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SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 17 de Novembro de 2011 | ed. 181 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

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Teatro “Café Mário”, a nova peça do Centro Dramático de Évora, é uma homenagem da companhia a um dos seus fundadores, Mário Barradas, falecido em 2009. Mário Barradas trocou a advocacia pelo teatro, rumou de Moçambique a Estrasburgo e depois do 25 de Abril lançou-se na aventura da descentralização cultural. Foi assim que em 1975 surgiu o Centro Cultural de Évora (actual Cendrev).

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1500 em defesa das freguesiasManifestação juntou trabalhadores das autarquias na Praça do Giraldo, em Évora.No protesto, a que se juntaram reformados e utentes dos serviços de saúde, foi aprova-da a “Declaração de Évora”, documento que mostra o descontentamento dos manifes-tantes contra a reforma do chamado ‘Docu-

mento Verde das Freguesias’. Os promoto-res da manifestação dizem que a extinção de freguesias não contribui para poupar “a não ser que se privem as populações dos serviços essenciais prestados pelo poder lo-

cal. “As freguesias são o último serviço pú-blico que lá existe, depois de terem fechado escolas, postos médicos, transportes e ou-tros serviços”, diz o presidente da Câmara Municipal de Arraiolos, Jerónimo Lóios.

Cendrev recorda Mário Barradas

UnescoÉvora festeja classificaçãoPág.03 Dia 25 de Novembro passam 25 anos sobre a classificação do centro histórico de Évora como Património da Humanidade. A data será assina-lada com diversas iniciativas, entre as quais o lançamento de uma medalha evocativa da autoria do escultor João Cutileiro e a publicação de folhetos sobre o património histórico.

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ModaAposta na reciclagemPág.04 Em tempo de crise econó-mica, a designer de moda Ana Baleia trocou Lisboa pelo Alentejo e pela aposta na reciclagem de roupa pois as pessoas “pensam duas vezes antes de deitar uma peça para o lixo”.

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A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Godinho

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos Ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

A politica na Europa sucumbiu aos mercados. Estes arrastam os Governos democráticos, substituem-se aos cidadãos, apoderam-se da nossa liberdade. Sem visão, sem liderança na Europa, estamos condenados, sem forças para lutar contra esta nova realidade que se afirmou de forma persistente no pós crise de 2008.

O mito do pós guerra de que os Estados não faliam se trabalhassem de forma colaborativa eclipsou-se nesta crise profunda de um modelo económico e social que esgotou as respostas que a sociedade anseia. Estamos numa encru-zilhada, paralisados, sem saber que estrada tomar.

Na última reunião do G20, a Europa ficou isolada na sua crise. É um problema que a Eu-ropa terá que resolver. É neste contexto que o Orçamento de Estado para 2012 tem que ser visto. É de facto um péssimo orçamento, in-justo, que promove desigualdades sociais, que ultrapassa o limite dos sacrifícios que podem ser pedidos aos cidadãos.

O OE 2012 assenta num cenário de recessão económica, bem mais negativo (-2,8%) do que o revelado em Agosto no Documento de Estratégia Orçamental (DEO) ou em Setembro, pelo FMI, onde

era anunciada uma queda do PIB de 1,8% face a 2011. Ainda assim o OE revela-se pou-co prudente: por um lado, os cortes aplicados no rendimento dos trabalhadores, somados ao aumento dos impostos, são de dimensão sem precedentes.

Por outro, há, ainda, os riscos da econo-mia mundial. Se o cenário for mais nega-tivo, as receitas arrecadadas serão menores. Projecta-se uma forte redução do consu-mo privado (-4,8%), do consumo público (-6,2%) e do investimento (-9,5%). O único motor do crescimento económico são as exportações onde o cenário também piora.

Apresentam uma desaceleração face a 2011, passando de 6,7% para 4,8%. As importações vão baixar 4,3%, valor mais pessimista do que o projectado em Agosto que apontava para um decréscimo de 1,3%.

A Inflação atinge 3,1% em desaceleração face a 2011, mas muito acima do projectado pelo Governo no DEO em Agosto (2,3%) ou do FMI (2,1%). A confirmarem-se estas projecções, a inflação atingirá valores acima do 3%, pelo 2º ano consecutivo o que já não se observava desde 2007. O Governo revê em alta o valor da taxa de desemprego que

deverá atingir 13,4% em 2012, superior à esperada este ano de 12,5%.

Vale a pena sublinhar que esta projecção se revela pouco realista com a desacelera-ção da economia apontado pelo Governo: Ora se no DEO, apresentado em Agosto, o Governo previa uma taxa de desemprego de 13,2% para uma recessão económica de 1,8% como é que a taxa de desemprego cresce agora apenas 0,2 pontos percentuais con-tra um cenário de recessão económica mais intenso, que decresce 1,0 pontos percentuais? No domínio das prestações sociais este Orça-mento é fortemente penalizador, ultrapassando tudo o que estava consagrado no Programa de Assistência Económico e Financeiro (PAEF):

Enquanto o PAEF estabelecia um corte de 1.073M€ com as prestações sociais, o equiva-lente 0,6% do PIB, o OE2012 impõe uma redução de 2.066M€ (1,2% do PIB). Ou seja, o corte que o OE apresenta nas prestações sociais quase que duplica em valor (+993M€) e quadruplica em percenta-gem do PIB.

Este corte brutal com as prestações soci-ais é justificado na sua grande maioria pelo corte dos subsídios de férias e de natal nas

pensões face a 2011, medida não prevista no PAEF, valendo 1.260,2M€.

Verifica-se, assim, que o Governo op-tou por não aplicar algumas das medidas previstas no PAEF (contribuição especial aplicável a todas as pensões acima dos 1.500€) prevendo, em contrapartida, outras medi-das não inscritas naquele documento (como o corte nos subsídios de férias e de natal das pensões superiores a 485€ - SMN.

Ora, ainda assim, em nome do interesse Na-cional e reconhecendo a fragilidade económica e politica de Portugal no contexto internacio-nal, para evitar a degradação das condições de financiamento da nossa economia, o Partido Socialista declarou a sua abstenção na gener-alidade e na votação final do próximo dia 30. É uma atitude de responsabilidade, que o PSD, o CDS, o PCP e o BE, não revelaram quando decidiram deitar um Governo abaixo, no meio de uma crise profunda internacional.

No meio das dificuldades, todos se juntaram numa lógica de quanto pior melhor e o que im-portava era garantir a tomada do poder pela Direita. Não concordamos com o Orçamento, merecia o nosso voto contra, mas Portugal está acima do interesse partidário.

OE 2012. Um mau Orçamento em ambiente complexoAntónio SerrAnoDeputado

Todos aprendemos nos livros de história (ou através dos nossos gostos literários) que a tra-gédia nasceu na Grécia clássica, umas centenas de anos antes do nascimento de Cristo. Esta forma de drama, que se caracteriza pela sua seriedade e dramatismo, envolvia frequent-emente um conflito entre uma personagem e algum poder de dimensão superior, como a lei, os deuses ou um destino cruel e imutável. Incluía personagens à procura da sua glória, como heróis, reis, deuses e era contada em linguagem grandiosa, conduzindo o enredo a um final triste, com a destruição ou loucura de um ou vários personagens sacrificados por seu orgulho ou obsessão, ao tentarem remar contra as forças do destino.

Sinceramente, não sei se os grandes autores deste género como Sófocles e Eurípides teriam a imaginação para escrever uma história tão complexa, excêntrica e evidentemente trágica como a que sucede na Grécia e contagia a Eu-ropa e o Mundo.

Um povo de 11 milhões de pessoas, de-scrente, desorientado e revoltado. Um primeiro-ministro ávido por conquistar o seu lugar na história, inventa um referendo popular, legítimo e meritório na teoria, assustador na prática. Um líder da oposição, ambicioso pelo poder, que aprova ou rejeita planos de acção à medida das conveniências. As grandes potências europe-ias, autênticos deuses desta tragédia, impõem

o ritmo dos acontecimentos, ora com aparente benevolência de quem corta metade de uma dívida, ora com o rigor de quem impõe os seus ultimatos. Um novo chefe de governo imposto pelas circunstâncias, aparece entronizado como salvador. E um mundo inteiro em suspenso, uma vez que um leve desenvolvimento neste drama traz impactos universais.

Nesta história, algo poderia marcar a diferen-ça e evitar os destinos das tragédias do período clássico: a boa fé e o compromisso das várias partes e a certeza de que cada uma cumprirá o que dela se espera. Que não sacrificarão mais interesses globais a interesses pessoais. Que o bluff e a dissimulação vão deixar as mesas de negociação. Que se tomarão decisões corajosas, independentemente dos receios e preconceitos. Que se envolverão as pessoas no ideal euro-peu, em vez de dar a impressão que existem directórios obscuros que tudo controlam e tudo decidem. Quanto mais os povos europeus esti-verem conscientes do que está em causa, mais facilmente aceitarão o caminho da integração. É que, ao contrário do que muitos pensarão, a decisão política continua a ser superior às con-tingências da economia.

Karl Marx disse um dia, numa frase feliz, que a história acaba sempre por se repetir, a primei-ra vez como tragédia e a segunda como farsa. Palpita-me, pois, que ainda não assistimos aos últimos capítulos deste notável enredo grego.

Tragédia ou Farsa?CArloS SezõeSGestor/Consultor

“Apuramento com tranquilidade”

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ActualAutarquia vai lançar dia 25 de novembro uma medalha comemorativa assinada pelo escultor João Cutileiro.

A Câmara de Évora não irá estabelecer valores relativos ao Imposto Munici-pal de Imóveis sobre a área do centro histórico (freguesias de Santo Antão, Sé e S. Pedro e S. Mamede), apurou o Registo junto de fonte da autarquia.

O município considera que todo o centro histórico se encontra “isento da aplicação de IMI” em virtude de ser classificado Património da Humani-dade, “devendo a Câmara pugnar pela aplicação da lei”.

Esta interpretação contraria o que tem sido a prática das Finanças que consideram haver local à cobrança de IMI.Quanto às taxas respeitantes ao ano de 2011 (a liquidar em 2012), foram fixados valores de 0,8% para os prédios rústicos e 0,65% para os prédios urbanos.

Nas freguesias rurais do concelho são minoradas as taxas definidas, nos seguintes termos: em 12,5% para os prédios urbanos e em 20% para os prédios urbanos avaliados nos termos do código do IMI.

A autarquia decidiu ainda solicitar à Assembleia Municipal que delibere no sentido de “majorar em 30% a taxa aplicável a prédios urbanos degrada-dos, considerando-se como tais os que, face ao seu estado de conservação, não cumpram satisfatoriamente a sua função ou façam perigar a segurança de pessoas e bens”.

A Câmara aprovou ainda a proposta de lançamento de Derrama para 2012 no valor de 1,3% sobre o lucro tribu-tável sujeito e não isento de imposto sobre o IRC. A decisão visa “reforçar a capacidade financeira do município que os investimentos exigem” e prevê a aplicação de uma taxa reduzida de 0,5% aos sujeitos passivos com volume de negócios no ano anterior que não ultrapasse os 150 mil euros.

Centro não paga IMI

Impostos

A Câmara Municipal de Évora de-cidiu suspender o veterinário muni-cipal, Flor Ferreira, por um período de seis meses na sequência de um processo disciplinar levantado por suspeitas de “procedimentos incorrec-tos” no canil municipal da cidade.

O caso remonta a Novembro de 2010 quando duas veterinárias, igualmente objecto de procedimento disciplinar que culminou com a proposta de multa e suspensão, denunciaram irregularidades no canil, incluindo o abate alegadamente “ilegal” de sete animais.

As denúncias levaram à realização de uma manifestação junto aos Paços do Concelho exigindo o afastamento do director do canil municipal.

Veterinário suspenso

Évora

Temporal provoca estragos em Alvito

O forte temporal que se abateu durante a madrugada de segunda-feira sobre o con-celho de Alvito provocou prejuízos em di-versas explorações agrícolas. Mais de três dezenas de árvores, incluindo sobreiros de grande porte, foram arrancados pela força do vento tendo obrigado ao corte durante cerca de duas horas da Estrada Nacional 383, entre Vila Nova de Baronia e Torrão.

“Foi um mini-tornado”, diz o coman-dante dos Bombeiros Voluntários de Al-vito, António Fernando Piteira, acrescen-tando que o vento forte foi acompanhado por precipitação elevada. “Nunca assisti a

Dezenas de árvores foram arrancadas pela raiz. Prejuí-zos em diversas herdades.

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Uma sessão solene no Salão Nobre dos Pa-ços do Concelho irá assinalar, de uma for-ma mais formal, a passagem do 25 aniver-sário da classificação do Centro Histórico Évora como Património da Humanidade. Mas a autarquia organizou um conjunto de iniciativas para dia 25 de Novembro, entre as quais se destaca o lançamento de uma medalha comemorativa.

“Face à importância da efeméride, a Câ-mara Municipal de Évora lançou o repto ao escultor João Cutileiro, com o artista a aceitar de bom grado o desafio, produzin-do uma obra com um cunho muito pesso-al”, diz fonte municipal.

Incluído no programa comemorativo será lançar, pelas 18h00, no salão Nobre dos Paços do Concelho, um conjunto de folhetos coleccionáveis cujos textos estão na base das visitas guiadas realizadas no âmbito do projecto “Évora, Percursos e Memórias”.

Nestes textos vão dar-se a conhecer os principais monumentos e elementos dis-tintivos do Centro Histórico da cidade, explorando a sua arquitectura e a sua história, bem como as lendas, devoções e tradições que guardam consigo.

Revisitar um palácio, mergulhar na origem de fontes e chafarizes e nas ce-nas da realeza ou da vida quotidiana que protagonizaram na história da cidade ou simplesmente entrar pela primeira vez num monumento antes desconhecido, conduzidos pelos olhos e pela sabedoria de especialistas em arte e património são algumas das propostas.

Pelas 21h30, na Igreja de S. Francisco,

Évora celebra 25 anos de classificação pela Unescoiniciativas incluem colóquio e o lançamento de coleccio-náveis sobre património da cidade.

actuará a Orquestra da Universidade de Évora, dirigida pelo maestro Christopher Consitt Bochmann.

Antecipando-se ao programa de ce-lebrações, a autarquia irá lançar dia 24 de Novembro na Agenda Cultural uma nova rubrica denominada “Évora, 25 Anos de Património Mundial”.

Nessas páginas, vão dar-se a conhecer os principais monumentos e elementos distintivos do Centro Histórico da cida-de, explorando a sua arquitectura e a sua história, bem como as lendas e tradições que guardam consigo. A sugestão de uma obra literária irá complementar cada uma das apresentações feitas.

O Conselho Internacional de Monu-mentos e Sítios (ICOMOS), organismo da UNESCO que em Novembro de 1986 deliberou a favor da inclusão do Centro

Histórico de Évora na lista do Património Mundial, justificou essa mesma decisão com o facto de Évora cumprir muitas das demandas então exigidas para o efeito, no-meadamente dois critérios específicos: o de ser Évora o melhor exemplo de uma ci-dade portuguesa da idade do ouro (Século XVI) e de a sua paisagem urbana permitir compreender a influência da arquitectu-ra portuguesa no Brasil, em locais como São Salvador da Baía, também Património Mundial da Humanidade desde 1985.

Em 1986, o ICOMOS tomou como defini-ção do Centro Histórico de Évora a de um centro urbano único, pela sua beleza, ho-mogeneidade e dimensão, e pelo valor do seu património cultural e arquitectónico, que conta com mais de 380 edifícios clas-sificados, dos quais 36 são monumentos nacionais.

Dia 25 de Novembro passam 25 anos sobre a classificação de Évora pela UNESCO.

nada de semelhante aqui na zona”. Além das árvores, o temporal provocou

avultados prejuízos na Herdade dos Al-bardeiros, onde foram arrancadas telhas e chapas de zinco deixando inoperacio-nais diversas instalações agrícolas.

Por causa do mau tempo e do vento for-te, 12 distritos foram colocados em alerta laranja, entre os quais Portalegre, onde também se registaram prejuízos. Fonte do Comando Distrital de Operações de So-corro (CDOS) de Portalegre avançou que diversos edifícios ficaram destelhados em Alter do Chão, incluindo o mercado mu-nicipal e a igreja da Misericórdia.

Nesta vila, os bombeiros foram tam-bém chamados a diversas ocorrências ao início da tarde de segunda-feira, incluin-do quedas de árvores que causaram estra-gos em duas viaturas.

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Actual

Ana Baleia trocou lisboa pelo Alentejo, onde ensina idosos em centros de dia a reciclar peças de roupa.

Os presidentes das câmaras munici-pais de Almodôvar, Castro Verde e Ou-rique (acompanhados dos presidentes da Junta e Assembleia de Freguesia de Garvão) reuniram com a Admi-nistração da CP com o objectivo de defender a funcionalidade da Estação da Funcheira e a manutenção dos ser-viços do Intercidades que liga Lisboa ao Algarve, após rumores de que este serviço seria suprimido e posterior-mente encerrada a estação.

Os autarcas defendem que uma eventual supressão da paragem do Intercidades na Estação da Funcheira “agravaria o serviço de transportes pú-blicos” às populações dos seus conce-lhos “provocando um total isolamen-to, argumentando com a centralidade da Estação da Funcheira, bem como a sua capacidade de estação concentra-dora defendida pelos planos da CP”.

“A localização da estação da Fun-cheira permite servir com eficácia os concelhos vizinhos com uma utiliza-ção significativa e garantir a viabili-dade de um conjunto de investimen-tos em curso na região a partir das acessibilidades rodoviárias já existen-tes”, acrescentam os autarcas.

CP corta ligações

Funcheira

Museu (re)abre em Évora

O novo Museu do Artesanato e do Design de Évora (MADE) já abriu portas. Depois de um investimento de um milhão de euros na reabilitação do edifico do anti-go Centro de Artes Tradicionais, o “MADE colecção Paulo Parra” apresenta a sua pri-meira exposição. Trata-se de uma mostra, considerada única no mundo, com 125 peças dos 25 mestres do design.

“Se houver dois ou três museus no mundo que consigam fazer esta exposi-ção com o seu próprio acervo, eu ficaria muito contente, porque acho que nem sequer dois ou três museus a conseguem fazê-la, porque é muito complicado”, afir-ma Paulo Parra à Diana Fm.

Depois da polémica que envolveu o ar-

o Museu do Artesanato e do Design foi finalmente inaugurado.

ranque do projecto, em particular quanto ao destino a dar às peças existentes no an-tigo Centro de Artes Tradicionais, Paulo Parra junta ao design industrial as “for-mas úteis do artesanato alentejano”.

A recepção aos visitantes é feita com duas peças de forte simbolismo: “uma ta-lha alentejana de grandes dimensões, da-tada do século XVII, e uma vespa bastan-te mais contemporânea embora já tenha 70 anos”.

Paulo Parra é o coleccionador que cede as peças de design industrial que estão patentes neste museu. Uma colecção su-ficientemente grande para garantir, pelo menos duas exposições diferentes por ano.

Para além das exposições, o Museu do Design e do Artesanato vai ter também uma biblioteca temática, facultada pelo coleccionador. Neste momento decorre uma candidatura ao Instituto Português

de Museus para reconhecer o MADE como um “verdadeiro” museu.

Cada entrada neste museu custa, a um adulto, 2 euros, sendo que estão previstos descontos para crianças e famílias.

Fonte da Turismo do Alentejo garantiu ao Registo que O MADE vai continuar a promover a memória dos ofícios tradicio-nais do Alentejo, inserindo a produção artesanal no contexto do design, explo-rando assim novas conotações sociais e antropológicas.

“O novo espaço cultural da região apos-tará ainda numa maior rotatividade dos programas expositivos que, com a incor-poração da valiosa e prestigiada colecção de design e de artesanato do colecciona-dor Paulo Parra, ganhará seguramente uma nova dinâmica”, acrescenta a fonte.

“Formas Úteis no Artesanato Alenteja-no”, “25 Mestres do Design” e “Cadeiras de Design” são as primeiras exposições.

A designer de moda Ana Baleia trocou Lisboa pelo Alentejo e após a apresenta-ção de um projecto de reciclagem de rou-pa aprovado pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo começou a percorrer as freguesias de Odemira e de Santiago do Cacém com as “suas” Oficinas Itinerantes de reciclagem de roupa.

Foi o que encontrámos na Associação de Bem Estar Social das Ademas, na Fre-guesia de Santa Cruz, onde Ana Baleia promoveu mais uma actividade entre agulhas, dedais e tecidos.

“Como estas senhoras não trouxeram nenhuma peça de roupa para reciclar su-geri criarmos almofadas para as agulhas e é o que estamos a fazer”, disse Ana Ba-leia que já trabalhou no Hospital da Rou-pa com Dino Alves e para várias marcas de roupa.

“Estive em Cabo Verde e após o regresso a Portugal optei por vir para o Alentejo com esta ideia de formação de reciclagem de roupas”, explicou a designer de moda.

“Normalmente dou a ideia no workshop e as pessoas alinhavam a peça de roupa, executam-na em casa e no outro dia mos-tram-me o resultado, assim já reciclámos centenas de peças de roupa”, adiantou a designer de moda.

Em tempo de crise económica, Ana Ba-leia diz que pela sua experiência tem no-ção de que as pessoas pensam duas vezes antes de deitar uma peça de roupa para o lixo e se gostarem muito dessa peça de roupa, optam sempre por a guardar até um dia a poderem alterar.

A designer de moda já percorreu o con-celho de Odemira e terminou ontem as actividades no concelho de Santiago do Cacém. No total percorreu 28 freguesias.

Designer de moda promove reciclagem de roupaCerca de 150 pessoas já aderiram ao projecto que está a ser realizado no litoral alentejano.

Ana Baleia diz que as pessoas pensam “duas vezes” antes de deitar roupa fora.

“A melhor forma que arranjei de che-gar às pessoas foi dar a conhecer o meu projecto nos Centros de Dia onde a maior parte da população destas freguesias pas-sa o seu dia e tem resultado muito bem”, sublinhou Ana Baleia.

150 pessoas no total já aderiram ao pro-jecto. Um número que Ana Baleia consi-dera positivo e muito gratificante porque existe sempre solução para uma peça de roupa estragada, antiga ou que simples-mente já não é usada.

A Câmara Municipal de Santiago do Cacém decidiu não avançar este ano com a colocação da iluminação de Natal nas principais ruas e artérias do concelho devido à actual conjuntura financeira que o país e a autarquia atravessam.

Recorde-se que o Município de San-tiago do Cacém sofreu no ano passado um corte nas transferências do Orça-mento de Estado em 1,1 milhões de

euros. Em 2012 vai haver uma nova re-dução nas transferências do Orçamento de Estado. O Município de Santiago terá menos cerca de 1,7 milhões de euros que em 2010, oriundos de cortes do Orçamento de Estado.

Segundo a autarquia, a decisão de não avançar com a iluminação nata-lícia é uma das muitas já tomadas por este executivo para reduzir despesas em período de restrições orçamentais.

Santiago do Cacem não vai ter iluminação de Natal

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Alandroal prepara-se para receber, nos próximos dias 18 e 19 de Novem-bro, o VIII Fórum Ibérico de Teleme-dicina, iniciativa promovida pela Associação para o Desenvolvimento da Telemedicina (ADT), com o apoio conjunto do Município de Alandroal e Santa Casa da Misericórdia.

Com o objectivo de apresentar e discutir os últimos desenvolvimentos no campo das tecnologias associadas à telemedicina e fomentar o intercâm-bio de informação e acompanhamen-to da evolução internacional.

Os principais temas em debate incluirão, entre outros, os Hospi-tais Digitais do Futuro, o futuro da teleradiologia em Portugal ou ainda a teleformação. Durante os dois dias de trabalhos do fórum serão ainda realizadas algumas teleconferências, ligando o Alandroal a diferentes cen-tros de telemedicina.

João Grilo, presidente do município de Alandroal refere que “a telemedi-cina tem constituído uma importante resposta complementar para as popu-lações mais isoladas e representa uma filosofia de proximidade que, a par de outras soluções, tem ainda um enorme potencial de crescimento, especial-mente no contexto em que vivemos”.

Para o autarca esta é também uma oportunidade para “debater como um todo” a questão da prestação de cuidados de saúde: “De pouco nos servirá ter a telemedicina no centro de saúde de Alandroal se os doentes não se poderem deslocar até lá, por falta de transporte”.

Telemedicina em debate

Alandroal

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Actual

Protesto na Praça do Giraldo juntou centenas de trabalhadores de diversas autarquias do distrito de Évora.

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Pedro Galego | Texto

Mil e quinhentas pessoas manifestaram-se na Praça do Giraldo, em Évora contra a extinção de freguesias e os cortes nos serviços de saúde. Na manifestação, que contou essencialmente com trabalhado-res das autarquias locais e reformados, foi aprovada a “Declaração de Évora”, docu-mento que mostra o descontentamento dos manifestantes contra a reforma do chamado ‘Documento Verde das Fregue-sias’.

Os promotores da manifestação dizem que a extinção de freguesias não contri-bui para poupar a não ser que se privem as populações dos serviços essenciais prestados pelo poder local. “Em muitos dos nossos casos, as freguesias são o últi-mo serviço público que lá existe, depois de terem fechado escolas, postos médicos, transportes e outros serviços. É o último elo de ligação”, defendeu o presidente da Câmara Municipal de Arraiolos, Jeróni-mo Lóios.

O autarca foi um dos presidentes de câmara presentes na concentração pro-movida pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) em conjunto com autarquias, juntas de freguesia e sin-dicatos.

A iniciativa, em defesa do Poder Local começou logo de manhã com duas co-lunas em marcha lenta provenientes de Vendas Novas, Montemor-o-Novo, Mora e Arraiolos. Já em Évora, os manifestan-tes empunharam bandeiras pretas e ver-melhas e faixas com frases como “Roubar ao Poder Local é um ataque às popula-ções” e “Em luta contra a destruição da administração local”.

“Podem fechar as freguesias todas que, com isso, não reduzem a despesa, nem baixam o défice público”, reiterou Jeróni-mo Lóios, defendendo que as propostas do

Manifestação reúne 1500 pessoas contra extinção das freguesiasem causa estão igualmente os cortes nos serviços de saúde e nos subsídios.

À manifestação de Évora seguir-se-á um protesto frente ao Parlamento no próximo dia 30.

Documento Verde e do Orçamento do Es-tado para 2012 são “ofensivas para o Poder Local democrático e para as populações”.

“Quando o Estado deveria começar a reforma por cima, pelo próprio Estado e pela regionalização, começa por aquilo que poderíamos designar como ‘elo mais fraco’, pelas freguesias”, argumentou, avi-sando que “as populações não irão ficar de braços cruzados”.

A mesma intenção de luta foi manifes-tada por Sílvia Santos, do MUSP, que lem-brou que a maioria da população do dis-trito é idosa e sem acesso a uma eficiente rede de transportes, pelo que a extinção de juntas de freguesias vai deixá-la “mais isolada”. “Espero que o Governo, com um pouco de bom senso, pense um bocadi-nho no povo português porque lhe está a retirar o acesso a direitos e a destruir fa-mílias”, frisou.

Aprovada por unanimidade pelos manifestantes a ‘Declaração de Évora’ é um documento que rejeita liminar-mente o ’Livro Verde’, a proposta de Orçamento de Estado que impõe o que dizem ser imposições à autonomia das freguesias, entre outras reivindi-cações.

No final, deixam o apelo a todos os autarcas e trabalhadores das autar-quias.

“[Esta declaração serve ainda para] apelar a todos os autarcas, trabalhado-res das autarquias locais e às popula-ções atingidas por este ataque que pre-tende liquidar o Poder Local nascido da Revolução de Abril, à participação na acção de protesto a realizar na ma-nhã do próximo dia 30 de Novembro”, junto à Assembleia da República, em Lisboa, no dia em que vai ser votada a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2012.

Declaração de Évora

Desemprego “explosivo”

O bispo de Beja considera que as políti-cas de contenção impostas pela actual conjuntura financeira não podem omitir “princípios básicos de dignidade huma-na”, como o direito ao trabalho e à assis-tência social.

“Um aumento explosivo do desempre-go e a falta de meios para proteger os mais frágeis põem em perigo a própria socieda-de”, realça D. António Vitalino, em nota, enviada à agência ECCLESIA.

Para o prelado, o problema está, antes de mais, centrado numa lógica que coloca “o dinheiro e a economia acima do direito

Aumento do desemprego preocupa D. António Vitali-no, bispo de Beja.

à realização das pessoas”.Uma “realização integral” que, acres-

centa, não se obtém “apenas no trabalho remunerado” mas em muitas outras áreas “fora do circuito económico”.

“Os pensadores, os contemplativos, a vida de convivência familiar, o cultivo da amizade, o voluntariado religioso e social e muitos outros, contribuem para a beleza e realização da humanidade”, sus-tenta o bispo de Beja.

Aquele responsável desafia as comuni-dades cristãs a contribuírem para mudar este paradigma através do “testemunho de vidas com sentido na dimensão pes-soal, familiar, social, cultural, política e económica”.

“Vidas com esperança, amor e alegria, valores que nem sempre o dinheiro, o po-der e o consumo fomentam”, conclui.

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Actual

Ainda a polémica dos atrasos no pagamento dos subsídios da Câmara de Évora aos agentes culturais.

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Nas últimas semanas muito se tem falado, em diversos canais, das dificuldades financeiras por que os agentes culturais profissionais de Évora estão a passar.

Ora da iniciativa dos próprios agentes ora da iniciativa dos órgãos autárquicos muita afir-mação tem sido produzida. A verdade é que muita poeira está a ser, duma e outra parte, atirada aos olhos da população, cujo resultado visa mais a autodefesa e a responsabilização de terceiros que a assunção dos erros cometidos.

Tendo-se a ‘a bruxa TEATRO’ (‘abT’) reser-vado ao silêncio para evitar, por um lado, a tomada de posições radicais e desinformadas e, por outro, o aproveitamento partidário de quem, no momento próprio, calando-se, se tornou cúmplice e apoiante de violações à dig-nidade, ao direito ao trabalho e à defesa dos trabalhadores. Porque a defesa duma cidade activa, culturalmente sadia e exigente se con-strói na censura de actos imorais, por muito que isso fira o orgulho das nossas paredes…

Chega, no entanto, o momento de quebrar o silêncio.

Recentes declarações da Dra. Cláudia Sousa Pereira, Vereadora do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Évora (CME) ao se-manário ‘Registo’ de 3/11/2011 e a ausência de respostas da Sra. Vereadora obrigam-nos a co-locar, publicamente, as questões na sua exata dimensão.

Antes, porém, refira-se que a ‘abT’ não re-conhece qualquer privilégio, nas questões de âmbito comum, comparativamente aos outros agentes culturais, por parte da autarquia. Tão pouco exigiu ou permitiu que fosse tratada de forma (positivamente) discriminatória.

Em contrapartida, se tivermos em linha de conta, e apenas no que se refere à criação e produção teatral, a simples comparação com outras estruturas profissionais, a ‘abT’ tem sido, claramente descriminada.

Apesar de tudo, reconhece o apoio que des-de 2002 a CME lhe tem dedicado.

Embora no referido artigo, a Sra. Vereadora não se tenha referido à ‘abT’ – naturalmente, porque esse não era o objectivo – não podem-os deixar de ficar surpreendidos pela rapidez do direito de resposta que lhe está assegu-

A ‘a bruxa TEATRO’ quebra o silêncioFiGueirA CiDDirector Artístico de a bruxa teAtro

causa a estreia o espectáculo ‘Mal Me Queres’ (e que só não ocorreu graças aos empréstimos de terceiros)…

E acrescentamos: porque razão a factura da ‘abT’ relativa ao espectáculo ‘Emilie e Vol-taire’ que integrava o referido Festival e ent-regue na CME a final de Julho, ficou retida nos serviços, ao invés de ter sido enviada para a CCDRA, ao contrário do que aconteceu com as facturas dos referidos agentes…

Como é do conhecimento da autarquia a vida cultural da cidade não termina nem acaba no Jardim das Canas. Como é dever da autar-quia a equidade no tratamento dos agentes que promovem o desenvolvimento económico, so-cial e cultural é uma obrigação.

A ‘abT’ tem compromissos não só com a au-tarquia e os amantes do teatro que assistem aos seus espectáculos mas com outras entidades suas financiadoras.

A situação financeira da ‘abT’ não se deve a má gestão financeira, artística ou humana. Deve-se sim, sem desculpas ou ocultações, à ausência do pagamento dos compromissos da autarquia – que orçam os 30.000,00 €, relati-vos a 2009 e 2011 (2010 continua a permanecer uma inclassificável teimosia apesar da aprova-ção, por unanimidade em reunião de Câmara, do seu pagamento; acresce a apoio de 2011 so-bre o qual permanece o silêncio…).

Fala a Sra. Vereadora no Regulamento ao Agentes Culturais. Mas nada diz quanto ao seu resultado que era, conforme anunciado, deveria ser comunicado até final de Setembro.

Sabe V. Exa., Sra. Vereadora, que a ‘abT’ tem assegurado as suas produções graças ao financiamento da Secretaria de Estado da Cul-tura/DGArtes (cujo financiamento depende, obrigatoriamente do apoio da CME), Funda-ção Eugénio de Almeida, ao empréstimo de terceiros e ao recurso à banca?

Sabe V. Exa. que a ‘abT’ não dispõe de fun-

dos para pagamento dos cachets, referentes aos meses de Novembro e Dezembro, dos actores e outros colaboradores contratados para o espe-ctáculo ‘Mal Me Queres’?

Sabe V. Exa. que a ‘abT’ está em dívida para com a Segurança Social e Fazenda Pública, para além de a vários pequenos e médios em-presários da cidade?

Sabe V. Exa. que a ‘abT’ está a cancelar es-pectáculos em digressão por incapacidade de fazer face às despesas de deslocação (cachets, aluguer de transportes…)?

Sabe V. Exa. que a ‘abT’ está a cancelar o acolhimento de outras estruturas profissionais com quem mantém protocolos de intercâm-bio por incapacidade de pagamento do apoio logístico (divulgação, alimentação e estadia) pondo igualmente em causa a programação dessas estruturas?

Sabe V. Exa. que a ‘abT’ produziu já, du-rante o corrente ano, três novas produções (uma quarta poderia estar em ensaios não fora o desinteresse e a incapacidade de colaborar na sua concretização) e que ainda não recebeu qualquer apoio? E que tem a seu cargo a ma-nutenção do espaço (que V. Exa. valorizou este ano em 15.000,00 €, um acréscimo de 50% face ao ano anterior) telefone, limpeza, ser-viços de bilheteira…

Não perca V. Exa. tempo a responsabilizar o Tribunal de Contas (TC) quanto à proibição de atribuir apoios para pagamento de salários… O que o TC tem publicamente alertado é para o facto de que os apoios concedidos pelas au-tarquias aos agentes culturais e desportivos (de carácter amador) devem ser transparentes e su-jeitos a critérios definidos. E que nada impede que esses apoios sejam afectados à produção de iniciativas que requerem a contratação de pessoas especializadas. Se assim não for, faça V. Exa. o favor de, documentalmente, nos in-formar.

rado por lei, e não ter sido igualmente célere em responder à ‘abT’ quando, por ofício de 7/10/2011:

- a indagámos porque razão três agentes culturais que integraram o Festival Terras do Sol – comparticipado pela CCDRA -- rece-beram, ainda antes de finalizada a iniciativa para a qual haviam sido convidados, não só o valor que lhe correspondia mas o valor total correspondente aos restantes agentes que nele participaram…

- foi informada de que a falta de pagamen-to da contratualização de ‘Émilie e Voltaire’ (contratualmente até 31 de Setembro) poria em

Luís Pardal | Arquivo Registo

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ExclusivoGabinete de investigação a acidentes de aviação conclui relatórios sobre casos ocorridos no Alentejo.

Pedro Galego | Texto

O ano de 2009 foi trágico no Alentejo no que respeita a mortes na sequência de acidentes aeronáuticos. No espaço de um mês, entre 14 de Agosto e 15 de Setembro daquele ano, a queda de três avionetas matou seis pessoas e feriu outra grave-mente.

Destes três, o primeiro chocou a cida-de de Évora. Sabe-se agora, através do re-latório final do Gabinete de Prevenção e Investigação a Acidentes com Aeronaves (GPIAA), que Eddy Resende, 33 anos e proprietário da escola de pára-quedismo Skydive, decidiu assumir os comandos do Beechcraft 99 que se despenhou, ape-sar da falta de experiência para pilotar esse género de aeronave (bimotor), a 14 de Agosto de 2009.

O acidente causou a sua morte e a do instrutor de pára-quedismo João Silva, 30 anos após e deixou uma rua no bairro de Almeirim num cenário que até então aquelas pessoas só tinham visto nos fil-mes e nas piores notícias. Um avião coli-diu com uma casa.

O relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aerona-ves (GP IAA) vem agora confirmar que o piloto não tinha licença de voo e que a empresa não possuía Certificado de Ope-rador Aeronáutico nem se encontrava re-gistada na Autoridade Portuguesa para a Aviação. O bimotor, que havia sido adqui-rido dia antes em França, não tinha tam-bém registos da manutenção, é outra das conclusões do documento que o Registo analisou.

O nosso jornal sabe ainda que a família do tripulante da aeronave, João Silva, ar-risca perder tudo aquilo a que tinha direi-to. A família tenta levar o caso a tribunal, visto que o relatório do GPIAA aponta para eventuais responsabilidades crimi-nais.

Para o GPIAA, o voluntarismo e a ha-bilidade do piloto não foram suficientes para ultrapassar a falta de conhecimen-tos, formação e treinos para voar com uma aeronave bimotor. Com um motor inoperativo, Eddy não conseguiu aterrar o avião em segurança e despenhou-se.

Em terra ficou o filho Gonçalo, na altu-ra com oito anos, que escapou à morte de-pois de Eddy ter proibido o seu embarque no fatídico voo. Antes da queda, o piloto mandou saltar os 12 passageiros, todos pára-quedistas. João Silva, director de um hotel em Lisboa, decidiu ficar a bordo por solidariedade. Os dois, Eddy e João, acaba-ram por ser as primeiras vítimas de 2009, um ano negro para a aviação.

Dois dias depois da tragédia em Évora,

Piloto de avião que caiu em Évora não tinha licença de vooPara o GPiAA, o voluntaris-mo e a habilidade do piloto não foram suficientes.

A queda de uma avioneta vitimou o pilo-to, de 79 anos, António Posser de Andra-de, em Alcácer do Sal. Natural de Cascais, passava a maior parte do tempo na Her-dade da Palma, que geria. Apaixonado por aviões, acabou por morrer aos coman-dos do seu ‘Tecnam’ dentro da quinta.

Os familiares que estavam no local te-rão tentado resgatá-lo às chamas e sofre-ram ferimentos leves.

Do que se passou no interior da proprie-dade há apenas o testemunho de GNR, bombeiros e elementos da Protecção Ci-vil, uma vez que os portões permanece-ram fechados aos olhares dos jornalistas. Foi numa zona entre a pista de um peque-

no aeródromo privado e uma barragem, bem próximo da área de serviço de Alcá-cer do Sal, na auto-estrada entre Lisboa e o Algarve, que a avioneta se despenhou depois de embater num sobreiro.

Ao atingir o solo, o Tecnam de asa baixa e trem rebatível - um dos mais modernos aparelhos da aviação ultraligeira - incen-diou -se, provocando a morte ao piloto.

O outro ocupante do aparelho, um jo-vem de 18 anos, amigo da família, sofreu queimaduras graves nas pernas, tendo sido transportado para o Hospital de São José, em Lisboa.

Do acidente resultaram outros dois fe-ridos ligeiros, com diversas queimaduras,

familiares que correram para os tentar salvar das chamas. Sobre este acidente o relatório do GPIAA é conclusivo e atri-buiu ao embate na árvore a causa da que-da.

Já na noite de 15 de Setembro desse ano de 2009, em Sete, Castro Verde, a queda de um bimotor da Academia Aeronáutica de Évora matou um instrutor espanhol de 25 anos e dois alunos holandeses, de 18 e 20 anos. O GPIAA concluiu que a aeronave ultrapassou os limites de carga e desinte-grou-se em pleno voo.

Este foi o mais trágico dos acidentes, devido ao maior número de vítimas pro-vocadas.

Já em 2010, a 8 de Março, mais um aci-dente aeronáutico no Alentejo provocou outras duas mortes. Nesse dia, ao final da tarde, as autoridades terão levado, pelo menos, duas horas a chegar aos destroços do aparelho caído próximo de Ciborro, Montemor-o-Novo, devido à inexistência de testemunhas oculares do acidente.

A bordo do Alon Aircoupe A2-A de matrícula CS-AIG, uma aeronave ligeira de dois lugares construída em

1968 e com mais de 1200 horas de voo, seguiam Sousa Monteiro, comandante reformado da TAP, e Costa Martins, coro-nel da Força Aérea e antigo capitão de Abril, que levantaram voo da Herdade de Cavaleiro e Pinheiro, onde se encon-tra instalada um pista privada.

Os destroços seriam encontrados pela GNR cerca de quatro horas depois do início do fatídico passeio. No interior da chapa retorcida - o aparelho partiu-se ao meio - estavam os dois corpos já

sem vida. O acidente ocorreu num local ermo a cerca de 250 metros do início da pista, nas proximidades de postes de alta tensão que não terão sido tocados pelo aparelho.

Os bombeiros ainda acorreram ao local, mas o acesso foi vedado pela GNR para preservar os vestígios. Os primeiros indícios apontavam para uma possível falha técnica, mas só o relatório final do GPIAA pode esclarecer sobre as causas do acidente.

Acidente no Ciborro continua por explicar

O bimotor despenhou-se no Bairro de Almeirim, em Évora, pouco depois de passar pelo aeródromo, provocando a morte ao piloto e a um instrutor.

Luís Pardal | Arquivo Registo

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trocou a advocacia pelo teatro e foi das primeiras pessoas a defender a Cultura fora dos grandes centros

Mário Barradaspioneiro da descentralização culturalQuando o Cendrev se prepara para estrear “Café Mário”, recordamos o percurso de um dos fundadores desta com-panhia profissional de Évora.

Luís Godinho | Texto

Entrevistei-o pela última vez em finais de 2006 aquando do lançamento de um número especial da revista Adágio em sua homenagem – “Mário Barradas, Um homem no teatro”. Nesse ano tinha tra-duzido e encenado “A Segunda Surpresa do Amor”, de Marivaux, o seu último tra-balho artístico no Centro Dramático de Évora. Três anos depois, a 19 de Novembro de 2009, a morte impediu-o de concreti-zar um último projecto ao qual se havia entregue de corpo e alma: a encenação de “Troilo e Créssida”, de William Shakespe-are, peça inédita em Portugal numa co-produção entre as companhias de teatro de Almada, do Algarve e de Braga. Foi no Teatro de Almada que assinou o seu último trabalho, “Comédia Mosqueta”, de Ruzante.

A morte de Mário Barradas foi a morte de um dos pioneiros da descentralização cultural em Portugal. Tinha 78 anos e um longo percurso pessoal e profissional ligado ao teatro, uma paixão para a qual despertou muito novo ao integrar o grupo de teatro do Liceu Antero de Quental, em Ponta Delgada, cidade onde nasceu em 1931.

Com 18 anos, em plena campanha pre-sidencial de Norton de Matos, chega a Lisboa para ingressar na Faculdade de Direito. “Era amigo do José Manuel Coe-lho Ribeiro, filho de uma professora da Voz do Operário, que mais tarde foi bas-tonário da Ordem dos Advogados. Meteu-me num comício do general. E fez-me uma grande impressão, principalmente a quantidade de polícia, a pé e a cavalo, que montava guarda à rua. Deslizar pelo meio deles, ouvindo as provocações mais soezes, marcou-me muito”, escreveu num texto autobiográfico publicado no Jornal de Letras (Julho/2009).

Aderiu ao MUD/Juvenil, dizia poe-mas na Padaria do Povo, no Barreiro,

em Coimbra e na Casa dos Estudantes do Império. “Foi um período excelente da minha vida. Em tudo o que era acções culturais, lá estava eu dizendo poemas, quase todos traduzidos pelo Mário Pin-to de Andrade. Conheci Agostinho Neto, Marcelino dos Santos, Amílcar Cabral”.

Em 1954 assina a sua primeira encena-ção, “O Mestre Escola”, peça de um escritor da Guiné Conacri, Keita Fodeba, traduzi-da por Mário Pinto de Andrade. A estreia foi na Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal. “A sala estava cheia, de negros e de pides”. Carlos Aboim Inglez (intelec-tual comunista) fez um discurso inicial.

O curso da vida fê-lo regressar aos Aço-res, ofereceu-se como voluntário e seguiu para Timor-Leste, onde organizou um pequeno grupo de teatro e encenou “A Farsa do Mestre Pathelin”. Casa depois de regressar a Lisboa para concluir o curso de Direito e em Lourenço Marques (ac-tual Maputo, Moçambique), para onde se muda em 1962 para tomar conta do escritório de advocacia do sogro, conhece Vasco Soares de Melo e Almeida Santos (mais tarde fundador do PS e presidente da Assembleia da República).

“Cedo se deu conta de que a advocacia não preenchia a alma do Mário Barradas. A sua paixão era o teatro. E como quer que a cidade não fosse muito propícia à representação teatral, logo ele deu fé de que a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra dispunha de excelentes ins-talações, nas quais se incluía um razoável espaço cénico”, recorda Almeida Santos.

Resolvido o problema do espaço, “logo o Barradas resolveu dar-lhe uso”. No Gru-po de Teatro dos Amadores de Lourenço Marques (TALM), cujos primeiros ensaios foram no escritório de advocacia, montou 19 peças com textos de autores como Cer-vantes, Giraudoux, Lorca, Brecht, entre outros.

“Para ele antes de tudo estava o texto ou o autor como o grande criador do teatro,

sabendo que todos os outros, actores ou encenadores, não eram mais do que in-térpretes. A qualidade poética ou literária creio que eram já nessa altura os critérios de escolha de um repertório, a que se jun-tavam razões políticas e sociais e outras que o tempo foi trazendo”, recorda José Peixoto, actor e encenador que conheceu Mário Barradas nesses anos de Lourenço Marques e que com ele haveria de estar na formação do Centro Cultural de Évora.

Foi nessa época, com ensaios até à meia-noite e madrugadas passadas no es-critório a preparar processos, que o teatro entrou “muito mais a sério” na sua vida. A um desses espectáculos em Moçambi-que, “A História do Jardim Zoológico”, de Edward Albee, assistiu o então director do Serviço do Ultramar da Fundação Ca-louste Gulbenkian, Victor Sá Machado.

Na sua autobiografia, Barradas conta que esse acaso lhe abriu novas oportunida-des: “Eu fazia o papel de Jerry. O Sá Ma-chado disse-me que me devia consagrar ao teatro e que me assegurava uma bolsa da fundação. Escrevi para o Piccolo Teatro de Milão e para Estrasburgo. A primeira resposta veio de Estrasburgo”. E para lá partiu, em Outubro de 1969.

Pierre Etienne Heymann assume por essa altura a direcção do Teatro Nacional de Estrasburgo: “[Mário Barradas] estava em todo o lado, metia o nariz em tudo, via todos os espectáculos, passava de uma sala de ensaios da companhia para uma aula na escola, dos gabinetes para a Taverne [um café], anexo do teatro, cora-ção dos debates inflamados e das contes-tações generosas”.

Entre os dois homens nasce uma ami-

“Termino aqui. Com duas últimas observações. Partilho a ideologia marxista-leninista e tenho nojo daquilo em que Portugal se está a transformar”.Mário Barradas (“Jornal de Letras”, Julho de 2009).

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urbanos. Depois do 25 de Abril, Mário Barradas foi um dos fundadores do, então, Centro Cultural de Évora.

zade, e cumplicidades, que durariam o resto da vida. “Rapidamente me dei conta da medida da riqueza da sua cultura, da fineza das suas análises, e do seu insaci-ável apetite artístico”, recorda Heymann. Co-encenaram duas peças de Peter Weiss inéditas em França: “A Torre” e “A Noite dos Visitantes”. Com um grupo de alunos, Mário Barradas montou “O Legado”, de Marivaux, e viveu “os dias mais felizes” da sua vida. “Sempre lamentei não ter fi-cado em Estrasburgo”, confessou.

O regresso a Portugal ocorre em 1971 a convite de Madalena Perdigão para diri-gir o exercício final dos primeiros alunos da reforma do Conservatório Nacional. “Apresentámos ‘A Grande Bondade de Ca-beza de Vaca’. Exercício teatral elaborado a partir de improvisações corporais e vo-cais dos alunos e texto estabelecido com base nessas improvisações”, escreve a ac-triz Júlia Correia (“A Aventura do Teatro”, Adágio, 2006).

No ano seguinte assume a direcção do Conservatório, cargo que manteria até 1974 e experiência que não lhe deixou saudades: “Os alunos chegavam tarde, faltavam e não se podia reprovar por fal-tas”. Em 1973, com Os Bonecreiros, volta a fazer “A Mosqueta” e depois “A Grande Imprecação Diante das Muralhas da Ci-dade”, de Tankred Dorst.

Nas ruas, o movimento dos capitães coloca ponto final a 48 anos de salazaris-mo. Abril de 74. “Portugal era, sem dúvi-das possíveis, o país culturalmente mais atrasado de todo o contexto europeu”, dirá Mário Barradas (“O Militante”, 1999). Com Norberto Ávila, aposta na descentrali-zação teatral. Ainda pensa em mudar-se para Bragança, Viseu ou Faro. Mas a 11 de Janeiro de 1975 é publicado o despacho que cria o Centro Cultural de Évora. “Che-gámos a Évora no dia 12. Com o Luís Vare-la que se juntou a nós”. Antes do fim desse mês, Richard Demarcy dirige o primeiro espectáculo: “A Noite de 28 de Setembro”, com interpretação de João Lagarto, Mário Barradas, Luís Jacobety, Joaquim Rosa, Avelino Bento, José Caldeira, Zita Caldei-ra, Teresa Gonçalves, Maria Santos e Luís Varela.

“Tratava-se de facto de iniciar uma coi-sa que há muito estava feita nos restantes países da Europa, mesmo em Espanha que apesar do franquismo conseguia ter um movimento teatral vasto, espalhado pelas suas diferentes parcelas geográfi-cas”, assinala.

Em Maio de 75, estreia o segundo espec-táculo do Centro Cultural de Évora: “As Duas Caras do Patrão”, com encenação de Luís Varela, que assina igualmente “Lux in Tenebris”. Em Dezembro, Mário Bar-

radas monta “O Senhor Puntilla e o Seu Criado Matti”, de Bertolt Brecht, a sua es-treia em Évora. Ao longo de 20 anos, aqui encena e interpreta dezenas de textos

Porquê Évora? – pergunto-lhe nessa entrevista de 2006. “Por causa do [Teatro] Garcia de Resende que estava a cair mas era, e é, uma lindíssima sala de espectá-culos. A câmara deu-nos a chave. Limpá-vamos de manhã, ensaiávamos à tarde”. As noites eram para a política.

Várias vezes cita Lorca para dizer que um país que não ama e não sustenta o seu teatro ou está morto ou moribundo. “O te-atro é uma arte elitária para todos, não é a porcaria que se vê hoje por aí”. “Quan-do fala em porcaria está a falar de quê?”, pergunto. “Estou a falar do que se faz por aí, na maior parte do teatro, embora algu-mas companhias mantenham a dignida-de, como Almada, Cornucópia, Comuna, A Barraca e poucos mais”.

Em Évora, além da companhia profis-sional, é recuperado o Teatro Garcia de Resende, nasce uma unidade de infância (22 espectáculos para crianças), uma es-cola de formação teatral, são adquiridos os Bonecos de Santo Aleixo (marionetas e textos), aposta-se na descentralização. Em 1990 a companhia é rebaptizada como Centro Dramático de Évora.

“Vi inesquecíveis trabalhos de Esco-

la dirigidos pelo Mário Barradas, com o entusiasmo e a paixão de quem por mo-mentos pensa, como Vitez, que a Escola é o melhor teatro do mundo”, sublinha Luís Varela. Em 94, pouco depois de encenar “Viver como Porcos”, de John Arden, Bar-radas deixa o Cendrev, desgostoso com as orientações programáticas e com a falta de recursos.

A convite de Manuel Maria Carrilho – “o melhor ou o único ministro da Cultura de que Portugal dispôs” – presidiu entre 1997 e 1998 ao Instituto Português das Artes do Espectáculo, que deixaria na se-quência de cortes orçamentais.

O Teatro Municipal de Almada (TAM) seria o seu próximo “palco”, a convite de Joaquim Benite: “Foi com entusiasmo que Mário Barradas aceitou o projecto”. E com entusiasmo que começou a preparar o que devia ter sido o seu segundo traba-lho no TMA a encenação de “Troilo e Crés-sida”, de Shakespeare. “A realização da peça, nunca representada em Portugal, foi um dos sonhos de toda a sua vida, par-tilhado com o cenógrafo francês de Chris-tian Ratz, seu antigo colega na escola do Teatro Nacional de Estrasburgo, em que fez a sua formação. vicissitudes várias im-pediram-no de realizar esse sonho. Quan-do estava prestes a consegui-lo, surgiu a morte”, diz Joaquim Benite.

Fotos: Cendrev - m

ariobarradas-cendrev.blogspot.com

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António Sáez Delgado divulga a literatura portuguesa nas páginas do mais influente diário espanhol.

Sofia Ascenso | Texto

A literatura começou a fazer parte da sua vida desde muito cedo ao ouvir o avô ler poemas todas as tardes, num 2º andar da zona his-tórica de Cáceres. Leu Kafka aos 13 anos e aos 14 foi marcado pelo heterónimo Álvaro de Campos. É um homem da cultura, ligado aos livros, que vê a literatura como uma experiência humana, graças à semente deixada pelo avô, e com uma forte vocação social.

A sua área de investigação é re-lações literárias entre Portugal e Espanha no início do século XX e foi ele quem trouxe o ensino de Espanhol para a Universidade de Évora.

Sempre entre os dois lados da fronteira, Antonio Sáez Delgado nasceu e cresceu em Cáceres, na Extremadura espanhola, mas as suas praias sempre foram a Naza-ré e a Figueira da Foz. Lisboa era o destino habitual das férias em família e enquanto adolescente, o local escolhido para os fins-de-semana com os amigos. Na dé-cada de 80, para os jovens extre-menhos, a moderna Lisboa era a capital mais importante.

Corriam os alfarrabistas, as ga-lerias de arte e as livrarias com o dinheiro ganho na venda dos “fanzines”, pequenos jornais foto-copiados que Antonio Sáez Delga-do fazia com os amigos e onde es-creviam sobre literatura, música e espectáculos.

Mas esta ligação ao mundo da cultura e dos livros começou mui-to antes. Em pequeno, Antonio Sáez Delgado e o irmão, hoje tam-bém professor de literatura, passa-vam as tardes a ouvir o avô, autor de livros de poemas e um apaixo-nado pela leitura e pela escrita, ler os clássicos da literatura espanho-la e da literatura universal.

O que inicialmente era o pas-saporte para um lanche delicioso confeccionado pela tia, com o pas-sar dos anos o professor percebeu a importância daquela escola pa-ralela e do contacto com os livros da biblioteca do avô.

“Não tinha consciência daquilo que os poemas faziam em mim. Percebo que estava lá por amor,

porque o meu avô fazia poemas e escrevia livros, e eu via os livros com o nome do meu avô na capa. Ele queria pôr-nos o vírus e colo-car-nos o bichinho e conseguiu. Somos os dois professores de lite-ratura e escritores. Foi uma expe-riência muito útil na transmissão de valores. “

E é graças à experiência de vida com o avô que vê a literatura não apenas como uma disciplina ou como propriedade das univer-sidades, mas como algo que “faz parte integrante da vida, com uma forte componente humana, de transmissão oral e de vivência, porque não faz sentido um livro sem o escritor e sem alguém para o ler, para comentar “, e que, como tal, não é perfeito.

“Para nós a literatura tinha uma voz. Ao ouvir Dante, com 12 anos, era a voz do meu avô, a voz de um homem de 70 anos que se enganava, que voltava atrás, que repetia”.

Antonio Sáez Delgado começou a escrever muito novo, incentiva-do pelo avô. Acredita que a litera-tura é uma “doença que se deve amar mas também saber deixar a uma determinada distância”. Sempre quis, enquanto professor e escritor, que a sua participação na literatura não fosse apenas a de espectador.

“Sempre tentei que o meu traba-lho tivesse uma vocação social e não estivesse restrito a um peque-no número de leitores” confessa. Estuda as relações literárias entre Portugal e Espanha no início do século XX, “área muito restrita a especialistas daí sentir que devia fazer alguma coisa para ser um actor na cultura” e foi por isso que começou a traduzir.

Através da tradução tirou do esquecimento autores desconhe-cidos “mas interessantes” que também fazem parte da história da literatura do século XX para que, quando alguém estudar a literatura do século XX “não fale apenas de António Lobo Antu-nes ou Saramago. Eu quero que os leitores espanhóis conheçam os autores que eu gosto da literatura portuguesa”.

Cronista no suplemento literá-

”A cultura merece respeito“Professor e investigador da universidade de Évora é estudioso das relações literárias entre Portugal e espanha no início do século XX,

tes plásticas provenientes de 90 pontos de todo o mundo ” conta o professor sobre a exposição, que foi considerada pelos jornais El país e ABC entre as dez melhores do ano em Espanha.

“Alguém no Ministério da Cul-tura espanhol leu o meu livro “Corredores de fondo” (sobre as relações literárias entre Portugal e Espanha) e fez-me a proposta de o transformar para 3 dimensões. O livro deve ter vendido 700 exem-plares, felizmente entre esses 700 leitores, dez anos depois, um deles teve de fazer a programação cul-tural de algo importante, e pen-sou em mim”.

Apesar de não contabilizar o número de visitantes da exposi-ção, Antonio Sáez Delgado não se mostra preocupado. “Eu acredito que a cultura é algo ao qual as pessoas se devem aproximar, não é a cultura que se deve aproximar às pessoas baixando o nível. Inte-ressa que as pessoas tenham um processo de educação”.

O professor considera que o conceito de cultura está errado para alguns. “As pessoas pensam que a cultura serve para passar os tempos livres. Mas cultura é uma coisa, passatempo pode ser outra.”

Na sua opinião, a cultura está estreitamente vinculada à educa-ção e tem de ter um projecto.

“O programador cultural tem de responder a uma lógica, a uma ar-quitectura, e pensar que a pessoa que acompanhe um ciclo cultural vai, no final, alcançar determina-

dos objectivos”. No entanto subli-nha que não há um rendimento imediato. “A cultura merece res-peito, não é uma área que se invis-ta para ter retorno imediato”.

E o professor até compreende que, em épocas de crise, seja pre-ciso cortar nesta área, só não con-corda que os cortes só sejam feitos naquilo que é considerado “alta cultura”.

“Dificilmente encontramos um autarca que diga que menos im-portante que uma estrada é o fu-tebol, as touradas ou a Feira de S. João. Nisso ninguém mexe”.

Até porque defende que a “alta cultura” não é mais cara que a cul-tura popular, “o rendimento polí-tico que se tira de uma Feira é que é superior ao que se tira ao apoiar um evento literário por exemplo”.

Actualmente Antonio Sáez Delgado divide a sua vida entre Portugal e Espanha e apesar de saber que vive uma situação pri-vilegiada, sente-se por vezes um estrangeiro nos dois países. Veio aos 25 anos para a Universidade de Évora como leitor de espanhol, numa altura em que estava a fa-zer o doutoramento na Universi-dade da Extremadura e o número de alunos desta língua tem tido um crescimento exponencial na Universidade de Évora.

Em 2008 foi reconhecido como tradutor com o prémio Giovanni Pontiero, concedido pelo Instituto Camões e pela Faculdade de Tra-dução da Universidade Autóno-ma de Barcelona.

Antonio Sáez Delgado nasceu ma Extremadura espanhola, colabora com o jornal “El Pais” e dá aulas em Évora.

rio do El País, acredita que este é um trabalho com a dimensão so-cial que defende. “Quero dar a co-nhecer às centenas de milhares de leitores deste suplemento deter-minado livro português que pen-so ter interesse e que vale a pena lerem. Não trabalho com células ou átomos, mas com palavras, que podem não salvar vidas, mas aju-dam a melhorá-las”.

Antonio Sáez Delgado foi o co-missário da exposição Suroeste, dedicada às relações literárias e artísticas entre Portugal e Espa-nha, parte do calendário oficial da presidência espanhola da Co-munidade Europeia em 2010, que esteve patente no “Museo Extre-meño e Ibero-americano de Arte contemporânea” de Badajoz.

“Foram dois anos de muito tra-balho com um orçamento impor-tante, seguros para mais de 400 peças, entre livros, documentos, fotografias, cinema, música e ar-

“Dificilmente en-contramos um au-tarca que diga que menos importante que uma estrada é o futebol, as toura-das ou a Feira de S. João. Nisso nin-guém mexe”.

Foto | Susana Rodrigues

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RadarFoi a primeira sala construída de raiz, em Évora, para acolher sessões de cinema. Corria o ano de 1916.

Luís Godinho | Texto

Completamente abandonado desde 1996 apesar de sucessivas promessas de restau-ro e recuperação, sempre adiadas, o Salão Central Eborense está à beira de comemo-rar 75 anos. Inaugurado a 23 de Dezembro de 1916 numa zona nobre da cidade entre a Rua de Valdevinos e o Páteo do Salema, foi a primeira sala construída proposita-damente em Évora para acolher cinema.

E foi também, como em artigo posterior se explicará, um dos primeiros locais do país a exibir filmes sonoros, escassos qua-tro anos depois de a Warner Bros ter pro-duzido “O Cantor de Jazz”, de Alan Cros-land, o primeiro filme sonoro da história do cinema, e no mesmo ano em que o sistema Movietone passou a ser adoptado como padrão (1931).

A estas memórias colectivas soma-se uma outra: em 1945 o edifício foi total-mente remodelado e modernizado num projecto assinado por Francisco Keil do Amaral, um dos grandes arquitectos por-tugueses de meados do século XX.

Trata-se portanto de um edifício que congrega em si “vários patrimónios”, do cinema à arquitectura, sendo “parte in-tegrante da história de Évora no século XX ao reflectir uma evolução arquitectó-nica e ser um espaço fundamental para a compreensão da sociedade eborense nos seus momentos de lazer e manifes-tações culturais e documento essencial para a construção da história do cinema em Évora”, como assinala a historiadora Tânia Rico (“Salão Central Eborense, um olhar sobre o património”, A Cidade de Évora, II Série, nº 5, 2001).

Nada disto obviou a uma degradação progressivamente mais acentuada, fruto do abandono, que se intensificou quan-do o imóvel foi adquirido pela Câmara Municipal de Évora, há 15 anos, mas que havia começado muito tempo antes, pelo menos em 1988 quando acabaram as exi-bições de cinema. Ou, até, em momento ainda anterior, numa altura em que ape-nas exibia filmes pornográficos para uma assistência cada vez mais reduzida.

Deve-se ao empresário José Augusto Anes, proprietário do Hotel Eborense (actual Solar de Monfalim), considerado à época o melhor da cidade, a iniciativa de construir “expressamente para o fim a que se destina” uma sala de cinema – ou, como se dizia então, um animatógrafo. Na cidade havia exibições regulares de cinema em salas como o Teatro Eborense (instalado no Palácio de D. Manuel) ou o Garcia de Resende, mas não passavam de soluções improvisadas.

“O Salão Central é enfim uma instala-ção perfeita e de certa maneira luxuosa, que sem dúvida há-de atrair o público

Salão Central Eborense assinala 75 anos sem razões para festaedifício congrega várias me-mórias da cidade, históricas e arquitectónicas.

eborense que não tem, como se sabe, muito onde passar as suas horas de ócio”, assinalaria o jornal Voz Pública um dia depois dea inauguração da nova sala de espectáculos. “Aplaudindo o senhor José Augusto Anes pelo seu arrojado empre-endimento, sinceramente desejamos as maiores prosperidades à sua nova casa de recreio que veio trazer a este meio tão pobre de diversões um incremento apre-ciável”.

O animatógrafo nasceu da adaptação de um espaço contíguo ao Hotel Eboren-se, onde anteriormente havia funcionado uma fábrica de lanifícios, tinha uma lo-tação para 784 espectadores, “uma galeria muito confortável”, restaurante e “magní-ficos salões” por onde desfilavam as elites da cidade.

Como seria de esperar, a primeira noi-te de espectáculos decorreu “com a maior animação”, abrilhantada por uma or-questra regida pelo maestro Nicolau Ju-nior. Nos dois dias seguintes houve no-vas sessões, “enchendo-se o vasto salão por completo”. Houve filas para comprar bilhete e nem toda a gente conseguiu en-trar.

A 4 de Janeiro de 1917, a Voz Pública registava que continuavam a registar-se

“enchentes” em todas as noites de espec-táculo. O animatógrafo abria três vezes por semana, aos domingos, segundas e quintas-feiras, as sessões começavam pontualmente às 20h30 e a empresa pro-prietária prometia “fitas de grande efeito” dedicadas “à elite eborense”.

As sessões eram em regra compostas por uma sinfonia, seguiam-se documen-tários de actualidades, algumas fitas có-

micas e dramas como “Os Mistérios do Harém”, composto por 6 séries de 12 par-tes, exibido ao longo de três dias. “O Poeta e a Mulher”, “Dupla Partida”, “O Calvário de uma Noiva” e “Sadounah” preenche-ram a programação das primeiras sema-nas da nova “casa de recreio”.

Associado ao Salão Central Eborense, a 17 de Agosto de 1919 começa a ser pu-blicado o bi-semanário O Animatógrafo, propriedade de F. Luís de Oliveira, que se dedicava à publicação de argumentos dos filmes em exibição na cidade. Os pri-meiros sete números tiveram distribuição gratuita, passando depois a ser vendido ao preço de 2 centavos por exemplar.

“Évora torna-se pioneira na história da imprensa cinematográfica”, explica Antó-nia Canivete, autora de um estudo sobre o cinematógrafo em Évora (1898-1920). “Este jornal funcionou quase exclusiva-mente como veículo de propaganda ao Salão Central Eborense e ao seu empre-sário já que todos os seus números in-cluíam o programa e os argumentos dos filmes que passavam no seu écran”. Teve vida efémera, ao desaparecer em Abril de 1920. Dois anos depois era o próprio Salão Central que fecharia portas para reabrir, remodelado, a 21 de Julho de 1923.

Iniciativa da construção do Salão Central ficou a dever-se ao empresário José Augusto Anes, proprietário do, à época, afamado Hotel Eborense.

<O Salão Central Eborense foi adquirido pela Câmara Municipal de

Évora em 1996. Seguiu-se um período de abandono que já se prolonga há 15 anos, apesar de sucessivas promessas

de restauro.>

15NÚMERo

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12 17 Novembro ‘11

Radar

As cinzas do cantor lírico nascido no Alentejo foram depositadas junto ao monumento em sua honra.

Uma geografia dos jogos taurinos na vi-ragem da Idade Média para a Idade Mo-derna (do século XV para o século XVI) mostra já um fenómeno notável: a sua concentração no Sul da Europa ocidental e em particular na Península Ibérica.

Admitindo a antiguidade dos jogos taurinos e a sua difusão antiga em toda a margem Norte do Mediterrâneo, admi-tindo ainda uma certa continuidade apesar da ausência de documentos, o facto é que essas práticas se extinguiram na parte oriental e subsistiram apenas no Ocidente mediterrânico.

É de notar também que dois ou três séculos mais tarde, quando as tauroma-quias modernas são elaboradas, “codifi-cadas”, se restringem à área cultural na qual terá havido continuidade desde a Idade Média.

A tauromaquia parece incapaz de propagar-se para a Europa do Norte ou de Leste, e isto desde sempre. Ao antropó-logo que se interroga sobre esta polariza-ção do espaço cultural entre Sul e Norte e entre Ocidente e Oriente europeus, ocor-re a imagem da escultura monumental da Bolsa de Frankfurt.

Nela defrontam-se dois animais: um Touro e um Urso. Ignoro qual o grau de consciência do escultor quanto ao sig-nificado simbólico mais profundo desse combate que encena, aos olhos dos fi-nanceiros, a tendência para a subida das cotações (Touro) ou para a descida (Urso). Mas podemos ver aí a inconsciente opo-sição entre as regiões do Touro, o Sul, e os países do Urso (a Europa do Norte e do Centro - Este).

Com efeito, se bem que tenha vivido e inspirado mitos e rituais em toda a Europa, o Urso representa um valor excepcional para as culturas nórdicas. Associado à Primavera, ao renascer, é a força selvagem por excelência. Combates contra o Urso marcavam a passagem dos jovens nórdicos ao estado adulto em grupos rituais disfarçados de Ursos (“Bersekers”).

Da Suíça à Escandinávia, desta às regi-ões célticas da Grã-Bretanha e da Irlanda (o Rei Artur é “Arctus”, o Urso e o grande Norte é o “Árctico”), o Urso é a máxima expressão da força selvagem. O Sul, ao invés, é o mundo do Touro. Diferente do Urso que hiberna, e para além da força bruta, o Touro exprime a potência per-manente da natureza, sem se limitar ao ciclo anual das estações.

Hoje, a geografia dos jogos taurinos coincide com a zona de influência das culturas ibéricas, tanto na Europa como no Novo Mundo. E é interessante que se tenham mantido ausentes duma larga área europeia.

*CIDEHUS - Universidade

de Évora e Academia [email protected]

Um olhar antropológico

Uma Europa do Touro: O espírito do Sul

49

JoSÉ roDriGueS DoS SAntoS*Antropólogo

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Tomás Alcaide homenageado pela cidade de Estremoz

A cidade de Estremoz prestou uma ho-menagem a Tomaz Alcaide, nome incon-tornável da Cultura europeia do século XX. A sua carreira de cantor lírico, que decorreu por cerca de 22 anos, de 1924 a 1948, atingiu um extraordinário brilho, na cena lírica internacional, com repeti-das actuações nos mais famosos palcos da Europa, da América do Norte e da Améri-ca do Sul.

Pelas mãos do presidente da Câmara Municipal de Estremoz, Luís Mourinha, foi entregue à viúva do tenor, Asta Rose Alcaide, o título póstumo de Cidadão Ho-norário de Estremoz e a Medalha de Ouro de Mérito Municipal, entregues a Tomaz Alcaide pelo seu “excelente trabalho como cantor lírico”.

Junto ao monumento em sua honra, numa cerimónia simples, foram deposita-das junto à base do mesmo as suas cinzas. Segundo a autarquia, a iniciativa visou

tenor alcançou projecção internacional em 22 anos de carreira.

“prestar a este ilustre filho de Estremoz uma homenagem justamente merecida”.

As cinzas de Tomaz Alcaide seguiram depois, com guarda de honra do Colégio Militar (que o tenor frequentou) e em via-tura do RC3, até ao Monumento em sua honra no Largo dos Combatentes, local

onde foram depositadas. Asta Rose Al-caide, emocionada, agradeceu a homena-gem e recebeu com orgulho as referidas distinções, mencionando que Tomaz Al-caide gostava muito da sua terra natal e que não poderá haver melhor local para depositar as suas cinzas.

Luís Mourinha entregou o título de cidadão honorário à viúva de Tomás Alcaide.

“Alentejo do Passado” é o tema inte-grador da exposição de barrística po-pular estremocense, a inaugurar pelas 16 horas do próximo sábado, dia 19 de Novembro, na Sala de Exposições do Centro Cultural Marques Crespo, em Estremoz.

A exposição integra 77 bonecos que as Irmãs Flores criaram com a magia das suas mãos e o fascínio das suas co-res, dos quais 32 são figuras novas que vêm enriquecer a barrística popular estremocense.

A exposição está estruturada em nove áreas que procuram dar uma vi-são do Alentejo do passado: pastorícia, colecta, ciclos do pão, do azeite e do vinho, tiragem de cortiça, hora, água e vida na cidade.

A exposição estará patente ao público até ao dia 14 de Janeiro de 2012, podendo ser visitada de 3ª feira a sábado, entre as 9h00 e as 12h30 e das 14h00 e as 17h30.

A iniciativa é da Associação Filatéli-ca Alentejana e conta com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz.

Filme sobre bonecosO portal Mistério Juvenil disponibi-lizou no seu canal de TV um filme documental, realizado em 1976, por Lauro António sobre os bonecos de Estremoz, desde a preparação do barro até à pintura final dos bonecos, tão típicos de Estremoz.

Este filme faz parte da filmoteca do Mistério Juvenil em suporte película de 16mm e que agora foi disponibili-zado ao público para que seja possível apreciar tão rica obra artesanal e que por muitos é desconhecida.

Irmãs Flores expõem trabalhos

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“Café Mário” estreia no próximo sábado, no teatro Garcia de resende. Ficará em cena até 18 de Dezembro.

Radar

Pedro Galego | Texto

Estreia no próximo sábado o mais recen-te espectáculo do Centro Dramático de Évora (Cendrev). Café Mário é, segundo a companhia, não só uma homenagem ao falecido fundador Mário Barradas, mas ao mesmo tempo um “manifesto” pela conjuntura e “período de trevas” atra-vessado pela instituição criada em 1975, e uma das pioneiras na descentralização do teatro dos grandes centros urbanos.

Uma “ficção apanhada pela realidade” é o mote para o retrato levado a cena no Teatro Garcia de Resende, seguramente uma das peças mais sentimentais e in-trospectivos da história recente do Cen-drev.

Esta nova produção é um desafio que a companhia lançou a si mesma para evo-car o homem, a obra e o pensamento do fundador deste projecto teatral criado em Janeiro de 1975 em Évora. Para a sua con-cretização, o Cendrev contou com a pre-ciosa colaboração de um amigo de longa data com quem já partilhou diversas aventuras artísticas.

“Café Mário” é um espectáculo com autoria e encenação de Pierre Etienne Heymann, organizado a partir de textos de William Shakespeare Alfred Jarry, Tankred Dorst, Marivaux, Bernard-Marie Koltès, Ruzante, Gil Vicente, Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade, Manuel da Fonseca, Bertolt Brecht, Mário Barradas e também do autor.

Conta a história de uma companhia de teatro que se vê confrontada com o apa-recimento de uma figura misteriosa que todas as noites assombra o palco do teatro: um Espectro que espera ser vingado pelos seus herdeiros. Trata-se de um espectácu-lo que fala do trabalho teatral e da sua dimensão cultural, neste tempo profun-damente adverso em que vivemos.

“Café Mário” é um projecto dirigido por Pierre Etienne Heymann com ceno-grafia e figurinos de Elsa Blin, direcção e interpretação musical de Bruno Cintra, iluminação de António Rebocho e conta com a interpretação de todo o elenco per-manente da companhia e de dois jovens estagiários que terminam a sua formação na Universidade de Évora: Álvaro Corte Real, Ana Meira, Jorge Baião, José Rus-so, Maria Marrafa, Rosário Gonzaga, Rui Nuno, Victor Zambujo e André Salvador e Fábio Moreira.

Este espectáculo, que propõe também um envolvimento diferente do público, tem a sua lotação limitada a 80 especta-dores e vai estar em cena no Teatro Garcia de Resende de 19 de Novembro a 18 de Dezembro, de quarta a sábado às 21h30, domingo às 16h00.

Ao Registo, José Russo, director do Cen-drev, explicou que a idea surgiu “após

Cendrev estreia ficção ”apanhada“ pela realidadePeça com encenação de Pierre etienne Heymann é homenagem a Mário Barra-das, fundador do Cendrev.

ções de homens e mulheres que vieram a dedicar-se profissionalmente ao teatro”.

“A questão podia resolver-se com a montagem de uma peça que o Mário não tivesse tido tempo para fazer ou voltando a uma que o Mário tivesse gostado parti-cularmente de ter feito. Mas não, quando no passo seguinte desafiámos o compa-nheiro e amigo Pierre-Etienne, para di-rigir esta aventura e ele aceitou fazê-lo, percebemos de imediato que estava lan-çado o caminho para a construção de um espectáculo verdadeiramente extraordi-nário na vida da companhia”, adianta o responsável.

A peça, acrescenta, está “organizada com um imenso sentido do teatro, que mergulha no universo dos grandes au-tores universais para contar uma fábula que, como diz o autor, foi claramente apa-nhada pela dramática situação em que o Cendrev se encontra”.

É também o nosso manifesto sobre este “tempo de trevas que atravessamos”, um tempo marcado por profundos retroces-sos nas condições de vida de muitos mi-lhares de pessoas, nomeadamente aque-las que vivem do seu trabalho, como é o caso também dos trabalhadores do Cen-drev, técnicos, actores e administrativos que, apesar das imensas dificuldades por que estão a passar, conseguiram erguer este projecto artístico com o profissiona-lismo que lhes é reconhecido”, rematou o responsável.

Segundo José Russo, “Café Mário” pode-rá ainda ser o fim de um ciclo deste pro-

jecto porque, passados todos estes anos, “não aceitamos que a nossa relação com a cidade possa ser determinada por fórmu-las estritamente mercantilistas de trata-mento da cultura”.

Por seu turno, o encenador e autor, Pier-re-Etienne Heymann, descreve a peça como uma “fábula contemporânea”.

“No palco de um teatro, um espectro, igual ao de Hamlet, denuncia o assassí-nio do pai da companhia e, por este aten-tado, a extinção progressiva da profissão teatral e da sua acção social”. O inquérito traz à luz do dia as astúcias das autorida-des (a organização “sonsa” do dinheiro), sempre presentes e activas. Os comedian-tes representam excertos de peças que servem de argumentos, de recordações históricas e de hinos fervorosos.

“Pouco a pouco organizam a resistên-cia. Com a ajuda dos espectadores, um teatro autêntico pode renascer, no meio do Café Mário. Esta comédia, dedicada a Mário Barradas, o meu amigo, o meu ir-mão, é uma advertência contra os perigos mortais que ameaçam a arte do Teatro – e a arte em geral – na sociedade de hoje. Também quer transmitir uma mensagem de esperança e de fé no poder indestrutí-vel do Teatro”, diz o encenador.

“ Mas quando escrevi esta peça, duran-te o inverno passado, não podia prever que a minha ficção seria apanhada pela realidade, e que viria a ser representada no mesmo momento em que a “criança” de Mário Barradas, o CENDREV, é “amea-çado” de extinção”, conclui.

“Café Mário” é uma peça que “mergulha no universo dos grandes autores universais para contar uma fábula”.

uma conversa sobre a possibilidade de organizar uma exposição que pudesse ser o retrato de uma vida dedicada ao teatro”.

“Começámos de imediato a pensar num espectáculo que, a par desse retrato, des-se forma a esse percurso impar [de Mário Barradas] que contribuiu de forma deci-siva para o aparecimento de novas gera-

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D.R.

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Page 15: Registo ed181

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A Prova de Fogo

Sugestão de filme

Direcção: Alex KendrickSinópse:

o casamento está em vias de extinção. A cada ano, aumenta o número de divór-cios no mundo. e, mesmo entre aqueles que resistem à “solução” da separação, muitos apenas se suportam, vivendo infelizes debaixo do mesmo teto. o filme “A Prova de Fogo” toca nessa ferida,

Carta dominante: 10 de Paus, que signi-fica Sucessos Temporários, Ilusão.amor: Evite precipitar-se nas decisões que toma. Pense bem para que não se arrepen-da mais tarde.saúde: Poderá constipar-se. Agasalhe-se bem. dinheiro: Analise as suas finanças e veja como rentabilizá-las.

Carta dominante: O Julgamento, que significa Novo Ciclo de Vida.amor: Poderá suscitar paixões arrebata-doras, mas pense bem naquilo que real-mente quer.saúde: Cuidado com aquilo que come. Po-derá colocar em risco a sua dieta.dinheiro: Defenda-se de um colega mal intencionado, sendo honesto e consciente das suas capacidades.

Carta dominante: Valete de Espadas, que significa Vigilante e Atento.amor: Procure não ter o seu coração tão fechado. Dê a si mesmo a oportunidade para conquistar a felicidade.saúde: Previna-se contra as constipações. dinheiro: Reflicta sobre uma proposta profissional que lhe poderá ser feita.

Carta dominante: Ás de Paus, que signi-fica Energia, Iniciativa.amor: Mantenha a alegria e o optimismo que o caracterizam. Motivará as pessoas que estão ao seu redor.saúde: Maior tendência para se sentir so-nolento e sem vigor físico. dinheiro: Poderão surgir alguns proble-mas profissionais. Mantenha a calma, de modo a resolver os imprevistos da melhor maneira.

Carta dominante: 7 de Copas, que signi-fica Sonhos Premonitórios.amor: Procure fazer uma surpresa à sua cara-metade criando um ambiente ro-mântico.saúde: Procure descansar um pouco mais. dinheiro: Evite comentar os seus planos profissionais. Guarde as suas intenções a sete chaves.

Carta dominante: Os Enamorados, que significa Escolha.amor: O amor marcará esta semana. Faça os possíveis para manter essa estabilidade.saúde: Propensão para uma pequena in-disposição. Se achar necessário consulte o seu médico.dinheiro: As suas qualidades profissio-nais serão reconhecidas e poderá ser re-compensado.

Carta dominante: Rei de Espadas, que significa Poder, Autoridade.amor: Período favorável ao romance. Poderá surgir uma pessoa que se tornará importante na sua vida.saúde: Cumpra o horário das refeições. Evite estar muitas horas sem comer.dinheiro: Acautele-se contra possíveis perdas de dinheiro. Previna-se para não sofrer dissabores.

Carta dominante: 3 de Ouros, que signi-fica Poder.amor: Dedique mais tempo a si mesmo. Planeie um período de descanso a dois.saúde: A sonolência e a preguiça irão marcar a sua semana. Tente travar essa tendência.dinheiro: Seja mais compreensivo com os seus colegas de trabalho. Se agir des-sa forma conseguirá conquistar um bom ambiente.

Carta dominante: 5 de Espadas, que sig-nifica Avareza.amor: A sua experiência de vida poderá ajudar um amigo a orientar a sua vida. Seja solidário com quem solicitar o seu apoio.saúde: Procure o seu médico assistente com maior regularidade. Faça análises de rotina.dinheiro: Seja mais dedicado ao trabalho. Procure não desistir dos seus objectivos.

Carta dominante: 5 de Copas, que signi-fica Derrota.amor: Semana favorável ao convívio. Con-vide alguns amigos para saírem consigo.saúde: Poderá sentir-se mais cansado que o habitual. Tome um duche quente e relaxe.dinheiro: Assente os pés na terra e saiba aquilo com que conta. Pense bem antes de agir.

Carta dominante: 6 de Ouros, que signi-fica Generosidade.amor: o pessimismo e a falta de confiança não favorecem a realização pessoal.saúde: Descanse o máximo que puder. Se tiver oportunidade faça sessões de mas-sagem.dinheiro: Coloque em marcha um pro-jecto muito importante para a sua carreira profissional.

Carta dominante: Rei de Copas, que significa Poder de Concretização, Respeito.amor: Aproveite os momentos com a família pois dar-lhe-ão um grande bem-estar emocional. saúde: Cuide da sua alimentação com maior vigor. dinheiro: Estará financeiramente está-vel, por isso, poderá satisfazer um capri-cho seu.

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todos os dias, mas é incapaz de salvar o próprio casamento. Percebendo a situação, o pai dele propõe um desafio antes de o casal partir para a separação. relutante, Caleb acei-ta. (Detalhe: o ator

principal é Kirk Cameron, que estrelou na adolescência uma série de sucesso e decidiu, depois, dedicar-se a projetos que promovessem o bem.)

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Radar

touroLigue já! 760 10 77 32

gémeosLigue já! 760 10 77 33

CarangueJoLigue já! 760 10 77 34

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aquarioLigue já! 760 10 77 41

peixesLigue já! 760 10 77 42

aponta os prováveis e mais comuns motivos desse problema e propõe a solução para ele.Caleb Holt é capitão do Corpo de Bombeiros de Albany, euA, tido como herói em sua cidade. A metáfora é evi-dente: ele salva pessoas quase

O rapaz do pijama as riscasDirecção: John BoyneSinópse:

Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empa-cotadas. o seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxu-osa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada

um pijama às riscas. Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobe-decendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encon-tra um rapazinho

mais ou menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…

para fazer. Pior do que isso, a nova casa é de-limitada por uma ve-dação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas

estremoz

pintura de maurizio lanzilotta – “landsCape BY heart”.Até 27 de NovembroMaurizio Lanzillotta, artista italia-no, vive em Espanha desde 1987. A sua permanência nesse país influenciou a sua arte que tomou uma nova dimensão. A paisagem, seu tema de eleição, nesta nova aventura, com independência de tratar-se de uma figuração «natu-ralista », destaca sobretudo uma representação que lhe confere uma autonomia constituindo-se em imagem espiritual e onírica.

évora

Chartres en lumiÈresAté 31 de Março de 2012 | Átrio dos Paços do ConcelhoMostra fotográfica do evento “Chartres en Lumières”, realizado na cidade francesa de Chartres, geminada com Évora, e que reúne todos os anos, desde 2003, quase um milhão de pessoas para assistir à iluminação cénica multicolor dos principais monumentos da cidade, durante mais de 100 noites.No dia da inauguração terá lugar uma conferência sobre o Patrimó-nio em Chartres. Info: 266 777 000Email: [email protected] | Site: www.cm-evora.ptOrg.: Câmara Municipal de Évora | Câmara Municipal de ChartresNota: Evento integrado nas Come-morações dos 25 Anos de Évora Património Mundial

exposiçãomontemor-o-novo

FlamenCo Contemporâneo19 de Novembro | 20h00 | Con-vento de S.Paulo. Espectáculo de Flamenco Contemporâneo, inter-pretado por Maribel Ramos.

Viana do alentejo

“ConCertos ClassiCos”19 de Novembro de 2011Recital de Acordeão com Gonçalo Pescada – o Tema deste recital invulgar será dedicado ao sistema convertor, ao seu funcionamento e á sua influencia na musica escrita para acordeão. O programa suge-rido percorre váreos caminhos, desde a transcrição da famosa Chaconne em Ré Menor de Jo-hann Sebastien Bach até á musica original contemporãnea dos com-positores Edison Denisov e Franco Donatoni. Este evento integra a Semana Sénior.

reguengos de monsaraz

Jorge roque & proJeCto madrugada19 de Novembro de 2011Espetáculo de angariação de fun-dos para o futuro lar de idosos de Campinho. Horário: 21h00Local: Auditório Municipal, Praça da LiberdadeOrganização: Centro Social e Paro-quial do Sagrado Coração de Jesus do CampinhoApoio: Reguengos de Monsaraz

dançamonsaraz

“sementes do uni-Verso” – ateliê de pinturaAté 8 de Janeiro de 2012Ateliê de pintura que Alice Alves realiza na Vila Mediaval de Monsa-raz, trabalhando ao vivo. Alice Al-ves é uma pintora autodidacta que iniciou a sua actividade artistica há mais de uma década. Desde 2005 participou em exposições individu-ais e colectivas em França, Alema-nha, e Portugal. Actualmente de-seja desenvolver a sua arte como método de terpia para crianças com dificuldades e deficiencias. Esta Mostra Integra o Ciclo de Ex-posições Monsaraz Museu Aberto.Horário: das 10h ás 13h e das 14h ás 18hLocal: Casa Monsaraz

aguiar

saladas tipográFiCas e outras BarBaridades aFins De Sábado 05 de Novembro de 2011 | 16:00 a Sábado 31 de De-zembro de 2011 | 17:30 | Teatro Bernardim RibeiroUma brincadeira gráfica, um jogo de escrita, uma construção de letras, estilos e imagens em combinações divertidas. É este o resultado do trabalho de Pedro Proença. A história da imprensa e da ilustração, assim como as van-guardas artísticas do princípio do século XX.

outros

Sugestão de livro

Page 16: Registo ed181

SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

O desconhecimento relativo à diabetes, as ideias preconcebi-das e os mitos associados criam um sério obstáculo ao trata-mento e prevenção da doença. No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, a acção “Vamos dar a volta à Diabetes”, promovida pela Lilly Portugal e pela Asso-ciação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), apela a uma maior participação das pessoas, mostrando que é possível alterar comportamentos e minimizar o risco associado à doença.

Esta iniciativa, que passará por Évora (Praça 1.º de Maio) no dia 18 de Novembro, vai ao en-contro dos objectivos definidos pela Federação Internacional da Diabetes para 2011 que conside-ra fundamental que as pessoas saibam o que é a diabetes, quais os riscos associados e como pre-venir ou controlar a doença,

atrasando as suas complicações.“A diabetes é uma doença em

crescente expansão em todo o mundo e que pode afectar todos, sem limitações de idade, sexo ou local de residência. Quando não devidamente tratada, é a causa do surgimento de graves com-plicações, tais como cegueira, falência renal e doenças cardio-vasculares”, diz João Nabais, do-cente da Universidade de Évora e presidente eleito da Federação Internacional da Diabetes, Re-gião Europa.

Na unidade móvel que estará na Praça 1.º de Maio, através de conteúdos interactivos simples e didácticos, qualquer pessoa pode ficar a saber mais sobre a diabetes, poderá testar os seus conhecimentos sobre a doença, conhecer melhor a sua condição física e histórico clínico, e aceder, no final, a dicas e sugestões úteis

para um estilo de vida saudável. No local estará um profissio-

nal de saúde para dar respostas às questões dos visitantes. Será ainda possível conhecer melhor a história da APDP, a mais an-tiga associação de diabetes do mundo, assim como o trabalho desenvolvido pela mesma. No website www.vamosdaravol-taadiabetes.com a actualização sobre esta iniciativa será diária.

Os hábitos de vida saudáveis são fundamentais para prevenir e controlar a doença. Para subli-nhar a importância do exercício físico decorrerá junto à unidade móvel, às 17h00, uma sessão do “Caminhar para o Equilíbrio”, um programa educacional da Lilly Portugal para pessoas com diabetes tipo 2, constituído por actividades estruturadas que vi-sam o aconselhamento nas áre-as da alimentação e do exercício.

Dança

Companhia estreia nova produçãoEstreia dia 5 de Dezem-bro a nova criação de Rafael Leitão, baseada na obra “o Sr. Walser” de Gonçalo M. Tavares. o espectáculo, dirigido a um público a partir dos 4 anos de idade, irá circular pelos estabele-cimentos de ensino da cidade. A partir do texto com o mesmo título de Gonçalo M. Tavares, o espectáculo, apresenta uma proposta de cons-trução de um espaço – A Casa – que inclui zonas importantes do corpo e da mente.Rafael Leitão recorreu ao universo popula-cional do projecto da CDCE Dança na Escola para explorar, num primeiro tempo, o texto e depois construir mate-riais com os alunos que figuram no conteúdo do espectáculo. A composição final inclui além de elementos da partitura do texto, a interpretação e a história vivencional dos alunos com o personagem.

Autocarro pára em Évora para ensinar a dar a volta à diabetes

Saúde

D.R.

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Iniciativas agendadas para amanhã na Praça 1º de Maio.

No próximo dia 20 de Novembro de 2011 cumprir-se-ão 510 anos de aniversário da fundação do Hospital e Santa Casa da Miseri-córdia de Olivença.

Como desafio principal para os próximos anos, e com as condi-cionantes sociais e assistenciais que marcam a época actual, a Santa Casa da Misericórdia pro-põe-se dinamizar a imagem, a gestão, e a expansão de uma das instituições mais antigas da Pe-nínsula, oferecendo um serviço adequado aos novos tempos, sem perder a identidade que durante cinco séculos a converteram em parte indissolúvel da localidade de Olivença e do seu termo.

Fundada em 1501, é o elemento mais “diferenciador”, mais incon-fundível da herança portuguesa em Olivença, prestando ao mes-mo tempo um serviço indispen-sável na assistência geriártrica/assistencial e preservando um considerável acervo de valores culturais que forjam a marca da personalidade oliventina.

A instituição presta serviços ao domicílio (residenciais) e ge-riártricos a 48 pessoas da terceira idade, dando trabalho directo a mais de 20 pessoas.

Misericódia faz 510 anos

Olivença


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