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Ref. RECUPERAÇÃO JUDICIAL de PENÍNSULA INTERNATIONAL S/A
Autos 0001967-67.2015.8.16.0185 da 1ª VARA DE FALÊNCIAS E
RECUPERAÇÕES JUDICIAIS DE CURITIBA – PR
COMUNICADO AOS CREDORES
QUALIFICAÇÃO COMO CREDOR ADQUIRENTE
PRAZO E VALORES DE CRÉDITOS A SEREM UTILIZADOS
GUIMARÃES & BORDINHÃO ADVOGADOS ASSOCIADOS, devidamente inscrita
na OAB/PR sob n.º 2.559 e no CNPJ sob n.º 10.917.418/0001-11, com sede na Av.
Candido de Abreu, nº 526, cj. 310-B, Centro Cívico, Curitiba/PR, através do
advogado responsável Maurício de Paula Soares Guimarães, inscrito na OAB/PR
sob o nº 14.392, na qualidade de ADMINISTRADORA JUDICIAL da
RECUPERAÇÃO JUDICIAL de PENÍNSULA INTERNATIONAL S/A, comunica aos
credores e interessados em geral o seguinte:
1. Na forma do Plano de Recuperação Judicial (PRJ) aprovado em Assembleia
Geral de Credores, e homologado pelo Juízo da 1ª Vara de Falências e
Recuperações Judiciais de Curitiba/PR por decisão judicial constante do mov.
5671 dos autos acima referidos e considerando que:
1.1. Conforme Cláusula 4.3.1., item „i‟, do PRJ, “O(s) Credor(es) da Classe
III que se qualificar(em) como Credor(es) Adquirente(s) (vide item ii) infra)
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terá(ão), como contrapartida, o direito de se utilizar(em) de seu(s) crédito(s)
original(is) como meio de pagamento da Primeira Parcela do preço de aquisição
da Sociedade UPI Península”, sendo que “o(s) credor(es) que pretender(em) se
qualificar como Credor(es) Adquirente(s) terá(ão) obrigatoriamente que utilizar a
integralidade de seu(s) crédito(s), não sendo permitida a utilização parcial,
mesmo que tenha havido cessão do crédito a terceiros”.
1.2. Conforme Cláusula 4.3.1., item „ii‟, do PRJ, “A qualificação se dará
mediante a formalização adequada, aceitação de seus termos e entrega do
Anexo II devidamente instruído de prova dos poderes dos signatários, à
Administradora Judicial, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, contados a partir
da Data Base”.
1.3. Conforme Cláusula 4.3.1., item „iii‟, do PRJ, “Para efeitos de
quantificação do crédito para os fins da presente cláusula, será considerada a
taxa de câmbio (PTAX, opção venda divulgada pela Banco Central do Brasil) do
dia instalação da Assembleia Geral de Credores, caso o(s) crédito(s)
habilitado(s) seja(m) em moeda estrangeira”.
1.4. Conforme Cláusula 1.1, do PRJ, “DATA DE HOMOLOGAÇÃO DO PRJ
OU DATA BASE: É a data de intimação dos advogados da Recuperanda da
decisão homologatória da aprovação do PRJ, nos termos do art. 45 e 58, caput
e §1º da LRF”.
2. Comunica:
2.1. A DATA DE HOMOLOGAÇÃO DO PRJ OU DATA BASE, data a partir
da qual os credores Classe III terão 15 (quinze) dias corridos para qualificarem-
se como Credores Adquirentes, é o dia 31 de outubro de 2016, data em que
ocorreu intimação dos advogados da Recuperanda Península International S/A
quanto à decisão homologatória da aprovação do Plano de Recuperação
Judicial, conforme mov. 5987 dos autos 0001967-67.2015.8.16.0185 da 1ª Vara
de Falências e Recuperações Judiciais de Curitiba/PR, a ver:
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2.2. A data final para os credores Classe III qualificarem-se como Credores
Adquirentes é o dia 16 de novembro de 2016, considerando que o dia 15 de
novembro de 2016 é feriado nacional.
2.3. A taxa de câmbio para efeitos de quantificação do crédito para
qualificação como Credor Adquirente é R$ 3,9913.
2.4. Para créditos que sejam, na presente data, objeto de discussão judicial
quanto à sua sujeição, classificação e/ou valor, através de Impugnação de
Crédito sem decisão transitada em julgada, considerar-se-á, como
“integralidade de seu(s) crédito(s)” o maior valor passível de reconhecimento na
via judicial, conforme pedido lançado em cada Impugnação Judicial de Crédito,
apurado pela Administradora Judicial na forma da listagem em anexo.
2.5. A listagem anexada ao presente comunicado, como divulgada, não
implica em qualquer tipo de renúncia ou reconhecimento a direitos e/ou pedidos
relativamente aos valores lançados em Impugnação Judicial de Crédito, sendo
que a partir dos julgamentos definitivos, com trânsito em julgado, de cada
Impugnação Judicial de Crédito, as participações societárias e aportes
realizados na sociedade UPI Península, na forma do Plano de Recuperação
Judicial, poderão ser ajustadas internamente pelos então sócios da sociedade
UPI Península, entre os credores que tenham se sagrado vencedores no leilão.
3. O presente comunicado se dá em caráter meramente informativo e maiores
informações podem ser obtidas junto à Administradora Judicial.
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4. Em anexo ao presente comunicado encontram-se a listagem mencionada no
item 2.4 acima, o Plano de Recuperação Judicial aprovado em Assembleia Geral de
Credores, os modelos dos anexos I, II e III e a decisão judicial homologatória.
Curitiba, 31 de outubro de 2016
GUIMARÃES & BORDINHÃO ADVOGADOS ASSOCIADOS
Administradora Judicial
Maurício de Paula Soares Guimarães
OAB/PR 14.392
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LISTAGEM DE CRÉDITOS PASSÍVEIS DE UTILIZAÇÃO POR CREDORES
CLASSE III PARA QUALIFICAÇÃO ENQUANTO CREDORES ADQUIRENTES
DA “SOCIEDADE UPI” PENÍNSULA, NA FORMA DO PLANO DE
RECUPERAÇÃO JUDICIAL APROVADO EM ASSEMBLEIA GERAL DE
CREDORES E HOMOLOGADO JUDICIALMENTE
Credor Moeda Credito Original
4DI COM DE BORRACHAS E PARAFUSOS LTDA BRL 170,00
A C STRAPASSON E CIA LTDA BRL 2.295,48
ABIX TECNOLOGIA LTDA BRL 3.335,00
ABIX TELECOM LTDA BRL 375,00
AFORT SERVICOS E SOLUCOES FINANCEIRAS LTDA BRL 647,19
AG CAPITAL A CONSULTORIA E ASSESSORIA EMPRESARIAL S/S BRL 32.460,60
AGENCIA DE CORREIOS FRANQUEADA ANGELO SAMPAIO LTDA BRL 485,31
AGF SERVICOS DE ENTREGAS EIRELI BRL 136,00
AGRO AMAZONIA PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA BRL 39.720,82
AGROHUMUS IND E COM DE INS AGRICOLAS LTDA. BRL 168.896,00
AGROTEC S/A BRL 1.285.433,15
AGUETONI TRANSPORTES LTDA BRL 42.000,00
ANALDO FANINE BRL 172,00
ANDRE JARDIM & CIA LTDA BRL 1.419,81
ANTES FERNANDES E CANABARRO FERNANDES LTDA BRL 19.119,90
ANTONIO RUBENS GASPARELLI BRL 15.001,50
AQUARELA COMERCIO DE TINTAS LTDA BRL 1.445,00
ARAUCARIA NITROGENADOS S.A. BRL 18,96
ASSOCIACAO COMERCIAL INDUSTRIAL E AGRICOLA DE PARANAGUA BRL 1.657,56
ATUALFLEX COMERCIO DE MANGUEIRAS HIDRAULICAS LTDA BRL 38,00
AUTO POSTO ENTRE RIOS LTDA BRL 705,97
AUTO POSTO TRANSAMERICA LTDA BRL 3.043,32
AVG TRANSPORTES LTDA BRL 310.948,66
BANA ADVOGADOS ASSOCIADOS BRL 1.830,55
BANCO BBM S.A. BRL 1.471.090,73
BANCO BRADESCO S.A. BRL 555.900,08
BANCO DAYCOVAL S.A. BRL 5.478.163,34
BANCO DAYCOVAL S.A. US$ 1.358.398,54
BANCO INTERCAP S.A. BRL 715.574,24
BANCO INTERMEDIUM S/A BRL 1.800.000,00
BANCO ITAUCARD S.A. BRL 62.747,73
BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. BRL 4.122.676,53
BANCO PAULISTA S.A. BRL 6.540.000,00
BANCO RABOBANK INTERNATIONAL BRASIL S.A. BRL 57.090,11
BELAGRICOLA COM E REP DE PROD AGR LTDA BRL 1.977.429,00
BERGAMASCHI E CIA LTDA BRL 36.205,02
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BIG MASTER - COMPACTA COMERCIAL LTDA BRL 153,88
BIORURAL COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES BLR 972.317,72
BIPTEL SEGURANCA LTDA BRL 31.453,19
BOM JESUS TRANSPORTES E LOGISTICA LTDA BRL 55.064,00
BONANCA COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA BRL 256,34
BR EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA BRL 3.975,00
BRASFLEX COMPONENTES TEXTEIS LTDA BRL 275.113,27
BRASIL PLURAL GESTAO DE RECURSOS LTDA. BRL 11.373,79
BREMENTUR AGENCIA DE TURISMO LTDA BRL 11.083,50
BRICKELL S.A. BRL 30.195,66
BUSSADORI GARCIA E CIA LTDA BRL 2.885.565,71
CALCARIO MORRO VERDE LTDA BRL 2.296,80
CAPAL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL BRL 10.995,00
CARLOS ALBERTO BIAZOTO ME BRL 5.360,60
CAROLINA VEICULOS LTDA BRL 6.235,34
CATA TECIDOS E EMBALAGENS INDUSTRIAIS LTDA BRL 92.670,00
CENTRO DE INTEGRACAO EMPRESA ESCOLA DO PARANA BRL 219,64
CERONIZE COMERCIO DE COMBUSTIVEIS LTDA BRL 1.697,80
CHS AGRONEGOCIO – INDUSTRIA E COMERCIO LTDA BRL 290.413,20
CITCO B.V.I LIMITED US$ 899,96
CITIBANK, N.A. US$ 15.000,00
CLAUDIA YURIKO SAKAI E CIA LTDA-MERIDIAN COMISSARIA DE DESPACHOS ADUANEIROS BRL 681,62
CMA - CONSULTORIA, METODOS, ASSESSORIA E MERCANTIL S.A. BRL 2.632,94
COABRA COOP AGRO IND C OESTE DO BRASIL BRL 3.670.056,12
COCAL CEREAIS LTDA BRL 1.003.052,52
COEXLIT COMERCIAL DE EXTINTORES LITORAL LTDA BRL 1.680,00
COMAGRAN DOURADOS PRODUTOS AGRO IND. LTDA BRL 1.000,00
COMERCIAL ELETRICA DW S/A BRL 729,81
CONDOMINIO BATEL OFFICE TOWER I BRL 25.911,16
CONFECCOES V2 INDUSTRIA E COMERCIO LTDA BRL 432,00
CONSELHO REG DE ENG ARQ EAGRONOMIA ESTADO DO PARANA BRL 2.247,04
CONSELHO REG. DE ENG., ARQ. E AGRON. DE MT DO SUL BRL 2.496,71
CONSELHO REGIONAL DE QUIMICA DA 9 A REGIAO BRL 4.479,60
CONSTRUTORA MONTREAL LTDA BRL 7.400,00
CONTABILISTA - PAPELARIA E INFORMATICA LTDA BRL 1.012,01
COOPADUBO COOP MISTA TRANSP FET LITORAL BRL 397.584,94
COOPERATIVA AGRICOLA MISTA S CRISTOVAO BRL 414.492,00
COPACOL COOPERATIVA AGROIND CONSOLATA BRL 3.593.646,13
CRESCENTE COM REPRES DE FERRAGENS LTDA BRL 230,20
CUSTOM COMISSARIA DE DESPACHOS ADUANEIROS LTDA BRL 500,00
DATALEX SERVICOS CONTABEIS LTDA BRL 3.316,12
DELL COMPUTADORES DO BRASIL LTDA BRL 7.808,08
DELTA LOCACAO DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS PORTUARIOS LTDA BRL 11.280,00
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DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM - DER/SP BRL 383,05
DINAMICA CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA BRL 163,56
DIPROTEC DIST. DE PRODUTOS TECNICOS PARA CONSTRUCAO CIVIL LTDA BRL 722,96
DOMINGOS MOCELLIN BRL 1.284.525,00
DSYSLAB TERCEIRIZACAO LTDA BRL 20.971,64
ECOLOGICA SERVICOS DE DEDETIZACAO LTDA. BRL 3.080,00
EDITORA JORNAL DO ESTADO LTDA BRL 10.156,00
ELETRO COMERCIAL REYMASTER LTDA BRL 390,59
ELETRO FIDALGO LTDA BRL 5.000,00
ELETRONOR - DISTRIBUIDORA DE MATERIAIS ELETRICOS LTDA BRL 60,00
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS BRL 205,80
ENSACADEIRA PONTA GROSSA INDUSTRIA E COMERCIO DE BALANCAS LTDA BRL 715,10
ENSATEC IND.COM. ASSISTENCIA TECNICA DE B BRL 3.820,00
EXPORT DEVELOPMENT CANADA US$ 25.704.114,69
FABIO ANDRE DA SILVA BRL 151,30
FACILWARE LOCACAO DE SOFTWARES DE GESTAO LTDA BRL 15.000,00
FEDERACAO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL BRL 2.424,85
FEDERACAO DOS TRAB. DAS IND. DO ESTADO DO MS BRL 524,60
FERRAMENTAS GERAIS COMERCIO E IMPORTACAO S/A BRL 1.398,28
FERREIRA & H. O FERREIRA LTDA BRL 252,10
FERTIFER AGRO FERTILIZANTES E PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA US$ 2.471.424,02
FERTIMIG FERTILIZANTES LTDA BRL 502.248,44
FERTION INDUSTRIA DE FERTILIZANTES LTDA BRL 137.470,07
FIAGRIL LTDA BRL 8.740.093,40
FIDELITY CONSULTANTS LTDA BRL 240,00
FITCH RATINGS BRASIL LTDA BRL 140.016,70
FITCO INTERNATIONAL SA US$ 6.088.760,97
FITCO INTERNATIONAL SA BRL 63.750,00
FORTESOLO SERVICOS INTEGRADOS LTDA BRL 431.751,47
FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS DA INDÚSTRIA EXODUS BRL 684.304,10
FUNDO DE INVESTIMENTOS EM DIREITOS CREDITÓRIO EXODUS INSTITUCIONAL BRL 726.766,85
FUNDO DE INVESTIMENTOS EM DIREITOS CREDITÓRIOS DA INDÚSTRIA EXODUS I BRL 2.012.024,97
FUNDO DE INVESTIMENTOS EM DIREITOS CREDITÓRIOS DA INDÚSTRIA EXODUS III BRL 873.085,60
G KAYAL NETO COMERCIAL DE ESTOPAS E RESIDUOS TEXTEIS BRL 600,00
GALVANI INDÚSTRIA COMÉRCIO E SERVIÇOS S.A. BRL 5.273.313,69
GD COMERCIO DE BORRACHAS E DERIVADOS LTDA BRL 1.374,00
GENTILE REPRESENTACOES S/C LTDA BRL 60.686,23
GILBERTO GUIMARAES DA SILVA BRL 1.100,00
GIOVANNA FORNONI DE MEDEIROS BULLE BRL 149.408,31
GLOBAL VILLAGE TELECOM LTDA BRL 633,60
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GOLD HOTEL LTDA BRL 83,60
GONCALVES & FREIRE MONTAGENS INDUSTRIAL LTDA BRL 7.600,00
GP COMERCIO DE FILTROS E LUBRIF. LTDA BRL 2.430,00
GRAÇA ADVOGADOS ASSOCIADOS BRL 600,00
GRANORTE FERTILIZANTES LTDA BRL 302.070,00
GW AR COMPRESSORES LTDA BRL 177,48
HAMBURG CHEMIE GMBH US$ 3.614.511,93
HARBOR OPERADORA PORTUARIA LTDA BRL 203.834,24
HELM AG US$ 2.313.228,69
HELM DUNGEMITTEL GMBH US$ 209.986,17
HIT TELECOMUNICACOES LTDA. BRL 2.063,35
I RIEDI & CIA LTDA BRL 221,20
IMTEP - INST. DE MED. E SEG. DO TRAB. DO ESTADO DO PARANA LTDA BRL 1.607,64
INDAGRO SA US$ 373.014,60
INSTITUTO BRAS DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NAT RENOVAVEIS IBAMA BRL 2.250,00
INTERNATIONAL CHEMICAL COMPANY (Crédito cedido para BULKFERTZ REPRESENTAÇÕES LTDA) US$ 2.737.860,61
INTRAB INDUSTRIAL LTDA BRL 1.275,00
IRON MOUNTAIN DO BRASIL LTDA BRL 13.988,74
ITAU UNIBANCO S.A. BRL 650.169,04
ITURAN INSTALACOES LTDA BRL 60,00
J.UTZIG & CIA LTDA BRL 461,58
JANETE GOMES RIVA BRL 50.946,71
JAROMA TRANSPORTES SERV E LOCACAO DE MAQ E TRATORES LTDA BRL 1.200,00
JOSE ANTONIO DE AVILA BRL 279,90
JOSE CARLOS MESSIAS HERREIRA BRL 1.404,00
JOSE LUIZ TEIXEIRA DA SILVA BRL 4.276,79
JSC BELARUSIAN POTASH COMPANY US$ 1.778.057,20
JV PARTNERS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA BRL 40.783,93
KEYTRADE AG US$ 31.754.824,22
KOCH FERTILIZANTES DO BRASIL LTDA BRL 1.713.149,93
KOREA TRADE INSURANCE CORPORATION US$ 1.696.908,00
L NEVES TERMINAL DE CARGAS E LOGISTICA LTDA BRL 205.162,00
LABORATORIO DE ANALISES QUIMICAS WR LTDA BRL 145,00
LAM TERMINAL DE CARGAS LTDA BRL 15.915,01
LAVOURA INDUSTRIA COMERCIO OESTE S/A BRL 145.543,75
LC ASSUNCAO PEREIRA EIRELI BRL 484,45
LCS TRANSPORTES E LOGISTICA LTDA BRL 935.426,42
LICENSER CONSULTORIA E ASSESSORIA LTDA BRL 6.115,45
LIMPFOR COMERCIO DE MATERIAIS DE LIMPESA E ESCRITORIO LTDA BRL 386,53
LIPKE & CIA LTDA BRL 900,00
LITORAL TINTAS LTDA. BRL 1.940,10
LONTANO TRANSPORTES RODOVIARIOS LTDA BRL 195.564,00
LUIZ SERGIO FIRMANO BLR 46.125,00
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MACHADO SERVICOS CONTABEIS S S LTDA BRL 260,00
MACOPEL MAT. CONST. E PROJ. ENG LTDA BRL 17,10
MAFRO TRANSPORTES LTDA BRL 75.160,12
MAHASIAH SERVICOS LTDA BRL 14.268,67
MALUCELLI MATERIAIS DE CONSTRUCAO LTDA BRL 1.206,12
MARCELO CAMARGO GONCALVESE CIA LTDA BRL 1.250,00
MARCOS CESAR DE MORAES BRL 33.834,00
MARCOS F. SILVA BRL 1.966,50
MARTELLI TRANSPORTES LTDA. BRL 298.429,82
MASTER OPERACOES PORTUARIAS LTDA BRL 890.109,58
MAXEL MATERIAIS ELETRICOS LTDA BRL 85,00
MEDEIROS, EMERICK & ADVOGADOS ASSOCIADOS BRL 985,00
MEKATRADE ASIA PTE LTD, SINGAPORE US$ 865.006,69
MICROSOFT IMFORMATICA LTDA BRL 48,17
MIDGULF INTERNATIONAL LTD US$ 2.226.379,87
MOCELLIN AGR E DISTR DE INS AGRICOLA LTD BRL 4.058.487,67
MOCELLIN AGROCOMERCIO DE INSUMOS LTDA BRL 99.027,88
MULLER & PREI AUDITORES INDEPENDENTES S/S BRL 78.800,00
NAQ GLOBAL QUIMICA FERTILIZANTES LTDA BRL 464.458,10
NATIONAL UNION FIRE INSURANCE COMPANY OF PITSBURGH US$ 12.313.605,14
NBC BANK - NOVO BANCO CONTINENTAL S.A. - BANCO MÚLTIPLO BRL 2.767.363,16
NC DA SILVA SERVICOS E LOCACOES BRL 20.708,51
NIDERA SEMENTES LTDA BRL 5.275.342,68
NITRON INTERNATIONAL CORPORATION US$ 2.959.224,60
NPK FERTILIZANTES LTDA BRL 1.114.450,68
OCTANTE SECURITIZADORA S.A BRL 1.386.219,11
ORSEGUPS MONITORAMENTO ELETRONICO LTDA BRL 166,10
OXIGENIO CUIABA LTDA BRL 82,32
PARANA SUL TRANSPORTES RODOVIARIOS LTDA BRL 1.030.396,92
PARANAGUA COM DE AUTO PECAS LTDA BRL 1.000,00
PARATI LUBRIFICANTES E FERRAMENTAS LTDA BRL 479,00
PAULO KEIJI MATSUMOTO E OUTRA BRL 78.810,00
PAULO MOCELLIN BRL 441.292,49
PEDRO DUARTE E CIA LTDA BRL 407,00
PENINSULA NORTE FERTILIZANTES S/A BRL 78,00
PERSONALITY COM EQUIPTOS DE SEGURANCA LTDA BRL 1.080,00
PIER CARGO SERVICOS DE DOCUMENTOS E ENCOMENDAS URGENTES LTDA BRL 650,00
PLANNER TRUSTEE DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA. BRL 35.884.679,70
PLANTAR COMERCIO DE INSUMOS LTDA BRL 340.338,00
PORTO COMERCIO DE PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA BRL 378,85
POSTO CAMPO VERDE LTDA BRL 506,00
PRADELA E ARRUDA LTDA BRL 33.834,00
PRODUZIR AGROPECUARIA LTDA US$ 1.005.616,62
PROSKAUER ROSE LLP - CONSULTORES EM DIREITO BRL 254.473,08
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ESTRANGEIRO / DIREITO NORTE-AMERICANO
QUALITA COFFEE MACHINES BRL 380,55
QUIMITEC QUIMICA INDUSTRIAL LTDA BRL 5.200,00
R.J.E. COMERCIO DE EQUIO DE SEGURANCA BRL 3.377,90
RAFAEL BILIBIO BRL 97.280,00
RED FIDC MULTISETORIAL LP BRL 1.677.031,91
RICARDO TOMBINI BRL 1.419.093,10
RITMO LOGISTICA S/A BRL 911.811,06
RO-BELT IND. CORREIAS E CANECAS BRL 1.845,00
RODOBELO TRANSPORTES RODOVIARIOS LTDA BRL 67.912,41
ROSEMERI DA SILVA DOS SANTOS BRL 2.090,00
SACKETT DO BRASIL EQUIPAMENTOS E SISTEMAS LTDA BRL 200.000,00
SANTIAGO E ALBUQUERQUE ADVOGADOS ASSOCIADOS BRL 21.475,60
SAUR EQUIPAMENTOS S/A BRL 652,58
SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA - MT BRL 1.141,95
SECURITY VIGILANCIA E SEGURANCA LTDA BRL 63.814,07
SEGURADORA LIDER - CONSORCIOS DO SEGURO DPVAT BRL 1.281,99
SERASA S.A. BRL 640,31
SERTANEJA DE ARMAZENS GERAIS LTDA BRL 137.709,42
SESI SERVICO SOCIAL DA INDUSTRIA BRL 621,24
SINAGRO PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA. BRL 13.775.931,30
SIND DA IND DE ADUBOS E CORRET AGRIC NO ESTADO DO PR BRL 9.014,03
SIND DA IND DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRIC NO EST S PAULO BRL 4.125,00
SIND INTM DAS IND DE OLEOS VEGETAIS E PROD QUIM E FARM NO EST DO MARANHAO BRL 653,14
SINDICATO DAS INDS QUIMICAS E FARM DO ESTADO DO PARANA BRL 20.517,69
SINDICATO DOS TRAB. NA MOV. DE MERC. EM GERAL DE RIO BRILHANTE BRL 16.210,72
SINDICATO INTERMUNICIPAL DAS IND. QUIMICAS DO EST. DE MATO GROSSO BRL 8.235,65
SINDICATO TRABALHADORES INDUSTRIA QUIMICA E FARMACEUTICA DO PR BRL 18.506,48
SKALA PALACE HOTEL LTDA BRL 170,00
SMART POINT LTDA BRL 2.832,00
SMO - SERVICOS DE MEDICINA OCUPACIONAL BRL 214,70
SMS SOLUCOES EM TECNOLOGIA DA INFORMACAO LTDA BRL 6.660,57
SOLDAMAQ COMERCIO DE FERRAMENTAS LTDA BRL 146,64
SOLUTECH COMERCIO E SERV DE ANALISES QUIMICAS LTDA BRL 1.019,48
SOLVS SOLUCOES LTDA BRL 351,99
SUL INVEST FUNDO DE INVESTIMENTOS EM DIREITOS CREDITÓRIOS BRL 5.000.000,00
T & Q SOLUCOES EM CREDITO LTDA BRL 2.370,00
TAIPA MATERIAIS PARA CONSTRUCAO LTDA - FILIAL BRL 3.479,63
TAM LINHAS AEREAS S. A. BRL 8.969,86
TANIA MARA LOBATO BRL 158,00
TEC SOLO TECNOLOGIA E REPRESENTACOES LTDA BRL 98,17
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TECNOPLASTICO BELFANO LTDA BRL 1.868,13
TERMINAIS PORTUARIOS DA PONTA DO FELIX S.A BRL 22.718,32
THE BANK OF TOKYO - MITSUBISHI UFJ, LTD. US$ 4.000,00
THIAGO DO NASCIMENTO SANTOS BRL 960,00
THOMPSON HINE LLP US$ 3.500,00
TKX OPERACOES PORTUARIAS LTDA BRL 10.946,46
TORQUETI & NERI SUPERMERCADOS LTDA BRL 1.497,66
TOTVS S.A. BRL 36.720,08
TRANSAUER TRANSPORTES RODOVIARIOS DE CARGAS BRL 2.288,00
TRANSPORTADORA GOBOR LTDA BRL 222,49
TRANSPORTADORA NOVA FRONTEIRA LTDA BRL 265.939,80
TRANSPORTADORA TABORDA LTDA BRL 1.412,70
TRANSPORTE RODOVIARIO 1500 LTDA BRL 14.896.776,12
TRANSPORTES MONIQUE LTDA BRL 81.203,83
TRANSVAPT LITORAL TRANSPORTES E LOGISTICA LTDA BRL 185,27
TRIPLICE TRANSPORTES E LOGISTICA LTDA BRL 1.700,00
UNIPECAS COMPONENTES PARA TRANSMISSAO LTDA BRL 40.537,50
UNIVALDO MOISES DE ASSUNCAO BRL 270,00
URALKALI TRADING S.A. US$ 801.040,20
VALE FERTILIZANTES S.A BRL 807.891,55
VERDES MARES - COMERCIO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANCA E FERRAGENS LTDA BRL 862,00
WALDEMAR SAIKKONEN BRL 54.250,00
WHB DO BRASIL LTDA BRL 75,26
WIDAL MARCHIORETTO LTDA BRL 570,00
WILSON SONS AGENCIA MARITIMA LTDA BRL 76.265,66
YARA SWITZERLAND LTD US$ 1.691.716,82
YASUDA MARITIMA SEGUROS S.A. BRL 20.279,19
Nota 1: Para créditos que sejam, na presente data, objeto de discussão judicial
quanto à sua sujeição, classificação e/ou valor, através de Impugnação de Crédito
sem decisão transitada em julgada, considerar-se-á, como “integralidade de seu(s)
crédito(s)” o maior valor passível de reconhecimento na via judicial, conforme pedido
lançado em cada Impugnação Judicial de Crédito, apurado pela Administradora
Judicial na forma da listagem acima.
Nota 2: Créditos destacados em amarelo são ainda hoje objeto de Impugnação
Judicial de Crédito sem decisão transitada em julgado.
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ALTERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO
PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
PENÍNSULA INTERNATIONAL S/A - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL
AUTOS N.º 0001967-67.2015.8.16.0185
1ª VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇÃO JUDICIAL DO FORO
CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE
CURITIBA – PARANÁ
Julho de 2016
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CAPÍTULO I – TERMOS, EXPRESSÕES, DEFINIÇÕES E REGRAS DE
INTERPRETAÇÃO................................................................................................................ 5
1.1. Termos, Expressões, Definições ...................................................................................... 5
1.2. Regras de Interpretação ................................................................................................ 10
CAPÍTULO II – PREMISSAS DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL .......... 11
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS A SEREM IMPLEMENTADOS COM O
PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ....................................................................... 13
3.1. Procedimentos Preliminares ........................................................................................ 13
3.2. Redução do Passivo ........................................................................................................ 13
3.3. Adoção de Medidas Judiciais ........................................................................................ 13
3.4. Transferência de Unidade Produtiva Isolada .............................................................. 13
3.5. Alterações Sociais ........................................................................................................... 13
3.6. Novos Financiamentos ................................................................................................... 14
3.7. Da Alienação de Ativos Não Operacionais .................................................................. 14
CAPÍTULO IV – DO PAGAMENTO DO PASSIVO ....................................................... 15
4.1. Classe I – Credores Trabalhistas e Decorrentes de Acidente de Trabalho .............. 15
4.2. Classe II – Credores Com Garantia Real .................................................................... 15
4.3. Classe III – Credores Quirografários........................................................................... 17
4.4. Classe IV – Credores Microempresa ou Empresas de Pequeno Porte ...................... 21
4.5. Credor Extraconcursal Aderente ................................................................................. 22
4.6. Unidade Produtiva Isolada ........................................................................................... 23
4.7. Condição Resolutiva ...................................................................................................... 29
4.8. Credor Apoiador ............................................................................................................ 29
4.9. Credor Fornecedor Apoiador ....................................................................................... 30
4.10. Credor Financiador ..................................................................................................... 31
5. Outras Despesas ................................................................................................................ 31
6. Condições Gerais dos Credores Sujeitos ao PRJ ........................................................... 32
7. Disposições Finais .............................................................................................................. 33
ANEXOS
Anexo I – Conta Escrow
Anexo II – Formulário de Qualificação
Anexo III – Demonstrativo de Viabilidade Econômico-Financeira
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PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Península International S/A – Em Recuperação Judicial
O Plano de Recuperação Judicial (PLANO ou PRJ) da empresa PENÍNSULA
INTERNATIONAL S/A – EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL, doravante denominada
simplesmente PENÍNSULA, reger-se-á nos termos da Lei n.º 11.101 de 09 de fevereiro de
2005, pelas proposições aqui contidas e por seus anexos.
CONSIDERANDO QUE:
I. a PENÍNSULA INTERNATIONAL S/A – EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL,
em 08 de Maio de 2015, ajuizou pedido de recuperação judicial, o qual foi
distribuído à MM. 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da
Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Paraná, autuado sob n.º 0001967-
67.2015.8.16.0185;
II. em 13/05/2015 foi proferida decisão deferindo o processamento da Recuperação
Judicial;
III. por meio do PLANO, a PENÍNSULA busca viabilizar a superação da situação de
crise econômico-financeira, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a
preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica, bem
como a manutenção de seus ativos tangíveis e intangíveis;
IV. a continuidade do negócio é imprescindível para viabilizar o pagamento dos
credores;
V. a PENÍNSULA reúne condições (maquinário, pessoal, tecnologia, estrutura, rede de
revendedores, demanda de mercado) para manter-se ativa no mercado com
perspectivas de crescimento;
VI. o PLANO cria condições propícias para a busca de investidores interessados na
atividade de fertilizantes, o que auxiliará na superação da crise econômica pela
PENÍNSULA;
VII. em 3 de fevereiro de 2016, a Assembleia Geral de Credores foi devidamente
instalada, em segunda convocação, tendo sido suspensa até o dia 31 de março de
2016, quando por deliberação da maioria dos credores presentes à sessão foi
novamente suspensa, com nova sessão designada para o dia 30 de junho de 2016, a
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fim de que fossem realizadas modificações no Plano apresentado nos autos de
Recuperação Judicial; e
VIII. a PENÍNSULA submete a esse D. Juízo da Recuperação esta Alteração e
Consolidação do Plano de Recuperação Judicial, sujeito a novas alterações que
poderão ser propostas pela PENÍNSULA até o momento em que o Plano seja
efetivamente colocado em votação em Assembleia Geral de Credores e aprovado ou
rejeitado, na forma da LRF.
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CAPÍTULO I
1. TERMOS, EXPRESSÕES, DEFINIÇÕES E REGRAS DE INTERPRETAÇÃO
1.1. TERMOS, EXPRESSÕES, DEFINIÇÕES
Os termos, expressões e definições contidos no presente Plano de Recuperação Judicial,
grafados em letras maiúsculas ou apenas com as iniciais maiúsculas, mencionadas no
singular ou no plural, no masculino ou no feminino, terão os significados estabelecidos neste
Capítulo. Os títulos dos capítulos e das cláusulas contidas no presente PRJ servem
unicamente para fins de organização de sua estrutura, e não afetam o conteúdo de suas
previsões.
Os termos e expressões utilizados no presente PRJ tem as seguintes definições:
ACC: Adiantamento sobre Contrato de Câmbio.
ACIONISTAS: São os titulares, pessoa física ou jurídica, titulares de participações diretas
ou indiretas junto à Península International S/A – em Recuperação Judicial, conforme
constante do respectivo Livro de Registro de Ações Nominativas.
ACORDO DE ACIONISTAS: É o Acordo de Acionistas firmado nos termos da Lei n.º
6.404/76 entre os acionistas da Península Norte Fertilizantes S/A.
ADMINISTRADORA JUDICIAL OU AJ: Guimarães & Bordinhão Advogados Associados,
nomeada para o exercício do encargo de Administradora Judicial nos autos de
Recuperação Judicial.
ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES OU AGC: Assembleia Geral de Credores, conforme
estabelecido nos artigos 35 e seguintes da LRF.
COMPANHIA, PENÍNSULA OU RECUPERANDA: É a PENÍNSULA INTERNATIONAL S/A –
EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL
CONTA ESCROW: Conta-corrente ou contrato de depósito a ser formalizado pela
PENÍNSULA com instituição financeira de reputação e saúde financeira notórias, que
receberá mandato irrevogável e irretratável com poderes suficientes para receber
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recursos financeiros e efetuar pagamentos em nome da PENÍNSULA, conforme
detalhado no Anexo I
CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS: São os créditos que, por exclusão legal, não se sujeitam
à recuperação judicial.
CRÉDITOS COM GARANTIA REAL OU CRÉDITOS CLASSE II: São os créditos detidos
pelos credores com garantia real, na forma do art. 41, II da LRF.
CRÉDITOS DE MICROEMPRESA OU EMPRESAS DE PEQUENO PORTE OU CRÉDITOS
CLASSE IV: São os créditos detidos pelos credores enquadrados pela legislação
brasileira como microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma do art. 41, IV da
LRF.
CRÉDITOS QUIROGRAFÁRIOS OU CRÉDITOS CLASSE III: São os créditos detidos pelos
credores quirografários, na forma do art. 41, III da LRF.
CRÉDITOS SUJEITOS: São os créditos detidos pelos credores de qualquer classe
(trabalhistas, com garantia real, quirografários ou detidos por microempresa/empresa de
pequeno porte) em face da Recuperanda, assim como as correspondentes obrigações e
garantias, que se submetam ao processo de recuperação judicial, tendo sido listados ou
não na Relação de Credores.
CRÉDITOS TRABALHISTAS OU CRÉDITOS CLASSE I: São os créditos detidos pelos
credores oriundos da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho, na
forma do art. 41, I da LRF.
CREDORES: Assim entendidos a coletividade dos credores, independentemente da
natureza ou classe de seu crédito, sujeitos à recuperação judicial,
CREDOR(ES) APOIADOR(ES): Assim entendido o(s) credor(es) cliente(s), comprador(es)
de produtos ou tomador(es) de serviços, que se dispuser(em) a realizar compras de
produtos industrializados pela PENÍNSULA, ou tomar serviços prestados por esta, na
forma prevista no PRJ.
CREDOR(ES) ADQUIRENTE(S): Assim entendido o(s) credor(es) da Classe III que se
qualificarem(em) para conversão de seu(s) crédito(s) em participação acionária da
Sociedade UPI Península, mediante a assunção de determinados compromissos.
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CREDOR(ES) CLASSE I OU CREDOR(ES) TRABALHISTA(S): Assim entendido(s) o(s)
titular(es) de crédito(s) derivado(s) da legislação do trabalho ou decorrente(s) de
acidentes de trabalho, na forma do art. 41, I da LRF.
CREDOR(ES) CLASSE II OU CREDOR(ES) COM GARANTIA REAL: Assim entendido(s)
o(s) titular(es) de crédito(s) assegurado(s) por direitos reais de garantia (penhor,
anticrese ou hipoteca), até o limite do valor do(s) respectivo(s) bem(ns), na forma do art.
41, II da LRF.
CREDOR(ES) CLASSE III OU CREDOR(ES) QUIROGRAFÁRIO(S): Assim entendido(s) o(s)
titular(es) de crédito(s) quirografário(s) e outros, na forma do art. 41, III da LRF.
CREDOR(ES) CLASSE IV OU CREDOR(ES) ME OU EPP: Assim entendido(s) o(s)
titular(es) de crédito(s) enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte,
na forma do art. 41, IV da LRF.
CREDOR(ES) EXTRACONCURSAL(IS): Assim entendido(s) aquele(s) Credor(es)
titular(es) de crédito(s) extraconcursal(is).
CREDOR(ES) EXTRACONCURSAL(IS) ADERENTE(S): Assim entendido(s) aquele(s)
Credor(es) titular(es) de crédito(s) extraconcursal(is) que venha(m) a aderir aos termos
do presente PRJ, a ele se sujeitando.
CREDOR(ES) FINANCIADOR(ES): Assim entendido o(s) credor(es) que conceder(em)
nova linha de crédito à PENÍNSULA, em conformidade com os termos previstos no PRJ
a fim de obter uma recuperação maior de seus créditos. Os novos créditos concedidos
serão extraconcursais, nos termos do art. 67 da LRF, e terão prioridade de pagamento
sobre quaisquer outros créditos na hipótese de falência.
CREDOR FORNECEDOR APOIADOR: Assim entendido o(s) credor(es) fornecedor(es), que
se dispuser(em) a realizar o fornecimento de matéria prima ou fertilizantes à
PENÍNSULA, na forma prevista no PRJ
DATA DE APROVAÇÃO DO PRJ: É a data de votação em AGC deste PRJ.
DATA DE HOMOLOGAÇÃO DO PRJ OU DATA BASE: É a data de intimação dos
advogados da Recuperanda da decisão homologatória da aprovação do PRJ, nos termos
do art. 45 e 58, caput e §1º da LRF.
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DATA MÁXIMA DE ADESÃO: Data máxima para que o(s) credor(es) extraconsursal(is)
aderente(s) venha(m) a aderir aos termos do presente PRJ, prazo este que é de 30 (trinta)
dias contados da Data Base.
DATA DE TRANSFERÊNCIA DAS AÇÕES DA UPI OU DATA DE TRANSFERÊNCIA DAS
AÇÕES: Data em que as ações da Sociedade UPI Península forem transferidas ao(s)
Credor(es) Adquirente(s) mediante lançamento no Livro de Registro de Ações que
converterem seus créditos em participação acionária. Em nenhuma hipótese a Data de
Transferência das Ações ocorrerá antes da Data Base e antes de serem vertidos os ativos
que comporão a Sociedade UPI Península e retirados os ativos e passivos que não a
integrarão, exceto na hipótese prevista na cláusula 4.6.1.2.
JUÍZO DA RECUPERAÇÃO: É o Juízo da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais
do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – PR.
LRF: Lei n.º 11.101/2005.
LISTA (OU RELAÇÃO) DE CREDORES: É a relação de credores sujeitos à recuperação
judicial da PENÍNSULA, devidamente atualizada pelas decisões judiciais proferidas nas
impugnações à lista de credores da Administradora Judicial, incluindo o montante e a
classificação dos respectivos créditos.
NOVOS CRÉDITOS: São os créditos não constantes originariamente na Lista de Credores
da Recuperanda ou da Administradora Judicial, e que sejam, a qualquer momento,
inclusive após a homologação judicial do PRJ, reconhecidos por decisão judicial, arbitral
ou ainda por acordo ente as partes. Os Novos Créditos estão sujeitos à Recuperação
Judicial por força do art. 49 da LRF, estando pois sujeitos a todas as regras contidas no
presente PRJ.
PENÍNSULA INTERNATIONAL INVESTIMENTOS S/A OU PENÍNSULA INVESTIMENTOS: É a
subsidiária integral da Recuperanda, sem histórico operacional e livre de qualquer
passivo.
PENÍNSULA INTERNATIONAL S/A OU PENÍNSULA: É companhia Recuperanda.
PENÍNSULA NORTE FERTILIZANTES S/A OU PENÍNSULA NORTE: É a sociedade mantida
pela PENÍNSULA INVESTIMENTOS em São Luís – MA que opera uma planta industrial
para atendimento dos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins (MAPITO).
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PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL OU PLANO OU PRJ: É o presente Plano de
Recuperação Judicial que será submetido à deliberação da AGC, com eventuais
modificações que lhe sejam realizadas desde que devidamente aceitas pela Península.
PRAZOS: Todos os prazos previstos no presente Plano serão contados em dias corridos,
salvo se de forma diversa estiver expressamente previsto.
QUADRO GERAL DE CREDORES: É a relação definitiva de todos os credores sujeitos à
Recuperação Judicial.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL OU RJ: É o processo de Recuperação Judicial da Península em
trâmite perante a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da
Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – PR, autuado sob n.º 0001967-
67.2015.8.16.0185.
SOCIEDADE UPI PENÍNSULA: É a Península Investimentos, a qual será detentora dos
ativos componentes da Unidade Produtiva Isolada. As ações da Sociedade UPI Península
serão alienadas, nos termos do art. 60 da LRF e na forma estipulada neste PRJ.
TAXA REFERENCIAL OU TR: É o índice eleito para atualização monetária dos créditos
sujeitos ao PRJ, a qual é divulgada pelo Banco Central do Brasil.
UNIDADE PRODUTIVA ISOLADA OU UPI: Composta exclusivamente pela totalidade da
participação acionária detida pela Península Investimentos na Península Norte, pelo
Instrumento Particular de Cooperação Comercial assinado em 02/09/2011 em São Luís –
MA por Península Norte, Península Investimentos (antiga Steer Administração e
Participações S/A), PENÍNSULA e Agrex do Brasil S/A (atual denominação social de
Los Grobo Ceagro do Brasil S/A) e pelas áreas descritas nas matrículas n.º 41.400,
41.402 e 41.403 do Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Diamantino – MT. Os
bens componentes da Unidade Produtiva Isolada são os constantes dos laudos de
avaliação de ativos, relacionados nos movimentos 421.9, 421.21 e 421.22 dos autos da
recuperação judicial.
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1.2. REGRAS DE INTERPRETAÇÃO
O PRJ deve ser lido e interpretado de acordo com as regras estabelecida neste tópico.
Os títulos das cláusulas do PRJ foram incluídos exclusivamente para referência e
conveniência, não devendo alterar o conteúdo de suas respectivas previsões.
Na hipótese de haver conflito entre qualquer cláusula ou disposição do PRJ e qualquer de
seus Anexos, prevalecerá sempre o disposto no PRJ. Os Anexos não tem conteúdo
vinculativo, senão quando expresso de forma diversa no PRJ.
Na hipótese de haver conflito entre qualquer disposição do PRJ e disposições contidas em
contratos celebrados com credores sujeitos à Recuperação Judicial anteriormente à data do
pedido de Recuperação, prevalecerá o disposto no PRJ.
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CAPÍTULO II
2. PREMISSAS DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
2.1. O PRJ ora apresentado contempla as medidas de caráter administrativo e judicial, cuja
implementação iniciará imediatamente após a data de sua aprovação e subsequente
deferimento da Recuperação Judicial pela MM. Juíza da 1ª Vara de Falências e
Recuperação Judicial do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba,
Paraná, devendo pois a Recuperanda tomar todas atitudes que lhe sejam conferidas nos
termos do PRJ, assim como os seus credores deverão agir na forma estabelecida adiante.
2.2. A implementação das medidas previstas no PRJ permitirá à PENÍNSULA seu soerguimento
e satisfação dos interesses de toda a coletividade de seus credores.
2.3. O presente PRJ contempla a concessão de carência, prazos e deságio, variáveis conforme a
classe de créditos a ele sujeitos, possibilitando ainda aos credores da Classe III a opção de
se qualificarem como Credores Adquirentes, habilitando-se para ofertar seu crédito como
meio de pagamento no leilão das ações da Sociedade UPI Península.
2.4. Constitui ainda premissa do PRJ a disseminação de Governança Corporativa, a redução de
custos administrativos, a otimização e inteligência dos processos e rotinas, a solução de
conflitos em que a Recuperanda figure como parte interessada e a adequação do objeto
social à nova realidade patrimonial da empresa objetivando a manutenção da atividade
empresarial.
2.5. A estrutura do PRJ permitirá a alienação de ativos não operacionais com vistas à injeção de
recursos na PENÍNSULA com vistas a fomentar seu capital de giro e o pagamento de
despesas que lhe são inerentes.
2.6. Adicionalmente os administradores da Companhia deverão, além dos atos de gestão
ordinária, desenvolver esforços no sentido de identificar outras medidas que poderão ou
deverão ser adotadas para a continuidade dos negócios da empresa.
2.7. O PRJ contempla, dentre outros, a utilização dos seguintes recursos, conforme previsão do
art. 50 da LRF:
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a
legislação pertinente a cada caso, dentre outros:
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I - concessão de prazos e condições especiais para pagamento das
obrigações vencidas ou vincendas;
(...)
VI – aumento de capital social
(...)
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou
sem constituição de garantia própria ou de terceiros;
(...)
XII - equalização de encargos financeiros relativos a débitos de
qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição
do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos
contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação
específica;
(....)
XV – emissão de valores mobiliários;
(...)
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CAPÍTULO III
3. PROCEDIMENTOS A SEREM IMPLEMENTADOS COM O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
3.1. PROCEDIMENTOS PRELIMINARES
A classificação e os valores dos créditos indicados na Relação de Credores poderão ainda ser
alterados, se houver alteração posterior da natureza e/ou do valor dos créditos em decorrência de
decisão judicial, arbitral ou por acordo entre as partes.
3.2. REDUÇÃO DO PASSIVO
A redução do passivo compreende, em síntese, a renegociação e novação de dívidas, e a
equalização de encargos financeiros, envidando esforços no sentido de obter a concessão de
descontos no seu valor principal e redução de encargos moratórios e compensatórios,
objetivando a adequação do passivo ao patrimônio da Recuperanda disponível para alienação.
3.3. ADOÇÃO DE MEDIDAS JUDICIAIS
Adoção das medidas judiciais necessárias e pertinentes à preservação e recuperação de ativos e
redução ou extinção de obrigações.
3.4. TRANSFERÊNCIA DE UNIDADE PRODUTIVA ISOLADA
A PENÍNSULA verterá todos os ativos que compõem a Unidade Produtiva Isolada para a
Sociedade UPI Península, cujas ações serão alienadas nos termos do art. 60 da LRF.
3.5. ALTERAÇÕES SOCIAIS
Com vistas à consecução dos objetivos do presente PRJ poderá ser realizada modificação do
estatuto social e/ou do acordo de acionistas assim como, eventualmente de seu objeto social,
adequando as atividades da empresa à sua capacidade econômica e operacional, promovendo,
ainda, as alterações societárias necessárias à redução de conflitos, melhoria da capacidade
administrativa da Recuperanda e principalmente para viabilizar a criação da Sociedade UPI
Península. Também visando atender aos objetivos de superação da crise econômico-financeira
poderá haver o ingresso de novo acionista na sociedade, seja mediante subscrição de novas
ações e/ou mediante transferência das ações existentes, parcial ou totalmente.
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3.6. NOVOS FINANCIAMENTOS
Após a aprovação do PRJ, a Recuperanda poderá contratar novos financiamentos com vistas ao
fomento de suas atividades.
Os novos financiamentos serão extraconcursais, nos termos do art. 67 da LRF, e terão prioridade de
pagamento sobre quaisquer outros créditos na hipótese de falência.
3.7. DA ALIENAÇÃO DE ATIVOS NÃO OPERACIONAIS
Após a aprovação do PRJ, a PENÍNSULA poderá, caso entenda necessário, promover a alienação
de bens não operacionais de seu ativo ou que, a seu critério, não interfiram no processo produtivo,
permitindo assim o reforço de seu capital de giro e/ou pagamento de suas despesas correntes. Caso
se trate de bem(ns) objeto de garantia real, mediante prévia concordância do credor titular da
aludida garantia, porém por exclusiva opção da PENÍNSULA, tal(is) bem(ns) poderá(ão) ser(em)
vendido(s) e o produto da venda destinado à amortização do(s) crédito(s) do credor detentor da
garantia.
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CAPÍTULO IV
4. DO PAGAMENTO DO PASSIVO
4.1. CLASSE I – CREDORES TRABALHISTAS E DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO
i) Forma de Pagamento: Os credores desta Classe, cujo créditos sejam líquidos, serão
pagos pela PENÍNSULA no prazo máximo de 12 (doze) meses a contar da Data Base.
ii) Correção Monetária: Os créditos dessa classe serão corrigidos monetariamente com
base na TR (Taxa Referencial). Caso a TR seja extinta, em substituição deverá ser
adotado aquele índice que vier a sucedê-la.
iii) Créditos incluídos: Os eventuais créditos que se tornarem líquidos posteriormente à
Data Base, serão pagos pela PENÍNSULA no prazo de até 12 (doze) meses seguintes à
data em que se tornarem líquidos.
4.2. CLASSE II – CREDORES COM GARANTIA REAL
4.2.1. Os credores desta Classe, cujos créditos sejam líquidos, serão pagos pela PENÍNSULA
nas seguintes condições:
i) Forma de Pagamento: (a) carência de 1 (um) ano para pagamento do principal e
juros, contados a partir da Data Base; (b) após o término do prazo de carência
serão efetuados pagamentos anuais, no aniversário da Data Base, sendo que nos
10 (dez) primeiros anos serão pagas parcelas de R$ 1.500.000,00 (um milhão e
quinhentos mil reais), ou seu equivalente em moeda estrangeira na data do
pagamento de cada parcela, para cada credor, limitadas a 10% (dez por cento) ao
ano do valor do respectivo crédito, que se houver sido contratado em Reais, será
devidamente atualizado exclusivamente pela TR entre a data do despacho de
processamento da Recuperação Judicial (13/05/2015) e a Data Base; (c) após os
10 (dez) primeiros anos, havendo saldo remanescente, à partir do 11º ano serão
pagas parcelas no importe equivalente a 10% (dez por cento) do valor total do
crédito respectivo constante da Relação de Credores do Administrador Judicial
ou do Quadro Geral de Credores, caso já consolidado, corrigidos até a Data Base,
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sem limitação, até a liquidação total do valor constante da Relação de Credores
do Administrador Judicial ou do Quadro Geral de Credores, caso já consolidado.
ii) Contratações em Reais - Correção Monetária e Juros: Para os casos
originariamente contratados em reais, haverá incidência de correção monetária
com base na TR (Taxa Referencial) e juros sobre cada uma das parcelas de 6%
(seis por cento) ao ano, incidentes a partir da Data Base. Caso a TR seja extinta,
em substituição deverá ser adotado aquele índice que vier a sucedê-la. Entre a
data do processamento da Recuperação Judicial (13/05/2015) e a Data Base
haverá apenas a incidência da TR, sem a incidência de juros.
iii) Contratações em Moeda Estrangeira e Juros: Os créditos em moeda
estrangeira estarão sujeitos ao mesmo prazo de pagamento dos créditos em
moeda nacional, serão remunerados unicamente pela taxa de juros de 2% (dois
por cento) ao ano, contados à partir da Data Base, incidentes sobre a parcela. Por
opção do credor, o pagamento do crédito poderá ser convertido para o Real, nesse
caso considerando a taxa “PTAX”, opção venda, informada pelo Banco Central
do Brasil da data de processamento da Recuperação Judicial (13/05/2015), sendo
que neste caso à partir dessa data, para cálculo da correção monetária e dos
juros, serão aplicados os critérios previstos para os créditos desta classe
contratados em reais, nos termos da alínea ii) acima.
iv) Credores em moeda nacional e estrangeira: Para que não restem dúvidas, o
valor máximo referido na alínea i) acima será considerado contemplando todos
os créditos detidos pelos credores, independentemente da moeda de contratação,
ou seja, para cada credor será efetuado apenas 1 (um) pagamento de parcela por
ano, até a quitação do(s) respectivo(s) crédito(s), sendo certo que a amortização
deverá ser proporcional a todas as operações existentes entre as partes, caso haja
mais de um contrato que dê origem ao crédito sujeito à Recuperação Judicial.
v) Créditos em moeda estrangeira que desejem converter para reais: Na
hipótese de o crédito estar relacionado em moeda estrangeira, a critério do credor
e de maneira substitutiva ao previsto na alínea iii) desta cláusula, os créditos
serão convertidos para o Real de acordo com a taxa “PTAX”, opção venda,
informada pelo Banco Central do Brasil de 13/05/2015 (data do despacho de
processamento da Recuperação Judicial) e os pagamentos serão realizados nos
termos estabelecidos na alínea (ii) retro.
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vi) Data Limite para Escolha da Modalidade de Pagamento: Os credores
detentores de créditos enquadrados nos termos descritos na alínea v) da presente
cláusula, deverão manifestar sua escolha nos autos de Recuperação Judicial no
prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da Data Base.
vii) Desmembramento de Imóveis: Os imóveis operacionais e que estejam
hipotecados, nos quais haja excedente de área não utilizada para fins
operacionais, mediante concordância prévia do credor detentor da garantia real,
poderão ser desmembrados em matrículas apartadas e subsequentemente
vendidos, sendo que o produto da venda será destinado à amortização do crédito
vinculado à respectiva garantia real, sendo que eventual valor remanescente da
venda será destinado ao caixa da PENÍNSULA.
viii) Garantias: As garantias detidas originariamente pelos credores permanecerão
válidas até que os pagamentos sejam realizados e a dívida totalmente paga nas
condições estabelecidas no presente PRJ, após o que ficarão automática e
integralmente liberadas.
ix) Venda de bens não operacionais objeto de garantia real: Após a aprovação do
PRJ, a PENÍNSULA poderá, caso entenda necessário, desde que haja prévia
concordância do credor detentor da garantia, promover a alienação de bens de
seu ativo não operacionais ou que, a seu critério, não interfiram no processo
produtivo, sendo que o produto da venda será destinado à amortização do(s)
crédito(s) do credor detentor da garantia, e eventual valor remanescente da venda
será destinado ao caixa da PENÍNSULA.
4.3. CLASSE III – CREDORES QUIROGRAFÁRIOS
4.3.1. Os credores desta Classe, cujos créditos sejam líquidos e reconhecidos até a Data Base,
serão pagos mediante a escolha, de uma das duas opções a seguir:
4.3.1.1. 1ª OPÇÃO – CREDOR(ES) ADQUIRENTE(S):
i) Conceito: O(s) Credor(es) da Classe III que se qualificar(em) como Credor(es)
Adquirente(s) (vide item ii) infra) terá(ão), como contrapartida, o direito de se
utilizar(em) de seu(s) crédito(s) original(is) como meio de pagamento da Primeira
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Parcela do preço de aquisição da Sociedade UPI Península, conforme definido na
na cláusula 4.6.5, infra. Para que não reste dúvida, o(s) credor(es) que
pretender(em) se qualificar como Credor(es) Adquirente(s) terá(ão)
obrigatoriamente que utilizar a integralidade de seu(s) crédito(s), não sendo
permitida a utilização parcial, mesmo que tenha havido cessão do crédito a
terceiros. Caso haja mais de um Credor Adquirente, o lance será tomado
considerando a somatória dos créditos e cada um dos credores será responsável
pelo pagamento do Compromisso Financeiro de forma proporcional ao valor de
seu respectivo crédito.
ii) Qualificação como Credor Adquirente: A qualificação se dará mediante a
formalização adequada, aceitação de seus termos e entrega do Anexo II
devidamente instruído de prova dos poderes dos signatários, à Administradora
Judicial, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, contados a partir da Data Base. Após
o término do prazo para apresentação da documentação acima referida, no prazo
de até 5 (cinco) dias úteis a Administradora Judicial apresentará nos autos de
Recuperação Judicial a relação de todos os credores que estão qualificados como
adquirentes, acompanhado do percentual que cada Credor Adquirente virá a deter
caso se sagrem vencedores no leilão, bem como dos valores proporcionais que
deverão ser suportados por cada um deles, na forma das cláusulas 4.6.5.4 e
4.6.5.5. O(s) Credor(es) Adquirente(s) deverá(ão) estar plenamente apto(s) para
receber a transferência das ações da Sociedade UPI Península, obedecendo todos
os requisitos legais para titularizar as referidas ações no Brasil. Na eventual
hipótese do(s) Credor(es) Adquirente(s) não estar(em) plenamente apto(s), tal fato
em nenhuma hipótese afetará as obrigações e fluxos de pagamento de
responsabilidade daquele(s) remanescente(s) e que se sagrar(em) vencedor(es) do
leilão das ações da Sociedade UPI Península previsto no âmbito do presente PRJ.
iii) Taxa de Câmbio para Créditos em Moeda Estrangeira: Para efeitos de
quantificação do crédito para os fins da presente cláusula, será considerada a taxa
de câmbio (PTAX, opção venda divulgada pela Banco Central do Brasil) do dia
instalação da Assembleia Geral de Credores, caso o(s) crédito(s) habilitado(s)
seja(m) em moeda estrangeira.
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iv) Direito de Desistência: Após a Administradora Judicial promover a juntada da
relação dos credores qualificados como adquirentes nos autos de Recuperação
Judicial, independentemente de qualquer intimação, o Credor Adquirente poderá
renunciar ao direito de ofertar lance no leilão das ações da Sociedade UPI
Península, o que deverá ser feito mediante o protocolo de petição nos autos de
Recuperação Judicial no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis a contar do
protocolo da relação pela Administradora Judicial, hipótese que implicará na
imediata aceitação daquele credor pela 2ª Opção de que trata a cláusula 4.3.1.2
infra. No prazo de até 5 (cinco) dias úteis após o decurso do prazo de desistência,
a Administradora Judicial apresentará nos autos de Recuperação Judicial a lista
definitiva dos Credores Adquirentes qualificados, onde será mencionado o
percentual que cada Credor Adquirente virá a deter caso se sagrem vencedores no
leilão, bem como os valores proporcionais que deverão ser suportados por cada
um deles, na forma das cláusulas 4.6.5.4 e 4.6.5.5
v) Aquisição da Sociedade UPI Península e Quitação: Os credores regularmente
qualificados como adquirentes poderão adquirir a integralidade das ações da
Sociedade UPI Península utilizando-se de seus créditos originais como meio de
pagamento da Primeira Parcela do preço de aquisição, proporcionalmente ao
valor dos respectivos créditos, sendo certo que complementarmente à quitação de
seus créditos deverão viabilizar com que a Sociedade UPI Península efetue o
pagamento dos Compromissos Financeiros nos termos da cláusula 4.6.5. Os
créditos dos Credores Adquirentes que receberem as ações da Sociedade UPI
Península serão integralmente quitados (independentemente do valor) e as
eventuais garantias, independentemente da modalidade, integralmente liberadas
no momento em que efetivamente receberem as ações da Sociedade UPI
Península, nos termos do artigo 143 da LRF.
vi) Aquisição da Sociedade UPI Península por Terceiros: Na hipótese de
terceiros, que não o(s) Credor(es) Adquirente(s) sagrarem-se vencedores do
leilão, aquele(s) que se qualificou(aram) como Credor(es) Adquirente(s) e os
demais Credores Classe III receberão o preço pago pelo terceiro pela Sociedade
UPI Península de modo proporcional aos seus créditos, com o desconto dos
valores devidos aos Credores Classe IV (cláusula 4.4, infra).
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4.3.1.2. 2ª OPÇÃO:
i) Beneficiários do Pagamento: Os credores que não escolherem a 1ª Opção
receberão seus créditos na forma a seguir explicitada.
ii) Forma de Pagamento: O pagamento será realizado pela PENÍNSULA mediante
a utilização dos recursos depositados na Conta Escrow no prazo de até 12 (doze)
meses, contados a partir da Data de Transferência das Ações, em parcela única,
desde que os Credores Adquirentes já tenham realizado o pagamento previsto
relativo aos beneficiários da 2ª opção da Classe III referido na cláusula 4.6.5.4,
no valor total de R$ 12.650.000,00 (doze milhões, seiscentos e cinquenta mil
reais), importância esta que será rateada entre os credores referidos na alínea
anterior de forma proporcional ao crédito de cada credor. Caso a Sociedade UPI
Península atrase o pagamento da parcela do preço relativa aos credores da Classe
III, a PENÍNSULA terá acrescido ao prazo final de pagamento o mesmo número
de dias de atraso para efetuar o pagamento aos credores respectivos, sendo que
eventuais multas de mora recebidas serão igualmente rateadas entre os credores
beneficiários do pagamento, de forma proporcional ao valor dos créditos.
iii) Moeda Estrangeira: Para efeitos de rateio do valor disponibilizado nos termos
da alínea anterior, os créditos em moeda estrangeira serão convertidos para o
Real de acordo com a taxa “PTAX”, opção venda, informada pelo Banco Central
do Brasil do dia anterior à data do pagamento.
iv) Correção Monetária e juros: O valor estabelecido no item ii) supra é fixo e
sobre o qual não há incidência de correção monetária nem de juros.
v) Impugnações e Ações Judiciais: Para efeitos do rateio da quantia referida na
alínea ii) acima, as Impugnações apresentadas na forma do art. 8º e 10 da LRF,
bem como eventuais ações que demandem quantia ilíquida e que ainda não
tiverem sido julgadas definitivamente na data de pagamento (data de depósito da
parcela devida aos Credores Classe III na Conta Escrow), serão consideradas em
seu valor integral no cálculo dos percentuais devidos a cada credor. O valor
controvertido será mantido em depósito na Conta Escrow até o julgamento
definitivo de cada ação anteriormente referida, sendo subsequentemente, após o
respectivo trânsito em julgado, liberado em favor do credor ou sendo realizado
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novo rateio, conforme o resultado da demanda, rateio esse que será realizado de
acordo com os valores apurados pela Administradora Judicial. Eventuais novos
credores que forem reconhecidos como tal após a data de pagamento junto à
Conta Escrow serão pagos direta e unicamente pela PENINSULA, observados os
mesmos descontos e prazo de carência aplicados para aqueles que receberem
diretamente dos valores depositados na Conta Escrow pela Sociedade UPI
Península.
vi) Aquisição da Sociedade UPI Península por Terceiros: Na hipótese de
terceiros, que não o(s) Credor(es) Adquirente(s) sagrarem-se vencedores do
leilão, aquele(s) que se qualificou(aram) como Credor(es) Adquirente(s) e os
demais Credores Classe III receberão o preço pago pelo terceiro pela Sociedade
UPI Península de modo proporcional aos seus créditos, com o desconto dos
valores devidos aos Credores Classe IV (cláusula 4.4, infra).
4.4. CLASSE IV – CREDORES MICROEMPRESA OU EMPRESAS DE PEQUENO PORTE
4.4.1. Os credores desta Classe, cujos créditos sejam líquidos e reconhecidos pelo Juízo da
Recuperação como devidos até a Data Base, serão pagos nas seguintes condições:
i) Forma de Pagamento: O pagamento será realizado pela PENÍNSULA mediante
a utilização dos recursos depositados na Conta Escrow no valor total de R$
1.814.109,36 (um milhão, oitocentos e quatorze mil, cento e nove reais e trinta e
seis centavos), desde que os Credores Adquirentes já tenham realizado o
pagamento previsto relativo aos beneficiários da Classe IV referido na cláusula
4.6.5.4, em favor dos credores desta classe conforme Relação de Credores
apresentada pela Administradora Judicial, em até 6 (seis) parcelas mensais,
vencendo-se a primeira 90 (noventa) dias contados a partir da Data de
Transferência das Ações e as demais nos mesmos dias dos meses subsequentes.
O valor de cada uma das parcelas será rateado entre os credores de forma
proporcional aos respectivos créditos. Caso a Sociedade UPI Península atrase o
pagamento da parcela do preço relativa aos credores da Classe IV, a
PENÍNSULA terá acrescido ao prazo de pagamento de cada parcela o mesmo
número de dias de atraso para efetuar o pagamento aos credores respectivos,
sendo que eventuais multas de mora recebidas serão igualmente rateadas entre os
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credores beneficiários do pagamento, de forma proporcional ao valor dos
créditos.
ii) Correção Monetária: O valor estabelecido no item i) supra é fixo e sobre o qual
não há incidência de correção monetária nem de juros.
iii) Impugnações e Ações Judiciais: Para efeitos do rateio da quantia referida na
alínea i) acima, as Impugnações apresentadas na forma do art. 8º e 10 da LRF,
bem como eventuais ações que demandem quantia ilíquida e que ainda não
tiverem sido julgadas definitivamente na data de pagamento (data de depósito da
1ª parcela devida aos Credores Classe IV na Conta Escrow), serão consideradas
em seu valor integral no cálculo dos percentuais devidos a cada credor. O valor
controvertido será mantido em depósito na Conta Escrow até o julgamento
definitivo de cada ação anteriormente referida, sendo subsequentemente, após o
respectivo trânsito em julgado, liberado em favor do credor ou sendo realizado
novo rateio, conforme o resultado da demanda, rateio esse que será realizado de
acordo com os valores apurados pela Administradora Judicial. Eventuais novos
credores que forem reconhecidos como tal após a data de pagamento junto à
Conta Escrow serão pagos direta e unicamente pela PENINSULA, observados
os mesmos descontos e prazo de carência aplicados para aqueles que receberem
diretamente dos valores depositados na Conta Escrow pela Sociedade UPI
Península.
4.5. CREDORES EXTRACONCURSAIS ADERENTES
4.5.1. Adesão: Os Credores Extraconcursais poderão aderir ao PRJ dentro do prazo de 30
(trinta) dias, contados da Data Base, mediante apresentação de petição nos autos de
Recuperação Judicial.
4.5.2. Forma de Pagamento: Nos mesmos moldes previstos para pagamento dos Credores da
Classe II, conforme alíneas (i), (ii) e (iii) da cláusula 4.2.1., porém com deságio de 30%
(trinta por cento) sobre o valor total devido. O pagamento dos Credores Extraconcursais
Aderentes será realizado pela PENÍNSULA.
4.5.3. A adesão, que deverá ocorrer até a Data Máxima de Adesão, implica aceitação integral e
irrevogável dos termos do PRJ e sujeição quanto aos termos deste.
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4.5.4. Os créditos oriundos de ACC’s que tenham aderido ao disposto nesta cláusula retornarão
à sua condição de ACC’s na hipótese de descumprimento deste PRJ, deduzindo-se os
pagamentos realizados.
4.6. UNIDADE PRODUTIVA ISOLADA
4.6.1. Criação da Sociedade UPI Península e transferência de ativos: Em até 100 (cem)
dias após a aprovação deste PRJ pela Assembleia Geral de Credores, a PENÍNSULA
providenciará a transferência para a Península Investimentos de todos os ativos e direitos
que compõem a Unidade Produtiva Isolada e que ainda não são de sua propriedade, bem
como verterá para a PENÍNSULA os ativos que não integrarão a Sociedade UPI
Península, assim como todas as suas obrigações e responsabilidades, de modo que a
aludida Sociedade UPI Península seja integralmente livre de passivos, e será proprietária
de 50% (cinquenta por cento) da Península Norte, dos direitos e obrigações decorrentes
do Instrumento Particular de Cooperação Comercial assinado em 02/09/2011 em São
Luís – MA por Península Norte, Península Investimentos (antiga Steer Administração e
Participações S/A), PENÍNSULA e Agrex do Brasil S/A (atual denominação social de
Los Grobo Ceagro do Brasil S/A) e pelas áreas descritas nas matrículas n.º. 41.400,
41.402 e 41.403 do Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Diamantino – MT. Os
bens componentes da Unidade Produtiva Isolada são os constantes dos laudos de
avaliação de ativos, relacionados nos movimentos 421.9, 421.21 e 421.22 dos autos da
recuperação judicial.
4.6.1.1. Atraso na transferência dos ativos à Sociedade UPI Península: Exceto por dolo
ou culpa da PENÍNSULA, na hipótese de ocorrer atraso na formalização da
transferência dos ativos à Sociedade UPI Península, tal fato não ensejará nenhuma
penalidade ou resolução do presente Plano.
4.6.1.2. Se por qualquer razão após o decurso do prazo especificado na cláusula 4.6.1, os
imóveis que comporão a Sociedade UPI Península ainda não houverem sido
transferidos à mesma, mas já houver ocorrido o leilão com a declaração de
vencedor(es) e caso esse(s) seja(m) Credor(es) Adquirente(s), as ações da aludida
Sociedade UPI Península serão imediatamente transferidas ao(s) referido(s)
vencedor(es) do leilão nos termos da cláusula 4.6.4, ficando todavia suspensos os
pagamentos devidos a título de Compromisso Financeiro (cláusula 4.6.5.4) até o dia
seguinte ao efetivo registro da transferência de propriedade de todas as áreas perante
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o Ofício de Registro de Imóveis competente.
4.6.1.3. Se por qualquer razão após o decurso do prazo especificado na cláusula 4.6.1, os
imóveis que comporão a Sociedade UPI Península ainda não houverem sido
transferidos à mesma, mas já houver ocorrido o leilão com a declaração de
vencedor(es) e caso esse(s) seja(m) terceiro(s), a Parcela Única de que trata a
cláusula 4.6.6.1 não terá seu vencimento postergado, mas a posse sobre os imóveis
que comporão a Sociedade UPI Península será igualmente entregue aos vencedores
do leilão conjuntamente com a transferência das ações da Sociedade UPI Península,
nos termos da cláusula 4.6.4, remanescendo todavia a responsabilidade da
PENÍNSULA de engendrar máximos esforços para viabilizar o registro da
transferência dos imóveis no menor prazo possível.
4.6.2. Preço Mínimo: As ações da Sociedade UPI Península serão alienadas pelo valor mínimo
de R$ 246.000.000,00 (duzentos e quarenta e seis milhões de reais).
4.6.3. Dispensa de Avaliação: A PENÍNSULA e os Credores, agindo com transparência e boa-
fé, visando à celeridade e economia dos procedimentos de alienação das ações da
Sociedade UPI Península, (i) dispensam a realização da avaliação judicial e (ii)
concordam com a utilização dos laudos de avaliação constante dos autos de Recuperação
Judicial.
4.6.4. Transferência das Ações da Sociedade UPI Península: As ações da Sociedade UPI
Península serão transferidas ao(s) vencedor(es) do leilão no prazo de até 5 (cinco) dias
após a divulgação do resultado do leilão, se o(s) vencedor(es) for(em) Credor(es)
Adquirente(s). Se o(s) vencedor(es) for(em) terceiro(s), o termo inicial desse prazo será
a data do quitação do preço do leilão. Na hipótese de sagrar(em)-se vencedor(es) do
leilão Credor(es) Adquirente(s) e um ou alguns deles não estar(em) plenamente apto(s) a
receber as ações da Sociedade UPI Península em seu(s) nome(s), será concedida uma
tolerância de 10 (dez) dias para que seja sanada a pendência, sem contudo tal fato afetar
quaisquer das condições de pagamento previstas no presente Plano.
4.6.5. Condições de Pagamento para Credores Adquirentes:
4.6.5.1. Condição Precedente: A opção prevista na cláusula 4.3.1.1 somente ocorrerá, se
houver a qualificação como Credor(es) Adquirente(s) de Credor(es) Classe III que
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represente(m), isolada ou conjuntamente, o valor mínimo de R$ 231.000.000,00
(duzentos e trinta e um milhões de reais) e desde que inexista terceiro que dê lance
que cumpra às exigências do presente PRJ. Caso não ocorram essas condições
obrigatórias, aplicar-se-á o previsto na cláusula 4.7.
4.6.5.2. Utilização de Crédito Classe III como Moeda de Pagamento no Leilão: O(s)
Credor(es) Adquirente(s) devidamente qualificado(s) e tendo atendido todas às
condições constantes do presente Plano terá(ão) o direito de utilizar a integralidade
de seu(s) crédito(s) como moeda de pagamento da Primeira Parcela do preço de
aquisição das ações da Sociedade UPI Península, o que se fará de modo proporcional
ao valor do(s) respectivo(s) crédito(s), de modo que se o(s) Credor(es) Adquirente(s)
sagrar(em)-se vencedor(es) do leilão, as ações da Sociedade UPI Península lhe serão
transferidas na proporção de seu(s) crédito(s).
4.6.5.3. Primeira Parcela: Do valor mínimo de R$ 246.000.000,00 (duzentos e quarenta e
seis milhões de reais), ao menos R$ 231.000.000,00 (duzentos e trinta e um milhões
de reais) deverão ser pagos em até 5 (cinco) dias após a divulgação do resultado do
leilão, mediante apresentação, nos autos de Recuperação Judicial, do(s) respectivo(s)
termo(s) de quitação pelo(s) Credor(es) Adquirente(s), com créditos devidamente
reconhecidos na Recuperação Judicial, caso este(s) venha(m) a se sagrar(em)
vencedor(es) do leilão das ações da Sociedade UPI Península.
4.6.5.4. Compromisso Financeiro: Além do valor da Primeira Parcela referido na cláusula
4.6.5.3 e independentemente do montante que exceder ao valor mínimo,
obrigatoriamente deverão ser pagas as importâncias adiante referidas, e que deverão
ser pagas pelo(s) adquirente(s), na proporção de seus créditos, mediante depósito na
Conta Escrow dos valores devidos aos Credores: (i) da Classe III, o valor de R$
12.650.000,00 (doze milhões, seiscentos e cinquenta mil reais), tal como
estabelecido na cláusula 4.3.1.2 e (ii) da Classe IV, o valor de R$ 1.814.109,36 (um
milhão, oitocentos e quatorze mil, cento e nove reais e trinta e seis centavos), tal
como estabelecido na cláusula 4.4.
4.6.5.5. Compromisso Adicional: Caso os vencedores do leilão sejam Credores Adquirentes,
deverão assumir o compromisso de aportar, proporcionalmente ao valor de seus
respectivos créditos, R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) na Sociedade UPI
Península e quaisquer outros recursos que se façam necessários para a empresa
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operar, a depender do fluxo de caixa destinado ao custeio de suas despesas
operacionais, além de firmar Acordo de Acionistas a ser elaborado na forma da Lei
n.º 6.404/76, o qual contemplará direito de preferência na hipótese de alienação das
ações, dentre outras previsões.
4.6.5.6. Penalidade: Na hipótese de atraso superior a 10 (dez) dias para pagamento pela
Sociedade UPI Península dos valores referidos na cláusula anterior, incidirá cláusula
penal, proporcional à participação de cada Credor Adquirente, não existindo
solidariedade entre estes, no importe equivalente a 20% (vinte por cento) sobre o
valor das importâncias devidas, cujo produto será rateado entre os credores
beneficiários da 2ª Opção de pagamento da Classe III (cláusula 4.3.1.2) ou da Classe
IV (cláusula 4.4.1), conforme o caso. Caso o inadimplemento do(s) Credor(es)
Adquirente(s) persista após passados mais 15 (quinze) dias, os demais Credores
Adquirentes e que estejam adimplentes, poderão pagar o valor em substituição ao(s)
inadimplente(s), o que lhes dará o direito, na proporção de suas participações, de
adquirir do(s) Credor(es) Adquirente(s) inadimplente(s) as ações da Sociedade UPI
Península, nos termos do Acordo de Acionistas a ser firmado entre os futuros
acionistas da Sociedade UPI Península e o(s) Credor(es) Adquirente(s)
inadimplente(s) automaticamente estará(ão) incluído entre os Credores Classe III
beneficiários da 2ª Opção de pagamento, nos termos da cláusula 4.3.1.2.
4.6.6. Condições de Pagamento para Terceiros:
4.6.6.1. Parcela Única: Na hipótese de terceiro que não seja Credor Adquirente sagrar-se
vencedor do leilão, o pagamento do preço se dará em até 5 (cinco) dias a contar da
divulgação do resultado do leilão, mediante depósito na Conta Escrow. Na hipótese
de haver associação entre terceiros para participação no leilão, todos eles serão
solidariamente responsáveis pelo pagamento das obrigações daí decorrentes.
4.6.6.2. Penalidade: Na hipótese de atraso superior a 10 (dez) dias para pagamento do preço
do leilão, incidirá cláusula penal no importe equivalente a 20% (vinte por cento)
sobre o referido preço, penalidade esta que será rateada na proporção dos créditos
dos Credores Classe III e Classe IV.
4.6.6.3. Resolução: Na hipótese do inadimplemento superar 10 (dez) dias do término do
prazo da cláusula 4.6.6.2, fica sem efeito o leilão, sagrando-se vencedor o segundo
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colocado, sem prejuízo de execução da penalidade referida na cláusula anterior. Na
hipótese de não haver segundo colocado, novo leilão será convocado no prazo de 30
(trinta) dias, a contar da frustração do anterior.
4.6.7. Procedimento para Alienação: Logo após a realização das providências e formalidades
previstas nos itens “4.3.1.1. ii)” e “4.6.1.”, supra, no prazo de até 15 (quinze) dias a
PENÍNSULA fará publicar edital para a convocação de interessados para apresentarem
propostas fechadas para a aquisição da Unidade Produtiva Isolada, por meio da
aquisição das ações da Sociedade UPI Península. Será vencedora a proposta que ofereça
o maior valor, respeitadas as condições de pagamento, inclusive o valor mínimo. As
propostas serão entregues mediante protocolo perante o Juízo da Recuperação, sendo
certo que as propostas serão abertas pela MM. Juíza de Direito do Juízo da Recuperação,
a qual procederá a abertura dos envelopes e declarará a proposta vencedora.
4.6.7.1. No caso da(s) proposta(s) a ser(em) apresentada(s) pelo Credor(es) Adquirente(s),
cada credor deverá apresentar sua proposta individualmente, porém todas elas serão
apreciadas em conjunto, como uma única proposta, para os fins de comparação com
as demais propostas apresentadas por terceiros.
4.6.8. Destinação do Produto da Alienação: Os valores recebidos na Conta Escrow serão
destinados ao pagamento dos Credores Classe III e IV, nos termos do presente Plano e
seus anexos.
4.6.9. Não Sucessão: A Sociedade UPI Península e suas ações serão alienadas livres de
quaisquer dívidas, obrigações ou ônus de qualquer natureza, inclusive tributários ou
trabalhistas, originalmente incidentes sobre a sociedade Península Investimentos,
afastando-se qualquer sucessão, nos termos do artigo 141, II da Lei n.º 11.101/2005 e do
artigo 133, §1º, II, do Código Tributário Nacional.
4.6.10. Custos da Transferência das Ações e Formação da UPI Península: Serão de
responsabilidade da Sociedade UPI Península os custos decorrentes da transferência de
bens e direitos da Recuperanda para a Sociedade UPI Península, assim entendidos (i) o
ITBI relativo à transferência da propriedade imobiliária; (ii) taxas, custas e emolumentos
decorrentes da lavratura dos instrumentos translativos da propriedade e (iii) outras
despesas correlatas, respeitada a situação tributária especial tratada no item 4.6.10.2,
abaixo.
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4.6.10.1. Antecipação dos pagamentos e forma de reembolso: A PENÍNSULA antecipará
os valores referidos no item anterior (4.6.10) que, mediante apresentação dos
respectivos comprovantes deverão ser reembolsados pela Sociedade UPI Península
no prazo de até 15 (quinze) dias a contar da Data de Transferência das Ações.
4.6.10.2. Responsabilidade pelos tributos federais decorrentes da transferência de bens
aos credores: Serão de exclusiva responsabilidade de PENÍNSULA os
recolhimentos de todos os tributos federais derivados da transferência das ações aos
credores e dos imóveis à Sociedade UPI Península, incluindo, mas não se limitando,
a eventual imposto de renda incidente sobre ganhos de capital auferidos pela
PENÍNSULA e decorrentes de tal operação, demais tributos e, em caso de não
recolhimento tempestivo, de todos os encargos e penalidades derivados da mora,
excluindo-se, assim, qualquer responsabilidade, direta ou indireta, dos credores e/ou
dos adquirentes da Sociedade UPI Península por tais tributos, ratificada a disposição
do presente Plano inserta na cláusula 4.6.9, acima.
4.6.11. Contingências. A PENINSULA é responsável perante o(s) adquirente(s) por todo e
qualquer ato, fato ou evento relacionado à Península Investimentos e da Península Norte
S/A ocorrido anteriormente à Data de Transferência das Ações, ainda que seus efeitos
somente se materializem após a Data de Transferência das Ações.
4.6.12. Indenização ao(s) adquirente(s). A PENÍNSULA obriga-se a indenizar e manter o(s)
adquirente(s) e a Sociedade UPI Península indenes de qualquer perda decorrente ou
relacionada com contingências.
4.6.13. Para os fins das cláusulas 4.6.11 e 4.6.12, acima, “Contingência” significa e inclui todas
e quaisquer reclamações, pleitos e ações, administrativas, arbitrais, judiciais ou
extrajudiciais, relativas a débitos, responsabilidades ou obrigações de qualquer natureza
(inclusive, mas não limitadas a, societárias, contratuais, comerciais, administrativas,
regulatórias, tributárias, cíveis, trabalhistas, previdenciárias e/ou ambientais),
envolvendo a Península Investimentos e Península Norte S/A (inclusive, mas não se
limitando a, seus bens, direitos e obrigações), resultantes de fatos, eventos, atos ou
omissões ocorridos ou originados até esta data (inclusive), quer estejam ou não refletidos
nas Demonstrações Financeiras das referidas Sociedades ou neste plano, que (i) já
estejam materializadas, ou que (ii) venham a se materializar na ou após a presente data.
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4.6.14. Ainda para aos fins das cláusulas 4.6.11 e 4.6.12, acima, “Perda” significa toda e
qualquer perda, dano de qualquer natureza, incluindo, sem limitação, danos emergentes,
indiretos, danos morais e lucros cessantes, bem como qualquer outro gravame, oneração,
obrigação, prejuízo, desembolso, custo e/ou despesa (incluindo, sem limitação, depósitos
judiciais, garantias, taxas/custas judiciais, honorários e despesas razoáveis de advogados,
contadores e peritos, ônus de sucumbência e taxas/custos administrativos, inclusive
aqueles incorridos durante a condução de qualquer defesa), bem como correção
monetária, juros moratórios e/ou compensatórios, multas e quaisquer outros acréscimos
e/ou penalidades.
4.7. Condição Resolutiva. Na eventual hipótese do procedimento de alienação das ações da
Sociedade UPI Península nos termos da cláusula 4.6 não ter sucesso, ou seja,
inocorrendo proposta/lance que atenda às condições mínimas de venda ou por qualquer
outro motivo que a Sociedade UPI Península não seja devidamente constituída, fica
resolvido esse Plano e nova assembleia de credores deverá ser convocada para deliberar
a respeito de uma alternativa ao plano da PENINSULA.
4.8. CREDOR APOIADOR
4.8.1. Os Credores que sejam clientes da PENÍNSULA com créditos sujeitos à Recuperação
Judicial e que não tenham votado contrariamente à aprovação do PRJ, desde que o
mesmo tenha sido aprovado e subsequentemente deferida a Recuperação Judicial pela
MM. Juíza da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial do Foro Central da Comarca
da Região Metropolitana de Curitiba, Paraná, poderão, por si e/ou por intermédio de
empresas coligadas, controladas, afiliadas e/ou subsidiárias, desde que por conta e ordem
do respectivo Credor, obter os seguintes benefícios ao realizar compra de fertilizantes
industrializados pela PENÍNSULA ou contratarem com esta prestação de serviços de
industrialização sob encomenda, hipótese em que se sujeitarão às seguintes condições,
sem prejuízo de sujeição às demais condições comerciais usualmente praticadas pela
PENÍNSULA (preço da venda/serviço, margem de lucro, análise de crédito etc.):
i) Bonificação por 10 (dez) anos: Bonificação de até 10% (dez por cento) em
produtos ou serviços, conforme o caso, sobre o efetivo valor líquido da
compra/prestação de serviços (livre de impostos, encargos, taxas etc.), até o
limite de extinção da dívida sujeita à Recuperação Judicial, durante os 5 (cinco)
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primeiros anos após a Data Base, sendo que a bonificação será reduzida para 5%
(cinco por cento) no período compreendido entre o 6º até o 10º ano após a Data
Base.
ii) Finalidade do Desconto: Abatimento do valor desagiado, ou seja, até o limite
constituído pelo valor total do crédito sujeito à Recuperação Judicial, descontado
o valor pago ao credor na forma da cláusula 4.3.1.2.
4.8.2. Caso o Credor Apoiador tenha exarado seu aceite em duplicata(s) emitida(s) pela
PENÍNSULA, referida(s) cártula(s) tenha(m) sido objeto de endosso translativo a
terceiro (instituição financeira ou não) e a PENÍNSULA não tenha conseguido performar
a entrega, parcial ou total, dos produtos objeto da mencionada duplicata(s), desde que
aquele terceiro titular da mencionada duplicata financie o Credor Apoiador em nova(s)
compra(s) junto à PENÍNSULA, a bonificação referida na alínea i) do item 4.8.1 será
revertida para pagamento do saldo da(s) citada(s) duplicata(s), respeitando-se todas as
condições do presente PRJ e deduzindo-se o montante pago do crédito sujeito à
Recuperação Judicial.
4.9. CREDOR FORNECEDOR APOIADOR
4.9.1. Os Credores que sejam fornecedores da PENÍNSULA com créditos sujeitos à
Recuperação Judicial e que não tenham votado contrariamente à aprovação do PRJ,
desde que o mesmo tenha sido aprovado e subsequentemente deferida a Recuperação
Judicial pela MM. Juíza da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial do Foro Central
da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, Paraná, poderão obter os seguintes
benefícios ao realizar venda de matéria-prima/fertilizantes para a PENÍNSULA, ainda
que a venda se realize por meio de terceiros ou por empresas do mesmo grupo
(coligadas, controladas, afiliadas e/ou subsidiárias), desde que por conta e ordem do
respectivo Credor, hipótese em que se sujeitarão às seguintes condições, sem prejuízo de
sujeição às demais condições comerciais usualmente praticadas pela PENÍNSULA
(preço da venda/serviço, margem de lucro, análise de crédito etc.):
i) Bonificação por 10 (dez) anos: Bonificação de até 5% (cinco por cento) no
pagamento sobre o efetivo valor líquido da compra (livre de impostos, encargos,
taxas etc.), até o limite de extinção da dívida sujeita à Recuperação Judicial,
durante os 5 (cinco) primeiros anos após a Data Base, sendo que a bonificação
será reduzida para 2,5% (dois vírgula cinco por cento) no período compreendido
entre o 6º até o 10º ano após a Data Base.
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ii) Finalidade do Desconto: Abatimento do valor desagiado, ou seja, até o limite
constituído pelo valor total do crédito sujeito à Recuperação Judicial, descontado
o valor pago ao credor na forma da cláusula 4.3.1.2.
4.10. CREDOR FINANCIADOR
4.10.1. Os Credores com créditos sujeitos à Recuperação Judicial que não tenham votado
contrariamente à aprovação do PRJ, desde que este tenha sido aprovado e
subsequentemente deferida a Recuperação Judicial pela MM. Juíza da 1ª Vara de
Falências e Recuperação Judicial do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana
de Curitiba, Paraná, poderão por si e/ou por intermédio de empresas coligadas,
controladas, afiliadas e/ou subsidiárias, desde que por conta e ordem do respectivo
Credor, obter os seguintes benefícios ao realizar a concessão de novos financiamentos à
PENÍNSULA, desde que efetivamente aceitos por esta:
i) Bonificação por 10 (dez) anos: Bonificação de até 3% (três por cento) sobre o
valor líquido (livre de impostos, encargos, taxas etc.) do novo crédito
efetivamente contratado pela PENÍNSULA, pago mediante retenção pelo Credor
Financiador, até o limite de extinção da dívida sujeita à Recuperação Judicial
durante os 5 (cinco) primeiros anos após a Data Base, sendo que a bonificação
será reduzida para 1,5% (um vírgula cinco por cento) no período compreendido
entre o 6º até o 10º ano após a Data Base.
ii) Finalidade do Desconto: Abatimento do valor desagiado, ou seja, até o limite
constituído pelo valor total do crédito sujeito à Recuperação Judicial, descontado
o valor pago ao credor na forma da cláusula 4.3.1.2.
5. OUTRAS DESPESAS
Além dos pagamentos previstos no presente PRJ, a PENÍNSULA será responsável pelo pagamento
das seguintes despesas:
i) honorários da Administradora Judicial;
ii) custas processuais;
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iii) encargos decorrentes de processos da Justiça do Trabalho; e
iv) advogados, negociadores e consultores.
6. CONDIÇÕES GERAIS DOS CREDORES SUJEITOS AO PRJ
Aplicam-se a todos os credores, independentemente da classe, as seguintes condições gerais:
6.1. O pagamento será realizado apenas para os credores com crédito líquidos e homologados
perante o Juízo da Recuperação Judicial.
6.2. Os Credores deverão informar no prazo de até 15 (quinze) dias da Data Base, por meio
de carta registrada dirigida ao Departamento Financeiro da PENÍNSULA, contendo
todos os dados necessários para o aperfeiçoamento dos pagamentos devidos nos termos
do presente PRJ, juntando-se nos autos cópia dessa carta e do seu respectivo
comprovante de envio. A PENÍNSULA fica isenta dos efeitos da mora, caso algum
Credor não informe seus dados bancários na forma aqui prevista. Caso sejam prestadas
as informações necessárias de forma intempestiva, a PENÍNSULA poderá atrasar o
pagamento em idêntico número de dias que o credor atrasou para informar seus dados
bancários, realizando o pagamento nos estritos termos definidos no Plano e sem
incidência de qualquer taxa de juros, que serão calculados, se aplicáveis, apenas até a
data em que o pagamento deveria ter sido realizado.
6.3. Exceto se houver comunicação formal expressa por parte do Credor em sentido
contrário, os valores devidos aos Credores nos termos do presente PRJ serão pagos por
meio de transferência à conta bancária do respectivo credor, por meio de documento de
ordem de crédito (DOC) ou de transferência eletrônica disponível (TED), exceto quanto
aos Credores domiciliados no exterior, que serão pagos mediante transferência
internacional, para o que a Recuperanda poderá contratar agente de pagamento para
efetivação dos aludidos pagamentos. O respectivo comprovante de
depósito/transferência servirá de prova de quitação do aludido pagamento.
6.4. Para não deixar dúvida, após o devido pagamento, nenhum acréscimo ou outro valor
será pago em qualquer Classe, implicando o pagamento realizado em plena, geral e
irrevogável quitação do crédito e todos os seus acessórios, inclusive, mas não limitado a,
principal, encargos, multas, juros, honorários advocatícios, inclusive sucumbenciais
decorrentes de ações ajuizadas para cobrança dos créditos sujeitos à Recuperação
Judicial.
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7. DISPOSIÇÕES FINAIS
7.1. As disposições do presente PRJ vinculam a PENÍNSULA, seus acionistas, suas
subsidiárias, controladas e afiliadas, e seus Credores (independentemente de terem
participado ou não da AGC ou terem votado a favor ou não do Plano) e seus eventuais
cessionários e sucessores, a partir de sua aprovação em AGC.
7.2. Exceto na hipótese de resolução do Plano, com a aprovação do presente PRJ, a
aprovação do PRJ em AGC e a respectiva concessão da Recuperação Judicial pelo
competente juízo, obrigará a PENÍNSULA e todos os seus credores sujeitos à
Recuperação Judicial, assim como seus respectivos sucessores a qualquer título,
implicando ainda em novação de todos os créditos sujeitos aos efeitos da Recuperação
Judicial.
7.3. Ficam sem efeito e aplicabilidade quaisquer cláusulas contidas em contrato(s)
celebrado(s) entre a PENÍNSULA e seus credores que vetem, restrinjam ou impeçam
mudança na composição acionária da PENÍNSULA, direta ou indiretamente.
7.4. Após o pagamento integral de cada um dos créditos nos termos e formas estabelecidos
no presente PRJ, os respectivos créditos serão considerados integralmente quitados e o
respectivo credor dará a mais ampla, geral, irrevogável e irretratável quitação, para nada
mais reclamar, em tempo algum, a qualquer título, contra a PENÍNSULA ou seus
eventuais coobrigados, avalistas ou fiadores, com relação aos créditos quitados.
7.5. Exceto na hipótese de resolução do Plano, com a aprovação do presente PRJ e com a
quitação das parcelas do presente PRJ ficam automaticamente quitadas e/ou renunciadas
pelos credores toda e qualquer indenizações por perdas e danos (danos materiais, morais
e lucros cessantes) porventura devidas em decorrência de inadimplemento contratual da
PENÍNSULA em relação a obrigações (diretas ou indiretas) sujeitas à Recuperação
Judicial, quer já sejam objeto de pleito administrativo ou judicial, ou mesmo que ainda
não tenham sido reivindicados, sendo os pagamentos versados no presente PRJ os únicos
valores devidos pela Recuperanda (e/ou pelos seus coobrigados) aos seus credores.
7.6. Exceto na hipótese de resolução do Plano, com a aprovação do presente PRJ, ficam
desde logo suspensos todos os protestos lavrados em face da PENÍNSULA e/ou de seus
eventuais coobrigados, avalistas ou fiadores, devendo ainda serem suspensas todas as
ações ou execuções que visem a cobrança dos créditos sujeitos à Recuperação Judicial
movidas em face da PENÍNSULA até a efetiva quitação do crédito nos termos da
presente Recuperação Judicial, inclusive aquelas movidas em desfavor de seus acionistas
diretos e indiretos, coobrigados e respectivos cônjuges, sociedades controladas ou
controladoras, direta ou indiretamente, seus administradores (atuais e passados) por
obrigações sujeitas à Recuperação Judicial. Uma vez quitados os créditos nos termos do
presente PRJ, as ações/execuções porventura suspensas serão extintas sem que os
Credores/PENÍNSULA sejam apenados com pagamento/reembolso de custas/despesas
Página 34 de 35
processuais/honorários advocatícios, sendo certo que esse PRJ caracteriza fato
superveniente ao ajuizamento das ações/execuções e que faz com que haja a perda do
interesse de agir.
7.6.1. Se porventura o juízo perante o qual se processam as ações/execuções não observar o
disposto na cláusula 7.6. e o Credor/PENÍNSULA for obrigado a reembolsar/pagar
custas/despesas processuais/honorários advocatícios, a PENÍNSULA/Credor renunciam
ao direito de cobrar os valores que lhe deveriam ser reembolsados e assumem a
obrigação de pagar os honorários advocatícios de seus respectivos advogados que sejam
fixados na decisão de extinção.
7.7. Exceto na hipótese de resolução do Plano, com a aprovação do presente PRJ ficam com
a exigibilidade suspensa e, uma vez quitados os pagamentos nos termos do presente PRJ
ou tendo sido exercida a opção de que trata o item 4.3.1.2 (Credor Adquirente), ficarão
automaticamente liberados e extintos todos os avais, fianças e/ou quaisquer outras
garantias fidejussórias ou responsabilidade solidária assumidas em favor de operações da
Recuperanda sujeitas à Recuperação Judicial, em especial, mas não limitado a, quanto
aos Srs. Silas Aparecido dos Santos, Vera Aparecida de Oliveira Santos, Dicesar
Santiago de Souza, Maria Cristina Julião dos Santos de Souza, Eric de Oliveira Santos,
Caroline Beatriz da Cruz Vianna Santos, Gilmar Michels e Larissa Mylene Eidam
Michels. Uma vez quitados os créditos, as ações/execuções porventura suspensas serão
extintas sem que os Credores/PENÍNSULA sejam apenados com pagamento/reembolso
de custas/despesas processuais/honorários advocatícios, sendo certo que esse PRJ
caracteriza fato superveniente ao ajuizamento das ações/execuções e que faz com que
haja a perda do interesse de agir.
7.7.1. Se porventura o juízo perante o qual se processam as ações/execuções não observar o
disposto na cláusula 7.7. e o Credor/PENÍNSULA for obrigado a reembolsar/pagar
custas/despesas processuais/honorários advocatícios, a PENÍNSULA/Credor renuncia ao
direito de cobrar os valores que lhe deveriam ser reembolsados e assumem a obrigação
de pagar os honorários advocatícios de seus respectivos advogados que sejam fixados na
decisão de extinção.
7.8. Exceto na hipótese de resolução do Plano, com a aprovação do presente PRJ, fica
estabelecido que nenhum Credor poderá reclamar, reivindicar, demandar, acionar a
Recuperanda pleiteando o pagamento de cláusulas penais, multas moratórias,
indenizações, lucros cessantes enfim quaisquer reivindicações porventura devidas em
decorrência da mora da PENÍNSULA no adimplemento de suas obrigações, que após o
pagamento integral nos termos do PRJ ficam plenamente quitadas.
7.9. Os juros eventualmente aplicáveis sobre os créditos sujeitos à Recuperação Judicial
incidirão apenas à partir da Data Base, não havendo incidência em nenhuma hipótese
dos juros eventualmente vencidos anteriormente.
Página 35 de 35
7.10. Os créditos sujeitos à Recuperação Judicial poderão ser alterados ou excluídos, bem
como novos créditos poderão ser incluídos pela Administradora Judicial ao preparar sua
Relação de Credores ou por ocasião da consolidação do Quadro Geral de Credores em
decorrência do julgamento dos incidentes de habilitação, divergência ou impugnação
crédito ou ainda por eventuais acordos.
7.11. Os credores poderão ceder seus direitos decorrentes do presente PRJ a outros credores
ou terceiros, devendo todavia cientificar o cessionário de todos os termos do PRJ, bem
como comunicar formalmente à Recuperanda acerca da efetivação da cessão. Se a
obrigação pelo pagamento do crédito for da Sociedade UPI Península, esta deverá ser
comunicada.
7.12. Exceto na hipótese de sua resolução, o presente PRJ poderá ser alterado,
independentemente de seu descumprimento, hipótese em que será convocada nova AGC,
observados os critérios dos artigos 45 e 58 da LRF, deduzidos os pagamentos realizados
na forma do PRJ. As alterações aprovadas obrigarão a totalidade dos credores sujeitos à
Recuperação Judicial.
7.13. Eventual nulidade de quaisquer das cláusulas do presente PRJ, não acarreta nulidade do
PRJ, que permanece plenamente exigível naquilo não declarado judicialmente nulo.
7.14. Na hipótese de decretação de falência durante o período de 2 (dois) anos após a Data
Base, os credores terão restituídos seus direitos originais, descontados eventuais
pagamentos realizados na forma deste PRJ.
7.15. Este PRJ é regido e deve ser interpretado de acordo com as leis da República Federativa
do Brasil.
7.16. Fica eleito o Juízo da Recuperação para dirimir todas e quaisquer controvérsias
decorrentes deste PRJ, sua aprovação, alteração e/ou seu cumprimento, inclusive em
relação à tutela de bens e ativos essenciais à consecução dos fins do PRJ, até o
encerramento da Recuperação Judicial. Após, fica eleito o Foro Central da Comarca da
Região Metropolitana de Curitiba – PR.
Curitiba, 27 de julho de 2016.
PENÍNSULA INTERNATIONAL S/A – EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL
GILMAR MICHELS ERIC DE OLIVEIRA SANTOS
JORGE A. PASSUELLO
CRA/PR 13.645
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ANEXO I
CONTA ESCROW: RELAÇÃO DE PAGAMENTOS
Conforme previsão do Plano de Recuperação Judicial, a instituição financeira ou agente
contratado para operar a Conta Escrow deverá efetuar os pagamentos e transferências de
recursos de acordo com as informações relacionadas abaixo. Os pagamentos serão
realizados no prazo contado à partir da Data de Transferência das Ações (DTA).
Após tais pagamentos, eventualmente havendo saldo remanescente depositado na Conta
Escrow a título de Compromisso Financeiro depositado pelos Credores, tal valor será
restituído à Sociedade UPI Península.
Transação Data do
Vencimento
Beneficiário Valor
Histórico
Critério de
Atualização
Credores Micro e
Pequenas
Empresas –
Parcela 1
DTA + 90
dias
Relação a ser
informada pela
Administradora
Judicial
R$
302.351,56
Sem
Correção e
sem juros
Credores Micro e
Pequenas
Empresas –
Parcela 2
DTA + 120
dias
Relação a ser
informada pela
Administradora
Judicial
R$
302.351,56
Sem
Correção e
sem juros
Credores Micro e
Pequenas
Empresas –
Parcela 3
DTA + 150
dias
Relação a ser
informada pela
Administradora
Judicial
R$
302.351,56
Sem
Correção e
sem juros
Credores Micro e
Pequenas
Empresas –
Parcela 4
DTA + 180
dias
Relação a ser
informada pela
Administradora
Judicial
R$
302.351,56
Sem
Correção e
sem juros
Credores Micro e
Pequenas
Empresas –
Parcela 5
DTA + 210
dias
Relação a ser
informada pela
Administradora
Judicial
R$
302.351,56
Sem
Correção e
sem juros
Credores Micro e
Pequenas
Empresas –
Parcela 6
DTA + 240
dias
Relação a ser
informada pela
Administradora
Judicial
R$
302.351,56
Sem
Correção e
sem juros
Credores
Quirografários
Parcela Única
DTA + até
360 dias
Relação a ser
informada pela
Administradora
Judicial
R$
12.650.000,00
Sem
Correção e
sem juros
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ANEXO II
FORMULÁRIO DE QUALIFICAÇÃO
Credor Adquirente:
Número de Identificação / CNPJ:
Representante Legal (qualificação completa):
Cargo:
Endereço:
Representante Legal no Brasil (qualificação completa):
Endereço:
Valor Total do Crédito na Moeda Contratada:
Local, data de assinatura
Nome do Credor
Nome do Representante Legal
Cargo
Poder Judiciário
Estado do Paraná
Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba
1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais
_____________________________________________________________________________
1
Autos nº 0001967-67.2015.8.16.0185
1. Ciente do ofício do STJ (mov. 5380), já juntado anteriormente no mov. 5153 e
oficiado em resposta no mov. 5375.2, inclusive com recebimento pela Superior Instância (mov.
5561.1).
2. Ciente do relatório de evolução econômico-financeira apresentado pela
Administradora Judicial no mov. 5556.1. Ciência aos credores.
3. Ciente da autuação em apartado da exceção de suspeição interposta pelo
Banco Daycoval em face da Administradora Judicial (mov. 5633.1).
4. Ciente da interposição do Recurso de Agravo pelo Banco Daycoval (mov. 5639)
em face da decisão do mov. 5174.1.
5. Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
6. Aguarde-se eventual requisição de informação pelo E. TJPR.
7. Ciente da decisão proferida pelo STJ em sede do conflito de competência n°
142153/PR, o qual foi conhecido para declarar competente este Juízo para a prática de atos de
execução trabalhista em face da Recuperanda.
8. Aguarde-se a remessa dos autos de ação cautelar de arresto pelo Juízo da 1ª
Vara Cível de Nova Mutum – MT a este Juízo.
9. Passo a análise das questões pendentes.
10. Primeiramente, a alegação de que a exceção de suspeição ainda não havia sido
autuada em apartado (mov. 5431.1) perdeu seu objeto vez que já foi realizada tal autuação
(mov. 5633.1).
11. Já com relação à alegação de que este Juízo deveria decidir de acordo com o
art. 30, §3° da LRF, não assiste razão ao peticionário.
12. A exceção de suspeição (do administrador judicial) possui rito próprio, não
sendo possível a análise de seus termos dentro do presente feito. Isto porque o fundamento da
exceção de suspeição consiste em eventual amizade entre o procurador da recuperanda e o
administrador judicial, fato alheio às hipóteses do artigo 30 da Lei 11.101/2005. Por este motivo,
deve seguir o rito da exceção de suspeição, em apartado.
13. Assim, indefiro o pedido do mov. 5431.1.
Doc
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PROJUDI - Processo: 0001967-67.2015.8.16.0185 - Ref. mov. 5671.1 - Assinado digitalmente por Diele Denardin Zydek:0-15300
14/10/2016: CONCEDIDO O PEDIDO . Arq: decisão
Poder Judiciário
Estado do Paraná
Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba
1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais
_____________________________________________________________________________
2
14. No que tange os pedidos do Banco Daycoval, relacionados à Assembleia Geral
de Credores e aprovação do Plano de Recuperação, serão analisados na sequência.
15. No tocante à petição da AGREX DO BRASIL S/A (mov. 5648.1), necessário
ressaltar, novamente, que não há em nosso ordenamento a figura da reconsideração.
A decisão do mov. 3767.1 já tratou de tal alegação, conforme se vê:
“(...)25. Da leitura das cláusulas do Acordo de Acionistas verifica-se que razão
não assiste a Agrex. As cláusulas 6 a 9 que tratam do tema da transferência das
ações são muito claras ao afirmar que o Acionista que desejar transferir de
qualquer modo suas ações deve observar o previsto no contrato firmado entre
eles.
26. Todavia, como se pode observar do Plano de Recuperação Judicial, não se
objetiva a venda das ações da Península Norte em nenhum momento.
27. O que será vendido será a empresa detentora destas ações, qual seja, a
Península Investimentos. Portanto, utilizando-se dos termos trazidos pela
recuperanda, será vendida a empresa “mãe” a qual contará com outros ativos
além da participação na Península Norte.
28. Observe-se que conforme afirmado pela recuperanda (movimento 3750.2,
3750.3, 3750.4), tal procedimento foi também adotado pela própria Agrex nos
anos de 2012 e 2013, quando promoveu a alienação de parte de suas ações à
Mitsubishi Corporation, sem observar o Acordo de Acionistas, uma vez que
entendeu-se que não foram alienadas as ações da própria Península Norte, mas
sim, da empresa mãe detentora das ações.
29. Portanto, como não haverá a venda das ações da Península Norte, mas
apenas alienação da empresa detentora de tais ações, entendo que o Acordo de
Acionistas não pode ser aplicado ao caso concreto.
30. Inexiste violação ao Acordo de Acionistas que impeça a execução do Plano
de Recuperação Judicial apresentado nos autos, se assim decidirem os credores
por sua aprovação. Destarte, não pode a Agrex pretender impor o contrato
neste momento.
31. Porém, deve restar claro que eventuais arrematantes da UPI a ser
eventualmente criada no caso de aprovação do Plano de Recuperação Judicial,
deverão se submeter aos termos do Acordo de Acionistas da Península Norte (e
por isso, mais uma vez, um dos motivos da necessidade de levantamento da
confidencialidade).
32. Diante do exposto, indefiro os pedidos de Agrex do Brasil S/A constantes da
petição do movimento 3709, conforme fundamentação acima. (...)”
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PROJUDI - Processo: 0001967-67.2015.8.16.0185 - Ref. mov. 5671.1 - Assinado digitalmente por Diele Denardin Zydek:0-15300
14/10/2016: CONCEDIDO O PEDIDO . Arq: decisão
Poder Judiciário
Estado do Paraná
Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba
1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais
_____________________________________________________________________________
3
As matérias ora reiteradas já foram objeto de análise pelo juízo de primeiro grau,
sendo vedada a reapreciação por esta magistrada, inclusive porque pende recurso das decisões
na segunda instância (Recurso de Agravo, convertido em Mandado de Segurança, interposto
perante o E. TJPR n° 1.541.460-3, sendo indeferida a liminar pleiteada, pendendo de decisão de
mérito).
16. Quanto as alegações trazidas pelo credor SUL INVEST FUNDO DE
INVESTIMENTO (mov. 5650.1), verifica-se que algumas já foram analisadas anteriormente por
este Juízo falimentar.
17. A afirmação sobre a fraude praticada pela Recuperanda, com a remessa de
valores para conta no exterior em nome dos sócios já havia sido feita pelo credor (mov. 3537.1)
e analisada pela decisão do mov. 4236.1:
“(...) 8. Por fim, quanto aos recebimentos pessoais dos sócios da recuperanda,
vê-se que fazia parte do acordo de venda da participação da recuperanda,
através de sua subsidiária integral, compensação por cláusula de impedimento
de realização de negócio. O recebimento de valores no exterior não é proibido
pela legislação brasileira. O que é coibido é a falta de declaração às autoridades
competentes.
9. Além disso, existe clara separação entre a pessoa física e a jurídica, e sua
desconsideração requer a configuração de requisitos rígidos.
10. Por outro lado, vê-se prática desleal da requerente em relação aos demais
credores, quando através de telegrama (movimento 3912.20) exige o
recebimento fora do plano de recuperação de seus créditos, sob pena de
denunciar formalmente a ocorrência de supostos crimes pelos administradores.
Esse tipo de conduta não se coaduna com a lealdade processual e a submissão
ao normativo legal brasileiro, especialmente a Lei 11.101/2005.
11. Assim, pelos motivos acima, entendo não estarem configurados os
requisitos para a decretação da falência da empresa recuperanda, razão pela
qual indefiro o pedido formulado. (...)”
Desta decisão não houve recurso, ao menos do que consta dos autos, tornando-
se definitiva, impossibilitando a reapreciação da matéria.
Com relação a existência de ação pauliana relativa ao imóvel que será utilizado
para eventual formação da UPI, (mov.5650.1) esta já havia sido proposta no momento da
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realização da Assembleia Geral de Credores, sendo de conhecimento dos credores.
Além disso, também era de conhecimento dos credores que o imóvel se
encontrava onerado por hipoteca ao credor EDC Export Development Canada, o qual inclusive
concordou com os termos do plano, razão pela qual tendo a maioria dos credores aceito tais
condições apresentadas no PRJ, não cabe ao Juízo imiscuir-se no mérito desta decisão, pois
estão cientes das consequências do Plano que aceitaram.
Assim, desnecessário aguardar o julgamento da ação pauliana, conforme
requerido pelo credor.
18. Devem os credores impugnantes evitar a reiteração dos pedidos já apreciados
ou que dependam de julgamento em 2° grau a fim de evitar tumulto processual, pois, reitero,
é vedado ao próprio Juízo a reapreciação do que já foi decidido e pendente de julgamento na
Superior Instância.
19. Ciente das petições dos credores dos movs. 5649.1, 5651.1 e 5656.1, os quais
requerem a aprovação do Plano de Recuperação e a concessão da Recuperação Judicial à
recuperanda.
20. Quanto à aprovação do Plano de Recuperação Judicial necessária extensa
explanação.
21. O Plano de Recuperação Judicial foi inicialmente apresentado pela
Recuperanda no mov. 421.2, tendo sido designada Assembleia Geral de Credores no mov. 725.1
para os dias 18.09.2015 e 25.09.2015, as quais foram suspensas pela decisão do mov. 989.1.
22. A AGC foi novamente designada, através da decisão do mov. 1983.1, para os
dias 28.01.2016 e 03.02.2016 e instalada nesta última data; teve continuidade em 31.03.2016,
sendo novamente suspensa; dado seguimento em 30.06.2016, com nova suspensão; última
instalação em 27.07.2016, quando votado o Plano de Recuperação Judicial, conforme petição e
documentos juntados pela Administradora Judicial (mov. 5031)
23. A votação do Plano de Recuperação resultou na aprovação de:
a) 100% (cem por cento) dos credores presentes da Classe I;
b) 75% (setenta e cinco por cento) por cabeça e 35% (trinta e cinco por
cento) por crédito dos credores presentes da Classe II;
c) 67,79% (sessenta e sete virgula trinta e nove por cento) por cabeça e
80,74% (oitenta virgula setenta e quatro por cento) por crédito dos
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credores da Classe III;
d) 100% (cem por cento) dos credores presentes na Classe IV.
Verifica-se, portanto, que o Plano não foi aprovado pela classe II, no critério
votos por valor, tendo em vista o voto desfavorável do Banco do Brasil S/A, credor com maior
crédito em tal classe.
Diante de tal votação, a Recuperanda requereu que a homologação do Plano
de Recuperação ocorresse nos termos do art. 58, §1° que dispõe:
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação
judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos
termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral
de credores na forma do art. 45 desta Lei. § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que
não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma
assembleia, tenha
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor
de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de
classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45
desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta
Lei.
Tal modalidade de homologação é conhecida como cram down, ou aprovação
assemblear-judicial do plano, ou seja, trata-se da aprovação do Plano pelo Juiz ainda que este
tenha sido rejeitado em assembleia por uma classe de credores, como ocorreu no presente
caso.
A Administradora Judicial manifestou sua concordância pela aprovação do PRJ,
na forma do art. 58, §1° da LRF.
O Credor Banco Daycoval (movs. 4694.1, 4916.1, 5154.1, 5431.1 e 5658.1)
alegou que: o processo estava suspenso quando da realização da AGC; que foram feitas
alterações substanciais no PRJ o que caracterizam novo PRJ sem ter sido dado conhecimento a
todos os credores; a nulidade da AGC nos termos do art. 43 da LRF e por ferimento ao art. 35, I,
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“f”, da LRF; a nulidade do PRJ pelas irregularidades nele contidas. Requereu a nulidade da
Assembleia Geral de Credores diante a suspensão do feito e, caso não seja esse o
entendimento, pugnou pelo controle de legalidade do PRJ votado ou a apresentação de novo
estudo de viabilidade para a apreciação de todos os credores.
A Credora Sul Invest Fundo de Investimentos (mov. 5650.1) alegou acerca da
impossibilidade de homologação do plano vez que este viola o ordenamento jurídico. Requereu
a anulação do PRJ diante de sua ilegalidade.
O Credor Hamburg Chemie GMBH e outros (mov. 5638.1) alegou que o PRJ
apresentado contempla diversas ilegalidades que impedem a sua homologação forçada, como,
por exemplo, o tratamento desigual para credores da mesma classe, provável deságio de mais
de 90% aos credores, dentre outras. Requereu o indeferimento do pleito de aprovação forçada
e homologação do PRJ.
A Agrex se manifestou no mov. 5648.1 alegando que fora apresentado um novo
PRJ pela Recuperanda de forma premeditada e com intuito de tentar impedir o exercício dos
direitos de acionista da AGREX. Pugnou pela não homologação do PRJ ou, alternativamente,
que este Juízo determine a realização de avaliação apartada e independente das ações da
Península Norte para preservar os direitos de acionistas previstos no Acordo de Acionistas.
Os credores Sinagro (mov. 5649.1), Coabra (mov. 5651.1), Bussadori Garcia &
Cia Ltda. (mov. 5656.1) e BulkFertz (mov. 5664.1) se manifestaram a favor da aprovação do PRJ
e da concessão da Recuperação Judicial.
O Ministério Público apresentou parecer no mov. 5643.1 aduzindo, em síntese,
que o Judiciário deve promover um controle quanto à licitude das providências decididas em
assembleia, devendo a vontade dos credores ser respeitada nos limites da lei.
Afirmou, ainda, que não cabe ao Juiz somente o controle formal de assembleia
e o plano de recuperação, mas também o controle da legalidade material. Assim, sustenta
descumprimento de princípios legais e constitucionais, razão pela qual o plano não pode ser
homologado.
Arguiu que as alterações feitas no PRJ foram pontuais não afetando a essência
do plano, porém, quanto aos efeitos deste, disse que com relação à classe de credores
quirografários há uma imposição de verdadeiro perdão da dívida da empresa sujeita à
Recuperação Judicial, uma vez que impõe aos credores não convergentes um deságio de 94%
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sobre o valor dos créditos, violando o direito de propriedade, constitucionalmente garantido.
Argumentou, também, que a existência de possibilidade de conversão do
crédito em participação acionária da sociedade UPI Península, mediante assunção de
compromissos é irrelevante, vez que mesmo na hipótese de opção concedida aos credores da
mesma classe, os benefícios oferecidos deveriam ser equivalentes, sob pena de serem
privilegiados os aderentes de uma das alternativas em detrimento daqueles que optarem pela
outra.
Por fim, destacou a não incidência de qualquer encargo no período de carência
(correção monetária e/ou juros), afrontando a Lei 6899/81 e a Súmula n° 8 do STJ e a violação
aos arts. 49, 59 e 66 da LRF.
Requereu seja reconhecida a abusividade e ilegalidade do plano proposto,
concedendo prazo para que um novo seja apresentado e levado à apreciação dos credores em
assembleia a ser realizada em data oportuna.
24. O credor Banco Daycoval insurgiu-se ao PRJ, no mov. 4694.1, nos seguintes
termos:
i. Apresentação de novo plano de recuperação judicial sem o conhecimento
dos credores ausentes:
A Assembleia Geral de Credores é una e, independentemente das
suspensões havidas, as subsequentes ocorrem em continuação da primeira, não sendo
necessária nova convocação a cada alteração realizada no PRJ. Ademais, foram expedidos
editais informando acerca de todas as suspensões realizadas, não podendo ser alegado
desconhecimento por parte dos credores, tampouco cerceamento dos princípios do
contraditório e ampla defesa. Tal tema já foi decidido no mov. 3179.1 e 5174.1 (item 30). Neste
sentido:
“AGRAVO DE INSTRMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
AGRAVANTE QUE NÃO OBSERVOU O PRAZO PREVISTO NO
ARTIGO 37, §4º DA LEI 11.101/2005. ADMINISTRADOR JUDICIAL
QUE APENAS CUMPRIU O DISPOSTO NA LEGISLAÇÃO AO
NEGAR DIREITO DE VOTO AO AGRAVANTE.QUORUM DE
INSTALAÇÃO ATENDIDO.IMPOSSIBILIDADE DE SE
RECONHECER A FALSIDADE DAS ASSINATURAS APOSTAS NAS
PROCURAÇÕES NESTE MOMENTO. QUESTÃO QUE DEVERIA
TER SIDO ARGUIDA EM INCIDENTE PRÓPRIO. CONTAGEM DO
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QUORUM DE INSTALAÇÃO QUE NÃO DEPENDE DA PRESENÇA
DE CREDORES COM DIREITO A VOTO EM RAZÃO DA LEI NÃO
ESTABELECER TAL RESTRIÇÃO. ASSEMBLEIA REGULARMENTE
INSTALADA. 2ª E 3ª ASSEMBLEIAS REGULARMENTE
INSTALADAS. EXISTÊNCIA DE UMA ASSEMBLEIA
APENAS.NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO QUORUM DE
INSTALAÇÃO TÃO SOMENTE NO PRIMEIRO ENCONTRO,
TENDO EM VISTA QUE A 2ª E 3ª REUNIÕES SE TRATARAM
MERAMENTE DE DESDOBRAMENTOS DA PRIMEIRA E ÚNICA
ASSEMBLEIA. AUSÊNCIA DE ASSINATURA DE DOIS CREDORES
DA CLASSE COM GARANTIA REAL NA ATA DA 1ª REUNIÃO. VÍCIO
SANADO COM A ASSINATURA APOSTA NA ATA DOS
ENCONTROS SEGUINTES. AUSÊNCIA DE NECESSIDADE DE QUE
TODAS AS IMPUGNAÇÕES ESTEJAM JULGADAS QUANDO DA
REALIZAÇÃO DA AGC. ARTIGO 39 §2º QUE VEDA A INVALIDAÇÃO
DA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES EM FACE DE ALTERAÇÃO
NA QUANTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO OU EXISTÊNCIA DO
CRÉDITO. RESPEITO A ISONOMIA VERIFICADO. EXISTÊNCIA DE
CRÉDITOS DISTINTOS QUE NÃO DEVEM RECEBER O MESMO
TRATAMENTO DIANTE DE SUAS PECULIARIDADES.REGRA DO
ARTIGO 58, §2º NÃO APLICÁVEL AO PRESENTE CASO.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL CONCEDIDA EM RAZÃO DE TER SIDO
PREENCHIDO O QUORUM PREVISTO NO ARTIGO 45 DA LEI
11.101/2005. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.”(TJPR -
18ª C.Cível - AI - 803618-0 - Campo Mourão - Rel.: Ivanise Maria
Tratz Martins - Unânime - - J. 11.09.2013)
ii. Infração ao pedido do pars conditio creditorium; diferença de condições
para recebimento dos créditos:
Não há que se falar em afronta ao disposto no art. 58, §2° da LRF, pois
os credores da mesma classe, que optarem pela mesma forma de satisfação de crédito, terão
tratamento idêntico. Isso significa que, em havendo duas opções de satisfação do crédito, seja
a de aquisição de ações da UPI ou recebimento do crédito em espécie, aos credores que
optarem pela mesma forma de pagamento haverá igualdade de tratamento. A diferença
ocorrerá apenas aos que optarem por formas diversas de recebimento do crédito.
Assim, não há que se falar em tratamento desigual de credores de uma
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mesma classe.
iii. Impossibilidade de as instituições financeiras participarem do quadro
social de outras empresas:
A Resolução n° 4.062/2012 do BACEN, em seu artigo 8° dispõe que as
instituições financeiras dependem de autorização do BACEN para participarem do “capital de
quaisquer sociedades sediadas no País ou no exterior, excetuadas as participações societárias
típicas de carteiras de investimento mantidas por bancos de investimento, bancos de
desenvolvimento, agências de fomento e por bancos múltiplos com carteira de investimento
ou de desenvolvimento.” E o artigo 4° permite a participação em caráter temporário, não
registradas no ativo permanente e não consolidadas na forma da regulamentação em vigor.
Assim sendo, conclui-se que a participação em outras sociedades por
instituições financeiras pode ocorrer, desde que autorizada pelo BACEN ou
independentemente de autorização, em caráter temporário, o que afasta o argumento do
credor.
iv. Alegações acerca da forma como a Recuperanda conseguiu os votos para
aprovação do PRJ (“meios canhestros”, “arquitetou com fornecedores” e
“engendramento da Recuperanda para alcançar os votos necessários
para aprovação do escalafobético plano de recuperação judicial”):
Não obstante a gravidade dos fatos imputados à Recuperanda, o
credor não trouxe provas mínimas de seus argumentos o que impossibilita ao Juízo a apreciação
valorativa das questões.
v. Deságio de mais de 95% (noventa e cinco por cento) aos credores da
classe III e pagamento integral aos credores das demais classes:
Relativamente ao montante do deságio, se trata de matéria afeta aos
credores que, em sua maioria, concordaram com o plano apresentado. Assim, não compete ao
Juízo analisar o acerto ou não da decisão assemblear. Consigne-se que se a maioria dos
credores dispôs de grande parte do seu crédito, não compete ao Juízo, a fim de zelar pelo
crédito de uma minoria de credores, ignorar a manifestação de vontade daqueles.
Além disso, o valor do deságio ainda não é certo, dependerá do
montante dos credores que converterem seus créditos em ações na UPI, podendo se dar em
montante inferior aos 95%.
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Neste sentido:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECUPERAÇÃO JUDICIAL -
HOMOLOGAÇÃO DO PLANO APROVADO EM ASSEMBLEIA
GERAL DE CREDORES - INSURGÊNCIA DE BANCO CREDOR -
ILEGALIDADE DO PLANO - INEXISTÊNCIA - SOBERANIA DA
VONTADE MANIFESTADA EM ASSEMBLEIA GERAL DE
CREDORES - PRAZO E DESÁGIO - FORMA EXPRESSAMENTE
ADMITIDA PELA LEI COMO MEIO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(ART. 50, I, DA LEI Nº 11.101/05) - APROVAÇÃO DOS CREDORES
SEGUNDO OS CRITÉRIOS MÍNIMOS EXIGIDOS POR LEI -
IMPOSSIBILIDADE DE INGERÊNCIA JUDICIAL - NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO.”(TJPR - 17ª C.Cível - AI - 1471480-2 -
Cascavel - Rel.: Tito Campos de Paula - Unânime - - J. 25.05.2016)
Inclusive a jurisprudência assim interpreta a questão do deságio:
“RECUPERAÇÃO JUDICIAL. (...) DESÁGIO. FORMA
EXPRESSAMENTE ADMITIDA PELA LEI COMO MEIO DE
RECUPERAÇÃO JUDICIAL (ART. 50, I, DA LEI Nº 11.101/05).
APROVAÇÃO DO DESÁGIO PELOS CREDORES SEGUNDO OS
CRITÉRIOS MÍNIMOS EXIGIDOS POR LEI (ART. 58, §1º, I A III DA
LEI Nº 11.101/05). (...)” AGRAVO DE INSTRUMENTO
PARCIALMENTE PROVIDO. (TJPR - 17ª C.Cível - AI - 1207219-2 -
Araucária - Rel.: Fernando Paulino da Silva Wolff Filho - Unânime - -
J. 04.03.2015)
vi. Não incorporação da expressão “em Recuperação Judicial” ao nome da
Recuperanda; motivo para destituição do Administrador desta:
Os documentos trazidos com a finalidade de comprovar tal alegação
são relativos à outras empresas e não da Recuperanda. Ademais, tal fato não seria motivação
para destituição do Administrador da empresa Recuperanda, inclusive, alegação esta que já foi
afastada por decisão anterior deste Juízo.
vii. Impedimento pelo Administrador de votação das propostas de
modificação apresentadas pelo credor concomitantemente ao PRJ:
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O artigo 56, §3° da Lei 11.101/05 apenas autoriza a votação de alterações do
Plano caso haja concordância do devedor, o que não aconteceu no caso.
25. Quanto à alegação de nulidade da AGC realizada no dia 27.07.2016 pelo fato do
processo estar suspenso em tal data por conta da exceção de suspeição oposta, entendo que
não merece deferimento. Explico.
A Assembleia Geral de Credores é ato extraprocessual, convocado pelo
administrador e, no presente caso, foi realizado em continuação à ato anteriormente suspenso
por decisão dos credores.
Ademais, os credores foram comunicados da data da realização do novo ato
assemblear, estando presentes à votação do PRJ.
Cabe ainda consignar que a maioria dos credores estão fora desta Comarca,
sendo muitos de outros países e mesmo estiveram na assembleia, sendo demasiado
formalismo determinar a repetição do ato, principalmente porque todos foram informados,
não havendo prejuízo.
26. Com relação à alegação de que o PRJ foi substancialmente alterado entre um
ato assemblear e outro, entendo que não assiste razão ao credor, pois como bem pontuado
pelo Ministério Público, as alterações não foram substanciais: “No tocante às alegadas
alterações do plano promovidas pela recuperanda e que foram apresentadas aos credores apenas
durante a realização da assembleia, verifica-se que as mudanças foram pontuais (cláusulas 4.6.9,
4.6.10, 4.6.10.1 e 4.6.10.2) não afetando a essência do plano ou modificando disposições
essenciais, pelo que não se vislumbra a aventada nulidade”. (mov. 5643.1)
Cabe acrescentar que é normal a realização de alterações no plano para melhor
ajustar o interesse dos credores com a possibilidade de pagamento da empresa Recuperanda,
razão pela qual indefiro o pedido de cancelamento da AGC.
27. Pois bem. Passo à análise das alegações trazidas e da possibilidade de
homologação judicial nos termos do art. 58, §1° da LRF (“Cram Down”).
Primeiramente, necessário ressaltar que cabe ao judiciário, no caso em tela,
analisar apenas a legalidade do PRJ.
Não há possibilidade de aferir-se, no caso concreto, as reais condições de
sucesso da Recuperação Judicial, seja pela necessidade da verificação de fatores, tais como
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mercado, aspectos financeiros atuais, credibilidade, entre outros que não fazem parte do
procedimento de Recuperação Judicial.
Além disso, a análise da viabilidade econômica não pode ser aquilatada pelo
Juízo porque não há como antecipar se e quais os credores irão aderir à UPI, restando incerta a
concretização desta, o que impossibilita tal verificação.
Entretanto, ainda que presente incerteza quanto à viabilidade da continuidade
da recuperanda após a concretização do Plano, bem como a constituição da UPI e o valor do
deságio dos credores que não converterem seus créditos em ações, cabe ressaltar que houve
aprovação de 100% (cem por cento) dos credores presentes da Classe I - titulares de créditos
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; 75% (setenta
e cinco por cento) por cabeça e 35% (trinta e cinco por cento) por crédito dos credores
presentes da Classe II - titulares de créditos com garantia real; 67,79% (sessenta e sete virgula
trinta e nove por cento) por cabeça e 80,74% (oitenta virgula setenta e quatro por cento)
por crédito dos credores da Classe III - titulares de créditos quirografários, com privilégio
especial, com privilégio geral ou subordinados; 100% (cem por cento) dos credores presentes
na Classe IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno
porte.
Em assim sendo, não cabe ao Juízo a análise do mérito do PRJ, pois os credores
estavam cientes de todas as condições impostas e mesmo assim votaram pela aprovação do
Plano como meio para receber seus créditos.
28. Neste sentido já decidiu o STJ e o E. TJPR:
“DIREITO EMPRESARIAL. PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
APROVAÇÃO EM ASSEMBLEIA. CONTROLE DE LEGALIDADE.
VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA. CONTROLE JUDICIAL.
IMPOSSIBILIDADE. 1. Cumpridas as exigências legais, o juiz deve conceder a
recuperação judicial do devedor cujo plano tenha sido aprovado em
assembleia (art. 58, caput, da Lei n. 11.101/2005), não lhe sendo dado se
imiscuir no aspecto da viabilidade econômica da empresa, uma vez que tal
questão é de exclusiva apreciação assemblear. 2. O magistrado deve exercer
o controle de legalidade do plano de recuperação - no que se insere o repúdio
à fraude e ao abuso de direito -, mas não o controle de sua viabilidade
econômica. Nesse sentido, Enunciados n. 44 e 46 da I Jornada de Direito
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Comercial CJF/STJ. 3. Recurso especial não provido.” (REsp 1359311/SP, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/09/2014,
DJe 30/09/2014)
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO INTERPOSTO EM FACE DE
DECISÃO, MAS QUE, DE FATO, ATACA DECISÃO ANTERIOR.
IMPOSSIBILIDADE. TENTATIVA DE MODIFICAR DECISÃO ANTERIOR POR
VIA TRANSVERSA. DECISÃO QUE JÁ HAVIA SIDO OBJETO DE AGRAVO.
PRECLUSÃO CONSUMATIVA E TEMPORAL. INADMISSIBILIDADE
MANIFESTA. IRRESIGNAÇÃO DA AGRAVANTE EM FACE DO PLANO DE
RECUPERAÇÃO JUDICIAL HOMOLOGADO. INCONFORMISMO QUANTO
AO MÉRITO DO PLANO. CONTROLE JUDICIAL DOS ASPECTOS
ECONÔMICOS DE PLANO DE RECUPERAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
PRECEDENTES DO STJ. DECISÃO TOMADA EM ASSEMBLEIA DE
CREDORES QUE DEVE PREVALECER. JUIZ QUE NÃO DETÉM
CONHECIMENTO TÉCNICO SUFICIENTE E QUE NÃO SE ENCONTRA EM
POSIÇÃO DE AVALIAR OS INTERESSES PARTICULARES DE CADA
CREDOR, FICANDO A SEU CARGO TÃO SOMENTE O CONTROLE DA
LEGALIDADE DA VOTAÇÃO E EXECUÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO.
AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO DE PLANO.” (TJPR - 17ª C.Cível
- AI – 1.483.802-9 - Curitiba - Rel.: Fernando Paulino da Silva Wolff Filho -
Unânime - J. 02.02.2016)
RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. APROVAÇÃO DE PLANO
PELA ASSEMBLEIA DE CREDORES. INGERÊNCIA JUDICIAL.
IMPOSSIBILIDADE. CONTROLE DE LEGALIDADE DAS DISPOSIÇÕES DO
PLANO.POSSIBILIDADE. RECURSO IMPROVIDO. "A assembleia de credores
é soberana em suas decisões quanto aos planos de recuperação judicial.
Contudo, as deliberações desse plano estão sujeitas aos requisitos de validade
dos atos jurídicos em geral, requisitos esses que estão sujeitos a controle
judicial." (STJ RESP 1314209/SP 3ª Turma Rel. Min. Nancy Andrighi DJ
01/06/2012).
29. No tocante à ausência de correção monetária no período de carência, trata-se
de matéria disponível aos credores não cabendo ao Juízo adentrar no mérito da decisão
assemblear, vez que a LRF não possui qualquer disposição acerca da obrigatoriedade de
atualização monetária para pagamento dos créditos no feito recuperacional.
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30. No que tange às garantias, acolho a irresignação dos credores e do Ministério
Público.
O caput do art. 59 da LRF dispõe que “O plano de recuperação judicial implica em
novação dos créditos anteriores ao pedido e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem
prejuízo das garantias, observado o disposto no §1° do art. 50 desta Lei”.
Ou seja, a novação decorrente da aprovação do plano não pode ser estendida
automaticamente às garantias originalmente contratadas, com determinação de suspensão
dos protestos em nome dos coobrigados, avalistas e fiadores. Tampouco pode haver a vedação
de acionamento de garantidores ou extinção das execuções em curso relativamente a eles. Isso
porque, tal renúncia à garantia deve ser expressa pelo credor interessado e não pressuposta
pela simples aceitação do credor ao Plano de Recuperação Judicial.
31. Neste sentido:
“DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
HOMOLOGAÇÃO DO PLANO. NOVAÇÃO SUI GENERIS. EFEITOS
SOBRE TERCEIROS COOBRIGADOS. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO.
DESCABIMENTO. MANUTENÇÃO DAS GARANTIAS. ARTS. 49, § 1º
E 59, CAPUT, DA LEI N. 11.101/2005. 1. A novação prevista na lei civil
é bem diversa daquela disciplinada na Lei n. 11.101/2005. Se a novação
civil faz, como regra, extinguir as garantias da dívida, inclusive as reais
prestadas por terceiros estranhos ao pacto (art. 364 do Código Civil),
a novação decorrente do plano de recuperação traz como regra, ao
reverso, a manutenção das garantias (art. 59, caput, da Lei n.
11.101/2005), sobretudo as reais, as quais só serão suprimidas ou
substituídas "mediante aprovação expressa do credor titular da
respectiva garantia", por ocasião da alienação do bem gravado (art.
50, § 1º). Assim, o plano de recuperação judicial opera uma novação
sui generis e sempre sujeita a uma condição resolutiva, que é o
eventual descumprimento do que ficou acertado no plano (art. 61, §
2º, da Lei n. 11.101/2005). 2. Portanto, muito embora o plano de
recuperação judicial opere novação das dívidas a ele submetidas, as
garantias reais ou fidejussórias, de regra, são preservadas,
circunstância que possibilita ao credor exercer seus direitos contra
terceiros garantidores e impõe a manutenção das ações e execuções
aforadas em face de fiadores, avalistas ou coobrigados em geral. 3.
Deveras, não haveria lógica no sistema se a conservação dos direitos
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e privilégios dos credores contra coobrigados, fiadores e obrigados de
regresso (art. 49, § 1º, da Lei n. 11.101/2005) dissesse respeito apenas
ao interregno temporal que medeia o deferimento da recuperação e
a aprovação do plano, cessando tais direitos após a concessão
definitiva com a homologação judicial. 4. Recurso especial não
provido. (REsp 1326888/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 05/05/2014)
Assim, a fim de adequar esta cláusula à legislação, devem ser excluídas as
cláusulas que dispõe contrariamente ao disposto no art. 59, caput, da LRF, quais sejam, 7.6,
7.6.1, 7.7 e 7.7.1.
32. Diante do exposto, deve prevalecer o interesse da maioria dos credores que
entenderam pela aprovação do Plano de Recuperação Judicial conforme votação na
Assembleia Geral de Credores, com exclusão das cláusulas acima mencionadas.
33. Conforme trazido acima a votação do Plano de Recuperação resultou na
aprovação de:
a) 100% (cem por cento) dos credores presentes da Classe I;
b) 75% (setenta e cinco por cento) por cabeça e 35% (trinta e cinco por
cento) por crédito dos credores presentes da Classe II;
c) 67,79% (sessenta e sete virgula trinta e nove por cento) por cabeça e
80,74% (oitenta virgula setenta e quatro por cento) por crédito dos
credores da Classe III;
d) 100% (cem por cento) dos credores presentes na Classe IV.
Portanto o Plano não foi aprovado pela classe II, no critério votos por valor,
tendo em vista o voto desfavorável do Banco do Brasil S/A, credor com maior crédito em tal
classe, o que leva a ser necessária a ocorrência cumulativa do disposto nos incisos do art. 58 da
LRF:
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação
judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos
termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral
de credores na forma do art. 45 desta Lei. § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que
não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma
assembleia, tenha
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I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor
de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de
classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45
desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta
Lei.
De acordo com a ata da assembleia e relatório trazido pelo Administrador Judicial
(mov. 5031) houve voto favorável dos credores que representam mais da metade do valor de
todos os créditos presentes, independentemente de classe (76.67%), conforme determina o
inciso I do referido artigo da lei.
Ainda, conforme a ata e relatório, houve a aprovação do plano por três classes de
credores, quais sejam, Classe I (100%), Classe III (37,39% por cabeça e 80,74% por crédito) e
Classe IV (100%), conforme determina o inciso II.
Por fim, verifica-se que na Classe II, a qual rejeitou o plano, 35% (trinta e cinco
por cento) dos créditos presentes aprovaram o plano (e 75% por cabeça), o que corresponde à
exigência contida no inciso III.
Com isso, constata-se que todos os requisitos do art. 58 e seus incisos foram
alcançados pela votação realizada.
34. Em consequência, indefiro o pedido do Banco Daycoval (mov. 5658.1) de
designação de audiência pública com todos os credores, vez que não há previsão para tanto no
ordenamento jurídico aplicável ao presente caso e eventuais deliberações devem ser feitas na
Assembleia Geral de Credores.
35. Foram apresentadas pela Recuperanda as certidões fiscais, conforme
determinado pelo art. 57 da LRF (movs. 5432 e 5553)
36. Por todo o exposto, aprovo o plano de recuperação judicial votado pela
Assembléia Geral de Credores, tendo em vista o cumprimento das determinações da Lei
11.101/2005 e, por consequência, CONCEDO a recuperação judicial pleiteada por
PENÍNSULA INTERNACIONAL S/A, que deverá executar o plano apresentado até seus
ulteriores termos, sob pena de convolação em falência, nos termos do art. 61, caput, e 73, inciso
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IV da LRF.
37. Ademais, determino: (a) deverá ser acrescida, a partir deste momento, em
todos os atos, contratos e documentos firmados pela recuperanda, após o nome empresarial,
a expressão “em Recuperação Judicial”, conforme prescrito no artigo 69 da Lei nº 11.101/2005;
(b) oficie-se à JUCEPAR determinando a anotação da recuperação judicial nos assentamentos
da PENÍNSULA INTERNACIONAL S/A (artigo 69, parágrafo único, da Lei nº 11.101/2005).
38. Ciência ao Ministério Público.
39. Intime-se o administrador judicial a apresentar os relatórios solicitados no mov.
5665.1.
40. Intimação e diligências necessárias.
Curitiba, 14 de outubro de 2016.
Diele Denardin Zydek
Juíza de Direito Substituta
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