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    SEMANRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 17 de Maro de 2011 | ed. 146 | 0.50

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    TERTLIAS

    vora organiza tertlias para debater Cultura e RepblicaPg.19 Autarquia e instituies organi-zam ciclo de tertlias sobre a vida cultural da cidade, integrada nas comemoraes do centenrio da Repblica. Dia 28 de Maro, o debate ser sobre teatro.

    Teatroa bruxa estreia Msica no Vale

    Pg.18 A companhia de vora estreia esta noite a sua mais recente produo: Msica no Vale, com encenao de Fi-gueira Cid. A pea estar em cena at ao prximo dia 2 de Abril.

    Bandas de garagem e concertos no Ms da Juventude em voraPg.12 NuDe e os Outrhora Carmim so duas bandas de vora que participa-ram no Ms da Juventude. At final do ms, concertos com Duarte, Diogo Fon-seca, Expensive Soul, entre outros.

    Refer reconhece atraso: Linha do Alentejo no reabre em Maio

    VICE-pRESIdEnTE dA TERRAS dEnTRO TEMOS dE CAMInhAR pARA uM EquILBRIO MAIOR EnTRE REgIES RICAS E pOBRESEm entrevista ao Registo, a propsito dos 20 anos da associao, Alexandra Correia defende a aposta em actividades que possam atrair pessoas regio.

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    Alexandra Correia em EnTREVISTA

    Aumento do IVA reduz facturao dos ginsios em 10%

    As quebras na facturao so alar-mantes. A denncia foi feita pelo vice-presidente da Associao Na-cional de Ginsios, Jos Castro, que ini-ciou em vora uma volta pelo pas desti-nada a analisar os efeitos do aumento da taxa de IVA para 23%.

    Polmica15

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    Estatstica InE lana operao Censos/2011

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    lus Pardal | R

    egistoD

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    arquivo | R

    egistoD

    .R.

  • 2 17 maro 11

    a abrir

    director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor lus maneta

    propriedade

    PUBlicREaTiVE - associao para a Promoo e Desenvolvimento cultural; Contribuinte 5099759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.16 -7000.639 vora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direco Silvino alhinho; Joaquim Simes; Nuno Pitti

    Ferreira; departamento Comercial Teresa mira ([email protected]) paginao Arte&design luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia lus Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Pedro

    Gama; carlos moura; capoulas Santos; Snia Ramos Ferro; carlos Sezes; margarida Pedrosa; antnio costa da Silva; marcelo Nuno Pereira; Eduardo luciano; Jos Filipe Rodrigues; lus martins Impresso Funchalense Empresa Grfica S.a. | www.

    funchalense.pt | Rua da capela da Nossa Senhora da conceio, n 50 - morelena | 2715-029 Pro Pinheiro Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex distribuio nacional periodicidade Semanal/

    Quinta-Feira n.depsito Legal 291523/09 distribuio miranda Faustino, lda

    Ficha TcnicaSEMANRIO

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    A escolha mais barata

    A Associao Terras Dentro est a assinalar 20 anos de existncia, que se traduziram em muitos milhares de euros investidos na promoo do desenvolvimento rural.

    O reitor da Universidade de vora est certo ao apontar as vantagens da coope-rao entre regies e universidades. Mas a Universidade no tem dado o exemplo.

    protagonistas

    ww

    w.egoisthedonism

    .wordpress.com

    Pedro H

    enriques | cartoonista

    p06

    p08Carlos Braumann

    Tal comoera previsvel...

    Uma das minhas ltimas crnicas neste jornal teve por ttulo O cerco. Referia-me ao conjunto de foras visveis e ocul-tas que tm tido nas ultimas semanas, meses e anos, como nica obsesso, cercar poltica, e at pessoalmente, o Primeiro-ministro, visando abat-lo.

    Conclua nesse artigo que sua resis-tncia tenaz estava a ter como conse-quncia que o cercado tivesse passa-do a ser Passos Coelho pelos bares do PSD, considerado dentro do seu prprio partido cada dia mais incapaz de o con-duzir, a curto prazo, ao almejado retor-no ao poder.

    A consequncia lgica est vista: Pedro Passos Coelho resolveu encetar a fuga para a frente, colocando a sua sobrevivncia enquanto lder partidrio como nica prioridade poltica.

    Convm recordar os factos. Portugal com um desequilbrio recorrente das suas contas pblicas desde h muitos anos, viu-se, com a crise financeira e a escassez de crdito, confrontado com dificuldades de financiamento da sua divida a taxas de juro aceitveis.

    A banca internacional, face a uma grande procura de crdito por parte de muitos pases igualmente endividados como a Alemanha, o Reino Unido, a Frana, a Itlia, a Blgica ou a Espanha passou a sentir-se mais segura empres-tando a pases com economias mais for-tes.

    Com uma situao de desequilbrio das suas contas bastante mais grave do que ns, j antes, a Grcia e da Irlanda, se tinham visto obrigadas a recorrer ajuda externa para poder continuar a honrar os seus pagamentos.

    Uma interveno externa implica sempre que sejam os organismos finan-ceiros internacionais a ditar as medidas de recuperao, numa lgica tecnocrti-ca, de curto prazo e com custos sociais elevadssimos.

    O Primeiro-ministro e o governo por-tugus tm-se oposto fervorosamente a qualquer interveno desse tipo e tm-se multiplicado em iniciativas, inter-nas e externas, para controlar o deficit e transmitir confiana aos mercados, tendo como pressuposto que ningum

    melhor de que ns prprios saberemos escolher as medidas mais adequadas para atingir o objectivo, amortecendo ao mesmo tempo, tanto quanto possvel, os impactos sociais negativos que medi-das restritivas sempre provocam.

    O ltimo resultado positivo deste esforo do governo ocorreu no ltimo Conselho Europeu de 11 de Maro onde ficou aberta a possibilidade de finan-ciamento directo do Fundo Financeiro Europeu aos Estados-Membros, contor-nado a necessidade de recurso aos mer-cados financeiros, enquanto as taxas de juro permanecerem usurrias.

    A atitude do principal partido da opo-sio, e do seu lder, tem sido a oposta. No s Pedro Passos Coelho se tem ma-nifestado disponvel para governar com o FMI, como se de algo banal se tratas-se, assim como destacados membros do seu partido tm recorrentemente vindo a minimizar tal eventualidade ou at mesmo a advog-la, como recentemente fizeram os eurodeputados Paulo Rangel e Mrio David.

    No espanta por isso que a liderana do PSD tenha encontrado agora, em tor-no das medidas de consolidao ora-mental que o governo teve de apresentar em Bruxelas para garantir os objectivos de 3% de deficit em 2012 e 2% em 2013, o pretexto que lhe faltava para abrir uma crise poltica e tentar a sua sorte, convicta de que as dificuldades do mo-mento actual e as ajudas de Belm sero suficientes para derrotar Scrates em eleies.

    Finge no perceber que, com isso, est a fechar a nica porta que, porventura, poderia impedir o recurso ao pedido de ajuda ao FMI e a um pacote de medidas bastante mais gravosas para os portu-gueses do que o plano de austeridade que o governo est e prev aplicar at 2013 e que tem merecido o total apoio da UE, do BCE e dos comentadores in-ternacionais.

    Mas o que importa isso agora se, com a ajuda preciosa do Bloco de Esquerda e do PCP, se pode abrir uma possibilidade que conduza a direita mais depressa ao poder?E o interesse nacional? Isso, logo se v!

    Capoulas santosEurodeputado

    Alexandra Correia

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    Poltica

    Que fora essa?Carlos mouraEngenheiro

    Os acontecimentos destes dias pa-recem marcados por sinais muito diversos em que a nica coisa que parece falhar a direco para onde vamos a despeito desses sinais.

    O discurso de tomada de posse do Presidente, o novo pacote de medi-das de austeridade, a discusso da moo de censura, a manifestao da chamada gerao rasca, so todos eles sinais do apodrecimento do sistema poltico mo de inte-resses que se mantiveram inaltera-dos ao longo dos anos, maugrado as transformaes do ps 25 de Abril, e que hoje se encontram protegidos pelos ditames da Unio Europeia, eles prprios servos dos que vo acumulando os recursos do planeta sob formas diversas.

    O apelo juventude proferi-do pelo Presidente, na tomada de posse, torna-se um eco to vazio, quanto o apelo para o aproveita-mento das potencialidades do mar o foi, nas palavras de um homem que, quando em responsabilidades governativas, foi parte activa na degradao do ensino pblico com nfase no superior, quando prolife-raram universidades privadas e po-litcnicos, que exploraram alunos e famlias que para a foram atirados via numerus clausus, que foi par-te activa na expanso do fenmeno da precarizao e expanso dos fal-sos recibos verdes, da consolidao

    dos contratos a prazo, entre outros feitos.

    Como se coloca em contraponto s aces do Governo, um Presi-dente que no s sanciona como aprofundaria todos os aspectos mais negativos desta governao, se ele prprio ou o partido de onde provm governassem? E bom de ver que nem sequer fazem desse facto segredo, admitindo-o e fazen-do gala disso mesmo?

    E onde se coloca um Governo e o partido que o sustenta quando semanas aps fazer juras que nada mais h por onde cortar e, logo aps encontros havidos na estranja, anun-ciam criar novos contribuies a pa-gar, desta feita pelos reformados?

    Que j no governa de facto, li-mitando-se a ser o fiel administra-dor das directrizes vindas de fora.

    Que j s se limita a tentar manter as franjas de poder que garantam sua clientela a manuteno das suas mordomias.

    De acordo com os efeitos da mo-o que foi debatida no dia 10, apa-rentemente mantm-se no mesmo lugar. Uma moo tem de servir para um objectivo e esse objectivo no pode deixar de ser a substitui-o do Governo.

    No pode nem deve servir para pavonear algumas tiradas de orat-ria, por muito que o assunto dessa oratria seja meritrio de acordo na

    maior parte dos pontos. Uma moo de censura tem de

    procurar aglutinar o mximo de vontades, ainda que no possa dei-xar de se nortear pelas aces que censura. Fosse essa a postura e, por muito que direita no conviesse, estaramos hoje a debater como po-tenciar na melhor votao possvel o justo descontentamento dos cida-dos e quais as hipteses de uma correlao de foras que travasse as polticas de direita, mesmo que esta viesse a obter uma maioria relativa.

    Para onde ir com uma Manifes-tao cujo Manifesto aparece como um somatrio de protestos e des-contentamentos, apelando para que algum, supondo-se os mesmos de que se queixam, faa alguma coisa, mas no dizendo ao certo o qu.

    Os jovens queixam-se de que a sua gerao, a mais bem preparada da histria, no encontra forma de realizar as suas aspiraes e desen-volver as suas capacidades, contri-buindo para a produo do pas.

    Reconhecem que se alhearam du-rante muito tempo, o que positivo, mas colocam no mesmo rol dos que consideram responsveis pela situa-o, aqueles que se opuseram, no s sem o seu apoio mas por vezes com a sua indiferena e at boicote, s polticas que conduziram des-truio do aparelho produtivo, da investigao, degradao do sis-

    tema de ensino e principalmente perda de direitos sociais e laborais, alvos maiores do seu descontenta-mento.

    Apelam a algum, mas rejeitam o sistema poltico. Querem substi-tu-lo por algo, mas pelo qu? Por-ventura os representantes no so polticos? No so polticas as suas reivindicaes e preconizaes? E mesmo as suas afirmaes de to ajuramentado apoliticismo? Rejei-tam estes porque foram respons-veis da situao em que se encon-tram? E rejeitam os outros porqu? Porque lhes disseram que eram gen-te m e criminosa, que nada faz e se quer locupletar com o que afanosa-mente amealharam

    No viram, no sabem, nem tam-pouco quiseram saber quem de fac-to so e o que propem, mas esto j partida dispostos a descart-los s porque lhes dizem que sim. Para onde vo? Para onde os viu j a his-tria ir na longnqua dcada de 30 do sculo passado?

    Qualquer alterao da ordem poltica que no seja tambm da ordem econmica, nada vai mudar. Pode num momento ou noutro gal-vanizar alguns grupos, at mesmo a maioria, na culpabilizao e per-seguio activa de outros grupos sociais, sejam eles autctones ou estrangeiros.

    Pode recobrir-se de engrandeci-

    mento e preservao cultural, ou por outro lado apresentar-se como uma libertao das potenciali-dades do individuo em relao ao Estado, dissimulando que o Estado o conjunto do territrio, da sua populao, das suas realizaes e patrimnio, donde propriedade de todos e o seu Governo um mero mandatrio da soberania do povo, tal como est consagrado constitu-cionalmente.

    Precrios nos quiseram, Rebel-des nos tero, mas de que serve ser-se ou afirmar-se rebelde perante as orientaes e as leis altamente le-sivas da dignidade do cidado e do trabalhador, se no houver coragem e rebeldia suficientes para romper com as teias e a poeira de anos de preconceito e se ousar realmente exigir um mundo novo a srio? A justeza e a seriedade do sentimento da gerao rasca no esto em causa.

    O que est em causa a capacida-de e a clarividncia de formular rei-vindicaes, de lutar pelas mesmas e de apoiar e se aliar aqueles que durante muitas dcadas enfrenta-ram os mais duros combates e mais aviltantes das condenaes e pe-nas para criar as condies em que a dignidade do homem, tambm como ente produtivo, se sobreponha lgica de medir todas as coisas e pessoas por um valor de mercado.

    A 19 de maro o protesto e a indignao voltam rua!!!

    margarida FErnandEsarquiteta paisagista

    Parece que muitos outros perceberam que pela luta que se conquistam os direitos a e a dig-nidade. Esperemos por isso uma das maiores manifesta-es de protesto e indignao.

    No passado dia 12 muitos milhares resolveram, alguns provavelmente pela primeira vez, manifestar o seu protesto e indignao pelo estado a que o pas chegou. Ainda bem!

    Muitos, muitos mil, tm vindo a faz-lo desde que esta desgraada e agravada politica de direita, pra-ticada pelo PS e/ou PSD, acompa-nhados ou no pelo CDS/PP nos tem massacrado.

    Nas fbricas, nas empresas, nas escolas, na administrao pblica, nos sindicatos, todos os dias muitos milhares resistem ganncia do ca-pital, de que este governo o mais fiel serventurio.

    No prximo dia 19 a luta ir con-tinuar na Av. da Liberdade, em Lis-boa.

    At l e depois disso a luta conti-nua! E continuar enquanto houver desigual (e cada vez mais desigual) repartio da riqueza nacional; en-quanto houver corte dos salrios e penses, convivendo com aumentos colossais de lucros dos grandes gru-pos econmicos (no ano passado 9 destes aumentaram os seus lucros em 150%); enquanto milhares e milhares de jovens desempregados

    ou com vnculo de trabalho prec-rio tiverem o futuro suspenso dos caprichos dos mercados; enquanto a independncia nacional estiver comprometida pela subservincia aos grandes interesses financeiros supranacionais; enquanto a Cons-tituio da Republica Portuguesa continuar a ser ignorada e os direi-tos nela consagrados espezinhados; enquanto permanecer esta cruzada de ataque aos direitos laborais; en-quanto houver escolas a encerrar e dificuldades (agravadas, cada vez mais agravadas) no acesso sade; enquanto persistirem os boicotes oficiais ativos ou passivos ao desen-volvimento da produo nacional.

    Parece que muitos outros perce-beram que pela luta que se con-quistam os direitos a e a dignidade. Esperemos por isso uma das maio-res manifestaes de protesto e in-dignao.

    Os meios de comunicao social deram manifestao do passado dia 12 uma das maiores cobertu-ras mediticas a aes de protesto j vistas em Portugal. Ainda bem! Esperemos assim uma igual cober-tura meditica manifestao do

    prximo dia 19: idntica nos objeti-vos, igualmente apartidria e igual-mente importante como demons-trao de vontade dos portugueses romperem com esta politica injusta e contrria aos interesses nacionais.

    Continuamos todos a estar ras-ca, dia 19 vamos a Lisboa grit-lo e que a ningum lhe doa a voz!!

    D.R.

  • 4 17 maro 11

    Poltica

    Carlos sEzEsgestor

    Educao: sabemos para onde vamos?

    Se queremos agir sobre uma reali-dade, devemos comear por com-preender essa mesma realidade, sem preconceitos ou mistificaes. O mundo mudou bastante nos lti-mos 20 30 anos para que tenha-mos, em determinadas matrias, uma viso fundamentalista e avessa a qualquer mudana. A Educao uma dessas reas.

    No frase feita, mesmo a minha convico: a Educao a base de qualquer sociedade. Em Portugal, foi objecto de um enorme esforo de investimento e desenvol-vimento nos ltimos 35 anos, tendo em conta o desafio quantitativo de massificar e democratizar o aces-so escolaridade. Olhando para a oferta educacional e para as taxas de cobertura dos vrios graus de ensino, esse desafio foi razoavel-mente enfrentado e vencido.

    Neste momento, na era da globa-lizao e do conhecimento, o desa-fio outro, de natureza qualitativa: dotar crianas e jovens de capaci-dades (pessoais e sociais) que lhe permitam uma saudvel insero na sociedade e aprendizagens e competncias para enfrentarem os desafios da empregabilidade deste sculo XXI.

    Como tal, parece-me essencial equacionarmos ou repensarmos al-gumas questes crticas para os re-sultados que desejamos: os modelos de ensino/ aprendizagem, os conte-dos e as metodologias pedaggi-cas, os modelos de gesto escolar, a responsabilidade da famlia e da comunidade envolvente.

    Infelizmente, como cidado rela-

    tivamente atento a este tema, vejo que em Portugal se gosta mais de discutir o acessrio e se perde a noo do que essencial. O deba-te poltico amplificado pela comu-nicao social foca-se em temas como as carreiras, as remuneraes e as avaliaes de professores ou no encerramento da escola A ou da escola B; ora se aborda o (compli-cadssimo) sistema de colocao de professores ou o aparente facilitis-mo dos exames que nos leva a ques-tionar se no estaremos a trabalhar para as estatsticas em vez de nos focarmos em resultados genunos e concretos.

    Por favor, haja o bom senso de nos centrarmos no que essen-cial. Haja o bom senso que darmos tempo a que cada reforma ou me-dida concreta tenha o seu tempo de provar resultados e no faamos revolues educativas de 2 em 2 anos, ao sabor das preferncias de cada ministro. Faamos exerccios de cenrios para perspectivarmos onde queremos estar daqui a 10 anos, sempre com ateno cada vez mais acelerada evoluo social, cultural e tecnolgica.

    Olhando para a realidade nacio-nal, como no especialista neste campo, atrevo-me a deixar aqui algumas linhas e sugestes de me-lhoria:

    Definio rigorosa de metas de aprendizagem sempre revistas regularmente com vista a aferir a sua adequao s novas exign-cias;Acabar com a estrutura hiper-centralizadora do Ministrio da

    Educao, dando cada vez mais autonomia s escolas para toma-rem as suas decises;Envolvimento intenso dos agen-tes locais (autarquias, associa-es, empresas) nas estratgias educativas;Autonomia e responsabilizao em termos de resultados;Maior monitorizao/ acompa-nhamento dos estudantes (com-batendo o insucesso escolar e medindo sucessos futuros);Passar de um paradigma de ava-liao de professores para um modelo avaliao da escola e dos resultados;Melhor orientao vocacional/ profissional;Interligar polticas de famlia com poltica de educao para que a escola no tenha a misso pesada e solitria de garantir tudo o que concerne ao desenvol-vimento de qualquer criana ou jovem.

    So apenas ideias soltas, que aqui ficam como contributo.

    o aparente facilitis-mo dos exames que nos leva a question-ar se no estaremos a trabalhar para as estatsticas em vez de nos focarmos em resultados genunos e concretos.

    Esperteza saloiasnia ramos FErroJurista

    A semana foi rica em acontecimen-tos importantssimos e dramticos. Desde logo, a catstrofe natural que ocorreu no Japo, provocando milhares de mortos e destruindo cidades inteiras. Uma calamidade que nos deve recordar a pequenez e impotncia humanas perante a for-a da natureza, uma oportunidade para o mundo se solidarizar e unir esforos em torno de um povo mas-sacrado pelo maior sismo de que h memria. s vtimas deixo a minha homenagem, aos vivos a minha so-lidariedade.

    O discurso da tomada de posse do Presidente da Repblica marcou os noticirios, como seria de esperar. O que no se esperava, embora no surpreenda, era que o Primeiro-mi-nistro quebrasse o protocolo da for-ma inaceitvel como o fez, deixan-do o Presidente da Repblica quatro minutos espera que se dignasse aparecer para o cumprimentar.

    Este acto bem revelador, antes

    de mais, do carcter e da formao pessoal do Primeiro-ministro. No atravessa o esprito de ningum tra-tar-se de um lapso ou de um impul-so. evidente que foi propositado. Um rasgo de irreverncia estudan-til como forma de protesto contra o discurso do Presidente, que foi, como deveria ser, exigente, rigoro-so, implacvel. Um aviso navega-o, como disse Marques Mendes.

    De nada valeu a deslocao Alemanha. Angela Merkel deu o seu aval s medidas do PEC IV que Scrates sorrateiramente prepa-rou com os Tcnicos do BCE, mas os mercados no reconheceram os sinais. Os juros continuam a atin-gir mximos histricos. Ningum percebe a origem desde PEC IV, depois de um oramento em Outu-bro passado e trs PECs, a no ser que os Tcnicos tenham descoberto um buraco no oramento nacional, como muitos rgos de comunica-o social j adiantaram. No me

    Angela Merkel deu o seu aval s medidas do PEC IV que Scrates sor-rateiramente prep-arou com os Tcnicos do BCE, mas os mercados no reconheceram os sinais

    admira que tal tenha acontecido, face aos lapsos sucessivos em ma-tria de contas. Aos bochechos, va-mos conhecendo a verdadeira situa-o econmica do pas, porque no h coragem poltica de dizer aos portugueses, de uma vez por todas, como estamos e para onde vamos.

    Neste episdio, Scrates no ponderou o revs poltico do secre-tismo que envolvia o seu dossier, ao apresentar dona da Europa um pacote de medidas que em Portugal ningum conhecia. Sequer o Presi-dente da Repblica tinha conheci-mento das suas intenes, sequer a Casa da Democracia teve oportuni-dade de debater tal pacote.

    Inaceitvel o comportamento de um Primeiro-ministro que ignora os seus parceiros sociais/advers-rios polticos/oposio e demais instituies numa matria to sens-vel como a implementao de novas medidas de austeridade, e depois apela sua responsabilidade e ao sentido de Estado (dos outros) para se manter no poder. de uma desle-aldade institucional atroz.

    Um Primeiro-ministro que h semanas atrs disse que no era preciso mais medidas de austeri-dade e que a execuo oramental estava a ser um sucesso, vem agora

    apresentar ao pas um PEC IV, es-perando que os outros responsveis polticos, a quem tem desconside-rado continuamente, lhe permitam outras leviandades.

    O PSD j esclareceu a sua posio nesta matria, para que no restem dvidas. Chega de oportunidades perdidas oferecidas a um Governo que est moribundo h meses e cuja credibilidade j no permite defen-der, da melhor forma, os interesses do pas nos mercados e instituies internacionais.

    O desespero de Scrates em se manter no poder turva-lhe, j, a clarividncia do ser cerebral, que . Todos os seus actos revelam j a de-sorientao de um rei deposto.

    Scrates abriu pelo seu punho, a crise poltica que j se afigura ine-vitvel, supondo que sozinho com Merkel resolveria o problema. Ago-ra esbraceja e gesticula, clamando por algum que lhe d a mo. Cair sozinho, mas no de p.

    D.R.

  • 5

    Poltica

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    Redaco | Registo

    O presidente da Cmara Munici-pal de Estremoz, Lus Mourinha, acusa o Sindicato dos Trabalha-dores da Administrao Local (STAL) de ter uma atitude mera-mente provocatria ao insistir na realizao de um plenrio de trabalhadores no bar da autar-quia.

    O plenrio, inicialmente mar-cado para as 9h30 de dia 15, no foi autorizado pelo autarca. E acabou por no se realizar.

    Trata-se de um espao fre-quentado por todos os funcio-nrios do municpio, pelo que nenhum trabalhador poder ser obrigado a assistir a uma reu-nio, nem impedido de frequen-tar aquele espao, defende Lus Mourinha, contestando igual-mente a realizao da iniciativa sindical em dia de atendimento pblico aos muncipes.

    A autarquia crtica ainda a po-sio do STAL de no considerar o atendimento municipal como um servio de natureza urgente

    Cmara de Estremoz acusa STAL de atitude provocatria

    Plenrio

    ao sindicato que compete marcar data e hora para a rea-lizao de plenrios, no ao presidente da cmara, diz Jos Correia, lamentando que pro-blemas destes apenas tenham surgido em Estremoz.

    Em comunicado, a concelhia de Estremoz do PCP manifestou a sua mais profunda repulsa pelo que considera ser um aten-tado liberdade dos trabalhado-res dizendo ter-se tratado de um episdio sem procedentes desde o 25 de Abril.

    e essencial. No este o nosso entendimento de servio pbli-co. E tambm o no deveria ser por parte de um sindicato que, partida, tem como objectivos a defesa do interesse dos traba-lhadores que, para alm de se-rem muncipes, devem tambm regular a sua actividade basea-dos em princpios que tenham em vista a prestao do melhor atendimento possvel, com o ob-jectivo de obter a satisfao do muncipe e a resoluo dos seus problemas de uma forma rpida e eficaz.

    Porque continuou [o STAL] numa atitude meramente pro-vocatria, a informar os traba-lhadores de que a reunio se re-alizaria num espao em que no fora autorizada?, interroga.

    Em declaraes ao Registo, o coordenador do STAL de vora, Jos Correia, confirmou a no re-alizao do plenrio da manh, apesar de os dirigentes sindicais terem estado no interior do edif-cio, e negou a existncia de qual-quer atitude provocatria.Autarquia no aprovou plenrio em dia de atendimento aos muncipes

    D.R.

    Novo quartelO novo quartel do Destaca-mento Territorial da GNR de Estremoz dever comear a ser construdo dentro de dois a trs meses, num investimento de 2,8 milhes de euros.O quartel vai ser construda num terreno cedido pela C-mara Municipal na zona das Quintinhas, junto estrada que liga Estremoz a Portalegre.

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    Entrevista

    Temos de caminhar para um equilbrio maior entre regies

    Alexandra Correia, vice-presidente da Terras Dentro - Associao para o Desenvolvimento Integrado

    Lus Maneta | Registo

    A Associao Terras Dentro foi fundada h 20 anos para promover o desenvolvimen-to rural. 20 anos depois, con-tinua a acreditar que um caminho possvel?

    Continuo.

    H futuro para o mundo ru-ral apesar do despovoamen-to?

    Penso que sim, embora haja muitas dificuldades. Continu-amos a perder pessoas, com di-ficuldade em atrair uma popu-lao nova, jovens casais que

    queiram investir e se queiram fi-xar na regio. No bastam os que c esto, preciso que venham pessoas de fora. por isso que na Terras Dentro promovemos a regio mas tentamos tambm apoiar novas actividades que possam atrair outra pessoas.

    O diagnstico est feito. Mas no tem havido resultados.

    A temos de falar de poltica, no depende s das pessoas e das associaes locais. Penso que os investimentos essenciais tm sido feitos sempre na zona do litoral e nestes ltimos tempos isso tem-se visto de forma mais

    acentuada com projectos que atraem pessoas para as cidades. Seria necessrio investir mais no interior. H alguns projectos estruturais para o Alentejo mas ainda sem reflexos na demogra-fia e desenvolvimento.

    Ou seja, o despovoamento e do interior em grande ex-plicado pelo desinteresse por parte do governo?

    No s mas isso que sucede. O Estado no tem tido vontade para contrariar a tendncia de abandono do mundo rural.

    E de que forma uma associa-

    o como a Terras Dentro, criada numa micro-regio como as Alcovas, procura contrariar esta tendncia?

    Tentamos estimular o surgi-mento de novas iniciativas, por exemplo atravs do apoio s pe-quenas empresas e ao surgimen-to de novas empresas. E tentar que elas, embora se baseiem na valorizao dos produtos e dos recursos locais, tenham uma perspectiva de vender para fora da regio. Isto em reas como os produtos agro-alimentares e tu-rismo rural, por exemplo. Tudo isso tem de ser feito numa pers-pectiva que valorize o patrim-

    nio e a identidade, projectada para fora.

    Que tipo de apoio?Atravs do programa Leader

    temos apoiado de forma directa. Mas tambm no marketing, pro-moo de eventos, organizao e construo de candidaturas, formao interna das empresas, construo de redes de parcerias. Actuamos em vrios sectores, de apoio s empresas formao e educao em escolas e com adultos at ao ambiente, por exemplo.

    Uma das iniciativas que tm

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    o incio, prende-se muito com o tentar estimular o empreende-dorismo. Neste momento, em Alvito, estamos a trabalhar em parceria com a associao Junior Achievement para desenvolver um programa que pode ir do pr-escolar ao ensino universi-trio. Neste momento estamos a trabalhar com as crianas do pri-meiro Ciclo. A ideia criar um esprito de iniciativa desde cedo, articulando com a escola.

    Como que isso se faz?A Junior Achievement tem

    materiais j criados, um kit pe-daggico, direccionado para as crianas. Ns construmos uma rede de voluntrios para irem s escolas, pessoas que na sua vida so empreendedores, seja em empresas ou no associativismo, por exemplo. E estas pessoas vo voluntariamente desenvolver as aces escola, abordando as-suntos como a famlia ou o tra-balho. Estamos lanar sementes.

    A Terras Dentro comeou por ser uma associao das Al-covas. Depois cresceu. Mas em toda a rea de influncia deparam-se com uma popu-lao muito envelhecida.

    Sim, muito envelhecida em to-dos os concelhos. E temos tido di-versos programas direccionados para esta faixa etria. No Contra-to de Desenvolvimento Local na Vidigueira tivemos uma srie de iniciativas para os mais idosos aprenderem a utilizar a Inter-net, aproveitando esta forma de contacto com a famlia que est distante. Muitos destes idosos esto sozinhos porque os filhos esto longe um mundo que se abre a estas pessoas mais ve-lhas. As novas tecnologias tm essa coisa maravilhosa que conseguir pr os mais isolados em contacto directo com outras pessoas, outras realidades.

    Tem tido boa receptividade?Muito boa. Comemos na Vi-

    digueira mas vamos tentar repli-car noutros locais.

    Pelo que li, a animao nos lares tem sido tambm uma das preocupaes da associa-o?

    A nossa ver uma das reas onde h muitas falhas. Por vezes os lares at funcionam bem mas a questo humana, ocupacional, social pouco trabalhada. Ento tentmos complementar o servi-o que j era prestado com a cria-o de uma rede em vrios lares e centros de dia da nossa zona de interveno, desenvolvendo actividades como artes plsticas, bailes, workshops.

    Tem referido muito a impor-tncia das parcerias. E como que o parceiro Estado se po-siciona face ao trabalho das associaes? Olha-as como concorrente?

    Nalguns casos sim, noutros vem-nos como complemen-

    No bastam os que c esto, pre-ciso que venham pessoas de fora. por isso que na Terras Dentro pro-movemos a regio mas tentamos tambm apoiar novas actividades que possam atrair outra pessoas.

    tares, como uma forma de se conseguir fazer mais com os recursos existentes. Nalgumas actividades olham-nos at como concorrentes. Na rea da educa-o e formao de adultos, por exemplo. Ns trabalhamos nesta rea desde 1991, temos um Cen-tro Novas Oportunidades a fun-cionar desde 2005 e escolas que comearam a aderir em massa j depois de iniciado o processo olham-nos como concorrentes. Ainda para mais, concorrentes com uma maneira mais flex-vel de funcionar, mais criativa, mais empenhada nalguns ca-sos. J tenho ouvido dizer que fora da escola no deveria haver formao de adultos.

    Quero tambm que nos fale sobre duas das mais recentes iniciativas da Terras Dentro. A comear pela rota sem bar-reiras, dirigida aos turistas portadores de deficincia.

    Foi um projecto no mbito do Leader + e temos uma nova can-didatura no PRODER. Constru-mos na regio uma rota turstica sem barreiras para as pessoas que tm alguma incapacidade. Alm do levantamento dos re-cursos existentes, como hotis, restaurantes, museus, falmos com todas as entidades sensibi-lizando-as para a importncia de adaptarem os seus espaos de forma a poderem receber pessoas em cadeiras de rodas. O projecto tambm ajudou as entidades a realizar as obras de adaptao.

    E conseguiram encontrar equipamentos suficientes para fazer um roteiro?

    Conseguimos. Alguns fizeram obras propositadamente para integrarem esta rede mas deve-riam existir muitos mais espa-os. E temos ainda o projecto, no sabemos em que conselho, de criar um museu todo adap-tado para receber pessoas com deficincia.

    Isto pode ser tambm uma chamada de ateno aos re-cursos tursticos que aqui no esto?

    Alguns dos quais, at por se-rem de entidades pblicas, deve-riam estar. E, de facto, no esto. Talvez porque se trata se uma rea que ainda no encarada como prioridade.

    A outra iniciativa o kit para a igualdade de gnero. Qual a ideia?

    Trata-se de uma srie de mate-riais pedaggicos que foi produ-zida por uma turma do 12 ano da Escola Secundria de Monte-mor-o-Novo. Todos os materiais foram debatidos com tcnicos e especialistas e os jovens que os construram. E a ideia ser utilizado por entidades que tra-balham em educao, formal ou no formal.

    Como que surgem estes projectos? um impulso que resulta da existncia de fi-nanciamento? Ou primeiro surge a ideia e depois tentam concretiz-la?

    Temos um conhecimento do

    20NmERo

    Tentamos estimular o surgimento de novas iniciativas, por exemplo atravs do apoio s pequenas empresas e ao surgi-mento de novas empresas.

    lus Pardal | Registo

    em curso vai de encontro a uma das debilidades do mundo rural: a falta de capa-cidade empresarial. o cur-so aprender a empreender que est a ser realizado em Alvito. H vontade de apren-der?

    H vontade de aprender mas penso que ainda h pouca ini-ciativa. Isto uma questo cultural e de educao. Toda a Histria do Alentejo est ligada a uma forma de viver e de se or-ganizar em termos sociais que no permite muito a iniciativa. Desde o primeiro momento em que foi criada a Terras Dentro todos os cursos de formao para o desenvolvimento comunit-rio tinham uma componente com muitas horas de iniciativa empresarial. Desses grupos, que reuniram 81 formandos, muitos chegaram a criar o seu prprio emprego e ainda hoje tm as suas empresas a funcionar.

    Agora continuar esse tra-balho?

    A nossa preocupao, desde

    territrio bastante alargado, fa-zemos diagnsticos contnuos. Alm da rede de parcerias te-mos estudos permanentemente a ser actualizados. Conhecemos bem a regio e a sua populao e temos ideia daquilo que per-tinente realizar. A base isto. A partir da vamos procura dos recursos que possam servir estes fins. Temos uma misso, valo-res, uma viso daquilo que seria bom para o territrio e vamos procura dos recursos. s vezes conseguimos mais para umas coisas do que para outras mas sempre integrado no que consi-deramos que se adequa regio.

    Em grande parte h apoio comunitrio. E da parte dos organismos nacionais, este momento de crise trs mais dificuldade a essas parce-rias?

    Desde o incio que vivemos essencialmente de fundos co-munitrios mas tambm temos algumas prestaes de servios, como estudos estratgicos ou organizaes de eventos, geral-mente a autarquia e organismos pblicos. Somos muito afectados na transio dos quadros comu-nitrios. Nalguns projectos, os atrasos do Estado so contnuos e por perodos grandes.

    No a crise que veio tornar mais difcil a vida da asso-ciao?

    Ainda no sentimos isso.

    Na rea de influncia da Terras Dentro qual seria o problema que aponta como prioritrio?

    A voltamos ao incio. Se ca-lhar o mais importante atrair pessoas que venham para c morar, investir. o meu caso. No sou das Alcovas nem sou alentejana. Cresci no Porto, estu-dei Sociologia em Lisboa, traba-lhei um ano e quando j estava um pouco farta da cidade sur-giu a oportunidade de vir para o interior. Mas era aquela viso citadina, como sempre vivi jun-to ao mar nunca pensei que me conseguisse adaptar ao Alentejo.

    Fins-de-semana a caminho da cidade?

    Todos os fins-de-semana ia para Lisboa. Vim com um con-trato de um ano, depois, porque o projecto correu muito bem, fi-zemos outro contrato, e o nme-ro de fins-de-semana a caminho de Lisboa foi diminuindo cada vez mais. Acabei por constituir famlia e ficar por c.

    Como que v a Terras Den-tro daqui a 20 anos?

    Somos uma associao pe-quenina mas temos cerca de 40 tcnicos a trabalhar. E a maior parte so licenciados. Temos de caminhar para um equilbrio maior entre as regies ricas e as desfavorecidas. Daqui a 20 anos gostava que consegussemos ter mais sustentabilidade, mais ac-tividades que atrassem pessoas de fora e fossem sustentveis por si s, o que no fcil na regio onde estamos inseridos. Esta-mos a pensar em novos projectos nesse sentido.

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    Regional

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    O reitor da Universidade de vo-ra, Carlos Braumann, defende que a cooperao entre as uni-versidades e as cidades e regies onde esto inseridas constitui um contributo indispensvel para o desenvolvimento local e regional.

    Esse tipo de cooperao, frisou, talvez no fosse muito habitual em tempos idos, mas indispen-svel para o desenvolvimento e todos, quer as cidades, quer as universidades, reconhecem a sua importncia, at para a fixa-o de populao.

    Carlos Braumann falava du-rante uma conferncia de im-prensa para apresentao de um seminrio internacional, sob o tema O contributo das Univer-sidades para o Desenvolvimento Regional, que hoje se inicia em vora.

    A conferncia insere-se no

    Cooperao indispensvel para o desenvolvimento

    UniverCity

    Carlos Braumann sublinha o contributo indispensvel da cooperao entre regies e universidades

    arquivo | Registo

    projecto UniverCity, promovi-do pela rede europeia MECINE, em que vora o representante de Portugal, juntamente com ci-dades da Alemanha, Sucia, Di-namarca, Noruega, Finlndia, Itlia e Holanda.

    Perto de cem participantes das cidades envolvidas, entre autarcas, tcnicos, investigado-res e especialistas na rea das estratgias de desenvolvimento e planeamento territorial, so esperados no encontro.

    Esta uma conferncia com a participao de vrias cidades europeias, de mdia dimenso. Temos sempre muito a aprender uns com os outros, at porque esta cooperao que se preten-de incrementar, entre cidades e universidades, relativamente recente.

    No caso de vora, segundo Carlos Braumann, as parcerias

    entre a universidade e a regio, o Alentejo, nomeadamente atra-vs da partilha do conhecimen-to acadmico para as empresas, tm dado resultados muito inte-ressantes.

    difcil medir estas coisas, mas grande parte do desenvol-vimento que se tem verificado nesta zona deve-se tambm ao papel que a universidade de-sempenha, argumentou, con-siderando importante conhecer experincias de outras cidades da rede MECINE.

    J o presidente do municpio de vora, Jos Ernesto Olivei-ra, salientou que, atravs desta conferncia e da prpria rede MECINE, a cidade alentejana ganha projeco externa, tal como o Alentejo e o pas. E a co-operao com as outras cidades da rede, todas com universida-des, mas com realidades sociais

    A certificao do aeroporto de Beja dever ficar conclu-da no segundo semestre deste ano, apesar de haver voos programados para Abril e Maio, e a ANA aposta sobre-tudo no trfego em 2012.

    O aeroporto de Beja est em fase de preparao para entrar em explorao e decorrem os trabalhos do processo de certificao, que estima-se que esteja conclu-do no decorrer do segundo semestre do corrente ano, diz Pedro Beja Neves, da ANA - Aeroportos de Portugal, que no apontou qualquer data para o aeroporto de Beja co-mear a funcionar e escusou-se a prestar declaraes aos jornalistas.

    Segundo o responsvel pelo aeroporto de Beja, que falava em Ferreira do Alen-tejo, num workshop sobre o primeiro voo internacional a partir da infraestrutura aeronutica alentejana,

    em termos de projeces de trfego para este ano, a ANA tem dito que, durante o vero de 2011 da Associao Internacional de Transporte Areo, que vai de Maro a Outubro, haveria voos.

    As perspectivas de voos a partir do aeroporto de Beja para este ano so as que se conhecem, ou seja, o primei-ro voo internacional, previs-to para Abril e que ter como destino Cabo Verde, e os 22 voos charter que o operador turstico britnico Sunvil ir realizar entre o principal aeroporto de Londres e o de Beja a partir de Maio.

    Trata-se de voos em fase de preparao com as entidades responsveis pela sua imple-mentao, disse Pedro Beja Neves, referindo que a ANA est a apostar sobretudo no trfego em 2012 e existem contactos muito srios com vrias companhias areas.

    O voo inaugural mantm-se agendado para o prximo dia 21 de Abril.

    ANA adia voospara Outubro

    Aeroporto de Beja

    to diferentes, tem permitido trocar experincias em projectos relacionados com transportes, problemas com estacionamen-to, segurana, preservao do patrimnio, limpeza e higiene pblica.

    A Rede Europeia Mecine foi criada em 1994 congregando cidades de mdia dimenso da Europa (entre 50 a 200 mil habi-tantes). A liderana da rede est actualmente entregue cidade germnica de Speyer, enquanto Chartres (Frana) participa nas reunies na qualidade de cidade observadora.

    Esta rede composta pelas ci-dades de vora (Portugal), Joen-suu (Finlndia), Linkping (Su-cia), Ravenna (Italia), Roskilde (Dinamarca), Speyer (Alema-nha), Tnsberg (Noruega) e Delft (Holanda).

    Durante a manh de hoje, primeiro dia de trabalho, os re-presentantes das cidades parti-cipantes iro analisar a Coope-rao e o Empreendorismo com vista ao Desenvolvimento Sus-tentado, num painel que depois se dividir em quatro sub-temas (a experincia de Linkping, a cooperao entre a Universi-dade de vora e a edilidade, a participao dos cidados no desenvolvimento de Speyer e o projecto educativo da CME).

    Ainda antes do almoo, es-tar em anlise As Novas Tec-nologias e a Inovao ao Ser-vio da Inteligncia Digital, sendo apresentadas para debate as experincias de Delf, vora e Linkping. De tarde, os traba-lhos iro focar-se no tema Como Atrair para as Cidades Trabalha-dores Qualificados.

    Amanh, 18 de Maro, esto previstas algumas visitas de tra-balho, sendo que o projecto vo-ra Distrito Digital, liderado pela CIMAC, ser um dos visitados, bem como o Projecto Hrcules, da Universidade de vora.

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    Regional

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    Redaco | Registo

    O Alentejo quer que a Organizao das Naes Unidas para a Educao, Cincia e Cultura (UNESCO) reconhea a singu-laridade do montado de sobro e o classi-fique como Patrimnio da Humanidade. A candidatura avana este ano e est a ser preparada pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo, autarquias, institui-es de ensino superior e entidades liga-das fileira da cortia. J constitumos uma comisso executiva para candidatar a Patrimnio da Humanidade algo que de facto nico no mundo, diz o presi-dente da Turismo do Alentejo, Ceia da Sil-va, defendendo que o montado constitui a melhor imagem de marca da regio pois confere identidade ao territrio.

    A nvel paisagstico h uma forte con-corrncia internacional por parte de re-gies como a Toscnia ou a Austrlia, por exemplo. A nvel patrimonial h tambm destinos fantsticos. Mas montado s h um e esse tem de ser vivido no Alentejo.

    A ideia da candidatura surgiu h dois anos em Portel durante a Feira do Monta-do, certame anual destinado a promover as potencialidades das florestas de so-breiros e azinheiras. Estamos a falar de um ecossistema humano de preservao da natureza intimamente ligado nossa forma de estar e de viver, subsistncia das pessoas desta regio, explica Norber-to Patinho, presidente da Cmara Muni-cipal de Portel. Se conseguirmos obter a classificao pela UNESCO haver que

    Turismo do Alentejo quer montado como Patrimnio da Humanidade

    Candidatura

    O montado constitui ainda base de um ecossistema nico que conta com 24 espcies de rpteis e anfbios, mais de 160 espcies de aves, algumas das quais gravemente ameaadas de extino, e 37 espcies de mamferos, incluindo o lince ibrico.

    Segundo Ceia da Silva, o dossier de can-didatura a Patrimnio da Humanidade ir focar a gesto sustentvel de recursos, preservao da biodiversidade e protec-o dos habitats naturais mas tambm aspectos relacionados com a actividade humana, como a gastronomia, o patrim-nio cultural e monumental, a maneira de ser alentejana e as tradies culturais da regio.

    Trata-se de encontrar outra forma de vender o territrio apostando no turismo de natureza e numa marca distintiva ca-paz de impulsionar a procura turstica. Toda a componente de promoo e ima-gem ser feita em torno do montado, ga-rante o responsvel da Turismo do Alen-tejo, revelando que a generalidade das autarquias alentejanas j subscreveu o protocolo para a Dinamizao do Mon-tado Alentejano como Bem Cultural Uni-versal, primeiro passo para a apresenta-o da candidatura UNESCO.

    cumprir obrigaes acrescidas a nvel de salvaguarda e preservao da genuinida-de deste patrimnio, refere o autarca.

    Portugal concentra 33% da rea mun-dial de montado de sobro, o correspon-dente a mais de 730 mil hectares, cerca de 23% da floresta nacional. No Alentejo, a floresta de sobro estende-se por 520 mil hectares, o equivalente que existe em Espanha, segundo produtor mundial. Se-gundo a Associao Portuguesa de Corti-a (APCOR), alm da importncia econ-

    mica de uma fileira que exporta mais de 800 milhes de euros, a floresta de sobro contribui para a reduo do efeito de es-tufa ao fixar anualmente 4,8 milhes de toneladas de dixido de carbono.

    Ceia da Silva garante que candidatura UNESCO ser apresentada ainda em 2011

    Os primeiros dados sobre o perfil dos turistas e dos visitantes da regio devem ser revelados no final de Maro pelo Observatrio Regional de Turismo do Alentejo. Os dados resultam do primeiro inqurito realizado por esta entidade que incluiu mil entrevistas em 14 localida-des da regio, incluindo vora, Beja e Portalegre, e locais tursticos como Mon-saraz, Marvo e Vila Nova de Milfontes.

    Realizados de forma aleatria, os inquritos incidem sobre quatro grandes categorias que permitem aferir o grau de satisfao e o perfil do turista que se desloca ao Alentejo, designadamente as motivaes e expectativas dos visitantes, a satisfao com o destino, as caracters-ticas da reserva e da viagem e as caracte-rsticas scio-demogrficas.

    A chegada ao terreno deste primeiro inqurito vem comprovar que o Observa-trio est em velocidade cruzeiro e que vai divulgar os primeiros dados aos ade-rentes do projecto j no final deste ms, diz presidente da Turismo do Alentejo, Antnio Ceia da Silva.

    O mesmo responsvel referiu ainda que o projecto fundamental para a monitorizao da actividade turstica do destino, pois atravs das sondagens vo ser fornecidos dados qualitativos e quantitativos aos parceiros pblicos e privados que permitem um conheci-

    mento mais concreto sobre quem visita a nossa regio.

    Antes desta primeira aplicao efectiva foi feito um teste, entre o final de Outubro e o incio Novembro, para verificar a eficcia do inqurito e se os locais propostos para a realizao dos inquritos so os mais indicados.

    O inqurito para o Estudo do Perfil do Visitante/Turista vai ser realizado duas vezes por ano nos mesmos locais, sempre nas pocas do Carnaval e Vero.

    Com coordenao tcnico-cientfica do CESTUR (Centro de Estudos de Turismo), o projecto tem ainda como parceiros o Instituto Politcnico de Portalegre, o Instituto Politcnico de Beja e a Univer-sidade de vora.

    Segundo os dados divulgados pelo Ins-tituto Nacional de Estatstica (INE), em Janeiro o nmero de dormidas registadas nas unidades de alojamento do Alentejo foi de 60,6 mil contra as 53,9 mil regis-tadas em igual perodo de 2010, o que perfaz uma subida de 12,4%. De acordo com o INE, o Alentejo foi a regio portu-guesa mais procurada pelos turistas no primeiro ms do ano.

    No relatrio, o Instituto Nacional de Estatstica adianta que os bons resul-tados do Alentejo revelam a sua atrac-tividade junto dos principais mercados emissores.

    Observatrio divulga perfil dos visitantes

    Turismo

    lus Pardal | arquivo

  • 10 17 maro 11

    Regional

    Por razes infelizmente demasiado b-vias, acostummo-nos a pensar que moral e poltica so dois mundos de aco in-compatveis. A observao dos costumes em vigor nas classes polticas (o pessoal do sistema) assim como das relaes entre os sistemas polticos e as sociedades civis, convenceram a maior parte dos cidados que mesmo os mais sinceros acabam por ser digeridos pelas leis no escritas em vigor no sistema poltico, que os obrigam a compromissos pragmticos que a moral reprova. O que novo e interessante, penso, que no s a teoria da real Politik, do filsofo e jurista alemo Carl Schmitt, como as prticas que dela pretendem inspirar-se, se tornaram, no momento de viragem que vivemos, falsas, e portanto irrealistas.A maior parte dos conflitos que surgem neste incio de sculo fundamentada num sentimento moral ou pe em causa questes morais essenciais. No deriva de causas polticas, nem de clculos estrat-gicos, mas sim de revoltas morais, o que os torna menos redutveis a negociaes ou compromissos tcticos, e menos compre-ensveis pelas classes polticas.Mesmo quando o que est em jogo so questes sociais ou econmicas, estes objectivos j no podem ser perseguidos seno no plano moral. A incompreenso que as classes polticas exibem perante esta ruptura leva-as a ser constantemente surpreendidas pela realidade e torna-as incapazes de agir de modo adequado. hoje todavia bvio que a energia que lan-a certos grupos sociais para as ruas, quer seja em confrontos violentos, quer seja em manifestaes pacficas de massa, o que faz sair as pessoas da tranquilidade das suas casas, so rupturas morais, perante o que moralmente intolervel.Desde a revolta tunisina despoletada pelo suicdio dum pequeno vendedor de legu-mes na rua s que se seguiram, a ausncia de chefes, de planeamento da aco, de objectivos polticos e de estratgia de-monstra o que sustento: o sculo XXI ser, no sculo religioso como se pretendia que Malraux que o negou teria dito, mas o sculo da moral. O fim das ideolo-gias polticas milenaristas tornou obsoleta a aco partidria revolucionria. Resta, poderosa, a mola da moral, que tende, e observvel, para uma possvel moral comum, da velha Europa frica do Norte e sia. Finalmente, no horizonte, a passagem irreprimvel da moral da fora fora da moral.

    CIDEHUS - Universidade de vora e Aca-demia Militar

    [email protected]

    antroplogoJos rodrigues dos santos*

    Um olhar antropolgico

    Moral e poltica no sculo XXI: 1- O sentido das rupturas

    15

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    Vivemos tempos em que pais e avs procuram ter uma melhor consciencia e interaco com os mais pequenos. Ser pai e me de uma criana nos dias que correm no facil. Por questes finan-ceiras, de crise, falta de tempo, grandes distncias, ou falta de conhecimento no fcil educar. Todos somos fruto dos ensinamentos que tivemos por parte de pais, professores e da sociedade em que vivemos mas que essas bases podem no servir para educar e dar real suporte aos mais pequenos que nos rodeiam. At hoje a ideia mundialmente aceite de que ser adulto sinonimo de autoridade, mxima sabedoria e poder sobre a vida das crianas. Aprender para estar de forma mais eficaz e equilibrada com os mais pequenos algo que nasce para dar melhor apoio s crianas do sc. XXI.

    Pais e professores procuram tcnicas alternativas e fazem a fuso das mesmas com as areas tcnicas ou acadmicas. Por exemplo, hoje j comum saber de casos de sucesso de professores que so alunos de meditao e por isso mesmo tem uma taxa de sucesso com os seus

    alunos acima da mdia. Psicologos que estudam reiki ou yoga e utilizam algu-mas tcnicas como postura e respirao nas suas sesses terapeuticas contri-buindo assim para uma melhoria signi-ficativa dos resultados de acompanha-mento a criana. Aconselham os pais a estudar tambm e a fazer a continuidade do trabalho da escola ou do consultrio em casa, porque o trabalho em familia o mais importante de todos. com os pais e irmaos que a criana vai buscar os exemplos e est mais atenta. A criana rege-se por fenmenos de amor e per-tena, quer agradar aos que lhe so mais queridos e confia neles como a sua pri-meira referencia. O que o pai ou a me faz de imediato seguido pelos filhos e filhas. Criar uma rede de trabalho a volta da criana para que haja uma unificao entre o o apoio fora de casa e o que se passa em casa de extrema importancia e contribui para que o tempo de reaco para novos resultados seja mais breve.

    Coaching parental faz toda a diferena na vida dos mais pequenos. O coaching pode ser feito com base em temas como

    terapias alternativas, orientao para ca-sais divorciados, como ajudar a criana a viver com duas familias, apoio escolar a uma criana hiperactiva, orientao para mes e pais solteiros com filhos a cargo, educao especial, orientao para educar um adolescente, como criar filhos gmeos de forma equilibrada, como lidar com o desgaste ps parte e suas implicaes, entre outros temas sempre importantes para estabilidade de todos os membros de uma familia.

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    Corao Delta distinguida com prmio europeu

    Iniciativa empresarial

    Redaco | Registo

    A Associao Corao Delta, atravs do seu projecto Ouvir Alentejo, foi distinguida pelos Prmios Europeus de Iniciativa Empresarial, na cate-goria de Iniciativa Empresarial Res-ponsvel e Inclusiva.

    Os Prmios, criados em 2005, tm como objectivo identificar e reco-nhecer promotores empresariais, divulgando as melhores prticas e polticas de iniciativa empresarial.

    A Associao Corao Delta rece-beu, nesta edio, o galardo de Ini-ciativa Empresarial Responsvel e Inclusiva com o seu projecto Ouvir Alentejo, iniciado em 2006.

    Esta iniciativa nasceu da neces-sidade de dotar as maternidades de Portalegre, vora e Beja com equipa-mentos de rastreio auditivo neona-tal para rastrear os recm-nascidos

    da regio e detectar casos de audio no normal.

    Em 2007, e depois de estabelecida a parceria com o Grupo de Rastreio e Interveno de Surdez Infantil e com a Escola Superior de Tecnologia de Sade de Coimbra, a Associao Corao Delta ofereceu os equipa-mentos s unidades hospitalares da regio, o que permitiu at ao mo-mento, a realizao de rastreios audi-tivos de 207 bebs.

    Com o apoio do IAPMEI e patroci-nados pela Comisso Europeia, estes prmios so uma oportunidade para a partilha de experincias inova-doras e encontram-se divididos em cinco categorias: Promoo do Esp-rito Empresarial, Investimento em Qualificaes, Desenvolvimento do Ambiente Empresarial, Apoio In-ternacionalizao do Negcio e Ini-ciativa Empresarial Responsvel e

    Inclusiva.O projecto de voluntariado Um

    Corao Chamado Delta surgiu em 2000, da iniciativa de um grupo de colaboradores que pretendiam ho-menagear o comendador Rui Na-beiro, tendo como objectivo recolher roupas, brinquedos e livros para dis-triburem por instituies de crian-as em risco.

    Com o passar do tempo, este grupo adquiriu forma jurdica, passando a designar-se por Corao Delta As-sociao de Solidariedade Social. Ac-tualmente, a associao conta com diversas valncias, nomeadamente interveno precoce, equipa de ren-dimento de reinsero, voluntariado e o Centro Educativo Alice Nabeiro.

    Por diversas vezes, a Delta - que faz da responsabilidade social uma das suas apostas - foi considerada marca de confiana dos portugueses.

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    Pedro Gama | Registo

    Quando bandas eborenses como os Sigma, Trashbox ou Prime se separaram, passado no muito tempo, nasceram os NuDe. For-mada por Bruno (bateria), Alpha (baixo), Marco (guitarra), Tira-picos (guitarra) e Ulysses (voz), esta banda aposta no rock alter-nativo, podendo variar dentro do seu prprio gnero. A estreia foi no palco Novos Valores na Festa do Avante em 2009.

    Os NuDe apresentam-se des-pidos de preconceitos, de pro-ttipos, de rtulos e livres de qualquer espcie de orientao especfica dentro do j to abran-gente conceito rock.

    A banda tem vindo a preparar o lanamento do seu primeiro EP com o qual espera conseguir mais notoriedade, ainda que no seja esse o principal objectivo. O

    trabalho que est em gravao e que poder ser masterizado num estdio fora de Portugal, vai de-signar-se E-Motion Pictures.

    A qualidade, essa comea a ser reconhecida. E no prximo dia 2 de Abril, actuam no palco de um dos melhores festivais rock do pas, em Corroios. Antes disso vo actuar em Benavente.

    Ulysses, o vocalista do NuDe, explica que o facto de a banda cantar em ingls se explica ape-nas pelo facto de o rock ser an-glo-saxnico apesar de concor-dar que, nos ltimos anos, tm surgido vrias bandas a cantar em portugus e com muita qua-lidade.

    Sem esperarem a internacio-nalizao da sua msica, no a vo negar se ela aparecer. Agora, o que importa ter o mximo de visibilidade possvel. E, por isso, a presena no festival de

    Corroios significativa. Esta-mos entre os oito escolhidos de entre 300 maquetas que foram enviadas.

    Por tudo isto, Ulysses espera que a unio nascida da separa-o de trs bandas venha a dar os frutos do sucesso esperados h muito por todos os elemen-tos desta nova formao. Es-peramos que essas bandas no tenham acabado em vo e que esse final [de ciclo] tenha sido o inicio de uma banda de qualida-de, em vora. E hoje, ser de vo-ra, j nem provoca medos nem angstias pela interioridade. Estamos na era do Facebook e de todas as redes sociais. Na web no h interior nem litoral e to-dos podem chegar a todos, assim como a msica.

    Por isso o vocalista dos NuDe diz que no h medos da inte-rioridade e nem sequer a neces-

    sidade de uma editora nos dias que correm. Neste momento no estamos procura de ne-nhuma editora. Tudo isto est di-ferente. Os discos no se vendem e as bandas esto a desligar-se do conceito de editora.

    NuDe rock alternativo

    duarteSalo Nobre dos Paos do concelho, dia 28 (17h30), antes da apresen-tao do concurso vora - 25 anos de Patrimnio da Humanidade.

    E de quem esta voz que assim canta o fado como o eco de um lamento do flamenco? Jos Fonseca e Costa

    O festival de Corroios tem sido, nos ltimos trs anos, um verdadeiro ninho para o despontar da msica rock eborense. Em 2009 os Fato/Feto, ven-ceram o festival. Em 2010, os Uaninauei estiveram na final. Desta vez, so os NuDe espe-ram ganhar em Corroios uma maior visibilidade junto do pblico.

    Ganhar visibilidade

    Actual maro - ms da Juventude

  • 13

    1. david Fonsecaconcerto no Teatro Garcia de Resende,

    dia 24 (21h30).

    3. Manuel Joo Vieira

    Festa da Primavera monte alentejano,

    dia 26 (24h00).

    2. Terrakotaconcerto no Teatro Garcia de Resende,

    dia 25 (21h30).

    Cartaz

    outrhoracarmim

    O tempo noite passa de forma diferente. noite as horas pas-sam de forma diferente. Mais devagar ou mais rpido, mas de forma diferente. E h tambm um silncio na noite, toda a es-curido. E por trs do silncio da noite, de toda aquela solido, h sempre um buraquinho onde h energia, onde h vida, onde h cor, onde h msica e essa m-sica tem cor. isso que ns que-remos transmitir, a nossa cor, a nossa msica o Carmim, uma cor quente.

    A introduo serve de apresen-tao ao grupo de jovens que se juntou h cerca de um ano para viver um sonho: fazer msica, ter quem a oua e goste dela.

    Antnio Dias (bateria), Joo Sengo (baixo), Toms Ramalho e Joo Parreira (guitarras elctri-cas) e Vanda Seixas (voz). Todos com formao musical, com sen-timentos e cores para mostrar atravs da msica.

    Tudo comeou no Vero de 2009, quando Toms Ramalho, Joo Parreira e Antnio Dias se juntaram tocar juntos, por sim-ples divertimento. Os trs acaba-ram na Feira de So Joo a tocar umas covers e a pensar mais a srio em comear um projecto que pudesse ter pernas para an-dar.

    Joo Sengo entra mais tarde, com o baixo e a voz, mais difcil de encontrar. Vanda veio trazer ao grupo o desafio de adaptar as suas influncias mais elctricas a uma voz mais melodiosa.

    Desde o inicio uma banda de originais, Toms Ramalho con-seguiu convencer os seus co-legas de que a lngua de Cames era a melhor escolha e por isso o portugus a escolha do mun-do dos Outrhora Carmim que comearam por se chamar Libi-do. O nome no pegou. Mas foi ainda ainda como Libido, j os cinco reunidos, que actuaram h pouco mais de um ano, pela primeira vez, no Concurso de

    Bandas de vora. Foi o nosso primeiro concer-

    to, conta Joo Parreira, confes-sando que a coisa no correu muito bem o grupo estava to-talmente reunido apenas h um ms. Serviu para aprendermos mais um pouco.

    Da para c j passaram pela Feira de So Joo, de novo pela Arena dvora, pelos antigos Ce-leiros da EPAC e estiveram no palco Novos Valores da Festa do Avante. Mais recentemente tocaram na Sociedade Harmo-nia.

    Confessam a dificuldade para arranjar concertos. Sendo uma banda de originais, alguns bares acabam por preferir quem se de-dica aos covers. Assim sendo, h que esperar por outros palcos e novos desafios.

    Considerando-se uma banda de funk, tm por processo com-por, primeiro, as msicas e, de-pois, colocar-lhes a letra. Quem escreve a vocalista e o bateris-ta. Eles tocam as musicas e isso transmite-nos sensaes, expli-ca Vanda que afirma que a m-sica j feita transmite imagens, palavras, cores, cheiros. obvio eu tento traduzir em palavras o que sinto ao ouvir aquela mu-sica. Ou a mensagem que acho que aquela musica transmite. Assim se vo escrevendo peque-nas histrias

    funk em portugus

    Todos os temas dos Outrhora Carmim podem ouvir-se no Myspace na morada http://www.myspace.com/outrho-racarmim. Msicas como Danar, No te ver, At um dia ou Arma. O objectivo desta banda eborense , em breve, poder gravar algumas maquetes das suas msicas, num est-dio profissional.

    Myspace

    Expensive Soul arena vora, dia 26 (22h00)

    lus Pardal | Registo lus Pardal | Registo

    Cerca de 40 actividades assina-lam em vora, ao longo de Mar-o, o Ms da Juventude, organi-zado pelo municpio em parceria com entidades, associaes e grupos de jovens.

    A iniciativa inclui uma pro-gramao variada, mas os con-certos agendadas ao longo do ms so alguns dos destaques, incluindo nomes como Expen-sive Soul & Jaguar Band, David Fonseca, Terracota ou Duarte.

    Segundo o Municpio de vo-ra, outros dos pontos altos da edio deste ano a iniciativa

    Freguesias em Festa, que vai decorrer nas freguesias rurais do concelho onde existem associa-es e/ou grupos de jovens.

    No lanamento da inicia-tiva, a vereadora da Cultura, Cludia Sousa Pereira, destacou a necessidade de aproveitar as oportunidades que o mundo ac-tual oferece aos jovens, nomea-damente no que concerne faci-lidade de circulao e ao dilogo intercultural.

    No fiquem espera que o fatalismo de um futuro enegre-cido por alguns desta gerao

    que assumem lugar de destaque vos impea de voar, sabendo que as razes vos faro sentir-se pertena da terra onde nasce-ram. Tenham a vossa palavra e a vossa aco na participao em estruturas com voz activa na so-ciedade.

    Do programa destaque ainda para uma mostra de produtos biolgicos e artesanais, organi-zada pelo grupo Pachamama no Rossio de So Brs (dia 25), dia em que haver ainda workshops de msica DJ e de comida vege-tariana.

    Concertos para todos os gostos

    D.R.

  • 14 17 maro 11

    Economia & Negcios

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    Redaco | Registo

    A reabertura da Linha do Alen-tejo j no ser em Maio, confor-me prometido pela Refer h um ano quando foi interrompida a ligao ferroviria entre vora e Lisboa. O atraso ficar-se- a de-ver a condies meteorolgicas adversas.

    Em Maio do ano passado, a empresa justificou o fim da cir-culao de comboios com a ne-cessidade de trabalhar 24 horas por dia para garantir a concluso das obras no prazo de um ano. O calendrio no ser, no entan-to, cumprido, segundo avanou esta semana o Pblico.

    Fonte oficial da Refer citada pelo jornal diz que as condi-es atmosfricas adversas que se tm vindo a fazer sentir desde Outubro de 2010 esto a impedir o conveniente tratamento da nova plataforma ferroviria, o que poder reflectir-se na data de reabertura da linha.

    Mas nem tudo so ms no-tcias. Sobre a mesa est a pos-sibilidade de a CP desistir das velhas automotoras que j cir-culavam na linha da Azambuja na dcada de 70 e com as quais pretendia restabelecer as liga-es Intercidades entre vora e

    Linha do Alentejo no reabre em MaioComboios

    Lisboa, interrompidas em Maio do ano passado quando se ini-ciaram as obras de electrificao do traado entre Bombel (Ven-das Novas) e vora.

    A ser assim, a substituio do material a diesel por composi-es elctricas poder encurtar em meia hora a ligao ferrovi-

    ria a Lisboa, aumentando a com-petitividade da ferrovia face ao transporte rodovirio.

    No incio do ano, a CP props s autarquias um novo modelo de explorao da Linha do Alen-tejo com o qual prev reduzir os custos em mais de 40% e que mantm a necessidade de um

    transbordo em Casa Branca para as ligaes com origem em Beja uma vez que esses 60 quilme-tros de trajecto no sero electri-ficados.

    No caso de vora passaro a existir cinco comboios dirios, o que refora a oferta anterior. O nmero de ligaes entre Beja

    e Lisboa tambm aumenta de duas para cinco, embora a via-gem seja 7 minutos mais demo-rada pois alm do transbordo em Casa Branca esto previstas paragens adicionais em Cuba, Alvito, Vila Nova de Baronia e Alcovas.

    A CP justifica esta opo por razes de ordem ambiental, econmica e de mobilidade, explicando que o efeito menos positivo do transbordo em Casa Branca se justifica na procura da sustentabilidade das ligaes ferrovirias para o Alentejo.

    Esta deciso motivou duros protestos no Baixo Alentejo, tendo a Associao de Defesa do Patrimnio de Beja (ADPB) en-tregue uma petio com mais de 15 mil assinaturas para exigir a manuteno das ligaes direc-tas entre Lisboa e Beja. [uma deciso] completamente inacei-tvel e mais uma machadada no desenvolvimento do Baixo Alentejo e do aeroporto de Beja, diz Florival Baioa, presidente da ADPB.

    O Partido Ecologista Os Ver-des anunciou entretanto a apresentao de uma proposta de resoluo para pedir a elec-trificao dos 60 quilmetros de linha entre Casa Branca e Beja.

    Refer justifica atraso na reabertura da linha com condies meteorolgicas adversas que dificultaram as obras.

    arquivo | Registo

  • 15

    Economia & Negcios

    Pedro Gama | Registo

    As quebras na facturao e fre-quncia de utentes nos ginsios so alarmantes. A denncia foi feita pelo vice-presidente da As-sociao Nacional de Ginsios e Academias de Portugal (AGAP), Jos Castro, que iniciou em vo-ra uma volta pelo pas desti-nada a analisar os efeitos do au-mento da taxa de IVA para 23%. O encontro serviu para debater questes como a concorrncia desleal, distoro fiscal, for-mao e inspeco.

    Segundo Jos Castro, as que-bras de facturao explicam-se pela diminuio do nmero de clientes e pela necessidade que os ginsios portugueses tiveram de reformular os seus preos, uma vez que foram obrigados a pagar mais 17% de impostos, di-rectamente para o Estado.

    Este o tema que, actualmen-te, mais preocupa a AGAP, j que tem a ver com a sustentabilidade das empresas e com a manuten-o dos postos de trabalho. Um ginsio de pequena ou mdia di-menso pode empregar entre 30 a 50 pessoas. muita gente. Hoje em dia trabalham nos ginsios portugueses cerca de 20 mil pes-soas, das quais 11 mil so profis-sionais de fitness.

    Segundo a associao, desde o inicio do ano houve um decrs-cimo de 10% na frequncia dos ginsios portugueses e uma re-duo ainda maior em termos de facturao. Por isso, Jos Cas-tro admite que muitas empresas

    podem vir a fechar portas por no terem capacidade para su-portar os custos do aumento do IVA. Desde Novembro passado j tero encerrado cinco empre-sas.

    Depois deste priplo pelo pas, a AGAP espera ganhar fora na sua argumentao junto do Governo no sentido de revogar o aumento do IVA para 23%. Pre-tendemos que a Direco-Geral dos Impostos verificao das ra-zes que nos assistem. A pres-so sobre o Executivo incluiu uma petio com cerca de 9 mil assinaturas, j entregue na As-sembleia da Repblica, onde se defende o regresso do IVA co-brado pelas empresas de activi-dades fsicas e desportivas para os 6% (ver caixa).

    Em declaraes ao Registo, o vice-presidente da AGAP rejeita a existncia de ilegalidades no funcionamento das empresas: Em 2008, havia um quadro le-gal confuso e a, sim, havia algu-mas faltas de cumprimento que os ginsios rapidamente resolve-ram..

    Jos Castro no deixa de apon-tar o dedo concorrncia desle-al por parte de instituies p-blicas proprietrias de ginsios e que se acham no direito de no pagar IVA.

    A volta da associao, que representa 760 ginsios num universo de 1100, prossegue na prxima semana em Aveiro e no Porto, seguindo-se Braga, Vila Real, Coimbra, Leiria, Setbal e Lisboa.

    Aumento do IVA reduz frequncia e facturao dos ginsios em mais de 10%

    Associao teme encerramento de empresas

    A Associao dos Ginsios e Academias de Portugal recla-ma, na sequncia da descida do IVA para a prtica de golfe para 6%, que as regras fiscais na prtica de actividades

    desportivas tm que ser iguais para todos.

    A associao entregar em breve aos grupos parlamen-tares um estudo que mostra que com a subida do IVA nos

    ginsios para 23% houve, entre Fevereiro do ano passado e Fevereiro deste ano, uma que-bra do volume de negcios do sector de 14%, que em algumas regies do Pas chegou a 30%.

    Regras iguais para todos

    A associao que representa os ginsios entregou, segunda-feira, uma petio no Parlamen-to pedindo que a taxa de IVA continue a ser a mais baixa (de 6%). A petio ser analisada pela Comisso de Desporto.

    Pela proposta de aumento do IVA para a taxa mxima de 23% no sector do fitness, o Governo mostra que no sensvel ao

    Petio entregue no Parlamento

    Proprietrios de ginsios reuniram em vora para exigir o retorno da taxa de IVA aos anteriores 6%.

    investimento, criao de emprego e, o mais grave, promoo da actividade fsi-ca e desportiva como elemento preventivo de do-

    enas e, que no fez as contas correctas, defende a AGAP, considerando que o aumen-to do IVA est a contrair o mercado.

    No texto citada a Autorida-de de Defesa do Consumidor

    que chama a ateno para a estagnao do

    mercado nos grandes cen-tros com uma degradao crescente da rentabilidade e de duvidosa viabilidade a mdio prazo para muitos ginsios de menor di-menso.

    lus Pardal | Registo

    Redaco | Registo

    A Assembleia Municipal de Al-ccer do Sal aprovou o Plano de Urbanizao da Herdade da Bar-rosinha. O documento d forma ao empreendimento Barrosinha Nature Farm Resort, que preten-de transformar a rea da antiga companhia agrcola num novo destino turstico de reconhecido valor nacional e internacional.

    Segundo a autarquia, o projec-to contempla um total de 7.894 camas para 2 mil hectares, onde vai vingar a valorizao da ver-tente rural e sero criados mais de 1600 postos de trabalho, di-

    Alccer do Sal projecta empreendimento com 7 mil camasTurismo

    rectos e indirectos.O empreendimento, que repre-

    senta um investimento de 600 milhes de euros, tem como base a ruralidade do espao, nomea-damente com a manuteno e at aprofundamento de produ-es agrcolas de vinho e arroz e a complementaridade com no-vas actividades tursticas.

    nesse sentido que os promo-tores garantem a permanncia dos moradores e rendeiros ac-tuais e asseguram que a convi-vncia entre estes e os futuros visitantes ser essencial para o xito do projecto. Prev-se at o aumento do nmero de morado-

    res da actual aldeia, reforados com os futuros trabalhadores do empreendimento.

    Criar uma marca gourmet Barrosinha, o primeiro hotel de vinoterapia, uma escola de atrelagem, estdio e um cais de atracagem so algumas das pro-postas, aliadas revitalizao da adega e da actual albergaria, a transformar em hotel de 4 es-trelas.

    O passo seguinte ser a sub-misso faseada dos projectos de execuo para cada uma das 12 unidades operativas, que in-cluem a recuperao dos edif-cios j existentes.

    D.R.

  • 16 17 maro 11

    Economia & Negcios

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    os Consumidores constituem o maior grupo econmico na economia, afectando e afectado por quase todas as decises pblicas e privadas. dois teros das despesas na economia so realizados pelos consumidores. mas eles so o nico grupo importante na economia que no se encontra efectivamente organizado, e cujos pontos de vista no so muitas vezes ouvidos(J. F. Kennedy, 15/03/1962)

    no dia 15 de maro de cada ano, comemora-se o dia mundial do Consumidor. todos os cidados, independentemente da sua situao econmica, ou condio social, tm direitos enquanto consumidores. portugal continua a ser um dos poucos pases do mundo em que os direitos dos consumidores esto consagrados constitucionalmente.

    por isso bastante importante que os consumidores assumam o seu papel decisi-vo, na sociedade de consumo, defendo adequadamente os seus direitos e pondo em prtica os seus deveres, mostrando assim a sua cidadania activa.

    de acordo com a legislao portuguesa o Consumidor todo aquele a quem sejam fornecidos bens, ou prestados servios, destinados a uso no profissional, por pessoa que exera com carcter profissional uma actividade econmica, que vise a obteno de benefcios e, nesta situao, dispe de um conjunto de direitos que salvaguardam os seus interesses.

    os direitos fundamentais dos consumidores esto consagrados na Constituio da repblica portuguesa (art. 60) e na lei de defesa do Consumidor (lei n 24/96 de 31 de Julho) e so os seguintes:- direito Qualidade dos bens e servios os bens e servios devem satisfazer os fins a que se destinam e produzir os efeitos que se lhes atribuem. o fornecedor dos bens e servios obrigado a garantir o seu bom estado e o bom funcionamento no perodo de garantia.- direito proteco da sade e da segurana Fsica os bens e servios usados nas condies normais e previsveis, no podem colocar em risco a sade nem a seguran-a fsica dos consumidores.- direito Formao e Educao para o consumo o estado deve promover uma poltica educativa, em especial nas escolas, que aborde matrias relacionadas com o consumo e os direitos dos consumidores.- direito informao para o consumo quem vende tem a obrigao de dar ao consumidor todas as informaes relevantes sobre os produtos ou servios. os con-sumidores tm o direito a uma informao clara, objectiva, completa e em portu-gus, sobre as caractersticas, composio e preo dos produtos, sobre o perodo de vigncia do contrato, as garantias, os prazos de entrega e a assistncia ps-venda dos produtos e servios.- direito proteco dos interesses Econmicos os intervenientes nas relaes de

    consumo devem estar em situao de igualdade e na contratao deve imperar o princpio da lealdade. os contratos devem estar redigidos de forma clara e precisa e no podem incluir nenhumas clusulas que origine desequilbrio em prejuzo do consumidor.- direito reparao de danos o produtor responsvel pelos danos causados pelos produtos ou servios que coloque no mercado. Caso sejam fornecidos ao con-sumidor bens ou servios com defeito, este pode exigir a reparao, a substituio, a reduo do preo ou a resoluo do contrato.- direito proteco Jurdica e a uma Justia acessvel e pronta para facilitar a re-soluo de conflitos de consumo, a administrao pblica deve promover a criao de centros de arbitragem. Estas estruturas permitem obter decises mais rpidas e eficazes nos conflitos de consumo.- direito participao por Via representativa sempre q forem tomadas medida que afectem os interesses dos consumidores, estes tm direito a ser ouvidos, atravs das suas associaes.

    Foi a pensar no Consumidor nomeadamente em termos de informao, aconselha-mento e orientao, bem como mediao e resoluo extra-judicial de conflitos de Consumo que a dECo, procura alertar e informar todos os Consumidores para os seus direitos e deveres enquanto cidados activos na sociedade actual.

    a dECo quer deixar bem claro que cada situao apresentada nica e tratada como tal.

    no caso de recepo de assuntos que no se enquadrem no mbito de actuao da dECo esta far o possvel para reencaminhar todos os consumidores para as entida-des competentes.

    para algum esclarecimento adicional, no hesite em contactar a Delegao Regional de vora, sita na travessa lopo serro n 15 a r/C.

    mara lcia Constantino(Jurista)

    travessa lopo serro, n.s 15 a e 15 b, r/ch, 7000-629 vora telefone: 266744564 Fax: 266730765

    E-mail: [email protected] - internet: www.deco.proteste.pt

    dia Mundial dos direitos dos Consumidores

    Redaco | Registo

    Est a decorrer a maior operao estatstica realizada no Pas. A operao Censos 2011 integra os recenseamentos da populao e da habitao e vai permitir saber quantos somos, onde trabalha-mos e como vivemos. A resposta atravs da Internet a grande novidade. Pela primeira vez em Portugal a populao pode res-ponder aos Censos por esta via.

    O primeiro passo a entrega porta-a-porta dos documentos que tero de ser preenchidos. Esta distribuio, que decorre em todo o pas at ao prximo dia 20 de Maro, marca o arran-que dos trabalhos de campo da operao e crucial para o seu sucesso. Receber e colaborar com o recenseador fundamental e a primeira via para a populao se informar e compreender a im-portncia da resposta aos Cen-sos, diz fonte do Instituto Nacio-nal de Estatstica (INE).

    Os recenseadores entregam no s os questionrios mas tambm um envelope com os cdigos de acesso necessrios resposta segura atravs da Inter-net. Caso os moradores se encon-trem ausentes, os documentos so deixados na caixa do correio.

    De acordo com o INE, os re-

    INE recolhe dados para traar o retrato do pasCensos

    censeadores so facilmente re-conhecidos pois usam um co-lete amarelo e transportam uma pasta azul e possuem um carto de identificao (com foto) devi-damente autenticado.

    O instituto recomenda a todas as pessoas que, em caso de dvi-

    da, contactem a linha de apoio dos Censos (800 22 2011 - chama-da gratuita) ou se dirijam res-pectiva Junta de Freguesia.

    Esto simultaneamente em campo cerca de 25 mil profissio-nais (dos quais 18100 recensea-dores), que receberam formao

    especfica para coordenar e exe-cutar todas as tarefas necessrias ao sucesso de uma operao es-tatstica desta envergadura.

    Para assegurar a capacitao e aptido desta estrutura para a realizao adequada de todo o trabalho de campo efectuaram-

    se em todo o Pas cerca de mil aces de informao e prepara-o, correspondentes a cerca de 20 mil horas

    Em distribuio esto cerca de 25 milhes de questionrios, tendo em conta uma estimativa de 10,6 milhes de indivduos, 4,1 milhes de famlias, 6 mi-lhes de alojamentos e 4 mi-lhes de edifcios.

    O preenchimento do ques-tionrio relativo a edifcios o nico da exclusiva respon-sabilidade dos recenseadores, preparados para prestar escla-recimentos sobre os question-rios e apoiar os cidados na sua resposta. Tambm nas Cmaras Municipais e nas Juntas de Fre-guesia possvel encontrar pon-tos de atendimento para esclare-cimentos e apoio.

    A informao a prestar pelos cidados deve referir-se a 21 de Maro o denominado mo-mento censitrio que marca o incio do perodo de resposta.

    A resposta aos Censos obri-gatria por lei, mas , sobretudo, um direito de cidadania. Ao res-ponder, cada cidado est a con-tar para a fotografia da popula-o e do parque habitacional. A fotografia s ter qualidade se reflectir a realidade de todos e de cada um, diz o INE.

    Operao estatstica fornecer dados sobre a populao portuguesa. Questionrios entregues at 20 de Maro.

    D.R.

  • 17

    cultura

    PUB

    17

    As cerca de 500 obras, muitas delas ra-ras e primeiras edies, da biblioteca de arqueologia pertencente ao arquelogo Vtor Guerra, falecido em 1977, foram doa-das Universidade de vora, pela famlia do investigador.

    uma biblioteca com espcies raras e primeiras edies de grande valor. No h muitos esplios destes, sobre arqueo-logia, to completos, reala Lusa Jorge de Oliveira, director do Laboratrio de Ar-queologia da academia.

    O protocolo de cedncia do acervo bi-bliogrfico de Vtor Guerra ao Laboratrio de Arqueologia da Universidade de vora (UE) assinado ao final da tarde, na Bi-blioteca Geral da instituio.

    Segundo Jorge de Oliveira, o esplio rene perto de meio milhar de ttulos e oferecido pela famlia do arquelogo, natural da Figueira da Foz (1902 1977). O perodo cronolgico deste acervo co-mea antes do incio do depsito legal da Biblioteca Pblica de vora e tem espcies desde finais do sculo XIX at aos anos 70 do sculo XX.

    Por isso, afianou Jorge de Oliveira, a doao das obras muito importante para a docncia e investigao na Uni-versidade de vora, que possui cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento nesta rea.

    A primeira srie da revista O Arque-logo Portugus, A Revista de Guima-res, As Religies da Lusitnia e As An-tiguidades Monumentais do Algarve so algumas das obras que Vtor Guerra foi incorporando na sua biblioteca.

    As revistas de arqueologia, nessa al-tura, eram muito limitadas e as edies eram restritas, pelo que muitas destas espcies so raras, salienta Jorge de Oli-veira. E, como Vtor Guerra foi amigo dos grandes arquelogos da poca, estes ofe-reciam-lhe separatas, com dedicatrias, o que tambm est includo no acervo.

    A doao inclui ainda grande parte do arquivo pessoal daquele arquelogo, com fotografias, apontamentos, trabalhos de campo que nunca foram tornados p-blicos e alguma correspondncia trocada com colegas da poca, diz o director do Laboratrio de Arqueologia.

    Segundo Jorge Oliveira, a inteno ,

    agora, propor que a biblioteca deste labo-ratrio universitrio se passe a designar Biblioteca Vtor Guerra.

    O arquelogo Antnio Vtor Guerra, que trabalhou com alguns dos mais distintos investigadores do seu tempo, estudou no Seminrio de Coimbra, no Liceu de Leiria e nas Faculdades de Direito e Letras da Universidade de Coimbra.

    Fundou e dirigiu o Colgio Academia Figueirense, tendo tambm sido director do Museu Municipal Dr. Santos Rocha, na Figueira da Foz, e da Biblioteca Pbli-ca Pedro Fernandes Toms.

    Em conjunto com o arquelogo Veiga Ferreira, estudou e publicou as Antas da Figueira da Foz, trabalho notvel para o conhecimento do megalitismo na regio.

    Bibilioteca rara doada Universidade de vora

    Arqueologia

    A Universidade de vora inaugura hoje uma exposio representativa do acervo paleontolgico do Museu da Lourinh. A mostra pode ser visitada at dia 3 de Abril.

    Entre as peas expostas contam-se v-rios fsseis originais datados do Jurssico Superior, perodo que decorreu h cerca de 150 milhes de anos, e que so parte de um patrimnio riqussimo.

    Uma parceria entre a Universidade de vora, a Academia das Cincias de Lisboa e o GEAL (Grupo de Etnologia e Arqueo-logia da Lourinh, entidade que tutela o Museu) veio permitir a exposio dos dinossauros da Lourinh, no Palcio do Vimioso.

    A exposio complementada por uma mostra das melhores obras sub-metidas ao Concurso Internacional de Ilustrao de Dinossauros, iniciativa do GEAL que, ao longo de seis edies, j permitiu reunir 369 trabalhos, realizados por 168 artistas de 35 pases, de todos os continentes.

    Fundado pelo GEAL, este Museu pos-sui a maior coleco ibrica de fsseis de dinossauros do Jurssico Superior e uma das mais importantes a nvel mundial.

    Dinossauros em exposio

    D.R.

  • 18 17 maro 11

    cultura

    Uma delicadeza de sentimentos, rara em peas teatrais contemporneas (...) uma mistura astuciosa-mente construda de alienao e nostal-gia, bem como de alien-ao nostlgica The New York Times

    Lus Maneta | Registo

    Em Msica no Vale, a pea do dramaturgo americano John Ford Noonan que a bruxa Te-atro estreia esta noite (21h30), Claire Granick (personagem in-terpretada por Marta Rosa) tem uma existncia agitada numa clnica psiquitrica em Woods-tock, Nova Iorque. Estou o es-pectculo todo aos saltos, de um lado para o outro, com a energia prpria de uma rapariga de 20 anos, diz a actriz.

    Uma energia que explode ao som de Bruce Springsteen. A msica ajuda-a a superar a raiva em relao famlia e aos outros, em geral. Ela diz que mata e esfo-la mas no fundo nada acontece.

    Para Marta Rosa, formada na Real Escola Superior de Arte Dramtica de Madrid, a sua estreia como actriz, embora j tivesse trabalhado com a bru-xa foi responsvel pelo treino de actores e movimento cnico no Passageiro da Noite, de Gao Xingjian.

    um espectculo muito exi-gente. Temos 12 cenas, uma personagem difcil de caracte-rizar, danamos, cantamos . Costumo dizer que isto quase a Broadway, brinca a actriz, confessando que a deciso de avanar com o projecto foi quase imediata: Li o texto e apaixonei-me pela Claire. Mergulhei de ca-bea.

    Enquanto Claire Granick se entretm a expulsar todos os seus companheiros de quarto com msica de Springsteen des-mesuradamente alta, os seus caminhos cruzam-se com os de Margot Yossarian (Ana Amo-rim), uma histrica de meia-idade que vive intensamente o rock da dcada de 60. Est a ser um grande desafio. Por um lado, a Margot tem mais 12 anos do que eu e padece de um bloqueio neurolgico que lhe paralisa o corpo. Ela mexe-se mas parece que o corpo no est l.

    Uma situao dramtica para quem aparecia nas revistas como sendo uma danarina de referncia e que vive h 20 anos internada numa instituio de sade mental.

    um trabalho muito exi-

    a bruxa estreia ensaio nostlgico sobre a permission e o poder do rock

    Msica no Vale

    gente. H uma cena em que a Margot supostamente melhora, descobre que o seu corpo pode voltar a funcionar e dana. Ela volta a danar, diz Ana Amo-rim, revelando que para a pre-parao desse momento contou com a ajuda da coregrafa Nlia Pinheiro, directora da Compa-nhia de Dana Contempornea de vora. A minha formao como actriz e cantora e, de re-pente, tenho de interpretar uma personagem com idade para ser minha me e que volta a danar ao fim de uma paragem de 20 anos. Tm sido horas e horas de ensaio.

    um espectculo muito vio-lento do ponto de vista das actri-zes, reconhece o encenador Fi-gueira Cid. No deixando de ser uma comdia, uma pea em que as personagens so difceis, o que obrigou as actrizes a ir bus-car inspirao, conhecimento de causa, para que tudo aquilo faa sentido e seja crvel do ponto de vista da actuao em palco. No foi um processo pacfico.

    excepo de dois textos um de Gil Vicente, outro de Molire a bruxa Teatro, instalada em vora desde 2002, tem optado por fazer autores contempor-

    Milagres de sade mental

    Localizao: uma clnica psi-quitrica em Woodstock, Nova Iorque. Claire Granick, esquizofrnica, curte bu Bruce Springsteen e expulsa todos os seus compa-nheiros de quarto com msica desmesuradamente alta. Margot Yossarian, uma histri-ca de meia-idade, vive intensa-mente o rock da dcada de 60. A tctica de Claire acaba por ajudar Margot a libertar-se do seu corpo enrijecido. Margot tenta por sua vez ajudar Claire. o rock suficientemente pro-fundo e estridente ao ponto de sarar distrbios mentais? Consegue o rock penetrar nos coraes perturbados e dar azo a milagres de sade mental?

    nova pea estreia esta noite (21h30), na sala de a bruxa teatro, em vora.

    Noonan ao sublinhar que o tema central da pea acaba por ser a permission, a autorizao para fazer algo: As pessoas que se vem numa situao destas, aprisionadas em clnicas, por-que no obtiveram a permisso exterior para serem livres e so consideradas marginais, malu-cas. s vezes no o so, de facto.

    Quando so transferidas para estes hospcios, as pe


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