INSTITUTO DE ZOOTECNIAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
RELAÇÕES ENTRE OS PARÂMETROS SANGUÍNEOS E CLASSES DO CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL EM BOVINOS NELORE
Cleisy Ferreira do Nascimento
Nova Odessa
Fevereiro - 2013
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULOSECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOSINSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
RELAÇÕES ENTRE OS PARÂMETROS SANGUÍNEOS E CLASSES DO CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL EM BOVINOS NELORE
Cleisy Ferreira do NascimentoOrientadora: Dr.a Renata Helena Branco Arnandes
Nova OdessaFevereiro - 2013
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Zootecnia, APTA/SAA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Produção Animal Sustentável.
Ficha catalográfica elaborada peloNúcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia
N244r Nascimento, Cleisy Ferreira do
Relações entre parâmetros sanguíneos e classes de consumo Alimentar residual em bovinos Nelore. / Cleisy Ferreira do Nascimento. Nova Odessa – SP, 2012.
64 p.: il.
Orientador: PqC. Dra. Renata Helena Branco Arnandes Dissertação (mestrado) – Instituto de Zootecnia. APTA/SAA.
1. Bovinos de corte. 2. Perfil sanguíneo 3. Alimentação. I. Arnandes, Renata Helena Branco. II. Titulo
CDD 636.085
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULOSECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOSINSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
TÍTULO: RELAÇÕES ENTRE OS PARÂMETROS SANGUÍNEOS E CLASSES DO CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL EM BOVINOS NELORE
AUTOR: CLEISY FERREIRA DO NASCIMENTO
Orientador: Dr.a Renata Helena Branco Arnandes
Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção
Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora:
Dr.a Renata Helena Branco Arnandes:
Dr. João Alberto Negrão USP
Dr.a Joslaine Noely Gonçalves Cyrillo(Instituto de Zootecnia)
Data da realização: 07 de Fevereiro de 2013
Presidente da Comissão ExaminadoraProf. Dr.a (Renata Helena Branco Arnandes)
DEDICATÓRIA
Dedico esta vitória a minha família, em especial ao meu Pai João Bosco e minha grande amiga Ângela, que apesar de não estarem mais entre nós, sinto-me apoiada e fortalecia por vocês nos momentos difíceis de angustia, aflição, conquistas e glórias. Saudades eternas!!!
...”Remove a minha pedra, me chama pelo nome, muda minha história, ressuscita os meus sonhos”...(Aline Barros)
...
...”Disciplina é liberdadeCompaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem”...(Renato Russo)
...
...”Teremos coisas bonitas pra contarE até lá,vamos viver
Temos muito ainda por fazerNão olhe para trás, apenas começamos
O mundo começa agora, apenas começamos”.(Renato Russo)
(Estes foram os meus mantras durante esta trajetória)
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por nunca me desamparar, por me proporcionar mais esta oportunidade e por sempre iluminar os caminhos certos para minha vida.
A meus pais João Bosco (in memoriam) e Luzinete pelo amor incondicional, amizade, carinho, ensinamentos que fundamentaram meu caráter e por não mediram esforços para proporcionar a melhor vida que poderíamos ter.
Aos meus irmãos Claudia e Claudio por todo apoio moral e financeiro em todas as fases da minha vida e que tiveram toda a garra e fibra para garantir que nunca faltasse nada nos momentos mais difíceis da nossa vida. Sempre acompanhados e apoiados por meus cunhados Carlos e Marcia. Aos meus sobrinhos lindos Eduardo, Cauã e Lívia, que renovam minhas esperanças a cada dia.
A minha querida tia madrinha Maria, Robson, Verônica, Patrícia, Anselmo, Vinícius e Bianca, por todo apoio e torcida durante esta trajetória.
Aos meus queridos e especiais amigos de infância, Carina, Camila, Andreia, Lí, Noemi, Edclécia, Beto, Karla, Rodrigo, Zezé, Érica, Renata, Amanda, Patrícia, Douglas, Evelyn, Gi, Jacinta, Si, Silvia, Regiane, Rodrigo, Dona Toninha, Dona Albertina, Sr. Geraldo, Nena, Lisandra, Dedé, Guilherne, Jonas, Zé Neto e Silvana, por toda a torcida, apoio e encontros com muita alegria e saudosismo.
Aos meus amigos e companheiros ideológicos, Angelita, Fábio, Fernanda e Martha, divido a felicidade desta vitória com vocês!!!
As minhas amigas companheiras Juliana, Thaís, Sabrina, Kretha, Donzela e Val (principalmente pela companhia, almoços, conversas e hospedagens, durante todo este tempo), por todo apoio e torcida.
As minhas queridas, lindas e fiéis amigas Mika, Jaque, Bim e Cinthinha, que me ouviram, aconselharam e me deram o fôlego necessário para continuar nos momentos mais difíceis, em que eu só pensava em desistir por achar que não era capaz. Sem vocês eu não teria conseguido chegar até aqui. Muito obrigada!!!
A minha orientadora Dr.a Renata Helena Branco Arnandes, pela confiança, ensinamentos, profissionalismo, amizade e reconhecimento. Que contribuíram muito para a formação da pessoa que e tornei hoje.
A todos os pesquisadores do Instituto de Zootecnia de Sertãozinho, Dr.a Maria Eugênia, Dr.a Sarah, Dr.a Ana Regina, Dr. Fábio, Dr.a Enilson e em especial a Dr.a Joslaine Cyrillo, por toda a atenção, presteza, carinho e exemplo de profissionalismo.
A todos os funcionários do Instituto de Zootecnia de Sertãozinho, em especial, Frá, Jôse, Brás e Seu Zé, pela total dedicação a este experimento e pelos ensinamentos que levarei para o resto da vida, Cará, Dona Irma, Rô, Toninho, Aline, Orides, Clésia (minha mamãe e dupla do Sertão), Estela (por sempre cuidar de nós), Dona Tetê querida, Dona Catarina, Leu, Ito e Valdemar, que contribuíram cada um ao seu modo para que tudo desse certo.
A todos os estagiários, em especial, Lilian, Camila, Vitor, Eduardo, Lú, Fernando, Cínthia, Gabi e Érika, por toda a ajuda, apoio, conversas e amizades. Sou extremamente grata a todos vocês.
Aos companheiros do Sertão, em especial, Elaine (minha irmã do Sertão, que é meu exemplo de responsabilidade, comprometimento, paciência, que me apóia, ajuda e compartilha todas as dificuldades e alegrias, desde sempre, muito obrigada mesmo!!!!), Ao companheiro de sala e serviços Julian, que com o tempo tornou-se um grande e fiel amigo, com o qual compartilhei muitos momentos de agonia e angústias, mas que também presenciamos a vitória e glória um do outro. Ao talentoso e fenomenal amigo André, por todos os ensinamentos, conversas, companheirismo e exemplos de profissionalismo, que me permitiu acompanhar sua conduta impecável e que me serviu e servirá de exemplo para sempre. A amiga Ana Paula, pela companhia, conversas e risadas. A Tati pela amizade, ensinamentos, conversas, conselhos e ajuda. Ao Gustavo, que conquistou minha confiança e se tornou um grande amigo que me apóia em todos os momentos. A Olinta minha querida, por todas as conversas, conselhos, amizade e muitas risadas. Ao amigo Eduardo por sempre estar de portas abertas
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para fazermos a maior bagunça em sua casa!!! Aos demais amigos de pós, Duca, Leandro, Leo ( por toda a ajuda no experimento),Edson, Bruno, Luiza (obrigada por toda ajuda, papers!!!), Guilerme, e Henrique.
Aos companheiros de sala, Aline, Karen, Jose, Camila, Érika, Tamires, Thiago, Renato, Gianni, Joana, Juliana, Fer, Edmar, Lauro, Eduardo, em especial, Carol, Dani, Ellen e Suellen por toda a amizade, companheirismo, conversas e muitas risadas!!Adooro vcs!!! As companheiras, Lola, Tássia, Elisa, Guadalupe, Thaína, Ana e Damáres, por sempre estarem dispostas a me ajudar no que fosse preciso.
Ao Dr. João Alberto Negrão, por todo apoio, auxílio e ensinamentos, tanto nas análises de sangue, quanto na banca, colaborando para o enriquecimento e melhoria do meu trabalho. As amigas do LAFA, Sandra, Giovanna, Alice e Ana, que são pessoas extremamente especiais e colaboraram muito para o meu enriquecimento pessoal e profissional, sendo exemplo de profissionalismo, comprometimento, boa vontade e competência, agradeço demais por esta oportunidade.
A minha linda e querida Aninha, que abriu suas portas, prontamente para me ajudar, sem ao menos me conhecer e me permitiu o privilégio de acompanhar sua rotina e conquistar sua amizade, bem como a da Gisele, Robertinha e Madeline.
A minha querida e admirável veterana Fernanda, que esta sempre me ajudando, aconselhando e torcendo por mim!!! Muito obrigada!!!
A Dr.a Selma Grossi, pela amizade e por permitir que acompanhasse sua rotina, me ensinando em todos os momentos e dando uma amostra especial de uma conduta profissional e ética impecável.
Aos órgão de Fomento Cnpq e FAPESP, pela concessão da bolsa e recursos para este experimento.
A todos que de alguma forma contribuíram para que este sonho fosse realizado. Os meus mais sinceros agradecimentos.
viii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS........................................................................................... xi
LISTA DE FIGURAS............................................................................................ xiii
LISTA DE ABREVIATIURAS............................................................................. xv
RESUMO ............................................................................................................... xvii
ABSTRACT ........................................................................................................... xix
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 01
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 03 2.1 Características de eficiência alimentar............................................................. 03 2.2 Consumo alimentar residual (CAR)................................................................. 05
2.3 Perfil sanguíneo em ruminantes e relações com o consumo alimentar residual...................................................................................................................
06
2.3.1 Perfil metabólico....................................................................................... 072.3.2 Perfil Hormonal......................................................................................... 092.3.3 Perfil Hematológico.................................................................................. 10
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 11 3.1 Local ................................................................................................................ 11 3.2 Instalações e Animais ...................................................................................... 11
3.2.1 Machos...................................................................................................... 123.2.2 Fêmeas ..................................................................................................... 12
3.3 Dieta e Manejo alimentar ................................................................................ 12 3.4 Coleta de dados ............................................................................................... 13
3.4.1 Pesagem dos animais................................................................................ 13 3.4.2 Medidas de Ultrassonografia..................................................................... 14 3.4.3 Consumo de matéria seca.......................................................................... 14 3.4.4 Amostras de Sangue.................................................................................. 15 3.5 Análise Estatística ........................................................................................... 17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 21 4.1 Características de desempenho e eficiência..................................................... 21 4.2 Parâmetros sanguíneos..................................................................................... 24
4.2.1 Parâmetros metabólicos............................................................................ 25 4.2.2 Parâmetros hormonais............................................................................... 28 4.2.3 Parâmetros hematológicos........................................................................ 32 4. 3 Correlações residuais entre parâmetros sanguíneos e características de
desempenho e eficiência........................................................................................34
4.4 Avaliação das variáveis sanguíneas em fêmeas nos dias de coleta.................. 34
5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 37
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 38
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x
LISTA DE TAELAS
Tabela 1. Composição percentual dos ingredientes e características nutricionais da dieta ..............................................................................................................................13
Tabela 2. Coeficiente de variação (CV) intra-ensaios e entre-ensaios das determinações de Glicose, Ureia, Triglicerídeos, Cortisol, Insulina e IGF-1.................................................17
Tabela 3. Médias ajustadas e respectivos erros-padrão das características de desempenho e eficiência de acordo com as classes de CAR .............................................23
Tabela 4. Média, desvio-padrão e amplitude de variação de parâmetros metabólicos, hormonais e celulares em diferentes classes de CAR.......................................................24
Tabela 5. Médias ajustadas e respectivos erros-padrão das características de parâmetros metabólicos de acordo com as classes de CAR e sexo de bovinos Nelore.........................27
Tabela 6. Médias ajustadas e respectivos erros-padrão das características de parâmetros hormonais de acordo com as classes de CAR e sexo de bovinos Nelore...........................31
Tabela 7. Médias ajustadas e respectivos erros-padrão das características de parâmetros celulares de acordo com as classes de CAR e sexo de bovinos Nelore.................................................................................................................................33
Tabela 8. Correlações residuais entre parâmetros sanguíneos e características de desempenho e eficiência de bovinos Nelore......................................................................34
xi
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Perfil da concentração de Proteínas Totais (PT) em fêmeas, dentro das classes de CAR em diferentes dias de coleta...................................................................................36
Figura 2. Perfil da concentração de Aspartato Aminotransferase (AST) em fêmeas, dentro das classes de CAR em diferentes dias de coleta.................................................................36
xiii
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS
AOL - área de olho de lombo
AST – aspartato aminotransferase
CA – conversão alimentar
CAR – consumo alimentar residual
CMS – consumo de matéria seca
CMSPV – consumo de matéria seca com base no peso vivo
CREA – creatinina
CORT – Cortisol
EA – eficiência alimentar
EGG – espessura de gordura de garupa
EGL – espessura de gordura de cobertura de lombo
EPC – eficiência parcial de crescimento
GLI – glicose
GMD – ganho médio diário
HEM – hemácias
HEMG – hemoglobina
HEMT – hematócrito
IGF – fator de crescimento semelhante a insulina
INS – insulina
LEU – leucócitos
LINF – linfócitos
PLA – plaquetas
PT – proteínas totais
PV 0,75- Peso vivo metabólico
PVI – peso vivo inicial
PVF – peso vivo final
SEG – seguimentados
TCR – taxa de crescimento relativo
TGL – triglicerídeos
TK – taxa de Kleiber
VCM – volume corpuscular médio
xv
xvi
RESUMO Foram utilizados 118 animais (62 machos e 56 fêmeas) Nelore com o objetivo de avaliar as relações existentes entre os parâmetros sanguíneos, características de desempenho, eficiência alimentar e as classes de consumo alimentar residual (CAR). O CAR foi obtido através da diferença entre o consumo de matéria seca (CMS) observado (voluntário) e o predito, por meio da regressão do CMS observado em função do peso vivo metabólico e ganho médio diário Os animais foram classificados em: Baixo CAR ((< média - 0,5 DP), em que: ( Fêmeas n= 19 e Machos n= 21)); Médio CAR ((± 0,5 DP da média), em que: (Fêmeas n= 21 e Machos n=21)) e Alto CAR ((> média + 0,5 DP), em que (Fêmeas n= 16 e Machos n=20)). Foram obtidas amostras de sangue dos animais por meio de venopunção da veia jugular, para efetuação de hemograma completo, determinação de níveis séricos de plaquetas, aspartato amino transferase (AST), proteínas totais (PT), creatinina e análises bioquímica de Glicose, Ureia, Triglicerídeos , Cortisol , Insulina e IGF-1. O CMS em kg. d-1, consumo de matéria seca por peso vivo metabólico (CMSPV0,75) e consumo de matéria seca por porcentagem do peso vivo (CMSPV) , foram diferentes entres as classes de CAR (P < 0,01), sendo menor em animais baixo CAR. Não foram encontradas diferenças estatísticas (P > 0,10) para conversão alimentar (CA), eficiência alimentar (EA), taxa de crescimento relativo (TCR) e taxa de Kleiber (TK) entre as classes de CAR. A eficiência parcial de crescimento (EPC) foi superior em animais de baixo CAR. Em relação ao sexo foram encontradas diferenças (P < 0,01) para as variáveis peso vivo inicial, peso vivo final e peso vivo metabólico, sendo todos os valores superiores para machos. Não foram encontradas diferenças (P > 0,10) para Glicose, Ureia, Creatinina, Triglicerídeos, proteínas totais e Aspartato aminotransferase entre as classes de CAR. Foram encontradas diferenças para Triglicerídeos entre sexos, onde as fêmeas apresentaram valores superiores em relação aos machos. Foram encontradas diferenças significativa para insulina e IGF-1 (P < 0,10) entre as diferentes classes de CAR, sendo maior em animais baixo CAR. Foram encontradas diferenças (P < 0,01) para a relação Glicose: Insulina, sendo esta maior para animais menos eficientes. Foram encontradas diferenças (P < 0,10) para volume corpuscular médio (VCM) entre os sexos, sendo a concentração sérica maior nos machos. Os leucócitos, seguimentados e linfócitos foram superiores para os machos. Foi encontrada uma correlação negativa entre Insulina e CAR, enquanto que a relação Glicose: insulina com o CAR foi positiva. Animais baixo CAR apresentaram menores valores de proteínas totais e aspartato aminotransferase. O CAR é independente dos parâmetros de desempenho e a seleção de animais mais eficientes na utilização de alimentos através desta medida não acarretará prejuízos ao desempenho dos animais. Os mecanismos de crescimento e desenvolvimento são diferentes entre as classes de CAR, animais eficientes possuem maiores concentrações de insulina e IGF-1, atuantes nos mecanismos de fome e saciedade. O perfil metabólico dos animais é alterado de acordo com a idade e animais baixo CAR são mais eficientes em relação ao metabolismo protéico.
Palavras-chave: crescimento, eficiência alimentar, hormônio, metabólitos
xvii
.
xviii
ABSTRACT: In this study were used 118 animals (62 males and 56 females) Nellore to evaluate the relationship in blood parameters, performance characteristics, feed efficiency and classes of residual feed intake (RFI). The RFI was obtained by the difference between the dry matter intake (DMI) observed (volunteer) and predicted by regression in metabolic function of body weight and average daily gain The animals were classified as Low RFI ((<mean - 0.5 SD), 19 females and 21 males); Middle RFI ((± 0.5 SD from the mean), 21 females and 21 males) and High RFI ((> 0.5 mean + SD), 16 females and 20 males)). We obtained blood samples from the animals by venipuncture of the jugular vein, for effecting of complete blood count and determination of serum levels of platelets, aspartate amino transferase (AST), total protein (TP), creatinina and biochemical analysis of glucose, Urea, Triglycerides , Cortisol, Insulin and IGF-1.The CMS variable (kg. d-1), dry matter intake per metabolic body weight (DMIBW0, 75) and dry matter intake by percentage of body weight (DMIBW) were different (P < 0,01) in the classes of CAR, being lower in animals low RFI (more efficient). There were no statistical differences (P > 0,10) were for feed conversion ratio (FCR), relative growth rate (RGR) and rate Kleiber (TK) between classes of RFI. The partial efficiency of grow (PEG) was higher than in animals of low RFI. Regarding sex were found differences (P < 0,01) for the weight metabolic initial and final variables, being all values greater for males. No differences were found (P >0.10) for glucose, urea, creatinina, triglycerides, total protein and aspatate aminotransferase between classes of RFI. Triglycerides differences were found (P < 0,10) for gender, where females had higher values than the males. We found significant differences (P < 0,10) in insulin and IGF-1 in different classes of RFI, higher animal low RFI. Differences were found (P < 0,10) for mean corpuscular volume (MCV) between the sexes, and the serum concentration greater in males. Leukocytes, lymphocytes and seguimented were higher for males. We found a negative correlation between insulin and RFI while for the ratio glucose: insulin and RFI had a positive correlation. Low RFI animals had lower levels of total protein and aspartate aminotransferase. The RFI is independent of the performance parameters and the selection of animals in the most efficient use of feed through this measure will not cause harm to animal performance. The mechanisms of growth and development are different classes of RFI, efficient animals have higher concentrations of insulin and IGF-1, acting on the mechanisms of hunger and satiety. The metabolic profile of animals is altered according to the age and low RFI animals are more efficient with respect to protein metabolism.
Keywords: feed efficiency, grow, hormones, metabolites
xix
xx
1 INTRODUÇÃO
A viabilidade da pecuária de corte depende diretamente da economia de escala,
que baseia-se na máxima utilização dos fatores produtivos envolvidos no processo,
visando a diminuição dos custos de produção com o incremento de seus bens e serviços.
Desta forma, a busca por esta otimização deve depender não apenas da maior produção,
mas também da eficiência alimentar do animal, uma vez que os custos com alimentação
podem representar mais da metade dos custos operacionais totais. Em geral, a ênfase
maior nestes sistemas de produção e nos programas de melhoramento genético de
bovinos de corte refere-se a seleção para o aumento do produto final, principalmente o
peso em diversas idades e ganho de peso diário (ARCHER e BERGH, 2000). Porém, o
enfoque para a diminuição dos custos com a alimentação através de um parâmetro que
concilie a identificação de animais superiores tanto para desempenho quanto para a
eficiência na utilização de alimentos, ainda é muito singelo. No entanto, com o
crescimento da demanda de países em desenvolvimento e escassez de recursos naturais
para ampliação da oferta, torna–se necessário cada vez mais o uso de tecnologias e
métodos que colaborem para aperfeiçoar os sistemas de produção, otimizando a
utilização dos “inputs” (insumos, alimentação) e minimizando os impactos ambientais.
Dentre as diversas medidas propostas para avaliar o desempenho e eficiência dos
rebanhos de bovinos de corte, o consumo alimentar residual (CAR) é o parâmetro que
mais se adéqua ao contexto mencionado, pois é definido como a diferença entre o
consumo observado e o predito por equação de regressão em função do peso vivo
1
metabólico e ganho de peso dos animais. Assim, propõe a seleção de animais com
menor consumo sem alterar o ganho de peso. Possibilitando a identificação de animais
mais eficientes quanto à utilização de alimentos.
Todavia, para a obtenção do CAR são necessárias medições diárias do alimento
oferecido e recusado, bem como a média de ganho de peso diário, ao longo de pelo
menos 70 dias (ARCHER e BERGH, 2000) o que torna a metodologia estafante e
onerosa. Por este fato o conhecimento das bases fisiológicas relacionadas ao CAR
possibilita a identificação de outras características (obtidas de uma maneira mais fácil,
rápida e viável economicamente) que sejam indicativas de animais mais eficientes
(baixo CAR) quanto a utilização de alimentos.
Há evidências de que parâmetros sanguíneos constituem uma importante
ferramenta na identificação das bases fisiológicas pertinentes as diferenças na eficiência
alimentar dos animais, uma vez que estão diretamente ligados ás respostas do
metabolismo e os resultados das concentrações plasmáticas permitem comparações com
valores referenciais populacionais (GONZÁLEZ et al., 2000). A investigação a respeito
dos mecanismos fisiológicos pertinentes as diferenças encontradas para CAR ainda é
muito limitada e contam com pequenas amostras, desta forma procura-se desvendar
com maior desenvoltura, facilidade e confiabilidade os mecanismos responsáveis por
esta variação e que assim seja possível validar quais suas contribuições proporcionais,
secundariamente mesclar estas informações fisiológicas com as genéticas, facilitando e
adiantando a identificação de animais realmente eficientes na utilização de alimentos
sem prejudicar seu desempenho.
Este estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar as relações existentes entre
parâmetros sanguíneos, características de desempenho, eficiência alimentar e as classes
de CAR em bovinos Nelore.
2
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Características de eficiência alimentar
Dentre as variáveis que afetam o desempenho animal o consumo de matéria seca
(CMS) é sem dúvida a mais importante, principalmente em bovinos de corte (WALDO
E JORGENSEN, 1981), pois interfere tanto na parte econômica, quanto no trato
digestório e suas funções metabólicas peculiares (FORBES, 2007). Hicks et al. (1990)
afirmaram que o CMS é a base na qual as exigências nutricionais, taxas de ganho e
lucros são geralmente calculados ou preditos e, portanto, este consumo deve ser
calculado com a maior acurácia possível.
Em sistemas de produção de gado de corte, os custos envolvidos com a
alimentação dos animais podem corresponder de 70 a 90% dos gastos operacionais
totais, dependendo da fase de criação considerada e do nível de produção desejado
(FORBES, 2007). Desta forma toda e qualquer estratégia que proponha otimização do
sistema insumo/produto, acarretará em grandes impactos econômicos, além de propor
melhoria da eficiência na utilização de alimentos que se estende, ainda que
indiretamente, não só pelos aspectos nutricionais, mas também pelos benefícios ao meio
ambiente, como redução na utilização de recursos naturais e otimização de áreas
3
disponíveis, por meio da elevação da produtividade por área, através do aumento do
número de cabeças , com o mesmo ou menor impacto ambiental (BASARAB, 2003).
Os fatores que controlam o consumo de alimentos são complexos,
verdadeiramente multifatoriais e devido a interações entre inúmeros fatores como: dieta,
animal, ambiente, manejo, entre outros, não existe um consenso de como os ruminantes
regulam esta importante atividade (MCMENIMAM et al., 2009). Além disso, o
consumo alimentar de bovinos não é uma variável tão fácil e viável economicamente de
se mensurar em sistemas extensivos de produção, por este fato a seleção para eficiência
na utilização de alimentos foi relegada a segundo plano pela indústria de carne bovina
(ARCHER e BERGH, 2000). Conciliando com este argumento há o fato de que neste
tipo de estudo sempre assumiu-se que a eficiência alimentar estaria intimamente
correlacionada com a taxa de ganho (KENNEDY; VAN DER WERF; MEUWISSEN,
1993).
Ao longo dos anos, diversas medidas foram propostas para avaliar a eficiência e
o desempenho dos animais sendo as principais: conversão alimentar (CA), eficiência
alimentar (EA), eficiência parcial de crescimento (EPC) e o consumo alimentar residual
(CAR). Algumas são simples razões entre consumo e desempenho e outras propõem
ajustes para peso vivo e ganho de peso.
A eficiência alimentar (EA) e conversão alimentar (CA) são medidas
comumente utilizadas para determinar a eficiência do rebanho. Porém tais
características apresentam limitações como critério à eficiência na utilização de
alimentos, pois são razões diretas entre ganho de peso e consumo de matéria seca, o que
ocasiona uma seleção de animais mais pesados, sem necessariamente com menor
consumo de matéria seca. Resultando em animais com maior tamanho a maturidade e
desta forma, elevando o nível de requisitos necessários para a manutenção (ARTHUR et
al., 2001). Outras medidas indiretas são utilizadas para identificar esta eficiência, tais
como a taxa de Kleiber (TK) e taxa de crescimento relativo (TCR), porém, estas
também levam em consideração apenas o peso vivo (PV) e ganho médio diário (GMD)
e desta forma não evidenciam óbvias diferenças de eficiências na utilização de
alimentos entre os animais (NKRUMAH et al., 2004). Assim, é plausível considerarmos
que o uso somente de características como CA, EA, TCR e TK em programas de
seleção não é sinônimo de maior eficiência na utilização de alimentos, sendo necessário
o uso de um critério que possa considerar tanto as variáveis de consumo quanto peso e
ganho, de uma forma linear. (CYRILLO et al., 2012 ).
4
2.2 Consumo alimentar residual (CAR)
Conforme sugerido por Koch et al. (1963), o valor da exigência alimentar deve
ser ajustado para peso corporal e ganho de peso e, mesmo havendo esta correção
observa-se uma considerável variabilidade entre os animais para consumo alimentar.
(LIU et al., (2000); ARTHUR; RENAND; KRAUSS, 2001; BASARAB et al., 2003;
HERD; ARCHER; ARTHUR, 2003;). Neste contexto o CAR destaca-se como uma
medida alternativa de eficiência alimentar, fenotipicamente independente do nível de
produção e do tamanho corporal, pois é definido como a diferença entre o consumo
observado e o estimado por equação de regressão em função do peso vivo metabólico
(PV 0,75) e ganho de peso (GMD) dos animais, desta forma propõe a seleção de animais
com menor consumo sem alterar o peso adulto ou ganho de peso (ARTHUR;
RENAND; KRAUSS, 2001). Animais que apresentam o consumo observado menor que
o consumo predito para o ganho definido são considerados animais mais eficientes na
utilização de alimentos, e denominados CAR baixo, enquanto que animais com o
consumo observado superior ao predito são denominados CAR alto e assim
considerados menos eficientes.
Alguns autores encontraram respostas correlacionadas positivas entre este novo
parâmetro de eficiência e outras características de produção, sendo a estimativa de
correlação do CAR e CA de 0,50 (ARTHUR et al., 2001). Há também registros de
estimativas de correlações positivas entre CAR e CMS, com valores que variam de
0,64, 0,60 e 0,72 para animais das raças Hereford, Charolês e Angus, respectivamente
(HERD e BISHOP, 2000). A seleção para baixo CAR pode resultar em progênies que
consomem menos sem prejuízos no desempenho animal (HERD; ARCHER; ARTHUR,
2003).
Os benefícios da seleção baseada no CAR foram demonstrados por Arthur et al.
(1997), os autores relataram que animais mais e menos eficientes consumiram, em
média, 13,5% menos alimentos e 14% mais alimento que o predito, respectivamente.
Basarab et al. (2003), trabalhando com dietas de terminação, observaram correlação
fenotípica entre CAR, CMS e CA de 0,42 e 0,44 respectivamente. Ainda, animais mais
eficientes consumiram 10,4% menos, com melhora na CA de 9,4%, comparados aos
menos eficientes.
Sobrinho et al. (2011) avaliando desempenho, parâmetros de eficiência e
correlações fenotípicas entre medidas de eficiência alimentar de animais Nelore
5
classificados quanto CAR demonstraram que animais baixo CAR apresentaram melhor
eficiência alimentar, conversão alimentar e eficiência parcial de crescimento e não
apresentaram diferenças em relação aos animais alto CAR quanto à taxa de crescimento
relativo e taxa Kleiber. Estes autores também encontraram correlação significativa do
CAR com EA (–0,25), CA (0,25), EPC (–0,37) e CMS (0,16) e não apresentou
correlação significativa com peso vivo (0,04), ganho médio diário (–0,02), taxa de
crescimento relativo (–0,03) e taxa de Kleiber (–0,05) e desta forma concluíram que o
CAR, em comparação às demais medidas de eficiência alimentar, apresenta grande
potencial na eficiência produtiva, sendo independente de crescimento e tamanho dos
animais.
2.3 Perfil sanguíneo em ruminantes e relações com o consumo alimentar residual
A avaliação do status nutricional de um rebanho pode ser realizada mediante a
determinação de alguns metabólitos sangüíneos. A utilização do perfil metabólico em
animais de produção atua como um método auxiliar na avaliação de rebanhos com
diferentes índices produtivos e reprodutivos, atuando também como uma importante
ferramenta no diagnóstico clínico de doenças do metabolismo. Os metabólitos
sanguíneos têm sido utilizados principalmente como auxiliares do diagnóstico clínico,
mas a partir do surgimento do termo perfil metabólico, a química sanguínea passou a ter
maior interesse no campo zootécnico (PEIXOTO e OSÓRIO, 2007).
Perfil metabólico foi o termo empregado por Payne et al. (1970), se referindo ao
estudo de componentes hematobioquímicos específicos em vacas leiteiras, com o intuito
de avaliar, diagnosticar e prevenir transtornos metabólicos e servindo também como
indicador do estado nutricional.
Segundo Bezerra (2006) uma das maiores dificuldades da utilização desta
ferramenta é a sua interpretação, devido à falta de valores de referência adequados. Este
mesmo autor afirma que há uma variação de resultados obtidos, dependendo da idade
do animal, raça, estado fisiológico, clima, época do ano, entre outros, o que torna difícil
a obtenção de um padrão de comparação que possa garantir a melhor interpretação dos
resultados. Alguns países já estão trabalhando com esta ferramenta há bastante tempo, e
possuem valores próprios como referência para suas análises, como é o caso do Chile
(PEIXOTO e OSÓRIO, 2007).
Para uma adequada interpretação dos valores encontrados no perfil metabólico
sanguíneo, deve-se ter um correto conhecimento da fisiologia e bioquímica animal,
6
além de conhecer a fonte e a função de cada um dos metabólitos avaliados (PEIXOTO e
OSÓRIO, 2007).
2.3.1 Perfil metabólico
O perfil metabólico dos animais permite a avaliação da eficiência dos sistemas
de alimentação, pois está diretamente ligado às respostas do metabolismo ruminal. Os
resultados das concentrações plasmáticas permitem comparações com valores
referenciais populacionais (GONZÁLEZ et al., 2000).
A partição de nutrientes é reconhecidamente regulada por vários hormônios e
fatores de crescimento. Além da insulina e de seu antagonista o glucagon, os hormônios
de eixo somatotrópico, hormônio de crescimento e IGF-1 e os hormônios da tireóide são
considerados os principais determinantes da taxa de metabolismo basal ou deposição de
nutrientes (CUNNINGHAM, 2004). González et al., (2000) mencionaram a necessidade
de avaliação concomitante, além das alterações metabólicas, do perfil hormonal, em
especial no concernente aos hormônios que regulam a utilização de gorduras e
carboidratos, principais fontes de energia para bovinos.
Os fatores metabólicos que podem contribuir para a variação no CAR são muitos
(RICHARDSON e HERD, 2004; ARTHUR e HERD, 2008) e sua regulação fisiológica
é controlada provavelmente por várias centenas de genes (BARENDSE et al., 2007;
MOORE; MUJIBI; SHERMAN, 2009; SHERMAN et al., 2009). Os principais
mecanismos fisiológicos que influenciam a variação no CAR estão relacionados às
exigências de mantença, transporte de íons, metabolismo dos tecidos e incremento
calórico (BASARAB et al., 2003; RICHARDSON e HERD, 2004).
Segundo Archer et al. (2002), a compreensão dos processos responsáveis pela
variação observada em eficiência alimentar é importante, primeiramente na predição de
possíveis respostas correlacionadas à seleção. Fornecendo indicação útil de onde e para
onde os esforços da pesquisa devem ser concentrados. Posteriormente, na identificação
de características que sejam mais fáceis e viáveis economicamente de serem medidas
em relação ao consumo individual e a eficiência alimentar e que poderiam ser utilizadas
como marcadores para auxiliar na seleção. Por último, na sugestão de métodos não-
genéticos alternativos para manipulação do metabolismo de bovinos e melhora na
eficiência.
Richardson et al. (2002) identificaram vários parâmetros sanguíneos que foram
correlacionados às diferenças esperadas na progênie (DEPs) para CAR em raças
7
taurinas, evidenciando associação genética entre estes parâmetros e CAR. Segundo os
autores, as diferenças encontradas entre animais divergentes quanto ao CAR são
consistentes, com animais menos eficientes (alto CAR) tendo maior demanda por
transporte de oxigênio e sendo menos adaptados ao ambiente de confinamento, quando
comparados a animais mais eficientes (baixo CAR).
Posteriormente, Richardson et al. (2004) avaliaram os processos metabólicos que
contribuem para a variação no CAR. Os autores detectaram em animais com alto CAR,
maiores níveis de alguns metabólitos sanguíneos, tais como insulina, cortisol e ureia e
menores níveis de triglicerídeos o que foi sugerido serem respostas relacionadas a
mudanças em composição corporal, reciclagem tecidual e eficiência de uso de nutrientes
devido a seleção divergente para CAR, além de serem associadas também a diferenças
entre animais mais e menos eficientes quanto à resposta a situações de estresse.
Segundo Payne (1987), a glicose continua sendo um componente de escolha no
perfil metabólico de gado de corte, uma vez que, sob condições de campo, pode ser
observada hipoglicemia quando ocorre balanço de energia severamente negativo.
Entretanto o nível de glicose plasmático é o indicador menos expressivo do perfil para
avaliar o status energético, devido à insensibilidade da glicemia à mudanças
nutricionais.
Outro fator de grande relevância é a determinação de ureia, por se tratar de um
produto de excreção do metabolismo do nitrogênio e a sua determinação em amostras
de soro sanguíneo, junto à albumina, revelam informações referentes à atividade
metabólica protéica do animal (LÓPEZ; LÓPEZ; STUMPF JR, 2004). A concentração
sanguínea de ureia está em relação direta com o aporte protéico da ração, bem como da
relação energia: proteína. Em bovinos, de 60% a 80% da proteína é transformada em
amônia no rúmen, que é utilizada pelos microorganismos ruminais para a síntese de
suas proteínas estruturais, sendo o excedente absorvido através da parede ruminal para a
circulação geral (SANTOS e PEDROSO, 2011). É importante considerar que a
excreção de N representa um gasto em energia para o animal, sendo que o aumento na
produção de amônia e uréia não somente reduz o apetite, mas também a eficiência
produtiva (GONZÁLES et al., 2000).
A creatinina é um composto nitrogenado produzido a partir da fosfocreatina
muscular. A quantidade de creatinina formada por dia depende da quantidade de
creatinina no organismo, que por sua vez depende da massa muscular. Entretanto, a
quantidade de creatinina formada é relativamente constante, sendo pouco afetada pela
8
alimentação, principalmente pelo consumo de proteína (KANEKO; HARVEY; BRUSS,
1997). Os níveis sanguíneos de creatinina são corriqueiramente utilizados como
referência para corrigir mudanças nas variações de uréia sanguínea (GONZÁLEZ et al.,
2000).
As concentrações séricas de proteínas totais estão sujeitas a variações de acordo
com as diferentes fases de crescimento, sendo que esta variação pode ser devido às
modificações entre a ingestão de alimentos e as exigências do animal (KANEKO;
HARVEY; BRUSS, 1997). Segundo Baldwin e Sainz (1995), o turnover de proteínas
corporais representa ao redor de 30% do gasto energético com manutenção. Este
processo seria um dos mecanismos candidatos a ser responsável por variações na
exigência de mantença e CAR. Castro Bulle (2007) trabalhando com novilhos Angus x
Hereford, demonstrou que o CAR pode estar positivamente correlacionado a exigências
de mantença e que a mesma foi positivamente correlacionada à taxa de reciclagem
protéica muscular.
2.3.2 Perfil hormonal
A insulina é um hormônio essencialmente envolvido na regulação da
concentração da glicose na circulação, além de estar envolvido no crescimento celular e
no desenvolvimento de uma ampla variedade de tipos celulares (FOULADI-NASHTA e
CAMPBELL, 2006). Ela é um hormônio de caráter anabólico, produzido pelas células β
das ilhotas de Langerhans no pâncreas, em resposta aos níveis plasmáticos de
nutrientes, especialmente a glicose (GUYTON e HALL, 1997). Esse hormônio também
é secretado em proporção direta ao grau de adiposidade, e em condições normais se liga
a receptores inseridos na membrana das células insulinodependentes. Além de atuar no
hipotálamo, interagindo com neurotransmissores envolvidos no mecanismo de controle
da fome-saciedade (VOLP; REZENDE; ALFENAS, 2008). A insulina pode ainda atuar
sobre uma grande variedade de tecidos corporais, tais como fígado, músculos, glândulas
mamárias e ovário (CUNNINGHAM, 2004).
O fator de crescimento semelhante a insulina (IGF-1) é um hormônio liberado
pelo fígado e tecidos periféricos, pode atuar de forma endócrina afetando a glicose,
metabolismo de aminoácidos e proteínas, por aumentar a síntese em relação a
degradação das mesmas, sugerindo que IGF-1 influencia o crescimento, composição de
carcaça e a eficiência alimentar (LOBLEY, 1992).
9
2.3.3 Perfil hematológico
A determinação do perfil hematológico (eritrograma e leucograma) do animal
pode contribuir na investigação de fenômenos biológicos pertinentes ao CAR, pois
fornece informações sobre a produção, morfologia e anormalidades das hemácias
(eritrócitos) e seu tecido produtor, os quais estão compreendidos no tecido conectivo,
denominado Éritron, cuja única função é o transporte de oxigênio/dióxido de carbono
entre os pulmões e os tecidos do animal (KERR, 2003). Além disso, o perfil
hematológico evidencia as interrelações entre nutrição e imunidade (leucócitos) uma
vez que o sistema de defesa a efeitos oxidativos, causados por radicais livres, é
constituído por ácidos graxos poliinsaturados, substâncias hidrossolúveis e enzimas que
derivam principalmente da utilização de nutrientes da dieta (KERR, 2003).
As determinações de parâmetros metabólicos, hormonais e hematológicos, que
expliquem e representem o CAR, contribuirão para o desenvolvimento de tecnologias
que identifiquem precocemente animais eficientes na utilização de alimentos, bem
como, as características indesejáveis correlacionadas a esta seleção.
10
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local
O experimento foi conduzido no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica dos
Agronegócios de Bovinos de Corte, Instituto de Zootecnia, localizado no município de
Sertãozinho na região norte do estado de São Paulo, onde o clima é caracterizado como
tropical úmido, com temperatura média anual de 22°C e precipitação média anual de
1588.5 mm.
O centro de Pesquisa possui aproximadamente 500 matrizes do rebanho Nelore,
o qual é dividido em três linhas de seleção denominadas: Tradicional, Seleção e
Controle. Há trinta e seis anos desenvolve o programa de melhoramento genético em
bovinos de corte, onde através da manipulação de equações do ganho genético,
seleciona animais com base no desempenho individual e com intuito de aumentar o peso
pós-desmama, sendo que os machos são selecionados para maior peso aos 378 dias e as
fêmeas aos 550 dias.
3.2 Instalações e Animais
Foram utilizados 118 animais (machos e fêmeas), nascidos no ano de 2010,
pertencentes a 30° progênie do rebanho Nelore Tradicional do Instituto de Zootecnia de
Sertãozinho.
11
O período experimental teve duração de 112 dias, sendo 28 dias iniciais de
adaptação e 84 dias de coleta de dados. O início da avaliação para teste de desempenho
e eficiência para machos e fêmeas não foi concomitante e devido à quantidade de baias
individuais limitadas foram utilizadas três instalações: Instalação I (destinada aos
machos), Instalação II (destinada as fêmeas, mas com capacidade para apenas 32
animais) e Instalação III (destinada as fêmeas, porém com capacidade para 26 animais).
3.2.1 Machos
O experimento dos achos foi realizado no período de maio a setembro de 2011,
foram avaliados 62 novilhos, com idade inicial de 261 dias, peso vivo (PV) inicial e
final de 243 ± 40 e 306 ± 43 kg, respectivamente. Os animais foram alocados
aleatoriamente em baias individuais com 15 m2, parcialmente cobertas, contendo
comedouros individuais e bebedouros de concreto.
3.2.2 Fêmeas
As fêmeas foram avaliadas, entre julho e outubro de 2011, foram utilizadas 56
novilhas, com idade inicial de 290 dias, PV inicial e final 216 ± 31 e 307 ± 31 kg ,
respectivamente.
Na instalação II, foram alocadas 31 novilhas distribuídas aleatoriamente em
baias individuais, com estrutura coberta e cimentada, contendo comedouros e
bebedouros individuais e o chão das baias revestido com cama de bagaço de cana-de-
açúcar. Pelo fato desta instalação ser totalmente coberta, foi necessário o manejo diário
de retirada dos animais das baias e alocação em piquetes conjugados a instalação, para
banho de sol durante duas horas e este tempo foi aproveitado para a limpeza e troca de
cama das baias. As 25 novilhas restantes foram alocadas da mesma forma na instalação
III, a qual continha estrutura igual à Instalação I dos machos.
3.3 Dieta e Manejo alimentar
A dieta foi composta por feno de Urochloa spp, milho moído, farelo de algodão
e mistura mineral (Tabela 1) com formulação baseada na disponibilidade de nutrientes
necessários para um ganho médio diário de 0.8 kg. d-1 Através de análises dos alimentos
efetuadas no laboratório de Bromatologia de Nova Odessa e Sertãozinho-SP, foram
determinadas as características nutricionais da dieta (Tabela 1).
12
Tabela 1 Composição percentual dos ingredientes e características nutricionais da dieta
Item Composição da dieta com base na MSFeno de Urochloa spp 44,50Milho moído 32,20Farelo de Algodão 21,40Ureia 0,45Sulfato de amônio 0,05Sal mineral 1,40Relação v: c* 45: 55
Composição Química (%)Matéria Seca (%) 93,40Matéria Orgânica (%) 96,26Proteína Bruta (%) 11,34FDN (%) 50,03FDA (%) 31,02Celulose (%) 23,93Lignina (%) 6,18Extrato Etéreo (%) 2,84Energia Metabolizável (kcal. kg-1) 2,00
* Relação v: c= proporção da quantidade de volumoso e concentrado da dieta
Os animais foram alimentados individualmente e a quantidade de alimento
oferecida foi previamente estabelecida de acordo com o peso vivo e matéria seca da
dieta. O ajuste diário da quantidade oferecida considerou a sobra do dia anterior que
variou entre 5 a 10% do total oferecido. O fornecimento da dieta foi dividido em dois
arrazoamentos diários, sendo um no período da manhã e outro no período da tarde.
3.4 Coleta de dados
3.4.1 Pesagem dos animais
No início e término do experimento as pesagens ocorreram após jejum de 12
horas de sólidos. Ao longo do experimento dos machos foram realizadas pesagens
semanais (total de 22 pesagens), dispensados os cuidados com jejum, a fim de aumentar
a acurácia de estimação do ganho médio diário (GMD) e evitar interferências de perdas
de peso exorbitantes e/ou ganhos compensatórios durante os períodos, pois todos os
animais em avaliação no experimento participavam concomitantemente da prova de
ganho de peso (PGP) do Instituto de Zootecnia / Sertãozinho-SP. Já para o experimento
das fêmeas foram feitas pesagens no início de cada período (a cada 28 dias), totalizando
quatro pesagens. Sendo todas em jejum de 12 horas de sólidos.
13
3.4.2 Medidas de Ultrassonografia
Foram utilizadas imagens de ultrassonografia para a mensuração de área de olho
de lombo (AOL), espessura de gordura de cobertura de lombo (EGL) e espessura de
gordura de garupa (EGG), conforme metodologia descrita por Herring et al. (1994).
Para a coleta de imagens o óleo vegetal foi utilizado como acoplante acústico. O sítio
anatômico para medidas de AOL e EGL foi entre 12a e 13a costelas, e para EGG na
junção dos músculos Gluteus médium e Bíceps femoris. O equipamento utilizado foi o
ultrasson veterinário Pie Medical Áquila (Esaote Europe B.V.) com probe de 17 cm. As
imagens foram gravadas e posteriormente mensuradas utilizando o programa Echo
Image Viewer 1.0 (Pie Medical Equipament B.V., 1996).
3.4.3 Consumo de matéria seca
O consumo foi obtido pela diferença entre a dieta individual oferecida e as
sobras observadas diariamente. Para cada animal foram constituídas amostras
compostas de sobras, referente a cada período de 28 dias. Estas foram pré-secas em
estufa ventilada a 55° C por 72 horas, moídas em moinho tipo Willey (peneiras de 2
mm), e após 8 horas em estufa a 105° C foram determinadas suas respectivas matérias
secas (MS) de acordo com Silva e Queiroz (2002) .
O Ganho Médio Diário (GMD) de cada animal foi estimado pelo coeficiente de
regressão linear dos pesos em função dos dias em teste (DET);
уi = α + β*DETi + εi
Em que уi = peso do animal na iésima observação; α = intercepto da equação de
reegressão em que representa o peso inicial; β coeficiente de regressão linear que
representa o GMD; DETi = dias em teste na iésima obsevação e εi = erro aleatório
associado a cada observação. O peso vivo metabólico (PV 0,75) médio no teste foi
calculado como:
PV 0,75= [α + β* (dias teste/2)] 0,75
Em que: α e β são descritos anteriormente.
14
Através da equação de regressão do consumo de matéria observado em função
do GMD e (PV 0,75), obteve-se o consumo de matéria seca predito:
CMS= β0 + βP* PV 0,75 + βG*GMD + ε (CAR),
Em que β0 é o intercepto da regressão, βP e βG são coeficientes de regressão linear do
peso metabólico e do ganho médio diário, respectivamente, e ε é o resíduo da equação
(CAR).
A conversão alimentar (CA) foi calculada como a razão entre o CMS e GMD, a
eficiência alimentar (EA), foi calculada como a razão entre o GMD e o CMS. A taxa de
Kleiber (TK) foi obtida dividindo-se o GMD pelo PVMET, assim como a eficiência
parcial de crescimento (EPC) foi obtida pela da razão entre o GMD e a diferença entre
CMS observado e o predito para a mantença, em que o CMS esperado para a mantença
foi considerado a partir do NRC (1996). Obteve-se a taxa de crescimento relativo
(TCR), levando-se em consideração o peso vivo inicial (PVI) e o peso vivo final (PVF)
no período do teste: TCR= 100* (log PVF- log PVI) / dias em teste.
3.4.4 Amostras de Sangue
As amostras de sangue foram coletadas durante as pesagens em jejum, sendo
duas coletas para os machos e quatro coletas para as fêmeas. Foi efetuada a venopunção
da veia jugular com agulhas de calibre 25x8 em tubos vacuteiner de 10 ml, totalizando
três tubos por animal: um tubo com ácido etilenodiamino tetra-acético (Vacuplast,
EDTA. K3) (análises hematológicas), um tubo sem anticoagulante (Vacuplast, Ativador
de coágulo) (análises sorológicas), e um tubo com Heparina (Labor IMPORT, Heparina
de Sódio) (análises bioquímicas). Na coleta as amostras foram imediatamente
homogeneizadas e acondicionadas em gelo a 4° C. Os horários e manejo durante as
coletas foram padronizados.
As amostras coletadas nos tubos com EDTA e sem anticoagulante foram
imediatamente, após a coleta, enviadas ao laboratório de análises clínicas para efetuação
de hemograma completo e determinação de níveis séricos de plaquetas (PLA), aspartato
amino transferase (AST), proteínas totais (PT) e creatinina (CREA).
Todas as determinações de concentrações séricas foram realizadas no
equipamento Biosystems, modelo 370, analisador automático. A concentração de
plaquetas (PLA) foi determinada em câmara de Neubauer, com reagente RESS-
15
ECKERT, o hemograma completo foi realizado em um contador de células CEKM
modelo CC 550, utilizando como reagente solução isotônica II Labor LAB.
As amostras contidas nos tubos com Heparina, imediatamente, após a coleta, (no
máximo uma hora e meia) foram encaminhadas ao laboratório de Reprodução de
Bovinos de Corte do Instituto de Zootecnia de Sertãozinho, para centrifugação por 20
minutos a 3000 rpm, conforme descrito por Kerr (2003), desta forma ocorrendo o
isolamento do plasma, do qual foram transferidas alíquotas para tubos eppendorfs de 1,5
ml. Foram identificados, armazenados e congelados dois tubos eppendorfs para cada
animal por coleta, para posterior análise bioquímica de Glicose (GLI), Ureia,
Triglicerídeos (TGL) , Cortisol (CORT), Insulina (INS) e IGF-1.
Após o período experimental os tubos eppendorfs contendo as amostras de
alíquotas que foram armazenadas e congeladas, foram encaminhados ao laboratório de
fisiologia animal (LAFA), da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos
(FZEA) / Pirassununga -SP, pertencente a Universidade São Paulo (USP).
Para a determinação bioquímica de glicose, ureia e triglicerídeos foram
utilizados kits comerciais com métodos enzimáticos, da marca LaborLab, já para a
determinação quantitativa de níveis de cortisol, insulina e IGF-1 foram utilizados kits
comerciais da marca Monobind Inc. (Accubind) e Enzo Life Science (IGF-1 (human),
EIA), respectivamente, sendo que para estas dosagens hormonais aplicou-se o método
ELISA (Enzyme – Linked Immunosorbent Assay), que se baseia na interação anticorpo-
antígeno.
As amostras foram pipetadas manualmente em duplicata nas placas de
microtitulação, as quais foram analisadas em aparelho Labsystems Multiskan MS e as
dosagens tanto nos métodos enzimáticos como no método ELISA foram determinados
através de colorimetria. Os valores obtidos foram comparados aos das curvas padrão de
cada placa, desta forma verificando a coerência dos valores. Para validar as amostras
foram selecionados, na primeira placa de leitura, 2 amostras ( uma com a menor
concentração e outra com a maior concentração), e estas foram repetidas nas demais
placas de microtitulação, avaliando assim a confiabilidade do método. Após leitura no
aparelho os valores foram verificados de acordo com as curvas padrão e as amostras que
apresentaram valores discrepantes e/ou coeficiente de variação (CV) maior que 20%
entre as duplicatas foram refeitas. A precisão intra-ensaios e entre-ensaios estão
apresentadas na Tabela 2.
16
Tabela 2 Coeficiente de variação (CV) intra-ensaios e entre-ensaios das determinações de glicose, uréia, triglicerídeos, cortisol, insulina e IGF-1
AMOSTRASCV INTRA-ENSAIO (%) CV ENTRE-ENSAIO (%)
PADRÃOBaixo Médio Alto Baixo Médio Alto
Glicose --- 4,9 --- --- 6,9 ---Ureia --- 2,7 --- --- 2,9 ---Triglicerídeos --- 2,6 --- --- 9,2 ---Cortisol 8,2 6,4 6,1 9,7 7,0 7,3Insulina 8,0 4,9 5,1 9,8 5,6 6,8IGF-1 8,9 4,9 3,6 10,9 7,1 3,4
3.5. Análise Estatística
O cálculo do CAR foi feito por meio do procedimento GLM do SAS (SAS, 9.2).
No experimento com os machos o delineamento foi inteiramente casualizado, já para as
fêmeas o delineamento foi em blocos casualizados. Os modelos de cálculo do CAR
estão descritos abaixo:
Eq (1): CMS = - 0, 155+ (0, 070)*PV 0, 75 + (1, 721)*GMD + erro; (r²= 0,94)
Eq (2): CMS = - 0, 529 + (0, 076)*PV 0, 75 + (2, 777)*GMD – (0, 382) + erro; (r²= 0,74)
Eq (3): CMS = - 0, 529 + (0, 076)*PV 0, 75 + (2, 777)*GMD + (0) + erro; (r²= 0, 74)
A equação eq. (1) refere-se as análises feitas para os machos, na qual foi
considerado o PV médio metabólico, ganho médio diário e respectivos coeficientes de
regressão. A equação eq. (2) e (3) referem-se ao calculo do CAR para as fêmeas,
considerado as duas instalações utilizadas.
Os animais foram posteriormente classificados em:
- Baixo CAR: (< média - 0,5 DP); sendo 19 fêmeas e 21 machos;
- Médio CAR: (± 0,5 DP da média); sendo 21 fêmeas e 21 machos;
- Alto CAR: (> média + 0,5 DP); sendo 16 fêmeas e 20 machos;
Foram avaliados parâmetros de desempenho, eficiência e sanguíneos e as
variáveis analisadas foram: peso vivo inicial (PVI), peso vivo final (PVF), peso vivo
metabólico (PV 0, 75), ganho médio diário (GMD), consumo de matéria seca (CMS),
consumo de matéria em porcentagem de peso vivo (CMSPV), consumo de matéria seca
17
por peso vivo metabólico (CMS PV 0,75),conversão alimentar (CA), eficiêncial alimentar
(EA), eficiência parcial de crescimento (EPC), taxa de crescimento relativo (TCR), taxa
de Kleiber (TK), área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura de cobertura de
lombo (EGL), glicose (GLI), ureia, creatinina(CREA), triglicerídeos (TGL), proteínas
totais (PT), aspartato aminotransferase (AST), cortisol (CORT), insulina (INS), IGF-1,
plaquetas (PLA), hemácias (HEM), hemoglobina (HEMG), hematócrito (HEMT),
volume corpuscular médio (VCM), leucócitos (LEU), seguimentados (SEG) e linfócitos
(LINF).
Para avaliar as variáveis sanguíneas tanto de machos quanto de fêmeas, foram
consideradas as médias dos registros obtidos nas coletas inicial e final para os machos e
nas coletas inicial, intermediária I, intermediária II e final das fêmeas, compondo um
valor médio por animal. Conforme mencionado, a quantidade e datas de coletas foram
distintas para os sexos.
Todos os dados foram verificados quanto à normalidade e homogeneidade de
variância por histogramas e testes estatísticos formais do SAS (SAS, 9.2). Os dados que
não apresentaram distribuição normal foram transformados para bases logarítmas, no
entanto para comparações de valores as médias das variáveis foram apresentadas tanto
em valores absolutos quanto na base logarítma (Tabela 4 e 5). As análises foram feitas
utilizando o procedimento MIXED do SAS (SAS, 9.2) e o modelo misto de análise
incluiu os efeitos aleatórios de instalação e os efeitos fixos de sexo, classes de CAR (1,
2, 3) e o efeito linear da covariável idade dentro de sexo. As médias ajustadas pelo
método dos quadrados mínimos foram analisadas pelo teste t. Foram consideradas
significativas as diferenças ao nível de 10% de probabilidade.
As estimativas de correlações residuais entre características de eficiência
alimentar e perfil sanguíneo foram obtidas utilizado o procedimento GLM (MANOVA)
do SAS (SAS, 9.2). O modelo de ajuste incluiu os efeitos fixos de sexo e idade dentro
de sexo como covariável linear.
Adicionalmente, somente para o grupo das fêmeas as variáveis sanguíneas
(obtidas em quatro coletas distintas) foram analisadas nos dias de coleta utilizando
procedimento MIXED do SAS (SAS, 9.2). O modelo de análise inclui o efeito aleatório
de instalação e os efeitos fixos de dia de coleta e classes de CAR (1, 2, 3). O tipo de
estrutura de covariância utilizado para a modelagem do resíduo foi escolhido de acordo
com o critério de informação Bayesiano de Schawarz (BIC). Dentre todos os tipos de
estruturas de erros investigadas, a desestruturada (UN) e a Toeplitz Heterogênea foram
18
as mais adequadas para as variáveis Aspartato Aminotransferase e Proteínas Totais,
respectivamente. A opção pdiff e o teste t foram aplicados para verificar as diferenças
entre as médias de classes de CAR.
19
20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Características de desempenho e eficiência alimentar
Não foram observadas diferenças significativas (P> 0,10) para as estimativas das
médias de PV inicial (PVI), final (PVF), peso vivo metabólico (PV 0,75) e GMD de
animais classificados em baixo, médio e alto CAR (Tabela 2), confirmando que o CAR
em bovinos é independente de crescimento e tamanho corporal. Tais resultados
assemelham-se com os encontrados por Del Claro et al. (2012) no estudo de meta-
análise de parâmetros genéticos relacionados ao CAR e suas características
componentes em bovinos, confirmaram por meio de estimativas combinadas de
correlações genéticas e fenotípicas que o CAR é genética e fenotipicamente pouco
associado ao GMD e ao PV 0,75.
A variável CMS, expressa em kg. d-1 (P < 0, 01), g. (kg PV 0,75) -1 (P < 0,01) e
porcentagem do PV (P < 0,01), foram diferentes entres as classes de CAR, sendo menor
em animais baixo CAR (mais eficientes). Os animais mais eficientes apresentaram o
ganho de peso muito próximo ao observado para os menos eficientes (0, 781 e 0, 778
kg. d-1, respectivamente), porém, consumiram 10,45% menos alimentos.
Não foram encontradas diferenças (P> 0,10) para CA e EA entre os animais
baixo, médio e alto CAR (Tabela 2), demonstrando que embora estas características
sejam razões diretas entre consumo de matéria seca e ganho de peso, apresentam
limitações quanto a identificação de animais que foram realmente eficientes na
utilização de alimentos, ou seja, consumiram menos alimentos para obter o mesmo
21
ganho. Tampouco as TCR e TK diferiram significativamente entre as classes de CAR
(P> 0,10) (Tabela 3), o que já era esperado, pois se tratam de medidas indiretas de
eficiência levando em consideração apenas o GMD e PV (os quais não diferiram), o que
indica que mesmo estes animais tendo consumo diferente, mantiveram
proporcionalmente o peso médio e o ganho de peso. Nkrumah et al. (2004), avaliando
características de eficiência em bovinos de corte Angus e Charolês, observaram que
tanto a TCR, quanto a TK, não evidenciam óbvias diferenças de eficiência no uso de
alimentos entre os animais.
A EPC foi superior em animais de baixo CAR (P < 0, 01) (Tabela 3),
corroborando com resultados encontrados por Magnani (2011, que avaliou o consumo,
desempenho e metabolismo de novilhas Nelore na mesma categoria. Embora seja
dependente do crescimento e tamanho animal, esta medida assemelha-se com o CAR,
pois leva em conta a eficiência nas partições de consumo em requerimentos de
mantença e produção, sendo mais sensível as variações na eficiência alimentar
individual.
Não foram encontradas diferenças (P> 0,10) para AOL, EGL e EGG entre as
classes de CAR. Bonilha et al. (2009), trabalhando com bovinos Nelore em diferentes
classes de CAR, também não encontraram diferenças significativas nos teores de
gordura corporal e componentes obtidos na carcaça post mortem. No presente estudo tal
resultado pode ser atribuído ao fato de que estes animais ainda não haviam atingido a
maturidade, uma vez que o tecido adiposo é o último a ser formado no desenvolvimento
do animal, fase esta em que o desenvolvimento ósseo está completo e o muscular se
aproxima do seu ponto de crescimento máximo (GUYTON e HALL, 1997).
Em relação ao sexo foram encontradas diferenças (P< 0,01) para as variáveis
PV, PVI, PVF e PV 0,75, sendo todos os valores superiores para machos, indicando que
há distinções nas taxas de crescimento e desenvolvimento entre machos e fêmeas, uma
vez que tanto o consumo quanto o ganho foram semelhantes para ambos os sexos. Tal
processo pode estar ligado ao metabolismo celular na deposição de tecidos, que em
virtude de diferenças de hormônios esteróides, tem efeitos mais expressivos nas
mudanças fisiológicas em machos (GUYTON e HALL, 1997).
22
Tabela 3 Médias ajustadas e respectivos erros-padrão das características de desempenho e eficiência de acordo com as classes de CAR
VariáveisCLASSES DE CAR P -
valorClasses
SEXO P – valorSexoBaixo Médio Alto Fêmeas Machos
N° Animais 40 42 36 --- 56 62 ---Idade Inicial (dias) --- --- --- --- 290 ± 3,52 261 ± 2,93 ---PVI (kg) 236,70 ± 16,81 234,82 ± 16,79 230,57 ± 16,89 0,5468 207,35 ± 19,21 a 260,70 ± 26,86 b 0,0048PVF (kg) 299,17 ± 16,56 292,48 ± 16,53 292,04 ± 16,66 0,4347 264,77 ± 18,87 a 324,35 ± 26,29 b 0,0032PV0,75 (kg) 66,29 ± 3,16 65,48 ± 3,15 64,94 ± 3,17 0,4710 60,44 ± 3,60 a 70,71 ± 5,03 b 0,0032GMD (kg. d-1) 0,78 ± 0,02 0,78 ± 0,02 0,78 ± 0,03 0,9937 0,69 ± 0,02 0,87 ± 0,02 0,6952CMS (kg. d-1) 5,74 ± 0,11 a 6,07 ± 0,11 b 6,41 ± 0,12 c <0,0001 5,79 ± 0,12 6,36 ± 0,14 0,1522CMSPV (%PV) 2,16 ± 0,20 a 2,34 ± 0,20 b 2,50 ± 0,20 c <0,0001 2,49 ± 0,23 2,18 ± 0,32 0,1227CMS PV 0,75
(g. (kg PV 0,75)-1)86,87 ± 6,20 a 93,42 ± 6,20 b 99,60 ± 6,22 c <0,0001 96,65 ± 7,11 89,94 ± 9,96 0,2245
CA (kg MS. g ganho-1) 7,49 ± 0,53 a 8,10 ± 0,53 ab 8,52 ± 0,54 b 0, 8452 8,56 ± 0,59 7,52 ± 0,80 0,5120EA (g ganho. kg MS-1) 0,13 ± 0,01 a 0,13 ± 0,01 ab 0,12 ± 0,01 b 0,6523 0,12 ± 0,01 0,14 ± 0,01 0,6019EPC (g ganho. kg MS-1) 0,43 ± 0,03 a 0,37 ± 0,03 b 0,32 ± 0,03 c < 0,0001 0,34 ± 0,04 0,40 ± 0,05 0,5939TCR (kg PV. d-1) 0,12 ± 0,01 0,11 ± 0,01 0,12 ± 0,01 0,1163 0,13 ± 0,01 0,11 ± 0,01 0,4699TK (g ganho. kg-1) 0, 012 ± 0,01 0, 012 ± 0,01 0, 012 ± 0,01 0,8030 0, 011 ± 0,01 0, 012 ± 0,01 0,3313AOL (cm²) 45,75 ± 3,28 45,23 ± 3,27 45,38 ± 3,30 0,9111 42,41 ± 3,73 48,48 ± 5,19 0,1120EGL (cm²) 1,80 ± 0,47 1,62 ± 0,47 1,57 ± 0,48 0,2336 1,21 ± 0,54 2,12 ± 0,76 0,1380EGG (cm²) 4,54 ± 0,60 4,14 ± 0,60 4,21 ± 0,61 0,2347 4,45 ± 0,69 4,14 ± 0,95 0,4102
Médias seguidas de mesma letra, nas linhas, não diferem significativamente entre si por teste t a 5% de probabilidade; P= nível de significânciaPVI= Peso vivo inicial; PVF= Peso vivo final; PV 0,75= Peso vivo médio metabólico; GMD= Ganho médio diário; CMS= Consumo de matéria seca; CMSPV= consumo de matéria seca por peso vivo; CMSPV 0,75= Consumo de matéria seca por peso vivo médio metabólico; CA= Conversão alimentar; EA= Eficiência alimentar; EPC= Eficiência parcial de crescimento; TCR= Taxa de crescimento relativo; TK= Taxa de Kleiber; AOL= Área de olho de lombo; EGL= Espessura de gordura de cobertura de lombo; EGG= Espessura de gordura na garupa
23
4.2. Parâmetros Sanguíneos
Os valores de Glicose (GLI), Ureia, Creatinina (CREA), Triglicerídeos (TGL),
Proteínas Totais (PT), Aspartato Aminotransferase (AST), Cortisol (CORT), Insulina
(INS), IGF-1, Plaquetas (PLA), Hemácias (HEM), Hemoglobinas (HEMG),
Hematócritos (HEMT), Volume Corpuscular Médio (VCM), Leucócitos (LEU),
Seguimentados (SEG) e Linfócitos (LIN) (Tabela 4), estão dentro da faixa de
normalidade para a espécie bovina, conforme valores relatados por Jain (1993), Kaneko,
Harvey e Bruss (1997), Dias Junior et al. (2006).
Tabela 4. Média, desvio-padrão, coeficiente de variação (CV) e amplitude de variação de parâmetros sanguíneos em diferentes classes de CAR
Variáveis Média DP Mínimo Máximo Amplitude*
Parâmetros metabólicosGLI (mg. dl-1) 69,73 12,77 43,32 127,26 (45--- 75)UREIA (mg. dl-1 32,60 6,31 22,16 59,42 (30,5 --- 64,2)CREA(mg. dl-1) 2,17 3,85 1,26 2,68 (1 --- 2)TGL (mg. dl-1) 26,65 11,80 11,05 72,71 (7 --- 150)PT (g. dl-1) 6,46 0,41 3,80 6,90 (6 --- 8)AST(U. L-1) 90,39 18,00 53,50 173,00 (20 --- 94)
Parâmetros HormonaisCORT(µg. dl-1) 5,30 1,76 1,98 12,16 (2 --- 10)INS (µIU. ml-1) 3,97 1,86 1,42 14,58 (2 --- 9)IGF-1(ng. ml-1) 41,72 10,52 19,73 69,79 (10 --- 200)
Parâmetros HematológicosPLA (mil. (mm3) -1) 450,91 59,71 315,25 589,00 (200 --- 800)HEM (milhões. (mm3) -1) 4,86 0,41 3,80 6,90 (5 --- 10)HEMG (g. dl-1) 14,45 1,11 11,55 17,40 (8 --- 15)HEMT (%) 43,76 3,34 34,50 53,50 (24 --- 46)VCM (fl) 90,05 2,96 69,35 96,30 (40 ---120)LEU (mil. (mm3) -1) 15,40 2,14 8,40 20,22 (4 --- 12)SEG (%) 38,66 5,86 18,00 53,00 (10 --- 80)LINF (%) 53,76 6,17 38,50 67,50 (15 --- 60)
Amplitude = variação entre máximo e mínimo de acordo com a literatura, GLI= Glicose, CREA= Creatinina, TRIG= Triglicerídeos, PT= Proteínas Totais, AST= Aspartato aminotransferase, CORT= Cortisol, INS= Insulina, HEM= hemácias, HMG= hemoglobina, HMT= hematócrito, VCM= volume
Resultados semelhantes foram encontrados por Abud et al. (2008), avaliando o
perfil hematológico de novilhas Nelore no período peri-puberal. Anormalidades nestes
valores podem demonstrar possível quadro de distúrbios metabólicos e hormonais ou
até mesmo de estresse do animal, pois a razão entre o fornecimento e demanda de
24
oxigênio está diretamente ligada ao estímulo fundamental para a produção de hemácias,
a qual pode ser afetada pelo desequilíbrio entre estes parâmetros (KERR, 2003).
4.2.1. Parâmetros metabólicos
Não foram encontradas diferenças para GLI (P > 0,10) entre as classes de CAR
(Tabela 5.), corroborando com Gomes (2009) que trabalhando com animais da raça
Nelore, observou que a variação quanto ao CAR não esteve relacionada com parâmetros
sanguíneos e nível de glicose plasmática em novilhos submetidos a estresse de jejum.
Isso pode se atribuído ao fato de que quando o animal está em jejum as concentrações
plasmáticas de glicose são mantidas pela mobilização de carboidratos por meio de
glicogenólise, lipólise e gliconeogênese (KERR, 2003). A concentração plasmática
adequada de glicose é essencial para o funcionamento normal do organismo,
principalmente o cérebro. Para garantir a manutenção desta, o organismo utiliza vias
elaboradas, assim esta pode vir de outra fonte, dependendo da disponibilidade atual
metabólica de carboidratos (KERR, 2003). Nos ruminantes, estes carboidratos são
degradados no rúmen em ácidos graxos de cadeia curta, sendo os principais o
propiônico, o acético e o butírico (ANTUNES; RODRIGUEZ; SALIBA, 2011).
Não houve diferença significativa (P > 0,10) para UREIA, CREA, TGL, PT e
AST entre as classes de CAR (Tabela 5). Resultados semelhantes foram relatados por
Richardson et al. (2004) avaliando diferenças metabólicas em Angus. Estas variáveis
são produtos metabólicos envolvidos na excreção de nitrogênio. O ciclo da ureia
converte os íons tóxicos de amônia em moléculas inócuas para excreção, a qual
representa gasto de energia para o animal. De acordo com López et al. (2004) as baixas
concentrações de ureia plasmática em ruminantes indicam utilização mais eficiente dos
carboidratos fermentescíveis no rúmen para a síntese de proteína microbiana, ou
inibição na atividade proteolítica microbiana, uma vez que animais menos eficientes
teriam maiores taxas de quebra protéica, que são processos que aumentam o gasto
energético com mantença desses animais, disponibilizando menos nutrientes para
produção (MCDONAGH; HERD; RICHARDSON, 2001). Foram encontradas
diferenças para TRIG (P < 0,05) (Tabela 5) entre sexos, em que as fêmeas apresentaram
valores superiores em relação aos machos, indicando que estas têm maior deposição de
gordura. As fêmeas iniciam a deposição de gordura com pesos menores do que os
25
machos, independente do nível de energia da dieta, o que está relacionado com a
presença de hormônios androgênicos que em machos condicionam um metabolismo
mais intenso, e que há maiores taxas de lipólise e acetogênese (RIBEIRO, 2003).
26
Tabela 5. Médias ajustadas e respectivos erros-padrão das características de parâmetros metabólicos de acordo com as classes de CAR e sexo de bovinos Nelore
Variáveis
Classes de CAR P-valorCAR
Sexo P-valorSexoBaixo Médio Alto Fêmeas Machos
N° Animais 40 42 36 --- 56 62 ---GLI (mg. dl-1) 70,36 ± 2,83 71,70 ± 2,72 69,33 ± 2,91 0, 7210 75,01 ± 2,92 65,91 ± 3,52 0, 2158Log Glicose 4,27 ± 0,07 4,25 ± 0,07 4,25 ± 0,04 0, 8437 4,33 ± 0,04 4,19 ± 0,05 0, 1275UREIA (mg. dl-1) 33,50 ± 1,10 31,02 ± 1,03 31,71 ± 1,16 0, 2358 33,20 ± 1,02 31,62 ± 0,93 0, 5702CREA(mg. dl-1) 2,71 ± 0,69 1,92 ± 0,64 1,63 ± 0,72 0, 4674 1,79 ± 0,64 2,39 ± 0,58 0, 7398Log CREA 1,08 ± 0,05 1,04 ± 0,05 1,00 ± 0,06 0, 5700 1,03 ± 0,05 1,05 ± 0,05 0, 8922TRIG (mg. dl-1) 24,15 ± 2,06 25,82 ± 1,92 24,77 ± 2,17 0, 8311 25,88 ± 1,92a 23,95 ± 1,74b 0, 0179*PT (g. dl-1) 6,42 ± 0,09 6,34 ± 0,08 6,54 ± 0,09 0, 1834 6,54 ± 0,09 6,33 ± 0,10 0, 2344AST(U. L-1) 92,91 ± 4,03 92,61 ± 3,88 89,34 ± 4,15 0, 6252 88,82 ± 4,17 94,43 ± 5,03 0, 2187
Médias seguidas de mesma letra, nas linhas, não diferem significativamente entre si por teste t a 5% de probabilidade, † P= < 0, 10; * P= < 0,05; ** P= <0,01; ***P= < 0, 001 de probabilidade; P- valor = nível de significância. GLI= Glicose, CREA= Creatinina, TRIG= Triglicerídeos, PT= Proteínas Totais, AST= Aspartato Aminotransferase, LOG= Transformação de base para variáveis que não apresentaram distribuição normal.
27
4.2.2. Parâmetros Hormonais
Não foram encontradas diferenças significativas (P > 0,10) para cortisol,
contradizendo os resultados encontrados por Richardson e Herd, (2004) onde animais
mais eficientes tiveram menores níveis sanguíneos de cortisol e insulina e maiores de
triglicerídeos. Estas respostas podem estar relacionadas com a reciclagem dos tecidos
durante as mudanças na composição corporal.
Foram encontradas diferenças significativas para a concentração de insulina (P <
0,10) (Tabela 6), sendo maiores em animais com baixo CAR, diferente dos resultados
obtidos por Kelly et al. (2009) que avaliaram novilhas de classes divergentes de CAR.
A insulina é um hormônio anabólico, produzido pelo pâncreas em resposta a alterações
dos níveis plasmáticos de glicose (VOLP; REZENDE; ALFENAS, 2008). Nos
músculos e tecido adiposo a insulina promove a captação e armazenamento de glicose
em forma de glicogênio e diminui a liberação de ácidos graxos livres, afetando desta
forma a lipólise e a lipogênese, minimizando a oxidação e estimulando a deposição de
gorduras (CUNNINGHAM, 2004). Este hormônio é capaz de atuar no hipotálamo, onde
interage nos mecanismo de controle da fome e saciedade, através de dois sistemas
reguladores. O primeiro sistema regulador é desencadeado pela insulina presente nas
células β das Ilhotas de Langerhans, que por meio da expressão de neuropeptídeos
sensíveis à baixa glicemia plasmática estimulam a secreção de glucagon, que por sua
vez, induz a utilização de reservas glicídicas e estimula o processo de gliconeogênese,
condicionando maior sensação de fome ao animal (GUYTON e HALL, 1997). O
segundo sistema é desencadeado a partir da maior concentração de insulina plasmática,
que por meio de glicorreceptores hipotalâmicos desencadeia a secreção de alguns
hormônios, entre eles o hormônio do crescimento, que pode atuar indiretamente na
lipólise, disponibilizando ácidos graxos como fonte de energia ao organismo,
condicionando sensação de saciedade (LUYCKX e SCHEEN, 2003).
Quando há maiores concentrações de glicose na corrente sanguínea esta é transportada
para dentro das células através da insulina, a qual liga-se a receptores insulinodependentes,
inseridos nas membranas celulares (CUNNINGHAM, 2004). No entanto no presente trabalho
não foram encontradas diferenças (P > 0,10) para a concentração de glicose plasmática, porém
houve uma maior concentração de insulina (que é desencadeada primordialmente pela maior
concentração de glicose) em animais mais eficientes, desta forma sugere que estes animais tem
uma incidência maior na diminuição da resposta de células receptoras a insulina,
principalmente nas células musculares e adiposas, a diminuição desta resposta pode ser tanto
28
genética quanto por uma supersaturação de moléculas energéticas no organismo que leva a
desativação das proteínas receptoras de insulina. Como as células precisam de glicose para
sobreviver, o organismo compensa esta desativação produzindo quantidades adicionais deste
hormônio, resultando em excesso de insulina no sangue e estimulação exagerada dos tecidos
que permanecem sensíveis a ela (FORBES, 2007). Uma vez que as concentrações sanguíneas
de glicose estão em equilíbrio, porém este metabólito não consegue entrar na célula através do
transporte pela insulina, o sistema regulador de glicose por glicorreguladores entra em ação,
liberando entre outros o hormônio do crescimento (GH), o qual a nível celular é transcrito a
IGF-1. O IGF-1 é um peptídeo mitogênico que atua como um regulador positivo na
proliferação celular. É secretado pelo fígado, liberado na circulação e transportado por
proteínas de ligação (IGFBPs), até seus tecidos-alvos (ESCOTT, 2012). Uma vez presente nos
tecidos alvo, o IGF-1 desencadeia a síntese protéica para o crescimento e aumento de células
somáticas, utilizando ácidos graxos provenientes de células adiposas como fonte de energia,
assim poupando o uso de fontes glicídicas (LUYCKX e SCHEEN, 2003) e desta forma atua no
centro da saciedade, resultando na diminuição da ingestão de alimentos (RANDALL;
BURGGREN; FRENCH, 2000). Sugerindo que IGF-1 influencia o crescimento, composição
corporal e a eficiência alimentar (LOBLEY, 1992). Tal explicação ilustra os resultados do
presente trabalho, uma vez que foram encontradas diferenças significativa (P < 0,10) para as
concentrações de IGF-1 entre as classes de CAR (Tabela 6), sendo maior em animais baixo
CAR, corroborando com os resultados encontrados por Kelly et al. (2012) que observaram uma
associação negativa entre CAR e receptores de IGF-1 na avaliação da expressão de genes que
constituem o eixo somatotrófico no músculo esquelético em novilhas divergentes quanto ao
CAR. De maneira geral é possível relacionar as diferenças encontradas tanto para Insulina,
quanto para IGF-1, ao passo que estes resultados sugerem que a maior concentração plasmática
de insulina em animais baixo CAR, pode desencadear efeitos no eixo do crescimento,
estimulando indiretamente a produção de IGF-1, que por sua vez poupa o uso de fontes
glicídicas nos processos anabólicos e assim condiciona maior sensação de saciedade, sem
alterar os mecanismos de crescimento e desenvolvimento destes animais.
Conforme já mencionado a elevação da glicose na corrente sanguínea estimula a
secreção de insulina, pois existe uma interrelação de retroalimentação bem ajustada
entre a velocidade de secreção de insulina e a concentração de glicose sanguínea. Desta
forma esta relação (glicose: insulina) pode fornecer importantes informações a respeito
deste sistema de retroalimentação, uma vez que em níveis baixo de glicose não há
secreção de insulina, desta forma o glucagon é produzido e induz a utilização de glicose
29
armazenada em glicogênio. Quando esta reserva é totalmente consumida, o fígado é
estimulado a produzir glicose (gliconeogênese), a fim de equilibrar a concentração desta
no organismo. A medida que as reservas de glicose foram utilizadas, o organismo
necessita de uma reposição e assim induz a ingestão de alimentos e desta forma reinicia-
se a interrelação de retroalimentação entre glicose e insulina. Foram encontradas
diferenças para a relação Glicose: Insulina (P < 0,01) (Tabela 6), sendo esta menor em
animais com baixo CAR, o que já era esperado, pois apresentaram maiores valores de
insulina. Tal fato reforça ainda mais as suspeitas sobre o mecanismo de repostas dos
receptores insulinodependentes nas membranas das células, pois não houve uma
elevação nas concentrações de glicose para que se elevasse a produção insulina de
insulina nestes animais.
Em relação ao sexo não foram encontradas diferenças (P > 0,10) para os
parâmetros hormonais avaliados (Tabela 6), o que sugere que as diferença entre gêneros
se dão primordialmente entre os tipos de hormônios esteróides que condicionam
metabolismos de crescimento e maturação diferente entre os sexos e não
necessariamente na eficiência na utilização de alimentos por estes animais (PAULINO
et al, 2008)
30
Tabela 6 Médias ajustadas e respectivos erros-padrão das características de parâmetros hormonais de acordo com as classes de CAR e sexo de bovinos Nelore
Variáveis
Classes de CAR P-valor CAR
Sexo P-valor SexoBaixo Médio Alto Fêmeas Machos
N° Animais 40 42 36 --- 56 62 ---CORT(µg. dl-1) 4,99 ± 0,29 5,37 ± 0,28 5,54 ± 0,31 0, 3462 4,94 ± 0,27 5,66 ± 0,25 0, 8485IGF-1(ng. mL-1) 41,49 ± 1,69 a 43,82 ± 1,62 a 39,05 ± 1,76 b 0, 0565† 33,85 ± 1,70 49,05 ± 1,91 0, 7366INS (µIU. mL-1) 4,17 ± 0,29 3,86 ± 0,27 4,17 ± 0,31 0, 6618 3,13 ± 0,27 5,01 ± 0,24 0, 3331Log Insulina 1,63 ± 0,04 a 1,55 ± 0,04 a 1,46 ± 0,04 b 0, 0173* 1,34 ± 0,04 1,76 ± 0,04 0, 6077Log GLI: INS 2,70 ± 0,08 a 2,86 ± 0,08 a 3,10 ± 0,09 b 0, 0024** 3,35 ± 0,08 2,42 ± 0,07 0, 9577GLI: INS 19,15 ± 1,37 a 20,91 ± 1,34 a 25,13 ± 1,47 b 0, 0065** 29,06 ± 1,29 14,40 ± 1,21 0, 5721
Médias seguidas de mesma letra, nas linhas, não diferem significativamente entre si por teste t a 5% de probabilidade, † P= < 0,10; * P= < 0,05; ** P= <0,01; ***P= < 0, 001 de probabilidade; P- valor = nível de significância. CORT= Cortisol, INS= Insulina, GLI: INS= Relação entre a concentração de Glicose com a concentração de Insulina, LOG= Transformação de base para variáveis que não apresentaram distribuição normal.
31
4.2.3 Parâmetros Hematológicos
Não foram encontradas diferenças (P > 0,10) para PLA e as variáveis
eritrocitárias (HEM, HEMG, HEMT e VCM) LEU, SEG e LINF) entre as classes de
CAR (Tabela 7), demonstrando que não há distinção entre animais mais eficientes
(baixo CAR) e menos eficientes (alto CAR), quanto a morfologia e fisiologia das
hemácias, nas concentrações de hemoglobina presentes em seu citoplasma e na média
do tamanho dos eritrócitos (Amorin et al., 2003). Tampouco não houve diferença
significativa (P > 0,10) entre as variáveis leucocitárias (LEU, SEG e LINF) e as classes
de CAR, indicando que não há distinção entre animais mais eficientes e menos
eficientes, em relação a processos inflamatórios e respostas imunológicas a efeitos
oxidativos
Foram encontradas diferenças para VCM (P < 0,05) entre os sexos (Tabela 7),
sendo a concentração sérica maior nos machos. Tal fato pode ser atribuído as diferenças
de crescimento entre os sexos, uma vez que esta medida relaciona o volume sanguíneo
pelo número total de células, e este volume corresponde proporcionalmente ao tamanho
do animal. Esta medida é relacionada à função eritrocitária de transporte e
oxigênio/dióxido de carbono entre os pulmões e tecidos (KERR, 2003). Quanto às
variáveis imunológicas dos parâmetros celulares avaliados foram encontradas diferenças
(P < 0,05) para LEU, SEG e LINF entre os sexos, (Tabela 7) sendo superiores para os
machos. Segundo Lazzaretti et al. (2008), o principal hormônio esteróide ovariano é o
estradiol, o qual tem ação imunomodulatória na resposta inflamatória aguda de fêmeas,
causando uma ação supressora a esta resposta. Desta forma é normal encontrar maiores
contagens leucocitárias (células brancas) nos machos em relação a fêmeas.
32
Tabela 7 Médias ajustadas e respectivos erros-padrão das características de parâmetros hematológicos de acordo com as classes de CAR e sexo de bovinos Nelore
Variáveis
Classes de CAR P-valor CAR
Sexo P-valor SexoBaixo Médio Alto Fêmeas Machos
N° Animais 40 42 36 --- 56 62 ---PLA (mil. (mm3) -1) 450,44 ± 9,35 443,60 ± 8,74 453,43 ± 9,85 0,7363 427,72 ± 8,72 470,59 ± 7,90 0,5591HEM(milhões. (mm3) -1) 4,84 ± 0,09 4,83 ± 0,08 4,90 ± 0,09 0,7772 4,84 ± 0,09 4,84 ± 0,10 0,9603HEMG (g. dl-1) 14,43 ± 0,26 14,57 ± 0,24 14,56 ± 0,26 0,8252 14,38 ± 0,27 14,66 ± 0,32 0,1949HEMT (%) 43,96 ± 0,82 44,05 ± 0,80 44,02 ± 0,84 0,9922 43,87 ± 0,86 44,15 ± 1,07 0,1645VCM (fl) 90,69 ± 0,21 90,92 ± 0,46 89,79 ± 0,52 0,2133 89,72 ± 0,46a 91,21 ± 0,42b 0,0097*LEU (mil. (mm3) -1) 15,91 ± 0,38 15,25 ± 0,35 15,71 ± 0,40 0,4186 15,38 ± 0,35a 15,87 ± 0,32b 0,0958 †SEG (%) 40,78 ± 0,86 39,28 ± 0,80 39,90 ± 0,91 0,4192 37,95 ± 0,80a 42,02 ± 0,73b < 0,001***LINF (%) 51,87 ± 0,86 52,62 ± 0,80 52,34 ± 0,90 0,7989 45,07 ± 0,80a 49,49 ± 0,72b < 0,001***
Médias seguidas de mesma letra, nas linhas, não diferem significativamente entre si por teste t a 5% de probabilidade, † P= < 0,10; * P= < 0,05; ** P= <0,01; ***P= < 0, 001 de probabilidade; P- valor = nível de significância. PLA= Plaquetas, HEM= Hemácias, HEMG= Hemoglobina, HEMT= Hematócrito, VCM= Volume corpuscular médio, LEU= Leucócitos, SEG= Seguimentados, LINF= Linfócitos
33
4.3. Correlações residuais entre parâmetros sanguíneos e características de
desempenho e eficiência
Foi estimada correlação negativa entre Insulina e CAR enquanto que a
correlação entre a relação Glicose: insulina e CAR foi positiva (Tabela 8). Tais
resultados reforçam os encontrados para as médias ajustadas e classes de CAR (Tabela
5), demonstrando que animais mais eficientes têm maiores concentrações de insulina, o
que implica na otimização no uso de glicose, e desta forma a relação de glicose: insulina
tende a ser menor em animais mais eficientes. Foi observada também correlação
negativa entre CAR e plaquetas, das quais a liberação pode estar ligada a produção de
serotoninas, histaminas e ADP intrínsecos ao metabolismo nutricional (KERR, 2003).
Tabela 8 Correlações residuais entre parâmetros sanguíneos e características de desempenho e eficiência de bovinos Nelore.
Característica PVMET GMD CMS CARGlicose 0, 088 0, 040 0, 021 0, 032Ureia 0, 075 0, 113 0, 067 0, 087Creatinina 0, 134 -0, 026 0, 028 -0, 062Triglicerídeos 0, 109 0, 046 0, 068 -0, 060PT 0, 068 0, 055 -0, 029 -0, 015AST - 0, 045 0, 019 -0, 151 -0, 119Cortisol - 0, 004 0, 083 0, 113 0, 085Insulina 0, 063 0, 005 -0, 101 -0, 226*Glicose: Insulina - 0, 094 0, 001 -0, 138 0, 300**IGF-1 - 0, 037 -0, 030 -0, 107 -0, 019Plaquetas - 0, 147 -0, 154 -0, 181 -0, 011†
PT= Proteínas Totais, AST= Aspartato Aminotransferase, † P= < 0,10; * P= < 0,05; ** P= < 0,01; ***P= < 0,001
4.4. Avaliação das variáveis sanguíneas em fêmeas nos dias de coleta
Dentre as variáveis sanguíneas avaliadas para o grupo das fêmeas, considerando
as quatro coletas foram encontradas diferenças entre as classes de CAR e nos dias de
coleta (P < 0, 0001) (Figura 1 e 2) somente para PT (P= 0, 0081) e AST (P= 0, 0492).
Sendo que para essas as características a concentração foi menor em animais baixo
CAR quando comparados aos animais alto CAR. Tais resultados condizem com os
relatados por Richardson e Herd (2004) que trabalharam na investigação das bases
biológicas pertinentes as diferenças no consumo alimentar residual de bovinos de corte.
As proteínas totais refletem diferenças na taxa do metabolismo protéico e neste estudo
indicaram que animais baixo CAR tiveram um mecanismo mais eficiente na utilização
de proteína ou menor taxa de degradação protéica em comparação com animais alto
34
CAR, pois a maior concentração sérica deste metabólito está ligada a composição da
dieta e aos padrões de alimentação dos indivíduos, ou as taxas de fragmentação
miofibrilar de músculos esqueléticos (MCDONAGH et al., 2001). Conciliado a isto, a
concentração de AST, que é um marcador da função hepática, indica níveis de
catabolismo de proteínas no fígado, elucidando mais uma vez que os animais mais
eficientes tiveram menor taxa de degradação protéica, já que a concentração de AST foi
menor em animais baixo CAR (RICHARDSON e HERD, 2004). Em relação aos dias de
coleta o comportamento das variáveis (dentro das classes de CAR no decorrer de das
coletas foram semelhantes, o que indica que a identificação de animais mais e menos
eficientes em relação ao consumo não implica em prejuízos no desenvolvimento dos
mesmos. De maneira geral as diferenças encontradas entre os dias de coleta indicaram
que estes metabólitos são influenciados pela idade do animal, pelo estado fisiológico e
pelo tipo de dieta.
35
6,2
6,4
6,6
6,8
7,0
1 2 3 4Dias de coleta
PT
mg.
dL-1
CAR baixo CAR médio CAR alto PT_MÉDIA
Figura 1. Perfil da concentração de Proteínas Totais (PT), em fêmeas, dentro das classes de CAR, em diferentes dias de coleta
70
80
90
100
110
1 2 3 4Dias de coleta
AS
T m
g. d
L-1
CAR baixo CAR médio CAR alto AST Média
Figura 2. Perfil da concentração de Aspartato aminotransferase (AST), em fêmeas, dentro das classes de CAR, em diferentes dias de coleta
36
5. CONCLUSÃO
O CAR é independente dos parâmetros de desempenho, portanto a seleção de
animais mais eficientes na utilização de alimentos através desta medida não acarretará
prejuízos ao desempenho dos animais.
Os mecanismos de crescimento e desenvolvimento são diferentes entre as
classes de CAR, animais eficientes possuem maiores concentrações de insulina e IGF-1,
atuantes nos mecanismos de fome e saciedade.
O crescimento e o desenvolvimento são influenciados pelo sexo, machos
possuem taxa de crescimento mais acelerada e resposta imune superior em relação as
fêmeas.
O perfil metabólico dos animais é alterado de acordo com a idade e animais
baixo CAR são mais eficientes em relação ao metabolismo protéico.
37
6. REFERÊNCIAS
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