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Jornal-laboratório do curso de Comunicação Social da Universidade de UberabaAno VIII • n. 337 • Uberaba/MG • Setembro de 2007 Educação e responsabilidade social

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Revelação - Jornal-laboratório do curso de Comunicação Social da Universidade de Uberaba

Uniube • Reitor: Marcelo Palmério ••• Pró-reitora de Ensino Superior: Inara Barbosa ••• Coordenador do curso de Comunicação Social: Raul Osório Vargas ••• Assessor deImprensa: Ricardo Aidar ••• Revelação • Professor orientador: André Azevedo da Fonseca (MTB MG-09912JP) ••• Produção e edição: Alunos do 3º período de Jornalismo •••Estagiária (diagramação e edição): Graziella Tavares ••• Revisão: Márcia Beatriz da Silva e Celi Camargo ••• Impressão: Gráfica Jornal da Manhã ••• Redação • Universidadede Uberaba - Curso de Comunicação Social - Sala 2L18 - Av. Nene Sabino, 1801 - Uberaba - MG - 38055-500 • Telefone: (34) 3319 8953 ••• E-mail: [email protected]

Tobias Ferraz4º período de Jornalismo

A reflexão sobre a violência tem como ícone apensadora Hannah Arendt, que aponta para abestialidade dos regimes totalitários, tendo comodestaque absoluto o ideário nazista de Adolf Hitler e asincomparáveis atitudes para com o povo judeu. Mas seo holocausto e o genocídio praticados pelos nazistas hámais de 60 anos nos causam repulsa, talvez as geraçõesfuturas enxerguem neste começo deséculo XXI práticas tão cruéis quantoas cometidas pelos ditadores dopassado. No entanto, perceberão queas atrocidades no novo século sãocometidas por grupos que seescondem no anonimato das corporações.

Em profunda e abrangente reportagem publicadana edição número dois da revista Piauí, George Packernos apresenta Lagos, na Nigéria “um aglomerado de15 milhões de pessoas”. Segundo o repórter, Lagos éuma imensa favela que faz do lixo seu principalproduto e onde os moradores são institucionalmentelançados à própria sorte. Ou seja, sem políticaspúblicas, sem programas sociais, cada um se vira comopode. Packer fecha a reportagem com a frase: “Elessão supérfluos, na linguagem áspera da globalização”.

É a partir do pensamento – ou melhor, das açõesproduzidas pelo pensamento neoliberal que o

capitalismo encontra oportunidade para expressar oseu lado mais perverso: a total indiferença para como ser humano. Nesse sentido, africanos pobres, índiosque mantêm vivas as suas tradições, sertanejos quenão estão inseridos no mundo do agribusiness; todoseles são “supérfluos” para a sociedade do consumo epara os líderes que ditam o pensamento do homemhipermoderno.

Talvez as mesmas deformações produzidas por ummundo tecnológico, que criou o “idiota virtual”,

estejam aguçando a indiferença,produzindo nichos de alta tecnologiacom equipamentos operados por umhomem que tem dentro da cabeça,conceitos sociais tão perversosquando os que tivemos no passado.

É nesse contexto que a sociedade brasileira segue emfrente, com uma elite financeira arrogante que sevangloria da globalização, enquanto que o termômetrosocial indica o crescimento das desigualdades.

Mas é preciso ter em mente que a indiferença mata.E que a corrupção, a falta de prioridades políticas e aomissão matam tanto quanto os piores genocídios doséculo passado. É preciso lembrar que, segundorelatório das Nações Unidas, cerca de 40 milhões debrasileiros vivem abaixo da linha da pobreza. E restasaber como é que o homem hipermoderno desejafigurar na história. Como genocida, herói libertadorou agente transformador?

Os genocidas do século 21Indiferença é o lado mais perverso da sociedade de consumo

Impressões pessoais

Memorial do Holocausto, na Flórida (EUA)

Reprodução

A omissão mata tantoquanto os genocídiosdo século passado

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Revelação - Setembro de 2007

Sua sociedade

Participação política éexercício da liberdadeCidadania é direito fundamental dos homens e das mulheres na sociedade

Mafalda VeronezEliane Moratelli3º período de Jornalismo

A palavra cidadania tem origem no termo latino“civitas” que quer dizer cidade. Foi muito usada naRoma antiga para expressar a situação política, osdireitos e deveres de uma pessoa. Segundo DalmoDallari, um dos principais pensadores na área deDireitos Humanos no Brasil, a cidadania expressa umconjunto de garantias que confere aos homens emulheres a possibilidade de participar plenamente davida política de seu povo. “Quem não tem cidadaniaestá marginalizado ou excluído da vida social e datomada de decisões, ficando numa posição deinferioridade dentro do grupo social”, escreveu Dallari.

Para Jaime Pinsky, um dos organizadores do livro

História da Cidadania (Contexto, 2003), devemospensar neste conceito em termos históricos – ou seja,o sentido de cidadania varia no tempo e no espaço. Édiferente ser cidadão na Índia ou no Brasil, porexemplo, devido aos direitos edeveres que caracterizam o cidadãoem cada país. Além disso, astransformações no tempo históricoe a rapidez das mudanças fazemcom que uma coisa que hoje éproibida, amanhã seja aceita. Umexemplo é a garantia do votofeminino: a participação política das mulheres já foiconsiderada absurda, há pouco tempo atrás, até empaíses desenvolvidos, como em muitas nações daEuropa. Esse mesmo direito ao voto já esteve ligado àpropriedade de bens, à titularidade de cargos ou

funções, ao fato de pertencer ou não a uma etnia, etc.Segundo muitos historiadores, a Independência

dos Estados Unidos e a Revolução Francesa derampartida ao reconhecimento oficial dos direitos

universais dos seres humanos. Aidéia é que todas as pessoasdevam contar com um conjuntode garantias sociais que devemser respeitadas acima dequalquer outra circunstânciapolítica ou econômica – tal comoo direito à vida, à moradia, ao

trabalho, à liberdade e à igualdade perante as leis.Mas assumir a condição de cidadão não consistesomente em saber que esses direitos existem: acidadania deve ser conquistada através dareivindicação de direitos básicos para todos.

É ter seus direitos e seus deveres.E ter eles reconhecidos. É você terdireito à educação, saúde, saneamento –estas coisas básicas. E também saber dassuas obrigações de cidadão. Saber ajudaruma pessoa quando ela precisa.Liliane Pereira,3ª período de Gestão emAgronegócios

O que é cidadania para você?

A cidadania deve serconquistada através dareivindicação de direitosbásicos para todos.

É a pessoa andar certo com osseus direitos. Tanto na áreasocial, política e religiosa.É andar “em dia” nesse sentido,cumprindo corretamente suasobrigações, seus direitos e deveres.Alexandre Eurípedes,2º período de Odontologia

“É você ter consciência doque você faz para a cidade.Ser cidadão é ser umapessoa consciente e ativana sociedade.”Loren Santos,1º período dePublicidade

Para mim, cidadania não é sóvotar. É participar efetivamentede uma política. Observar aspropostas dos políticos, participar.Pegar uma constituição e saber dosseus direitos. Aí você vai poderparticipar efetivamentee ser um cidadão.. Luziana Vilaça, 3º Período de Direito

Paulo Fernando Borges2º período de Jornalismo

Fotos: Renato César Lopes Matos2º período de Publicidade

Fala aí!

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Pra mim, cidadania éobservar tanto as questõespessoais, quanto dacomunidade, como aquelasleis básicas que regem onosso planeta.Silvânio Márcio, Prof.de Eng. de Produção

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Graziella Tavares4º período de Jornalismo

Cidadania. Mais uma dessas palavras queestudamos nos bancos escolares, lá na quinta, sextaou sétima série do ensino fundamental. Mas será queentendemos realmente o seu significado? Há anos ossociólogos, os cientistas políticos, os juristas e oshistoriadores procuram debater o tema através devárias perspectivas. Mas em um país comdeficiências graves no sistema de educação, como oBrasil, se a maioria das pessoas não conhece nemmesmo seus direitos básicos, fica ainda mais difícilincorporar aquele termo ao seu dia-a-dia. Paradebater melhor o assunto, conversamos com oprofessor do curso de Direito da Universidade deUberaba, André Del Negri, que recentementeproferiu a palestra “Direitos Fundamentais”, noPlano de Atenção ao Estudante (PAE).

Revelação: Para começar, vamos direto aoponto: o que é cidadania?

Del Negri: Para responder essa pergunta vocêprecisa ter uma série de implicações. Eu não possofalar de cidadania se eu não falar de democracia,

porque o exercício da cidadania vai ser também umaimplementação da democracia. Talvez o maiorequívoco que andam cometendo é enxergar acidadania como se fosse o direito de voto: se vocêvotou, você já é cidadão. E não é isso! A democracianão se define só no voto. Este, aliás, é uma fraçãomínima do exercício democrático. Ninguém pode dizerque, só porque tem certidão de nasci-mento e título de eleitor, já é umcidadão – como têm anunciado oscomerciais do governo federal. Essessão apenas alguns documentos – etalvez não os mais importantes, pois,se for analisar, o voto no Brasil, pelo âmbito da demo-cracia, nem poderia ser obrigatório. Se as pessoasenxergam a cidadania como ser portador de uma sériede direitos fundamentais, não só o eleitoral, elascomeçam a compreender o seu significado.

Revelação: E como ser realmente um cidadão?Del Negri: Você só vai se ver como cidadão ou cidadã

quando participar da construção e reconstrução do seu

ordenamento jurídico, que lhe assegura alguns direitosindispensáveis. Se você tiver condições, num país, departicipar, reconstruir, reivindicar aquilo que já estáassegurado na Constituição Federal e outras legislações,você está exercitando a cidadania e, logo, estáimplementando a democracia. Assim é que podemoscomeçar, rompendo com essa mítica de que a cidadania

só é exercida pelo voto. E quem vota oudeixa de votar também não pode sercondenado como sendo ou não, cidadão.

Revelação: Você se refereàquela propaganda que defende

a idéia de que as pessoas que optam por votarnulo deixam de exercer a cidadania?

Del Negri: Exatamente. A cidadania é muito maisdo que isso. Ser cidadão é ter acesso à educação, saúde,emprego, uma série de implicações asseguradas pelaConstituição do seu país. E quando você tem esseacesso, fica mais fácil exercitá-la. Mas as pessoas estãofixadas naquela primeira concepção de que apenasvotando já é o suficiente.

Para conquistar a cidadaniaé preciso entrar na JustiçaPara André Del Negri, professor do curso de Direito da Uniube, as manifestações de rua sãoimportantes, mas é no acesso ao judiciário que as transformações sociais se efetuam na prática

Participação política

Protestos de rua são necessários para chamar a atenção da sociedade para os problemas sociais. Mas para Del Negri,é preciso atuar para que as mudanças sejam garantidas em lei. Na imagem acima, participantes do 50º Congresso daUnião Nacional dos Estudantes (UNE) realizam manifestação na Esplanada dos Ministérios, no dia 6 de julho de 2007.

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O voto é uma fraçãomínima do exercíciodemocrático

Para o professor André Del Negri, ser cidadãoé ter acesso a todas as garantias asseguradas pelaConstituição, tal como saúde, moradia e educação

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5Revelação - Setembro de 2007

Revelação: Mas o Brasil tem um númeroaltíssimo de analfabetos. Como essas pessoasvão garantir seus direitos se não podem lernem escrever?

Del Negri:Em dados atualizados, me parece queo Brasil conta com 75% de analfabetos funcionais, ouseja, aqueles que lêem e escrevem mais ou menos enão interpretam quase nada. Fora também osanalfabetos plenos. Então é óbvio que essas pessoas jáestão numa situação de marginalização – estão àmargem dos seus direitos. Porque você só podereivindicar aquilo que você compreende. Veja, oprojeto de democracia está no livro da ConstituiçãoFederal do nosso país e quem vai tocá-lo para frentesomos nós, integrantes desse sistema jurídico. Seexistem pessoas que não sabem operacionalizar essesistema, consequentemente, não vão conseguirreivindicar. Mas aí é que entra a democracia. Deveexistir instituições que representem aqueles que, porsi só, não têm condições. Por exemplo: o MinistérioPúblico, a OAB com seus conselhos derepresentatividade dos direitos humanos, osparlamentares também deveriam fazer isso... às vezesnão fazem, mas todas essas instituições estãoincumbidas de promover a inclusão social.

Revelação: Quer dizer que, na sua opinião,as pessoas não participam porque desco-nhecem os caminhos para exigir mudançassociais?

Del Negri: Talvez essa realidade seja explicada poraí. Poucos se envolvem com essas questões, as pessoasestão esperando as coisas acontecer. A maioria se pôsapenas como destinatário disso tudo e ainda estáesperando. Só que nós é quedevemos ser os co-autores parafazer as coisas se implementarem.Se algo está “lacrando” o exercíciodos seus direitos você deve ir a umespaço especial, que é o espaço dojudiciário. Fazer carreatas,protestos ou manifestações é umapressão social, mas se quiser realmente resolver asituação é preciso discutir com as vias adequadas, deeficiência máxima, que garantirão o que já estáestabelecido por direito. Ação popular, qualquer umpode propor; mas poucos sabem como isso é feito. Aí,é óbvio que o Ministério Público é que deveria fazerpor quem quer ou até mesmo por quem não quer. Oproblema mais sério é a falta de instrução e,consequentemente, a falta de esclarecimento.

Revelação: Se as pessoas têm dificuldadepara ler e interpretar, como exigir os direitos

que lhe são assegurados?Del Negri: Pois é, fica

díficil quando o povo não temeducação. O livro da Consti-tuição Federal diz que todos oscidadãos têm direito a umexemplar gratuito do livro.Tudo bem, então presume-se

que todos saibam ler. Mas não é o que acontece! Já éoutro agravante que deveria ser revisto peloMinistério. Eu disse que a representatividade dosexcluídos pelas funções públicas estatais deveriamresolver esses problemas. Mas, às vezes, nãoresolvem, porque os próprios integrantes dessasfunções não estão ainda todos adaptados paratrabalhar num Estado de direito democrático. E apretexto de resolver, eles criam outros problemas.

Revelação: E como resolver isto?Del Negri: Seria todos voltando para os bancos

escolares para receber orientação de profissionais quedespertem, de fato, esclarecimento. Só que a situaçãoé muito delicada porque a implementação de tudo oque eu falei, moradia, educação e etc, dependeria deum crescimento maior da nossa economia. Hoje,milhões de pessoas precisam do Bolsa Família e ocritério do Banco Mundial para dizer quem é miserávelé quem vive com até dois dólares por dia. Nós temos9 milhões de famílias brasileiras que precisam dessabolsa e, se cotizarmos isso, por dia, dá exatamente oque o Banco trabalha para dizer quem é pobre e quemé miserável. Para melhorar a qualidade de cidadaniadesse povo é preciso um direito econômico maior —que é diferente de economia, porque se preocupa coma maneira como o capital acumulado vai serdistribuído nos diversos programas de inclusão social.Então, essa melhora terá que passar por uma série deimplicações.

Manifestantes participam do Grito dos Excluídos, no Distrito Federal, no dia 7 de setembro.

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Você só vai ser cidadão oucidadã quando participarda construção e reconstruçãopermanente de sua sociedade

Larissa Muniz e Vinícius Flausino7º período de Publicidade

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Cidadania na prática

A casa do povoPapel da Câmara Municipal é estabelecer políticas públicas para melhorar a vida da população da cidade

Saulo Aguiar3º período de Jornalismo

A falta de informação sobre o poder Legislativo fazcom que grande parte da população confunda asfunções da Câmara Municipal e de seus componentes.“No meu bairro, um vereador ajudou e conseguimosasfaltar rua”. “A Câmara Municipal é o local ondevereadores e prefeitos fazem suas reuniões”. “Meufilho foi dispensado do Tiro de Guerra com a ajuda deum vereador”. “Conseguimos alguns materiais deconstrução com a ajuda de um vereador”. “O que émesmo Poder Legislativo?”. A onda de corrupção quetomou conta do país nos últimos anos trouxedesconfiança e afastou a sociedade da política. Essedesinteresse faz com que as pessoas deixem de exercero que há de mais importante, a sua cidadania: o direitode participar da vida política da cidade.

Câmara de Vereadores, também conhecida comoa Casa do Povo, é o poder legislativo do município epossui três funções básicas: a primeira consiste naelaboração das leis sobre matérias exclusivas domunicípio. Um exemplo é a lei do Passe Livre, quegarante a idosos e deficientes físicos cadastrados odireito de utilizar o transporte coletivo urbanogratuitamente. A segunda função é fiscalizadora: aCâmara tem como objetivo o controle daadministração local em todos os aspectos. Porexemplo, o Legislativo pode convocar qualquersecretário em cargo diretamente ligado ao prefeito, afim de prestar esclarecimentos, sob pena de crime deresponsabilidade, desdeque haja aprovação damaioria do plenário. Aterceira função trata deseu regime interno – ouseja, a própria CasaLegislativa é que aprova oconjunto de normas que arege, disciplina e regu-lamenta. Com isso, vemosque o papel do vereadornão é fazer filantropia eajudar uma ou outra pessoa que aparece no gabinete;mas sim, contribuir para a melhoria da vida de todosos cidadãos, através de políticas públicas quebeneficiem toda a cidade.

Em Uberaba são 14 vereadores que compõem aCâmara, eleitos para uma legislatura com duração dequatro anos. O número de representantes varia deacordo com o município, sendo proporcional àpopulação local. É preciso ficar claro que os chamados

serviços sociais – tais como educação, saúde, trans-portes coletivos, recreação, cultura e outras váriasformas de assistência social – são de responsabilidadeda Prefeitura, ou seja, do Poder Executivo e de suassecretarias. Por serem considerados de primeiranecessidade, é fundamental que a sociedade exija aqualidade desses serviços. Os vereadores, represen-tantes do povo, não são diretamente responsáveis poresses serviços, mas se constituem no elo entre oscidadãos e o Poder Executivo.

Participação diretaAlém de eleger os

vereadores para representá-los na Câmara, os cidadãospodem propor emendas naLei Municipal e nas LeisComplementares, desde queconsigam mobilizar a mani-festação de, pelo menos, 5%do eleitorado. Na discussãode projetos de iniciativapopular, é assegurada a

defesa da proposta, em comissão e em plenário. Parao vice-presidente da Câmara Municipal ItamarRibeiro de Rezende (PDT), o povo deveria participarmais, acompanhar o trabalho dos vereadores econferir qual a função que eles estão desempe-nhando.

Segundo o vereador, a Câmara de VereadoresMirins é um exemplo de participação popular.Realizado nas escolas, os alunos dão sugestões para

que possam ser apresentados os requerimentos eprojetos nas sessões legislativas. Um caso quemarcou a participação popular na política deUberaba foi a cassação de vereadores em 1999, apósa denúncia de 15 eleitores. Para Itamar, que cumpreseu terceiro mandato, esse foi um fato que chamouatenção, pois teve um grande interesse da populaçãoe tratava- se de um vereador importante, presidenteda Câmara por um tempo.

Cidadania é a participação de todos em buscade direitos e igualdade sociais. Todo cidadão podee deve acompanhar as discussões dos vereadores,fiscalizar o trabalho dos parlamentares e proporprojetos de leis. Como em 2008 teremos eleiçõesmunicipais, é importante retomar, desde já, asdiscussões sobre as formas democráticas departicipação social. Não é apenas no voto queexercemos a nossa cidadania.

Juliano Carlos - 4º período de Jornalismo

Função dos vereadores não é “ajudar” os eleitores, mas sim, propor e aprovar leis que beneficiem toda a cidade

Para participar diretamente dopoder legislativo, os cidadãos podempropor emendas na Lei Municipal enas Leis Complementares, desde queconsigam mobilizar a manifestaçãode, pelo menos, 5% do eleitorado

Para Itamar Ribeiro a Câmarade Vereadores Mirins é umexemplo de participação popular

As sessões legislativas, abertas aopúblico, acontecem de segunda àquarta-feira, do dia 1º ao 20º decada mês, na Câmara Municipalde Uberaba.

Os telefones para contato são 080034 34 11 ou (34) 3318-1700

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7Revelação - Setembro de 2007

Marcos Rogério de Freitas3º período de Jornalismo

O Ministério Público (MP) é uma instituição comampla autonomia nas decisões, que funciona paragarantir o cumprimento das leis públicas. Ele estádividido em Ministério Público Federal, MinistérioPúblico do Trabalho, Ministério Público Militar eMinistério Público do Distrito Federal e dosTerritórios.

Entre as principais atribuições do MP podemoscitar a defesa da ordem jurídica – ou seja, seu papelfundamental é garantir que as sentenças judiciaissejam respeitadas. Além disso, o MP procuraassegurar o resguardo do patrimônio nacional,público e social; a proteção do patrimônio cultural;a preservação e a manutenção do meio ambiente edos interesses da coletividade, assim como aproteção dos interesses individuais e sociaisindisponíveis – por exemplo: uma pessoa não podesimplesmente vender um dos rins, nem asinstituições devem fazer comércio dessa natureza.Além disso, o MP funciona como controladorexterno das atividades policiais, atuando em casosde abusos de autoridade.

Como não faz parte de nenhum dos três poderes( Legislativo, Judiciário e Executivo), o MP éautônomo na estrutura do estado. Não pode serextinto ou ter as funções repassadas à outrainstituição.

O MP de Uberaba possui 14 promotores que têma função de agir diretamente na defesa dos cidadãos.Para isso, eles podem tomardiversas providências, taiscomo inquéritos e ações civispúblicas. O promotor dejustiça Emanuel Carapurnala,com 17 anos de experiência,conta que toda e qualquerdenúncia encaminhada aoMP não pode, de maneira alguma, ficar seminvestigação. “É preciso que se dê uma resposta àsociedade, sempre que somos procurados”, dizCarapurnala.

Atuando na promotoria do Meio Ambiente,

Saúde, Proteção ao Adolescente e ao Idoso, opromotor explica que, todos os dias, muitoscidadãos procuram a promotoria de Uberaba comdenúncias, requerimentos e outras formas de auxíliojudicial. Ele diz que os uberabenses, em geral, aindadesconhecem as atividades do ministério. Contudo, nosúltimos anos, o número de requerentes e denunciantes

tem aumentado gradati-vamente. O promotorressalta que, apesar demuitas dificuldades admi-nistrativas, tal como falta defuncionários, o MP emUberaba busca sempre darum retorno satisfatório.

Carapurnala explica que existem várias formasde realizar encaminhamentos ao MinistérioPúblico. Segundo o promotor, as denúncias podemocorrer pessoalmente, com o próprio cidadãocomparecendo ao edifício do MP, mas também

Ministério Público àdisposição da sociedade

Cidadania na prática

Comarca de Uberaba conta com 14 promotores trabalhando pelos direitos do cidadão

O Ministério Público de Uberabapossui 14 promotores que têm afunção de agir diretamente nadefesa dos cidadãos.

O horário de atendimento aopúblico é das 12h às 18h,de segunda à sexta-feira,na Rua Segismundo Mendes, 175,no edifício localizado no pátio daIgreja São Domingos.Para obter mais informações,os interessados podem acessaro site www.mpf.gv.br.

Resguardar o patrimônio nacional,público e social, além dos interessesda coletividade são algumas dasatribuições do Ministério.

podem ser efetuadas através de boletins deocorrência da Polícia Militar, de acionamento porescrito de pessoas ou instituições ou até mesmoatravés de telefonemas anônimos e cartasmanuscritas.

O promotor Carapurnala

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Transformação dos hábitos de consumo pode contribuir para desacelerar aquecimento global

Mônica Salmazo2º período de Jornalismo

Imagine se o nível dos mares aumentasse em maisde 20 pés com o derretimento do gelo da Antártica eda Groenlândia? E se o número de mortes devido àsondas de calor duplicasse em apenas 25 anos? Essecenário parece exageradamente catastrófico, masmuitos cientistas têm alertado que esses fatorespodem se tornar realidade em pouco tempo. Oplaneta já tem emitido vários sinais que justificam aspreocupações dos cientistas. Por exemplo, o númerode furacões quase dobrou nesses últimos 30 anos e oderretimento das geleiras da Groenlândia temacelerado nesta década. Além disso, estudos indicamque a incidência de malária aumentou com maiorvelocidade em lugares inesperados – tais como, porexemplo, na região dos Andes, na América Latina, quese encontra a 7 mil metros acima do nível do mar.Centenas de espécies de animais já estão reagindo aoaquecimento global e, por isso, cientistas jádetectaram grandes movimentos migratórios pararegiões mais frias – o que provoca muitasperturbações nos ecossistemas. Esses são algunsdados que o ex-vice-presidente dos Estados Unidos,Al Gore, afirmou ao receber o Prêmio Nobel da Pazde 2007. “O que mudou nos Estados Unidos com ofuracão Katrina foi uma certeza que tivemos: a de terentrado num período de conseqüências.”

Há alguns anos, Al Gore tem se apresentado comouma das principais lideranças ambientalistas doplaneta. Além de ser o maior adversário de Bush –pois ambos concorreram diretamente nas eleiçõespresidenciais dos EUA – o político americanocontribuiu para que a questão do aquecimento globalentrasse definitivamente na agenda de discussões dechefes de governo de vários países. Através de umasérie de palestras – registradas em um documentáriochamado Uma verdade inconveniente (2006),dirigido por Davis Guggenheim – Al Gore procuradivulgar, com uma linguagem parecida com umapresentador de programa de variedades, o que háde mais recente nas pesquisas sobre meio ambiente.Ainda que muitos críticos desconfiem do tomalarmista adotado por Gore, o fato é que o PrêmioNobel concedido a este político americano foi umindicativo da necessidade de discutir o tema com maisseriedade.

Aquecimento Global no BrasilDados do Ministério da Ciência e Tecnologia

confirmam que a temperatura no Brasil tem se ele-vado e que, em um curto período de tempo, a médiaanual subiu consideravelmente. E essa realidade podeser observada por qualquer pessoa mais atenta. “Seavaliarmos Uberaba nos últimos anos veremos que oclima não está constante – ou seja, as estações do

clima só estão figuradas no papel. Costumamos verextremos de temperaturas ocorrendo em curtosintervalos de tempo”, observou Carlos Antônio CoutoLima, estudante de Biomedicina na Universidade deUberaba (Uniube). “Andei notando também que onúmero de automóveis está aumentando cada vez mais.Assim, Uberaba, que antes era conhecida como ‘cidadedo interior’, acaba se tornando um forte centro naliberação de CO2 aqui doTriângulo Mineiro.”. De fato, se-gundo o IBGE, em 2006, a frotade Uberaba contava com mais de65 mil automóveis, 5 milcaminhonetes, 24,6 milmotocicletas e 559 ônibus, entreoutros veículos. E é claro quetudo isso gera uma carga nada desprezível de poluentes.Carlos Antônio acredita que o problema do aquecimentoglobal não é exclusivo das metrópoles de paísesdesenvolvidos, mas de qualquer cidade do planeta.“Cada um tem a sua parcela de culpa, por isso devemosagir em conjunto”.

É preciso acordar para a questão ambientalNo dia 18 de setembro, durante a IV Jornada de

História da Uniube, o professor José Carlos Resendeexpôs aos alunos que, atualmente, o homem tenta seguir

a idéia de “desenvolvimento a qualquer custo”, mas seesquece de que o preço pode ser bem mais alto do quetoda essa tecnologia poderá pagar. “Degradação pelodesenvolvimento é um discurso que não deve ser maisaceito”, argumentou. Para ele, é um equívoco imaginarque um país deve superar a pobreza através daaceleração de um desenvolvimento predatório. “O Brasiltem a péssima idéia de querer resolver todos os

problemas em quatro anos.Enquanto os países ricos vão sedesenvolvendo ao longo dos anos,são os países pobres que pagam opreço”.

Algumas ONGs comoGreenpeace, Instituto Akatu,WWF Brasil e Fundação SOS Mata

Atlântica tentam chamar a atenção para esse estado dealerta. Segundo o Instituto Akatu – uma organizaçãoque procura incentivar práticas de consumo consciente– com metade da humanidade situada abaixo da linhade pobreza, já se consome 20% a mais do que a Terraconsegue renovar. Além disso, se a população do mundopassasse a consumir tal como os americanos, seriamnecessários mais de três planetas iguais a este paragarantir produtos e serviços básicos como água, energiae alimentos para todo mundo. Para o instituto, a únicasaída é todos adotarmos padrões de produção e de

Planeta não suporta por muito tempo os atuais padrões de consumo e de produção de lixo.Na foto, uma criança brinca em frente ao material coletado em aterro sanitário da Estrutural, em Brasília (DF)

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É um equívoco imaginar queum país deve superar a pobrezaatravés da aceleração de umdesenvolvimento predatório

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Queimada recente de área dentro do território indígena, no Pará, provavelmente para conversão do local em pasto

A cidade de São Sebastião é uma das mais ameaçadas pela dengue no Distrito Federal. Especialistas prevêem aumento dadoença com o aquecimento global

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consumo sustentáveis.Os países desenvolvidos, neste caso, teriam que

reciclar ao máximo, explorar novas alternativas deenergia menos poluentes, diminuir sua produção de lixoe reavaliar os produtos realmente necessários para obem-estar da população. Enquanto nós, países pobres,devemos escolher o melhor caminho para desenvolver,sem abrir mão de nossas riquezas naturais. O meioambiente não é só Amazônia e Pantanal, mas é o meiourbano também, onde moramos, crescemos e vivemos.

No encontro do Painel Intergovernamental sobreMudanças Climáticas (IPCC), realizado recentementena cidade do Rio de Janeiro, o vice-presidente do IPCC,Mohan Munasingue, avaliou que países como Brasil,China e Coréia, apesar de apresentarem uma emissãoper capita pequena em comparação à dos EstadosUnidos, têm a possibilidade de se desenvolver poluindomuito menos do que os países que fizeram a RevoluçãoIndustrial.

De acordo com a WWF Brasil – uma organizaçãoque integra a maior rede mundial de conservação danatureza – uma das maneiras de combater o aumentodo efeito estufa seria diminuir o desmatamento(principal fonte de liberação e CO2 no Brasil), incentivaro uso de energias renováveis não-convencionais,promover a eficiência energética e a reciclagem demateriais. Contudo, melhorar a qualidade do transportepúblico, por exemplo, já seria uma entre as soluçõesmais simples.

Para o Akatu, uma das formas mais eficientes depreservar o planeta é transformar radicalmente osnossos hábitos de consumo. Por exemplo, calcula-se quequando sete pessoas fecham a torneira enquantoescovam os dentes, cerca de 120 litros de água deixamde ser desperdiçados. Se em vez de esguichar água noquintal a pessoa preferir fazer a limpeza com umavassoura, a economia é de 300 litros. Além disso, amanutenção periódica nas torneiras e nosencanamentos da casa podem gerar uma economia de

até 1 milhão de litros por ano. Ou seja, não é precisofazer sacrifícios para contribuir com o meio-ambiente:basta evitar o desperdício.

Para incentivar as pessoas a adotarem padrões deconsumo mais conscientes, a ONG lista uma série desugestões bem criativas. Eles sugerem, por exemplo,que as pessoas passem a levar suas próprias sacolasaos supermercados e, com isso, evitar o acúmulo e oconseqüente desperdício de sacolas plásticas. Comessa pequena mudança de comportamento, para cadaquilo de plástico que se deixa de consumir, sãoaproximadamente 2,5 litros de petróleo eco-

nomizados.Se 20% dos brasileiros economizarem papel e

reduzirem o consumo em 1/4 a cada mês, seriam95 hectares a menos de desmatamento nasflorestas – o equivalente a 116 campos de futebol.E para contribuir pessoalmente para desaceleraro aquecimento global, o instituto tem uma idéiabem simples: para cada pessoa que, uma vez porsemana, deixa o carro em casa e vai trabalhar a pé,ou mesmo utilizando carona ou transporte público,calcula-se que, em média, 600kg de CO2 naatmosfera deixam de ser lançados por ano.

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• Se você e seis amigos economizarem água ao escovaros dentes= 122 litros• Se você varrer ao invés de esguichar água noquintal= 280 litros• Se você cuidar bem do encanamento de casa e nãoexistir vazamentos= 1,15 milhão de litros ao ano.• Se você levar a sua sacola ao supermercado eeconomizar 1 quilo de plástico= 2,5 litros de petróleoa cada quilo.• Se você e 20% dos brasileiros economizarem papele reduzir o consumo em _= a cada mês será 95hectares a menos de desmatamento nas florestas (116campos de futebol).• Se você e um milhão de famílias reduzirem o banhopela metade= evitarão a construção de uma usina.• Se você deixar o seu carro em casa e andar a pé umavez por semana= evita de lançar 600kg de CO_ naatmosfera por ano.• Se você preferir empresas com o selo EmpresaAmiga da Criança= ajuda a 5 milhões de crianças eadolescentes a irem pra escola.

(Fonte: Instituto Akatu – Pelo consumo consciente.http://www.akatu.org.br)

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Revelação - Setembro de 2007

Da redação

Alunos do 7º período de Publicidade & Propaganda daUniversidade de Uberaba (Uniube) lançaram uma criativacampanha de educação alimentar. As peças publicitárias foramrealizadas como atividade da disciplina Produção Gráfica emPP II, ministrada pelo professor Wilson Oliveira. A idéia surgiua partir da leitura da pesquisa coordenada pela endocrinologistae professora da Uniube, Fernanda Oliveira Magalhães,divulgada na última edição do Revelação. Só para lembrar, osdados da pesquisa mostram que 60% da população entre 30 e69 anos estão acima do peso devido à má alimentação e à faltada prática de exercícios físicos regulares. Com esses númerosem mãos, os alunos de Publicidade usaram de muitacriatividade para criar os anúncios de conscientização. Confiraabaixo alguns dos trabalhos.

Alunos de Publicidadeproduzem campanha deeducação alimentarPesquisa sobre as condições de saúde dos uberabenses incentivou criação em sala de aula

Quem não se comunica...

Charles Eurípedes Pereira Priscila Rodrigues Pereira

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Rodrigo Jesus de MeloRodrigo Fernando do nascimento

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Revelação - Setembro de 2007

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Vinicius Silva FlausinoLaís Dias Baptista Sefrian

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12 Revelação - Setembro de 2007

Chargista revela as“presepadas” da políticaToninho enxerga uma verdadeira comédia socialnos bastidores dos fatos jornalísticos

Luiz Carlos VieiraLuiz Roberto AmaralGabriela Vieira6º período de Jornalismo

Dizem que uma imagem vale mais do que milpalavras. Mas somente nas mãos de um verdadeiroartista esse ditado se torna realidade. Toninho, comogosta de ser chamado, é ilustrador e arte-finalista. Suascharges fazem muito sucesso na região. Em geral, osdesenhos têm como característica principal a vontadede transmitir informação com um toque de humor,sem deixar de fazer uma crítica social.

Cercado por revistas de quadrinhos, livros e, éclaro, seu material de desenho, Toninho dá asas àimaginação em seu estúdio. Com seu jeito despojadoe seu “uniforme de trabalho” nada convencional (tênise bermuda), ele lembra de sua infância, quandodesenhar era apenas uma diversão. “Muitas vezes,quando eu era criança, trocava uma pelada no campo,uma partida de bola de gude, para ficar desenhando” – lembra.

O apoio dos pais foi algo importante na vida desse

artista que, desde pequeno, vem aprimorando o domde desenhar. Atualmente, suas charges são motivo deorgulho para seus familiares e amigos. Mas Toninhoconta que nunca imaginou se tornar um chargista. Aoportunidade surgiu através de desenhos que ele faziaao ler os jornais e revistas. Certo dia, decidiuapresentar a idéia a um jornal da região e, desde então,não parou mais de publicar.

Apesar de seus desenhos retratarem políticos epessoas públicas, de forma cômica, Toninho conta quemuitos de seus caricaturados levam na brincadeira eaté gostam de seus desenhos. “Geralmente eu recebomuito elogio; raras são as pessoas retratadas nascharges que reclamam. As criticas, de um modo geral,são positivas.”

De todas as suas charges, uma tem significadoespecial na vida do artista. Em uma charge que retratao escândalo político do caixa 2, Toninho teve aoportunidade de ver seu trabalho divulgadonacionalmente através da revista Veja. Ele conta quesoube da publicação através de um amigo e que, só

então, comprou a revista. “Parei na primeira banca queeu vi, comprei a revista e estava lá minha chargeestampada! Foi muito engraçado: minha família sereuniu em casa e ficavam chamando gente pra ir lá ver.”

E nem nossa equipe escapou da mente criativae dos traços do chargista. Durante a entrevista, nós,os repórteres, nos tornamos tema de mais uma dascharges de Toninho. Apaga aqui, rabisca ali, e aospoucos o desenho foi ganhando forma e, cada vez mais,retratando de maneira engraçada a realidade. Com odesenho pronto, é hora de fazer o contorno e, depois,a tecnologia faz a sua parte, acrescentando os tons eefeitos que dão vida à imagem.

Para aqueles que querem seguir a mesma profissãode Toninho, ele deixa um recado: “A magia do desenhoparte do lápis, papel e borracha. A base de tudo é amão. Desenhem bastante, leiam, se interem dos fatose rascunhem bastante. Caso errar, apague e faça denovo; simplesmente desenhe.”

Toda a produção do chargista uberabense estádisponível no site: www.cartooninho.com.br.

As charges de Toninho são inspiradas, namaioria das vezes, em temas políticos ecorriqueiros. O momento da criação é sempreregado de inspiração e criatividade.

Traços críticos

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Blog discute criatividadena propagandaAgência de Publicidade cria novo espaço para refletir sobre as possibilidades da Comunicação

Fabiana Gama5º Período de Publicidade (*)

A Futura Comunicação, uma agência depublicidade dirigida pelos professores do curso deComunicação Social da Uniube, Fabiano Oliveira eNeire Castilho, acaba de lançar o Futuracom, um blogcorporativo que pretende contribuir para o debatesobre a comunicação na cidade. Segundo osprofessores, o blog está aberto para publicitários,empresários, fornecedores, estudantes e curiososexporem suas idéias e opiniões, contribuindo para odesenvolvimento da comunicação regional. Com isso,a agência quer criar espaço para reunir as inovações etendências do mercado publicitário, notícias, artigosde profissionais convidados, novos talentos e mídias,assim como os trabalhos desenvolvidos pela agência.A proposta é atuar como ponto de referência na buscapor informações sobre o que há de mais interessantena publicidade regional, nacional e mundial.

A inovação está no conteúdo e na forma como eleé apresentado. Com um visual leve, atraente emoderno, são abordados temas diversos vistos pelaótica de integrantes dos mais distintos grupos do meioe da sociedade em geral. O Blog Futuracom é um canalaberto de comunicação e pesquisa, além de ser umponto de encontro para mentes talentosas que estãosempre em constante ebulição. De acordo com aequipe, o blog não é apenas uma janela para o mercadopublicitário, é um agente participativo na contínuatransformação e evolução do mesmo. “A Futura abre

as portas para o novo, para que você entre, dê umaolhada, sinta-se em casa e participe. Porque nesteespaço você é único, não é apenas mais um visitante,expectador de um conteúdo estático. Você faz partede um ciclo, onde o conhecimento impulsiona odesenvolvimento”, explicam os autores.

Laboratório de CriaçãoA Futura acredita que é preciso incentivar os novos

criativos a pensar, a escrever bem, a conceituar...Assim, um dos papéis do blog é ajudar cada um adescobrir seu caminho e unir todos no discurso dequerer fazer sempre diferente.

E como todo gênio já foi um aprendiz, estudantes

ousados e criativos têm agora um lugar pra publicaremsuas criações e darem seus primeiros passos. OLaboratório de Criação do Futuracom é o espaço certopara quem não se limita ao óbvio e trivial. “Divulgueseus trabalhos e deixe aflorar todo o seu potencial.Você pode ganhar um post todo seu e, além disso,quem sabe aquela tão sonhada vaga em uma grandeagência não se torne realidade?”, esclarece a equipede produção. Se você tem algo para dividir com aFutura e quer ser notado no mercado regional, acesseo site www.futuracom.com.br ou mande o seuconteúdo para [email protected].

(*) Fabiana Gama também trabalha na Futura

Para quem anda meio “blog” das idéiasDiretor de criação da agência Futura fala sobre o Futuracom

Sugestão de leitura

O livro Blog Corpo-rativo, de Fábio Cipriani(Novatec, 2006) propõe autilização de blogs nasestratégias de comuni-cação interna e de rela-cionamento com clientes.Segundo o autor, “estaobra discute tambémcomo os blogs já exis-tentes podem servir comobase para os planeja-mentos estratégicos de produtos e serviços”.

Vale à pena conferir.

Site do Blog Futuracom (www.futuracom.com.br) e a equipe da agência: incentivo à criatividade é indispensável

Reflexão digital

Revelação - Setembro de 2007

ferramenta mais democrática do que um blog. Por isso,desapegamos. Criamos coragem e trocamos o padrão“quem somos, portfólio e fale conosco”, por umaferramenta democrática, focada em tendências e quepermita a publicitários, clientes, fornecedores,estudantes e curiosos verem e mostrarempensamentos, idéias e muita criatividade.

O blog é o veículo de comunicação do futuro?O blog, além de veículo, é uma ferramenta de

valorização do cliente, interação com formadores deopinião, encontro de novos fornecedores e busca denovos talentos. É um cerne para nossas atividades e dabusca incessante por novas idéias à frente. Da busca eda apresentação destas idéias, claro. Então, é sóacompanhar os posts toda semana.

Há 2 anos na Futura, e responsável pormuitas das idéias à frente desta agência, odiretor de criação Gustavo Pires respondeua algumas perguntas sobre como nasceu ecresceu o blog Futuracom.

Por que um blog e não um site?Pra desapegar. A gente sempre teve a intenção de

construir um site com blog “anexo”, naquele velhoformato em que o blog acaba se transformando numálbum de fotos. Mas a intenção por trás disso eramuito maior. A Futura, de certa forma, assumiu umpouco da responsabilidade de transformar opensamento do empresariado e público uberabense.Mas, para isso, é preciso gerar discussão. E não hámelhor meio do que internet. E ,na internet, não há

Divulgação

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A lenda vive

Casamento de Dora foidestaque no Lavoura e ComércioPersonagem mais popular da cidade arrastou “uma verdadeira multidão” para a igreja da Abadia

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Da redação

Na edição nº 334 do Revelação fizemos uma sériede reportagens sobre algumas das personagens maispopulares do cotidiano da cidade. Na matéria sobre aDoralice Cabulesque – mais conhecida como Dora –alguns entrevistados disseram que o casamento dessamusa uberabense havia repercutido em toda a cidade,no final da década de 1970. Pesquisando no arquivodo Lavoura e Comércio, não é que, afinal,encontramos a edição histórica do Lavoura eComércio noticiando as núpcias de Dora e Carlito?

As fotos do casal mais badalado do ano saíram nacapa do Lavoura, na edição de 31 de agosto de 1979 –no dia seguinte ao casamento. Na nota do jornal, orepórter informou que a cerimônia realizada na Igrejada Abadia havia arrastado “uma verdadeira multidãoao templo de Deus”. A notícia indica que Dora já erauma figura popular na época e desfaz o mito de queela era uma pessoa muito rica – pois, segundo o jornal,Carlito trabalhava como chapa de caminhão. Naverdade, o motivo pelo qual o jornal deu tanto destaqueao evento foi o fato de ela ser uma querida “figura popular”.

Alliny Araújo2º período de Jornalismo

Como disse o mestre Vinícius de Moraes – naminha opinião, autor dos mais belos e sensíveispoemas de amor – “As feias que me perdoem, masbeleza é fundamental”. É? Eu diria que, além defundamental, beleza se põe à mesa e ainda abre o apetite.

Não existe amor à primeira vista, apenas nossentimos atraídos por algo, seja físico ou intelectual,naquela pessoa e que nos desperta o interesse. E énesse “algo” que está a chave para descobrir que ocontrário de beleza não é feiúra. Acredito até quebeleza não tem antônimo.

Se partirmos do princípio de que cada um de nósaprecia atributos físicos distintos, seria errôneoestereotipar um conceito do que é feio ou belo. Paramuitas pessoas, deve-se ser magro para ser bonito.Algumas adoecem tentando seguir esse padrão. Mascomo disse o rei Roberto Carlos: “Quem foi que disseque tem que ser magra pra ser formosa?” Com certeza,ele é um amante das formas arredondadas, comopodemos confirmar ao olhar o padrão corporal de suasex-mulheres. Então, quem está certo ou errado no

Beleza é fundamental?Cronicamente inviável...

Revelação - Setembro de 2007

conceito de beleza?Algumas pessoas são fascinadas por cabelos claros,

outras, como eu, preferem os escuros; já outros,apreciam a chama dos fios ruivos. Portanto, com qual

cor devo pintar meu cabelo?Na realidade, não é o fato de amar o feio que o

torna belo. Somos criados de forma distinta,aprendemos a gostar e a admirar arte, música,poesia e pessoas de forma diferente. Além denascermos com algo interiorizado e inexplicávelque nos faz captar a beleza sob diversos ângulos.Isso faz com que um quadro perfeito, para muitos,possa ser medíocre, para outros. Ou que a GiseleBündchen, para muitos, é um exemplo de corpoideal, mas para alguns, não passe de mais umamodelo magrela.

Todos nós temos pequenos ou grandes defeitos quealguns ridicularizam e outros acham que é um charmea mais. O importante nisso tudo é perceber que aessência da beleza está na forma particular com quecada um enxerga, e não em conceitos preestabelecidossocialmente.

Não podemos - e nem se tentássemos com afincoconseguiríamos - agradar a gregos e troianos. Oimportante é agradar a si mesmo quando se olha noespelho. Até porque não existem pessoas feias, massim, aquelas que ainda não passaram pela mão doPitanguy ou pelos Photoshops da vida...

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15Revelação - Setembro de 2007

Curso de Farmácia daUniube completa 10 anosPara comemorar mais uma data, alunos receberam o seu primeiro diretor

Graziella Tavares4˚ período de Jornalismo

A Universidade de Uberaba recebeu a visita doFarmacêutico Marcos Antônio Santana nacomemoração dos 10 anos da implantação do cursode Farmácia. Aproveitando a visita, Santanaparticipou de palestras e debates sobre a atuação doprofissional em setores como comércio, indústria,pesquisa e educação.

O curso aberto em 1997 foi o quinto fundado emMinas Gerais. Na época, existiam apenas 50 cursosdisponíveis em todo o país. Atualmente, segundo

Santana, hoje são mais de 140. O farmacêutico explicaque o desenvolvimento das instalações e da estruturado curso da Uniube nos últimos anos contribuírammuito para uma maior capacitação profissional dosalunos. “É importante voltar aqui e constatar que ocurso prosperou. Fico feliz em ver todo esseenvolvimento de alunos e professores.” Ele faloutambém sobre a importância da qualificação e doesforço dos futuros farmacêuticos na carreira, afinalesse é um campo de muitas oportunidades. “Só nãotrabalha quem não quer. A profissão é ampla, masexige investimento. Por isso há tantos cursosoferecidos e poucos profissionais capacitados.”

Dar abrigo e espaçomínimo para o animal.

Passear com o cão utilizando sempre coleira,guia curta e focinheira paraaqueles animais de índole agressiva,conduzido por alguém capaz de conter o animal.

Recolher as fezesdos animais durante o passeioe jogar no lixo.

Alimentar de maneiracorreta, além de oferecer águapotável e fresca em potes limpose adequados aos animais.

Castrar os animais paraevitar crias indesejadas, a fimde melhorar a qualidade devida deles. Consulte o médicoveterinário.

Levar periodicamente osanimais ao médico veterináriopara vermifugação,vacinação eavaliação clínica.

Escovar,dentes e pêlos,e dar banhos regularmente.

Adotar animaisde abrigos e do Centrode Controle Zoonoses,em vez de comprarpor moda ou impulso.

Escolher o animalobservando o tamanhoquando adulto, tipo depelagem, espaço físico necessário e peculiaridades de raça.

Manter o animal dentro doslimites da casa, apartamento,quintal. Jamais, solto na rua.

Márcio Antônio Santana foi o primeiro diretor do curso.

História da Educação

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Caras pintadas

Caricaturas brincam comprofessores de ComunicaçãoAlunos da Agência Portfólio montam uma criativa galeria de arte para homenagear os docentes

Maria Carolina Mafra - 3º período de Jornalismo

Para prestar uma homenagem aos professores do curso de Comunicação Social,os alunos da Portfólio fizeram caricaturas de todos os professores e colaram asreproduções em um mural no Bloco de Comunicação. A sugestão partiu da

assistente pedagógica Márcia Beatriz, e quem realizou a idéia foram os alunos daAgência Portfólio: Sérgio Borges, Bárbara e Rodrigo Andrade. Segundo os alunos,foi bem divertido fazer as caricaturas. Eles contam que uma das experiências maisinteressantes foi trabalhar os traços de cada um dos professores, pois todos elessão bem diferentes.


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