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RELATRELATÓÓRIO ANUALRIO ANUAL20112011

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

E.1.)DADOS DE E.1.)DADOS DE ATENDIMENTOSATENDIMENTOS

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

Mapeamento da Violência contra crianças e Adolescentes em Pelotas/2011

O gráfico ao lado aponta seis macro regiões do Município, a saber:

1.Fragata – Gotuzo, Guabiroba, Simões Lopes, Vila Farroupilha.

2.Areal – Bom Jesus, Dunas, Obelisco, Jardim Europa e Humuarama.

3.Três Vendas – Cohab Tablada, Santos Dumont, Arco Iris, Sanga Funda, Py Crespo, Santa Terezinha, Lindóia, Jacob Brod, Santa Rita, Jardim das Tradições, Pestano, Getúlio Vargas, Sítio Floresta e Vila Princesa,

4.Centro – Loteamento Ceval

5.Porto – Balsa, Navegantes, São Gonçalo, Fátima.

6.Zona Rural - Balneários, Colônia Z3, Monte Bonito, Colônia Santo Antônio, Colônia Santa Helena, Colônia São Francisco, Santa Áurea, Colônia Cristal, Colônia Osório, Corrientes, Vila Nova, 7º Distrito, 9º Distrito.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

17%

19%

14%10%

9%

31%

Areal Fragata Centro

Porto Zona Rural Três Vendas

980

185

323

149

00

200

400

600

800

1000 Abuso Sexual

Abuso Físico

Abuso Psicológico

Negligência

Exploração Sexual

20%

9% 60%0%

11%

Abuso Sexual Abuso FísicoAbuso Psicológico NegligênciaExploração Sexual

De janeiro à dezembro de 2011 foram realizados 1637 atendimentos de vítimas de violência, conforme especificado no gráfico.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

TIPO DE ABUSOS

Dez anos de atendimentos

01493231859802011

47518123310482010

9795812512012009

13832811710982008

115912669922007

0383815310432006

335231183622005

0114453058352004

26255912755822003

432401712562662002

48615262001

Exploração Sexual

NegligênciaAbuso Psicológico

Abuso FísicoAbuso SexualAno

COMPARATIVO Abuso Sexual 2001 à 2011

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

26

266

582

835

362

1043992

1098

1201

1048980

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Dos 1637 atendimentos realizados, 1036 vítimas são do sexo feminino e 601 do sexo masculino.

É dado observar que em 2010 houve um aumento superior a 16% no número de vítimas encaminhadas do sexo masculino, 2011 quase reproduz esse percentual que nesse ano chegou a quase 15% , implicando num aumento sistemático e gradual de notificações em figuram meninos como vítimas.

Masculino

Feminino

6011036

100300500700900

11001300

1500

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

66% 34%

1036 1013

601 528

0

200

400

600

800

1000

1200

2011 2010

Masculino

Feminino

GÊNERO 2011

COMPARATIVO GÊNERO 2010/2011

GÊNERO/FAIXA ETGÊNERO/FAIXA ETÁÁRIARIA

220

693

123 131

454

16

0

100

200

300

400

500

600

700

Feminino Masculino

0 à 5 anos 6 à 14 anos 15 à 18 anos

A definição das faixas etárias foram estabelecidas pelo MDS. Cabe referir que entre 0 à 5 anos, estão incluídas,na verdade neste serviço, crianças entre 2 à 6 anos.

Historicamente a faixa compreendida entre 6 e 14 anos tem sido responsável pelo maior número de atendimentos, tendo em 2011 havido um aumento superior a 15% desta em relação ao ano anterior.

Nos últimos três anos o número de meninos em atendimento tem aumentado, em relação a 2010 esse número teve um crescimento de 3%. Se há dez anos a relação era a cada 10 crianças vitimizadas, três eram meninos, hoje já épossível dizer que quatro a cada 10 são do sexo masculino.

A vitimização de meninas mantém-se de forma pulverizada entre todas as faixas, enquanto que os meninos estão mais concentrados nas duas primeiras, tendo havido em 2011 uma diminuição destes entre 15 e 18 anos.Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao

Adolescente - NACA

Segundo a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – LDB- a educação escolar compõe-se da educação básica e superior (Artigo 21).

Interessa a este relatório a Educação Básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.

Sobre a a Educação Infantil o Art. 29. prevê desenvolvimento integral da criança atéseis anos de idade.

O Artigo 30 diz que: A educação infantil será oferecida em:

• I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

• II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Conforme o Art. 32. O ensino fundamental obrigatório tem com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade.

Quanto ao Ensino Médio a Lei da LDB em seu Art. 35. refere que: é a etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos

Com base na Lei de Diretrizes e Bases – LDB e em 2011 estabeleceu-se a primeira faixa etária como sendo de 0 à 5 anos, considerando que aos 6 anos a criança já deve estar em idade escolar. Assim, de zero à cinco corresponde a idade pré-escolar.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

234146

813

409

35

0

200

400

600

800

1000

Sem Escolaridade Educação Infantil 1º ao 4º ano

5º ao 9º ano Ensino Médio

ESCOLARIDADE DAS VÍTIMAS E A LDB

154

132

1847

5 anos 4 anos 3 anos 2 anos

Entretanto necessário que se observe que:Se o total de crianças atendidas entre 0 e 5 anos

(2 à 5) é 351 e dessas 286 estão em idade de préescola, conforme o inciso II do artigo 29 da LDB, significa que ao menos 40 crianças em idade pré-escolar não estão matriculadas e frequentando escola de educação infantil.

Se comparado a 2010 esse número reduziu bastante, uma vez que no ano anterior 148 crianças deveriam estar matriculadas em escolas de educação infantil, no entanto não estavam.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

GÊNERO/ETNIA775

117 148

444

65 88

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Feminino Masculino

Branca Negra Parda

Para fins metodológicos considera-se violência do tipo Intrafamiliar todos aqueles cujo vitimizador tem vínculo consangüíneo ou afetivo com a vítima, como padrasto e madrasta. Estão incluídos ainda neste grupo pai, mãe, avós, primos, irmãos e tios.

VÍNCULO COM O AGRESSOR

OBS: Para definir a raça dos usuários, tem-se optado pela auto definição.

1019

305176

0

200

400

600

800

1000

1200

IntrafamiliarExtrafamiliar N I

69%

22%

9%

“O perigo para a maior parte das crianças ainda mora verdadeiramente em casa”(CAMINHA, 2000)

Considera-se extrafamiliar quando o vitimizador é vizinho, amigo,

professor, padrinho, colega de escola. Embora amigos, colegas, vizinhos...

sejam categorizados como extrafamiliar, cumpre dizer que mantêm uma relação de confiança com a vítima e sua família, não sendo “não familiar”

à criança ou adolescente.

Não Informado (NI) é quando os vitimizadores são desconhecidos da vítima e/ou sua família ou ainda quando há uma suspeita de vitimização a partir de um quadro sintomatológico, sem que se identifique o possível abusador.

O que se observa como aponta uma série de estudos, é que na violência contra crianças e adolescentes, em geral os perpetradores de violência são conhecidos e bastante próximos da vítima.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

Até 2009 quando não se identificava o possível vitimizador se usava a terminologia desconhecido o que pode dar uma falsa idéia de que um determinado percentual possa ser um agressor desconhecido da vítima. O fato dele não ser identificado, não significa que seja desconhecido. Assim a partir de 2010 passou-se a utilizar a nomenclatura Não informado (NI) que correspondeu a 12% dos casos atendidos em 2011.

Muitas vezes as escolas, hospitais, UBS entre outros identificam sinais de vitimização e notificam, entretanto não lhes é possível identificar quem é o autor dos abusos, salvo uma manifestação clara da criança e/ou de sua família.

Pode ser considerado desconhecido quando a criança ou o adolescente são vitimados por alguém que são capazes de identificar, mas que no entanto não são seus conhecidos. Este tipo de situação écomumente verificada em assaltos e estupros de mulheres adultas atacadas em geral longe de seus lares.

27%

12%2%3%

4%1%

8%

3%

9%

3%

16%

12%

Pai Mae Padrasto Madrasta

Irmãos Avós Tios Primos

Vizinhos Amigos Outros NI

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

Outros referem-se a padrinhos, madrinhas, professores, colegas de escola

VITIMIZADORES

70%

6%

21% 3%

CT JRIJ DPCA Promotoria

A problemática da violência que vitima crianças e

adolescentes é, em geral, do tipo intrafamiliar e por

esta razão ganha contornos de privado o que torna a

intervenção bastante difícil.

Estima-se que as notificações sejam muito maiores

do que os dados apresentados por este serviço que,

demonstra apenas os casos atendidos. A falta de um

sistema que unifique todas as notificações feitas em

Conselho Tutelar, DECA e Ministério Público é uma

necessidade antiga, pois o mesmo caso é muitas vezes

atendido em mais de um destes órgãos

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

NOTIFICAÇÃO

È bastante provável que um número considerável dos encaminhamentos feitos pelos órgãos

notificadores sequer cheguem ao NACA. Como já dito, não há como mensurar ou quantificar quanto dos

encaminhamentos feitos ao NACA, não chegam ao serviço..

PERDAS

Há uma incidência de pessoas que são encaminhadas, agendam o atendimento, contudo

não comparecem para efetivamente dar início ao tratamento

Em 2011 foram 47 famílias em situação de violência, e ainda 11 famílias em risco para a

ocorrência de abusos que foram encaminhadas para a Escola de Cuidadores, que foram agendados ,

contudo não compareceram para dar inicio aos atendimentos. Registre-se que em 2011 as perdas,

nesse sentido foram bem menos que no ano anterior que somados (vítimas de violência e Escola de

Cuidadores) alcançaram 107 famílias.

Em 2011, estabeleceu-se com a DPCA um critério de que todos encaminhamentos feitos

pela Delegacia ao NACA, seriam encaminhados por fax, assim, foi possível observar que 11 famílias

foram encaminhadas, no entanto não compareceram sequer para agendar.

Assim, seja por agendamento sem comparecimento ou não comparecimento mesmo

com encaminhamento, os casos perdidos em 2011 alcançaram 69 famílias o que, representa cerca

de 35% menos perdas que em 2010.

INCIDÊNCIA – Casos Novos

12

32

18

31

16

0

5

10

15

20

25

30

35

MediaMensal

2009

jan/10 Médiamensal

2010

jan/11 MédiaMensal

2011

jan/12

Destaca-se o aumento considerável de novos encaminhamentos recebidos nos meses de janeiro dos últimos três anos, sobretudo se comparado às médias mensais de 2009, 2010 e 2011.

Infere-se que tal aumento nos encaminhamentos no mês de janeiro, decorre do fato das crianças estarem em férias (sem escola e sem projetos sociais) assim, mais expostas à violência.

A presença diuturna de crianças no lar pode ser considerada fator de risco quando as famílias apresentam fragilidades sociais e emocionais, assim como em razão destas fragilidades diminui a monitoria e a proteção, colocando-as em risco.

100%

100%

100%

100%

100%

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

CT JRIJ DPCA OUTROS

Deste modo o aumento de encaminhamentos feitos pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) torna mais viável que ocorra a responsabilização destes.

OBS: Outros referem-se a encaminhamentos feitos pelas varas criminais ,de família e ainda Ministério Público.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

1151

95

345

460

200

400

600

800

1000

1200

CT JRIJ DPCA Outros

ÓRGÃOS NOTIFICADORES 2011As diretrizes da Ação de Combate ao Abuso e a

Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, prevêem que o trabalho seja desenvolvido enfatizando alguns eixos principais:

Eixo Atendimento e Responsabilização – o serviço deve garantir o atendimento às vítimas da violência (medidas de proteção) e ao mesmo tempo a responsabilização dos agressores, razão pela qual o critério de ingresso obrigatoriamente envolve os órgãos apontados no gráfico ao lado. Somente a partir da articulação com estes órgão é possível que se estabeleçam medidas protetivas à criança e de responsabilização dos agressores.

Ao longo de 2011 foram procedidos a 273 desligamentos e 84% destes referem-se a abandonos. Tendo por referencia o índice de abandonos de 2010 88%, observa-se uma discreta redução, seguindo uma tendência já consolidada.

Fator relevante para explicar esta tendência histórica de se alcançar maiores índices de desligamentos decorrentes de abandono,é a própria dinâmica funcional das famílias violentas, quer seja: a violência tem por característica principal ser negada e escondida, razão pela qual as famílias revelam uma significativa resistência ao atendimento.No entanto têm-se buscado ações que auxiliem na diminuição dos abandonos, mesmo porque família que não aderem aos atendimentos evadindo prematuramente, são responsáveis por 100% dos casos reinseridos no serviço.

O item encaminhamentoencaminhamento observado no gráfico, diz respeito àqueles casos que não se trata de situação de violência e/ou ainda aqueles que revelam outras morbidades associadas, como deficiência mental, transtorno psiquiátrico, drogadição que exigem uma intervenção primeira especifica para estas problemáticas. Não havendo prejuízo de atendimento para a vitimização, após o tratamento especializado para as questões apontadas acima.Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e

ao Adolescente - NACA

15

228

30

0

50

100

150

200

250

Alta Abandono Encaminhamento

OBS: Todos os abandonos, altas, re-encaminhamentos e ou não comparecimentos são informados, por escritos aos órgãos notificadores.

DESLIGAMENTOS

ATENDIMENTOSATENDIMENTOS, DESLIGAMENTOS E REINSERÇÕES

Foram realizados 1637 atendimentos, pouco mais de 6% em relação a 2010, não havendo praticamente alteração na média mensal de acolhimento de novos casos (de 18/2010 para 16/2011).

Significativo foi a diminuição nas perdas, ou seja, aqueles casos que foram encaminhados e agendados, mas não compareceram para o acolhimento, cerca de 35% menos que em 2010.

Em 2011 o número de casos que foram desligados porque receberam outros encaminhamentos aumentou de 12 para 30, sendo que em 08 deles não se configurava nenhuma forma de violência, os 22 restantes apresentavam outras demandas e/ou co- morbidades associadas, destacam-se encaminhamentos para avaliações psiquiátricas e neurológica; sala de recursos, escolas especiais, psicoterapia individual, projetos e programas sociais, assistência judiciária, entre outras

No ano de 2011, 59 famílias foram reinseridas no programa de atendimento, destas 100% haviam abandonado o serviço antes da conclusão da intervenção.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

1637

27359 58

Atendimentos Desligamentos

Reinserções Perdas

O tempo médio de duração das famílias no serviço varia de caso a caso, contudo verifica-se que as famílias que mantém regularidade nos atendimentos e não interrompem antes que lhes seja dada alta, permanecem em média 2 anos. Verifica-se que as famílias que interrompem o tratamento antes do fim da proposta terapêutica tendem mais a retornarem ao serviço.

626

713

13044

0

121

12

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 à 1 1 à 2 2 à 3 3 à 5 5 ou + S/Renda S/Inf.

¹ Disponível em www.fgv.br/cps/classemedia. Acesso em 01de julho de 2010, em que consta o salário mínimo nacional vigente à época dessa pesquisa –agosto/2008 - no valor de R$ 436,00.

Definição das Classes Sociais, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV)¹.

COMPARATIVO NACIONAL

Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes

Acima de 10,524.591,00Classes A e B

2,44 à 10,524.591,001.064,00Classe C

1,76 à 2,441.064,00768,00Classe D

1,76768,00ZeroClasse E

Correspondência em Salários Mínimos

SuperiorInferior

RENDA FAMILIAR 2010

Se considerar a referência da FGV cerca de 85% dos usuários do serviço encontram-se na Classe E.

A violência é um fenômeno global, preocupa populações do mundo inteiro e tem sido considerado um problema sério a ser enfrentado pelas políticas públicas de saúde, segurança, cidadania, entre outras. Éentendida como um fenômeno essencialmente democrático porquanto “não se restringe às classes menos favorecidas social e economicamente, estando presente em todas as classes sociais e econômicas” (JUNG, 2006, p.2).

3%1%

POBREZA X VIOLÊNCIA

Há algum tempo se tem rejeitado a associação entre pobreza e a violência sexual, seja pela sua insuficiência explicativa, ou pelo seu potencial estigmatizante, mas não hácomo negar que o tratamento ou encaminhamento dado por ricos e pobres em situação de violência são bastante distintos.

Azevedo e Guerra (2005) argumentam que entre os ricos a violência contra a criança é ocultada para proteger a família, o agressor, o status, o patrimônio ou a criança de possíveis estigmas.

Os pobres, entretanto, utilizam mais os serviços públicos, buscam reparar os danos da violência por meio do aparato público, diferentemente daqueles que, via de regra, buscam a reparação em consultórios psicológicos privados, escritórios de advocacia, entre outros (FERRARI, 2002).

Desta forma, tornam-se as ocorrências de violência sexual entre os pobres mais visíveis, sendo estes os responsáveis por considerável parte das estatísticas de abuso sexual.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

Crianças e Adolescentes de Abrigos e Casas Lares

Em 2011 foram atendidos 27 crianças e adolescentes em situação de Acolhimento institucional.

O acompanhamento sistemático desta população revelou que crianças e adolescentes abrigados sem vínculos familiares apresentam menor evolução no tratamento. Entende-se que esta realidade decorra das suas prioridades refletirem esta condição, ou seja, para os adolescentes a prioridade é construir um projeto de vida para pós abrigo e para as crianças menores o foco está na busca de uma família substituta, razão pela qual o tratamento focalizado na violência -proposta do serviço – não atende a realidade desta população, resultando um processo pouco efetivo.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

3

9

9

41 1

CACA Meninas I Meninas II Barão Fragata F. Osório

Deste modo, a fim de dar mais efetividade aos atendimentos, têm-se buscado garantir atendimento à rede familiar destas crianças e adolescentes sejam àquelas em que os vínculos familiares não foram totalmente rompidos, ou àqueles que se encontram em fase de colocação em família substituta.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

Modalidades de Atendimento à Vítimas

1. Grupos de Manejo – ação destinada a crianças de ambos os sexos, vitimadas por todas as formas de violência, entre 3 e 6 anos . SEMANAL

A personalidade do ser humano se estrutura até por volta dos 7 anos de idade, antes disso a criança está se construindo, razão pela qual a psicoterapia não faz sentido,haja vistas que não há como “mudar” o que ainda não está “pronto’.

Contudo um número considerável de crianças é vitimado por violência, antes dos 7 anos e acabam por revelar um quadro sintomatológico condizente com a situação de vitimização, sendo assim o serviço criou há alguns anos uma abordagem que prevê ações de cunho psicopedagpsicopedagóógicogico, visando auxiliar estas crianças a “aprender” uma forma de viver e vincular sem violência, utilizando-se de recursos lúdicos.

2. Grupos de psicoterapia de crianças - – ação destinada a crianças de ambos os sexos, vitimadas por todas as formas de violência, entre 7-8 e 10 anos e 10-11 à 12 anos de idade. SEMANAL

3. Grupos de psicoterapia de adolescentes - ação destinada a adolescentes de ambos os sexos, vitimados por todas as formas de violência, entre 12-13 e 14 anos e 15 à18 anos de idade. SEMANAL

284271

286 292

274266

244234

212222

180 176

0

50

100

150

200

250

300

Familiares atendidos

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

Out Nov Dez

Familiares (2941) atendidos referem-se a os pais e/ou cuidadores que são ou estão responsáveis pelas crianças e adolescentes em atendimento, irmãos de vítimas, e ainda agressores sexuais e não sexuais entre outros e, estão incluídos nas seguintes modalidades de atendimentos:

1.Grupos de orientação – semanal2.Grupo de psicoterapia para mulheres vitimas - semanal;3.Oficinas Terapêuticas de tricô, crochê, bordado e costura - semanal;4.Grupo de psicoterapia para abusadores sexuais adolescente e adultos– semanal;5. Grupo de orientação a pais ou responsáveis por adolescentes abusadores sexuais – quinzenal6.Grupo de orientação jurídica - mensal

ATENDIMENTOS ÀS FAMÍLIAS

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

OUTRAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS REFERENTESAOS ATENDIMENTOS 2011

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

179

41

7

56

45

Reuniões/contato Cons.Tutelar Reuniões/contato MP

Reuniões/contato Abrigos Reuniões/contato Juizado

Reuniões Equipe Técnica

Abusadores sexuais

Como já referido as famílias onde ocorre a violência têm, em geral, um alto nível de resistência quanto a adesão aos atendimentos, implicando inúmeros abandonos e reinserções. Esta resistência, contudo, aumenta sobremaneira, quando se analisa a adesão de vitimizadores sexuais.

É dado observar que o número de encaminhamentos é quase 10 vezes menor que a média mensal recebida de vítimas, havendo meses em que nenhum suspeito de cometer abuso é acolhido. O que não se pode precisar, é se, eles efetivamente não são encaminhados ou, se não comparecem para agendar seus atendimentos.

Do mesmo modo essa população também evade mais dos atendimentos ainda durante a avaliação, bem como poucos aderem ao tratamento.

Em 2011 foram atendidos 14 homens e 1 mulher envolvidos em denúncia de abuso sexual, como agentes perpetradores. Desses, 02 não apresentavam indicativos que confirmassem a denúncia, sendo que 01, mesmo diante de um diagnóstico inconclusivo, foi sugerido o tratamento psicoterápico, mas não aderiu. Três deles não aderiram ao tratamento, mesmo com indicativos. 03 abandonaram o tratamento, 02 adolescentes abandonaram ainda antes de dar início a avaliação. Os demais, mantém-se em atendimento psicoterápico de grupo semanal.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

Falsas Denúncias

Das avaliações realizadas pelo NACA ao longo de 2011, 48% confirmaram a denúncia feita, e

12% dessas não se confirmaram ao final do processo de avaliação. Dos casos em que não se

encontrou indicativos que pudessem confirmar a suspeita/denúncia realizada, em 31% (Não

conclusivo para o tipo de abuso denunciado) identificou-se outras formas de violência associadas

ou isoladamente.

Em 9% das situações tratou-se de falsas denfalsas denúúnciasncias em que pese algum tipo de litígio familiar,

em geral envolvendo pai e mãe em processo de separação conjugal/alimentos/guarda e, ainda,

em menor número, casos de avós desejantes de obter a guarda dos netos, utilizando-se para isso,

de denúncias falsas de abuso sexual. Também foram identificadas inúmeras denúncias mútuas de

abuso psicológico, ou seja, ora o pai, ora a mãe denunciaram um ao outro de cometer abuso

psicológico contra os filhos, sem perceberem que submetê-los a estas infindáveis trocas de

acusações é a manifestação clara de abuso psicológico. Isso talvez possa justificar o aumento de

12 para 20% de incidência de abuso Psicológico de 2010 para 2011.

Em qualquer forma de denúncia motivada por litígios não resolvidos

entre os adultos, evidencia-se o pensamento de Wallerstein e Kelly (1998 )

ao referir que diante da incompetência dos pais pós-divórcio para lidar com

seus conflitos, os filhos acabam por assumir, de forma ativa – quando

confirmam às denuncias e reproduzem discursos de um dos genitores – a

tarefa de preservar o relacionamento afetivo dos pais.

Diante da não confirmação das denúncias, sejam elas falsas ou não,

muitas famílias acabam por abandonar os atendimentos, mesmo que haja a

indicação de permanência.

ConstruConstruçção da Sede Prão da Sede Próópriapria

Estava previsto para início de 2011 a definição da segunda fase da construção, entretanto

somente em meados de 2011 essa foi concluída. O atraso de cerca de 6 meses se deu em função

de demora na entrega do material, erro nas medidas do pré-moldado entregue o que obrigou ao

refazimento, seguido de longo período de mau tempo –

Após a conclusão da 1ª fase se deu início ao que se estabeleceu como segunda fasesegunda fase, ou

seja, o fechamento do prédio com as paredes de alvenaria. Para a execução da segunda fase,

estabeleceu-se um programa de captação de recursos via Fundo Municipal dos Direitos da Criança

e do Adolescente, de materiais e serviços junto a empresas e pessoas afins. Essa etapa deve ser

concluída ainda em fevereiro ou março de 2012. Esperava-se ter avançado mais nessa segunda

fase, entretanto a não efetivação de entrada de recursos previstas, forçou a utilização dos

mesmos para cobertura de despesas de funcionamento do Núcleo, o que inviabilizou totalmente

a conclusão do piso inferior, conforme se pretendia ainda em 2011.

Referente a E.1. Atendimentos

Projeto Arquitetônico

E.2.) DEFESA E E.2.) DEFESA E GARANTIA DE GARANTIA DE DIREITOS 2011DIREITOS 2011

E.2. DEFESA E GARANTIA DE DIREITOS Prevenção/Articulação/Mobilização

No ano de 2011, seguindo as orientações da ação sob o eixo prevenção foram realizadas as seguintes atividades:

a. Escola de Cuidadores – Essa ação, embora seja a prestação de serviço aos usuários, tem uma função primeira de prevenir situações de violência e é, destinada a cuidadores (pais e/ou responsáveis) em situação de conflito familiar, dificuldade de manejo com a prole, configuradas como situações de risco para a instalação da violência e, visa a garantia da Convivência familiar.

b. Realização de palestras, capacitações , seminários e outros:b.1. Atividades alusivas ao 18 de maio –Realizada em parceria com o Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente - COMDICA Conversando sobre Violência III, destinado à técnicos da rede municipal de assistencia social, saúde, educação; segurança e conselheiros: Mesa redonda com representantes do MP, CT, Juizado e DPCA abordando as atribuições de cada segmento nas situações de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Palestra sobre o projeto ESFA desenvolvido pelo Sest/Senat junto a camionheiros e frentistas de postos de gasolina, prevê a sensibilização e a formação de multiplicadores de agentes desse setor quanto a exploração sexual de crianças e adolescentes. Palestra pelos técnicos do NACA “Quem é o abusador sexual”?, ampliando a discussão para esse outro ator do cena abusiva, já que há anos se tem falado sobre abuso e exploração sexual, sem tratar da questão dos perpetradores dessas formas de abuso- Conversando sobre violência, destinado aos usuários do Serviço Encontro com os promotores criminais no Auditório do MP (Ministério Público), foi igualmente proveitoso, porquanto esclareceu aos presentes os fluxos de uma ação penal e ainda aproximou os usuários com o MP. Duas Entrevistas de Rádio e uma na TV para divulgação do 18 de maio.

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

b.2. Capacitação Conselheiros Tutelares município do Rio Grande (120 horas)

b.3. Palestra CREAS Pelotas: Tipos de Violência Intrafamiliar ;

b.4. Palestra “Quem é o Abusador Sexual?”realização Secretaria Municipal de

Saúde de Pelotas;

b.5. Palestra “Trabalhando com a Violência” – I Jornada Pedagógica do Curso

de Pedagogia “Formação e atuação do professor no contexto atual”;

b.6. Apresentação de trabalho “Entre amores invisíveis e silenciados :

Histórias de Abusadoras Sexuais na cidade de Pelotas” no VI Encontro Regional Sul de

História oral, narrativas, fronteiras e identidades – UFPEL;

b.7 Palestra “Castigos Físicos e Humilhantes” – Instituto Nossa Senhora da

Conceição

b.8. Entrevistas a alunas da faculdade UFPEL e Anhanguera;

b.9. Supervisão dos atendimentos CREAS Rio Grande;

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

E.2. DEFESA E GARANTIA DE DIREITOS Prevenção/Articulação/Mobilização

Dentro da proposta de participação da Rede de defesa de Direitos de crianças e

adolescentes, incluem-se ainda a participação e/ou realização de:

1. 56 reuniões/contatos técnicos Juizado Regional da Infância e da Juventude;

2. 179 reuniões com Conselheiros Tutelares;

3. 41 reuniões/contatos com a Promotoria da Infância e da Juventude;

4. 07 reuniões com técnicos de abrigos e casas lares;

5. 24 plenárias do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente;

6. 24 plenárias do Conselho Municipal da Assistência Social;

7. 6 Reuniões Fórum DCA;

8. Reunião com a Juíza da Infância e da Juventude Dra. Maria do Carmo Moraes

Amaral Braga;

9. Reunião na DPCA com a Delegada Sra. Márcia Chiviacowsly;

10. Reunião com o Promotor Dr. José Olavo Bueno dos Passos ;

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

E.2.E.2. DEFESA E GARANTIA DE DIREITOS PrevenDEFESA E GARANTIA DE DIREITOS Prevençção/Articulaão/Articulaçção/Mobilizaão/Mobilizaççãoão

QualificaQualificaçção da Equipe Tão da Equipe Téécnica do Servicnica do Serviççoo

As diretrizes da ação prevêem a qualificação permanente da equipe que atua no atendimento das

vítimas da violência. Esta orientação obviamente demonstra a complexidade do atendimento, exigindo um

serviço altamente qualificado, por esta perspectiva, durante o ano de 2010 a equipe técnica participou das

seguintes atividades:

1. Grupo de estudos sobre Vygotsky – Instituto Proficere Desenvolvimento do saber;

2. II Encontro da Rede de Assistência a Criança e ao Adolescente de Pelotas – OSC Gesto – GESC e COMDICA;

3. 8° Encontro Regional Sul de Conselheiros Tutelares e Encontro da Região Centro Sul 2011;

4. Palestra “A influência das novas tecnologias nas relações interpessoais”;

5. Palestra “Ninguém é resiliente por si só”;

6. Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica;

7. Semana das Psicanálises de 30 de agosto até 03 de setembro;

8. Curso Centro de Referência e Enfrentamento ao Crack;

9. Pré – Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente;

10.Capacitação SMCAS – Elaboração do Projeto : Ampliação das ações dos CRAS;

11.8ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente;

Fonte: Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente - NACA

E.2. DEFESA E GARANTIA DE DIREITOS Prevenção/Articulação/Mobilização

E.3.) E.3.) ASSESSORAMENTOASSESSORAMENTO

E.3.E.3. AssessoramentoAssessoramento

Dentro do eixo assessoramento o Núcleo prestou assessoria técnica aos municípios de Rio Grande, Capão do Leão, por meio de:

3.1. Assessoramento quanto a implementação do CREAS no município do Capão do Leão/RS;

3.2. Assessoramento à equipe técnica do CREAS Rio Grande quanto aos atendimentos a serem prestados à crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência.

3.3. Treinamento dos Conselheiros Tutelares eleitos em novembro de 2010 no município de Rio Grande/RS, totalizando 120 horas;

E.3.E.3. ASSESSORAMENTOASSESSORAMENTO3.4.3.4. ProduProduçção e socializaão e socializaçção de estudos e pesquisas que ampliem o conhecimento da sociedadão de estudos e pesquisas que ampliem o conhecimento da sociedade e e e

dos cidadãos :dos cidadãos :

3.4.13.4.1. Participação no VI Encontro Regional Sul de História oral, narrativas, fronteiras e

identidades – UFPEL - Pelotas/RS - Apresentação de Trabalho: “Entre amores invisíveis e

silenciados : Histórias de Abusadoras Sexuais na cidade de Pelotas”;

3.4.2.3.4.2. Participação no V Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica - Bento Gonçalves /RS -

Apresentação de Trabalho: “Formas reduzidas do Teste Wisc III ;

3.4.33.4.3. Participação no V Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica - Bento Gonçalves /RS –

Apresentação de Trabalho “Avaliação psicológica de um menino com suspeita de abuso

sexual: um estudo de caso”

3.4.4.3.4.4. Defesa de Dissertações de Mestrado:

a)a) Formas Reduzidas do Teste WISC – Saúde e Comportamento Universidade Católica de

Pelotas – Shana Della Vechia, fevereiro/2011

b)b) Entre Amores Invisíveis e silenciados: histórias de abusadoras sexuais no município de

Pelotas – Instituto de Sociologia e Política Universidade Federal de Pelotas – Gisele

Scobernatti, março, 2011


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