Nôvo Candelúria Canela Cangussu Canoas Caràzinho Carlos Barbosa Casca Catuipe Caxias do Sul Cêrro Largo Chapada Colora do Constantina Crissiumal Cruz Alta Dois Irmãos Dom Pedrito Encantado Encruzilhada do Sul Erechim Erva! Erva! Grande Espumoso Estância Velha Esteio Estrêla Farroupilha Faxina! do Soturno Feliz Flores da Cunha Frederico Westphalen Garibaldi Gaurarna General Câmara General Vargas Getúlio Vargas Giruá Gramado Gravataí Guaiba Guaporé Guarani das Missões
DIVISÃO TERRITORIAL
MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS
ESTADO DO RIO GRANDE 24 ESTADO DO RIO GRANDE 24. DO SUL (Continuação) . DO SUL (Conclusão)
Horizontina Humaitá Ibirubã Iju! Ira! !ta qui Jaguarão Jaguari Júlio de Castilhos Lagoa Vermelha Lajeado Lavras do Sul Machadinho Marau Marcelino RamoB Maximiliano de Almeida Montenegro Muçum Não-me-Toque Nonoai Nova Palma Nova Petrópolis Nova Prata Nôvo Hamburgo Osório Paim Filho Palmeira das Missões Panambi Passo Fundo Pedro Osório Pelotas Pinheiro Machado Piratini PORTO ALEGRE (Capital) Pôrto Lucena Quarai Restinga S~ca Rio Grande Rio Pardo Roca Sales Rolante Rosário do Sul Sananduva Santa Bárbara do Sul Santa Cruz do Sul Santa Maria Santana do Livramento Santa Rosa Santa Vitória do Palmar Santiago Santo Ângelo Santo Antônio Santo Augusto Santo Cristo São Borja São Francisco de Assis São Francisco de Paula São Gabriel São Jerônimo São José do Norte São José do Ouro São Leopoldo São Lourenço do Sul São Lufs Gonzaga São Pedro do Sul São Sebastião do Cai São Sepé São Valentim Sapiranga Sapucaia Sarandi Seberi Serafina Corrêa Sobradinho Soledade Ta pejara Tapera Tapes Taquara Taquari Tenente Portela Tôrres Três Coroas Três de Maio Três Passos Triunfo Tucunduva
Tupanciretã Tuparendi Uruguaiana Vacaria Venâncio Aires Vera Cruz Veranópolis Viadutos Viamão
25.
Acorizal
ESTADO DE MATO GROSSO
Água Clara Alto Araguaia Alto Garças Alto Paraguai Amambaí Aparecida do Taboado Aquidauana Arenápolis Aripuanã Barão de Melgaço Barra do Bugres Barra do Garças Bataguaçu Bela Vista Bonito Cáceres Camapuã Campo Grande Catapó Cassilândia Chapada dos Guimarães Corguinho Corumbá Coxim CUIABÁ (Capital) Diamantino Dourados Guia Lopes da Laguna Guiratinga Inocêncià Itaporã Itiquira Jaciara Jaraguari Jardim Ladário Maracaju Mato Grosso Miranda Mutum Nioaque Nortelândia Nossa Senhora do Livramento Nova Andradina Paranaíba Foconé Ponta Porã Ponte Branca Pôrto Murtinho Poxoreu Ribas do Rio Pardo Rio Brilhante Rio Verde de Mato Grosso Rochedo Rondonópolis Rosário Oeste Santo Antônio do L'.!verger Sidrolândia Terenos Tesouro Torixoreu Três Lagoas Várzea Grande
26. ESTADO DE GOIÁS
Abadiânia Âgua Limpa Almas Aloândia Amaro Leite Amorinópolis
MUNICÍPIOS
26. ESTADO DE GOIÁS (Continuação)
Anápolis Anhanguera Anicuns Aporé Araçu Aragarças Aragoiânia Araguacema Araguaçu Araguaína Aragúatins Arraias Aruanã Aurilândia Babaçulândia Baliza Barro Alto Bela Vista de Goiás Bom Jardim de Goiás Brasabrantes Brasilânia Brejinho de Nazaré Buriti Alegre Cabeceiras Cachoeira Alta Cachoeira de Goiás Caçu Caiapônia Caldas Novas Campo Alegre de Goiás Campos Belos Carmo do Rio Verde Catalão Caturaí Cavalcante Ceres Córrego do Ouro Corumbá de Goiás Corumbaíba Cristalândia Cristalina Cristianópolis Crixás Cromínia Cumari Damianópolis Damolândia Dianópolis Diorama Dueré Edéia Estrêla do Norte Fazenda Nova Filadélfia Firminópolis Formosa Galheiros Goianápolis Goiandira Goianésia GOIÂNIA (Capital) Goianira Goiás Goiatuba Guapó Gurupi Hidrolândia Hidrolina laciara Inhumas Ipameri Iporã Israelândia Itaberaí Itacajá Itaguaru Itaguatins ltajá Itapaci Itapirapuã Itapuranga Itarumã Itauçu Itumbiara Ivolândia Jandaia Jaraguá
95
96 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS
26. ESTADO DE GOIÁS (Continuação)
Jataí Jaupaci Joviânia Juçara Leopoldo de Bulhões Lizarda Luziânia Mairipotaba Mambaí Marzagão Mateira Mineiros Miracema do Norte Moi porá Monte Alegre de Goiás Morrinhos Mossâmedes Mutunópolis Natividade Nazaré Nazário Nerópolis Niquelândia Nova América Nova Aurora Nova Roma Nova Veneza Nôvo Acôrdo Nôvo Brasil Ólho d'Água
26. ESTADO DE GOIÁS (Continuação)
Orizona Ouvidor Palmeiras de Goiás Pa!melo Panamá Par anã Paraúna Pedro Afonso Peixe Petrolina de Goiás Piacá Pilar de Goiás Piracanj u ba Piranhas Pirenópolis Pires do Rio Pium Plana! tina Pontalina Ponte Alta do Bom Jesus Ponte Alta do Norte Porangatu Pôrto N acionai Posse Quirinópolis Rialma Rianápolis Rio Verde Rubiataba Santa Cruz de Goiás
26. ESTADO DE GOIÁS (Conclusão)
Santa Helena de Goiás Santa Rita do Araguaia São Domingos São Francisco de Goiás São João d'Aliança São Luís de Montes Belos São Miguel do Araguaia São Simão Serranópolis Silvânia Sítio d'Abadia Taguatinga Tocantínía Tocantinópolis Três Ranchos Trindade Tupirama Tupiratins Turvânia Uruaçu Uruana Urutaí Varjão Veadeiros Vianópolis Xambioá
27. DISTRITO FEDERAL
BRASÍLIA (Capital da República)
FONTE - Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Estatística- Diretoria de Documentação e Divulgação.
O Afunicípio no Parlamento
PROJETO: BANCO DE DESENVOLVIMENTO DOS MUNICÍPIOS
F OI apresentado à Câmara dos Deputados um projeto de lei, que tomou o
número 4 375, o qual dispõe sôbre a criação do Banco de Desenvolvimento dos Municípios S.A. (BDM) e dá outras providências. O projeto está vasa do nos seguintes têrmos:
Ctia o B1anco de Desenvolvimento dos Municípios S.A. (BDM), e dá ou-
tras pwvidências.
O Congresso Nacional decreta:
CAPÍTULO I
Constituição do Banco
Art. 1.0 E' o Poder Executivo autorizado a promover a constituição, sob a forma de sociedade anônima, de um estabelecimento bancário destinado a incentivar o desenvolvimento econômico dos Municípios Brasileiros, sob a denominação de Banco de Desenvolvimento dos Municípios S. A.
Art. 2.0 Os estatutos do Banco de Desenvolvimento dos Municípios S. A. dependerão de prévia aprovação do Presidente da República, obedecendo às normas da presente lei e aos dispositivos, por esta não derrogados, da legislação. bancária e do Decreto-lei número 2 627, de 26 de setembro de 1940.
Art. 3.0 O Banco de Desenvolvimento dos Mvnicípios S. A. terá sede na Capital Federal e filiais nas capitais dos Estados, podendo criar e manter agências em qualquer localidade do País.
Art. 4.0 O Banco de Desenvolvimento dos Municípios S. A. terá inicialmente o capital de um bilhão de cruzeiros, dividido em ações ordinárias, nominativas, do valor de .. Cr$ 1 . 000,00 cada uma.
Art. 5.0 A União subscreverá a totalidade do capital inicial do Banco, que será expresso , em ações ordinárias, devendo, nos sucessivos aumentos, subscrever ações que lhe assegurem pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) do capital votante.
7 - 31441
§ 1.0 As ações do Banco serão ordinárias, co.m direito de voto, ou preferênciais, sempre sem direito de voto, e inconversíveis em ações ordinárias, podendo os aumentos do capital dividir-se no todo ou em parte, em ações preferenciais, para cuja emissão não prevalecerá a restrição do parágrafo único do art. 9.0 do Decreto-lei número 2 627, de 26 de setembro de 1949.
§ 2.0 As ações preferenciais terão prioridade no reembôlso do capital e na distribuição do dividendo mínimo de 6% (seis por cento).
Art. 6.0 Os aumentos periódicos do capital do Banco far-se-ão com os recursos mencionados nos artigos seguintes.
Art. 7.0 Os contribuintes de impostos municipais, lançados (propriedade territorial urbana e rural, predial, licença, indústrias e profissões) contribuirão anualmente, durante cinco exercíCios consecutivos, com a quantia equivalente a 5% (cinco por cento) do tributo, mediante lançamentos adicionais, recebendo certificados que serão substituídos por ações preferenciais do Banco de Desenvolvimento dos Municípios S. A.
Art. 8.0 O Govêrno. da União promoverá convênio ou entendimentos com as Municipalidades, a fim de assegurar a subscrição compulsória das ações do Banco.
Art. 9.0 Os recursos de que tratam os artigos anteriores serão recolhidos diretamente pelos contribuintes ao Banco do Brasil, em contas especiais à ordem do Banco de Desenvolvimento dos Municípios S. A.
Parágrafo único. Ainda que não tenham sido distribuídas as ações correspondentes ao aumento de capital, o Banco poderá mo
vimentar as contas especiais, referidas neste artigo.
Art. 10. Poderão subscrever ações dos
aumentos de capital do. Banco, em caráter fa-
cultativo, somente as pessoas ju~ídica~ de di-
reito público. interno, o Banco do Brasil e
98 REVfS fA BRASILEIRA DOS l\Jll;\;ICiPIOS
as sociedades de economia mista criadas pe
la União, pelos Estados ou Municípios.
CAPíTULO H
Administração
Art. 11. O Bauco setá administrado pot
uma Diretotia composta de seis membros,
llendo um presidente e cinco diretores, com
a assistência de um Conselho Consultivo e
de outros órgãos previstos na lei ordinária.
§ 1.0 O Presidente setá de livre nomea
ção do Presidente da República e demíssivel
ad-nutum.
§ 2 ° Os Diretores serão escolhidos pela
fot ma e prazo que os estatutos determina
! em, não podendo êste ser superior a quatro
anos, sendo permitida a reeleição.
R 3.0 As resoluções da Diretoria serão
tomadas por maioria de votos, cabendo ao
presidente o direito de veto, com 1 ecurso
para a assembléia-geral de acionistas.
Ait. 12. O Conselho Consultivo terá a
constituição e as atribuições que forem de
finidas nos estatutos.
A1 t 13. O Conselho Fiscal, compôsto de
cinco memb10s efetivos e de outJos tantos
suplentes, exercerá as a ti ibuições e terá os
podêres previstos na lei de sociedades por ações
CAPÍTULO IH
Att ibuições
A1l 14. O Banco terá pm objetivo prin
cipal r)j·estar assistência, mediante emprésti
mo a empteendimentos de caxáter reptodu-
1 ivo de inicia ti v a ou de interêsse dos
Municípios do País, visando promover seu
desenvolvimento econômico.
A1t. 15. Para o cumprimento do seu
programa de cooperação com as lVIunicipa
lidades, o Banco terá as carteh as e os Órgãos
de assistência técnica que se fizeratn neces
sários. Art. 16. Poderá o Banco do Desenvol
vimento dos lVJ:unicípios realizar, para cum
pdmento de seus objetivos, tôdas as opew
ções habituais dos bancos, cmretores e
sociedades de financiamento ou investimen
ia, petmitidas pela lei, e, especialmente, as
seguintes: a) emp1ésthnos com garantia hipotecá·
da pata construção de prédios para colégios,
hospitais, teat10s, hotéis, estádios e para
desenvolvimento de planos m banísticos do.s
Municípios;
b) emptéstimos aos Municípios, quet
a título de antecipação de receitas ou verbas
consignadas pelo Estado ou pela União, quer
para financiamento de obras públicas;
c) operações para lançamento de em
préstimos no País, mediante contratos com
os governos dos Municípios, do Estado e da
União;
d) subscrever e adquirir por conta de
terceiros, ações e obrigações de emprêsas ou
sociedades destinad<ls à prestação de serviços
de utilidade pública;
e) financiamento a longo prazo, sob
garantia real, da construção ou instalação de
pocos artesianos, silos, armazéns, usinas)
obras de saneamento e desobstrução e limpe
za de rios e canais, e demais serviços pú
blicos 1eferidos no art. 1.0, alínea a a k da
Lei n. 0 2 134, de 14 de dezembro de 1953.
Pmágrafo único. O Banco poderá efe
tum ainda operações de financiamento de
obt as públicas ou de indústrias de interêsse
nacioual, assim cotno para importação de
máquinas, materiais, adubos, inseticidas e
quaisquer outros produtos, na forma que fôr
prevista pelo respectivo Iegulamento.
Art. 17. O Banco terá por orientação
inverter, em cada Município, o máximo de
percentagem legal e técnica dos depósitos
das respectivas agências ou escritórios.
Art. 18. Ao Banco é vedado:
a) fazer inversões em aquisição de imó
veis desnecessários ao seu próprio uso;
b) realizar opet ações com garantia ex
clusiva de ações de outros bancos
c) realizar q ualqua operação r1e crédito
cont seus di1 etores ou funcionários.
CAPÍTULO IV
Condições das ope1 ações
AtL 19. Os p1azos, juros e outras con·
dições dos empi éstimos sei ão fixados ateu
dendo aos aspectos econômicos dos empre
endimentos e projetos, à existência dos
recUI sos e à finalidade assistencial do Banco.
Art. 20. O Banco somente pocle1á celebrai
conüatos ele financiamento com Municípios
ou com sociedades ou emprêsas destinadas à prestação de serviços de utilidade p{lblica,
neste caso com gmantia elo Município inte
1 essa do.
Att. 21. Na regulamentação desta lei,
serão p1 efixadas a primidade e as condições
gerais das operações do Banco, observadas,
na parte aplicável, as disposições da Lei
11.0 2 .134, de 14 de dezembro de 1953.
O MUNICíPIO NO PARLAMENTO 99
CAPÍTULO V
Disposições gerais
Art. 22. Os dividendos que tocarem à parte do capital subscrito pelo Govêrno da
União, não poderão ser retirados, devendo
ser reinvestidos na aquisição de novas ações
do próprio Banco.
Art. 23. O Banco de Desenvolvimento
dos Municípios S. A. gozará de tôdas as
vantagens e regalias autorgadas por lei ao
Banco do Brasil S . A.
Parágrafo único. Serão, isentas do im
pôsto do sêlo federal as operações, atos e
contratos em que intervier o Banco de De
senvolvimento dos Municípios S.A.
Art. 24 E' o Poder Executivo autori
zado a abrir, ao, Ministério da Fazenda, o
crédito especial de um bilhão de cruzeiros,
que o Tesouro Nacional entregará ao Banco
de Desenvolvimento dos Municípios S A ,
para o fim especial de integralizar o capi-
1al inicial do referido Banco.
Art. 25 O Poder Executivo, regula
mentará, dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias, a execução desta lei.
Art. 26. Esta lei entrará em vigor na
data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Sala das Sessões. - Cunha Bueno. -Osmar Cunha. - Nelson Omegna. - Lourival Baptista. -- Aniz Badra. - Miguel
Bahury. - Menotti dei Picchia. - Gurgel
do Amaral. - -Broca Filho. - Amiloar Pereira. - Pereira Lopes. - Paulo Freire. - Arthur Virgílio. - Aluízio Ferreira. -
Armando Corrêa. - Rubem Nogueira. -
Arruda Câmara. - Clovis Mata. - Hilde
brando de Góes.- Jacob Frantz - Janduhy
Carneiro. -Padre Vidigal. - Plínio Lemos.
- Souza Carmo. - M!ilrtins Rodrigues. -
José Silveira. - Bocayuva Cunha. - Castro
Costa. - Abtahão Moura. - Breno da Sil
veira. - Abel Rafael. - Oscar Corrêa.
Hamilton Nogueira. - Aurélio Viana. -
Temperani Pereira. - Bento Gonçalves. -
Munhoz da Rocha.- Santos Lima.- Aloy
âo de Castro.- Lycio Hauer.- Luís Viana.
Petronilo Santa Cruz. - Gabriel Hermes.
Victor lsler. - Pinheiro Chagas. - Oví
dio de Abreu.- Armando Storny. - Theo
dulo de Albuquerque. - Lourival de Almei
da. - Edgard Pereira. - Aderbal Jurema. -
Olavo Galvão. - Alvaro Castelo. - Benja
mim Farah. - Nestor Carneiro. - Daget
Serra. - Anísio Rocha. - Clarimundo Chta
padeiro.- Feliciano Pena.- Mario Beni.-
Wilson Calmon. - Paulo Lauro. - Adahil Barreto. - Wilmar Dias. - Rui Ramos. -
Wilson Vargas. - Armando Rollemberg. -
Campos Verga!.- Carlos Murilo.- Armando Carneiro. - Raymundo Brito. -Nogueira
de Rezende. - Padre Nobre. - Sérgio Ma
galhães. - Nestor Duarte. - Badaró Júnior.
- Lister Caldas. - Ozanam Coelho. - Batista Ramos. - Pedro Aleixo. - José Alkmim. - José Pedroso. -Benedito Vaz. -Drault Emani. - Ernani Sátiro. - Corrêa
da Costa. - Salvador Lossaco. - Herbert Levy. -Jayme Araújo. - Carlos ]ereissati.
Adauto Cardoso. - Último de Carvalho. - Mattos Telles.
JUSTIFICAÇÃO
1 . O Banco dos Municípios, cuja cria
ção é preconizada pelo Deputado Cunha
Bueno, em consonância com as idéias expos
tas nos Congressos Internacionais de Muni
cípios realizados no Panamá e em Madri, e
no V Congresso Nacional dos Municípios,
reunido em Recife em dezembro de 1959, cnnstitui tema de grande relevância.
A matéria comporta a análise de vários
aspectos - constitucional, jurídico, admi
nistrativo, econômico e financeiro e, ainda,
os aspectos organizacionais de estrutura e funcionamento da instituição.
2. O ptincipal objetivo dn estabeleci
mento será o fortalecimento e a ampliação dos recursos municipais, a expansão das fôr
ças de produção e geração de riquezas dos
Municípios, através da coleta de recursos
adequados ao financiamento dos respectivos planos de desenvolvimento.
Caracteriza-se, desta forma, o Banco
dos Municípios, como típico banco de finan
ciamento e investimento, de feição semi-es
tatal, de vez que será constituído sob a
forma de sociedade anônima de economia
mista, na qual a União Federal deverá ter
participação. Afigura-se, assim, que melhor
definiria os objetivos da instituição a deno
minação de Banco de Desenvolvimento dos Municípios.
3. No tocante à convemencia e à opor
tunidade da criação de organismo bancário dessa natureza, encontram-se amplamente
justificadas na tese oferecida pelo Deputado
Cunha Bueno ao Congresso de Madri, de
1955, e incluída em opúsculo editado pelo D. A. S. P , na coleção do Instituto Brasi
leiro de Ciências Administrativas.
Trata-se de um imperativo econômico
e social, cuja premência se faz sentir, de
100 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
modo indiscutível, nos países ainda em estágio de desenvolvimento, como' o nosso, onde ainda não foram empregaáos, em sua plenitude, os recursos naturais e humanos.
Deixando de lado, por ora, as considerações de ordem política, econômica e social, que fundamentam a criação de órgãos dêsse tipo, cumpre estudar os principais problemas constitucionais, jurídicos, administrativos e de organização, suscitado.s pela criação do Banco dos Municípios.
4. Compete à União fiscalizar as operações de estabelecimentos de crédito ( Constituição, art. 5.0 , IX), bem como legislar sôbre instituições de crédito (art. 5.0 , XV, letra K). Ainda nos têrmos da Constituição, a lei disporá o regime dos bancos de depósito (art. 149) e sôbre a criação de estabelecimentos de crédito especializado de amparo à lavoura e à pecuária (art. 150).
Assim, em princípio, nada impede que as Municipalidades, como pessoas jurídicas de direito público interno que são, capazes de assumir direitos e contrair obrigações, promovam a criação de um ou vários estabelecimentos bancários, de cujo capital participem com recursos próprios, sujeitando-se, apenas, à obtenção de carta patente e à fiscalização do Govêrno Federal, para o regular funcionamento. Tais estabelecimentos,
naturalmente, seriam de âmbito estadual ou
regional, dada a dificuldade de se congregarem num só organismo, sponte swa, os numerosos Municípios brasileiros.
5. A questão deverá, entretanto, ser colocada em têrmos diferentes, se, para a estruturação do Banco dos Municípios, fôr prevista a utilização de recursos federais.
Nesse caso, a criação de órgão de natureza do Banco dos Municípios transcende da órbita dos podêres locais, tornando-se indispensável a elaboração de lei federal orgânica, inclusive para regular a aplicação dos dinheiros provindos do Tesouro Nacional.
6. O Banco de Desenvolvimento dos Municípios (designação que preferimos), para atender melhor a seus objetivos, deveria, a nosso ver, integrar o sistema bancário federal, como organização especializada semi-estatal, ao lado de instituições já existentes, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, o Banco de Crédito da Amazônia e o Banco do Nordeste do Brasil.
Somente atribuindo ao Banco dos Municípios o caráter de órgão federal é que será possível estender a sua ação a tôdas as comunas do território nacional, pois, em caso
contrário, exatamente os municípios mais necessitados de recursos para incremento de suas atividades produtoras teriam menores possibilidades de obtê-los. Basta considerai a circunstância de que a função do Banco dos Municípios será predominantemente pública, para evidenciar a conveniência de imprimir ao Órgão natureza semi-estatal.
7. Uma vez configurado o Banco dos Municípios como organização semi-estatal, federal, poderá o Tesouro Nacional participar de seu capital a par das Municipalidades e de particulares.
Um Banco dessa natureza, de que participassem capitais, privados e capitais públicos, estaria apto a realizar operações de crédito que redundariam na obtenção de recursos financeiros para a execução de obras indispensáveis ao desenvolvimento local e regional, inclusive mediante antecipação de receitas aos Municípios.
8. Em estudo publicado na "Revista de Direito Administrativo", vol. 38, pág. 20 e segs., Wa!ter T. Alvares admite que o Município participe de sociedade de economia mista, satisfeitas as exigências peculiares para a aplicação de fundos públicos. São conhecidos os exemplos de companhias mistas municipais, como a C. M. T. C., em São Paulo, e o Banco da Prefeitura do antigo Distrito Federal.
Também os comercialistas, como Trajano Valdeverde e Ruy Carneiro Guimarães, afirmam a possibilidade da subscrição de ações de sociedades anônimas pelos Municípios.
9. No referente à organização do Banco dos Municípios, e à enumeração de suas operações, há que atender, precipuamente,
aos ditames da economia e da técnica bancária. Assim, é preciso considerar, por exemplo, que os investimentos em serviços públicos municipais exigem, pela sua natureza, financiamento a longo, prazo. Subsídios interessantes, a êsse respeito, podem ser colhidos na Lei n.0 2. 134, de 14-12-1953, que assegura o financiamento dos serviços municipais pelas Caixas Econômicas Federais e Institutos de Previdência Social.
Na lei que estruturar o Banco deverão ser previstas apenas as linhas mestras da organização, reservando-se para os estatutos e regimento interno os pormenores.
Na organização administrativa do nôvo Banco, dever-se-á ter em vista a estruturação dos outros organismos já componentes do nosso sistema de crédito, como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil.
O MUNICíPIO NO PARLAMENTO 101
10. Para a constituição do capital inicial, com o qual o Banco iniciará suas operações, deverá o Tesouro Nacional fornecer o numerário, à conta de crédito especialmente aberto para êsse fim.
O restante do capital, entretanto, deverá ser coberto mediante a subscrição compulsória de ações por parte dos contribuintes de impostos municipais, à semelhança do plano adotíJ,do para a integralização do capital da Petróleo Brasileiro S . A. Petrobrás.
11. Na novel sociedade de economia mista, deverá ser assegurada à União a
direção geral, através do presidente nomeado •• pelo Presidente da Repúblic7t' e deiuissív~l
ad nutum.
Além do presidente, é prevista a exis
tência de mais cinco diretores que chefiarão
as Carteiras do Banco, o Conselho Consulti
vo e o Conselho Fiscal.
12. Como a criação de um Banco dessa
natureza constitui matéria de competência
do Congresso Nacional, tomamos a iniciati
va de elaborar o presente projeto de lei,
ora submetido ao estudo e deliberação de
nossos pares .
Notas & Comentários
CONSÓRCIOS liNT1ERlV1UNICIPAIS
FIM de descentralizar a obra assis-A tencial aos menores, que passa a ser
feita em conjunto por várias cidades, e sob
sua supervisão e orientação, o Serviço Social
de Menores, de São Paulo, tomou a inicia
tiva de incentivar a c!Íação, no Interior do
Estado, de consórcios intermunicipais para
assistência aos n1enores. Êstes, entre suas
finalidades, objetivam fixar o menor aban
C:::mado ou infrator, até mesmo o delinqüente,
em sua região de origem, reeducando-o e
adaptando-o socialmente.
F01am organizados em 1961, 10 con
sórciosj que são regio11ai s e cujo território,
abrangendo vários municípios da mesma re
gião, é formado pelos territórios dos muni
cípios consorciadOs, unitàriamente, con1o se
11ão existissem divisas municipais. Os con
sórcios organizados no ano passado têm sede
nos seguintes municípios: Itararé, Capão Bo
nito, (tapeva, Bauru, São José do Rio Prêto,
São Carlos, São João da Boa Vista, Lucélia,
Lins e Ma tão. Cada consórcio tem a dura
ção de 1 O anos, e ser á considerado prorro
gado por igual prazo se não fôr denunciado
até um ano antes de seu têrxno.
Êsses consórcios~ que têm caráttr de
rnodêlo, terão seu funcionamento observado
de modo a qne, quando esti ve1 em funcio
nando bem, sirvam de base para a criação
de outros no interior do Estado Se fôr cal
culada a quantidade de 10 municípios pma
formarem um consórcio, e tendo o Estado
de São Paulo, exclusive a Capit::>.l, 509 muni
cípios, verifica-se a uecessidade da institui
ção de mais 40 consó,·cios
A contribuição a ser fixada poderá ser
111enor que a prevista no convêniol a fin1.
de atender à situação orçamentária dos mu
nicípios associados. Cada município, ao se1
associado, transferirá, desde logo, pare. o con ·
sórcio, qualquer estabelecimento ou instala
ções destinadas à assistência a menores, junto
com os respectivos serviços, registrando-se a
transferência pelo valor da avaliação.
Os recursos financeiros do Consórcio
provêm: da cota contributiva dos municípios
consortes, fixada atualmente pela Assembléia
dos Prefeitos, dentro do limite máximo esti
pulado no convênio; das subvenções perió
dicas convencionais, do Estado e da União;
das subvenções ocasionais, dos legados e con
tribuições de qualquer outra natureza; das
pensões alimentícias fixadas em processos de
menor internado, a cat go ele parentes; da
venda de produtos agrícolas, industtiais, ou
de at tes e ofícios dos estabelecimentos mem.
bras do consórcio.
l:\llensalrnente, o consótcio aptesentará ao
Serviço Social de Menores demonstrativos
de sua situação financeira, acompanhados dos
comprovantes originais da despesa efetuada,
e, até o fim de março de cada ano, o balanço
geral das atividades do exe1 cício anterior
CONSÓRC!O emprega seu
obras como as seguintes:
capital em.
creches, sec
mi -internatos, e clubes de guat das-mirins (a
fim de evitar o hiato entre a saída da escola
prirnária e o início do curso ginasial, dando
lHna ocupação útil ao xneuor) Eventual
rnentej o consórcio pode t et S81 viços como:
escolas de alfabetização e p1é-vocacionais;
l1ôlsas de es'iudo; e agências de colocação
O consórcio presta auxílios ao menor e
à faillília dêste, na forma de: auxílio-medi
camento, auxílio -alitnento; auxílio-v8stuário;
alugueres evEntuais; auxílios em donativos a
entidades assistenciais
O consórcio, visando à criança rural,
proporciona ao homem do campo assistência
rnédica, dentária, e educação sanitária Às
vêzes, também é prestada assistência judi
ciária
ASSiSTÊNCIA p1estada por um consórcio
tem os seguintes objetivos fundamen-
tais: preservar os laços familiares do menor;
prevenir o abandono e a perversão; socorrer o
menor e educá-lo no seio da prÓpria família
NOTAS &: COME~TARIOS 103
ou da família substituta; preferir os serviços
de creches e semi-internatos; evitar interna
ções e só admiti-las em casos extremos; não
deslocar o menor de sua regi.ão de origem;
prepará-lo para a sua reintegração social.
Por fôrça de convênio com o Serviço
Social de Menores, com êle articulado e sob
sua orientação técnica, um consórcio se
obriga a: estudar o problema do menor em
seu território; fazer o levantamento das ne
cessidades existentes bem como dos recursos
disponíveis para atendê-las; planejar e exe
cutar o serviço social aos menores da regtao;
esclarecer a opinião pública da região sôbre
o problema do menor e suas soluções
A assistência do consórcio deve atingir
menores de ambos os sexos sem restrição de
idade, os normais e os excepcionais, os ne
cessitados, abandonados, pervertidos e infra
tores não perigosos. O consórcio deve, ainda,
dar especial atenção ao estudo e execução
de medidas preventivas do abandono e trans
viamento dos menores. O consórcio é obri
gado a assistir os menores oriundos de sua
região, e que forem encaminhados pelo
SSM
M ENSALMENTE, sem prejuízo de quais
quer subvenções ou auxílios que venha
a pleitear ou receber, o consórcio receberá
determinada importância mensal, do Serviço
Social de Menores. As partes contratantes
do consórcio se obrigam a: concorrer para a
manutenção do consórcio, entregando-lhe
cada ano uma parte de suas rendas tributá
rias anuais, segundo uma percentagem não
superior a 5%, igual para cada município
associado; dar ao consórcio o seu aval, a fim
de que êle possa: 1.0 - obter créditos a
curto prazo, como antecipação de receita do
exercício anual, e 2.0 - lançar empréstimos
a longo prazo, exclusivamente para constru
ções, instalações e melhoramentos numas e
em outras. O aval deve ser prestado con
juntamente por todos os municípios asso
ciados.
A ASSEMBLÉIA dos Prefeitos é o Órgão
supremo, da administração do Consór
cio, cabendo-lhe deliberar livremente quan
to a essa sociedade e seus negócios, sem ou
tros limites que os do Convênio com o SSM,
e os do Estatuto do Consórcio.
O Consórcio tem, ainda, os conselhos
Consultivo e Fiscal, compostos, respectiva
mente, de 5 e 6 membros. Os 5 componen
tes do conselho Consultivo devem ser "cida
dãos de reconhecida idoneidade e saber no
tório", eleitos pela Assembléia dos Prefeitos.
Além dêsses 5 membros, compõem o Con
selho Consultivo os juízes de Direito das
comarcas do território do Consórcio.
ENCONTRO MUNICIPAL
OR iniciativa do Instituto Nacional de p Estudos Superiores, deverá realizar-se,
nos dias 9 a 11 de agôsto, em São Paulo,
o I Encontro de Municípios de São Paulo,
com a participação de mais de 500 prefeitos
municipais. Foi estabelecido, para debate o seguinte
temário: 1 - Municipalismo; Lei orgânica
dos Municípios; Relações com o Estado e
com o govêrno federal; 2 - Municipalismo
e tributação; 3 - Municipalismo e reforma agrária; 4 - Municipalismo e reforma elei
toral; e 5 - Municipalismo e bem-estar
rural.
CONSÓRCIO MUNICIPAL
OZE Municípios do sudoeste do Estado D de Minas Gerais, tendo por centro
Guaxupé, estabeleceram um consórcio, vi
sando ao levantamento sócio-econômico da
região e a incrementar o desenvolvimento
regional. O organismo será subvencionado com
10°/0 do orçamento de cada Unidade,
objetivando-se o aproveitamento de todo os
recursos locais, notadamente a cultura do
café e a criação de gado. O Consórcio financiará a construção e
a conservação de estradas municipais para
o escoamento da produção agrícola, aumen
tará o número de escolas e renovará os
métodos de exploração do solo, constituindo,
por isso, uma iniciativa de grande alcance
para a economia do Estado.
OS MUNICÍPIOS E OS
CONVÊNIOS DE ESTATÍSTICA
Q UANDO foi baixado, pelo govêrno fe
deral, em 1961, o decreto que autoriza-
va as Caixas Econômicas a realizar operações
de crédito com os Municípios que as soli
citassem, o Sr. Rafael Xavier, então presi
dente do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística, dirigiu ao Presidente da Re-
104 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS
pública, na época o sr. Jânio Quadros, com data de 29 de abril, a seguinte exposição:
"Senhor Presidente da República: Por decreto n.0 50 474, houve por bem
Vossa Excelência autorizar as Caixas Econômicas Federais a realizar operações de crédito com os Municípios, estabelecendo as condições que devem preencher.
2. Figurando entre os importantes deveres dos Municípios, no interêsse próprio,, assim como dos Estados e da União, em nome de altos objetivos da segurança nacional, da administração pública e das atividades econômicas, o cumprimento dos Convênios Nacionais de Estatística Municipal, instituídos pelo Decreto-lei n.0 4 181, de 16 de março de 1942, e vigentes em quase todo o País, parece-me caber ao Poder Central adotar tôdas as medidas capazes de, sem ferir a autonomia local, aliás, limitadas, assegurar a eficácia do sistema em tôda a plenitude. 3. Assim, na prestação de auxílios ou benefícios especiais a Municípios, é de todo
cabimento que se certifique estarem êstes cumprindo os pactos com a União e com os Estados, visando ao interêsse comum, tenham sido êles solenemente firmados o.u resultantes de adesão tácita, prevista no Decreto-lei n.0 5 981, de 10 de novembro de 1943, seguinte:
"Art. 3.0 - Os compromissos e obri
gações decorrentes dos mencionados Convênios serão extensivos às novas circunscrições que forem criadas no quadro territorial brasileiro".
4. No que se refere às operações de crédito das Caixas Econômicas, o art. 2.0 do citado Decreto exige a apresentação dos documentos relacionados nos itens I a IV. 5 . Para a própria fundamentação dos pedidos necessitarão os governos municipais apresentar documentação estatística proporcionada pelo sistema, não se afigurando razoável, também por êsse motivo,, que dêle se permitam alhear-se. 6. À vista do exposto, rogo a Vossa Excelência mandar examinar a possibilidade de ser incluído mais um item ao artigo 2.0 do
Decreto n.0 50 474, de forma a verificar a integração do Município no, pacto em questão e o cumprimento dos respectivos compromissos perante a União e os Estados. 7. Tal emenda poderia ser a seguinte, no lugar próprio:
"V - prova da vigência, no Município, dos Convênios Nacionais de Estatística Municipal, fornecida pela Inspetoria Regional de Estatística do IBGE no Estado."
8. Esteja certo Vossa Excelência de que, se assim dispuser o Govêrno federal, nesse como em casos semelhantes, estará prestando mais um alto serviço à solidariedade intermunicipal e aos interêsses nacionais.
Aproveito a oportunidade para apresen· tar a Vossa Excelência os protestos do meu mais profundo respeito.
a) Rafael Xavier, PRESIDENTE"
No dia 4 de maio de 1962, foi baixado
o decreto n. 957, nos seguintes ~êrmos:
Altera o art. 2.0 do Decreto n.0 50 474, de 18 de abril de 1961.
O Presidente do Conselho de Ministros, usando da atribuição que lhe confere o art. 18, item III, do Ato Adicional à Constituição Federal, decreta:
Art. 1.0 - Fica incluída entre as exi
gências contidas no art. 2.0 do Decreto n.0 50 474, de 18 de abril de 1961, mais a seguinte, que passa a constituir o item V do mesmo artigo:
V - prova - a ser fornecida pela Inspetoria Regional de Estatística Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Estado a que pertença o Município da vtgencia do Convênio Nacional de Estatística Municipal.
Art. 2.0 - Êste decreto entrará em
vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 4 de maio de 1962, 141.0 da Independência e 74.0 da República.
aa) Tancredo Neves, Alfredo Násser."