Informações sobre o processo http://www.n-insolvencias.com/insolvencias/2826164t8vis
2016
Deolinda Ribas
António Luis Almeida
Magalhães
12-07-2016
RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)
Comarca de Viseu
Viseu – Inst. Central
Secção do Comércio – J2
Processo n.º 2826/16.4T8VIS
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE ................................................. 5
2.1. IDENTIFICAÇÃO DO INSOLVENTE ................................................................... 5
2.2. COMISSÃO DE CREDORES ................................................................................ 5
2.3. ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA ............................................................ 5
2.4. DATAS DO PROCESSO ........................................................................................ 5
3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1
DO ARTIGO 24ª ............................................................................................................................. 6
3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS ................................................................ 6
3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS
ANOS 7
3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA ............................................................................... 7
4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO
FINANCEIRA ................................................................................................................................. 8
5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA ................................................................. 9
6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES ................................... 9
7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO ....... 11
7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES ............................................ 11
7.2. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A
REGISTO ........................................................................................................................... 11
7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO ............................................................... 12
7.4. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA .......................... 14
7.5. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE ......................... 16
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8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) ............................................................................. 24
9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) ..................................... 24
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1. INTRODUÇÃO
O devedor António Luís Almeida Magalhães apresentou-se à insolvência,
tendo sido proferida sentença em 30 de maio de 2016.
Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve
elaborar um relatório contendo:
a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c)
do n.º 1 do artigo 24.º;
b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião
sobre os documentos de prestação de contas e de informação
financeira juntos aos autos pelo devedor;
c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do
devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um
plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os
credores nos diversos cenários figuráveis;
d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de
insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do
mesmo;
e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para
a tramitação ulterior do processo.
Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores.
Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem a administradora apresentar o
seu relatório.
A Administradora da insolvência
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2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE
2.1. IDENTIFICAÇÃO DO INSOLVENTE
Nome António Luís Almeida Magalhães
NIF 195 022 505
Morada Quinta da Miusa, Lote 46, 2.ª Dto, 3560-156 Sátão
Estado Civil Divorciado
2.2. COMISSÃO DE CREDORES
Não nomeada
2.3. ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA
Deolinda Ribas
NIF/NIPC: 175620113
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Telef: 253 609310 – 253 609330 – 917049565 - 962678733
E-mail: [email protected]
Site para consulta: Informações sobre o processo
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2.4. DATAS DO PROCESSO
Data e hora da prolação da sentença: 30-05-2016 pelas 10h01m
Publicado no portal Citius – 31 de maio de 2016
Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos
Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 21-07-2016 pelas 14:00 horas
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3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª
3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS
Dispõe a al ínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor
deve juntar, entre outros, documento em que se expl icita a
actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos úl timos
três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o
que entenda serem as causas da situação em que se encontra.
O devedor procedeu, de acordo com o disposto no nº 1 do
artigo 24º do CIRE, à junção dos seguintes documentos:
a) Cópia dos documentos de identif icação do insolvente;
b) Assentos de nascimento do insolvente e dos seus três fi lhos;
c) Caderneta predial urbana e certidão do imóvel de que o
insolvente é proprietário;
d) Recibos de vencimentos de julho a setembro de 2015;
e) Extrato bancário de dezembro de 2015;
f) Sentença proferida no âmbito do processo 60 -D/2000 –
Incumprimento de Responsabil idades Parentais;
g) Acta de conferência de pais;
h) Auto de penhora elaborado no âmbito do processo
executivo n.º 3660/15.4T8VIS ;
i) Sentença proferida no âmbito do processo n.º 287/0 8.0TBSAT.
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3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS
ÚLTIMOS TRÊS ANOS
O insolvente exerce a função de vigilante na sociedade
“Comansegur – Segurança Privada, S. A.”, onde aufere o
vencimento mensal de € 651,56 .
3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA
As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da
insolvência resultam da anál ise efectuada à informação
colocada à disposição da Administradora de Insolvência
(petição inicial e documentos fornecidos), bem como das
dil igências efectuadas por esta.
Deste modo, indicam-se os motivos justif icativos da actual
situação de insolvência do devedor:
O insolvente contraiu diversas obrigações ao longo dos
tempos, nomeadamente, um contrato de empréstimo
habitação e foi fiador de um contrato de exploração de um
estabelecimento comercial ;
A devedora originária, Maria Sandrina Gonçalves Viegas
incumpriu com o contrato de exploração, tendo, por isso, o
insolvente s ido executado na qual idade de fiador;
Atualmente, o insolvente exerce a função de vigi lante na
sociedade “Comansegu r – Segurança Privada, S. A.”, onde
aufere o vencimento mensal de € 651,56;
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O insolvente é divorciado e tem três f i lhas a quem tem o
dever de pagar pensão al imentos, tendo já incumprido com
tal obrigação;
O rendimento auferido pelo insolvente não permite que este
cumpra com as suas obrigações vencidas;
Os únicos bens da propriedade da devedora são os infra
descritos no inventário.
A conjugação destes fatores levou a que o devedor se visse
totalmente impossibil i tado de cumprir com as suas obrigações.
4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA
No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o
Administrador da insolvência efectuar uma anál ise do estado da
contabil idade do devedor e a sua opinião sobre os documentos
de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo
devedor.
Contudo, o presente dispositivo não tem apl icação porquanto
não sendo actualmente o insolvente comerciante, não está
obrigado legalmente a ter contabil idade organizada.
No que se refere à informação financeira prestada pelo devedor
e que se encontra descrita em termos de activos e passivos,
verifica-se que no ano de 2015 este auferiu o rendimento l íquido
de € 10.351,56.
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5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA
Tendo em conta o supra referido, designadamente, a
circunstância do insolvente não ser , actualmente, comerciante,
não se referenciou qualquer empresa de que aquela seja ti tular,
não tendo, por isso, apl icabil idade o presente dispositivo.
6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES
A assembleia de credores de apreciação do relatório del ibera
sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de
Insolvência.
Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem
como escopo a l iquidação do património de um devedor
insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores.
Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os
bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o
património do devedor à data da declaração de insolvência,
bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do
processo.
Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda [ ] , da
conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resul ta que, em rigor, a
massa não abrange a total idade dos bens do devedor
susceptíveis de aval iação pecuniária, mas tão só os que forem
penhoráveis e não excluídos por disposição especial em
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contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis ,
sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a
impenhorabil idade não seja absoluta.
São absolutamente impenhoráveis “os bens imprescindíveis a
qualquer economia doméstica que se encontrem na residência
permanente do executado (…)”.
A signatária encetou dil igências no sentido de averiguar a
existência de bens no património do insolvente, nomeadamente
junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e
Repartição de Finanças, tendo sido local izados os bens infra
descritos no inventário.
O cenário possível que se apresenta para os credores é , pois, no
sentido da l iquidação do activo.
Assim, considerando que:
1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de
valores activos face ao Passivo acumulado;
2. Os bens apreendidos a favor da massa são provavelmente
de valor inferior às dívidas contraídas;
3. Não havendo Plano de Pagamentos;
o Administrador da Insolvência propõe que se del ibere no sentido
da l iquidação do activo e partilha da massa insolvente .
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7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO
7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES
Nas acções / execuções pendentes contra os insolventes não
se discute qualquer questão cuja decisão que vier a ser
proferida nessas acções possa afectar a massa insolvente (no
sentido de lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que
não se requer a apensação das mesmas.
Igualmente no que se reporta aos processos executivos o
pedido de apensação de processos executivos apenas se
justif icará em caso de dificuldade de apreensão para a massa
insolvente dos bens penhorados no âmbito desses processos, o
que, até ao momento não se verifica, pelo que não se requer a
apensação dos mesmos.
7.2. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS
A REGISTO
A signatária encetou dil igências no sentido de averiguar a
existência de bens no património do insolvente,
nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e
Automóvel e Repartição de Finanças, tendo sido local izados os
bens infra descritos :
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Fracção autónoma designada pela letra "F", destinada a
habitação, composto por FRACÇÃO “F” – Segundo andar,
direito, destinado a habitação, uma garagem na cave,
designada pela letra F-1 e uma arrecadação no sótão,
designada pela letra F-2, s ito na Quinta da Miosã, lote 46,
freguesia e concelho de Sátão, descrita na Conservatória do
Registo Predial de Sátão sob o n.º NOVECENTOS E SESSENTA E
SEIS - SÁTÃO e inscrita na respectiva matriz predial sob o art.
1935.º, com o valor patrimonial tr ibutário de ------ € 71.566,05
Veículo automóvel de matrícula AF-33-15, marca Opel,
modelo Manta 1900L, de cor vermelho, a gasol ina, com o
valor estimado de ---------------------- ------------------------ € 100,00
Nota: Valor de venda do veículo determinado em consul ta
do site de venda de automóveis www.olx.pt em 13 de julho
de 2016, deduzido de 30% para uma venda imediata.
7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO
No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º
do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante
apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas
singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de
forma sucinta, a justificação para a não apreensão.
O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos
credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que
abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que
ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE).
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Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina-se que a
impenhorabil idade estabelecida no n .º 1 do preceito (2/3 dos
vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante
auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas
auferidas a tí tulo de aposentação ou qual quer outra regal ia
social) tem como l imite máximo o montante equivalente a três
salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como
l imite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento
(e o crédito exequendo não seja de al imentos), o montan te
equivalente ao salário mínimo nacional.
Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso
particular em que é requerida a exoneração do passivo restante,
estabelece a lei o princípio de que todos os rendimentos que
advenham ao devedor consti tuem rendimento disponível , a ser
afecto às f inal idades previstas no art. 241º do C.I .R.E.
(cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém
desse rendimento disponível – e logo dessa afectação do
património do devedor ao cumprimento das obrigaçõe s para
com os seus credores – o razoavelmente necessário para o
sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado
famil iar, não devendo essa exclusão exceder, salvo decisão
fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo
nacional.
Uma diferença entre os dois regimes é de realçar, desde logo o
facto da norma do C.I .R.E. não mencionar qualquer l imite
mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminado –
o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno
do devedor e seu agregado.
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Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº
3, b), i) do C.I .R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem
como l imite mínimo o que seja razoavelmente necessário para
garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do
devedor e seu agregado famil iar.
Ora, verif ica-se que, no caso concreto, o insolvente exerce a
função de vigilante na sociedade “Comansegur – Segurança
Privada, S. A.”, onde aufere o vencimento mensal de € 651,56 .
Desta forma, face ao entendimento supra manifestado e aos
valores auferidos pela insolvente, considera-se não dever ser
aprendido qualquer montante dos rendimentos auferidos por
aquela, pois que o mesmo é imprescindível para o respectivo
sustento condigno.
7.4. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA
Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do
incidente de qual ificação da insolvência, na sentença que
declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de
qual ificação, com carácter pleno ou l imitado – cfr. al . i) do art.º
36.º do CIRE.
Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não
declarou aberto aquele incidente.
Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após
a real ização da assembleia de apreciação do relatório, o
administrador da insolvência ou qualquer interessado deverá
alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento
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autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da
qual ificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas
que devem ser afectadas por tal qual ificação, cabendo ao juiz
conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno,
declarar aberto o incidente de qual ificação da insolvência, nos
10 dias subsequentes.
Sem prejuízo, regista-se, desde já a inexistência de indícios que
sejam do conhecimento do administrador e passíveis de
determinar a qualificação da insolvência como culposa.
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7.5. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE
O insolvente veio requerer a exoneração do passivo restante,
nos termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE.
Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador
da insolvência pronunciar -se sobre o requerimento.
É possível del inear a seguinte factual idade com interesse para a
emissão do presente parecer, face aos elementos documentais
constantes do processo (petição inicial e informaç ões prestadas
pelo Requerente, sentença que decretou a insolvência bem
como a relação provisória de credores apresentada nos termos
dos artºs 154.º e 155º CIRE):
1. O insolvente contraiu diversas obrigações ao longo dos
tempos, nomeadamente, um contrato de empréstimo
habitação e foi fiador de um contrato de exploração de um
estabelecimento comercial ;
2. A devedora originária, Maria Sandrina Gonçalves Viegas
incumpriu com o contrato de exploração, tendo, por isso, o
insolvente s ido executado na qual idade de fiador;
3. Atualmente, o insolvente exerce a função de vigi lante na
sociedade “Comansegur – Segurança Privada, S. A.”, onde
aufere o vencimento mensal de € 651,56;
4. O insolvente é divorciado e tem três fi lhas a quem tem o
dever de pagar pensão al imentos, tendo já incumprido com
tal obrigação;
5. O rendimento auferido pelo insolvente não permite que este
cumpra com as suas obrigações vencidas;
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6. Os únicos bens da propriedade da devedora são os infra
descritos no inventário.
7. Os seus credores e respectivos créditos são os seguintes:
Credores Fundamento Montante Data
Constituição Data
Vencimento
Caixa Geral de
Depósitos S.A.
NIPC 500 960 046
Contrato de mútuo
com hipoteca 82.557,25 23-12-2003 23-07-2015
Caixa Geral de
Depósitos S.A.
NIPC 500 960 046
Saldo devedor em
conta de depósitos à
ordem
5,18 24-11-2003 ND
Narciso Manuel Lopes
Duarte
Crédito declarado
pelo insolvente -
Proc. n.º
3660/15.4T8VIS
37.795,60 17-02-2014 17-02-2014
Inês Soraia Lopes Pina
Almeida Magalhães
Crédito declarado
pelo insolvente -
Proc. n.º 60-D/2000
3.375,76 01-07-2001 01-07-2001
Joana Filipa Gonçalves
Viegas Almeida
Magalhães
Crédito declarado
pelo insolvente -
Proc. n.º
2045/11.6TMLSB
3.100,00 16-01-2012 16-01-2012
Pedro Miguel
Gonçalves Viegas
Almeida Magalhães
Crédito declarado
pelo insolvente -
Proc. n.º
2045/11.6TMLSB
9.500,00 16-01-2012 16-01-2012
8. A requerente, de acordo com a informação constante da
certidão do registo de nascimento, nunca foi declarada
insolvente nem nunca beneficiou anteriormente de
exoneração do passivo restante.
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9. O devedor apresentou-se à insolvência, a qual foi
decretada por sentença proferida no dia 30 de maio de
2016.
*-*
Isto dito:
Dispõe o disposto no art.º 235º do CIRE, que ”se o devedor for
uma pessoa singular, pode ser -lhe concedida a exoneração dos
créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos
no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no
encerramento deste”.
Os cri térios de apl icação deste insti tuto estão previstos nos art.ºs
237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na
assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de
insolvência, cumprir -se-á dessa forma o requisi to da al ínea c) do
art.º 237.º.
Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (apl icáveis por
força do art.º 237º., al ínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido
conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos
termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo.
Nada consta nos autos ou foi apurado pela administradora de
insolvência quanto a ter o devedor fornecido informações falsas a
que se refere a al ínea b) ou ter beneficiado anteriormente desta
exoneração do passivo restante (al ínea c)).
A apl icação do disposto na al ínea d) do nº 1 do artigo 238.º do
CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações:
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o devedor não cumprir o dever de apresentação à
insolvência, com prejuízo para os credores,
ou se não existi r esse dever, se se tiver abstido dessa
apresentação nos seis meses seguintes à verific ação da
situação de insolvência, com prejuízo para os credores e
sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não
existi r qualquer perspetiva séria de melhoria da sua situação
económica.
Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa s
singulares, não estão os insolventes obrigados a apresentar-se à
insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal
como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida
de verif icar a verificação em concreto da parte inicial da al ínea
d).
No que se reporta aos demais requisi tos desta al ínea d), de
preenchimento cumulativo, são os seguintes:
que o devedor/requerente não se apresente à insolvência
nos seis meses seguintes à verif icação da situação de
insolvência;
que desse atraso resul te um prejuízo para os credores;
que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse
ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva
séria de melhoria da sua situação económica.
Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria
escrevem que “para além da não apresentação à insolvência, a
relevância deste comportamento do devedor, para efeito de
indeferimento l iminar, depende ainda, em qualquer destas
hipóteses, de haver prejuí zo para os credores e de o devedor
saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe
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«qualquer perspetival séria da melhoria da sua situação
económica».
Está aqui em causa apurar se a não apresentação dos devedores
à insolvência se pode justificar por ela estar razoavelmente
convicta de a sua situação económica poder melhorar em termos
de não se tornar necessária a declaração de insolvência”[…]
Importa, pois , verificar se a apresentação dos requerentes à
insolvência se verificou nos seis meses seguintes à verificação
desta s ituação e, em caso negativo, se e desse facto advieram
prejuízos para os credores.
Ora, o conceito de prejuízo pressuposto na al ínea d) do nº 1 do
artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples
vencimento dos juros , que são consequência normal do
incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum
prejuízo de outra ordem, projetado na esfera jurídica do credor
em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por
exemplo, no abandono, degradação ou diss ipação de bens no
período que dispunha para se apresentar à insolvência).
Entende-se que o simples acumular do montante de juros não
integra o conceito de “prejuízo” a que se refere o art. 238, nº 1,
al. d) do CIRE. [ ].
Com efeito, a mora resul tante do atraso no pagamento, em
abstrato, contribui sempre para o avolumar da dívida,
designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados,
em especial quando estamos perante dívidas a instituições
financeiras.
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Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibil idade de
cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE),
lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e
segs. do Cód. Civil ), o que se traduz no aumento quantitativo do
passivo do devedor.
Não pode, pois, considerar-se que o conceito normativo de
prejuízo previsto na al ínea d) do nº 1 do artº 238º do CIRE inclua
no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo
em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o
crédito de capital , sob pena de se estar a esvaziar de sentido úti l
a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores).
É que se tivesse sido essa a f inal idade da lei, bastaria ter
estabelecido o indeferimento l iminar do pedido de exoneração
do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se
apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à
verificação dessa situação.
Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis
meses após a verificação da situação de insolvência) não é
suficiente para se poder considerar preenchido o requisi to aqui
em anál ise, uma vez que tal representaria, estar a valorizar -se um
prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria
comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra
compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores
como requisito autónomo do indeferimento l iminar do incidente.
Tratando-se o prejuízo dos credores de um requis ito autónomo
deste indeferimento l iminar, acrescerá o mesmo aos demais
requisi tos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que
traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não
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podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já
estão contidas num desses outros requisitos.
Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta dos
devedores, devendo apurar-se se esta se pautou pela l icitude,
honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua
situação económica, só se justif icando o indeferimento l iminar
caso se conclua pela negativa.
Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento l iminar do
pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do
devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei
visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial
do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que
originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo
que estava já impossibil i tado de satisfazer. São estes
comportamentos desconformes ao proceder honesto, l ícito,
transparente e de boa-fé, os quais, a verif icarem-se na conduta
do devedor, impedem que a este seja reconhecida a
possibil idade, preenchidos os demais requisi tos do preceito, de se
l ibertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a
sua reabil itação económica. Como tal , o que se sanciona são os
comportamentos que impossibil i tem, dif icultem ou diminuam a
possibil idade de os credores obterem a satisfação dos seus
créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida
caso tais comportamentos não ocorressem.
Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada
foi apurado no sentido que aponte para que os insolventes não
tenham adotado uma atitude de l icitude, honestidade,
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transparência e boa-fé no que respeita à sua situação
económica.
Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer
elemento que aponte no sentido da culpa dos devedores na
criação ou agravamento da situação de insolvência – está
também preenchida a al ínea e) do art.º 238.º.
Sem prejuízo e considerando que não se mostra junta aos autos a
certidão de registo criminal do devedor, importará que seja
apurado se este foi , alguma vez, condenado por sentença
transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos
nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à
data da entrada em juízo do pedido de declaraç ão da
insolvência ou posteriormente a esta data – al ínea f) do n.º 1 do
artº 238.º do CIRE.
Com salvaguarda da necessidade de ser junta aos autos a
certidão de registo criminal, os demais pressupostos formais
previstos no CIRE estão preenchidos e não há elementos que
levem o signatário a emitir parecer que pudesse concluir pelo
indeferimento do pedido.
Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido
de terem mantido uma conduta contrária ao Direito, emite -se
parecer no sentido que deve ser concedido ao insolvente a
possibil idade de após o período de cinco anos previsto no artº.
239, n.º 2 do CIRE, se exonere dos compromissos que até então
não lhes seja possível saldar, sob condição de, após ser junta
certidão de registo criminal, se comprovar que o devedor nunca
foi condenada por sentença transitada em julgado por algum dos
crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código
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Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do
pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta
data – al ínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE).
8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)
Verba n.º 1: Fracção autónoma designada pela letra "F",
destinada a habitação, composto por FRACÇÃO “F” – Segundo
andar, direito, destinado a habitação, uma garagem na cave,
designada pela letra F-1 e uma arrecadação no sótão, designada
pela letra F-2, sito na Quinta da Miosã, lote 46, freguesia e
concelho de Sátão, descrita na Conservatória do Registo Predial
de Sátão sob o n.º NOVECENTOS E SESSENTA E SEIS - SÁTÃO e
inscrita na respectiva matriz predial sob o art. 1935 .º, com o valor
patr imonial tr ibutário de ----------------------------------------- € 71.566,05
Verba n.º 2: Veículo automóvel de matrícula AF-33-15, marca
Opel, modelo Manta 1900L, de cor vermelho, a gasol ina, com o
valor estimado de ------------------------------------ ------------ ----- € 100,00
Nota: Valor de venda determinado em consul ta do site de venda
de automóveis www.olx.pt em 13 de julho de 2016, deduzido de
30% para uma venda imediata.
9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)
Em anexo.