REFLEXÕES SOBRE A PROPOSTA DE
IMPLANTAÇÃO DE UM LABORATÓRIO
DE ENGENHARIA E GESTÃO DAS
CIDADES EM CURSOS DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Jose Andre Villas Boas Mello (Cefet-RJ)
ANDREA JUSTINO RIBEIRO MELLO (Cefet-RJ)
Os laboratórios em cursos de graduação têm a principal função de dar
suporte às atividades destinadas ao ensino, pesquisa e extensão. Em
um curso de Engenharia de Produção a ênfase da formação recai
sobre a transformação do meio físico e reecursos naturais, em
produtos e serviços necessários ao bem estar da coletividade. Diante
de tal perspectiva e da importância de interiorização de cursos de
engenharia, destaca-se a relevância de um laboratório que realize
estudos sobre os problemas das cidades, simulando de forma realística
sobre cenários em busca de alternativas e proposições que melhorem a
qualidade de vida das populações. Assim são descritas as
possibilidades interdisciplinares que podem ser exploradas nos eixos
teóricos previstos em um curso de engenharia de produção.
Palavras-chaves: Laboratório, cidades, ensino-apredizagem
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Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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REFLEXÕES SOBRE A PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM LABORATÓRIO DE
ENGENHARIA E GESTÃO DAS CIDADES EM CURSOS DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
Os laboratórios em cursos de graduação têm a principal função de dar suporte às atividades
destinadas ao ensino, pesquisa e extensão. Em um curso de Engenharia de Produção a ênfase
da formação recai sobre a transformação do meio físico e recursos naturais, em produtos e
serviços necessários ao bem estar da coletividade. Diante de tal perspectiva e da importância
de interiorização de cursos de engenharia, destaca-se a relevância de um laboratório que
realize estudos sobre os problemas das cidades, simulando de forma realística sobre cenários
em busca de alternativas e proposições que melhorem a qualidade de vida das populações.
Assim são descritas as possibilidades interdisciplinares que podem ser exploradas nos eixos
teóricos previstos em um curso de engenharia de produção.
Palavras-chaves: Laboratório, cidades, ensino-apredizagem.
INTRODUÇÃO
Até o início da década de 90 a educação de ensino superior no Brasil se localizava
prioritariamente nos centros urbanos, devido tanto a sua maior densidade populacional quanto
a sua importância político-econômica em relação às regiões periféricas ou mais afastadas das
capitais. Entretanto, o adensamento de áreas não centrais se consolidou como alternativa para
camadas populacionais que buscavam moradia
O adensamento dessas áreas associado ao incremento em sua importância política
impulsionou o movimento de interiorização do ensino superior no Brasil, que alcançou o seu
ápice com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais - Reuni, do Ministério da Educação.
A interiorização se caracterizou como uma iniciativa do governo federal que deu o alicerce
para o desenvolvimento regional em diversas cidades. Entre 2003 e 2009, 236 cidades que
não eram atendidas por instituições de ensino superior foram atendidas pelo processo de
expansão. Segundo dados do governo publicados no jornal Estado de São Paulo em
03/03/2010, no período, cerca de 20 mil professores e funcionários administrativos
concursados foram contratados.
Um dos pontos que mais se destaca do processo de interiorização é o crescimento dos cursos
de Engenharia no País, área crítica para a viabilização de um desenvolvimento econômico
sustentável e para a qual, as vagas praticamente dobraram, passando de 16.340 para 32.502
entre 2006 e 2010, no entanto, ainda há um déficit considerável de profissionais. Se já era a
área em que mais havia vagas nas federais - isso levando em conta cursos que vão das
tradicionais: mecânica, civil e elétrica a outras mais novas, como têxtil ou ambiental - as
engenharias hoje estão muito à frente da segunda colocada, a área de Letras, que oferece
19.348 vagas a cada ano letivo. (PARAGUAÇU, 2010)
Essa expansão representa uma oportunidade sem igual para o desenvolvimento econômico
local na medida em que amplia o acesso ao ensino superior em determinadas regiões e em que
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cria a oportunidade de que essas próprias regiões transformem-se em “laboratórios” para o
aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, o conhecimento científico
e tecnológico levado para essas regiões viabiliza que a comunidade local amplie sua visão de
mundo e que a instituição de ensino exerça seu papel de agente de transformação, envolvendo
comunidade acadêmica e comunidade local através do tripé ensino-pesquisa-extensão.
Considerando-se a relevância de uma orientação acadêmica voltada para a manutenção desse
tripé, entende-se como de grande valia para o CEFET/RJ, especialmente no âmbito da
Unidade Descentralizada de Ensino de Nova Iguaçu (UnED/NI), a criação e implementação
tanto de núcleos de pesquisa como de grupos e laboratórios de estudo que permitam o
desenvolvimento e/ou o aprimoramento de práticas que melhorem a qualidade de vida local
através da transformação da realidade econômica, social e/ou política encontrada.
Dentro dessa perspectiva, apresenta-se, a seguir, dentro do âmbito da região de referência da
unidade CEFET/RJ UnED/NI, uma proposta de criação e instalação de um Laboratório de
Estudos Interdisciplinares em Engenharia e Gestão nas Cidades como forma de contribuir
com a construção de um espaço que privilegie estudos e projetos inovadores e essenciais
voltados para as cidades, impulsionando tanto o crescimento local como a criação de soluções
para problemas pontuais enfrentados por Nova Iguaçu e municípios limítrofes que envolvam a
engenharia, em especial a engenharia de produção.
Nesse sentido, entende-se que o objetivo principal deste trabalho é o de provocar reflexões
sobre as possibilidades existentes na criação de um Laboratório de Estudos Interdisciplinares
em Engenharia e Gestão nas Cidades, fundamentalmente, que seja viabilizado dentro do curso
de Engenharia de Produção, buscando compreender de forma abrangente e clara suas
possibilidades, seu dinamismo e suas possíveis limitações além do meio para lidar com elas.
Entende-se que o presente estudo se mostra bastante relevante na medida em que está
alinhado com as orientações das atuais leis educacionais, com a sistemática para a criação de
laboratórios proposta pelo ABEPRO e, em particular com a capacidade do CEFET/RJ em
atender as demandas locais.
2 - DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL E A CIDADE DE NOVA IGUAÇU
As investigações teóricas e empíricas disponíveis, tendo como referência os problemas das
cidades periféricas e em particular a cidade de Nova Iguaçu e seu entorno, serviram de base e
inspiração para a formulação desta proposta de criação do laboratório de engenharia e gestão
nas cidades para uma unidade de ensino superior instalada na Região Metropolitana do Rio de
Janeiro (RMRJ) a partir do programa de interiorização do ensino superior.
A RMRJ, também conhecida como Grande Rio, foi instituída pela Lei Complementar Federal
nº20, de 1º de julho de 1974, após a fusão dos antigos estados do Rio de Janeiro e da
Guanabara. Com 11.812.482 habitantes (IBGE/2008), ela se configura como a segunda maior
área metropolitana do Brasil, terceira da América do Sul e 23ª maior do mundo.
Desde sua formação, essa região sofreu muitas transformações em sua delimitação
administrativa e geográfica com a exclusão e a inclusão de alguns municípios. Em termos de
exclusão destacam-se as saídas dos municípios de Petrópolis em 1993, Maricá em 2001 e
Itaguaí e Mangaratiba em 2002. Em contrapartida, foram incluídos os municípios de Belford
Roxo e Queimados em 1993, Tanguá, Japerie Seropédica em 1997 e Mesquita em 2001.
Itaguaí tornou-se novamente município da RMRJ em outubro de 2009, que atingiu um total de
18 municípios.
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Nova Iguaçu, localização da UnED N.I. do CEFET/RJ, é um dos 13 municípios que
compõem a Baixada Fluminense, segunda região mais populosa do estado do Rio de Janeiro,
com mais de três milhões de habitantes. A Baixada Fluminense é parte integrante da RMRJ e
é formada pelos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis,
Belford Roxo, Queimados e Mesquita, todos ao norte da cidade do Rio de Janeiro. Além
desses municípios, para alguns estudiosos também podem ser considerados como parte da
Baixada os municípios de Magé e Guapimirim (a leste), Japeri, Paracambi, Seropédica e
Itaguaí (a oeste e noroeste).
“[...] a Baixada Fluminense é a expressão, o resultado, a materialização de uma metrópole
que se reproduziu segregando. A nossa curta história é a de uma região que acelerou seu
adensamento populacional a partir dos anos cinqüenta com o processo de industrialização do
país. As pessoas foram expelidas do centro dinâmico econômico [...] para os novos
loteamentos sem infra-estrutura que surgiam nos poucos municípios da região da Baixada
Fluminense. E assim as pessoas foram vivendo, construindo sua meia-água, abrindo suas
“barracas” para melhorar o orçamento e trabalhando na capital do Estado ou, até 1975, na
Cidade-Estado Guanabara. Daí o velho jargão: as cidades da Baixada são cidades
dormitórios” (OLIVEIRA, 2005).
Essa passagem nos permite perceber um pouco sobre a realidade da ocupação geográfica das
cidades da Baixada Fluminense, cujo crescimento se deu de forma desordenada, sem nenhum
planejamento. Gerando-se um espaço urbano cheio de carências onde a esfera pública não
pôde ou não teve condições de prover a distribuição de serviços públicos de forma organizada
de modo a garantir uma razoável qualidade de vida a todos.
2.1- NOVA IGUAÇU E O CONTEXTO SÓCIO-ECONÔMICO
Nova Iguaçu limita-se com Miguel Pereira
(norte), Duque de Caxias (nordeste), Japeri
(noroeste), Rio de Janeiro (sul), Mesquita
(sudeste), Seropédica (sudoeste), além de
Belford Roxo (leste) e Queimados (oeste).
Denominado Cidade de Nova Iguaçu, desde
1997, pela Lei Complementar nº 006, o
referido município está dividido
administrativamente em 09 Unidades
Regionais de Governo (URG's), conforme
figura 01.
As URGs estão oficialmente agrupadas em
SPIs ("zonas"), levando em conta a posição
geográfica e a história da ocupação. A
organização da cidade de Nova Iguaçu
obedece, atualmente, a duas leis e um
decreto:
Organização do território: definida e
delimitada na Lei nº 006 de 12 de
dezembro de 1997 - Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Sustentável
(PDDUS) de Nova Iguaçu; e
Figura 01 – URG’s da Cidade de Nova Iguaçu
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Bairros: definidos na Lei nº 2952, de 17 de dezembro de 1998 e delimitados no
Decreto nº 6083, de 12 de janeiro de 1999.
As Unidades Regionais de Governo e seus respectivos bairros estão listados no quadro 01.
URG Bairros Qtde de
Bairros
População e extensão
geográfica
1 Centro, Califórnia, Vila Nova, Caonze, Bairro da
Luz, Santa Eugênia, Jardim Iguaçu, Chacrinha,
Moquetá, Jardim da Viga, Rancho Novo, Vila
Operária, Engenho Pequeno, Jardim Tropical, Prata
15 175.562 habitantes em
40,0877 km2
2 Posse, Cerâmica, Ponto Chic, Ambaí, Nova América,
Carmary, Três Corações, Kennedy, Parque Flora,
Bairro Botafogo
10 117.834 habitantes, em
15,8682 km2
3 Comendador Soares, Ouro Verde, Jardim Alvorada,
Danon, Jardim Palmares, Rosa dos Ventos, Jardim
Pernambuco, Jardim Nova Era
08 108.614 habitantes em
13,089 km2
4 Cabuçu, Palhada, Valverde, Marapicu, Lagoinha,
Campo Alegre, Ipiranga
07 76.350 habitantes em
74,56 km2
5 Km-32, Paraíso, Jardim Guandu, Prados Verdes 04 57.467 habitantes em
30,4140 km2
6 Austin, Riachão, Inconfidência, Carlos Sampaio,
Tinguazinho, Cacuia, Rodilândia, Vila Guimarães
08 96.199 habitantes em
33,8348 km2
7 Vila de Cava, Santa Rita, Rancho Fundo, Figueiras,
Iguaçu Velho, Corumbá
06 63.035 habitantes em
30,8867 km2
8 Miguel Couto, Boa Esperança, Parque Ambaí,
Grama, Geneciano
05 50.872 habitantes em
16,6876 km2
9 Tinguá, Montevidéu, Adrianópolis, Rio D'Ouro,
Jaceruba
05 13.328 habitantes em
253.294 km2
Quadro 01 – Bairros, população e extensão geográfica de cada URG’s de N.I.
Oliveira (2006) a fim de traçar um perfil acerca dos aspectos demográfico, social, econômico,
cultural e de infra-estrutura, selecionou dados da amostra do Censo Demográfico de 2000,
realizando uma hierarquização dos bairros segundo os déficits sociais verificados, e
dividindo-os em cinco intervalos de classe.
TIPO CONDIÇÃO
Sócio-Econômica De Infra-estrutura
1 MELHOR MELHOR
2 ALTA ALTA
3 MÉDIA MÉDIA
4 PRECÁRIA PRECÁRIA
5 ALTA DESVANTAGEM CARÊNCIA
Fonte: Oliveira (2006).
Quadro 02 – Tipologia das Condições Sócio-Econômicas e de Infra-estrutura proposta
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Utilizando-se da tipologia proposta por Oliveira (2006) para classificar os bairros de Nova
Iguaçu é possível identificar os bairros que se encontram em condições mais precárias,
apresentando, consequentemente, maiores demandas a serem atendidas. Informações que
podem ser extraídas a partir da observação do quadro 03, a seguir.
Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 Califórnia Boa Esperança Ambaí Adrianópolis Campo Alegre
Caonze Comendador Soares Austin Cabuçu Geneciano
Centro Da Luz Botafogo Cacuia Iguaçu Velho
Chacrinha Da Posse Carmary Carlos Sampaio Jaceruba
Jardim Tropical Da Prata Da Cerâmica Corumbá Montevidéu
Vila Nova Da Viga Da Palhada Danon Rio D'ouro
Rancho Novo Engenho Pequeno Ipiranga Figueiras
Jardim Iguaçu Jardim Alvorada Grama Moqueta Jardim Nova Era Inconfidência
Santa Eugênia Kennedy Jardim Guandu
Marapicu Jardim Palmares
Miguel Couto Jardim
Nova América Pernambuco
Ouro Verde Km 32
Paraíso Lagoinha
Ponto Chic Parque Ambaí
Rosa dos Ventos Parque Flora
Santa Rita Prados Verdes
Tres Corações Rancho Fundo
Valverde Riachão
Vila Operária Rodilândia
Tinguá
Tinguazinho
Vila de Cava
Vila Guimarães
07 bairros 10 bairros 21 bairros 25 bairros 06 bairros
Fonte: Oliveira (2006).
Quadro 03 – Classificação dos bairros de Nova Iguaçu de acordo com a tipologia proposta
Percebe-se a partir dos quadros 02 e 03, que a organização sócio-espacial da cidade de Nova
Iguaçu sob a perspectiva da distribuição atual dos serviços está em desacordo com as
exigências presentes da população. Então, é eminente a necessidade de se realizar um estudo
da real situação entre oferta e demanda dos serviços públicos integrados em rede,
principalmente ao considerarmos a hipótese de que Nova Iguaçu se encaixa no perfil de uma
cidade catalisadora de fluxos, o que torna emergencial a reflexão no eixo das estratégias e
gestão nas cidades.
Apesar de sua centralidade econômica em relação aos outros municípios da Baixada
Fluminense, Nova Iguaçu, cresceu sob um modelo de desenvolvimento não sustentável, no
qual a desigualdade econômica e social encontrou um terreno fértil. Dentro da desigualdade
que se expressa territorialmente, o centro de Nova Iguaçu se constitui em uma “ilha”,
concentrando a população de maior renda, onde 10% dos residentes são empregadores e 19%
profissionais de nível superior (Censo IBGE, 2000). Por outro lado, sua grande periferia o
coloca como o segundo maior município da RMRJ em número de pessoas que vivem na
extrema pobreza e de desempregados.
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De acordo com informações disponibilizadas pela Prefeitura Municipal, Nova Iguaçu ainda é
o maior município da Baixada Fluminense em extensão territorial, com 524,04 km²,
(respondendo por 11,1% da Área Metropolitana), e o segundo em população, estimada em
831 mil habitantes, pelo IBGE (2000). Possui elevada densidade demográfica, 1.449,60
hab/km² – bem acima da média do Estado, que é de 328,08 hab/km².
Mesmo após diversos desmembramentos administrativos que ocorreram ao longo da década
de 90 do século XX e dos anos subseqüentes, por meio de vários processos de emancipação
na Baixada Fluminense, conforme se percebe pela figura 02, Nova Iguaçu continuou sendo
grande tanto na sua dimensão geográfica como econômica e não deixou de ser a principal
referência na região.
Fonte: Atlas Escolar de Nova Iguaçu
Figura 02 – Nova Iguaçu diante dos processos de emancipação na Baixada Fluminense
Essas disparidades justificam um estudo mais profundo e cuidadoso sobre a região de Nova
Iguaçu assim como do modelo de desenvolvimento adotado e seus reflexos sobre a qualidade
de vida da população. Entende-se que a partir dessa observação mais detalhada, será possível
contribuir com propostas concretas que permitam a efetiva transformação econômica e social
do Município de forma mais equitativa e sustentável.
3- O LABORATÓRIO PROPOSTO E A PRÁTICA DA INTERDISCIPLINARIDADE
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Para que o Laboratório de Engenharia e Gestão das Cidades alcance os objetivos a que se
propõe, torna-se indispensável a participação ativa de membros da comunidade acadêmica da
UnED NI, do CEFET/RJ e de pesquisadores locais, formando uma rede de colaboração.
Percebe-se com clareza, que a integração ao projeto de pesquisadores, oriundos de outras
instituições de ensino, assim como da iniciativa privada e de órgãos públicos pertencentes ao
Município de Nova Iguaçu, pode enriquecer a dinâmica de debates e discussões que se
pretende colocar em prática desde sua criação.
Dessa forma, para assegurar a manutenção da pluralidade dos debates, e o caráter
interdisciplinar aqui proposto, os convites inicialmente feitos aos membros da comunidade
acadêmica da UnED NI do CEFET/RJ serão estendidos para outras instituições.
Fazem parte dos objetivos do Laboratório:
- Desenvolver a habilidade de comunicação escrita;
- Consolidar os conhecimentos teóricos e tecnológicos estudados;
- Contribuir para a formação de um Engenheiro de Produção focado na solução de
problemas das cidades;
- Entender as cidades como núcleos em rede com relações sociais e econômicas;
- Estudar o estado das artes das tecnologias das cidades que permitem melhorar a
condição de vida da sociedade como um todo;
- Estudar técnicas de gerenciamento e administração;
- Promover o estudo e o fomento ao empreendedorismo e a inovação nas cidades.
As atividades a serem desenvolvidas serão compostas por conjuntos de tarefas que permitam
ao estudante o desenvolvimento de competências e habilidades que permitam uma sólida
construção de conceitos inerentes à formação do egresso, desse modo, viabilizando a
assimilação dos conhecimentos necessários ao futuro exercício profissional.
O Manual de organização de Laboratórios para cursos de Engenharia de Produção elaborado
pela Comissão de Graduação da ABEPRO, sugere a adoção de uma visão pragmática de
assimilação dos fundamentos subjacentes aos fenômenos de interesse, de modo que a
construção de conceitos inicie-se sobre uma base observacional crítica, orientada pelo
docente, mas construída, passo-a-passo, pelo discente.
De modo especial, o LABCID pretende promover os estudos exploratórios sobre as cidades
em direção a compreensão de temas antes marginalizados pelas perspectivas tradicionais, mas
que agora podem ser tratados de maneira interdisciplinar. Para MORIN, (2002) a pesquisa
focada na prática interdisciplinar consegue formar alunos com a capacidade de “articular,
religar, contextualizar, situar-se num contexto e, se possível, globalizar, reunir os
conhecimentos adquiridos”.
A visão de mundo, pautada na relação entre o todo e as partes, dão o respaldo necessário ao
conceito de interdisciplinaridade. Este conceito está apoiado no entendimento da
complexidade de um tema, se colocando acima das barreiras disciplinares.
Para se fazer interdisciplinaridade, não basta tomar um tema e o desenvolver em torno duas
ou três ciências. A interdisciplinaridade consiste em um objeto novo que não pertença a
ninguém. (MACHADO, 2000).
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AUGUSTO et al (2004) citam que a interdisciplinaridade compreende troca e cooperação,
uma verdadeira integração entre as disciplinas de modo que as fronteiras entre elas tornem-se
invisíveis para que a complexidade do objeto de estudo se destaque. Nesta visão
interdisciplinar, o tema em estudo está acima dos domínios disciplinares.
“a metodologia interdisciplinar parte de uma liberdade científica, alicerça-se no
diálogo e na colaboração, funda-se no desejo de inovar, de criar, de ir além e exercita-
se na arte de pesquisar” (FAZENDA, 1994, p. 69).
Segundo CREMASCO (2009), o profissional de engenharia precisa possuir um perfil de
formação generalista, humana e reflexiva, e ser capacitado a absorver e desenvolver novas
tecnologias, desenvolvendo a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de
problemas oriundos da atual época, se tornando um profissional capaz de moldar-se às novas
necessidades.
4- ASPECTOS CONTRIBUTIVOS E LEGAIS DO LABORATÓRIO
A aplicação da perspectiva interdisciplinar conduz a engenharia a ser percebida como uma
ciência capaz de conceber e implementar soluções científicas, a partir de um projeto, um
sistema integrado de ações e objetos, que assegurem o crescimento econômico sustentável de
uma cidade.
Essa definição reforça, de um lado, que a engenharia tem por base a ciência, mas que,
enquanto a ciência tem por objetivo originar novos conhecimentos, a engenharia visa resolver
diretamente problemas práticos mediante a criação de dispositivos, estruturas e processos.
Para tal, a engenharia parte de um projeto que possui como características: unicidade do
objeto, limitação do tempo de sua concepção, bem como um objetivo definido que instrui suas
metas de desempenho.
De acordo com as diretrizes da ABEPRO compete ao Engenheiro de Produção, o projeto, a
modelagem, a implantação, a operação, a manutenção e a melhoria de sistemas produtivos
integrados de bens e serviços, envolvendo homens, recursos financeiros e materiais,
tecnologia, informação e energia. Dessa forma, em uma visão ampla, produzir é mais que
simplesmente utilizar conhecimento científico e tecnológico. É necessário integrar fatores de
natureza diversos, atentando para critérios de qualidade, produtividade, custos,
responsabilidade social entre outros.
“Compete ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas para a
sociedade e o meio ambiente, recorrendo a conhecimentos especializados da matemática,
física, ciências humanas e sociais, conjuntamente com os princípios e métodos de análise e
projeto da engenharia”.
“A Engenharia de Produção, ao voltar a sua ênfase para características de produtos (bens e/ou
serviços) e de sistemas produtivos, vincula-se fortemente com as idéias de projetar e viabilizar
produtos e sistemas produtivos, planejar a produção, produzir e distribuir produtos que a
sociedade valoriza. Essas atividades, tratadas em profundidade e de forma integrada pela
Engenharia de Produção, são fundamentais para a elevação da qualidade de vida e da
competitividade do país”.
Diante de tais premissas, entende-se que a Baixada Fluminense, mais especificamente Nova
Iguaçu e as cidades adjacentes possam se constituir em laboratório de estudos relacionados à
engenharia de produção, sob múltiplas perspectivas, e em diversos campos de conhecimento
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científico e técnico. Portanto, as cidades em suas áreas de transporte, educação, saúde,
habitação, lazer, demandam pesquisas que identifiquem e solucionem problemas, melhorando
a qualidade de vida e a eficácia municipal. A UnED Nova Iguaçu do CEFET/RJ está no
“centro” de uma região que sofre os efeitos do fenômeno das conurbações e grandes
concentrações demográficas de populações empobrecidas, tão peculiares da América Latina.
O LABCID envolve-se com esse contexto na medida em que se propõe a aprimorar o
entendimento crítico dessa realidade. A partir desse amadurecimento prévio, entende-se que é
possível contribuir com projetos inovadores que permitam a identificação clara das lacunas,
seus aspectos qualitativos e a conseqüente qualificação dos serviços públicos. O que, entende-
se como passo fundamental para o alcance do desenvolvimento sustentável na região.
Além de seu aspecto contributivo, a presente proposta está amparada nas determinações legais
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Lei Nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, com
particular atenção ao artigo 43 que baliza as ações a serem desenvolvidas no âmbito de um
projeto de curso de graduação. Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento
reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores
profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na
sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da
ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o
entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras
formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a
correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa
estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e
regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de
reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das
conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica
geradas na instituição.
Considerando-se o exposto, evidencia-se que essa interação da Instituição de Ensino com a
sociedade é relevante não somente para essa última, que pode ser beneficiada por projetos
dessa natureza, como para os estudantes, que podem se tornar atores relevantes nesse processo
de transformação da teoria em prática, requisitos fundamentais para se tornarem profissionais
qualificados.
Diante dessa perspectiva ALVES et al (2006), apresenta que a Lei de Diretrizes de Base
sugere a intencionalidade em romper com alguns paradigmas estabelecidos, talvez o maior
deles seja a mudança do foco do ensino de conteúdos (“instrucionismo”) para evidenciar a
aprendizagem dos alunos. A aprendizagem não deve ser encarada como um produto final e
sim como um processo contínuo, onde o erro e a dúvida são peças fundamentais. A
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equiparação das cargas curriculares entre teoria e prática é outra recomendação proposta pela
nova lei. A prática deverá incluir uma permanente reflexão sobre como é que se aplica o
conhecimento nas questões concretas da vida.
Fazendo referência a um projeto político pedagógico centrado na aprendizagem
reconstrutivista, ALVES et al (2006) destaca que deve haver o cuidado em torno do espaço
físico e condições de funcionamento da escola, incluindo aí a preocupação com o entorno da
escola. É necessário enfatizar o caráter qualitativo das pesquisas científicas e a valorização de
uma postura reflexiva permanente dos pesquisadores em relação à metodologia, a
epistemologia e a ontologia em relação ao modelo adotado e ao fenômeno.
5- ÁREAS DE ATUAÇÃO
Com base em uma reflexão a respeito da Engenharia de uma Cidade Sustentável, o LABCID
pretende estudar como a melhoria da qualidade de vida pode ser alcançada, lançando uma
pauta de debates e estudos que investiguem a evolução urbana e a referida demanda de infra-
estrutura e de serviços públicos.
Segundo MARTINARD (1986), a engenharia urbana é a “arte de conceber, de realizar e de
gerenciar sistemas técnicos urbanos; o termo sistemas técnicos urbanos tem dois significados:
o primeiro enquanto rede suporte, isto é, uma dimensão física, e o segundo enquanto rede de
serviços”. Por exemplo, o sistema de abastecimento de água de uma cidade tem a dimensão
física da rede de distribuição de água, com as tubulações, os equipamentos de tratamento de
água, captação, etc. No entanto é também imprescindível levar em consideração a dimensão
dos serviços prestados de operação e de manutenção da rede e dos equipamentos, tarifação e
cobrança pelo serviço prestado, controle da qualidade da água e muitos outros aspectos de
gerenciamento deste sistema.
Essa ênfase comporta tanto discussões mais amplas e abstratas como a temática do
desenvolvimento propriamente dito como também diversas temáticas mais específicas
relacionadas à infra-estrutura de uma região. Nesse último aspecto, enquadram-se os diversos
tipos de serviços públicos existentes como saúde, educação, transportes, segurança, lazer,
esportes etc.
A existência do LABCID poderá propiciar o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa
tanto na modalidade de iniciação tecnológica e/ou iniciação científica, bem como na
modalidade de trabalhos de conclusão de curso. Por trás das reflexões sobre “cidades” estarão
enfoques e questões históricas da engenharia de produção, tais como: arranjo produtivo local,
clusters, inovação, estratégias organizacionais, estudos de localização, etc. Dada essa
abrangência, evidencia-se a necessidade do estabelecimento de uma agenda de trabalho que se
inicia com foco metodológico exploratório, para posteriormente, traçar os passos
subseqüentes a esse.
Percebe-se que dentre os frutos a serem colhidos com a sua implementação está a criação de
projetos com caráter extensionista e o aprimoramento do ensino tanto nas disciplinas já
existentes como a partir da criação de disciplinas eletivas relativas às temáticas tratadas nesse
âmbito. Dentro das disciplinas cria-se o espaço para tratar de projetos de infra-estrutura,
planejamento e ordenamento da cidade, planejamento e gestão dos serviços, políticas
públicas, desenvolvimento sócio-econômico, gestão de projetos, dentre outras possibilidades.
Embora a presente proposta considere essencial um debate mais amplo com os diversos
membros do LABCID para a construção conjunta de uma agenda de trabalho, estabelece-se a
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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seguir 6 temários de estudo que podem ser ajustados de acordo com o interesse local e foco
institucional, e possíveis eixos de atuação do Laboratório no âmbito da pesquisa.
Temários / Eixos
Est
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Transportes: Mobilidade Urbana; Legislação; O Aeromóvel de Nova
Iguaçu como uma tecnologia de transporte limpa baseada em propulsão
pneumática; TransBaixada; Arco Metropolitano. x x x x x x x
Saúde: Demandas locais e gerenciamento da qualidade do atendimento; x x x x x x x
Educação: Modelos Educacionais; Tecnologias Educacionais; Demandas
Profissionais. x x x x x x x x
Desporto e Lazer: Megaeventos. x x x x x x
Empreendedorismo e Desenvolvimento Regional: Projeto de
Produto Imobiliário e Avaliação Mercadológica em Nova Iguaçu; Recente
centralidade e Empreendedorismo por oportunidade em Nova Iguaçu;
Motivação e Gestão em Empreendedorismo; Agronegócio; PPPs.
x x x x x x x x
Inovação Tecnológica: Patentes; Tecnologias para o varejo; Redes de
Empresas e Gestão da Cadeia Produtiva; Inovação. x x x x x x
6 – CONCLUSÃO
Dentro de uma perspectiva apropriada, percebe-se que a proposta de criação de um
Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Engenharia e Gestão nas Cidades,
fundamentalmente, que seja viabilizado dentro do curso de Engenharia de Produção, permite
o surgimento de um espaço privilegiado para o fortalecimento e aprimoramento do processo
de ensino-aprendizagem.
Esse aprimoramento é viabilizado por uma cultura amparada no tripé ensino-pesquisa-
extensão, na qual o aluno passa a conviver com problemas reais, contribuindo efetivamente
para a identificação e implementação de soluções adequadas e factíveis dentro de um espaço
de interação entre as comunidades acadêmica-científica e a comunidade local.
O próprio processo de expansão baseado na interiorização do ensino superior trouxe à tona
essa possibilidade ímpar ao privilegiar regiões até então totalmente abandonadas pelo poder
público em praticamente todas as esferas do serviço público.
Ou seja, a infra-estrutura deficitária torna-se um espaço no qual alunos, professores,
pesquisadores, comunidade e poder público podem desenvolver uma dinâmica própria para a
solução dos problemas das cidades.
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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Dessa forma, o laboratório aqui proposto torna-se um meio através do qual a instituição de
ensino pode exercer seu papel de agente transformador, propiciando o desenvolvimento local
sustentável ao mesmo tempo em que atende à demanda por engenheiros. Mas vale ressaltar, o
engenheiro de produção proveniente dessas práticas é um engenheiro diferente, mas sensível
às necessidades da sociedade ao mesmo tempo em que entende com maior clareza o poder de
sua atuação.
7- BIBLIOGRAFIA
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conjunta do GT Graduação, GT Pós-Graduação e Diretoria da ABEPRO. 2008
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l´Aménagement du Territoire et des Transports. La documentation française, Paris. 1986.
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