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Page 1: Resp. Social Das Empresas - Caso Delta

Faculdade de Economia Universidade do Algarve 

A Responsabilidade Social das Empresas: 

O Caso Delta Cafés 

Vilma Azevedo [email protected] 

 Mestrado em Marketing 

UALG/IPLeiria  

 Julho de 2009

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O sucesso de uma empresa depende da criação, projecção e manutenção da sua

imagem favorável, perante os seus públicos.

Wey (1986)

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Índice

1. Introdução ..............................................................................................................3

2. Contextualização do Panorama Actual Empresarial ..............................................4

3. Responsabilidade Social das Empresas ................................................................6

3.1 Responsabilidade Social e o Balanço Social ....................................................8

3.2 A Responsabilidade Social como Estratégia da Empresa ................................9

3.3 O Sucesso da Responsabilidade Social ...........................................................9

3.4 Responsabilidade Social – O Caso Delta Cafés.............................................10

4. Considerações Finais ...........................................................................................13

5. Referências Bibliográficas / Webgrafia.................................................................14

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1. Introdução

Este trabalho surge no âmbito do enquadramento teórico da disciplina de Ética e

Comportamento, tendo por objectivo consolidar os conhecimentos adquiridos nas

aulas.

Tendo em conta o actual panorama económico, político e social e a consequente

evolução tecnológica, as empresas passaram a ter novas preocupações nas

relações estabelecidas com os seus stakeholders, isto é, todos aqueles que estão

envolvidos nas acções da empresa. Como tal, as empresas têm vindo a focar a sua

actividade nos princípios fundamentais éticos. É neste âmbito que nasce a

importância da Responsabilidade Social das Empresas, sendo cada vez mais um

mote de discussão para diferentes associações e organizações.

Primeiramente, irei contextualizar sucintamente, o panorama actual das empresas.

Os principais factores que o delinearam, a sua evolução, os valores pelos quais as

organizações se regem, a caracterização da evolução tecnológica e a concorrência

empresarial.

Seguidamente, irei abordar a Responsabilidade Social das Empresas, apresentando

conceitos, formas de actuação social, indicadores e dados sobre as acções sociais

das empresas privadas, o balanço social, e os factores de sucesso da estratégia

empresarial com a responsabilidade social.

Finalmente, serão analisados os processos de comunicação organizacional e

imagem corporativa da empresa Delta Cafés, relacionando-os com a

competitividade da organização.

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2. Contextualização do Panorama Actual Empresarial

Os desafios enfrentados pelas empresas em épocas anteriores afiguram-se com

uma nova intensidade: fomentou-se a concorrência e a competição entre as

organizações; os factores como a qualidade e o preço deixaram de ser os únicos

factores competitivos. O meio empresarial “sofre” assim uma reestruturação a nível

do seu meio envolvente, quer seja o meio social, político e/ou ecológico.

Actualmente, as empresas exploram todas as áreas de actividade dos seus

mercados. A preocupação empresarial deixa de estar concentrada na abertura de

novos mercados e passa a estar focada no desenvolvimento da quota de cliente,

procurando novos nichos de mercado. Com esta evolução, as necessidades dos

clientes também se alteram. Estes passam a ser cada vez mais exigentes, mais

informados e possuem um maior número de experiências a nível do consumo,

devido ao excesso da oferta, assim como a semelhança dos produtos e dos

serviços.

Assim, toda a envolvente demográfica, económica e social, influi na decisão dos

consumidores. Deve-se ter em conta a alteração, nestes últimos anos, da actividade

profissional da população, tal como os seus rendimentos, a procura e mudança da

população das zonas mais rurais para os grandes centros, e o aumento do grau de

escolaridade.

A nível cultural, o consumidor está orientado para novos valores – “Os valores

tradicionais de trabalho, sacrifício, austeridade, dever, economia e resignação são

substituídos, cada vez mais, pelo desejo de ganhar mais, trabalhar menos, ter

melhor qualidade de vida e reduzir os deveres, gastar, por vezes, mesmo para além

do que se possui (compras a crédito) e de consumir”1, para o desejo de segurança,

para uma maior liberalização, e para uma maior preocupação em fazer prevalecer a

juventude.

Deste modo, como o poder das empresas (quanto ao domínio de tecnologias e

aparecimento de novas ferramentas – como a Internet – do capital financeiro, dos

mercados e da distribuição, etc.) é distinto, surgem relações desiguais entre elas e o

mercado.

O actual aumento do volume de negócios e da concorrência empresarial, inserem-

se numa sociedade global marcada pela gestão das relações e pelo tratamento da

1 Crf. D. Lindon et al, Mercator XXI, 2004, p. 60.

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informação, em que a inovação tecnológica ganha um novo peso na decisão e

prática do consumidor, considerando-se, desta forma, uma nova ferramenta de

dinamização económica, política e social.

As novas ferramentas tornam-se fundamentais no quotidiano no meio empresarial e

nos seus stakeholders. A Internet explora as potencialidades da revolução digital:

assume-se como um media global que diminui os custos a nível da comunicação,

conseguindo abranger um maior público-alvo e, deste modo, determinar e potenciar

o e-business2. Por outro lado, a televisão deixa de ter tanto impacto na publicidade,

como nos anos 60, criam-se novas redes de distribuição e com estas, o

desenvolvimento das bases de dados, que possuem informação sobre o mercado e

sobre os seus potenciais consumidores3.

Além de, tal como já foi referido, toda a eficiência e reconhecimento que uma

empresa deve ter, de modo a progredir e poder sobreviver nos mercados actuais, a

comunicação e a imagem são factores que cada vez mais contribuem para obter

notoriedade, assumindo assim, um papel cada vez mais importante.

A nível institucional, a comunicação é todo aquele processo de dar e conhecer todas

as ideias e fazer com que sejam compreendidas por todos, seja internamente ou

externamente.

Na verdade, independentemente da sua dimensão ou do sector em que insere a sua

actividade, a imagem de uma empresa é o resultado de variados factores, e de

múltiplas acções de comunicação (e não exclusivamente dos seus produtos ou

serviços) sendo esta a forma de dar continuidade aos seus objectivos como

empresa e aumentar o seu nível de confiança. Assim sendo, a imagem é o produto

final da sua organização, de todo um conjunto de acções de marketing, publicidade

e relações públicas, das suas instalações, dos seus factores de imagem visual, dos

seus colaboradores, e dos meios de comunicação que utiliza. Deste modo, a

instituição deve transmitir uma imagem positiva, dando conhecimento das suas

actividades, do seu trabalho e da sua organização, criando assim, um sistema de

comunicação externo. É, portanto, neste campo de comunicação que se enquadra a

relevância da Responsabilidade Social das Empresas (RSE).

2 Pode definir-se como o uso das novas tecnologias da informação na gestão. 3 Crf. D. Lindon et al, Mercator XXI, 2004, pp. 43 – 48.

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3. Responsabilidade Social das Empresas

Uma empresa é, na essência, uma organização com uma característica especial

que a distingue das demais – o facto de a sua principal finalidade ser a maximização

do retorno, no médio e longo prazos, do capital nela investido pelos detentores do

seu capital.4

No entanto, os seus únicos objectivos não deveriam centrar-se, exclusivamente, na

maximização dos seus lucros e do seu valor, como também deveriam incidir na

satisfação das necessidades dos seus envolventes, não apenas nas dos detentores

de capitais, mas nas de todos os seus colaboradores e nas necessidades da

população, assim como, na conquista de metas de cariz económico-financeiro,

assegurando a sua sobrevivência.

Assim, o conceito de empresa pode ser ampliado respectivamente à actual

preocupação com a responsabilidade social.

Segundo a Comissão Europeia, a responsabilidade social é a “integração voluntária

de preocupações sociais e ambientais por parte das empresas nas suas operações

e na sua interacção com outras partes interessadas.”5. Desta forma, e no

seguimento desta ideia, António Robalo Santos, considera que uma empresa

também pode ser definida como um “conjunto de recursos organizados em torno da

produção de bens e serviços, com o objectivo de maximizar a criação de valor para

os detentores do capital através da maximização dos seus lucros (e/ou do

preço/valor das acções ou quotas) e, acessoriamente (e na medida em que tal

ocorra para a consecução deste principal objectivo) da maximização da sua

utilidade para outros stakeholders (empregados, clientes, fornecedores, parceiros,

comunidade, etc).”6. Assim sendo, as empresas contribuem positivamente para a

satisfação das necessidades dos seus stakeholders, agindo de acordo com padrões

de ética, tal como defende o World Business Council Sustainable Development

(WBCSD)7, proporcionando vantagens competitivas para o seu negócio e

assegurando a sua longevidade. Deste modo, a empresa socialmente responsável é

aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses dos envolventes e que

consegue incorporá-los na sua estratégia e política.

4 Crf. A. J. R. Santos, Gestão Estratégica – Conceitos, modelos e instrumentos, 2008, p. 26. 5 Crf. Comissão Europeia, Livro Verde. 2001 6 Crf. A. J. R. Santos, Gestão Estratégica – Conceitos, modelos e instrumentos, 2008, p. 27. 7 Para o WBCSD a responsabilidade social é o comportamento ético de uma organização em relação à sociedade.

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Como tal, uma empresa tem também por objectivos o cumprir das expectativas

sociais, o respeito pelo meio ambiente (no domínio da gestão e das suas

estratégias), tal como a garantia de condições adequadas aos seus colaboradores:

a nível de aprendizagem, igualdade entre os sexos e a nível da segurança nos seus

postos de trabalho, de modo a que fomentem a competitividade e gerem fundos de

riqueza.

O esquema seguinte ilustra a interacção entre a empresa e todos os seus

stakeholders envolventes:

Fonte: João Carvalho e Alexis Romero (Barcelona 2004)

Por outro lado, a responsabilidade social das empresas, tem sido usada como uma

nova estratégia para as empresas aumentarem o seu lucro e potenciarem o seu

desenvolvimento. Com o aumento da concorrência e do aparecimento de produtos

semelhantes, os consumidores acabam por valorizar as marcas ou empresas que

focam aspectos éticos ligados à cidadania e ao meio ambiente, pois estes

transmitem ao consumidor credibilidade e confiança na marca.

Para os autores Kanuk e Schiffman, "a maioria das empresas reconhece que

actividades socialmente responsáveis melhoram suas imagens junto aos

consumidores, accionistas, comunidade financeira e outros públicos relevantes. Elas

descobriram que práticas éticas e socialmente responsáveis simplesmente são

negócios saudáveis que resultam em uma imagem favorável, e, no final das contas,

em maiores vendas. O contrário também é verdadeiro: percepções de falta de

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responsabilidade social por parte de uma empresa afectam negativamente as

decisões de compra do consumidor.”8.

3.1 Responsabilidade Social e o Balanço Social

De acordo com o autor Luca, a transformação da mentalidade empresarial, a

alteração da importância da quantidade para a qualidade, tem trazido modificações

também a nível administrativo, nomeadamente a nível social9.

É cada vez mais importante, fornecer informações ao consumidor e à sociedade

sobre a utilização dos vários tipos de recursos (de ordem humana, financeira,

natural e/ou tecnológica) que pertencem à própria comunidade quer seja

directamente ou indirectamente, procurando satisfazer as necessidades de todos os

seus grupos e nichos, é a isto que chamamos o Balanço Social10.

A ideia de responsabilidade social das empresas popularizou-se nos anos 70, na

Europa. As experiências internacionais (nos EUA, Bélgica, França e Portugal, entre

outros) apontam com clareza que a causa que leva à elaboração do Balanço Social,

está ligada à motivação das empresas para um planeamento estratégico de amplo

alcance. Hoje, e cada vez mais enfatizado, é muito importante ter clara a estrutura

das variáveis quantitativas, propriamente as económicas, como também se torna

decisivo avaliar o peso das variáveis qualitativas, mais propriamente as de natureza

sociocultural.

Em Portugal, a primeira experiência do Balanço Social, teve origem com o “estudo

sobre as 100 maiores empresas”, realizado pela SEMAP, filial portuguesa do grupo

Metra Internacional, no ano de 197711.

8 Crf. L. Schiffman, L. L. Kanuk, Comportamento do consumidor, 2000. Disponível no documento Ética e Responsabilidade Social – Repensando a Comunicação Empresarial, em http://www.communita.com.br/. 9 Crf. M. Luca, Demonstração do Valor Adicionado, 1998. Disponível no documento A Responsabilidade Social e o Balanço Social, em http://www.ead.fea.usp.br/. 10 A partir de 1985, em Portugal, o Balanço Social é entregue anualmente por todas as empresas do sector privado, com pelo menos 100 pessoas ao serviço no termo de cada ano civil, independentemente do seu regime contratual, pela Lei n.º 141/85 de 14 de Novembro. 11 Crf. D. Moraes, A Responsabilidade Social e o Balanço Social das Empresas, disponível em http://www.ead.fea.usp.br/.

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3.2 A Responsabilidade Social como Estratégia da Empresa

A responsabilidade social da empresa é entendida de diferentes modos

relativamente ao grupo que influencia.

Segundo Ashley12, as alternativas a seguir como as mais representativas entre a

relação da empresa e cada grupo dos seus stakeholders, são as seguintes:

Na orientação para os accionistas, a RSE é entendida como a maximização

do lucro. É vista apenas da perspectiva económica: apenas se faz o que

aumenta o lucro e gera valor para os accionistas;

Na orientação para o Estado ou Governo, a RSE centra-se no cumprimento

das obrigações definidas e regulamentadas por lei;

Na orientação para a comunidade, é tida como um acto voluntário da

direcção, de forma fortuita ou estratégica;

Na orientação para os empregados, a RSE é considerada uma forma de

atrair e reter funcionários com qualificação;

No caso dos fornecedores e compradores, a RSE percorre a empresa e

transpõe-se para a cadeia de produção e de consumo (no ciclo de vida do

produto);

No caso da orientação para a publicação de relatórios e promoção da marca, o centro é a publicação do Balanço Social. A visão de marketing

utilizada é a do marketing relacional associado à causa social e inovação

para a comunidade.

Finalmente, na orientação ambiental, tem por principal objectivo o

desenvolvimento sustentável integrando a tecnologia, os recursos, os

processos, os produtos, as pessoas e os sistemas de gestão.

3.3 O Sucesso da Responsabilidade Social

O marketing social, segundo Kotler e Zaltman13, é o “desígnio, implementação e

controle de programas que pretendem aumentar a aceitação de uma ideia social ou

a sua prática por um ou mais grupos”, assim a imagem da marca ou a associação

da mesma à organização de uma causa social (solidariedade e cooperação com a

comunidade), poderá trazer retorno económico e valor social aos seus stakeholders

12 Crf. P. Ashley, Ética e responsabilidade social nos negócios, 2002. Disponível no documento A Responsabilidade Social e o Balanço Social das Empresas, em http://www.ead.fea.usp.br/. 13 Crf. D. Lindon et al, Mercator XXI, 2004, p. 589.

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e com esses valores conseguir obter uma vantagem competitiva. Para tal acontecer,

é necessário que a empresa e/ou a sua marca represente, para o consumidor, a sua

visão e cultura. Este é, portanto, o papel da comunicação numa estratégia de

marketing social: “transmitir aos stakeholders, em particular, e à sociedade, em

geral, os valores que a organização adoptou e que está comprometida em defender

e fortalecer”14.

Assim, os três principais factores que os gestores devem ter em conta são: uma

comunicação forte e bem estruturada para que os consumidores tomem

conhecimento das acções tomadas, evitando possíveis atribuições negativas ou

desfavoráveis (podendo alterar negativamente a imagem que o consumidor tem

perante determinada marca e/ou empresa), a incorporação nas suas acções de

valores éticos e de responsabilidade social, e por fim a escolha correcta da causa à

qual se associam.

3.4 Responsabilidade Social – O Caso Delta Cafés

Foi no ano de 1961 que Rui Nabeiro, hoje Comendador Rui Nabeiro, criou a Delta

Cafés, que viria a tornar-se uma marca de sucesso em Portugal e no mundo, um

exemplo pioneiro de inovação e vontade empresarial, e um símbolo de Campo

Maior e, por extensão, do interior do país, provando que não é uma fatalidade o

desenvolvimento empresarial estar restrito apenas ao litoral.

Para a Delta Cafés – SGPS, S.A., tal como para todas as outras empresas do

Grupo Nabeiro, promover a sustentabilidade através da responsabilidade social e

ambiental é mais do que um dever e uma obrigação: é uma responsabilidade

assumida.

Como tal, o Comendador Rui Nabeiro afirma que: “Faz parte da nossa maneira de

ser e de estar na vida. Faz parte da nossa cultura. Os valores e princípios de

negócio porque sempre me regi assentam numa gestão de rosto humano e num

14 Crf. F. J. B. Saiz, Marketing social corporativo: la acción social de la empresa, 2005. Disponível no documento A Escolha da Causa no Marketing Social Corporativo, em http://periodicos.uem.br/ojs/acta/periodicos/index.html.

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compromisso fundamental: a nossa responsabilidade para com as gerações

vindouras, a nossa responsabilidade para com o futuro.

Por isso assumi, desde sempre, que a competitividade depende da capacidade de

gerar valor nas áreas económica, social e ambiental, na procura de um equilíbrio

dinâmico entre as diferentes necessidades, através do estabelecimento de parcerias

com todas as partes interessadas.”15.

Além de ser líder de mercado no nosso país, conseguiu destacar-se pelo apoio à

causa de Timor. O investimento na cidadania e no apoio à mesma valeu-lhe

recentemente a primeira certificação nacional em Responsabilidade Social de

acordo com a Norma Internacional SA800016.

Consciente da emergência de um novo quadro de valores: confiança, integridade e

transparência, na relação marca/cliente, a Delta escolheu impor-se no mercado pela

sua dimensão social. A fidelização dos clientes foi conquistada através de um

processo de confiança crescente, resultado de uma postura que ultrapassa em

muito as propostas comerciais.

A marca associa-se inevitavelmente à figura de Rui Nabeiro, que sempre acreditou

que “a fidelização dos clientes/colaboradores implicava compreender as suas

necessidades” e “corresponder às suas aspirações de qualidade de vida.”17.

Deste mesmo modo, a Delta apoia uma série de instituições sociais, como

bombeiros, escolas de ensino especial, juntas de freguesia e associações

desportivas, e tem em curso um projecto de garantia de sustentabilidade nas

regiões produtoras de café, nomeadamente Timor, Brasil, Angola e São Tomé. Para

além disso, rege-se por um Código de Conduta Ética composto por directrizes que

devem ser cumpridas durante a sua acção profissional e que têm por base as regras

de Comércio Justo.

Na ordem ambiental é fomentada a produtividade, segundo o princípio da ecologia a

par da eficiência, estando a ser implementado um Sistema de Gestão Ambiental

(Norma ISO 14001)18, com vista à protecção ambiental e prevenção da poluição,

15 Crf. II Conferência Internacional Alentejo e a água por um Guadiana Sustentável, 2007. Disponível em http://ciaa.adpmweb.org/. 16 Crf. http://www.portalsocial.ufsc.br/legislacao/NormaSA8000.doc. 17 Crf. http://www.sairdacasca.com/comunicacao/algunscasos.asp?caso=03. 18 Tem em consideração a protecção ambiental, prevenção da poluição, cumprimento legal e necessidades socio-económicas.

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assim reforça a sua imagem institucional e acompanha a constante evolução do

mercado.

A campanha “Um café por Timor”

Através de variadas campanhas de comunicação a Delta conseguiu motivar e

incentivar os seus clientes a participar. A campanha consistia na compra de cada

embalagem de Café Delta Timor 250g produzida, a Delta Cafés comprometia-se

a enviar 0,25 euros para Timor.

O Resultado:

- Escola Primária de Fahíte EP07 (210 alunos) – Edifício, mobiliário,

equipamento e material escolar;

- Escola Primária de Tibar EP04 (650 alunos) – Mobiliário, equipamento e

material escolar;

- Escola Primária de Leorema EP02 (690 alunos) – Mobiliário,

equipamento e material escolar;

- Escola Secundária de Gleno SDN01 (340 alunos) – Edifício, mobiliário,

equipamento e material;

- Universidade de Timor / Dili – Gerador e cafetaria;

- Escola Agrícola de Natar Bora – Edifício, mobiliário, equipamento;

- Jardim-Escola Vila Verde – Edifício, mobiliário, equipamento, ludoteca e

leite.

Este projecto foi escolhido entre 30 Melhores Práticas Mundiais em

responsabilidade social corporativa, sendo considerado um agente de paz, que

impulsionou o desenvolvimento sustentável, assim como a multiculturalidade.

“Não estamos a pedir às empresas para fazerem algo diferente da sua actividade

normal; estamos a pedir-lhes que façam a sua actividade normal de forma

diferente.”

Kofi Annan – Ex-Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas

e Prémio Nobel da Paz em 2001

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4. Considerações Finais

As acções bem planeadas e duradouras trazem benefícios às empresas. Na base

do sucesso está a comunicação e a divulgação que são parte integral das

organizações, que estabelecem padrões éticos no relacionamento com a

comunidade.

As empresas que pretendam sobreviver num mercado cada vez mais competitivo e

obter o sucesso, terão que adoptar uma atitude transparente diante de seus

públicos. Cada vez mais torna-se fundamental apresentar, de forma clara e

objectiva, a filosofia e a missão económica e social da organização através da

comunicação empresarial.

A responsabilidade social nas empresas é uma excelente ferramenta na

dinamização dos mercados. Deste modo, as empresas que são socialmente

responsáveis e que actuam sobre um código de ética, melhoram a sua imagem

junto dos seus stakeholders, nomeadamente junto do consumidor, fomentando o

nível das vendas e consequente lucro da empresa.

Um exemplo de caso de sucesso é a empresa Delta Cafés – marca líder de

mercado – que apesar do investimento efectuado, conseguiu obter maior retorno,

contribuindo para uma causa social e deste modo fidelizar ainda mais o cliente.

“Estamos a viver o nascimento de uma nova era,

um despertar para todas as nossas instituições e sistemas mas

acima de tudo para a nossa maneira de pensar” Janeiro de 2009

Klaus Schwab, Fundador e Presidente Executivo do Fórum Económico Mundial

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5. Referências Bibliográficas / Webgrafia LINDON, Denis, et al, Mercator XXI – Teoria e Prática do Marketing, 10ª Edição,

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SANTOS, António J. Robalo, Gestão Estratégica – Conceitos, modelos e

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http://www.iapmei.pt/

http://www.pt.sgs.com/pt/iso_14001_2004?serviceId=10957&lobId=24178

http://www.sairdacasca.com/comunicacao/algunscasos.asp?caso=03


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