Recomendações de Protocolo Procedimental para as Forças de Segurança PúblicaSENASP – MJSP
CO
VID
-19
SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICARecomendações às Instituições de Segurança Pública do país: Manual de Ações Para Ocorrências de Atendimento em Casos Suspeitos do COVID-19
Este manual visa orientar as Instituições de Segurança Pública de todas as Unidades
Federativas, no atendimento às ocorrências de atendimento com suspeita de
COVID-19 (coronavírus).
As orientações contidas neste manual são uma recomendação às Instituições, sendo
baseadas nos procedimentos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde e
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e contaram com a consultoria de
profissionais da saúde e do Corpo de Bombeiros Militar.
I. Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete (40-60 segundos): lavar entre
os dedos, embaixo das unhas e também a parte de trás da mão. Se não houver água
e sabonete, usar um desinfetante para mãos à base de álcool 70° INPM (20-30
segundos).
II. Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com cotovelo flexionado ou lenço de
papel. Se utilizar lenço de papel, descartar imediatamente após o uso e realizar a
higiene das mãos.
III. Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
IV. Evitar contato próximo com pessoas doentes.
V. Manter, quando possível, distanciamento mínimo de 2 metros durante qualquer
atendimento ao público.
VI. Manter isolamento domiciliar se estiver doente.
VII. Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com cotovelo flexionado ou lenço de
papel. Se utilizar lenço de papel, descartar imediatamente após o uso em lixeira de
acionamento não manual e realizar a higiene das mãos.
VIII. Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência: maçanetas,
talheres, botões de elevadores, caneta, celulares, corrimão, mouse, copos e lenços.
Pode ser usado álcool 70° ou água sanitária.
IX. Manter os ambientes ventilados (se possível, com as janelas abertas).
X. Eliminar ou restringir o uso de itens compartilhados como canetas, telefones e
pranchetas.
1. As seguintes orientações gerais de biossegurança e etiquetas de higiene devem ser observadas
I. Os Profissionais da Segurança Pública têm uma grande responsabilidade de não
repassar vídeos, áudios ou notícias sem consultar a fonte e a veracidade da
informação, principalmente se esta não for de um veículo de comunicação conhecido
e confiável.
II. Tais profissionais devem orientar a população a proceder da mesma forma, sempre
consultando as informações que serão compartilhadas.
III. Devem ser repassadas apenas informações de autoridades oficiais da área federal,
estadual ou municipal, desde que devidamente atualizadas.
Informações atualizadas estão disponíveis nos links:
https://coronavirus.saude.gov.br/ e https://covid.saude.gov.br/
2. Cuidado com as informações da Internet
Nas ocorrências de atendimento in loco de casos suspeitos de COVID-19 devem ser
utilizadas as seguintes medidas de autocuidado:
I. Utilizar os EPIs: óculos de proteção ou protetor facial, avental descartável, máscara
cirúrgica e luvas de procedimento.
II. Utilizar fardamentos que mantenham completamente cobertos membros inferiores
e superiores (calça, camisa manga comprida, macacão, etc).
III. Realizar a higiene das mãos com água e sabonete e/ou álcool gel 70° antes e após
o atendimento de qualquer ocorrência.
IV. Manter a ventilação da ambulância durante todo o trajeto de deslocamento até a
execução da completa assepsia do veículo de emergência.
V. Realizar a limpeza terminal de todas as superfícies internas da ambulância após a
realização do atendimento, bem como a desinfecção e procedimentos de
esterilização dos materiais, com a utilização dos EPIs adequados. A desinfecção pode
ser feita com álcool a 70%, hipoclorito de sódio ou outro desinfetante indicado para
este fim e seguindo procedimento operacional padrão definido para a atividade de
limpeza e desinfecção do veículo e seus equipamentos. Ao final realizar higiene das
mãos com álcool em gel ou água e sabonete líquido.
3. Orientações às equipes das unidades de atendimento pré-hospitalar móvel - Autocuidado
VI. Nos casos em que o bombeiro atender pacientes com confirmação do COVID-19,
a guarnição não deve usar, se dispor, de bolsa de primeiros socorros (pois o vírus pode
permanecer até 24h nos objetos), substituindo-a por um saco plástico descartável
para transporte dos equipamentos, materiais e insumos necessários.
VII. Após o término do plantão de serviço, o profissional deverá efetuar a lavagem de
todas as peças de fardamento utilizadas durante o turno de serviço. As peças
utilizadas no plantão deverão ser higienizadas isoladamente, sem contato com
demais peças de roupa.
VIII. Notificar previamente o serviço de saúde para onde o caso suspeito ou
confirmado será encaminhado.
Nas ocorrências de atendimento in loco de casos suspeitos de COVID-19 devem ser
utilizadas as seguintes medidas de cuidado com os pacientes:
I. Assim que iniciar o atendimento, disponibilizar máscara cirúrgica para os pacientes
e acompanhantes.
II. Orientar possíveis acompanhantes e familiares quanto a importância de realizar a
higiene das mãos com água e sabonete e/ou álcool em gel.
4. Orientações às equipes das unidades de atendimento pré-hospitalar móvel – Cuidados com os pacientes
I. Manter a distância mínima de 2 (dois) metros da pessoa, preferencialmente.
II. Evitar o contato pessoal (aperto de mão, por exemplo) e utilizar EPIs (máscaras
cirúrgicas e luvas de procedimento), descartando-os após o atendimento.
III. Solicitar que o cidadão cubra a boca e o nariz com alguma proteção (ex. lenço,
pano, camiseta). Caso disponível, ofereça máscara cirúrgica.
IV. Orientar o cidadão que em caso de sintomas leves (febre, tosse, sem dificuldade
para respirar) deve se manter em sua residência em isolamento.
V. Informar o cidadão que caso apresente sintomas graves (febre, tosse, com
dificuldade para respirar) deve procurar o serviço de pronto atendimento; pessoas
com sintomas leves, mas que sejam pertencentes aos grupos de risco, devem
procurar a unidade básica de saúde para avaliação.
VI. Após o atendimento, higienizar as mãos com água e sabonete ou utilizar o álcool
em gel 70° INPM.
5. Procedimentos policiais no atendimento de pessoas com sintomas de COVID-19
2m
I. O descumprimento das medidas sanitárias adotadas pela autoridade competente
acarretará responsabilização civil, administrativa e penal aos seus infratores, nos
termos da Lei nº 13.979, de 2020, do Código Penal, e da Portaria Interministerial 5, de
17 de março de 2020, publicada pelo Ministro da Saúde e pelo Ministro da Justiça e da
Segurança Pública.
II. O descumprimento das medidas previstas no inciso I e nas alíneas "a", "b" e "e" do
inciso III do caput do art. 3º da Lei nº 13.979, de 2020, sujeitará os infratores às
sanções penais previstas nos art. 268 e art. 330 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, se o fato não constituir crime mais grave, nos
termos da Portaria Interministerial 5, de 17 de março de 2020.
III. A Portaria Interministerial 5, de 17 de março de 2020 também prevê a aplicação de
sanções penais em caso de descumprimento da medida de quarentena, prevista no
inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 13.979, de 2020.
IV. Em caso de acionamento, o policial deverá certificar-se de que, contra a pessoa que
supostamente descumpriu medida sanitária:
i. Houve medida de isolamento, com comunicação prévia à pessoa afetada da
medida; e/ou
ii. Houve indicação médica ou de profissional de saúde para a realização de
exames médicos, testes laboratoriais ou tratamentos médicos específicos; e/ou
iii. Houve decretação de quarentena (ato específico de autoridades
competentes).
V. Ao chegar ao local, realizar a abordagem em apoio aos solicitantes utilizando-se de EPI.
6. Procedimentos policiais ao receber acionamento para atuar em descumprimento de medida sanitária preventiva
VI. Durante a abordagem, informar ao abordado que o descumprimento de medida
sanitária preventiva enseja crime capitulado no Código Penal e que ele responderá
penalmente caso desobedeça às ordens emanadas.
VII. Caso haja recusa ou desobediência, realizar a condução do indivíduo à presença
da autoridade policial para a lavratura do procedimento policial cabível, termo
circunstanciado pelos crimes dos arts. 268 e 330 do Código Penal ou auto de prisão
em flagrante se houver caracterização de crime mais grave.
VIII. Havendo infração aos arts. 268 e 330 do Código Penal, não se imporá prisão ao
agente que assinar termo de compromisso de comparecer aos atos do processo e de
cumprir as medidas estabelecidas no art. 3º da Lei nº 13.979/2020, conforme
determinação das autoridades sanitárias.
IX. A autoridade policial, no exercício do poder de polícia administrativa, deverá
assegurar-se do encaminhamento do agente a sua residência ou estabelecimento
hospitalar para cumprimento das medidas estabelecidas no art. 3º da Lei nº
13.979/2020, conforme determinação das autoridades sanitárias, com especial
cuidado se tratar-se de infração a medida de isolamento domiciliar ou hospitalar por
infectado ou suspeita de infecção.
X. Deverá a autoridade policial avaliar a conveniência e oportunidade de representar
à autoridade judicial pela imposição de medida cautelar judicial de recolhimento
domiciliar ou hospitalar ao infrator, com imposição de prisão preventiva em caso de
descumprimento.
XI. Na hipótese de configuração de crime mais grave, concurso de crime, violação de
medida cautelar judicial ou de descumprimento do termo de compromisso do
cumprimento das medidas estabelecidas no art. 3º da Lei 13.979/2020, e havendo
imposição de prisão ao agente infração, a autoridade policial deverá tomar as
providências para informar os responsáveis pelo estabelecimento prisional da
necessidade de que ele seja mantido em estabelecimento ou cela separada dos
demais presos.
XII. Cientificar os policiais de plantão quando do recebimento da ocorrência sobre a
situação de saúde do conduzido.
XIII. Após encerramento da atuação, higienizar sempre as mãos e internamente a
viatura, nos casos de condução.
O policial deve adotar o procedimento a seguir em todas as abordagens, utilizando,
sempre que possível, os EPIs (máscara cirúrgica e luva de procedimento):
I. Depois de feita a busca pessoal, e caso possível, determinar que o abordado cubra
a boca e o nariz com alguma proteção (ex. lenço, pano, camiseta). Caso disponível,
ofereça máscara cirúrgica.
II. Se o abordado apresentar sintomas de COVID-19, orientá-lo conforme itens IV e V
do Tópico 5.
III. Após a abordagem higienizar as mãos com água e sabonete ou utilizar o álcool em
gel 70° INPM.
IV. Caso o abordado/preso/conduzido apresente sintomas, determinar que coloque
máscara cirúrgica para evitar propagação da doença durante o transporte.
V. Sugerir que o preso com sintomas compatíveis com COVID-19 fique separado dos
demais presos.
VI. Orientar a utilização de máscara às pessoas que irão lidar diretamente com o
preso que apresente sintomas compatíveis com COVID-19.
VII. Informar aos Policiais Civis de plantão para recebimento da ocorrência sobre a
situação de saúde do conduzido.
VIII. Ao encerrar a abordagem/prisão/condução, higienizar as mãos com água e
sabonete ou, no impedimento, utilizar o álcool em gel 70º INPM.
IX. Higienizar a viatura com álcool 70° INPM ou outro desinfetante indicado para este
fim, observando a limpeza dos principais pontos de contato, bem como todas as
superfícies que porventura o preso tenha tocado (maçanetas externas, internas,
volante, manopla do câmbio, rádios, bancos, cofre, algemas etc.).
7. Abordagem, prisão/condução de pessoas durante período de grande propagação do vírus
I. Contato pessoal desnecessário (aperto de mãos, abraços, etc).
II. Deixar de higienizar as mãos e viatura conforme orientações.
III. Deixar de determinar ao preso/conduzido a utilização de máscara cirúrgica
conforme orientado.
8. Erros a serem evitados
Botas, aventais impermeáveis ou macacões são necessários como
equipamento de proteção individual de rotina (PE) para profissionais que
cuidam de pacientes com suspeita ou confirmação de infecção por 2019-nCoV?
Não. As orientações atuais da OMS1 e do Ministério da Saúde para os profissionais de
saúde que cuidam de pacientes com doença respiratória aguda 2019-nCoV, suspeita
ou confirmada, recomendam o uso de precauções de contato e gotículas, além das
precauções padrão que sempre devem ser usadas por todos os profissionais de
saúde para todos os pacientes. Em termos de EPI, as precauções de contato e
gotículas incluem o uso de luvas descartáveis para proteger as mãos e um avental
limpo e não estéril de manga longa para proteger as roupas da contaminação,
máscaras cirúrgicas para proteger o nariz e a boca e proteção para os olhos (por
exemplo, óculos de proteção, proteção facial), antes de entrar na sala ou outro
ambiente onde pacientes com doença respiratória aguda 2019-nCoV suspeitos ou
confirmados são admitidos. Os respiradores (por exemplo, N95) são necessários
apenas para procedimentos de geração de aerossóis, como por exemplo, intubação
ou aspiração traqueal, ventilação mecânica invasiva e não invasiva, ressuscitação
cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, coletas de amostras
nasotraqueais.
1 World Health Organization. WHO. Q&A on infection preven-
tion and control for health care workers caring for patients
with suspected or confirmed 2019-nCoV. Disponível em:
https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-on-infec-
tion-prevention-and-control-for- health-care-workers-car-
ing-for-patients-with-suspected-or-confirmed-2019-ncov
PERGUNTAS FREQUENTES
?
A
As máscaras cirúrgicas descartáveis podem ser esterilizadas e reutilizadas?
Não. As máscaras cirúrgicas descartáveis destinam-se apenas a uma única utilização.
Após o uso, elas devem ser removidas usando técnicas apropriadas (ou seja, não
toque na frente, remova puxando as tiras elásticas da orelha ou laços por trás) e
descartadas imediatamente em uma lixeira infecciosa com tampa, seguida de higiene
das mãos.
É recomendável o uso de máscaras por pessoas saudáveis?
Observar quanto à utilização de máscaras, cirúrgicas ou de pano, as orientações do
Ministério da Saúde, incluindo eventuais alterações a depender da evolução da
pandemia. A utilização ou não deste e de outros equipamentos de proteção
dependerá da disponibilidade do material à área de segurança.
B
C
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº
04/2020, atualizada em 31/03/2020
CBMSC – Ordem Administrativa Nr-01-20-CmdG – Orientações às equipes do
Atendimento Pré Hospitalar do CBMSC sobre como evitar a propagação do novo
coronavírus (COVID-19).
PMMG - POP NR28 - Procedimento policial de abordagem, prisão, condução e
higienização durante período de grande propagação do COVID-19 (Coronavírus).
PMMG - POP NR29 - Procedimento policial face ao descumprimento de ordem
sanitária relativa ao Coronavírus (COVID-19).
PCMG - PLANO DE CONTINGÊNCIA COVID-19 Atualização 19 de março de 2020
World Health Organization. WHO. Q&A on infection prevention and control for health care
workers caring for patients with suspected or confirmed 2019-nCoV. Disponível em:
https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-on-infection-prevention-and-control-
for- health-care-workers-caring-for-patients-with-suspected-or-confirmed-2019-ncov
Referências
Secretaria Nacional de Segurança Pública