Refrão orante: Cristo é nossa paz, Cristo é nossa paz,
do que era dividido ele fez uma unidade! (CF 2021 – Leonardo Damasceno e Pe. Jean Poul Hansen)
PREPARAR O CORAÇÃO(Com poucas luzes acesas ou com velas)
Dirigente (D): Querida família, graça e paz! Estamos
começando nossa celebração de
hoje aqui, à porta do banheiro de nossa casa...
Desde quando banheiro é lugar de rezar? Porém,
nesta quarta-feira da Semana Santa, no meio exato
da Semana, escolhemos começar nossa celebração
no local mais íntimo da nossa casa, onde nos
renovamos a cada dia do cansaço diários para
recomeçar! É também um lugar de ficarmos a sós, de
repensarmos a vida, de chorarmos nossas dores.
Iniciemos, confiantes:
T: Em nome do Pai + e do Filho + e do Espírito Santo.
Amém!(Acendendo a vela que ilumina a imagem de Nossa
Senhora das Dores)
D: Celebramos hoje nossa Mãe das Dores: aquela
que colaborou para que o verbo se fizesse carne e
viesse morar entrenós... acompanhando seu sagrado
Filho em sua paixão, com certeza seu coração se enchia de lembranças e saudades...
Façamos dessa noite, uma celebração da saudade:
saudade de nossa vida como era antes do
coronavírus, saudade das celebrações da
comunidade , com a família e amigos – hoje
aglomerações que colocam a vida em risco,
saudades dos que se foram por causa do Covid,
saudades do que perdemos: emprego, saúde...
Saudades essas que, na fé, se transformam em
esperança. (a família pode partilhar outras saudades...)
Leitor (L) 1: Diz o Papa emérito Bento XVI em sua
carta sobre a esperança cristã: “é na esperança que
fomos salvos: diz São Paulo aos Romanos e a nós
também (Rm 8,24)... A redenção é-nos oferecida no
sentido que nos foi dada a esperança, uma
esperança fidedigna, graças à qual podemos
enfrentar o nosso tempo presente: o
presente, ainda que custoso, pode ser vivido e
aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar
seguros desta meta, se esta meta for tão grande que
justifique a canseira do caminho”.
L 2: Estamos aqui na penumbra, recordando estes
tempos difíceis que estamos vivendo... Acendendo
nossas velas, iluminando a cruz de nosso Senhor e
abrindo a Palavra que é luz de esperança para nossa
vida mesmo em meio às maiores dores e sofrimentos,
digamos juntos.
Todos (T): É na esperança que fomos salvos (Rm 8,24)
L 3: Sim, aqL 3: Sim, aqui não é a igreja-templo, mas é
a casa do Senhor, é a nossa casa, a casa da nossa
família, o templo da nossa Igreja doméstica! Uma
comunidade eclesial missionária! Toda a nossa casa
é morada do Senhor, lugar de oração. E é esta
oração em família que tem mantido viva a nossa fé e
nossa esperança durante esta longa pandemia!
Definitivamente, nós somos o povo da esperança, a
esperança que é mãe da paz:
A sabedoria da paz(José Tolentino Mendonça)
Dá, Senhor, à nossa vida a sabedoria da
paz.
Que o nosso coração não naufrague
na lógica de tanta violência disseminada ao nosso
redor.
Que os sentimentos de dor ou de despeito não
sufoquem
a necessidade dos gestos de reconciliação,
a urgência de uma palavra amável que
rompa as paredes do silêncio,
o reencontro dos olhares que se desviam.
Dá-nos força de insinuar no inverno
gelado, em que por vezes vivemos,
o ramo verde, a inesperada flor,
a claridade que é esta irreprimível e
pascal vontade de recomeçar.
D: Neste sentido, é verdade que quem não
conhece Deus, mesmo podendo ter muitas
esperanças, no fundo está sem esperança, sem a
grande esperança que sustenta toda a vida (cf. Ef
2,12).
A verdadeira e grande esperança do homem, que
resiste apesar de todas as desilusões, só pode
ser Deus – o Deus que nos amou, e ama
ainda agora « até ao fim », « até à plena
consumação »
ACOLHER A PALAVRA
L 1: Maria é a mãe das Dores e a mãe da
Esperança. Com ela, que soube como ninguém
guardar a Palavra e viver a Palavra
de Deus, e ficar de pé junto a cruz de seu
Filho, cantemos, nos preparemos e escutemos a
Palavra:
♪ Canto:
Guarda a Palavra, guarda-a no coração.
Que ela entre em sua alma, e penetre os
sentimentos. Busca, noite e dia, a luz, o
amor de Deus. Se guardares a Palavra, ela
te guardará!
Texto bíblico: Mateus, 26, 14-25(Alguém proclama da Bíblia e todos fazem um
momento de silêncio ao final)
D: «Um dos Doze», um dos amigos íntimos
de Jesus foi entregá-lo aos que O pretendiam matar.
Foi por sua iniciativa, livremente. A partir desse
momento, continuando no grupo dos discípulos, que
partilhavam a vida e a missão do Mestre, ficou à
espera de «uma oportunidade: (v. 16) para O
entregar. É arrepiante! E nós, temos sido fiéis ao nosso
Batismo e, apesar de não nos ser possível estar à 8
frente na igreja estamos usando este tempo para
conhecer mais Jesus e descobrir meios de amá-lo nos
irmãos que sofrem?
L 2: A liberdade humana é capaz de tudo,
até de se transcender na iniquidade, obra
de Satanás (cf. Lc 22, 3 e Jo 13, 2). Mateus
dá-o a entender, quando cita Zacarias:
«Quanto me dareis, se eu vo-to entregar?» Eles
garantiram-lhe trinta moedas de prata» (v. 15; cf. Zc
11, 12). Mais significativo é o uso teológico do verbo
«entregar» .Trata-se de uma «entrega-traição»,
da parte dos homens, e uma «entregadom», da
parte do Pai, que entrega o Filho, e da parte do Filho
que se entrega a Si mesmo até à morte na cruz (Jo
19, 30). E nós, que tipo de entrega temos vivido: a
que Jesus nos propõe ou a que nosso orgulho impõe?
L 3: Jesus sente que a sua «hora» se aproxima. Por isso,
ordena que a celebração da Páscoa seja
devidamente preparada. Deseja ardentemente
comê-Ia com os discípulos pois, nela, o antigo
memorial dará lugar ao novo, deixando-nos o seu
Corpo e o seu Sangue como alimento e bebida. E
nós, pela obediência e cuidado com a vida, somos
capazes até mesmo de aceitar com resignação a
não participação na comunhão eucarística,
buscando a comunhão com a Palavra e com
aqueles que precisam de nós?
L 1: A entrega de Si mesmo acontece num
ambiente toldado pelo anúncio da entrega-traição.
Os discípulos mergulham num clima de insegurança
e de desconfiança. Fazem perguntas a Jesus,
chamando «Senhor» (Kyrios), enquanto Judas o
chama simplesmente «Mestre. (Rabi). Mas Jesus
é, de facto, Senhor. Por isso, conhece o traidor e
reconhece que nele se cumprem as Escrituras. A
insegurança dos discípulos representa a nossa própria
insegurança perante a possibilidade de também
nós virmos a atraiçoar e a negar Jesus.
E nós, durante esta pandemia e suas restrições, que
tipo de segurança buscamos?
L 2: A Páscoa estava desde sempre preparada em
Deus. Mas, quando o Filho do homem veio realizá-Ia
no meio de nós, abriu-se para todo o homem um
horizonte novo de ilimitada liberdade, a liberdade de
amar dando a própria vida, para se reencontrar em
plenitude no seio amante da Trindade. E nós, como
estamos sendo capazes de viver nossa liberdade de
filhos de Deus?
Somos capazes de aprender de nossa Mãe dolorosa
a graça do silêncio fecundo?
Fazemo-nos capazes de oferecer o sacrifício do
confinamento social, com paciência, pelo bem da
vida de todas as pessoas?
Estamos sabendo valorizar nossa vida em família?
D: Conversemos um pouquinho sobre
essas questões. (Depois de uma boa prosa, continuam)
VIVER A PALAVRA
D: A esperança é alimentada pelo cuidado
consigo mesmo e com o outro. Quem cultiva a
esperança sabe que apenas cuidando uns dos
outros que semearemos um
amanhã melhor.
L 3: Em tempos de pandemia, de muita canseira no
caminho, nos quais muito pouco podemos fazer: só
nos é pedido o confinamento em nossas casas e um
gesto muito simples que pode salvar nossas vidas e
dos irmãos: que lavemos muito bem as nossas mãos!
O gesto que agora faremos carrega em si um
significado mais profundo. Quer ser sinal de
esperança, de cuidado e de compromisso com os
irmãos. Vamos agora, um a um, nos aproximar da
pia, no banheiro, e lavar cuidadosamente as nossas
mãos, como nos tem sido orientado. Façamos este
gesto em oração, pedindo à Mãe da Esperança que
nos ensine a valorizar os pequenos gestos e a Deus-
Pai que nos dê a graça de viver a unidade, ainda
que na diversidade e no isolamento social.
Cantemos:
(Enquanto se canta, cada um se aproxima da pia no
banheiro e lava cuidadosamente as mãos, podendo
depois,usar o álcool em gel; após lavar as mãos,
retorna para o lugar da oração)
Refrão:
Cristo é nossa paz, Cristo é nossa paz, do
que era dividido ele fez uma unidade! (CF 2021 – Leonardo Damasceno e Pe. Jean Poul Hansen)
RESPONDER À PALAVRA
EM ORAÇÃO
D: Peçamos ao Senhor, pela intercessão de
Nossa Senhora, que nos guarde e nos sustente na
esperança; que tenhamos uma fé
forte, alegre e misericordiosa; que nos
ajude a ser santos, a encontrarmo-nos
com Maria, um dia, no Paraíso.
L 1: Para que aprendamos de Maria a manter a
esperança, ela que, mesmo após a
morte de Jesus continuou sendo discípula fiel,
rezemos aos Senhor:
T: Pela Soledade de Maria, atendei-nos,
Senhor!
L 2: Para que, a exemplo de Maria, tenhamos certo
em nosso coração que a vida
do discípulo de Jesus não é feita só de
dores, mas é fonte de esperança, rezemos
ao Senhor:
L 1: Para que a certeza da ressurreição que
inundava a fé e a vida de Maria, nos faça
também viver na certeza de que Jesus
nunca decepciona, pois sempre devolve a
alegria, a esperança, o amor àqueles que,
porventura, os venham a perder, rezemos
ao Senhor:
L 2: Para que sempre encontremos em
Maria, a Mãe não só de Jesus, mas de
todos nós, por vontade de seu próprio
Filho, e recorramos a ela como Consoladora dos
discípulos e discípulas de Jesus, rezemos ao Senhor:
L 1: Assim como Maria, mãe daquele que é a
nossa paz que do que estava dividido fez
uma unidade, saibamos buscar e respeitar o diálogo
como fonte de fraternidade ecumênica e entre nós,
rezemos aos Senhor:
T: Pai Nosso...
D: Mais uma vez, nos confiemos a nossa
Mãe, que sabe direitinho o que cada um
de nós precisa para fazer a vontade de
Deus em nossa vida:
T: Assim como vós permaneceis no meio dos
discípulos como a sua Mãe, como Mãe da
esperança, Santa Maria, Mãe de Deus, Mãe nossa,
ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco.
Indicai-nos o caminho para o seu reino!
Estrela do mar, brilhai sobre nós e guiai-nos no nosso
caminho!
D: Ó Maria, nossa Senhora das Dores e da
Esperança
T: Rogai por nós, que recorremos a vós!
D: Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
T: Para sempre seja louvado!
D: Em nome do Pai + e do Filho + e do Espírito Santo.
T: Amém